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Orientação solar das edificações
Apresentação
A correta orientação solar de uma edificação é um dos principais fatores para otimizar a utilização 
dos recursos naturais disponíveis no ambiente, como a luz solar e o vento, gerando conforto e bem-
estar aos usuários.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a importância da orientação solar no projeto de 
edificações e como a insolação pode interferir no conforto dos ambientes, por meio de exemplos e 
conteúdo teórico.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir a importância da orientação solar para o projeto de edificações.•
Identificar as interferências da insolação nos ambientes.•
Exemplificar projetos arquitetônicos em que a interação entre edificação e orientação solar é 
considerada.
•
Infográfico
O entorno da edificação, a implantação, o zoneamento da edificação e o tratamento que as 
fachadas recebem são alguns desses elementos que são essenciais que o arquiteto considere em 
seu projeto.
Acompanhe, no infográfico, um detalhamento de cada um desses elementos a considerar em um 
projeto e suas interferências da insolação nos ambientes.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/031b658b-c3e2-4c50-811f-d0d18cddabe9/548b6692-1ac8-419b-8c46-05465e12de6a.jpg
Conteúdo do livro
A orientação solar em projetos de arquitetura é um dos elementos principais na etapa de 
levantamentos e estudos preliminares, podendo, muitas vezes, ser uma condicionanante projetual. 
A correta disposição de uma edificação quanto à sua insolação auxilia no bem-estar dos habitantes, 
tornando os ambientes mais salubres e confortáveis, além de contribuir com a eficiência energética.
No capítulo Orientação solar das edificações, da obra Conforto ambiental, base teórica para esta 
Unidade de Aprendizagem, você estudará mais sobre o conforto ambiental e a importância da 
orientação solar para o projeto de edificações.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL
Orientação solar 
das edificações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir a importância da orientação solar para o projeto de edificações.
  Identificar as interferências da insolação nos ambientes.
  Exemplificar projetos arquitetônicos em que a interação entre edifi-
cação e orientação solar é considerada.
Introdução
A correta orientação solar de uma edificação é um dos principais fatores 
para otimizar a utilização dos recursos naturais disponíveis no ambiente, 
como a luz solar e o vento, gerando conforto e bem-estar para os usuários. 
Para tanto, o projeto arquitetônico deve ser desenvolvido de acordo 
com as características bioclimáticas de cada local, aproveitando o que 
o clima traz de bom e resolvendo os problemas que poderiam interferir 
no desempenho da edificação.
Condições de conforto ambiental são imprescindíveis para a saúde e o 
bem-estar das pessoas. Nos projetos de edificações, devemos considerar 
os fatores que influenciam direta ou indiretamente o conforto ambiental. 
O clima, as condições de vento, a temperatura, a insolação, a umidade e 
a luz natural serão determinantes para o conforto térmico da edificação.
De acordo com Mascaró (1991), são quatro os principais fatores que 
afetam a perda de calor no ser humano, também chamados de fatores 
dinâmicos do clima: temperatura, umidade, movimento do ar e radiação. 
Uma edificação projetada sem considerar esses fatores pode se tornar 
inapropriada para os usuários dela, além de representar gastos maiores 
com consumo energético para compensar o desconforto térmico natural 
da edificação. Um exemplo são os edifícios envidraçados em climas quen-
tes e com orientações com muita incidência solar. A menos que sejam 
utilizados materiais especiais e, muitas vezes, extremamente caros, esses 
edifícios requerem soluções de climatização artificial para compensar o 
calor intenso no verão e o frio no inverno.
Há que se observar que todas as decisões que afetam o consumo 
energético de uma edificação ocorrem na elaboração dos desenhos 
preliminares de um projeto. O esforço necessário para implementar tais 
decisões na fase preliminar do projeto é pequeno quando comparado 
àquele que seria necessário para a sua posterior implementação, con-
forme lecionam Brown e Dekay (2004).
Neste capítulo, você vai verificar a importância da orientação solar no 
projeto de edificações e como a insolação pode interferir no conforto 
dos ambientes, analisando, por fim, exemplos de projetos arquitetônicos 
em que a interação entre edificação e orientação solar foi considerada.
Importância da orientação solar para o projeto 
de edificações
Na elaboração de projetos de arquitetura adequados aos diferentes climas, 
destacam-se alguns fatores que infl uenciam as decisões de projeto em 
função das características climáticas. De acordo com Frota (2003), são eles:
  forma (geometria) mais apropriada;
  orientação e dimensionamento das aberturas;
  localização dos diversos blocos no espaço físico;
  determinação da sombra projetada das edificações;
  determinação das máscaras produzidas por obstruções externas às 
aberturas;
  indicação de elementos externos de projeção da radiação solar (cons-
truções, vegetação, etc.).
O controle da radiação solar é um dos fatores com maior impacto no 
conforto térmico da edificação. Em locais onde o clima é muito quente, por 
exemplo, deve-se evitar que a radiação solar penetre em excesso nos ambientes, 
prevenindo ganhos de calor. 
No inverno, as pessoas perdem calor e, com isso, sentem frio; no verão, 
sentem calor e buscam se refrescar. Há muitas formas de isolar o calor e o 
frio nas construções, visando minimizar o desconforto térmico. As soluções 
Orientação solar das edificações2
estão, basicamente, na adequação do projeto do edifício, especialmente no que 
tange à sua orientação e ao seu envoltório (paredes, aberturas e cobertura).
Determinar a posição do sol para o local da edificação e proteger o seu 
envoltório requer um estudo da geometria da insolação, que vai determinar 
graficamente a incidência do sol de acordo com a latitude, a hora e a época 
do ano, conforme leciona Frota (2003). 
No exemplo demonstrado nas Figuras 1 e 2, você observar que, de acordo 
com o horário do dia e a época do ano, há uma variação significativa na 
sombra projetada pela edificação no terreno devido à mudança da incidência 
solar. Nesse exemplo hipotético, a edificação está em um terreno situado no 
Hemisfério Norte, em Saint Louis, Missouri. 
Figura 1. Sítio hipotético para demonstrar a incidência solar sobre a edificação no terreno 
em diferentes horários e épocas do ano.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 29).
3Orientação solar das edificações
Figura 2. Incidência solar sobre a edificação no terreno (sítio hipotético) 
em diferentes horários e épocas do ano.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 30).
Na prática
Veja, por meio de realidade aumentada, o quanto a incidência de luz solar em terreno 
no Hemisfério Sul influencia os aspectos construtivos de uma edificação, bem como 
as decisões arquitetônicas.
Aponte para o QR code ou acesse o link 
https://goo.gl/RtwuxK para ver o recurso..
Orientação solar das edificações4
Para determinar os horários do dia e do ano nos quais o sol estará pre-
sente em determinado sítio, utilizamos a carta solar, com a representação 
dos elementos existentes no sítio. A Figura 3 mostra um solaroscópio, um 
instrumento que simula o movimento do Sol e permite identificar a incidência 
solar sobre uma edificação e a sombra projetada no terreno.
Figura 3. Representação de um solaroscópio.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Para melhor compreender a carta solar e a utilização do solaroscópio para 
simulações em projeto, veja a Figura 4, que demonstra o movimento do planeta 
Terra em torno do Sol e os diferentes ângulosde incidência da radiação solar 
de acordo com o período do ano e o horário do dia. Já a Figura 5 demonstra 
a trajetória solar em um dia qualquer na carta solar.
5Orientação solar das edificações
Figura 4. Trajetória da Terra ao redor do Sol (translação), com 
o ângulo de inclinação do eixo norte-sul, os solstícios e os 
equinócios para o Hemisfério Sul.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Figura 5. Trajetória solar em um dia qualquer na carta solar.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Orientação solar das edificações6
A carta solar representa a trajetória do Sol na abóbada celeste como se 
ele estivesse projetado sobre uma superfície horizontal, conforme apontam 
Libbey-Owens-Ford (1974), Olgyay (1963) e Hoke (1996, apud BROWN; 
DEKAY, 2004). Na Figura 6 é demonstrado um exemplo de carta solar para 
a latitude 40º.
Figura 6. Carta solar para a latitude 40°.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 31).
Interferências da insolação nos ambientes
As edifi cações são nossa terceira pele. No tempo em que nossos ancestrais 
se deslocavam em busca de áreas para se fi xar, há centenas de milhares de 
anos, eles não somente necessitavam adequar suas vestimentas, mas também 
as edifi cações para os abrigar e proteger. Assim, surgiu a necessidade de se 
construir edifi cações mais resistentes tanto ao frio quanto ao calor.
7Orientação solar das edificações
O que não mudou com essas migrações foi o metabolismo humano pree-
xistente. Em todas as sociedades, as pessoas têm a fi siologia e a temperatura 
corporal de aproximadamente 37,5 ºC, além dos mecanismos de adaptação 
para que possam manter seus corpos a essa temperatura mesmo nos climas 
mais rigorosos, conforme lecionam Roaf, Crichton e Nicol (2009).
Assim, para tornar possível a sobrevivência em temperaturas que podem 
variar de mais de 50 ºC, nas latitudes menores, até −50°C, no Círculo Ártico, 
outros fatores entraram em jogo: o uso de vestimentas mais pesadas ou mais 
leves (a segunda pele) e o projeto das edificações (a terceira pele). A Figura 
7 resume as interações entre clima, pessoas e edificações.
Figura 7. Interação entre clima, pessoas e edificações: as edificações amenizam o clima de 
assentamentos ocupados de forma tradicional para ficarem adequados aos ocupantes e 
para trazer conforto dentro das normas culturais. 
Fonte: Roaf, Crichton e Nicol (2009, p. 52).
A insolação nos ambientes afeta diretamente as pessoas e o conforto 
dos espaços. Dependendo da orientação solar, da distribuição das aberturas, 
dos materiais utilizados e da forma da edificação, haverá maior ou menor 
penetração dos raios solares. Com isso, há um impacto sobre a iluminação 
natural dos ambientes e a quantidade de calor dentro deles.
A orientação do edifício influencia a quantidade de calor que ele recebe 
e pode representar o aumento do consumo de energia. Mascaró (1991) destaca 
que o uso adequado da orientação solar da edificação pode reduzir em cerca 
de 50% o consumo energético. O autor também exemplifica que um edifício 
Orientação solar das edificações8
na latitude 30ºS (correspondente a Porto Alegre), com suas fachadas maiores 
orientadas favoravelmente, recebe 1,7 milhão de quilocalorias/dia, ao passo 
que, quando orientado desfavoravelmente, a carga térmica recebida é da ordem 
de 4,2 milhões de quilocalorias/dia (quase 150% maior).
Além da orientação, a forma da edificação também vai influenciar na carga 
térmica recebida por ele. Para que um edifício se torne confortável, ele deve 
ser projetado para o clima em que está inserido e deve considerar a orientação 
solar desde a fase preliminar do projeto. Esse cuidado deve ter como base o 
controle da radiação solar direta nos ambientes internos e a minimização da 
radiação solar direta e difusa nas fachadas e coberturas do edifício.
No Hemisfério Sul (abaixo da Linha do Equador), a melhor orientação solar 
para a iluminação natural nas edificações é a orientação solar norte. Nessa 
orientação há maior incidência de luz solar direta e é relativamente fácil de 
sombrear as aberturas para o controle da entrada de radiação solar. A orientação 
solar sul também é benéfica para a iluminação natural, considerando que a 
incidência de luz é constante e que se trata da orientação que menos recebe 
luz solar direta, evitando assim o ofuscamento nos ambientes.
Já as orientações solares leste e oeste são as que recebem a luz solar direta 
com mais intensidade no verão e menos no inverno, dificultando o projeto 
de proteções solares. A Figura 8 ilustra uma planta ideal considerando a 
orientação solar e a luz natural.
Figura 8. Planta com orientação ideal em relação à iluminação natural.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
9Orientação solar das edificações
Projetos arquitetônicos em que a interação 
entre edificação e orientação solar é 
considerada
As estratégias de projeto são utilizadas para melhorar a interação entre a 
edifi cação, o clima e a orientação solar. A maioria delas trata da orientação 
e da localização dos recintos com relação à insolação e à ventilação do lo-
cal. A seguir serão apresentados alguns exemplos em que essa interação foi 
considerada no projeto arquitetônico. Nesses exemplos foram considerados 
principalmente a forma e o fechamento dos recintos, de modo a reduzir as 
cargas de aquecimento ou esfriamento, ou para responder às necessidades 
de uma edifi cação quanto ao aquecimento, ao esfriamento e à iluminação, 
por meio do uso dos recursos disponíveis no sítio. As estratégias apresentam 
recomendações de como os recintos podem ser projetados de forma a coletar, 
armazenar e distribuir o calor solar e/ou melhor utilizar o recurso de ventilação 
natural, conforme apontam Brown e Dekay (2004).
Plantas baixas compactas
As plantas baixas compactas reduzem a área de pele e, portanto, as perdas 
e os ganhos térmicos (aquecimento e esfriamento), conforme mostra a 
Figura 9. A quantidade de pele exposta em relação ao volume envolvido 
aumenta à medida que formas compactas, como cubos, são alongadas e 
se transformam em prismas retangulares ou fechamentos mais articula-
dos. Consequentemente, as perdas e os ganhos térmicos por condução e 
convecção através da pele são maiores nas formas alongadas do que na 
formas compactas com o mesmo volume, conforme lecionam Brown e 
Dekay (2004). 
Orientação solar das edificações10
Figura 9. Exemplo de edificação no estilo New England Salt Box, com planta baixa compacta, 
e seu desempenho térmico.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 168).
Estratégias de ventilação
Na Figura 10 estão demonstradas de forma esquemática diferentes soluções 
em planta baixa e corte que permitem melhor utilização da ventilação natural 
nos ambientes da edifi cação. A ventilação cruzada é uma estratégia particu-
larmente valiosa pois, além de remover o calor dos recintos, também promove 
uma melhor sensação térmica em climas quentes, uma vez que auxilia na 
evaporação das pessoas, conforme apontam Brown e Dekay (2004).
11Orientação solar das edificações
Figura 10. Estratégias de organização dos espaços que favorecem tanto a ventilação 
cruzada quanto a ventilação por efeito chaminé.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 170).
Conjunto habitacional em blocos com jardins
Nem sempre os terrenos apresentam uma condição que permita a melhor 
orientação solar da edifi cação. A Figura 11 traz o exemplo do conjunto habi-
tacional Brunnerstrasse-Empergasse, dos arquitetos Reinberg-Trebersperg-
-Raith, em Viena, na Áustria, que foi concebido em doze barras de blocos com 
três pavimentos voltados para o sul (a maior incidência solar no Hemisfério 
Norte, ao contrário do Hemisfério Sul). As unidades voltadas para o sul 
garantem o aquecimento térmico necessário por meio da insolação direta 
nas fachadas e da criação de jardins de inverno, conforme apontam Brown 
e Dekay (2004).
Orientação solar das edificações12
Figura 11. Conjunto habitacional Brunnerstrasse-Empergasse, corte norte-sul típico. 
Fonte: Browne Dekay (2004, p. 177).
No link a seguir, leia um estudo de caso de um edifí cio de escritó rios em Brasí lia cujo 
projeto levou em consideração a análise bioclimática da cidade.
https://goo.gl/kMHchn
13Orientação solar das edificações
BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sol, vento & luz: estratégias para o projeto de arquitetura. 2. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 8. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. 
Brasília: PROCEL Edífica, 2014. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/docu-
ments/10584/1985241/Livro%20-%20Efici%C3%AAncia%20Energ%C3%A9tica%20
na%20Arquitetura.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2018.
MASCARÓ, L. R. Energia na edificação. 2. ed. São Paulo: Projeto, 1991.
ROAF, S.; CRICHTON, D.; NICOL, F. A adaptação de edificações e cidades às mudanças climá-
ticas: um guia de sobrevivência para o século XXI. 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
Orientação solar das edificações14
Dica do professor
A proteção solar nas edificações, assim como a orientação solar bem-disposta, possibilita que os 
espaços sejam dimensionados com conforto térmico e lumínico de forma natural. Os Brises são 
elementos compositivos de fachadas, utilizados como barreiras de proteção contra a radiação que 
poderia incidir diretamente nas janelas, varandas ou paredes.
Assista ao vídeo desta Dica do Professor e conheça mais sobre os Brises.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/035fb09ad570eda697e23c41f90cb5dd
Na prática
João da Gama Filgueiras Lima, também conhecido como Lelé, foi um arquiteto brasileiro conhecido 
pelos projetos desenvolvidos junto à Rede Sarah de hospitais.
O hospital da Rede Sarah do Rio de Janeiro, projetado pelo arquiteto, é um exemplo de arquitetura 
adequada ao clima, à orientação solar e às condições de conforto necessárias do local.
Conheça um pouco mais sobre esse projeto.
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/8e0147ab-74f0-44d6-b63d-fca32e1544dd/d4f010de-1eea-44ad-a2fb-ee1fdacd5662.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Galeria da arquitetura
O vídeo apresenta uma entrevista com Siegbert Zanettini, falando sobre a ampliação do Centro de 
Pesquisa da Petrobras que se destacou como símbolo da arquitetura ecossistêmica e sustentável no 
Brasil.
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A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação 
natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah 
de Salvador e do Rio de Janeiro
O artigo apresenta as principais estratégias de conforto térmico e ventilação natural, utilizadas nos 
projetos arquitetônicos do arquiteto João Figueiras Lima.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Projeteee - Projetando edificações energeticamente eficientes
O Projeteee é a primeira plataforma nacional que agrupa soluções para um projeto de edifício 
eficiente, com intuito de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo PROCEL/Eletrobrás e a 
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. O Projeteee é uma ferramenta pública com uma 
interface de fácil uso e serve como suporte didático a alunos e profissionais da construção civil 
visando a auxiliar seus projetos a fim de garantir o conforto dos usuários no interior das 
edificações.
https://www.youtube.com/embed/2hI6DuzsUNU
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/tde-25042011-100330/es.php
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Sol, vento e luz - Estratégias para o projeto de arquitetura
Neste livro são demonstrados diversos exemplos e soluções que comprovam o quanto as decisões 
de projeto afetam o desempenho térmico e o conforto das edificações.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
http://www.mme.gov.br/projeteee
Trocas térmicas entre o meio e as 
edificações
Apresentação
A saúde do ser humano depende de muitas variáveis e condições que interferem direta ou 
indiretamente no seu cotidiano. O conforto térmico do ambiente em que se vive ou trabalha 
interfere profundamente na saúde física, mental e social, afetando o bem-estar do indivíduo. As 
trocas térmicas condicionam os ambientes de maneira favorável ou desfavorável, sendo necessário 
conhecer os mecanismos relacionados ao calor, por meio de escolhas de materiais corretos, uso de 
boas técnicas construtivas e boas práticas nas especificações.
É necessário entender a conservação, a troca e a dispersão do calor para adequação das edificações 
de forma a garantir a vida humana mais confortável nos ambientes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais formas de troca térmica e ventilação e 
quais recursos podem ser usados para a melhoria do conforto térmico nas edificações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os conceitos de irradiação solar direta, difusa e total.•
Reconhecer a importância dos movimentos do ar ou da ventilação.•
Sugerir estratégias de proteção solar.•
Infográfico
Saber usar a orientação solar em favor de um bom projeto faz a diferença na vida e no cotidiano 
dos usuários da edificação. Barreiras solares de proteção são importantes para sanar problemas 
com a falta de conforto térmico, mas, para se construir uma edificação eficiente, há soluções 
baratas e corretas na fase do projeto.
A irradiação solar pode ser aproveitada ou evitada com o uso correto da localização dos cômodos 
da edificação.
Neste Infografico, você verá como usar a orientação solar para escolher a localização dos cômodos 
de maneira a amenizar o desconforto.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f27b9781-8286-4b5d-b8ea-d7def9a102d7/f8dd1e23-b748-4691-a442-c1d563b70149.png
Conteúdo do livro
Para projetar edificações mais eficientes, o apoio dos conhecimentos, das normas técnicas e das 
experiências já vivenciadas são de grande importância. As proteções solares, as ventilações naturais 
e outros elementos que possibilitam as trocas térmicas poderão ser usados se houver 
conhecimento de como aproveitar cada recurso de maneira correta.
No capítulo Trocas térmicas entre o meio e as edificações, da obra Conforto ambiental: iluminação 
natural, você terá informações importantes para auxiliar no processo de escolha da melhor solução 
arquitetônica, considerando as proposições descritas.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Laura Jane Lopes Barbosa
Trocas térmicas entre 
o meio e as edificações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar os conceitos de irradiação solar direta, difusa e total.
 � Reconhecer a importância dos movimentos do ar/ventilação.
 � Sugerir estratégias de proteção solar.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar de que modo o ambiente interfere na 
arquitetura e a arquitetura pode interferir nesse ambiente, considerando 
a situação térmica e as trocas entre eles. Entender o conceito de troca 
térmica é primordial para o bom exercício projetual e, consequentemente, 
para que a edificação seja eficiente termicamente. 
As consequências de uma edificação planejada desconsiderando 
os estudos das trocas térmicas com o meio onde será edificada são 
graves e, muitas vezes, exigem recursos altos para a devida correção. 
Entender como essas trocas térmicas funcionam, diferenciando as formas 
de irradiação, reconhecendo a importância das ventilações e usando 
estrategicamente osrecursos de proteção solar, fará a diferença em um 
projeto e sua construção. 
De acordo com Mascaró e Mascaró (1992), os elementos deter-
minantes do desempenho térmico são as paredes e a cobertura, 
o que faz um bom projeto de arquitetura depender, em grande parte, 
das boas escolhas dos materiais desses envolventes, combinadas com 
a zona climática local. 
1 Irradiação solar direta, difusa e total
A irradiação solar ou radiação solar é o fluxo de energia emitida pelo Sol e 
transmitida como radiação eletromagnética, que afeta diretamente o clima da 
Terra (RODRÍGUEZ GÓMEZ et al., 2018). É emitida em diferentes camadas 
da atmosfera e se propaga a uma velocidade de 300.000 km/s, influenciando 
nos processos físicos e biológicos do planeta e interferindo em toda a vida 
humana. Com aspectos ondulatórios e corpusculares, sua relevância é de tal 
porte que o planeta, verdadeiramente, não existiria sem a interferência da 
irradiação solar — e é essa irradiação que o diferencia de outros planetas 
conhecidos atualmente. 
O Sol é, seguramente, a fonte de energia mais importante da Terra. Sendo 
fonte de calor ou de luz, sua relevância no conforto térmico das edificações 
é irrefutável. Da luz do Sol se pode tirar partido para qualquer projeto arqui-
tetônico, principalmente, no que tange ao conforto térmico e à economia de 
energia, gerando uma edificação de excelente desempenho. 
A radiação solar é o elemento climático que tem o comportamento mais 
conhecido, sendo simples a detecção dos índices que a determinam. Mar-
cando a altura e o azimute em uma carta solar, você saberá onde estará o 
Sol em determinada data no ano. A carta solar de São Paulo, por exemplo, 
mostra como se pode usar as cartas solares para controlar a incidência do Sol 
nas edificações. O movimento de rotação da Terra é de 23° em relação ao 
de translação. Conforme a época do ano e a latitude do local, o Sol faz um 
percurso específico.
Azimute, em árabe, significa caminho, e refere-se ao ângulo encontrado em um plano 
horizontal entre o plano vertical do ponto observado e o meridiano do observador.
O desempenho térmico de uma edificação pode ser mais bem compreendido 
se baseado nas trocas térmicas (FROTA; SCHIFFER, 2007), e a irradiação 
solar é fundamentalmente um fenômeno de interferência.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações2
Essa produção de energia contínua, quando irradiada sem interferência de 
espelhamento pela atmosfera, incidindo em linha reta sobre a Terra, é chamada 
de irradiação direta ou radiação direta (Rd). A intensidade dessa radiação 
depende da altura solar (H) e do ângulo de incidência dos raios solares no 
plano receptor (Q). Esse tipo de radiação influencia fortemente no conforto 
térmico das edificações, sendo a principal fonte de calor desse processo, e é 
também a de maior incidência de luz.
Já a radiação solar difusa (RDif) é a fração da radiação que atravessa a 
atmosfera e tem a direção dos raios solares difundidos por componentes at-
mosféricos como névoa, nuvens ou mesmo partículas em suspensão e fumaça.
A radiação solar global ou total é igual à soma da radiação direta com a 
difusa, englobando todos os aspectos e formas de radiação possíveis.
A radiação solar tem aumentado a cada dia, causando sérios danos à saúde das pessoas. 
O aquecimento solar e as superfícies das cidades aumentam, significativamente, os 
riscos à saúde dos usuários. As construções e mesmo o urbanismo têm se estabelecido 
de maneira a proteger as pessoas desse problema. 
2 A importância dos movimentos do ar 
e da ventilação
Os estudos de conforto térmico são de extrema importância para a compreensão 
das condições de satisfação pessoal, produtividade e saúde, e também para 
análise do desempenho energético, auxiliando na conservação dos recursos 
de energia (NICOL; HUMPHREYS; ROAF, 2012). É evidente que possibilitar 
a ventilação natural é a forma mais saudável de se projetar uma edificação 
eficiente em seu desempenho. Os modelos praticados a cada processo de 
melhoria das soluções arquitetônicas são implantados com muita eficiência 
nas edificações, possibilitando um conforto térmico incontestável
3Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Desde a renovação do ar, passando pelo resfriamento psicofisiológico até 
o resfriamento convectivo, a ventilação natural exerce seu papel principal, 
o de gerar qualidade de vida aos usuários. A diferença de pressão, que pode ser 
causada pelo vento ou pela temperatura, é a base para mover o ar e aproveitá-lo 
da melhor forma possível em sistemas passivos de ventilação, aqueles que não 
dependem de energia ou outro recurso específico de ventilação mecânica.
Segundo Cândido et al. (2010), no Brasil, desfrutamos de um clima variado, 
porém grande parte do território brasileiro tem um clima quente e úmido. 
Nesse caso, a ventilação natural é uma forma eficiente de promover conforto 
térmico e redução do consumo de energia. 
Os dois tipos de ventilação passiva existentes são a ventilação cruzada 
e a ventilação de efeito chaminé, que utilizam a pressão do ar negativa ou 
positiva para ventilar confortavelmente. Para que haja uma boa ventilação 
natural, é necessário posicionar as aberturas em zonas de pressão opostas, 
que removem o calor por acelerarem as trocas por convecção e aumentarem 
os níveis de evaporação.
As barreiras arquitetônicas devem ser consideradas no momento de se 
projetar uma edificação com o aproveitamento da ventilação natural, assim 
como as condições do vento e do clima local. A ventilação natural também 
diminui custos, muitas vezes na construção da edificação, mas, principalmente, 
na manutenção desta, gerando economia e sustentabilidade, bem como saúde 
e bem-estar dos usuários.
Na Figura 1, você verá a ventilação com exaustores eólicos, um exemplo de 
ventilação que pode ser considerada natural por não utilizar energia para seu 
funcionamento. Ela utiliza a pressão do ar para girar os exaustores e retirar 
o ar quente do local.
A taxa na qual o ar flui através de um ambiente, retirando o calor, é a 
função da área de entrada e saída de ar, da velocidade do vento e da direção 
do vento em relação às aberturas. Entretanto, as ventilações naturais não são 
eficientes para amenizar o calor em climas muito úmidos, pois não retiram 
a umidade do ar.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações4
Figura 1. Ventilação com exaustores eólicos.
Fonte: Dpongvit/Shutterstock.com.
Muitos arquitetos brasileiros e estrangeiros exercem suas funções de projetar de maneira 
eficiente energeticamente com excelência. Um bom exemplo é o arquiteto britânico 
Norman Foster. Em uma de suas obras, o domo do edifício do Reichstag (Figura 2), que 
abriga o parlamento alemão em Berlim, Foster utilizou uma cobertura para promover 
ventilação e iluminação naturais através de uma espécie de cone invertido, localizado 
no centro da edificação. O ar entra pela fachada principal e é distribuído pelo interior 
do edifício, fazendo uso do efeito chaminé para eliminar o ar quente da construção.
5Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Figura 2. Edifício do Reichstag, Berlim, Alemanha.
Fonte: Lepores (2016, documento on-line).
Segundo Ching (2013), as janelas e vãos de iluminação podem e devem 
ser projetados para criar um ambiente agradável, porém, se nesses vãos a 
incidência de iluminação for muito alta, o calor irá afetar a construção. Para 
contornar isso é necessário projetar criteriosa e cuidadosamente elementos 
de proteção solar.
3 Estratégias de proteção solar nas edificações
Existem muitos recursos de proteção solar física que criam barreiras arqui-
tetônicas, interrompendo ou desviando a irradiação do Sol na edificação. 
A cada dia crescem as opções, com materiais mais atuais surgindo no mercado, 
e ideias novas vão sendo implementadas, gerando novos recursos.
Basicamente, os elementos de proteção solar das edificações são externos e 
podem estar instalados verticalmente ou horizontalmente, ou das duas formas 
ao mesmo tempo.Os projetos arquitetônicos para a criação de barreiras solares 
ou proteção solar devem ser pensados com muito critério, principalmente se 
Trocas térmicas entre o meio e as edificações6
a escolha do tipo de proteção for fixa e não móvel, que pode ser mexida com 
mais facilidade em algum erro de projeto e cálculo.
Quando mal dimensionados, esses elementos de proteção solar podem 
escurecer a edificação internamente e neutralizar outro conceito básico de 
conforto e economia de recursos energéticos, a iluminação natural. Frota 
(2004) defende que a proteção bem dimensionada permite a entrada de luz 
natural no ambiente e, em paralelo, o aproveitamento da luz refletida por seus 
elementos de sombreamento.
Os materiais utilizados nas proteções solares devem ter por característica 
a baixa capacidade térmica, para que haja um rápido resfriamento após a 
diminuição da incidência do Sol. Algumas barreiras arquitetônicas de proteção 
solar podem classificadas conforme descritas a seguir.
O sombreamento por meio de vegetação é, além de agradável aos olhos, 
o tipo de proteção que pode evitar erros estéticos nas edificações. Deve ser 
planejado com cuidado, pois, além de ser uma barreira física, é uma barreira 
viva e, se não for bem escolhida e bem localizada, pode interferir negati-
vamente em uma construção com o seu crescimento. A sombra gerada por 
uma árvore ou arbusto, ou mesmo em jardins verticais, é muito agradável e 
de muita eficiência, só necessita de manutenção e cuidados mais frequentes. 
Soluções paisagísticas fazem grande diferença no conforto térmico das edificações. 
O paisagismo é uma forma viva e eficaz de tornar as edificações confortáveis e huma-
nizadas. Além de gerar conforto térmico, se bem utilizado, gera um conforto visual 
agradável a quem utiliza a edificação.
As aplicações do cobogó, ou elemento vazado, para as trocas térmicas das 
edificações com o meio são eficientes e ainda têm a vantagem de trazerem 
iluminação ao ambiente interno. O cobogó foi criado e é largamente utilizado 
na região Norte e Nordeste do Brasil. Conforme afirma Bittencourt (1995), ele 
é um bom exemplo de sistema de misto em escala reduzida. Também funciona 
como barreira fixa, devendo ser utilizado com um bom estudo de projeto.
7Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Os cobogós são elementos vazados inspirados nos muxarabis árabes — veja um 
exemplo na Figura 3. Foram criados no Recife e difundidos por arquitetos como Lucio 
Costa, que se aproveitavam do recurso da iluminação e ventilação naturais em um 
país tropical como o Brasil. 
Figura 3. Muxarabis em Abu-Dhabi, Emirados Árabes.
Fonte: Anna Ostanina/Shutterstock.com.
As pérgulas ou brises horizontais, ou mesmo pergolados, são excelentes 
barreiras de proteção se usadas corretamente — por exemplo, em fachadas 
Norte e Sul, nas quais a incidência do Sol é menor, principalmente em horários 
em que o Sol está mais alto. Esses elementos podem ser fixos ou móveis e não 
impedem a ventilação local. Além das pérgulas, outros elementos horizontais 
de proteção solar são os toldos e os beirais das edificações. Conforme relata 
Leite (2003), o pergolado se torna mais eficiente em algumas estações do ano 
e em algumas horas do dia, não todo o tempo.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações8
Já os brises verticais são eficientes barreiras para fachadas Leste ou Oeste, 
quando o Sol está mais baixo. Precisam ser localizadas corretamente após 
estudo da geometria solar, como as outras barreiras. Podem também ser fixos 
ou móveis, inclusive articulados, funcionando como persianas ou venezianas. 
Veja um exemplo de brises verticais na Figura 4.
Figura 4. Brises verticais em edifício na cidade de Abu-Dhabi, Emirados Árabes.
Fonte: Aecom (2020, documento on-line).
As prateleiras de luz são elementos de grande eficiência, pois permitem 
o sombreamento, evitando a radiação direta nas janelas, porém refletem parte 
da iluminação para dentro do ambiente. É um elemento arquitetônico colocado 
na parte superior da janela, com parte de sua superfície para fora e outra para 
dentro, como ilustra a Figura 5. Também pode ser feito em duas partes, sendo 
uma superior à janela e outra inferior, fazendo o mesmo efeito de iluminação 
por irradiação da luz indireta. Devem ser estudadas e calculadas conforme 
a orientação do Sol no local. Brown e Dekay (2007) mencionam que uma 
janela inteira, se comparada com uma de mesmo tamanho e altura dividida 
em porções superior e inferior por uma prateleira de luz horizontal, tem pior 
desempenho — ou seja, a janela com prateleira de luz apresenta desempenho 
muito melhor.
9Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Figura 5. Prateleiras de luz. Irland Revenue Offices, Nottingham, Inglaterra. Projeto de 
Michael Hopking & Partners. 
Fonte: Brown e Dekay (2007, p. 279).
A tecnologia na fabricação de vidros está possibilitando o uso dos brises de 
vidro em diversas atuações, inclusive para barreiras de proteção solar. Com 
sua estrutura de composição, os novos vidros têm trabalhado na filtragem 
dos raios infravermelhos. É uma tecnologia ainda pouco acessível e que exige 
muitos cuidados para a utilização.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações10
Além de elementos externos que influenciam no sombreamento diretamente, 
os elementos internos também podem ser considerados barreiras de proteção 
solares. As cortinas e persianas são protetores um pouco menos eficientes, 
porque permitem que a radiação ultrapasse o fechamento externo e só pro-
tegem depois que o calor penetrou na área interna do ambiente, porém ainda 
são válidas para este fim, se usadas corretamente. Segundo Koenigsberger 
et al. (1980), em janelas de vidro com venezianas internas, a redução do fator 
de ganho solar é de 17%.
Seja em elementos fixos ou não, naturais ou construídos, as trocas térmicas 
entre o ambiente externo e interno das edificações devem ser aproveitadas ou 
corrigidas, usando-se o conhecimento técnico para gerar conforto ao usuário. 
A busca pelo conforto térmico dentro das edificações estabelece o termômetro 
para a busca por experiências que proporcionem melhores resultados a cada dia 
nas construções e reformas, de modo a adaptar as demandas do ser humano. 
De acordo com Roriz (2008), são estreitos os limites de condições ambientais 
em que o homem se sente confortável; sem esses limites, mesmo que sobre-
viva, estará em extrema condição de desconforto. Por essa e outras razões, 
os estudos sobre o comportamento térmico das edificações têm se tornado 
cada vez mais importantes e aprofundados, e os projetos arquitetônicos têm 
necessidades cada vez mais latentes de dedicação e conhecimento técnico.
AECOM. Siemens. [S. l.], 2020. Disponível em: https://aecom.com/ae/projects/siemens/. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
BITTENCOURT, L. Efeito da forma dos elementos vazados na resistência oferecida à pas-
sagem da ventilação natural. In: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE 
CONSTRUÍDO, 3., 1995, Gramado. Anais eletrônicos... Disponível em: http://www.infohab.
org.br/acervos/buscaautor/codigoAutor/3979. Acesso em: 26 mar. 2020.
BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Porto 
Alegre: Bookman, 2004.
CÂNDIDO, C. et al. Aplicabilidade dos limites de velocidade do ar para efeito de con-
forto térmico em climas quentes e úmidos. Ambiente Construído, v. 10, n. 4, p. 59–68, 
2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ac/v10n4/a05v10n4.pdf. Acesso em: 
26 mar. 2020.
