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FEMINISMO
O QUE É: O feminismo é um movimento social que, segundo os historiadores, surgiu após a Revolução Francesa e que se fortaleceu na Inglaterra, durante o século XIX, e depois nos Estados Unidos, no começo do século XX. O  feminismo é um movimento que busca construir um mundo em que a igualdade entre os gêneros seja uma realidade. As estruturas da sociedade moderna foram construídas com base em uma ideia que colocou homens em papéis de dominação e poder, enquanto as mulheres estavam subjugadas a isso.
FEMINISMO X FEMISMO: O feminismo é um movimento político, filosófico e social que busca a igualdade de direitos entre homens e mulheres. É muito confundido com o femismo, um comportamento que prega a superioridade da mulher em relação aos homens e seria equivalente ao machismo, mas inverso.
ALGUMAS VERTENTES DO FEMINISMO
FEMINSMO LIBERAL: O feminismo liberal teve origem no Iluminismo cuja premissa central era que a sociedade justa é aquela que resulta das livres opções de indivíduos educados e conscientes ou "iluminados".
Nos Estados Unidos, o feminismo liberal ficou quieto por quatro décadas depois de ganhar o voto em 1920. Na década de 1960, durante o movimento dos direitos civis, as feministas liberais traçaram paralelos entre a discriminação racial sistemática e discriminação sexual Grupos como o "National Organization for Women", o "National Women's Political Caucus", e o "Women's Equity Action League" foram todos criados na época para promover os direitos das mulheres. Nos EUA, esses grupos têm trabalhado para a ratificação da Emenda de Direitos Iguais ou "Constitutional Equity Amendment", na esperança de que ela irá assegurar que homens e mulheres sejam tratados como iguais sob as leis democráticas que também influenciam esferas importantes da vida das mulheres, incluindo a reprodução, trabalho e questões de igualdade salarial. Outras questões importantes para as feministas liberais incluem, mas não estão limitadas a direitos reprodutivos e ao aborto, o assédio sexual, o voo, a educação, uma compensação justa para o trabalho, a preços módicos, os cuidados de saúde a preços acessíveis e trazer à luz a frequência da violência sexual e doméstica contra a mulher. 
FEMINISMO RADICAL: O feminismo radical é uma perspectiva dentro do feminismo que propõe um reordenamento radical da sociedade em que a supremacia masculina é eliminada em todos os contextos sociais e econômicos. As feministas radicais procuram abolir o patriarcado ao desafiar normas e instituições sociais existentes, em vez de através de um processo puramente político. Isso inclui desafiar a noção de papéis tradicionais de gênero, opondo-se a objetificação sexual das mulheres e procurar sensibilizar a opinião pública sobre o estupro e a violência contra as mulheres.
O feminismo radical surgiu dentro da Segunda onda do feminismo na década de 1960, e considerava o patriarcado como um "fenômeno trans-histórico" anterior ou ainda mais profundo do que outras fontes de opressão e "não só a forma mais antiga e universal de dominação, mas a principal forma de dominação” e o modelo de todas as outras dominações. As políticas posteriores derivadas do feminismo radical variavam desde o feminismo cultural  até políticas mais sincréticas que colocavam questões de classe, economia, etc em igualdade com o patriarcado como origens da opressão. As feministas radicais localizam a raiz da opressão das mulheres nas relações de gênero patriarcais, ao contrário dos sistemas jurídicos (como no feminismo liberal), conflito de classes (como no feminismo anarquista, o feminismo socialista ou o feminismo marxista). Por isso, prega uma revolução total das estruturas. E também a abolição do conceito de gênero, criando um mundo onde genitais sejam só mais uma característica física. Assim, não faria sentido pensar em mulheres cisgênero ou transgênero, pois nem sequer deveria existir a categoria mulher. 
Essa linha também é contra a prostituição e a pornografia, pois seriam ferramentas dos homens para objetificar as mulheres e explorar seus corpos.
FEMINISMO RADICAL X TRANSFOBÍA: As feministas radicais têm, por vezes, defendido a exclusão das mulheres trans de eventos feministas, uma fonte de muita controvérsia. Lisa Vogel, a organizadora do evento Michfest alegou que as manifestantes do acampamento trans responderam a esta controvérsia com vandalismo. Elas argumentam que as mulheres trans não podem ser contadas como mulheres porque elas não nasceram do sexo feminino biologicamente. Tais feministas radicais afirmam que mulheres trans têm desfrutado do privilégio masculino em virtude de ter lhe sido atribuído o sexo masculino no nascimento e sua insistência sobre a aceitação é um tipo de direito masculino.
FEMINISMO NEGRO: Surge da ideia de que a mulher negra não é representada por outros feminismos, já que, além de tudo, ela também sofre com o racismo. “Posiciona que as questões das mulheres negras estão relacionadas tanto às questões de mulheres quanto a questão racial, e por isso pautar apenas a sua existência enquanto mulheres não é o suficiente para garantia de seus direitos”, explica Viviana. 
O feminismo negro no Brasil inclui pautas como o genocídio da juventude negra, preconceito contra religiões de matrizes africanas e tantas outras vivências que as negras possuem (solidão da mulher negra, por exemplo), que as brancas não conhecem. 
FEMINISMO MARXISTA OU SOCIALISTA: Surgiu das primeiras críticas ao feminismo liberal. “Investiga e explica como o capitalismo e a propriedade privada oprimem as mulheres”, resume Viviana. De maneira simplificada: a opressão da mulher não existe só por conta do machismo, mas também pela forma como a economia se organiza no capitalismo, reduzindo o papel de participação da mulher. A primeira luta dessas feministas foi pelo direito ao trabalho. Com o passar dos anos, tornou-se pela a abolição dos meios privados de produção e a redivisão sexual do trabalho.
