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CONSTRUÇÃO DE INTERFACES E EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Explicar o papel da UX na estratégia de marketing digital. > Identificar a importância da estratégia de conteúdo para a experiência do usuário. > Relacionar a otimização de desempenho na web com a experiência do usuário. Introdução O marketing digital representa uma importante estratégia na construção de ações que visam a agregar valor a produtos e marcas. No contexto da user experience (UX), o marketing digital possibilita, por meio do mapeamento do perfil do consumidor e das demais técnicas de coletas de dados, definir o funcionamento e a interface de aplicativos, sites e outras plataformas digitais. As ações de marketing digital possibilitam que o funcionamento dessas plata- formas digitais seja otimizado, aprimorando a experiência do usuário e oferecendo recursos, como um ágil carregamento de página, um leiaute amigável e responsivo e, principalmente, com conteúdo relevante. Neste capítulo, você vai ver as relações existentes entre marketing digital e UX, destacando a importância do marketing de conteúdo. Além disso, vai estudar outras estratégias que otimizam as relações entre usuários e interfaces digitais, como técnicas de search engine optimized, search engine marketing e web per- formance optimized. Estratégia em experiência do usuário (UX) Ricardo da Silva e Silva Experiência do usuário nas estratégias de marketing digital O processo de navegação dos usuários nas plataformas digitais de empresas indica uma tendência dos tempos atuais e um estreitamento de laços entre usuários e marcas. A interface dessas aplicações passam a ser tão importantes quanto os produtos e serviços ofertados no mercado de consumo, já que o processo de navegação pode tornar um visitante de um site ou aplicativo um usuário fiel de uma marca, capaz até mesmo de promover produtos e serviços de uma empresa. O marketing digital assume então um papel de extrema relevância na construção da experiência dos usuários, já que “[...] estamos em meio a uma revolução tecnológica maior do que aquela gerada pela televisão ou pelos computadores pessoais. Como profissionais de marketing, aproveitamos a tecnologia móvel para atender nossos clientes mais eficientemente” (MARTIN, 2013, p. 17). O papel do marketing digital como recurso estratégico na construção de experiências do usuário tem algumas importantes ferramentas, e podemos destacar as pesquisas com usuários. Essa pesquisa pode entender as neces- sidades dos usuários, possibilitando a construção de melhores experiências e a elaboração de buyer personas, o que permite uma comunicação efetiva e empática entre empresas e usuários no ambiente digital. Pesquisas com usuários-alvo: a construção da experiência As pesquisas de marketing com consumidores são práticas já tradicionais e consolidadas. Assim, há uma série de pesquisas que possibilitam compreender o usuário e suas principais necessidades. É fundamental destacar que, mesmo no ambiente digital, as pesquisas são imprescindíveis, visando a entender as necessidade de navegação e como a interface digital pode ser construída para melhorar a experiência do usuário. Para Ferreira e Sganzerlla (2000, p. 16), “[...] conhecer o cliente e suas necessidades torna-se uma tarefa cada vez mais desafiadora e complexa, uma vez que os consumidores também estão se tornando mais exigentes e diversificados”. Estratégia em experiência do usuário (UX)2 Em relação aos tipos de pesquisa utilizadas para mapear o comportamento, as necessidades e os desejos dos usuários no processo de interação com a interface digital, podemos destacar as quantitativas e as qualitativas. As pesquisas qualitativas permitem compreender de forma detalhada com- portamentos, atitudes, percepções e motivações. A pesquisa qualitativa: [...] é um estudo não estatístico que identifica e analisa profundamente dados não mensuráveis — sentimentos, sensações, percepções, pensamentos, intenções, comportamentos passados, entendimento de razões, significados e motivações — de um determinado grupo de indivíduos em relação a um problema específico (PINHEIRO et al., 2006, p. 125). As pesquisas quantitativas são estudos estatísticos “[...] que se [des- tinam] a descrever as características de uma determinada situação mer- cadológica, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa” (PINHEIRO et al., 2006, p. 89). Elas têm como objetivo validar os elementos destacados pelas pesquisas quantitativas. Pesquisas qualitativas e quantitativas são complementares. A principal técnica utilizada em pesquisas quantitativas são as pesquisas survey, com questões objetivas que tornam possível quantificar os percentuais de cada resposta coletada. As pesquisas qualitativas geralmente utilizam técnicas como entrevistas estruturadas com questões que permitem res- postas subjetivas ou entrevistas semiestruturadas. A qualitativa também é composta por questões que permitem respostas abertas, com maior flexibilidade, possibilitando a implementação de novas perguntas conforme a condução das entrevistas. Outra possibilidade são as entrevistas em grupo, em que grupos são selecionados e estimulados a discutir sobre temáticas relacionadas a design, estrutura e funcionamento de uma in- terface digital. Esse tipo de pesquisa também serve para compreender o perfil dos usuários-alvo de um sistema. Ainda, há outras estratégias de pesquisa utilizadas para compreender as necessidades dos usuários (Quadro 1). Estratégia em experiência do usuário (UX) 3 Quadro 1. Técnicas de coleta de informações dos usuários Técnica Como a técnica é utilizada? Mind map Essa técnica permite compreender todos os atores envolvidos na interação com uma interface digital: consumidor ativo, passivo, a empresa, etc. Assim, é possível mapear as funcionalidades dessa interface, definindo ações para melhorar a experiência do usuário. User stories Essa técnica permite compreender todas as tarefas realizadas pelo usuário em seu processo de interação com o sistema, visando à melhoria na UX. A técnica parte de três perguntas básicas: “o quê?” (as funcionalidades esperadas), “quem?” (indicando as definições dos atores envolvidos no funcionamento de um sistema) e “por que?” (definição da funcionalidade agregada ao processo de experiência do usuário). SWOT analysis Tem como base a matriz SWOT tradicional: uma matriz composta por cinco elementos de análise. Dois desses elementos são as forças e as fraquezas, ou seja, os elementos positivos e negativos de uma aplicação digital. Eles são relacionados ao próprio funcionamento do sistema, como