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1 Prof. Dra. Eliane A. Campesatto Grupo de Pesquisa em Farmacoterapia das Doenças Crônicas Universidade Federal de Alagoas @elianecampesatto ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS – São fármacos usados para tratar os sinais e os sintomas da dor, febre ou inflamação; – São ácidos orgânicos fracos de estrutura química variada; – Com várias finalidades terapêuticas. EICOSANÓIDES ➔ 1930: eicosa: derivados de ácidos graxo com 20 átomos de carbono; ➔ 1964 Bergström e Samuelson desvendaram a estrututa das PGs clássicas e demonstraram que elas são produzidas de ácidos graxos essenciais; ➔ ácido araquidônico (AA), precursor dos eicosanóides; ➔ Lipoxigenase = Leucotrienos ➔ Ciclooxigenase = prostanóides FOSFOLIPASE A2 (PLA2) ➔ Superfamília com mais de 13 diferentes isoformas ativas, com especificidade para diferentes substratos, sensibilidade ao pH, regulação e localização subcelular e são classificadas de acordo com a estrutura e a dependência de Ca2+; ➔ PLA2 secretada: contribuição patofisiológica em várias doenças inflamatórias (níveis aumentados durante a inflamação experimental); ➔ PLA2 citosólica do grupo IV: dependente de Ca2+, regulada por fosforilação, constitutivamente expressa em uma variedade de células e tecidos. CICLOOXIGENASE (COX) ➔ Glicoproteína bifuncional ➔ 1976: purificação da COX de vesicula seminal de bovinos/ovinos ➔ 1977: Needleman’s e cols. observaram que a inflamação renal induzida pela ligação da uretra de coelhos aumentava a geração de PGs; ➔ 1988: clonado DNAc 1 2 3 4 5 6 2 CICLOOXIGENASE (COX) ➔ 1990: “Clearly, those putative enzyme pools may arise as different gene products, possibly through the expression of different COX genes” (Needleman’s e cols.); ➔ 1991: - Simmons e cols. identificaram o RNAm da nova COX - Herschman e cols. clonaram a nova proteína COX COX-1 COX-2 COX-1 COX-2 DNAc Cromossomo 9: 22 kB Cromossomo 1: 8,3 kB RNAm 2,8 kB 4,5 kB Proteína 72 kDa: 599 aa 72 kDa: 604 aa Homologia 90% aa, similar Vmax e valores de Km para AA Diferenças GCs inibem a COX-2, sítio ativo da COX-2 > COX-1 Regulação “constitutiva” “induzida”/”constitutiva” Expressão tecidual maioria dos tecidos, plaquetas, estômago, rins induzida por st. inflamatórios e mitógenos em várias células. constituiva no SNC, rins, As ciclooxigenases COX-1 • Enzima essencial constitutiva • Encontrada na maioria das células e tecidos • Produção de PGs para manutenção de funções fisiológicas ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DAS PROSTAGLANDINAS – Proteção da mucosa gástrica (PGE2, PGI2) – Manutenção do fluxo renal e regulação do metabolismo de Na+ e K+ (PGE2, PGI2) – Indução contração uterina (PGE2, PGF2) – Estimulação da agregação plaquetária (TXA2) – Relaxamento vascular (PGE2, PGI2) – Contração (PGF, TXA2) TROMBOXANO E PROSTACICLINA The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics: HINZ & BRUNE, 2002. As ciclooxigenases COX-2 • Formação induzida processo inflamatório e interleucinas - IL1, IL2 e TNF • Prostaglandinas que mediam inflamação, dor e febre ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS 7 8 9 10 11 12 3 Mecanismo da ação Antinflamatória • Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Vane, 1971) • Inibição da liberação de histamina (Lewis e Whittle, 1977) • Diminuição da migração PMN e monócitos (Di Rosa et al., 1971; Higgs et al., 1980) ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS ESTÍMULO Fosfolipase A2 Prostaglandinas Prostaciclinas Tromboxano A2 Leucotrienos ÁCIDO ARACDÔNICO Ciclooxigenase Lipoxigenase FOSFOLIPÍDEOS DE MEMBRANA INFLAMAÇÃO ◼ Fase humoral: mediadores da inflamação – Eicosanóides – Histamina – Bradicinina – PAF – Interleucinas – NO e radicais livres do oxigênio ◼ Fase celular: o leucócito – Marginação, adesão – Quimiotaxia – Fagocitose – Ativação leucocitária com liberação extracelular de produtos Fonte: LEMBECK, F. e GAMSE, R. Substance P in peripheral sensory processes. Ciba Found. Symp. v. 91, 35–54, 1982. Fase Humoral ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS ◼ Mecanismo da ação analgésica ◼ Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Moncada et al., 1978; Ferreira e Vane, 1979). ◼ Exceção aos fenamatos que possuem ação antagonista sobre os receptores das PGs (Moncada et al., 1978; Collier e Sweatman, 1968). 13 14 15 16 17 18 4 ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS A DOR AGUDA ◼ Tem função de alerta ◼ Segue-se à lesão tecidual ◼ Desaparece com o fim do processo ◼ É bem definida no tempo ◼ Associa-se a alterações neurovegetativas ◼ Raramente fatores psicológicos e ambientais a influenciam ◼ Ou participam como fator primário ◼ Pode ocorrer como recidiva de processos crônicos ◼ Pode tornar-se dor crônica ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS A DOR CRÔNICA ◼ Persiste após a cura da lesão ◼ Ou está associada a processos patológicos por meses ou anos ◼ Não ocorrem as respostas neurovegetativas da dor aguda ◼ Pode decorrer de fatores ambientais ou psicopatológicos ◼ Gera stress físico, emocional, econômico e social relevante ◼ Seu diagnóstico e tratamento são mais difíceis ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Mecanismo da ação antitérmica ◼ Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX (Milton e Wendlant, 1971/ PGE como modulador na regulação da temperatura e ação antipirética relacionada com interferência na liberação de PGs (Vane, 1971) ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Trauma, lesão tecidual, inflamação, neoplasias, etc. Aumento na formação de Citocinas: Interleucina-1, Fator de Necrose tumoral, Interluecina-6 Formação da PGE2 Hipotálamo FEBRE Classificação dos AINES Inibidores seletivos Inibidores não seletivos inibidores seletivos Inibidores altamente seletivos da COX-1 da COX-1 da COX-2 da COX-2 aspirina aspirina (altas doses) meloxicam Celecoxibe indometacina etodolaco Rofecoxibe piroxicam nimesulida Etoricoxibe diclofenaco Valdecoxibe ibuprofeno Parecoxibe nabumetona Lumeracoxibe ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS seletividade da COX Quanto mais seletivo para COX-1 Maior Risco gástrico Quanto mais seletivo para COX-2 Maior Risco cardiovascular 19 20 21 22 23 24 5 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) INDICAÇÕES CLÍNICAS *** 1897 (Bayer) ◼ Analgesia - dores leves a moderadas cefaléia, enxaqueca, dismenorréia, mialgias, artralgias, neuralgias. ◼ Antitérmico (atenção síndrome de REYE e Dengue) *** Os produtos de uso pediátrico contendo ácido acetilsalicílico em suas formulações, apresentar na bula e rotulagem das embalagens primárias e secundárias a advertência: "Crianças ou adolescentes não devem usar esse medicamento para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a síndrome de Reye, uma rara, mas grave doença associada a esse medicamento" (RDC nº 137/2003) FARMACOCINÉTICA