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GAU Conforto Ambiental - Térmico, Acústico e Iluminação

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Prévia do material em texto

Orientação solar das edificações
Apresentação
A correta orientação solar de uma edificação é um dos principais fatores para otimizar a utilização 
dos recursos naturais disponíveis no ambiente, como a luz solar e o vento, gerando conforto e bem-
estar aos usuários.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a importância da orientação solar no projeto de 
edificações e como a insolação pode interferir no conforto dos ambientes, por meio de exemplos e 
conteúdo teórico.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir a importância da orientação solar para o projeto de edificações.•
Identificar as interferências da insolação nos ambientes.•
Exemplificar projetos arquitetônicos em que a interação entre edificação e orientação solar é 
considerada.
•
Infográfico
O entorno da edificação, a implantação, o zoneamento da edificação e o tratamento que as 
fachadas recebem são alguns desses elementos que são essenciais que o arquiteto considere em 
seu projeto.
Acompanhe, no infográfico, um detalhamento de cada um desses elementos a considerar em um 
projeto e suas interferências da insolação nos ambientes.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/031b658b-c3e2-4c50-811f-d0d18cddabe9/548b6692-1ac8-419b-8c46-05465e12de6a.jpg
Conteúdo do livro
A orientação solar em projetos de arquitetura é um dos elementos principais na etapa de 
levantamentos e estudos preliminares, podendo, muitas vezes, ser uma condicionanante projetual. 
A correta disposição de uma edificação quanto à sua insolação auxilia no bem-estar dos habitantes, 
tornando os ambientes mais salubres e confortáveis, além de contribuir com a eficiência energética.
No capítulo Orientação solar das edificações, da obra Conforto ambiental, base teórica para esta 
Unidade de Aprendizagem, você estudará mais sobre o conforto ambiental e a importância da 
orientação solar para o projeto de edificações.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL
Orientação solar 
das edificações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir a importância da orientação solar para o projeto de edificações.
  Identificar as interferências da insolação nos ambientes.
  Exemplificar projetos arquitetônicos em que a interação entre edifi-
cação e orientação solar é considerada.
Introdução
A correta orientação solar de uma edificação é um dos principais fatores 
para otimizar a utilização dos recursos naturais disponíveis no ambiente, 
como a luz solar e o vento, gerando conforto e bem-estar para os usuários. 
Para tanto, o projeto arquitetônico deve ser desenvolvido de acordo 
com as características bioclimáticas de cada local, aproveitando o que 
o clima traz de bom e resolvendo os problemas que poderiam interferir 
no desempenho da edificação.
Condições de conforto ambiental são imprescindíveis para a saúde e o 
bem-estar das pessoas. Nos projetos de edificações, devemos considerar 
os fatores que influenciam direta ou indiretamente o conforto ambiental. 
O clima, as condições de vento, a temperatura, a insolação, a umidade e 
a luz natural serão determinantes para o conforto térmico da edificação.
De acordo com Mascaró (1991), são quatro os principais fatores que 
afetam a perda de calor no ser humano, também chamados de fatores 
dinâmicos do clima: temperatura, umidade, movimento do ar e radiação. 
Uma edificação projetada sem considerar esses fatores pode se tornar 
inapropriada para os usuários dela, além de representar gastos maiores 
com consumo energético para compensar o desconforto térmico natural 
da edificação. Um exemplo são os edifícios envidraçados em climas quen-
tes e com orientações com muita incidência solar. A menos que sejam 
utilizados materiais especiais e, muitas vezes, extremamente caros, esses 
edifícios requerem soluções de climatização artificial para compensar o 
calor intenso no verão e o frio no inverno.
Há que se observar que todas as decisões que afetam o consumo 
energético de uma edificação ocorrem na elaboração dos desenhos 
preliminares de um projeto. O esforço necessário para implementar tais 
decisões na fase preliminar do projeto é pequeno quando comparado 
àquele que seria necessário para a sua posterior implementação, con-
forme lecionam Brown e Dekay (2004).
Neste capítulo, você vai verificar a importância da orientação solar no 
projeto de edificações e como a insolação pode interferir no conforto 
dos ambientes, analisando, por fim, exemplos de projetos arquitetônicos 
em que a interação entre edificação e orientação solar foi considerada.
Importância da orientação solar para o projeto 
de edificações
Na elaboração de projetos de arquitetura adequados aos diferentes climas, 
destacam-se alguns fatores que infl uenciam as decisões de projeto em 
função das características climáticas. De acordo com Frota (2003), são eles:
  forma (geometria) mais apropriada;
  orientação e dimensionamento das aberturas;
  localização dos diversos blocos no espaço físico;
  determinação da sombra projetada das edificações;
  determinação das máscaras produzidas por obstruções externas às 
aberturas;
  indicação de elementos externos de projeção da radiação solar (cons-
truções, vegetação, etc.).
O controle da radiação solar é um dos fatores com maior impacto no 
conforto térmico da edificação. Em locais onde o clima é muito quente, por 
exemplo, deve-se evitar que a radiação solar penetre em excesso nos ambientes, 
prevenindo ganhos de calor. 
No inverno, as pessoas perdem calor e, com isso, sentem frio; no verão, 
sentem calor e buscam se refrescar. Há muitas formas de isolar o calor e o 
frio nas construções, visando minimizar o desconforto térmico. As soluções 
Orientação solar das edificações2
estão, basicamente, na adequação do projeto do edifício, especialmente no que 
tange à sua orientação e ao seu envoltório (paredes, aberturas e cobertura).
Determinar a posição do sol para o local da edificação e proteger o seu 
envoltório requer um estudo da geometria da insolação, que vai determinar 
graficamente a incidência do sol de acordo com a latitude, a hora e a época 
do ano, conforme leciona Frota (2003). 
No exemplo demonstrado nas Figuras 1 e 2, você observar que, de acordo 
com o horário do dia e a época do ano, há uma variação significativa na 
sombra projetada pela edificação no terreno devido à mudança da incidência 
solar. Nesse exemplo hipotético, a edificação está em um terreno situado no 
Hemisfério Norte, em Saint Louis, Missouri. 
Figura 1. Sítio hipotético para demonstrar a incidência solar sobre a edificação no terreno 
em diferentes horários e épocas do ano.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 29).
3Orientação solar das edificações
Figura 2. Incidência solar sobre a edificação no terreno (sítio hipotético) 
em diferentes horários e épocas do ano.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 30).
Na prática
Veja, por meio de realidade aumentada, o quanto a incidência de luz solar em terreno 
no Hemisfério Sul influencia os aspectos construtivos de uma edificação, bem como 
as decisões arquitetônicas.
Aponte para o QR code ou acesse o link 
https://goo.gl/RtwuxK para ver o recurso..
Orientação solar das edificações4
Para determinar os horários do dia e do ano nos quais o sol estará pre-
sente em determinado sítio, utilizamos a carta solar, com a representação 
dos elementos existentes no sítio. A Figura 3 mostra um solaroscópio, um 
instrumento que simula o movimento do Sol e permite identificar a incidência 
solar sobre uma edificação e a sombra projetada no terreno.
Figura 3. Representação de um solaroscópio.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Para melhor compreender a carta solar e a utilização do solaroscópio para 
simulações em projeto, veja a Figura 4, que demonstra o movimento do planeta 
Terra em torno do Sol e os diferentes ângulosde incidência da radiação solar 
de acordo com o período do ano e o horário do dia. Já a Figura 5 demonstra 
a trajetória solar em um dia qualquer na carta solar.
5Orientação solar das edificações
Figura 4. Trajetória da Terra ao redor do Sol (translação), com 
o ângulo de inclinação do eixo norte-sul, os solstícios e os 
equinócios para o Hemisfério Sul.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Figura 5. Trajetória solar em um dia qualquer na carta solar.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
Orientação solar das edificações6
A carta solar representa a trajetória do Sol na abóbada celeste como se 
ele estivesse projetado sobre uma superfície horizontal, conforme apontam 
Libbey-Owens-Ford (1974), Olgyay (1963) e Hoke (1996, apud BROWN; 
DEKAY, 2004). Na Figura 6 é demonstrado um exemplo de carta solar para 
a latitude 40º.
Figura 6. Carta solar para a latitude 40°.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 31).
Interferências da insolação nos ambientes
As edifi cações são nossa terceira pele. No tempo em que nossos ancestrais 
se deslocavam em busca de áreas para se fi xar, há centenas de milhares de 
anos, eles não somente necessitavam adequar suas vestimentas, mas também 
as edifi cações para os abrigar e proteger. Assim, surgiu a necessidade de se 
construir edifi cações mais resistentes tanto ao frio quanto ao calor.
7Orientação solar das edificações
O que não mudou com essas migrações foi o metabolismo humano pree-
xistente. Em todas as sociedades, as pessoas têm a fi siologia e a temperatura 
corporal de aproximadamente 37,5 ºC, além dos mecanismos de adaptação 
para que possam manter seus corpos a essa temperatura mesmo nos climas 
mais rigorosos, conforme lecionam Roaf, Crichton e Nicol (2009).
Assim, para tornar possível a sobrevivência em temperaturas que podem 
variar de mais de 50 ºC, nas latitudes menores, até −50°C, no Círculo Ártico, 
outros fatores entraram em jogo: o uso de vestimentas mais pesadas ou mais 
leves (a segunda pele) e o projeto das edificações (a terceira pele). A Figura 
7 resume as interações entre clima, pessoas e edificações.
