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Redação para web aula 1

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REDAÇÃO PARA WEB 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alexsandro Ribeiro 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, tudo bem? Começa aqui nossos estudos sobre redação para 
ambiente digital. Vamos abordar os gêneros jornalísticos empregados na rede, 
seus usos nas mais diferentes produções digitais e aprender a produzi-los em 
todo o processo da construção da reportagem multimídia, desde a preparação 
da pauta até a sua publicação. Aqui, veremos o quanto é importante a pesquisa, 
a checagem e a redação na web propriamente dita. Aprenderemos 
características específicas desse gênero permeado de links e hipertexto, com 
suas multifuncionalidades, personalização e interatividade. Então, vamos aos 
estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Cada espaço no meio digital demanda uma postura de redação. Portais 
de notícias, sites institucionais, os blogs, as redes sociais, em cada um desses 
locais precisamos de profissionais capacitados para redigir textos no formato 
digital, que carregam com ele características próprias que diferem do texto de 
outros veículos noticiosos, como o impresso (jornais, revistas), televisivo e o 
texto para rádio. 
Escrever o texto para a mídia digital é diferente de escrever para a mídia 
impressa, principalmente por estar disponível em outro dispositivo, que pode ser 
a tela do computador, de um Ipad e do seu celular. Por isso, a regra número um 
é se manter atualizado, acompanhar as tendências de cada rede social que já 
existe e ficar atento para as novas formas de escrever e se posicionar na web, 
conforme as tendências e mudanças vão surgindo. Para iniciarmos o percurso 
sobre tais elementos, abordaremos os seguintes temas: 
• o texto na web; 
• diferenças da web em relação a outros veículos; 
• perfil do redator – multifuncional; 
• gêneros do texto na web; e 
• o texto para web na atualidade – desafios e transformações. 
 
 
 
 
3 
TEMA 1 – O TEXTO NA WEB 
Sem dúvidas, o meio digital tornou-se a maior fonte de informações. Uma 
busca simples no Google resulta em uma infinidade de páginas com conteúdos 
de todos os tipos. É um “sem fim” de conteúdo, que muitas vezes nos perdemos 
nesse dilúvio de informações, expressão utilizada por Pierre Levy, filósofo e 
sociólogo que estuda o impacto da Internet na sociedade. Nesse mundo virtual, 
bastam poucos minutos para se informar. Como destaca Bozza (2018, p. 111), 
o usuário de informação digital “é mais participativo e volátil, migra e 
interage nos canais de informação com rapidez”. Assim, perdemos um tipo 
de leitor, aquele baseado no impresso, mas ganhamos outro, que, muitas vezes 
sem perceber, passa horas na frente do computador consumindo informação. 
Hoje, o leitor possui uma fonte de informação muito maior e dificilmente 
mantém-se fiel a um determinado veículo de comunicação. Isso sem mencionar 
a lógica da convergência e das interconexões dos meios, que pressiona 
para que um texto seja cada vez mais uma ponte entre as mídias e que 
conduza o leitor a partir do conteúdo, e não mais mantendo-o preso a um 
meio apenas. É por isso que, logo nesse primeiro tema, reunimos algumas dicas 
básicas de como escrever no meio digital com base na leitura disposta nas 
bibliografias básica e complementar deste estudo, que auxilia em estabelecer 
um texto conectado com o meio online. Preparado(a) para as dicas? Então, 
vamos lá! 
• Utilize frases curtas – Regra número 1 é abusar das frases curtas. 
Sempre é possível reduzir a frase e ser mais direto. Frases curtas garante 
a comunicação de forma fácil e direta. Além disso, períodos curtos darão 
ritmo à frase sem tornar o seu texto cansativo. 
• Leia o texto em voz alta – A importância é o ritmo de cada frase, vale a 
pena ler em voz alta. Moura (2002, p. 56) ensina: “[...] se o ar faltou na 
leitura de alguma frase ou se alguma ação soou engraçada ou confusa, o 
texto não está claro”. 
• Parágrafos curtos – A leitura em meios digitais pode se tornar cansativa. 
Assim, é fundamental que os parágrafos sejam diretos, curtos e que 
garantam maior agilidade de leitura. Para Pinho, algo que pode colaborar 
são parágrafos menores, com “no máximo cinco ou seis linhas” (Pinho, 
 