Pico de concentração: 1 hora; Ligaçao a PP: 80-90%; Meia vida: 2-3 h EFEITOS COLATERAIS - Gastrointestinais náuseas, vômitos, dispepsia, irritação da mucosa gástrica, pirose, podendo causar ulcerações com áreas hemorrágicas. Lesões: - Efeito irritante direto sobre a mucosa - Bloqueio das PGs (PGE2, PGI2) OBS: AAS revestido/AAS tamponado - Função Plaquetária Prolonga o tempo de sangramento, pode causar hemorragia por inibir Tromboxano A2 (forma as plaquetas). -- dosagem habitual como analgésico é 500 mg de 4 em 4 horas ou 6 em 6 horas (adultos). -- Como antiagreganteplaquetário: 100-325 mg ao dia. ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) EFEITOS COLATERAIS - Pele e Mucosas Destrói células epiteliais e induz edemas celular e descamação - Efeitos Respiratórios CO2 – hiperventilação Broncoespasmo em asmáticos - Síndrome de Reye Vírus (varíola ou influenza) + AAS predisposição genética Lesão hepática e encefalite - Hipersensibilidade ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) ◼ Ronal® ◼ Aspirina® ◼ Melhoral® ◼ AAS® ◼ Somalgin® ◼ Buferin® 100, 325, 500 mg ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) PARACETAMOL ◼ 1878/1946 (Harmon Northrop Morse/Laboratórios McNeil) *** acetanilida em 1886 e a fenacetina em 1887. ◼ Analgésico de eleição nas dores leves e moderadas ◼ Baixo efeito antiinflamatório. Ações farmacológicas ◼ Efeitos analgésicos e antipiréticos. ◼ Preferido em pacientes com úlceras, broncoespasmos, crianças com infecções virais e hemofilia, gestantes e lactantes. 25 26 27 28 29 30 6 PARACETAMOL FARMACOCINÉTICA ◼ Absorvido rapidamente pelo TGI (Biodisponibilidade 100%) ◼ Atinge níveis plasmáticos máximos em ½ hora à 1 hora, com ½ vida de 2 horas. ◼ É metabolizado no fígado por enzimas microssomais (sulfato e glicorunídeo de acetominofeno). ◼ É excretado pela urina. PARACETAMOL EFEITOS COLATERAIS - Efeitos Hepatotóxicos (metabólito altamente ativo e tóxico) Intoxicação Aguda: - 24 horas: náusea, vômito - 48 horas: hepatotoxicidade (doses acima de 10 a 15 g) PREPARAÇÕES Acetaminofeno ou Paracetamol: 500, 750 mg ou 200 mg/ml (dose máxima diária: 4 g) Sulfotransferase Glicuronil transferase Glutationa S transferaseGlutationa S transferase Ligação covalente ao grupo SH da proteína MORTE CELULAR Oxidase de função mista P450 Intermediário tóxico Biotransformação do paracetamol Altas doses esgotam a glutation e ocorre as reações com as proteínas hepáticas Reação com os grupos sulfidrílicos do glutation Antidoto administração de compostos sulfidrílicos N- acetilcisteína N-hidroxilação mediada pelo citocromo P450 N-acetil-acetaminofeno (intermediário altamente reativo para grupos sulfidrílicos) PARACETAMOL DIPIRONA Efeitos farmacológicos: age de forma semelhante ao AAS, geralmente associado a cafeína. *Metamizol ou dipirona: usado pel 1 vez em 1922 Farmacocinética Efeitos colaterais - Choque Anafilático; - Hipotensão (NO) – endovenosa; - Agranulocitose; - TGI: náusea, vômito, desconforto. Preparações -Magnopyrol®, Anador®, Novalgina®, Baralgin® 500 mg ou 500 mg/ml +++ 500 mg – 6/6 horas AGRANULOCITOSE A agranulocitose é, basicamente, uma reação alérgica. Os sintomas ocorrem entre dois a três dias após a exposição ao medicamento ou agente químico. Ocorre muito raramente em crianças e a incidência de agranulocitose aumenta com a faixa etária. O risco de agranulocitose atribuível a dipirona, é de 1,1 caso por milhão de pessoas expostas, que tenham tomado o fármaco durante o período de sete dias antes do início da doença. 