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05_09_Atores_na_Avaliação_da_Educação_Superior

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Introdução 
 
O presente material explicita os atores envolvidos nos processos de avaliação da 
Educação Superior em nosso país, a saber: 
-Ministério da Educação/Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior; 
-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; 
-Conselho Nacional de Educação; 
-Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior; 
-Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação; 
-Avaliador; 
-Conselhos de Classe; 
-Instituições de Ensino Superior/Dirigentes; 
-Procurador Educacional Institucional; 
-Coordenação/Coordenador de Curso; 
-Corpo docente; 
-Corpo discente; 
-Corpo Técnico-Administrativo; 
-Núcleo Docente Estruturante; 
-Comissão Própria de Avaliação. 
 Para melhor se situar, tente relacionar os atores mencionados nesse material com 
aquilo que foi estudado sobre a legislação, incluindo-se a Lei do Sinaes e normas relacionadas. 
Cada um desses agentes possui papel fundamental no processo da garantia e 
manutenção da qualidade da Educação Superior no Brasil. 
 Bom estudo! 
 
 
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Sumário 
Introdução ..................................................................................................................................... 1 
Ministério da Educação (MEC) / Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior 
(Seres)............................................................................................................................................ 3 
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ........................... 5 
Conselho Nacional de Educação (CNE) ......................................................................................... 7 
Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) ................................................ 8 
Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA) ..................................................... 9 
Avaliador ..................................................................................................................................... 10 
Conselhos de Classe .................................................................................................................... 12 
Instituições de Ensino Superior (IES) / Dirigente ........................................................................ 13 
Procurador Educacional Institucional (PI) ................................................................................... 14 
Coordenação de Curso / Coordenador ....................................................................................... 15 
Corpo Docente ............................................................................................................................ 16 
Corpo Discente ............................................................................................................................ 17 
Corpo Técnico-Administrativo .................................................................................................... 18 
Núcleo Docente Estruturante (NDE) ........................................................................................... 19 
Comissão Própria de Avaliação (CPA) ......................................................................................... 20 
 
 
 
 
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Ministério da Educação (MEC) / Secretaria de Regulação e Supervisão da 
Educação Superior (Seres) 
 
O Ministério da Educação é um órgão central da administração pública federal, o qual 
define diretrizes e implementa ações em educação. Tem como área de competência os 
seguintes assuntos: política nacional de educação; educação infantil; educação em geral, 
compreendendo ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, educação de jovens e 
adultos, educação profissional, educação especial e educação a distância, exceto ensino militar; 
avaliação, informação e pesquisa educacional; pesquisa e extensão universitária; magistério; 
assistência financeira a famílias carentes para a escolarização de seus filhos ou dependentes. 
O MEC foi criado em 1930. Com o nome de Ministério da Educação e Saúde Pública, a 
instituição desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios, como saúde, esporte, 
educação e meio ambiente. Em 1932, um grupo de intelectuais lançou o Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova, propondo que o Estado organizasse um plano geral de educação e definisse 
a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita. Em 1934, com a nova 
Constituição Federal, a educação passa a ser vista como um direito de todos, devendo ser 
ministrada pela família e pelos poderes públicos. De 1934 a 1945, ocorre uma reforma dos 
ensinos secundário e universitário. Nessa época, o Brasil já implantava as bases da educação 
nacional. 
Até 1953, foi Ministério da Educação e Saúde. Com a autonomia dada à área da saúde, 
surge o Ministério da Educação e Cultura, com a sigla MEC. A reforma universitária, em 1968, 
assegurou autonomia didático-científica, disciplinar, administrativa e financeira às 
universidades. A reforma representou um avanço na educação superior brasileira ao instituir 
um modelo organizacional único para as universidades públicas e privadas. Em 1992, uma lei 
federal transformou o MEC no Ministério da Educação e do Desporto e, somente em 1995, a 
instituição passa a ser responsável apenas pela área da educação. É nessa trajetória de mais de 
80 anos que o Ministério da Educação busca promover ensino de qualidade. 
Nos termos do Decreto nº 9.005, de 14 de março de 2017, a Secretaria de Regulação e 
Supervisão da Educação Superior (Seres) é a unidade responsável, no MEC, pela regulação e 
supervisão de Instituições de Educação Superior (IES) públicas e privadas pertencentes ao 
Sistema Federal de Educação Superior; de cursos superiores de graduação do tipo bacharelado, 
licenciatura e tecnológico, e de pós-graduação lato sensu – todos na modalidade presencial ou 
à distância. Também cabe à Seres zelar para que a legislação educacional seja cumprida. Suas 
ações buscam induzir a elevação da qualidade do ensino, por meio do estabelecimento de 
diretrizes para a expansão de cursos e instituições, em conformidade com as Diretrizes 
Curriculares Nacionais e de parâmetros de qualidade de cursos e instituições. No escopo do 
Decreto 9.235/2017, em seu artigo 3º, foi disposto que: 
As competências para as funções de regulação, supervisão e avaliação 
no sistema federal de ensino serão exercidas pelo Ministério da 
Educação, pelo Conselho Nacional de Educação - CNE, pelo Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep e 
pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - Conaes, 
conforme estabelecido neste Decreto (grifo nosso). 
O Decreto 9.235/2017 ainda menciona, em seu artigo 5º, que: 
 