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
11Trocas térmicas entre o meio e as edificações
FROTA, A. B. Geometria da insolação. São Paulo: Geros, 2004.
FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 5. ed. São Paulo: Studio Nobel, 
2009.
KOENIGSBERGER, O. H. et al. Manual of tropical housing and building. 4. ed. Nova York: 
Addison-Wesley Longman, 1980.
LEITE, J. S. de V. Análises de elementos arquitetônicos de proteção solar em edificações 
institucionaisna cidade de Natal/RN: diretrizes projetuais. 2003. 80 f. Dissertação (Mes-
trado em Arquitetura e Urbanismo)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
Natal, 2003. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/12427. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
LEPORES, D. German Parliament (Reichstag) Visit: insider tips. [S. l.], 2016. Disponível em: 
https://awesomeberlin.net/attractions/german-parliament-reichstag-visit. Acesso 
em: 26 mar. 2020.
MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L. (org.). Incidência das variáveis projetivas e de construção no 
consumo energético dos edifícios. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1992.
NICOL, F.; HUMPHREYS, M.; ROAF, S. Adaptive thermal comfort: principles and practice. 
Inglaterra: Routledge, 2012.
RODRÍGUEZ GÓMEZ, J. M. et al. A irradiância solar: conceitos básicos. Revista Brasileira 
de Ensino de Física, v. 40, n. 3, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbef/
v40n3/1806-9126-RBEF-40-3-e3312.pdf. Acesso em: 26 mar. 2020.
RORIZ, M. Conforto e desempenho térmico de edificações. São Carlos: Universidade Federal 
de São Carlos, 2008.
Leituras recomendadas
CHING, D. K. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
CONHECIMENTO básico sobre o recurso solar. São Paulo, 2016. Disponível em: http://
recursosolar.geodesign.com.br/Pages/Sol_Rad_Basic_RS.html. Acesso em: 26 mar. 2020.
ECOEFICIENTES. Carta solar: saiba como encontrar o ângulo de incidência solar em 
sua região! [S. l.], 2016. Disponível em: http://www.ecoeficientes.com.br/carta-solar-
-saiba-como-encontrar-o-angulo-de-incidencia-solar-em-sua-regiao/. Acesso em: 
26 mar. 2020.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES. Sombreamento. São Paulo, 2019. Disponí-
vel em: https://guiaenergiaedificacoes.com.br/estrategias-passivas/sombreamento/. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
MÄHLMANN, F. G. et al. Conforto ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018.
OLIVEIRA, A. S. de. Fundamentos de meteorologia e climatologia. Bahia: UFRB, [201-?].
Trocas térmicas entre o meio e as edificações12
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PROJETEEE. Ventilação natural. Florianópolis, 2020. Disponível em: http://projeteee.
mma.gov.br/estrategia/ventilacao-natural/. Acesso em: 26 mar. 2020.
SHAYEB, G. Tipos de irradiação. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.gshengenharia.
com.br/post/tipos-de-irradia%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 26 mar. 2020.
13Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Dica do professor
As intervenções arquitetônicas são, muitas vezes, recursos imprescindíveis para o melhor 
desempenho da edificação. O aproveitamento do sol, dos ventos e do clima é fundamental para 
que as trocas térmicas sejam benéficas aos usuários.
Nesta Dica do Professor, você verá a importância de conhecer os recursos existentes e exercitar o 
processo criativo com conhecimeno para obter melhores resultados em projetos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a53e89db0f82f235b9f2d84ffc1be589
Na prática
Para gerar conforto térmico, nem sempre as soluções mais complexas são as mais eficientes. O uso 
correto das correntes de ar, da pressão atmosférica e dos ventos dominantes representa uma 
condição que favorece uma solução eficiente.
Acompanhe, em Na Prática, a história de uma família que se beneficiou do conhecimento básico do 
filho e do apoio de um profissional para solucionar de maneira eficiente o desconforto de sua 
moradia.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ff607dbb-2630-4eb3-99e1-faceb35da525/9df8a56d-6fbe-431c-91f0-ffcdd4e621d0.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Subcobertura diminui as trocas térmicas entre ambiente interno 
e externo
Neste link, você verá a subcobertura, um produto criado para facilitar e melhorar o desempenho 
das edificações nas trocas térmicas com o meio, gerando mais conforto térmico nas construções.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Ventilação natural, proteção solar e as melhores práticas 
projetuais para combater o calor
Neste link, você acessará uma entrevista com um dos maiores especialistas em conforto térmico, 
Richard Dear, que fala sobre as soluções para um bom desempenho térmico e dá dicas construtivas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Como a temperatura afeta as construções?
O aumento da temperatura terrestre tem afetado o planeta em todas as suas áreas. Conheça, por 
meio deste site, o comportamento de materiais e soluções arquitetônicas para entender como o 
calor afeta as construções de maneira incessante e como pode ser solucionado com as boas 
práticas projetuais.
https://correiobraziliense.lugarcerto.com.br/app/noticia/show-room/2013/07/18/interna_showroom,47094/subcobertura-diminui-as-trocas-termicas-entre-ambiente-interno-e-externo.shtml?v=757647216
https://www.caurj.gov.br/ventilacao-natural-protecao-solar-e-as-melhores-praticas-projetuais-para-combater-o-calor/?v=1242912666
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://blog.montage.com.br/index.php/2018/10/05/como-a-temperatura-afeta-as-construcoes/?v=1452598557
Uso de ventilação natural e 
climatização artificial em edifícios
Apresentação
A sensação de conforto nos ambientes internos de uma edificação depende de diversos fatores. 
Ainda que cada usuário perceba e sinta o espaço de uma forma diferente, alguns parâmetros de 
conforto são de senso comum. Questões como ventilação adequada e condicionamento do ar, com 
temperaturas nem muito elevadas, nem muito baixas, devem ser consideradas com muito cuidado 
nos projetos de arquitetura.
A discussão acerca do conforto térmico e da climatização não se limita ao conforto dos usuários. 
Há fatores mais complexos envolvidos, como o impacto que as estratégias utilizadas na construção 
civil têm nos recursos naturais não renováveis. Por esse motivo, deve haver um balanço entre o uso 
de estratégias de climatização natural e de climatização complementar.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você identificará estratégias passivas de condicionamento, que 
podem ser facilmente propostas nos projetos de arquitetura. Serão apresentadas opções de 
complementação aos sistemas passivos e, por último, comparados os usos isolados e combinados 
das estratégias apresentadas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Determinar estratégias passivas de condicionamento.•
Definir estratégias de complementação aos sistemas passivos.•
Comparar o uso isolado e combinado das estratégias de condicionamento ambiental.•
Infográfico
É sabido que os sistemas de ventilação passiva são a maneira mais sustentável de promover a 
climatização de ambientes internos. Entretanto, nem sempre são suficientes, sendo necessário 
recorrer aos sistemas de climatização artificial. Atualmente, o mais comum é o ar condicionado, que 
apresenta grandes vantagens de conforto, mas ainda está longe de oferecer eficiência energética e 
sustentabilidade.
Conheça neste Infográfico os principais tipos de aparelhos de ar condicionado e seus métodos de 
instalação.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/73b876a5-f21f-43ba-bfa8-e1854c81e7c0/10abd5ed-9eed-439d-a3b6-8574db5f1160.jpgConteúdo do livro
É impossível não relacionar a eficiência energética das edificações à interpretação das condições 
climáticas do local e a implantação de estratégias que promovam habitabilidade aos espaços de 
forma natural. Para poder projetar tais estratégias, é necessário que também se compreenda os 
parâmetros de conforto ambiental, que frequentemente são ligados à temperatura e ventilação dos 
ambientes.
O capítulo Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios, da obra Conforto 
ambiental: ventilação e acústica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, tem por objetivo 
estudar as estratégias de condicionamento ambiental passivas em comparação aos sistemas 
mecanizados. Ao final do conteúdo, você compreenderá também como algumas estratégias podem 
ser usadas em conjunto, sem prejudicar a eficiência do edifício.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
VENTILAÇÃO E 
ACÚSTICA
Gabriel Lima Giambastiani
Uso de ventilação 
natural e climatização 
artificial em edifícios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Determinar estratégias passivas de condicionamento.
 Definir estratégias de complementação aos sistemas passivos.
 Comparar o uso isolado e combinado das estratégias de condicio-
namento ambiental.
Introdução
Na elaboração de um projeto de climatização de um edifício, deve-se levar 
em consideração as trocas de calor que ocorrem no interior da edificação 
e entre ela e seu entorno, além do próprio clima da região. O objetivo de 
um projeto de conforto térmico é proporcionar um ambiente agradável 
para os usuários. Pode-se dizer que o projetista é bem-sucedido quando 
as pessoas sequer percebem a climatização do ambiente, uma vez que 
em um ambiente agradável não sentimos sensações desconfortáveis 
como calor ou frio excessivos.
Além do conforto, essa discussão envolve uma preocupação legí-
tima relativa ao uso de recursos energéticos na construção civil. Nesse 
contexto, estratégias de climatização que proporcionem conforto com 
menor uso de recursos não renováveis devem ser priorizadas. 
Neste capítulo, você vai conhecer algumas estratégias de ventilação 
passiva e como, em alguns casos, elas devem ser complementadas com 
outras soluções. Além disso, vai descobrir a vantagem do uso de sistemas 
integrados para a climatização de edifícios.
1 Estratégias de ventilação passiva
A percepção do conforto térmico é o resultado da combinação de caracterís-
ticas do ambiente físico (movimento e umidade relativa do ar, temperatura), 
da atividade e do tipo de vestimenta do usuário (BUXTON, 2017). Imagine 
a seguinte situação: em um dia frio, uma pessoa usando roupas de inverno 
(casaco, bota, touca, etc.) passa por um ciclista de camiseta e bermuda curta. 
É certo que as condições ambientais são as mesmas para os dois, mas suas 
atividades são diferentes; logo, ambos ajustaram seus trajes para aumentarem 
o conforto. A primeira informação que devemos assimilar é que conforto é 
uma percepção subjetiva e, portanto, varia de pessoa para pessoa.
Se é assim, faz sentido falarmos de estratégias gerais de climatização? 
Acontece que nem sempre as pessoas podem ajustar seus trajes ou escolher 
suas atividades. Imagine um edifício de escritórios; nele as pessoas estarão 
vestidas e desempenhando atividades relativamente parecidas. Além disso, um 
edifício é um ambiente artificial por definição; logo, o ambiente dentro dele 
também o será. Portanto, é preciso garantir que essas condições garantam o 
conforto da maioria dos usuários.
A ventilação é o processo de fornecimento e renovação do ar por meios 
naturais ou mecânicos (BUXTON, 2017). A ventilação natural, também co-
nhecida como ventilação passiva, ocorre quando esse processo acontece me-
diante aberturas intencionalmente criadas, sem a ajuda de métodos mecânicos, 
como o ar-condicionado, por exemplo. A principal vantagem da ventilação 
natural em relação à mecânica é que tira proveito de recursos renováveis e das 
características naturais do sítio no qual a edificação está inserida. A seguir, 
vamos examinar algumas estratégias de projetos que podem ser utilizadas 
para ventilar naturalmente as edificações.
Ventilação cruzada
O ar se move através de um gradiente de pressão. A barlavento, o lado que 
recebe o vento, ocorre uma pressão positiva; a sotavento, o lado contrário ao 
qual recebe o vento, há uma zona de pressão negativa (ROAF, 2014). O ar se 
desloca nesse sentido, a partir do ponto de pressão positiva, sendo succionado 
do ponto de pressão negativa. O projetista pode tirar proveito desse fato criando 
aberturas para provocar tais movimentações. A ventilação cruzada acontece 
quando se constroem aberturas nos lados de pressão positiva e de pressão 
negativa, conforme você pode observar na Figura 1.
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios2
Figura 1. Ventilação cruzada: aberturas no lado de pressão e de sucção do vento.
Fonte: Roaf (2014, p. 131).
Perceba que há uma abertura à esquerda. O vento, representado pelas 
setas, penetra o edifício por essa abertura, circula pelo interior do ambiente 
e deixa o edifício por uma outra abertura do lado oposto ao da primeira. 
Chamamos de ventilação cruzada em função do movimento que o ar faz ao 
cruzar o recinto. Imagine que você está sentado no banco de uma praça e 
sente uma brisa passar pelo seu rosto: é esse o tipo de sensação que buscamos 
quando planejamos uma ventilação cruzada, a sensação agradável de sentir 
o ar passando pelo ambiente. 
Perceba que esse efeito nem sempre é desejado, sendo preferível em locais 
bastante quentes, onde, além dos efeitos benéficos da circulação e renovação 
do ar, seu uso pode potencializar uma sensação térmica mais agradável.
A ventilação cruzada mais eficaz ocorre quando as entradas de ar são localizadas na 
área de alta pressão e as saídas nas zonas de sucção (BROWN, 2007); logo, é necessário 
conhecer a orientação dos ventos predominantes para localizar as aberturas de maneira 
adequada.
Ventilação por efeito chaminé
Ocorre o efeito chaminé quando há uma diferença entre a temperatura do ar 
no interior da edifi cação e a do exterior (BUXTON, 2017). Se a temperatura 
do ar no interior for mais elevada, ele será menos denso e mais leve que o ar 
3Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
externo; portanto, vai subir e deixar a edifi cação por aberturas localizadas em 
pontos mais altos. Ao mesmo tempo, esse ar será substituído pelo ar externo 
que entrará por pontos mais baixos. Observe a Figura 2.
Figura 2. Ventilação por efeito chaminé.
Fonte: Brown (2007, p. 208).
Observe, nos cortes, que o ar penetra a edificação por pontos mais baixos 
e, à medida que é aquecido no interior da edificação, sobe e a deixa através 
de aberturas localizadas em pontos mais altos. Esse movimento de circu-
lação vertical do ar lembra a dinâmica de uma chaminé, que dá nome ao 
efeito. Segundo Brown (2007), essa estratégia é útil para locais onde o vento 
é fraco demais ou em períodos em que é menos intenso, como à noite, uma 
vez que não necessita de ventos para que o ar se mova, pois a movimentação 
se dá pela diferença de temperatura entre o ar externo e o ar interno. Além 
da independência em relação à presença de ventos, esse efeito independe da 
orientação do edifício.
Segundo Buxton (2017, p. 151), “[...] o efeito chaminé aumenta com a di-
ferença de temperatura entre o interior e o exterior da edificação, bem como 
com a elevação da altura entre as aberturas mais altas e as mais baixas”. Se 
traçarmos um corte no edifício, existirá um ponto chamado de plano neutro; 
nele, a pressão interna será a mesma que a pressão externa (na ausência de 
vento). Na zona acima do plano neutro, haverá pressão positiva, expulsando o 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios4
ar para fora; abaixo, haverá uma zona de pressão negativa, succionando o ar 
externo para o interior do edifício. Observe, na Figura3, uma representação 
esquemática dessas diferentes zonas de pressão.
Figura 3. Corte esquemático representando o gradiente 
de pressão que ocorre na ventilação por efeito chaminé.
Fonte: Buxton (2017, p. 151).
Pátios internos
A organização dos espaços internos de uma edifi cação ao redor de pátios é uma 
estratégia antiga e remonta, pelo menos, até os romanos. A princípio, essa organiza-
ção resolvia um problema compositivo, a distribuição periférica do programa com 
um espaço aberto centralizador, com consequências positivas no que diz respeito 
à habitabilidade das construções. Segundo Brown (2007, p. 230), os principais 
fatores a infl uenciar a ventilação em um pátio interno são a proporção entre a altura 
da edifi cação e a largura do pátio em uma seção normal ao vento e a proporção 
na direção em que cruza o vento. Observe, na Figura 4, diferentes proporções de 
pátios internos e os consequentes efeitos no que diz respeito à ventilação.
5Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Figura 4. Dimensionamento de pátios internos considerando a orientação do edifício 
normal ao vento predominante.
Fonte: Brown (2007, p. 232).
Brown (2017, p. 231) oferece orientações gerais quanto ao dimensionamento 
de pátios internos e climas. Segundo o autor, para climas quentes, em que a 
ventilação é desejável, é preferível orientar o pátio à 45° em relação aos ventos 
predominantes, de maneira a otimizar tanto os ventos no pátio quanto a ven-
tilação cruzada nas edificações. Já nos climas mais frescos, pátios menores 
oferecerão maior proteção contra os ventos, mas devem ser suficientemente 
largos no sentido Norte–Sul para possibilitar a insolação durante os meses 
de inverno. 
Dependendo das dimensões do pátio, sua área ficará bastante exposta aos efeitos 
da iluminação solar direta, exigindo estudos de iluminação e eventuais elementos de 
sombreamento, como vegetação, galerias, coberturas móveis, etc.
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios6
Observe como se deve manipular preocupações nem sempre convergen-
tes. Programa de necessidades, ventilação, insolação: todos concorrem e 
influenciam a configuração final de um edifício. Não raro, o projetista deverá 
sopesar as necessidades e favorecer algum critério em detrimento de outro. 
Portanto, em alguns casos, será necessário complementar a ventilação passiva 
com outros métodos de ventilação, ponto que passamos a examinar a seguir.
2 Complementação de sistemas passivos
Se a ventilação natural (ou passiva) consiste na movimentação do ar pelo uso 
de fenômenos físicos, isto é, pela ação natural do ar, sua complementação 
é feita por meio de sistemas mecânicos, ou seja, aqueles que contam com 
algum meio artifi cial tanto para o insufl amento quanto para a exaustão do ar. 
À medida que aumenta o tamanho das edifi cações, é difícil que a totalidade 
da necessidade de iluminação e de ventilação seja suprida com estratégias 
passivas (BROWN, 2007). 
Imagine uma pequena residência: caso um dos moradores sinta calor, pode 
abrir uma das janelas, talvez até a janela e uma porta para estimular uma 
ventilação cruzada. Agora imagine um edifício residencial com centenas de 
unidades, muitas com orientações diferentes, ou um edifício de escritório 
onde centenas de pessoas trabalham em salas com janelas, não raro, fixas. 
Isso não significa, é claro, que sistemas mecânicos se destinem somente a 
edificações complexas; até mesmo construções mais simples, como uma 
residência, podem contar com sistemas complementares para quando as 
estratégias de ventilação passiva não são suficientes para garantir o conforto 
dos usuários. 
Algumas situações que demandam sistemas mecânicos de ventilação são 
as seguintes (BUXTON, 2017):
  espaços com planta baixa profunda e que não podem ser ventilados 
por meios naturais; 
  espaços com altos índices de ocupação ou elevados ganhos térmicos; 
  espaços com níveis elevados de poluição ou de umidade, como cozinhas 
e banheiros; 
  em ambientes onde a qualidade do ar é ruim, de forma que este necessita 
ser filtrado ou insuflado em grande quantidade.
7Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Cuide para não confundir climatização com ventilação. Ambos os conceitos estão 
inseridos dentro de um grupo de preocupações relacionadas ao conforto térmico 
(Figura 5). A ventilação diz respeito à circulação e à renovação do ar, enquanto a 
climatização diz respeito à calefação e ao resfriamento do ar. Ainda que um ambiente 
tenha uma temperatura adequada, a qualidade do ar pode ser ruim; e o contrário 
também pode ser verdadeiro: o ar pode ter boa qualidade, pois o ambiente é ventilado, 
mas a temperatura não ser adequada, causando desconforto.
Figura 5. Componentes do projeto de conforto térmico.
Fonte: Buxton (2017, p. 125).
A estratégia mais comum de climatização mecânica das edificações é o 
ar-condicionado. Segundo Roaf (2009), os primeiros edifícios que faziam 
uso de sistemas de ar condicionado foram propostos nos Estados Unidos e no 
Reino Unido na década de 1890, tornando-se comuns nos edifícios americanos 
a partir da década de 1930. O desenvolvimento dessa tecnologia estimulou o 
desenho de edifícios que utilizavam grandes extensões de vidro como material 
de fechamento das fachadas, como é o caso de muitas obras-primas da arquite-
tura moderna, como a Lever House (Figura 6), do escritório norte-americano 
Skidmore, Owings and Merrill (SOM). 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios8
Figura 6. Lever House, por Natalie de Blois e Gordon Bunshaft (SOM).
Fonte: Ezra Stoller/ArchDaily.com.
O projeto dos arquitetos Natalie de Blois e Gordon Bunshaft sintetiza os 
ideais da época: a tecnologia possibilitava um clima interno independente do 
ambiente externo. Hoje, estima-se que as edificações consumam 50% da energia 
gerada no mundo e que produzam mais da metade das emissões responsáveis 
por mudanças climáticas (ROAF, 2009). Nesse cenário, o ar-condicionado 
deixa de ser visto como uma panaceia para todos os problemas relativos à 
climatização e seu uso começa a ser repensado. 
Roaf (2009) recomenda algumas possíveis soluções para a questão do 
uso do ar-condicionado. Desde não o usar, dando preferência a outros mé-
todos de climatização, até propostas menos extremas, como limitar seu 
uso a períodos críticos do dia ou, até mesmo, do ano. Além disso, a autora 
recomenda a melhoria da eficiência dos aparelhos e que, se possível, façam 
uso de fontes de energias limpas e renováveis. Também é possível projetar 
edificações melhores do ponto de vista da eficiência energética, que tenham 
baixos ganhos térmicos. 
9Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Perceba que o mais importante nessa discussão é conscientizar projetistas e o público 
em geral de que há outras maneiras de climatizar um edifício e de que nem sempre 
é necessário recorrer a uma tecnologia que, embora seja muito cômoda, traz uma 
série de consequências negativas. O ar-condicionado tenta tratar os sintomas das 
mudanças climáticas, das quais ele é um dos principais causadores. Não é irônico?
No que diz respeito à ventilação, é possível que os sistemas de ventilação 
natural tenham que ser complementados com sistemas mecânicos. Dentro dessa 
categoria, teremos a exaustão e o insuflamento mecânicos. A exaustão pode ser 
empregada para a retirada de ar indesejado. Você já deve ter se deparado com 
um mecanismo de exaustão mecânica em banheiros (Figura 7), principalmente 
naqueles que não têm janelas.
Figura 7. Ventilação mecânica em banheiros.
Fonte: Only_NewPhoto/Shutterstock.com.
Por sua vez, os sistemas de insuflamento mecânico de ar são usados 
quando é preciso criar um fluxo positivo de ar. São utilizados, por exemplo, 
em residências, para manter um nível de ventilação mínimo e, desse modo, 
reduzir a condensação de umidade. Um aparelho de uso comum na ventilação 
dos espaços internos são os ventiladores, que transformama energia mecânica 
aplicada a seu eixo de rotação em aumento da pressão do ar; dependendo do 
sentido de rotação, podem remover ou injetar ar no ambiente. 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios10
Em edifícios de grande porte, os sistemas de ventilação mecânica geral-
mente contam com um equilíbrio entre técnicas de insulamento e exaustão 
do ar, permitindo controle das taxas de ventilação elevadas, aquecimento e 
esfriamento do ar que entra na edificação, filtragem do ar que ingressa no 
edifício, controle da umidade do ar e recuperação do calor da exaustão, que 
é enviado ao insuflamento (BUXTON, 2017).
Você já deve ter percebido que muitos dos métodos apresentados como 
complementares são de uso corrente e, além disso, não dão sinais de entrar em 
desuso tão cedo. Mesmo assim, é possível criar um balanço entre estratégias 
de climatização e ventilação passiva com métodos complementares, assunto 
que passamos a abordar agora.
3 Estratégias híbridas de climatização 
e ventilação
Para Roaf (2009), dizer que uma edifi cação é sustentável implica, entre outras coisas, 
associá-la a conceitos como efi ciência, desempenho e integração. Seguindo uma ten-
dência geral de reavaliar o impacto das ações das pessoas no meio ambiente, há uma 
grande preocupação em otimizar os recursos utilizados na construção de edifícios. 
Como você viu na seção anterior, estima-se que as edificações sejam responsá-
veis pelo consumo de 50% da energia gerada no mundo. Mesmo assim, você deve 
saber, com base na sua experiência, que grande parte dos ambientes internos das 
construções depende de algum tipo de sistema artificial para garantir o conforto 
térmico dos usuários. Nesse cenário, qual é a postura mais adequada? A negação 
da tecnologia e um retorno convicto às técnicas e construções primitivas; ou 
passar a conta para as próximas gerações e ver até quando o planeta aguenta? 
Talvez uma postura melhor seja otimizar a tecnologia existente e tirar proveito 
dos recursos naturais de maneira mais inteligente, diminuindo ou, até mesmo, 
eliminando a necessidade de componentes mecânicos.
Segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014), o ar-condicionado é o sistema mais 
utilizado na climatização, principalmente por resolver vários problemas ao mesmo 
tempo: temperatura, umidade, pureza e distribuição do ar. Dessa forma, realmente 
é um aparelho indispensável em alguns ambientes, como hospitais, salas de compu-
tadores, etc. Seu uso no interior de edifícios de escritório, por exemplo, é bastante 
difundido em função da relação entre conforto térmico e produtividade; profissionais 
que se sentem confortáveis produzem mais e melhor. Segundo o mesmo autor, o 
projeto de ar-condicionado deve ser pensando em conjunto ao projeto arquitetônico 
para evitar mudanças indesejadas posteriormente. Além disso, a preocupação com 
11Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
estratégias de climatização no momento da concepção do projeto pode, senão 
eliminar, minimizar bastante a necessidade do uso de ar-condicionado.
Veja o exemplo do edifício da Upcycle, projetado por Gensler Architects 
(Figura 8). O projeto transformou um antigo centro de reciclagem em um 
edifício de escritórios. Utilizando elementos do prédio antigo, o escritório de 
arquitetura Gensler, foi projetada uma edificação que faz uso da ventilação 
natural e reduz o uso de ar-condicionado.
Figura 8. Edifício da Upcycle, do escritório Gensler Architects.
Fonte: Dror Baldinger/ArchDaily.com. 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios12
Observe que, na cobertura do edifício, foram criadas aberturas para favo-
recer a iluminação natural. Além disso, no centro da planta, há aberturas em 
formato de shed, que proporcionam ventilação e iluminação naturais. 
Para atingir bons resultados com essas estratégias, é necessário estudar 
as condições naturais do sítio. Hoje isso fica bastante facilitado pelo uso de 
ferramentas computacionais que permitem testar diferentes orientações e a 
posição do sol em diferentes momentos do ano, e até mesmo carregar dados de 
repositórios especializados, permitindo análises precisas e, consequentemente, 
decisões de projeto mais bem informadas.
Nas coberturas do tipo shed, as aberturas são dispostas de maneira seriada, lembrando 
os dentes de um serrote, motivo que a leva ser conhecida também como “dente de 
serra”. Bastante usada em ambientes fabris para garantir iluminação homogênea em 
toda a área da planta, pode ser combinada com esquadrias móveis para favorecer o 
conforto térmico e a iluminação.
O uso de sheds como estratégia de ventilação pode ser observado também 
no projeto do Hospital Sarah Kubitschek, em Salvador, realizado por João 
da Gama Filgueira Lima, conhecido como Lelé, arquiteto modernista que 
dominava as questões de conforto térmico. Grandes e curvos sheds metálicos 
auxiliam na ventilação dos ambientes, uma vez que o ar quente e impuro sobe 
e é expelido pelas aberturas superiores, que funcionam, ainda, como fonte 
natural de iluminação.
13Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Figura 9. Corredor do Hospital Sarah Kubitschek, projeto de Lelé, em 
Salvador.
Fonte: Nelso Kon/ArchDaily.com.
Cabe ressaltar que as soluções de ventilação não devem ser generalizadas; a escolha 
da melhor estratégia deve estar de acordo não só com o clima local, mas com o uso da 
edificação. Em projetos de edificações para serviços de saúde, a exemplo do hospital 
Sara Kubitschek, a ventilação cruzada não é recomendada, já que bactérias podem 
ser transmitidas pela propagação do ar. 
Veja como a preocupação com soluções inteligentes e mais respeitosas 
com o meio ambiente são possíveis, ainda mais quando a preocupação existe 
desde o início do projeto. As estratégias naturais devem ser exploradas ao 
máximo, garantindo sua eficiência e seu diálogo com a arquitetura proposta, 
pouco condicionada a sistemas artificiais. As soluções mecânicas devem 
ser incorporadas às edificações de forma complementar e seu uso deve ser 
racionalizado.
A preocupação com os recursos naturais e com o futuro do planeta não 
significa renunciar à tecnologia existente. O equilíbrio das estratégias é capaz 
de garantir condições de uso agradáveis ao usuário, além de reduzir o impacto 
ambiental e os custos de obra e manutenção. E agora, que tal aplicar esses 
conceitos em seus projetos?
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios14
BROWN, G. Z. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2007. (E-book).
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017. (E-book).
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. Rio de 
Janeiro: Eletrobras/PROCEL, 2014. (E-book).
ROAF, S. A adaptação de edificações e cidades às mudanças climáticas. Porto Alegre: 
Bookman, 2009.
ROAF, S.; FUENTES, M.; THOMAS-REES, S. Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável. 
4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
Leituras recomendadas
CHING, F. D. K. Técnicas de construção ilustradas. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016.
GURGEL, M. Design passivo: baixo consumo energético: guia para conhecer, entender 
e aplicar os princípios do design passivo em residências. São Paulo: Senac, 2012. 
KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: 
Bookman, 2010.
15Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Dica do professor
Atualmente, muito se fala em arquitetura bioclimática. Esse termo sempre é relacionado à 
sustentabilidade das edificações, ao consumo de energias renováveis e à eficiência das edificações.
Nesta Dica do Professor, você conhecerá os princípios básicos da arquitetura bioclimática e a sua 
relação com a ventilação natural nos projetos de edificações.
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A tecnologia construtiva pode colaborar muito para a habitabilidade das edificações. Com o uso de 
princípios simples aliados a tecnologias modernas, é possível inserir mais conforto aos ambientes 
projetados.
Neste Na Prática, você conhecerá um edifício que usufrui de alta tecnologia, com a finalidade de 
obter o melhor da ventilação natural, mitigando o uso de ar condicionado e fomentando a eficiência 
energética.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Estratégias de ventilação natural
Conheça as principais estratégias de ventilação natural e as compreenda com ótimos exemplos. 
Além de reconhecer técnicas aplicáveis a seus projetos de arquitetura, observe como escritórios 
renomados utilizam as mesmas técnicas para otimizar a ventilação de seus projetos.
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Arquitetura bioclimática
Veja aqui uma breve conceituação da arquitetura bioclimática e algumas de suas aplicações. Vídeo 
de fácil compreensão e ricamente ilustrado, ajuda a entender e visualizar questões importantes no 
desenvolvimento de um projeto eficiente.
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Concepção de edifícios eficientes
Conheça esta ferramenta, que fornece informações bioclimáticas de 413 cidades, a fim de 
incentivar a construção de edificações energeticamente eficientes. Repositório com dados 
bioclimáticos que podem ser baixados e utilizados em seus projetos.
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https://www.youtube.com/embed/coJdr4TBH18
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http://projeteee.mma.gov.br/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br
Variáveis do comportamento 
térmico em ambientes residenciais 
e de serviços
Apresentação
As sociedades ao redor do mundo, ao longo da história, desenvolveram construções adaptadas ao 
lugar, às suas características geográficas e ao clima. Esse tipo de arquitetura, denominada 
vernacular, responde às demandas ambientais da melhor maneira possível, tornando as edificações 
adequadas ao uso e confortáveis para a execução das mais variadas atividades que fazem parte do 
cotidiano dos seres humanos.
Quando essa adequação ao ambiente falha, o uso da edificação fica comprometido, uma vez que o 
frio ou o calor em excesso desestimula o uso dos espaços.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar a importância das técnicas e dos materiais 
construtivos no desempenho térmico das edificações. Você vai analisar a influência dos elementos 
de cobertura e dos elementos de vedação vertical, as paredes, no isolamento do frio e do calor 
extremos. Ainda, você vai reconhecer a influência que a localização dos projetos tem no 
desempenho das edificações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar os efeitos do modelo de construção e da sua localização ao comportamento 
térmico.
•
Reconhecer a influência da capacidade térmica das paredes exteriores no verão e no inverno.•
Descrever a influência da capacidade térmica da cobertura no verão e no inverno.•
Infográfico
O uso de isolamento térmico na composição dos elementos de uma edificação é comum 
na construção civil, uma vez que potencializa o desempenho das superfícies em relação à incidência 
do frio e do calor. Existe, no mercado, uma oferta variada de materiais para isolamento. Escolher o 
material mais adequado, no entanto, vai além da análise de seu comportamento térmico. 
No Infográfico a seguir, você vai identificar os principais materiais de isolamento térmico utilizados 
nas edificações.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/e596fc79-b34d-451d-b3db-401a4009237f/6c523dcb-bf5c-4ebc-bc72-cf815b427841.jpg
Conteúdo do livro
As construções são responsáveis por grande parte do consumo energético global. Esse fenômeno 
também é causado pela indiferença, por parte dos construtores, quanto ao clima e à necessidade da 
escolha correta e consciente dos materiais empregados, demandando o uso constante de 
equipamentos de condicionamento de ar, tanto para aquecimento quanto para resfriamento.
No capítulo Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços, da obra 
Conforto ambiental: iluminação natural, você vai ver de que maneira a escolha de diferentes 
materiais pode impactar positiva ou negativamente o conforto térmico das edificações, entendendo 
as diferenças históricas nas construções em regiões com climas distintos. Você também vai 
entender de que maneira as paredes e coberturas se diferenciam no que tange à escolha dos 
materiais para garantir conforto térmico.
Boa leitura. 
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Gabriel Lima Giambastiani
Variáveis do 
comportamento 
térmico em ambientes 
residenciais e de serviços
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Relacionar os efeitos do modelo de construção e da sua localização 
ao comportamento térmico.
 � Reconhecer a influência da capacidade térmica das paredes exteriores 
no verão e no inverno.
 � Categorizar a influência da capacidade térmica da cobertura no verão 
e no inverno.
Introdução
O desconforto ocasionado por situações de frio ou calor extremo in-
fluenciam no dia a dia dos usuários de uma edificação, tornando as 
atividades básicas do cotidiano incômodas e os ambientes na quais elas 
são executadas pouco confortáveis ao uso. Historicamente, as edificações 
se adaptam à sua localização, e as técnicas construtivas e materiais de 
construção são previstos de forma a responder ao clima local, atendendo 
às necessidades de isolamento e proteção específicos para cada região.
Neste capítulo, você vai estudar a influência das coberturas e paredes 
no conforto térmico das edificações e ler sobre a importância da espe-
cificação dos materiais e métodos construtivos mais adequados. Além 
disso, verá os efeitos que o modelo construtivo e a localização do projeto 
geram no comportamento térmico da edificação.
1 Efeitos do modelo de construção e 
da localização ao comportamento térmico
Ao vermos uma imagem de um conjunto de construções brancas com telhados 
azuis e vista para o mar, rapidamente associamos a imagem à paisagem grega, 
como a mostrada na Figura 1. Em uma conclusão precipitada, poderíamos supor 
que a escolha de cores e materiais é fruto de um nacionalismo exacerbado, 
fazendo alusão à bandeira grega, que é azul e branca. A motivação, no entanto, 
é mais prática do que ufanista. 
O material mais abundante na região é a pedra, que absorve o calor e 
mantém o interior das edificações quente. A cor branca, por sua vez, reflete os 
raios solares, colaborando para manter o interior das edificações mais fresco. 
O azul dos telhados tem uma motivação econômica. Um produto de limpeza 
chamado loulaki, usado para lavar roupas, reage com o calcário formando 
um solução azulada; portanto, era a solução mais fácil e que logo se tornou 
a padrão. Perceba nesse exemplo as relações entre materiais de construção, 
localização geográfica e habitabilidade das edificações.
Figura 1. Santorini, Grécia. 
Fonte: PHOTOCREO Michal Bednarek/Shutterstock.com.
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços2
A arquitetura se insere dentro de um contexto mais amplo, no qual inter-
ferem condições políticas, sociais, econômicas etc. No entanto, nasce e se 
concretiza dentro de uma lógica disciplinar própria, de modo que podemos 
compreender as obras de arquitetura como o resultado de uma somatória de 
diversas forças internas e externas queajudam a moldá-la (ZEIN, 2018). 
