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Biologia dos microorganismos

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BIOLOGIA DOS 
MICRORGANISMOS
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro áreas 
do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando pela 
qualidade de seu ensino e pela formação 
de profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu-
ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis-
taram notas 4 e 5, que são consideradas 
conceitos de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil-
idade, segurança e modernidade, visando à satis-
fação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
2
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
3
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Larissa Sbeghen Pelegrini; Lindamar Maria de Souza.
Biologia dos Microrganismos / Pelegrini, Larissa Sbeghen; De Souza, Lindamar Maria. - Multivix, 
2020.
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 
LISTA DE TABELAS
 Tabela 1 – Principais espécies de bactérias patogênicas ao homem e suas 
respectivas doenças 29
 Tabela 2 – Principais espécies de protozoários parasitos do homem e suas 
respectivas doenças Fonte: Adaptada de Rey (2010). 30
 Tabela 3 – Principais helmintos parasitos dos seres humanos e suas 
respectivas patologias 31
 Tabela 1 – Principais famílias e gêneros 
de vírus patogênicos ao homem 62
 Tabela 2 – Principais doenças virais que ocorrem nos seres humanos, bem 
como as formas de transmissão, os sintomas e formas de tratamento e 
prevenção 76
 Tabela 1 – Principais filos e gêneros de protozoários parasitos de seres 
humanos, bem como suas características relacionadas às estruturas 
locomotoras 105
 Tabela 2 – As protozooses mais frequentes que ocorrem nos seres 
humanos, bem como seus respectivos agentes etiológicos, as formas de 
contaminação, os sintomas e outras características e medidas de controle 
profilático 118
5
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS
 Figura 1 – Microbiologia: do grego mikros “pequeno”, bios “vida” e logos 
“ciência” 10
 Figura 2 –No Brasil, no final do século XIX e início do século XX, surgiram 
importantes pesquisadores sanitaristas de doenças tropicais, como 
Oswaldo Cruz 12
 Figura 3 – Na atualidade, parasitoses ainda afetam países 
subdesenvolvidos e não podem ser negligenciadas 14
 Figura 4 –A expansão desordenada dos centros urbanos no século 
XX favoreceu a disseminação de doenças via água e alimentos 
contaminados 16
 Figura 5 – As condições precárias de saneamento básico de regiões 
subdesenvolvidas são os principais fatores da persistência de muitas 
parasitoses 17
 Figura 6 – Bacilos são bactérias, assim classificadas por conta de sua 
forma de bastonete 19
 Figura 7 – Cerca de 21 famílias de vírus com centenas de tipos diferentes 
podem causar doenças nos seres humanos 21
 Figura 8 –Com o aumento do consumo de peixe cru proveniente da 
culinária oriental, os casos de Diphyllobothrium sp., conhecido como 
a tênia do peixe, aumentaram consideravelmente. O círculo destaca a 
região do escólex e a barra de escala é de 10 cm 23
 Figura 9 – Exemplos de ovos de Nematoda parasitos de seres humanos. 
A) Ancylostoma duodenale; B) Ascaris lumbricoides; C) Trichuris trichiura 
 24
 Figura 10 – Estátua de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), filósofo grego 
considerado um dos fundadores da “ciência” enquanto disciplina 25
 Figura 11 – O sistema de classificação proposto por Woese. Os Archaea 
estariam mais próximos evolutivamente do domínio Eucarya do que do 
Bacteria 27
 Figura 1 –Morfologia e estruturas das bactérias. 1: fímbrias ou pili; 2: 
grânulos; 3: ribossomos; 4: citoplasma; 5: membrana plasmática; 6: 
parede celular; 7: cápsula; 8: DNA circular e 9: flagelo. 36
6
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 Figura 2 – Funções das enzimas da membrana plasmática das bactérias
 37
 Figura 3 – Forma e arranjo bacteriano 38
 Figura 4 – Funções da parede celular das bactérias 40
 Figura 5 – O homem vive em meio às bactérias, porém, nem sempre fica 
doente 41
 Figura 6 – Cultura de bactérias em meios de cultura líquido e sólido 
(placa) 45
 Figura 7 – . Fases do crescimento bacteriano 45
 Figura 8 – Antibióticos e infecções bacterianas 46
 Figura 9 – A tuberculose provoca tosse seca 48
 Figura 10 – Via de transmissão da hanseníase por aerossol 50
 Figura 11 – Tipos de hanseníase 50
 Figura 12 – Meningites são doenças que acometem as meninges 51
 Figura 13 – As pneumonias são mais graves em crianças e idosos 52
 Figura 14 –As pneumonias são infecções dos pulmões 53
 Figura 15 – A coqueluche é transmitida por via aerossol 54
 Figura 16 – Estágios da coqueluche 54
 Figura 1 – Os vírus que infectam os seres humanos podem causar desde 
patogenias leves e curáveis, como o vírus da gripe, até doenças crônicas e 
muitas vezes letais, como o vírus da Aids 57
 Figura 2 – No fim do século XX, com o desenvolvimento da microscopia 
eletrônica e com a descoberta do código genético, foi possível visualizar e 
delimitar a estrutura viral 58
 Figura 3 – O sistema imune humano precisa estar em constante 
adaptação para lidar com as novas doenças causadas pelas partículas 
virais, as quais também desenvolvem mutações para lidar com essa 
barreira de defesa 60
 Figura 4 – Estruturas das partículas virais, de acordo com a morfologia 
do capsídeo. A) Adenovírus, um vírus icosaédrico; B) Vírus do mosaico 
do tabaco, um vírus helicoidal; C) Bacteriófago, um vírus de estrutura 
complexa 61
7
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 Figura 5 – Os vírus, para penetrarem nas células humanas, necessitam 
de aceptores que se ligam aos receptores celulares, iniciando o processo 
intracelular 65
 Figura 6 – O conceito iceberg das infecções virais. A maioria das 
infecções não provoca efeitos perceptíveis no hospedeiro, sendo que 
as manifestações clínicas que ocorrem serão reflexo da disfunção e 
patologia em nível celular e tecidual 66
 Figura 7 – Os vírus podem ser transmitidos de diversas formas. Uma 
das mais comuns é a transmissão por contato com ar ou objetos 
contaminados 67
 Figura 8 – Um exemplo do ciclo de vida do Flavivírus, responsável por 
doenças como dengue e febre amarela 69
 Figura 9 – Os vírus de RNA são mais propensos a sofrer mutações 
genéticas em relação aos vírus de DNA devido à ausência de enzimas 
reparadoras de erros gerados durante a replicação do RNA 70
 Figura 10 – A gripe Influenza inicia-se com febre acima de 38 °C, dor 
muscular e de garganta, prostração, cefaleia e tosse seca. A vacinação é 
uma medida para se reduzir a incidência e minimizar os sintomas, mas é 
necessária uma nova dose anualmente 72
 Figura 11 – O calendáriovacinal brasileiro tem como obrigatoriedade 
10 tipos de vacinas, sendo a maioria contra diferentes tipos de vírus 
patogênicos 74
 Figura 12 – Os vírus HIV (em vermelho) atacando um linfócito T (branco), 
que é o leucócito responsável por coordenar a função de defesa 
imunológica contra patógenos. Sua destruição é o início da deficiência 
imunológica 78
 Figura 1 – Morfologia dos fungos e características das colônias em meio 
de cultura sólido 82
 Figura 2 – Fungos basidiomicetos 83
 Figura 3 – Candida albicans faz parte da microbiota da boca, mas pode 
provocar candidíase oral em pessoas imunocomprometidas 85
8
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 Figura 4 – Candida albicans cultivada em meio de cultura ágar-fubá 
de milho com 1% de Tween 80 (aumento de 200x): observe as leveduras, 
hifas, pseudohifas, blastósporos e clamidiósporos. 86
 Figura 5 – Criança com paracoccidioidomicose 87
 Figura 6 – Os esporos dos fungos se dispersam pelo ar 88
 Figura 7 – Formação dos esporos sexuais dos fungos 90
 Figura 8 – Classificação dos fungos 91
 Figura 9 – Micoses de unha 93
 Figura 10 – O uso de fungicida na lavoura contribui para a seleção de 
fungos resistentes 93
 Figura 11 – Os pães podem ser contaminados com fungos que produzem 
micotoxinas 94
 Figura 12 – Os fungos infectam pele e mucosas 95
 Figura 11 – Os cereais são alvo de fungos produtores de micotoxinas 97
 Figura 13 – Pneumoconiose é mais comum em trabalhadores que lidam 
com a terra 97
 Figura 1 – Imagem de um protozoário flagelado, evidenciando suas 
estruturas. A) Forma de trofozoíto; B) Forma cística 103
 Figura 2 – Ciclo de vida do protozoário Plasmodium sp., agente 
patogênico da malária. Nesse ciclo de vida, é possível observar tanto a 
reprodução sexuada por fecundação, que ocorrerá nas hemácias dos 
seres humanos, quanto a reprodução assexuada, através da divisão 
meiótica do zigoto dentro do estômago do mosquito, formando 
inúmeros esporozoítos 111
 Figura 3 – Formas possíveis dos flagelados do gênero Trypanosoma 
baseado na presença e inserção do flagelo. A) amastigota, B) 
promastigota, C) coanomastigota, D) epimastigota, E) tripomastigota, 
F) opistomastigota. A mesma nomenclatura se aplica para Leishmania 
spp., porém estes apresentarão principalmente as formas amastigota e 
promastigota 114
 Figura 4 – Imagens de microscopia eletrônica de varredura de alguns 
protozoários parasitos humanos. A) Trypanosoma cruzi, B) Oocistos de 
Plasmodium sp. dentro do intestino do mosquito, C) Leishmania sp., D) 
Giardia intestinalis, E) Trichomonas vaginalis, F) Acanthamoeba sp. 118
9
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 Figura 1 – Os helmintos são vermes de corpo alongado 124
 Figura 2 – Os hospedeiros intermediários do Schistosoma mansoni 
e da Fasciola hepatica são os caramujos Biomphalaria e Lymneae, 
respectivamente, e vivem em ambientes de água doce 126
 Figura 3 – Hospedeiros intermediários da Fasciola hepatica (Lymneae) e 
