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TEMA: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CIÊNCIAS 
CONTÁBEIS
CIÊNCIAS 
CONTÁBEIS
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Ciências Contábeis
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Valdecir Knuth
Conteudista
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Júlia Carolina Moser
Revisão:
Harry Wiese
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1Análise das Demonstrações Contábeis
1 INTRODUÇÃO
Olá caro(a) acadêmico(a)!
Na atualidade, as empresas precisam identifi car e perceber a sua saúde 
econômica e fi nanceira de forma que possam planejar todas as suas ações 
de longo prazo. Essa percepção surge como uma forma ou ferramenta de 
identifi cação das necessidades de capital que a empresa venha a necessitar.
E como isso pode ser feito?
Uma das formas pode ser a Análise das Demonstrações Contábeis.
Por quê?
Porque é com o uso desta ferramenta de análise que o gestor ou contador 
poderá saber se a empresa possui recursos para pagar seus compromissos em 
curto prazo, ou se a empresa depende mais de capital de terceiros do que de 
capital próprio, ou ainda, como anda a rentabilidade da empresa, se o lucro 
que a empresa apresenta está de acordo com o que os administradores ou 
sócios esperam.
Mas, para que tudo isso?
Essa disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis é uma peça 
fundamental para a gestão fi nanceira da empresa e visa atender em parte as 
necessidades de análise de crédito, entre outras coisas.
Então, vamos lá?
2 PRINCIPAIS RELATÓRIOS CONTÁBEIS
2.1 ASPECTOS INICIAIS
Vamos estudar de forma bem simplifi cada e objetiva o que é uma 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, para que serve e qual é o 
tipo de resultado que pode contribuir para a área de gestão.
Você sabia que é na Contabilidade que estes relatórios são produzidos 
e quais são esses tipos de relatórios?
Os principais relatórios contábeis utilizados pelos gestores das empresas 
são o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício.
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2 Ciências Contábeis
2.2 O BALANÇO PATRIMONIAL
Você já ouviu falar em Balanço Patrimonial de uma empresa?
O Balanço Patrimonial refl ete a posição fi nanceira de uma empresa 
em um determinado momento (normalmente no fi m de ano). E essa posição 
fi nanceira é a fotografi a fi nanceira da empresa naquele momento.
Mas, no seu entendimento, o que signifi ca essa “fotografi a fi nanceira”?
Tente imaginar que a empresa está realizando seu fechamento anual de 
balanço em 31 de dezembro deste ano.
Nesta data, 31 de dezembro, a empresa irá apresentar toda a sua 
situação de BENS e DIREITOS (Ativos) e suas obrigações para terceiros (neste 
caso, os Passivos), juntamente com os recursos dos sócios representados no 
Patrimônio Líquido. 
Então, podemos dizer que o termo balanço decorre do equilíbrio 
entre Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido (PL). Parte da ideia de uma balança 
de dois pratos onde sempre encontramos igualdade, conforme demonstra a 
fi gura a seguir.
FIGURA 1 – DEMONSTRAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: Adaptado de: <http://ferrao.org/uploaded_images/balance.jpg>. 
Acesso em: 24 maio 2012.
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3Análise das Demonstrações Contábeis
Mas, lembre-se de que o Balanço Patrimonial nos apresenta o saldo das 
contas contábeis de um determinado momento.
Observe que a Contabilidade divide o Patrimônio 
em três partes distintas:
a) Primeira Parte: ATIVO – o Ativo é a parte 
positiva do nosso patrimônio, porque a empresa 
possui a posse ou direito de posse do conjunto 
de itens que compõem esta estrutura de contas. 
Ele é composto pelo conjunto de bens e direitos 
(máquinas, equipamentos, duplicatas a receber, 
dinheiro em caixa e bancos).
b) Segunda Parte: PASSIVO EXIGÍVEL – o Passivo 
Exigível é a parte negativa do nosso patrimônio. 
Ele é composto pelo conjunto das obrigações 
para com terceiros. O termo exigível signifi ca 
que possui vencimento e, portanto, algum dia 
alguém poderá cobrá-lo, caso você não o pague.
c) Terceira Parte: PATRIMÔNIO LÍQUIDO – 
o Patrimônio Líquido é a parte diferencial 
(diferença) entre o Ativo e o Passivo Exigível. 
Também podemos chamá-lo de Passivo não 
Exigível, pois representa as obrigações para com 
os sócios da empresa, sendo que esta não tem 
vencimento.
IMPORTANTE
Grafi camente, podemos desenhar um Balanço conforme segue:
Assim, a expressão patrimonial origina-se do 
Patrimônio Global da empresa, que é o conjunto de 
bens, direitos e obrigações.
IMPORTANTE
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4 Ciências Contábeis
Balanço Patrimonial - Empresa A
X2 X1 X2 X1
Ativo 33.974.000 26.965.000 Passivo 33.974.000 26.965.000 
Ativo 
Circulante
8.996.000 6.566.000 
Passivo 
Circulante
4.999.000 3.822.000 
Disponibilidades 922.000 1.430.000 Fornecedores 2.710.000 1.488.000 
Clientes 1.256.000 1.575.000 
Financiamentos 
- CP
1.068.000 423.000 
Estoques 5.055.000 2.535.000 Debêntures 35.000 
 
84.000 
Outros 1.763.000 1.026.000 
Dividendos e 
Juros s/ Capital 
Próprio
94.000 932.000 
Outros 1.092.000 895.000 
Ativo Não 
Circulante
24.978.000 20.399.000 
Passivo Não 
Circulante
13.283.000 8.945.000 
Realizável a LP 3.620.000 1.741.000 
Financiamentos 
- LP
9.657.000 7.145.000 
Ativo 
Permanente
21.358.000 18.658.000 Outros 2.672.000 857.000 
Particip. 
Minoritárias
954.000 943.000 
Patrimônio 
Líquido
15.692.000 14.198.000 
QUADRO 1 – MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
Veja, neste modelo, a composição dos Ativos, Passivo e Patrimônio 
Líquido da empresa. Mas, para prosseguirmos com o nosso material de Análise 
das Demonstrações Contábeis, teremos de verifi car o resultado da empresa.
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5Análise das Demonstrações Contábeis
2.3 A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
No item anterior, você aprendeu que o Balanço Patrimonial representa 
a ESTRUTURA PATRIMONIAL da empresa, ou seja, existe toda uma estrutura 
física que serve para a empresa gerar riqueza. Contudo, o processo de 
geração de riqueza se dá através da apuração do lucro, que vamos estudar na 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO do exercício da empresa.
Para facilitar nosso trabalho, vamos estabelecer que o resultado do 
exercício fosse apurado no mesmo período em que se procede à apuração do 
Balanço Patrimonial. Como o próprio nome já diz, este relatório nos demonstra 
qual o resultado que a empresa obteve em um determinado exercício.
E como será o resultado apurado? Esse resultado poderá ser positivo, 
negativo ou nulo.
RESULTADO POSITIVO: Quando a empresa possui 
maior valor em receitas do que em despesas.
RESULTADO NEGATIVO: Quando a empresa possui 
menor valor em receitas do que em despesas.
RESULTADO NULO: Quando o valor das receitas 
se equivale ao valor das despesas (mas essa é uma 
situação que difi cilmente pode ocorrer). 
IMPORTANTE
Vamos verifi car a seguir um modelo de Demonstração do Resultado do 
Exercício - DRE.
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6 CiênciasContábeis
Demonstração dos Resultados - Empresa A.
X2 X1
Receita Líquida de Vendas 19.841.000 15.374.000 
(-) Custos das Vendas (14.188.000) (10.099.000)
Lucro Bruto 5.653.000 5.275.000 
Receitas/Desp. Operacionais (1.131.000) (978.000)
Resultado Financeiro (553.000) 923.000 
Result. Equiv. Patrimonial 7.000 (389.000)
Amortização de Ágio (1.411.000) (767.000)
Total (3.088.000) (1.211.000)
Lucro Operacional 2.565.000 4.064.000 
(-) Prov. IRPJ/CSLL (928.000) (816.000)
Atribuições Estatutárias (7.000) (1.000)
Particip. Minoritários (205.000) (215.000)
Total (1.140.000) (1.032.000)
Lucro Líquido Exercício 1.425.000 3.032.000
QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
FONTE: O autor
Observe que a Demonstração de Resultados apresenta em primeiro 
lugar as RECEITAS (entradas de recursos) e, em seguida, todas as DESPESAS 
(saída de recursos), o que nos dá a entender que a empresa “espera” uma 
determinada quantia de entrada de recursos para, em seguida, apurar o que a 
empresa terá de saída de recursos. Desta forma, pode-se apurar o lucro ou o 
prejuízo da empresa. 
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7Análise das Demonstrações Contábeis
Vamos, a seguir, estudar de que forma podemos analisar um Balanço 
Patrimonial.
Para facilitar nossos estudos e seguir a coerência dos 
exemplos, utilizaremos os mesmos dados do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado do 
Exercício constantes nos quadros 1 e 2.
ESTUDOS FUTUROS
3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
3.1 O UNIVERSO DA ANÁLISE
3.1.1 Um breve histórico
Podemos afi rmar que a Análise das Demonstrações Contábeis é tão 
antiga quanto a própria Contabilidade. Reportando-se para o início provável 
da Contabilidade (mais ou menos 4.000 anos antes de Cristo), em sua forma 
primitiva, foram encontrados os primeiros registros de inventários de 
rebanhos (naquela época o ser humano concentrava mais a sua atenção para 
a principal atividade econômica: o pastoreio) e a maior preocupação era a 
variação de sua riqueza (variação do rebanho, aumento ou redução do número 
do rebanho).
Então, caro(a) acadêmico(a), praticamente se pode afi rmar que análise 
da variação da riqueza gerada entre a comparação de dois inventários em 
momentos distintos leva-nos a uma primeira ideia de que aquela análise (tão 
antiga quanto a própria Contabilidade) é possível.