Uma dessas forças é a localização da obra. É possível observar que cons-
truções de diferentes partes do mundo apresentam características em comum 
pelo fato de estarem entre os mesmos paralelos no globo terrestre, ou seja, 
por compartilharem características climáticas. Os materiais podem diferir de 
região para região, mas as estratégias de conforto térmico tendem a se repetir 
nos locais de clima semelhante. Observe a Figura 2. Nas regiões em que o 
Sol atinge a Terra de modo mais vertical — isto é, na linha do Equador —, 
prevalece um clima quente, o que induz a soluções de proteção da incidência 
solar direta; já nas parcelas mais frias do globo terrestre, as estratégias devem 
ser de aproveitamento energético do calor do Sol.
Figura 2. Regiões com clima semelhante apresentam soluções semelhantes. Veja no mapa 
a incidência solar em diferentes partes do mundo e estratégias similares.
Fonte: Roaf (2014, p. 143).
3Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
As zonas latitudinais (Figura 3) são úteis para referência e comparação; no entanto, 
não têm limites rígidos e devemos pensar nelas como zonas de transição entre si 
(CHRISTOPHERSON; BIRKELAND, 2017). 
Figura 3. Diferentes zonas climáticas em função da latitude. 
Fonte: Christopherson e Birkeland (2017, p. 18).
Além do clima, a localização da obra de arquitetura condiciona a dis-
ponibilidade dos materiais de construção, como demonstrou o exemplo das 
construções gregas, e, consequentemente, da técnica construtiva. Não há 
concepção, em arquitetura, sem consciência construtiva — e é essa consciência 
que separa a arquitetura da pura geometria (MAHFUZ, 2007). Essa consci-
ência construtiva é evidente na arquitetura vernacular, isto é, aquela que é 
produzida de maneira espontânea em determinada cultura sem a presença de 
profissionais projetistas.
O termo vernacular, utilizado para tratar dessa arquitetura sem arquitetos, tem origem 
no latim vernaculum, expressão que era utilizada para tratar os escravos que nasciam 
na casa do senhor. A adaptação do termo para aspectos culturais foi inicialmente 
registrada no século XVII, quando James Howell se referiu às línguas nativas da Itália 
como idiomas vernaculares.
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços4
O aproveitamento dos materiais típicos de cada região, trabalhados com 
técnicas construtivas locais é testado, copiado e, com o tempo, leva à cristali-
zação de uma construção típica daquela região sem a presença de uma mente 
criadora única. Nesse contexto, o conhecimento sobre o modo de construir é 
passado de geração em geração mediante cópia e pequenos aperfeiçoamentos. 
Esse tipo de construção nos interessa pois ilustra os pontos comentados acima: 
os condicionantes do local, a disponibilidade dos materiais de construção e a 
preocupação com a habitabilidade das edificações, uma vez que são respostas 
genuínas a problemas locais bastante específicos.
Observe na Figura 4 algumas construções de palha e barro no Norte do 
continente africano. Perceba que é difícil distinguir a construção da terra 
que a circunda; as aberturas pequenas reduzem a quantidade de raios solares 
incidentes no interior das edificações, o que ajuda a manter o clima interno 
mais fresco. O telhado de palha é uma resposta simples e eficaz para o pro-
blema da cobertura. Esta solução vernacular difere muito pouco de algumas 
construções no interior do Nordeste brasileiro, onde o clima quente e seco se 
repete. Entretanto, se avançarmos ao Sul, veremos que, em regiões quentes e 
úmidas, esta solução começa a sofrer algumas alterações, como inclinação dos 
telhados a fim de escoar a água da chuva e altura da construção em relação 
ao chão, para prevenir alagamentos.
Figura 4. Casas de palha e barro no Norte da África.
Fonte: Peter Wollinga/Shutterstock.com.
5Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
Sempre que você observar uma imagem de uma região qualquer, princi-
palmente de suas construções primitivas, tente inferir quais eram as restrições 
que aquela população enfrentava e também quais problemas tentava solucionar 
com os materiais que tinha à disposição. Em regiões de clima frio, por exemplo, 
você vai verificar janelas mais amplas, voltadas para o sentido solar, a fim de 
captar o calor do Sol para o ambiente interno. 
Para os países de clima frio, existem estratégias de aquecimento passivo. Essas estraté-
gias consistem em, de alguma forma, armazenar o calor proveniente do Sol e utilizá-lo 
de outras maneiras. Por exemplo, pisos e paredes de grande inércia térmica, como 
pedra natural e madeira, absorvem a luz solar incidente nas vidraças e armazenam 
o seu calor, liberando-o lentamente, mantendo o conforto ambiental interno. Esse 
tipo de aproveitamento de calor é considerado um sistema passivo de ganho direto 
(ROAF, 2014, p. 142).
As características climáticas são as principais diretrizes para a escolha de 
tipologias construtivas e materiais de construção. Agora que você já leu sobre 
as relações entre os materiais de construção, a localização da edificação e as 
questões de habitabilidade, está pronto para analisar os aspectos relativos às 
principais superfícies das construções, isto é, as paredes e coberturas, cujas 
características influenciam diretamente no conforto dos ambientes internos.
2 Influência da capacidade térmica 
das paredes exteriores
As construções humanas surgem, em primeira instância, como uma camada de 
separação entre o mundo externo e o corpo humano. Em todas as sociedades 
ao redor do mundo é possível observar dispositivos que protejam os habitantes 
das intempéries, sejam elas o calor excessivo e o Sol, sejam a chuva, a neve 
e o frio.
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços6
Historicamente, os povos desenvolveram um tipo de construção adaptada 
ao lugar onde habitavam, a chamada arquitetura vernacular. Essa arquitetura 
anônima, sem autores específicos, evoluiu ao longo dos séculos em proces-
sos de tentativa e erro, para que os edifícios respondessem às demandas 
ambientais da melhor forma possível. O desenvolvimento das arquiteturas 
vernaculares geralmente se relaciona a situações de escassez econômica, 
quando a necessidade de sobreviver, sobretudo sem desperdiçar os recursos 
disponíveis, exerce tanta influência que impacta nas decisões arquitetônicas 
(MASCARÓ, 2004, p. 11).
Lucio Costa, um dos primeiros arquitetos brasileiros a reconhecer e divulgar 
o valor da arquitetura tradicional brasileira, escreveu, em 1929, um texto no 
qual exalta os exemplares desse tipo de arquitetura no Brasil, principalmente 
aquela produzida em Minas Gerais, descrita por ele como robusta, forte, 
maciça, com linhas calmas e tranquilas. Ele costumava escrever sobre as 
boas recordações e a felicidade que esse tipo de arquitetura trazia ao seu 
inconsciente (COSTA, 1962).
Essa arquitetura, que se encontra dentro do inconsciente dos povos, não 
pode, no entanto, ser multiplicada na velocidade necessária para o crescimento 
exponencial pelo qual as cidades ao redor do mundo passaram. A profissionali-
zação dos arquitetos e subsequente corporativização das empresas construtoras 
ao redor do mundo levou a certa homogeneização das técnicas e materiais de 
forma independente da localização das construções.
No Brasil, por exemplo, como você pode ver no mapa da Figura 5, o clima 
varia desde o equatorial, nas regiões amazônicas próximas ao Equador, até o 
subtropical, nas regiões abaixo do Trópico de Capricórnio, como os estados 
da região Sul do país. Somam-se ainda o semiárido, com clima bastante seco, 
e seu oposto, o tropical úmido, com chuvas fortes e umidade alta (ALVARES 
et al., 2013). Mesmo com essas diferenças, tanto os materiais de construção 
quanto o formato e as estratégias de arquitetura são consideravelmente simi-
lares de Norte a Sul. 
7Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciaise de serviços
Figura 5. Mapa das regiões climáticas do Brasil.
Fonte: Adaptado de Alvares et al. (2013).
Desde o final do século XX, a preocupação com o impacto ambiental das 
construções levou a uma reconsideração das técnicas de construção utilizadas 
em regiões com climas díspares. Desta vez, em vez do processo de tentativa 
e erro, que na arquitetura vernacular levava gerações para ser aperfeiçoado, 
a indústria da construção civil tem a seu dispor ensaios laboratoriais que 
atestam a eficiência dos materiais empregados nas obras.
Quando falamos da eficiência de materiais na construção civil, geralmente 
nos referimos à capacidade de um elemento de isolar termicamente um espaço 
fechado. O exemplo mais comum para entender esse atributo é uma caixa tér-
mica, que você enche de gelo para conservá-lo por algum tempo, a despeito das 
condições climáticas. Nas edificações, a envoltória e, em especial, as paredes 
são as responsáveis por manter o interior dos prédios em uma temperatura 
agradável. Para isso, utilizam-se materiais com baixa condutividade térmica, 
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços8
ou seja, materiais que não transmitem calor ou frio do interior para o exterior. 
Quanto mais frio o clima, mais potente e necessário deve ser o isolamento 
térmico (ROAF, 2014).
O termo condutividade térmica é definido pela medida de fluência do calor de uma 
unidade de espessura de um material através da condução. É a capacidade que um 
material tem de conduzir energia térmica, dada pelo fluxo térmico W por unidade de 
espessura de determinada área de um material e por grau de diferença de temperatura 
(BROWN; DEKAY, 2007). 
Na construção civil, os materiais são classificados quanto ao seu isolamento 
térmico em três categorias — isolamento resistivo, isolamento refletivo e 
isolamento capacitivo —, de acordo com a maneira pela qual objetos produ-
zidos ou revestidos com esses materiais, como tijolos e blocos estruturais, 
comportam-se e resistem à variações de temperatura.
Isolamento resistivo
O isolamento resistivo é conhecido como aquele tipo de material que a maioria 
das pessoas imagina quando pensa em um isolante térmico. Trata-se das 
lãs mineral, de vidro e vegetal, dos fardos de palha e dos inúmeros tipos de 
poliestireno e poliuretano, conhecidos popularmente como “isopor” no Brasil. 
Esses materiais atuam no sentido de evitar a convecção. Isso depende da 
condutividade do material ou do vazio contidos dentro dos materiais, assim 
como suas dimensões e a diferença de temperatura (ROAF, (2014).
Este tipo de isolamento também é utilizado em esquadrias de alto de-
sempenho, tanto em sua instalação (com poliestireno expandido), quando do 
contato com as paredes, evitando frestas, quanto nos sistemas de folhas de 
vidros duplos com câmara de ar interna. Em suma, o isolamento resistivo é 
aquele que ocorre por meio da resistência do material à condução de calor. 
O ar é um elemento que oferece grande resistência quando confinado em pe-
quenas células no interior de um material ou encapsulado entre dois materiais 
totalmente inertes, como o vidro.
9Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
Isolamento refletivo
Este tipo de isolamento consiste na utilização de materiais que tenham a 
capacidade de refletir os raios do Sol, reduzindo ou impedindo que sejam 
absorvidos pela superfície. Isso evita que o material aqueça e transfira carga 
térmica para o ambiente interno. Neste tipo de material, o isolamento se dá, 
por exemplo, pelo uso de lâminas com espessuras mínimas e materiais com 
elevadíssimos níveis de refletância. 
Embora seja mais visível em coberturas, como mantas térmicas revestidas 
com uma fina camada de alumínio, este tipo de isolamento em manta pode 
também ser utilizado na parte interna de paredes duplas. O alumínio apresenta 
emissividade baixa, reduzindo a transferência de calor entre as paredes das 
paredes duplas. Entretanto, a parcela reflexiva não deve estar em contato com 
a camada interna da parede dupla. Sendo o metal um bom condutor térmico, 
se ele tocar o material da camada interna da parede, pode ser responsável por 
conduzir calor para ele, aquecendo, por consequência, o ambiente.
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (INSTITUTO DE PES-
QUISAS TECNOLÓGICAS, 2020) coloca que ainda podem ser considerados 
isolantes refletivos as tintas utilizadas na face externa das paredes de vedação. 
A refletância é medida por suas propriedades de absorver ou refletir a luz do 
sol, considerando tonalidades cromáticas e materiais de fabricação. Outros 
revestimentos de fachadas, como cerâmicas, painéis compostos de alumínio 
ou placas de poliestireno também podem atuar como isolantes refletivos.
Embora mais usada em coberturas, a chamada “tinta térmica” também pode ser utilizada 
em paredes. Com a adição de microesferas cerâmicas, este tipo de tinta aumenta o 
potencial de reflexão da superfície onde ela é aplicada. 
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços10
Isolamento capacitivo
O terceiro tipo de material isolante foi o mais utilizado no passado, sendo a 
solução menos tecnológica dos três. Estes materiais garantem a inércia térmica 
a partir da massa térmica, observada em construções com paredes pesadas. 
Nesses casos, a espessura e a massa dos elementos construtivos é tão grande 
que retarda a transmitância de calor. A condutividade térmica aqui é reduzida, 
de acordo com o material e espessura da parede, assim como a diferença de 
temperatura entre os dois lados da parede (ROAF, 2014).
Este tipo de isolamento segue sendo muito eficiente em regiões de clima frio, 
pois a inércia térmica é um fator determinante. Isso quer dizer que as paredes 
pesadas, como pedras ou tijolos largos, apresentam baixo grau de absorção da 
temperatura externa, isto é, o frio. Normalmente, é associado com sistemas 
de calefação internos. Essa combinação de estratégias, segundo Roaf (2014), 
é responsável por manter o ambiente interno, quando constantemente ocupado, 
ameno e confortável. Entretanto, uma vez que o imóvel fique desocupado por 
um longo período de tempo, é necessário grande tempo e energia para que ele 
volte a apresentar temperatura amena no interior. 
Como você pode ver, se na arquitetura vernacular as soluções se limita-
vam aos materiais encontrados no local e à experiência construtiva de uma 
sociedade, atualmente a engenharia de materiais nos permite utilizar materiais 
compostos e sintéticos que foram testados à exaustão para garantir o funcio-
namento em diversas situações de projeto. É importante analisar o clima do 
local onde será implantada a edificação para assim aplicar os materiais mais 
eficientes para o isolamento térmico e conforto interno.
Além das paredes, é importante considerar também o material das co-
berturas das edificações. Em climas quentes, principalmente, a proteção da 
insolação direta pode ser crucial para amenizar os efeitos do calor dentro 
dos ambientes A seguir, veremos como os materiais podem ser utilizados em 
coberturas para garantir construções com desempenho térmico satisfatório.
3 Influência da capacidade térmica da cobertura
Enquanto nas paredes uma das características mais importantes para a conser-
vação de energia é a capacidade de isolar termicamente o interior e o exterior 
da edificação, nas coberturas, é preciso ter um cuidado extra no que tange à 
incidência solar direta sobre o plano de cobertura. Enquanto as paredes podem 
11Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
ou não ser sombreadas, as coberturas raramente o são, criando a necessidade de 
utilização de materiais que se comportem satisfatoriamente nessas condições.
Os raios solares são formados por ondas de radiação eletromagnética de 
diferentes comprimentos que atingem a Terra constantemente. As ondas são 
separadas entre as visíveis, o que chamamos de luz, e as do espectro invi-
sível, entre elaso infravermelho e o ultravioleta — estas duas responsáveis, 
respectivamente, pelo aquecimento e pelas queimaduras solares. As ondas 
responsáveis pela difusão de rádio e televisão ficam em frequências abaixo 
de 1 bilhão de hertz.
Já acima da frequência de um bilhão de hertz estão as chamadas ondas de 
calor, primeiro as micro-ondas seguidas do infravermelho. Em um pequeno 
espectro de ondas com frequência acima do infravermelho está a luz visível. 
Essas ondas constituem menos do que 1 milionésimo de 1% do espectro eletro-
magnético medido (HEWITT, 2015). A luz vermelha representa a frequência 
mais baixa que podemos enxergar, enquanto a luz violeta é a mais alta, apro-
ximadamente duas vezes maior.
As frequências acima do espectro visível de luz são chamadas de ultravio-
leta, raios X e raios gama, cada qual com frequência mais alta que a anterior, 
inexistindo, no entanto, uma divisão clara entre elas. Observe na Figura 6 um 
espectro eletromagnético, identificando as diferentes radiações.
Figura 6. Espectro de ondas eletromagnéticas.
Fonte: Hewitt (2015, p. 489).
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços12
Na arquitetura, três tipos de radiação exercem a maior influência: o infra-
vermelho, o espectro visível e o ultravioleta. A radiação infravermelha é 
a radiação percebida como calor, responsável pelo aquecimento dos espaços 
internos; a radiação no espectro visível é responsável pela iluminação dos 
ambientes e a percepção de cores; já a ultravioleta, embora em grande parte 
seja absorvida pela atmosfera terrestre, é a radiação responsável pelas quei-
maduras solares.
A radiação solar que consegue passar pela atmosfera se movimenta li-
vremente até atingir um objeto. Segundo Brown e Dekay (2007), ao atingir 
uma superfície, como a cobertura de um edifício, parte da energia contida na 
radiação é absorvida pelo material enquanto o restante é refletido, voltando 
para a atmosfera.
No Quadro 1, você pode ver uma relação entre a absortância e a refletância 
de um material. Observe que a soma dos dois atributos sempre é igual a 100, ou 
seja, um material que absorve 50% da radiação obrigatoriamente reflete os outros 
50%. Veja como a tinta preta fosca absorve incríveis 95% dos raios, refletindo 
apenas 5%, enquanto a película aluminizada Mylar, é praticamente o oposto, 
absorvendo apenas 10% dos raios e refletindo 90% de volta para a atmosfera.
Cor/material Absortância Refletância
Tinta preta fosca ótica 0,98 0,02
Tinta preta fosca 0,95 0,05
Verniz preto 0,92 0,08
Tinta chumbo 0,91 0,09
Concreto preto 0,91 0,09
Verniz azul-escuro 0,91 0,09
Tinta a óleo preta 0,90 0,10
Tijolos azuis tipo Stafford 0,89 0,11
Tinta fosca oliva-escuro 0,89 0,11
Tinta marrom-escuro 0,88 0,12
Tinta azul-escuro-acinzentado 0,88 0,12
Quadro 1. Absortância e refletância solar dos acabamentos
(Continua)
13Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
Fonte: Adaptado de Brown e Dekay (2007).
Cor/material Absortância Refletância
Azul-celeste/verniz verde-escuro 0,88 0,12
Concreto marrom 0,85 0,15
Tinta marrom 0,84 0,16
Tinta marrom-claro 0,80 0,20
Verniz marrom ou verde 0,79 0,21
Tinta anticorrosiva 0,78 0,22
Tinta a óleo cinza-claro 0,75 0,25
Tinta a óleo vermelha 0,74 0,26
Tijolos cor natural 0,70 0,30
Concreto cor natural 0,65 0,35
Tijolos laranja levemente claro 0,60 0,40
Tinta verde fosca 0,59 0,41
Tinta laranja 0,58 0,42
Tinta amarela 0,57 0,43
Tinta azul 0,51 0,49
Tinta verde-médio 0,51 0,49
Tinta verde-claro 0,47 0,53
Tinta branca semibrilho 0,30 0,70
Tinta branca brilho 0,25 0,75
Tinta prateada 0,25 0,75
Verniz branco 0,21 0,79
Refletor de alumínio polido 0,12 0,88
Película Mylar aluminizada 0,10 0,90
Acabamentos especiais (laboratórios) 0,02 0,98
Quadro 1. Absortância e refletância solar dos acabamentos
(Continuação)
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços14
A transmissão do calor de um objeto aquecido por radiação solar não é, 
no entanto, um fator isolado nas construções. Para que exista o aquecimento 
de um ambiente, é preciso que o material aquecido tenha uma resistência 
térmica baixa. A resistência térmica é a medida do valor de isolamento ou 
da resistência ao fluxo de calor dos materiais ou elementos construtivos, ou 
seja, é a capacidade de um material de transmitir calor (BROWN; DEKAY, 
2007). O Sistema Internacional de Medidas adota a sigla SRI para designar a 
resistência térmica, que é medida em K/W pela área analisada. No Quadro 2, 
você pode ver o RSI de alguns materiais utilizados na construção civil.
Observe, no Quadro 2, como existe uma diferença considerável entre os 
três tipos de isolantes. enquanto os isolantes para enchimento variam de 0,10 
para os materiais mais simples como a palha prensada até 0,30 para compostos 
industrializados, a exemplo da lã de vidro de alto desempenho, os isolantes 
superficiais rígidos partem de 0,20 para as placas de lã mineral e chegam até 0,49 
nos materiais complexos, como os painéis de poliisocianurato com revestimento.
Tipo de isolante RSI por centímetro (– R por polegada)
Isolantes para enchimento
Palha prensada 0,10 (1,5)
Algodão prensado ou 
em fibras soltas
0,21–0,26 (3,0–3,7)
Lã de vidro ou fibra 
de vidro prensada
0,20–0,26 (2,9–3,8)
Lã de vidro ou fibra de vidro 
prensada de alto desempenho
0,26–0,30 (3,7–4,3)
Fibras de vidro soltas 0,16–0,19 (2,3–2,7)
Fibras soltas de lã de rocha 0,19–0,21 (2,7–3,0)
Fibras soltas de celulose 0,24–0,26 (3,4–3,7)
Perlita ou vermiculita 0,17–0,26 (2,4–3,7)
Quadro 2. Valores de resistência dos materiais isolantes
(Continua)
15Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
Fonte: Adaptado de Brown e Dekay (2007).
Tipo de isolante RSI por centímetro (– R por polegada)
Isolantes para enchimento (em espuma)
Celulose borrifada 0,20–0,24 (2,9–3,5)
Fibra de vidro borrifada 0,26–0,27 (3,7–3,9)
Espuma de cementite 0,27 (3,9)
Espuma de poliuretano 
borrifada
0,39–0,44 (5,6–6,3)
Isolantes superficiais rígidos
Placas de lã mineral 0,20 (2,9)
Painéis de poliestireno 
expandido
0,25–0,28 (3,6–4,0)
Painéis de fibra de vidro 0,28 (4)
Icynene 0,27 (4,3)
Painéis de poliestireno 
extrudado, sem revestimento
0,31–0,35 (4,5–5,0)
Painéis de poliisocianurato, 
com revestimento
0,49 (7,0)
Quadro 2. Valores de resistência dos materiais isolantes
(Continuação)
A perda de calor em casas nos meses mais frios — e consequente ganho 
térmico nos meses mais quentes — depende tanto da condução quanto da 
radiação (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2013), demandando a combinação 
entre isolamento térmico e revestimentos com refletância elevada. Atualmente, 
as novas técnicas construtivas miram na elevação da eficiência do isolamento, 
utilizando barreiras radiantes. Isso significa utilizar uma camada de um 
material que reflete eficientemente as ondas eletromagnéticas, especialmente 
a radiação infravermelha, relacionada com a sensação de calor (BAUER; 
WESTFALL; DIAS, 2013).
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços16
Na Figura 7, você pode ver um exemplo de como a combinação entre dife-
rentes materiais é uma das estratégias mais acertadas para garantir uma inércia 
térmica satisfatória. Na ilustração, é possível observar que, na cobertura, são 
utilizadas telhas e isolamento com fator R de R–30, em uma combinação que 
torna o conjunto mais eficiente do que apenas o uso de telhas. Nas paredes, 
o mesmo princípio é aplicado, combinando os tijolos externos e isolamento 
com fator R de R–19 separados pela mesma barreira radiante que separa telhas 
e estrutura do telhado. A substância refletora normalmente é o alumínio ou 
algum material revestido com ele, já que esse material reflete 97% da radiação 
infravermelha. 
Figura 7. Cobertura e paredes com materiais compostos.
Fonte: Bauer, Westfall e Dias (2013, p. 192).
17Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
Bauer, Westfalle Dias (2013) demonstram a importância do uso de barreiras 
radiantes citando estudos do Laboratório Nacional de Oak Ridge, na Flórida, 
Estados Unidos, que compararam residências da região construídas com e 
sem o uso de tais elementos. Segundo os autores, os ganhos de calor no verão 
“[...] em telhados com isolamento R–19 podem ser reduzidos entre 16 e 42%” 
(BAUER; WESTFALL; DIAS, 2013, p. ??), levando a uma redução nos gastos 
com condicionamento de ar na faixa de 17%.
Para as coberturas, tanto o isolamento resistivo quanto o refletivo são 
amplamente utilizados. O exemplo da Figura 7 demonstra o uso de um tipo 
resistivo, que é a utilização de isolamentos na parcela interna do telhado, nor-
malmente compostos por lã de vidro, de rocha ou outros materiais derivados 
de polímeros. Esse tipo de solução normalmente é dado quando do projeto 
das coberturas, pois sua instalação é feita acima dos forros, sendo necessário, 
portanto, que seja feita antes da construção dos forros. Verifique, na Figura 8, 
a instalação desse tipo de isolamento.
Figura 8. Isolamento de cobertura por lã de rocha. Após a fixação da manta, é possível 
instalar o forro.
Fonte: (a) Sanit Ratsameephot/Shutterstock.com; (b) Patryk Kosmider/Shutterstock.com.
(a) (b)
Embora a instalação de materiais isolantes refletivos, como a manta de 
alumínio, também seja indicada na parte interna, isto é, abaixo das telhas, 
o material pode também ser aplicado posteriormente à construção da edificação. 
É muito comum a aplicação de mantas térmicas com capa de alumínio em 
coberturas acima das telhas. Conforme visto, as características reflexivas do 
alumínio são muito eficazes impedindo a penetração do espectro infravermelho 
das ondas do Sol. 
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços18
Outro material que vem ganhando mercado na construção brasileira para a 
mesma finalidade são as tintas térmicas. Por ter efeito estético mais agradável 
do que o alumínio, esta tecnologia tem caído no gosto dos consumidores que 
precisam isolar as suas coberturas após a sua construção.
Com o corrente uso de isolantes refletivos, algumas empresas de telha passaram 
a incluí-lo no processo de fabricação das telhas. Assim como as chamadas telhas 
sanduíche (que têm material isolante térmico entre duas camas de telhas metálicas, 
formando um sanduíche), as telhas com camada de alumínio já podem ser compradas 
prontas, agilizando o processo construtivo. 
Por ser um material pesado, o isolamento capacitivo é pouco usado em 
coberturas. Para aplicar os materiais de construção com suas respectivas 
propriedades térmicas, é necessário que se estude o clima de implantação da 
edificação e, a partir daí, combinar as melhores soluções, que, além de serem 
competentes para telhado e paredes, configurem uma solução estética aprazível. 
Por exemplo, em uma região quente e seca, é indicado que se use um bom 
isolamento no telhado, para que a radiação infravermelha seja impedida de 
entrar, preservando o frescor interno. As cores claras auxiliam na reflexão da 
luz. As paredes podem permitir a passagem de ventos, porém podem apresentar 
elementos construtivos que filtrem os raios do Sol diretos, como brises. 
Como você pode ver, as propriedades dos materiais utilizados nas constru-
ções têm influência direta na qualidade ambiental e na eficiência energética 
das edificações. Enquanto, nas paredes, essa escolha pode ser mitigada por 
dispositivos de projeto como beirais e aberturas generosas, as coberturas 
geralmente têm apenas a sua própria geometria e o material das quais são 
formadas para performar de maneira eficiente. Em seus próximos projetos, 
lembre-se de utilizar materiais que contribuam positivamente para o conforto 
térmico dos usuários.
19Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
ALVARES, C. A. et al. Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische 
Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711–728, 2013.
BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: relatividade, oscilações, 
ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013. 
BROWN, G. Z.; DEKAY, G. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Porto 
Alegre: Bookman, 2007.
CHRISTOPHERSON, R.; BIRKELAND, G. H. Geossistemas: uma introdução à geografia 
física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
COSTA, L. Sobre arquitetura. Porto Alegre: CEUA, 1962.
HEWITT, P. G. Física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2015
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS. Caracterização de produtos isolantes térmi-
cos para a indústria e construção. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.ipt.br/
solucoes/184-caracterizacao_de_produtos_isolantes_termicos_para_industria_e_
construcao_civil.htm. Acesso em: 9 abr. 2020.
MAHFUZ, E. da C. Observações sobre o formalismo de Helio Piñón: parte 1. Vitruvius 
Arquitextos, ano 08, out. 2007. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/
read/arquitextos/08.089/196. Acesso em: 9 abr. 2020.
MASCARÓ, J. L. (org.). O custo das decisões arquitetônicas. Porto Alegre: Masquatro 
Editora, 2004.
ROAF, S. Ecohouse. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
ZEIN, R. V. Leituras críticas. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2018.
Leituras recomendadas
ANDRADE, V. Andrade Morettin: cadernos de arquitetura. São Paulo: Bei Comunicação, 2016.
JOURDA, F.-H. Pequeno manual do projeto sustentável. São Paulo: Gustavo Gili, 2013.
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços20
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
21Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços
Dica do professor
O comportamento térmico das construções depende de muitas variáveis. Responsáveis por separar 
ambientes internos e externos nas edificações, as paredes podem desempenhar um importante 
papel no controle térmico dos espaços. Os materiais construtivos e de vedação especificados 
influenciam o comportamento das alvenarias em relação ao controle do frio e do calor excessivos.
Na Dica do Professor, serão analisados dois dos materiais mais utilizados na construção de paredes: 
os blocos de concreto e os blocos cerâmicos. Você vai identificar as vantagens e desvantagens de 
cada um bem como os elementos que devem ser considerados para a escolha do material mais 
adequado.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/270b60683bba277bbab79a77b33a58b2
Na prática
Há várias maneiras de mitigar o desconforto térmico proveniente da exposição direta de fachadas à 
incidência solar, sobretudo em orientações críticas, como a oeste no hemisfério sul. Uma alternativa 
muito utilizada é o brise-soleil, que bloqueia a entrada direta do sol sem bloquear totalmente a 
visão.
Neste Na Prática, conheça um pouco da história e os tipos de aplicação dos brises, que tiveram 
destaque durante o movimento moderno, abrindo caminho para uma série de modelos utilizados 
com eficiência até hoje.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Desempenho térmico e eficiência energética de edificações
Veja esta palestra do professor Roberto Lamberts sobre desempenho térmico e eficiência 
energética das edificações, com variados conceitos sobre o tema, além da nova norma de 
desempenho.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Verde sobe dos jardins para as coberturas
Neste artigo, você vai acompanhar a análise daspossibilidades de uso das coberturas verdes nas 
edificações, principalmente em razão dos ganhos em habitabilidade que esse tipo de solução 
proporciona.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A influência do comportamento do usuário no desempenho 
térmico e energético de edificações residenciais
Nesta tese de doutorado, você vai ver a investigação do papel do usuário no desempenho térmico 
das edificações.
https://www.youtube.com/embed/tXgeyQJi3q0
https://www.arcoweb.com.br/finestra/tecnologia/ecoeficiencia-telhados-verdes-01-12-2009
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Guia da norma de desempenho ABNT NBR 15.575
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR) elaborou, junto com a Associação Brasileira de 
Escritórios de Arquitetura (AsBEA), um guia para a norma de desempenho ABNT NBR 15.575, que 
pode ser acessado neste link.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/publicacoes/teses/Tese_Marcio%20Jose%20Sorgato_BU.pdf
https://www.caubr.gov.br/mudancasnormadesempenho/
Ventilação e acústica na norma de 
desempenho das edificações
Apresentação
Você conhece a Norma de Desempenho de Edificações? Esse documento ajuda os profissionais da 
construção na garantia de níveis de conforto e performance dos edifícios. Desse modo, os 
usuários podem ter certeza que suas expectativas serão contempladas.
A ventilação e a acústica dos ambientes de uma edificação devem ser pensadas desde a concepção 
dos projetos. Além do emprego de estratégias que garantam boas condições de habitabildiade aos 
usuários, precisam estar previstas técnicas construtivas adequadas à vida útil esperada das 
edificações e que sejam ambientalmente corretas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer como a Norma de Desempenho de Edificações 
pode ajudar arquitetos na busca por construções com mais conforto ambiental, tanto no que tange 
à temperatura interna quanto na qualidade acústica, garantindo economia de energia e 
contribuindo com a preservação da natureza.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o que a Norma de Desempenho de Edificações prevê acerca do conforto 
ambiental.
•
Identificar os aspectos relativos à ventilação na Norma de Desempenho de Edificações.•
Avaliar o impacto da acústica no desempenho das edificações.•
Infográfico
Atualmente, as paredes e os forros de gesso acartonado são uma ótima alternativa para gerar 
agilidade na obra, além de reduzir a quantidade de resíduos. No entanto, para se tornarem mais 
eficientes no que tange ao desempenho acústico, é necessário investir em materiais isolantes na 
parte interna das paredes e superior dos forros.
Neste Infográfico, você irá conhecer os tipos de materiais isolantes mais usuais e as principais 
indicações de cada um. Além disso, irá verificar alternativas que vêm ganhando relevância para 
determinados usos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
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Conteúdo do livro
Desde 2013, o Brasil conta com uma Norma Técnica para garantir que os edifícios tenham níveis de 
conforto e segurança satisfatórios, garantindo que os compradores não recebam construções com 
problemas técnicos.
No capítulo Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações, da obra Conforto 
ambiental: ventilação e acústica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, conheça os aspectos 
ligados à habitabilidade contemplados nessa Norma, nas áreas de condicionamento do ar, de 
ventilação e acústica, com ênfase em soluções que contribuem para a preservação do meio 
ambiente e economia de energia.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
VENTILAÇÃO E 
ACÚSTICA
Anna Carolina Manfroi Galinatti
Ventilação e acústica na 
Norma de Desempenho 
de Edificações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer o que a Norma de Desempenho prevê acerca de conforto 
ambiental. 
  Identificar os aspectos relativos à ventilação na Norma de Desempenho.
  Avaliar o impacto da acústica no desempenho das edificações.
Introdução
A ABNT NBR 15575:2013, mais conhecida como Norma de Desempenho 
de Edificações, guia os profissionais envolvidos na construção civil para 
garantir que os edifícios correspondam às necessidades de performance 
ambiental e estrutural para as quais foram projetados.
Neste capítulo, você conhecerá as recomendações da referida Norma 
na área do conforto ambiental, levando em conta a ventilação e o condi-
cionamento do ar, além de conhecer materiais de revestimento que otimi-
zam a performance acústica do edifício sem prejudicar o meio ambiente.
1 Conforto ambiental na Norma 
de Desempenho
 A Norma de Desempenho, nome popular da ABNT NBR 15575:2013, resultou 
de uma iniciativa promovida pela Caixa Econômica Federal e a Financiadora 
de Estudos e Projetos (Finep) cujo objetivo era aglutinar um conjunto de nor-
mativas e resoluções para regrar os mais diversos aspectos da qualidade das 
edifi cações. Embora a discussão a respeito da criação da referida Norma tenha 
começado no ano 2000, apenas em 2007 a primeira versão do documento foi 
disponibilizada para discussão e posterior publicação, que ocorreu em 2013.
Entidades ligadas à arquitetura consideram a Norma uma conquista po-
sitiva para o País, pois concentra, em um texto único e claro, determinações 
e condicionantes que anteriormente estavam espalhados em muitas outras 
publicações. No Guia para Arquitetos na Aplicação da Norma de Desempe-
nho, a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea) destaca:
A ABNT NBR 15.575 agregou em seu conteúdo uma extensa relação de normas 
já existentes, das mais diversas disciplinas e relacionadas ao tema, e estabelece 
ampla e solidária junção de incumbências entre os intervenientes do processo. 
Torna-se necessária a quebra de vários paradigmas na cultura brasileira da 
construção habitacional, passando por uma nova maneira de especificação e 
elaboração de projetos que inclui o conhecimento do comportamento em uso 
dos inúmeros materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos que 
compõem a edificação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS 
DE ARQUITETURA, 2013, p. 1).
A fim de que a Norma de Desempenho cobrisse o escopo necessário para 
regulamentar a construção civil no Brasil, os responsáveis por sua elaboração 
buscaram, em documentos similares utilizados em outros países, o tipo de 
solicitação possível para o Brasil. Para o Conselho de Arquitetos e Urbanistas 
do Brasil (CAU/BR), a NBR 15.575 inova ao “[...] estabelecer exigências de con-
forto e segurança”, associando, pela primeira vez entre as normas brasileiras, 
“[...] a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor” 
(CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL, 2013, 
documento on-line), trazendo, para isso critérios objetivos de avaliação. 