do Schistosoma mansoni (Biomphalaria) 128
 Figura 4 – O Diphyllobothrium é transmitido ao homem pela ingestão de 
peixe cru 130
 Figura 5 – A inspeção da carne, em busca de cisticercos, previne a 
transmissão da teníase 130
 Figura 6 – Desenvolvimento dos nematoides 131
 Figura 7 – A ingestão de hortaliças mal higienizadas é uma importante 
via de infecção pelos nematodas 133
 Figura 8 – A teníase é transmitida pela ingestão de carne malpassada, 
bovina ou suína, contaminada com larvas cisticercos 134
 Figura 9 – Os ovos dos nematoides parasitos são eliminados junto com 
as fezes dos hospedeiros contaminados e permanecem infectantes por 
mais de um ano no meio ambiente. 135
 Figura 10 – Alguns nematoides podem ser 
transmitidos por contato pessoa-pessoa 137
 Figura 11 – A higienização das mãos é uma importante estratégia 
profilática contra as helmintíases intestinais 138
10
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 12
1 INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 15
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 15
1.1 HISTÓRICO DA MICROBIOLOGIA 16
1.2 HISTÓRICO DA PARASITOLOGIA 20
1.3 COMPONENTES ESTRUTURAIS DOS MICRORGANISMOS 
PATOGÊNICOS 24
1.4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DOS PARASITOS HELMÍNTICOS 28
1.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS MICRORGANISMOS E PARASITOS 31
1.6 PRINCIPAIS GRUPOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 34
CONCLUSÃO 39
2 BACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 41
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 41
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACTÉRIAS 41
2.2 CLASSIFICAÇÃO 44
2.3 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE 47
2.4 MECANISMOS DE REPRODUÇÃO 49
2.5 MECANISMOS DE CONTROLE DAS INFECÇÕES BACTERIANAS 52
2.6 DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS 54
CONCLUSÃO 61
3 VÍRUS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 63
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 63
3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS 65
3.2 CLASSIFICAÇÃO 67
3.3 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE 70
3.4 MECANISMOS DE REPRODUÇÃO 74
3.5 MECANISMOS DE CONTROLE DAS INFECÇÕES VIRAIS 77
3.6 DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS 81
CONCLUSÃO 85
11
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
5UNIDADE
6UNIDADE
4UNIDADE 4 FUNGOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 87
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 87
4.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FUNGOS 87
4.2 COMPONENTES DA ULTRAESTRUTURA DOS FUNGOS 
PATOGÊNICOS 89
4.3 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE 90
4.4 MECANISMOS DE CRESCIMENTO E REPRODUÇÃO 93
4.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS FUNGOS 96
4.6 MÉTODOS DE CONTROLE DAS INFECÇÕES E INFESTAÇÕES 98
4.7 DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS 100
CONCLUSÃO 104
5 PROTOZOÁRIOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 107
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 107
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROTOZOÁRIOS 108
5.2 CLASSIFICAÇÃO 111
5.3 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE 114
5.4 MECANISMOS DE REPRODUÇÃO 116
5.5 MECANISMOS DE CONTROLE DAS PROTOZOOSES 119
5.6 DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS 122
CONCLUSÃO 127
6 HELMINTOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 129
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 129
6.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS HELMINTOS PARASITAS 130
6.2 CLASSIFICAÇÃO, CICLO DE VIDA E MECANISMOS DE CONTROLE 
DAS INFECÇÕES POR PLATYHELMINTHES (TREMATODA) 131
6.3 CLASSIFICAÇÃO, CICLO DE VIDA E MECANISMOS DE CONTROLE 
DAS INFECÇÕES POR PLATYHELMINTHES (CESTODA) 134
6.4 CLASSIFICAÇÃO, CICLO DE VIDA E MECANISMOS DE CONTROLE 
DAS INFECÇÕES POR NEMATODA 137
6.5 DOENÇAS CAUSADAS POR PLATELMINTOS 139
6.6 DOENÇAS CAUSADAS POR NEMATÓDEOS 141
CONCLUSÃO 146
12
BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
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BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina Biologia dos Microrganismos tem como objetivo trabalhar com o 
reconhecimento dos aspectos morfológicos, estruturais, reprodutivos, fisioló-
gicos, metabólicos, taxonômicos e epidemiológicos dos principais microrga-
nismos e parasitos patogênicos aos seres humanos, além de estudar como 
ocorrem as relações entre esses organismos e seus hospedeiros, em todas as 
etapas do ciclo de vida. 
Como muitos organismos são causadores de doenças, esta disciplina trará 
uma síntese dos processos patogênicos, dos mecanismos de transmissão e 
dos métodos disponíveis de controle e profilaxia das principais doenças cau-
sadas por esses patógenos, além de identificar os mecanismos imunológicos 
e histopatológicos envolvidos nas principais doenças infecciosas e parasitá-
rias. Por fim, serão apresentadas as diretrizes básicas para uma diagnose cor-
reta desses agentes.
UNIDADE 1
> Compreender os 
conceitos da interação 
entre microrganismose parasitos, 
hospedeiros e meio 
ambiente. 
> Diferenciar os 
componentes 
estruturais dos 
vírus e das células 
procariontes e 
eucariontes.
> Reconhecer as 
formas de identificação 
e classificação 
dos grupos de 
microrganismos e 
parasitos, bem como 
sua importância ao 
meio ambiente e à 
saúde humana.
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
14
MULTIVIX EAD
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BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
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BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
1 INTRODUÇÃO À 
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Olá, estudante! 
A presente unidade trará conceitos básicos sobre duas áreas que visam ao es-
tudo de diversos grupos de organismos que apresentam algum tipo de rela-
ção de dependência com outros seres vivos: a microbiologia e a parasitologia. 
A microbiologia é o estudo dos microrganismos e de suas atividades, incluin-
do sua distribuição, suas inter-relações, seus efeitos, e alterações físicas e quí-
micas que provocam no ambiente. Seus grupos de interesse são os vírus, as 
bactérias e os fungos.
Já a parasitologia realiza o estudo das relações duradouras entre indivídu-
os de espécies diferentes. Teremos um organismo, o hospedeiro, que será o 
ambiente onde viverá o outro, o parasito, e este último dependerá metabo-
licamente desse hospedeiro. Os grupos de interesse da parasitologia são os 
protozoários e os helmintos.
Embora os conceitos de microbiologia e parasitologia sejam semelhantes 
(um organismo dependendo de outro), nem todos os seres estudados na mi-
crobiologia serão “micro” (como os fungos), e nem todos os parasitos serão 
“macro” (como os protozoários). A diferença que orientou os especialistas nes-
sa divisão se baseia na sobrevivência do hospedeiro, uma vez que os parasitos 
não lesarão drasticamente seus hospedeiros, pois seria fatal para ambos. Já 
para os organismos da microbiologia, o intuito seria de multiplicação e con-
taminação de mais hospedeiros possíveis, sem a preocupação de poupá-los.
Espera-se que, ao fim desta primeira unidade, você possa reconhecer defini-
ções e classificações atuais dos microrganismos e parasitos. Vamos lá?
16
BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
1.1 HISTÓRICO DA MICROBIOLOGIA
A microbiologia tem por tradição o estudo das bactérias, fungos e vírus. Tudo 
começou em 1674, quando Leeuwenhoek construiu o primeiro microscópio e 
conseguiu observar as bactérias de sua saliva. Embora não fosse cientista, ele 
é considerado um dos fundadores da microbiologia. Sua descoberta fez com 
que duas teorias surgissem: a teoria da abiogênese, ou geração espontânea, 
e a da biogênese.
FIGURA 1 – MICROBIOLOGIA: DO GREGO MIKROS “PEQUENO”, BIOS “VIDA” E LOGOS 
“CIÊNCIA”
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Já no século XIX, cientistas como John Tyndall e Louis Pasteur refutaram a te-
oria abiogênica, e conseguiram, através de diversos experimentos, comprovar 
a biogênese dos organismos. Pasteur foi o primeiro cientista a atribuir função 
biológica aos microrganismos com a elaboração da teoria microbiana da fer-
mentação, em 1850. O alemão Heinrich Anton de Bary, em 1853, fez a mesma 
relação entre microrganismos e doenças em plantas. 
17
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
Em 1876, o alemão chamado Robert Koch descreveu a teoria microbiana da 
doença, segundo a qual os microrganismos seriam os responsáveis por do-
enças em animais e humanos. Ele escreveu os famosos postulados de Koch, 
utilizados até hoje. 
Anos se passaram e diversas descobertas microbiológicas foram registradas 
em todo mundo. Os equipamentos foram sendo aprimorados, o que facilitava 
as pesquisas e observações. As técnicas de desinfecção também foram evo-
luindo, conforme eram descobertos novos microrganismos. Em 1885, Pasteur 
desenvolveu uma vacina para o tratamento da raiva, o que revolucionou a 
prevenção de doenças. 
Em 1904, o Brasil sofria uma forte epidemia de 
varíola, o que levou o governo a tornar obrigatória 
a vacinação. Na época, muitos boatos surgiram 
contrários à vacina, e a população ficou revoltosa, 
criando o levante popular denominado Revolta 
da Vacina. O governo desistiu da obrigatoriedade 
e a epidemia continuou a crescer. Anos mais 
tarde, em 1908, com tantas mortes decorrentes da 
varíola, a população decidiu se vacinar, criando um 
movimento oposto à Revolta da Vacina. A varíola 
está erradicada mundialmente desde 1980.
