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Saúde Coletiva e Assistência de Enfermagem na Atenção Primária e Secundária

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Indaial – 2023
Secundária
Prof.ª Mariana da Rocha Marins
Prof.ª Silvana Januario Jorge
Prof.ª Talita Cristiane Sutter
1a Edição
Saúde coletiva 
e aSSiStência de 
enfermagem na 
atenção Primária e
Elaboração:
Prof.ª Mariana da Rocha Marins
Prof.ª Silvana Januario Jorge
Prof.ª Talita Cristiane Sutter
Copyright © UNIASSELVI 2023
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. MARINS, Mariana.
Saúde Coletiva e Assistência de Enfermagem na Atenção Primária e 
Secundária. Mariana da Rocha Marins; Silvana Januario Jorge; Talita Cristiane 
Sutter. Indaial - SC: Arqué, 2023.
234p.
ISBN 978-65-5646-585-2
ISBN Digital 978-65-5646-580-7
“Graduação - EaD”.
1. Saúde Coletiva 2. Assistência de Enfermagem 3. Brasil 
CDD 610.7
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
A assistência de enfermagem segue os princípios do Sistema Único de Saúde, 
buscando o atendimento universal e integral à população, ou seja, o enfermeiro que atua 
na saúde coletiva deverá compreender os aspectos da rede de saúde, que englobam a 
Atenção Primária, a Atenção Secundária e a Atenção Terciária.
É interessante apontar que, nesse livro didático, iremos nos aprofundar na Atenção 
Primária e na Atenção Secundária. Para isso, na Unidade 1, abordaremos os aspectos gerais 
da enfermagem e da saúde coletiva, apresentando a sua organização e funcionamento, 
bem como as características e atribuições. Tomaremos como base os princípios e as 
diretrizes da Atenção Básica, a infraestrutura e o funcionamento das equipes de Atenção 
Básica e a Estratégia de Saúde da Família. Ademais, estudaremos a importância do sistema 
de referência e contrarreferência, levando em consideração a operacionalização da rede de 
Atenção à Saúde, a integralidade do cuidado e o funcionamento do sistema. Por fim, ainda 
na Unidade 1, falaremos sobre a assistência na média e na alta complexidade de saúde, 
considerando suas definições, suas relações e os seus componentes.
Já na Unidade 2, abordaremos os principais conceitos relacionados à assistência 
de enfermagem na Atenção Primária à Saúde. Começaremos discutindo os aspectos 
conceituais da Atenção Primária à Saúde, que se referem às principais condições de 
saúde atendidas nessa área, bem como à prevenção e à promoção da saúde. Além disso, 
abordaremos a importância da humanização, acesso e acolhimento no cuidado à saúde 
dos pacientes. Em seguida, discutiremos os aspectos conceituais da Atenção Secundária 
à Saúde, com ênfase nas principais condições de saúde atendidas nesse nível de atenção, 
como as infecções sexualmente transmissíveis e os aspectos gerais sobre urgência e 
emergência. Por fim, abordaremos a vigilância em saúde, incluindo os determinantes, 
riscos e danos à saúde da população adscrita, a notificação compulsória na Atenção 
Primária e Secundária à Saúde e as condições sensíveis à Atenção Primária à Saúde.
Na Unidade 3, vamos falar sobre a assistência de enfermagem na atenção secun-
dária à saúde, destacando o papel do enfermeiro nessa área. Na primeira parte, abordare-
mos o papel do enfermeiro na atenção primária à saúde, suas atribuições e principais pro-
cedimentos realizados nessa área. Também destacaremos o cuidado em enfermagem na 
visita domiciliar e o programa nacional de imunização. Na segunda parte, falaremos sobre 
as atribuições do enfermeiro na atenção secundária à saúde, seus principais procedimen-
tos e o apoio diagnóstico e terapêutico que oferece nessa área, bem como discutiremos os 
procedimentos de enfermagem no contexto de urgência e emergência. Por fim, discutire-
mos a importância do trabalho multiprofissional e interdisciplinar em saúde, destacando a 
equipe multiprofissional, a interdisciplinaridade e o papel do enfermeiro na equipe.
Bons estudos!
Prof.ª Mariana da Rocha Marins
Prof.ª Silvana Januario Jorge
Prof.ª Talita Cristiane Sutter
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - ENFERMAGEM E SAÚDE COLETIVA: ASPECTOS GERAIS.............................. 1
TÓPICO 1 - ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA: 
 CARACTERÍSTICAS E ATRIBUIÇÕES .................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA ...........................................................3
2.1 HISTÓRIA DO SISTEMA DE SAÚDE DO BRASIL ..............................................................................4
2.2 A POLÍTICA NACIONAL DEATENÇÃO BÁSICA ................................................................................7
2.2.1 Princípios e Diretrizes ..................................................................................................................7
3 INFRAESTRUTURA, FUNCIONAMENTO E EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA ....................9
3.1 INFRAESTRUTURA E AMBIÊNCIA ...................................................................................................... 9
3.2 FUNCIONAMENTO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA .......................................................... 10
3.3 TIPOS DE EQUIPES ..............................................................................................................................12
3.3.1 Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas ............................................. 15
4 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA .............................................................................. 17
4.1 HISTÓRIA DA ESF NO BRASIL ........................................................................................................... 18
4.2 CARACTERÍSTICAS DA ESF.............................................................................................................. 18
4.3 COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DAS ESF.......................................................................................20
4.4 DESAFIOS DA ESF ..............................................................................................................................22
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 25
TÓPICO 2 - SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA NA REDE DE 
 ATENÇÃO À SAÚDE ..........................................................................................27
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................27
2 OPERACIONALIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE ..............................................27
2.1 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E ATRIBUTOS DA RAS .................................................................29
2.2 CARACTERÍSTICAS DA RAS ............................................................................................................30
2.2.1 Relações Horizontais .................................................................................................................31
2.2.2 Atenção Primária/básica como Coordenadora do Cuidado ..........................................32
2.2.3 Planejamento e Organização das Ações Segundo a Necessidade da População ...32
2.2.4 Atenção Contínua e Integral ..................................................................................................33
2.2.5 Atendimento Multiprofissional/interdisciplinar .................................................................34
2.2.6 Responsabilidade com os Compromissos e Metas, Considerando Questões 
 Sanitárias e Econômicas ........................................................................................................34
2.3 DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA RAS .............................................35
3 INTEGRALIDADE DO CUIDADO ....................................................................................... 35
3.1 INTEGRALIDADE COMO TRAÇO DE BOA MEDICINA ....................................................................36
3.2 INTEGRALIDADE COMO MODO DE ORGANIZAR AS PRÁTICAS ............................................... 37
3.3 INTEGRALIDADE COMO RESPOSTAS GOVERNAMENTAIS A PROBLEMAS ESPECÍFICOS 
 DE SAÚDE ............................................................................................................................................ 37
3.4 A IMPORTÂNCIA DA ESF NA INTEGRALIDADE DO CUIDADO ...................................................39
4 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA ............. 40
4.1 IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DOS DADOS NO SISTEMA DE REFERÊNCIA E 
CONTRARREFERÊNCIA ......................................................................................................................42
4.1.1 Cartão Nacional do SUS (CNS) ................................................................................................43
4.1.2 Prontuário Clínico ......................................................................................................................44
4.1.3 Sistemas de Regulação ...........................................................................................................44
4.1.4 Sistema de Transporte em Saúde .........................................................................................45
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................47
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 48
TÓPICO 3 - ASSISTÊNCIA NA MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE EM SAÚDE ...................... 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 51
2 DEFINIÇÕES E NECESSIDADES NA MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE ............................ 51
2.1 NECESSIDADES NA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE ...........53
3 RELAÇÃO ENTRE A ASSISTÊNCIA NA MÉDIA E NA ALTA COMPLEXIDADE.................. 56
4 COMPONENTES DA MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE ..................................................... 58
4.1 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO CARDIOVASCULAR ............................................................58
4.2 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA ...........................................................59
4.3 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO AO PORTADOR DE DOENÇA RENAL ..............................59
4.4 POLÍTICA NACIONAL DE PROCEDIMENTOS ELETIVOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE ..........60
4.5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA .......................................................................61
4.6 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA ......................61
4.7 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL .......................................................................................62
4.8 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE EM TRAUMATO-
 ORTOPEDIA ..........................................................................................................................................63
4.9 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS ..................................................................64
4.10 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO AO PORTADOR DE DOENÇA NEUROLÓGICA .............64
4.11 POLÍTICA NACIONAL PARA HOSPITAIS DE PEQUENO PORTE ................................................65
4.12 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA ................................................................65
4.13 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER ................................66
4.14 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM ..................................66
4.15 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL ................................................................................... 67
4.16 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL GENÉTICA CLÍNICA ......................................68
4.17 POLÍTICA NACIONAL DE OFTALMOLOGIA....................................................................................69
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................70