O documento é dividido em seis partes, sendo uma delas dedicada às deman-
das gerais das obras, enquanto as demais tratam, cada uma, de um dos sistemas 
que compõem um edifício: estrutura, pisos, vedações e sistemas hidrossanitários. 
Para cada um desses sistemas, a Norma estabelece os critérios objetivos de 
qualidade e os procedimentos que precisam ser adotados para aferi-los.
Os exemplos de atributos normatizados pela NBR 15.575 compreendem 
todos os aspectos das construções, desde a verificação da resistência mecânica 
dos elementos estruturais, que deve satisfazer níveis mínimos, até a resistência 
ao fogo das coberturas. As instalações hidrossanitárias e elétricas precisam 
estar protegidas ou ter níveis de resistência a impacto que permitam seu uso 
contínuo sem riscode rompimentos em situações usuais.
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações2
Nota-se que, na Norma de Desempenho, existe um esforço considerável 
em conferir a aspectos qualitativos, como o conforto térmico e acústico, 
critérios de mensuração objetivos. Um exemplo que torna claro esse esforço 
são os níveis de redução dos ruídos externos aos edifícios que a envoltória do 
edifício precisa obedecer para que este seja considerado satisfatório:
Sob essa ótica a Norma foi organizada a partir dos elementos do edifício 
levando em consideração as condições de implantação e as exigências dos 
usuários definindo os requisitos (características qualitativas) aos quais se 
pretende atender, estabelecendo critérios (grandezas quantitativas) para esse 
atendimento e sua forma de avaliação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS 
ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA, 2013, p. 5).
Em resumo, a Norma de Desempenho coloca lado a lado as exigências dos 
usuários (conforto, economia, segurança e sustentabilidade) e as condições 
do meio onde o edifício está/será inserido para atribuir critérios objetivos de 
medição da performance da edificação. Na Figura 1, você pode ver um resumo 
gráfico da estrutura da Norma.
Figura 1. Resumo gráfico da Norma de Desempenho.
Fonte: Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (2013, p. 5).
3Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
Os requisitos dos usuários são divididos em três categorias principais, 
dentro das quais os atributos específicos são colocados. Essas exigências 
estão resumidas no Quadro 1.
Segurança
Segurança estrutural Trata da resistência mecânica dos elementos estruturais, 
medida com ensaios de tração e compressão.
Segurança contra 
fogo
Refere-se à resistência a incêndios, medida em tempo de 
condução quando exposto a chamas.
Segurança no uso e 
na operação
Garante a segurança dos usuários durante o uso, evitando 
lesões causadas pela edificação.
Habitabilidade
Desempenho acústico Determina os níveis de ruído interno e externo permiti-
dos nas edificações.
Estanqueidade Normatiza a capacidade de a edificação se manter livre 
da entrada indesejada de água.
Desempenho térmico Trata do comportamento relativo ao conforto térmico.
Desempenho 
lumínico
Garante que os espaços tenham quantidade suficiente 
de luz para o desempenho das atividades para as quais 
foram projetados.
Saúde, higiene e 
qualidade do ar
Normatiza a renovação e a pureza do ar no interior do 
edifício com o objetivo de diminuir contaminações.
Funcionalidade e 
acessibilidade
Referente à adoção de soluções para garantir a acessibili-
dade universal.
Conforto tátil e 
antropodinâmico
Trata das superfícies em relação ao conforto e à funciona-
lidade necessários para o uso.
Sustentabilidade
Durabilidade Estuda a vida útil dos materiais e sistemas empregados na 
edificação.
Manutenibilidade Trata da necessidade de manutenção dos elementos 
construtivos.
Impacto ambiental Estuda, de maneira global, o impacto das cadeias de 
produção envolvidas na construção.
Quadro 1. Requisitos dos usuários na Norma de Desempenho de Edificações
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações4
Como você já sabe, a Norma de Desempenho faz o cruzamento entre os 
requisitos gerais das construções e os cinco sistemas presentes nos edifícios 
com os requisitos dos usuários para chegar a um sistema de pontuação do 
desempenho. Na Figura 2, você pode ver uma matriz que mostra como, para 
cada um dos sistemas do edifício, devem ser levados em conta todos os re-
quisitos dos usuários.
Figura 2. Matriz de aplicação da Norma de Desempenho.
Fonte: Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (2013, p. 6).
2 Ventilação na Norma de Desempenho
A ventilação aparece em dois dos requisitos dos usuários presentes na 
Norma de Desempenho: (1) desempenho térmico e (2) saúde, higiene 
e qualidade do ar. Em ambos os casos, a circulação do ar no interior 
do edifício tem impacto considerável na pontuação. Quanto ao conforto 
térmico, a ventilação é capaz de diminuir tanto a temperatura interna do 
espaço quanto a percepção de calor pelos usuários; no requisito de saúde, 
a ventilação permite a troca do ar do ambiente com o exterior, diminuindo 
a proliferação de microorganismos.
5Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
No Brasil, a ventilação natural é, segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014), 
uma das estratégias de conforto ambiental mais importantes, ficando atrás apenas 
da proteção solar em impacto no conforto térmico dos edifícios. No Quadro 2, você 
pode ver o percentual de horas do dia nas quais a ventilação natural é necessária para 
manter a habitabilidade dos espaços internos em algumas das maiores cidades do País.
Fonte: Adaptado de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Cidade
Necessidade de 
ventilação natural 
(% das horas do ANO)
Necessidade de 
ventilação natural 
(% das horas de VERÃO)
Belém* 88,8 93,1
Brasília 17,3 36,3
Curitiba 6,84 19,9
Florianópolis** 36,4 77,1
Fortaleza* 85,8 92,3
São Luís* 86,7 86,5
Macéio* 76,4 84,9
Natal* 84,2 88,7
Porto Alegre** 23,3 59,0
Recife* 67,8 76,2
Rio de Janeiro* 60,9 78,0
Salvador* 57,9 80,6
São Paulo** 14,3 45,2
Vitória* 60,9 87,4
*Cidades com grande necessidade de ventilação no ANO TODO.
**Cidades com grande necessidade de ventilação no VERÃO.
Quadro 2. Percentual de necessidade de ventilação natural em algumas cidades 
brasileiras
Repare que, no Quadro 2, as cidades mais quentes, como Belém e Natal, com 
temperaturas médias anuais de 26,5°C e 26,4°C, respectivamente, demandam 
muito mais ventilação que cidades mais frias, como Curitiba e São Paulo, cujas 
temperaturas médias anuais ficam em 17,4°C e 20,1°C, respectivamente. 
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações6
É importante notar que a ventilação natural só é eficiente para o resfriamentos dos 
ambientes enquanto as temperaturas estiverem entre 20 e 32°C, pois, como aponta 
Lamberts, “[...] a partir daí, os ganhos térmicos por convecção funcionariam mais como 
aquecimento” (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014, p. 174). Para temperaturas entre 27 
e 32°C, a ventilação só é eficiente se a umidade relativa do ar estiver entre 15 e 75%.
Para o cálculo da ventilação de um ambiente, a Norma de Desempenho 
leva em consideração a área útil de ventilação de uma esquadria, descontando 
as partes das aberturas que bloqueiam ou diminuem a passagem do vento. Na 
Figura 3, você pode ver uma ilustração de como o sistema de abertura das 
janelas influencia a área útil de ventilação.
Figura 3. Área útil de ventilação.
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 177).
7Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
Observe, na Figura 3, como a relação entre abertura e ventilação pode 
ser direta, no caso das janelas tipo guilhotina, de correr ou de abrir, 
ou indireta, no caso das basculantes e maxim-ar, em que uma tabela 
relaciona o ângulo de abertura da esquadria à capacidade de ventilação 
do elemento.
Você já notou que, algumas vezes, abre a janela de sua casa e o vento 
parece não entrar no ambiente? Por outro lado, já levou um susto quando 
um vento forte bateu a porta de seu quarto quando você estava distraído? 
Ambos os fenômenos são explicados pela ventilação cruzada, que faz o 
vento atravessar um espaço, desde que tenha um ponto para entrar e outro 
para sair. No caso do ambiente no qual o vento parecia não entrar, você 
precisava abrir uma porta ou outra janela para permitir a passagem do ar; 
no susto da porta batendo, a ventilação cruzada era tão forte que acabou 
movimentando a folha da porta.
A ventilação cruzada é condição essencial para o atendimento dos requisitos 
da Norma de Desempenho. Para o conforto térmico, o vento passando reduz 
a percepção de calor tanto pela evaporação do suor quanto pela retirada do 
calor gerado pelo corpo humano; para a saúde, a ventilação cruzada traz ar 
puro do exterior para o interior. Veja, na Figura 4, uma ilustração de comoo 
vento atravessa o ambiente.
Figura 4. Ventilação cruzada.
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 182).
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações8
Na arquitetura, a ventilação cruzada pode se dar de diversas maneiras, 
desde que exista uma entrada e uma saída de ar no ambiente. Dependendo da 
posição das aberturas e da divisão interna do espaço, o vento se movimentará 
de maneira mais ou menos direta e eficiente. Observe, na Figura 5, exemplos 
de como o ambiente influencia o fluxo de ar.
Figura 5. Movimento do ar no interior de espaços construídos.
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 185).
Agora que você já sabe como a ventilação influencia o conforto térmico 
e a saúde dos usuários de um edifício, agora é hora de entendermos o que 
diz a Norma de Desempenho sobre o conforto acústico dentro dos edifícios.
3 Impacto da acústica no desempenho 
das edificações
A Norma de Desempenho considera o comportamento acústico um dos critérios 
de aferição de qualidade de uma edifi cação. O conforto acústico é aferido 
utilizando os níveis de pressão sonora, medidos em decibéis, estabelecendo 
níveis máximos para cada tipo de atividade, além de padrões para a atenuação 
do barulho proveniente do exterior.
A NBR 15.575 admite três tipos de medição de ruídos:
1. o método de precisão, realizado em laboratório;
2. o método de engenharia, realizado no loca;
3. o método simplificado, que faz uma estimativa no campo. 
9Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
Porém, a Norma considera o método de engenharia o mais preciso. Veja, 
no Quadro 3, cada um dos métodos e seus procedimentos. 
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
Método de 
precisão
“Determina a isolação sonora de componentes e elementos 
construtivos (parede, janela, porta e outros), fornecendo 
valores de referência de cálculo para projetos.”
Para ter o valor de um projeto completo, é preciso calcular o 
impacto de cada elemento construtivo no todo, chegando 
no isolamento global do conjunto.
Método de 
engenharia
“Determina, em campo, de forma rigorosa, o isolamento sonoro 
global da vedação externa (conjunto fachada e cobertura, 
no caso de casas térreas e sobrados, e somente fachada nos 
edifícios multipiso), caracterizando de forma direta o comporta-
mento acústico do sistema.”
Esse método é muito preciso para a avaliação de constru-
ções preexistentes, pois registra o comportamento real do 
edifício.
Método 
simplificado 
de campo
“Esse método permite obter uma estimativa do isolamento 
sonoro global da vedação externa (conjunto fachada e cober-
tura, no caso de casas térreas e sobrados, e somente fachada 
nos edifícios multipiso), do isolamento sonoro global entre 
recintos internos, em situações em que não se dispõe de instru-
mentação necessária para medir o tempo de reverberação, ou 
quando as condições de ruído de fundo não permitem obter 
esse parâmetro.”
Esse método é uma simplificação do anterior. Permite 
aproximações aos valores reais sem a precisão do método 
anterior.
Quadro 3. Métodos de verificação acústica
A NBR 15.575 estabelece quatro categorias para determinar a performance 
do edifício no quesito desempenho acústico: 
1. isolação acústica de paredes externas, que trata da influência do meio 
nos ruídos dentro dos espaços;
2. isolação acústica entre ambientes, que determina quanto som pode 
passar de um ambiente para outro;
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações10
3. níveis de ruídos permitidos na habitação, estabelecendo a quantidade 
máxima de decibéis em residências;
4. nível de ruído de impacto em coberturas acessíveis de uso coletivo, que 
trata da transmissão de sons para o interior das casas. 
A seguir, veremos cada uma delas com mais detalhe.
Isolação acústica de paredes externas
Você já dormiu em uma casa ou apartamento que fosse vizinho de um bar 
movimentado ou de uma parada de ônibus? O ruído constante das conversas 
no bar e da frenagem e da aceleração dos ônibus causa grande desconforto, 
certo? A Norma de Desempenho prevê níveis mínimos de atenuação dos 
ruídos externos pela envoltória da edifi cação justamente para garantir que as 
construções respondem efetivamente a essa necessidade.
O primeiro passo para fazer a aferição desse requisito é medir o nível de 
ruído no entorno. Em posse dessa medição, o profissional poderá classificar 
o local de acordo com sua classe de ruído. A Norma apresente três classes, 
de acordo com o local de implantação da edificação, que você pode ver no 
Quadro 4, o qual mostra a localização da habitação e o coeficiente de redução 
de ruído (diferença padronizada de nível) necessário para cada situação.
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
Classe de ruído Localização da habitação D2m,nT,w [dB]
I Habitação distante de fontes de ruído intenso 
de qualquer natureza.
≥ 20
II Habitação localizada em áreas sujeitas a 
situações de ruído não enquadráveis nas 
classes I e III.
≥ 25
III Habitação sujeita a ruído intenso de meios de 
transporte e de outras naturezas, desde que 
conforme a legislação.
≥ 30
Nota 1: para vedação externa de salas, cozinhas, lavanderias e banheiros, não há exigências específicas.
Nota 2: em regiões de aeroportos, estádios, locais de eventos esportivos, rodovias e ferrovias, estudos 
específicos são necessários.
Quadro 4. Classes de ruído
11Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
Isolação acústica entre ambientes
Assim como ocorre entre o exterior e o interior das casas, os ruídos inter-
nos dos edifícios, especialmente aqueles provenientes de outras unidades 
autônomas do mesmo empreendimento, podem ser geradores de desconforto 
acústico. A aferição desse critério também foi normatizada pela NBR 
15.575, por meio de uma tabela que determina a diferença padronizada de 
nível das paredes que dividem ambientes internos, como você pode ver 
no Quadro 5.
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
Elemento DnT,w [dB]
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede 
de geminação) nas situações em que não haja ambiente 
dormitório.
≥ 40
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede 
de geminação) caso pelo menos um dos ambientes seja 
dormitório.
≥ 45
Parede cega de dormitórios entre uma unidade habita-
cional e áreas comuns de trânsito eventual, como corre-
dores e escadaria nos pavimentos.
≥ 40
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade 
habitacional e áreas comuns de trânsito eventual, como 
corredores e escadarias dos pavimentos.
≥ 30
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas 
comuns de permanência de pessoas, para atividades de 
lazer e atividades esportivas, como home theater, salas 
de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e 
vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.
≥ 45
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas, 
separadas pelo hall (DnT,w obtida entre as unidades).
≥ 40
Quadro 5. Valores mínimos de diferença padronizada de nível entre ambientes
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações12
Níveis de ruídos permitidos na habitação
Esse critério trata da transmissão de ruídos pelo piso de uma unidade para 
outra, em unidades habitacionais. A aferição desses ruídos deve ser realizada 
utilizando um dos três métodos de medição aceitos pela Norma de Desem-
penho (precisão, engenharia ou simplifi cado) nos dormitórios das unidades, 
com portas e janelas fechadas. Para aferir o desempenho do sistema de pisos, 
a NBR 15.575 apresenta uma tabela de níveis de ruído permitidos, que você 
pode ver no Quadro 6.
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
Elemento L’nT,w [dB]
Sistema de piso separando unidades habitacionais 
autônomas posicionadas em pavimentos distintos.
≥ 80
Sistema de piso de uso coletivo para atividades de 
lazer e atividades esportivas (como home theater, 
salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos,banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavan-
derias coletivas) sobre unidades habitacionais 
autônomas.
≥ 55
Quadro 6. Critério e nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado
Nível de ruído de impacto em coberturas acessíveis 
de uso coletivo
Assim como no item anterior, o nível de ruído em coberturas acessíveis mede 
o desempenho acústico dos sistemas de piso; nesse caso, entre as unidades 
autônomas e os espaços de uso comum dos edifícios localizados nas cober-
turas, como terraços e salões de festa. Já imaginou tentar dormir enquanto 
seu vizinho está fazendo uma festa no salão do prédio logo acima de seu 
apartamento? A NBR 15.575 dita padrões de performance para evitar que 
isso seja um problema.
13Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
Os níveis de atenuação de ruído pelas lajes são normatizados por uma 
tabela apresentada na parte três da Norma de Desempenho, demonstrando 
as diferentes demandas de redução de ruído de acordo com os ambientes que 
estão sendo separados pelas lajes (Quadro 7).
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
Elemento DnT,w [dB]
Sistema de piso separando unidades habitacionais 
autônomas de áreas em que um dos recintos seja 
dormitório.
≥ 45
Sistema de piso separando unidades habitacionais au-
tônomas de áreas comuns de trânsito eventual, como 
corredores e escadaria nos pavimentos, bem como em 
pavimentos distintos.
≥ 40
Sistema de piso separando unidades habitacionais autô-
nomas de áreas comuns de uso coletivo para atividades 
de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas 
de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e 
vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.
≥ 45
Quadro 7. Critérios de diferença padronizada de nível ponderada
Como você viu, a Norma de Desempenho é um documento extenso e 
completo, que busca guiar os profissionais da construção no esforço de garantir 
que os edifícios tenham características que contribuam para o conforto dos 
usuários e a preservação de recursos financeiros e ambientais. Pela aplicação 
de uma norma como a que temos hoje no Brasil, os arquitetos podem ficar 
tranquilos, sabendo que os usuários dos seus edifícios poderão aproveitar ao 
máximo os espaços projetados pelo maior período possível.
Agora que você conhece a Norma de Desempenho de Edificações, é hora 
de pensar em como aplicar os conceitos aqui tratados em seus projetos, seja 
pelo uso da ventilação nos ambientes internos, seja pela adoção de soluções 
que reduzam o ruído no interior dos espaços.
Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações14
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15575:2013: desempenho 
de edificações habitacionais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. (E-book).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Guia para arquitetos 
na aplicação da norma de desempenho. Brasília: ASBEA, 2013. (E-book).
CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL. Norma de desempenho da 
ABNT: garantia de qualidade em obras de casas e apartamentos. 2013. Disponível em: 
https://www.caubr.gov.br/mudancasnormadesempenho/. Acesso em: 16 ago. 2020.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. Rio de 
Janeiro: Eletrobras/PROCEL, 2014. (E-book).
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
15Ventilação e acústica na Norma de Desempenho de Edificações
Dica do professor
Há muito preconceito sobre a construção de paredes em gesso acartonado. No entanto, esse 
material passa por constante evolução e, atualmente, é até mais eficiente do que alguns mais 
tradicionais.
Nesta Dica do Professor, compreenda essa evolução e as principais estratégias 
para ganhar eficiência na drywall.
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https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/fd00cc3483ea3b93975851f38af1a86d
Na prática
A qualidade do ar do interior das edificações é um requisito básico do conforto ambiental. Além de 
garantir clima ameno, as aberturas nas paredes e no teto são responsáveis por manter uma 
atmosfera saudável.
Há alguns tipos de edificação que exigem uma atenção ainda maior com a habitabilidade dos 
ambientes. É o caso dos edifícios de saúde, como hospitais e clínicas. Nesses ambientes, é preciso 
garantir temperaturas amenas e, simultaneamente, promover a circulação de ar para evitar a 
circulação interna de vírus e bactérias, responsáveis pela propagação de doenças.
Veja um exemplo de arquitetura hospitalar que, em uma região com poucos recursos, garante a 
habitabilidade do ambiente interno.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Conheça sete mitos e sete verdades sobre o drywall
Conheça as características técnicas e desvende os principais mitos da construção em gesso 
acartonado.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Normas Técnicas - AsBEA-RS #1: Norma de Desempenho NBR 
15575
Entenda a responsabilidade do arquiteto perante a Norma de Desempenho de Edificações.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Ventilação natural e renovação do ar podem ser decisivas no 
combate ao coronavírus
Observe a necessidade da ventilação natural para evitar a propagação de doenças, como a covid-
19, em ambientes fechados.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://drywall.org.br/blogabdrywall/conheca-7-mitos-e-verdades-sobre-o-drywall/
https://www.youtube.com/embed/Wp7PAtFpLQY
https://www12.senado.leg.br/tv/programas/noticias-1/2020/04/ventilacao-natural-e-renovacao-do-ar-podem-decisivas-no-combate-ao-coronavirus
Síndrome dos edifícios doentes em recintos com ventilação e 
climatização artificiais: revisão de literatura
Aprofunde seus conhecimentos sobre a necessidade de ventilação natural e a relação com a saúde 
dos usuários dos ambientes.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.inmetro.gov.br/producaointelectual/obras_intelectuais/224_obraIntelectual.pdf
Características térmicas dos 
materiais de construção e 
acabamentos
Apresentação
O projeto de arquitetura é um planejamento em que são inseridas todas as informações 
importantes e indispensáveis para uma obra bem feita. A especificação dos materiais faz parte de 
qualquer projeto executivo de arquitetura, e saber especificar materiais adequados para o 
desempenho proposto é fundamental para o sucesso de uma construção.
Cabe ao arquiteto conhecer o desempenho dos materiais para que os especifique corretamente no 
projeto e para cada tipo de obra. Muitos problemas no uso da edificação decorrem de erros de 
especificação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá que o desempenho da construção em 
relação ao conforto térmico, bem como a correta especificação e a escolha dos materiais podem 
fazer diferença na viabilidade da construção, tornando-a inclusive mais econômica.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar resistência térmica de componente de capacidade térmica de componente.•
Comparar, termicamente, os elementos opacos dos materiais transparentes ou translúcidos.•Analisar componentes com camadas homogêneas, não homogêneas e câmara de ar.•
Infográfico
Para o sucesso de um projeto arquitetônico, é fundamental seguir alguns passos em determinada 
ordem lógica de prioridades. Por exemplo: se você compreender as características dos materiais a 
serem empregados, mas não conhecer as condições de insolação e de vento do local onde está o 
terreno da edificação a ser construída antes de definir os materiais ou a forma, essa compreensão 
pouco adianta para alcançar o objetivo desejado.
Neste Infográfico, veja os seis passos básicos para o processo de um projeto, considerando os 
aspectos de conforto térmico da edificação a ser projetada. Entenda, ainda, o quanto é importante 
seguir a ordem natural dos processos do projeto.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/7ceeea53-825b-4320-a9bd-c3651c4b42c0/47aa558a-60c6-4508-8e18-ed14b0222101.png
Conteúdo do livro
A maneira como o arquiteto projeta uma edificação residencial pode, muitas vezes, parecer algo 
intuitivo e cercado de escolhas estéticas, porém a adequação dos materiais especificados no 
projeto de arquitetura executiva faz a diferença entre o sucesso e o fracasso do uso da construção. 
Lembre-se de que as adequações humanas nas edificações se referenciam nos dados climáticos e 
nas necessidades corporais do ser humano, dessa forma, a assertividade do projeto com relação aos 
seus aspectos térmicos será um grande diferencial para a construção.
No capítulo Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos, da obra 
Conforto ambiental: iluminação natural, você vai conhecer as variáveis arquitetônicas e os índices 
calculáveis dos componentes e como usá-los na prática para o conforto dos usuários das 
edificações residenciais. 
Boa leitura. 
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Laura Jane Lopes Barbosa
Características térmicas dos 
materiais de construção 
e dos acabamentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar resistência térmica de componente de capacidade térmica 
de componente.
 � Comparar, termicamente, os elementos opacos dos materiais trans-
parentes ou translúcidos.
 � Analisar componentes com camadas homogêneas, não homogêneas 
e câmara de ar.
Introdução
Neste capítulo, você vai ler sobre como a arquitetura pode atender às 
necessidades do ser humano relativas ao conforto térmico. Vai estudar as 
atribuições dos materiais de construção e dos acabamentos necessárias 
para formar um ambiente confortável termicamente e as diferenças entre 
esses materiais, além de ver como melhor usar os recursos por meio do 
conhecimento das capacidades térmicas de cada material e de seu uso 
na construção.
As adequações nas edificações se tornam cada vez menos frequentes 
a partir do momento em que os projetos são executados de maneira cor-
reta e cuidadosa, considerando a localização da edificação, a forma como 
é inserida no terreno e os materiais bem especificados. Proporcionar as 
condições de conforto aos usuários da edificação transforma o ambiente 
e, consequentemente, o cotidiano de quem vive nele.
Van Lengen (2004) afirma que a função da casa é nos proteger das 
condições de calor, frio ou umidade do clima. Com base nesse conceito, 
que, em sua simplicidade, mostra a importância do contexto desse es-
tudo, pode-se compreender que não há como ignorar os conceitos de 
conforto térmico para o exercício projetual da arquitetura.
As adequações humanas nas edificações se apoiam nos dados 
climáticos e nas necessidades corporais do ser humano; dessa forma, 
a assertividade do projeto quanto aos seus aspectos térmicos será um 
grande diferencial para a construção. 
1 Resistência térmica de componente versus 
capacidade térmica de componente
De modo geral, o conforto térmico das edificações é atingido por alguns 
fatores, como localização geológica, locação da obra conforme a insolação, 
vento dominante e materiais de construção e acabamentos com que foram 
construídas. Conforme Frota e Schiffer (2009), as necessidades térmicas do 
corpo humano se relacionam com o funcionamento do seu organismo, que 
precisa liberar calor o suficiente para manter sua temperatura interna em 
37°C. Há muitas formas de se projetar gerando conforto térmico em uma 
edificação, e a correta especificação de materiais é uma delas, resultado de 
estudos avançados, melhorados consideravelmente pela tecnologia atual.
Algumas características de materiais de construção e acabamentos têm 
seu estudo de extrema importância para a melhor especificação dos materiais 
no projeto. Considerando o conforto térmico das edificações, entender cada 
uma delas é fundamental. 
Dentro das trocas de calor, a sensação térmica é percebida mediante as 
diferenças sofridas no corpo humano pelo ambiente. Um lugar mais fresco e 
com ventilação adequada pode parecer ainda mais confortável depois de um 
lugar quente e com muita umidade, ao passo que um lugar quente e fechado 
pode ser refrescante depois da experiência de um lugar frio e com vento 
(UNWIN, 2013).
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos2
No contexto de conforto térmico nas edificações, a resistência térmica e a 
capacidade térmica dos componentes, combinadas, formam o que a física chama 
de impedância térmica, que demonstra a possibilidade de um componente 
ou sistema de fazer troca de calor. Essas trocas são feitas de três formas: a 
condução, a convecção e a irradiação térmica. 
A resistência térmica de componente é a capacidade de um componente 
de reter o calor incidido sob sua superfície, não o conduzindo através de sua 
massa. É o inverso da condutibilidade térmica, que, por sua vez, tem o poder 
de conduzir o calor através de sua massa e aumenta à medida que a temperatura 
incidida também aumenta. Essa condição influencia, consideravelmente, no 
conforto ambiental.
O conforto não é somente uma das maiores aspirações humanas, mas também é 
de relevante importância econômica, considerando que, em qualquer processo de 
trabalho, o desconforto pode diminuir a eficiência e o rendimento, podendo gerar, 
inclusive, aumento do número de acidentes (RORIZ, 2008).
Um bom exemplo para entendermos esse conceito é pensarmos na diferença de dois 
componentes de uma panela: o corpo da panela, que é sempre feito de um material 
de alta condutibilidade térmica e baixa resistência térmica, e seu cabo, que tem alta 
resistência térmica e quase nenhuma condutibilidade térmica. Há algumas variáveis 
no processo de cálculo da resistência térmica, como refletividade e absortividade, 
sendo as cores das superfícies fortes influenciadoras na absorção ou reflexão de calor. 
3Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
Para conhecer a resistência térmica de um material é necessário que se-
jam conhecidas a espessura (L) do material de fechamento e o seu índice de 
condutibilidade (l), conforme mostra a Figura 1.
Figura 1. Fórmula para cálculo da resistência térmica.
A capacidade térmica de componente estabelece a quantidade de ca-
lor a que um corpo precisa ser submetido para modificar sua temperatura. 
A capacidade térmica (CT) é a razão da quantidade de calor (Q) recebida e a 
variação de sua temperatura (ΔT) após essa incidência em sua massa. Essa 
capacidade de retenção depende da massa de cada corpo. Afirma Romero 
(2000) que a capacidade térmica dos componentes pode reduzir a produção 
de calor do ambiente interno durante o dia. 
Mesmo tendo dois corpos de mesmo material, se eles tiverem massas di-
ferentes, serão necessárias diferentes quantidades de calor para cada um para 
que alcancem a mesma temperatura. Portanto, uma parede de 10 centímetros 
de espessura feita em alvenaria e emboçada com cimento precisa de menor 
incidência de calor para mudar sua temperatura do que uma parede com o 
mesmo material,mas com 20 centímetros de espessura. Sua relação é dada 
matematicamente pela expressão: 
A Figura 2 mostra graficamente a definição da capacidade térmica
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos4
Figura 2. Capacidade térmica.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2004).
Text.Text.
Tint. Tint.
Capacidade térmica - quantidade de calor necessária para elevar em uma
unidade a temperatura de um compontente, por unidade de área
- Unidade: KJ/m °C
Resumidamente, a resistência térmica e a capacidade térmica são critérios 
de conforto térmico que fazem grande diferença na especificação do projeto de 
arquitetura, considerando o atendimento às normas técnicas atuais. Conhecer 
o quanto é necessário ter informações de onde e quando usar determinado 
material tem sido não só um diferencial de qualidade em um projeto, mas 
uma obrigação geral na confecção dele. A especificação de material correta 
evita muitos problemas no uso e, juridicamente falando, na responsabilidade 
técnica pelo projeto.
As normas NBR 15220, de 29 de abril de 2005, e 15575, de 19 de fevereiro de 2013, 
ambas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelecem os critérios 
de conforto térmico das unidades residenciais — sendo que as formas de avaliação 
simplificada de desempenho térmico são estabelecidas pela ABNT NBR 15575/2013. 
É obrigatório que os projetos de edificações residenciais de qualquer porte atendam 
aos requisitos da norma ABNT NBR 15575/2013 no que for pertinente, e o responsável 
direto desse atendimento é o projetista da edificação. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 2005; 2013).
5Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
2 Elementos opacos e materiais transparentes
Visualmente, dentro dos materiais de construção e acabamentos, a compara-
ção entre os elementos opacos e os materiais transparentes é inconfundível, 
com formas e funções muito diferentes. Dentro dos padrões estabelecidos e 
comprovados de conforto térmico das edificações, eles são diametralmente 
opostos quando colocados em suas funções de fechamento. Não há, neste caso, 
material melhor ou pior, há sim o mau ou o bom uso de cada um. 
Segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2004), as trocas de energia entre o 
interior e exterior, seja de luz, seja de calor, têm como ponto principal os 
elementos que envolvem o ser humano, o chamado envelope construtivo. 
O estudo do envelope construtivo deve abranger, ao mesmo tempo, todos os 
fatores de interferência no problema, sendo a radiação solar um desses fatores, 
pois interfere diretamente nos materiais de construção, que se comportam de 
maneiras diferentes. 
Por esse motivo, os elementos que envolvem os usuários das edificações 
podem ser divididos em fechamentos opacos e fechamentos transparentes. 
Sua principal diferença é a capacidade, no caso dos materiais transparentes, 
e a incapacidade, no caso dos opacos, de transmitir radiação solar para o 
interior da edificação.
Dentro desse princípio básico de uso de materiais em função da transmissão 
de calor, principalmente por meio da radiação solar, entende-se que o bom 
uso de cada um para o fim correto determinará, categoricamente, o conforto 
térmico da edificação, considerando sempre o que dizem as normas vigentes 
sobre o assunto. O conhecimento da carta climática local e da geometria do sol 
complementarão as informações necessárias para a escolha correta do material.
Fechamentos opacos
A transmissão de calor ocorre através de um fechamento opaco quando há 
diferença de temperatura interna e externa. O fluxo de calor ocorre na direção 
da superfície mais quente para a mais fria. Isso ocorre, basicamente, em três 
fases distintas: 
 � troca de calor com o meio exterior;
 � condução através do fechamento;
 � troca de calor com o meio interior.
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos6
Acompanhe essas fases na Figura 3. 
Figura 3. As três fases da transmissão de calor nos fechamentos opacos.
Ambiente interno
Radiação
Convecção
Fl
ux
o
18°C27°C
1 2 3
Ambiente interno
Calor
A radiação solar incidente no fechamento opaco tem a fração absorvida, 
que se transforma em calor, e a fração refletida. Nos corpos opacos, a soma 
da absortância e da refletância é igual a 1. Dessa forma, é possível determinar 
a propriedade de uma por meio da outra (DORNELLES; RORIZ, 2007).
Na fase 1, troca de calor com o meio exterior, a radiação que incide sobre o 
material de fechamento opaco terá uma parcela refletida e outra absorvida, e 
seu valor dependerá da refletividade (a) e da absortividade (r) do material. Já 
na fase 2, condução através do fechamento, a área interna se diferenciará da 
externa pela elevação da temperatura no exterior. A troca térmica então se dá 
por condução, e a condutibilidade térmica (l) influirá, conforme a espessura 
do material, na intensidade do fluxo de calor que fluirá por ele. Fianlizando 
na fase 3, troca de calor com o meio interior, as trocas térmicas voltam a ser 
por convecção e por radiação.
7Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
Na Figura 4, você pode observar graficamente a diferença da transmissão 
da radiação nos fechamentos opcaos e nos fechamentos transparentes.
Figura 4. Transmissão da radiação nos fechamentos opacos e transparentes.
Vidro
(Fechamento
transparente)
Parede
(Fechamento
opaco)
Fechamentos transparentes
Os fechamentos transparentes são responsáveis pelas principais trocas de calor 
em uma edificação, sejam em janelas, sejam em vãos de iluminação natural, 
claraboias ou mesmo portas em material transparente. Eles fazem as trocas 
térmicas das três maneiras: condução, convecção e radiação. A condução e a 
convecção são feitas da mesma maneira que os elementos opacos, porém, no 
caso de janelas e portas, há a possível de troca de ar, por terem a possibilidade 
de abertura. De maneira diferenciada, a radiação se torna mais latente e inci-
siva por sua transmissão ser direta ao interior, dependendo da transparência 
e transmissividade do material (t), o que não ocorre nos fechamentos opacos.
Akerman (2000) defende que o vidro, o principal fechamento transparente 
e mais conhecido e utilizado, é mau condutor de calor. Normalmente, ele é 
aquecido pelo lado exposto à fonte de calor, mas leva certo tempo para chegar 
a outra face, conforme os fechamentos opacos.
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos8
É o projeto arquitetônico que define as variáveis que determinam a quantidade de 
calor que será transmitida pelos fechamentos transparentes. A orientação geográfica, 
o tamanho da abertura, o tipo de material transparente e os elementos de proteção 
solar utilizados, ou não, são as principais variáveis.
Na concepção de fechamentos transparentes, o principal elemento usado e 
largamente difundido é o vidro, porém existem muitos tipos de vidros, trata-
mentos de vidros, além outros materiais que terão suas características como 
fonte determinante das diferenças de transmissão de calor. Os principais tipos 
de materiais transparentes são os vidros simples (transparentes), vidro verde, 
películas e vidros absorventes (como os fumês), películas e vidros reflexivos, 
camadas múltiplas, vidros com texturas e os plásticos. 
 Westphal (2016) afirma que, sendo o comportamento do clima externo 
dinâmico, a influência do vidro no desempenho térmico da edificação tam-
bém sofrerá variações no decorrer do dia e do ano, com as estações. Por isso 
é importante um estudo detalhado do clima e das propriedades do material.
A radiação solar que incide sobre um fechamento transparente pode 
ser calculada por absortividade (a), refletividade (r), e transmissividade (t). 