31 32 33 34 35 36 7 RISCO DE EFEITOS ADVERSOS • Em 1998, ANDRADE; MARTINEZ; WALKEN, conduziram uma meta-análise para comparar estudos epidemiológicos de 1975 a 1995 e estimaram que a mortalidade por milhão de casos obtidos da comunidade de agranulocitose, de anemia aplástica, de anafilaxia e de complicações sérias do trato gastrointestinal superior era: • Dipirona 25/100 milhões; • Aspirina 185/100 milhões; • Diclofenaco 592/100 milhões; • Paracetamol 20/100 milhões. EFEITOS FARMACOLÓGICOS Potentes inibidores da COX, com analgésica e antiinflamatória com pouca ação antipirética. EFEITOS COLATERAIS (20%) – GI: pirose, sangramentos, ulcerações, diarréia, náuseas, constipação. – Cardiovasculares - Dermatológicos – Renais – Hepáticos APRESENTAÇÕES Diclofenaco - Voltaren®; Cataflan®; Flotac® -diclofenaco colestiramina- 70 mg; Bexai® 35 mg DICLOFENACO RDC nº 137/2003 ◼ É AINE de mesma eficácia dos demais, mas com mais relatos de efeitos indesejáveis. É usado indiscriminadamente como analgésico, em situações em que há evidências de que a associação de analgésicos não opióides e opióides seria mais bem indicada. ◼ A Anvisa determinou (RDC nº 137/2003) que todo medicamento que contenha diclofenaco (qualquer sal, inclusive resinato), independentemente da forma farmacêutica, deve Ter sua bula a recomendação que este fármaco é contra indicado para menores de 14 anos de idade, exceto em casos de artrite juvenil crônica. ◼ O motivo desta determinação, segundo a Anvisa, é que inexistem estudos suficientes de segurança e eficácia do diclofenaco em crianças. Injeção de diclofenaco 21.1. Os medicamentos injetáveis a base de diclofenaco sódico e potássico, apresentar na bula e rotulagem das embalagens secundárias a advertência: "Atenção: Aplicar exclusivamente no glúteo. Não injetar no braço (RDC nº 137/2003). O diclofenaco intramuscular deve ser administrado somente por injeção IM profunda, no quadrante externo superior da nádega. O diclofenaco não deve ser injetado em qualquer outro local. O número máximo de injeções diárias é duas, uma em cada nádega, com intervalo de algumas horas entre elas, por dois dias (Anvisa, 2016). EFEITOS FARMACOLÓGICOS – Açao analgésic, anti-inflamatória e antipirética. Contra-indicações – GI; Cardiovascular; Renal; Hematológico; - Gestantes: Categoria D Naproxeno Naprosyn® (250 e 500 mg-cpr), Flanax® (275, 550 mg-cpr e susp. 25 mg/ml) Cetoprofeno Bi-Profenid ® (150 mg-cpr), Profenid® (100 mg-cpr) Profenid IM 100mg Flurbiprofeno 8,75 mg (pastilha) Ibuprofeno (1961): Artril® (300 e 600 mg cpr), Motrim® (600 mg- drágea) , Spidufen® (400 e 600 mg-granulado) DERIVADOS ÁCIDO PROPIÔNICO - Meia-vida prolongada: Piroxicam: 50 hs; tenoxicam 72 hs; Meloxicam 20 hs. EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES – GI, cefaléia, zumbidos, edema, prurido, erupções cutâneas, Altera função plaquetária, broncoconstrição e alteracões dermatológicas. SUBSTÂNCIAS Piroxicam Feldene® (20 mg-cpr, cpr solúveis, cáps., sup.) Tenoxicam Tilatil®(20 e 40 mg-cpr e gran.), Tenoxen® (20 mg) Meloxicam Movatec® (7,5 e 15 mg-cpr) DERIVADOS DO OXICAN 37 38 39 40 41 42 8 EFEITOS FARMACOLÓGICOS – Boa tolerabilidade gástrica e renal – Poucos efeitos colaterais – Uso restrito em Pediatria ** foi retirada do mercado em vários países (Espanha, Finlândia, Bélgica, Irlanda e Estados Unidos). SUBSTÂNCIAS Nimesulida Scaflan® (100 