Uma das questões centrais dessa vertente é que as mulheres não devem se emancipar somente no mercado de trabalho, mas também dentro da família. Assim, há demanda por uma divisão mais justa do trabalho doméstico e reprodutivo. 
A principal crítica feita a essa corrente é de valorizar excessivamente a condição econômica da mulher e esquecer-se de que dominação e exploração também têm origens culturais e raciais.
FEMINISMO INTERSECCINAL: O feminismo interseccional parte do pressuposto de que além das opressões de gênero, existem outros fatores que oprimem grupos de mulheres e isso deve ser considerado nas demandas “É uma vertente que posiciona raça, classe, gênero e vem sendo reivindicado por mulheres lésbicas e outros grupos de mulheres que chamam atenção para a intersecção entre as opressões que vivenciam”, exemplifica Viviana. 
Basicamente, a ideia é de que não dá para dizer que existe uma mulher universal, mas sim vários grupos de mulheres com questões específicas. As demandas das mulheres brancas são diferentes das negras, que são diferentes das indígenas e isso tudo deve ser pensado pelo movimento.
É nela que se encontram grupos como o do transfeminismo e feminismo lésbico. “A vertente posiciona o termo interseccionalidade, que chama atenção para as várias opressões, como elas se intersectam e produzem uma situação de violação específica”, completa. 
Esse feminismo nasceu como uma crítica ao feminismo branco, trazendo uma maior troca de experiências entre mulheres e considerando que o patriarcado só poderá deixar de existir se todas essas diferentes mulheres se unirem – e se as demandas delas forem atendidas.
GRANDES NOMES DO FEMINISMO:
 
Simone de Beauvoir: A francesa nasceu em 1908 e foi um dos maiores ícones do feminismo. Beauvoir estudou Filosofia na Universidade Sorbonne, em Paris, e aos 23 anos virou professora de Filosofia na Universidade de Marselha, onde produziu uma série de ensaios, livros e romances sobre o papel da mulher na sociedade.
Uma das obras mais conhecidas da autora é O Segundo Sexo, onde ela escreve a famosa frase “ninguém nasce mulher: torna-semulher”. Para ela, “nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”. Ou seja, ela defende que o sexo é um fator biológico do ser humano, diferente do gênero, que é construído pela sociedade. Além disso, Beauvoir também criticou a hierarquia entre homens e mulheres e a opressão moral e religiosa imposta a ela durante a sua geração. Aos 78 anos, ela morreu de pneumonia e deixou um grande legado para gerações futuras.
Angela Davis: Nascida em 1944, Angela Davis é uma professora e filósofa socialista estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970. Ela se destacou como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos e dos Panteras Negras, além de sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos. Sua luta envolve feminismo, antirracismo e anticapitalismo. Davis acredita que raça, classe e gênero são categorias que devem ser consideradas em conjunto. Para ela, apesar de vários argumentos defenderem a classe como o fator mais importante, é necessário considerar os outros aspectos para entender como, juntos, podem criar diferentes tipos de opressão.
Em seu livro Mulheres, Raça e Classe, a ativista defende que o racismo encoraja a violência sexual. Ela explica que no período da escravidão, os patrões viam os corpos das mulheres negras como propriedade e se achavam no direito de fazer o que quisessem com elas.
Judith Butler: Atualmente professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, Judith Butler é uma das principais autoras da teoria queer. No livro Problemas de gênero, a pensadora defende que o gênero é fluido e não binário.
Em outras palavras, ela acredita que todas as expressões de gênero e sexualidade são socialmente construídas, logo, podem mudar ao longo do tempo. Para ela, a quebra de gênero desmonta os padrões que mantêm a sociedade presa ao patriarcado.
Linda Nochlin: Em 1971, a historiadora da arte Linda Nochlin publicou o ensaio Por que não houve grandes mulheres artistas, fazendo uma reflexão sobre a presença feminina na história da arte. Para ela, as mulheres sempre fizeram parte desse processo, só não foram devidamente reconhecidas pelos seus trabalhos. Nochlin conclui que, apesar de terem existido muitas artistas com trabalhos interessantes, não existiram “grandes mulheres artistas” por causa do contexto social no qual as mulheres se encontravam. Porém, o que surpreende a historiadora é que, mesmo assim, ainda é possível encontrar no passado tantas mulheres que se destacam nesse meio. 
Nochlin argumentou que barreiras sociais significativas impediram as mulheres de seguir a carreira artística, incluindo restrições à educação nas academias e toda a estrutura romântica e elitista que exaltava a produção masculina.
Djamila Ribeiro: A filósofa tornou-se um dos nomes mais conhecidos quando se fala em feminismo negro no Brasil. Sua obra tem como objetivo orientar as pessoas sobre como não agir de forma racista, principalmente em relação às mulheres.
Sua obra Quem tem medo do feminismo negro explica de forma didática que há diversas realidades de mulheres no mundo e que a das mulheres negras deve ser vista para transformar o mundo em um lugar livre de opressão. 
Chimamanda Ngozi Adichie: A escritora nigeriana ganhou espaço com o lema "todos devemos ser feministas". Para ela, a igualdade de gênero diz respeito a todos, homens e mulheres, pois esse é um movivento libertador. Dessa forma, as meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia. Ao mesmo tempo, em sua visão, os meninos poderão crescer sem se enquadrar em estereótipos de masculinidade.
Suas principais ideias estão no livro Sejamos todos feministas, uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações. No ensaio, Adichie parte de sua própria experiência para mostrar que ainda há muito a ser feito.

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