No caso da reflexão, o ângulo de incidência da radiação solar fará a diferença 
na intensidade do reflexo. Dependendo da transparência do material, a radiação 
solar é transmitida diretamente para o interior. 
Elementos ou materiais cujos componentestêm características distintas, 
quando usados de modo inapropriado nas construções, podem modificar 
significativamente o desempenho e atingir até mesmo a funcionalidade da 
edificação. Para uso de muitos deles nem é preciso muita técnica ou cálcu-
los para saber se podem ou não afetar termicamente o espaço construído. 
Há obviedades impostas e prementes que quase intuitivamente podemos 
perceber se estão corretos ou não. Tudo depende da função a que a edificação 
se destina. 
Segundo Castro (2006), se um material transparente for mal dimensionado 
ou posicionado em uma fachada, pode gerar calor demasiado no verão ou 
excessivo frio no inverno no ambiente interno. Alguns materiais são corretos 
para uma função e inabilitados a outras. A escolha mal feita desses compo-
nentes compromete o dinheiro gasto, a reputação do profissional e a vida das 
pessoas que se utilizarão do ambiente, ou seja, um preço muito alto a pagar.
9Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
3 Componentes com camadas homogêneas, 
não homogêneas e câmara de ar 
O conhecimento da composição dos materiais de construção e acabamentos é, 
de fato, fundamental para a boa prática do exercício projetual da arquitetura. 
Todos os processos aqui já vistos podem ajudar a não comprometer um tra-
balho de planejamento para a construção de qualquer edificação residencial. 
As composições, os efeitos, as variáveis arquitetônicas, a localização, as quali-
dades térmicas desses materiais são vistos como conhecimento imprescindível 
ao processo de trabalho de planejamento e projeto arquitetônico. Nessa lista 
também se inclui a composição das camadas e os bolsões de ar nos materiais, 
que interferem profundamente na carga térmica dos ambientes.
Por meio de processos químicos é possível obter diversas matérias-primas 
de composição dos materiais de construção — inclusive o ar. Considerando 
a característica da condutibilidade térmica dos materiais de construção e, no 
caso deste estudo, para fechamentos internos e externos de uma residência, 
pode-se também identificar os componentes cujas camadas sejam homogê-
neas ou heterogêneas, e ainda os fechamentos que consistem em camadas de 
materiais mais camada de ar confinado.
Segundo Granja (2002), para se compreender o fenômeno da inércia tér-
mica em fechamentos opacos é muito importante analisar a transmissão 
periódica de calor em fechamentos homogêneos. Essa análise, entretanto, deve 
ser estendida aos fechamentos compostos, já que a maioria das construções 
assim são executadas. Esse processo de cálculo dos fechamentos compostos vai 
se complicando mais a cada camada de materiais adicionados ao fechamento.
A análise se baseia no cálculo do coeficiente global de transmissão térmica 
(k), que quantifica a capacidade do material de ser transpassado por um fluxo 
de calor induzido pela diferença de calor entre os ambientes interno e externo 
do elemento construtivo de fechamento. O coeficiente considera e abrange 
as trocas térmicas superficiais, normalmente por convecção e radiação, e as 
trocas térmicas por condução, dada pelo material utilizado e suas características 
como espessura da camada, coeficiente de condutibilidade térmica, posição 
da camada ou camadas (horizontal ou vertical) e a direção do fluxo de calor. 
As fórmulas descritas e dimensionadas para o cálculo da resistência térmica 
e da capacidade térmica de componentes com camadas homogêneas, não 
homogêneas e com camadas de ar são detalhadas no corpo da ABNT NBR 
15220/2005. Elas estão representadas no Quadro 1.
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos10
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2005).
Símbolos
Símbolo Variável Unidade
A Área m2
R Resistência térmica de um componente (m2∙K)/W
U Transmitância térmica de um componente W/(m2∙K)
CT Capacidade térmica de um componente KJ/(m
2∙K)
$ Atraso térmico de um componente horas
FSo Fator solar de elementos opacos —
FSt Fator solar de elementos 
transparentes ou translúcidos
—
CS Coeficiente de sombreamento —
c Calor específico KJ(kg∙K)
e Espessura de uma camada m
≓ Condutividade térmica do material W/(m∙K)
‴ Densidade de massa aparente do material kg/m3
⊍ Emissividade hemisférica total —
Subscritos
Subscrito Descrição
ar Referente a uma câmara de ar
n Número total de seções ou camadas (a, b, c, …, 
n − 1, n) de um elemento ou componente
s Superfície
e Exterior da edificação
i Interior da edificação
t Total, superfície a superfície
T Total, ambiente a ambiente
Quadro 1. Símbolos para formação das fórmulas de cálculo de resistência e capacidade 
térmica de elementos com camadas homogêneas, não homogêneas e camadas de ar
11Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
Segundo Ching (2013), as características da forma e a praticidade do 
seu conceito prático de proporção, tamanho, textura e acústica dependem, 
em última análise, das propriedades de vedação do espaço. Analisando as 
diferenças de cada tipo de componente, no caso da resistência térmica, os 
componentes de camadas não homogêneas têm seu cálculo feito por meio da 
soma dos componentes de cada camada. Essa soma pode ser feita em série 
ou em paralelo. A resistência térmica de componente homogêneo é calculada 
pela fórmula destacada na Figura 1, que vimos anteriormente. 
Para reduzir as trocas de calor de um fechamento opaco, é evidente que a 
escolha dos materiais com índice de condutibilidade mais baixa é condição 
fundamental para um bom resultado. Assim como a execução de fechamentos 
de camadas múltiplas também coloca bons resultados a redução da troca de 
calor. A câmara de ar pode ser uma dessas camadas, fazendo sua troca térmica 
por convecção e radiação, e não por condução, dependendo da direção do 
fluxo e da inclinação do fechamento. 
As determinantes de cálculo da capacidade térmica para os componentes 
de camadas homogêneas e não homogêneas se tornam quase ignoráveis, pois 
a capacidade térmica de um material cujo índice é muito alto determinará o 
efeito da troca de calor dos outros, contribuindo na inércia térmica do ambiente 
fechado por ele. Considerando, nesse aspecto, a câmara de ar, que tem uma 
diferença mínima de capacidade térmica, ela também não influenciará no 
processo se inserida. Assim, o cálculo da capacidade térmica de um componente 
homogêneo e não homogêneo, com ou sem câmara de ar, pode ser executado 
da mesma forma, considerando o material inserido nas camadas que melhor 
retêm o calor como base para o cálculo.
Segundo Lima et al. (2018), o nível mais alto de isolamento das fachadas 
formadas por blocos de tijolo duplo com câmara de ar fornece um nível maior 
de inércia térmica para a edificação, o que é altamente preconizado pela 
arquitetura bioclimática. 
Procure no YouTube o vídeo “Transferência de calor: resistência térmica”, do canal 
Desenrolando, e complemente seus conhecimentos sobre a especificação dos materiais 
de uma obra. 
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos12
Estudar o clima antes de traçar o projeto
Para todas as variáveis arquitetônicas estudadas neste capítulo, cálculos e 
determinações normativas, deve-se considerar que a base de tudo é o clima. 
Esse elemento não pode ser ignorado, obviamente, porém é muito importante 
destacar que nenhuma fórmula matemática até hoje estudada é capaz de 
modificar o clima da localidade. 
As ações de proteção ao meio ambiente no mundo contribuem para a 
estabilização de mudanças feitas no decorrer de séculos de interferência do 
homem na Terra, mas especificar materiais de uma edificação com o objetivo 
de trazer conforto térmico ao usuário sem considerar a situação climática local 
é um erro grosseiro e imperdoável no processo de projeto. Em decorrência dos 
estudos sobre conservação e uso racional de energia elétrica e da necessidade 
da preservação ambiental, nasce um novo pensamento em arquitetura, com 
base nas necessidades dos edifíciosse adaptarem aos requisitos ambientais 
(DI TRAPANO, 2008).
Conhecer as capacidades e resistências térmicas dos materiais só fará sen-
tido se você souber usá-las em favor do usuário da edificação no local onde será 
implantada. O conhecimento das cartas climáticas e a observação pessoal do 
local, da topografia do terreno, e o programa de necessidades do projeto serão 
informações de base para o bom uso dos elementos e componentes a serem 
escolhidos. As normas técnicas auxiliam os processos do exercício projetual, 
facilitando nas decisões e especificações dos materiais e a firma de uso.
Segundo Brown e Dekay (2004), a topografia, a radiação solar e a venti-
lação, quando combinadas entre si, produzem microclimas que evidenciam 
algumas características do macroclima da região. Dessa forma, evidencia-se 
a importância do estudo do clima para a adequação da construção.
As boas práticas da construção civil já estudaram e testaram diversas situ-
ações e, por isso mesmo, normatizam as atividades de cálculo, especificação 
e projeto, dando aos profissionais condições de segurança para a prática das 
atividades da profissão. 
13Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
O edifício conhecido por Walkie-Talkie, localizado em Londres, na Inglaterra, é um bom 
exemplo do mal uso da combinação forma, localização e material no projeto. O edifício 
construído reflete a luz solar e irradia raios que aumentam a temperatura entre 60°C a 
até 92°C, como em uma lente, chegando a derreter objetos que estão na linha desse 
reflexo. Esse é um exemplo de um grande erro de projeto que atinge diretamente o 
investidor, o projetista e, principalmente, a população ao redor.
Com o conhecimento técnico específico, o auxílio das normas e pesqui-
sas das necessidades dos usuários da edificação a ser projetada, além das 
informações gerais do clima e até mesmo das medições de temperatura local 
e conhecimento das características de cada material, é possível realizar o 
planejamento de uma obra de maneira eficiente e eficaz. Com isso, gera-se 
conforto e proteção térmica aos usuários, beneficiando até mesmo a saúde 
física e mental dos moradores.
Os erros provocados pela não observação desses fatores podem gerar prejuízos 
irreversíveis ao urbanismo, às pessoas e aos construtores das edificações. Cabe 
ao projetista a maior parcela de responsabilidade pelas escolhas erradas. De 
acordo com Daychoum (2008), as grandes organizações já podem sofrer com 
planos mal elaborados ou executados de maneira incorreta, e os projetistas, que 
muitas vezes se arriscam em escolhas intuitivas, podem sofrer muito mais. Por-
tanto, o estudo e o uso correto das informações disponíveis para as escolhas dos 
materiais mais adequados e eficientes do projeto de arquitetura é fundamental.
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ABNT NBR 15220-2:2005 Versão Corrigida:2008.
Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos14
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ROMERO, M. A. B. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. [Brasil], 2000. Disponível 
em: http://airesfernandes.weebly.com/uploads/5/1/6/5/5165255/princpios_bioclimti-
cos_para_o_desenho_urbano.pdf. Acesso em: 26 mar. 2020.
RORIZ, M. Conforto e desempenho térmico de edificações. São Carlos: Universidade Federal 
de São Carlos, 2008.
UNWIN, S. A análise da arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2013.
VAN LENGEN, J. Manual do arquiteto descalço. Porto Alegre: Livraria do Arquiteto, 2004.
15Características térmicas dos materiais de construção e dos acabamentos
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
WESTPHAL, F. S. Manual técnico do vidro plano para edificações. São Paulo: Simplíssimo 
Livros, 2016.
Leituras recomendadas
ARQUITETO FALA. Norma de desempenho de edificações entra em vigor: ABNT 15575. [S. l.], 
2013. Disponível em: http://arquitetofala.blogspot.com/2013/07/norma-de-desempe-
nho-de-edificacoes.html. Acesso em: 26 mar. 2020.
CÂMARA BRASILEIRA DE INDUSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Desempenho de edificações 
habitacionais: guia orientativo para atendimento a norma ABNT NBR 15575/2013. 
Brasil: CBCI, 2013. 
COMO foi que um arranha-céus 'derreteu' um carro?. BBC Brasil, 2013. Disponível em: 
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/09/130904_como_luzrefletida_der-
rete_carro_an. Acesso em: 26 mar. 2020.
MOUNT, H. Skyscraper?: on reflection it's more like a 37-storey barbecue: Harry Mount 
braves the death rays of the City tower that can melt cars. Daily Mail Online, 2013. 
Disponível em: https://www.dailymail.co.uk/news/article-2410490/Skyscraper-On-
-reflection-like-37-storey-barbecue-HARRY-MOUNT-braves-death-rays-City-tower-
-melt-cars.html. Acesso em: 26 mar. 2020.
TRANSFERÊNCIA de calor: resistência térmica. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (7 min). Publicado 
pelo canal Desenrolando. Disponível em: https://youtu.be/CAN1PLIQDmk. Acesso 
em: 26 mar. 2020.
Características térmicas dosmateriais de construção e dos acabamentos16
Dica do professor
Para o bom andamento do processo de um projeto de edificações residenciais, é necessário 
entender a importância das escolhas corretas dos materiais. Para isso, é preciso considerar, 
principalmente, os aspectos térmicos, hoje regulamentados por normas e leis, que asseguram ao 
profissional ótimos projetos e especificações adequadas, garantindo a qualidade da obra aos 
usuários da edificação e gerando valor ao imóvel.
Nesta Dica do Professor, você vai entender como a escolha correta de materiais, considerando seus 
aspectos térmicos, pode ajudar na valorização do imóvel, fazendo deste um bom investimento 
financeiro tanto para o comprador quanto para o usuário da edificação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/de297703c30bcde73384b1a20a693cc8
Na prática
O erro projetual impede o sucesso de outros trabalhos do profissional. 
O preço que se paga por ignorar conceitos, cuidados e teorias já analisadas, bem como as 
características locais em todas as suas circunstâncias e todas as variáveis possíveis, torna o técnico 
do serviço um mero espectador e culpado por pequenas e grandes tragédias construtivas.
Neste Na Prática, você vai conhecer a história de um esportista que confiou seu investimento a um 
arquiteto que não enxergou a necessidade do cuidado e da atenção a essas condicionantes e teve 
um grande prejuízo.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/85cd6ed3-0e4e-4c8e-a7c5-fe40f23150c5/f94b5d96-d9fb-4f11-85c2-c2a6ca4f7fd8.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Conforto térmico em habitações de interesse social - um estudo 
de caso
Neste link, você vai encontrar um estudo de caso que mostra muitas informações importantes na 
ótica de um engenheiro mecânico.
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Como a simulação de materiais durante o projeto garante um 
bom desempenho da construção
Quanto mais informações corretas e seguras na fase de projetos, melhor é a viabilização da 
construção. O texto a seguir aborda a simulação dos materiais em várias ferramentas e métodos 
existentes, promove uma condição segura e assertiva de construção com bom desempenho 
térmico, atendendo melhor às normas de desempenho da construção e, consequentemente, ao 
conforto do usuário.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Desempenho térmico
O desempenho térmico nas edificações tem estudos fundamentados e amparados por normas 
brasileiras que ajudam o profissional a determinar as interferências necessárias para uma edificação 
eficiente em todos os aspectos. Neste link, você vai conhecer melhor como avaliar o desempenho 
térmico das edificações sob o ponto de vista regulamentar das normas brasileiras.
https://revista.pgsskroton.com/index.php/uniciencias/article/view/5116
https://www.archdaily.com.br/br/930355/simular-materiais-na-etapa-projetual-pode-garantir-o-desempenho-da-construcao?ad_source=search&ad_medium=search_result_all
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https://www.youtube.com/embed/51qNTOHXZPg
Diferentes estratégias de ventilação 
natural
Apresentação
Dentre os componentes do projeto de conforto térmico, a ventilação integra a habitabilidade das 
edificações. O fluxo correto de insuflamento e de exaustão de ar é importante para garantir o 
conforto térmico dos usuários, assim como a qualidade do ar respirado nos espaços internos.
Somadas a isso, há atividades em que a ventilação adequada é um dos pontos principais do projeto, 
como no caso de ambientes em que há presença de grande volume de gases interferindo na 
qualidade do ar respirado. O que é a ventilação? É o ar em movimento.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá como tirar proveito de fenômenos naturais 
para usar o movimento do ar a favor de seus projetos, seja para adequá-los às necessidades de seus 
usuários, ou para minimizar o impacto humano no meio ambiente, fazendo uso de estratégias 
naturais de ventilação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Discutir a ventilação cruzada como estratégia passiva de condicionamento.•
Explicar como a ventilação noturna pode resfriar os ambientes para o uso diurno.•
Analisar a eficiência de sistemas de ventilação complementares a outros sistemas.•
Infográfico
Você já sabe que a ventilação natural é uma estratégia projetual imprescindível para promover o 
conforto térmico nos ambientes internos das edificações. Mas você sabia que a quantidade certa 
de ventilação também é responsável por manter o ar saudável, livre de odores e doenças?
Conheça, neste Infográfico, o conceito de ventilação higiênica e como você pode inseri-lo em seus 
projetos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/7a0c4597-6ef5-4b10-88b0-5d8ff120d483/89097660-8cbf-4bb5-82fb-acdbc36d108f.jpg
Conteúdo do livro
A ventilação natural talvez seja a estratégia mais elementar de habitabilidade das edificações. 
Raramente requer o uso de tecnologias sofisticadas, como painéis de captação de energia solar, e 
está diretamente associada à fruição do espaço construído.
Espaços arejados são amplamente reconhecidos como um ponto positivo para a maioria dos 
usuários. Mesmo assim, talvez em razão dessa obviedade, a ventilação dos espaços construídos é 
negligenciada.
No capítulo Diferentes estratégias de ventilação natural, da obra Conforto ambiental: ventilação e 
acústica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você reconhecerá uma das estratégias mais 
simples e acessíveis para a ventilação natural das edificações: a ventilação cruzada. Além disso, 
identificará a importância de fenômenos naturais como estratégia de projeto. Há, contudo, 
situações em que a ventilação natural é insuficiente; por isso, o capítulo será encerrado com a 
investigação de algumas técnicas de ventilação artificial.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
VENTILAÇÃO E 
ACÚSTICA
Gabriel Lima Giambastiani
Diferentes estratégias 
de ventilação natural
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Discutir a ventilação cruzada como estratégia passiva de condicionamento.
  Explicar como a ventilação noturna pode resfriar os ambientes para 
o uso diurno.
  Analisar a eficiência de sistemas de ventilação complementares a 
outros sistemas.
Introdução
A existência do ar é um fato tão trivial que raramente paramos para 
pensar a respeito. Porém, diariamente sofremos as consequências de 
projetos que não levaram em consideração questões básicas relativas 
a seu comportamento: ambientes mal ventilados causam desconforto 
e forçam usuários a recorrerem a soluções mecânicas para atenuar os 
problemas de projetos mal desenvolvidos. 
Neste capítulo, vamos analisar a natureza do ar e o que ocorre quando 
ele se movimenta: o vento. Aqui, você vai descobrir estratégias simples de 
utilização do vento nos projetos de arquitetura, além de compreender como 
fenômenos naturais, como o dia e a noite, podem ser utilizados para promover 
a habitabilidade das edificações. E como nem sempre as estratégias de ventila-
ção natural são suficientes, também vamos discutir alguns usos de ventilação 
artificial para complementar os sistemas de ventilação das edificações.
1 Ventilação cruzada e condicionamento térmico
Quando falamos de ventilação, referimo-nos à movimentação do ar e à 
sua renovação. Logo, ventilação não é sinônimo de climatização, que estárelacionada ao controle da pressão, da umidade e da temperatura de deter-
minado local. Portanto, para estudarmos o conceito de ventilação e como 
ele se aplica no projeto de edifi cações, precisamos entender o que é o ar e 
como ele se desloca.
Cuide para não confundir climatização com ventilação. Ambos os conceitos estão 
inseridos dentro de um grupo de preocupações relacionadas ao conforto térmico. A 
ventilação diz respeito à circulação e à renovação do ar, enquanto a climatização 
diz respeito à calefação e ao resfriamento do ar. Ainda que um ambiente tenha uma 
temperatura adequada, a qualidade do ar pode ser ruim; e o contrário também pode ser 
verdadeiro: o ar pode ter boa qualidade, pois o ambiente é ventilado, mas a temperatura 
não ser adequada, causando desconforto.
O ar que respiramos é uma mistura de gases, não um composto quí-
mico. Em volume, mais de 99% dessa mistura é composta por nitrogênio e 
oxigênio, e essa composição permanece proporcionalmente constante até 
aproximadamente 100 km de altitude (BARRY; CHORLEY, 2013). Veja, 
no Quadro 1, a composição média da atmosfera terrestre, ou seja, do ar que 
você está respirando neste exato momento.
Componente Símbolo Volume % (ar seco) Peso molecular
Nitrogênio N2 78,08 28,02
Oxigênio O2 20,95 32,00
Argônio*ᴪ Ar 0,93 39,88
Dióxido de carbono CO2 0,037 44,00
Neônioᴪ Ne 0,0018 20,18
Hélio*ᴪ He 0,0005 4,00
Ozônioᴥ O3 0,00006 48,00
Hidrogênio H 0,00005 2,02
Quadro 1. Composição média da atmosfera seca abaixo de 25 km
(Continua)
Diferentes estratégias de ventilação natural2
Perceba que o ar não é um gás, mas uma mistura deles, e que mantém suas 
características, como compressibilidade e expansibilidade. Quando esse fluido 
se desloca de um lugar para outro, ocorre aquilo que conhecemos como vento. 
O vento, portanto, é uma mistura de gases, que se desloca pela Terra. Mas o 
que causa essa movimentação? O que causa o vento? 
De uma maneira simplificada, o vento é o deslocamento horizontal do 
ar em relação à superfície da Terra e é produzido, essencialmente, por di-
ferenças de pressão do ar de um lugar ao outro; as turbulências (que são as 
correntes ascendentes e descendentes de ar) acrescentam um componente 
vertical (CHRISTOPHERSON; BIRKELAND, 2017). Segundo Barry e Chorley 
(2013), existem quatro controles sobre o movimento horizontal do ar perto da 
superfície da Terra: 
1. a força do gradiente de pressão;
2. a força de Coriolis;
3. a aceleração centrípeta da Terra;
4. forças friccionais. 
Diferentes combinações dessas forças gerarão diferentes tipos de vento.
Uma compreensão extensiva das forças que causam o vento e sobre a 
interação entre elas não é necessária para o projeto de edificações que tirem 
partido da movimentação do ar. Brown (2007) estruturou três princípios 
que governam a movimentação do ar e cujo conhecimento é importante 
para projetos de arquitetura. O primeiro deles preconiza que, em função 
da fricção, a velocidade do vento é menor perto da superfície da Terra 
Fonte: Adaptado de Barry e Chorley (2013).
Componente Símbolo Volume % (ar seco) Peso molecular
Criptônioᴪ Kr 0,00011 —
Xenônioᴪ Xe 0,00009 —
Metanoᴕ CH4 0,00017 —
*Produtos do decaimento do potássio e do urânio. ᴥRecombinação do oxigênio. ᴪGases inertes. 
ᴕNa superfície.
Quadro 1. Composição média da atmosfera seca abaixo de 25 km
(Continuação)
3Diferentes estratégias de ventilação natural
do que nas partes mais altas da atmosfera. Imagine uma corrente de ar 
passando por um deserto (estamos desconsiderando outros elementos como 
construções, vegetação, etc.): a parte dessa corrente que estiver em contato 
com o solo sofrerá a ação das irregularidades do terreno, o que diminuirá 
sua velocidade. O segundo princípio diz que o ar tende a continuar se 
movendo na mesma direção quando encontra um obstáculo, em função 
da inércia. O terceiro princípio diz que o ar f lui de áreas de alta pressão 
a áreas de baixa pressão. Esses dois últimos princípios serão de grande 
importância ao examinarmos uma estratégia de ventilação muito comum, 
a ventilação cruzada.
O termo “inércia” diz respeito à ausência de reação ou de mobilidade: estagnação. 
Na física, corresponde à resistência que um objeto oferece à aceleração. Quando 
falamos de inércia térmica de um objeto ou de uma construção, estamos nos 
referindo à sua capacidade de resistir a mudanças de temperatura. Um material 
com elevada inércia térmica é aquele que apresenta maior resistência a mudanças 
de temperatura.
Esse conceito é muito importante em projetos de arquitetura, pois pode influenciar 
decisões de projeto significativas, como a escolha dos materiais de construção; além 
de ser aproveitado em algumas estratégias de climatização passiva.
Agora que você já sabe o que é o ar e conhece as razões pelas quais ele 
se desloca, considere a influência desse fenômeno natural nos seres huma-
nos. No inverno, uma pessoa pouco agasalhada pode ficar extremamente 
perturbada com a ação do vento. A movimentação do ar aumenta conside-
ravelmente a sensação de desconforto causada pela baixa temperatura. Em 
regiões com incidência de ventos fortes, o fenômeno pode causar destruição, 
principalmente em construções precárias. Cada pessoa tem algum exemplo 
de sua experiência que ilustra o truísmo de que o vento em excesso causa 
desconforto. É igualmente verdade que o vento, quando suave e controlado, 
é extremamente agradável. É agradável sentar-se em um banco de praça, 
Diferentes estratégias de ventilação natural4
ou na varanda de uma residência, e sentir uma brisa tocar o rosto. É esse 
tipo de regulação que pode ser alcançado com a manipulação do ambiente 
construído: barrar, impedir, conter ventos fortes e estimular ventos suaves 
e agradáveis.
Uma estratégia bastante difundida de controle e de aproveitamento do 
vento é técnica da ventilação cruzada. Nela, o ar é recebido de um lado da 
edificação e a deixa pelo lado oposto. Ao executar esse movimento, o ar cruza 
o ambiente, justificando o nome da técnica. Agora examine o efeito à luz 
daquilo que você já aprendeu. Você já sabe que o ar se move através de um 
gradiente de pressão. No lado que recebe o vento (barlavento), há uma zona 
de pressão positiva, enquanto, no lado oposto (sotavento), há uma zona de 
pressão negativa (ROAF; FUENTES; THOMAS-REES, 2014). O que ocorre 
é que há um deslocamento do ar nesse sentido, a partir do ponto de pressão 
positiva até o ponto de pressão negativa. Observe a Figura 1.
Figura 1. Ventilação cruzada: aberturas no lado de pressão e de sucção do vento.
Fonte: Roaf, Fuentes e Thomas-Rees (2014, p. 131).
A seta indica o deslocamento do ar. Veja que é necessário criar aberturas 
em lados opostos para estimular a passagem do vento. A ventilação cruzada 
mais eficaz ocorre quando as entradas de ar estão localizadas na área de alta 
pressão, e as saídas, nas zonas de sucção (BROWN, 2007). Logo, é necessário 
conhecer a orientação dos ventos predominantes para localizar as aberturas 
de maneira adequada. Lembre-se, no entanto, que buscamos uma sensação 
agradável para os usuários das edificações. Portanto, em áreas de muito vento, 
nem sempre é desejável esse tipo de efeito. Também é possível controlá-lo 
variando a posição e o tamanho das aberturas. 
5Diferentes estratégias de ventilação natural
Além de causar um efeito agradável e favorecer uma sensação térmica adequada, a 
ventilação cruzada pode exercer um papel importante na habitabilidade e salubridade 
dos ambientes. A renovação constante do ar favorece um ambiente livre de odores 
desagradáveis e a sensação de ar viciado presente em muitos ambientes fechados 
onde não há renovação do ar, seja ela natural ou mecânica.
Perceba como uma decisão projetual simples pode melhorar significati-
vamente a habitabilidade de um ambiente. Nesta seção, você aprendeu como 
o conhecimento da direção dos ventos predominantes e o posicionamento 
premeditado de aberturas pode melhorar a qualidade de seu projeto. Também 
é possível tirar partidode outros fenômenos naturais e de suas consequências 
na ação e na temperatura dos ventos para criar estratégias de condicionamento 
passivo. Um desses fenômenos é o ciclo causado pelo fenômeno de rotação 
da terra: o dia e a noite.
2 Ventilação noturna
Segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014), a ventilação noturna (também 
chamada de ventilação estrutural), pode ser empregada para reduzir a tempe-
ratura do edifício à noite, quando a temperatura do ar externo é mais baixa que 
a do ar interno. Segundo o autor, as consequências desse uso variam conforme 
o tipo da edifi cação. Em edifi cações de pequeno porte, como residências, o 
ar noturno pode ser utilizado para aumentar a sensação de conforto para os 
usuários nesse período; em edifi cações de grande porte, como edifícios de 
uso comercial ou públicos, que contam com um contingente reduzido de 
usuários no período noturno, essa ventilação pode atuar na massa construída 
(lajes, paredes, vigas). Quanto maior a inércia térmica do edifício, maior será 
a vantagem potencial dessa técnica, diminuindo os picos de temperatura no 
dia seguinte. Veja a Figura 2.
Diferentes estratégias de ventilação natural6
Figura 2. Exemplo de ventilação durante o período noturno.
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 190).
A técnica funciona porque a ventilação noturna pode contribuir para di-
minuir a amplitude da temperatura no interior da edificação em relação ao 
exterior, evitando, portanto, picos de calor durante o período diurno. Lamberts, 
Dutra e Pereira (2014) explica o funcionamento da estratégia da seguinte forma: 
a) o calor armazenado pelo edifício durante o dia é devolvido ao ambiente 
à noite, quando a temperatura externa diminui; 
b) de forma complementar, a massa da edificação, que foi resfriada durante 
a noite, mantém-se fria durante a maior parte do dia, evitando picos 
de calor. 
Como diretrizes de aplicação, o autor recomenda a abertura de tomadas de 
ar em diversos níveis do projeto, preferencialmente interligadas na prumada 
do edifício. Além disso, encoraja abrir saídas de ar na cobertura, para que o 
ar quente possa deixar a edificação.
Brown (2007) afirma que o processo de resfriamento de um edifício durante 
o período noturno para aproveitamento no diurno depende de dois pontos 
principais. O primeiro consiste no comportamento do edifício durante o período 
diurno, quando o ar externo é mais quente. Segundo o autor, nesse momento, 
o edifício deve limitar a entrada do ar exterior (mais quente) para tirar maior 
7Diferentes estratégias de ventilação natural
proveito do arrefecimento da massa construída que ocorreu durante o período 
noturno. Durante a noite, o processo se inverte: a edificação deve se abrir para 
o exterior, permitindo que o ar externo (mais frio) ingresse no seu interior para 
expulsar o ar quente e diminuir a temperatura da massa construída. Perceba 
que a estratégia de Browm complementa a que foi vista anteriormente no que 
diz respeito à criação intencional de aberturas e sua deliberada manipulação 
conforme o período do dia.
Como exemplo, Brown (2007) apresenta o Eastgate Center, edifício 
projetado por Pear Partnership em parceria com a empresa de engenharia 
Arup. O edifício fica em Harare, no Zimbábue. Observe o corte na Figura 
3a: apenas os dois andares comerciais na base do edifício são mecanicamente 
climatizados. Nos escritórios, representados no corte pelos dois blocos 
estreitos, o ar é sugado com a ajuda de ventiladores posicionados no átrio 
central e por 32 dutos verticais, sendo, então, distribuído horizontalmente 
por canais abaixo do piso, onde o ar arrefece a estrutura do edifício. O ar 
entra das salas por aberturas baixas e percorre um caminho em diagonal, 
deixando a sala através de aberturas no alto. O ar, então, é expulso por 
aberturas na cobertura. Durante o dia, o sistema mecânico é ajustado para 
que o fluxo de ar seja o suficiente apenas para a renovação do ar. À noite, 
o sistema é ajustado para aumentar a circulação de ar gelado no interior da 
edificação. Esse sistema de ventilação foi inspirado em ninhos de térmitas, 
como você pode ver na Figura 3b.
Figura 3. Eastgate Building, em Harare: exemplo de seção otimizada para ventilação.
Fonte: (a) Brown (2007, p. 241); (b) Um edifício... (2018, documento on-line).
Diferentes estratégias de ventilação natural8
Perceba que a refrigeração de uma edificação por meio da ventilação 
noturna se apoia em uma ideia simples: esfriar a edificação durante a noite 
para impedir que o calor externo esquente o edifício durante o dia. Para que 
esse objetivo seja alcançado, é preciso posicionar aberturas em locais estra-
tégicos (onde há maior incidência de ventos) ou utilizar sistemas mecânicos, 
como o que foi comentado no exemplo. Além disso, é preciso manipular 
essas aberturas de maneira intencional durante os diferentes períodos do dia, 
regulando abertura e fechamento conforme a relação de temperatura entre 
interior e exterior. Atualmente, é possível, até mesmo, pensar na automação 
desse tipo de solução, com sistemas inteligentes variando e graduando abertura 
e fechamento de acordo com variações de temperatura monitoradas em tempo 
real; dia e noite compreendem um ciclo natural de variação de temperatura que 
podem ser usados como parâmetros gerais para manipulação das aberturas.
Essa técnica, assim como a ventilação cruzada, ilustra como é possível 
tirar partido de fenômenos naturais para ventilar e climatizar as edificações. 
Porém, é preciso ter em mente que nem sempre isso é possível. Frequentemente, 
temos que utilizar sistemas mecânicos para que a ventilação seja satisfatória, 
ponto que passamos a examinar a seguir.
3 Sistemas de complementação
Nem sempre é possível utilizar somente técnicas de ventilação natural nos 
projetos de arquitetura. Por isso, as normas de construção geralmente permitem 
que, em certas condições, sejam utilizados somente sistemas de ventilação me-
cânica. Talvez o exemplo mais comum seja a ventilação mecânica utilizada em 
sanitários. Você já deve ter visitado um apartamento em que um dos banheiros 
não tem uma janela; dizemos, popularmente, que está posicionado “no meio” 
da planta. Esses ambientes, invariavelmente, terão que ser ventilados de forma 
mecânica. Procure e encontrará uma espécie de ventilador parecido com o da 
Figura 4, que é o mecanismo responsável pela ventilação daquele ambiente. No 
entanto, difi cilmente você vai encontrar dormitórios nas mesmas condições. Isso 
porque as normas de construção limitam esse tipo de solução a determinados 
ambientes. Esse tipo de restrição, contudo, varia conforme o lugar. Não se 
surpreenda se você encontrar quartos sem janela em hotéis, principalmente se 
forem localizados em centros densamente ocupados de cidades antigas.
9Diferentes estratégias de ventilação natural
Figura 4. Ventilação mecânica em banheiros.
Fonte: Only_NewPhoto/Shutterstock.com.
Mas o que vem a ser um sistema de ventilação mecânica? Podemos defini-
-lo a partir do conceito de ventilação natural. Se este consiste na movimentação 
do ar por meio de fenômenos físicos, isto é, por meio da ação natural da 
movimentação do ar; aquele consiste na movimentação do ar por meio de um 
meio artificial tanto para o insuflamento (inserção de ar no ambiente) quanto 
para a exaustão (remoção do ar). Segundo Brown (2007), a importância dos 
sistemas mecânicos de ventilação aumenta à medida que aumenta o tamanho 
da edificação. Esse argumento é facilmente perceptível. Imagine que é mais 
fácil ventilar uma residência de dois quartos do que um edifício de escritório 
de 30 andares, em que a ação do vento é muito diferente caso estivermos 
falando do térreo ou do 29º andar da edificação.
Outro exemplo do uso de sistemas mecânicos para ventilação é o uso 
de coifas em cozinhas. Perceba que, nesse exemplo, o sistema mecânico 
não tem o intuito de suprir uma deficiência na ventilação em função do 
desenho do projeto, mas, sim, em função da atividade. A presença de 
um grandenúmero de aparelhos como fogões, fritadeiras, etc., joga uma 
grande quantidade vapor e odores no ambiente, de modo que é preciso 
um sistema mecânico para promover a renovação do ar do ambiente. O 
uso de coifas também é comum em ambientes residenciais, mas são nos 
ambientes comerciais (cozinhas profissionais de bares e restaurantes) 
que esses aparelhos ganham maior relevância (Figura 5). As coifas são 
aparelhos que funcionam de dois modos: no modo de exaustor e no modo 
Diferentes estratégias de ventilação natural10
de depurador. No primeiro, o ar quente é levado para fora do ambiente 
e o próprio aparelho retorna o ar fresco para o interior do ambiente; no 
segundo, o aparelho suga o ar, filtra e o devolve. A principal consequência 
dessa diferenciação é que o primeiro necessita de um duto para conduzir 
o ar que será descartado; o segundo, não.