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................78
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................80
UNIDADE 2 — ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ....... 89
TÓPICO 1 — ASPECTOS CONCEITUAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ...................... 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 91
2 PRINCIPAIS CONDIÇÕES DE SAÚDE NA APS ................................................................. 93
2.1 CONDIÇÕES DE SAÚDE ......................................................................................................................95
2.2 CONDIÇÕES DE SAÚDE AGUDAS ..................................................................................................96
2.2.1 Cuidado das condições agudas ............................................................................................. 97
2.2.2 Modelo de classificação de risco .......................................................................................... 97
2.3 CONDIÇÕES DE SAÚDE CRÔNICAS................................................................................................99
2.3.1 Cuidado das condições crônicas ........................................................................................100
2.3.2 Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MAAC) ......................................................101
3 PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE .........................................................................103
3.1 PROMOÇÃO DA SAÚDE ....................................................................................................................104
3.2 PREVENÇÃO DE DOENÇAS ............................................................................................................105
4 HUMANIZAÇÃO, ACESSO E ACOLHIMENTO NA APS ...................................................107
4.1 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO ....................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................111
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 112
TÓPICO 2 - ASPECTOS CONCEITUAIS DA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE ............... 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 115
2 ASPECTOS CONCEITUAIS NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE ............................... 115
3 INFECÇÕES, SEXUALMENTE, TRANSMISSÍVEIS .......................................................... 118
3.1 HIV (IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA) .............................................................................................120
3.2 SÍFILIS ..................................................................................................................................................121
3.3 HPV (PAPILOMAVÍRUS HUMANO) .................................................................................................121
3.4 VÍRUS HERPES SIMPLES ................................................................................................................ 122
3.5 TRICOMONÍASE ................................................................................................................................. 123
4 ASPECTOS GERAIS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ....................................................124
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................129
TÓPICO 3 - VIGILÂNCIA EM SAÚDE .................................................................................. 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 131
2 DETERMINANTES, RISCOS E DANOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO ADSCRITA .............. 131
3 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NO SUS .........................................................................135
4 CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ........................................... 137
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 140
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................149
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 151
UNIDADE 3 — ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE 159
TÓPICO 1 — PAPEL DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) ............ 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 161
2 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA APS .......................................................................162
2.1 ATRIBUIÇÕES DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA FRENTE A ALGUMAS 
POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE. ..............................................................................................164
2.1.1 Outros programas da APS ...................................................................................................... 172
2.2 PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS NA APS ....................................................................................... 175
2.2.1 Procedimentos pertinentes aos enfermeiros da APS .....................................................177
2.3 CUIDADO DE ENFERMAGEM EM VISITA DOMICILIAR (VD) .....................................................185
2.3.1 Modalidades da Atenção Domiciliar (AD) ...........................................................................186
2.3.2 Competências do enfermeiro em uma VD ....................................................................... 187
3 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO - PNI ............................................................188
3.1 PNI E PAPEL DA ENFERMAGEM .....................................................................................................190
3.1.1 Enfermeiro frente a desafios do programa de imunização ............................................191
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................192
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................193
TÓPICO 2 - ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE ..... 197
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 197
2 PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE .......................198
2.1 APOIOS DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE ..............200
2.1.1 Atuação do enfermeiro para apoios diagnóstico e terapêutico ...................................201
2.1.2 Desafios estressores dos profissionais de enfermagem nos níveis da atenção 
secundária................................................................................................................................ 202
3 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NOS CONTEXTOS DE URGÊNCIA E 
 EMERGÊNCIA ................................................................................................................. 202
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 204
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 205
TÓPICO 3 - TRABALHOS MULTIPROFISSIONAL E INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE ..... 207
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 207
2 EQUIPEMULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE ................................................................... 208
2.1 INTERDISCIPLINARIDADE EM SAÚDE ........................................................................................208
3 PAPEL DO ENFERMEIRO EM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E INTERDISCIPLINAR ... 211
3.1 Serviço de Atenção Domiciliar - SAD ...........................................................................................211
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................213
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 220
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................221
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 224
1
UNIDADE 1 - 
ENFERMAGEM E SAÚDE 
COLETIVA: 
ASPECTOS GERAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os princípios e as diretrizes da Atenção Básica;
• descrever a infraestrutura e o funcionamento das equipes de Atenção Básica;
• apresentar a Estratégia de Saúde da Família;
• compreender a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e o funcionamento do sistema de 
referência e contrarreferência que estabelecem o princípio de integralidade;
• diferenciar as definições, as necessidades, as relações e os componentes da média 
e da alta complexidade.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO 
BÁSICA: CARACTERÍSTICAS E ATRIBUIÇÕES
TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA NA 
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – ASSISTÊNCIA NA MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE EM 
SAÚDE
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA 
ATENÇÃO BÁSICA: CARACTERÍSTICAS E 
ATRIBUIÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 1, inicialmente, abordaremos a organi-
zação e o funcionamento da Atenção Básica, ou seja, suas características e atribuições. 
Você sabe o que é Atenção Básica? Esse termo é utilizado pela PNAB 2017 para definir o 
conjunto de ações individuais, coletivas e familiares que são ofertadas à população com 
intuito de garantir a prevenção, a promoção, a proteção, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, a redução de danos, os cuidados paliativos e a vigilância em saúde.
Cabe destacar que esse cuidado é ofertado de maneira multidisciplinar e tem o 
objetivo de ser porta de entrada da população no Sistema Único de Saúde (SUS) e coor-
denar as ações de saúde a fim de garantir a integralidade do serviço, tendo um território 
definido como responsabilidade sanitária. Nessa lógica, traremos algumas informações 
relevantes sobre a Atenção Básica para que compreenda seus princípios e diretrizes, 
ou seja a base da existência e os rumos que esse serviço deve seguir. Também serão 
relatados a infraestrutura e o funcionamento das equipes que atuam nesse contexto.
Por fim, iremos ressaltar a importância da Estratégia Saúde da Família (ESF), 
um dos modelos assistenciais da Atenção Básica e estratégia prioritária para sua 
consolidação e expansão no país. A ESF visa reorganizar a Atenção Básica utilizando 
como ponto central do cuidado a construção de vínculo e a corresponsabilização entre 
a população e os profissionais de saúde.
TÓPICO 1 -UNIDADE 1
2 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA
Para entendermos a importância dos princípios e das diretrizes da Atenção 
Básica, vamos fazer uma breve reflexão acerca da história do sistema de saúde do Brasil 
e sua evolução, uma história de luta dos profissionais de saúde e da população por 
maiores conquistas sociais e direitos à saúde.
4
2.1 HISTÓRIA DO SISTEMA DE SAÚDE DO BRASIL
No século XXVIII, a população brasileira possuía uma baixa expectativa de vida 
e muitas pessoas adoeciam em virtude de doenças parasitárias e infecciosas. Nesse 
período não existia um sistema de saúde universal, que garantisse o direito à saúde 
para toda a população. Além disso, o país foi assolado por diversas epidemias, tais 
como epidemias de varíola, de febre amarela, de cólera, de febre tifóide, de sarampo, de 
tuberculose e outras. Nesse período, a grande maioria da população não possuía acesso 
a médicos privados e eram atendidos por benzedeiras e as irmãs de caridade das Santas 
Casas de Misericórdia (BERTOLLI FILHO, 2011; CORDOBA, 2013; ROUQUAYROL, 2018)
É interessante destacar, que com o início do regime republicano, houve o cres-
cimento do movimento sanitarista que auxiliou a prevenção e o combate de doenças. 
As pesquisas relacionadas à vacinação tiveram grande avanço nesse período e a apli-
cação da vacina contra a varíola, embora não tenha sido recebida de bom grado pela 
população, foi uma ação importante para auxiliar sua futura erradicação. Outra ação 
que tinha o objetivo de auxiliar a saúde pública foi a Reforma Pereira Passos, ocorrida 
no Rio de Janeiro, desencadeando a proibição e destruição dos cortiços, que deram 
espaço para a Avenida Rio Branco e acreditando que o ambiente “arejado” reduziria a 
proliferação das doenças por meio de um movimento higienista (BERTOLLI FILHO, 2011; 
CORDOBA, 2013; ROUQUAYROL, 2018).