 
4 
2003, p. 212). Para evitar embaralhamento na leitura, o ideal é também 
dividir o texto em seções. 
• Linguagem coloquial – É preciso sempre avaliar o veículo e suas 
características. Textos em portais de notícias tendem à linhagem 
noticiosa. Contudo, quando a notícia desse mesmo portal é compartilhada 
ou publicada em redes sociais, a transposição pode abrir espaço para 
uma linguagem mais leve e menos formal. 
• Utilize hiperlinks – Os links dão mobilidade e tridimensionalidade ao 
texto. Ou seja, deve-se quebrar a lógica linear do texto no impresso. “No 
jornalismo digital, é possível navegar pela estrutura da informação sem 
uma sequência definida” (Bozza, 2018, p. 116). Por meio dos links, você 
vai conduzindo o leitor a navegar de um texto ao outro, complementando 
a leitura. A partir dos links, podemos falar “mais” com menos, e ainda 
permitir ao leitor textos com camadas de informações. 
• Concisão – Ao ser conciso, você está poupando o leitor de se cansar com 
o seu texto. Qualquer tipo de cansaço ou distração, o internauta é o 
primeiro tipo de leitor que irá desistir de ler o restante do post, dado o 
tamanho de atrativos que ele tem ali a apenas um clique. 
• Interação – Comparando-se a outros veículos, um diferencial do texto 
para a web é a interação. Para quem dizia que o rádio era o meio de 
comunicação que mais oferecia interação com o público, a internet deu 
um show nesse quesito. A possibilidade de comunicação entre autor e 
leitor é imensa. Tudo isso torna essa experiência agradável e possibilita 
avaliar, a cada interação, o que o seu leitor pensa sobre os seus artigos. 
Esse feedback lhe trará importantes informações do grau de relevância 
do seu conteúdo. 
• Todas as dicas de gramática já conhecidas permanecem – Não é 
porque escrever para a web é mais informal que você esquecerá as 
normas gramaticais. A boa escrita faz diferença, sim! Portanto, atenção 
ao bom português. 
 Acreditamos que já deu para você perceber como o texto para web tem 
características próprias e diferentes de todos os outros veículos. Seja qual área 
você for atuar dentro do Jornalismo, dificilmente irá escapar de escrever 
textos para o meio on-line. Se a sua intenção é ser um bom redator virtual e 
ter leitores que irão te seguir e dar preferência para o texto que você escreve, 
 