Entende-se que a variação do número de animais 
constantes no rebanho poderia defi nir o crescimento 
ou redução da riqueza do proprietário.
NOTA
Com o passar dos séculos, as atividades da Análise das Demonstrações 
Contábeis foram se consolidando. Por volta do fi nal do século XIX é 
possível observar que os banqueiros americanos começavam a solicitar as 
Demonstrações Contábeis (que é praticamente o Balanço Patrimonial) das 
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8 Ciências Contábeis
empresas que tinham por propósito contrair algum tipo de empréstimo. Os 
banqueiros sentiam a necessidade de “conhecer” a empresa em números, ou 
seja, saber como andava a saúde da empresa com seus resultados apurados.
No início, os banqueiros exigiam apenas o Balanço Patrimonial para a 
análise, daí a expressão “Análise de Balanços” que perdura até a atualidade.
Com o desenvolvimento do ciclo industrial, comercial e de serviços 
passou-se a exigir outras Demonstrações Contábeis para a realização da análise 
e, como consequência, para concessão de crédito, que são os resultados 
apurados na Demonstração do Resultado do Exercício. Porém, como a 
expressão “Análise de Balanços” já é tradicionalmente utilizada, passou a 
ser utilizada uma nova expressão chamada de “Análise das Demonstrações 
Contábeis”.
A Análise das Demonstrações Contábeis, também conhecida como 
Análise das Demonstrações Financeiras, passou a desenvolver-se cada vez 
mais, e, com o surgimento dos Bancos Governamentais, surgiram bastantes 
interessados na situação econômico fi nanceira das empresas tomadoras de 
diversos tipos de fi nanciamentos.
Com a abertura do Capital Social das empresas (Co = Corporation e 
S.A.= Sociedade Anônima) que permitiu a entrada e participação de pequenos 
ou grandes investidores como acionistas, possibilitou a escolha de empresas 
mais bem-sucedidas economicamente e fi nanceiramente no mercado. E esses 
investidores tornam a Análise das Demonstrações Contábeis um instrumento 
de grande importância e utilidade para as decisões em continuar investindo 
na empresa ou não.
Os diversos tipos de operações de compra e venda de mercadorias a 
prazo e inclusive as operações entre empresas do mesmo grupo, as decisões 
dos próprios gerentes (embora com enfoques diferentes em relação aos 
outros interessados) na avaliação da efi ciência administrativa e na preocupação 
do desempenho de seus concorrentes e as atividades operacionais dos seus 
funcionários, levam a consolidar a necessidade imperiosa da Análise das 
Demonstrações Contábeis.
3.1.2 Abrangência da análise de balanços
Como podemos conceituar a análise de balanços?
As interpretações desta pergunta e seu entendimento quanto à sua 
essência podem nos levar a vários conceitos similares, porém basicamente 
esses entendimentos convergem para:
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9Análise das Demonstrações Contábeis
A arte de extrair informações úteis dos relatórios contábeis para os 
diversos objetivos econômicos que tivermos em mente. 
Mas, por que pode ser considerada uma arte?
Embora existam alguns cálculos que podemos razoavelmente formalizar, 
não existe forma científi ca ou metodologicamente comprovada de inter-
relacionar os índices de maneira a obter um determinado diagnóstico preciso, 
ou seja, cada analista pode realizar a sua interpretação e, com o mesmo 
conjunto de informações e de quocientes, chegar a conclusões diferenciadas.
3.1.3 Condições necessárias para análise de balanços
Todas as Demonstrações Contábeis (DC) devem ser analisadas:
− Balanço Patrimonial (BP).
− Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
− Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou mutações do PL).
− Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
A maior ênfase está voltada para a análise das duas primeiras 
demonstrações, uma vez que, por meio delas, são realizadas todas as análises 
Para que se realize uma boa análise de balanços, é necessário entender 
as premissas básicas da contabilidade que determinam a forma pela qual os 
demonstrativos contábeis (objetos de análise) são levantados ou produzidos.
Essas premissas são denominadas Princípios de Contabilidade e estão 
inseridas no Sistema de Informação.
Caro(a) acadêmico(a)! Os princípios contábeis têm seu surgimento a 
partir da observação dos fatos ocorridos na prática contábil. Os contadores 
observam a realidade a sua volta, formulam hipóteses com respeito ao objeto 
de estudo da Contabilidade, isto é, o patrimônio das organizações. Com isso, 
chegam a conclusões que permitam a sua aceitabilidade pela maioria dos 
estudiosos da Contabilidade e que se tornam princípios fundamentais os quais 
contribuem para a fundamentação científi ca da ciência contábil.
3.1.4 Demonstrações contábeis suscetíveis de análise
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10 Ciências Contábeis
de ordem fi nanceira e econômica.
A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados e a Demonstração 
do Fluxo de Caixa também podem fazer parte do rol de ferramentas de Análise 
de Balanços, mas não é muito comum. Apenas para fi ns de conhecimentos 
gerais, a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC substituiu a Demonstração 
de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR com o advento da Comissão de 
Pronunciamentos Contábeis - CPC de número 03. 
Nesta apostila, vamos utilizar as duasprimeiras demonstrações 
contábeis.
Mas, atenção! Antes de realizar qualquer trabalho de análise de balanço, 
o primeiro passo é verifi car se estamos de posse de todas as Demonstrações 
Contábeis, inclusive notas explicativas. 
Quais são os períodos de análises a serem realizados?
É desejável que se tenha em mãos as demonstrações 
de pelo menos três períodos. Assim é possível 
identifi car se a empresa teve evolução ou não nos 
seus indicadores econômicos e fi nanceiros.
NOTA
Outro ponto importante a ser observado junto às atividades de Análise 
de Balanços é quanto à credibilidade das Demonstrações Contábeis. 
E onde podemos ter acesso a essa credibilidade?
Uma das ferramentas que um analista pode utilizar como forma de 
credibilidade na divulgação das Demonstrações Contábeis é o Parecer da 
Auditoria, pois com esse parecer é possível identifi car se o auditor emitiu 
algum tipo de opinião modifi cada ou não em relação aos demonstrativos 
emitidos.
3.1.5 Cuidados em um processo de análise
Ao iniciar o processo de análise de balanços, o analista deverá estar 
atento a quatro situações distintas com relação às Demonstrações Contábeis, 
para que se objetive realizar essa atividade com a máxima segurança possível.
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11Análise das Demonstrações Contábeis
Sugestão de roteiro para avaliar a qualidade e a 
credibilidade das Demonstrações Contábeis:
1. O ideal
a) Buscar Demonstrações Contábeis publicadas 
em jornais que atendam aos requisitos legais (Lei 
das S/A).
b) Identifi car se as Demonstrações Contábeis 
estão assinadas por contador, com Relatório da 
Diretoria e Notas Explicativas completas.
c) Identifi car se há o Parecer da Auditoria de 
Pessoa Jurídica.
 
2. Situações que requerem cuidados do analista
a) A apresentação de Demonstrações Contábeis em 
que há Relatório da Diretoria sucinto demais, ou 
que contenham notas explicativas incompletas 
ou insufi cientes no âmbito informativo. 
b) Apresentação de Demonstrações Contábeis 
com parecer da auditoria inconsistente.
c) Demonstrações Contábeis que não atendam a 
todos os requisitos da legislação em vigor.
3. Situações em que não há suporte de 
informações suficientes para análise:
a) Quando existe a hipótese da empresa trabalhar 
à base do Lucro Presumido, sem fazer 
contabilidade (nestes casos, as Demonstrações 
Contábeis poderiam ter sido elaboradas 
especialmente para este fi m).
b) Quando forem detectadas contradições nas 
Demonstrações Contábeis ou “exageros” 
facilmente identifi cáveis em custos dos produtos 
vendidos com valores desproporcionais às suas 
receitas.
Quando houver claras evidências que a empresa não 
valoriza as informações da contabilidade, e/ou as 
Demonstrações Contábeis não refl etem a realidade 
da mesma. É o típico “vamos montar um balanço 
para o banco”, como se isso fosse algo trivial e sem 
importância.
NOTA
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12 Ciências Contábeis
3.1.6 Reclassifi cação das contas contábeis
Este tipo de procedimento signifi ca uma nova classifi cação das contas 
contábeis no balanço patrimonial, onde será realizado um novo reagrupamento 
de algumas contas nas Demonstrações Contábeis.
Entre outras palavras, serão realizados alguns ajustes necessários para 
melhorar a efi ciência da análise, mas nada que comprometa e veracidade e 
legalidade das informações contábeis ali contidas.
Com o uso do agrupamento de contas nas Demonstrações Contábeis, 
pode-se melhorar a situação econômico-fi nanceira da empresa usando-se de 
certos “artifícios legais”. 
Por exemplo: uma empresa dispõe-se a vender um imóvel que até o 
momento estava classifi cado no Ativo Permanente. Classifi cando essa conta 
no Ativo Circulante, o analista poderá obter melhores evidências da situação 
fi nanceira a curto prazo. Todavia, não é fácil vender um imóvel e receber no 
mesmo ano. O ideal é classifi cá-lo no Realizável a Longo Prazo.
Outras vezes, apesar da imparcialidade do contador no agrupamento 
das contas, há necessidade de interferência do analista. É o caso de Receita 
Financeira, que legalmente é Operacional, mas na realidade deveria estar 
sendo classifi cada no grupo Não Operacional. Se quisermos apurar a verdadeira 
taxa de rentabilidade obtida pela atividade operacional, então teremos de 
reclassifi car tanto as Despesas Financeiras como as Receitas Financeiras no 
Grupo não Operacional.
Por quê?
Porque de acordo com a natureza das operações da empresa em 
razão do seu Contrato Social ou Estatuto Social, as operações não envolvem 
atividades fi nanceiras. Este é o caso do lojista, suas atividades são comprar 
e vender mercadorias e não gerar receitas oriundas de intermediação 
fi nanceira. 