Figura 7. Interação entre clima, pessoas e edificações: as edificações amenizam o clima de 
assentamentos ocupados de forma tradicional para ficarem adequados aos ocupantes e 
para trazer conforto dentro das normas culturais. 
Fonte: Roaf, Crichton e Nicol (2009, p. 52).
A insolação nos ambientes afeta diretamente as pessoas e o conforto 
dos espaços. Dependendo da orientação solar, da distribuição das aberturas, 
dos materiais utilizados e da forma da edificação, haverá maior ou menor 
penetração dos raios solares. Com isso, há um impacto sobre a iluminação 
natural dos ambientes e a quantidade de calor dentro deles.
A orientação do edifício influencia a quantidade de calor que ele recebe 
e pode representar o aumento do consumo de energia. Mascaró (1991) destaca 
que o uso adequado da orientação solar da edificação pode reduzir em cerca 
de 50% o consumo energético. O autor também exemplifica que um edifício 
Orientação solar das edificações8
na latitude 30ºS (correspondente a Porto Alegre), com suas fachadas maiores 
orientadas favoravelmente, recebe 1,7 milhão de quilocalorias/dia, ao passo 
que, quando orientado desfavoravelmente, a carga térmica recebida é da ordem 
de 4,2 milhões de quilocalorias/dia (quase 150% maior).
Além da orientação, a forma da edificação também vai influenciar na carga 
térmica recebida por ele. Para que um edifício se torne confortável, ele deve 
ser projetado para o clima em que está inserido e deve considerar a orientação 
solar desde a fase preliminar do projeto. Esse cuidado deve ter como base o 
controle da radiação solar direta nos ambientes internos e a minimização da 
radiação solar direta e difusa nas fachadas e coberturas do edifício.
No Hemisfério Sul (abaixo da Linha do Equador), a melhor orientação solar 
para a iluminação natural nas edificações é a orientação solar norte. Nessa 
orientação há maior incidência de luz solar direta e é relativamente fácil de 
sombrear as aberturas para o controle da entrada de radiação solar. A orientação 
solar sul também é benéfica para a iluminação natural, considerando que a 
incidência de luz é constante e que se trata da orientação que menos recebe 
luz solar direta, evitando assim o ofuscamento nos ambientes.
Já as orientações solares leste e oeste são as que recebem a luz solar direta 
com mais intensidade no verão e menos no inverno, dificultando o projeto 
de proteções solares. A Figura 8 ilustra uma planta ideal considerando a 
orientação solar e a luz natural.
Figura 8. Planta com orientação ideal em relação à iluminação natural.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
9Orientação solar das edificações
Projetos arquitetônicos em que a interação 
entre edificação e orientação solar é 
considerada
As estratégias de projeto são utilizadas para melhorar a interação entre a 
edifi cação, o clima e a orientação solar. A maioria delas trata da orientação 
e da localização dos recintos com relação à insolação e à ventilação do lo-
cal. A seguir serão apresentados alguns exemplos em que essa interação foi 
considerada no projeto arquitetônico. Nesses exemplos foram considerados 
principalmente a forma e o fechamento dos recintos, de modo a reduzir as 
cargas de aquecimento ou esfriamento, ou para responder às necessidades 
de uma edifi cação quanto ao aquecimento, ao esfriamento e à iluminação, 
por meio do uso dos recursos disponíveis no sítio. As estratégias apresentam 
recomendações de como os recintos podem ser projetados de forma a coletar, 
armazenar e distribuir o calor solar e/ou melhor utilizar o recurso de ventilação 
natural, conforme apontam Brown e Dekay (2004).
Plantas baixas compactas
As plantas baixas compactas reduzem a área de pele e, portanto, as perdas 
e os ganhos térmicos (aquecimento e esfriamento), conforme mostra a 
Figura 9. A quantidade de pele exposta em relação ao volume envolvido 
aumenta à medida que formas compactas, como cubos, são alongadas e 
se transformam em prismas retangulares ou fechamentos mais articula-
dos. Consequentemente, as perdas e os ganhos térmicos por condução e 
convecção através da pele são maiores nas formas alongadas do que na 
formas compactas com o mesmo volume, conforme lecionam Brown e 
Dekay (2004). 
Orientação solar das edificações10
Figura 9. Exemplo de edificação no estilo New England Salt Box, com planta baixa compacta, 
e seu desempenho térmico.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 168).
Estratégias de ventilação
Na Figura 10 estão demonstradas de forma esquemática diferentes soluções 
em planta baixa e corte que permitem melhor utilização da ventilação natural 
nos ambientes da edifi cação. A ventilação cruzada é uma estratégia particu-
larmente valiosa pois, além de remover o calor dos recintos, também promove 
uma melhor sensação térmica em climas quentes, uma vez que auxilia na 
evaporação das pessoas, conforme apontam Brown e Dekay (2004).
11Orientação solar das edificações
Figura 10. Estratégias de organização dos espaços que favorecem tanto a ventilação 
cruzada quanto a ventilação por efeito chaminé.
Fonte: Brown e Dekay (2004, p. 170).
Conjunto habitacional em blocos com jardins
Nem sempre os terrenos apresentam uma condição que permita a melhor 
orientação solar da edifi cação. A Figura 11 traz o exemplo do conjunto habi-
tacional Brunnerstrasse-Empergasse, dos arquitetos Reinberg-Trebersperg-
-Raith, em Viena, na Áustria, que foi concebido em doze barras de blocos com 
três pavimentos voltados para o sul (a maior incidência solar no Hemisfério 
Norte, ao contrário do Hemisfério Sul). As unidades voltadas para o sul 
garantem o aquecimento térmico necessário por meio da insolação direta 
nas fachadas e da criação de jardins de inverno, conforme apontam Brown 
e Dekay (2004).
Orientação solar das edificações12
Figura 11. Conjunto habitacional Brunnerstrasse-Empergasse, corte norte-sul típico. 
Fonte: Browne Dekay (2004, p. 177).
No link a seguir, leia um estudo de caso de um edifí cio de escritó rios em Brasí lia cujo 
projeto levou em consideração a análise bioclimática da cidade.
https://goo.gl/kMHchn
13Orientação solar das edificações
BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sol, vento & luz: estratégias para o projeto de arquitetura. 2. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 8. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. 
Brasília: PROCEL Edífica, 2014. Disponível em: <http://www.mme.gov.br/docu-
ments/10584/1985241/Livro%20-%20Efici%C3%AAncia%20Energ%C3%A9tica%20
na%20Arquitetura.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2018.
MASCARÓ, L. R. Energia na edificação. 2. ed. São Paulo: Projeto, 1991.
ROAF, S.; CRICHTON, D.; NICOL, F. A adaptação de edificações e cidades às mudanças climá-
ticas: um guia de sobrevivência para o século XXI. 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
Orientação solar das edificações14
Dica do professor
A proteção solar nas edificações, assim como a orientação solar bem-disposta, possibilita que os 
espaços sejam dimensionados com conforto térmico e lumínico de forma natural. Os Brises são 
elementos compositivos de fachadas, utilizados como barreiras de proteção contra a radiação que 
poderia incidir diretamente nas janelas, varandas ou paredes.
Assista ao vídeo desta Dica do Professor e conheça mais sobre os Brises.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/035fb09ad570eda697e23c41f90cb5dd
Na prática
João da Gama Filgueiras Lima, também conhecido como Lelé, foi um arquiteto brasileiro conhecido 
pelos projetos desenvolvidos junto à Rede Sarah de hospitais.
O hospital da Rede Sarah do Rio de Janeiro, projetado pelo arquiteto, é um exemplo de arquitetura 
adequada ao clima, à orientação solar e às condições de conforto necessárias do local.
Conheça um pouco mais sobre esse projeto.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/8e0147ab-74f0-44d6-b63d-fca32e1544dd/d4f010de-1eea-44ad-a2fb-ee1fdacd5662.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Galeria da arquitetura
O vídeo apresenta uma entrevista com Siegbert Zanettini, falando sobre a ampliação do Centro de 
Pesquisa da Petrobras que se destacou como símbolo da arquitetura ecossistêmica e sustentável no 
Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A evolução das estratégias de conforto térmico e ventilação 
natural na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: Hospitais Sarah 
de Salvador e do Rio de Janeiro
O artigo apresenta as principais estratégias de conforto térmico e ventilação natural, utilizadas nos 
projetos arquitetônicos do arquiteto João Figueiras Lima.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Projeteee - Projetando edificações energeticamente eficientes
O Projeteee é a primeira plataforma nacional que agrupa soluções para um projeto de edifício 
eficiente, com intuito de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo PROCEL/Eletrobrás e a 
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. O Projeteee é uma ferramenta pública com uma 
interface de fácil uso e serve como suporte didático a alunos e profissionais da construção civil 
visando a auxiliar seus projetos a fim de garantir o conforto dos usuários no interior das 
edificações.
https://www.youtube.com/embed/2hI6DuzsUNU
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/tde-25042011-100330/es.php
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Sol, vento e luz - Estratégias para o projeto de arquitetura
Neste livro são demonstrados diversos exemplos e soluções que comprovam o quanto as decisões 
de projeto afetam o desempenho térmico e o conforto das edificações.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
http://www.mme.gov.br/projeteee
Trocas térmicas entre o meio e as 
edificações
Apresentação
A saúde do ser humano depende de muitas variáveis e condições que interferem direta ou 
indiretamente no seu cotidiano. O conforto térmico do ambiente em que se vive ou trabalha 
interfere profundamente na saúde física, mental e social, afetando o bem-estar do indivíduo. As 
trocas térmicas condicionam os ambientes de maneira favorável ou desfavorável, sendo necessário 
conhecer os mecanismos relacionados ao calor, por meio de escolhas de materiais corretos, uso de 
boas técnicas construtivas e boas práticas nas especificações.