 
5 
tenha em mente essas dicas e saiba tirar vantagem de cada peculiaridade que 
a web oferece. 
TEMA 2 – DIFERENÇA DA WEB EM RELAÇÃO A OUTROS VEÍCULOS 
A web é uma ferramenta de comunicação que possui características 
distintas de outros veículos tradicionais, como a televisão, o rádio, o jornal e a 
revista. Isso você já pode ter percebido quando leu as dicas de como escrever 
para a web, que você viu no tema anterior. 
Cada diferença que você pôde perceber, como linguagem coloquial, 
textos e parágrafos curtos, interatividade, utilização de hiperlinks e 
acessibilidade, fazem da internet uma ferramenta de comunicação 
dinâmica, rápida e que vem mudando, até mesmo, as outras mídias, que 
precisam se adaptar e se modernizar para não perder ainda mais leitores, 
ouvintes e expectadores. Olhe só a análise que Rodrigues (2005) faz em relação 
a como a notícia era vista antes da web: 
Antes da web, a notícia era vista como um produto acabado no 
momento em que era impressa ou transmitida por meios audiovisuais. 
Ela podia render desdobramentos (suítes) que na verdade eram 
considerados novas notícias. Além disso, ao ser publicada ou 
transmitida, a notícia off-line tinha um período de vida muito curto e ia 
rapidamente para o arquivo, onde perdia quase todo o seu valor 
jornalístico. (Rodrigues, 2005, p. 239) 
Essa análise de Rodrigues pode fazer você se lembrar de como é a 
experiênciade leitura de um jornal. Ward (2007, p. 23) compara um website com 
muitos conteúdos a um jogo de xadrez tridimensional. “Você pode se sentar no 
meio do site e avançar (imediação), para um lado (links para sites, histórias 
relacionadas e interatividade) ou para baixo no arquivo do próprio site” (p. 
23). 
Ao ler um jornal ou uma revista, se você quer saber mais sobre 
determinado assunto, terá de fazer uma busca em outros exemplares ou outros 
meios de comunicação. Nesse caso, o meio de comunicação mais rápido para 
aprofundar o assunto que você procura é a internet. Com apenas uma busca no 
Google, você encontrará o que precisa. Por isso, quando um texto é escrito 
na web, o uso de hiperlinks é bem recomendado, pois levará o seu leitor ao 
aprofundamento do assunto com apenas um clique. 
Com a internet, ganhamos em acessibilidade e interatividade. Uma notícia 
em um portal, por exemplo, estará disponível ao acesso o dia todo, podendo 
 
 
6 
estar disponível por muitos anos, ao menos que ele seja retirado do ar. A 
interatividade é outra característica que não deixou o produto ser acabado no 
momento em que foi veiculado. 
Pinho (2003, p. 55) faz uma importante análise comparando as mídias 
tradicionais em relação à internet, quando destaca que na web temos um 
receptor ativo. 
A rede não segue os padrões da TV, cuja mensagem é levada e 
alardeada na sala de um telespectador passivo. Ao contrário: com 
milhões de sites na Web disponíveis na rede mundial, a audiência tem 
de buscar a informação de maneira mais ativa. Daí se dizer que a Web 
é uma mídia pull, que deve puxar o interesse e a intenção do internauta, 
enquanto a TV e o rádio são mídias push, nas quais a mensagem é 
empurrada diretamente para o telespectador ou ouvinte, sem que ele 
tenha solicitado. (Pinho, 2003, p. 55) 
A mídia tradicional é um veículo de mão única. Já com a web, a 
interatividade dá vida longa a um post publicado. São diversas possibilidades de 
interação, como grupos de discussão, o espaço para comentários, um 
compartilhamento do post que você escreveu nas páginas de pessoas e 
empresas nas redes sociais. Essa interatividade dá espaço a um texto mais 
informal e de humanização na web. Nos veículos impressos, principalmente o 
jornal, esse grau de pessoalidade é raro de encontrar, mas é mais comum em 
crônicas. A linguagem jornalística tem o seu caráter mais sério, sem dar 
espaço para a informalidade. 
Para Ward (2007, p. 21), o jornal diário tem um relacionamento estático 
com o seu leitor. Outra desvantagem, apontada por ele, são os processos de 
publicação da mídia tradicional. “Publicar uma grande quantidade de jornais 
diariamente é um trabalho complicado, que exige sincronização de muitas e 
diferentes atividades realizadas por diversas pessoas” (p. 21). Ainda sobre o 
fenômeno do meio on-line como veículo de comunicação, Palacios (2002, p. 7) 
destaca a “quebra dos limites físicos”, comparando-o com outras mídias: “Trata-
se da primeira vez que isso ocorre, uma vez que em todos os suportes anteriores 
(impresso, rádio e jornal) o jornalista convivia com rígidas limitações de espaço 
(que se traduz em tempo, no caso do rádio e TV)”. Enfim, o que podemos 
aprender com essas transformações é que a internet veio para mudar a 
forma de nos comunicarmos e buscar informação. Para Ferrari (2003), isso 
causou “um impacto na mídia tradicional e também no comportamento social da 
população. Não podemos deixar de assumir que a internet proporcionou um 
acesso à informação de maneira única” (p. 84). 
 