Veremos a seguir um exemplo de reclassifi cação: 
Duplicatas descontadas (Classifi cada subtrativamente em Duplicatas 
a Receber no Ativo Circulante)
No caso das Duplicatas Descontadas deverão ser reclassifi cadas no 
Passivo Circulante, pois, pelas peculiaridades da operação, ainda há o risco de 
a empresa desembolsar o dinheiro obtido se seu cliente não liquidar a dívida 
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13Análise das Demonstrações Contábeis
junto ao banco. Desta forma, fi ca evidente que há o compromisso da empresa 
junto ao Banco que realizou o desconto e não o cliente da empresa.
Outro bom motivo para a reclassifi cação no Passivo Circulante é a 
padronização de critérios de tratamento para todas as empresas por parte 
do analista. Assim, se uma determinada empresa opera com Duplicatas 
Descontadas e outra empresa opera com Empréstimos Bancários (com depósito 
de duplicatas como garantia), ambas as empresas terão no Passivo Circulante 
uma dívida com terceiros, embora, no caso de duplicatas descontadas, exista 
apenas a coobrigação.
Vamos tomar como exemplo duas empresas fi ctícias. Admitimos que 
ambas tenham um Ativo Circulante de R$ 2.000.000,00 e um Passivo Circulante 
de R$ 1.000.000,00. Então, para cada R$ 1,00 de dívidas, há R$ 2,00 de valores 
do Ativo Circulante para a efetivação das liquidações dos seus compromissos 
fi nanceiros. 
Na hipótese de ambas as empresas recorrerem ao mercado fi nanceiro 
para um reforço de Caixa na ordem de R$ 200.000,00, veja como fi caria a 
seguinte situação de liquidez.
A primeira empresa realiza um desconto de duplicatas, e a segunda, 
resolve obter um empréstimo bancário. 
Então, caro(a) acadêmico(a)!
Como fi caria a situação de liquidez sem considerarmos as despesas 
fi nanceiras?
Observe a seguinte simulação:
EMPRESA A
Ativo Circulante R$ 2.000.000,00 Passivo Circulante R$ 1.000.000,00 
+ Entrada R$ 200.000,00 
( - ) Duplicata Descontada -R$ 200.000,00 
Total R$ 2.000.000,00 Total R$ 1.000.000,00 
Obs.: Nada alterou no índice de liquidez.
QUADRO 3 – SIMULAÇÃO
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14 Ciências Contábeis
EMPRESA B
Ativo Circulante R$ 2.000.000,00 Passivo Circulante R$ 1.000.000,00 
+ Entrada R$ 200.000,00 + Empréstimos R$ 200.000,00 
Total R$ 2.200.000,00 Total R$ 1.200.000,00 
Obs.: Alterou o índice de liquidez.
FONTE: O autor
Vejamos: 
 Empresa A: a relação será de R$ 2,00 para R$ 1,00  R$ 2.000.000,00 / R$ 
1.000.000,00 = R$ 2,00.
 Empresa B: a relação será de R$ 1,83 para R$ 1,00  R$ 2.200.000,00 / R$ 
1.200.000,00 = R$ 1,83.
Desta forma, as operações levaram a Empresa B a ter menor capacidade 
de pagamento e maior endividamento em relação à Empresa A. Não seria justo 
evidenciarmos um tratamento diferenciado para estas idênticas situações 
fi nanceiras. 
Para “resolvermos” esta situação, precisamos reclassifi car as duplicatas 
para que a empresa A fi que em condição de igualdade de análise com a 
empresa B, ouque todas as empresas que operem com empréstimos fi quem 
em condições de igualdade com aquelas que operam com descontos.
Assim, padronizamos os relatórios contábeis para que sejam facilitadas 
as condições de análise.
4 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Vamos estudar agora a estrutura das Demonstrações Contábeis. A 
atividade de análise das Demonstrações Contábeis envolve métodos de 
cálculos e interpretações de índices fi nanceiros para avaliar o desempenho 
das atividades da empresa e a sua efi ciência operacional. 
Os demonstrativos básicos para a análise dos índices são:
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15Análise das Demonstrações Contábeis
 Demonstração de Resultado do Exercício; e
 Balanço Patrimonial.
As duas principais características de análise de uma empresa são a 
comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles 
levantados em períodos anteriores e o relacionamento destes valores com 
outros afi ns. Dessa maneira, pode-se afi rmar que o critério básico que norteia a 
análise de balanços é a comparação. Para isso, é necessário atentar para alguns 
detalhes, como manter com esmero os registros contábeis da empresa.
Ainda que o Departamento de Contabilidade da empresa realize 
um grande esforço para manter os registros de forma correta, é altamente 
desejável que os relatórios fi nanceiros sejam auditados por auditor 
independente ou, pelo menos, tenha havido uma minuciosa revisão por parte 
da auditoria interna.
É preciso tomar muito cuidado na utilização de valores extraídos de 
balanços iniciais e fi nais, principalmente na área de contas a receber e estoques, 
pois muitas vezes tais contas, nas datas de balanço, não são representativas 
das médias reais de período. 
A análise de balanços limitada a apenas um exercício é muito 
pouco reveladora, salvo em casos de quocientes de signifi cação imediata. 
Adicionalmente, é necessário comparar nossos quocientes e tendências com:
− os quocientes dos concorrentes;
− as metas previamente estabelecidas pela administração (quocientes-padrão).
O montante de uma conta ou de um grupo patrimonial quando tratado 
isoladamente não retrata adequadamente a importância do valor apresentado 
e muito menos seu comportamento ao longo do tempo. Por exemplo, o total 
dos custos de produção, por si só, representa pouco para o analista, mas 
se comparado com o montante das vendas ou com o valor desses mesmos 
custos levantados em outros exercícios sociais, refl etirá com maior clareza sua 
posição. Assim, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes 
períodos oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo à posição estática 
das Demonstrações Contábeis. 
Este processo de comparação, indispensável ao conhecimento da 
situação de uma empresa, é representado pela análise horizontal e pela análise 
vertical.
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16 Ciências Contábeis
Podemos citar três tipos de análises: a análise cruzada, a análise horizontal 
e a análise vertical.
a) Análise Cruzada (ou Análise Cross-Sectional): envolve a comparação 
de índices fi nanceiros de empresas distintas (mas que atuam no mesmo 
ramo de mercado) em um mesmo espaço de tempo. Este tipo de análise 
é muito utilizado quando a empresa necessita comparar seus índices com 
outra empresa (possivelmente uma concorrente).
b) Análise Horizontal (ou Análise de Séries Temporais): avalia o 
desempenho da mesma empresa ao longo do tempo, ou seja, há a 
comparação do desempenho atual com o desempenho do passado. 
Utilizando-se índices de análise horizontal, possibilita verifi car se a empresa 
está progredindo como planejado (ou não). Este tipo de análise é muito 
mais fácil de ser executado, já que a empresa normalmente tem em mãos 
seus balanços de períodos anteriores, podendo ser facilmente utilizado 
por empresários para avaliar o desempenho das suas próprias ações e o 
desenvolvimento destes índices ao longo dos anos.
A seguir, demonstraremos um exemplo de Análise Horizontal.
Balanço Patrimonial - Empresa A
X2 Evolução AH X1 AH 
Ativo 33.974.000 25,99 125,99 26.965.000 100,00 
Ativo Circulante 8.996.000 37,01 137,01 6.566.000 100,00 
Disponibilidades 922.000 (35,52) 64,48 1.430.000 100,00 
Clientes 1.256.000 (20,25) 79,75 1.575.000 100,00 
Estoques 5.055.000 99,41 199,41 2.535.000 100,00 
Outros 1.763.000 71,83 171,83 1.026.000 100,00 
Ativo Não Circulante 24.978.000 22,45 122,45 20.399.000 100,00 
Realizável a LP 3.620.000 107,93 207,93 1.741.000 100,00 
Ativo Permanente 21.358.000 14,47 114,47 18.658.000 100,00 
QUADRO 4 – BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE HORIZONTAL
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17Análise das Demonstrações Contábeis
Passivo 33.974.000 25,99 125,99 26.965.000 100,00 
Passivo Circulante 4.999.000 30,80 130,80 3.822.000 100,00 
Fornecedores 2.710.000 82,12 182,12 1.488.000 100,00 
Financiamentos - CP 1.068.000 152,48 252,48 423.000 100,00 
Debêntures 35.000 (58,33) 41,67 84.000 100,00 
Dividendos e Juros s/ 
Capital Próprio
94.000 (89,91) 10,09 932.000 100,00 
Outros 1.092.000 22,01 122,01 895.000 100,00 
Passivo Não 
Circulante
13.283.000 48,50 148,50 8.945.000 100,00 
Financiamentos - LP 9.657.000 35,16 135,16 7.145.000 100,00 
Outros 2.672.000 211,79 311,79 857.000 100,00 
Particip. Minoritárias 954.000 1,17 101,17 943.000 100,00 
Patrimônio Líquido 15.692.000 10,52 110,52 14.198.000 100,00 
FONTE: O autor 
A fi nalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de 
itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados (bem como de outros 
demonstrativos) através dos períodos, a fi m de caracterizar tendências.
De acordo com o quadro, vamos analisar o total de alguns grupos de 
contas contábeis e algumas contas isoladamente.
O total do Ativo em X1 era de R$ 26.965.000,00 e saltou para X2 no 
valor de R$ 33.974.000,00. Portanto, houve um incremento na sua avaliação 
horizontal de 25,99%.
Mas, isso é bom ou ruim?
Agora temos de verifi car se este crescimento foi em decorrência do 
aumento dos Passivos da empresa ou do Patrimônio Líquido.
Então, vamos analisar a evolução do Patrimônio Líquido.