18
BIOLOGIA DOS MICRORGANISMOS
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
FIGURA 2 –NO BRASIL, NO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX, SURGIRAM 
IMPORTANTES PESQUISADORES SANITARISTAS DE DOENÇAS TROPICAIS, COMO 
OSWALDO CRUZ 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Em 1928, outra descoberta, feita por Alexander Fleming, modificou a forma 
de tratamento de muitas doenças causadas por microrganismos. Em um de 
seus experimentos com antissépticos, ele notou que em um de seus meios 
de cultura havia crescido um fungo, e que em volta desse fungo não havia 
crescimento microbiano. Ele descreveu o fungo como Penicilium, e a subs-
tância que ele secretava impedia o crescimento de outros microrganismos. 
Essa substância é a penicilina, o primeiro antibiótico criado.
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A microbiologia na atualidade está em sua fase genômica, com o sequencia-
mento genético de diversos microrganismos com finalidade médica ou bio-
tecnológica, visando à aplicação industrial e ao melhoramento de espécies.
A microbiologia no Brasil: grandes nomes se destacaram no final do século 
XIX.
1. Carlos Chagas:
médico sanitarista e pesquisador, dedicou-se ao estudo das doenças 
tropicais, como malária, doença de Chagas, tuberculose e hanseníase.
2. Oswaldo Cruz:
médico e pesquisador de doenças tropicais, trabalhou com o combate 
e erradicação da febre amarela, da peste bubônica e da varíola. 
3. Adolfo Lutz:
médico sanitarista e pesquisador, estudou doenças como malária, 
leishmaniose e hanseníase.
Uma das vertentes da microbiologia atual é a 
microbiologia ambiental, área que se dedica ao 
estudo da fisiologia, genética, interações e funções 
dos microrganismos no ambiente, e faz uso desse 
conhecimento com o objetivo de manter a qualidade 
ambiental e contribuir para o desenvolvimento 
sustentável da sociedade moderna. Mais 
informações em: <https://www.embrapa.br/busca-
de-publicacoes/-/publicacao/15285/microbiologia-
ambiental. 
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/15285/microbiologia-ambiental
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/15285/microbiologia-ambiental
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/15285/microbiologia-ambiental
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1.2 HISTÓRICO DA PARASITOLOGIA
Os registros paleoparasitológicos dos primeiros parasitos humanos são ovos 
de Taenia e de Fasciola, no Chipre, e com data estimada de 9.500 anos atrás. 
A denominação da ciência “parasitologia” se deu no ano de 1860, e os para-
sitos se tornaram os responsáveis por diversas doenças que acometiam os 
seres vivos. A parasitologia, até então, era uma área de estudos de história 
natural, e no final do século XIX ela se estabeleceu também como um ramo 
das ciências médicas. 
A história da parasitologia humana não é escrita com grandes eventos. As 
grandes descobertas foram feitas por pesquisadores isolados, às vezes em si-
tuação precária, quando havia registro ou suspeita da presença do parasito 
em determinado tipo de infecção, com a descrição dos agentespatogênicos, 
dos vetores e dos mecanismos de transmissão.
FIGURA 3 – NA ATUALIDADE, PARASITOSES AINDA AFETAM PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS 
E NÃO PODEM SER NEGLIGENCIADAS 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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As tênias, cestoides causadores das teníases em humanos, e as Ascaris lum-
bricoides, nematoides também chamados de lombrigas, por exemplo, foram 
descritas em 1758 por Linnaeus. Já a esquistossomose foi descrita pela pri-
meira vez em 1852, no Egito, por Teodore Bilharz, que conseguiu descrever o 
trematódeo Schistosoma spp. 
No ano de 1872 e nos anos seguintes, a descrição dos estágios do ciclo de 
vida e dos vetores que transmitem a filária humana, feita por Lewis, Bancroft 
e Manson, consagrou um novo modelo de investigação na área, que exigia o 
conhecimento da diversidade de hospedeiros (intermediários e definitivos), 
bem como das variações adaptativas dos parasitos em relação a seus hospe-
deiros e ao ambiente. 
Apesar dos registros em documentos históricos de milhares de anos, a ma-
lária foi identificada como sendo uma parasitose em 1880, quando Laveran 
observou o Plasmodium (protozoários) em hemácias humanas da África. Em 
1887, Ronald Ross identificou o parasito no mosquito Anopheles e descreveu 
o mecanismo de transmissão e o ciclo de vida do Plasmodium.
Há uma forte relação entre a presença de parasitoses e o clima tropical. No 
Brasil, no início do século XX, renomados médicos parasitologistas surgem 
no cenário brasileiro (Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Adolfo Lutz) e, por meio 
de suas descobertas, impulsionaram a parasitologia até os dias atuais. Esses 
pesquisadores realizaram estudos detalhados de parasitoses como ancilosto-
mose, malária, doença de Chagas, entre outras doenças tropicais.
“Entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, existem 
mais infecções helmínticas do que pessoas.”
(Samuel B. Pessoa, parasitologista brasileiro, 1963)
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FIGURA 4 –A EXPANSÃO DESORDENADA DOS CENTROS URBANOS NO SÉCULO XX 
FAVORECEU A DISSEMINAÇÃO DE DOENÇAS VIA ÁGUA E ALIMENTOS CONTAMINADOS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Em meados do século XX, com a expansão e a ocupação desordenadas dos 
centros urbanos e a constante evasão rural, criou-se condições favoráveis para 
doenças transmitidas via água e alimentos contaminados e por meio de veto-
res. No estado de São Paulo houve uma epidemia da leishmaniose tegumen-
tar, atribuída à entrada do homem e derrubada das matas para a construção 
da Estrada de Ferro Noroeste. Já malária ainda é uma endemia constante nos 
estados brasileiros que fazem parte da Amazônia Legal.
Programa de Controle da Doença de Chagas no 
Estado de São Paulo, Brasil: o controle e a vigilância 
da transmissão vetorial. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/rsbmt/v44s2/a12v44s2.pdf.
http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v44s2/a12v44s2.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v44s2/a12v44s2.pdf
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Do fim do século XX até os dias atuais, as doenças parasitárias deixaram de 
ter destaque para dar lugar a infecções graves, como a AIDS. Nos países de-
senvolvidos, a transmissão parasitária foi reduzida significativamente. Mas as 
parasitoses ainda são morbidades altamente disseminadas em países subde-
senvolvidos e, embora negligenciadas, causam grande debilidade e podem 
ser letais em muitos casos.
FIGURA 5 – AS CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE SANEAMENTO BÁSICO DE REGIÕES 
SUBDESENVOLVIDAS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES DA PERSISTÊNCIA DE MUITAS 
PARASITOSES
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Ectoparasitos de seres humanos
Os artrópodes, além de serem vetores de parasitos, também podem 
atuar como ectoparasitos em humanos. 
1. Escabiose:
ou sarna, é provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. Causa coceira 
intensa que pode levar a infecções secundárias.
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2. Pediculose:
ou piolho, é provocada pelo inseto Pediculus humanus. Causa coceira 
no couro cabeludo e as feridas levam a infecções secundárias. 
3. Carrapatos:
várias espécies de carrapatos parasitam o homem. Eles também são 
vetores da bactéria Rickettsia sp., causadora da febre maculosa.
Vejamos agora como são compostos os microrganismos e os animais dos 
quais se ocupam a microbiologia e a parasitologia. 
1.3 COMPONENTES ESTRUTURAIS DOS 
MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS
As bactérias são organismos unicelulares, procariontes e diminutas (1 a 5μm). 
As estruturas comuns às bactérias são ribossomos; membrana plasmática e 
suas invaginações (mesossomos); hialoplasma; grânulos de glicogênio; e ma-
terial genético, constituído por um único cromossomo em formato circular, 
na região denominada de nucleoide. Algumas espécies apresentam parede 
celular sobre a membrana plasmática. Pode haver também a presença de 
moléculas extras de DNA, chamadas de plasmídeos, ou de flagelos e fímbrias, 
estruturas responsáveis pela locomoção e/ou reprodução. Em relação ao for-
mato, elas podem ser esféricas, cilíndricas e espiraladas (cocos, bacilos e es-
pirilos, respectivamente), podem ser individuais ou formar colônias, como as 
bactérias esféricas, que formam colônias em pares (diplococos), cadeias (es-
treptococos) e cachos (estafilococos).
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FIGURA 6 – BACILOS SÃO BACTÉRIAS, ASSIM CLASSIFICADAS POR CONTA DE SUA FORMA 
DE BASTONETE
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Já os fungos são organismos eucariontes que podem ser unicelulares (leve-
duras) ou pluricelulares. Suas células alongadas, denominadas hifas, formam 
uma rede filamentosa, denominada de micélio, que tem como funções a re-
produção, o crescimento e a absorção de nutrientes do meio, ou seja, são he-
terotróficos, absorvendo moléculas orgânicas digeridas por suas exoenzimas. 
A maior bactéria já descoberta no mundo é 
Thiomargarita namibiensis, encontrada no mar da 
Namíbia. Seu nome significa “pérola de enxofre”, 
por causa dos grânulos de enxofre brilhantes em 
seu interior. Ela pode chegar a 0,75 mm, sendo 
visíveis a olho nu. Seu tamanho é devido ao vacúolo 
de armazenamento de nitrato, que ocupa 98% da 
bactéria. Ela utiliza o nitrato para oxidar o sulfeto de 
hidrogênio do qual se alimenta.
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Apresentam uma parede celular rígida com quitina, responsável pela prote-
ção da membrana plasmática, que envolve o citosol e algumas organelas, 
como os ribossomos. Eles podem formar um (hifas septadas) ou mais núcleos 
(hifas cenocíticas), com um nucléolo. 
Por muito tempo, os fungos foram 
classificados como vegetais, mesmo sendo 
bem diferentes. 
Fungos são heterótrofos e não realizam a 
fotossíntese. 