 
Nessa perspectiva, a população, insatisfeita com as medidas que estavam sendo 
tomadas, e infelizes com os seus direitos à saúde e trabalhistas, realizaram algumas 
greves pelo país em 1917 e 1919. Cabe destacar que os grevistas não possuíam direito 
a férias, jornada de trabalho definida ou aposentadoria. No ano de 1923 foi aprovada 
a Lei Elói Chaves, que representou um marco inicial da Previdência Social no Brasil, 
instituindo as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP) (PAIM, 2008).
Entre os anos de 1937 e 1945, a Previdência Social foi estendida às diversas 
categorias do operariado urbano, substituindo as CAP pelos IAP (Institutos de Aposen-
tadoria e Pensões) organizados por categorias profissionais, para que os trabalhadores 
tivessem acesso à saúde e à aposentadoria. Alguns exemplos foram o Instituto de Apo-
sentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), dos Comerciários (IAPC) e o dos Bancários 
(IAPB). Apesar dessa medida, pessoas que não trabalhassem não teriam direito a esses 
benefícios. Em 1930 foi criado por Getúlio Vargas o Ministério do Trabalho e em 1934, 
com a Constituição, foi concedida garantias aos operários como a assistência médica, a 
licença remunerada à gestante trabalhadora, a jornada de trabalho de 8 horas e salário 
mínimo. Nesse mesmo ano foi estabelecida a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e 
em 1953, foi criado o Ministério da Saúde (ROUQUAYROL, 2018; BRASIL, 2022e).
 
É interessante refletir, que nesse período as ações de saúde eram realizadas de 
maneira individualizada, médico centrada e com grandes investimentos nos hospitais 
e medicações. No geral, era comum identificar profissionais que atuavam por meio de 
5
especialidades. O Ministério da Saúde, criado para potencializar as ações de saúde 
pública, enfrentou diversas correntes. Alguns médicos especialistas defendem que 
existissem programas verticais para doenças, ou seja, a criação de sanatórios para 
tuberculosos, hospícios para loucos, dentre outros. Outros defendiam que existissem 
centros de saúde a fim de estabelecerem melhores vínculos entre os profissionais de 
saúde e a população, ou mais, a criação de um sistema de saúde pública para toda 
a população brasileira. Nos anos de 1960 tentou-se unir as práticas de cura e de 
prevenção, racionalizando os gastos com atenção curativa e hospitalar, oferecendo a 
medicina comunitáriacomo opção de baixo custo (VIEIRA; PAIM; SCHRAIBER, 2014).
Após o fim do governo de Getúlio Vargas, durante o regime militar, houve a 
unificação dos IAP, criando o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), gerindo 
todas as aposentadorias, pensões e assistências médicas do Brasil e englobando os 
trabalhadores com carteira assinada, que recebiam assistência médica de hospitais 
e ambulatórios. Dessa maneira, todos os trabalhadores passaram a ter direitos iguais. 
Por meio do INPS, a iniciativa privada criou hospitais particulares a fim de ampliar em 
larga escala os leitos para atendimento aos trabalhadores inscritos na previdência social 
(ROUQUAYROL, 2018; BRASIL, 2022e).
Em 1977 o INPS foi dividido, por meio da criação do Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e do Instituto de Administração 
Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS). O INAMPS passou a ser 
responsável pela assistência médica, enquanto o IAPAS ficou responsável pela gestão 
financeira e o INPS permaneceu, apenas, com a responsabilidade de concessão de 
benefícios. Cabe destacar, que com o INAMPS ainda não se havia responsabilização 
total por todos os gastos de saúde do trabalhador, pois a saúde não era considerada um 
direito e sim um problema individual. Nessa lógica, todos os gastos com a saúde eram 
divididos entre o INAMPS e o trabalhador (ROUQUAYROL, 2018).
No final dos anos 1980 houve um declínio do INAMPS devido a pressões populares 
para que houvesse uma reforma sanitária no país. O país encontrava-se em uma crise 
econômica, pois as arrecadações não cobriam os gastos públicos com a saúde, além 
disso, diversos escândalos foram denunciados com relação aos prestadores de serviço. 
A VIII Conferência Nacional de Saúde, de 1986, foi outro motivador para essa mudança, 
pois estabeleceu importantes discussões acerca do projeto democrático de reforma 
sanitária, considerando a universalização do acesso, a equidade, a integralidade da 
atenção, a descentralização, a regionalização, a hierarquização e a participação da 
comunidade, que foram considerados, posteriormente, como princípios do Sistema 
Único de Saúde (SUS) (BERTOLLI FILHO, 2011).
Em 1987, foram criados os sistemas unificados e descentralizados de saúde 
(SUDS), precursor do SUS, estabelecido por meio da nova Constituição Federal, pro-
mulgada a 3 de outubro de 1988 e regulamentado pela Lei nº 8.080 e 8.142 de 1990, 
chamadas de Leis Orgânicas da Saúde (PIMENTA, 1993).
6
A Constituição Federal de 1988 define em seu Artigo 196 que “saúde é direito de 
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem 
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988). Além dis-
so, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde refere-se a um completo bem-
-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde não está associado somente 
à ausência de uma doença como era compreendido anteriormente (OMS, 1946).
Por essa razão, a fim de atingir esse completo estado de bem-estar, existem 
fatores determinantes e condicionantes, descritos na Lei nº 8.080/1990 e na Lei nº 
12.864/2013 como, por exemplo, alimentação, a moradia, o saneamento básico, o 
meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos 
bens e serviços essenciais. Portanto, a partir desse momento a saúde passou a ser 
responsabilidade do estado, tendo como um dos pontos principais o princípio da 
universalidade Starfield (2002, p. 19), diz que todo os sistemas de saúde têm 2 objetivos:
1. Melhorar a saúde da população por meio de recursos mais 
avançados, seja ele de conhecimento ou materiais.
2. Trazer equidade no acesso a grupos da população e no alcance 
da saúde.
No Brasil, com a regulamentação do SUS, e a definição dos seus princípios – 
universalidade, equidade, integralidade – e diretrizes – regionalização, hierarquização, 
descentralização e participação popular –, o acesso à saúde passou a ser direito de 
todos e dever do estado, independente do indivíduo ter carteira de trabalho assinada 
ou não. Ademais, passou a trazer direitos igualitários para toda a população por meio 
do conceito de justiça social e em toda a rede de saúde. Nessa lógica, o SUS garante 
direitos iguais, embora priorize o indivíduo que tem maior necessidade de saúde. Para 
organizar esse sistema, sua organização passa a ser descentralizada trazendo maior 
autonomia aos municípios e regionalizadas/hierarquizadas, garantindo sua organização 
por níveis de atenção – atenção primária, atenção secundária e atenção terciária – com 
a participação popular nos conselhos de saúde (BRASIL, 1990).
Como os recursos dos países são limitados, para garantir a equidade da saúde é 
interessante que haja um incentivo ao modelo de Atenção Primária à Saúde (APS), pois 
trata-se de um modelo mais barato e baseado em ações preventivas e de promoção à 
saúde. Nessa lógica, o investimento no setor primário é indispensável para a garantia da 
universalidade, da equidade e da integralidade. Sendo assim, a APS tem sido um modelo 
adotado por diversos países para estabelecer um maior acesso ao sistema de saúde 
e combater o modelo tradicional de saúde baseado em ações curativas, individuais e 
hospitalares (STARFIELD, 2002).
7
Nesse livro didático, adotaremos os termos Atenção Básica e Atenção Primária 
à Saúde como sinônimos.
NOTA
2.2 A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
Até a década de 1990, os serviços de APS eram realizados pelos centros de 
saúde ou postos de saúde tradicionais. Em 1994, o Ministério da saúde implementou 
o Programa Saúde da Família (PSF), inspirado no Programa de Agentes Comunitários 
de Saúde (PACS), a fim de reorganizar a atenção básica (CORDOBA, 2013). Em 2006 foi 
aprovada a Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006, que aprovou a Política Nacional 
de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização 
da Atenção Básica para o PSF e o PACS (BRASIL, 2017a).