mg), Nisulid® (100 mg-cpr) ◼ Dose: 2,5 mg/kg a cada 12 horas ou 1 gota/kg NIMESULIDA NIMESULIDA A nimesulida está contra-indicada em crianças com idade inferior a 12 anos, no terceiro trimestre da gravidez, durante o aleitamento, em doentes com insuficiência hepática e em doentes com história de reações de hepatotoxicidade à nimesulida. Nos doentes que venham a desenvolver sintomas compatíveis com lesões hepáticas durante o tratamento com nimesulida, ou que apresentem alterações nos testes da função hepática, o tratamento deverá ser interrompido e os doentes não deverão ser reexpostos à nimesulida A administração concomitante de nimesulida com medicamentos hepatotóxicos assim como o abuso de álcool deverão ser evitados. NIMESULIDA ◼ A CFT excluiu a nimesulida 50 mg/mL solução oral e incluiu ibuprofeno 50 mg/mL na Relação de Medicamentos Essenciais para a Rede Básica. ◼ Essas decisões foram baseadas nos estudos que se seguem e das considerações: - Em revisão do assunto feita por Bricks e Silva (2005) citando metanálise que incluiu 17 estudos aleatorizados (1820 crianças e adolescentes) verificou-se que o paracetamol (7-15 mg/Kg) e ibuprofeno (4-10 mg/kg) mostraram efetividade semelhante no controle da dor (3 estudos em 186 crianças) e que o ibuprofeno foi mais efetivo na redução da febre (1). – Em maio de 2005, o laboratório produtor de nimesulida, emitiu alerta desaconselhando seu uso em crianças menores de 12 anos, em face ao relato de dois episódios de síndromede Reye em Portugal, possivelmente associados ao seu uso. – Metanálise realizada por Gupta e Sachdev (2003) revelou um aparente maior risco (2,7 vezes, mas valor de P não-significativo) de elevação enzimática hepática quando se comparou nimesulida a outros recursos (placebo e outras drogas) (3). CETOROLACO (TROMETAMOL) (Deocil e Toragesic) Analgésico potente, antiinflamatório fraco. 10 mg – 6/6 horas Via oral/sublingual Reações adversas comuns (>1/100 e <1/10) Dor abdominal com cólicas, diarreia, tontura, sonolência, dispepsia, edema, cefaleia, náusea. ETODOLACO (Flancox®) Mais seletivo para Cox-2; Meia vida: 7 hs; 300 ou 400 mg de 8 em 8 hs. Bem tolerado e potente (100 mg de etodolaco equivale a 650 mg AAS). Reações adversas Comuns (> 1% e < 10%) Tontura, depressão, nervosismo, erupções cutâneas, prurido, dispepsia, dor abdominal, diarreia, flatulência, náusea, vômitos, constipação, gastrite, fraqueza, embaçamento visual, tinido, poliuria. Inibidores seletivos para COX-2 ESTRUTURA BÁSICA PARA A LIGAÇÃO DE AINEs SELETIVOS PARA COX-2 aspirina side pocket 43 44 45 46 47 48 9 INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 Inibidores altamente seletivos de COX-2 ◼ celecoxibe (1998), a rofecoxibe (1999), a etoricoxibe (2002), valdecoxibe (2002), Parecoxibe (2002) e o Lumiracoxibe (2005). ◼ Celecoxibe Celebra® 200mg, 2x ao dia ◼ Rofecoxibe Vioxx® 25-50mg,1x ao dia ◼ Etoricoxibe Arcoxia® 120, 90 e 60 mg 1 x ao dia ◼ Valdecoxibe Bextra® 40 mg 1 x ao dia ◼ Parecoxibe 40 mg IM/EV ◼ Lumiracoxibe Prexige® 100 e 400 mg INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 ◼ A incidência de úlceras em grupos de pacientes com OA e AR tratados com inibidores seletivos da COX2, em estudos de fase III, foi similar a o grupo placebo e significativamente menor que o grupo tratado com AINEs não seletivos (Hawkey, 2000). ◼ Bensen et al (2000) demonstraram que o celecoxibe reduz a freqüência de dores abdominais, dispepsia e náuseas em