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________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Plano de Orientação para aprendizagem a Distância – POAD Etec/CD: Getúlio Vargas Curso: Ensino Médio com Habilitação em Química Série/Módulo: 1ª ano Componente Curricular: História Docente: Prof. Celso Luiz Lucas Turma: 1H Turno: Integral Plano Didático Período (Quinzena): 16/07/2020 até 30/07/2020. Competência(s) 1-Construir e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. 2-Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representadas de diferentes formas para tomar decisões e enfrentar situações problema. Habilidade(s) 3-Relacionar informações, representadas em diferentes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas para construir argumentação consistente. 4-Analisar fatores socioeconômicos e ambientais associados ao desenvolvimento, às condições de vida e saúde de populações humanas, por meio da interpretação de diferentes indicadores. Base(s) Tecnológica/Base Científica Idade Moderna O Iluminismo Atividades Propostas Ler o texto O Iluminismo, o colapso do absolutismo e do sistema mercantilista. Em seguida responder ao questionário que está anexado da seguinte forma: editar e responder no próprio formulário Metodologia(s*) Leitura e discussão de textos, Sugestão de filmes e proposição de preenchimento de questionário. Instrumentos de Avaliação >Apresentar argumentos logicamente encadeados a respeito de um determinado assunto. >Contextualização, conteúdo, clareza, coesão e capacidade crítica ao argumentar, elaborar textos e ao realizar as atividades. >Apresentação de ideias com clareza e exatidão. Atividades Propostas Ler o texto O Colapso do Absolutismo e do Sistema Mercantilista. Em seguida responder ao questionário que estará anexado da seguinte forma: editar e responder no próprio formulário. Recomendamos que seja assistida a película “Amadeus” direção de Milos Forman. Filme sobre o músico austríaco Wolfgang Amadeus Mozart que recria o ambiente cultural de fins do século XVIII. Colapso do Absolutismo e do Sistema Mercantilista O Iluminismo O Século das Luzes Em boa parte do século XVIII (18), na França, consolidou-se o exemplo mais evidente de governo absoluto. Mas, ao longo daquele século, qualquer bom observador logo notaria no ar intensos sinais de mudanças. Afinal, até mesmo pelas ruas de Paris, capital da França, era possível encontrar ambulantes vendendo panfletos que divulgavam as novas ideias dos filósofos, em uma linguagem fácil e acessível. Muitas dessas ideias – não restava dúvida – defendiam a construção de uma sociedade bem diferente da que vigorava. Havia desde os que eram a favor de impor limites ao poder dos governantes até aqueles dispostos a formar uma sociedade de cidadãos, com direitos políticos e sociais, em que todos fossem iguais perante a lei. Para muitos, o século XVIII na Europa foi um tempo de liberdade de pensamento e de triunfo da razão. O que foi o Iluminismo? Em 1784, um jornalista de Berlim perguntou ao filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) sobre o significado de um termo que começava a entrar em voga na segunda metade do século XVIII: “O que é o Iluminismo:”. A resposta nos ajuda muito a compreender esse conceito e o movimento de renovação de ideias que tomou corpo naquela época. Kant definiu o Iluminismo como um processo de “esclarecimento”, a partir da qual o ser humano sairia de sua “menoridade” graças ao uso da razão e ao exercício da liberdade de pensamento. Por sua associação com “esclarecimento”, o Iluminismo é também chamado por muitos historiadores, de Ilustração. A razão é a palavra-chave para entender o Iluminismo: é considerada o instrumento fundamental para o ser humano lidar com a natureza e a sociedade. O Iluminismo foi, portanto, um conjunto de ideias desenvolvido na Europa, sobretudo na França, que defendia o racionalismo como valor essencial da sociedade. Daí a ideia de luz, em oposição ao que os iluministas consideravam trevas: o pensamento religioso dominante desde a Idade Média. É certo que a chamada “revolução científica” do século XVII não deixa dúvida sobre o avanço do racionalismo antes mesmo de o Iluminismo tomar forma. Naquele século, Galileu Galilei aprofundou a teoria heliocêntrica de Copérnico, segundo a qual a Terra girava em torno do Sol; Johanes Kepler estudou o movimento dos planetas; Isaac Newton descobriu a lei da gravitação universal, segundo a qual dois objetos quaisquer se atraem por meio de uma força que depende da massa desses objetos e da distância entre eles, fundando a Física moderna. Em resumo, os séculos XVII e XVIII representaram o predomínio progressivo da razão sobre a religião e apontaram para uma transformação de valores, comportamentos e instituições que estariam na base de formação do mundo contemporâneo. É por isso que se pode definir o Iluminismo como um conjunto