2.2.1 Princípios e Diretrizes
A Atenção Básica é um conjunto de ações de saúde, que considera tanto o âm-
bito individual como o coletivo que são ofertadas à população, com intuito de garantir a 
prevenção, a promoção, a proteção, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redu-
ção de danos, os cuidados paliativos e a vigilância em saúde. Essas ações são ofereci-
das à população por meio de uma porta de entrada, ou seja, se você precisa iniciar um 
acompanhamento de saúde, o primeiro local que irá procurar pelo SUS é uma Unidade 
de Atenção Básica (BRASIL, 2006b, p. 10). Essas unidades serão responsáveis pelo seu 
acolhimento e pela sua coordenação do cuidado. (STARFIELD, 2002). Nessa lógica, caso 
seja necessário o acompanhamento especializado ou o atendimento hospitalar, essa 
unidade irá encaminhar o usuário para atendimento (OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 2016).
Agora que você entende um pouco melhor o que é Atenção Básica e a impor-
tância desse modelo de atenção, vamos detalhar a Política Nacional de Atenção Básica 
(PNAB), criada em 2006 e baseada nos seguintes princípios: a universalidade, a equidade 
e a integralidade. Além desses princípios, a Atenção Básica possui as seguintes diretrizes: 
a regionalização/ hierarquização, a territorialização e a adscrição; a população adscrita; 
o cuidado centrado na pessoa; a resolutividade; a longitudinalidade do cuidado; a coor-
denação do cuidado; a ordenação da rede; e participação da população (BRASIL, 2017a).
Os princípios da Atenção Básica seguem os mesmos preceitos do SUS, dessa 
maneira possuem as mesmas definições norteadoras. A universalidade refere-se ao 
direito de todos a saúde; a integralidade, que refere-se ao atendimento de todas as 
necessidades da população, por meio da promoção da saúde, a prevenção de doenças, 
8
o tratamento e a reabilitação; e a equidade, que traz a compreensão de igualdade, por 
meio de uma justiça social,ou seja, da diminuição da desigualdade – tratar desigualmente 
os desiguais – a fim de investir mais nos indivíduos que mais necessitam (BRASIL, 1990).
Já as diretrizes da Atenção Básica levam em consideração a sua organização 
com:
• Regionalização/ hierarquização: Existência de uma Rede de Atenção à 
Saúde (RAS) composta por um território específico onde são encontrados os 
e equipamentos de saúde de diversos níveis de atenção organizados de acordo 
com a sua complexidade em uma região, projetadas de acordo com a necessidade 
epidemiológica da população (BRASIL, 2017b).
• Territorialização e adscrição: Refere-se à relação da população com determinado 
território, sendo assim, a divisão do território em uma unidade de atenção básica é 
realizada de acordo com as características sociais, epidemiológicas e geográficas a 
fim de desenvolverem ações de planejamento em saúde destinadas à vigilância em 
saúde, promoção, prevenção e recuperação (BRASIL, 2017b).
• População adscrita: Cada unidade de Atenção Básica possui um território 
específico, ou seja, realiza o acompanhamento de uma determinada região e 
população de acordo com o seu georreferenciamento. Em unidades que possuem 
mais de uma equipe, essa lógica também existirá, tendo o território total da unidade 
dividido por equipes de atendimento. (BRASIL, 2017b).
• Cuidado centrado na pessoa: O atendimento do indivíduo pela Atenção Básica 
deverá ser realizado considerando as particularidades do indivíduo e não somente 
o seu agravo. Nesse contexto, deve-se considerar a história de vida da pessoa, 
seus hábitos, sua cultura, sua religião, seus aspectos emocionais, mentais, sociais 
e financeiros (BRASIL, 2017b).
• Resolutividade: O atendimento a pessoa deve ser resolutivo, buscando resolver a 
queixa do indivíduo o mais rápido possível e com o menor custo. O profissional que 
atua na atenção básica deve saber reconhecer os riscos, as necessidades e as de-
mandas da população utilizando diversas tecnologias em saúde, por meio da clínica 
ampliada. Sabe-se que as equipes de Saúde da Família, por exemplo, estão capa-
citadas para resolver 85% dos problemas de saúde da população (BRASIL, 2008b).
• Longitudinalidade do cuidado: Refere-se ao vínculo estabelecido entre a 
população e a unidade de saúde. Essa característica difere a Atenção Básica de 
outros níveis de atenção à saúde (BRASIL, 2017b).
• Coordenação do cuidado: Gerir o fluxo do paciente na Rede de Atenção à Saúde. 
Caso o paciente necessite ir para outro ponto de atenção ele será encaminhado 
pela Atenção Básica. Para isso, existem sistemas de informações que estabelecem 
essa diretriz, como o SISREG, que é responsável por uma fila invisível de pacientes 
que são encaminhados para realização de exames ou consultas especializadas. 
(BRASIL, 2017b).
• Ordenação da rede: Conhecer as necessidades de saúde da população adscrita, 
ou seja, sobre sua responsabilidade (BRASIL, 2017b).
9
• Participação da população: Refere-se à participação da comunidade no 
planejamento de saúde individual e coletiva, inclusive nos conselhos e conferências 
de saúde para controle social. (BRASIL, 2017b).
Essas são características do SUS e da RAS, adotadas pela Atenção Básica para 
sua organização. A seguir veremos sua estrutura e funcionamento das equipes.
3 INFRAESTRUTURA, FUNCIONAMENTO E EQUIPES DE 
ATENÇÃO BÁSICA 
 
A Atenção Básica é composta por alguns modelos de unidades e seus 
funcionamentos diferem entre si em alguns pontos, embora o objetivo seja sempre 
o mesmo e possuam características que devam ser adotadas por todos os modelos, 
sejam eles de infraestrutura ou funcionamento. 
3.1 INFRAESTRUTURA E AMBIÊNCIA
A infraestrutura de uma unidade básica de saúde deve levar em consideração a 
necessidade da população, a quantidade de pessoas que residem no território adscrito, o 
número de profissionais que atuam no local e os seus fluxos dentro da unidade (BRASIL, 
2008b). Também é importante que esses espaços possuam ambiência necessária, 
conforme estabelecido na Política Nacional de Humanização, a fim de garantir um 
conforto no acolhimento do usuário (BRASIL, 2010b). A iluminação, a temperatura do 
local e os ruídos são exemplos de componentes que devem ser adequados para um 
melhor conforto. Outro ponto importante é a identificação dos serviços existentes na 
unidade, bem como a escala dos profissionais de saúde, os horários de funcionamento 
da unidade (BRASIL, 2008b).
A Unidade de Atenção Básica deverá garantir além de uma estrutura adequada, 
equipamentos adequados e em funcionamento, recursos humanos capacitados e em 
quantidade satisfatória, e materiais e insumos suficientes (BRASIL, 2008b).
Segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), a ambiência é a 
criação de espaços acolhedores e confortáveis para a população que 
gerem mudanças no ambiente de trabalho por meio dos encontros. Para 
utilizá-la é necessário construir espaços que estejam de acordo com a 
necessidade dos usuários e dos profissionais que lá atuam.
NOTA
10
Conforme o Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de Saúde, é 
interessante que o ambiente de recepção das Unidades Básicas de Saúde não possua 
grades, a fim de estabelecer uma boa comunicação entre os pacientes e os profissionais 
de saúde. Essa recomendação serve para que não haja intimidação do usuário e que 
estimule a construção de vínculo. Sugere-se que os locais sejam sinalizados, para 
facilitar o fluxo de pacientes na unidade e possuam acessibilidade e adaptações para 
pessoas com necessidades especiais, como piso antiderrapante, banheiros adaptados 
com barras, presença de rampas e corrimões, balcão e bebedouro mais baixo para 
pessoas cadeirantes e outros. É importante pontuar que as adaptações serão realizadas 
de acordo com a realidade de cada unidade de saúde (BRASIL, 2008b).
Com relação ao piso, às paredes e aos materiais de acabamento, recomenda-se 
que esses sejam de materiais laváveis e não utilizem materiais porosos ou com textura, 
exceto em setores exclusivamente administrativos (BRASIL, 2008b).
Além das questões citadas, existem dois pontos inegociáveis na estrutura das 
Unidades Básicas de Saúde: 
1. Que elas sejam construídas de acordo com as regras sanitárias vigentes.
2. Que estejam cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de 
Saúde (SCNES) (BRASIL, 2017b).