O valor do Patrimônio Líquido evoluiu de R$ 14.198.000,00 para R$ 
15.692.000,00, ou seja, 10,52% de aumento. Logo, se o Patrimônio Líquido 
não teve o mesmo aumento de 25,99%, mas apenas 10,52%, signifi ca que a 
empresa buscou mais recursos de terceiros, isto é, realizou mais investimentos 
contraindo dívidas.
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18 Ciências Contábeis
No entanto, para defi nirmos se essa situação é boa ou ruim, devemos 
avaliar o retorno do investimento; se o investimento feito consegue ser pago 
de forma rápida e de preferência com recursos próprios.
Em contrapartida, é necessário analisarmos a evolução de algumas contas 
do ativo e, de acordo com o quadro 4, percebemos que houve um maior 
impacto do crescimento das contas do ativo no grupo do Ativo Circulante 
correspondente a 37,01% em que o saldo de X1 era de R$ 26.965.000,00 e 
X2 passou a R$ 33.974.000,00. A conta contábil que mais recebeu recursos 
foi a conta de estoques de mercadorias que saltou de R$ 2.535.000,00 para 
R$ 5.055.000,00 gerando um incremento de 99,41% durante o período 
analisado.
Com uma calculadora fi nanceira (HP), podemos utilizar a função Δ% 
para descobrirmos estes percentuais de uma maneira mais rápida.
 
FIGURA2 – CALCULADORA HP
FONTE: Disponível em: <www.hp.com.br>. Acesso em: 23 maio 2012.
Como fazer a operação da variação na HP 12c?
Vamos pegar a conta DEBÊNTURES:
 X1 = R$ 84.000 ENTER 
 X2 = R$ 35.000 %
 VARIAÇÃO = (58,33%)
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19Análise das Demonstrações Contábeis
Viu como é fácil?
A variação horizontal serve para auxiliar a 
identifi cação da variação (evolução ou retrocesso) 
da empresa em determinadas contas contábeis que 
tiveram oscilação em um determinado período. E 
essa oscilação pode ser comparada durante vários 
períodos da empresa e assim verifi car o histórico 
dela em relação à sua participação no mercado.
NOTA
E a análise horizontal da DRE - Demonstração de Resultados?
A análise horizontal da DRE segue a mesma linha de raciocínio do 
Balanço Patrimonial.
Vejamos algumas contas do resultado.
Demonstração dos Resultados - Empresa A.
X2 Evolução AH X1 AH 
Receita Líquida de Vendas 19.841.000 29,06 129,06 15.374.000 100,00 
(-) Custos das Vendas (14.188.000) 
40,49 
140,49 (10.099.000) 100,00 
Lucro Bruto 5.653.000 7,17 107,17 5.275.000 100,00 
Receitas/Desp. Operacionais (1.131.000) 15,64 115,64 (978.000) 100,00 
Resultado Financeiro (553.000) (159,91) (59,91) 
923.000 
 100,00 
Result. Equiv. Patrimonial 7.000 (101,80) (1,80) (389.000) 100,00 
Amortização de Ágio (1.411.000) 83,96 183,96 (767.000) 100,00 
Total (3.088.000) 155,00 255,00 (1.211.000) 100,00 
Lucro Operacional 2.565.000 (36,88) 63,12 4.064.000 100,00 
QUADRO 5 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO – ANÁLISE HORIZONTAL
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20 Ciências Contábeis
(-) Prov. IRPJ/CSLL (928.000) 13,73 113,73 (816.000) 100,00 
Atribuições Estatutárias (7.000) 600,00 700,00 (1.000) 100,00 
Particip. Minoritários (205.000) (4,65) 95,35 (215.000) 100,00 
Total (1.140.000) 10,47 110,47 (1.032.000) 100,00 
Lucro Líquido Exercício 1.425.000 (53,00) 47,00 3.032.000 100,00 
FONTE: O autor 
Aqui na Demonstração de Resultado do Exercício - DRE também 
conseguiremos fazer a análise da variação da evolução ou redução dos valores 
de um exercício social para outro.
Vamos a um exemplo?
As Receitas Líquidas de Vendas geraram um incremento de 29,06%, 
isto é, passaram de R$ 15.374.000,00 para R$ 19.841.000,00.
E como se calcula isso?
 Receita Líquida de Vendas = X2 R$ 19.841.000,00 / X1 R$ 15.374.000,00 
= 1,2906 – 1,00 = 0,2906 x 100 = 29,06%
No entanto, se você observar a conta Lucro Líquido houve uma redução 
signifi cativa de 53,00%.
E como se calcula isso?
 Lucro Líquido do Exercício = X2 R$ 1.425.000,00 / X1 R$ 3.032.000,00 = 
0,4700 – 1,00 = (- 0,5300) x 100 = (- 53,00 %).
Mas o que gerou essa queda no resultado líquido?
Neste caso, você terá de analisar conta a conta, e uma conta que teve 
forte impacto foi o Resultado Financeiro.
O Resultado Financeiro teve receitas em X1 no valor de R$ 923.000,00 
e para X2 teve despesas no valor de (- R$ 553.000,00). Desta forma, teve um 
impacto de (- 159,91 %) durante o período.
O cálculo é feito da seguinte forma:
 Resultado Financeiro = X2 (- R$ 553.000,00) / X1 R$ 923.000,00 = (- 0,5991) 
– 1,00 = (- 1,5991) x 100 = (- 159,91 %).
Viu como é importante estudar essa variação?
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21Análise das Demonstrações Contábeis
Deste modo teremos oportunidade de verifi car quais contas contábeis 
tiveram maior ou menor impacto de receitas ou despesas no último exercício 
social.
Mas, além da avaliação da variação horizontal, temos a variação 
vertical.
c) Análise Vertical: também denominada de análise da estrutura, envolve a 
relação entre um elemento e o grupo que ele faz parte. Relaciona a parte com 
o todo. Este tipo de análise permite identifi car o valor de cada conta contábil 
que representa o valor total investido. A análise vertical envolve elementos 
homogêneos, mas relativos a um mesmo exercício social, ao contrário da análise 
horizontal, que é relativa necessariamente a exercícios distintos.
Objetivo: medir percentualmente cada componente 
em relação ao todo do qual faz parte, e fazer as 
comparações caso existam dois ou mais períodos.
NOTA
Vamos a um exemplo de Análise Vertical?
X2 AV X1 AV 
Ativo 33.974.000 100,00 26.965.000 100,00 
Ativo Circulante 8.996.000 26,48 6.566.000 24,35 
Disponibilidades 922.000 2,71 1.430.000 5,30 
Clientes 1.256.000 3,70 1.575.000 5,84 
Estoques 5.055.000 14,88 2.535.000 9,40 
Outros 1.763.000 5,19 1.026.000 3,80 
Ativo Não Circulante 24.978.000 73,52 20.399.000 75,65 
Realizável a LP 3.620.000 10,66 1.741.000 6,46 
Ativo Permanente 21.358.000 62,87 18.658.000 69,19 
QUADRO 6 – BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE VERTICAL
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22 Ciências Contábeis
Passivo 33.974.000 100,00 26.965.000 100,00 
Passivo Circulante 4.999.000 14,71 3.822.000 14,17 
Fornecedores 2.710.000 7,98 1.488.000 5,52 
Financiamentos - CP 1.068.000 3,14 423.000 1,57 
Debêntures 35.000 0,10 84.000 0,31 
Dividendos e Juros s/ 
Capital Próprio
94.000 0,28 932.000 3,46 
Outros 1.092.000 3,21 895.000 3,32 
Passivo Não Circulante 13.283.000 39,10 8.945.000 33,17 
Financiamentos - LP 9.657.000 28,42 7.145.000 26,50 
Outros 2.672.000 7,86 857.000 3,18 
Particip. Minoritárias 954.000 2,81 943.000 3,50 
Patrimônio Líquido 15.692.000 46,19 14.198.000 52,65 
FONTE: O autor 
Caro(a) acadêmico(a)! Veja que interessante!
Neste tipo de análise é possível identifi car quanto a empresa mantém 
investido em cada conta contábil em relação ao total de investimentos.
A seguir, vamos fazer algumas análises.
A Conta de Patrimônio Líquido dos Sócios teve um saldo de R$ 
14.198.000 em X1 e representava 52,65% do total investido de R$ 26.965.000 
e, para X2, este percentual reduziu para 46,19% (Total de R$ 15.692.000 / R$ 
33.974.000).
O cálculo é feito da seguinte forma:
 X1 = Patrimônio Líquido = R$ 14.198.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,5265 
x 100 = 52,65%
 X2 = Patrimônio Líquido = R$ 15.692.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,4619 
x 100 = 46,19%
Contudo, fi ca a dúvida...
Se o valor do Patrimônio Líquido dos Sócios teve uma redução no total 
de investimentos, o que gerou alta em outro grupo de contas?
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23Análise das Demonstrações Contábeis
Vamos verifi car o Passivo não Circulante.
O Passivo não Circulante teve em X1 uma participação de 33,17% do 
total de investimentos. E para X2 passou para 39,10%, portanto, houve um 
aumento de dívidas o que gerou uma redução dos investimentos dos sócios.
Logo, o cálculo é o seguinte:
X1 = Passivo não Circulante = R$ 8.945.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,3317 
x 100 = 33,17%
X2 = Passivo não Circulante = R$ 13.283.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 
0,3910 x 100 = 39,10%
E isso é comum acontecer?
É certo que sim! Todavia temos de verifi car se esse “endividamento” 
não irá comprometer de forma signifi cativa o Fluxo de Caixa da empresa.
Agora vamos analisar algumas contas do grupo do Ativo.
O Ativo Circulante teve um investimento em X1 correspondente a 
24,35% e o X2 aumentou para 26,48%.
O que isso pode signifi car?
Que é bem possível que parte do endividamento que vimos 
anteriormente tenhaido parar em conta caixa e bancos para um índice de 
liquidez imediata.