É necessário entender a conservação, a troca e a dispersão do calor para adequação das edificações 
de forma a garantir a vida humana mais confortável nos ambientes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais formas de troca térmica e ventilação e 
quais recursos podem ser usados para a melhoria do conforto térmico nas edificações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os conceitos de irradiação solar direta, difusa e total.•
Reconhecer a importância dos movimentos do ar ou da ventilação.•
Sugerir estratégias de proteção solar.•
Infográfico
Saber usar a orientação solar em favor de um bom projeto faz a diferença na vida e no cotidiano 
dos usuários da edificação. Barreiras solares de proteção são importantes para sanar problemas 
com a falta de conforto térmico, mas, para se construir uma edificação eficiente, há soluções 
baratas e corretas na fase do projeto.
A irradiação solar pode ser aproveitada ou evitada com o uso correto da localização dos cômodos 
da edificação.
Neste Infografico, você verá como usar a orientação solar para escolher a localização dos cômodos 
de maneira a amenizar o desconforto.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f27b9781-8286-4b5d-b8ea-d7def9a102d7/f8dd1e23-b748-4691-a442-c1d563b70149.png
Conteúdo do livro
Para projetar edificações mais eficientes, o apoio dos conhecimentos, das normas técnicas e das 
experiências já vivenciadas são de grande importância. As proteções solares, as ventilações naturais 
e outros elementos que possibilitam as trocas térmicas poderão ser usados se houver 
conhecimento de como aproveitar cada recurso de maneira correta.
No capítulo Trocas térmicas entre o meio e as edificações, da obra Conforto ambiental: iluminação 
natural, você terá informações importantes para auxiliar no processo de escolha da melhor solução 
arquitetônica, considerando as proposições descritas.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Laura Jane Lopes Barbosa
Trocas térmicas entre 
o meio e as edificações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar os conceitos de irradiação solar direta, difusa e total.
 � Reconhecer a importância dos movimentos do ar/ventilação.
 � Sugerir estratégias de proteção solar.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar de que modo o ambiente interfere na 
arquitetura e a arquitetura pode interferir nesse ambiente, considerando 
a situação térmica e as trocas entre eles. Entender o conceito de troca 
térmica é primordial para o bom exercício projetual e, consequentemente, 
para que a edificação seja eficiente termicamente. 
As consequências de uma edificação planejada desconsiderando 
os estudos das trocas térmicas com o meio onde será edificada são 
graves e, muitas vezes, exigem recursos altos para a devida correção. 
Entender como essas trocas térmicas funcionam, diferenciando as formas 
de irradiação, reconhecendo a importância das ventilações e usando 
estrategicamente osrecursos de proteção solar, fará a diferença em um 
projeto e sua construção. 
De acordo com Mascaró e Mascaró (1992), os elementos deter-
minantes do desempenho térmico são as paredes e a cobertura, 
o que faz um bom projeto de arquitetura depender, em grande parte, 
das boas escolhas dos materiais desses envolventes, combinadas com 
a zona climática local. 
1 Irradiação solar direta, difusa e total
A irradiação solar ou radiação solar é o fluxo de energia emitida pelo Sol e 
transmitida como radiação eletromagnética, que afeta diretamente o clima da 
Terra (RODRÍGUEZ GÓMEZ et al., 2018). É emitida em diferentes camadas 
da atmosfera e se propaga a uma velocidade de 300.000 km/s, influenciando 
nos processos físicos e biológicos do planeta e interferindo em toda a vida 
humana. Com aspectos ondulatórios e corpusculares, sua relevância é de tal 
porte que o planeta, verdadeiramente, não existiria sem a interferência da 
irradiação solar — e é essa irradiação que o diferencia de outros planetas 
conhecidos atualmente. 
O Sol é, seguramente, a fonte de energia mais importante da Terra. Sendo 
fonte de calor ou de luz, sua relevância no conforto térmico das edificações 
é irrefutável. Da luz do Sol se pode tirar partido para qualquer projeto arqui-
tetônico, principalmente, no que tange ao conforto térmico e à economia de 
energia, gerando uma edificação de excelente desempenho. 
A radiação solar é o elemento climático que tem o comportamento mais 
conhecido, sendo simples a detecção dos índices que a determinam. Mar-
cando a altura e o azimute em uma carta solar, você saberá onde estará o 
Sol em determinada data no ano. A carta solar de São Paulo, por exemplo, 
mostra como se pode usar as cartas solares para controlar a incidência do Sol 
nas edificações. O movimento de rotação da Terra é de 23° em relação ao 
de translação. Conforme a época do ano e a latitude do local, o Sol faz um 
percurso específico.
Azimute, em árabe, significa caminho, e refere-se ao ângulo encontrado em um plano 
horizontal entre o plano vertical do ponto observado e o meridiano do observador.
O desempenho térmico de uma edificação pode ser mais bem compreendido 
se baseado nas trocas térmicas (FROTA; SCHIFFER, 2007), e a irradiação 
solar é fundamentalmente um fenômeno de interferência.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações2
Essa produção de energia contínua, quando irradiada sem interferência de 
espelhamento pela atmosfera, incidindo em linha reta sobre a Terra, é chamada 
de irradiação direta ou radiação direta (Rd). A intensidade dessa radiação 
depende da altura solar (H) e do ângulo de incidência dos raios solares no 
plano receptor (Q). Esse tipo de radiação influencia fortemente no conforto 
térmico das edificações, sendo a principal fonte de calor desse processo, e é 
também a de maior incidência de luz.
Já a radiação solar difusa (RDif) é a fração da radiação que atravessa a 
atmosfera e tem a direção dos raios solares difundidos por componentes at-
mosféricos como névoa, nuvens ou mesmo partículas em suspensão e fumaça.
A radiação solar global ou total é igual à soma da radiação direta com a 
difusa, englobando todos os aspectos e formas de radiação possíveis.
A radiação solar tem aumentado a cada dia, causando sérios danos à saúde das pessoas. 
O aquecimento solar e as superfícies das cidades aumentam, significativamente, os 
riscos à saúde dos usuários. As construções e mesmo o urbanismo têm se estabelecido 
de maneira a proteger as pessoas desse problema. 
2 A importância dos movimentos do ar 
e da ventilação
Os estudos de conforto térmico são de extrema importância para a compreensão 
das condições de satisfação pessoal, produtividade e saúde, e também para 
análise do desempenho energético, auxiliando na conservação dos recursos 
de energia (NICOL; HUMPHREYS; ROAF, 2012). É evidente que possibilitar 
a ventilação natural é a forma mais saudável de se projetar uma edificação 
eficiente em seu desempenho. Os modelos praticados a cada processo de 
melhoria das soluções arquitetônicas são implantados com muita eficiência 
nas edificações, possibilitando um conforto térmico incontestável
3Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Desde a renovação do ar, passando pelo resfriamento psicofisiológico até 
o resfriamento convectivo, a ventilação natural exerce seu papel principal, 
o de gerar qualidade de vida aos usuários. A diferença de pressão, que pode ser 
causada pelo vento ou pela temperatura, é a base para mover o ar e aproveitá-lo 
da melhor forma possível em sistemas passivos de ventilação, aqueles que não 
dependem de energia ou outro recurso específico de ventilação mecânica.
Segundo Cândido et al. (2010), no Brasil, desfrutamos de um clima variado, 
porém grande parte do território brasileiro tem um clima quente e úmido. 
Nesse caso, a ventilação natural é uma forma eficiente de promover conforto 
térmico e redução do consumo de energia. 
Os dois tipos de ventilação passiva existentes são a ventilação cruzada 
e a ventilação de efeito chaminé, que utilizam a pressão do ar negativa ou 
positiva para ventilar confortavelmente. Para que haja uma boa ventilação 
natural, é necessário posicionar as aberturas em zonas de pressão opostas, 
que removem o calor por acelerarem as trocas por convecção e aumentarem 
os níveis de evaporação.
As barreiras arquitetônicas devem ser consideradas no momento de se 
projetar uma edificação com o aproveitamento da ventilação natural, assim 
como as condições do vento e do clima local. A ventilação natural também 
diminui custos, muitas vezes na construção da edificação, mas, principalmente, 
na manutenção desta, gerando economia e sustentabilidade, bem como saúde 
e bem-estar dos usuários.
Na Figura 1, você verá a ventilação com exaustores eólicos, um exemplo de 
ventilação que pode ser considerada natural por não utilizar energia para seu 
funcionamento. Ela utiliza a pressão do ar para girar os exaustores e retirar 
o ar quente do local.