interface amigável (força) e lentidão no carrega- mento (fraqueza). Os outros dois elementos que compõem a matriz são as ameaças e oportunidades, elementos positivos e negativos, alheios ao funcionamento do site ou aplicativo, como o aumento do volume de compra pela internet (oportunidade) e a possibilidade de fraudes nas compras on-line (ameaça). O grande diferencial da SWOT analysis é que é agregado a ela outro elemento: a estratégia, na qual são indicadas ações para aprimorar o funcionamento da aplicação digital, definidas a partir da análise das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. Fonte: Adaptado de Casarotto (2019), Levi (2009) e Santos (2017). Todas essas técnicas e metodologias de pesquisa visam à construção de uma experiência positiva no contato dos usuários no ambiente digital. Elas sempre consideram que a competitividade entre marcas no ciberespaço é extremamente acirrada. Buyer persona Outra estratégia de marketing digital que visa à construção da experiência do usuário é a definição de buyer personas. Uma buyer persona é uma re- presentação fictícia de um usuário-alvo de uma empresa com as mesmas características de uma pessoa real. Essa representação permite que sejam construídas interfaces digitais, aprimorando a UX. Para Damin (2019, p. 26) a persona:Estratégia em experiência do usuário (UX)4 [...] simboliza um grupo de consumidores com qualidades e comportamentos pa- recidos, ajudando a entender quem são os compradores e o que precisam. Mais do que um perfil de compra, as informações dessas pessoas demonstram suas atitudes, preocupações e critérios específicos que levam os clientes em potencial a escolherem você ou seu concorrente ou até mesmo desistir de uma compra. A criação de um perfil buyer persona parte da coleta de informações dos usuários-alvo de uma plataforma digital a partir da aplicação de pesquisas qualitativas e quantitativas. A coleta de dados de usuários é um processo que pode render frutos valiosos, mas é importante lembrar que, por trás de todas as estatísticas, existem pessoas reais. Uma maneira de não esquecer disso é transformando os usuários em personas. No contexto do marketing digital e da experiência do usuário, a criação de personas situa os desenvolvedores de interfaces digitais na construção dos projetos de sites e aplicativos, sub- sidiando o processo de tomada de decisão. Isso ajuda a desenvolver funcio- nalidades de acordo com o perfil diversificado dos usuários, possibilitando uma comunicação muito mais eficaz. Estratégia de conteúdo e experiência do usuário Há diversos aspectos significativos relacionados às funcionalidades de uma interface digital na experiência do usuário. Tais interfaces são construídas a partir de pesquisas, da análise do perfil do usuário e de suas necessidades. Entretanto, outro aspecto deve ser observado em relação à UX: o conteúdo que será disponibilizado para aqueles que navegam nas diversas platafor- mas digitais. Tal conteúdo deve ser dotado de relevância e capacidade de engajamento. Esse é um dos papéis do marketing digital. Inbound marketing A construção de experiências positivas para o usuário que sejam capazes de gerar audiência, conectando pessoas a sites e aplicativos, está diretamente ligada ao marketing de conteúdo. Marketing de conteúdo são todas as ações e estratégias relevantes o suficiente para atrair o público e solidificar as relações entre usuários e empresas. Para Rez (2016, p. 38), sobre o marketing de conteúdo, é importante destacar que “[...] ao avaliar o novo perfil do com- prador on-line, fica clara a necessidade de estimular o consumo de maneira inteligente. O marketing de conteúdo entra em cena estimulando o consumo de maneira subjetiva, emocional e assertiva”. Estratégia em experiência do usuário (UX) 5 O marketing de conteúdo visa a entregar valor a usuários no ambiente digital, pensando estratégias que estão além do esforço de venda. O objetivo está além da expectativa de lucro. Embora o lucro seja um dos principais ob- jetivos das organizações, o marketing de conteúdo objetiva dar aos usuários: [...] boas razões para que escolham o seu material em vez de outros — seja fazendo com eles fiquem entretidos ou oferecendo-lhes informações que não conseguirão obter em outros lugares — e não assume que seu público se mostrará interessado apenas porque você assim o deseja (BARGER, 2013, p. 12). No contexto do marketing digital, na geração de conteúdo relevante, é neces- sário destacar o inbound marketing. Essa é a principal estratégia de marketing digital, que visa a atrair, converter, reter e encantar consumidores no ambiente digital. Lima et al. (2016) definem o inbound marketing como uma estratégia muito mais segmentada, diferentemente das estratégias tradicionais de marketing. O desenvolvimento de uma estratégia inbound marketing é destacado no Quadro 2. Ele nos permite analisar as diversas etapas, o objetivo de cada uma delas e como elas podem ser aplicadas. Quadro 2. Etapas para desenvolvimento de inbound marketing Etapa Objetivo Como é aplicado Definir as personas. Possibilitar a geração de conteúdo customizado e relevante. As diferentes personas criadas com características que simulam pessoas reais permitem que sejam pensados diferentes conteúdos, conforme as características das personas. Analisar a jornada de compra. Compreender o compor- tamento do usuário ao longo do processo de compra. A jornada de compra representa todos os pontos de contato entre usuários e empresas ao longo do processo de compra. Assim, deve- -se analisar como se dá a análise, a descoberta, o reconhecimento de uma necessidade e a decisão de compra por parte do usuário. Analisar o com- portamento do usuário no funil de vendas. Compreender as mo- tivações capazes de transformar visitantes em usuários. Analisar as principais estratégias de atração e conversão de visitantes em consumidores. Além disso, deve- -se compreender as motivações capazes de reter usuários e torná- -los clientes fiéis. Estratégia em experiência do usuário (UX)6 O marketing de geração de conteúdo deve contemplar todas as interfaces digitais e todos os pontos de contato entre marcas e usuários. Práticas de geração de conteúdo Quais são as principais ações de geração de marketing de conteúdo? Quais ações são capazes de produzir conteúdo relevante, significativo e engajador no ambiente digital? Responder a esses questionamentos é indispensável. As principais ações que visam a engajar o público consumidor devem cercar todos os pontos de contato entre usuários e empresas, promovendo o engajamento entre eles. Veja a seguir algumas das principais estratégias que