 
7 
Você deve ter percebido, até então, que a redação na web mudou a 
maneira de escrever. Temos uma mudança de estilo, que nos desafia a 
estarmos cada vez mais atualizados, informados e antenados com a 
maneira com que o internauta consome a informação. 
É importante destacar que a informação da tela é lida e vista, segundo 
informa Franco, no livro Como escrever para a web, configurado em um padrão 
F de leitura. Nesse formato, “os usuários só veem o primeiro terço dos títulos, a 
primeira frase dos parágrafos e os intertítulos quando exploram a página. Assim, 
à esquerda deve ir a palavra mais significativa” (Franco, 2009, p. 12). 
E você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com a redação 
para a web? Quer saber? Tudo!!! Isso mesmo, essa disposição em F de leitura 
faz a gente voltar à pirâmide invertida, que você aprendeu na anteriormente 
sobre redação jornalística. Lembra? Vamos retomar aqui com você as 
características da Pirâmide Invertida. No texto jornalístico, primeiramente, é 
preciso escrever um lide (lead, em inglês) que respondesse, preferencialmente, 
às seis perguntas: o quê, quem, quando, onde, como e por que. No comecinho 
do texto, essas perguntas são respondidas, ocupando o topo da pirâmide 
invertida. Na sequência, nos próximos parágrafos, o texto se desenvolvia em 
ordem decrescente de importância. Isso porque, dependendo do espaço 
disponível no jornal, os últimos parágrafos poderiam ser eliminados. 
Figura 1 – Pirâmide invertida de primeiro nível 
 
 
 
Fonte: Oliveira; Ribeiro, 2021. 
 
 
8 
Para Franco, com a popularização da Internet, um novo estilo de pirâmide 
precisou ser utilizado. “Hoje, está claro que a notícia da Internet deve ser redigida 
com esse esquema tradicional, só que adaptado a novas exigências” (2009, p. 
13). Franco define a mudança como um “segundo nível de utilização da estrutura 
de pirâmide invertida” (2009, p. 13). Nesse nível, a estrutura fica assim: no 
primeiro parágrafo, o assunto principal, e nos outros vão sendo definidos 
subtemas, que serão estruturados por subtítulos. Confira como fica a 
pirâmide neste segundo nível de utilização. 
Figura 2 – Pirâmide Invertida de Segundo Nível 
 
 
Fonte: Oliveira e Ribeiro (2021) 
Fonte: Oliveira; Ribeiro, 2021. 
Na Pirâmide da Figura 2, chamada de invertida, segundo nível de 
utilização, estrutura-se o texto, conforme analisa Franco, em subtemas 
independentes. Isso permite ao leitor uma independência de cada um deles. 
Nesse ponto diferenciando do texto impresso, uma vez que agora a leitura pode 
ser não linear dentro da mesma página. Ou seja, “o usuário poderia escolher o 
subtema de seu interesse ao passar os olhos sobre o texto, a partir de sua 
exposição na primeira tela” (2009, p. 58). 
Mas os níveis de utilização não param por aí. Existe ainda um terceiro 
nível de utilização da estrutura de pirâmide invertida. O autor/editor aproveita o 
potencial de entrelaçamento oferecido pela Web. Já o usuário é “quem determina 
 
 
9 
a hierarquia da informação e, em última análise, quem constrói sua própria 
pirâmide” (Franco, 2009, p. 60). Ali, temos um texto linear dividido em subtemas 
que aparecem em diferentes páginas da Web, conforme ilustra a figura a seguir: 
Figura 3 – Pirâmide invertida de terceiro nível 
 
 
 