Os vírus são organismos bastante diferentes dos 
demais seres vivos, até mesmo dentro do conceito 
do que é “vida”. Novos vírus são constantemente 
descobertos, muitos deles infectando os seres 
humanos. Leia mais em: <https://oglobo.globo.
com/sociedade/os-virus-estao-no-topo-da-cadeia-
alimentar-diz-cientista-23757064.
https://oglobo.globo.com/sociedade/os-virus-estao-no-topo-da-cadeia-alimentar-diz-cientista-23757064
https://oglobo.globo.com/sociedade/os-virus-estao-no-topo-da-cadeia-alimentar-diz-cientista-23757064
https://oglobo.globo.com/sociedade/os-virus-estao-no-topo-da-cadeia-alimentar-diz-cientista-23757064
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O polissacarídeo presente na parede celular 
dos fungos é aquitina, e na dos vegetais é a 
celulose. 
Os vírus são considerados seres vivos acelulares, compostos basicamente por 
material genético (DNA ou RNA) e uma cápsula proteica. Por conta disso, suas 
atividades só ocorrem quando estão no interior de uma célula viva, denomi-
nando-os de parasitos intracelulares obrigatórios. Muitos não os classificam 
exatamente como seres vivos. Mas, como possuem a capacidade de replicar 
o seu material genético, podem ser considerados como sistemas biológicos. 
Eles utilizam o maquinário celular da célula parasitada para fazer a síntese 
proteica e de ácidos nucleicos para formarem novos vírus. 
FIGURA 7 – CERCA DE 21 FAMÍLIAS DE VÍRUS COM CENTENAS DE TIPOS DIFERENTES 
PODEM CAUSAR DOENÇAS NOS SERES HUMANOS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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1.4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DOS 
PARASITOS HELMÍNTICOS
Os protozoários e helmintos patogênicos constituem os organismos causa-
dores das parasitoses, doenças que existem desde os tempos mais remotos.
Os protozoários são organismos unicelulares e eucariontes, com todas as or-
ganelas típicas desse grupo. Podem apresentar um ou mais núcleos. São de 
tamanho variável, de 2 a 100 mm. Não apresentam parede celular rígida, o 
que os diferencia de algas e fungos. Possuem uma grande diversidade de 
formas e de organelas de locomoção, como cílios, flagelos, pseudópodes e 
membranas ondulantes. Algumas espécies, como alguns parasitos, apresen-
tam uma fase cística, para resistir às condições desfavoráveis, e a fase infec-
tante. Estes, por sua vez, podem ser parasitos de órgãos e tecidos ou também 
intracelulares. 
Os animais que são considerados parasitos de seres humanos pertencem 
principalmente a dois grandes filos: Platyhelminthes (ou simplesmente pla-
telmintos) e Nematoda. Esses helmintos terão também espécies de vida livre.
Os platelmintos, ou vermes achatados dorsoventralmente, apresentam diver-
sas modificações para a vida parasitária. São animais com simetria bilateral e 
não possuem cavidade celomática, sistema circulatório e respiratório. O sis-
tema digestório geralmente é presente, mas incompleto. O sistema excre-
tor é constituído por protonefrídeos. A grande maioria é hermafrodita, com 
A malária é considerada a doença mais letal de 
todos os tempos. Causada por um protozoário, o 
Plasmodium spp., os especialistas afirmam que 
a malária acompanha a história do homem há 
milênios, com registros históricos de febres intensas 
e mortais. Nenhuma outra epidemia, ou todas as 
guerras e desastres naturais foram tão letais quanto 
ela. Até hoje o continente africano sofre com esta 
epidemia. No Brasil, a mortalidade é menor por 
conta dos efeitos mais brandos da espécie que se 
instalou no continente americano.
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algumas exceções (como Schistosoma mansoni). Dentro dos platelmintos, 
teremos dois grupos de importância patogênica: os Trematoda (ou digeneas) 
e os Cestoda.
Os trematódeos são caracterizados pelo corpo não segmentado, foliáceo, e a 
maioria das espécies apresenta duas ventosas: a ventosa oral e a ventral (ou 
acetábulo). O ciclo de vida é complexo, com um ou mais estágios larvais, uti-
lizando, por exemplo, moluscos ou peixes como hospedeiros intermediários. 
FIGURA 8 –COM O AUMENTO DO CONSUMO DE PEIXE CRU PROVENIENTE DA CULINÁRIA 
ORIENTAL, OS CASOS DE DIPHYLLOBOTHRIUM SP., CONHECIDO COMO A TÊNIA DO 
PEIXE, AUMENTARAM CONSIDERAVELMENTE. O CÍRCULO DESTACA A REGIÃO DO 
ESCÓLEX E A BARRA DE ESCALA É DE 10 CM
Fonte: Ikuno, Akao e Yamasaki (2018).
Já os cestoides são platelmintos segmentados (proglotes) e o corpo se asse-
melha a uma fita. Apresentam tamanho variável, de 3 mm a mais de 10 m, 
sendo considerados os maiores parasitos humanos. O corpo é formado por 
um escólex (cabeça), que é o órgão de fixação, e este apresenta botrídias ou 
ventosas (com ou sem ganchos) para esta finalidade; o pescoço, porção do 
qual são geradas novas proglotes; e o corpo propriamente dito. Os últimos 
segmentos são os gravídicos, que se destacam do corpo para liberação dos 
ovos. O ciclo de vida também é complexo, com vários estágios larvais.
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Os nematoides são helmintos de corpo cilíndrico, com simetria bilateral e 
sem segmentação. Externamente, o corpo apresenta uma cutícula espessa 
com projeções ou expansões, dependendo da espécie, o que confere resis-
tência e proteção. Sistema digestório completo e sistema excretor tubular. Há 
também um anel nervoso ao redor do esôfago. São dioicos (macho e fêmea), 
geralmente com dimorfismo sexual. Podem ser ovíparos ou vivíparos.
FIGURA 9 – EXEMPLOS DE OVOS DE NEMATODA PARASITOS DE SERES HUMANOS. A) 
ANCYLOSTOMA DUODENALE; B) ASCARIS LUMBRICOIDES; C) TRICHURIS TRICHIURA 
Fonte: <https://smart.servier.com/?s=Infectiology.
Classificação dos parasitos:
podemos classificar os parasitos com base em algumas variáveis. O 
local de infecção ou infestação é uma delas. 
1. Endoparasitos:
são parasitos que vivem internamente no hospedeiro, seja na luz dos 
órgãos, tecidos ou intracelularmente. Utilizamos o termo “infecção” 
para se referir a este tipo de localização.
Para conhecer melhor os protozoários e helmintos 
parasitos de seres humanos, confira o Atlas 
de parasitologia humana, de Silva et al., 2019. 
Disponível em: <https://efivest.com.br/wp-content/
uploads/2019/03/atlas_parasitologia_humana.pdf.
https://smart.servier.com/?s=Infectiology
https://efivest.com.br/wp-content/uploads/2019/03/atlas_parasitologia_humana.pdf
https://efivest.com.br/wp-content/uploads/2019/03/atlas_parasitologia_humana.pdf
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2. Ectoparasitos:
são parasitos que vivem externamente no hospedeiro, em forma de 
cisto, ou hematófagos temporários. Utilizamos o termo “infestação” 
para este tipo de localização.
1.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS 
MICRORGANISMOS E PARASITOS
As primeiras classificações dos seres vivos foram feitas em nível macroscópico, 
por volta de 300 a.C., com o filósofo Aristóteles, que observou que os organis-
mos poderiam ser organizados em hierarquias. A divisão básica foi feita entre 
plantas e animais. Isso se estendeu até a descoberta do mundo microscópico, 
no século XVII. 
FIGURA 10 – ESTÁTUA DE ARISTÓTELES (384 A.C. – 322 A.C.), FILÓSOFO GREGO 
CONSIDERADO UM DOS FUNDADORES DA “CIÊNCIA” ENQUANTO DISCIPLINA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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Em 1866, Haeckel incluiu os microrganismos na classificação, com a criação 
de três reinos: Animalia, Plantae e Protista. Com a evolução dos equipamen-
tos para observação das estruturas microscópicas, novas classificações ocor-
reram. Whittaker, em 1959, redividiu os reinos em Animalia, Plantae, Fungi, 
Protista e Monera. 
A partir de 1970, com o advento da biologia molecular e de novas metodolo-
gias de análises, Carl Woese (1977) propôs uma nova classificação. Ele sugeriu 
uma nova categoria acima de reino: os domínios. Existiriam, então, três domí-
nios: Bacteria, Archaea (composto por procariontes que habitam ambientes 
extremos) e Eukarya (com todos os eucariontes). 
No século XVIII, o naturalista Carolus Linnaeus foi um 
dos nomes mais importantes das ciências naturais. 
Ele implementou o sistema de classificação 
binomial (gênero + espécie), que é utilizado até hoje 
para se agrupar os organismos. Ele também foi 
responsável pela descrição de inúmeras espécies 
que conhecemos.
Carl Woese foi um microbiologista importante no 
século XX, que dividiu todos os organismos em três 
domíniosdiferentes. Saiba mais a respeito da vida e 
das descobertas desse renomado pesquisador em: 
<http://www.revistaboletinbiologica.com.ar/pdfs/
N37/historia(37).pdf.
http://www.revistaboletinbiologica.com.ar/pdfs/N37/historia(37).pdf
http://www.revistaboletinbiologica.com.ar/pdfs/N37/historia(37).pdf
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FIGURA 11 – O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO PROPOSTO POR WOESE. OS ARCHAEA 
ESTARIAM MAIS PRÓXIMOS EVOLUTIVAMENTE DO DOMÍNIO EUCARYA DO QUE DO 
BACTERIA
Fonte: Raven, Evert e Eichhorn (2001).
Os organismos estudados nesta disciplina estão nos domínios Bacteria e Eu-
karya, mas também há os vírus, que, por sua vez, não entram nessa classifica-
ção por conta de sua estrutura acelular.
1. Classificação dos seres vivos: duas ciências 
foram criadas para classificar e agrupar os 
organismos de acordo com sua proximidade 
genética.
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2. Taxonomia: responsável por descrever, 
nomear e classificar os organismos (atuais 
ou extintos) em diferentes clados ou 
patamares. 