O CNES coleta diversas informações sobre os estabelecimentos de saúde, 
bem como:
o endereço/localização, o gestor responsável, o tipo de serviço prestado, 
a caracterização do serviço, os equipamentos existentes no local, a 
existência de serviços especializados, a instalação física do local, os 
profissionais que atuam no local e as equipes existentes (CNES, 2021). 
Para acessar informações sobre os cadastros de estabelecimentos de 
saúde, acesse: https://cnes.datasus.gov.br.
DICA
3.2 FUNCIONAMENTO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA
O funcionamento das equipes de Atenção Básica deve respeitar a carga horária 
de 40 horas semanais, por no mínimo cinco dias na semana. É possível que algumas 
unidades atuem de maneira ampliada, ou seja, cumprindo a carga horária de 60 horas 
semanais, com uma equipe mínima. Esse tipo de pactuação é definido por meio da 
secretaria municipal de saúde e o Ministério da Saúde, de acordo com a característica 
da população que acessa o serviço (BRASIL, 2017b).
https://cnes.datasus.gov.br/
11
O Programa Saúde na Hora, por exemplo, lançado por meio da Portaria nº 397/
GM/MS, de 16 de março de 2020, viabiliza o custeio de municípios para a implantação de 
horário estendido. Atualmente o Programa Saúde na Hora possui os seguintes formatos: 
Unidade de Saúde da Família (USF) com 60 horas semanais, Unidade de Saúde da 
Família (USF) com 60 horas semanais e com Saúde Bucal, Unidade de Saúde da Família 
(USF) com 75 horas semanais e com Saúde Bucal e Unidade de Saúde da Família (USF) 
ou Unidade Básica de Saúde (UBS) com 60 horas semanais (BRASIL, 2020a). 
Para que haja coordenação do cuidado, conforme as diretrizesda Atenção 
Básica, recomenda-se:
• Que as equipes de Atenção Básica (eAB) ou as equipes de Saúde da Família (eSF) 
possuam entre 2000 a 3500 pessoas cadastradas no seu território, a fim de garantir 
todos os princípios e diretrizes sem ônus à população. Embora possa haver um 
arranjo diferenciado de acordo com a característica do território, tanto para menos 
quanto para mais pessoas cadastradas, considerando a vulnerabilidade do território 
e outros fatores.
• Que as unidades de atenção básica possuam quatro equipes para que atinjam seu 
potencial de resolutividade.
• Que o cálculo de equipes por município deve considerar o total da população, 
dividido por 2000 pessoas.
• Em municípios com menos de 2000 habitantes, uma equipe deverá ser responsável 
por toda a população (BRASIL, 2017b). 
O escopo de serviços de saúde oferecidos pelas UBS deverá estar visível para 
que a população adscrita possa saber todos os recursos que aquela unidade possui. 
(BRASIL, 2008b). Ainda com relação ao escopo, a PNAB definiu que existem dois tipos 
de recursos que podem ser oferecidos para a população, os procedimentos de padrão 
essenciais, ou seja, os básicos, que possuem grande impacto na saúde da população 
(por exemplo, as relacionadas ao acompanhamento do pré-natal, à saúde da criança e 
às ações de enfrentamento da tuberculose); e os de padrões ampliados, considerados 
como estratégicos, e na maioria das vezes necessitam de treinamento qualificado da 
equipe (por exemplo, a inserção de DIU e as práticas integrativas e complementares). 
Todas as UBS devem garantir oferta dos serviços essenciais de saúde e espera-se que 
também sejam incluídos os serviços ampliados, embora não haja obrigatoriedade da 
sua oferta (BRASIL, 2017b).
É válido analisar que à medida que a unidade oferece mais recursos à 
população e possua equipamentos necessários, bem como profissionais qualificados e 
disponibilidade de materiais, o serviço torna-se mais resolutivo. Por isso, é de interesse 
da gestão municipal o investimento na Atenção Básica, para que haja maior eficiência 
no atendimento da população, evitando superlotação dos serviços secundários ou 
terciários, ou a maior eficiência de transferência de pacientes para a RAS quando 
necessário (STARFIELD, 2002; OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 2021).
12
Todo o escopo de serviços oferecidos na unidade deve estar fixado em local 
visível para a população, além disso, outras informações que deverão ser visíveis 
aos usuários são, o mapa de abrangência do território, a identificação do horário de 
atendimento da unidade, a identificação dos funcionários de cada equipe e do gerente 
da unidade, bem como suas escalas de atendimento. Essas informações geralmente 
são fixadas no acolhimento da unidade, local onde ocorre o primeiro contato do 
paciente com os usuários com escuta qualificada e acolhimento do paciente, mesmo 
que não resida na área de abrangência – quando isso ocorrer o paciente será atendido e 
posteriormente direcionado para sua unidade de referência – visto que existem serviços 
que são ofertados a toda a população, independente do território, alguns exemplos são 
a vacinação e o acolhimento à demandas urgentes com avaliação da classificação de 
risco. Após escutá-lo de forma ativa o profissional irá direcioná-lo ao serviço necessário 
e articular ações com outros serviços, se necessário. 
3.3 TIPOS DE EQUIPES
Como já explicamos, as Unidades de Atenção Básica possuem diversas 
particularidades. Essas diferenças existem devido à heterogeneidade do território 
brasileiro, então, embora haja um incentivo para que as unidades possuam eSF, 
estratégia prioritária de reorganização da AB, nem sempre é possível garantir essa 
característica. Existem municípios rurais, áreas que possuem dificuldade de acesso, 
tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde, por isso, admite-se equipes 
com menos profissionais em outras modalidades. Os tipos de equipes reconhecidas 
pela PNAB são: equipes de Saúde da Família (eSF), equipes da Atenção Básica (eAB), 
equipe de Saúde Bucal (eSB), Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica 
(Nasf-AB) e Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) (BRASIL, 2017b).
As eSF, por exemplo, citadas como prioritárias, e consideradas como estratégias 
de expansão, de qualificação e de consolidação da Atenção Básica, deverão ser 
compostas, por no mínimo, os seguintes profissionais e especificações: 
Quadro 1 – Composição da eSF
Profissional Carga Horária Observação
1 médico
40 horas semanais, vinculados 
a apenas uma equipe
Preferencialmente 
especialista em medicina de 
família e comunidade
1 enfermeiro
40 horas semanais, vinculados 
a apenas uma equipe
Preferencialmente 
especialista em saúde da 
família
1 auxiliar e/ou técnico 
de enfermagem;
40 horas semanais, vinculados 
a apenas uma equipe
-
13
Fonte: adaptado de Brasil (2017b)
Agente Comunitário 
de Saúde (ACS)
40 horas semanais, vinculados 
a apenas uma equipe
O número será estabelecido 
de acordo com o número da 
população do território, além 
de critérios epidemiológicos 
e socioeconômicos. Sugere-
se que em situações de 
vulnerabilidade do território 
cada ACS seja responsável 
por no máximo 750 pessoas. 
Convém salientar que outras categorias podem fazer parte da equipe, tais como, 
o Agente de Combate às Endemias (ACE), o cirurgião-dentista (preferencialmente espe-
cialista em saúde da família) e o auxiliar ou o técnico em saúde bucal (BRASIL, 2017b).
As eAB também seguem a estrutura de equipe das eSF, embora admitam que 
possa haver até 3 profissionais de cada categoria, desde que a carga mínima de cada 
um deles seja 10 horas e somados atinjam 40 horas semanais. Sendo assim, a eAB é 
formada por:
• Médicos (preferencialmente especialista em medicina de família e comunidade).
• Enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da família).
• Auxiliares de enfermagem e/ou técnicos de enfermagem (BRASIL, 2017b).
As equipes de Saúde Bucal (eSB), como o próprio nome diz, englobam as ca-
tegorias de saúde bucal, ou seja, são compostas por uma equipe que atua na Atenção 
Básica (eSF ou eAB) junto a um cirurgião dentista e um técnico ou auxiliar de saúde bucal, 
estando responsável pela população do território adscrito a essa equipe. (BRASIL, 2017b). 
Dessa maneira, a eSB tem a obrigatoriedade de estar vinculada ao SCNES de uma Unida-
de Básica de Saúde (UBS), ou a uma Unidade Odontológica Móvel (BRASIL, 2020b).