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Compete ao Ministério da Educação, por meio da Secretaria de 
Regulação e Supervisão da Educação Superior, nos termos do Decreto 
nº 9.005, de 2017, exercer as funções de regulação e supervisão da 
educação superior no âmbito do sistema federal de ensino (grifos 
nossos). 
As ações da Secretaria competente do MEC – acerca da regulação e supervisão – devem 
ter como referencial básico os processos avaliativos que, neste caso, são realizados pelo Inep, 
conforme estipula o parágrafo único do artigo 1º da lei 10.861/2004: 
Os resultados da avaliação referida no caput deste artigo constituirão 
referencial básico dos processos de regulação e supervisão da 
educação superior, neles compreendidos o credenciamento e a 
renovação de credenciamento de instituições de educação superior, a 
autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento de 
cursos de graduação. 
 
 
5Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) 
 
O Instituto foi criado, por lei, em 13 de janeiro de 1937, originalmente com o nome de 
Instituto Nacional de Pedagogia. No ano seguinte, deu início a seus trabalhos a partir da 
publicação do Decreto-lei nº 580, que regulamentou a organização e a estrutura da instituição 
e alterou seu nome para Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos. 
O Decreto-lei nº 580 determinou as seguintes atribuições ao Instituto: 
a) organizar a documentação relativa à história e doutrina atual das doutrinas e técnicas 
pedagógicas; 
b) manter intercâmbio com instituições do País e do estrangeiro; 
c) promover inquéritos e pesquisas; 
d) prestar assistência técnica aos serviços estaduais, municipais e particulares de educação, 
ministrando-lhes, mediante consulta ou independente dela, esclarecimentos e soluções sobre 
problemas pedagógicos; 
e) divulgar os seus trabalhos; 
 f) participar da orientação e seleção profissional dos funcionários públicos da União. 
Entre os anos de 1952 e 1964, quando tinha como representante o professor Anísio 
Teixeira, o Instituto tornou-se um órgão executor da política educacional. Em 1972, a 
nomenclatura foi alterada para Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, e em 
1992 recebeu o acréscimo de Anísio Teixeira. 
No ano de 1997, o Inep passou por uma reestruturação, tornando-se uma Autarquia 
Federal, tendo como missão a produção de informações para subsidiar as políticas educacionais 
dos diferentes níveis de governo, sendo responsável pelo desenvolvimento de sistemas 
nacionais de avaliação e da produção das estatísticas educacionais. Seu regimento interno 
encontra-se publicado na Portaria Inep de nº 986, de 21 de dezembro de 2017, publicada no 
Diário Oficial da União (D.O.U.) do dia 22/12/2017, Seção 1, Página 49 a 59. 
No Inep, a Diretoria de Avaliação da Educação Superior (DAES) é a responsável pelas 
ações voltadas à avaliação dos cursos e Instituições de Educação Superior, pelo Exame Nacional 
de Desempenho dos Estudantes (Enade) e pelos indicadores referentes à educação superior 
decorrentes de exames e insumos provenientes de bases de dados oficiais. 
A DAES é composta pelas Coordenações: 
Coordenação-Geral de Avaliação dos Cursos de Graduação e Instituições de Educação Superior 
– CGACGIES 
Coordenação-Geral do ENADE – CGENADE 
Coordenação-Geral de Controle de Qualidade da Educação Superior – CGCQES 
A CGACGIES é a responsável por organizar e capacitar o Banco de Avaliadores do Sistema 
Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis), sendo composta por duas coordenações: 
 