A taxa na qual o ar flui através de um ambiente, retirando o calor, é a 
função da área de entrada e saída de ar, da velocidade do vento e da direção 
do vento em relação às aberturas. Entretanto, as ventilações naturais não são 
eficientes para amenizar o calor em climas muito úmidos, pois não retiram 
a umidade do ar.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações4
Figura 1. Ventilação com exaustores eólicos.
Fonte: Dpongvit/Shutterstock.com.
Muitos arquitetos brasileiros e estrangeiros exercem suas funções de projetar de maneira 
eficiente energeticamente com excelência. Um bom exemplo é o arquiteto britânico 
Norman Foster. Em uma de suas obras, o domo do edifício do Reichstag (Figura 2), que 
abriga o parlamento alemão em Berlim, Foster utilizou uma cobertura para promover 
ventilação e iluminação naturais através de uma espécie de cone invertido, localizado 
no centro da edificação. O ar entra pela fachada principal e é distribuído pelo interior 
do edifício, fazendo uso do efeito chaminé para eliminar o ar quente da construção.
5Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Figura 2. Edifício do Reichstag, Berlim, Alemanha.
Fonte: Lepores (2016, documento on-line).
Segundo Ching (2013), as janelas e vãos de iluminação podem e devem 
ser projetados para criar um ambiente agradável, porém, se nesses vãos a 
incidência de iluminação for muito alta, o calor irá afetar a construção. Para 
contornar isso é necessário projetar criteriosa e cuidadosamente elementos 
de proteção solar.
3 Estratégias de proteção solar nas edificações
Existem muitos recursos de proteção solar física que criam barreiras arqui-
tetônicas, interrompendo ou desviando a irradiação do Sol na edificação. 
A cada dia crescem as opções, com materiais mais atuais surgindo no mercado, 
e ideias novas vão sendo implementadas, gerando novos recursos.
Basicamente, os elementos de proteção solar das edificações são externos e 
podem estar instalados verticalmente ou horizontalmente, ou das duas formas 
ao mesmo tempo.Os projetos arquitetônicos para a criação de barreiras solares 
ou proteção solar devem ser pensados com muito critério, principalmente se 
Trocas térmicas entre o meio e as edificações6
a escolha do tipo de proteção for fixa e não móvel, que pode ser mexida com 
mais facilidade em algum erro de projeto e cálculo.
Quando mal dimensionados, esses elementos de proteção solar podem 
escurecer a edificação internamente e neutralizar outro conceito básico de 
conforto e economia de recursos energéticos, a iluminação natural. Frota 
(2004) defende que a proteção bem dimensionada permite a entrada de luz 
natural no ambiente e, em paralelo, o aproveitamento da luz refletida por seus 
elementos de sombreamento.
Os materiais utilizados nas proteções solares devem ter por característica 
a baixa capacidade térmica, para que haja um rápido resfriamento após a 
diminuição da incidência do Sol. Algumas barreiras arquitetônicas de proteção 
solar podem classificadas conforme descritas a seguir.
O sombreamento por meio de vegetação é, além de agradável aos olhos, 
o tipo de proteção que pode evitar erros estéticos nas edificações. Deve ser 
planejado com cuidado, pois, além de ser uma barreira física, é uma barreira 
viva e, se não for bem escolhida e bem localizada, pode interferir negati-
vamente em uma construção com o seu crescimento. A sombra gerada por 
uma árvore ou arbusto, ou mesmo em jardins verticais, é muito agradável e 
de muita eficiência, só necessita de manutenção e cuidados mais frequentes. 
Soluções paisagísticas fazem grande diferença no conforto térmico das edificações. 
O paisagismo é uma forma viva e eficaz de tornar as edificações confortáveis e huma-
nizadas. Além de gerar conforto térmico, se bem utilizado, gera um conforto visual 
agradável a quem utiliza a edificação.
As aplicações do cobogó, ou elemento vazado, para as trocas térmicas das 
edificações com o meio são eficientes e ainda têm a vantagem de trazerem 
iluminação ao ambiente interno. O cobogó foi criado e é largamente utilizado 
na região Norte e Nordeste do Brasil. Conforme afirma Bittencourt (1995), ele 
é um bom exemplo de sistema de misto em escala reduzida. Também funciona 
como barreira fixa, devendo ser utilizado com um bom estudo de projeto.
7Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Os cobogós são elementos vazados inspirados nos muxarabis árabes — veja um 
exemplo na Figura 3. Foram criados no Recife e difundidos por arquitetos como Lucio 
Costa, que se aproveitavam do recurso da iluminação e ventilação naturais em um 
país tropical como o Brasil. 
Figura 3. Muxarabis em Abu-Dhabi, Emirados Árabes.
Fonte: Anna Ostanina/Shutterstock.com.
As pérgulas ou brises horizontais, ou mesmo pergolados, são excelentes 
barreiras de proteção se usadas corretamente — por exemplo, em fachadas 
Norte e Sul, nas quais a incidência do Sol é menor, principalmente em horários 
em que o Sol está mais alto. Esses elementos podem ser fixos ou móveis e não 
impedem a ventilação local. Além das pérgulas, outros elementos horizontais 
de proteção solar são os toldos e os beirais das edificações. Conforme relata 
Leite (2003), o pergolado se torna mais eficiente em algumas estações do ano 
e em algumas horas do dia, não todo o tempo.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações8
Já os brises verticais são eficientes barreiras para fachadas Leste ou Oeste, 
quando o Sol está mais baixo. Precisam ser localizadas corretamente após 
estudo da geometria solar, como as outras barreiras. Podem também ser fixos 
ou móveis, inclusive articulados, funcionando como persianas ou venezianas. 
Veja um exemplo de brises verticais na Figura 4.
Figura 4. Brises verticais em edifício na cidade de Abu-Dhabi, Emirados Árabes.
Fonte: Aecom (2020, documento on-line).
As prateleiras de luz são elementos de grande eficiência, pois permitem 
o sombreamento, evitando a radiação direta nas janelas, porém refletem parte 
da iluminação para dentro do ambiente. É um elemento arquitetônico colocado 
na parte superior da janela, com parte de sua superfície para fora e outra para 
dentro, como ilustra a Figura 5. Também pode ser feito em duas partes, sendo 
uma superior à janela e outra inferior, fazendo o mesmo efeito de iluminação 
por irradiação da luz indireta. Devem ser estudadas e calculadas conforme 
a orientação do Sol no local. Brown e Dekay (2007) mencionam que uma 
janela inteira, se comparada com uma de mesmo tamanho e altura dividida 
em porções superior e inferior por uma prateleira de luz horizontal, tem pior 
desempenho — ou seja, a janela com prateleira de luz apresenta desempenho 
muito melhor.
9Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Figura 5. Prateleiras de luz. Irland Revenue Offices, Nottingham, Inglaterra. Projeto de 
Michael Hopking & Partners. 
Fonte: Brown e Dekay (2007, p. 279).
A tecnologia na fabricação de vidros está possibilitando o uso dos brises de 
vidro em diversas atuações, inclusive para barreiras de proteção solar. Com 
sua estrutura de composição, os novos vidros têm trabalhado na filtragem 
dos raios infravermelhos. É uma tecnologia ainda pouco acessível e que exige 
muitos cuidados para a utilização.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações10
Além de elementos externos que influenciam no sombreamento diretamente, 
os elementos internos também podem ser considerados barreiras de proteção 
solares. As cortinas e persianas são protetores um pouco menos eficientes, 
porque permitem que a radiação ultrapasse o fechamento externo e só pro-
tegem depois que o calor penetrou na área interna do ambiente, porém ainda 
são válidas para este fim, se usadas corretamente. Segundo Koenigsberger 
et al. (1980), em janelas de vidro com venezianas internas, a redução do fator 
de ganho solar é de 17%.
Seja em elementos fixos ou não, naturais ou construídos, as trocas térmicas 
entre o ambiente externo e interno das edificações devem ser aproveitadas ou 
corrigidas, usando-se o conhecimento técnico para gerar conforto ao usuário. 
A busca pelo conforto térmico dentro das edificações estabelece o termômetro 
para a busca por experiências que proporcionem melhores resultados a cada dia 
nas construções e reformas, de modo a adaptar as demandas do ser humano. 
De acordo com Roriz (2008), são estreitos os limites de condições ambientais 
em que o homem se sente confortável; sem esses limites, mesmo que sobre-
viva, estará em extrema condição de desconforto. Por essa e outras razões, 
os estudos sobre o comportamento térmico das edificações têm se tornado 
cada vez mais importantes e aprofundados, e os projetos arquitetônicos têm 
necessidades cada vez mais latentes de dedicação e conhecimento técnico.
AECOM. Siemens. [S. l.], 2020. Disponível em: https://aecom.com/ae/projects/siemens/. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
BITTENCOURT, L. Efeito da forma dos elementos vazados na resistência oferecida à pas-
sagem da ventilação natural. In: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE 
CONSTRUÍDO, 3., 1995, Gramado. Anais eletrônicos... Disponível em: http://www.infohab.
org.br/acervos/buscaautor/codigoAutor/3979. Acesso em: 26 mar. 2020.
BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Porto 
Alegre: Bookman, 2004.
CÂNDIDO, C. et al. Aplicabilidade dos limites de velocidade do ar para efeito de con-
forto térmico em climas quentes e úmidos. Ambiente Construído, v. 10, n. 4, p. 59–68, 
2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ac/v10n4/a05v10n4.pdf. Acesso em: 
26 mar. 2020.