Figura 5. Ventilação mecânica em cozinhas.
Fonte: Ar Natural (c2016, documento on-line).
Seria equivocado, porém, associar a ventilação mecânica a situações-limite, 
em que não é possível utilizar a ventilação natural. Muitas vezes, sistemas 
mecânicos são utilizados para complementar a ventilação quando a ventilação 
natural se mostra insuficiente. Um dos mecanismos mais populares para esse 
uso são os ventiladores. 
O ventilador é um aparelho que transforma a energia mecânica aplicada 
ao seu eixo de rotação em aumento da pressão do ar, que varia dependendo do 
sentido da rotação, podendo remover ou injetar ar no ambiente. Observe, Na 
Figura 6, um ventilador posicionado acima de um ambiente de estar. Se não 
houvesse um aparelho colocado no teto, dificilmente poderíamos argumentar 
que se trata de um ambiente desconfortável. A presença do aparelho, por sua 
vez, leva a crer que a residência está localizada em um lugar quente e que nem 
sempre as condições naturais do local são suficientes para garantir o conforto 
dos usuários. O ventilador de teto atua como mecanismo de complementação 
de um espaço que, por si só, já é agradável.
11Diferentes estratégias de ventilação natural
Figura 6. Ventilação mecânica utilizando ventiladores.
Fonte: Alvarenga (2019, documento on-line).
Existem, portanto, situações em que sistemas de ventilação mecânica são 
utilizados para suprir a ausência completa de ventilação e aquelas em que são 
utilizados para complementar ou melhorar uma situação aceitável. 
Segundo Pamela Buxton (2017), em edifícios de grande porte, os sistemas 
de ventilação mecânica geralmente contam com um equilíbrio entre técnicas 
de insulamento e exaustão do ar, permitindo controle das taxas de ventilação 
elevadas, aquecimento e esfriamento do ar que entra na edificação, filtragem 
do ar que ingressa no edifício, controle da umidade do ar e a recuperação do 
calor da exaustão, que é enviado ao insuflamento.
Neste capítulo, vimos que, no projeto de uma edificação, atuam diversas 
forças, além das demandas específicas do usuário. Uma pessoa pode querer 
construir uma casa que atenda a uma série de premissas (vagas na garagem, 
número de quartos, posição da cozinha, etc.), mas, além disso, a edificação 
estará em um local que sofre a influência de inúmeras forças naturais, como 
o vento. Pode ser, então, que o projetista fique espantado com a quantidade 
de informações que deverá considerar em seu projeto. Mas veja que, dificil-
mente, é necessário dominar todos os assuntos de maneira completa (o que 
seria impossível), bastando, na maioria das vezes, a ciência da existência 
dessas forças e a vontade de tirar proveito delas para construir edificações 
mais agradáveis e sustentáveis.
Diferentes estratégias de ventilação natural12
ALVARENGA, B. Ventilador de teto: como instalar e escolher o modelo certo. 2019. 
Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/revista/ventilador-de-teto/. Acesso 
em: 19 ago. 2020.
AR NATURAL. Coifas industriais. c2016. Disponível em: http://www.arnatural.com.br/
coifa-industrial/coifa-industrial-parede.html. Acesso em: 19 ago. 2020.
BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosfera, tempo e clima. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
BROWN, G. Z. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2007. (E-book).
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017. (E-book).
CHRISTOPHERSON, R.; BIRKELAND, G. H. Geossistemas: uma introdução à geografia 
física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. Rio de 
Janeiro: Eletrobras/PROCEL, 2014. (E-book).
ROAF, S.; FUENTES, M.; THOMAS-REES, S. Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável. 
4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
UM EDIFÍCIO com ventilação natural inspirado em ninhos de térmitas. EngenhariaCivil.
com, 2018. Disponível em: https://www.engenhariacivil.com/edificio-ventilacao-natural-
-ninhos-termitas. Acesso em: 19 ago. 2020.
Leituras recomendadas
KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: 
Bookman, 2010.
ROAF, S. A adaptação de edificações e cidades às mudanças climáticas. Porto Alegre: 
Bookman, 2009.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
13Diferentes estratégias de ventilação natural
Dica do professor
Um ambiente salubre é uma obrigação para qualquer espaço de trabalho; isso não é diferente em 
cozinhas profissionais, onde uma grande quantidade de calor, gases e gorduras é inserida no 
ambiente pela cocção dos alimentos. A ventilação mecânica é um aliado obrigatório para manter 
esses ambientes saudáveis.
Nesta Dica do Professor, conheça o funcionamento dos sistemas para coifas industriais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b5f7c66204edc9bf2a7f1c246b59c35e
Na prática
Arquitetura biomimética é aquela que procura na natureza soluções sustentáveis para os projetos, 
sem se limitar à reprodução de formas orgânicas, mas usando processos e materiais naturais. O 
arquiteto zimbabuano Mike Pearce é um dos grandes defensores dessa corrente arquitetônica.
Neste Na Prática, você conhecerá um de seus projetos mais relevantes, o Eastgate Center, que tira 
o máximo de proveito de estratégias de ventilação e climatização natural para se manter 
confortável ao uso, durante o ano todo, sem que seja necessário o uso de estratégias artificias.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5081e4f9-fe6e-4f6d-b62c-78b812f968b7/d4656fb5-1073-47de-9bd8-b29bb6fe1772.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Como projetar para atingir conforto térmico (e por que isso é 
importante)
Artigo que ilustra estratégias para atingir o conforto térmico nos projetos e o porquê da 
importância de seu uso.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Inércia térmica
Vídeo explicativo sobre a inércia térmica, um conceito da arquitetura bioclimática, e como ela pode 
ser utilizada em projetos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Fatores que tornam o ambiente de trabalho um lugar feliz
Um bom ambiente de trabalho depende de diversos fatores relacionados à edificação, como o 
conforto térmico e a qualidade do ar. Leia mais sobre o assunto na reportagem a seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.archdaily.com.br/br/910400/como-projetar-para-atingir-conforto-termico-e-por-que-isso-e-importantehttps://www.youtube.com/embed/aWT6bk9ifww
https://www.archdaily.com.br/br/933137/fatores-que-tornam-o-ambiente-de-trabalho-um-lugar-feliz
Dimensionamento de iluminação de 
interiores residenciais
Apresentação
Sem luz, não há cor nem beleza e funcionalidade. A iluminação transforma qualquer ambiente, e sua 
utilização é imprescindível dentro da arquitetura. O bom uso da iluminação é capaz de trazer 
encantamento e saúde aos usuários da edificação.
Tanto a iluminação natural como a artificial demandam estudos para o seu dimensionamento e bom 
uso, gerando um ambiente salutar e prazerozo aos usuários. O ambiente bem iluminado, não 
demasiado ou insuficiente para o fim a que se destina, torna a eficácia de sua utilização muito mais 
proxima do que é chamado de lugar perfeito.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá a importância do bom dimensionamento de 
iluminação em ambientes internos e como gerar bom resultado para criar um ambiente saudável, 
bonito, agradável e confortável.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar padrões de lâmpadas e luminárias.•
Dimensionar a aplicação da distribuição de pontos de iluminação no leiaute.•
Elaborar cálculos luminotécnicos de interiores residenciais.•
Infográfico
Projetar uma residência de maneira correta exige conhecimentos de várias áreas, ou seja, não 
apenas de normas e leis edilícias para a definição e o dimensionamento dos espaços, mas também 
dos recursos que serão necessários nos espaços edificados.
A iluminação é, certamente, um tema de grande importância para tornar os espaços mais eficientes 
no uso e gerar maior conforto e funcionalidade, além de evidenciar esteticamente os espaços e seu 
mobiliário e objetos.
Neste Infográfico, você vai conhecer os índices de iluminância dos principais ambientes de uma 
residência e absorver mais informações para fazer um bom projeto de arquitetura.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/acfbd40b-0dd6-4764-b425-85f0a10c41b0/a4e08241-ebf9-414d-a341-203d3dfa64d7.png
Conteúdo do livro
Uma boa iluminação de ambiente residencial merece cuidados, os quais são, muitas vezes, mais 
simples do que se imagina. Não se pode ignorar que a iluminação adequada faz a diferença de uma 
forma incontestável no cotidiano das pessoas, transformando sua saúde e seu humor de maneira 
direta.
No capítulo Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais, da obra Conforto ambiental: 
iIuminação natural, você vai conhecer um pouco mais sobre a iluminação residencial e entender por 
que o cuidado com ela é tão importante para a eficiência da edificação habitacional.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Laura Jane Lopes Barbosa 
Dimensionamento 
de iluminação de 
interiores residenciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar padrões de lâmpadas e luminárias.
 � Dimensionar a aplicação da distribuição de pontos de iluminação 
no leiaute.
 � Elaborar cálculos luminotécnicos de interiores residenciais.
Introdução
A iluminação é a chave de muitas funcionalidades dentro da arquitetura 
e interfere substancialmente na percepção de seus elementos. Uma 
iluminação bem dimensionada confere aos ambientes muito mais do que 
cores e claridade, proporcionando diferenças importantes na saúde física 
e emocional dos usuários: melhor visão, melhor humor, mais segurança 
e melhores condições de trabalho ou mesmo de tarefas domésticas. 
Além da saúde física e emocional, o ambiente com iluminação bem 
dimensionada gera economia financeira e coopera com a sustentabili-
dade ambiental. 
Neste capítulo, você vai estudar o dimensionamento de iluminação 
residencial. Vai ler sobre os problemas e as soluções existentes para um 
melhor aproveitamento da iluminação residencial e ver como calcular 
o índice luminotécnico dos ambientes residenciais e qual a importância 
desse processo. 
1 Padrões de lâmpadas e luminárias
Em 1810, com a criação de um arco de carbono, o inglês Humphry Davy 
demonstrou a primeira luz elétrica credível. Em 1878, o inglês Joseph Swan 
inventou a lâmpada incandescente e, durante o ano de 1879, o estadunidense 
Thomas Edison construiu a primeira lâmpada de viabilidade comercial (TRE-
GENZA; LOE, 2015). O relato histórico conta que a primeira lâmpada protótipo 
comerciável de Edison, considerada um sucesso, durava 48 horas; hoje, de 
acordo com o Manual Philips (2012), uma lâmpada LED requer o mínimo de 
manutenção, podendo chegar até 45.000 horas de vida útil. 
Além da questão do conforto e da produtividade adquiridos pelo simples fato 
de um ambiente estar bem iluminado, o consumo de energia é uma preocupação 
na sociedade em geral devido aos investimentos no setor elétrico, na geração 
de energia limpa. Estudos indicam que 19% de toda energia consumida é gasta 
com iluminação no mundo. Se forem observados setores específicos, desses 
19%, 35% advém do consumo da iluminação residencial (PHILIPS, 2012).
O critério de conforto luminoso é desejado pelo usuário, que, em casa, 
irá utilizar a iluminação para fazer suas atividades corriqueiras na melhor 
qualidade e no menor custo. O conforto almejado provém da quantidade de 
luz certa, da distribuição e do nível de contraste aplicados para cada função 
dada aos ambientes (OSRAM, [2009?]).
Para ajudar no projeto, a NBR ISO/CIE 8995-1:2013, da Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas (2013), indica no item 5 os requisitos para o plane-
jamento da iluminação. Recomenda-se, para diversos ambientes e atividades, 
os requisitos mínimos para a execução de tarefas, dedicados às condições 
operacionais de trabalho. No entanto, hoje, um projeto doméstico, residencial, 
pode e deve se atentar para alguns padrões de referência, pois estamos na era 
dos chamados home offices, ou seja, pessoas vêm trabalhando em escritórios 
em casa e, para isso, necessitam de cuidados com seu conforto visual. 
O Quadro 1 mostra alguns itens pinçados como referência, nos quais 
temos os parâmetros de lux, unidade de quantidade de luz disponível no am-
biente, também chamada de nível de iluminância (lm/m2), o índice limite de 
ofuscamento unificado (UGRL) e o índice de reprodução de cor mínimo (Ra).
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais2
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
Tipo de ambiente, 
tarefa ou atividade
Em/lux UGRL Ra Observações
Refeitório 200 22 80
Cozinha 500 22 80
Sala de descanso 100 22 80
Sala para exercícios físicos 300 22 80
Vestiários, banheiros, toaletes 200 25 80
Depósitos, estoques 100 25 60 200 lux, se forem 
continuamente 
ocupados.
Corte e triagem de 
frutas e vegetais
300 25 80
Fabricação de alimentos 
finos, cozinha
500 22 80
Vestiários 200 25 50
Lavagem e limpeza a seco 300 25 80
Passar roupas 300 25 80
Escreve, teclar, ler, 
processar dados
500 19 80
Salas de reunião e 
conferência
500 19 80 Recomenda-se 
que a 
iluminação seja 
controlável
Área de leitura 500 19 80
Salas para exercícios físicos 300 22 80
Quadro 1. Planejamento dos ambientes (áreas), tarefas e atividades com a especificação 
da iluminância, limitação de ofuscamento e qualidade da cor
3Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Para atender às características de conforto luminoso dependemos das 
condições do ambiente, por exemplo comprimento; largura; área; pé-direito; 
altura do plano de trabalho; altura do pendente da luminária; pé-direito útil; 
índice do recinto direto e indireto; coeficiente de reflexão do teto, da parede 
e do piso; fator de depreciação. Segundo a apostila OSRAM ([201-?]), é ne-
cessário também saber: 
 � Características da iluminação, por exemplo, iluminância planejada, 
tonalidade ou temperatura da cor, e índice de reprodução da cor.
 � Consumo da instalação.
 � Tipos de lâmpadase luminárias, o item mais importante neste conjunto 
de fatores, principalmente porque, na maioria das vezes, é o mais prático 
e fácil de mudar.
As luminárias são de grande importância para a qualidade da iluminação. Não são 
meros dispositivos que conectam os fios à lâmpada — além de terem função estética, 
têm capacidade de gerar efeitos ora desejados, ora evitáveis. 
Ainda de acordo com OSRAM ([201-?]), para o projeto de iluminação, 
visando à melhor especificação dos tipos de lâmpadas e luminárias, é necessário 
o conhecimento dos seguintes itens:
 � tipos de lâmpadas;
 � potência das lâmpadas;
 � fluxo luminoso de cada lâmpada;
 � número de lâmpadas por luminária;
 � tipos de luminárias;
 � eficiência das luminárias;
 � eficiência do recinto;
 � fator de utilização;
 � quantidades de lâmpadas;
 � quantidades de luminárias;
 � marca, fabricante.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais4
Logo precisamos revisar alguns conceitos básicos de luminotécnica a fim 
de entender o que significa cada elemento de especificação. 
Conceitos básicos de luminotécnica para 
a escolha de lâmpadas e luminárias
O primeiro princípio a ser atendido quanto à escolha das lâmpadas e luminárias 
é o das boas práticas de iluminação, algo que represente a facilidade na exe-
cução das tarefas e conforto. No Quadro 1, vimos que a iluminância mantida 
(Em/lux) é o valor mínimo de iluminância média da superfície especificada. 
Com o interesse de identificar os fatores que cercam as boas práticas de ilumi-
nação, veremos o espectro visível, a luz e cor, a intensidade de reprodução de 
cor, a luminância, o nível de iluminação, o fluxo luminoso, a direcionalidade 
e ofuscamento, e a eficiência energética.
Espectro visível
É com a velocidade da luz que as ondas eletromagnéticas se propagam no 
vácuo, transportando momento e energia para longe de uma fonte. O espectro 
eletromagnético é o intervalo de possíveis frequências que a onda eletro-
magnética magnética pode ter. O que o nosso olho consegue enxergar dentro 
do espectro eletromagnético se resume a uma pequena faixa entre as ondas 
ultravioleta e infravermelha, o chamado espectro visível de luz, ou faixa visível. 
Conforme mencionam Tregenza e Loe (2015), assim como o calor radiante, as 
ondas de rádio e os raios X, a luz como fluxo de energia faz parte do espectro 
eletromagnético, tendo como grande diferença ser definida pela visão humana.
Como mostra a Figura 1, as ondas da faixa visível são bem restritas diante 
da faixa de ondas existente entre as ondas de rádio e os raios gama.
5Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Figura 1. Espectro eletromagnético e faixa visível de luz.
Fonte: Tregenza e Loe (2015, p. 24).
A Figura 1 mostra que enxergamos apenas a faixa entre 400 e 700 na-
nômetros (nm). As fontes de luz artificiais, as lâmpadas, não conseguem 
imitar a faixa solar na plenitude, e mesmo o Sol, que não é constante, pode 
variar a visualização das cores durante o dia — por exemplo, ao meio-dia 
ou ao entardecer, no verão ou no inverno podem ocorrer alterações da fonte 
luminosa. A especificação da lâmpada irá afetar a cor do objeto em análise.
Luz e cor
Sem luz não há cor. Os espectros de luz mostram as cores dos objetos de 
acordo com o índice de reprodução de cor da iluminação direcionada ao ob-
jeto. Conforme o tipo de iluminação, as cores visíveis ao ser humano podem 
variar consideravelmente. Decompondo a luz branca em um prisma de cristal, 
obtemos sete cores (vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta), 
que é o espectro visível ao ser humano.
Conforme afirma Klotsche (2000), a absorção e o reflexo de luz resultam na 
cor de um objeto. Quando essa luz atinge a superfície do objeto, alguns raios 
coloridos são absorvidos e outros são refletidos. As cores são vistas pelo olho 
quando os objetos coloridos absorvem algumas radiações e refletem outras. 
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais6
A cor que vemos corresponde à parcela de cor da luz refletida por esse objeto. 
Acompanhe na Figura 2 como o reflexo correspondente às cores absorvidas 
e à cor refletida visível ao olho humano.
Figura 2. O que determina a cor de um objeto.
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
Luz branca
Luz branca
re�etida
Luz branca
Sem luz
re�etida
Luz branca
Luz vermelha
re�etida
De acordo com Philips (2012), desde o surgimento das lâmpadas fluores-
centes, disponibilizadas nas cores suave (de 2.700k, as amareladas) e claras 
(de 6.500k, as brancas), observou-se que as amareladas tornam o ambiente 
mais aconchegante, sendo recomendadas para salas, quartos e corredores. 
Com a luz branca, o ambiente fica mais estimulante, por isso é indicada para 
escritórios, cozinhas, áreas de serviço, banheiros, etc. Com o aperfeiçoamento 
das lâmpadas de LED (light emitting diode, ou diodo emissor de luz), as pos-
sibilidades aumentaram e, hoje, podem ser encontradas de 1.000 a 10.000k, 
saindo do bem amarelado para o branco-azulado. 
7Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Índice de reprodução de cor
No índice de reprodução de cor (IRC), um objeto ou uma superfície são vistos 
de formas diferentes em relação a sua cor quando sob diferentes fontes de 
luz. Essa variação se relaciona com a capacidade da lâmpada de reproduzir as 
cores dos objetos. O IRC varia de 0 a 100 e está diretamente relacionado com 
a reprodução de cor por meio da luz natural. A escolha da cor e dos materiais 
tem total relevância na concepção das paredes, mobílias e objetos em uma 
sala, por exemplo, por causa dos seus diferentes coeficientes de reflexão ou 
reflectâncias (MIGUEL, 2006). A melhor iluminação artificial é aquela que 
mais se assemelha com a luz natural. 
A Figura 3 demonstra a diferença entre a graduação do IRC e como isso 
se reflete na reprodução da cor dentro dessa escala.
Figura 3. Índice de reprodução de cor.
100 80 60 40 25
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais8
Intensidade luminosa
A concentração de luz em uma direção específica radiada por segundo é 
denominada intensidade luminosa. Ela é representada pelo símbolo I, cuja 
unidade de medida é a candela (cd). 
Luminância
Quando os raios luminosos não são visíveis, mas há sensação de luminosidade 
pela reflexão desses raios em uma superfície, isso é chamado de luminância. 
Sua unidade é a candela por metro quadrado (cd/m2). 
Nível de iluminação ou nível de luminância
O nível de iluminação ou iluminância é a quantidade de luz ou fluxo luminoso 
que atinge, por segundo, uma unidade de área de uma superfície. É dimen-
sionada em lux e representada pelo símbolo E. Um lux equivale a um lúmen 
por metro quadrado (lm/m2). 
Fluxo luminoso
O fluxo luminoso é a potência luminosa total emitida por segundo por uma 
fonte em todas as direções, dimensionada pela unidade de medida lúmen (lm) 
representada pelo símbolo Ø.
Direcionalidade e ofuscamento
Quando se deseja destacar um quadro ou determinado objeto de decoração, 
ou se deseja fazer contrastes em paredes, deixando mais visíveis os ressaltos 
ou a textura, a iluminação direcional pode ser utilizada. O direcionamento 
errado pode gerar o ofuscamento. O ofuscamento é a sensação produzida por 
áreas brilhantes dentro da área de visão. Evitar o ofuscamento ajuda a prevenir 
erros, a fadiga e acidentes (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2013).
9Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Eficiência luminosa
A eficiência luminosa é o resultado da divisão entre o fluxo luminoso emitido 
em lúmens e a potência consumida pela lâmpada em Watts, portanto sua 
unidade de medida é o lúmen por Watt (lm/W). A quantidade de luz emitida 
em relação ao gasto energético dessa luz é o que a determina. 
A vida útil da lâmpada é calculada pelo tempo, medido em horas. No site da Philips 
você encontra mais informações sobre iluminação, além de calculadoras que ajudam 
na solução de iluminação. Com uma busca rápida na internet, você encontrao site 
facilmente.
Munidos desses fundamentos, agora podemos observar os tipos de lâm-
padas, analisando a melhor utilização para cada caso.
Tipos de lâmpadas
As lâmpadas se dividem, basicamente, em cinco grupos principais: incandes-
centes; fluorescentes; halógenas; de descarga HID; LEDs. Podem ainda ser 
subdivididas de acordo com os critérios de forma e matéria-prima.
Incandescentes
São as lâmpadas mais antigas do mercado. São indicadas para uso residencial, 
porém sua venda para uso em ambientes está proibida. Ainda são fabricadas 
para usos específicos, como iluminação interna de geladeiras e fogões. Têm 
baixa eficiência energética e uma vida útil muito curta (aproximadamente 
1.000 horas). Veja um exemplo de lâmpada incandescente na Figura 4.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais10
Figura 4. Lâmpada incandescente.
Fonte: rafastockbr/Shutterstock.com.
A sugestão de OSRAM ([201-?]) é que estas lâmpadas sejam aplicadas onde 
não há preocupação com a eficiência energética, por ficarem pouco tempo em 
uso. Outras características: podem ser dimerizadas, ter o formato de velas e 
também ser indicadas a decorações.
Fluorescentes
Também chamadas de lâmpadas eletrônicas, têm maior eficiência do que as 
incandescentes (de 50 a 80 lm/W), porém seu IRC é menor. têm vida útil mais 
prolongada, de aproximadamente 10.000 h, e têm baixo consumo de energia. 
São fabricadas em três modelos: tubular, compacta eletrônica e compacta não 
integrada, na qual o transformador deve ser instalado de forma separada. Veja 
um exemplo de lâmpada fluorescente na Figura 5.
As lâmpadas fluorescentes compactas se apresentam no formato de espiral 
e têm ótima qualidade e durabilidade. Algumas fontes de pesquisa indicam 
que elas não têm proteção ultravioleta (UV), o que acaba por envelhecer a 
pintura de quadros e provocar efeitos em longo prazo no ser humano. 
11Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Figura 5. Lâmpada fluorescente.
Fonte: HomeStudio/Shutterstock.com.
Halógenas
Estas lâmpadas têm o funcionamento parecido com o das incandescentes, 
porém têm o halogêneo em sua composição. Elas podem recuperar o calor 
liberado, reduzindo a necessidade de maior consumo de energia. Sua vida 
útil chega a 4.000 h. Estão disponíveis em vários tamanhos e formatos. Veja 
um exemplo na Figura 6.
Modelos em cápsula já têm bloqueador de raios UV. A maioria opera a 
baixa tensão, 12 V, e necessita de transformador; no entanto alguns modelos já 
estão disponíveis em 127 V ou 220 V. A aplicação geralmente é decorativa e de 
destaque a objetos, utilizadas em museus, galerias de arte, restaurantes, hotéis. 
Figura 6. Lâmpada halógena.
Fonte: Stefan Weis/Shutterstock.com.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais12
De descarga
As lâmpadas de descarga (HID, high-intensity discharge, ou “descarga de alta 
intensidade”) produzem iluminação extraída da condução de corrente elétrica 
em um meio gasoso e se diferenciam pelo tipo de gás utilizado no processo 
de descarga, como vapor metálico, vapor de sódio, vapor de mercúrio e vapor 
misto. Não têm IRC muito eficiente, porém têm um baixo consumo de energia. 
Acompanhe um exemplo de lâmpada de descarga na Figura 7.
São aplicadas em iluminação pública, esportiva, shopping centers, in-
dústrias, lojas. Podem ser úteis para a iluminação de residências com quintal 
grande, onde há grande área a iluminar, e em iluminação pública. Entretanto, 
com o avanço da tecnologia LED, muitos municípios já estão trocando a 
iluminação pública do tipo HID pela LED, mais econômica. 
Figura 7. Lâmpada de descarga.
Fonte: MZinchenko/Shutterstock.com.
LED
São as mais tecnológicas do mercado. Possibilitando diversos formatos, sua 
tecnologia converte energia elétrica diretamente em energia luminosa por 
meio de pequenos chips incorporados. Seu consumo de energia é ínfimo e sua 
vida útil é longa — de, aproximadamente, 25.000 horas. Embora seu preço 
ainda seja mais alto, são hoje uma das melhores alternativas do mercado, pois 
13Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
podem gerar uma redução de energia de mais de 80%. Também têm a vantagem 
de não serem poluidoras como as lâmpadas florescentes. Veja exemplos de 
lâmpadas LED na Figura 8.
Figura 8. Lâmpada de LED.
Fonte: eightstock/Shutterstock.com.
As lâmpadas LED estão cada vez mais populares. Elas podem ter diversos 
formatos, como tubos, aproveitando luminárias que antes eram usadas somente 
para halogenadas tubulares, mas agora sem a necessidade dos reatores, favo-
recendo a economia de energia. Há também as fitas de LED e as luminárias 
de LED. 
Para facilitar ao consumidor, atualmente, o rótulo de todas as lâmpadas 
apresenta informações sobre potência, tensão, temperatura de cor, cor, IRC, 
se é dimerizável ou não e a vida útil em horas, conforme mostra o Quadro 2. 
Entendendo melhor os rótulos das lâmpadas, a compra e o uso serão bem mais 
eficientes. Definir e comprar certo faz uma grande economia e adapta melhor 
o ambiente ao uso. Todas as deficiências luminosas de um ambiente poderão 
ser supridas pela escolha correta do produto.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais14
Fonte: Adaptado de Trybo Design (2017).
Potência 40 W Potência da lâmpada em Watts por hora.
Tensão 110 V Tensão de entrada em volts.
Temperatura 
de cor
4.000 k Tonalidade da lâmpada dentro 
do espectro de luz visível.
Cor
Branca Cor do vidro, que pode ser 
branco, âmbar ou leitoso.
IRC
80% Indica a fidelidade da reprodução; quanto mais 
próximo de 100, mais se assemelha à luz do sol.
Dimerizável
Sim Se permite ou não a graduação da 
intensidade da luz com um dispositivo 
chamado dimmer. Sem esta opção, a 
lâmpada apenas acende e apaga.
Vida 5.000 h Durabilidade em horas quando acesa.
Quadro 2. Informações dos rótulos das lâmpadas
A escolha da lâmpada deve ser sempre conjugada ao tipo de luminária, 
buscando o maior conforto visual. O grande desafio dos arquitetos e enge-
nheiros é lidar com os efeitos positivos, otimizadores, que a boa iluminação 
pode gerar nas pessoas, pois o ambiente pode ficar mais sereno, animado de 
acordo com o padrão luminoso apresentado.
O princípio de HCL (human centric lighting, ou “iluminação centrada no ser humano”) é 
difundido no mundo todo e sua prática tem revolucionado a indústria da iluminação. 
A ideia é utilizar a tecnologia da iluminação focada nas questões de saúde, bem-
-estar e desempenho, combinando benefícios visuais, biológicos e emocionais da luz. 
De maneira simplificada, HCL é a forma mais coerente de proporcionar luz certa no 
horário certo a cada pessoa.
15Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Você sabe quais são os efeitos da luz no bem-estar do ser humano?
 � A luz orienta nosso relógio interno.
 � Direta ou indiretamente, a luz afeta diferentes hormônios, influenciando na pressão 
arterial, nos batimentos cardíacos, na energia.
 � A luz correta no momento certo equilibra o organismo e ajuda o corpo humano a 
ficar acordado e ativo durante o dia e relaxado para dormir à noite.
Fonte: Adaptado de Human Centric Lighting (2020) e Ledvance ([2020]).
Luminárias
Além de serem um elemento que conecta à rede elétrica à lâmpada, as lumi-
nárias têm apelo estético e função de posicionar a fonte luminosa à distância 
específica, geralmente fixa. Na maioria das vezes disponibiliza fluxo luminoso 
final inferior ao fornecido pela lâmpada, devido às propriedades físicas das suas 
peças, absorvendo, refletindo e transmitindo a luz via materiais constituintes 
(OSRAM, [2009?]).
A combinação de enorme variedades de formatos, com as lâmpadas e suas 
características resultam em uma infinidade de opções de iluminação. Conhecer 
os tipos básicos de luminárias, considerando suas variações conceituais, é 
fundamental. 
As luminárias embutidas quase não aparecem, pois somente a faixa 
externa da lâmpada fica exposta. São simples, mas podem ser fixas ou di-
recionais, e são muito utilizadasem ambientes de pé-direito baixo. Já as 
luminárias pendentes normalmente são utilizadas para criar um foco de 
luz direta. Muito usadas em mesas de jantar e bancadas, necessitam de um 
desenho agradável, pois ficam visíveis e se destacam. São recomendadas para 
ambientes com pé-direito alto. 
Os plafons são quase como as luminárias embutidas, mas são externos e 
colados ao teto. Produzem efeito de luz indireta, muito usados para iluminação 
geral. As arandelas são luminárias de parede que, normalmente, emitem luz 
difusa e indireta. Combinadas com a lâmpada adequada, podem produzir uma 
luz de foco com muita eficiência, evidenciando quadros, texturas e outros objetos. 
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais16
As luminárias de mesa e de pé, mais conhecidas como abat-jour ou 
abajur, são uma iluminação de apoio para trabalho, leitura ou outra tarefa que 
demande uma luz mais direcionada, mas também são usadas para gerar uma 
iluminação difusa aconchegante para o ambiente.
Após conhecer os tipos de iluminação artificial extraídos de diversos 
tipos de lâmpadas, a escolha das lâmpadas e seus dispositivos de luminárias 
será mais assertiva conforme o ambiente e o uso necessário. Fiorini (2006, 
documento on-line) menciona, “Projetos com uma distribuição luminosa 
ruim normalmente ocorrem devido à escolha da luminária inadequada ao 
tipo de ambiente.”
2 Distribuição de pontos de luz no leiaute
Conforme visto no início deste capítulo, iluminar um ambiente habitacional, 
assim como um ambiente comercial ou industrial, está totalmente relacionado 
com saúde, bem-estar e conforto dos usuários. Segundo a frase atribuída a 
Niemeyer, “Uma boa iluminação levanta uma arquitetura medíocre, e uma 
iluminação ruim acaba com o melhor projeto”. As melhores soluções projetu-
ais podem ser prejudicadas e indevidamente julgadas porque não estão bem 
iluminadas. A determinação dos pontos de luz, do tipo de luminária e do tipo 
de iluminação promoverá a edificação a um total sucesso ou a um fracasso 
indescritível de conceituação. O bom projeto de arquitetura deve contemplar 
todo o processo de ambientação, considerando a iluminação natural e artificial 
dos ambientes.
De acordo com a ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, para a identificação 
dos pontos de iluminação no leiaute, é relevante saber o local de trabalho, 
da tarefa a ser feita, e a região do entorno, circunscrito a 50 centímetros ao 
redor de onde será feita a tarefa ou serviço (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS, 2013). É importante evitar os excessos, pois a 
iluminação excessiva pode ofuscar e gerar fadiga nos contrastes; se for sem 
contrastes, o ambiente pode se tornar monótono, tedioso. 
17Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Para fazer a melhor distribuição de iluminação, adequando o leiaute conforme a área 
de tarefa e entorno imediato, observe a Figura 9.
Figura 9. Área de tarefa e entorno imediato.
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013).
O fator uniformidade (U) é a razão entre o valor mínimo e o valor médio. Segundo 
a norma, a área da tarefa deve ser o mais uniformemente iluminada possível. Na área 
da tarefa, o fator uniformidade não pode ser menor do que 0,7 e, no entorno imediato, 
deve ser, no mínimo, igual a 0,5.
Observando a Figura 10, avaliamos a área da tarefa.
Figura 10. Área da tarefa.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013, p. 26).
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais18
A área da tarefa (quadrado superior) abrange a mesa; o espaço retangular inferior é o 
espaço do usuário. Neste caso de sobreposição, é recomendado não separar o tampo 
da mesa, uma faixa marginal, da área de trabalho, avaliando ambos como uma coisa só.
De acordo com Giacobbo (2014), a norma ABNT vigente, NBR ISO 8995-
1:2013, deu um salto de qualidade em relação à anterior, NBR 5413. A principal 
mudança foi focada na metodologia para o dimensionamento da iluminação. 
Com isso, a definição do leiaute passou a exigir mais pontos para garantir 
um bom estudo. 
Um ponto que foi suprimido da NBR 5413 é que o projeto valorizava a 
faixa de idade do grupo de usuários da iluminação. Dando destaque aos fatores 
acrescidos, agora, temos o seguinte:
 � índice de ofuscamento;
 � sugestão de que o fator IRC (índice de reprodução de cor) seja fornecido 
pelo fabricante;
 � estabelecimento das áreas de tarefa e entorno imediato;
 � anexo sobre a manutenção;
 � critérios para a elaboração de grade de cálculos, visando a utilização 
de softwares e ajudando na determinação dos espaçamentos entre 
lâmpadas; 
 � destaque para a uniformidade da iluminação;
 � recomendação de temperatura de cor mínima.
O processo de determinação inicia quando utilizamos o Quadro 1, obtendo 
dados para o número de lux, ou seja, a iluminância, o UGRmáx (ofuscamento 
desconfortável) e o IRC mínimo. O segundo passo é a obtenção das luminá-
rias com o fator de ofuscamento desconfortável menor do que o Quadro 1 
permite, e a obtenção da temperatura de cor necessária. Utiliza-se a tabela 
de correlação dos dados para a obtenção do fator de utilização. A norma tem, 
em anexo, uma tabela, que ajuda a sintetizar os dados para aplicar o cálculo 
e determinação do número mínimo de luminárias.
19Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
O arranjo dos locais de trabalho deve sempre descartar a faixa marginal. 
A faixa marginal é aquela próxima das paredes, onde as tarefas de acuidade 
não serão feitas. O parâmetro de altura para o platô de trabalho é de 0,75 metros 
acima do piso. Nos casos em que é sabido que o arranjo das áreas funcionais, 
de trabalho, acomete todo o espaço até os limites da sala, devemos iluminar 
a sala completamente.
No estudo de leiaute da iluminação em residências, observamos a existência 
de poucos lugares cujas atividades tendem a ser muito prolongadas e de grande 
acuidade, dependendo muito da rotina dos seus usuários. O planejamento da 
iluminação pode ficar condicionado ao estabelecimento da mobília. Esses 
estudos devem, de preferência, ocorrer quando já se tem minimamente fixada 
a posição padrão do recheio doméstico. 
O mundo hoje é de total automatização. Quase todos os processos mecânicos de uma 
edificação têm se tornado automatizados. A iluminação residencial automatizada vem, 
junto com outros processos, como climatização, abertura de portas e janelas, irrigação, 
etc., expandindo-se e criando novos adeptos com muita rapidez. A domótica, termo 
que vem da junção das palavras domus (casa) e robótica, é a área do conhecimento 
que trata da automação de uma casa. 