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Coordenação de Avaliação in Loco: atribui-se a esta coordenação a Análise do Fluxo Processual, 
a Operacionalização da Avaliação e a Avaliação Internacional. 
Coordenação Pedagógica: responsabiliza-se pela formação pedagógica e pelo 
acompanhamento de instrumentos, operacionalização da capacitação e a produção de estudos. 
A Assessoria BASis compõe esta coordenação e é responsável pela formação e manutenção do 
Banco de Avaliadores. 
 As responsabilidades do Inep no âmbito do Sinaes estão estabelecidas na Lei 10.861, 
artigo 8°. No mesmo sentido, o Decreto 9.235/2017 estabelece as competências do Inep no 
âmbito das atividades de supervisão, regulação e avaliação das Instituições de Educação 
Superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino. 
O Decreto mencionado ainda estipula as competências do Inep, e no tocante especificamente à 
avaliação in loco, a saber: 
Art. 7º Compete ao Inep: 
I - conceber, planejar, coordenar e operacionalizar: 
a) as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de 
escolas de governo; e 
[...] 
II - conceber, planejar, coordenar, operacionalizar e avaliar: 
[...] 
b) a constituição e a manutenção de bancos de avaliadores e 
colaboradores especializados, incluída a designação das comissões de 
avaliação; 
III - elaborar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da 
Educação os instrumentos de avaliação externa in loco, em 
consonância com as diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação 
e Supervisão da Educação Superior e pelos outros órgãos competentes 
do Ministério da Educação; 
IV - conceber, planejar, avaliar e atualizar os indicadores dos 
instrumentos de avaliação externa in loco, em consonância com as 
diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da 
Educação Superior do Ministério da Educação; 
V - presidir a Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação - 
CTAA, nos termos do art. 85; [...] 
 
 
 
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Conselho Nacional de Educação (CNE) 
 
O Conselho Nacional de Educação (CNE), segundo seu Regimento Interno (instituído 
pela Portaria MEC nº 1.306, de 02/09/1999), é composto pelas Câmaras de Educação Básica e 
de Educação Superior, possuindo atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao 
Ministro de Estado da Educação, de forma a assegurar a participação da sociedade no 
aperfeiçoamento da educação nacional. 
A atuação do CNE relacionada à avaliação da educação superior, e em especial à 
avaliação in loco, é realizada por sua Câmara de Educação Superior. Nesse contexto, destacam-
se as atribuições de “analisar e emitir parecer sobre os procedimentos e resultados dos 
processos de avaliação da educação superior”; “deliberar, com base em relatórios e avaliações 
encaminhados pelo Ministério da Educação, sobre o reconhecimento de cursos e habilitações 
oferecidos por instituições de ensino superior, assim como sobre autorização daqueles 
oferecidos por instituições não universitárias”; “deliberar, com base em relatórios e avaliações 
encaminhados pelo Ministério da Educação, sobre a autorização, o credenciamento e o 
recredenciamento periódicos de universidades e de instituições isoladas de educação superior”; 
“assessorar o Ministro de Estado da Educação nos assuntos relativos à educação superior, 
oferecendo sugestões de critérios e procedimentos para o reconhecimento de cursos, avaliação, 
credenciamento e recredenciamento de instituições”. 
O Decreto 9.235/2017, em seu artigo 3°, estipula que o CNE possui competências no 
âmbito das funções de regulação, supervisão e avaliação. No mesmo contexto, o artigo 6° do 
referido decreto estipula as competências do CNE, a saber, 
Art. 6º Compete ao CNE: 
I - exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento 
ao Ministro de Estado da Educação nos temas afetos à regulação e à 
supervisão da educação superior, inclusive nos casos omissos e nas 
dúvidas surgidas na aplicação das disposições deste Decreto; 
II - deliberar, por meio da Câmara de Educação Superior, sobre pedidos 
de credenciamento, recredenciamento e descredenciamento de IES e 
autorização de oferta de cursos vinculadas a credenciamentos; 
III - propor diretrizes e deliberar sobre a elaboração dos instrumentos 
de avaliação para credenciamento e recredenciamento de instituições 
a serem elaborados pelo Inep; 
IV - recomendar, por meio da Câmara de Educação Superior, 
providências da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação 
Superior do Ministério da Educação, quando não satisfeito o padrão 
de qualidade para credenciamento e recredenciamento de 
universidades, centros universitários e faculdades; 
V - deliberar, por meio da Câmara de Educação Superior, sobre a 
inclusão e a exclusão de denominação de curso do catálogo de cursos 
superiores de tecnologia, nos termos do art. 101; 
VI - julgar , por meio da Câmara de Educação Superior, recursos a ele 
dirigidos nas hipóteses previstas neste Decreto; e 
VII - analisar e propor ao Ministério da Educação questões relativas à 
aplicação da legislação da educação superior. 
Parágrafoúnico. As decisões da Câmara de Educação Superior de que 
trata o inciso II do caput serão passíveis de recurso ao Conselho Pleno 
do CNE, na forma do art. 9º, § 2º, alínea “e”, da Lei nº 4.024, de 20 de 
dezembro de 1961, e do regimento interno do CNE. 
 