possibilitam tal engajamento. � Newsletter: envio de conteúdo de acordo com o perfil e as necessidades de cada usuário, com indicação de artigos, brindes e promoções. Também é possível enviar mensagens que despertem algum tipo de emoção. � Webinars: conteúdo ao vivo com cursos, palestras ou dicas de um determinado assunto. Pode ser feito com temas específicos, para os diversos perfis de usuários-alvo, ou com temas mais abrangentes, para visitantes em geral, com o objetivo de convertê-los em consumidores. � E-books: material que trata de temas relevantes, como dicas rápidas de um determinado assunto. � Infográficos: material disponibilizado para usuários de forma gráfica, com conteúdo relevante e de forma clara e objetiva. � Podcasts: arquivos de áudio com informações relevantes sobre marcas, com temas relevantes para a audiência de uma empresa. � Conteúdo de sites e blogs: esses conteúdos devem ser atrativos e ter textos construídos de forma a despertar emoções. Tais conteúdos também devem ser realmente relevantes para aqueles que visitam as interfaces digitais. É importante ressaltar que as ações destacadas devem ser subsidiadas por pesquisas, pela criação de personas e pela compreensão do comportamento do consumidor ao longo da jornada de compras. Assim, podem ser desenvolvidos conteúdos que realmente sejam impactantes aos usuários das plataformas digitais. Não há receita pronta para a construção de marketing de conteúdo. Cada negócio, marca, produto ou serviço apresenta suas peculiaridades. Estratégia em experiência do usuário (UX) 7 Otimização de desempenho na web e experiência do usuário Até aqui, destacamos as relações do marketing digital com a experiência do usuário, indicando as estratégias e técnicas de coleta de dados para compreender os comportamentos, hábitos e preferências do usuários, como a construção de buyer personas e estratégias de conteúdo de relevância. A seguir, vamos estudar os elementos funcionais que aprimoram as páginas na internet, tornando a experiência do usuário mais qualificada. Vamos abordar estratégias de otimização de desempenho na web e as técnicas search engine optimization, que visam a aprimorar o funcionamento de sites e, consequen- temente, proporcionam melhorias na experiência do usuário. Web performance optimizer Podem ser consideradas web performance optimizer, ou otimização de desem- penho da web, as estratégias utilizadas para tornar ótima a usabilidade de um site, aprimorando a experiência do usuário. Diferentemente dos elementos já vistos, como o marketing de conteúdo, esseselementos estão relacionados à performance de uma interface digital, como a velocidade de carregamento dos conteúdos e o design intuitivo e criativo. Para Johnson (2001), os pilares que sustentam a web performance optimizer são a interface, a interatividade e a acessibilidade. Um site que concentra os pilares da experiência do usuário, entre- gando uma navegação interativa e acessível a partir de uma interface muito criativa, é o Warren. O site é uma plataforma de investimentos financeiros muito fácil de utilizar, intuitiva e segura. Muito disso se deve à transparência na forma como são realizadas as operações dos usuários. O site ainda conta com uma inteligência artificial que ajuda a mapear o perfil e a definir os objetivos do investidor (CEDRO TECHNOLOGIES, c2021). A interface está relacionada ao leiaute que torna possível a conexão do site com o usuário on-line. A interação está relacionada à forma como se dará as interações e à facilidade em acessar o site. A acessibilidade diz respeito à facilidade de encontrar os recursos e realizar operações em um sistema. Conforme a Rock Content (2020), as principais estratégias de otimização de desempenho na web são as seguintes. Estratégia em experiência do usuário (UX)8 � Escolher opções sólidas de hospedagem: é necessário analisar a arquitetura do site e os demais aspectos técnicos. Se o site tiver a necessidade de grandes armazenamentos, talvez seja preciso contar com um armazenamento de estrutura mais robusto, para facilitar o gerenciamento do site. � Imagens comprimidas: as imagens são um dos elementos que mais influenciam no carregamento de sites. Portanto, é necessária a com- pressão de imagens, tornando-as mais leves. � Aparências leves: os elementos que contemplam a aparência da página influenciam no carregamento. Assim, é importante escolher arquivos que definem a aparência e características de um site. � Códigos fontes e funcionalidades mais leves: são os códigos, a lingua- gem de programação e os arquivos JavaScript e CSS. Embora eles não influenciem no carregamento da página, impactam na experiência do usuário. Assim, essa codificação deve ser enxuta, eliminando blocos de código desnecessários. � Prefetching: essa técnica permite antecipar as ações do usuário, exe- cutando determinadas etapas antes que o usuário as inicie, com base no comportamento dele. A aplicação das técnicas de web performance optimizer podem agregar uma série de vantagens, como o aumento da possibilidade da conversão de visitantes em vendas, a possibilidade de reter os usuários como visitantes assíduos do site e, principalmente, a possibilidade de as empresas atingi- rem seus objetivos organizacionais, propiciando experiências positivas de navegação aos usuários. Técnicas de search engine optimization e search engine marketing Ainda sobre a otimização de sites, existem as técnicas de search engine optimization (SEO), ou otimização para mecanismos de busca. As técnicas de SEO representam todos os recursos utilizados para tornar um site mais facilmente localizável por parte dos usuários. Essas técnicas tornam os sites mais relevantes para os mecanismos de busca como Google, Bing e Yahoo. Conforme Li et al. (2014), os SEA são técnicas utilizadas para otimizar as páginas web, com o objetivo de melhorar a classificação de pesquisa algorítmica. Estratégia em experiência do usuário (UX) 9 As principais técnicas de SEO são as constantes atualizações de informa- ções e de conteúdos (que devem ser relevantes) e o uso de palavras-chave que de fato se relacionam ao conteúdo da página. Outra técnica é a eliminação dos conteúdos que têm pouco acesso no site e o uso de links que possam despertar maior interesse nos usuários. Outras técnicas de otimização da experiência do usuário na navegação web são as de search engine marketing (SEM), ou marketing para mecanismos de busca. Essas técnicas podem ser definidas como aquelas que visam à divulgação paga, a fim de promover uma página na internet, os produtos ou os serviços ofertados. Conforme Amaral (2020, documento on-line), o SEM “[...] pode