de ideias que, tendo a Razão como valor fundamental, conduziu a um processo de “laicização” do mundo ocidental, em prejuízo da mentalidade religiosa. É também por isso que o século XVIII é considerado o Século das Luzes. A Enciclopédia e os enciclopedistas O símbolo desse movimento de renovação materializou-se numa obra fundamental: a Enciclopédia (I’Enciclopédie), publicada na França entre 1751 e 1772, sob a direção dos filósofos Denis Diderot e Jean Le Rond D’Alembert. Foi inspirada numa obra inglesa publicada em 1728 por Ephraim Chambers – Cyclopedia, dicionário universal das ciências e das artes -, o que demonstra o intercâmbio de idéias entre os dois países e como os ingleses produziram inovações fundamentais no pensamento ocidental, apesar de a França ser reconhecida como o berço do Iluminismo. A Enciclopédia compreendia 17 volumes e foi organizada a partir da “árvore de conhecimentos humanos” (ciência, arte, música, literatura, política, religião, matemática etc.) apresentada pelo inglês Francis Bacon no livro Novum organum (1620). Também se inspirou no Discurso do método (1637), do francês René Descartes. Entre os colaboradores da Enciclopédia estiveram alguns dos mais importantes pensadores do Iluminismo que, por isso mesmo, passaram a ser conhecidos como “os filósofos” ou “os enciclopedistas”. O próprio Diderot escreveu sobre filosofia e religião; D’Alembert escreveu sobre matemática; Charles Louis Secondat, o Barão de Montesquieu, escreveu sobre o gosto; François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, escreveu sobre literatura e história; François Quesnay, medido, escreveu sobre agricultura; Jean-Jacques Rousseau escreveu sobre música e política. A obra foi, por assim dizer, uma espécie de manifesto do pensamento iluminista que, em nome da razão, valorizava o estudo das ciências, das artes, da geografia, da história, libertando o conhecimento dos preceitos religiosos. O espírito da obra era nitidamente laico, isto é, oposto às explicações oferecidas pela religião para a natureza e a sociedade, sublinhando que o conhecimento era um processo humano e não um legado divino. Ela desafiava os dogmas católicos ao classificar a religião como um entre outros ramos da filosofia. Embora a Igreja tivesse condenado a Enciclopédia, incluindo-a no Índex dos livros proibidos em 1759, a obra continuou a ser redigida e publicada até sua conclusão, em 1772. Racionalismo e Ciência As transformações verificadas na produção do conhecimento ao longo do século XVIII abriram as portas para as invenções que marcaram o século XIX, considerado o “Século da Ciência”. Há vários exemplos dessa “febre científica” do Iluminismo, revelando o esforço dos pensadores da época em conhecer o mundo natural e o espaço sideral. O francês Antoine Lavoisier (1743-1794) descobriu a lei da conservação da massa, ampliou a lista dos elementos químicos e ainda demonstrou que o gás produzidono tratamento do óxido de mercúrio com ácido nítrico era o oxigênio. Criticou a perseguição de cientistas estrangeiros na fase radical da Revolução Francesa, mas foi preso e guilhotinado porque era arrematador de impostos, não por suas atitudes políticas. Ficou celebrizado como o “pai da química moderna”. O alemão Daniel Fahrenheit e o sueco Anders Celsius criaram as escalas de temperatura hoje conhecidas por seus nomes, aperfeiçoando o termômetro inventado por Santorio no século XVI. O francês Charles Du Fay foi o pioneiro na descrição da atração/repulsão das cargas elétricas. Os franceses Pierre Maupertius e Charles La Condamine comprovaram a teoria do achatamento da Terra nos pólos a partir de expedições científicas. O astrônomo Willian Hershel descobriu o planeta Urano e mapeou a Via Láctea, embora tenha se enganado ao dizer que o sol ocupava posição central na Galáxia. Claude-Francois-Dorothée, marquês de Jouffroy d’Abbans em 1783, com a introdução de um cilindro horizontal acionado por um pistão. O invento ficou conhecido como Pyroscape, e conseguiu navegar por 15 minutos contra a corrente do rio Saône, na França. Os irmãos Joseph e Jacques Montgolfier inventaram o balão movido a ar quente (depois o hidrogênio), que foi aos céus em 1783 (em 1785, o globo aerostático atravessou o canal da Mancha, voando da Inglaterra à França. No campo da zoologia e da botânica, o sueco Carl Von Lineé, ou Carlos Lineu, criou a taxonomia (classificação) das espécies vegetal e animal até hoje utilizada, ao publicar sua principal obra, Sistema natural (1735). Essa taxonomia divide os seres em reinos (animal, vegetal e mineral), que se desdobram em filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies, cada categoria com suas devidas ramificações na ciência biológica. O francês Georges Louis Leclerc, Conde de Buffon, publicou sua História natural em 36 volumes, numa linguagem acessível aos leigos. O século XVIII foi considerado o tempo dos naturalistas, entre