E como se calcula isso?
X1 = Ativo Circulante = R$ 6.566.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,2435 x 
100 = 24,35%
X2 = Ativo Circulante = R$ 8.996.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,2647 x 
100 = 26,47%
Outra conta contábil que teve variação signifi cativa foi a conta contábil 
de Realizável a Longo Prazo. Essa conta teve em X1 uma participação de 
6,46% no total de investimentos e em X2 essa participação do total de 
investimentos foi para 10,66%.
Logo, o cálculo é o seguinte:
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24 Ciências Contábeis
 X1 = Realizável a Longo Prazo = R$ 1.741.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 
0,0646 x 100 = 6,46%
 X2 = Realizável a Longo Prazo = R$ 3.620.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 
0,1066 x 100 = 10,66%
A conta contábil Outros também teve um incremento passando de 
3,80% do total de investimentos para 5,19%. 
O seu cálculo é o seguinte:
 X1 = Outros = R$ 1.026.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,038 x 100 = 3,80%
 X2 = Outros = R$ 1.763.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,0519 x 100 = 
5,19%
Caro(a) acadêmico(a)! Vimos que não é difícil identifi car a análise vertical 
de um balanço.
A maior preocupação que o administrador ou analista deve ter na hora 
de analisar a participação de cada conta contábil no total de investimentos 
é saber se este valor investido contribui para a melhoria dos resultados da 
empresa.
Como assim? Identifi cando se a conta de Estoques houve um aumento 
dos valores investidos em relação ao seu total e comparando-o com o grupo 
do CMV (Custo das Mercadorias Vendidas). O valor do Custo das Mercadorias 
Vendidas irá gerar informações sufi cientes sobre o Giro de Estoques.
E a análise vertical da DRE - Demonstração de Resultados?
A análise vertical da DRE segue a mesma linha de raciocínio do Balanço 
Patrimonial.
Vejamos algumas contas do resultado.
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25Análise das Demonstrações Contábeis
Demonstração dos Resultados - Empresa A.
X2 AV X1 AV 
Receita Líquida de Vendas 19.841.000 100,00 15.374.000 100,00 
(-) Custos das Vendas (14.188.000) 71,51 (10.099.000) 
65,69 
Lucro Bruto 5.653.000 28,49 5.275.000 34,31 
Receitas/Desp. Operacionais (1.131.000) 5,70 (978.000) 6,36 
Resultado Financeiro (553.000) 2,79 923.000 6,00 
Result. Equiv. Patrimonial 7.000 0,04 (389.000) 2,53 
Amortização de Ágio (1.411.000) 7,11 (767.000) 4,99 
Total (3.088.000) 15,56 (1.211.000) 7,88 
Lucro Operacional 2.565.000 12,93 4.064.000 26,43 
(-) Prov. IRPJ/CSLL (928.000) 4,68 (816.000) 5,31 
Atribuições Estatutárias (7.000) 0,04 (1.000) 0,01 
Particip. Minoritários (205.000) 1,03 (215.000) 1,40 
Total (1.140.000) 5,75 (1.032.000) 6,71 
Lucro Líquido Exercício 1.425.000 7,18 3.032.000 19,72 
QUADRO 7 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO – ANÁLISE 
FONTE: O autor
Na DRE - Demonstração de Resultado do Exercício - também 
conseguiremos fazer a análise da participação de cada conta contábil sobre o 
total gerado.
Vejamos um exemplo:
Uma conta contábil que teve variação signifi cativa foi a conta contábil 
de custos das vendas (C.M.V. – Custo das Mercadorias Vendidas). Essa conta 
teve em X1 uma participação de 65,69% no total das vendas realizadas 
(pois, parte-se do pressuposto que as Vendas representam 100% do total 
gerado no grupo da Demonstração de Resultado do Exercício), e para X2 essa 
participação do total de custos foi para 71,51%.
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26 Ciências Contábeis
E como se calcula isso?
 X1 = Custo das Vendas / Receita Líquida das Vendas = R$ 10.099.000,00 / 
R$ 15.374.000,00 = 0,6569 x 100 = 65,69%
 X2 = Custo das Vendas / Receita Líquida das Vendas = R$ 14.188.000,00 / 
R$ 19.841.000,00 = 0,7151 x 100 = 71,50%
E a conta de Lucro Líquido do Exercício?
Quanto à conta contábil Lucro Líquido do Exercício, esta teve uma 
redução no resultado do exercício de 19,72% do total das receitas de vendas 
para 7,18%.
Logo,
 X1 = Lucro Líquido do Exercício / Receita Líquida de Vendas = R$ 
3.032.000,00 / R$ 15.374.000,00 = 0,1972 x 100 = 19,72%
 X2 = Lucro Líquido do Exercício / Receita Líquida de Vendas = R$ 
1.425.000,00 / R$ 19.841.000,00 = 0,0718 x 100 = 7,18%
Caro(a) acadêmico(a)! Vimos que também não é difícil identifi car a 
análise vertical da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício.
A maior preocupação que o administrador ou analista deve ter na 
hora de analisar a participação de cada conta contábil no total das receitas 
de vendas é se alguma despesa está muito alta, devendo-se verifi car as suas 
razões, e assim contribuir para a melhoria dos resultados da empresa.
Desta forma teremos oportunidade de verifi car quais contas contábeis 
tiveram maior ou menor impacto de receitas ou despesas no último exercício 
social.
A análise de balanços encontra seu ponto mais importante no cálculo 
e avaliação do signifi cado de quocientes, relacionando principalmente itens e 
grupos do Balanço e da Demonstração do Resultado.
5 ANÁLISE DE ÍNDICES FINANCEIROS
5.1 ASPECTOS INICIAIS
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27Análise das Demonstrações Contábeis
Na análise de índices fi nanceiros é estabelecida a relação heterogênea 
de um mesmo exercício, indicando-se quantas vezes o divisor está contido no 
dividendo, como na operação matemática da divisão. A questão é identifi car 
a participação de um determinado grupo de contas contábeis que permite 
liquidar determinados compromissos fi nanceiros.
Os indicadores fi nanceiros apurados na relação estabelecida na análise 
por quocientes podem ser classifi cados em:
 Estáticos ou patrimoniais: quando são apurados entre a relação dos 
elementos patrimoniais, como na relação entre o ativo circulante e o 
passivo circulante na análise de liquidez corrente.
 Dinâmicos ou operacionais: estes indicadores são obtidos com a apuração 
da relação entre elementos formadores do resultado, como na relação 
entre o lucro líquido e as vendas líquidas no cálculo da margem líquida.
 De velocidade: estes indicadores são obtidos com a apuração dos índices 
na relação entre um elemento patrimonial e um elemento de resultado, 
como na relação entre o CMV e o Estoque Final ou Médio no cálculo do 
número de renovações dos estoques de mercadorias. Esses índices de 
velocidades podem ser denominados de Giro.
Então, caro(a) acadêmico(a)!
Vamos à prática?
Como estudamos em análise horizontal e análise vertical, há um Balanço 
Patrimonial e uma DRE – Demonstração de Resultado do Exercício, e vamos 
utilizar os mesmos dados para a resolução dos índices no nosso material de 
estudos.
Na próxima seção apresentaremos as fórmulas para o cálculo dos índices 
e o que cada um desses índices revela.
A parte de cálculo é bastante simples, principalmente para aqueles 
que já conhecem as Demonstrações Contábeis. O importante agora é saber 
interpretá-los, para fazer uma boa análise das Demonstrações Contábeis.
5.2 TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES
5.2.1 A análise da liquidez
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28 Ciências Contábeis
A técnica de análise fi nanceira por quocientes é um dos mais importantes 
desenvolvimentos da Contabilidade, pois é muito mais indicado comparar, 
digamos, o ativo corrente com o passivo corrente do que simplesmente 
analisar cada um dos elementos individualmente.
A periodicidade da análise depende dos objetivos que se pretende 
alcançar. Tratando-se de análise para fi nalidades externas, basicamente um 
cálculo anual ou semestral é sufi ciente. Para a análise gerencial interna, alguns 
índices merecerão acompanhamento mensal, outros atéde intervalos mais 
curtos, dependendo de quão crítico seja o índice como um dos sinais de 
alarme do sistema de informação contábil-fi nanceiro.
5.2.2 Principais quocientes de liquidez
 Disponibilidades
a) Quociente de Liquidez Imediata = 
 Passivo Circulante
Este quociente representa o valor de quanto dispomos imediatamente 
para saldar nossas dívidas de curto prazo. Considere-se que a composição 
etária do numerador e denominador é completamente distinta. No numerador 
temos fundos imediatamente disponíveis. No denominador, dívidas que, 
embora de curto prazo, vencerão em 30, 60, 90, 180 e até 365 dias.
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
Liquidez Imediata
LI = Disponibilidades LI = 922.000 = 0,1844
Passivo Circulante 4.999.000 
* Para cada R$ 1,00 em dívidas de CP, a empresa possui R$ 0,18 de 
valores disponíveis para pagar.
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29Análise das Demonstrações Contábeis
 Ativo Circulante
b) Quociente de Liquidez Corrente = 
 Passivo Circulante
Este quociente relaciona quantos reais dispomos, imediatamente 
disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, com relação às 
dívidas de curto prazo. É um índice muito divulgado e frequentemente 
considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa. 
É preciso considerar que no numerador estão incluídos itens tão diversos 
como: disponibilidades, valores a receber a curto prazo, estoques e certas 
despesas pagas antecipadamente. No denominador, estão incluídas as dívidas 
e obrigações vencíveis a curto prazo.
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
Liquidez Corrente
LC = Ativo Circulante LC = 8.996.000 = 1,7996
Passivo Circulante 4.999.000 
* Para cada R$ 1,00 em dívidas de CP, a empresa dispõe de R$ 1,79 de bens e 
direitos de CP para pagar.