As eSB podem ser divididas em duas modalidades:
• Modalidade I: composta por cirurgião dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou 
técnico em saúde bucal (TSB).
• Modalidade II: composta por cirurgião dentista, 1 técnico em saúde bucal (TSB) e 1 
auxiliar em saúde bucal (ASB) ou 2 técnicos em saúde bucal (TSB) (BRASIL, 2017b).
A modalidade de equipe Nasf-AB, que assim como a eSB, deverá ser integrada 
a uma eSF ou eAB. O Nasf-AB é uma modalidade composta por diversas categorias 
profissionais que irão atuar de forma interdisciplinar para a integralidade da assistência 
do usuário. Os profissionais que podem compor a equipe Nasf-AB são: assistente social; 
educador físico; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; terapeuta ocupacional; 
14
psicólogo; nutricionista; médico especialista (acupunturista, ginecologista/obstetra, 
homeopata, pediatra, geriatra, do trabalho, clínica médica), veterinário, sanitarista ou 
arte educador. Essa escolha será realizada pelo gestor de acordo com a particularidade 
do território (BRASIL, 2017b).
A existência dessa modalidade de equipe permite que a unidade de saúde possa 
ampliar o acesso aos usuários a especialistas, bem como realizar um Projeto Terapêutico 
Singular (PTS) em conjunto com diversas categorias profissionais sem a necessidade 
de encaminhar o usuário para outro ponto de atenção. Dessa forma, o vínculo entre 
o usuário e a unidade permanece firme e garante maior adesão ao acompanhamento, 
além de maior proximidade do quadro individual ou familiar (BRASIL, 2017b).
O ProjetoTerapêutico Singular (PTS) refere-se a um conjunto de propostas 
e condutas elaborado de maneira coletiva e articulada por profissionais 
interdisciplinares, por usuários e seus familiares, para estabelecer 
melhorias a um determinado problema encontrado em uma família. O 
PTS tem grande vantagem quando tem como ferramenta a equipe Nasf-
AB, que realiza o apoio matricial das eSF ou eAB.
INTERESSANTE
A atuação da equipe Nasf-AB se dá por solicitação da eSF/e-AB, ou seja, quando 
o médico ou o enfermeiro identifica uma demanda no território que seja necessário 
avaliação pelo profissional, deverá solicitar um matriciamento, uma interconsulta ou 
uma consulta individualizada realizada por esse profissional ao usuário (BRASIL, 2017b).
Compete ao profissional que atua na equipe Nasf-AB a participação de reuniões 
e planejamentos com a equipe a qual estão vinculados; realizar discussão de casos, 
realizar atendimento individualizado, realizar interconsultas, construir em conjunto 
com as equipes o PTS, realizar ações de educação permanente, realizar ações de 
prevenção e promoção à saúde, realizar atividades coletivas, realizar ações territoriais e 
intersetoriais, dentre outros. Dessa maneira, todas as ações realizadas deverão ter como 
objetivo contribuir para a integralidade do cuidado (BRASIL, 2017b).
Por fim, a última modalidade descrita na PNAB como tipo de equipe de Atenção 
Básica é a Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), conhecida anteriormente 
por Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que deverá ser reorganizada 
gradualmente como eSF. Essa modalidade permite que a equipe seja composta por 
Agentes Comunitários de Saúde (ACS), supervisionados por um enfermeiro. O número 
de ACS será definido de acordo com o número de habitantes, questões epidemiológicas 
e sociais do território, considerando no máximo 750 pessoas cadastradas para cada 
ACS. Todos os profissionais deverão estar cadastrados no CNES de uma UBS, que será a 
referência dessa equipe, e cumprir a carga horária de 40 horas semanais.
15
As atividades desenvolvidas pela EACS são referentes às atribuições dos ACS, 
dessa maneira, deverão realizar o cadastramento e o monitoramento da população, bem 
como o registro dos dados nos sistemas de informações vigentes, sempre considerando 
a prioridade do território e suas vulnerabilidades. (BRASIL, 2017b).
3.3.1 Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas
Acabamos de ver todos os modelos de equipes de Atenção Básica, entretanto, 
existem alguns modelos de equipes adicionais que atuam em territórios específicos e 
possuem suas particularidades. Espera-se que esses modelos sejam transitórios, até 
que toda a população do território brasileiro seja acompanhada por eSF. Essas equipes 
são: as equipes de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR), as equipes de Saúde da Família 
Fluviais (eSFF), as equipes de Consultório na Rua (eCR) e as equipes de Atenção Básica 
Prisional (eABP) (BRASIL, 2017b).
As equipes de saúde da família que atuam em território ribeirinho podem adotar 
dois modelos de organização: as equipes de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) ou as 
equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF) (BRASIL, 2017b).
As eSFR desenvolvem a maior parte de suas atividades em Unidades Básicas 
de Saúde, localizadas em áreas em que estão acrescentadas e que possuem acesso 
por rio, por isso, é necessário que haja embarcações para realizar o deslocamento das 
comunidades no território, recebendo incentivo de até quatro embarcações e quatro 
unidades satélites para apoio das equipes (BRASIL, 2017b). Já as eSFF desempenham 
o seu papel em Unidades Básicas de Saúde Fluviais. Ademais, a composição mínima 
dessas equipes é de: 
• 01 médico (preferencialmente especialista em medicina de família e comunidade).
• 01 enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da família).
• 01 auxiliar ou técnico de enfermagem (podendo possuir no máximo 11 profissionais 
dessa categoria). 
Além das categorias destacadas, outros profissionais podem compor a 
equipe, tais como os cirurgiões dentistas, os auxiliares ou técnicos de saúde bucal, 
microscopistas – em regiões endêmicas, podendo chegar até no máximo 12 profissionais 
dessa categoria – até 2 profissionais de nível superior (enfermeiro ou Nasf-AB) e os ACS. 
Inclusive, cabe pontuar que o número máximo de ACS nas equipes é de 24. Todos os 
profissionais deverão cumprir uma carga horária de 8 horas por dia, durante 16 dias do 
mês, dos quais 14 dias serão para atendimento à população e 2 dias para atividades de 
educação permanente, planejamento e serviços administrativos (BRASIL, 2017b).
As equipe de Consultório na Rua (eCR) tem objetivo de oferecer acesso à saúde 
para a população em situação de rua e atuam de maneira itinerante, além de realizarem 
ações em conjunto com outras eSF ou eAB do território, visto que a população em 
16
situação de rua deambula por diversos territórios, dos Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS), da Rede de Urgência/Emergência e de outros recursos disponíveis na RAS 
do município, atuando com carga horária mínima de 30 horas semanais, embora o 
funcionamento deva ser adequando conforme a demanda (BRASIL, 2011c).
Segundo a Portaria a nº 1029 de maio de 2014 e a Portaria de Consolidação 
das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 
2014d), a composição dessas equipes poderá seguir três modalidades:
• Modalidade I: equipe formada por no mínimo quatro profissionais, dos quais dois 
deles devem ser compostos por: enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, cirur-
gião dentista ou terapeutas ocupacionais. Os outros dois deverão ser enfermeiros, 
psicólogos, assistentes sociais, cirurgião dentista, terapeutas ocupacionais, agen-
tes sociais, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico ou auxiliar de saúde bucal 
ou educador físico.
• Modalidade II: equipe formada por no mínimo seis profissionais, dos quais três deles 
devem ser compostos por: enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, cirurgião 
dentista ou terapeutas ocupacionais. Os outros três deverão ser enfermeiros, 
psicólogos, assistentes sociais, cirurgião dentista, terapeutas ocupacionais, agentes 
sociais, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico ou auxiliar de saúde bucal ou 
educador físico.
• Modalidade III: equipe formada pela Modalidade II adicionado de um médico. 
Por último, vamos citar as Equipes de Atenção Básica Prisional (eABP), que 
têm a finalidade de oferecer o serviço de atenção básica aos privados de liberdade em 
um sistema prisional. Essas equipes são compostas de maneira multiprofissional, de 
acordo com a sua modalidade. As eABP podem ser das seguintes modalidades: Equipe 
de Atenção Básica Prisional Tipo I (EABP-I), Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo I 
com Saúde Mental (EABP-I com Saúde Mental), Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo 
II (EABP-II), Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo II com Saúde Mental (EABP-II com 
Saúde Mental) e Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo III (EABP-III). Veja a seguir as 
particularidades entre elas, conforme a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde 
das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (BRASIL, 2014e). 