Fonte: Oliveira; Ribeiro, 2021. 
Nesse caso, mais uma vez, há uma ruptura da linearidade, conforme 
explica Franco: 
Neste modelo, cada subtema deve se explicar e sustentar por si 
mesmo, ou seja, não depender dos demais, apenas do principal, que 
foi exposto primeiro. Cada um deve ser desenvolvido seguindo a 
estrutura de uma pequena pirâmide invertida. Mesmo assim, todos 
deveriam ter links apontando para os demais assuntos, para facilitar a 
navegação do usuário. (Franco, 2009, p. 61) 
Analisando as mudanças dos novos estilos da pirâmide invertida, o que 
você percebe que mudou na maneira de escrever um texto para a web que não 
era possível em um texto jornalístico no meio impresso, no rádio e na TV? 
Conseguiu perceber que não existe mais uma linearidade de leitura, já que quem 
define a ordem que um texto será lido é o leitor? No entanto, quem vai organizar 
os temas, subtemas, com seus links levando a outros links, é o autor/editor. 
 
 
 
10 
TEMA 3 – PERFIL DO REDATOR: MULTIFUNCIONAL 
Outra mudança do meio digital no jornalismo foi o perfil dos novosprofissionais da web. No meio impresso, o repórter pegava a pauta pronta 
elaborada pelo pauteiro, saía para a rua e em menos de quatro horas voltava 
com duas, três notícias para redigir. Entregava o texto para o editor, que editava 
o material com o diagramador. Além disso, no meio impresso, a equipe conta 
com o editor-chefe, responsável pela redação e por todo o material publicado. 
Na web, há uma convergência de veículos impressos, audiovisuais e 
cibernéticos (Rodrigues, 2005, p. 255). Para não ficarmos no vácuo do conceito, 
Jenkins (2009) aborda a convergência a partir do comportamento das mídias e 
das narrativas frente aos ambientes de digitalização e de unificação das 
características dos meios. Um dos objetivos foi propor uma reflexão sobre 
como novos meios e as mídias já consolidadas se interconectavam e 
ressignificavam suas funções, interfaces e narrativas com o cenário digital. 
O resultado foi uma convergência tecnológica, cultural e comportamental. 
A imprensa certamente não ficaria alheia às reflexões e impactos da 
cultura da convergência. No jornalismo, a convergência não se consolidou 
apenas no formato de leitura e forma de oferta do conteúdo aos leitores, mas 
impactou fortemente tanto nas rotinas produtivas quanto no modelo de negócio 
dos jornais. Mais que agregar vídeos em matérias que eram dominantemente 
produzida sob a ótica do texto escrito, a convergência mudou o perfil do 
profissional e a forma de pensar e organizar a notícia. Ninguém mais produz 
pensando em uma mídia de forma estanque. O foco não é o meio, mas a forma 
de narrativa que mais completa o conteúdo a ser ofertado. O redator, nesse 
meio, é multifuncional; ele, praticamente, ocupa todas as funções dos jornalistas 
de um jornal impresso, além de precisar ter domínio de vários tipos de mídia: 
texto, áudio, vídeo e interatividade. Como destaca Bozza (2018, p. 15), houve 
uma reorganização e adaptação na forma de produzir e de distribuir tarefas 
nas redações com a web. “O profissional redator do impresso dá lugar ao 
profissional multimídia e multiplataformas. A convergência midiática leva à 
otimização de recursos e ferramentas estratégicas para a presença digital dos 
cibermeios”. 
Ou seja, a realidade do jornalismo multimídia pressupõe domínios, nunca 
antes pensados no meio impresso. Características profissionais, como ágil, 
 