ser descrito como toda a estratégia de marketing que tem como base os motores de busca. Essa estratégia pode ser usada para divulgar negócios on-line ou off-line e também para promover ações que acontecem virtualmente ou fisicamente”. A Figura 1 apresenta um esquema que mostra que tanto a SEO quanto a SEM tem um objetivo em comum: o impulsionamento de um site. Entretanto, as técnicas de SEO são voltadas ao tráfego orgânico, aquele alcançado espon- taneamente pelo usuário, enquanto as técnicas de SEM são técnicas pagas que usam ferramentas como o Google Ads e o Facebook Ads. Figura 1. SEO versus SEM. Palavras-chave Links Distribuição de conteúdo Impulsionamento de tráfego Estratégias de marketing Segmentação Google e Facebook ADS SEO SEM Estratégia em experiência do usuário (UX)10 Neste capítulo, conhecemos as principais técnicas, estratégias, ferramen- tas e ações que tornam possível a construção de uma experiência significativa para os usuários. Os exemplos, as teorias e as discussões apresentadas apontam para a importância de apostar em pesquisas, a fim de compreender o perfil, os hábitos e os comportamentos dos usuários. Assim, será possível criar um conteúdo de marketing digital relevante. Referências AMARAL, L. O que é SEM (Search Engine Marketing)? Tudo que você precisa saber sobre e sua relação com o SEO. 2020. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/o- que-e-sem/. Acesso em: 13 ago. 2021. BARGER, C. O estrategista em mídias sociais. São Paulo: DVS, 2013. CASAROTTO, C. Aprenda o que é análise SWOT, ou análise FOFA, e saiba como fazer uma análise estratégica do seu negócio. 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/br/ blog/como-fazer-uma-analise-swot/. Acesso em: 13 ago. 2021. DAMIN, H. B. Customer success: o sucesso das empresas focadas em clientes. São Paulo: DVS, 2019. FERREIRA, S.; SGANZERLLA, S. Conquistando o consumidor: o marketing de relaciona- mento como vantagem competitiva das empresas. São Paulo: Gente, 2000. JOHNSON, S. Cultura da interface: como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. LEVI, F. Mapas mentais como ferramenta de planejamento. Webinsider, 2009. Disponível em: https://webinsider.com.br/mapas-mentais-como-ferramenta-de-planejamento/. Acesso em: 13 ago. 2021. LI, K. et al. Running and chasing: the competition between paid search marketing and search engine optimization. In: HAWAII INTERNATIONAL CONFERENCE ON SYSTEM SCIENCES, 47., 2014, Waikoloa. Proceedings […]. Waikoloa, HI: HICSS, 2014. Disponível em: https://ink.library.smu.edu.sg/cgi/viewcontent.cgi?article=3975&context=sis_research. Acesso em: 13 ago. 2021. LIMA, A. B. M. et al. Guia prático das novas ferramentas comerciais: da construção da marca ao atendimento ao consumidor. Porto Alegre: Bookman, 2016. MARTIN, C. Mobile marketing: como estar em contato com seus clientes através de Smartphones, tablets e outros dispositivos móveis. São Paulo: M. Books, 2013. PINHEIRO, R. M. et al. Comportamento do consumidor e pesquisa de mercado. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. REZ, R. Marketing de conteúdo: a moeda do século XXI. São Paulo: DVS, 2016. ROCK CONTENT. WPO (Web Performance Optimization): garanta o bom desempenho do seu site com essa estratégia. 2020. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/ wpo/#3. Acesso em: 13 ago. 2021. SANTOS, L. Como escrever boas histórias de usuário (User Stories). Vertice Digital, 2017. Disponível em: https://medium.com/vertice/como-escrever-boas-users-stories- -hist%C3%B3rias-de-usu%C3%A1rios-b29c75043fac. Acesso em: 13 ago. 2021. Estratégia em experiência do usuário (UX) 11 Leitura recomendada CEDRO TECHNOLOGIES. 6 exemplos de sites e apps que fazem ótimo uso de User Expe- rience. c2021. Disponível em: http://blog.cedrotech.com/6-exemplos-de-sites-e-apps- -que-fazem-otimo-uso-de-user-experience.Acesso em: 13 ago. 2021. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Estratégia em experiência do usuário (UX)12 CONSTRUÇÃO DE INTERFACES E EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Definir o papel das ferramentas de web analytics. > Explicar como o uso de dados pode melhorar a experiência do usuário (UX). > Distinguir as ferramentas de analytics, considerando a melhor UX. Introdução Ao olhar para os dados sobre usuários, a empresa pode descobrir erros que poderiam impactar o negócio ou, então, obter melhorias de produtos e serviços digitais. Nesse sentido, são essenciais para as organizações as ferramentas de web analytics, que são usadas para levantamento de dados. Neste capítulo, você vai identificar a importância das ferramentas de web analytics, que, ao coletarem informações sobre o comportamento dos consumido- res na web, auxiliam as empresas em suas tomadas de decisão para proporcionar uma melhor experiência aos usuários. Além disso, você vai conhecer algumas ferramentas de analytics que contribuem para oferecer mais valor para que o usuário tenha uma experiência gratificante. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário Reny Aparecida Galvão Ferramentas de mensuração de dados na gestão das empresas A explosão informacional oriunda da transformação digital coloca diversos desafios para a análise de dados provenientes de fontes variadas, e as tec- nologias utilizadas para analisar os bancos de dados tradicionais não são suficientes para atender a tanta variedade, volume e velocidade de informa- ções (GABRIEL, 2018). Uma vez que usuários de todo o mundo geram, a cada momento, um alto volume de dados, fazem-se necessárias ações para analisar essas informações e torná-las assertivas, e esse é o principal objetivo do web analytics. Entre- tanto, para avaliar o desempenho de cada grupo analisado, são necessárias ferramentas que rastreiem os resultados das interações entre os produtos ou serviços (ALBERGARIA, [20--?]). As ferramentas de web analytics coletam, analisam e monitoram o com- portamento dos usuários nos canais digitais. Com esses dados, as empresas tomam suas decisões para proporcionar uma melhor experiência digital dos usuários, que estão cada vez mais em busca de um conteúdo que atenda às suas necessidades. A seguir, são apresentados os principais benefícios das ferramentas de web analytics (ALBERGARIA, [20--?]). � Identificação de problemas: as ferramentas de analytics são fontes para encontrar possíveis problemas ou gargalos que possam existir na jornada do usuário. Com os dados que as ferramentas oferecem, é possível descobrir exatamente em que ponto as empresas podem estar errando. � Entendimento do cliente: um dos principais benefícios que a análise do comportamento dos usuários gera para as empresas é a possibilidade de conhecer melhor seu público. Por isso, as empresas precisam reunir o máximo de dados relevantes dos seus usuários, e as ferramentas de analytics podem ajudar nesse sentido. Por exemplo, se a empresa dese- jar mais interações, deverá focar nos elementos e assuntos abordados em publicações que resultaram em mais comentários. Dados também podem revelar os horários em que seus seguidores estão on-line, dias da semana em que são mais propícios a interagir e páginas de maior audiência no site. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário2 � Previsibilidade: por meio das ferramentas de analytics, a empresa consegue entender exatamente os anseios dos seus usuários e trabalhar para atender a essas expectativas. A previsibilidade se faz a partir de dados, incluindo ações de digital analytics, pois a maior parte dos dados é extraída da internet. Monitoramento e interpretações focadas na inteligência de dados conferem maior segurança para cada passo adotado pelos gestores. � Impactos na tomada de decisão: outra grande vantagem em coletar, medir e analisar o comportamento dos usuários é a possibilidade de tomar decisões com base em dados concretos. O uso de dados qualifica as avaliações, permitindo comprovar o sucesso — ou o fracasso — das ações digitais. Nota-se, portanto, que as ferramentas de web analytics fornecem infor- mações sobre taxas de conversão, a quantidade de itens vendidos e a receita total gerada pelo canal de mídia, entre outros. A empresa pode ficar no básico, entendendo os principais pontos e analisando resultados e comportamentos; afinal, é muito simples descobrir o volume de usuários que acessam o site, assim como possíveis motivos para uma performance baixa. Entretanto, é possível avançar essa análise, usando, por exemplo, o Google Analytics para mensurar os acessos mensais ao site. O Google Analytics é uma ferramenta gratuita muito utilizada pelos pro- fissionais que acompanham o tráfego de seus canais digitais para com- preenderem o comportamento dos usuários. O uso da plataforma permite obter dados sobre a audiência dos visitantes, os novos usuários e o tempo de permanência na página, por meio da visualização de relatórios diários, semanais ou mensais. Os relatórios também mostram quais metas traçadas foram alcançadas, quais campanhas de marketing estão apresentando bons resultados e qual é o desempenho da loja virtual. Além disso, eles mostram quais são os melhores horários para a empresa atualizar seu site, pois avalia em qual dia da semana e do mês e que horas o público mais acessa a página da empresa. Ademais, a ferramenta possibilita a análise da taxa de rejeição para a empresa saber qual é o motivo dos usuários não permanecerem no site. Ainda, outro ponto a ser ressaltado é a análise de acesso do visitante por dispositivo, possibilitando a otimização do conteúdo ao device mais utilizado pelo usuário (GOMES, 2008). Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 3 As vantagens proporcionadas pelo uso do Google Analytics são as se- guintes (GOMES, 2008). � Gratuidade: a empresa não precisa pagar nada pelo serviço oferecido. � Análise sofisticada: o Google Analytics oferece todas as funcionalidades que se esperam de uma oferta de análise pronta. � Fácil utilização: por ser de uso intuitivo, o Google Analytics pode ser utilizado por leigos e por profissionais experientes. � Escalável para sites de tamanhos variados: o serviço funciona no mesmo servidor que o Google. � Seguro: por meio de seu sistema de segurança, o Google Analytics garante a proteção de uma grande quantidade de dados gerados diariamente. � Controla todas as campanhas on-line: o Google Analytics controla desde e-mails até palavras-chave pesquisadas. � Integrado com o Google Ads: a empresa que tem o Google Ads pode utilizar sua interface para acessar o Google Analytics. A empresa que utiliza de forma estratégica as ferramentas de analytics conseguirá otimizar seu negócio diariamente; afinal, compreender os usuários envolve o entendimento da jornada de compra e o relacionamento com a empresa. Além disso, essas ferramentas também são úteis para a empresa se tornar mais competitiva, porque, ao analisar os dados, é possível entender mais sobre o mercado e seus concorrentes. A empresa deverá criar o teste A/B quando tiver duas excelentes ideias ao desenvolver um site e precisar decidir qual é a melhor versão, ou seja, a página que consegue converter mais usuários ou que consegue gerar mais leads. Sempre que estiver em dúvida sobre uma versão ou outra, a empresa poderá direcionar uma parte de sua audiência para a versão A e outra parte para a versão B e, então, realizar testes para verificar o comportamento do usuário. Como exemplo, vamos supor que uma consultoriadesenvolveu duas pági- nas idênticas ofertando um treinamento para empresas, mas com headlines diferentes para informar sobre o que é o treinamento. Para alguns usuários, o título aparece como “Curso completo e estratégico de analytics” e, para outros, como “Aprenda como analisar dados para melhorar o desempenho da sua empresa”. Então, cria-se uma versão A com o primeiro título e uma versão B com o segundo título e, depois, divide-se em 50% da audiência para verificar qual delas converteu mais usuários para a página. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário4 Como os dados colaboram na UX Por meio do levantamento dos dados digitais de seus consumidores, as empresas conseguem tomar decisões assertivas e diretas, inclusive para produtos que foram lançados recentemente no mercado. As ferramentas de web analytics, ao analisar o tráfego do usuário — ou seja, quando capturam dados dos usuários que deixaram rastros nas páginas pesquisadas da empresa —, auxiliam os gestores a categorizar esses usuários. Por exemplo, ao realizar a análise de perfis dos usuários, o gestor poderá elaborar comunicações padronizadas para atender a seus consumidores da melhor forma possível. Porém, não são todas as empresas que têm maturidade empresarial para analisar os dados provenientes da UX nos meios digitais. Muitas empresas dispõem das ferramentas de web analytics, mas não têm um planejamento adequado para saber o que realmente pretendem medir. É preciso que as empresas definam quais métricas devem ser analisadas para auxiliá-las a tomar decisões e, assim, implementar ações necessárias que criem valor a seus usuários. Davenport e Harris (2018) apresentam cinco estágios das empresas em relação à maturidade no uso de ferramentas de web analytics. No primeiro estágio, o nível mais básico, estão os chamados deficientes analíticos. Nesse nível, a empresa