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
11Trocas térmicas entre o meio e as edificações
FROTA, A. B. Geometria da insolação. São Paulo: Geros, 2004.
FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 5. ed. São Paulo: Studio Nobel, 
2009.
KOENIGSBERGER, O. H. et al. Manual of tropical housing and building. 4. ed. Nova York: 
Addison-Wesley Longman, 1980.
LEITE, J. S. de V. Análises de elementos arquitetônicos de proteção solar em edificações 
institucionaisna cidade de Natal/RN: diretrizes projetuais. 2003. 80 f. Dissertação (Mes-
trado em Arquitetura e Urbanismo)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
Natal, 2003. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/12427. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
LEPORES, D. German Parliament (Reichstag) Visit: insider tips. [S. l.], 2016. Disponível em: 
https://awesomeberlin.net/attractions/german-parliament-reichstag-visit. Acesso 
em: 26 mar. 2020.
MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L. (org.). Incidência das variáveis projetivas e de construção no 
consumo energético dos edifícios. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1992.
NICOL, F.; HUMPHREYS, M.; ROAF, S. Adaptive thermal comfort: principles and practice. 
Inglaterra: Routledge, 2012.
RODRÍGUEZ GÓMEZ, J. M. et al. A irradiância solar: conceitos básicos. Revista Brasileira 
de Ensino de Física, v. 40, n. 3, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbef/
v40n3/1806-9126-RBEF-40-3-e3312.pdf. Acesso em: 26 mar. 2020.
RORIZ, M. Conforto e desempenho térmico de edificações. São Carlos: Universidade Federal 
de São Carlos, 2008.
Leituras recomendadas
CHING, D. K. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
CONHECIMENTO básico sobre o recurso solar. São Paulo, 2016. Disponível em: http://
recursosolar.geodesign.com.br/Pages/Sol_Rad_Basic_RS.html. Acesso em: 26 mar. 2020.
ECOEFICIENTES. Carta solar: saiba como encontrar o ângulo de incidência solar em 
sua região! [S. l.], 2016. Disponível em: http://www.ecoeficientes.com.br/carta-solar-
-saiba-como-encontrar-o-angulo-de-incidencia-solar-em-sua-regiao/. Acesso em: 
26 mar. 2020.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES. Sombreamento. São Paulo, 2019. Disponí-
vel em: https://guiaenergiaedificacoes.com.br/estrategias-passivas/sombreamento/. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
MÄHLMANN, F. G. et al. Conforto ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018.
OLIVEIRA, A. S. de. Fundamentos de meteorologia e climatologia. Bahia: UFRB, [201-?].
Trocas térmicas entre o meio e as edificações12
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PROJETEEE. Ventilação natural. Florianópolis, 2020. Disponível em: http://projeteee.
mma.gov.br/estrategia/ventilacao-natural/. Acesso em: 26 mar. 2020.
SHAYEB, G. Tipos de irradiação. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.gshengenharia.
com.br/post/tipos-de-irradia%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 26 mar. 2020.
13Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Dica do professor
As intervenções arquitetônicas são, muitas vezes, recursos imprescindíveis para o melhor 
desempenho da edificação. O aproveitamento do sol, dos ventos e do clima é fundamental para 
que as trocas térmicas sejam benéficas aos usuários.
Nesta Dica do Professor, você verá a importância de conhecer os recursos existentes e exercitar o 
processo criativo com conhecimeno para obter melhores resultados em projetos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a53e89db0f82f235b9f2d84ffc1be589
Na prática
Para gerar conforto térmico, nem sempre as soluções mais complexas são as mais eficientes. O uso 
correto das correntes de ar, da pressão atmosférica e dos ventos dominantes representa uma 
condição que favorece uma solução eficiente.
Acompanhe, em Na Prática, a história de uma família que se beneficiou do conhecimento básico do 
filho e do apoio de um profissional para solucionar de maneira eficiente o desconforto de sua 
moradia.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ff607dbb-2630-4eb3-99e1-faceb35da525/9df8a56d-6fbe-431c-91f0-ffcdd4e621d0.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Subcobertura diminui as trocas térmicas entre ambiente interno 
e externo
Neste link, você verá a subcobertura, um produto criado para facilitar e melhorar o desempenho 
das edificações nas trocas térmicas com o meio, gerando mais conforto térmico nas construções.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Ventilação natural, proteção solar e as melhores práticas 
projetuais para combater o calor
Neste link, você acessará uma entrevista com um dos maiores especialistas em conforto térmico, 
Richard Dear, que fala sobre as soluções para um bom desempenho térmico e dá dicas construtivas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Como a temperatura afeta as construções?
O aumento da temperatura terrestre tem afetado o planeta em todas as suas áreas. Conheça, por 
meio deste site, o comportamento de materiais e soluções arquitetônicas para entender como o 
calor afeta as construções de maneira incessante e como pode ser solucionado com as boas 
práticas projetuais.
https://correiobraziliense.lugarcerto.com.br/app/noticia/show-room/2013/07/18/interna_showroom,47094/subcobertura-diminui-as-trocas-termicas-entre-ambiente-interno-e-externo.shtml?v=757647216
https://www.caurj.gov.br/ventilacao-natural-protecao-solar-e-as-melhores-praticas-projetuais-para-combater-o-calor/?v=1242912666
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://blog.montage.com.br/index.php/2018/10/05/como-a-temperatura-afeta-as-construcoes/?v=1452598557
Uso de ventilação natural e 
climatização artificial em edifícios
Apresentação
A sensação de conforto nos ambientes internos de uma edificação depende de diversos fatores. 
Ainda que cada usuário perceba e sinta o espaço de uma forma diferente, alguns parâmetros de 
conforto são de senso comum. Questões como ventilação adequada e condicionamento do ar, com 
temperaturas nem muito elevadas, nem muito baixas, devem ser consideradas com muito cuidado 
nos projetos de arquitetura.
A discussão acerca do conforto térmico e da climatização não se limita ao conforto dos usuários. 
Há fatores mais complexos envolvidos, como o impacto que as estratégias utilizadas na construção 
civil têm nos recursos naturais não renováveis. Por esse motivo, deve haver um balanço entre o uso 
de estratégias de climatização natural e de climatização complementar.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você identificará estratégias passivas de condicionamento, que 
podem ser facilmente propostas nos projetos de arquitetura. Serão apresentadas opções de 
complementação aos sistemas passivos e, por último, comparados os usos isolados e combinados 
das estratégias apresentadas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Determinar estratégias passivas de condicionamento.•
Definir estratégias de complementação aos sistemas passivos.•
Comparar o uso isolado e combinado das estratégias de condicionamento ambiental.•
Infográfico
É sabido que os sistemas de ventilação passiva são a maneira mais sustentável de promover a 
climatização de ambientes internos. Entretanto, nem sempre são suficientes, sendo necessário 
recorrer aos sistemas de climatização artificial. Atualmente, o mais comum é o ar condicionado, que 
apresenta grandes vantagens de conforto, mas ainda está longe de oferecer eficiência energética e 
sustentabilidade.
Conheça neste Infográfico os principais tipos de aparelhos de ar condicionado e seus métodos de 
instalação.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/73b876a5-f21f-43ba-bfa8-e1854c81e7c0/10abd5ed-9eed-439d-a3b6-8574db5f1160.jpgConteúdo do livro
É impossível não relacionar a eficiência energética das edificações à interpretação das condições 
climáticas do local e a implantação de estratégias que promovam habitabilidade aos espaços de 
forma natural. Para poder projetar tais estratégias, é necessário que também se compreenda os 
parâmetros de conforto ambiental, que frequentemente são ligados à temperatura e ventilação dos 
ambientes.
O capítulo Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios, da obra Conforto 
ambiental: ventilação e acústica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, tem por objetivo 
estudar as estratégias de condicionamento ambiental passivas em comparação aos sistemas 
mecanizados. Ao final do conteúdo, você compreenderá também como algumas estratégias podem 
ser usadas em conjunto, sem prejudicar a eficiência do edifício.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
VENTILAÇÃO E 
ACÚSTICA
Gabriel Lima Giambastiani
Uso de ventilação 
natural e climatização 
artificial em edifícios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Determinar estratégias passivas de condicionamento.
 Definir estratégias de complementação aos sistemas passivos.
 Comparar o uso isolado e combinado das estratégias de condicio-
namento ambiental.
Introdução
Na elaboração de um projeto de climatização de um edifício, deve-se levar 
em consideração as trocas de calor que ocorrem no interior da edificação 
e entre ela e seu entorno, além do próprio clima da região. O objetivo de 
um projeto de conforto térmico é proporcionar um ambiente agradável 
para os usuários. Pode-se dizer que o projetista é bem-sucedido quando 
as pessoas sequer percebem a climatização do ambiente, uma vez que 
em um ambiente agradável não sentimos sensações desconfortáveis 
como calor ou frio excessivos.
Além do conforto, essa discussão envolve uma preocupação legí-
tima relativa ao uso de recursos energéticos na construção civil. Nesse 
contexto, estratégias de climatização que proporcionem conforto com 
menor uso de recursos não renováveis devem ser priorizadas. 
Neste capítulo, você vai conhecer algumas estratégias de ventilação 
passiva e como, em alguns casos, elas devem ser complementadas com 
outras soluções. Além disso, vai descobrir a vantagem do uso de sistemas 
integrados para a climatização de edifícios.