 
11 
flexível, multifuncional serão cada vez mais exigidas. O bom disso tudo é que o 
meio digital está em busca de novos talentos da comunicação, abrindo novos 
mercados. Nesse cenário, já está havendo a criação de novos empregos, novos 
negócios e uma proliferação de profissionais autônomos, com perfil 
empreendedor, que não serão mais subordinados a uma chefia, terão a sua 
empresa e escolherão as pessoas com quem querem trabalhar. 
Saiba mais 
Só para ter a ideia da distância entre a produção e o perfil atual do 
jornalista com os profissionais que atuaram antes da web, confira o vídeo a 
seguir da Folha de S. Paulo em que um repórter jovem é desafiado a realizar 
uma reportagem sem o auxílio de qualquer tecnologia digital. Isso mesmo, nada 
de pesquisa em computador, nada de câmeras e equipamentos digitais, e nada 
de se comunicar com a assessoria de imprensa por WhatsApp ou celular. Já 
imaginou? Segue o link. 
Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=_vp8EoxVVHQ&t=5s>. Acesso em: 11 fev. 
2022. 
TEMA 4 – GÊNEROS DO TEXTO NA WEB 
A Internet causou uma revolução linguística. Você já percebeu que o 
avanço tecnológico trouxe novos gêneros textuais, resultando em uma nova 
maneira de se comunicar? No entanto, o jornalismo por meio da internet continua 
sendo jornalismo. Neste tema, você irá reconhecer quais são os gêneros textuais 
jornalísticos na web. Eles se adaptam a diversas realidades e não são estáticos, 
pois esse mundo virtual vive em constante mudança. Enfim, a comunicação na 
internet acaba criando novos gêneros textuais e altera os já existentes. Vamos 
conhecer os gêneros textuais mais usados? 
• E-mail: com a internet, novos gêneros textuais que surgiram tiveram 
como base gêneros textuais já existentes. Antes do surgimento do e-mail, 
as pessoas escreviam cartas. Tudo era escrito à mão e a carta levava dias 
para chegar ao destinatário. Meio de comunicação indispensável para 
muitas pessoas, o e-mail tem por finalidade trocar informações, unir 
pessoas e reduzir distâncias. 
 
 
12 
• Blog: o que começou como um diário virtual, com o tempo foi tornando- 
se um importante meio de comunicação. Eles são, hoje, o endereço virtual 
de pessoas e empresas, consolidados em um espaço democrático de 
informação. Eles podem ser pessoais, literários, artísticos, profissionais e 
tratarem dos mais diversos assuntos. Como gênero textual, podem 
complementar o texto: imagens, músicas. Quanto à linguagem, pode ser 
formal ou informal. Tudo vai depender de qual é o público-alvo do blog. 
• Chat: é o mesmo que bate-papo. São trocas de mensagens realizadas de 
forma instantânea. As mensagens são basicamente escritas, mas podem 
ser orais ou visuais. O chat é um bom exemplo para mostrar as mudanças 
no ritmo da comunicação. A interatividade em tempo real, que permite 
respostas instantâneas, mostra o quanto esse gênero textual se distancia 
dos gêneros textuais usados no meio impresso. Palavras abreviadas, sem 
acentos, e uso frequente de emoticons (forma de comunicação 
paralinguística, em que ícones transmitem emoção) são muito utilizados, 
inclusive recebeu um nome: Internetês. 
• Hipertexto: o hipertexto rompe com a leitura linear e sequencial. São 
textos on-line em forma de links que remetem a outros links 
complementares. Esses links que nos levam a outras páginas 
proporcionam uma leitura diferenciada de texto. Futuramente, 
dedicaremos um tema inteiro sobre hipertexto, tamanha a sua importância 
como gênero textual. 
• Redes Sociais: são uma verdadeira revolução na maneira de se 
comunicar. Seja Facebook, LinkedIn, Twitter, entre tantos outros tipos de 
redes sociais que temos, eles permitem aos usuários da internet vivenciar 
as mais diversas relações. E, assim como outros gêneros textuais já 
mencionados, sua principal característica é a interatividade em tempo 
real. 
Conhecendo os principais gêneros textuais, deu para você perceber que, 
além da interatividade em tempo real, uma de suas características pensando na 
linguagem utilizada é a informalidade. No entanto, muito cuidado! Importante 
destacar que não é porque os gêneros jornalísticos na web são mais 
informais que você vai esquecer as regras gramaticais. 
Tudo vai depender de para quem você está escrevendo. Ao escrever um 
e-mail para um professor, por exemplo, você deverá manter uma linguagem mais 
 
