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Sistema Tributário Nacional I Apresentação O Sistema Tributário Nacional é formado por um conjunto de normas, as quais regem a sistemática de arrecadação e de distribuição dos tributos nos entes federativos: União, Estados e Municípios. Cada um desses entes federativos, possui legislação tributária específica sobre os tributos que são de sua competência. Parece complicado, não é mesmo? Mas nesta unidade de aprendizagem você estudará o Sistema Tributário Nacional, a legislação tributária, os tributos e suas espécies, além do seus principais componentes. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o que é o Sistema Tributário Nacional e seu funcionamento.• Determinar o que é tributo e suas espécies.• Reconhecer os principais componentes dos tributos.• Desafio A empresa Vende Mais é do ramo de comércio varejista de vestuário. Este é o seu primeiro ano de funcionamento, as vendas estão crescendo, com produtos nacionais e importados. Com o final do primeiro exercício social, os proprietários da Vende Mais desejam fazer um levantamento dos tributos pagos neste primeiro ano. Vejamos as situações e os tributos declarados pagos pelos proprietários: Você é o contador responsável pela empresa e os sócios pediram um levantamento dos tributos que foram pagos durante o ano. Desta forma, responda: a) Identifique o fato gerador dos tributos relacionados; b) Especifique a qual ente federativo pertence os tributos em cada ocorrência. Em razão da relativa complexidade do sistema tributário brasileiro, poucas pessoas se debruçam sobre o tema. Um engano que administradores de empresas de todo porte cometem é tratar o recolhimento de tributos como um assunto para o contador ou o advogado da empresa. Os tributos ganharam tanta importância no dia a dia das empresas porque, antes, principalmente a partir da década de 80, a correção monetária decorrente da (hiper) inflação praticamente anulava o valor real do tributo recolhido. Com o Plano Real, em 1994, o quadro mudou pelo fim da (hiper) inflação. Esse fato exigiu a partir de então mais atenção dos administradores quanto ao capital de giro e as necessidades de planejamento. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/58a1091b63f1195317bba6d7e2fa56d0 Infográfico O Código Tributário Nacional, no artigo 96, da Lei n° 5.172/1966 define legislação tributária como: "A legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre os tributos e as relações jurídicas a eles pertinentes". Para melhor compreensão vejamos a pirâmide de Hans Kelsen com a hierarquia da legislação tributária, partindo da lei suprema, a Constituição Federal. Conteúdo do livro No trecho a seguir da obra Contabilidade tributária você irá encontrar no primeiro item embasamento teórico do Sistema Tributário Brasileiro, com sua origem e sua aplicação, e no segundo item explicações sobre os conceitos de lei, emendas à Constituição Federal, lei complementar e demais. No terceiro item são abordados o conceito de tributo e suas espécies, com as especificações dos tributos e as competências para cada ente federativo, no quarto item. Boa leitura! CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Ramon Alberto Cunha de Faria 24 INTRODUÇÃO O sistema tributário brasileiro é composto hoje pela União, Estados e Municípios, cada um destes entes federativos tem competência própria para legislar sobre seus tributos, aos quais foram determinados pela nossa Constituição Federal. Há hierarquias em nossas legislações tributárias, e cada uma dessas hierarquias tem que ser observadas e obedecidas, sob pena de serem revogadas. Hoje em nosso sistema tributário, existem atualmente certa de mais de 90 tributos. Analisaremos neste capítulo, os conceitos, a sistemática e a classificação das espécies dos tributos. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade você deve apresentar os seguintes aprendizados: • Identificar a origem e aplicação das normas tributárias vigentes no país. • Compreender melhor as hierarquias das leis, decretos, portarias, resoluções, para fins da legislação tributária. • Melhor compreensão dos conceitos de tributos, e quais suas competências legislativas. SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO – ORIGEM E APLICAÇÃO A Constituição Federal de 1988 é o pilar e a essência do Sistema Tributário Nacional, dando as diretrizes para que os governantes se embasem no momento da cobrança e fiscalização dos tributos. Em seus artigos 145 a 162 da Constituição Federal de 1988, encontram-se: 25 • Os princípios constitucionais tributários; • As competências e limitações ao poder de tributar dos governantes; • A forma de repartição das receitas tributárias entre a União, os Estados e os Municípios. A Lei nº 5.172/1966 – Atual Código Tributário Nacional (CTN) é a lei brasileira que norteia a aplicabilidade dos tributos, competências, prescrições, limites de cobrança de tributos, atuação dos agentes fazendários, direitos e deveres dos contribuintes. O CTN veio através de um fenômeno chamado “teoria ou princípio da recepção” (art. 34 § 5 dos Atos das Disposições Constitucionais transitórias). O CTN foi constituído em 25 de outubro de 1966, como lei ordinária, porém como vemos é antiga a nossa Constituição Federal 1988, e através da teoria da recepção, o mesmo foi absorvido. Como vimos, o CTN antes da entrada de nossa Carta Magna, era considerado como “Lei Ordinária”, porém cumpre as funções de lei complementar ao qual exige nossa Constituição Federal (atual). Pois o CTN trata de matéria de prescrição, hipótese de incidência, alíquota, base de cálculo, conflitos de competências e limitações ao poder de tributar. Então por força do princípio da recepção e pelo CTN tratar de matérias que a Constituição Federal observou, que só seriam tratados por Lei Complementar, no momento em que o CTN foi absorvido, caracterizou-se o mesmo como lei complementar, e assim o é considerado nos dias atuais. Princípio da recepção: São todas as normas jurídicas que tinham suas vigências anteriores a um ordenamento constitucional e não entrem em conflito com este, pelo contrário, estará em consonância com o ordenamento constitucional vigente, serão absorvidas pelo sistema jurídico, permanecendo em vigor. DICA 26 Vamos adentrar nos aspectos principais e norteadores do Sistema Tributário Brasileiro, aos qual o torna o mais seguro e confuso sistema de cobrança de tributos do mundo. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Em matéria de legislação tributária devemos nos orientar como nos explicita o artigo 96 da Lei nº 5.172/1966 transcrito abaixo: “Art. 96. A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”. Devemos nos atentar em matéria de legislação tributária sobre as hierarquias das leis ou atos normativos, sob pena de se uma interferir na outra a sua inconstitucionalidade. Constituição Federal: É a diretriz de todas as leis, é quem norteia os parâmetros de tributação. Dá embasamento as demais normas. Lei Complementar: É a lei que estabelece matéria de hipótese de incidência, fato gerador, base de cálculo, alíquota e demais aspectos formais, estabelecendo obrigações acessórias e principais. Lei Ordinária: É a complementação das normas constitucionais que não foram tratadas por lei complementar, decretos lei, resoluções e dentre outros atos normativos. Geralmente trata da instituição de tributos, de tributos municipais já criados pela C.F. de 1988, onde cada ente federativo municipal tem sua prerrogativa de criar tributos, e o criará através de lei ordinária. Decretos lei: Regulamentama criação de tributos federais e estaduais, já instituídos pela C.F. de 1988, tem a função de regulamentação de outros atos normativos já expedidos. Portarias, Resoluções, Instruções Normativas: São atos normativos que servem para resolver questões que por leis e decretos não podem ser resolvidas, tais como prazos para pagamentos de tributos, prazos para entregas de obrigações acessórias, layout de arquivos para entrega das obrigações acessórias, tais como DCTF, GIA, SPED CONTABIL e dentre outros. 27 TRIBUTOS E SUAS ESPÉCIES O CTN em seu artigo 3º estabelece: “Art. 3. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Como vemos o art. 3º do CTN vem a definir o conceito de tributo, e em seu artigo 5º define suas espécies, conforme veremos abaixo: “Art. 5. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. IMPOSTOS – Constituída mediante situação geradora (hipótese de incidência e fato gerador) mediante lei, ao qual se dará como fonte de receita tributária aos nossos governantes, e não é vinculativa a nenhum gasto, ou seja, todas as fontes de receitas tributárias mediante impostos, o governo irá gerencia- los da melhor forma que entenderem, por não serem vinculativos a nenhuma conta, diferentes de como são as contribuições sociais e as taxas, que já são vinculativas plenamente ao custeio de determinado serviço. TAXAS – São fontes de receitas públicas que estão plenamente vinculadas a utilização efetiva ou potencial por partes dos contribuintes na obtenção de serviços públicos, tais como: taxas de emolumentos, taxas de cartórios para se obter certidões de nascimento, casamento, óbito, e dentre outras taxas. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – São cobradas quando o contribuinte obtém benefícios por obras públicas, tais como a valorização de imóveis, cuja as obras os tenham beneficiados, através de pavimentação, arborização, esgotos pluviais, viadutos, túneis e dentre outras obras. TRIBUTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS TRIBUTOS FEDERAIS • II - Imposto de Importação; • IOF – Imposto sobre Operações Financeiras; • IPI – Impostos sobre Produtos Industrializados; 28 • IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas; • CSLL – Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido; • PIS – Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público; • COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social; • IRPF – Imposto de Renda da Pessoa Física; • ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural; • CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico; • INSS – Instituto Nacional do Seguro Social; • FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. TRIBUTOS ESTADUAIS • ICMS – Impostos sobre Circulação de Mercadoria e Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Telecomunicações; • ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação; • IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. TRIBUTOS MUNICIPAIS • ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza; • ITBI – Imposto sobre a Transmissão de Bens Inter Vivos; • IPTU – Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana. São esses alguns dos impostos e as competências para que cada órgão governamental possa gerenciar seus gastos e projeções de receitas. ELEMENTOS E CARACTERÍSTICAS DOS TRIBUTOS Obrigação tributária - nasce quando há uma relação jurídica entre um sujeito ativo (governo) e um sujeito passivo (contribuinte) mediante lei (fato gerador). Ao qual o Estado pode exigir do contribuinte uma prestação pecuniária. 29 Dentre as relações da obrigação tributária, encontram-se três elementos fundamentais : A lei – cria as diretrizes e as condições de se criar, aumentar e cobrar (fiscalizar) o tributo. Já explicitamos esse assunto através do “princípio da legalidade estrita”. O Objeto – estabelece quais obrigações os contribuintes devem cumprir. Dentre essas obrigações, podemos determinar duas, dentre elas: • Obrigação acessória: é derivada de documentos a serem apresentados ao fisco, para que o mesmo comprove que o valor pago, está de acordo com a legislação em vigor. Dentre as obrigações acessórias temos, escrituração de livros fiscais, declaração de informes de rendimentos, declarações a serem entregues ao governo, tais como, DCTF, GIA, PER/ COMP, SPED CONTABIL, SPED FISCAL, EFD PIS/COFINS, e dentre tantas outras que o governo cria para aumentar cada vez mais o custo Brasil. • Obrigação principal: consiste no efetivo pagamento em dinheiro do tributo devido, ou da multa imposta pelo pagamento em atraso, ou por atraso na entrega de algumas das declarações elencadas acima. Fato gerador – é a situação ou hipótese de incidência definida em lei que irá gerar a obrigação de se pagar o tributo. Como exemplo o fato gerador do Imposto de Renda é a aferição de rendas ou proventos de qualquer natureza, o fato gerador do ICMS é a circulação e a transferência de titularidade de determinada mercadoria, e o fato gerador do IPI é a industrialização de determinado bem. Esses são alguns exemplos didáticos do conceito de fato gerador. REFERÊNCIAS BORGES, H. B. Planejamento tributário: IPI, ICMS, ISS e IR. 6.ed. rev. atual e ampl. São Paulo: Atlas, 2001. BRASIL. Código Tributário Nacional: Lei nº 5.172/1966. Legislação complementar. 17.ed. São Paulo: Atlas, 1987. Dica do professor Existem diversos tipos de tributos que tanto as pessoas físicas quanto jurídicas estão obrigadas a pagar. Entre esses tipos de tributos estão os que incidem sobre a renda, sobre a venda e sobre o lucro. Cada um deles tem suas especificidades determinadas em legislação específica. No vídeo a seguir você compreenderá o conceito de tributo definido pelo Código Tributário Nacional, artigo 3° da Lei n° 5.172 de 25 de outubro de 1966. Esta lei dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, a Estados e a Municípios. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/7674cc704a8de8c40e1406efd4835811 Exercícios 1) São impostos de competência da União: A) De importação de produtos estrangeiros, de exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados, propriedade predial e territorial urbana, produtos industrializados, operações de crédito, transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos. B) De importação de produtos estrangeiros, de exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados, rendas e proventos de qualquer natureza, operações relativas à circulação de mercadoria e serviços de qualquer natureza e de propriedade predial e territorial urbana. C) Operações relativas à circulação de mercadoria e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, de exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados, rendas e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados, operações de crédito. D) Transmissão de causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos, propriedade de veículo automotores, operações relativas à circulação de mercadoria e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. E) De importação de produtos estrangeiros, de exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados, rendas e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados, operações de crédito, propriedade territorial rural, grandes fortunas. 2) A sequência correta decrescente de hierarquia da legislação tributária é: A) Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Lei Complementar, Lei Delegada, Lei Ordinária, Medida Provisória, Decretos Legislativos e Resoluções. B) Emendas Constitucionais, Constituição Federal, LeiComplementar, Lei Delegada, Lei Ordinária, Medida Provisória, Decretos Legislativos e Resoluções. C) Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Lei Delegada, Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória, Decretos Legislativos e Resoluções. D) Resoluções, Decretos Legislativos, Medida Provisória, Lei Delegada, Lei ordinária, Lei Complementar, Emendas Constitucionais, Constituição Federal. E) Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Lei Complementar, Lei Ordinária, Lei Delegada, Medida Provisória, Decretos Legislativos, Resoluções. 3) São componentes da obrigação tributária: A) Lei, sujeito ativo e sujeito passivo. B) Lei, sujeito ativo e objeto. C) Lei, sujeito passivo e objeto. D) Lei, arrecadação e liquidação. E) Lei, objeto e fato gerador. 4) Norma que trata das divergências de competência de tributo a cada ente federativo: A) Lei Delegada. B) Lei Ordinária. C) Constituição Federal. D) Lei Complementar. E) Medida Provisória. 5) A Contribuição de Melhoria ocorre quando há uma valorização do imóvel após uma obra pública. É de competência de qual (is) ente público: A) Estado e Município. B) Apenas Município. C) Apenas Estado. D) União e Estado. E) União, Estado e Município. Na prática Quando há a obrigação tributária, temos nessa relação o sujeito ativo (União, Estado ou Município) e o sujeito passivo o contribuinte. Os cidadãos estão diversas vezes pagando impostos. Quando compram mercadorias, quando se alimentam, sobre seus salários, entre outras atividades. Esses impostos possuem alíquotas e bases de cálculo distintas. Exemplo desse fato é quando os consumidores vão a uma loja comprar um par de sapatos. O comerciante que arcou com o Imposto sobre Circulação de Mercadoria e de Serviço de transportes interestaduais e intermunicipais (ICMS) irá transferir para o consumidor final essa despesa quando coloca o preço na mercadoria. O mesmo ocorre com o combustível. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e de Tributação no ano de 2016 os brasileiros tiveram 41,80% de comprometimento dos seus rendimentos para pagamento de impostos. Vejamos os dados do Instituto Brasileiro de planejamento e de tributação publicado no G1 – Economia. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Sistema tributário No link abaixo você vai ver um vídeo que aborda o sistema tributário e a reforma tributária com seus efeitos e impactos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Tributação e desenvolvimento No link abaixo você vai ler um estudo sobre a relação entre as normas tributárias brasileiras e a teoria do desenvolvimento como liberdade. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Reforma tributária e a pandemia No link abaixo você vai ler um estudo sobre a formação do sistema tributário no Brasil e os entraves que sofre o modelo atual, evidenciando a necessidade da reforma nesse sistema diante de um cenário de adversidades e da pandemia. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/cwR1GDKL0lY http://ojs.unimar.br/index.php/revistaargumentum/article/view/1300 https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/18499 Sistema Tributário Nacional II Apresentação Além das normas que integram o Sistema Tributário Nacional, existem os Princípios Constitucionais Tributários. Estes superam o conjunto das normas que compõem a legislação tributária brasileira e devem ser seguidos quando da observância e do exercício do poder de tributar dos entes federativos. Nesta unidade de aprendizagem você vai aprender sobre os Princípios Constitucionais Tributários dispostos na Constituição Federal de 1988, o conceito e a aplicação de cada um deles. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o conceito de cada princípio. • Identificar situações que ferem os princípios. • Reconhecer as limitações quanto ao poder de tributar dos entes federativos. • Desafio No Sistema Tributário Nacional as normas devem observar a hierarquia das leis para que não violem a soberania delas. Além disso, devem observar os princípios constitucionais tributários. Vejamos a seguir algumas situações que apesar de serem hipotéticas, são usuais no dia a dia empresarial. A União criou o tributo sobre Produto Importado Supérfluo o (PIU) por meio da Instrução Normativa n° 1.390/16. O Estado de Santa Catarina instituiu o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação em 01/01/2016, passando a exigi-lo em 01/03/2016. A União alterou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras de 0,38% para 0,49% em 01/02/2016 e passou a cobrar pelo imposto com a nova alíquota em 01/05/2016. O Estado de Santa Catarina instituiu o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação em 01/03/2016, passando a exigi-lo retroativamente em 01/01/2016. O Estado de Santa Catarina instituiu o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação em 01/01/2015 passando a exigi-lo em 01/01/2016 papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, de periódicos e de livros. Você foi recentemente contratado como gerente contábil da empresa e a direção lhe designou para que identifique se os princípios constitucionais tributários estão sendo violados nos exemplos anteriores e elabore uma justificativa para cada uma das situações expressas, pois atualmente a empresa possui unidades no estado de SC. Infográfico Os constituintes quando elaboraram a Constituição Federal de 1988 estabeleceram nos artigos n° 150 a 152 os princípios constitucionais tributários. Princípios estes que são a fundamentação das demais normas legislativas tributárias. No Infográfico a seguir você vai ver como é possível identificar um checklist dos princípios com um conceito básico de cada elemento de forma sintética. Conteúdo do livro O princípios de Igualdade Tributária e Isonomia que trata da igualdade de todos perante a lei, é um exemplo dos Princípios Constitucionais Tributários dispostos na Constituição Federal. Devem ser observados desde a criação do tributo, inclusive servindo como base teórica para a solução de conflitos relativos à cobrança ou não dos tributos.Desta forma estabelece os limites das ações do Estado em seu poder de tributar. No capítulo Sistema Tributário Nacional II da obra Contabilidade Tributária, você vai ver o que são os princípios que regem a forma de tributação no estado brasileiro. Boa leitura. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Conteúdo: Ramon Alberto Cunha de Faria Pablo Rojas Coordenador F224c Faria, Ramon Alberto Cunha de. Contabilidade tributária [recurso eletrônico] / Ramon Alberto Cunha de Faria coordenação: Pablo Rojas. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-12-8 1. Contabilidade tributária. 2. Tributação. I. Título. CDU 657:336.221 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 © SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2016 Colaboraram nesta edição: Coordenador técnico: Pablo Rojas Capa e projeto gráfico: Equipe SAGAH Imagem da capa: Shutterstock Editoração: Kaka Silocchi Reservados todos os direitos de publicação à SAGAH EDUCAÇÃO S.A., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 - Porto Alegre, RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos,gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da empresa. 32 INTRODUÇÃO Conhecendo os princípios constitucionais tributários dará embasamento para que se apure devidamente os tributos, até mesmo, será como um guia norteador para quem aplica diariamente as leis tributárias, são esses os pilares do direito tributário. Sempre que houver conflitos na seara tributária, teremos que nos apoiar e sopesar nos princípios constitucionais tributários. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade você deve apresentar os seguintes aprendizados: • Identificar alguns dos principais aspectos dos princípios constitucionais tributários, afim de aplica-los as normas de direito tributário; • Através das aplicações dos princípios tributários, ter um embasamento para que se conheça a veracidade do pagamento de um tributo; • Compreender os conceitos devidos princípios, para a obtenção de um entendimento aprimorada da legislação tributária. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS O sistema tributário brasileiro é um dos mais complexos do mundo, pois nossa Constituição Federal não se limitou a dissertar sobre os tributos em seus artigos. Trata-se da Constituição de um pais onde traz relevantes matérias da área tributária como nenhum outro país já fez. Trazendo à sociedade todas as garantias e deveres no momento da geração e do pagamento de um determinado tributo. Pois como se sabe, a maior fonte de riqueza do governo brasileiro, vem dos tributos, fazendo com que se tenha um controle mais rígido, como assim o fez a Constituição Federal de 1.988. A Lei Complementar nº 5.172/1966 é quem estabelece o Código Tributário Nacional, dando diretrizes à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a competência e limitações de se criar tributos para cada um desses órgãos. 33 Temos então por base essa lei como o conjunto de normas que regulamentam o Sistema Tributário Brasileiro. Ao qual traz em seu teor normas e regras que regulamentam a ordem do poder estatal de poder se criar um tributo e até mesmo o impedindo de se ir além, como no caso de se aumentar um tributo sem que a Lei assim o estabeleça. Cada tributo que é criado obedece a princípios, aos quais o legislador estará sempre atento para que não corrompa a Constituição Federal e não ultrapasse o limite de confiscar o contribuinte com o uso indevido dos tributos. Os princípios são guias norteadores para limitação de tributar da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Fazendo seguir uma correta aplicação do uso do tributo como fonte gerada licita de tributos. Não permitindo que nossos representantes venham a usar o tributo em benefício de causa própria e também interferir erroneamente na economia do país, pois sabemos que o Governo no atual estado democrático de direito exige como fonte máxima de riqueza os tributos, pois sem eles o país não conseguiria arcar com seus gastos. Como bem demonstra nosso PIB – que representa 35,95% da fonte de riqueza do país hoje, de acordo com matéria publicada no jornal “Globo”. Citarei aqui alguns dos mais importantes princípios que o legislador devera obedecer no momento de se criar ou até mesmo aumentar um tributo, aos quais são: • Princípio da Capacidade Contributiva: Princípio este que determina que cada contribuinte irá contribuir com tributos de acordo com sua capacidade financeira e econômica, sem que com isso infira no confisco fazendo com que o contribuinte seja prejudicado com a onerosidade do tributo, afetando seu patrimônio e fazendo com que se perca seu poder aquisitivo e até mesmo