1 Estratégias de ventilação passiva
A percepção do conforto térmico é o resultado da combinação de caracterís-
ticas do ambiente físico (movimento e umidade relativa do ar, temperatura), 
da atividade e do tipo de vestimenta do usuário (BUXTON, 2017). Imagine 
a seguinte situação: em um dia frio, uma pessoa usando roupas de inverno 
(casaco, bota, touca, etc.) passa por um ciclista de camiseta e bermuda curta. 
É certo que as condições ambientais são as mesmas para os dois, mas suas 
atividades são diferentes; logo, ambos ajustaram seus trajes para aumentarem 
o conforto. A primeira informação que devemos assimilar é que conforto é 
uma percepção subjetiva e, portanto, varia de pessoa para pessoa.
Se é assim, faz sentido falarmos de estratégias gerais de climatização? 
Acontece que nem sempre as pessoas podem ajustar seus trajes ou escolher 
suas atividades. Imagine um edifício de escritórios; nele as pessoas estarão 
vestidas e desempenhando atividades relativamente parecidas. Além disso, um 
edifício é um ambiente artificial por definição; logo, o ambiente dentro dele 
também o será. Portanto, é preciso garantir que essas condições garantam o 
conforto da maioria dos usuários.
A ventilação é o processo de fornecimento e renovação do ar por meios 
naturais ou mecânicos (BUXTON, 2017). A ventilação natural, também co-
nhecida como ventilação passiva, ocorre quando esse processo acontece me-
diante aberturas intencionalmente criadas, sem a ajuda de métodos mecânicos, 
como o ar-condicionado, por exemplo. A principal vantagem da ventilação 
natural em relação à mecânica é que tira proveito de recursos renováveis e das 
características naturais do sítio no qual a edificação está inserida. A seguir, 
vamos examinar algumas estratégias de projetos que podem ser utilizadas 
para ventilar naturalmente as edificações.
Ventilação cruzada
O ar se move através de um gradiente de pressão. A barlavento, o lado que 
recebe o vento, ocorre uma pressão positiva; a sotavento, o lado contrário ao 
qual recebe o vento, há uma zona de pressão negativa (ROAF, 2014). O ar se 
desloca nesse sentido, a partir do ponto de pressão positiva, sendo succionado 
do ponto de pressão negativa. O projetista pode tirar proveito desse fato criando 
aberturas para provocar tais movimentações. A ventilação cruzada acontece 
quando se constroem aberturas nos lados de pressão positiva e de pressão 
negativa, conforme você pode observar na Figura 1.
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios2
Figura 1. Ventilação cruzada: aberturas no lado de pressão e de sucção do vento.
Fonte: Roaf (2014, p. 131).
Perceba que há uma abertura à esquerda. O vento, representado pelas 
setas, penetra o edifício por essa abertura, circula pelo interior do ambiente 
e deixa o edifício por uma outra abertura do lado oposto ao da primeira. 
Chamamos de ventilação cruzada em função do movimento que o ar faz ao 
cruzar o recinto. Imagine que você está sentado no banco de uma praça e 
sente uma brisa passar pelo seu rosto: é esse o tipo de sensação que buscamos 
quando planejamos uma ventilação cruzada, a sensação agradável de sentir 
o ar passando pelo ambiente. 
Perceba que esse efeito nem sempre é desejado, sendo preferível em locais 
bastante quentes, onde, além dos efeitos benéficos da circulação e renovação 
do ar, seu uso pode potencializar uma sensação térmica mais agradável.
A ventilação cruzada mais eficaz ocorre quando as entradas de ar são localizadas na 
área de alta pressão e as saídas nas zonas de sucção (BROWN, 2007); logo, é necessário 
conhecer a orientação dos ventos predominantes para localizar as aberturas de maneira 
adequada.
Ventilação por efeito chaminé
Ocorre o efeito chaminé quando há uma diferença entre a temperatura do ar 
no interior da edifi cação e a do exterior (BUXTON, 2017). Se a temperatura 
do ar no interior for mais elevada, ele será menos denso e mais leve que o ar 
3Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
externo; portanto, vai subir e deixar a edifi cação por aberturas localizadas em 
pontos mais altos. Ao mesmo tempo, esse ar será substituído pelo ar externo 
que entrará por pontos mais baixos. Observe a Figura 2.
Figura 2. Ventilação por efeito chaminé.
Fonte: Brown (2007, p. 208).
Observe, nos cortes, que o ar penetra a edificação por pontos mais baixos 
e, à medida que é aquecido no interior da edificação, sobe e a deixa através 
de aberturas localizadas em pontos mais altos. Esse movimento de circu-
lação vertical do ar lembra a dinâmica de uma chaminé, que dá nome ao 
efeito. Segundo Brown (2007), essa estratégia é útil para locais onde o vento 
é fraco demais ou em períodos em que é menos intenso, como à noite, uma 
vez que não necessita de ventos para que o ar se mova, pois a movimentação 
se dá pela diferença de temperatura entre o ar externo e o ar interno. Além 
da independência em relação à presença de ventos, esse efeito independe da 
orientação do edifício.
Segundo Buxton (2017, p. 151), “[...] o efeito chaminé aumenta com a di-
ferença de temperatura entre o interior e o exterior da edificação, bem como 
com a elevação da altura entre as aberturas mais altas e as mais baixas”. Se 
traçarmos um corte no edifício, existirá um ponto chamado de plano neutro; 
nele, a pressão interna será a mesma que a pressão externa (na ausência de 
vento). Na zona acima do plano neutro, haverá pressão positiva, expulsando o 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios4
ar para fora; abaixo, haverá uma zona de pressão negativa, succionando o ar 
externo para o interior do edifício. Observe, na Figura3, uma representação 
esquemática dessas diferentes zonas de pressão.
Figura 3. Corte esquemático representando o gradiente 
de pressão que ocorre na ventilação por efeito chaminé.
Fonte: Buxton (2017, p. 151).
Pátios internos
A organização dos espaços internos de uma edifi cação ao redor de pátios é uma 
estratégia antiga e remonta, pelo menos, até os romanos. A princípio, essa organiza-
ção resolvia um problema compositivo, a distribuição periférica do programa com 
um espaço aberto centralizador, com consequências positivas no que diz respeito 
à habitabilidade das construções. Segundo Brown (2007, p. 230), os principais 
fatores a infl uenciar a ventilação em um pátio interno são a proporção entre a altura 
da edifi cação e a largura do pátio em uma seção normal ao vento e a proporção 
na direção em que cruza o vento. Observe, na Figura 4, diferentes proporções de 
pátios internos e os consequentes efeitos no que diz respeito à ventilação.
5Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Figura 4. Dimensionamento de pátios internos considerando a orientação do edifício 
normal ao vento predominante.
Fonte: Brown (2007, p. 232).
Brown (2017, p. 231) oferece orientações gerais quanto ao dimensionamento 
de pátios internos e climas. Segundo o autor, para climas quentes, em que a 
ventilação é desejável, é preferível orientar o pátio à 45° em relação aos ventos 
predominantes, de maneira a otimizar tanto os ventos no pátio quanto a ven-
tilação cruzada nas edificações. Já nos climas mais frescos, pátios menores 
oferecerão maior proteção contra os ventos, mas devem ser suficientemente 
largos no sentido Norte–Sul para possibilitar a insolação durante os meses 
de inverno. 
Dependendo das dimensões do pátio, sua área ficará bastante exposta aos efeitos 
da iluminação solar direta, exigindo estudos de iluminação e eventuais elementos de 
sombreamento, como vegetação, galerias, coberturas móveis, etc.
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios6
Observe como se deve manipular preocupações nem sempre convergen-
tes. Programa de necessidades, ventilação, insolação: todos concorrem e 
influenciam a configuração final de um edifício. Não raro, o projetista deverá 
sopesar as necessidades e favorecer algum critério em detrimento de outro. 
Portanto, em alguns casos, será necessário complementar a ventilação passiva 
com outros métodos de ventilação, ponto que passamos a examinar a seguir.
2 Complementação de sistemas passivos
Se a ventilação natural (ou passiva) consiste na movimentação do ar pelo uso 
de fenômenos físicos, isto é, pela ação natural do ar, sua complementação 
é feita por meio de sistemas mecânicos, ou seja, aqueles que contam com 
algum meio artifi cial tanto para o insufl amento quanto para a exaustão do ar. 
À medida que aumenta o tamanho das edifi cações, é difícil que a totalidade 
da necessidade de iluminação e de ventilação seja suprida com estratégias 
passivas (BROWN, 2007). 
Imagine uma pequena residência: caso um dos moradores sinta calor, pode 
abrir uma das janelas, talvez até a janela e uma porta para estimular uma 
ventilação cruzada. Agora imagine um edifício residencial com centenas de 
unidades, muitas com orientações diferentes, ou um edifício de escritório 
onde centenas de pessoas trabalham em salas com janelas, não raro, fixas. 
Isso não significa, é claro, que sistemas mecânicos se destinem somente a 
edificações complexas; até mesmo construções mais simples, como uma 
residência, podem contar com sistemas complementares para quando as 
estratégias de ventilação passiva não são suficientes para garantir o conforto 
dos usuários. 
