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CAngaço

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Cangaço
“Uma guerra sem fim no sertão”
Final do século XVIII ( 18)
“Desde os tempos do Império, a falta de interesse do Estado pelo Sertão obteve efeitos sangrentos na região. Entre os mais devastadores episódios de clara resposta à situação negligente e única presença para cobrança de tributos, destaca-se a Guerra de Canudos e o fenômeno de banditismo conhecido como Cangaço. Ambas as experiências possuíam em sua essência o sentido de contestação das figuras conhecidas como coronéis.”
Absolutismo dos coronéis no sertão
O império instituiu a titulação de Coronéis da guarda nacional, decorrente do pouco interesse público na região nordestina.
Os coronéis eram, pessoas que possuíam total influência na economia de cidades inteiras; representando o poder absoluto em uma região onde era se submeter ou padecer.
Os coronéis eram homens acima da lei. Além das tradicionais forças policiais, submetidas a eles, estes possuíam sua própria “polícia” eram capangas conhecidos como jagunços: figuras armadas que tratavam de fazer a guarda de terras, castigar e executar inimigos de seus chefes. Foi a truculência desses jagunços que deu origem à jornada de diversos cangaceiros motivados pelo desejo de vingança. 
“ A vida criminosa, como alternativa para fugir da miséria e da submissão”.
As condições naturais do Sertão são especialmente infavoráveis à vida humana. Os longos períodos de estiagem castigam seus habitantes, consecutivamente pela falta de água.
As autoridades da região eram semelhantes aos temidos cangaceiros, com seus sensos de justiça e figuras de violência, isso fez com que muitos sertanejos optassem por esse estilo de vida.
No início, os cangaceiros eram sustentados pro chefes locais, mais tarde, começaram a agir independentemente, atacando fazendas, saqueavam o comércio e matavam de acordo com suas leis e interesses próprios.
Lampião
O cangaceiro mais famoso que se tem evidência foi Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião. 
Figura de uma frieza aterrorizante, Lampião comandava torturas e execuções, á dizia o mítico Rei do Cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião:
"Três coisas eu trago de Pernambuco: dinheiro, coragem e bala."
Exposição das 
cabeças, em
praça pública.
Por décadas a República simplesmente amargou a inferioridade de suas forças diante do preparo e conhecimento preciso dos bandos cangaceiros. Equipados com cangas de madeira e utensílios metálicos (daí o nome cangaço: canga+aço), esses grupos eram compostos por homens (e também, muito raramente, mulheres) de invejável experiência de combate, sempre furtivos e ágeis. 
 Com o passar dos anos, a forma que o Estado tratava o Cangaço era cada vez mais madura. A segunda metade dos anos 1930 foi especialmente difícil para os bandos cangaceiros. Um a um, os criminosos iam sucumbindo ou se entregando em troca da anistia. O marco do fim dos tempos do Cangaço foi a emboscada que executou Lampião, Maria Bonita e diversos membros de seu bando. Suas cabeças foram expostas ao público em muitas cidades do Sertão nordestino.
o Cangaço era uma afronta a Getúlio Vargas e sua proposta ideológica. E sistematicamente pagou o preço da visibilidade que adquiriu.
Cadáver do cangaceiro Cirilo de Engrácia, morto por civis e usado como exemplo pela volante alagoana. A cabeça de Cirilo já havia sido decepada, mas foi recolocada para a foto.
Um cerco que
se fechava.
Cabeças cortadas de membros do bando de Lampião, incluindo o próprio e sua parceira, Maria Bonita, mortos em uma emboscada em Porto da Folha, Sergipe. Elas foram expostas como troféu na escadaria da Prefeitura de Piranhas, no estado de Alagoas, este episódio simbolizou o fim dos tempos áureos do Cangaço.
Fim do cangaço
O Cangaço foi considerado uma ação rebelde, produto das dificuldades sociais e políticas da região, como a fome, a miséria, a seca, o desemprego e o coronelismo.
Embora agissem como bandidos, eram vistos como heróis pelos sertanejos, pois enfrentavam a polícia; muitas vezes a população os protegeu do ataques dos Volantes.
O cangaço perdeu força com a pressão do governo e com a criação de vagas de trabalho nas indústrias no Sudeste; vista por muitos sertanejos como forma de sobrevivência.

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