pacientes com OA quando comparados com AINEs não seletivos. INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 ◼ Estudos começaram a mostrar que os fármacos que inibiam seletivamente a COX-2, mas não a COX-1, aumentavam a taxa de problemas cardiovasculares, quando comparados com os AINE's tradicionais. ◼ Já em 2000, os pesquisadores do VIGOR publicaram um estudo em que o tratamento com rofecoxibe aumentou a incidência de infarto do miocárdio 5 vezes, comparado com pacientes tratados com naproxeno (New England Journal of Medicine 2000; 343, 1520-1528). Vioxx® ◼ Embora já houvesse evidências suficientes para justificar a realização de um estudo específico para avaliar os riscos cardiovasculares dos coxibes, infelizmente não houve recomendação do órgão regulador para que os fabricantes o fizessem. ◼ Não obstante a inoperância dos órgãos reguladores, a Merck divulgou uma série de publicações para enfatizar a segurança do Vioxx®, iniciando com uma matéria em 22 de maio de 2001 entitulada “A Merck reafirma a favorável segurança cardiovascular do Vioxx” e complementando com numerosos artigos na literatura médica, com revisão por pares, por empregados da Merck e seus consultores. ◼ A Merck patrocinou incontáveis simpósios de “educação” médica permanente em eventos nacionais com esforços para desacreditar as discussões sobre os riscos cardiovasculares do rofecoxibe. ◼ Com base em interpretação equivocada de resultados do estudo VIGOR (Vioxx Gastrointestinal Outcomes Research), enfatizou-se a mensagem de que não seria o rofecoxibe que apresentava toxicidade cardiovascular e sim o naproxeno que era cardioprotetor. ◼ Ficou claro que o interesse comercial da Merck nas vendas do rofecoxibe suplantou sua preocupação com a toxicidade potencial cardiovascular do medicamento. INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 ◼ Esses medicamentos não apresentam o “efeito cardioprotetor”, pois não bloqueiam a produção de tromboxano A2 (TXA2), responsável pela agregação plaquetária. ◼ Com isso, aumenta-se a possibilidade de exacerbação de hipertensão preexistente e também de edemas. ◼ Embora exista uma maior segurança quanto aos efeitos das COXIBs sobre o sistema gastrointestinal informações farmacológicas adicionais são necessárias para elucidar os efeitos cardiovasculares e renais e as possíveis interações com outros medicamentos. ◼ Para o alívio de dores suave a moderada, ainda o uso de AINEs convencionais tenha sua indicação. Escolha conforme seletividade da COX Quanto mais seletivo para COX-1 Maior Risco gástrico Quanto mais seletivo para COX-2 Maior Risco cardiovascular 49 50 51 52 53 54 10 IC50 μM Ibuprofeno Naproxeno Diclofenaco Cetoprofeno Indometacina Valdecoxibe Etoricoxibe Celecoxibe Aspirina 1,0 15 15 1,2 25 20 0,9 0,35 0,388 0,02 0,7 35 0,01 0,6 60 140 0,005 0,0000357 47,4 0,079 0,001666 15 0,040 0,00266 0,3 50 166 COX-1 COX-2 COX-2/COX-1 COX-2/COX-1 Quanto maior o número: - Menor seletividade para COX-2 Maior efeito gástrico Menor efeito cardiovascular Aspirina 166 Indometacina 60 Cetoprofeno 35 Naproxeno 20 Ibuprofeno 15 Diclofenaco 0,388 Celecoxibe 0,00266 Etoricoxibe 0,001666 Valdecoxibe 0,0000357 COX-2/COX-1 Seletivo COX-2 Paciente de uso crônico de AINES com baixo risco cardiovascular e baixo risco gástrico Ibuprofeno Naproxeno Paciente de uso crônico de AINES com baixo risco cardiovascular e alto risco gástrico Naproxeno ou Diclofenaco ou Ibuprofeno + Inibidor de Bomba