 Ativo Circulante – Estoques 
c) Quociente de Liquidez Seca = 
 Passivo Circulante
Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente 
a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, 
estamos eliminando uma fonte de incerteza. Em certas situações, pode-se 
traduzir num quociente bastante conservador em função da alta rotatividade 
dos estoques. O quociente apresenta uma posição bem conservadora da 
liquidez da empresa em determinado momento, sendo preferido pelos 
emprestadores de capitais.
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
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30 Ciências Contábeis
Liquidez Seca
LS = AC - Estoque LS = 3.941.000 = 0,7884
Passivo Circulante 4.999.000 
* Para cada R$ 1,00 em dívidas de CP, a empresa dispõe de R$ 0,78 de 
bens e direitos de CP (Menos Estoque) para pagar.
 Ativo Circulante +
 Ativo Não Circulante
d) Quociente de Liquidez Geral = 
 Passivo Circulante +
 Passivo Não Circulante
Este quociente serve para detectar a saúde fi nanceira (no que se refere 
à liquidez) de longo prazo do empreendimento. Mais uma vez, o problema 
dos prazos empobrece o sentido e a utilidade do quociente, a não ser que 
seja explicitamente levado em sua devida conta. Os prazos de liquidação do 
passivo e de recebimento do ativo podem ser o mais diferenciado possível, 
ainda mais se considerarmos que temos passivo e ativo em longo prazo.
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
Liquidez Geral
LG = AC + ANC LG = 12.616.000 = 0,6901
PC + PNC 18.282.000 
* Para cada R$ 1,00 em dívidas totais, a empresa dispõe de R$ 0,69 
de bens e direitos de Curto Prazo e Longo Prazo para pagar.
Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando 
retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de 
5.2.3 Principais quocientes de endividamento
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31Análise das Demonstrações Contábeis
terceiros. São quocientes de muita importância, pois indicam a relação de 
dependência da empresa com relação ao capital de terceiros.
a) Quociente de Participação de Capitais 
de Terceiros sobre os Recursos Totais
=
Passivo Circulante +
Passivo Não Circulante
 __________________________
Ativo Total 
Este quociente de grande relevância relaciona o Exigível Total (capitais 
de terceiros) com os recursos no ativo Total, expressa a porcentagem que o 
endividamento representa sobre os fundos totais e também signifi ca qual a 
porcentagem do ativo total fi nanciada com recursos de terceiros.
No longo prazo, a porcentagem de capitais de terceiros sobre os 
fundos totais não poderia ser muito grande, pois isto iria progressivamente 
aumentando as despesas fi nanceiras, deteriorando a posição de rentabilidade 
da empresa.
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
Endividamento Total
ET = PC + PNC LI = 18.282.000 = 0,5381
Ativo Total 33.974.000
* Para cada R$ 1,00 do Ativo Total, R$ 0,53 estão atrelados a dívidas, 
ou seja, para cada R$ 1,00 recebido c/ a venda do ativo, R$ 0,53 
seriam p/ cobrir essas dívidas.
b) Quociente de Capitais de 
Terceiros/Capitais Próprios =
Patrimônio Líquido
__________________________
Passivo Circulante + 
Passivo Não Circulante
Garantia de Capitais de Terceiros.
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32 Ciências Contábeis
É outra forma de encarar a dependência de recursos de terceiros. Se 
o quociente, durante vários anos, for consistente e acentuadamente MENOR 
que 1 (um), denotaria uma dependência exagerada de recursos de terceiros. 
Este quociente é um dos mais utilizados para retratar o posicionamento das 
empresas com relação aos capitais de terceiros. 
Grande parte das empresas que vão à falência apresenta, durante um 
período relativamente longo, altos quocientes de Capitais de Terceiros/
Capitais Próprios. 
Daí o cuidado que deve ser tomado com relação à projeção de captação 
de recursos quando vislumbramos uma necessidade ou uma oportunidade de 
expansão.
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
Garantia de Capital de Terceiros
GCT = PL GCT = 15.692.000 = 0,8583
PC+PNC 18.282.000 
* Para cada R$ 1,00 de dívidas, existem R$ 0,85 de Capital Próprio p/ 
quitá-las.
Aqui, percebemos que a empresa depende mais de capital de terceiros 
que de capital próprio. E isso é um sinal de cuidados a serem tomados.
c) Quociente de Participação das Dívidas de 
Curto Prazo sobre o Endividamento Total 
=
Passivo Circulante
____________________
Exigível Total
Representa a composição do endividamento total ou qual é a parcela 
que vence a curto prazo no endividamento total.
A empresa em franca expansão deve procurar fi nanciá-la, em grande 
parte, com endividamento de longo prazo, de forma que, à medida que ela 
ganhe capacidade operacional adicional com a entrada em funcionamento 
dos novos equipamentos e outros recursos de produção, tenha condições de 
começar a amortizar suas dívidas. 
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33Análise das Demonstrações Contábeis
E qual é o resultado apurado para a empresa A?
Relação de Dívidas de CP c/ Dívidas Totais c/ Terceiros (PE)
Q = PC Q = 4.999.000 = 0,2734
PC+PNC 18.282.000 
*Para cada R$ 1,00 de dívidas totais c/ terceiros, R$ 0,27 são de Curto 
Prazo e o restante são de Longo Prazo.
E o que isso representa? Representa que, entre o longo prazo e o curto 
prazo, o maior volume de dívidas da empresa está no Longo Prazo. Isso quer 
dizer que a empresa terá no mínimo um ano para planejar toda a sua estrutura 
de curto prazo, para se preocupar com seu passivo a partir de um ano.
5.2.4 Análise da rotatividade (do giro)
Estes quocientes, importantíssimos, representam a velocidade com 
que elementos patrimoniais se renovam durante determinado período de 
tempo. Por sua natureza, têm seus resultados normalmente apresentados em 
dias, meses ou períodos maiores. 
A importância de tais quocientes consiste em expressar relacionamentos 
dinâmicos - daí a denominação de quocientes de atividade (rotatividade) 
- que acabam, direta ou indiretamente, infl uindo bastante na posição de 
liquidez e rentabilidade. Normalmente, tais quocientes envolvem itens 
do demonstrativo de posição (balanço) e do demonstrativo de resultados, 
simultaneamente.
Os prazos de rotação constituem-se em categoria de elevada 
importância para o analista. O balanço da empresa representa sua situação 
patrimonial em determinado momento, isto é, como se fosse uma fotografi a 
que mostra algo de forma estática, sem refl etir sua mobilidade, seu dinamismo. 
A empresa, em suas operações, compra, fabrica, estoca, vende e recebe num 
processo dinâmico e contínuo.
Podemos destacar os seguintes prazos de rotação:
a) Rotatividade do Estoque de Produtos Acabados.
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34 Ciências Contábeis
b) Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber.
c) Prazo Médio de Pagamento de Contas a Pagar.
d) Rotatividade do Ativo (Giro do Ativo).
a) Rotatividade do Estoque 
 de Produtos Acabados
=
Custo dos Produtos Vendidos
____________________
Estoque Médio de Produtos Acabados
Este quociente, muito divulgado, procura (mensurado pelo custo das 
vendas) representar quantas vezes se “renovou” o estoque por causa das 
vendas.
Assim, uma empresa que vendeu mercadorias (ou produtos) que 
custaram R$ 100.000,00, e que manteve um estoque médio durante o período 
de $ 20.000,00 terá um quociente de rotação de R$ 100.000,00 = 20.000,00 
� 5 vezes, durante o período considerado.
Fórmula do Estoque Médio
EI = Estoque Inicial
EF = Estoque Final
EM = EI + EF
2
O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:
Prazo Médio de Renovação de Estoques
PMRE = CMV PMRE = 9.870.000 = 2,6008
Estoque Médio 3.795.000
* O estoque girou cerca de 2,6008 vezes durante o ano.
Prazo = Período Prazo = 365 = 140,3419
PMRE 2,6008
* A cada 140 dias (em média), a empresa renova seus estoques.
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35Análise das Demonstrações Contábeis
E o que isso representa?
Representa que o estoque girou 2,6 vezes ao ano em média (comprou e 
vendeu o estoque) e isso representou um giro completo a cada 140 dias.
O fato de girar em uma determinada quantidade de dias pode ser bom 
ou ruim de empresa para empresa. Isso depende, e muito, do seu ramo de 
atividade. Empresas do ramo alimentício têm um giro rápido, outros como a 
área de confecções podem ter um giro lento em função do sucesso ou não da 
vendagem das suas coleções.
b) Prazo Médio de Contas 
a Receber
=
 (S.I. Dupl. a Receber + Vendas) – S.F.
Dupl. a Receber
____________________
Média de Valores a Receber
Nota: S.I. = Saldo Inicial 
S.F. = Saldo Fina
Este quociente indica quantos dias, semanas ou meses a empresa 
deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo. O prazo 
médio de contas a receber deve ser obtido a partir do maior número possível 
de saldos. Deve representar a média do maior número possível de saldos da 
conta “Contas a Receber” (ou equivalente) durante o período observado.
As vendas médias (somente a parcela a prazo) são calculadas dividindo-
se as vendas a prazo por 360 dias, 12 meses, etc., conforme o resultado 
expresso desejado, em dias, meses etc.
 O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:
Prazo Médio de Contas a Receber
PMCR = (SI Dupl. + Vendas) - SF Dupl PMCR = 20.160.000 = 14,2423
Média Valores Recb. 1.415.500 
* A empresa vendeu e recebeu (renovou suas dupl. a receber) em média 14 vezes 
durante o ano.
Prazo = Período Prazo = 365 = 25,6279
PMCR 14,2423
* A cada 25 dias, a empresa efetuou uma venda completa.
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36 Ciências Contábeis
E o que isso representa?
Representa que o prazo médio de contas a receber teve um giro de 
14,24 vezes ao ano em média (emitiu duplicatas e as cobrou) e isso representou 
um giro completo a cada 25 dias em média.