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Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) 
 
A Lei 10.861/2004, que instituiu o Sinaes, estabeleceu um órgão colegiado responsável 
pela coordenação e supervisão dos processos avaliativos no âmbito do Sinaes: a Comissão 
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes). 
A Conaes possui diversas atribuições que perpassam todas as ações dentro do Sinaes, 
passando pelas dinâmicas, procedimentos e mecanismos da avaliação institucional, de cursos e 
de desempenho dos estudantes, até a articulação com os sistemas estaduais de ensino, visando 
a estabelecer ações e critérios comuns de avaliação e supervisão da educação superior. Assim, 
esse órgão colegiado é fundamental para o bom desenvolvimento das ações de avaliação da 
educação superior e articulação dos diversos agentes participantes do processo avaliativo. Sua 
composição reflete a multiplicidade de agentes envolvidos – e que devem possuir voz no 
processo de coordenação e supervisão do Sinaes. 
A comissão é composta por membros dos seguintes órgãos: 
  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep; 
  Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes; 
  Ministério da Educação – MEC 
  Corpos Docente, Discente e Técnico-Administrativo das Instituições de Educação superior (IES) 
  Representantes com notório saber científico, filosófico e artístico e reconhecida competência 
em avaliação ou gestão da educação superior. 
Além das representações mencionadas, a Conaes possui presidente e secretário 
executivo entre seus membros. 
A Conaes, assim como MEC, Inep e CNE, também possui competências no âmbito das 
funções de supervisão, regulação e avaliação da Educação Superior, estabelecidas por meio do 
Decreto 9.235/2017: 
Art. 8º Compete à Conaes: 
I - propor e avaliar as dinâmicas, os procedimentos e os mecanismos 
de avaliação institucional, de cursos e de desempenho dos estudantes; 
II - estabelecer diretrizes para organização das comissões de avaliação, 
analisar relatórios, elaborar pareceres e encaminhar recomendações 
às instâncias competentes; 
III - formular propostas para o desenvolvimento das IES, com base nas 
análises e recomendações produzidas nos processos de avaliação; 
IV - articular-se com os sistemas estaduais de ensino, com vistas ao 
estabelecimento de ações e critérios comuns de avaliação e supervisão 
da educação superior; e 
V - submeter anualmente à aprovação do Ministro de Estado da 
Educação a relação dos cursos cujos estudantes realizarão o Enade. 
 
 
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Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA) 
 
A Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação (CTAA) é o órgão colegiado de 
acompanhamento dos processos periódicos de avaliação institucional externa e de avaliação 
dos cursos de graduação, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior 
(Sinaes) e do Sistema ARCU-SUL, para fins de acreditação da qualidade dos cursos de graduação. 
A CTAA foi criada pela Portaria MEC nº 1027, de 15 de maio de 2006, tendo sido regida 
pela Portaria Normativa nº 40/2007, com redação consolidada pelo DOU de 29/12/2010. 
Atualmente a CTAA tem sua atuação fundamentada no artigo 85 do Decreto 9.235, de 15 de 
Dezembro de 2017, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e 
avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-
graduação no sistema federal de ensino. Seu regimento interno foi normatizado pela Portaria 
MEC N° 1.008, de 2 de setembro de 2016. 
 