eles zoólogos, botânicos, geógrafos – todos colecionadores e classificadores das espécies naturais. No campo da sexualidade humana, vários médicos enfrentaram as antigas noções de virtude e pecado, em favor da saúde dos indivíduos. Em resumo, o Iluminismo pôs abaixo as explicações que o Cristianismo oferecia sobre a natureza e a humanidade, estimulando a experiência científica em todas as áreas. Cumpriu ainda importante papel no campo da política, já que as ideias dos filósofos iluministas foram decisivas para a onda revolucionária que varreu a Europa a partir de fins do século XVIII. O Iluminismo contra o absolutismo Além de se chocar contra a Igreja, ao propor o conhecimento racional do mundo, os iluministas bateram de frente também com o Absolutismo e o Antigo Regime: uma sociedade caracterizada pela rígida estratificação social, com três grandes estados (ordens ou estamentos): o clero, a nobreza e o povo (chamado de terceiro estado). Tratava-se de uma versão atualizada da antiga hierarquia feudal. O mundo havia mudado bastante naqueles últimos séculos, mas o modelo de sociedade continuava basicamente o mesmo. O terceiro estado compreendia todos os grupos sociais não incluídos no clero ou na nobreza: as burguesias mercantil e manufatureira, o campesinato, os artesãos, os trabalhadores urbanos, dentre muitos outros. O Antigo Regime era uma sociedade que celebrava a desigualdade, legalizando privilégios dos quais somente uma pequena parcela dos súditos do rei (o clero e a nobreza) podia desfrutar. Alguns estavam isentos de impostos e outros pagavam taxas muito pequenas ao rei. Sua base de sustentação era o Absolutismo, ou seja, o poder absoluto dos reis, com sua burocracia palaciana e seu exército permanente – um poder que controlava toda a economia e que se justificava, em maior ou menor grau, na crença de que o poder do monarca vinha de Deus. Os filósofos do Iluminismo, embora não tenham sido eles próprios revolucionários, criticaram frontalmente esse tipo de sociedade e, sobretudo, as idéias que a justificavam. Foi o caso de Montesquieu, cuja principal obra, O espírito das leis (1748), sustentava a divisão do poder do Estado em três instâncias: executivo, legislativo e judiciário. Nesse modelo, que décadas depois seria adotado pelos governos liberais, os governantes deviam executar as leis elaboradas pelas assembléias representativas da sociedade; a justiça ficava a cargo de um poder independente. Montesquieu considerava ultrapassado o modelo das três ordens da sociedade, defendendo a separação entre a esfera pública e os interesses privados, cuja mistura era vista como fonte de corrupção. Era monarquista, mas contrário à concentração de poderes característica do Absolutismo. Voltaire foi outro intelectual importante da época, autor de vasta obra literária e filosófica, como o Dicionário filosófico (1764). Era a favor de uma “monarquia ilustrada”: considerava que o Estado não deveria existir para servir ao rei, mas para atender às necessidades dos súditos e defender a “felicidade pública”. Voltaire não advogava a igualdade entre os indivíduos, exceto a igualdade civil: “Somos todos iguais como homens, mas não somos iguais na sociedade”. Em busca do contrato Jean-Jacques Rousseau foi bem mais radical que Montesquieu e Voltaire. Escreveu textos fundamentais, como o polêmico Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (1754) e o clássico Contrato Social (1762). Rousseau defendia que, em seu estado natural, o indivíduo era bom, e só se corrompia na sociedade. Rousseau afirmava que as primeiras sociedades humanas, vivendo em conformidade com a natureza, revelavam a igualdade ideal. Com o desenvolvimento da economia e da propriedade, surgiram as ambições, a competição, o individualismo, corrompendo-se a natureza humana, que ele considerava, na essência, boa. Rosseau discordava totalmente do inglês Thomas Hobbes, filósofo que, no século anterior, em seu clássico Leviathan (1651), sustentava que a natureza humana era essencialmente egoísta (“o homem é o lobo do homem”), o que justificava a existência do Estado – organismo que resultaria de uma espécie de “contrato” ou “pacto” entre as pessoas, que delegavam a uma autoridade o poder de frear as ambições destrutivas de cada um. Já o contrato social proposto por Rousseau era totalmente diferente. Para resgatar o espírito de fraternidade característico do indivíduo natural, defendia um Estado representativo da soberania do povo: o soberano só seria legítimo como mandatário do povo; do contrário, seria tirano. O pensamento de Rousseau, mais radical, não representava a totalidade das opiniões dos iluministas franceses do século XVIII. A maioria defendia reformas que, conservando a monarquia, modernizariam o Estado, garantindo melhores condições de igualdade civil e liberdade para o progresso da sociedade. Isso fez do Iluminismo, em certo sentido, um