Segundo a Portaria nº 482. de 1º de abril de 2014 (BRASIL, 2014e; 2017). essas 
equipes devem ser compostas da seguinte maneira: 
• Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo I (EABP-I): composta por um médico, 
um enfermeiro, um técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem, um cirurgião 
dentista e um técnico de saúde bucal ou auxiliar de saúde bucal. Devem cumprir 
carga horária de 6 horas semanais e realizar o acompanhamento de até 100 pessoas 
privadas de liberdade. 
• Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo I com Saúde Mental (EABP-I com 
Saúde Mental): composta pelos profissionais da equipe mínima da EABP-I 
acrescido de uma equipe de saúde mental, composta por 3 profissionais, dentre eles, 
17
1 psiquiatra ou médico com experiência em Saúde Mental e 2 outros profissionais 
(podendoser terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, 
farmacêutico ou enfermeiro). Devem cumprir carga horária de 6 horas semanais e 
realizar o acompanhamento de até 100 pessoas privadas de liberdade. 
• Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo II (EABP-II): composta por um 
médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem ou auxiliar de enfermagem, 
um cirurgião dentista e um técnico de saúde bucal ou auxiliar de saúde bucal, um 
psicólogo, um assistente social e um profissional de nível superior (um psicólogo, 
um assistente social e um profissional de nível superior (podendo ser terapeuta 
ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, farmacêutico, nutricionista 
ou enfermeiro). Essa modalidade de equipe deverá cumprir a carga horária de 20 
horas semanais (com carga horária distribuída entre os profissionais pelo gestor 
e não podendo ser menor de 10 horas semanais) e atender de 101 a 150 pessoas 
privadas de liberdade. 
• Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo II com Saúde Mental (EABP-II 
com Saúde Mental): composta pelos profissionais da equipe mínima da EABP-II 
acrescido de uma equipe de saúde mental, composta por 3 profissionais, dentre eles, 
1 psiquiatra ou médico com experiência em Saúde Mental e 2 outros profissionais 
(podendo ser terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, 
farmacêutico ou enfermeiro). Essa modalidade de equipe deverá cumprir a carga 
horária de 20 horas semanais (com carga horária distribuída entre os profissionais 
pelo gestor e não podendo ser menor de 10 horas semanais) e atender de 101 a 150 
pessoas privadas de liberdade. 
• Equipe de Atenção Básica Prisional Tipo III (EABP-III): composta pelos 
mesmos profissionais da EABP-II com Saúde Mental. Essa modalidade de equipe 
deverá cumprir a carga horária de 30 horas semanais (com carga horária distribuída 
entre os profissionais pelo gestor e não podendo ser menor de 10 horas semanais) e 
atender entre 501 a 1200 pessoas privadas de liberdade.
4 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Agora que já falamos um pouco sobre a história do sistema de saúde do Brasil, 
das diretrizes da Atenção Básica e da infraestrutura, funcionamento e equipes, vamos 
nos ater especificamente a Estratégia de Saúde da Família, modelo de reestruturação e 
consolidação da Atenção Básica à Saúde. 
A Estratégia Saúde da Família (ESF), conhecida anteriormente como Programa 
Saúde da Família (PSF), criado pelo Ministério da Saúde em 1994, possui diversas vanta-
gens sobre o modelo tradicional dos postos de saúde, pois estabelece um número es-
pecífico de pacientes para cada equipe, facilitando o acesso do usuário à equipe de saú-
de e como consequência à resolução da sua queixa (CORDOBA, 2013; BRASIL, 2017b).
18
4.1 HISTÓRIA DA ESF NO BRASIL
A ESF teve início em 1991, com a reformulação do Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS) por apoio do Fundo das Nações Unidas da Infância 
(UNICEF) e verificação do êxito de alguns países, como Canadá e Cuba com o investimento 
na Atenção Primária à Saúde (APS). O PACS estava recebendo muita visibilidade devido 
ao sucesso na redução da mortalidade infantil nos locais implantados e dessa maneira, 
em 1994, o Ministério da Saúde teve maior interesse em investir nesse modelo de 
atenção (CAMPOS, 2009).
Cabe destacar que em 1997, por meio da Portaria GM/MS nº 1886, foram 
instituídas as normas e diretrizes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS) e do Programa Saúde da Família (PSF), que afirmou os dois programas como 
modelos de consolidação do SUS com a reorientação da assistência ambulatorial e 
domiciliar e estimulou sua expansão. Por essa razão, muitos autores consideram que 
a ESF possui caráter substitutivo, pois substituiu as práticas tradicionais curativistas e 
com foco na doença para um modelo que visa a promoção da saúde (BRASIL, 2017b).
O PACS foi um programa criado nas regiões Norte e Nordeste, 
regulamentado em 1997, com o objetivo de combater a mortalidade 
materna e infantil das regiões mais necessitadas do país. Posteriormente, 
foi expandido para outras regiões carentes.
DICA
4.2 CARACTERÍSTICAS DA ESF
A ESF segue os princípios e diretrizes da Atenção Básica, citadas anteriormente. 
Nessa lógica, sua regulamentação possibilitou a criação de vínculo com a população. 
Essa vantagem é fácil de compreender no contexto da saúde da família, visto que agora, 
espera-se que cada médico e enfermeiro passe a ser responsável por no máximo 3500 
pessoas (BRASIL, 2017). Sendo assim, o número de pacientes sob responsabilidade da 
equipe facilita o vínculo, a responsabilização e a resolutividade da assistência. 
Todas as pessoas que residem no território adscrito à unidade de saúde deverão 
ser cadastradas por uma equipe de saúde da família para realizar o seu acompanhamento. 
Os profissionais responsáveis por realizar o cadastramento e mantê-lo atualizado são os 
Agente Comunitário de Saúde (ACS). Essa categoria profissional foi uma inovação para o 
modelo tradicional de atendimento à atenção básica, pois ele não possuía profissionais 
dessa categoria. A vantagem é que os ACS devem, preferencialmente, pertencer ao 
19
Embora o ACS tenha como pré-requisito residir na área de abrangência 
da unidade, de acordo com a Lei nº 11.595/2018 foi estabelecido duas 
exceções para essa condição. São elas:
• Se o território de abrangência tiver risco para a integridade física do ACS 
e/ou de seus familiares devido a ameaças da comunidade a qual atua.
• Caso o ACS adquira casa própria em outro território, poderá 
permanecer na equipe de sua atuação ou ser remanejado para a nova 
área de residência.
IMPORTANTE
território da unidade e realizar a maior parte das suas atividades na rua. Dessa forma, 
os ACS fazem as visitas domiciliares para todas as famílias cadastradas na sua área de 
atuação (microárea) (BRASIL, 2017b).
As visitas domiciliares são recursos para cadastramento e monitoramento da 
população. Por exemplo, uma família que possui quatro pessoas, das quais, uma está 
gestante, duas são crianças e a outra possui diagnóstico e realiza acompanhamento 
para hipertensão, deverá realizar a visita dessa família focada nas características 
encontradas, bem como no perfil epidemiológico conhecido. O atendimento é focado 
tanto no indivíduo, quanto na família, em todos os ciclos de vida, buscando estabelecer 
ações de promoção à saúde no território (TEIXEIRA, 2019).
A ESF é considerada como porta de entrada, pois é por meio dela que as pesso-
as chegam ao serviço de saúde, ou seja, é o primeiro contato da população com o SUS 
(CAMPOS, 2009). O serviço de vacinação é um bom exemplo sobre isso, pois a pessoa 
acessa o serviço para receber uma vacina e a partir de então pode ser cadastrada e re-
alizar outros atendimentos no local. Caso a equipe identifique uma criança que foi até a 
unidade para se vacinar e não está cadastrada é necessário compreender se são novos 
moradores, a fim de receberem a visita do seu agente comunitário para cadastramento 
e seguimento do acompanhamento. Alguns recursos que poderão ser abordados após 
esse contato é o agendamento da criança para acompanhamento pelo médico e pelo 
enfermeiro da equipe por meio da puericultura (conforme agendamento recomendado 
pelo Ministério da Saúde) e oferta do planejamento reprodutivo para a mãe.