3. Sistemática: utiliza os dados da taxonomia 
para estabelecer relações de parentesco (re-
lações filogenéticas) entre as espécies.
1.6 PRINCIPAIS GRUPOS DE IMPORTÂNCIA 
MÉDICA
A maioria das doenças conhecidas atualmente terão um microrganismo ou 
um parasito como responsável por determinada reação imunopatológica do 
organismo humano. Chamamos de “doenças transmissíveis” essas patologias 
provocadas por outros organismos. 
Nas tabelas 1, 2 e 3, encontram-se algumas das principais doenças causadas 
em seres humanos pelas bactérias, protozoários e helmintos parasitos. 
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TABELA 1 – PRINCIPAIS ESPÉCIES DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS AO HO-
MEM E SUAS RESPECTIVAS DOENÇAS
Organismo Espécie Doença
Bactérias
Neisseria meningitidis e N. 
gonorrhoeae
Meningite e gonorreia
Mycobacterium 
tuberculosis e M. leprae
Tuberculose e hanseníase
Streptococcus 
pneumoniae
Pneumonia
Clostridium tetani e C. 
botulinum
Tétano e botulismo
Treponema pallidum Sífilis
Vibrio cholerae Cólera
Shigella dysenteriae Disenteria
Salmonella typhi Febre tifoide
Staphylococcus aureus Furúnculo e complicações
Rickettsia rickettsii Febre maculosa
Leptospira interrogans Leptospirose
Brucella spp. Brucelose
Enterobactérias 
(intestinais)
Diarreia e complicações
Fonte: Adaptada de Trabulsi e Alterthum (2015).
A maioria das doenças causadas por fungos possui o sufixo “ose” em sua 
denominação, como a esporotricose (Sporothrix schenckii), a paracoccidioi-
domicose (Paracoccidioides brasiliensis), a blastomicose (Blastomyces der-
matitidis), a criptococose (Cryptococcus neoformans), a coccidioidomicose 
(Coccidioides inmitis) e as micoses em geral (Trichosporon beigelii, Tricho-
phyton spp., Microsporum spp., Epidermophyton spp.).
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TABELA 2 – PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PROTOZOÁRIOS PARASITOS DO HO-
MEM E SUAS RESPECTIVAS DOENÇAS FONTE: ADAPTADA DE REY (2010).
CLASSE ESPÉCIE DOENÇA
Zoomastigophorea
Trypanosoma cruzi e T. 
brucei
Doença de Chagas e do 
sono
Leishmania braziliensis Leishmaniose cutânea 
americana
L.donovani e L. chagasi Leishmaniose visceral
Giardia intestinalis Giardíase
Trichomonas vaginalis Tricomoníase
Lobosea Entamoeba histolytica Amebíase
Sporozoa Isospora belli Coccidiose
Cryptosporidium sp. Criptosporidiose
Toxoplasma gondii Toxoplasmose
Plasmodium falciparum, 
P. vivax
Malária
Leptospira interrogans Leptospirose
Brucella spp. Brucelose
Enterobactérias 
(intestinais)
Diarreia e complicações
Fonte: Adaptada de Trabulsi e Alterthum (2015).
Alguns parasitos podem parasitar outros parasitos! 
É o caso de fungos nematófagos, ou seja, que 
se alimentam de nematoides parasitas. Saiba 
mais em: “Atividade de fungos nematófagos 
nos estágios pré-parasitários de nematódeos 
trichostrongilídeos.” (DOI: <http://dx.doi.org/10.1590/
S0103-84781996000200028) 
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84781996000200028
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84781996000200028
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TABELA 3 – PRINCIPAIS HELMINTOS PARASITOS DOS SERES HUMANOS E 
SUAS RESPECTIVAS PATOLOGIAS
FILO ESPÉCIE DOENÇA
Platyhelminthes 
(Trematoda)
Trypanosoma cruzi e T. 
brucei
Doença de Chagas e do sono
Schistosoma mansoni e S. 
hematobium
Esquistossomose
Platyhelminthes
(Cestoda)
Fasciola hepática Fasciolíase
Giardia intestinalis Giardíase
Echinococcus granulosus Equinococose, hidatidose
Hymenolepis nana Himenolepíase
Nematoda Diphyllobothrium lattum Difilobotríase
Taenia solium e T. saginata Teníase, cisticercose
Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase
Necator americanus e 
Ancylostoma duodenale
Ancilostomíase
A. braziliense e A. caninum Larva migrans (bicho 
geográfico)
Ascaris lumbricoides Ascaridíase ou lombriga
Enterobius vermicularis Enterobiose ou oxiurose
Wuchereria bancrofti Filariose linfática ou 
elefantíase
Trichuris trichiura Tricuríase
Fonte: Adaptada de Rey (2010).
Muitos parasitos precisam de mais de um 
hospedeiro para completar seu ciclo de vida. Temos 
então duas definições importantes: o hospedeiro 
definitivo, ou seja, aquele que abrigará a fase final 
ou madura do parasito ou ainda em reprodução 
sexuada; e o hospedeiro intermediário, que será 
aquele que albergará a fase larval dos parasitos ou a 
fase em que estes realizam a reprodução assexuada.
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Doenças causadas por vírus
Apesar de não serem classificados como “espécies” por serem 
acelulares, os vírus são parasitos obrigatórios intracelulares e causam 
diversas doenças.
1. Sarampo, catapora, rubéola, caxumba, varíola:
transmissão através das secreções (saliva) do doente.
2. Dengue, febre amarela, zika, Chikungunya:
transmissão pela picada do mosquito vetor.
3. Gripe, ebola, meningite, pneumonia:
contato direto com os portadores do vírus ou pelo ar.
4. Poliomelite, hepatite:
água e alimentos contaminados.
5. AIDS, herpes, hepatite B e C:
contato sexual (DST) ou com sangue.
A situação das doenças transmissíveis no Brasil corresponde a um quadro 
complexo, que inclui doenças que estão em declínio, doenças que persistem 
na população e doenças emergentes e reemergentes. Apesar da redução da 
mortalidade, as doenças infecciosas e parasitárias ainda são causas importan-
tes para as políticas de saúde pública e exigem constante preocupação das 
entidades responsáveis pelo controle e profilaxia. 
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CONCLUSÃO
A presente unidade teve por objetivo apresentar alguns conceitos e parte da 
história do estudo da microbiologia e da parasitologia. Apresentamos quais 
são os grupos envolvidos nessas ciências, quais são as estruturas básicas pre-
sentes nesses organismos e quais os principais grupos de interesse médico 
para os seres humanos, bem como as respectivas patologias que estes provo-
cam.
O conhecimento dessas áreas é muito importante em termos epidemioló-
gicos e de controle sanitário, para que, assim, seja possível aplicar, inclusive 
no dia a dia, medidas profiláticas e de controle desses patógenos. Com esse 
panorama inicial, será possível compreender adequadamente as demais uni-
dades, que serão específicas para cada um dos grupos aqui introduzidos. 
ANOTAÇÕES
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UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
 > Identificar os 
componentes da 
ultraestrutura da célula 
bacteriana, mecanismos 
de reprodução e 
crescimento das colônias. 
 > Conhecer a 
classificação geral das 
bactérias, as portas de 
entrada, os mecanismos 
de adesão bacteriana, as 
estruturas envolvidas no 
escape de bactérias aos 
mecanismos de defesa 
do organismo, entre 
outros. 
 > Caracterizar as 
principais doenças em 
seres humanos, como 
hanseníase, meningite, 
coqueluche, tétano, 
pneumonia, tuberculose 
etc.
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2 BACTÉRIAS DE IMPORTÂNCIA 
MÉDICA 
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, estudaremos as características morfológicas das bactérias, 
que são células procariontes, bem diferentes das eucariontes, e como elas 
são classificadas com relação à forma, arranjo e parede celular. 
Estudaremos os mecanismos que contribuem para a patogenicidade bacte-
riana, tornando as bactérias capazes de causar doenças nos hospedeiros imu-
nocompetentes. Aprenderemos, ainda, como elas se multiplicam por repro-
dução assexuada, mas exibem variabilidade genética graças aos processos de 
recombinação gênica horizontal: a conjugação, transformação e transdução.
Estudaremos os antibióticos e veremos como eles atuam para inibir a multi-
plicação bacteriana ou provocar a morte das bactérias. 
Finalmente, vamos conhecer algumas das infecções bacterianas: tubercu-
lose, hanseníase, pneumonia, meningite, tétano e coqueluche, que já tinha 
sido controlada por meio da imunização, mas que voltou a provocar surtos 
em decorrência da falta de adesão de algumas pessoas. 
Enfim, teremos muitos desafios interessantes nesta unidade. Esperamos que 
você goste da leitura. Vamos lá!
2.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACTÉRIAS
As bactérias são células procariontes, transparentes e necessitam ser coradas 
para que possam ser visualizadas ao microscópio em aumento de 1000x. As 
principais colorações são as técnicas de Gram e de Ziehl-Neelsen. 
O tamanho médio das bactérias é entre 1 e 5 mm 
(1 mm = 1/1.000 cm), mas Chlamydia é bem menor 
(0,1-0,2 mm) e Epulopiscium fishelsoni, bem maior 
(700 mm).
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2.1.1 ULTRAESTRUTURA DA CÉLULA 
BACTERIANA
As bactérias não possuem organelas citoplasmáticas, mas sim estruturas não 
envolvidas por membrana plasmática que ficam dispersas no citoplasma. 
FIGURA 1 –MORFOLOGIA E ESTRUTURAS DAS BACTÉRIAS. 1: FÍMBRIAS OU PILI; 2: 
GRÂNULOS; 3: RIBOSSOMOS; 4: CITOPLASMA; 5: MEMBRANA PLASMÁTICA; 6: PAREDE 
CELULAR; 7: CÁPSULA; 8: DNA CIRCULAR E 9: FLAGELO.
1
2
3
4
5
8
9
6
7
Fonte: Wikipedia (2019). 