o prejudique em seus negócios. Vemos que este princípio veio a nortear a alíquota do tributo, a sua base de cálculo e até mesmo o valor que o fisco impõe em suas multas, que por vezes são absurdamente inviáveis. • Princípio da anterioridade ou retroatividade: Determina que determinados tributos não possam ser criados com efeito retroativo, ou seja, não pode se criar imposto ou até mesmo aumentó-lo fazendo valer em data anterior ao de 34 sua publicação, e nem mesmo ser instituído de imediato, causando surpresa desagradável a seu custo patrimonial. Este desagradavel princípio veio a limitar que nossos governantes não nos surpreendam com aumento e criação de tributos e façam com que custos dos produtos se elevem repentinamente, sem um devido planejamento tributário. • Princípio da seletividade: Deve-se ter em mente o legislador que o tributo será gradual, sua alíquota será proporcional à necessidade de uso, como é o caso de tributos que incidam sobre energia elétrica, que é de grande necessidade para a população, devendo então ser aplicada a menor alíquota. Porém em dias atuais não é o que vemos – o ICMS sobre Energia Elétrica sofre sua maior alíquota que é de 25% - ferindo totalmente este princípio. Para fácil compreensão deste princípio, entendamos o seguinte quando mais necessário o bem, menor a alíquota, e quanto mais supérfluo maior será sua alíquota, como é o caso de brinquedos, perfumes, e artigos de luxos. Sabemos que na prática este princípio é o menos aplicado, porém não podemos esquecer que este assunto quem trata é nossa carta magna, e incorrer erroneamente nisso é desacatar nossa constituição, devendo o legislador readequar a lei em seus devidos parâmetros. • Princípio do não confisco: O fiscal não poderá usar o tributo como uma punição ao contribuinte, sob pena de estar cometendo abuso de autoridade, e inviabilidade da economia do país, fazendo com que se trave a atividade financeira de determinada entidade e essa venha até por vezes falir ou se endividar com o montante do valor injusto imposto. Não Confisco: É um Ato pelo qual o fisco tributa o contribuinte de um modo oneroso e ilegal, maior do que se pode contribuir, afetando diretamente seu patrimônio, e fazendo com que o tributo se reverta num mal desnecessário, como é o caso de multas que podem chegar até 200% do valor do imposto devido. DICA 35 • Princípio da não cumulatividade: Principio este que tributaristas consideram como um dos mais importantes, pois fazem com que impostos não tenham efeitos em cascata, ou seja, não deixa que se tenha uma alta carga tributária em produtos e serviços, tributando-os excessivamente. Seria injusto para as empresas, contribuintes e nós cidadãos se as empresas que comprassem das industrias e não pudessem se creditar dos impostos na compra dos produtos e serviços, gerando assim uma altíssima carga tributária. Essa sistemática de crédito (na entrada do produto) e (débito na saída do produto) faz com que se torne justo a tributação dos impostos sobre consumo, tais como o ICMS, IPI, PIS e COFINS. Analisando está sistemática, vemos que o princípio da não cumulatividade nos resguarda da tributação em cascata e um aumento excessivo e expressivo da carga tributária. • Princípio da legalidade estrita: Exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça. • Princípio da irretroatividade: Norteia que não se poderá criar ou aumentar tributos fazendo valer em períodos anteriores ao da publicação da lei. • Princípio da anterioridade nonagésimal: O imposto que tem por base períodos anuais ou trimestrais, não poderão ser majorados ou criados no mesmo exercício, e se o forem terá de obedecer o prazo de noventa dias, desde que dentro deste prazo não recaia para o ano seguinte. • Princípio da Isonomia: Faz com que contribuintes em situações iguais sofram tributação de maneiras diferentes. Este princípio faz valer o direito constitucional (em matéria tributária) de que todos serão iguais perante a lei. • Princípio da uniformidade geográfica – A tributação da União Federal não poderá criar desigualdades e até mesmo distorções entre seus entes federativos, (Estados, e nem mesmo os estados com os municípios, como vemos hoje, nas chamadas guerras fiscais). • Princípio da competência tributária: Cada ente federativo, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípiosnão poderão invadir a área de outro ente federado, cada um tem sua competência de se criar tributo sem interferir no âmbito de outro. Se assim o fizessem (como hoje o fazem) veríamos estados criando leis de ICMS diferentemente de outro estado, 36 fazendo distorcer a legislação tributária. Vemos hoje estados criando benefícios fiscais para atrair mais empresas, porém estes estados que criam benefícios ilegais, sem o consentimento dos demais, fazem com que outros percam oportunidades de investimento. • Princípio da tipologia tributária: Os impostos e as taxas não podem incidir sobre a mesma incidência e a mesma base de cálculo, são esses fatores que os distinguem. Se assim não o fosse seriam inconstitucionais um dos devidos tributos. • Princípio da liberdade de tráfego: É vedado aos Estados coibir e estabelecer limitações ao direito de ir e vir de pessoas e bens por meio de tributos, ressalvados o direito de se cobrar pedágios, pela utilização e conservação de vias públicas. Direito constitucional de ir e vir. • Princípio da transparência dos impostos: Um dos pilares da democracia é a transparência das informações para a sociedade em geral, e não estaria fora deste parâmetro a apresentação do gerenciamento dos tributos pelos nossos governantes. Dando a nós a visão de como está sendo gerenciado nosso patrimônio. Infelizmente no Brasil esta lei somente veio tardiamente, em meados do ano de 2013, mas em si já é um enorme avanço. • Princípio das Imunidades tributarias: É vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituírem impostos sobre: Templos de qualquer culto; Livros, jornais e periódicos; Patrimônio, renda ou serviços, um dos outros; Partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, sempre obedecendo as normas e regras estabelecidas em nossa Constituição Federal de 1988. Como vemos o Sistema Tributário Nacional não iria prosperar sem os devidos princípios constitucionais expostos acima. Pois sem eles nossos governantes poderiam criar e majorar tributos a regalia, prejudicando excessivamente o bolso da população brasileira e até mesmo limitando o poder da iniciativa privada. Estes princípios vêm resguardar nossos direitos e deveres para com o fisco e demais órgãos reguladores de cobrança e fiscalização dos tributos. Dando competência e limitações aos governantes no momento de se criar e aumentar tributos. 37 Quando uma temática tributária sobe ao judiciário, quer pela falta de regulamentação, ou pela má interpretação da legislação, nossos Juízes, sempre apontam os princípios constitucionais tributários para fazerem uma ponderação em seus julgamentos. REFERÊNCIAS ATALIBA, G. Hipótese de incidência tributária. 5.ed. São Paulo: Malheiros, 1997. ÁVILA, H. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 13.ed., revista e ampliada. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 85-141. BORGES, H. B. Planejamento tributário: IPI, ICMS, ISS e IR. 6.ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2001. BRASIL. Código Tributário Nacional: Lei nº 5.172/1966, legislação complementar. 17.ed. São Paulo: Atlas, 1987. CARRAZZA, R. A. Curso de direito constitucional tributário. 19.ed. 2 Tiragem. São Paulo: Malheiros, 2003. Dica do professor Compreender as distinções sobre Imunidade, Isenção e Não Incidencia tributária é fator preponderante para a gestão empresarial. Muitas vezes saber como se aplica cada uma destas ocorrências tributárias relaciona-se com o resultado operacional de uma organização. Na Dica do Professor você vai ver uma síntese sobre estas ocorrências tributárias. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0ce5314df2ead3ec0e6420f09453a94e Exercícios 1) São exceções ao princípio da anterioridade clássica os seguintes impostos: A) Imposto sobre importação, exportação, produtos industrializados e operações financeiras. B) Impostos sobre produtos industrializados e operações financeiras. C) Imposto sobre importação, exportação e Imposto de Renda. D) ICMS, Imposto de Renda, IPVA. E) Imposto sobre importação, exportação e operações financeiras. 