ideário burguês. As idéias de Voltaire e Montesquieu teriam peso considerável no futuro político da França e do mundo ocidental. Defendiam a propriedade privada e as liberdades políticas e econômicas, prefigurando a ideologia liberal do século XIX, como veremos na sequência. O despotismo esclarecido O historiador Georges Gusdorf, no livro Os princípios do pensamento da Europa das Luzes (1971), escreve que “a expressão despotismo esclarecido, utilizada frequentemente pelos historiadores para designar o período que se estende mais ou menos de 1750 até o início da Revolução Francesa (1789), apresenta o inconveniente de propor uma contradição nos seus termos, pois um déspota não poderia, por definição, ser esclarecido”. Mas foi isso que ocorreu no século XVIII em vários reinos europeus cujos monarcas e ministros assimilavam parte das ideias iluministas em voga na França e na Inglaterra, num esforço para modernizar o Estado. Eles buscavam libertá-lo da influência da religião, sobretudo nos países católicos, e utilizar o governo para fomentar a economia, aumentar a riqueza dasociedade. Esse processo foi típico de reinos como Espanha, Portugal, Prússia e até mesmo a Rússia, todos com papel secundário no jogo político do continente. Na Inglaterra, país onde ocorreu pela primeira vez a derrota do Absolutismo (1688), não havia espaço para despotismo, fosse ou não esclarecido. A França, por sua vez, foi o cenário mais destacado das Luzes, onde a filosofia iluminista alimentou a inquietação revolucionária. Assim, foi nos países europeus com economia mais fragilizada que o Iluminismo serviu para reforçar o Absolutismo, e não para destruí-lo. Os países ibéricos são bons exemplos desse processo. Na Espanha, o apogeu do despotismo esclarecido ocorreu no reinado de Carlos III, da dinastia dos Bourbon, responsável pela criação de um sistema de instrução pública, pela abolição do sistema de porto único no comércio colonial, pela criação de companhias de comércio, pela extinção dos impostos que prejudicavam o mercado interno e pela restrição de certos privilégios da nobreza. O mesmo caminho seguiu o reinado de D. José I, em Portugal, cujas reformas foram conduzidas pelo todo-poderoso Marquês de Pombal, principal ministro do rei. A grande batalha do despotismo esclarecido nos países ibéricos foi contra a influência exercida pelos jesuítas e pela Inquisição. O governo português foi o primeiro a expulsar os jesuítas do reino e das colônias, em 1759-1760, no que foi seguido pela Espanha, em 1767. Já os tribunais da Inquisição continuaram a existir, servindo como mecanismo de censura das ideias “revolucionárias” que marcaram o século, frequentemente chamadas de “ideias francesas”. Somente seriam extintos no início do século XIX, com a ascensão do liberalismo em Portugal e na Espanha. Mas, nos dois reinos, a Inquisição foi esvaziada, sobretudo com a abolição da diferença entre cristão-velho e cristão-novo, critério essencial para os inquisidores perseguirem os descendentes de judeus nos séculos XVI e XVII. Os casos da Prússia e da Rússia Outro caso importante de despotismo esclarecido, que muitos historiadores consideram clássico, foi o da Prússia, em especial no reinado de Frederico II (de 1740 a 1786), mais conhecido como Frederico, o Grande. O soberano – ele próprio um filósofo iluminista, autor de numerosos textos políticos, como Refutação do Príncipe de Maquiavel (1738) – defendia que o dever do rei era servir ao Estado e, embora não fosse apegado à religião, considerava útil a fé da população como fonte de solidariedade e obediência. Frederico II foi o maior responsável pela organização do exército e da burocracia prussianas, além de incentivar a manufatura, o comércio, a agricultura, o ensino público e as ciências naturais., Apesar das reformas, preservou ao máximo a nobreza prussiana, garantindo investimentos agrícolas e proibindo a venda de terras da aristocracia rural. Durante seu reinado, os prussianos venceram vários reinos inimigos na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), trazendo a Prússia para o cenário das potências europeias no final do século XVIII. Outro reino que conheceu reformas inspiradas no Iluminismo foi a Rússia, país resultante da expansão do Grão-Ducado de Moscou para leste (Urais e Sibéria), noroeste e sul. A adoção de costumes da Europa ocidental pela Rússia, a exemplo da corte ao estilo francês, tinha se iniciado no reinado do czar(imperador) Pedro, o Grande. A época áurea do despotismo esclarecido, entretanto, ocorreu no reinado de Catarina II, também conhecida como Catarina, a Grande, incentivadora das ciências e das artes. Catarina, prussiana de nascimento, manteve permanente correspondência com filósofos franceses, como Voltaire, que chegou a visitar a corte de São Petersburgo, então capital russa. Muitos historiadores afirmam, porém, que as “luzes” da imperatriz foram mais lenda