 
13 
adequada. No entanto, se está conversando com um colega de sala, contanto 
que seja em situações informais, é normal escrever com abreviaturas como: “vc”, 
“bj”, “vlw”, entre tantas outras. 
Saiba mais 
Leitura complementar: vamos nos aprofundar nos gêneros jornalísticos 
com foco na web? Busque o livro a seguir e leia o subtítulo “Reconfiguração dos 
Gêneros Tradicionais”. Veremos ao longo do texto como a web impacta nos 
gêneros informativo, interpretativo, dialógico, argumentativo, e em como o meio 
pressiona para a consolidação de um ciberjornalismo diversional hibridizado. 
BOZZA, G. Redação ciberjornalística: teoria e prática na comunicação 
digital. Curitiba: Intersaberes, 2018. 
TEMA 5 – O TEXTO PARA A WEB NA ATUALIDADE: DESAFIOS E 
TRANSFORMAÇÕES 
Há muitas formas de redigir um texto para a web. Existe, sim, um padrão 
de leitura e de leitor. Mas também lançamos como desafio que tudo que vem 
padronizado cansa, ainda mais nos dias de hoje. 
Vamos continuar, sim, a termos leitores que vão querer se aprofundar 
mais na notícia, ler artigos que vão mais a fundo no tema para se aprofundar. 
Aquele leitor que passa horas diante de uma edição de domingode um jornal 
impresso continua a existir, mas terá também de buscar outras formas de se 
informar, pois o jornal de papel vem perdendo leitores e espaços. 
Para seguir as tendências do novo jornalismo, temos que pensar na 
preferência pessoal, por isso que você estudou aqui os novos modelos de 
pirâmide invertida e os modelos de leitura em F, segundo os estudos de 
usabilidade de Nielsen. As transformações, os desafios estão no novo leitor, 
que muda a sua maneira de buscar informação muito rápida, uma vez que 
vivemos em um mundo que processa tudo mais rápido, nos exigindo agilidade 
para atender ao ritmo das pessoas e da informação. Na web, construir narrativa 
é envolver os internautas em histórias que criem conexões, ambiências e 
sensações. Quando o jornalista ultrapassa o limite do texto noticioso, ele alcança 
o contexto e principalmente a descrição do cenário e das experiências. Ou seja, 
quando passa o protocolo de informar, é quando inicia o processo de reflexão, 
 
 
14 
de interpretação e de envolvimento dos leitores. Como destaca Bozza (2018, 
p. 33), o conteúdo jornalístico na web deve “ativar memórias e significados 
e gerar sentimentos no leitor-ouvinte-telespectador, fazendo uso de 
linguagens, suportes e meios distintos de informar”. 
Além disso, o leitor da web também é coautor, quando ele compartilha e 
comenta as postagens, construindo, assim, a notícia. Esse leitor também 
escreve, filma e cria espaços democráticos, tornando-se também, muitas vezes, 
um formador de opinião. O sucesso de um texto na internet hoje depende do 
leitor: quanto mais um texto é acessado, comentado, compartilhado, mais 
relevante e informativo ele passa a ser. A base da abordagem da experiência 
baseada no usuário parte de um design e arquitetura que seja inicialmente 
funcional. No jornalismo, isso resulta em um processo de organização de 
conteúdo quer permita uma leitura do texto de forma fluída e intuitiva. O segundo 
aspecto é um design que seja confiável, que permita uma estabilidade de 
navegação, e que tenha uma repetição que se consolidará no projeto visual. 
Muitas mudanças ainda vêm por aí e falar em texto na web é pensar que 
nada é estático, pronto, não é mesmo? Como disse Chris Nodder, especialista 
em Experiência do Usuário, no epílogo do livro de Franco: “Tornar um texto mais 
fácil de ler no monitor é só parte do problema” (p. 173). Para ele, o mais complexo 
está em decidir o que escrever. “As técnicas de boa redação nunca sairão de 
moda. De fato, até as publicações em papel se podem beneficiar das mesmas 
diretrizes que sugerimos para criar conteúdo para a Web” (p. 173). 
TROCANDO IDEIAS 
Chegou a hora do nosso debate. Primeiro, convidamos você a ler o artigo 
Jornalismo Online, Informação e Memória: Apontamentos para debate, de 
Marcos Palacios (2003)1. Depois disso, debata com seus colegas os seguintes 
aspectos do texto: quais são as características do Jornalismo e em que elas se 
diferem das mídias tradicionais? Na sua opinião, por que elas têm tornado a web 
um veículo de comunicação que cada vez ganha mais leitores? 
 