Ou Inibidor seletivo da COX-2 Paciente de uso crônico de AINES com alto risco cardiovascular e baixo risco gástrico Naproxeno + baixa dose de aspirina Paciente de uso crônico de AINES com alto risco cardiovascular e alto risco gástrico Naproxeno ou ibuprofeno + Clopidrogel (Plavix) + inibidor da bomba ASMA ◼ A prevalência de asma induzida pelo AAS em adultos é de 21% e em crianças é de 5%. (Jenkins et al., 2004, v. 328, pp. 437) ◼ A sensibilidade cruzada pode ocorrer com ibuprofeno (98%), naproxeno (100%), diclofenaco (93%) e paracetamol (7%). (Jenkins et al., 2004, v. 328, pp. 437) ◼ Celecoxibe parece ser seguro nestes pacientes. (Barbroet al., 2001, v. 344, pp. 142-143; Martin- Garcia et al., 2003, v. 13(1), pp. 20-25) Reações cutâneas ◼ Prurido (ibuprofeno, naproxeno) ◼ Eritema Multiforme (sulindaco - 3 a 9%) ◼ Síndrome de Stevens-Johnson (diflunisal) ◼ Reações de Fotossensibilidade (piroxicam) 55 56 57 58 59 60 11 Toxicidade Hepática ◼ Administração de altas doses ◼ Associação de vários AINEs ◼ Uso prolongado ◼ Idade avançada ◼ Insuficiência renal TOXICIDADE RENAL ◼ Celecoxibe e rofecoxibe podem causar retenção de sódio e diminuição da filtração glomerular em pacientes de risco. (Brater, 2002, J.Pain Dymptom Manage, v. 23, pp. 15-20) ◼ Rofecoxibe causa maior toxicidade renal que o celecoxib e os AINES tradicionais. (Clin Ther. 2001, v. 23(9), pp. 1478-91) ◼ Todos os AINES podem causar IR Gestantes ➢ AINES: cautela e tempo restrito ➢3 últimos meses de gestação ➢ Inércia uterina e/ou ➢Fechamento prematuro canal arterial do feto (ANDRADE, 2002) Categorias de risco de gravidez da FDA A → Estudos controlados em mulheres não demonstraram risco no primeiro trimestre. Estudos bem controlados em gestantes não evidenciaram risco para o feto. Ex: Iodotirina, Liotrix, Citrato de Potássio, Cloreto de Potássio, Hidrato de cloral, Enflurano, Metoclopramida, ácido fólico. B → Não há evidências de risco em humanos. Estudos animais demonstraram risco – não confirmado em humanos – quando nãohá estudos em humanos; mas os estudos em animais foram negativos. Ex: Amoxicilina, Ampicilina, Cefalosporinas, Sulfadiazina, Nistatina, Brometo de Ipratrópio, Terbutalina, salbutamol, Meclizina, Dimenidrato, Amilorida, Fluoxetina, Metildopa. Categorias de risco de gravidez da FDA C → O risco não pode ser excluído. Faltam estudos em humanos, e os animais são positivos para o risco fetal ou não estão disponíveis. Entretanto, podem ser administrados se o benefício justifica o risco fetal. Ex: Carbamazepina, Pilocarpina, Heparina, Atropina, Dipirona, Clorpromazina, Dopamina, Metronidazol, Quinolonas, Clindamicina, Epinefrina, Lidocaína, BCG, Tifóide, Digoxina, Quinidina, Cloroquina. D → Há evidências positivas de risco fetal, mas o benefício do uso por mulheres grávidas pode ser justificado. Ex: Tetraciclina, Azatioprina, Varfarina, Ergotamina, Aspirina e Ibuprofeno (C/D), Ácido Valpróico, Fenobarbital, Fenitoína, Lítio, Diazepam, Benzotiazida, Captopril, Enalapril, Tetraciclina, Furosemida, Vacina de febre amarela. Categorias de risco de gravidez da FDA X → Contra-indicado na gestação. Estudos em animais e humanos demonstraram risco fetal, e o risco do uso sobrepôs-se ao benefício. Ex: Talidomina, Ribavarin, Metotrexato Aminopterina, Flurazepan, Temazepan, Anovulatórios (estrogênios e progestagênios), Danazol, Dionestrol, Estradiol, Teste Hormonais, Glicerol Iodado, Caxumba, Sarampo, Varíola, Isotretinoína (Retinóide). 