2) Observe os conceitos a seguir e julgue os itens corretos: I - É possível exigir ou alterar a alíquota de Imposto de Renda por meio de instrução normativa. II - O teto máximo de arrecadação do Imposto de Renda em Tocantins é de 9%. III - O princípio da anterioridade tributária não permite a cobrança de tributos no exercício porterior ao estabelecido. IV - Os sindicatos dos trabalhadores pagam tributos assim como os partidos políticos. A) Apenas afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) As afirmativas I e II estão corretas. D) As afirmativas III e IV estão corretas. E) Nenhuma das afirmativas está correta. Observe os conceitos a seguir e julgue os itens corretos: I - Quanto ao princípio da seletividade, um produto sendo de maior necessidade básica deverá ter maior imposto e quanto menor necessidade menor imposto. 3) II - O Fisco pode punir o contribuinte em multa com até 200% sobre o valor conforme princípio do não confisco. III - Cabe a União arbitrar nos Estados quanto à cobrança de ICMS. IV - É vedado a cobrança de pedágios nas vias. A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) As afirmativas III e IV estão corretas. D) Todas as afirmativas estão corretas. E) Nenhuma afirmativa está correta. 4) Leia o conceito a seguir. "É vedado aos Estados cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado." Artigo 150 da Constituição Federal de 1988. Este conceito refere-se ao seguinte princípio: A) Legalidade. B) Irretroatividade. C) Isonomia. D) Anterioridade. E) Transparência dos impostos. 5) São imunes às seguintes atividades: I - Templos. II - Livros jornais e perióricos. III - Patrimônio, Renda ou Serviços uns dos outros. IV - Partidos políticos. A) Apenas as afirmativas I e II. B) Apenas as afirmativas I e III. C) As afirmativas I, II e III. D) Apenas as afirmativas I e IV. E) Todas as afirmativas estão corretas. Na prática Diariamente, assistimos, lemos ou somos informados por diferentes canais de comunicação sobre noticias de ordem tributária. Interessante é notar se os entes públicos observam os princípios constitucionais tributários. Na Prática você vai ver como ocorre esta aplicação num caso de isenção. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f13dc614-4e54-46e8-8817-d16ec140cbe6/e1a97151-99b9-44ed-8274-4025676b31ef.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Saber Direito - Princípios Constitucionais Tributários Assista o vídeo Saber Direito – Princípios Constitucionais Tributários O objetivo deste vídeo é apresentar os principais conceitos relativos a Legislação Tributária Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. REFLEXÕES SOBRE OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS Leia o artigo REFLEXÕES SOBRE OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS O objetivo deste artigo é apresentar as limitações impostas aos entes federativos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. AS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Leia o artigo para entender mais sobre AS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/M7LkxQxDBVI https://apmaju.org.br/uploads/ckeditor/attachments/2/ARTIGO_REFLEXOES_TRIBUT_RIOS.pdfhttps://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/25259/5/TRABALHO%20DE%20CONCLUSA%CC%83O%20DE%20CURSO%20-%20DEFINITIVO%2018.05.2022%20%281%29.pdf Aspectos Contábeis do Sistema Tributário Brasileiro Apresentação Em razão da importância da representatividade e do impacto dos tributos nas atividades operacionais de uma empresa, torna-se fundamental o conhecimento sobre a contabilidade tributária. Além da forma como se pode atuar para obter os melhores resultados possíveis sob a ótica do planejamento tributário, cumprindo a legislação e garantindo a competitividade e a sustentabilidade da organização. Nesta unidade de aprendizagem você vai aprender sobre como que a contabilidade tributária exerce como atividade, a metodologia da contabilidade, o planejamento tributário, além de comentar sobre a elisão e a evasão fiscal. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar atividades e funções da contabilidade tributária.• Descrever os principais aspectos de um planejamento tributário.• Reconhecer as diferenças e as peculiaridades dos atos de elisão e de evasão fiscal.• Desafio No atual contexto organizacional da família Silva, os primos William e Yuri são sócios de duas farmácias conhecidas como Farmácia W e Farmácia Y, respectivamente. A Farmácia W é proprietária de um imóvel avaliado em R$ 850.000,00. A Farmácia Y tinha a intenção de adquirir o imóvel e possuía em suas aplicações financeiras o valor suficiente para a aquisição, e assim firmou-se contrato de compra e venda entre ambas. No entanto, por perceberem que teriam que pagar o ITBI (Imposto Municipal sobre a Transmissão de Bens Imóveis), resolveram cancelar o contrato. Como as empresas não queriam se sujeitar à incidência do ITBI, resolveram deixar de lado a compra e a venda do imóvel e realizaram uma fusão. A Farmácia W se uniu com a Farmácia Y, surgindo a empresa Farmácias WY. Com o passar de algumas semanas, as duas empresas realizaram uma cisão, voltando à situação em que estavam anteriormente: Farmácia W e Farmácia Y. Cabe ressaltar que o imóvel passou a ser da Farmácia Y, e a Farmácia W passou a ter R$ 850.000,00 em seu caixa, uma vez que em operações societárias a transferência de imóveis é isenta de pagamento do ITBI. Diante dessas informações, você como o gestor contábil das empresas, avalia as transações ocorridas na empresa? Trata-se de uma elisão ou uma evasão fiscal? Apresente argumentos para justificar sua resposta. Infográfico Diante da alta carga tributária que impacta significativamente a saúde financeira das empresas, é necessário encontrar alternativas de ação. Assim, as organizações agem para buscar benefícios, como a redução da carga tributária, sendo que há duas formas de atuação: a elisão fiscal, modo lícito de atuação antes da realização do fato gerador e a evasão fiscal, meio ilícito em que se age após a incidência do fato gerador. No Infográfico a seguir você vai ver como se evidencia tal diferença. Conteúdo do livro O planejamento tributário é uma ferramenta que envolve organização e estudo de meios lícitos para atuar na complexa contabilidade tributária, envolvendo conhecimentos tanto da metodologia contábil, como da legislação tributária. Frente a esse ambiente, que muitas vezes causa insegurança para empresários e profissionais da área, é indispensável reconhecer a licitude das ações ou atos tributários com o objetivo de evitar erros que podem acarretar multas e sanções. No capítulo Aspectos Contábeis do Sistema Tributário Brasileiro da obra Contabilidade Tributária, você vai ver como o planejamento tributário é importante para que a organização tenha boas práticas legais. Bons estudos. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Conteúdo: Ramon Alberto Cunha de Faria Pablo Rojas Coordenador F224c Faria, Ramon Alberto Cunha de. Contabilidade tributária [recurso eletrônico] / Ramon Alberto Cunha de Faria coordenação: Pablo Rojas. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-12-8 1. Contabilidade tributária. 2. Tributação. I. Título. CDU 657:336.221 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 © SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2016 Colaboraram nesta edição: Coordenador técnico: Pablo Rojas Capa e projeto gráfico: Equipe SAGAH Imagem da capa: Shutterstock Editoração: Kaka Silocchi Reservados todos os direitos de publicação à SAGAH EDUCAÇÃO S.A., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 - Porto Alegre, RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da empresa. 40 INTRODUÇÃO A contabilidade tributária é o ramo que estuda a teoria e as aplica pela prática dos princípios e normas da legislação tributária, visando sempre pelo gerenciamento das apurações dos tributos incidentes sobre as diversas atividades de diversos segmentos de empresa, e também as auxiliando nas gerações de diversas obrigações acessórias que o governo às impõe, para que não sejam passíveis de sofrerem sanções e penalidades fiscais. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade você deve apresentar os seguintes aprendizados: • Compreender adequadamente o instituto e estudo da contabilidade voltada a área tributária; • Entender como funciona um planejamento tributário, obedecendo os preceitos e normas tributárias, sempre também obedecendo os postulados contábeis; • Entender os mecanismos que levam ao motivo de que é necessário gerenciamento nos resultados contábeis para área tributária, pois estes darão as medidas para uma saúde financeira tributária para as empresas. O QUE A CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA EXERCE COMO ATIVIDADE? Umas das primordiais funções e atividades da contabilidade tributária são: • Escrituração dos documentos fiscais, através das Notas Fiscais que hoje são praticamente todas eletrônicas, independente dos estados (Nota Fiscais de Venda) ou dos municípios (Notas Fiscais de Serviços Prestados), que serão transcritos em livros fiscais, para que se possa determinar o montante devido de tributos que a empresa terá de recolher dentro do prazo, geralmente sempre um mês após a competência da nota fiscal (emissão da NF). • Exatidão na base de cálculo ou resultado tributável, no lucro de um determinado período fiscal, a até mesmo obtenção de um possível prejuízo, que na frente se devidamente registrado e controlado (através 41 da contabilidade) irá gerar um benefício fiscal para a empresa, como poder abater um percentual do valor de prejuízos de anos anteriores do lucro tributável do exercício para fins de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, diminuindo assim seu imposto a recolher. Nesse âmbito, paremos para refletir o quão importante se torna o papel da contabilidade, pois sem ela, não teríamos condições e ferramentas para controlar corretamente o uso do prejuízo fiscal para obter essa vantagem de deduzir o devido valor de um determinado tributo. Se a empresa não tiver um rígido controle, certamente estará pagando mais tributos do que deveria somente nesse único detalhe. • Contabilização das provisões dos tributos, em obediências ao princípio (contábil) da competência, pois alguns dos tributos tem em suas apurações períodos trimestrais e até mesmo anuais, e como a contabilidade é um sistema responsável por prestar informações, é seu dever também provisionar os devidos valores dos tributos, para que a empresa possa organizar seu fluxo de caixa para o devido pagamento quando chegar a data. • Embasamento e orientação fiscal para as empresas que possuem filiais, controladas, coligadas e de demais grupos. Estas orientações são de vital importância, pois a localização da empresa, pode mudar sua carga tributária, dependendo do municípios onde o ISS (impostosobre serviço) tem uma alíquota reduzida, ou até mesmo em outro estado, onde o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) poderá ter sua alíquota também reduzida, ou algum outro benefício fiscal relacionado. • Emissão e gerenciamento de guias de tributos para o departamento de contas a pagar, o acompanhamento do pagamento destes, para que a empresa não venha futuramente a receber comunicados de penhoras de bens por falta de pagamento de tributos. CONTABILIDADE - METODOLOGIA Para que possamos entender a contabilidade voltada a área tributária, primeiramente se faz necessário um estudo prévio da metodologia contábil. A contabilidade é a ciência que visa a interpretar, compreender e aplicar os fatos empresariais e assim gerar informações para que gestores e administradores de seus negócios possam ter diretrizes e saber quais rumos tomarem, ou seja 42 é um indicador de tomadas de decisões e até mesmo de soluções. A contabilidade tem um dos seus pilares fundamentais na teoria chamada “método das partidas dobradas”, consiste em um sistema padronizado e utilizado por empresas e demais entidades para registrar transações financeiras. Esse método consiste em controlar e registrar as origens e as aplicações de recursos, onde para cada transação à no mínimo duas contas a serem contabilizadas, uma a débito e outra a crédito em igual valor para ambas as contas. Método das partidas dobradas: Foi escrito e desenvolvido por Luca Pacioli em seu livro chamado “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità em 1494”. DICA DÉBITO – É o lançamento contábil que identifica para quais contas foram os recursos, “as aplicações derivadas das origens dos recursos” (toda entrada de recurso debita-se em determinada conta). CRÉDITO – É o lançamento contábil que identifica a origem ou a procedência dos recursos (toda saída de recursos, seja ele financeiros ou patrimonial, credita-se determinada conta). PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Diante de um sistema tributário complexo, burocrático, e aliado a isso a alta carga tributária, chegando em média a 37% do PIB (Produto Interno Bruto), as empresas necessitam como forma de gestão, de um planejamento no momento de se pagar um determinado tributo. No entanto na seara tributária o planejamento é considerado por vezes 43 ilícito, devido ao fisco se manifestar na posição de que o contribuinte que visa diminuir os seus tributos em seus planejamentos, já o visa na intenção. O planejamento tributário consiste em organizar as operações mercadológicas da empresa, através de ferramenta e mecanismos de forma estrutural e jurídica, capaz de antever e até mesmo evitar a hipótese de incidência tributária, ou podendo modificá-la através da materialidade ou de lapso temporal, fazendo com que tal medida de hipótese de incidência venha a ser mais benéfica em tempos propícios. Esta medida trata de um comportamento técnico formal, como explícita Humberto Bonavides, que visa a reduzir, adiar ou até mesmo excluir os respectivos encargos tributários. Vemos então que o planejamento tributário, consistem em estudar determinadas alternativas lícitas tributárias, para que a empresa possa se precaver, postergar e até mesmo diminuir seus tributos, antes da ocorrência do fato gerador. No entanto, o fisco não analisa desta maneira o planejamento tributário, dizendo que isto se faria por meio de ato ilícito, através da sonegação fiscal. A respeito disso vou tratar de dois pilares de diferenciação de planejamento tributário lícito (elisão fiscal) e o ilícito (evasão fiscal). ELISÃO FISCAL Elisão fiscal é um ato formal e jurídico, totalmente lícito, para que o contribuinte possa reduzir a carga tributária, através de um ato para antever o fato gerador, podendo ser feito através da própria legislação, e também de lacunas na legislação. Planejamento tributário feito através da própria legislação: São benefícios fiscais concedidos (mediante lei), a determinados ramos de atividades empresariais, que possibilita a empresa optar por essa ou outra escolha que visa a reduzir sua carga tributária, em prol de um ato vinculado. Cito um exemplo do benefício fiscal concedido sobre os Juros sobre o Capital Próprio (JCP), em que o governo permite as empresas remunerarem seus sócios através desta sistemática, ao invés de distribuir “dividendos”. Ao optar 44 pela remuneração de seus sócios / investidores através dos JCP, a empresa pode computar este pagamento como despesa do próprio exercício, e deduzi- la do lucro para fins de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. “Lei nº 9.249 de 26 de dezembro de 1995 – artigo 9º: A pessoa jurídica poderá deduzir para efeitos de apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados a variação pro rata dia da Taxa de Juros a Longo Prazo – TJLP”. Esta é uma das formas lícita onde podemos planejar qual a melhor maneira de se obter uma carga tributária menos elevada, e dentro da lei. Planejamento tributário realizado através de lacunas na legislação fiscal: São interpretações na legislação tributária ao qual visam a beneficiar o contribuinte, devido a lei estar obscura ou má redigida, pois quem faz a lei não tem a mesma visão de quem as aplica. Cito o exemplo do início, término, interrupção e demais aspectos de contagens do prazo prescricional e decadencial, sendo deles surtidos os efeitos a partir da constituição federal delegando a matéria para ser tratada em lei complementar, que por sua vez não a tratou como deveria, sendo objeto de soluções de consultas, pareceres normativos, e também de doutrinas e jurisprudências, fazendo com que os contribuintes optem pela melhor interpretação. Vemos então, para que não se tenha uma interpretação divergente daquela dada pelo fisco, tem o legislador que ser preciso em sua redação legislativa, caso não o tenha, não pode o contribuinte ser julgado como sonegador de imposto por interpretar de maneira diversa. Esse é um ponto importantíssimo que irá nos precaver de sofrer sanções fiscais. EVASÃO FISCAL É o ato ou ação ilícita de se evitar, protelar, reduzir determinado tributo após a ocorrência do fato gerador. O conceito de “evasão fiscal” não está disciplinado em lei, porem o seu teor 45 está contido na lei nº 8.137/1990 – Lei de crime contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, em seu artigo 1ª que diz, constitui crime contra a ordem tributária (...) I - Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Vemos então que o conceito de evasão está sem dúvida totalmente equivocado com a interpretação de planejamento tributário. REFERÊNCIAS BORGES, H.B. Gerencia de impostos: IPI, ICMS e ISS. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000. p. 55. ROCHA, V. de O. (coord.). O planejamento tributário e a lei complementar 104. 1ª reimp. São Paulo: Dialética, 2002. p. 15. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor O planejamento tributário é uma ferramenta que permite a empresa antever a incidência tributária. É um mecanismo indispensável para a realização de uma gestãotributária eficaz, pois desta forma você poderá implementar o planejamento tributário? Na Dica do Professor você irá conhecer algumas importantes dicas para realizar esse planejamento. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a45d092af73fc8536e159d4bfa898999 Exercícios 1) Qual dos itens não pode ser considerado uma das principais atividades da contabilidade tributária? A) Contabilização de provisões de tributos. B) Pagamento de guias de tributos. C) Orientações tributárias para as filiais e as coligadas da empresa. D) Transcrição em livros fiscais de informações das notas fiscais. E) Apuração correta na base de cálculo ou de resultado tributável. 2) Sobre metodologia contábil e planejamento tributário, assinale a alternativa correta. A) O planejamento tributário é considerado lícito pelo fisco. B) O método das partidas dobradas é um sistema que deve ser personalizado a cada organização devido a particularidades de cada uma. C) De modo lícito não é possível evitar a hipótese de incidência tributária. D) O planejamento tributário permite que as empresas possam reduzir seus tributos após a ocorrência do fato gerador. E) O objetivo principal do método das partidas dobradas é o registro das origens e das aplicações de recursos. 3) A respeito de evasão fiscal, marque a alternativa correta: A) A evasão fiscal é uma ferramenta encontrada pelas empresas para obter vantagens fiscais antes da ocorrência do fato gerador. B) O fornecimento de documentação inexata ao fisco não pode ser considerado ato de evasão fiscal. C) O seu conceito está disciplinado na Lei n.o 8.137/1990. D) A Lei n.o 8.137/1990 não trata da falsificação de notas fiscais. E) Quando a empresa se nega a fornecer informações ao fisco pode estar cometendo o crime de evasão fiscal. 4) Entre as alternativas, assinale a que não pode ser considerada como um facilitador para a realização do planejamento tributário em uma organização: A) Realizar uma análise considerando não apenas a relação custo-benefício, como também o levantamento de riscos. B) Obter da contabilidade informações e relatórios fidedignos sobre a realidade da empresa. C) Desenvolver um diagnóstico fiscal considerando como foco a empresa, mesmo que faça parte de um grupo de organizações. D) Realizar simulações considerando três cenários: pessimista, otimista e conservador. E) Possuir na empresa uma equipe de profissionais com diversas formações e conhecimentos na área tributária e fiscal. 5) Em relação ao tema elisão fiscal, assinale a assertiva incorreta: A) Uma das diferenças entre elisão fiscal e evasão fiscal reside no fato de que a primeira é um ato lícito, e a segunda, ilícito. B) A elisão fiscal pode ser considerada sinônimo de planejamento tributário. C) A elisão fiscal só pode ser realizada com base no que consta na legislação. D) Um exemplo de elisão fiscal é o benefício fiscal concedido sobre os juros sobre o capital próprio. E) Há situações de interpretações divergentes entre o fisco e o legislador. Na prática Quando uma organização planeja antecipadamente suas ações tributárias, ela consegue identificar os ganhos possíveis na redução tributária de seus negócios. Na Prática você vai ver como ocorre esta situação quando uma organização planeja uma alteração na forma de mensurar sua carga tributária nos regimes de tributação em uso. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b4e3d740-dcc3-4acf-9c14-28bc4b903ee8/aaa6c404-907b-493f-8ecb-ccb739386e3a.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Planejamento tributário pode reduzir tributos das empresas Assista o vídeo Planejamento tributário – como pode reduzir os tributos das empresas O objetivo deste vídeo é apresentar os principais regimes tributários. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Elisão, evasão e elusão fiscal Leia o artigo Elisão, Evasão e Elusão Fiscal O objetivo deste artigo é apresentar o conceito, divergências e críticas ao artigo 116, parágrafo único, do CTN. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O preço da sonegação O objetivo deste artigo é apresentar o conceito e consequências da sonegação fiscal. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/5udkBlg8Zo4 https://jus.com.br/artigos/27969/elisao-evasao-e-elusao-fiscal http://www.portaltributario.com.br/artigos/precodasonegacao.htm Tributos Diretos e Indiretos Apresentação Os tributos, que podem ser classificados como impostos, taxas e contribuições em geral , exercem papel fundamental para a gestão pública, pois por meio deles são obtidas receitas necessárias para que o Estado cumpra o seu papel social. Nesse contexto, as organizações precisam estar atentas às legislações nos diversos âmbitos (federal, estadual e municipal) para que possam efetivamente gerir tributos e não meramente realizar seus pagamentos. Reconhecer as distintas espécies de tributos é o primeiro passo para melhor entender o tema em questão. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai aprender sobre os tributos diretos e indiretos e as diferenças entre os contribuintes. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Classificar os tributos.• Identificar os elementos que caracterizam se o tributo é direto ou indireto.• Reconhecer as diferenças entre contribuinte de fato e contribuinte de direito.• Desafio João é estudante de Contabilidade e conseguiu o emprego que há tempos almejava em um escritório contábil. Com uma nova situação de independência financeira, resolveu sair da casa de seus pais e alugar um apartamento com um amigo. Durante o período de férias, em janeiro, foi viajar com a namorada, ficando o amigo, com quem divide seu apartamento, responsável pelo pagamento das contas do imóvel locado. Quando João retornou, em fevereiro, percebeu que seu amigo não havia pago o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do imóvel. Informou-lhe que não havia quitado o imposto, pois acreditava que não seria de responsabilidade deles, uma vez que são meros inquilinos e não proprietários do imóvel. Em dúvida, João foi consultar o contrato de locação, identificando que havia uma cláusula contratual prevendo a obrigação de pagamento do IPTU por parte dos inquilinos. Se estivesse na situação de João, como você o orientaria? Pagaria ou não o imposto? Dê embasamento a sua resposta com referências no entendimento sobre tributos. Infográfico A diferença entre os tributos indiretos e diretos está no seu objeto , ou seja a base de referência para ser estimado. Além disso, apresenta a relação que há no pagamento de tributos diretos em que o contribuinte realiza o recolhimento, em contrapartida aos tributos indiretos, em que o recolhimento é de responsabilidade das empresas que produzem, revendem e prestam serviços, mas o responsável por arcar com esses dispêndios são os consumidores dos respectivos bens e serviços. No Infográfico a seguir você verá a distinção entre ambos. Os impostos são arrecadados pelo governo para que ele possa realizar a prestação de serviços, é o cumprimento de suas obrigações para com a sociedade. É uma parte da riqueza das pessoas físicas e jurídicas que o governo retira, de forma coercitiva. Os diversos tipos de impostos que existem podem ser separados em diretos e indiretos. Podem ser da esfera municipal, estadual ou federal, ou ainda, de competência do Distrito Federal. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c9a3a2a56100acd23b23e21c8ad177ecConteúdo do livro Os tributos, além de serem diversos, representam grandes dispêndios tanto para organizações como para pessoas físicas, ocasionando uma série de dúvidas e confusões no momento de seu pagamento. Compreender como se classificam, sua origem e propósito e sua base de referência são atitudes facilitadoras para poder gerir a chamada administração tributária. No capítulo Tributos Diretos e Indiretos da obra Contabilidade Tributária, você vai entender a relação que existe entre estas classificações de tributos e sua aplicabilidade. Boa leitura. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Ramon Alberto Cunha de Faria F224c Faria, Ramon Alberto Cunha de. Contabilidade tributária [recurso eletrônico] / Ramon Alberto Cunha de Faria coordenação: Pablo Rojas. – Porto Alegre : SAGAH, 2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-12-8 1. Contabilidade tributária. 