O DNA circular fica disperso no citoplasma, assim como os ribossomos, res-
ponsáveis pela síntese proteica. Eles são do tipo 70S (subunidade maior: 50S; 
subunidade menor: 30S), diferente das células eucariontes (tipo 80S). 
O DNA das bactérias é circular, disperso no 
citoplasma e nos plasmídeos, e não se condensa 
para formar cromossomos, por isso não se divide 
por mitose. 
Algumas bactérias têm um ou mais flagelos, formados pela proteína flagelina 
e imunogênicos, ativando a resposta imunológica do hospedeiro.
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Para saber mais informações a respeito dos 
plasmídeos e da utilização dessas estruturas na 
preparação de vacina, assista ao vídeo “Vacina de 
DNA neutralizado com lipídeo catiônico”, disponível 
em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/111739. 
A membrana plasmática das bactérias é formada por bicamada lipídica, com-
posta por 20 a 30% de fosfolipídios, na qual as proteínas se inserem.
A membrana plasmática delimita o espaço 
intracelular do extracelular, controla a 
permeabilidade, participa da divisão e do 
metabolismo celular. 
As proteínas são responsáveis por 50 a 70% da estrutura da membrana plas-
mática e desempenham várias funções: 
FIGURA 2 – FUNÇÕES DAS ENZIMAS DA MEMBRANA PLASMÁTICA DAS BACTÉRIAS
Enzimas da membrana plasmática das bactérias
Transporte 
de pequenas 
moléculas para 
dentro da célula
Produção de 
energia
Síntese da parede 
celular
Catálise de reações 
químicas para 
produção de ATP
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
Existem diferenças importantes entre as células eucariontes e procariontes.
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/111739
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A membrana plasmática das células eucariontes 
contém colesterol; a das bactérias, com exceção dos 
micoplasmas, não contêm essa substância, por isso 
sua estrutura é menos rígida.
2.2 CLASSIFICAÇÃO
Existem várias formas de classificação das bactérias. Aqui, trataremos de duas 
associadas à parede celular: 1) forma e arranjo e 2) coloração de Gram.
FIGURA 3 – FORMA E ARRANJO BACTERIANO 
Cocos
cocos diplococos diplococos
encapsulados
esta�lococos
Pneumococcus
Fusobacterium
Outros
estreptococos sarcina
cocobacilos bacilos
diplobacilos paliçadas
tétrade
Bacillos
Bactérias em gemulação ou em apêndice
bastonete estendido
vibrião Bdellovibrio
estreptobacilos
hifa pseudópode
bastão
espirilo
�lamentosa espiroqueta
forma helicoidal
Corynebacteriaceae
Borrelia burgdorferi
Helicobacter pylori
Fonte: Wikipedia (2019). 
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2.2.1 FORMA E ARRANJO BACTERIANO
As bactérias exibem três possíveis formas e arranjos diferentes.
1. FORMA DAS BACTÉRIAS: as redondas são classificadas como 
cocos; as alongadas, em bacilos; e as compridas e onduladas, em 
espirilos ou vibriões. Pode haver variações da forma das bactérias, 
por exemplo, um cocobacilo.
Coco
Bacilo
Vibrião
Cocobacilo
Espirilo
Espiroqueta
Fonte: Trabulsi e Alterthum, 2015.
2. ARRANJO DAS BACTÉRIAS: diplococo: aos pares; estreptococo: 
sequência linear de cocos; sarcina: oito cocos juntos, formando um 
cubo; estafilococo: semelhante a um cacho de uvas.
Estreptococo
Diplococo
(a)
(b)
(c)
(d)
Sarcina
Esta�lococoTétrade
Fonte: Trabulsi e Alterthum, 2015.
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2.2.2 CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DA PAREDE 
CELULAR: BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E 
GRAM-NEGATIVAS
A parede celular desempenha muitas funções: 
FIGURA 4 – FUNÇÕES DA PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS 
Enzimas da membrana plasmática das bactérias
Manter a pressão 
osmótica para 
impedir o 
intumescimento.
Manter da forma 
bacteriana: coco, 
bacilo e espirilo.
Primer da 
biossíntese: 
formação do septo 
divisão bacteriana.
Apresentar fatores 
de patogenicidade.
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
De acordo com a quantidade de peptideoglicana, as bactérias são 
classificadas em Gram-positivas ou Gram-negativas. 
Peptideoglicano é um heteropolímero 
rígido e insolúvel na água, constituído por 
cadeias lineares de dois açúcares – NAG 
(ácido n-acetilglucosamina) e NAM (ácido 
n-acetilmurâmico) – ligados entre si por ligações 
glicosídicas.
Veja a seguir as características da parede celular das bactérias Gram-positivas 
e das Gram-negativas (MURRAY, 2004; MADIGAN, 2016). 
1. BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS: parede 
celular constituída por várias camadas 
de peptideoglicana, proteínas e ácidos 
teicoicos e lipoteicoicos. 
Coram-se de roxo.
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2. BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS: parede 
celular complexa, com poucas camadas 
de peptideoglicana, membrana exter-
na com lipopolissacarídeo e proteínas: 
porinas (transporte passivode solutos); 
receptoras da fímbria e de bacteriófa-
gos; e lipopoliproteínas, com função 
estrutural. Coram-se de vermelho.
Existem diferentes fatores de virulência na parede das bactérias.
Ácidos teicoicos são resíduos de glicerol ou ribitol 
unidos por ligação fosfodiéster. Quando ligados 
aos lipídeos da membrana, recebem o nome de 
ácidos lipoteicoicos. Lipopolissacarídeo (LPS) é uma 
endotoxina formada por Lipídeo A e antígeno O.
2.3 MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
Os mecanismos de patogenicidade se referem às condições que fazem com 
que os microrganismos deixem de estabelecer uma relação de microbiota 
para provocar doença no hospedeiro primário e dependem dos fatores de 
virulência. 
FIGURA 5 – O HOMEM VIVE EM MEIO ÀS BACTÉRIAS, PORÉM, NEM SEMPRE FICA DOENTE 
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
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Para entender mais sobre os mecanismos envolvidos 
na patogenicidade bacteriana, leia o artigo sobre 
“Ilhas de patogenicidade” disponível em: http://www.
saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/70/406a414.pdf. 
Fatores de virulência são condições envolvidas na infecção e patogenicidade.
1. ADESÃO: 
Adesinas fimbriais e não fimbriais, cápsula e biofilme fixam e 
protegem os microrganismos contra a expulsão pelos cílios, 
peristaltismo e fluxo de secreções. 
2. INVASÃO: 
Algumas bactérias utilizam seus ligantes para interagir com receptores 
nas células hospedeiras, com os quais se ligam ou manipulam o 
citoesqueleto. 
3. MULTIPLICAÇÃO/COLONIZAÇÃO: 
As bactérias retiraram ferro do hospedeiro para seu metabolismo por 
meio de sideróforos, que têm grande afinidade por Fe III. 
4. CAPACIDADE DE CAUSAR DANO: 
Endotoxinas das bactérias Gram-negativas induzem a sepse e 
exotoxinas liberadas pelas Gram-positivas causam lesões. 
http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/70/406a414.pdf
http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/70/406a414.pdf
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5. EVASÃO/RESISTÊNCIA: 
As evasinas e as cápsulas protegem as bactérias dos mecanismos 
efetores do sistema imunológico: anticorpos, fagocitose e 
complemento. 
2.4 MECANISMOS DE REPRODUÇÃO
A reprodução das bactérias é assexuada (divisão binária) e a variabilidade 
ocorre por recombinação gênica horizontal: conjugação, transformação ou 
transdução. 
1. TRANSFORMAÇÃO: uma bactéria capta fragmentos de DNA do 
meio externo.
Célula
doadora
Lise celular;
liberação de
fragmentos
de DNA
DNA entra na
célula receptora
e se integra
ao DNA
Fonte: Murray, 2014.
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2. TRANSDUÇÃO: um fago transfere fragmentos de DNA de uma 
bactéria para outra.
Fago de tradução
contém o DNA
genômico doador
Lise celular;
liberação
dos fagos
Fago infecta a
célula receptora;
o DNA doador
se integra no
DNA receptor
Fonte: Murray, 2014.
3. CONJUGAÇÃO: o DNA de uma bactéria é transferido para outra 
por meio do Fator F: uma pili sexual formada por finas extensões na 
membrana celular.
DNA
plasmidial
DNA genômico DNA genômico
Pilus
sexual
Plasmídeos livres se
movem da célula doadora
à recipiente atráves
de pilus sexual (F)
Plasmídeos integrados
(epissomas) promovem
a transferência
do DNA genômico,
o qual se integra
ao DNA receptor
Fonte: Murray, 2014.
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2.4.1 CRESCIMENTO BACTERIANO E 
FORMAÇÃO DE COLÔNIAS
Quando uma bactéria é semeada num meio de cultura líquida e incubada 
em temperatura adequada, elas iniciam a multiplicação e crescimento da 
população.
FIGURA 6 – CULTURA DE BACTÉRIAS EM MEIOS DE CULTURA LÍQUIDO E SÓLIDO (PLACA)
Fonte: Plataorma Deduca (2019). 
 As fases do crescimento bacteriano são: 
FIGURA 7 – . FASES DO CRESCIMENTO BACTERIANO
1. FASE LAG
Consumo de recursos 
e liberação de meta-
bólitos tóxicos
Taxa de natalidade 
igual à de mortalidade
2. FASE LOG
Multiplicação de 
forma exponencial
Taxa de mortalidade 
muito maior que a 
taxa de natalidade
Adaptação ao meio, 
síntese de moléculas
3. FASE 
ESTACIONÁRIA
4. FASE DE 
DECLÍNIO
Taxa de natalidade 
nula
Taxa de natalidade 
maior do que a de 
mortalidade
Excesso de meta-
bólitos, escassez de 
recursos 
Fonte: Elaborada pela autora (2019). 