O fato de girar em uma determinada quantidade de dias pode ser bom 
ou ruim de empresa para empresa, e isso depende muito do seu ramo de 
atividade. Algumas empresas têm giro de duplicatas mais rápido por que têm 
uma política de vender praticamente à vista ou com prazo muito reduzido 
de vendas. Outras empresas têm um giro mais demorado por que vendem a 
prestação, como é o caso das grandes redes de lojas comerciais.
O fato de uma empresa demorar mais ou menos para receber suas 
vendas a prazo pode derivar de vários fatores, tais como: usos e costumes 
do ramo de negócios, política de maior ou menor abertura para o crédito, 
efi ciência do serviço de cobranças, situação fi nanceira de liquidez dos clientes 
(do mercado) etc.
5.2.5 Prazo médio de pagamentos a fornecedores
O prazo médio de pagamento das compras indica quantos dias, em 
média, a empresa demora para pagar seus fornecedores. A fórmula é a 
seguinte:
PMPF = Compras 
 Média de Fornecedores 
( C ) Compras  determinar o valor através da seguinte fórmula:
C = CMV – EI + EF
CMV = EI + C – EF
Onde:
C = Compras
C.M.V. = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
EF = Estoque Final
Média de Fornecedores = (Saldo Inicial de Fornecedores + Saldo Final de 
Fornecedores) / 2.
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37Análise das Demonstrações Contábeis
O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores
PMPF = Compras a Prazo (CP) PMPF = 12.390.000 = 5,9028
Média Fornecedores 2.099.000 
Prazo = Período Prazo = 365
PMPF = 5,9028 = 61,8349
CP >>> CMV = EI + Compras - EF
- Compras = EI - EF - CMV
 - Compras = 2.535.000,00 - 5.055.000,00 - 9.870.000,00 ( x - 1 )
Compras = - 2.535.000,00 + 5.055.000,00 + 9.870.000,00
Compras = 12.390.000,00
* Indica que a empresa girou seu estoque por 5,9028 vezes durante o ano.
* Indica que a cada 61 dias em média, a empresa efetuou uma compra completa, ou seja, 
comprou e pagou.
E o que isso representa?
Teremos de fazer um cálculo do valor das compras médias realizadas 
durante o ano.
E como se faz isso?
Deve-se pegar o valor do Estoque Final e somar ao valor do Custo das 
Mercadorias Vendidas durante o período X2, e, em seguida, desconta-se o 
valor do Estoque Inicial, pois esse valor ainda não transitou pelo C.M.V. (Custo 
das Mercadorias Vendidas).
Com isso, foi gerado o valor das compras em R$ 12.390.000,00 durante 
o período analisado.
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38 Ciências Contábeis
Para sabermos o prazo em dias da renovação de estoques devemos 
pegar o valor das compras e dividir pelo valor médio de fornecedores (Média 
de Fornecedores = (Saldo Fornecedores X2 + Saldo Fornecedores X1 / 2).
5.2.6 Imobilização de capital próprio
O índice de Imobilização de Capital Próprio é um indicador que permite 
identifi car “quanto”a empresa possui investido no seu Ativo Permanente, com 
uso de recursos próprios (Patrimônio Líquido).
É um indicador importante, pois com ele pode-se identifi car se a 
empresa depende mais de recursos de terceiros ou próprio para fi ns de 
investimentos e, a partir daí, pode-se verifi car se a empresa está gerando 
recursos (riqueza) da produção com seus investimentos.
Veja a seguir a fórmula do índice.
 I.C.P. = Ativo Permanente 
 Patrimônio Líquido 
 Onde: I.C.P. = Imobilização de Capital Próprio
O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:
Imobilização de Capital Próprio
ICP = Ativo Permanente ICP = 21.358.000 = 1,3611
Patrimônio Líquido 15.692.000 
Prazo = Período Prazo = 365
PMPF = 5,9028 = 61,8349
* Indica que o PL e mais 36% dos outros Passivos estão aplicados no Ativo Permanente.
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39Análise das Demonstrações Contábeis
Caro(a) acadêmico(a), observe que o índice fi cou em 1,3611, ou seja, a 
empresa utiliza 100% do seu Patrimônio Líquido e ainda precisou recorrer a 
36,11% de recursos de terceiros (provavelmente algum tipo de fi nanciamento 
que já foi pago ou que ainda terá que ser pago) para completar a sua necessidade 
de investimentos em imobilizado.
5.2.7 Rentabilidade do capital próprio
O índice de Rentabilidade de Capital Próprio é um indicador que 
permite identifi car “quanto” a empresa gerou de resultados em relação ao 
Patrimônio Líquido dos sócios.
Em outras palavras, quanto “rendeu” o investimento dos sócios durante 
um determinado período.
Com este indicador pode-se identifi car se a empresa está acompanhando 
o seu retorno de investimentos, pelo menos, comparando-se com alguma taxa 
de remuneração que o mercado fi nanceiro paga.
E como podemos fazer isso?
Veja a seguir a fórmula do índice.
 R.C.P. = L.L.E. 
 Patrimônio Líquido 
Onde: R.C.P. = Rentabilidade de Capital Próprio
 L.L.E. = Lucro Líquido do Exercício.
Rentabilidade do Capital Próprio
RCP = L.L.E. RCP = 3.390.326 = 0,2161
PL 15.692.000 
* Indica que a remuneração do capital dos proprietários aplicados na empresa foi de 21,61%.
O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:
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40 Ciências Contábeis
O índice fi cou em 0,2161, ou seja, a empresa gerou um rendimento no 
Patrimônio Líquido de 21,61%. 
Mas podemos dizer que esse percentual é bom?
Para isso, devemos comparar este percentual com os percentuais de 
remuneração de mercado nas aplicações fi nanceiras.
Como vimos, este percentual de 21,61% representa o retorno (lucro) 
durante 1 ano.
Enfi m, de modo geral, o universo da Análise de Balanços é imenso. 
Muitos estudiosos pesquisaram várias formas de analisar um balanço 
patrimonial. Estudiosos renomados, como Elyzabetsky, Pereira, Kanitz, criaram 
algumas ferramentas de análise de balanços. Porém, como esse assunto é 
vasto, convidamos você a pesquisar em outras obras o que esses estudiosos 
criaram.
Dando continuidade, vamos apresentar mais alguns quadros de 
indicadores de análise de balanço que entendemos ser importante para seu 
estudo e refl exão. Esses quadros são bem resumidos e apresentam o indicador 
econômico fi nanceiro e sua interpretação a respeito do resultado obtido.
O quadro a seguir apresenta os indicadores da estrutura patrimonial 
da empresa, ou seja, o nível de segurança para a geração dos resultados de 
acordo com sua estrutura de investimentos.
ESTRUTURA PATRIMONIAL = SEGURANÇA 
IDENTIFICAÇÃO FÓRMULA REVELA
ENDIVIDAMENTO 
GERAL 
(EG)
EG = Passivo circ. + Passivo LP x 100
Ativo
A parcela do Ativo que 
está fi nanciada por capitais 
de terceiros. 
QUANTO MAIOR PIOR.
COMPOSIÇÃO DAS 
EXIGIBILIDADES 
(CE)
CE = Passivo circulant x 100
Passivo circ. + Passivo LP
A parcela das dívidas que 
vencem a curto prazo. 
QUANTO MAIOR PIOR.
IMOBILIZAÇÃO 
DO PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
(IPL)
IPL = Ativo permanente x 100
Patrim. Líquido
A parcela do capital 
próprio aplicada no Ativo 
Permanente. 
QUANTO MAIOR PIOR.
QUADRO 8 – ESTRUTURA PATRIMONIAL = SEGURANÇA
FONTE: O autor 
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41Análise das Demonstrações Contábeis
LIQUIDEZ = CAPACIDADE DE PAGAMENTO DAS OBRIGAÇÕES
IDENTIFICAÇÃO FÓRMULA REVELA
LIQUIDEZ 
IMEDIATA 
(LI ou ILI)
LI = Disponibilidades
Passivo circulante
Que, para cada R$ 1,00 de 
dívida de curto prazo, a 
empresa dispõe de R$ x,xx de 
disponível para pagar. 
QUANTO MAIOR MELHOR.
LIQUIDEZ 
CORRENTE 
(LC ou ILC)
LC = Ativo circulante
Passivo circulante
que, para cada R$ 1,00 de dívida 
de curto prazo, a empresa dispõe 
de R$ x,xx de bens e direitos no 
curto prazo para pagar. 
QUANTO MAIOR MELHOR.
LIQUIDEZ SECA 
(LS ou ILS)
LS = Ativo circulante – Estoques
Passivo circulante
que, para cada R$ 1,00 de 
dívida a curto prazo, sem 
vender os estoques, dispõe de 
R$ x,xx de bens e direitos no 
curto prazo para pagar. 
QUANTO MAIOR MELHOR.
LIQUIDEZ GERAL 
(LG ou ILG)
LG = Ativo circulante + Ativo LP
Passivo circ. + Passivo LP
que, para cada R$ 1,00 de dívida 
total, a empresa dispõe de R$ 
x,xx de bens e direitos no curto 
e longo prazo para pagar. 
QUANTO MAIOR MELHOR.
O quadro a seguir apresenta os indicadores de liquidez da empresa, ou 
seja, a sua capacidade de geração de caixa e pagamento das dívidas.
QUADRO 9 – LIQUIDEZ = CAPACIDADE DE PAGAMENTO DAS OBRIGAÇÕES
FONTE: O autor 
O quadro a seguir apresenta o indicador de rentabilidade da empresa. 
Já vimos esse indicador anteriormente.
RENTABILIDADE = REFLEXO DAS DECISÕES DOS ADMINISTRADORES
IDENTIFICAÇÃO FÓRMULA REVELA
RENTABILIDADE DO 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
(RPL)
RPL = Lucro líquido x 100
Patim. líquido
a remuneração dos capitais 
próprios investidos na empresa. 