Algumas situações que demandam sistemas mecânicos de ventilação são 
as seguintes (BUXTON, 2017):
  espaços com planta baixa profunda e que não podem ser ventilados 
por meios naturais; 
  espaços com altos índices de ocupação ou elevados ganhos térmicos; 
  espaços com níveis elevados de poluição ou de umidade, como cozinhas 
e banheiros; 
  em ambientes onde a qualidade do ar é ruim, de forma que este necessita 
ser filtrado ou insuflado em grande quantidade.
7Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Cuide para não confundir climatização com ventilação. Ambos os conceitos estão 
inseridos dentro de um grupo de preocupações relacionadas ao conforto térmico 
(Figura 5). A ventilação diz respeito à circulação e à renovação do ar, enquanto a 
climatização diz respeito à calefação e ao resfriamento do ar. Ainda que um ambiente 
tenha uma temperatura adequada, a qualidade do ar pode ser ruim; e o contrário 
também pode ser verdadeiro: o ar pode ter boa qualidade, pois o ambiente é ventilado, 
mas a temperatura não ser adequada, causando desconforto.
Figura 5. Componentes do projeto de conforto térmico.
Fonte: Buxton (2017, p. 125).
A estratégia mais comum de climatização mecânica das edificações é o 
ar-condicionado. Segundo Roaf (2009), os primeiros edifícios que faziam 
uso de sistemas de ar condicionado foram propostos nos Estados Unidos e no 
Reino Unido na década de 1890, tornando-se comuns nos edifícios americanos 
a partir da década de 1930. O desenvolvimento dessa tecnologia estimulou o 
desenho de edifícios que utilizavam grandes extensões de vidro como material 
de fechamento das fachadas, como é o caso de muitas obras-primas da arquite-
tura moderna, como a Lever House (Figura 6), do escritório norte-americano 
Skidmore, Owings and Merrill (SOM). 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios8
Figura 6. Lever House, por Natalie de Blois e Gordon Bunshaft (SOM).
Fonte: Ezra Stoller/ArchDaily.com.
O projeto dos arquitetos Natalie de Blois e Gordon Bunshaft sintetiza os 
ideais da época: a tecnologia possibilitava um clima interno independente do 
ambiente externo. Hoje, estima-se que as edificações consumam 50% da energia 
gerada no mundo e que produzam mais da metade das emissões responsáveis 
por mudanças climáticas (ROAF, 2009). Nesse cenário, o ar-condicionado 
deixa de ser visto como uma panaceia para todos os problemas relativos à 
climatização e seu uso começa a ser repensado. 
Roaf (2009) recomenda algumas possíveis soluções para a questão do 
uso do ar-condicionado. Desde não o usar, dando preferência a outros mé-
todos de climatização, até propostas menos extremas, como limitar seu 
uso a períodos críticos do dia ou, até mesmo, do ano. Além disso, a autora 
recomenda a melhoria da eficiência dos aparelhos e que, se possível, façam 
uso de fontes de energias limpas e renováveis. Também é possível projetar 
edificações melhores do ponto de vista da eficiência energética, que tenham 
baixos ganhos térmicos. 
9Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Perceba que o mais importante nessa discussão é conscientizar projetistas e o público 
em geral de que há outras maneiras de climatizar um edifício e de que nem sempre 
é necessário recorrer a uma tecnologia que, embora seja muito cômoda, traz uma 
série de consequências negativas. O ar-condicionado tenta tratar os sintomas das 
mudanças climáticas, das quais ele é um dos principais causadores. Não é irônico?
No que diz respeito à ventilação, é possível que os sistemas de ventilação 
natural tenham que ser complementados com sistemas mecânicos. Dentro dessa 
categoria, teremos a exaustão e o insuflamento mecânicos. A exaustão pode ser 
empregada para a retirada de ar indesejado. Você já deve ter se deparado com 
um mecanismo de exaustão mecânica em banheiros (Figura 7), principalmente 
naqueles que não têm janelas.
Figura 7. Ventilação mecânica em banheiros.
Fonte: Only_NewPhoto/Shutterstock.com.
Por sua vez, os sistemas de insuflamento mecânico de ar são usados 
quando é preciso criar um fluxo positivo de ar. São utilizados, por exemplo, 
em residências, para manter um nível de ventilação mínimo e, desse modo, 
reduzir a condensação de umidade. Um aparelho de uso comum na ventilação 
dos espaços internos são os ventiladores, que transformama energia mecânica 
aplicada a seu eixo de rotação em aumento da pressão do ar; dependendo do 
sentido de rotação, podem remover ou injetar ar no ambiente. 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios10
Em edifícios de grande porte, os sistemas de ventilação mecânica geral-
mente contam com um equilíbrio entre técnicas de insulamento e exaustão 
do ar, permitindo controle das taxas de ventilação elevadas, aquecimento e 
esfriamento do ar que entra na edificação, filtragem do ar que ingressa no 
edifício, controle da umidade do ar e recuperação do calor da exaustão, que 
é enviado ao insuflamento (BUXTON, 2017).
Você já deve ter percebido que muitos dos métodos apresentados como 
complementares são de uso corrente e, além disso, não dão sinais de entrar em 
desuso tão cedo. Mesmo assim, é possível criar um balanço entre estratégias 
de climatização e ventilação passiva com métodos complementares, assunto 
que passamos a abordar agora.
3 Estratégias híbridas de climatização 
e ventilação
Para Roaf (2009), dizer que uma edifi cação é sustentável implica, entre outras coisas, 
associá-la a conceitos como efi ciência, desempenho e integração. Seguindo uma ten-
dência geral de reavaliar o impacto das ações das pessoas no meio ambiente, há uma 
grande preocupação em otimizar os recursos utilizados na construção de edifícios. 
Como você viu na seção anterior, estima-se que as edificações sejam responsá-
veis pelo consumo de 50% da energia gerada no mundo. Mesmo assim, você deve 
saber, com base na sua experiência, que grande parte dos ambientes internos das 
construções depende de algum tipo de sistema artificial para garantir o conforto 
térmico dos usuários. Nesse cenário, qual é a postura mais adequada? A negação 
da tecnologia e um retorno convicto às técnicas e construções primitivas; ou 
passar a conta para as próximas gerações e ver até quando o planeta aguenta? 
Talvez uma postura melhor seja otimizar a tecnologia existente e tirar proveito 
dos recursos naturais de maneira mais inteligente, diminuindo ou, até mesmo, 
eliminando a necessidade de componentes mecânicos.
Segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014), o ar-condicionado é o sistema mais 
utilizado na climatização, principalmente por resolver vários problemas ao mesmo 
tempo: temperatura, umidade, pureza e distribuição do ar. Dessa forma, realmente 
é um aparelho indispensável em alguns ambientes, como hospitais, salas de compu-
tadores, etc. Seu uso no interior de edifícios de escritório, por exemplo, é bastante 
difundido em função da relação entre conforto térmico e produtividade; profissionais 
que se sentem confortáveis produzem mais e melhor. Segundo o mesmo autor, o 
projeto de ar-condicionado deve ser pensando em conjunto ao projeto arquitetônico 
para evitar mudanças indesejadas posteriormente. Além disso, a preocupação com 
11Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
estratégias de climatização no momento da concepção do projeto pode, senão 
eliminar, minimizar bastante a necessidade do uso de ar-condicionado.
Veja o exemplo do edifício da Upcycle, projetado por Gensler Architects 
(Figura 8). O projeto transformou um antigo centro de reciclagem em um 
edifício de escritórios. Utilizando elementos do prédio antigo, o escritório de 
arquitetura Gensler, foi projetada uma edificação que faz uso da ventilação 
natural e reduz o uso de ar-condicionado.
Figura 8. Edifício da Upcycle, do escritório Gensler Architects.
Fonte: Dror Baldinger/ArchDaily.com. 
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios12
Observe que, na cobertura do edifício, foram criadas aberturas para favo-
recer a iluminação natural. Além disso, no centro da planta, há aberturas em 
formato de shed, que proporcionam ventilação e iluminação naturais. 
Para atingir bons resultados com essas estratégias, é necessário estudar 
as condições naturais do sítio. Hoje isso fica bastante facilitado pelo uso de 
ferramentas computacionais que permitem testar diferentes orientações e a 
posição do sol em diferentes momentos do ano, e até mesmo carregar dados de 
repositórios especializados, permitindo análises precisas e, consequentemente, 
decisões de projeto mais bem informadas.
Nas coberturas do tipo shed, as aberturas são dispostas de maneira seriada, lembrando 
os dentes de um serrote, motivo que a leva ser conhecida também como “dente de 
serra”. Bastante usada em ambientes fabris para garantir iluminação homogênea em 
toda a área da planta, pode ser combinada com esquadrias móveis para favorecer o 
conforto térmico e a iluminação.
O uso de sheds como estratégia de ventilação pode ser observado também 
no projeto do Hospital Sarah Kubitschek, em Salvador, realizado por João 
da Gama Filgueira Lima, conhecido como Lelé, arquiteto modernista que 
dominava as questões de conforto térmico. Grandes e curvos sheds metálicos 
auxiliam na ventilação dos ambientes, uma vez que o ar quente e impuro sobe 
e é expelido pelas aberturas superiores, que funcionam, ainda, como fonte 
natural de iluminação.
13Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Figura 9. Corredor do Hospital Sarah Kubitschek, projeto de Lelé, em 
Salvador.