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Para saber mais a respeito do crescimento bacteriano 
e da relação com os mecanismos de controle a 
fim de promovê-los ou inibi-los, assista ao vídeo 
“Crescimento microbiano e controle”, disponível em 
https://www.youtube.com/watch?v=VZr3iKAlslw. 
2.5 MECANISMOS DE CONTROLE DAS 
INFECÇÕES BACTERIANAS
As doenças causadas por bactérias são tratadas com antibióticos, que alter-
nam seu metabolismo e reprodução ou provocam sua morte por lise osmótica. 
FIGURA 8 – ANTIBIÓTICOS E INFECÇÕES BACTERIANAS
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
O uso abusivo dos antibióticos levou à seleção de linhagens resistentes.
https://www.youtube.com/watch?v=VZr3iKAlslw
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Para entender mais a respeito dos mecanismos 
envolvidos na resistência das bactérias aos 
antibióticos, assista ao vídeo “Mecanismos de ação 
e resistência”, disponível em https://www.youtube.
com/watch?v=8KlXDMo3WXM. 
Os antimicrobianos são classificados de acordo com o alvo no qual atuam: 
1. ANTIMICROBIANOS QUE ATUAM NA PAREDE CELULAR: 
Penetram na bactéria por meio das porinas e impedem a síntese da 
parede bacteriana. 
2. ANTIMICROBIANOS QUE PROVOCAM A INIBIÇÃO DA 
MEMBRANA CELULAR:
Desorganizam a estrutura da membrana plasmática e provocam a 
morte da bactéria.
3. ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE 
PROTEICA: 
Ligam-se à subunidade 30S do ribossomo, impedindo a fixação dos 
RNA transportadores, impedem a união dos aminoácidos ou, ainda, os 
movimentos de translocação.
4. ANTIMICROBIANOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE DE 
DNA: 
Impedem a replicação, transcrição ou ação das DNA girases e da 
topoisomerase IV.
As bactérias podem apresentar diferentes tipos de resistência aos antibióticos.
https://www.youtube.com/watch?v=8KlXDMo3WXM
https://www.youtube.com/watch?v=8KlXDMo3WXM
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Para entender mais a respeito dos mecanismos 
de ação dos aminoglicosídeos e seus efeitos 
tóxicos, assista ao vídeo “Aminoglicosídeos | 
Antibioticoterapia”, disponível em https://www.
youtube.com/watch?v=qrdx-46lxls.
2.6 DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
2.6.1 TUBERCULOSE
FIGURA 9 – A TUBERCULOSE PROVOCA TOSSE SECA
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
A transmissão da tuberculose ocorre por via aerossol do bacilo Mycobacterium 
tuberculosis. São três os tipos de tuberculose: 
https://www.youtube.com/watch?v=qrdx-46lxls
https://www.youtube.com/watch?v=qrdx-46lxls
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1. Tuberculose pulmonar: 
Enfraquecimento, febre, perda de peso, sudorese noturna, dor no 
peito, insuficiência respiratória e tosse seca, podendo apresentar 
hemoptise.
2. Tuberculose extrapulmonar: 
Disseminação dos bacilos pela corrente sanguínea por várias partes do 
corpo (acomete 15% dos pacientes). 
3. Tuberculose miliar: 
Os bacilos se disseminam por via hematogênica para várias partes do 
corpo: pleura, linfonodos, fígado, baço, ossos etc.
A tuberculose está associada à pobreza, à desnutrição e aos estados de 
imunossupressão.
Para saber mais sobre a situação da tuberculose 
no Brasil, assistaao vídeo “Qual a situação da 
tuberculose no Brasil?”, produzido pelo Ministério 
da Saúde, disponível em https://www.youtube.com/
watch?v=e9WtZuwC-SE. 
2.6.2 HANSENÍASE
Provocada pelo Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença muito 
antiga e endêmica no mundo todo, não havendo vacina contra ela. As bac-
térias invadem o sistema nervoso periférico e provocam degeneração axonal, 
levando à fibrose e à desmielinização mediada por reações imunes do hospe-
deiro. Ocorrem lesões nervosas com alteração sensorial da pele e desfigura-
ção, características típicas da lepra (TRABULSI; ALTERTHUM; 2008).
https://www.youtube.com/watch?v=e9WtZuwC-SE
https://www.youtube.com/watch?v=e9WtZuwC-SE
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FIGURA 10 – VIA DE TRANSMISSÃO DA HANSENÍASE POR AEROSSOL
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
A evolução da hanseníase está associada ao padrão de citocinas.
FIGURA 11 – TIPOS DE HANSENÍASE
Lepra tuberculoide (TL): paucibacilar, itocinas 
inflamatórias Th1: IL-2, IL-12, IL-15, IL-18 e IFN α 
Lesões: manchas não pigmentada, pobres em 
micobactérias.
Lepra lepromatosa (LL) multibacilar:
citocinas Th2: IL-4, IL-10 e IL-13. 
Lesões: desfigurantes na pele e nariz, ricas em 
micobactérias.
Fonte: Elaborada pela autora (2019). 
2.6.3 MENINGITES
As meningites bacterianas são provocadas por diferentes espécies que alcan-
çam as meninges.
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FIGURA 12 – MENINGITES SÃO DOENÇAS QUE ACOMETEM AS MENINGES
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
1. Neisseria meningitidis: 
Diplococos Gram-negativos que se aderem pelas fímbrias na 
oronasofaringe de 20% da população e utilizam a cápsula para 
penetrar no líquor cefalorraquidiano, onde induz a reposta 
inflamatória. A transmissão ocorre por contato pessoa-pessoa, por 
gotículas de saliva e secreções nasofaríngeas.
2. Haemophilus influenzae 
Do tipo b (Hib): desde 1999, a vacina conjugada preveniu em 90% essas 
meningites, que acometem principalmente crianças de até 5 anos. 
3. Streptococcus pneumoniae: 
Presente na microbiota residente do trato respiratório superior, pode 
provocar meningite, sobretudo em lactentes e idosos. 
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2.6.4 PNEUMONIAS
A pneumonia pneumocócica, causada pelo pneumococo S. pneumoniae, 
que se apresenta disposto aos pares, circundado por uma cápsula densa que 
torna o patógeno resistente. Essa bactéria se dispõe aos pares ou em cadeias 
curtas e pode ser encontrada no trato respiratório de indivíduos assintomáti-
cos. É responsável pela pneumonia sobretudo em crianças e idosos. 
FIGURA 13 – AS PNEUMONIAS SÃO MAIS GRAVES EM CRIANÇAS E IDOSOS
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
S. pneumoniae exibe vários fatores de virulência: cápsula, ácido teicoico, colina, 
proteína ligante de colina (CbpA), proteína de superfície (PspA), pneumolisina 
(Ply), hialuronidase (Hyl), neuraminidase (Nan), IgA protease e pili. 
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FIGURA 14 –AS PNEUMONIAS SÃO INFECÇÕES DOS PULMÕES
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
S. agalactiae acomete, principalmente, bebês com menos de 3 meses de 
vida (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
2.6.5 COQUELUCHE
É uma doença respiratória aguda, altamente contagiosa e transmitida pelo 
contato direto pessoa-pessoa ou por aerossóis. Provocada por Bordetella per-
tussis, um cocobacilo Gram-negativo que apresenta tropismo pelos cílios da 
mucosa respiratória, produzindo lesões no epitélio e nos alvéolos. 
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FIGURA 15 – A COQUELUCHE É TRANSMITIDA POR VIA AEROSSOL
Fonte: Plataforma Deduca (2019). 
Os sintomas da coqueluche incluem três estágios:
FIGURA 16 – ESTÁGIOS DA COQUELUCHE
Estágios clínicos da coqueluche
Catarral: período de 
maior transmissibilidade; 
o paciente apresenta 
coriza, febre baixa e tosse 
simulando um resfriado.
Paroxístico: 12 a 50 crises 
de tosse alta, com guinchos, 
seguida por esforço 
inspiratório massivo, mas 
sem febre. 
Convalescença: diminuição 
da intensidade dos 
paroxismos, cessam os 
guinchos e a tosse parece 
bronquite comum. 
Fonte: Elaborada pela autora (2019).
A coqueluche é endêmica no mundo todo, sendo mais grave em crianças 
menores de 6 meses, as quais pode levar à morte (TORTORA, 2017). 
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CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou a estrutura da célula bacteriana, que contém estru-
turas dispersas no citoplasma – DNA circular, plasmídeos, ribossomos – envol-
vidas pela membrana plasmática e pela parede celular de peptideoglicana. 
Verificamos que as bactérias se multiplicam por divisão binária e adqui-
rem variabilidade genética por conjugação, transformação ou transdução. 
Estudamos alguns critérios de classificação das bactérias associados à parede 
celular: 1) Gram-positivas e Gram-negativas, de acordo com a constituição quí-
mica; 2) coco, bacilo ou espirilo, segundo a forma da bactéria; e 3) diplococo, 
diplobacilo, estreptococo, sarcina ou estreptococo, pelo arranjo bacteriano. 
Nós vimos que as bactérias só provocam infecções quando são capazes de 
aderir às mucosas ou invadir as células, iniciando o processo de colonização e 
patogenicidade. A liberação de toxinas e a resposta inflamatória produzem a 
doença, que deverá ser controlada por meio de antibióticos. 
Nós também estudamos algumas doenças provocadas por bactérias. A tuber-
culose e a hanseníase, provocadas pela Mycobaterium tuberculosis e pela 
M.  leprae, respectivamente, e transmitidas por via aerossol. Na tuberculose, 
os granulomas formados para combater a doença provocam lesão e necrose 
tecidual. Na hanseníase, há comprometimento dos nervos periféricos e perda 
da sensibilidade. As meningites e as pneumonias são infecções decorren-
tes da presença de várias espécies de agentes patogênicos nas meninges 
e nos pulmões. As espécies mais frequentes são Neisseria meningitidis e 
Streptococcus pneumoniae.