A CTAA tem como atribuição julgar, em grau de recurso, os relatórios das comissões de 
avaliações in loco nos processos de avaliação institucional externa e de avaliação dos cursos de 
graduação do Sinaes. 
Em nenhuma hipótese a CTAA efetuará diligências nem avaliações in loco. Quando, para 
uma mesma avaliação, existirem manifestações recursais da instituição e do órgão regulador, a 
CTAA as examinará em conjunto. 
Na esfera administrativa, a decisão da CTAA é irrecorrível, portanto, ela encerra a fase 
de avaliação. Também são atribuições da CTAA realizar a seleção final do Banco de Avaliadores 
do Sinaes; decidir pelos casos de exclusão de avaliadores do Banco; zelar pelo cumprimento das 
diretrizes do Sinaes; e assessorar o Inep sempre que necessário. 
No contexto do Decreto 9.235/2017, são estabelecidas as seguintes disposições acerca 
da CTAA: 
Art. 85. A CTAA é um órgão colegiado de acompanhamento dos 
processos periódicos de avaliação externa in loco realizadas no âmbito 
do Sinaes e do sistema de escolas de governo. 
Parágrafo único. A CTAA é a instância recursal dos processos 
avaliativos relacionados a relatórios de avaliação externa in loco e de 
denúncias contra avaliadores. 
 
 
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Avaliador 
 
Considerando que o ato de avaliar envolve ações de “ter ideia de, conjecturar sobre ou 
determinar a qualidade ou característica de algo”, ou ainda “apreciar o mérito, o valor de; 
estimar”, constata-se a importância do Avaliador. 
Não existe avaliação sem Avaliador – aquele que realiza a conjectura ou estimação sobre 
determinada qualidade, por exemplo. 
No âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o olhar do 
avaliador dirigido para os pontos que compõem o Instrumento de Avaliação deve integrar um 
conjunto de evidências adquiridas in loco para a atribuição de conceito(s) a indicador(es) de 
modo que possa ser alcançada uma conclusão acerca das características das instituições de 
educação superior (quando avaliação institucional) ou de cursos de graduação (quando 
avaliação de curso) avaliados. 
O avaliador também é ator constante no Decreto 9.235/2017: 
Art. 83. As avaliações externas in loco serão realizadas por avaliadores 
capacitados, em instrumentos específicos a serem designados pelo 
Inep. 
Parágrafo único. O Inep realizará a seleção, a capacitação, a 
recapacitação e a elaboração de critérios de permanência dos 
avaliadores do banco de avaliadores e do banco de avaliadores do 
sistema de escolas de governo e sua administração. 
 
Segundo normatizado no artigo 30 da Portaria 840/2018, “são condições básicas para 
participação nos processos seletivos no âmbito dos bancos possuir pós-graduação compatível 
com o perfil, assim como a experiência necessária à composição das Comissões Avaliadoras” (§ 
2º). 
Após inscritos no BASis, os candidatos são estratificados de modo que sejam selecionados 
aqueles com perfil para atendimento das demandas identificadas no fluxo de avaliações, para 
capacitação. 
Finalmente, os selecionados que concluem com aproveitamento a capacitação no 
instrumento vigente alcançam a condição de avaliadores in loco do Sinaes, como estipulado no 
artigo 32 da Portaria 840/2018: 
 
Art. 32. A capacitação dos docentes para integrar o BASis visa ao 
conhecimento das atividades e condutas relacionadas às avaliações in 
loco, no âmbito do domínio acadêmico e técnico da avaliação, da ética 
e do compromisso social. 
§ 1º A capacitação dos docentes será focada na legislação pertinente, 
no Sistema Eletrônico e na aplicação dos instrumentos de avaliação. 
§ 2º Os avaliadores deverão atender às convocações do INEP para 
atualizações, sempre que necessário. 
§ 3º A capacitação dos candidatos selecionados poderá ser presencial 
o a distância. 
§ 4º A inclusão do docente no Banco de Avaliadores está condicionada 
ao seu desempenho individual no processo de capacitação, a ser 
avaliadoconforme referenciais técnicos definidos pelo INEP. 
 