A redução do consumo de energia, a segurança, a facilidade de uso e a versatilidade 
do processo torna o automação uma peça-chave no dimensionamento da iluminação, 
que ainda deve ser cuidadosamente calculado, porém, com esse recurso, muito mais 
bem aproveitado. A automação da iluminação residencial pode ser controlada por 
controles remotos, smartphones, tablets ou computadores, programando a hora, a 
lâmpada e a intensidade da luz, e por quanto tempo ficará ligada.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais20
3 Cálculo luminotécnico de interiores 
residenciais
O cálculo luminotécnico de interiores residenciais deve seguir a ABNT NBR 
ISO/CIE 8995-1:2013. Para um bom projeto de iluminação é necessário definir 
a quantidade de iluminância necessária ao conforto e à segurança. A norma 
se dedica a considerar as áreas da tarefa e áreas do entorno; é relevante evitar 
fadiga visual devido a pontos muito iluminados e outros com baixa iluminação. 
A preocupação aplicada à norma são as operações de trabalho, mas é 
claro que, em se tratando de residências, devemos prever os comportamentos 
e rotinas dos usuários ainda não normatizados. Segundo Martau (2009), 
as normas técnicas levam muito tempo para serem revisadas e atualizadas e 
se limitam aos aspectos relacionados à eficiência energética somente; entre-
tanto o grande desafio dos projetos é também o atendimentoàs exigências 
psicológicas e fisiológicas do organismo humano.
Considerando que é necessário o melhor aproveitamento lumínico dos 
ambientes para gerar saúde, bem-estar e segurança, a Figura 11 demonstra 
a eficiência energética das lâmpadas elétricas e suas respectivas potências, 
o que ajuda a calcular os pontos de iluminação da residência.
Figura 11. Potência e eficiência energética (lm/W) das lâmpadas elétricas.
Fonte: Adaptada de OSRAM ([2009?]).
21Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Para calcular e dimensionar cada área você pode seguir o seguinte roteiro 
(ILUMINÂNCIA..., [201-?]).
1. Determinar a iluminância (E).
2. Calcular o índice do local (k), conforme apresentado a seguir.
k = C × L(C + L) × A
onde:
 � C = comprimento do local;
 � L = largura do local;
 � A = altura entre a luminária e o plano de trabalho.
3. Escolher o tipo de lâmpada e a luminária.
4. Em função do índice do local (k), dos índices de refletância do piso, 
parede e teto (Quadro 3), determinar o fator de iluminação na tabela 
da luminária escolhida.
Fonte: Adaptado de Iluminância... ([201-?]).
Branco Claro Médio Escuro
Teto 80% 70% 50% 30%
Parede 50% 30% 10%
Piso 30% 10%
Quadro 3. Fatores de iluminação
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais22
5. Verificar o fator de manutenção (FM), que você pode ver no Quadro 4.
Fonte: Adaptado de Iluminância... ([201-?]).
Ambiente Limpo Médio Sujo
Fator de manutenção (FM) 0,9 0,8 0,6
Quadro 4. Fatores de manutenção
6. Calcular a quantidade de luminárias, conforme apresentado a seguir.
N = 
E × S
φ × FU × FM
onde: 
 � N = quantidade de luminária;
 � E = iluminância desejada;
 � S = área do local;
 � φ = fluxo da luminária = fluxo luminoso da lâmpada × quantidade de 
lâmpada por luminária;
 � FU = fator de utilização;
 � FM = fator de manutenção.
7. O espaçamento das luminárias, para se obter uma distribuição uniforme, 
deve ser, via de regra, entre 1 e 1,5 a altura entre a luminária e o plano 
de trabalho (A).
Todo cálculo deve ter uma tolerância, isso significa que devemos sempre 
estar de acordo com o preconizado pela norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-
1:2013, baseada em dados práticos, e ter uma variação em torno de 10% para 
os valores obtidos de iluminância e luminância.
23Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Evidências de uma boa iluminação
Podemos contar com cálculos, índices, normas e equipamentos para melhorar 
a iluminação dos ambientes residenciais, porém há que se contar também com 
a sensibilidade de cada pessoa que vive no local. Muitas vezes não se nota o 
quanto a iluminação está errada até que a pessoa se muda para o local, mas 
também muitas vezes não é necessário um ponto de comparação para se notar 
o quanto o ambiente está mal iluminado.
As mudanças no humor, na limpeza, na rotina da família pode significar 
má iluminação. Com a infinidade de recursos disponíveis no mercado, dar 
solução ao problema pode não ser tão fácil do ponto de vista estético, mas no 
quesito técnico é tudo bem mais simples. Shuboni e Yan (2010) defendem que 
os benefícios da iluminação artificial para a nossa sociedade têm grandeza 
e obviedade, porém o impacto e a importância da luz noturna sobre o nosso 
corpo necessita ser reconhecido e compreendido. 
A Figura 12 evidencia um bom exemplo de iluminação distribuída em uma sala de 
estar integrada com o jantar, que está adequada ao uso sem muito luxo conforme a 
legenda a seguir.
1. A iluminação pontual foi distribuída difusamente a todo o ambiente usando o 
tecido da luminária de teto como filtro.
2. A luz do abajur oferece uma iluminação mais amena e suave.
3. Os lustres pendentes sobre a mesa de jantar evidenciam e marcam o ambiente, 
focalizam o ponto de referência da sala e proporcionam iluminação focal, adequada 
ao uso do local.
4. Assim como os pendentes da mesa de jantar, os da bancada divisória da cozinha 
fazem uma iluminação focal sem incidir na vista, iluminando apenas o balcão.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais24
1
3
4
2
Figura 12. Iluminação de sala de estar integrada.
O dimensionamento do projeto luminotécnico residencial deve atender 
aos usuários, observando a rotina da casa. Hoje, como a casa vem sendo cada 
vez mais lugar de trabalho, fazer reuniões de negócios e também de receber 
visitas são questões a serem ponderadas para um perfeito planejamento do 
projeto elétrico em consonância ao luminotécnico. 
Quando o uso do ambiente é alterado, deve ser mudado também o projeto. 
Assim os moradores devem estar preparados para buscar, de tempos em 
tempos, fazer uma atualização do sistema lâmpadas–luminárias, atendendo 
a evolução da dinâmica doméstica. Isso resultará, muitas vezes, em maior 
economia, pela simples melhoria da eficiência das lâmpadas e luminárias, 
além de trazer mais segurança aos moradores. 
25Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013: Ilumi-
nação de ambientes de trabalho: parte 1: interior. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
GIACOBBO, J. Estudos de caso comparativos entre normas de iluminação: NBR 5413 e 
NBR ISO 8995-1. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia 
Elétrica)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível 
em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/105051. Acesso em: 2 abr. 2020.
FIORINI, T. M. S. Projetos de iluminação de ambientes internos especiais. 2006. Trabalho 
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica)- Universidade Federal do 
Espírito Santo, Vitória, 2006. Disponível em: https://hosting.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/
Arquitetural/interiores/projeto_de_iluminacao_de_ambientes_internos_especiais.
pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.
HUMAN CENTRIC LIGHTING. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.humancentricli-
ghting.org/. Acesso em: 2 abr. 2020.
ILUMINÂNCIA e cálculo luminotécnico. [S. l., 201-?]. Disponível em: https://hosting.iar.
unicamp.br/lab/luz/ld/Arquitetural/tabelas/luminotecnica.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.
KLOTSCHE, C. A medicina da cor: o uso prático das cores na cura vibracional. São Paulo: 
Pensamento, 2000.
MARTAU, B. T. A luz além da visão: iluminação e sua relação com a saúde e bem-estar 
de funcionárias de lojas de rua e de shopping centers em Porto Alegre. 2009. Tese 
(Doutorado em Arquitetura e Urbanismo)- Universidade Estadual de Campinas, Cam-
pinas, 2009. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/CAMP_edcb53011820c-
451c467210a1d42cece. Acesso em: 2 abr. 2020.
MIGUEL, A. S. S. R. Manual de higiene e segurança do trabalho. 9. ed. Porto: Porto Editora, 
2006.
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br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0262/Af_Apostila_Conceitos_e_
Projetos.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.
OSRAM. Manual luminotécnico prático. [S. l., 2009?]. Disponível em: https://hosting.iar.
unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.
PHILIPS. Guia prático Philips iluminação. [S. l.],2012. Disponível em: https://www.luxfor-
tdobrasil.com/wp-content/uploads/attachments/4c1bd9_46001963fd9d489c96509
0667ba19702.pdf. Acesso em: 2 abr. 2020.
SHUBONI, D.; YAN, L. Nighttime dim light exposures alters the responses of the circadian 
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TREGENZA, P.; LOE, D. Projeto de iluminação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais26
TRYBO DESIGN. Entenda o que diz no rotulo de uma lâmpada. [S. l.], 2017. Disponível em: 
https://www.trybo.com.br/blog?single=Entenda-oque-diz-no-rotulo-de-uma-lampada. 
Acesso em: 2 abr. 2020.
Leituras recomendadas
A LUZ certa em sua casa. Algés: ADENE, 2009.
ARQPLANE. O fim das lâmpadas incandescentes e a economia na conta de luz. [S. l.], 2015. 
Disponível em: https://arqplane.wordpress.com/2015/08/05/o-fim-das-lampadas-
-incandescentes-e-a-economia-na-conta-de-luz/. Acessoem: 2 abr. 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5410/2010: instalações 
elétricas de baixa tensão I: proteção e segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. 
AVANT ILUMINAÇÃO. [S. l., 2020]. Disponível em: http://avantlux.com.br/luminotecnica/
attachment/irc/. Acesso em: 2 abr. 2020.
CHING, D. K. F.; SHAPIRO, M. I. Edificações sustentáveis ilustradas. Porto Alegre: Bookman, 
2017.
DAYCHOUM, M. Manual de sobrevivência a reformas. Rio de Janeiro: Brasport, 2008.
DIAS, C. L. A.; PIZZOLATO, N. D. Domótica: aplicabilidade e sistemas de automação 
residencial. Vértices, v. 6, n. 3, p. 9, 2004.
FRANCO, J. T. Como projetar casas inteligentes?: 8 conselhos para incorporar a domótica 
na arquitetura. In: ARCHDAILY. [S. l.], 2019. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/
br/908938/como-projetar-casas-inteligentes-8-conselhos-para-incorporar-a-domotica-
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FREITAS, P. C. F. de. Luminotécnica e lâmpadas elétricas. Uberlândia, 2009. Disponí-
vel em: https://www.academia.edu/22557314/UNIVERSIDADE_FEDERAL_DE_
UBERL%C3%82NDIA_FACULDADE_DE_ENGENHARIA_EL%C3%89TRICA_LUMINOT
%C3%89CNICA_E_L%C3%82MPADAS_EL%C3%89TRICAS. Acesso em: 2 abr. 2020.
GUERRINI, D. P. Iluminação: teoria e projeto. 2. ed. São Paulo: Érica, 2008.
HCL, o ser humano no centro da iluminação. [S. l., 2020]. Disponível em: https://www.
aecweb.com.br/cont/a/hcl-o-ser-humano-no-centro-da-iluminacao_15809. Acesso 
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LEDVANCE. O que realmente sabemos sobre a luz?. [S. l., 2020]. Disponível em: https://
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MIGLIANI, A. Qual iluminação é melhor para banheiros?. In: ARCHDAILY. [S. l., 2020]. Dis-
ponível em: https://www.archdaily.com.br/br/924751/qual-iluminacao-e-melhor-para-
-banheiros?ad_source=search&ad_medium=search_result_articles?v=1597520622. 
Acesso em: 2 abr. 2020.
27Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PAIS, A. M. G., Condições de iluminação em ambiente de escritório: influencia no conforto 
visual. 2011. Dissertação (Mestrado em Ergonomia na Segurança no Trabalho)- Uni-
versidade de Lisboa, Lisboa, 2011. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.5/3048. 
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PINHEIRO, A. C. da F. B. Conforto ambiental: iluminação, cores, ergonomia, paisagismo 
e critérios para projeto. São Paulo: Érica, 2014. (Série Eixos).
POTÊNCIA de iluminação por cômodo! Cálculo e luminotécnica! [S. l.: s. n.], 2016. 1 
vídeo (6 min). Publicado pelo canal Mundo da Elétrica. Disponível em: https://www.
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REITER JÚNIOR, R. A. Sistema de automação residencial com central de controle micro-
controlada e independente de PC. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação 
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SILVA, D. C. M. Decomposição da luz branca. [S. l., 2020]. Disponível em: https://mundoe-
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SOUZA, C. D. de et al. Luminotécnica aplicada. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
UNWIN, S. Análise da arquitetura. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Dimensionamento de iluminação de interiores residenciais28
Dica do professor
Você já sabe da importância de se planejar para executar um bom projeto de iluminação e já 
considera que há aspectos imprescindíveis e que não podem deixar de ser analisados. O processo 
de especificação dos itens como lâmpadas e luminárias exige atualizações sistemáticas para a 
eficiência do projeto. 
Na Dica do Professor, você vai conhecer quatro passos importantes para projetar com eficiência a 
iluminação de um ambiente residencial, considerando cada tipo de iluminação nos ambientes em 
geral e a importância da compatibilização de projetos complementares para maior assertividade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/cc03d3ba34b9bae4238b5d36096d68ef
Na prática
As atividades do cotidiano de uma família dependem muito da iluminação. Não há como negar a 
importância de se planejar e dimensionar adequadamente a iluminação residencial. Desde o uso 
geral em salas e quartos, até em banheiros e cozinhas, nestes últimos com um cuidado ainda maior, 
a luz deve ser bem dimensionado.
Em Na Prática, você vai conhecer a história de uma família que ignorou o bom dimensionamento da 
iluminação da cozinha e sofreu sérias consequências por isso.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Iluminação: tudo sobre lâmpadas e como iluminar
Entender os diversos tipos de lâmpadas no mercado pode parecer muito complicado diante de 
tantas opções atuais, mas, com algumas informações básicas, você pode escolher de maneira 
assertiva e especificar com muita eficácia a iluminação de um ambiente.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Qual iluminação é melhor para banheiros?
Dentro de um ambiente muitas vezes pequeno e de grandes exigências de limpeza, a iluminação 
pode melhorar a forma como se usa. É sempre bom saber que tipo de iluminação será ideal para 
que um banheiro tenha eficiência em asseio e salubridade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Iluminação - Guia completo para sua casa
Para iluminar artificialmente e com eficiência a edificação residencial, é necessário que se tenha 
conhecimento das demandas e do cotidiano do local, mas, fundamentalmente, o conhecimento das 
novas tecnologias também auxilia no processo de dimensionamento.
https://www.youtube.com/embed/pbRaJEu7OC8
https://www.archdaily.com.br/br/924751/qual-iluminacao-e-melhor-para-banheiros?ad_source=search&ad_medium=search_result_articles?v=1597520622
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Decoracao/noticia/2016/11/iluminacao-guia-completo-para-sua-casa.html?v=1037422835
Escolha dos materiais de construção 
e sua influência na acústica dos 
espaços 
Apresentação
Uma das finalidades da arquitetura é proporcionar para a cidades e seus usuários ambientes 
construídos que abriguem as mais variadas atividades do cotidiano. A realização das tarefas 
diárias — como morar, trabalhar e estudar — e das atividades de lazer e entretenimento deve 
acontecer em condições e ambientes confortáveis e agradáveis. Nesse sentido, os projetos de 
arquitetura exercem grande influência no comportamento dos ambientes, uma vez que podem 
prever, desde sua concepção, os materiais e as técnicas que são usados e ajudam na habitabilidade 
das instalações.
O conforto acústico é um dos fatores que influenciam na qualidade dos espaços. Somado a outros 
atributos, como iluminação, temperatura e ventilação, o nível de ruído é essencial para o bom uso 
dos espaços. Os materiais construtivos e de acabamento disponíveis no mercado têm diferentes 
comportamentos em relação à absorção do som.
Nesta Unidade de Aprendizagem,você irá acompanhar a explicação do conceito de coeficiente de 
absorção dos materiais. Também irá analisar a performance acústica dos elementos construtivos 
mais utilizados, sua composição e aplicação nos projetos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir os coeficientes de absorção acústicas de materiais.•
Reconhecer a performance acústica dos materiais de construção.•
Caracterizar materiais compostos e revestimentos acústicos.•
Infográfico
Apesar de os elementos maciços de vedação, como lajes e paredes, serem os mais lembrados 
quando o assunto é acústica dos ambientes, os sistemas de abertura exercem grande influência no 
isolamento de ruídos. Portas e janelas podem ser fontes de passagem de ruído significantes e, por 
isso, devem ser especificadas de acordo com as condições de isolamento necessárias em cada 
edificação.
Neste Infográfico, veja os principais sistemas de abertura e sua performance acústica. Além disso, 
acompanhe quais são os materiais mais utilizados para as esquadrias, com suas vantagens e 
desvantagens, e os tipos de vidro que podem ser usados para melhorar a absorção de ruídos ou 
minimizar a passagem do som.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a03439e6-b8fe-448b-87d2-af392eb2dab9/acada8f4-15b5-4400-9fa4-1b9bdc87ca42.jpg
Conteúdo do livro
O papel dos materiais de construção e de acabamento nas edificações vai muito além dos aspectos 
plásticos. A especificação dos elementos que farão parte das construções pode garantir, desde a 
concepção do projeto, ambientes com condições adequadas de conforto e habitabilidade aos 
usuários e às diversas atividades exercidas no cotidiano. O conforto acústico — o nível de ruído e a 
forma como ele se propaga em um ambiente — está diretamente relacionado à qualidade com a 
qual as tarefas conseguem ser executadas em um espaço.
 
No capítulo Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços, da obra 
Conforto ambiental: ventilação e acústica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
identifique exemplos de materiais que podem ser especificados para garantir condições acústicas 
adequadas aos ambientes. Com a apresentação do conceito de coeficiente de absorção dos 
materiais, observe também as características e a performance acústica dos materiais construtivos 
mais utilizados.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
VENTILAÇÃO E 
ACÚSTICA
Anna Carolina Manfroi Galinatti
Escolha dos materiais de 
construção e sua influência 
na acústica dos espaços
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os coeficientes de absorção acústica de materiais.
  Reconhecer a performance acústica dos materiais de construção.
  Caracterizar materiais compostos e revestimentos acústicos.
Introdução
A performance acústica é um dos parâmetros para aferição da habita-
bilidade dos espaços construídos. Uma vez que as construções podem 
abrigar as mais variadas atividades, a preocupação com o comportamento 
dos ambientes em relação à propagação do som torna-se legítima. As 
tarefas do cotidiano dos usuários devem ser realizadas em condições 
agradáveis e adequadas à sua finalidade. Um ambiente de estudos, por 
exemplo, deve ser tranquilo, com baixos níveis de ruído. A estrutura de um 
teatro, por sua vez, deve ser projetada visando à propagação adequada 
do som, com volume adequado e sem eco.
O desempenho acústico dos ambientes começa a ser esboçado já na 
concepção dos projetos de arquitetura, uma vez que os materiais constru-
tivos e de acabamento utilizados influenciam muito o comportamento 
dos ambientes. Neste capítulo, portanto, mostraremos os principais ma-
teriais utilizados para ganho de performance acústica nas construções. 
Para isso, inicialmente você será apresentado ao conceito de coeficiente 
de absorção acústica, característica que varia de material para material.
1 Coeficientes de absorção acústica de materiais
A habitabilidade dos ambientes é o somatório das características que tornam 
um espaço mais ou menos confortável para o uso para o qual eles foram 
projetados. Esses atributos compreendem a iluminação, a temperatura interna 
e diversos outros fatores que fazem as pessoas se sentirem bem ao utilizar 
os ambientes, entre eles o conforto acústico, que trata da maneira como as 
ondas sonoras se propagam dentro do espaço.
Segundo Buxton (2017), existem três fatores principais que contribuem 
para a propagação dos sons no ambiente construído: 
1. o controle das barreiras sonoras; ou seja, a existência de bloqueios entre 
a fonte dos ruídos e o ambiente; 
2. o controle da transmissão dos ruídos dentro de edifícios, sejam estes 
provenientes de pessoas, máquinas ou instalações prediais;
3. o desempenho acústico do recinto, geralmente ligado ao nível de eco 
no interior dos espaços.
Segundo a autora, porém, a primeira alternativa (a redução do ruído na 
fonte) não costuma ser viável para a maioria dos sons que afeta uma edifica-
ção, uma vez que eles “[...] costumam emanar de fontes fora do controle do 
projetista (como o barulho do trânsito de uma avenida, as atividades de um 
vizinho, etc.)” (BUXTON, 2017, p. 179).
Por sua vez, o segundo fator para melhorar a performance acústica dos 
espaços, o controle dos ruídos internos do edifício, pode ser resolvido com a 
mudança nos componentes construtivos principais da edificação. Para Buxton 
(2017, p. 179), “Isso pode ser visto no uso de pesadas janelas com vidros duplos 
para a redução do barulho do trânsito ou na especificação de paredes internas 
de montantes leves e duplos”.
A terceira alternativa é a modificação das propriedades acústicas do recinto 
que se está otimizando. Embora tenha pouca eficácia na redução dos ruídos 
oriundos do exterior, essa técnica melhora o conforto do espaço ao reduzir 
os ecos e, com isso, otimiza a compreensão do que é dito no interior desses 
espaços, por exemplo.
O controle do eco nos ambientes, ou controle da reverberação, é feito 
pelo uso de materiais com coeficientes de absorção sonora distinta. Quanto 
maior o coeficiente de absorção dos materiais de um recinto, menor será a 
reverberação dentro do ambiente, reduzindo o eco. Quartos, por exemplo, 
geralmente têm cortinas e roupas de cama, materiais que absorvem bastante o 
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços2
som, enquanto banheiros, cuja maioria é revestida com pisos e revestimentos 
de parede de material cerâmico, têm consideravelmente mais reverberação.
À escolha dos materiais que revestem os ambientes, somam-se as dimensões do 
espaço na definição do tempo de reverberação no interior do recinto. Para medir o 
tempo de reverberação, pode-se recorrer a duas opções. A primeira, empírica, consiste 
em emitir “[...] um som interrompido (um impacto ou ruído repentino)” e mensurar 
“[...] o tempo que leva para esse nível de ruído cair até 60 dB” (BUXTON, 2017, p. 
180). A segunda é, durante o período de projeto, fazer um cálculo que leva em conta 
o coeficiente de absorção e o volume do ambiente utilizando a seguinte fórmula:
onde:
  T = tempo de reverberação;
  V = volume do recinto (m³);
  Sά = absorção superficial total (m²);
  x é o coeficiente relacionado à atenuação sonora do ar.
O coeficiente de absorção utilizado na fórmula acima é uma propriedade 
específica de cada material, cujos valores são tabelados para quase todos os 
materiais utilizados na construção civil, facilitando a tomada de decisão dos 
arquitetos. A quantidade de som absorvido pelos materiais varia conforme 
a frequência do som, medida em hertz. Veja, no Quadro 1, uma lista com os 
materiais mais utilizados em edifícios.
Frequência (hertz)
125 250 500 1.000 2.000 4.000
Concreto aparente liso 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,05
Reboco em parede maciça 0,04 0,05 0,06 0,08 0,040,06
Gesso acartonado em parede oca 
de montantes leves 100 mm
0,08 0,11 0,05 0,03 0,02 0,03
Gesso acartonado em parede de 
montantes leves com cavidade pre-
enchida com lã mineral 100 mm
0,30 0,12 0,08 0,06 0,06 0,05
Quadro 1. Coeficiente de absorção de alguns materiais
(Continua)
3Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
Frequência (hertz)
125 250 500 1.000 2.000 4.000
Vidro de 6 mm 0,10 0,06 0,04 0,03 0,02 0,02
Vidros duplos com chapas de 2–3 
mm e câmara de ar de 10 mm
0,15 0,05 0,03 0,03 0,02 0,02
Parede leve de aglomerado de 
22 mm com cavidade de 50 mm 
preenchida com lã mineral
0,12 0,04 0,06 0,05 0,05 0,05
Painéis acústicos de madeira para 
o revestimento de paredes
0,18 0,34 0,42 0,59 0,83 0,68
Gesso sobre tela metálica com 
câmara de ar profunda
0,20 0,15 0,10 0,05 0,05 0,05
Cortina plissada pendurada em 
frente a uma parede maciça
0,05 0,15 0,35 0,40 0,50 0,50
Piso elevado composto de 
madeira aglomerada de 45 mm 
revestida por chapas de aço a 
800 mm da laje de concreto, sem 
carpete
0,08 0,07 0,06 0,07 0,08 0,08
Tabuado de madeira sobre 
barrotes
0,15 0,11 0,10 0,07 0,06 0,07
Piso de linóleo ou vinil colado no 
concreto
0,02 0,02 0,03 0,04 0,04 0,05
Carpete puncionado de 5 mm 
colado no concreto
0,01 0,02 0,05 0,15 0,30 0,40
Carpete com lanugem de densi-
dade média e base de borracha 
esponjosa
0,50 0,10 0,30 0,50 0,65 0,70
Porta de madeira maciça 0,14 0,10 0,06 0,08 0,10 0,10
Lã mineral de 50 mm (96 kg/m3) 
por trás da chapa de aço perfu-
rada em 25% de sua superfície
0,20 0,35 0,65 0,85 0,90 0,80
Painéis de gesso decorativos para 
uso em forro
0,20 0,22 0,18 0,15 0,15 0,16
Quadro 1. Coeficiente de absorção de alguns materiais
(Continuação)
(Continua)
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços4
Observe o Quadro 1 e tente verificar se os valores mais altos designam os materiais 
com maior ou menor capacidade de absorver ondas sonoras. Ora, você sabe que 
superfícies muito lisas e duras, como o concreto, tendem a produzir espaços com mais 
eco, enquanto cortinas e outros tecidos têm propriedades opostas, certo? Pelo seu 
conhecimento e pela análise do Quadro 1, fica claro que, quanto maior for o coeficiente 
de absorção de um material, menos reverberação haverá no ambiente.
Para escolher o melhor material construtivo, é preciso que você saiba, de 
antemão, o tipo de som que ele deverá atenuar. Como vimos no Quadro 1, 
diferentes materiais têm propriedades distintas, dependendo da frequência 
sonora que incide sobre eles. Para que você saiba que frequência cada tipo 
de som produz, veja o gráfico da Figura 1, produzido por Ching e Binggeli 
(2019) para relacionar frequência e intensidade (medida em decibéis).
Fonte: Adaptado de Buxton (2017).
Frequência (hertz)
125 250 500 1.000 2.000 4.000
Assento forrado em parte e 
desocupado
0,07 0,12 0,26 0,42 0,50 0,55
Cadeira de metal ou plástico 
desocupada em unidades de m2 
(por cadeira)
0,07 0,00 0,14 0,00 0,14 0,14
Assentos totalmente forrados (por 
item), em m2
0,12 0,00 0,28 0,00 0,32 0,37
Superfície de água (por exemplo, 
de uma piscina)
0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02
Quadro 1. Coeficiente de absorção de alguns materiais
(Continuação)
5Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
Figura 1. Tipos de som e sua frequência.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 291).
Mesmo que a intensidade sonora seja bastante importante, geralmente é 
uma propriedade difícil de controlar, pois costuma estar relacionada a ele-
mentos externos. O máximo que pode ser feito em construções é garantir o 
isolamento sonoro entre a fonte de ruído e o ambiente de estar. Pense em um 
aeroporto, onde os aviões produzem níveis de ruído muito altos e, por isso, 
os ambientes internos são completamente isolados do exterior. No entanto, 
a qualidade sonora do interior dos espaços pode ser trabalhada de maneira 
inteligente para que esses ambientes se tornem mais agradáveis:
Quando detalhamos os materiais acústicos apropriados, conseguimos obter 
um tempo de reverberação (T) adequado dentro de um recinto. Por essa ra-
zão, o tempo de reverberação de um espaço é normalmente utilizado como o 
critério de desempenho para o projeto de cômodos nos quais se deseja uma 
boa inteligibilidade da fala ou um ambiente auditivo adequado (BUXTON, 
2017, p. 181).
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços6
A escolha dos materiais corretos pode, portanto, modificar a performance 
sonora de um espaço já construído, uma vez que podem ser adotadas medidas 
mesmo depois do final da construção, como a instalação de placas de absorção 
sonora, por exemplo. Na Figura 2, você pode ver um exemplo de material com 
alto nível de absorção sonora.
Figura 2. Revestimento de parede com alta absorção.
Fonte: Isoteto ([201-?], documento on-line).
Nesta seção, vimos que os materiais utilizados nos ambientes podem modi-
ficar a qualidade dos espaços internos, bem como a iluminação e a temperatura. 
Porém, para que isso seja colocado em prática em seus projetos, é preciso que 
você conheça as propriedades dos revestimentos e faça as escolhas corretas em 
cada etapa. A seguir, você verá a relação entre os materiais de construção e a 
performance acústica, com exemplos práticos de como aplicá-las em seus projetos.
2 Relação entre materiais de construção 
e performance acústica
Como você já sabe, as propriedades acústicas de um material estão intima-
mente ligadas à capacidade de cada superfície de absorver ou refl etir as ondas 
sonoras que incidem sobre ela. Um piso cerâmico ou de concreto liso, por 
7Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
exemplo, refl ete grande parte do som que se propaga no ambiente, enquanto 
um piso mais rugoso, como a madeira e o carpete, absorve muitas das ondas. O 
resultado é que, em um ambiente revestido com materiais refl etores, o som se 
propaga por mais tempo, contribuindo para o aumento do desconforto sonoro 
e, por consequência, difi cultando a compreensão do que é dito pelos usuários.
Em muitos casos, os projetistas optam por utilizar uma combinação de 
diferentes materiais para garantir a performance acústica sem renunciar às 
características estéticas. Na Figura 3, você pode ver como, no Instituto Moreira 
Salles (IMS), do escritório Andrade Morettin Arquitetos, a parede de concreto 
e as fachadas de vidro, altamente reflexivas, foram combinadas com um forro 
de madeira microperfurado e um piso de pedra portuguesa bastante rugoso, 
que dissipam melhor as ondas sonoras. 
Figura 3. IMS São Paulo: Andrade Morettin Arquitetos.
Fonte: Nelso Kon/ArchDaily.com.
O caso do IMS é um exemplo claro de que, quando as preocupações com 
performance acústica são consideradas no escopo do projeto, o resultado pode 
ser técnica e esteticamente interessante, sem que sejam necessários paliativos 
para resolver um problema após o término da construção. Nesse caso, as 
preocupações com a acústica foram implementadas no projeto arquitetônico, 
otimizando a qualidade espacial em todos os sentidos.
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços8
A relação entre os materiais construtivos e a propagação das ondas sonoras 
impacta diretamente a habitabilidade dos espaços, seja pela diminuição da 
reverberação, seja pela diminuição do ruído existente no espaço. Pela ob-
servação da Figura 4, fica claro o porquê de as superfícies rugosas e macias 
dispersarem mais os sons.
Figura 4. Incidência das ondas sonoras em diferentes materiais.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 290).
Além do tipo de material utilizado, a geometria dos componentes constru-
tivos influencia muito a qualidade acústica de um espaço. Para Sato e Ramos 
(2014, p. 124), o uso do ambiente deve ser considerado para que “[...] a escolha 
correta dos materiais permita o aproveitamento máximo das ondas sonoras ou, 
ao contrário, a minimização do desconforto”.Veja, na Figura 5, o exemplo de 
uma sala comercial onde o forro liso em concreto permite a propagação livre 
do som, aumentando o desconforto.
9Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
Figura 5. Ambiente com propagação livre de ondas sonoras.
Fonte: Sato e Ramos (2014, p. 124).
Quando existe uma preocupação maior com a habitabilidade nos espaços, é 
comum que seja adicionada uma camada a mais de complexidade nos projetos, 
como você viu no caso do IMS. Sato e Ramos (2014) demonstram como a 
utilização de superfícies absorventes e elementos tridimensionais no forro 
pode melhorar a qualidade acústica do ambiente:
Em escritórios, por exemplo, utilizam-se “aletas” presas ao teto ou um teto 
pré-moldado já com essas saliências para impedir que as ondas sonoras reali-
zem inúmeras reflexões e difrações, contribuindo para que o ambiente esteja 
sempre a um nível sonoro que possibilite o desenvolvimento de um trabalho 
produtivo, sem riscos à saúde dos profissionais (SATO; RAMOS, 2014, p. 124).
Na Figura 6, você pode ver como seria o corte do mesmo espaço da Figura 5 se, 
durante o projeto, tivesse havido uma preocupação maior com a acústica interna 
do ambiente.
Figura 6. Ambiente com elementos acústicos.
Fonte: Sato e Ramos (2014, p. 125).
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços10
Alguns casos, como os auditórios, exigem medidas ainda mais complexas 
para a satisfação das necessidades acústicas. No projeto do IMS São Paulo, o 
auditório foi projetado de modo a poder receber tanto palestras quanto recitais 
musicais e sessões de cinema, o que traz um grande desafio do ponto de vista 
acústico, pois cada um desses usos demanda um tipo de performance sonora. A 
solução encontrada pela Harmonia Acústica, empresa responsável pelo projeto 
acústico do edifício, foi engenhosa: “Painéis pivotantes (com dobradiças), de 
um lado, são refletores e, do outro, fonoabsorventes, para alterar o tempo 
de reverberação, adequando a sala para os diferentes usos” (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA PARA A QUALIDADE ACÚSTICA, 2017, documento on-line).
No auditório do IMS, as placas das paredes são móveis, adaptando o comporta-
mento acústico da sala às diferentes necessidades, como você pode ver na Figura 7.
Figura 7. Auditório do IMS
Fonte:  Nelso Kon/ArchDaily.com.
Nem sempre os arquitetos têm a possibilidade técnica e os recursos financeiros necessários 
para realizar projetos cuja performance acústica se molde perfeitamente aos mais diferentes 
usos possíveis. Porém, na maioria dos casos, basta conhecer as propriedades de absorção 
acústica dos materiais e utilizá-los de maneira combinada com os elementos espaciais 
para que o ambiente tenha níveis de ruído compatíveis com o uso que se deseja dar.
11Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
Agora que você já conhece os tipos de materiais e como eles podem ser 
utilizados nos espaços para melhorar a habitabilidade por meio da performance 
acústica, aprenderá, na próxima seção, como a combinação de diferentes mate-
riais em componentes construtivos pode trazer ainda mais qualidade acústica 
para seus projetos sem comprometer os aspectos visuais e de manutenção.
3 Materiais compostos e revestimentos 
acústicos
Os materiais construtivos raramente são utilizados de maneira isolada na 
construção civil, em especial quando se trata de materiais empregados para 
resolver aspectos técnicos, como a qualidade acústica de um ambiente. Hoje, 
existem, no mercado, diversas soluções de materiais que, quando combinados, 
otimizam a performance sonora de um espaço.
O coeficiente de transmissão sonora (CTS) é, segundo Ching e Binggeli 
(2019), a propriedade medida nos materiais que atesta o nível de isolamento 
acústico de um material, ou seja, quanto das ondas sonoras passam de um lado 
para outro de uma parede, por exemplo. Veja, na Figura 8, como esse valor 
varia conforme o tipo de parede utilizado, sua espessura e a combinação de 
diferentes materiais, e conforme, até mesmo, o posicionamento dos elementos 
construtivos no interior de uma parede.
Figura 8. CTS de diferentes paredes.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 293).
Para o autor, é preciso evitar que as vibrações sonoras passem de um 
lado para outro. Para isso, existem duas alternativas: o aumento da massa do 
elemento construtivo (uma parede de tijolos maciços, por exemplo, tem mais 
massa que uma parede de estrutura metálica) ou a combinação de diferentes 
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços12
materiais, isolados fisicamente entre si. Nas paredes leves, como as de drywall 
ou wood frame: “A disposição em zigue-zague dos montantes de uma parede 
ou divisória — formando duas fileiras separadas de montantes em zigue-zague 
— quebra a continuidade do caminho ao longo do qual os sons oriundos da 
estrutura podem ser transmitidos” (CHING; BINGGELI, 2019, p. 293).
