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A tragédia de Sófocles

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Começamos com a cena entre Creonte e èdipo, onde Edipo critica creonte por ter cortado a resposta de Delfos, que era o Oraculo, e acusando Creonte de ter inventado toda aquela situação para tomar o poder suistituindo Edipo, oportunidade em que Creonte o responde de forma a não usar testemunhas “Vamos jurar! Eu juro que nunca fiz nenhum complô contra a ti” 
- E esta era uma forma de sanar divergências entre guerreiros antigamente, onde a palavra valia tanto quanto qualquer testemunho que a pessoa tivesse a favor de si.
E no decorrer da peça, o Edipo se compromete a exilar o responsável pelo assassinato, por entender que a peste que castiga Tebas é uma maldição resultante deste. E claro, até este momento ele não sabe ainda que ele próprio foi o responsável pela morte do Laio, do rei.
- Aqui seria conexão de nossa visão de direito, de pena atribuída aquele que comete um crime, que sofre um julgamento e é condenado
Notamos aqui que o Edipo, ele esta assim envolto no próprio juramento, que era algo que, como eu disse anteriormente, era muito valido para os guerreiros (Quando o Creonte faz o juramento ao Edipo), e eram sempre feito esses juramentos de promessas e maldições
Esses resquícios da velha tradição reaparecem algumas vezes ao longo da peça. É esse mecanismo que eles buscam o estabelecimento da verdade. 
O autor fala que esse mecanismo de estabelecimento da verdade obedece inicialmente a uma lei, que poderíamos chamar de lei das metades. Que seria a junção de metades e o encaixe delas que resultam na descoberta da verdade. E na busca dessas metades, Edipo consulta o rei Apolo, o Deus de Delfos, que lhe responde que foi o rei Laio, o antigo rei, e pergunta-se novamente a Apolo quem o teria matado, e dessa vez Apolo não responde, diz apenas que não se pode forçar a verdade dos Deuses (no caso, ele é um Deus). Então aí tem-se a metade da verdade. Como não se pode forçar Apolo a responder pois ele é um Deus, Edipo recorre a Tiresias que é o advinho de Apolo, tido como sua sombra mortal. Eis que então Tiresias responde a Edipo: “Foste tu quem matou Laio!”
- Aqui nos temos algo que eu não irei chamar de nascimento do inquérito como o conhecemos por não saber se houveram ou não situações deste tipo antes desta. oucault mostra o desenrolar  do interrogatório como um jogo estratégico de perguntas e respostas em que as verdades vão sendo desveladas no movimento do discurso profético ao discurso da ordem do testemunho.
O jogo das metades está completo: temos a impureza do ato, assassinato, quem foi morto, quem matou. Há aqui o problema da promessa inicial de Édipo de expulsar o assassino, e é reafirmado por Tiresias: “Prometestes banir aquele que tivesse matado, cumpra teu voto e expulses a ti mesmo.”
- Nos vemos aqui uma mistura de politica e religião, vemos traços do Jusnaturalismo, quando Edipo busca o aconselhamento com o Deus Apolo, e sua palavra seria uma verdade absoluta. E temos a politica quando há a cobrança pela execução de uma promessa feita por Edipo, a de Banir o responsável pelo assassinato. Inclusive, Focault trata o inquérito, que é a ideia geral da obra, como uma forma politica de saber.
Bom, adentrando mais a peça, temos também contraposição de ideias, trazidas por Jocasta, que diz a Edipo que não havia como ele ser o responsável pela morte do Laio, uma vez que este fora morto por vários homens no entrocamento de três caminhos. Eis que Edipo responde Matar um homem no entrocamento foi exatamente o que eu fiz ao chegar em Tebas. 
- trazendo pro nosso contexto jurídico, seria o jogo da argumentação e confissão que vemos nos nossos julgamentos
- Quase completo, pois ainda falta um pequeno fragmento: o de saber se foi morto por apenas um ou por vários, o que aliás não se resolve na peça. 
- Que seria em nosso ordenamento jurídico o concurso de pessoas

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