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§ 5º Ao final do processo de capacitação, o candidato aprovado 
firmará Termo de Conduta Ética e Termo de Ciência e Compromisso, 
conforme regulamentação vigente. 
§ 6º Após a assinatura dos termos correspondentes, para ser admitido 
como avaliador, o docente aprovado será homologado pela Comissão 
Técnica de Acompanhamento da Avaliação, terá seu nome publicado 
no Diário Oficial da União e será inserido no BASis ou no Banco de 
Avaliadores do Saeg, por ato da Diretoria de Avaliação da Educação 
Superior. 
 
 
 
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Conselhos de Classe 
 
No Brasil, existem os Conselhos Federais que regulamentam algumas profissões. Há 
ainda conselhos regionais que podem abranger um ou mais estados. Todos estão sob 
fiscalização contábil e financeira do Tribunal de Contas da União, por força do Inciso II do artigo 
71 da Constituição Federal. Tais Conselhos podem vir a desempenhar papel na regulação da 
Educação Superior, conforme prevê o Decreto n˚ 9.235/2017. Segundo o artigo 62 do decreto 
supracitado, “[as] ações de supervisão poderão ser exercidas em articulação com os conselhos 
de profissões regulamentadas”. Ainda no que concerne à participação de conselhos de classe no 
processo, o artigo 41 do Decreto n° 9.235 prevê que a autorização do Ministério da Educação, 
para a oferta de cursos de graduação em Direito, Medicina, Odontologia, Psicologia e 
Enfermagem, inclusive em universidades e centros universitários, após prévia manifestação do 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e do Conselho Nacional de Saúde. O 
parágrafo § 3º do mesmo artigo prevê que “a manifestação dos Conselhos de que trata 
o caput terá caráter opinativo e se dará no prazo de trinta dias, contado da data de solicitação 
do Ministério da Educação”. 
A atuação dos Conselhos de Classe refere-se a questões profissionais, é opinativa, ou 
seja, sem poder decisivo para a homologação dos respectivos atos autorizativos. 
 
 
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Instituições de Ensino Superior (IES) / Dirigente 
 
A Educação Superior, compreendida como nível de ensino, deve ser ministrada em 
instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou 
especialização, aberta a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e sido 
aprovados em processo seletivo. 
Segundo o Decreto nº 9.235, de 2017, as IES serão credenciadas como Faculdades, 
Centros Universitários e Universidades. 
Não se enquadram na nomenclatura acima os Institutos Federais de Educação, Ciência 
e Tecnologia. Essas organizações foram instituídas pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 
2008 - que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou os 
Institutos Federias de Educação, Ciência e Tecnologia. No § 1o do artigo 2° da lei mencionada, é 
estipulado que 
Para efeito da incidência das disposições que regem a regulação, 
avaliação e supervisão das instituições e dos cursos de educação 
superior, os Institutos Federais são equiparados às universidades 
federais (grifos nossos). 
Quanto à Categoria Administrativa, as instituições da Educação Superior são Públicas ou 
Privadas, sendo que as Públicas podem ser Federais, Estaduais ou Municipais. 
Nesse contexto, e entre os atores envolvidos na avaliação in loco, o Dirigente da 
instituição é um dos que possuem papel ativo durante o andamento do processo. Além de 
participar da reunião inicial com a comissão de avaliadores, o Dirigente da IES realiza a avaliação 
da atuação dos integrantes da comissão a partir do último dia da comissão in loco. Essa avaliação 
é feita por meio de formulário específico, no sistema e-MEC, conforme prevê o parágrafo § 4º 
do artigo 18 da Portaria Normativa 840/2018. Ao registrar a avaliação sobre os avaliadores, o 
Dirigente da IES fornece ao Inep importante insumo para o contínuo aprimoramento do 
processo de avaliação e de formação dos avaliadores do BASis. 
 