Na Figura 9, você pode ver como esta disposição dos elementos estruturais 
isolados com o uso de mantas de fibra de vidro pode melhorar o isolamento 
acústico de uma parede.
Figura 9. Parede composta.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 294).
Em ambientes em que as exigências acústicas precisam ser combinadas com 
outras demandas técnicas, como a resistência ao fogo e à umidade, como é o caso 
de muitos ambientes voltados a serviços de saúde, é adicionada uma camada a 
mais de complexidade aos elementos que compõem uma divisória. Na Figura 
10, você pode ver o exemplo de uma parede construída por placas resistentes 
ao fogo e à água que recebe, entre seus montantes, material isolante acústico.
13Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
Figura 10. Divisória com 60 minutos de resistência ao fogo e 45 dB de isolamento acústico, 
para áreas úmidas. Legenda: (1) placa de gesso Gyplac® ERH 15 mm Romeral®; (2) placa de 
gesso Gyplac® ERH 15 mm Romeral®; (3) montante, perfil C 90 × 38 × 6 × 0,85 mm c/ 400 
mm; (4) canal, perfil U 92 × 30 × 0,85 mm; (5) lã de vidro Romeral® 100 mm. R = 100 = 312 
(m2KW × 100); (6) parafuso autoperfurante trombeta ponta fina, 6 × 1 1/4".
Fonte: Adaptada de Franco (2020).
Existe uma diferença evidente entre o tipo de material composto utilizado 
e a superfície onde ele vai ser aplicado. Devido à natureza da propagação do 
som, uma solução que funciona muito bem em uma parede pode ser menos 
eficiente em superfícies horizontais, como pisos e forros. No entanto, o prin-
cípio de separar os espaços que devem ser isolados e controlar o tempo de 
reverberação no interior dos espaços se mantém inalterado, independentemente 
da orientação do elemento construtivo.
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços14
Assim como feito em relação a paredes, deve ser tomado o cuidado de aumentar 
consideravelmente a massa do elemento ou de separar os dois lados mecanicamente 
com uma manta isolante. No caso de pisos e lajes, podem ser utilizados elementos 
que simulem esse mesmo efeito de isolamento físico entre superfície caminhável e 
cobertura do pavimento inferior. 
Para Sapaj (2020), o isolamento em pisos pode ser otimizado pelo efeito 
massa–mola–massa, no qual um elemento elástico separa piso e laje, atenuando 
a transmissão de ondas sonoras de um pavimento para o outro:
A “mola” deve ser previamente incorporada ao revestimento final. Para isso, 
recomenda-se o uso de lã de vidro de alta densidade e hidro-repelente, que 
atua como um elemento de isolamento térmico e acústico entre os espaços, 
gerando uma barreira à transmissão de sons, desconectando mecanicamente 
o elemento mezanino, minimizando a transferência de ruído de impacto ou 
equipamentos que emitem vibrações (SAPAJ, 2020, documento on-line).
Na Figura 11, você pode ver um corte que mostra como uma placa de lã 
de vidro de alta densidade separa fisicamente a laje de concreto do contrapiso 
sobre o qual será assentado o piso. Desse modo, corta-se a transmissãodas 
ondas sonoras.
Figura 11. Piso com separação mecânica.
Fonte: Adaptada de Sapaj (2020).
15Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
Finalmente, existem alguns sistemas industrializados que podem ser 
especificados pelos arquitetos para solucionar questões acústicas. Um dos 
elementos mais encontrados no mercado são os sistemas de painéis acústicos 
para forros que, quando combinados com outros elementos, melhoram a 
qualidade acústica dos interiores.
Na Figura 12, você pode ver um sistema de placas acústicas pretas presas 
diretamente na cobertura metálica de um escritório, deixando as treliças 
estruturais aparentes. Como você sabe, as superfícies metálicas têm baixa 
absorção sonora, causando bastante eco nos espaços. A utilização de placas 
acústicas na construção mitiga os efeitos negativos desse tipo de estrutura, 
melhorando a habitabilidade do espaço.
Figura 12. Placas acústicas em estrutura metálica.
Fonte: Armstrong Ceilings/ArchDaily.com.
Além dos revestimentos simples como o que vimos, existem algumas 
soluções que combinam performance acústica com elementos decorativos. 
Nesses casos, o formato das placas permite arranjos tridimensionais que 
costumam ser utilizados para tornar os espaços visualmente mais atrativos, 
como foi feito no auditório do IMS São Paulo.
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços16
Na Figura 13, você pode ver um forro do tipo nuvem acústica utilizado 
em um escritório como elemento de ambientação além de melhorador da 
performance acústica. Observe como seu posicionamento em pontos mais 
baixos ajuda a zonear o ambiente, criando diferenças espaciais entre o que 
está diretamente abaixo e as outras áreas.
Figura 13. Forro tipo nuvem acústica.
Fonte: Armstrong Ceilings/ArchDaily.com.
Como você pôde ver ao longo deste capítulo, existem inúmeras soluções 
técnicas para melhorar a performance acústica de um ambiente, desde 
a simples escolha de uma combinação de materiais com coeficientes de 
absorção sonora complementares até o uso de sistemas industrializados 
mais complexos. O tipo de sistema escolhido não importa: o essencial é 
ter a consciência de que a qualidade acústica de um ambiente, tantas vezes 
ignorada pelos requisitos do projeto arquitetônico, é tão importante quanto 
o conforto térmico.
17Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE ACÚSTICA. Consonância entre arquite-
tura e acústica promove conforto sonoro no Instituto Moreira Salles. 2017. Disponível em: 
http://www.proacustica.org.br/publicacoes/cases-sobre-acustica/consonancia-entre-
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Acesso em: 23 jul. 2020.
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
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CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. Porto Alegre: Bookman, 2019.
FRANCO, J. T. Como projetar divisórias para arquitetura hospitalar?: 9 detalhes de paredes 
de alto desempenho. 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/939637/
como-projetar-divisorias-para-arquitetura-hospitalar-9-detalhes-de-paredes-de-alto-
-desempenho. Acesso em: 23 jul. 2020.
ISOTETO. Acústico. [201-?]. Disponível em: http://isoteto.com.br/?portfolio=revestimentos-
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SAPAJ, L. Como projetar espaços acusticamente eficientes. 2020. Disponível em: https://
www.archdaily.com.br/br/936218/como-projetar-espacos-acusticamente-eficientes. 
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SATO, H.; RAMOS, I. M. L. Física para edificações. Porto Alegre: Bookman, 2014. (Série Tekne).
Leituras recomendadas
BISTAFA, S. Acústica aplicada ao controle de ruído. São Paulo: Blücher, 2006.
BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Porto 
Alegre: Bookman, 2007.
CARVALHO, R. P. Acústica arquitetônica. 2. ed. Brasília: Thesaurus, 2010.
GURGEL, M. Design passivo: baixo consumo energético: guia para conhecer, entender 
e aplicar os princípios do design passivo em residências. São Paulo: Senac, 2012. 
MARCO, C. S. de. Elementos de acústica arquitetônica. São Paulo: Nobel, 1990.
NEUMAN, N. Acústica arquitetônica. São Paulo: Instituto Brasileiro de Acústica, 1962.
ROAF, S.; CRICHTON, D.; NICOL, F. A adaptação de edificações e cidades às mudanças 
climáticas: um guia de sobrevivência para o século XXI. Porto Alegre: Bookman, 2009.
SOUZA, L. C. L. de; ALMEIDA, M. G. de; BRAGANÇA, L. Be-a-bá da acústica. São Paulo: 
Edusfcar, 2007.
Escolha dos materiais de construção e sua influência na acústica dos espaços18
Dica do professor
Você já percebeu que a escolha de materiais de construção e acabamento pode influenciar 
diretamente o conforto acústico dos espaços construídos? Cada tipo de uso exige determinadas 
características para obter um conforto acústico satisfatório.
Nesta Dica do Professor, compreenda como é planejado o conforto acústico em um tipo de 
edificação muito usual: os hotéis.
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Na prática
As edificações de uso público, sobretudo as que trazem áreas de exposição, como museus e 
centros culturais, precisam apresentar condições adequadas de isolamento acústico. São, muitas 
vezes, edificações com grandes áreas e que recebem um fluxo intenso de pessoas e atividades, 
precisando que aconteça — inclusive, concomitantemente — o isolamento acústico dos ambientes, 
sendo um desafio aos arquitetos projetistas.
Na Prática a seguir, conheça algumas soluções projetuais propostas pelo escritório Andrade 
Morettin para o Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo, que conta com espaços para serem 
recebidas atividades dos mais variados tipos.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Arquicast 103 - Acústica na arquitetura e urbanismo
Ouça, neste episódio do podcast Arquicast, disponível no fim da página, uma explanação sobre a 
acústica nos projetos de arquitetura e urbanismo.
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Entendendo absorção e difusão acústica em projetos de 
arquitetura
Este texto demonstra como os materiais se comportam de maneiras diferentes, dependendo de seu 
coeficiente de absorção sonora, com exemplos práticos.
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Sala São Paulo - Chitãozinho & Xororó - Sinfônico 40 anos
A Sala São Paulo é um espaço de concertos na capital paulista que foi construído em um edifício 
que abrigava uma estação de trens. Veja, neste vídeo, um exemplo de apresentação realizada nesse 
espaço e perceba a acústica obtida.
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http://www.arquicast.com/2020/03/16/arquicast-103-acustica-na-arquitetura-e-urbanismo/
https://www.archdaily.com.br/br/912788/entendendo-absorcao-e-difusao-acustica-em-projetos-de-arquitetura
https://www.youtube.com/embed/FvAQG9FmYk8
Noções de conforto ambiental
Apresentação
Atualmente, muito se fala em mudanças do clima, aquecimento solar, oscilações bruscas de 
temperatura e que tudo isso interfere diretamente no dia a dia das pessoas, nos ambientes em que 
vivem e no seu conforto térmico, lumínico, sonoro e higrotérmico. Para entender isso, primeiro é 
necessário compreender o que é o conforto ambiental e como ele interfere na arquitetura e no dia 
a dia das pessoas.
Assim, ao elaborar um projeto ou uma revitalizaçãode espaço, o arquiteto deve realizar o 
levantamento de todos os fatores necessários para que essa obra proporcione conforto aos futuros 
usuários.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará a influência do conforto ambiental na arquitetura, 
reconhecendo formas da obtenção nas edificações e em seus entornos. Também, analisará projetos 
arquitetônicos que contemplem o conforto ambiental.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir conforto ambiental em arquitetura.•
Reconhecer as formas de obtenção do conforto nas edificações e nos seus entornos.•
Descrever, por meio de exemplos, projetos arquitetônicos que contemplem conforto 
ambiental.
•
Infográfico
O conforto, o bem-estar e o melhor aproveitamento dos espaços são os principais objetivos do 
arquiteto ao projetar uma nova edificação ou revitalizar algo já existente.
No Infográfico a seguir, você conhecerá pontos importantes do conforto ambiental na elaboração 
dos projetos arquitetônicos, já que é por meio do uso desses fatores que será gerado um ambiente 
adequado às necessidades solicitadas pelo cliente.
Confira.
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Conteúdo do livro
As mudanças climáticas, o aquecimento solar e as oscilações bruscas de temperatura estão cada 
vez mais alterando a maneira de viver, morar e trabalhar das pessoas. Dessa forma, ao elaborar um 
projeto ou uma revitalização de espaço, o arquiteto deve observar todos os fatores necessários 
para que essa obra atenda às necessidades dos seus futuros usuários, criando espaços e ambientes 
confortáveis para a função que se destinam quando ocupados.
No capitulo Noções de conforto ambiental, da obra Conforto ambiental, você verificará esses 
fatores ao estudar o conforto ambiental relacionado a projetos arquitetônicos e edificações. 
Boa leitura. 
CONFORTO 
AMBIENTAL
Fabiana Galves Mahlmann
Noções de conforto 
ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir conforto ambiental em arquitetura.
  Reconhecer as formas de obtenção do conforto nas edificações e 
nos seus entornos.
  Descrever, por meio de exemplos, projetos arquitetônicos que con-
templem conforto ambiental.
Introdução
Estamos vivenciando mudanças no clima causadas pelo aquecimento 
global, que gera oscilações bruscas de temperatura; isso interfere di-
retamente no nosso dia a dia, nos ambientes em que vivemos e no 
nosso conforto térmico. Assim, é importante entender o que é conforto 
ambiental e como ele interfere na arquitetura.
Ao elaborar um projeto ou uma revitalização de um espaço, o arqui-
teto deve realizar o levantamento de todos os fatores necessários para 
que essa obra proporcione bem-estar aos futuros usuários (CABEZAS, 
2013). Esse bem-estar está diretamente associado ao conforto ambiental.
Neste capítulo, você vai estudar o conforto ambiental, verificando a 
sua relação com a arquitetura e as formas como ele pode ser obtido nas 
edificações. Você também vai analisar exemplos de projetos arquitetô-
nicos que contemplam o conforto ambiental.
Influência do conforto ambiental na arquitetura
Ao realizar um projeto arquitetônico, o arquiteto deve observar diversos 
fatores que o infl uenciam; entre esses fatores está o conforto ambiental que 
será propiciado aos seus usuários (SIQUEIRA, [2018]). Conforto ambiental é 
o termo usado para defi nir o conforto de cada ambiente, abrangendo também 
a questão estética. Assim, o conforto ambiental abrange os confortos acústico, 
térmico, lumínico, higrotérmico e visual de uma edifi cação (CABEZAS, 2013).
O conforto ambiental visual trata do impacto que a poluição visual causa 
no nosso dia a dia. As placas, os outdoors, as pichações e outros tipos de 
interferências visuais nas fachadas são exemplos tratados no conforto am-
biental visual. Em alguns casos, as placas acabam gerando poluição visual, 
já que o excesso de informações sem um tamanho padrão acaba se tornando 
apenas um amontoado de painéis que nem sempre gera o retorno desejado. 
As pichações, por sua vez, muitas vezes são feitas sem nenhuma regra e sem 
autorização dos proprietários dos espaços, dando origem a fachadas “sujas”. 
Elas são o oposto dos grafites, que são obras de arte que proporcionam belas 
imagens, que podem ser apreciadas por todos ao serem criadas nas paredes 
externas das edificações.
O conforto ambiental térmico envolve a preocupação do arquiteto em 
tornar um cômodo climatizado, proporcionando um ambiente agradável in-
dependentemente da localização, da estação e do período do dia (CABEZAS, 
2013). Por sua vez, o conforto ambiental acústico de uma edificação é um 
dos condicionantes da sonoridade do lugar, proporcionando o isolamento 
acústico. Além de deixar os ambientes mais confortáveis, esse tipo de con-
forto proporciona bem-estar e previne problemas de saúde relacionados à 
audição. Já o conforto higrotérmico é a sensação de bem-estar relacionada 
com a umidade e a temperatura em determinado ambiente e está relacionado 
à atividade desenvolvida naquele espaço.
Morais Junior (2012), autor do artigo “Considerações sobre iluminação 
e trabalho”, descreve a importância do conforto ambiental lumínico nos 
ambientes (Figura 1) no seguinte trecho: 
[...] o processo da visão é bastante complexo e implica em uma série de fatores. 
Por isso mesmo é de grande importância tanto para a segurança das pessoas 
como para a qualidade do produto que a iluminação do posto de trabalho 
seja adequada às exigências da tarefa. Iluminação insuficiente implica di-
retamente na perda de desempenho e no aumento do número de acidentes. 
A busca pelo equilíbrio entre temperatura, sons e ruídos, luminosidade e 
o estudo visual do ambiente são essenciais em um projeto arquitetônico; 
com estes fatores bem trabalhados é possível obter ambientes cada vez mais 
personalizados e agradáveis aos seus usuários (MORAIS JUNIOR, 2012, 
documento on-line). 
Noções de conforto ambiental2
Figura 1. Conforto lumínico em um ambiente. 
Fonte: ImageFlow/Shutterstock.com.
Os fatores de conforto ambiental possuem normas próprias que servem 
de referência para legislações específicas, além de serem a base da certifi-
cação ambiental de edifícios brasileiros. As principais normas de conforto 
ambiental são listadas abaixo. Elas foram elaboradas por agências como 
a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), responsável pelas 
Normas Brasileiras (NBRs), pela Organização Internacional de Norma-
lização (ISO, do inglês International Organization for Standardization), 
pela Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração 
e Ar-condicionado (ASHRAE, do inglês American Society of Heating, 
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) e pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
  Conforto higrotérmico: ABNT NBR 15220-3:2005, ISO 7730 e 
ASHRAE 55:2013.
  Conforto acústico: ABNT NBR 10152:2017 e ABNT NBR 12179:1992.
  Conforto visual: ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013.
  Conforto lumínico: ABNT NBR 15575:2013.
  Qualidade do ar: Resolução RE/ANVISA nº. 9.
  Ergonomia: Norma Regulamentadora nº. 17 e ABNT NBR 9050:2015.
3Noções de conforto ambiental
O conforto ambiental trata das sensações físicas e psicológicas compreendi-
das pelo corpo humano em um determinado ambiente, enquanto a sustentabili-
dade é o fator que trata do uso racional dos recursos da construção, do impacto 
ambiental, da qualidade e durabilidade das construções, do atendimento dos 
níveis de conforto exigidos, da eficiência energética, da gestão dos recursos das 
edificações e do desmonte ou reúso dos materiais. Os níveis de sustentabilidade 
de uma edificação são medidos por meio de selos de certificação ambiental. 
A eficiência energética, juntamentecom o conforto ambiental, compõe as 
qualidades daquilo que é visto como sustentável (PROJETO..., [2018]).
Atualmente, existe uma preocupação muito grande com os materiais utilizados nas 
construções e com a sustentabilidade, para que se possa atingir o resultado desejado 
proporcionando o conforto das pessoas e o menor impacto possível no meio ambiente. 
As pessoas passaram a se preocupar em estar dentro de construções mais confortáveis, 
recorrendo ao conforto ambiental para atingir esse objetivo; daí a necessidade de se 
utilizar materiais de nível sustentável.
Em resumo, conforto ambiental é o termo utilizado para representar o estado 
de satisfação dos usuários de um determinado espaço. O conforto ambiental, 
aplicado da maneira correta na arquitetura, permite que seus usuários futuros 
tenham melhores condições psicológicas, higrotérmicas, acústicas, visuais, 
lumínicas, de qualidade do ar e ergonômicas para a realização de suas tarefas, 
sejam de lazer, trabalho, descanso ou estudo. O arquiteto, na hora de projetar, 
deve analisar diversos fatores para atender aos desejos dos seus clientes, pois 
prever espaços e edificações com condições satisfatórias para o conforto 
ambiental é essencial. O objetivo é permitir a melhor relação do homem com 
o espaço e o seu conforto psicológico (PROJETO..., [2018]).
O ser humano utiliza o sistema sensorial para identificar seu estado de 
conforto ambiental, pois é por meio das relações de sinestesia que consegue 
perceber o espaço no seu entorno. Não existe uma regra que indique quais 
as melhores condições para o conforto das pessoas, mas o conforto de um 
indivíduo é determinado levando-se em consideração vários fatores, como 
saúde, idade, atividade, roupas, sexo, etc (PROJETO..., [2018]).
Noções de conforto ambiental4
Como obter o conforto nas edificações
Ao iniciar a coleta de informações para a elaboração de um projeto arquite-
tônico, seja de uma edifi cação nova, uma revitalização ou uma reforma, o 
arquiteto deve levar em consideração alguns pontos para que se obtenha o 
melhor aproveitamento das condições naturais do ambiente. Observar o clima, 
a orientação solar e os ventos e procurar aproveitar a energia solar como fonte 
de energia renovável são pontos fundamentais no desenvolvimento do projeto 
para se obter o resultado desejado.
Percebemos mudanças significativas nos grandes centros urbanos; as 
alterações que ocorrem nas cidades e regiões afetam diretamente os climas 
e microclimas, que acabam impactando no conforto ambiental. O ritmo de 
vida das pessoas, os deslocamentos diários, a refrigeração ou o aquecimento 
artificial dos ambientes, as iluminações dos edifícios e locais públicos, as 
grandes concentrações de pessoas em determinados lugares e o fluxo de 
automóveis constituem fontes de calor e de diversos tipos de poluição, como 
ruídos e poeira, que alteram o microclima urbano e, assim, modificam o 
conforto da população.
Um ponto que influencia o conforto térmico é a localização geográfica da 
edificação. As regiões com grandes depressões criam barreiras naturais para 
os ventos, por exemplo, não permitindo sua circulação. Em muitas regiões 
litorâneas, foram criadas grandes barreiras por prédios nas avenidas próximas 
ao mar, com a intenção de privilegiar a vista; no entanto, essas construções 
criam corredores de ventos, e a incidência solar é prejudicada, originando 
regiões quentes e úmidas e gerando um adensamento dos gases e uma situação 
de poluição muito grave (PROJETO..., [2018]). A poluição traz como conse-
quências a modificação do regime de chuvas e o aumento da nebulosidade.
Em alguns lugares, a água das chuvas é escoada para o sistema de esgoto, 
devido à presença de solo impermeável, e não tem tempo de refrescar o solo 
e o ar, exceto onde há parques, praças e jardins, onde as águas da chuva são 
drenadas pelo solo. Por isso, bairros inteiros sofrem com as altas temperaturas 
e acabam atraindo massas de ar carregadas de partículas de poluentes, que 
tornam os bairros ainda mais quentes e poluídos (PROJETO..., [2018]).
Outro ponto que modificou bastante o conforto térmico das edificações é 
a falta de segurança dos dias atuais. Antigamente as pessoas dormiam com 
as janelas abertas, e as edificações não tinham grades ou muros — quando 
existiam, eram com alturas muito baixas, somente para demarcar os limites, 
5Noções de conforto ambiental
e não como proteção. Com as modificações na arquitetura decorrentes da 
insegurança, as construções não contam mais com a livre circulação de ar 
em seu interior, já que os muros cada vez mais altos e impenetráveis e a ne-
cessidade de manter as janelas fechadas impedem os ventos de adentrarem o 
terreno (CABEZAS, 2013). 
As zonas rurais também sofrem alterações climáticas. No processo de 
urbanização, os terrenos são limpos e planificados, e, em seguida, inicia-se 
o projeto de implantação. Com essa limpeza, retira-se a camada fértil do solo 
e a variedade florestal existente, e o microclima sofre uma grande alteração. 
Uma parte importante da fauna e da flora desaparecem e ocorre a erosão e o 
empobrecimento progressivo do solo. A qualidade da água dos rios e mananciais 
é comprometida, tornando-se um grande problema para as futuras gerações.
Conforto ambiental aplicado aos projetos 
de arquitetura
A arquitetura sempre teve um papel importante no desenvolvimento das 
cidades e civilizações. Novas tecnologias surgem com o crescimento dos 
grandes centros urbanos e com as mudanças climáticas. No entanto, existem 
lugares onde os conceitos tecnológicos estão bem distantes do dia a dia das 
pessoas. É a partir do estudo sobre o local onde será realizado o projeto ou a 
reforma, levando em consideração fatores como o clima, a incidência solar e 
as tecnologias disponíveis, dentre outros, que o arquiteto poderá desenvolver 
a melhor opção para atender às necessidades do seu cliente. 
Hoje as populações ocupam principalmente os grandes centros urbanos 
e passam muito tempo dentro das edificações, seja trabalhando, estudando, 
descansando ou divertindo-se; daí a importância do conforto desses ambientes 
nas diferentes situações. As novas tecnologias e o desenvolvimento das cons-
truções trouxeram informações e alternativas que permitem criar melhores 
condições acústicas, térmicas, lumínicas e de sustentabilidade nas edificações 
que sejam satisfatórias para a maioria das pessoas. Hoje são desenvolvidos 
projetos arquitetônicos inteligentes, com o uso de sistemas construtivos 
aprimorados, empregando equipamentos para climatização ambiental. Os 
aspectos de sustentabilidade estão sendo muito observados — há todo um 
cuidado para se produzir edificações econômicas e ambientalmente corretas, 
além de confortáveis para os futuros usuários, conforme aponta Alves (2016).
A sensação de conforto é muito pessoal, o que é reconhecido também 
pelos órgãos de normalização que cuidam e regulamentam esse assunto. Um 
Noções de conforto ambiental6
exemplo pode ser verificado na definição de conforto térmico apresentada na 
norma ASHRAE 55: “Conforto térmico é aquela condição mental que expressa 
satisfação com o ambiente térmico” (ASHRAE STANDARD COMMITTEE, 
2004, documento on-line). Trata-se, portanto, de uma sensação individual; 
ou seja, é impossível obter condições satisfatórias que agradem a todos os 
ocupantes de um grande ambiente ao mesmo tempo, a menos que cada um 
tenha a possibilidade de controlar o microambiente que o cerca.
Para muitos, o conforto térmico diz respeito somente à temperatura do ar; 
no entanto, existem diversas situações que podem alterar esse fator. Podemos 
mencionar as variáveis ambientais, como a temperatura, a umidade relativa 
do ar, a temperatura radiante e a velocidade dos ventos, bem como os fatores 
como idade, sexo e hábitos alimentares, já que as sensações térmicas variam 
de uma pessoa para outra, o que também interfere na sensação de conforto.
Assim, não podemos afirmar qual é a temperatura ideal de um ambiente. 
As soluções de confortotérmico em um projeto arquitetônico dependem do 
contexto climático, dos materiais aplicados, do local, dos sistemas e dos equi-
pamentos utilizados em cada projeto. Após as análises e os estudos necessários 
para o desenvolvimento do projeto, o arquiteto poderá desenvolver as melhores 
opções de conforto térmico para o seu cliente (CONFORTO..., [2018]). As 
condições de conforto satisfatórias são diretamente ligadas à fase de projeto 
das edificações. Durante a execução da obra, dificilmente será possível tomar 
medidas que consigam melhorar as condições de conforto ambiental.
Em edifícios comerciais, com plantas de áreas muito grandes e extensas, 
nas quais o ponto central está localizado a muitos metros de distância de 
qualquer fachada, há pouca disponibilidade de iluminação natural e pouquís-
simo ou nenhum contato visual com o exterior. Esse fator, em conjunto com 
o uso contínuo de sistemas de iluminação artificial, pode causar sensação 
de confinamento aos trabalhadores, gerando uma queda de produtividade. A 
retomada do antigo conceito de átrio central é uma solução para essa questão, 
pois, além de minimizar e até eliminar os problemas acima citados, ainda 
permite o uso de ventilação cruzada nos ambientes. Outro ponto importante 
nesse tipo de edificação é a necessidade do uso prolongado de sistemas 
de climatização, de modo que os ocupantes do edifício tenham condições 
satisfatórias de conforto térmico durante a sua estada nesses ambientes 
(FERREIRA; MARQUES, 2018).
Atualmente, tem-se dado maior ênfase à definição estética da fachada e do 
sistema construtivo. Os edifícios brasileiros, principalmente os comerciais e 
de escritórios, estão sendo concebidos, de modo geral, com base em premissas 
internacionais, que se sobrepõem a outros fatores que influenciam a qualidade 
7Noções de conforto ambiental
final da edificação, conforme aponta Alves (2016). Veja, a seguir, alguns 
exemplos de tendências de conforto ambiental que estão sendo empregada.
  Estudo do clima: analisando o clima, a região, a localização do ter-
reno, entre outros fatores, o arquiteto poderá tirar o melhor proveito 
das condições climáticas para apresentar soluções no projeto. Essa 
análise é o que vai determinar o que será apresentado para o conforto 
térmico, como o tipo de ventilação, que pode influenciar na redução 
da carga térmica gerada e absorvida dentro dos ambientes. Para que 
esse aspecto do projeto funcione de forma eficaz, é necessário que os 
ventos circulem por meio de diferenças de pressão ou por torres de 
ventilação, conforme leciona Alves (2016).
  Resfriamento evaporativo: pode ser realizado por meio de espelhos 
de água e é indicado para locais quentes e secos.
  Aquecimento solar passivo: acontece por meio de aberturas translú-
cidas voltadas para o sol.
É recomendado atrelar o uso de soluções como ventilação cruzada, pé-
-direito duplo, beirais e brises a outras tecnologias. Em algumas regiões, 
também é indicado o sombreamento das aberturas, principalmente no verão, 
quando a radiação solar é mais intensa. Estudos simples de geometria da 
insolação nos indicam a melhor posição de brises — horizontal, vertical ou 
mista — para determinada orientação e local, conforme leciona Alves (2016).
O uso de paredes e telhados verdes é outra opção de conforto térmico. Esse 
tipo de estratégia fornece resistência térmica à cobertura, onde a radiação solar 
é mais intensa no período de verão. A instalação do sistema de refrigeração 
se faz necessária em algumas, regiões, para que se proporcione melhores 
condições de conforto para os usuários desses espaços (CONFORTO..., [2018]).
A arquitetura deve proporcionar o conforto térmico necessário ao usuário 
para que ele desempenhe plenamente suas atividades. No entanto, em tempos 
de redução do consumo de energia, isso tornou-se um verdadeiro desafio. 
A climatização artificial — o ar-condicionado — nem sempre é garantia de 
conforto e ainda pode gerar um grande consumo energético. Em edificações 
com grandes fachadas envidraçadas, os brises, as persianas e as películas apli-
cadas sobre o vidro, criando barreiras e proteções, são recursos que reduzem e 
auxiliam no controle do aquecimento desses ambientes. Para se obter eficiência 
energética, o ideal é mesclar as técnicas artificiais às técnicas naturais de 
resfriamento, que utilizam sombra, brisa e água para reduzir a temperatura 
interna (CONFORTO..., [2018]).
Noções de conforto ambiental8
O conforto ambiental é a adequação dos princípios físicos envolvidos e das necessidades 
do ambiente. Como vimos, para obter o conforto em uma edificação, o profissional 
deve estar atento aos seguintes pontos: conforto térmico, conforto lumínico, conforto 
acústico e conforto visual. Os obstáculos naturais fazem com que sempre sejam 
buscadas novas tecnologias para proporcionar as melhores soluções para o dia a 
dia das pessoas. É necessário que os profissionais de arquitetura sejam conscientes e 
busquem soluções e ações visando ao conforto e à sustentabilidade dos ambientes em 
que vivemos, empregando adequadamente os recursos e proporcionando bem-estar 
aos usuários das edificações. 
ALVES, R. R. Administração verde: o caminho sem volta da sustentabilidade ambiental 
nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
ASHRAE STANDARD COMMITTEE. ANSI/ASHRAE Standard 55-2004 (Supersedes ANSI/ASHRAE 
Standard 55-1992): Thermal environmental conditions for human occupancy. Atlanta. 
USA, 24 jan 2004. Disponível em: <http://www.aicarr.org/Documents/Editoria_Libri/
ASHRAE_PDF/STD55-2004.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018.
CABEZAS, C. Fundamentos para projetar espaços públicos confortáveis. ArchDaily, 2 
out. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-143845/fundamentos-
-para-projetar-espacos-publicos-confortaveis>. Acesso em: 23 out. 2018.
CONFORTO ambiental: veja soluções arquitetônicas que oferecem bem-estar. AECweb, 
[2018]. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/conforto-ambiental-
-veja-solucoes-arquitetonicas-que-oferecem-bemestar_10668_0>. Acesso em: 23 
out. 2018.
FERREIRA, F. D.; MARQUES, T. H. T. Carga térmica: princípios básicos. Engenharia e Ar-
quitetura, 2018. Disponível em: <http://www.engenhariaearquitetura.com.br/2018/01/
carga-termica-principios-basicos>. Acesso em: 23 out. 2018
MORAIS JUNIOR, C. P. Considerações sobre iluminação e trabalho. ECivil Unicamp. 
2012. Disponível em: < http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Arquitetural/interiores/
consideracoes_sobre_iluminacao_e_trabalho.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2018.
PROJETO e eficiência térmica. Galeria da Arquitetura, [2018]. Disponível em: <https://
www.galeriadaarquitetura.com.br/i-d/projetos/com-eficiencia-termica/8/>. Acesso 
em: 23 out. 2018.
9Noções de conforto ambiental
SIQUEIRA, C. Conforto ambiental, desafio para arquitetos In: INSTITUTO BRASILEIRO 
DE DESENVOLVIMENTO DA ARQUITETURA. Fórum da Construção, [2018]. Disponível 
em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=4&Cod=800>. Acesso 
em: 23 out. 2018.
Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: desempenho térmico 
de edificações. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/patri-
cialopes9480/nbr-15220>. Acesso em: 23 out. 2018.
BORGES, A. C.; MONTEFUSO, E.; LEITE, J. Prática das pequenas construções. São Paulo: 
Edgard Blucher, 1996.
CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura [recurso eletrônico]: dados eletrô-
nicos. Porto Alegre: Bookman, 2014. 
CONFORTO ambiental. Wikipedia, [2018]. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/
wiki/Conforto_ambiental>. Acesso em: 23 out. 2018.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional 
de Habitação. Resolução nº. 307, de 5 de julho de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 17 jun. 2002. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arqui-
vos/36_09102008030504.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018.
CORNETET, B. C.; PIRES, D. G. M. (Org.). Arquitetura [recurso eletrô nico]. PortoAlegre: 
SAGAH, 2016.
LEED v4.1 is here: better buildings are our legacy. LEED, [2018]. Disponível em: <www.
usgbc.org>. Acesso em: 23 out. 2018.
SÃO PAULO. Prefeitura de São Paulo. Secretaria de Urbanismo e Licenciamento. Lei nº. 
11.228, de 4 de junho de 1992. Código de Obras e Edificações (COE). São Paulo, SP, 1992. 
Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/
upload/pinheiros/arquivos/COE_1253646799.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018.
SILVA, C. L. Inovação e sustentabilidade. Curitiba: Aymará Educação, 2012.
UNITED STATES OF AMERICA. Department of Energy’s (DOE). EnergyPlus: energy si-
mulation software. Version 9.0.1. Washington DC., [2018]. Disponível em: <https://
energyplus.net/>. Acesso em: 23 out 2018.
ZYLBERSZTAJN, D.; LINS, C. Sustentabilidade e geração de valor: a transição para o século 
XXI. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Noções de conforto ambiental10
Conteúdo:
Dica do professor
Atualmente, percebe-se que muitas edificações são desenvolvidas tendo em vista o atendimento 
aos padrões estéticos da arquitetura com objetivo estético.
Nesta Dica do Professor, você verá alguns recursos que são utilizados para o desenvolvimento das 
edificações, visando ao conforto térmico dos futuros usuários desses empreendimentos.
Acompanhe, a seguir.
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Na prática
Ao realizar um projeto arquitetônico, o profissional deve observar diversos aspectos para obter o 
melhor resultado no seu projeto depois de edificado. Entre esses aspectos, está o conforto 
ambiental, que deve ser bem-analisado, pois este projeto, ao ser executado, proporcionará o bem-
estar aos seus usuários.
Conheça, Na Prática, alguns fatores relacionados ao conforto ambiental que devem ser levados em 
conta pelo profissional na hora de iniciar um projeto arquitetônico.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Arquitetura e importância do conforto ambiental
Muitas vezes, pensa-se que o bem-estar vem somente por meio de uma boa decoração ou da 
utilização de móveis confortáveis. No entanto, um dos fatores mais importantes é o conforto 
ambiental, que trata de questões térmicas, da circulação de ar, da insolação, da acústica, entre 
outros, para que o bem-estar seja proporcionado às construções. Neste vídeo, você aprenderá mais 
sobre a importância desse fator nos projetos de arquitetura.
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Acústica de salas de som e técnicas de estúdios
Para fazer o tratamento acústico de salas de música residenciais e de técnicas de estúdio, existem 
alguns requisitos básicos. Assista ao vídeo sugerido a seguir, para conhecê-los.
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Arquitetura bioclimática: o que é e qual seu propósito?
Os primeiros estudos sobre a combinação entre arquitetura e meio ambiente surgiram em meados 
da década de 1960. Na arquitetura bioclimática, o principal aspecto é a relação com os fatores 
climáticos e com o que a natureza oferece. Acesse o site sugerido e saiba mais.
https://www.youtube.com/embed/SNvm8wkDLfk
https://www.youtube.com/embed/i_8ECMihQUQ
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https://archtrends.com/blog/arquitetura-bioclimatica/

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