que realidade, embora tenha realizado reformas administrativas importantes: incentivou as universidades de Moscou e São Petersburgo, estimulou as ciências naturais, apoiou a agricultura na Ucrânia e nas margens do Volga e adotou uma política de tolerância religiosa. Seu reinado (1762 a 1796) foi também marcado pela repressão violenta de diversas revoltas, pelo apoio à nobreza e pela opressão do campesinato, submetido à corveia obrigatória. A servidão camponesa teria vida longa na Rússia, só extinta em 1861. A Imperatriz Catarina foi quem conduziu a Rússia à condição de potência na geopolítica europeia – posição conquistada não apenas por conta do tamanho de sua população (cerca de 12 milhões de pessoas, 97% residentes no campo), mas também pela organização de um forte exército. . NOME: Amanda Campos de Paiva Almeida RM: 101433 Tipo de Ensino: Médio: X Técnico: Módulo/Série: 1º H 2º 3º 4º Habilitação: História Conteúdo: O Iluminismo Competências: Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representadas de diferentes formas para tomar decisões e enfrentar situações problema. PROVA: Mensal: X Bimestral: Prog. Parcial: Outros: Menção: MB B R I Professor(a):Celso Luiz Lucas Observações: Editem o trabalho e responda no próprio formulário, rasura anulam-nas. Questão 1: Leia os textos a seguir. Texto 1 Já havíamos chegado no ano da Encarnação do Filho de Deus, de 1348, quando, na cidade de Florença, sobreveio a mortífera pestilência. Por iniciativa dos corpos superiores, ou em consequência das nossas ações, esta peste, lançada sobre os homens por justa ira divina e para a nossa exemplificação, começara nas regiões orientais. BOCACCIO. Decameron, 1348/1353. In: MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio; Faria, Ricardo. (Org.). História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 1994. p. 33. Texto 2 – Esse terremoto não é novidade nenhuma – respondeu Pangloss. – A cidade de Lima experimentou os mesmos tremores de terra no ano passado, iguais causas, iguais efeitos: há com certeza uma corrente subterrânea de enxofre, desde Lima até Lisboa. – Nada mais provável – respondeu Cândido. – Como, provável? Sustento que é a coisa mais demonstrada que existe. […] Pangloss consolou a todos, assegurando que as coisas não podiam ser de outra maneira. […] Um homenzinho de preto, familiar da Inquisição, que se achava ao seu lado, tomou a palavra e disse: – Pelo visto, o senhor não crê no pecado original, pois se tudo está o melhor possível, não houve queda nem castigo. VOLTAIRE. Cândido, 1759. p. 12-13. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?setec_action=&co_obra=2239>. Acesso em: 22 out. 2013. (Adaptado). Os fragmentos apresentados integram duas obras literárias, abordando, no texto 1, a Peste Negra, que assolou a Europa no século XIV, e, no texto 2, o terremoto que devastou a cidade de Lisboa em 1755. Diante do exposto, explique como: a) os textos interpretam, de modos diferentes, a causa dos fenômenos abordados; R: No texto I procura-se uma explicação religiosa para o início e a proliferação da Peste Negra na Europa, como citado no trecho “Por iniciativa dos corpos superiores, ou em consequência das nossas ações, esta peste, lançada sobre os homens por justa ira divina [...]” a possível causa para essa pestilência seria uma punição acerca de nossas ações feita por algo divino, ou seja, ações incorretas ou pecaminosas cometidas pela humanidade teriam provocado a irá de Deus, que como castigo lançou a Peste Negra sobre os homens. Já o texto II demostra um pensamento mais racional, procurando uma explicação lógica para a possível causa do terremoto e não uma explicação religiosa, como a irá de Deus perante a humanidade. Como evidenciado no trecho “Esse terremoto não é novidade nenhuma [...] A cidade de Lima experimentou os mesmos tremores de terra no ano passado [...] há com certeza uma corrente subterrânea de enxofre, desde Lima até Lisboa.” o terremoto possui uma causa lógica e presumível, como uma corrente subterrânea de enxofre, assim não seria nenhuma intervenção ou castigo divino. b) o texto 2 associa-se à filosofia iluminista. R: O texto II serelaciona com o iluminismo principalmente por apresentar uma visão mais lógica e cientifica sobre o terremoto, descartando motivações religiosas para o episódio. O iluminismo foi um movimento desenvolvido na Europa, que defendia o racionalismo como valor essencial da sociedade, assim pelo texto II representar justamente a ideia central do iluminismo: de apresentar motivações e soluções lógicas, é que ele se relaciona com a filosofia iluminista. Questão 2: Tudo que está escrito nas Sagradas Escrituras é verdade? De fato, cada uma das religiões diz: “Minha fé é a certa, e aqueles que creem em outra fé creem na falsidade e são inimigos de Deus”. Assim como minha fé me parece verdadeira, outro considera verdadeira sua própria fé; mas a verdade