1 Disponível em <http://www.labcom.ubi.pt/files/agoranet/02/palacios-marcos-informacao-
memoria.pdf>. Acesso em: 11 fev. 2022. 
 
 
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NA PRÁTICA 
Leia atentamente a reportagem a seguir em formato longform Refugiados, 
no Uol Tab. Depois, escreva uma análise de 10 a 15 linhas, respondendo às 
seguintes perguntas: quais elementos você encontra nesse texto que foram 
escritos pensando nas mudanças da pirâmide invertida e na nova maneira de 
escrever, que difere dos textos para o meio impresso? De que maneira o texto 
prende o leitor para ele percorrer até o final? Uma dica importante para a sua 
análise é perceber que o texto é longo, apresenta fôlego e está publicado em um 
ambiente totalmente customizado. 
Disponível em: <https://tab.uol.com.br/refugiados/>. Acesso em: 11 fev. 
2022. 
FINALIZANDO 
Finalizamos a nossa aula. Esse é apenas o começo desse mundo 
fantástico que é escrever para a web. São desafios e transformações que 
devemos estar ligados todos os dias para perceber mudanças que podem 
ocorrer a um clique. Nesta aula, tratamos de conhecer as peculiaridades do texto 
na web. Percebemos algumas semelhanças entre os veículos de outros meios, 
como o jornal impresso, a TV e o rádio. Mas vimos também que suas diferenças 
fazem do texto para web um gênero que exige cada vez mais qualificação, 
devido às suas peculiaridades. Falamos um pouco sobre o perfil do redator 
multifuncional, que acumula funções e precisa de uma infinidade de habilidades. 
Depois conhecemos os gêneros do texto na web. Por fim, reconhecemos o texto 
para web na atualidade: desafios e transformações. É preciso ficar alerta para 
acompanhar as tendências que a cada dia nos apresenta. No mais, vamos em 
frente, que temos bastante conteúdo pela frente. 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
BOZZA, G. Redação ciberjornalística: Teoria e prática na comunicação digital. 
Curitiba: Intersaberes, 2018. 
FERRARI, P. Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2003. 
FRANCO, G. Como escrever para a web: Elementos para a discussão e 
construção de manuais de redação online. 2009. Disponível 
em: <https://journalismcourses.org/wp-content/uploads/2020/08/How-to-write-
for-the-Web-por.pdf >. Acesso em: 10 fev. 2022. 
JENKINS, H. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009. 
MOURA, L. de. Como escrever na rede: manual de conteúdo e redação para 
Internet. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
PALACIOS, M. Jornalismo online, informação e memória: apontamentos para 
debate. Apresentado nas Jornadas de Jornalismo Online, Departamento de 
Comunicação e Artes, Universidade da Beira Interior, Portugal. 2002. Disponível 
em: <http://labcom-ifp.ubi.pt/files/agoranet/02/palacios-marcos-informacao-
memoria.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2022. 
PINHO, J. B. Jornalismo na internet. São Paulo: Summus, 2003. 
WARD, M. Jornalismo on-line. São Paulo: Roca, 2007.

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