Cabe destacar a importância do cuidado centrado na família, compreendendo 
a individualidade de cada um no seu contexto familiar. Essa atenção é importante, 
juntamente ao estabelecimento do vínculo com a família, pois esses dois conceitos 
promovem maior humanização do cuidado. Quando um profissional realiza o atendimento 
de um paciente na ESF ele deve compreender os aspectos emocionais, psicológicos 
e sociais que interferem na realidade dele. Por isso, não basta conhecer apenas um 
indivíduo, é necessário saber o seu contexto familiar, seu contexto de trabalho, suas 
condições de vida e suas vulnerabilidades. 
20
Para facilitar a abordagem familiar a ESFutiliza alguns instrumentos, como o 
genograma e o ecomapa. Segundo Nascimento, Rocha e Hayes (2005, p. 281-283), o 
genograma, por exemplo, descreve a estrutura familiar do indivíduo com pelo menos 
três gerações. Ele descreve os membros da família que residem no mesmo ambiente, 
seus nomes, o ano de nascimento e/ou óbito, as datas de casamento e/ou divórcio, 
as doenças ou problemas prevalentes e as relações familiares. Já o ecomapa é um 
instrumento complementar ao genograma e considera as relações que ocorrem 
com a família fora de sua residência, ou seja, vizinhos, amigos, trabalho, serviços da 
comunidade e grupos sociais. 
4.3 COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DAS ESF
Segundo a Portaria nº 2436, de 21 de setembro de 2017, cada ESF pode ser 
composta de uma ou mais eSF e o número de equipes irá variar de acordo com o 
número de pessoas que residem na região. Como vimos, também, cada eSF deve ser 
composta por, 1 Médico (preferencialmente especialista em medicina de família e co-
munidade); 1 Enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da família); 1 Auxi-
liar e/ou técnico de enfermagem; Agente Comunitário de Saúde (ACS) e cumprirem a 
carga horária de 40 horas semanais. Associado à eSF pode ser acrescentado uma eSB 
ou uma equipe Nasf-AB (BRASIL, 2017a). 
Todos esses profissionais possuem atribuições, algumas delas são: 
• Conhecer o seu território de referência, ou seja, o espaço físico, as ferramentas ins-
titucionais, as características culturais, sociais e epidemiológicas da região, inclusi-
ve as vulnerabilidades, participando do processo de territorialização e mapeamento.
• Realizar o registro das ações desenvolvidas em prontuário próprio do paciente.
• Alimentar e garantir a qualidade dos registros dos sistemas de informação vigentes.
• Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória.
• Participar do acolhimento do usuário, de maneira humanizada e acolhedora, com 
escuta ativa.
• Identificar os diagnósticos de saúde da população sob sua responsabilidade, ou 
seja, os problemas de saúde.
• Promover parcerias com as instituições do território, organizações formais e 
organizações informais em prol da comunidade.
• Prestar assistência integral à população.
• Prezar pela promoção da saúde, realizando ações com esse objetivo.
• Realizar atividades em grupo, de acordo com a demanda da população.
• Estimular a participação da comunidade no seu cuidado e autonomia à saúde, 
inclusive nos Conselhos de Saúde.
• Participar dos Conselhos de Saúde.
• Valorizar o vínculo com as famílias cadastradas no seu território.
• Participar das reuniões de equipe.
21
• Realizar visita domiciliar e/ou atendimento domiciliar conforme sua categoria 
profissional, incluindo Instituições de Longa Permanência (ILP), abrigos, entre 
outros tipos de moradia existentes no território.
• Atuar, conforme a sua categoria profissional, no atendimento às infecções sexual-
mente transmissíveis (IST’s) e outras doenças infecciosas (meningite, catapora, gripe 
e outras), aos ciclos de vida (criança, adolescente, mulher, homem, gestante e idosos), 
às condições crônicas prevalentes (hipertensão, diabetes, tuberculose, hanseníase) e 
outras condições conforme carteira de serviços e metas/indicadores vigentes.
• Realizar ações interdisciplinares.
• Acompanhar e registrar o Bolsa Família (BRASIL, 2017a). 
Além das atribuições que pertencem a todos os profissionais que atuam na ESF, 
existem atribuições específicas a cada categoria profissional descritas na PNAB. Os 
enfermeiros, por exemplo, deverão:
• Executar o atendimento a todos os ciclos de vida, bem como às condições crônicas 
existentes em seu território e outras condições de saúde conforme sua competência.
• Realizar atendimento e procedimentos regulamentados no exercício da sua profissão 
dentro e fora da unidade quando necessário, como no domicílio, em escolas e outros.
• Solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos.
• Realizar/Supervisionar o acolhimento com escuta qualificada.
• Supervisionar as ações dos ACS e dos técnicos e/ou auxiliares de enfermagem.
• Promover ações de educação permanente aos ACS e aos técnicos e/ou auxiliares 
de enfermagem.
• Organizar as rotinas de trabalho da ESF (BRASIL, 2017a).
O técnico de enfermagem tem como suas atribuições:
• Realizar os procedimentos de enfermagem que estão como escopo da unidade, 
como curativos, administração de medicamentos, vacinas, coleta de material para 
exames e outros.
• Realizar procedimentos regulamentados no exercício da sua profissão fora da 
unidade quando solicitado ou necessário, como no domicílio, em escolas e outros 
(BRASIL, 2017).
Os ACS têm como responsabilidade as seguintes atribuições:
• Realizar o mapeamento da área por meio da territorialização.
• Realizar o cadastramento dos usuários e a manutenção dos cadastros.
• Realizar o acompanhamento de todas as famílias sob sua responsabilidade.
• Identificar situações de risco no território para realizar intervenções junto a equipe 
por meio de discussões de casos.
• Desenvolver ações que gerem integração entre a comunidade e a equipe de saúde.
22
• Conhecer o funcionamento da unidade para orientar a população da maneira correta.
• Informar ao paciente sobre o dia e horário agendado de consultas e exames (BRASIL, 
2017a).
O médico possui as seguintes atribuições:
• Realizar o atendimento do paciente e das famílias sob sua responsabilidade por 
meio de consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em 
grupo e fora da unidade quando necessário, como no domicílio, em escolas e outros.
• Realizar encaminhamento do paciente para outros pontos de atenção, seja para 
realização de exames ou de atendimento com profissional especializado, sempre 
que necessário;
• Realizar estratificação de risco dos pacientes sobre sua responsabilidade com 
condições crônicas pré-existentes (BRASIL, 2017a).
4.4 DESAFIOS DA ESF
Segundo Arantes, Shimizu e Merchán-Hamann (2016), a ESF possui alguns 
desafios para sua expansão, devido à variedade de condições que encontramos no 
território brasileiro. O investimento dos municípios, embora seja fiscalizado, será 
diferente em cada um deles, devido à diferença de arrecadação dos municípios e estados 
brasileiros. Dessa maneira, existem unidades de saúde com estruturas deficientes e que 
não se enquadram ao modelo sugerido pelo Ministério da Saúde. 
O Manual de Estrutura Física das Unidades Básicas de Saúde (BRASIL, 2008b) 
recomenda, por exemplo, que as unidades de Saúde da Família possuam: 
• ambientes administrativos (como recepção, sala de espera, sala de prontuário, 
administração e gerência, sala de reuniões, sala dos ACS, almoxarifado e farmácia). 
• ambientes para atendimento clínico (consultórios, sala de procedimentos, sala de 
vacina, sala para coleta de materiais para análise clínica, sala de nebulização e sala 
de curativo).
• ambientes para atendimento odontológico (consultório odontológico, escovário, 
área para compressor e bomba), quando possuir eSB.
• ambientes de apoio (sanitário, banheiro para funcionário, copa/cozinha, área de 
serviço e depósito de material de limpeza, central de material de esterilização, sala 
de utilidades, depósito de lixo, abrigo de resíduos sólidos/expurgo).
Além dos ambientes, o manual também recomenda os mobiliários que devem 
existir em cada local, com as especificidades (BRASIL, 2008b).
Outro desafio refere-se à ausência de profissionais para atuar em regiões mais 
isoladas do país, como as regiões rurais, áridas ou as regiões do Norte do país (ARANTES; 
SHIMIZU; MERCHÁN-HAMANN; 2016). O Programa Mais Médicos (PMM) é uma estratégia 
23
de fortalecimento das ESF, pois realiza a contratação emergencial de médicos pelo país, 
expandiu o número de vagas para os cursos de medicina e de residência médica em 
medicina de família e comunidade, e a implantou um novo currículo na formação médica, 
com a finalidade de incentivar ações preventivas, de promoção à saúde

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