é uma só. Marido e mulher estão em pé de igualdade no casamento. Não podemos sair e comprar um homem como se fosse um animal. Todos os homens são iguais na presença de Deus; e todos são inteligentes, pois são suas criaturas; ele não destinou um povo à vida, outro à morte, um à misericórdia e outro ao julgamento. Nossa razão nos ensina que esse tipo de discriminação não pode existir. Adaptado de HERBJORNSRUD, Dag. “Os africanos que propuseram ideias iluministas antes de Locke e Kant”. Folha de S. Paulo, 24/12/2017. As proposições acima foram escritas por Zera Yacob (1599-1692), pensador etíope que desenvolveu suas ideias antes de europeus associados ao Iluminismo. Identifique dois ideais das proposições do pensador africano presentes, também, no pensamento iluminista. Em seguida, ainda com base nas citações, apresente um aspecto que diferencia Yacob da maior parte dos pensadores iluministas europeus. R: Os pontos coincidentes entre os ideais de Yacob e o pensamento iluminista eram a defesa da razão humana, da liberdade, da tolerância e da fraternidade. E como diferença, Yacob defendia a igualdade e a fraternidade entre os seres humanos, homens e mulheres, negros e brancos. Com as mulheres, Yacob defendeu sua igualdade com os homens perante o casamento e as enxergavas como par intelectual, argumentou contra a escravidão: “Todos os homens são iguais na presença de Deus; e todos são inteligentes, pois são suas criaturas; ele não destinou um povo à vida, outro à morte, um à misericórdia e outro ao julgamento. Nossa razão nos ensina que esse tipo de discriminação não pode existir”, criticou todas as religiões, mas apoiou a subjetividade da religião, dizendo que nenhuma crença era superior a outra, pois o que pode ser certo para uma pessoa, é considerado errado por outra. Questão 3: Leia as informações abaixo e, em seguida, responda ao que se pede: No século XVIII, o secretário do filósofo Voltaire contava uma história surpreendente: Madame de Châtelet, uma nobre francesa, não hesitava em se despir na frente de seus criados, pois, em suas palavras, "não considerava ser um fato comprovado que os camareiros fossem homens". Os direitos humanos só podiam fazer sentido quando os camareiros fossem também vistos como homens. (Texto adaptado. HUNT, L. A invenção dos Direitos Humanos: uma história. São Paulo: Cia das Letras, 2009. p. 78.) Pouco tempo depois, em 1789, no contexto da Revolução Francesa, publicou-se a Declaração Universal de Direitos dos Homens e dos Cidadãos, que afirmava: "Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser baseadas na utilidade comum." a) Qual a mudança com relação à ideia de direitos dos homens ocorrida entre o contexto em que viveu a Madame de Châtelet e a Revolução Francesa? R: Ao compararmos os dois textos podemos perceber que houve mudanças na percepção da condição humana, uma vez que no primeiro texto, há uma clara discriminação aos cidadãos de classes sociais mais baixas, pois estes não eram nem considerados como pessoas, mais apenas como empregados. Já no segundo texto, percebe-se que a igualdade entre os homens passou a ser regulada e padronizada, assim classificando as pessoas como iguais perante a lei, e apenas distinguindo-os socialmente pela utilidade, não pela sua classe social. b) Cite e analise UM impacto desta mudança para a história do mundo ocidental no século XIX. R: Um dos impactos dessa mudança foi a expansão dos direitos políticos e civis, como citado anteriormente, percebe-se que antes da Revolução Francesa a percepção de humanidade era baseada na condição de nascimento – pois apenas os de classes sociais mais elevadas eram considerados como pessoas, e a classe social era definida no momento do nascimento – e após a publicação da “Declaração Universal de Direitos dos Homens e dos Cidadãos” as pessoas passaram a serem consideradas iguais desde o momento do nascimento independentemente de sua classe social. Questão 4: Integrante da poderosa família dos Habsburgos, José II foi coroado imperador da Áustria em 1765, um dos mais vigorosos centros da cultura europeia no século XVIII. a) A partir de elementos representados na pintura, aponte e explique duas características das sociedades europeias no período. R: Nessa pintura é evidenciada a importância do clero e da nobreza, como grupos que possuíam privilégios que os distanciavam e isolavam dos demais membros da sociedade. Sendo uma coroação, é evidente que estariam presentes as principais classe sociais daquela sociedade, e a ausência de um representante da população demostra como essa classe social estava excluída da política, e com a presença do clero e da nobreza, demostra seu privilégio, sua influência e sua participação e poder no controle do Estado. b) Explique por que José II é considerado um déspota esclarecido. R: “Despotismo esclarecido" é um termo utilizado para designar a prática dos monarcas que, apesar