Fonte: Nelso Kon/ArchDaily.com.
Cabe ressaltar que as soluções de ventilação não devem ser generalizadas; a escolha 
da melhor estratégia deve estar de acordo não só com o clima local, mas com o uso da 
edificação. Em projetos de edificações para serviços de saúde, a exemplo do hospital 
Sara Kubitschek, a ventilação cruzada não é recomendada, já que bactérias podem 
ser transmitidas pela propagação do ar. 
Veja como a preocupação com soluções inteligentes e mais respeitosas 
com o meio ambiente são possíveis, ainda mais quando a preocupação existe 
desde o início do projeto. As estratégias naturais devem ser exploradas ao 
máximo, garantindo sua eficiência e seu diálogo com a arquitetura proposta, 
pouco condicionada a sistemas artificiais. As soluções mecânicas devem 
ser incorporadas às edificações de forma complementar e seu uso deve ser 
racionalizado.
A preocupação com os recursos naturais e com o futuro do planeta não 
significa renunciar à tecnologia existente. O equilíbrio das estratégias é capaz 
de garantir condições de uso agradáveis ao usuário, além de reduzir o impacto 
ambiental e os custos de obra e manutenção. E agora, que tal aplicar esses 
conceitos em seus projetos?
Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios14
BROWN, G. Z. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. 2. ed. Porto 
Alegre: Bookman, 2007. (E-book).
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017. (E-book).
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. Rio de 
Janeiro: Eletrobras/PROCEL, 2014. (E-book).
ROAF, S. A adaptação de edificações e cidades às mudanças climáticas. Porto Alegre: 
Bookman, 2009.
ROAF, S.; FUENTES, M.; THOMAS-REES, S. Ecohouse: a casa ambientalmente sustentável. 
4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
Leituras recomendadas
CHING, F. D. K. Técnicas de construção ilustradas. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016.
GURGEL, M. Design passivo: baixo consumo energético: guia para conhecer, entender 
e aplicar os princípios do design passivo em residências. São Paulo: Senac, 2012. 
KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: 
Bookman, 2010.
15Uso de ventilação natural e climatização artificial em edifícios
Dica do professor
Atualmente, muito se fala em arquitetura bioclimática. Esse termo sempre é relacionado à 
sustentabilidade das edificações, ao consumo de energias renováveis e à eficiência das edificações.
Nesta Dica do Professor, você conhecerá os princípios básicos da arquitetura bioclimática e a sua 
relação com a ventilação natural nos projetos de edificações.
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A tecnologia construtiva pode colaborar muito para a habitabilidade das edificações. Com o uso de 
princípios simples aliados a tecnologias modernas, é possível inserir mais conforto aos ambientes 
projetados.
Neste Na Prática, você conhecerá um edifício que usufrui de alta tecnologia, com a finalidade de 
obter o melhor da ventilação natural, mitigando o uso de ar condicionado e fomentando a eficiência 
energética.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Estratégias de ventilação natural
Conheça as principais estratégias de ventilação natural e as compreenda com ótimos exemplos. 
Além de reconhecer técnicas aplicáveis a seus projetos de arquitetura, observe como escritórios 
renomados utilizam as mesmas técnicas para otimizar a ventilação de seus projetos.
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Arquitetura bioclimática
Veja aqui uma breve conceituação da arquitetura bioclimática e algumas de suas aplicações. Vídeo 
de fácil compreensão e ricamente ilustrado, ajuda a entender e visualizar questões importantes no 
desenvolvimento de um projeto eficiente.
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Concepção de edifícios eficientes
Conheça esta ferramenta, que fornece informações bioclimáticas de 413 cidades, a fim de 
incentivar a construção de edificações energeticamente eficientes. Repositório com dados 
bioclimáticos que podem ser baixados e utilizados em seus projetos.
https://www.archdaily.com.br/br/886541/ventilacao-cruzada-efeito-chamine-entenda-alguns-conceitos-de-ventilacao-natural
https://www.youtube.com/embed/coJdr4TBH18
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://projeteee.mma.gov.br/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br
Variáveis do comportamento 
térmico em ambientes residenciais 
e de serviços
Apresentação
As sociedades ao redor do mundo, ao longo da história, desenvolveram construções adaptadas ao 
lugar, às suas características geográficas e ao clima. Esse tipo de arquitetura, denominada 
vernacular, responde às demandas ambientais da melhor maneira possível, tornando as edificações 
adequadas ao uso e confortáveis para a execução das mais variadas atividades que fazem parte do 
cotidiano dos seres humanos.
Quando essa adequação ao ambiente falha, o uso da edificação fica comprometido, uma vez que o 
frio ou o calor em excesso desestimula o uso dos espaços.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar a importância das técnicas e dos materiais 
construtivos no desempenho térmico das edificações. Você vai analisar a influência dos elementos 
de cobertura e dos elementos de vedação vertical, as paredes, no isolamento do frio e do calor 
extremos. Ainda, você vai reconhecer a influência que a localização dos projetos tem no 
desempenho das edificações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar os efeitos do modelo de construção e da sua localização ao comportamento 
térmico.
•
Reconhecer a influência da capacidade térmica das paredes exteriores no verão e no inverno.•
Descrever a influência da capacidade térmica da cobertura no verão e no inverno.•
Infográfico
O uso de isolamento térmico na composição dos elementos de uma edificação é comum 
na construção civil, uma vez que potencializa o desempenho das superfícies em relação à incidência 
do frio e do calor. Existe, no mercado, uma oferta variada de materiais para isolamento. Escolher o 
material mais adequado, no entanto, vai além da análise de seu comportamento térmico. 
No Infográfico a seguir, você vai identificar os principais materiais de isolamento térmico utilizados 
nas edificações.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/e596fc79-b34d-451d-b3db-401a4009237f/6c523dcb-bf5c-4ebc-bc72-cf815b427841.jpg
Conteúdo do livro
As construções são responsáveis por grande parte do consumo energético global. Esse fenômeno 
também é causado pela indiferença, por parte dos construtores, quanto ao clima e à necessidade da 
escolha correta e consciente dos materiais empregados, demandando o uso constante de 
equipamentos de condicionamento de ar, tanto para aquecimento quanto para resfriamento.
No capítulo Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços, da obra 
Conforto ambiental: iluminação natural, você vai ver de que maneira a escolha de diferentes 
materiais pode impactar positiva ou negativamente o conforto térmico das edificações, entendendo 
as diferenças históricas nas construções em regiões com climas distintos. Você também vai 
entender de que maneira as paredes e coberturas se diferenciam no que tange à escolha dos 
materiais para garantir conforto térmico.
Boa leitura. 
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Gabriel Lima Giambastiani
Variáveis do 
comportamento 
térmico em ambientes 
residenciais e de serviços
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Relacionar os efeitos do modelo de construção e da sua localização 
ao comportamento térmico.
 � Reconhecer a influência da capacidade térmica das paredes exteriores 
no verão e no inverno.
 � Categorizar a influência da capacidade térmica da cobertura no verão 
e no inverno.
Introdução
O desconforto ocasionado por situações de frio ou calor extremo in-
fluenciam no dia a dia dos usuários de uma edificação, tornando as 
atividades básicas do cotidiano incômodas e os ambientes na quais elas 
são executadas pouco confortáveis ao uso. Historicamente, as edificações 
se adaptam à sua localização, e as técnicas construtivas e materiais de 
construção são previstos de forma a responder ao clima local, atendendo 
às necessidades de isolamento e proteção específicos para cada região.
Neste capítulo, você vai estudar a influência das coberturas e paredes 
no conforto térmico das edificações e ler sobre a importância da espe-
cificação dos materiais e métodos construtivos mais adequados. Além 
disso, verá os efeitos que o modelo construtivo e a localização do projeto 
geram no comportamento térmico da edificação.
1 Efeitos do modelo de construção e 
da localização ao comportamento térmico
Ao vermos uma imagem de um conjunto de construções brancas com telhados 
azuis e vista para o mar, rapidamente associamos a imagem à paisagem grega, 
como a mostrada na Figura 1. Em uma conclusão precipitada, poderíamos supor 
que a escolha de cores e materiais é fruto de um nacionalismo exacerbado, 
fazendo alusão à bandeira grega, que é azul e branca. A motivação, no entanto, 
é mais prática do que ufanista. 
O material mais abundante na região é a pedra, que absorve o calor e 
mantém o interior das edificações quente. A cor branca, por sua vez, reflete os 
raios solares, colaborando para manter o interior das edificações mais fresco. 
O azul dos telhados tem uma motivação econômica. Um produto de limpeza 
chamado loulaki, usado para lavar roupas, reage com o calcário formando 
um solução azulada; portanto, era a solução mais fácil e que logo se tornou 
a padrão. Perceba nesse exemplo as relações entre materiais de construção, 
localização geográfica e habitabilidade das edificações.
Figura 1. Santorini, Grécia. 
Fonte: PHOTOCREO Michal Bednarek/Shutterstock.com.
Variáveis do comportamento térmico em ambientes residenciais e de serviços2
A arquitetura se insere dentro de um contexto mais amplo, no qual inter-
ferem condições políticas, sociais, econômicas etc. No entanto, nasce e se 
concretiza dentro de uma lógica disciplinar própria, de modo que podemos 
compreender as obras de arquitetura como o resultado de uma somatória de 
diversas forças internas e externas que

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