2. Tributação. I. Título. CDU 657:336.221 Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 © SAGAH EDUCAÇÃO S.A., 2016 Colaboraram nesta edição: Coordenador técnico: Pablo Rojas Capa e projeto gráfico: Equipe SAGAH Imagem da capa: Shutterstock Editoração: Kaka Silocchi Reservados todos os direitos de publicação à SAGAH EDUCAÇÃO S.A., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 - Porto Alegre, RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da empresa. 76 INTRODUÇÃO Os tributos indiretos são os que oneram diretamente a população brasileira, pois são repassados pelas indústrias, comércios e serviços, os valores aos consumidores finais. Para entendermos melhor este instituto, temos que ter conceitos de contribuinte de fato, contribuinte de direito e conhecer um pouco mais sobre os tributos. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade você deve apresentar os seguintes aprendizados: • Compreender a classificação dos tributos; • Identificar os elementos que caracterizam se o tributo é direto ou indireto; • Saber diferenciar os conceitos de tributos sobre a renda e sobre o consumo. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Antes de analisarmos e conceituarmos os tributos indiretos, vale ressaltar o conceito de tributos diretos. TRIBUTOS DIRETOS Os tributos diretos incidem diretamente sobre o patrimônio e a renda dos “Contribuintes de fato”, não há a possibilidade de repassar a outrem o ônus tributário. Um exemplo de tributo direto e que não pode ser repassado, é o imposto de renda pessoa física, ao qual é de única e exclusiva responsabilidade do contribuinte de fato. O IPTU também é um tributo direto pelo qual o contribuinte de fato não consegue repassar o ônus tributário. 77 Contribuinte de fato Os Contribuintes de Fato, são os que realmente arcam com o tributo, pessoa que arca com o ônus tributário sem poder repassa-lo a outrem. Contribuinte de direito Os Contribuintes de Direito, são as pessoas que ficam incumbidas através de lei pelo recolhimento do tributo, porem irão repassar os devidos valores no momento da venda ou prestação de serviços na emissão do documento fiscal. TRIBUTOS INDIRETOS Os tributos indiretos têm a característica de a carga tributária recair sobre o contribuinte de direito, e o mesmo o transfere para outro, que no caso é designado ao contribuinte de fato, aquele que realmente arca com o ônus tributário. Os tributos indiretos recaem sobre a produção, revenda e prestação de serviços, ou seja, recai sobre o consumo de bens e serviços, e há possibilidade e direito de repassar o valor dos tributos à terceiros. No Brasil os tributos sobre o consumo de bens e serviços lideram o ranking de arrecadação, pois acarretam um efeito em cadeia, pois os preços são pagos indissociáveis com os produtos. Então no momento da compra de determinado bem ou serviço, o consumidor final não repara no valor pago desses tributos. De acordo com uma pesquisa realiza pela empresa KPMG Tax Advisors, aponta que em 2008 a carga tributária chegou a 35,80% do PIB brasileiro, que foi de 1,034 trilhões, e o percentual de arrecadação dos tributos indiretos fora de quase 50% em relação com as demais categorias, somando um valor de mais de 500 bilhões, conforme quadro abaixo: 78 Base Incidência Arrecadação % Federal Estadual Municipal Bens e consumo 500.637 48,40% 258.582 220.083 21.972 Renda 212.056 20.50% 212.056 0 0 Folha salários 233.023 22,53% 209.595 17.810 5.618 Propriedade 35.679 3,45% 417 18.673 16.499 Trans. Financ. 21.146 2,04% 21.146 0 0 Outros 31.856 3,08% 18.339 10.075 3.442 TOTAL 1.034.397 100% 720.134 266.731 47.531 * Em bilhões (R$) Fonte: KPMG Tax Advisors Embora a pesquisa demonstrada seja embasada no ano de 2008, a mesma não possui desproporcionalidades em relação aos percentuais, que é o mais importante para fins de ilustração. O montante da arrecadação sim, este vem crescendo e batendo recordes a cada ano, mas o intuito é de mostrar o quão grande é o percentual de arrecadação dos tributos incidentes sobre o consumo de bens e serviços no Brasil. 79 REFERÊNCIAS BRASIL. Código Tributário Nacional: Lei nº 5.172/1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm. Acesso em 05/01/2016. _________.Código Tributário Nacional: Lei nº 5.172/1966. Legislação complementar. 17 ed. São Paulo: Atlas, 1987. Dica do professor Como existe uma mescla de tributos em nossa legislação que torna complexa o entendimento sobre a área tributária das organizações. Torna-se importante o entendimento sobre os conceitos e relação entre os tributos diretos e indiretos. Na Dica do Professor você vai ver como esta relação ocorre nas organizações. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/eb6f869de70505add07ee0229be99c4f Exercícios 1) Sobre o tema tributos diretos e indiretos, assinale a alternativa CORRETA: A) São considerados tributos diretos aqueles que a cada etapa seus valores são repassados aos preços. B) O IPVA, imposto indireto, encontra-se no topo do ranking nacional atual de arrecadação. C) Um exemplo de imposto indireto é o ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural). D) Os tributos diretos estão relacionados diretamente com o patrimônio e com a renda. E) Os tributos diretos vinculam-se com a produção. 2) A respeito dos tipos de contribuintes, assinale a resposta CORRETA: A) O contribuinte responsável por suportar o ônus tributário é o contribuinte de direito. B) Não há situações em que o contribuinte de fato e de direito configuram uma única pessoa. C) A pessoa designada perante lei pelo recolhimento do tributo é o contribuinte de direito. D) Quem realiza o pagamento dos tributos indiretos ao fisco é o contribuinte de direito. E) Os contribuintes de fato têm a prerrogativa de repassar o pagamento de tributos a outrem. 3) Responda a alternativa CORRETA sobre tributos diretos: A) Há possibilidade de transferência, de modo automático e individualizado, do ônus financeiro da carga fiscal. B) São tributos que incidem definitivamente sobre o contribuinte. C) O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) pode ser considerado um exemplo. D) As obrigações podem ser objetivo de repercussão. E) A contribuição social sobre o lucro líquido não pode ser considerada um tributo direto, pois se relaciona à produção. 4) Dentre as alternativas sobre informações dos elementos que compõem o tributo, assinale a resposta CORRETA: A) Prestação pecuniária ou em valor que se possa exprimir: significa dizer que o tributo deve ser pago somente em moeda corrente. B) Compulsória: refere-se à possibilidade de se pagar o tributo. C) Atos ilícitos são tributados, sem prejuízo das sanções sobre esses atos D) Cobradamediante atividade administrativa plenamente vinculada, a cobrança de tributos pela Administração Pública se dá através de fato gerador por agente com poder discricionário. E) Instituído em lei: pode-se entender que para haver tributo deve existir previsão legal especificadamente no Código Civil. 5) A partir das informações sobre a teoria e a prática de tributos diretos e indiretos, marque a alternativa CORRETA: A) Impostos podem ser sinônimos de tributos indiretos. B) Os tributos diretos oneram diretamente os consumidores finais. C) O fisco pode ser considerado como sujeito passivo na relação tributária. D) Os tributos são igualmente arrecadados por União, Estados e Municípios. E) O fato de o pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor) ocorrer de forma direta e seu ônus tributário não poder ser repassado a outro contribuinte o caracteriza como um tributo direto. Na prática A complexidade da legislação tributária como desenvolvido nesta unidade de aprendizagem , sob a ótica da classificação dos tributos e a diferenciação de tributos diretos e indiretos, nos leva a ponderar sobre como deve ser a administração tributária de uma organização. Veja na prática como ocorre o gerenciamento das fontes de divisas do governo federal, por meio dos tributos que são da responsabilidade da União. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Classificação dos tributos em espécie No artigo de hoje, vamos relembrar a classificação dos tributos em espécie, quais sejam: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. BRASIL. Código Tributário Nacional: Lei n.o 5.172/1966. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://turivius.com/portal/classificacao-dos-tributos-em-especie/ https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm
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