Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO FARMÁCIA Geiziane Silva Gomes Julia Manuella Santos Pereira Maria Clara Pedrosa Martins Maria Fernanda Carvalho da Silva Sofia Luz Guimarães O AUTISMO; A CANNABIS COMO AGENTE TERATOGÊNICO Ouro Preto 2022 Muito se tem debatido sobre o Autismo e a cannabis como agente teratogênico, visto que grávidas têm utilizado a substância como meio medicinal para tratar náuseas e outros sintomas da gravidez. É indiscutível que, o crescimento industrial e a pressão da legalização da maconha tem contribuído para a ideia de que ela é segura. Porém, o uso excessivo e desregulado da droga por parte dos homens e mulheres em idade reprodutiva afeta o desenvolvimento correto e saudável do feto, uma vez que acomete diversos tecidos, causando a morte celular em muitos órgãos. Os principais agentes canabinóides são o THC e o CBD, responsáveis pelas sensações de bem estar. Apesar desse contentamento temporário, o THC não é benéfico para a evolução cerebral, tendo em vista que seu uso a longo prazo pode gerar riscos para toda a vida, como o desenvolvimento de psicose, depressão, ansiedade, déficits cognitivos, entre outros prejuízos sociais e psicológicos. Esse efeito é contrário à ação do CBD no organismo, já que seu uso é medicinal e é utilizado para controlar e tratar doenças neurológicas. As gestantes, por sua vez, desconhecendo sobre as consequências da cannabis e seus agentes, acabam consumindo derivados ricos em THC, sendo assim prejudicial não só a ela, mas também ao feto. A relação da maconha com a gravidez vai além de seus efeitos alucinógenos, tendo em vista que esse estimulante possui um caráter lipossolúvel, ou seja, interage bem com substâncias apolares. Essa característica permite que a cannabis prejudique e altere a função da placenta, atravessando essa parede protetora por difusão simples, fazendo com que os metabólitos dessa substância atinjam o bebê, causando assim, o Autismo. Além disso, essa substância ilícita também altera o processo meiótico, afetando a produção de gametas femininos. Os efeitos do uso da cannabis não se restringem somente às mulheres. Os homens também são alvos das alterações causadas pelo uso da droga. Um dos resultados desse consumo por eles pode ser exemplificado pelas modificações causadas pelo THC, que é responsável por interromper o desenvolvimento correto das células espermáticas. Com a metilação do DNA foram detectados distúrbios com a exposição germinativa do THC, já que são reguladores conhecidos de neurotransmissão que foram especulados como genes de suscetibilidade para condições psiquiátricas, como o autismo. Diante dessas informações, pode-se concluir que o conjunto de alterações sofridas pelas mulheres e pelos homens acarreta em gestações de riscos, fazendo com que o feto esteja suscetível a tais efeitos,como o autismo. O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico caracterizado pelo desenvolvimento atípico que engloba condições marcadas por perturbações responsáveis por alterar o relacionamento social. Tais manifestações comportamentais acarretam em déficit na comunicação e em padrões repetitivos e estereotipados. As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica focou seus estudos na predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. De acordo com verificações realizadas por meio de pesquisas, foi identificado que fatores ambientais impactam o feto como o estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio. REFERÊNCIAS DE OLIVEIRA, Hermelindo. O que é o Autismo? Autismo e Realidade, 2013. Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/. Acesso em: 04 dez. 2022. SZUTORISZA, Henrietta; HURD, Yasmin L. High times for cannabis: Epigenetic imprint and its legacy on brain and behavior. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, Nova York, 29 Jan. 2017. Disponível em: www.elsevier.com/locate/neubiorev. Acesso em: 4 dez. 2022. AVELAR, Beatriz Rodrigues. et al. Os efeitos psicológicos encontrados em crianças oriundas do uso de Canabinóides durante o período gestacional. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, p. 1-11, 26 jul. 2021. Disponível em: https://scholar.archive.org/work/u52mw55ldzdxvejv3cihenagd4/access/wayback/https ://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/download/33392/pdf. Acesso em: 5 dez. 2022. CORSI, Daniel J. et al. Maternal cannabis use in pregnancy and child neurodevelopmental outcomes. Nature Medicine, Ottawa, p. 1-15, 10 ago. 2020. Disponível em: www.nature.com/naturemedicine. Acesso em: 4 dez. 2022. DIAS, Mônica Sabrina da Silva et al. Efeitos toxicológicos causados por uso de drogas de abuso na gestação. Revista Rios Saúde, Pernambuco, p. 1-11, 2018. Disponível em: http://www.fasete.edu.br/revistariossaude. Acesso em: 3 dez. 2022. Transtorno do Espectro Autismo (TEA). Disponível em: <https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Transtorno-do-Espectro-Autismo-TEA#:~:text= O%20transtorno%20do%20espectro%20autista>. Acesso em: 5 dez. 2022.
Compartilhar