de reinarem de forma absoluta, ainda implementaram reformas político-econômicas iluministas. Dentre as medidas iluministas adotadas por José II, podemos exemplificar, a abolição da servidão e da tortura, o estabelecimento do ensino primário obrigatório, a submissão do clero à autoridade do Estado e a liberdade de culto. Questão 5: Esta planta foi elaborada no contexto da nova política estabelecida pela Coroa portuguesa para suas possessões na América, durante o chamado período pombalino (1750-1777). A partir dela, a) identifique dois elementos que contrastam a organização espacial das comunidades indígenas com a organização espacial proposta pelos poderes coloniais; R: A organização social da maioria das comunidades indígenas era organizada em aldeias, cujas ocas eram dispostas circularmente em torno de um espaço central aberto, onde ocorriam os rituais da tribo. Já a organização espacial proposta pelos poderes coloniais sugere uma hierarquia explícita da ocupação do espaço, principalmente considerando a localidade da igreja, da sacristia, da casa do padre e da casa do diretor b) descreva as principais diretrizes políticas e culturais do projeto pombalino para a população indígena da América. R: Visando incorporar os indígenas à sociedade brasileira e subtraí-los à influência jesuítica, nesse cenário ocorreram mudanças políticas e culturais referentes às sociedades indígenas, tais como: uma maior liberdade dos indígenas e proibição de sua escravização pelos colonos; proibição da língua guarani, estimulando o uso da língua portuguesa; estímulo aos casamentos mistos; eliminação da classificação dos índios como impuros de sangue; colocou-os sob a proteção do Diretório dos Índios; etc.. Questão 6: A construção da modernidade econômica no Ocidente teve como elementos determinantes a aquisição de características mentais e sociais totalmente estranhas ao mundo greco-romano: uma árdua e longa reapropriação civil do trabalho e a invenção de uma relação nunca antes experimentada entre trabalho dependente e pessoal, seja nas cidades que renasciam, seja nos campos depois do feudalismo. E também uma reconquista da dimensão física da natureza – matéria e movimento, em um novo quadro de experiências e conceitos – como condição para uma aliança entre inteligência e produtividade, entre conhecimento científico, saberes artesanaise inovações tecnológicas. Aldo Schiavone, Uma História rompida. Roma Antiga e Ocidente Moderno. A partir do texto, a) caracterize a relação entre trabalho e “liberdade pessoal” na Antiguidade Clássica; R: Na Antiguidade Clássica, a noção de "liberdade pessoal" estava associada ao uso trabalho escravo, a forma de trabalho predominante, eles realizavam as mais diversas tarefas, de forma que houve a desvalorização das atividades manuais, pois a “liberdade pessoal”, entendida como o ócio necessário para o exercício da política, pertencia àqueles que não estavam submetidos à escravidão, pois com a existência de uma mão de obra, liberava aos cidadãos tempo para se dedicarem às atividades políticas. b) compare a natureza do conhecimento científico e das inovações tecnológicas do mundo greco-romano com a do mundo moderno. R: No mundo greco-romano, o conhecimento científico era majoritariamente tido como especulação e não estava interligado com as atividades práticas, principalmente por causa da desvalorização do trabalho manual, o que diminuía sua influência sobre as inovações tecnológicas. Já no mundo moderno, houve uma mudança de perspectiva, e a investigação e racionalização do conhecimento científico ajudou nos avanços tecnológicos, transformando e acelerando o processo produtivo. Questão 7: TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto a seguir é referência para a(s) questão(ões) a seguir. Eu chamo, pois, república todo Estado regido por leis, independente da forma de administração que possa ter; porque então somente o interesse público governa, e a coisa pública algo representa. Todo governo legítimo é republicano (...). As leis não são propriamente senão as condições de associação civil. O povo, submetido às leis, deve ser o autor das mesmas; compete unicamente aos que se associam regulamentar as condições da sociedade. Rousseau, Jean-Jacques. Do contrato social. versão para E-Book, <eBookBrasil.com>. Tradução Rolando Roque da Silva. p. 54. Durante o século XVIII, foi se constituindo uma corrente de pensamento chamada iluminismo. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) era um dos seus mais importantes representantes. Escreva um texto sobre o iluminismo, comentando três representantes contemporâneos de Rousseau e três das propostas mais importantes desse movimento intelectual. R: Chamado de “século das luzes”, o iluminismo trouxe ideias voltadas à razão para deslegitimar o modelo de estado predominante na época, o absolutismo, seu ideal era defender a liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e afastamento entre igreja e estado. Um dos filósofos iluministas mais comentados, foi o francês Jean-Jacques Rousseau e, por isso mesmo, um dos mais polêmicos da filosofia moderna. Entretanto, para além das polêmicas, o pensamento de Rousseau foi um dos mais influentes para a geração de filósofos e cientistas sociais dos séculos XIX e XX que se propôs a refletir sobre os fundamentos da sociedade, bem como suas contradições, como a exploração, a violência e a desigualdade. O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade. Um dos sintomas das falhas da civilização em atingir o bem comum, segundo o pensador, é a desigualdade, que pode ser de dois tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela causada por circunstâncias sociais, seria necessário, portanto, uma redução do poder do Estado soberano sobre os cidadãos livres, que se organizariam sobre a forma do contrato social, livres das imposições do Estado e articulados nos princípios da sociedade civil. Questão 8: Na pintura de Pompeo Batoni, de 1769, estão representados dois imperadores austríacos do Antigo Regime: José II e seu irmão Leopoldo II. No detalhe, pode-se observar um exemplar em francês do livro O espírito das leis, de Montesquieu, expoente da Ilustração ou Iluminismo. A presença do livro na pintura não é meramente decorativa, mas revela modos e práticas de governo adotados por diversos Estados europeus no século XVIII. Nomeie esse modo de governar. Em seguida, apresente uma ação promovida por monarquias europeias que empreenderam tais práticas. R: Despotismo Esclarecido e promoção de reformas políticas e educacionais. Questão 9: Examine a seguinte imagem: a) Identifique e analise dois elementos representados na imagem, relativos ao contexto sociopolítico de Portugal na segunda metade do século XVIII. R: Primeiro elemento: o próprio Marquês de Pombal, um dos maiores ícones do Despotismo Esclarecido ocorrido em Portugal, com ele iniciou-se um período de intensa mudança nos quadros econômicos e educacionais, visando tornar Portugal economicamente independente da Inglaterra e, ao mesmo tempo, fortalecer o rei, além de atualizar Portugal, nos parâmetros educacionais, em relação ao restante da Europa. Segundo elemento: a reconstrução de Lisboa, uma das grandes realizações de Pombal, a cidade de Lisboa foi atingida em 1755 por um terrível terremoto, arrasando a cidade. A cidade de Lisboa foi modificada durante o processo de reconstrução. A antiga cidade medieval foi substituída por um estilo pombalino com ruas lineares e largas. b) Aponte e explique uma medida relativa ao Brasil, adotada por Portugal nessa mesma época. R: As ações de Marquês de Pombal tiveram reflexos imediatos no Brasil, uma vez que a administração da colônia era sua atribuição. Uma das medidas promovidas por ele foi o aumento dos impostos cobrados na zona mineradora de Minas Gerais no ano de 1755, o objetivo era conseguir financiar a reconstrução da capital portuguesa, durante o auge da crise causada pelo terremoto. Questão 10: Leia atentamente um trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776. Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação. Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. (...) Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança. Tal tem sido o sofrimento paciente destas colônias e tal agora a necessidade que as força a alterar os sistemas anteriores de governo. A história do atual Rei da Grã-Bretanha compõe-se de repetidas injúrias e usurpações, tendo todos por objetivo direto o estabelecimento da tirania absoluta sobre estes Estados. Fonte: Disponível em: <http://www.arqnet.pt/portal/teoria/declaracao_vport.html>. Acesso em: 28 ago. 2014. a) Segundo os autores da declaração, quais as justificativas para a ruptura com a metrópole? R: Os autores justificam a luta pela independência e ruptura com a metrópole baseado no respeito às leis da natureza, à variedade de opinião, à igualdade entre os homens e ao direito de reação diante do despotismo absoluto. b) Relacione a Declaração a um ideário político do período. R: A independência dos Estados Unidos foi muito influenciada pelos ideais iluministas, como a liberdade deexpressão, a igualdade, a liberdade de imprensa e a tolerância religiosa. Na própria Declaração da Independência, é descrito sobre os direitos naturais à “vida, liberdade e a busca da felicidade”, esses ideais vieram do Iluminismo, ideais levados para a Revolução Americana logo depois. Houve também influência de pensamentos de filósofos iluministas, Montesquieu influenciou principalmente a separação de poderes (executivo, legislativo e judiciário) e a liberdade, Locke influenciou principalmente os direitos naturais (como o de possuir propriedades) e Rousseau influenciou o contrato social, ou seja, que o governo atendesse à vontade geral do povo para que haja um governo justo.