 
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Procurador Educacional Institucional (PI) 
 
Um importante ator dentro do processo de avaliação é o Procurador Educacional 
Institucional (PI). O PI é identificado no sistema e-MEC como o representante legal da Instituição 
de Educação Superior (IES), sendo o responsável pelas informações inseridas no sistema e-MEC 
relacionadas aos processos regulatórios, bem como pelos respectivos elementos de avaliação 
associados. 
Entre as informações fornecidas pelos PI citam-se, como exemplo, as fornecidas no 
preenchimento do Formulário Eletrônico (FE) de Avaliação que subsidia as avaliações in loco. 
Tais informações são presumidas como válidas para efeitos legais. Assim, cabe a este agente o 
relacionamento tanto com o MEC/Seres na fase de instrução processual, quanto com o Inep 
naquilo que se referir ao processo de avaliação in loco, observado que sua posição, dentro da 
IES, é a que deve considerar as políticas, os procedimentos e dados da instituição no seu 
conjunto para bem desempenhar suas funções como elo entre IES, MEC/Seres e Inep. Por 
conseguinte, percebe-se a importância do PI no processo de avaliação in loco. 
 
 
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Coordenação de Curso / Coordenador 
 
A Coordenação de um curso de graduação é fundamental para a consecução dos 
objetivos do curso de forma eficaz e eficiente. Para mensurar a importância da Coordenação e, 
por consequência, do Coordenador – o indivíduo que desempenha tal função – basta pensar na 
quantidade de elementos que, em um curso, devem ser mantidos coesos para que estudantes 
de graduação recebam a formação educacional que eles esperam de um ensino superior. São 
estes os elementos: corpo docente, os discentes, técnicos-administrativos, atividades variadas 
relacionadas ao currículo, laboratórios ou outras infraestruturas, articulação com agentes 
externos e internos, como colegiados, etc. 
Nesse contexto, a ação de “conjugar, concatenar, interligar” ou “manter ou tornar 
sincrônico e harmonioso” relacionada ao ato de coordenar algo é fundamental em um curso de 
graduação, dado o elevado número de elementos e variáveis na organização exitosa desse tipo 
de curso. 
Considerando a importância desta atuação, o instrumento de avaliação de cursos possui 
indicadores relacionados às atividades de coordenação do curso e ao indivíduo que desempenha 
essa função. 
 
 
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Corpo Docente 
 
Os docentes são parte fundamental do processo de ensino. Observado o caráter 
organizado e sistemático do processo de aprendizagem que ocorre por meio do ensino, a 
caracterização do docente é fundamental para a avaliação das condições de ensino ofertadas 
aos estudantes. 
Assim, conforme estipulado no instrumento de avaliação vigente, as informações dos 
docentes da Instituição de Ensino Superior vinculados aos cursos avaliados são insumos 
fundamentais para a composição do rol de evidências que embasarão o relatório de avaliação 
da comissão de avaliação in loco. Conforme preconiza o artigo 4° da Lei do Sinaes (10.861/2004) 
“a avaliação dos cursos de graduação tem por objetivo identificar as condições de ensino 
oferecidas aos estudantes, em especial as relativas ao perfil do corpo docente, às instalações 
físicas e à organização didático-pedagógica”. 
No contexto da avaliação in loco, são considerados docentes de um curso todos os 
professores que possuam vínculo com alguma disciplina do curso avaliado. 
 
 
17 
 
Corpo Discente 
 
O estudante é o motivo maior de uma instituição de ensino, uma vez que os atores da 
vida institucional educacional – docentes, técnicos-administrativos, o Inep ou o próprio MEC, 
por exemplo – atuam no sentido de garantir que a oferta de ensino no país atenda a padrõesde 
qualidade e, com isso, atendam também às expectativas de aprendizagem daqueles que 
ingressam nos bancos escolares. No caso da Educação Superior não é diferente: conforme 
observado no artigo 4° da Lei 10.861/2004, que instituiu o Sinaes, “a avaliação dos cursos de 
graduação tem por objetivo identificar as condições de ensino oferecidas aos estudantes [...]”. 
Nesse contexto, os indicadores do instrumento de avaliação buscam orientar a 
observação in loco dos avaliadores para aqueles pontos julgados relevantes pela comunidade 
acadêmica, técnico-científica e demais envolvidos nos processos de avaliação. Assim, embora 
todo o instrumento de avaliação esteja voltado para a identificação das condições de ensino 
oferecidas aos estudantes, alguns indicadores podem estar mais direta ou indiretamente 
relacionados aos discentes. 
 