A coqueluche, infecção respiratória transmissível pelo ar e provocada por 
Bordetella pertussis, voltou a afetar crianças não vacinadas, levando a crises 
de tosse seca que podem levar à morte. O tétano, provocado, pelas toxinas 
da bactéria Clostridium tetani, deve-se à contaminação da pele lesada com 
endósporos bacterianos. As toxinas bloqueiam os impulsos inibitórios dos 
neurônios motores. 
Existem vacinas contra tuberculose, meningite, pneumonia, coqueluche e 
hanseníase. 
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UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
 > Identificar as 
características gerais 
e ultraestruturais dos 
vírus. 
 > Conhecer a 
classificação dos 
vírus, formas de 
ocorrência, tipos 
de replicação da 
partícula viral, 
mecanismos virais 
de patogenicidade 
e mecanismos 
endógenos e 
exógenos de controle.
 > Caracterizar as 
principais doenças 
em seres humanos 
(herpes, hepatite, 
poliomielite, 
pneumonia, Aids 
etc.).
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3 VÍRUS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, aprenderemos sobre organismos que desafiam os cientistas 
no que diz respeito ao conceito de “ser vivo”: os vírus. Esses organismos ace-
lulares e parasitos intracelulares obrigatórios são peculiares devido à simpli-
cidade de suas estruturas. Porém, podem causar consequências desastrosasao organismo parasitado por eles.
FIGURA 1 – OS VÍRUS QUE INFECTAM OS SERES HUMANOS PODEM CAUSAR DESDE 
PATOGENIAS LEVES E CURÁVEIS, COMO O VÍRUS DA GRIPE, ATÉ DOENÇAS CRÔNICAS E 
MUITAS VEZES LETAIS, COMO O VÍRUS DA AIDS 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
As viroses são as doenças causadas por vírus. Há muitos anos, têm monopo-
lizado as pesquisas em diversos campos do conhecimento, como medicina, 
ciências biológicas e agropecuária. Alguns dos maiores desafios da história da 
humanidade envolveram os vírus e suas doenças correlacionadas. Um exem-
plo é o caso da varíola, doença viral que por décadas dizimou populações 
inteiras e hoje é uma das poucas enfermidades erradicadas do planeta. 
Muitas pesquisas envolvendo os mecanismos de transmissão e a patogenia 
viral foram essenciais para o controle de diversas viroses e culminaram no 
desenvolvimento de vacinas, de medicamentos específicos, de medidas pro-
filáticas adequadas e de um diagnóstico assertivo.
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Nesta unidade, serão apresentadas com maior profundidade as característi-
cas gerais dos vírus, bem como a classificação dos diferentes morfotipos, já 
que não são incluídos dentro da conceituação de espécies. Serão introduzi-
dos também alguns mecanismos de patogenicidade, reprodução e controle 
das infecções virais. Por fim, serão destacadas as principais viroses que ocor-
rem nos seres humanos.
Ao final desta terceira unidade, é esperado que você consiga compreender 
como se estrutura a partícula viral e como ocorrem as relações infecciosas 
entre os vírus e os organismos acometidos, bem como as consequências 
desse encontro.
FIGURA 2 – NO FIM DO SÉCULO XX, COM O DESENVOLVIMENTO DA MICROSCOPIA 
ELETRÔNICA E COM A DESCOBERTA DO CÓDIGO GENÉTICO, FOI POSSÍVEL VISUALIZAR 
E DELIMITAR A ESTRUTURA VIRAL 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
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3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS
O significado de vírus em latim é “veneno”. Antes do desenvolvimento da 
teoria biogênica, acreditava-se que muitas das doenças eram causadas por 
venenos. Pasteur, por sua vez, denominava qualquer agente infeccioso como 
“vírus” (inclusive as bactérias). Como eles não eram visualizáveis no microscó-
pio ótico, eram diferenciados de outros patógenos por serem minúsculos (de 
20 a 750 nm), chamados de “filtráveis”, na época, diferentemente das bacté-
rias, que seriam “não filtráveis”. Com o desenvolvimento do microscópio ele-
trônico, finalmente foi possível visualizar a estrutura desses patógenos.
Em 2013, foram descobertos no Chile e na Austrália 
os pandoravírus, vírus gigantes que infectam 
amebas (protozoários). Esses vírus podem 
ser observados por microscopia óptica, como 
partículas ovoides de 1000  nm de comprimento 
por 500  nm de diâmetro, e possuem genomas 
com até 2,5 milhões de pares de bases e 2.000 
genes, maior que o genoma de muitas bactérias. 
Para se aprofundar nesse assunto, acesse https://
www.nature.com/articles/s41467-018-04698-4.
Eles são parasitos intracelulares obrigatórios que se multiplicam utilizando 
o aparato metabólico das células hospedeiras para tal finalidade. Todos os 
organismos vivos podem ser parasitados por vírus. São encontrados na forma 
extracelular, chamados de virions, que estão inertes até o momento em que 
penetram na célula para reprodução e assumem a forma intracelular. Esses 
organismos são estruturalmente simples, compostos por material genético 
(tanto o DNA como RNA, mas não ambos, com exceção do mimivírus, que 
possui os dois) e recobertos por uma cobertura proteica (capsídeo) que, por 
sua vez, pode ser coberta por uma cápsula ou envelope de lipídeos, proteínas 
e carboidratos. 
https://www.nature.com/articles/s41467-018-04698-4
https://www.nature.com/articles/s41467-018-04698-4
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FIGURA 3 – O SISTEMA IMUNE HUMANO PRECISA ESTAR EM CONSTANTE ADAPTAÇÃO 
PARA LIDAR COM AS NOVAS DOENÇAS CAUSADAS PELAS PARTÍCULAS VIRAIS, AS 
QUAIS TAMBÉM DESENVOLVEM MUTAÇÕES PARA LIDAR COM ESSA BARREIRA DE 
DEFESA 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
A classificação dos vírus se baseia nas dife-
rentes configurações do capsídeo, que 
constitui a maior parte do vírus. Os capsí-
deos são compostos por microunidades, 
os capsômeros, cuja organização é uma 
característica taxonômica. Conforme a 
simetria do capsídeo, podem ser classifi-
cados como icosaédricos, helicoidais e de 
estrutura complexa.
O envelope viral, quando presente, pode 
apresentar espículas, que são utilizadas para 
que o vírus se ligue às células do hospedeiro 
e podem ser atributos de diferenciação entre 
os morfotipos. Os vírus que não apresentam 
o envelope são denominados de não enve-
lopados, sendo o capsídeo responsável pela proteção do genoma viral e pela 
aderência do vírus à célula hospedeira. 
Dengue, febre amarela, 
zika e Chikungunya 
são doenças chamadas 
arboviroses e são 
transmitidas pelo mesmo 
vetor, o mosquito Aedes 
aegypti, um grave 
problema de saúde 
pública. 
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FIGURA 4 – ESTRUTURAS DAS PARTÍCULAS VIRAIS, DE ACORDO COM A MORFOLOGIA 
DO CAPSÍDEO. A) ADENOVÍRUS, UM VÍRUS ICOSAÉDRICO; B) VÍRUS DO MOSAICO 
DO TABACO, UM VÍRUS HELICOIDAL; C) BACTERIÓFAGO, UM VÍRUS DE ESTRUTURA 
COMPLEXA 
Fonte: Smart Servier (2019).
Os vírus podem ser classificados de acordo com a estrutura do capsídeo.
1. Vírus icosaédrico
Icosaedro é um polígono de 20 faces triangulares, 12 vértices e 30 
arestas, com três eixos de simetria. O ácido nucleico está empacotado 
centralmente. 
2. Vírus helicoidal 
Os capsômeros estão ao redor do ácido nucleico, em forma de hélice. 
3. Vírus de estrutura complexa 
Não são classificados nem como icosaédricos, nem como helicoidais. 
Exemplo: bacteriófago. 
3.2 CLASSIFICAÇÃO
Os vírus podem ser classificados com base na arquitetura do capsídeo, como 
citado anteriormente (icosaédrico, helicoidal, complexo), e podem ser envelo-
pados ou não, de acordo com a presença da camada de glicoproteínas acima 
do capsídeo. Esse envelope muitas vezes dá uma conformação relativamente 
esférica ao vírus. 
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TABELA 1 – PRINCIPAIS FAMÍLIAS E GÊNEROS 
DE VÍRUS PATOGÊNICOS AO HOMEM
Família Gênero Morfologia
Parvoviridae Parvovírus Icosaédrico
Icosaédrico Mastadenovírus Icosaédrico
Papillomaviridae Papilomavírus Icosaédrico
Poxviridae Orthopoxivirus Complexo
Herpesviridae
Simplexvirus, Varicelovirus, 
Lymphocryptovirus, 
Cytomegalovirus, Roseolovirus
Icosaédrico
Hepadnaviridae Hepadnavirus Icosaédrico
Picornaviridae Enterovírus, Rhinovirus Icosaédrico
Caliciliridae Vírus da hepatite E Icosaédrico
Togaviridae Alfavirus, Rubilivirus Icosaédrico
Flaviviridae
Flavivirus, Pestivirus, vírus da 
hepatite C
Icosaédrico
Coronaviridae Coronavirus Helicoidal
Rabdoviridae Vesiculovirus, Lyssavirus Helicoidal
Filoviridae Filavirus Helicoidal
Paramixoviridae Paramixovirus, Morbilivirus Helicoidal
Deltaviridae Hepatite D Icosaédrico (isométrico)
Orthomixoviridae Influenza vírus Helicoidal
Bunyaviridae Bunyavirus, Hantavirus Helicoidal
Arenaviridae Arenavírus Helicoidal
Retroviridae Oncovírus, Lentivírus Icosaédrico
Reoviridae Reovírus, Rotavírus Icosaédrico
Fonte: Adaptada de Trabulsi e Althertum (2015).
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Estudos recentes envolvendo o microbioma 
humano (ou seja, os microrganismos que habitam 
naturalmente o ser humano) observaram que 
muitas

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