QUANTO MAIOR MELHOR.
QUADRO 10 – RENTABILIDADE = REFLEXO DAS DECISÕES DOS ADMINISTRADORES
FONTE: O autor 
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42 Ciências Contábeis
O quadro a seguir apresenta os prazos médios de contas a pagar, contas 
a receber, ciclo operacional da empresa, ou seja, seu giro de realização de 
caixa.
PRAZOS MÉDIOS = POLÍTICA DE COMPRAS E VENDAS
IDENTIFICAÇÃO FÓRMULA REVELA
PRAZO MÉDIO 
DE PAGAMENTOS 
DAS COMPRAS 
(PMPC)
PMPC = Fornecedores x 360
 Compras (*)
(*) C = CMV + EF – EI
Em quantos dias a empresa paga 
suas compras em média. 
QUANTO MAIOR MELHOR.
PRAZO MÉDIO DE 
ROTAÇÃO DOS 
ESTOQUES 
(PMRE)
PMRE = Estoques x 360
CMV
Em quantos dias a empresa vende 
seus estoques em média. 
QUANTO MAIOR PIOR.
PRAZO MÉDIO 
DE RECEBIMENTO 
DAS VENDAS
(PMRV)
PMRV = Clientes a receber x 360
Rec. Operac. Bruta
Em quantos dias a empresa 
recebe suas vendas em média.
 QUANTO MAIOR PIOR.
CICLO 
OPERACIONAL
 (CO)
CO = PMRE + PMRV
O tempo decorrido entre a 
compra e o recebimento das 
vendas em média. 
QUANTO MAIOR PIOR.
CICLO 
FINANCEIRO 
(CF)
CF = PMRE + PMRV – PMPC
O tempo decorrido entre o 
pagamento de fornecedores 
e o recebimento pelas 
vendas; período que a 
empresa necessita ou não de 
fi nanciamento do seu giro. 
QUANTO MAIOR PIOR.
QUADRO 11 – PRAZOS MÉDIOS = POLÍTICA DE COMPRAS E VENDAS
FONTE: O autor 
O quadro a seguir apresenta os demais indicadores de rentabilidade da 
empresa, que representam os resultados das decisões dos administradores da 
empresa.
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43Análise dasDemonstrações Contábeis
RENTABILIDADE = REFLEXO DAS DECISÕES DOS ADMINISTRADORES
IDENTIFICAÇÃO FÓRMULA REVELA
Taxa de Retorno 
dos Investimentos 
(TRI)
Lucro Líquido x 100
Ativo Total
Mostra quanto a empresa está 
obtendo de retorno em relação aos 
seus investimentos totais. Por meio 
dele pode-se também determinar o 
payback, ou seja, em quanto tempo 
se recuperam os investimentos 
totais efetuado no negócio.
Taxa de Retorno 
sobre o Patrimônio 
Líquido 
(TRPL)
Lucro Líquido x 100 
Patrimônio Líquido
Mede a remuneração dos capitais 
próprios investidos na empresa, 
ou seja, quanto foi adicionado ao 
patrimônio líquido decorrente do 
resultado do período. 
Giro do Ativo 
(GA)
Vendas Líquidas
Ativo Total
Demonstra se o faturamento gerado 
no período foi sufi ciente para cobrir 
o investimento total.
Margem Bruta 
(MB)
Lucro Bruto x 100
Receita Operacional Líquida
Representa a lucratividade auferida 
sobre o produto ou serviço comer-
cializado pela empresa.
Margem 
Operacional 
(MO)
Lucro Operacional x 100
Receita Operacional Líquida
Avalia o ganho operacional da em-
presa em relação ao seu faturamen-
to. Este indicador revela a efi ciência 
operacional da empresa, medida 
exclusivamente em função de suas 
operações normais realizadas para 
manutenção da atividade-fi m.
Margem Líquida 
(ML)
Lucro Líquido x 100
Receita Operacional Líquida
Demonstra o retorno líquido da em-
presa sobre seu faturamento, após 
dedução das despesas operacionais 
e não operacionais e os impactos do 
imposto de renda e da contribuição 
social sobre o lucro.
QUADRO 12 – RENTABILIDADE = REFLEXO DAS DECISÕES DOS ADMINISTRADORES
FONTE: O autor 
6 PARECER TÉCNICO
O nível de segurança que se obtém de um parecer técnico sobre a 
situação econômica fi nanceira de uma empresa está diretamente relacionado 
ao período escolhido para a avaliação. Por isso, recomenda-se que essa 
avaliação seja efetuada com base nas demonstrações fi nanceiras de pelo 
menos três exercícios sociais.
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44 Ciências Contábeis
Os índices facilitam bastante o trabalho de análise, uma vez que 
a apreciação de certas relações ou percentuais é mais signifi cativa que a 
observação de montantes. De fato, os índices servem como um termômetro 
da saúde fi nanceira da empresa, porém, para fornecer um parecer conclusivo 
é necessário analisar outros aspectos da estrutura fi nanceira e econômica da 
empresa.
Portanto, os índices não devem ser considerados isoladamente, e sim 
num contexto mais amplo, onde cabe interpretar também outros indicadores 
e variáveis. Muitas vezes, um alto grau de endividamento não signifi ca que a 
empresa esteja à beira da insolvência, já que existem outros fatores capazes 
de atenuar essa condição.
O analista deve sempre ponderar sobre o ramo de atividade e as 
peculiaridades do negócio da empresa, comparar os índices aos das empresas 
concorrentes e com os índices-padrão que representam os índices médios de 
diversas empresas que atuam no mesmo ramo de atividade da empresa em 
análise.
6.1 ANÁLISE GERAL DOS ÍNDICES – PARECER
Prezado(a) acadêmico(a)! Finalizamos os nossos estudos sobre alguns 
dos indicadores econômicos e fi nanceiros utilizados pelas empresas.
A análise geral dos índices tende a focalizar todos os aspectos das 
atividades fi nanceiras da empresa, através da análise comparativa com a 
indústria e da análise do histórico da própria empresa, a fi m de identifi car 
as áreas que mais contribuíram ou afetaram o desempenho no período em 
análise. 
Ao fi nal da análise, podemos elaborar um parecer a partir da análise geral.
Veja alguns tipos de redação de pareceres de análise que podem ser 
emitidos para as empresas.
Tomemos como exemplos os resultados dos indicadores utilizados no 
Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado da Empresa modelo A.
a) Liquidez: A liquidez geral da empresa parece exibir uma tendência 
razoavelmente estável, tendo-se mantido em um nível relativamente 
consistente com a média da indústria no ano X2, pois os indicadores estão 
acima de 1. Parece que a empresa tem uma boa liquidez.
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45Análise das Demonstrações Contábeis
b) Endividamento: As obrigações da empresa entre os anos X1 e X2 
aumentaram e estão atualmente a um nível aceitável para a empresa. Ainda que 
esse aumento, no índice de endividamento, possa ser causa de preocupação. 
Aparentemente a empresa manteve sua capacidade para satisfazer suas 
obrigações adequadamente. 
c) Atividade: A administração dos estoques parece ter melhorado, e no 
último ano o desempenho foi satisfatório para as atividades da empresa. 
A empresa também está com um bom nível de atividades em duplicatas a 
receber, pois o saldo desta conta reduziu de X1 para X2. A empresa também 
aumentou suas contas de fornecedores, ela está pagando, aproximadamente, 
30 dias mais tarde que a média geral dos últimos anos. Embora os índices de 
liquidez da empresa estejam em patamares adequados e alinhados com a 
média da dos últimos anos, deve-se dedicar alguma atenção à administração 
dos estoques e contas a pagar de fornecedores.
d) Lucratividade: A lucratividade da empresa no ano X2 foi menor que X1, 
embora que ainda as receitas de vendas tenham aumentado de um exercício 
social para outro. Inclusive podemos observar no quadro 5 da Demonstração 
do Resultado do Exercício que a margem bruta (Lucro Bruto) aumentou. O que 
levou a empresa a reduzir seu Lucro Operacional (Resultado Operacional) foi 
a amortização do ágio pago em ações, que durante o ano de X2 foi bem mais 
elevado.
e) Resumo Geral: Em síntese, parece que a empresa está crescendo e 
recentemente expandiu seus ativos que estão sendo fi nanciados basicamente 
através do uso do capital de terceiros. O período entre os anos X1 e X2 refl ete 
uma fase de ajuste e recuperação do rápido crescimento dos ativos. Os lucros 
e demais indicadores de desempenho da empresa parecem estar crescendo 
junto com o aumento no tamanho da operação, se forem comparados com 
exercícios sociais anteriores.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) acadêmico(a)! Chegamos ao fi nal desta apostila. Esperamos que 
você tenha avançado no seu conhecimento sobre estes aspectos, pois é de 
fundamental importância conhecer e aplicar os índices de análise nas empresas. 
Pois é com base nesses indicadores que os administradores tomarão decisões para 
o futuro de suas empresas que visam assegurar a sua continuidade no mercado.
Sucesso!
Até breve!
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46 Ciências Contábeis
AUTOATIVIDADE
1 O que refl ete o Balanço Patrimonial de uma empresa?
2 Quais são os fatores que levam à consolidação da necessidade de realizar a 
Análise das Demonstrações Contábeis?
3 Que tipo de informação gerencial a Análise Horizontal poderá proporcionar 
ao analista?
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47Análise das Demonstrações Contábeis
REFERÊNCIAS
IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARION, Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SANTI FILHO, Armando de; OLINQUEVITCH, José Leônidas. Análise de balanços 
para controle gerencial: análise sobre o fl uxo de caixa e previsão de rentabilidade. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
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48 Ciências Contábeis
GABARITO 
1 O que refl ete o Balanço Patrimonial de uma empresa?
R.: O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira de uma empresa 
em

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