 
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Corpo Técnico-Administrativo 
 
O Sinaes busca avaliar as condições de oferta educacional para os estudantes a partir da 
análise de diversos fatores que influenciam na qualidade da oferta. As organizações educativas, 
tendo uma série de processos relacionados às suas atividades fim e meio, possuem diferentes 
corpos funcionais – docentes e técnicos-administrativos –, encarregados de variadas funções 
relacionadas ao cumprimento das finalidades colocadas às Instituições de Ensino Superior. 
No contexto da avaliação, a busca de informações provenientes dos diferentes grupos 
funcionais da instituição educacional proverá o avaliador com uma série de informações que 
podem subsidiar seu processo de julgamento acerca da qualidade da oferta do ensino oferecido, 
em especial nos indicadores que se referem à infraestrutura, por exemplo. 
Nesse contexto, podemos citar os expressivos ganhos advindos de entrevistas ou 
reuniões com técnicos que exercem suas funções nos diferentes espaços e serviços ofertados 
pela instituição de ensino, de modo a se obter evidências ou indícios sobre o correto 
funcionamento e a disponibilidade de bibliotecas, laboratórios e seus insumos, secretarias ou 
outros serviços de apoio ao aluno. 
 
 
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Núcleo Docente Estruturante (NDE) 
 
O NDE foi criado pela Portaria nº 147, de 2 de fevereiro de 2007, com a finalidade de 
qualificar o envolvimento docente no processo de concepção e consolidação de um curso de 
graduação. Trata-se de um conjunto de professores composto por pelo menos cinco docentes 
do curso, de elevada formação e titulação, contratados em tempo integral ou parcial, que 
respondem mais diretamente pela concepção, implementação e consolidação do Projeto 
Pedagógico do Curso (PPC). 
Os docentes que compõem o NDE devem exercer cargo de liderança acadêmica tanto 
em âmbito acadêmico, na produção de conhecimentos da área, no acompanhamento do 
desenvolvimento do ensino, quanto em âmbitos nos quais a Instituição julgar importantes e que 
atuem sobre o desenvolvimento do curso. 
 
 
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Comissão Própria de Avaliação (CPA) 
 
A autoavaliação, ponto inicial do processo avaliativo, permite que a instituição conheça 
melhor a sua realidade – pontos fortes e fragilidades –, e pratique, na função de autorregulação, 
atos internos que permitam aos gestores cumprir com mais qualidade e pertinência seus 
objetivos e missões. A autoavaliação deve ser realizada anualmente e em consonância com o 
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), sendo vista como um processo de 
autoconhecimento. 
Este processo deve ser consolidado com a análise das informações, a elaboração do 
Relatório de Autoavaliação Institucional, seja ele parcial ou integral, e deverá subsidiar os 
processos de avaliações externas, institucionais e de cursos. 
Para apoiar a Instituição em todo o processo interno de avaliação, as Instituições de 
Ensino Superior devem contar com a Comissão Própria de Avaliação (CPA), constituída por ato 
administrativo do dirigente da instituição de educação superior, com atuação autônoma, tendo 
assegurada a participação de todos os agentes da comunidade acadêmica e a sociedade civil. 
A CPA conduz os processos internos de avaliação, a sistematização dos dados e a 
prestação de informações solicitadas pelo Inep, quando necessário. É de suma importância que 
os processos autoavaliativos estejam institucionalizados e consolidados no Plano de 
Autoavaliação Institucional. Para a Conaes, a autoavaliação institucional põe em questão “os 
sentidos do conjunto de atividades e finalidades cumpridas pela instituição”, bem como 
possibilita identificar as causas dos seus problemas e deficiências, aumentar a consciência 
pedagógica e capacidade profissional do corpo docente e técnico-administrativo, fortalecer as 
relações de cooperação entre os diversos agentes institucionais, tornar mais efetiva a vinculação 
da instituição com a comunidade, julgar acerca da relevância científica e social de suas 
atividades e produtos, além de prestar contas à sociedade.

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