61 62 63 64 65 66 12 Principais Drogas Teratogênicas Antiinflamatórios não-esteróides • Ibuprofeno • Naproxeno •AAS Quando utilizados no 3º trimestre da gestação estão associados ao fechamento prematuro do ducto arterioso e hipertensão pulmonar. O canal ductus arteriosus é responsável por ligar a aorta a artéria pulmonar. Este canal normalmente fecha-se imediatamente após o parto. O seu fechamento prematuro obriga o sangue a circular através dos pulmões, que ainda não se expandiram, e, em consequência, produz-se uma sobrecarga do sistema circulatório do feto. ➢ AINES ➢ Tempo restrito ➢ Precaução ➢ Asma brônquica ➢ Analgésicos ➢ Paracetamol ➢ Dipirona ➢ 1 gota/kg peso Crianças ANTIINFLAMATÓRIOS (AINES) FATORES DE RISCO PARA EFEITOS INDESEJÁVEIS DOS AINES ◼ Idade superior a 60 anos ◼ História prévia de doença GI ◼ Hipertensão arterial ◼ Insuficiência cardíaca congestiva ◼ Insuficiência renal ◼ Insuficiência hepática ◼ Depleção de volume (desidratação, hemorrogia) ◼ Uso concomitante de diuréticos e inibidores da ECA; Beta-bloqueadores, entre outros ◼ Afecções viróticas FÁRMACO MEIA-VIDA (HORAS) EXEMPLO COMERCIAL DOSE RECOMENDADA DE ANTIINFLAMATÓRIO Ácido Salicílico 0,25 Aspirina ® 500mg - 4/4hs ou 6/6hs Cetroprofeno 0,25 Profenid ® 100mg, 2x ao dia Diclofenaco 1,1 Cataflan ® ou Voltaren ® 50-75mg, 3x ao dia Ibuprofeno 2 Motrin ® Artril®, Spidufen® 400-600 mg, 4/3x ao dia Dipirona 2-3 Novalgina® 500mg, 4x ao dia Naproxeno 14 Naprosyn ® 500 a 1000mg, ao dia, em 2 tomadas Piroxicam 57 Feldene ® 20mg 1x ao dia Paracetamol 3-4 Tylenol® 500mg, 3/4x ao dia Celecoxib 8-12 Celebra ® 200mg,2x ao dia Ac. Mefenâmico 4 Ponstan ® 500mg,3x ao dia Tenoxican 42-98 Tilatil ® 20 mg ao dia Nimesulide 1-2 Nisulid® 100mg – 2 x ao dia 67 68 69 70 71 Slide 1 Slide 2: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 3: EICOSANÓIDES Slide 4 Slide 5: FOSFOLIPASE A2 (PLA2) Slide 6: CICLOOXIGENASE (COX) Slide 7: CICLOOXIGENASE (COX) Slide 8 Slide 9 Slide 10: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16: INFLAMAÇÃO Slide 17 Slide 18: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 19: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 20: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 21: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 22: ANALGÉSICOS, ANTITÉRMICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26: ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) Slide 27: ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) Slide 28: ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) Slide 29: ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) Slide 30: PARACETAMOL Slide 31: PARACETAMOL Slide 32: PARACETAMOL Slide 33 Slide 34 Slide 35: DIPIRONA Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44: NIMESULIDA Slide 45: NIMESULIDA Slide 46 Slide 47: Inibidores seletivos para COX-2 Slide 48 Slide 49: INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 Slide 50: INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 Slide 51: INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 Slide 52: Vioxx® Slide 53: INIBIDORES ALTAMENTE SELETIVOS DE COX-2 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59: ASMA Slide 60: Reações cutâneas Slide 61: Toxicidade Hepática Slide 62: TOXICIDADE RENAL Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69: Crianças Slide 70: ANTIINFLAMATÓRIOS (AINES) Slide 71
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