não tem uma equipe preparada para cuidar das métricas, coletar dados e analisá-los, com foco nos insights dos usuários e alinhamento com a estratégia da empresa. O segundo estágio, por sua vez, é o da análise localizada, em que as empresas já têm um certo conhecimento em métricas e análise de compor- tamento do consumidor. Apesar de gerar benefícios econômicos, o foco de análise é pautado em processos, e os resultados das análises das métricas não são usados estrategicamente. No terceiro estágio, encontram-se os aspirantes analíticos. Trata-se de empresas mais estruturadas, com canais otimizados e equipe mais especia- lizada. O problema nessas empresas é a falta de engajamento dos gestores e da cooperação entre as unidades de negócios. Já no quarto estágio, estão as empresas analíticas, que geralmente dispõem de uma base de dados interna muito bem utilizada e conseguem construir informações, oriundas das ferramentas de web analytics, mais consolidadas do mercado em que atuam. A única questão é a falta de dire- cionamento proveniente da alta cúpula para usar as análises das métricas em seu planejamento estratégico. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 5 Por fim, no quinto estágio estão as empresas competidoras analíticas, que apresentam os quatro fatores primordiais apontados por Davenport e Harris (2018): � competência distintiva, ou seja, ter um diferencial frente aos concor- rentes que gera vantagem competitiva; � análise no âmbito de toda a empresa, ou seja, não existe concentração da análise dos dados em um único grupo, e os resultados são apresen- tados a todos, com garantia de que vão fazer bom uso desses dados; � comprometimento da alta direção, que ocorre principalmente por meio de uma estratégia orientada para coleta de informações e implemen- tação de cultura organizacional voltada a esse fim; � ambição em larga escala, que está relacionada com os resultados financeiros que as empresas esperam obter ao observar e analisar suas métricas. A análise dos cliques de um usuário pode evidenciar quais são os tópicos que mais chamam sua atenção, e, assim, a empresa poderá investir mais na produção de conteúdos sobre esses determinados assuntos. Com a análise da rolagem, pode-se identificar se o usuário costuma ler o material até o fim e, a partir disso, determinar qual é o tamanho de conteúdo mais adequado à preferência dos usuários. Além disso, pesquisas podem ser usadas para perguntar aos usuários o que eles acharam de um artigo e se o recomendariam a alguém, e, por meio de um feedback das opiniões, é possível aprimorar a criação dos conteúdos que interessem aos usuários. A Zappos é uma loja virtual de calçados estadunidense cuja estratégia de negócios é focar no envolvimento do cliente do início ao fim em sua experiência de compras. O principal investimento da empresa sempre foi no atendimento ao cliente 24 horas por dia, sete dias por semana. Além de oferecer frete grátis, a loja proporciona a seu cliente a oportunidade de experimentar gratuitamente o produto desejado, que, se não for de seu agrado, poderá ser devolvido também de forma gratuita. Por meio dessa estratégia, a Zappos, que investe pouco em propaganda, conseguiu US$ 1 bilhão em vendas brutas em 10 anos (A FELICIDADE..., 2016). Ferramentas de web analytics e experiência do usuário6 As empresas precisam ficar atentas às mudanças dos hábitos de consumo de seus clientes, pois, se não forem observadas essas alterações, poderão pôr em risco sua própria sobrevivência. Por meio das ferramentas de web analytics, é possível conhecer o comportamento do consumidor ao longo do ciclo de sua compra, por exemplo. Dessa forma, a empresa deve usar os dados coletados para fazer as melhores apostas a fim de conseguir mais consultas de usuários e modificar resultados ruins que levam os usuários às informações erradas. Também deverá verificar problemas relacionados a novos recursos, novo conteúdo, problemas envolvendo produtos, suporte, segurança, entre outros. Ferramentas de analytics As empresas utilizam as ferramentas de web analytics para analisar os dados e entender melhor seu desempenho, em convergência com seus objetivos estratégicos. Porém, é necessário que as funções das ferramentas de análise sejam bem delineadas e que exista clareza sobre o que se pretende medir, de modo que dados importantes não sejam desprezados. O propósito de usar a ferramenta é obter informações corretas sobre o comportamento dos usuários e, consequentemente, produzir resultados positivos para a empresa. Dentre as ferramentas que podem auxiliar a entender o comportamento dos usuários para criar ações com foco na experiência, destacam-se o Hotjar, o SEO Certo, o Google Optimize e o Google Framework HEART. Conheça a seguir cada uma delas. Hotjar Com a ferramenta Hotjar, a empresa pode entender o comportamento dos usuários dentro do seu site e, assim, realizar análises e fazer otimizações para aumentar as taxas de conversão, leads e vendas. Essa ferramenta reúne diversos tipos de análise, como mapa de calor, filmagem do comportamento dos usuários na página, funis de vendas e disponibilidade de feedbacks dos usuários nas páginas. Os mapas de calor (Figura 1) possibilitam identificar os locais da página com os quais os usuários estão interagindo mais e, assim, reconhecer o que chama sua atenção. A cor vermelha, por exemplo, indica uma atividade intensa do consumidor. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 7 Figura 1. Mapa de calor. Fonte: Casarotto (2019, documento on-line). Outra funcionalidade que o Hotjar oferece é a filmagem sobre o que está acontecendo dentro do site da empresa, ou seja, é possível filmar o com- portamento do usuário da página para entender como ele está navegando. Já pelos funis de conversão, a empresa verifica quais são os passos que o usuário precisa percorrer para que consiga converter-se em cliente. Por exemplo, em uma página de e-commerce, um usuário realiza alguns passos até a finalização da compra de um produto: ele acessa a página inicial e, posteriormente,a lista de produtos, escolhe um produto específico e realiza a compra. Por meio da ferramenta Hotjar, é possível verificar por que os usuários estão desistindo de finalizar a compra; ao acessar as gravações, pode-se verificar, por exemplo, que os usuários abandonam o processo de compra ao visualizar o valor do frete. Ainda, outra ferramenta do Hotjar é o feedback do usuário. Os consumi- dores que estão navegando na página podem avaliar por meio de notas a usabilidade do site e deixar um comentário ou uma sugestão para a empresa. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário8 SEO Certo O SEO Certo é uma ferramenta focada na otimização dos mecanismos de busca para realizar um diagnóstico de desempenho digital. Para isso, ele dispõe de recursos como nota geral do site, avaliação geral de melhorias técnicas, links quebrados, dicas de conteúdo e palavras-chave (EVANGELISTA, 2017). A nota geral do site (Figura 2) aparece na página inicial do relatório de SEO. Ela mostra um resumo com indicadores importantes, como popularidade do site e sinais da mídia social, auxiliando a empresa na realização de ajustes indicados pelo monitoramento da ferramenta (EVANGELISTA, 2017). Figura 2. Nota geral do site. Fonte: Evangelista (2017, documento on-line). Por sua vez, a avaliação geral de melhorias técnicas (Figura 3) ajuda, por exemplo, na verificação do tempo de carregamento, o qual define a posição do site no ranqueamento; afinal, quanto mais rápidos forem os sites, mais bem posicionados eles estarão nos resultados de busca (EVANGELISTA, 2017). Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 9 Figura 3. Avaliação geral de melhorias técnicas. Fonte: Evangelista (2017, documento on-line). Os links quebrados correspondem a alertas de que o navegador não foi capaz de encontrar a página destino do endereço. Além de ser ruim para a UX, esse erro gera uma penalização do Google. Ademais, o SEO Certo mostra como está a densidade de conteúdo das páginas das empresas, encorajando aquelas que ainda não têm um blog a criarem um, pois os usuários procuram páginas que resolvam seus problemas. Por fim, a ferramenta também sugere e gera palavras-chave para as empresas, conforme o volume de termos mais buscados (EVANGELISTA, 2017). Google Optimize O Google Optimize é uma ferramenta profissional gratuita para teste A/B (Figura 4). Por ser uma ferramenta do Google, é possível integrá-la com as demais ferramentas disponibilizadas pela empresa — p. ex.: se a empresa tiver a ferramenta Google Analytics, conseguirá integrar o Google Optimize. Dessa forma, é possível fazer com que um usuário que chega de uma maneira orgânica (ou seja, espontânea) ao site da empresa vá para uma versão diferente dele, por exemplo; ou, quando um usuário pesquisa uma palavra específica, Ferramentas de web analytics e experiência do usuário10 ele também pode ser direcionado para uma página diferente. Enfi m, a empresa pode analisar a otimização dos seus sites ao realizar testes multivariados para melhorar a taxa de conversão ou a taxa de engajamento, sem precisar criar vários sites diferentes. Assim, é possível realizar várias operações em um mesmo site, desde a otimização do conteúdo até a aparência, de acordo com o tipo de usuário que entrar (COMO..., 2020). Figura 4. Teste A/B. Fonte: Como... (2020, documento on-line). Google Framework HEART O Google Framework HEART é uma ferramenta composta por cinco itens fundamentais que auxiliam a empresa na escolha das métricas para medir o desempenho do produto oferecido e melhorar a UX. “HEART” é um acrônimo formado a partir das seguintes palavras da língua inglesa (APRENDA..., [2019]): � Happiness (felicidade) � Engagement (engajamento) � Adoption (adoção) � Retention (retenção) � Task success (sucesso da tarefa) Para usar a ferramenta, é necessário escolher uma ou duas categorias que pertencem ao acrônimo, a fim de demonstrar qual é o foco do produto ou projeto a ser analisado. As métricas são centradas no usuário, conforme apresentado no Quadro 1. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 11 Quadro 1. Métricas HEART Métricas Descrição Ações Hapiness � Mede o nível de satisfação do usuário com seu produto ou serviço. Os dados são coletados em pesquisas qualitativas ou quantitativas, a fim de demonstrar o quanto um usuário gosta ou não do produto. � Definir se os clientes são promotores ou detratores do produto. � Cruzar os dados com outras pesquisas qualitativas para obter o desempenho no quesito “felicidade do usuário”. � Conversar com a equipe de suporte para levantar as principais reclamações dos usuários. � Com esses insights, trabalhar para melhorar o desempenho do produto e proporcionar uma boa experiência ao usuário. Engagement � Mede o nível de engajamento do usuário, isto é, calcula o quanto ele interage com o produto, por meio da regularidade e intensidade das interações. � Criar “eventos” para testar se as funcionalidades estão sendo utilizadas pelo usuário. � Também é possível medir, por meio da análise do número de visitas de usuários por semana, o número de upload de fotos por dia e o número de compartilhamentos. � Definir metas para aumentar a usabilidade do produto. Adoption � Mede a quantidade de novos usuários em um período de tempo ou o uso das novas funcionalidades criadas. � Mede a taxa de crescimento. � Analisar a taxa de crescimento do uso de produtos, de novos usuários, do uso de novas funcionalidades e o quão ativos os usuários estão com as novas funcionalidades. � Verificar o número de upgrades para a versão mais recente do produto, a quantia de compras feitas por novos usuários, a quantidade de novos usuários que estão baixando o e-book, entre outros. (Continua) Ferramentas de web analytics e experiência do usuário12 Métricas Descrição Ações Retention � Mede o percentual de usuários ativos por unidade de tempo; � Demonstra como é o comportamento dos clientes frente às mudanças do produto ao longo do tempo. � Analisa a eficácia do produto em manter o usuário no decorrer do tempo. � Verifica a frequência com que os usuários voltam a utilizar o produto. � Está relacionada com o valor do tempo de vida do produto ou serviço. � Observar o número de usuários ativos que permanecem utilizando o produto no decorrer do tempo. � Analisar quantos usuários renovam ou deixam de utilizar o produto e quantos o usam ou compram novamente. � Trabalhar a UX para reter o usuário. � Utilizar algum tipo de bonificação para liberar algum prêmio ou cupom de desconto. Task success � Mede a usabilidade do produto. � Avalia a facilidade ou dificuldade do usuário para realizar determinada tarefa. � Verifica se o usuário tem a resolução do problema com a solução proposta a ele. � Coletar feedbacks com os usuários, para verificar se o produto está facilitando ou dificultando a realização de determinada ação. � Observar o tempo de demora para realizar determinada tarefa e a quantidade de tarefas completadas com sucesso. � Verificar a quantidade de erros no processo, se os cadastros estão sendo preenchidos até o final e quantos perfis foram criados com sucesso. Fonte: Adaptado de Aprenda... ([2019]). Como você pôde compreender neste capítulo, as empresas estão compe- tindo para proporcionar a melhor experiência ao usuário, e as organizações que dispõem de ferramentas que analisam essa experiência se destacam e conquistam clientes fiéis. Porém, para entregar uma experiência positiva, é necessário conhecer os clientes muito bem, o que significa compreender e medir o comportamento do consumidor em cada ponto de contato e em (Continuação) Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 13 vários canais. Depois de conhecer os usuários, as empresas podem usar esse conhecimento para personalizar cada interação; afinal, os clientes hoje em dia têm mais poder e opçõesdo que nunca. A empresa que se certificar de que a interação com seus usuários é tranquila, agradável e está melhorando continuamente impulsionará a lealdade à marca. Do contrário, a empresa dará a seus concorrentes o melhor presente que pode dar: seus clientes. Referências A FELICIDADE cabe em uma caixa de sapatos. Istoé Dinheiro, 2016. Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/a-felicidade-cabe-em-uma-caixa-de-sapatos/. Acesso em: 6 set. 2021. ALBERGARIA, O. Como utilizar ferramentas de analytics para melhorar a experiência dos usuários?. Lumis, [20--?]. Disponível em: https://www.lumis.com.br/a-lumis/blog/ como-utilizar-ferramentas-de-analytics-para-melhorar-a-experiencia-dos-usuarios. htm. Acesso em: 6 set. 2021. APRENDA a utilizar o Framework HEART e melhore suas métricas. Hackr, [2019]. Dispo- nível em: https://hackr.com.br/aprenda-o-framework-heart/. Acesso em: 6 set. 2021. CASAROTTO, C. Hotjar: saiba como utilizar essa ferramenta para otimizar a sua es- tratégia digital. Rockcontent, 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/ hotjar/. Acesso em: 6 set. 2021. COMO configurar experimentos no Google Optimize. Cayman, 2020. Disponível em: https://www.cayman.com.br/postagem/40/como-configurar-experimentos-no-google- -optimize. Acesso em: 6 set. 2021. DAVENPORT, T. H.; HARRIS, J. G. Competição analítica: vencendo através da nova ciência. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018. EVANGELISTA, L. O que é SEO Certo?: conheça a ferramenta de SEO que une todas as informações que você precisa. KingHost, 2017. Disponível em: https://king.host/ blog/2017/07/seo-certo-ferramenta-de-seo-que-une-todas-as-informacoes-que- -voce-precisa/. Acesso em: 6 set. 2021. GABRIEL, M. Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital. São Paulo: Atlas, 2018. GOMES, L. Curso essencial de Google. São Paulo: Digerati, 2008. Leituras recomendadas BALTZAN, P. Tecnologia orientada para gestão. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. KRUG, S. Não me faça pensar. Rio de Janeiro: Alta Books, 2014. UNDERSTAND how users really experience your site. Hotjar, [20--]. Disponível em: https://www.hotjar.com/tour/. Acesso em: 6 set. 2021. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário14 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Ferramentas de web analytics e experiência do usuário 15 CONSTRUÇÃO DE INTERFACES E EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Descrever o ciclo da experiência do usuário. > Identificar formas de gestão da experiência do usuário. > Aplicar ferramentas para melhorar a gestão da experiência do usuário. Introdução Você já imaginou as inúmeras possibilidades que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) oferecem aos diversos públicos? E o quanto elas estão cada vez mais diversificadas e sofisticadas? Além disso, elas estão em constante evolução. Dessa forma, conhecer como ocorre o acesso dos indivíduos às informações, nos mais diversos dispositivos tecnológicos que são utilizados de formas diferentes, é essencial para compreender as TICs. A complexidade desse contexto demonstra que a interação dos usuários com ambientes digitais e aparatos tecnológicos no momento que eles buscam informações do seu cotidiano pode ser um desafio. Dificuldades podem surgir a partir de fatores como cognição, habilidades pessoais e competências para acessar e utilizar as informações que são buscadas, por exemplo (STATI; SAR- MENTO, 2021). Portanto, é fundamental que os ambientes de interação sejam bem Gestão da experiência do usuário Guilherme Corrêa Gonçalves planejados e estruturados, de modo a oferecer recursos informacionais inclusivos, que contribuam para aprimorar a comunicação e a transmissão de dados e de informações para os diferentes públicos e segmentos da sociedade, incluindo empresas, escolas, lazer, entretenimento, etc. (LINDSTROM, 2012). Neste capítulo, você vai conhecer mais sobre a experiência do usuário, sua com- plexidade e as características objetivas e subjetivas que podem ser identificadas na sua interação com o produto ou serviço. Além disso, você verá como identificar formas de gerir essa experiência e quais ferramentas podem ser aplicadas para aprimorar a experiência do usuário. Ciclo da experiência do usuário No desenvolvimento de interfaces para ambientes digitais, somente o estudo dos requisitos de usabilidade não são suficientes para garantir que a experi- ência do usuário seja efetiva. É preciso, por exemplo, ir além da quantidade de cliques que o usuário deve dar, do número de telas que ele deve percorrer e de quantos campos será necessário ele preencher. Mais do que isso, é fundamental acompanhar as transformações pelas quais a sociedade está passando, o avanço tecnológico e, sobretudo, entender os desejos do usuário enquanto indivíduo que sofre as diferentes influências do meio em que vive e compreender as suas reações (STATI; SARMENTO, 2021). A importância dessa análise pormenorizada e abrangente se deve ao fato de que situações enfrentadas no dia a dia de uma pessoa podem interferir nas suas experiências. Portanto, a história do indivíduo e a sua experiência social, agregadas às conexões com outras pessoas, irão refletir em suas emoções e, consequentemente na interação do usuário com o ambiente digital em que ele está operando (FERREIRA, 2018). Além disso, a interface e a forma de apresentação e organização das informa- ções e os recursos oferecidos para acessar o conteúdo podem gerar sensações diferentes para cada usuário. Como um ciclo, esses diversos fatores causam várias interferências na experiência do usuário. Assim, a interação visual e sonora, de sentimentos, emoções, pensamentos e ações criam uma experiência que pode ressignificar a história e a interpretação do seu contexto. Ou seja, por um lado, a experiência do usuário sofre a influência de fatores e externos e, por outro, pode até fazer com que ele reinterprete esses fatores (FERREIRA, 2018). Assim, nessa relação, o domínio da tecnologia utilizada pelos diferentes tipos de usuários, a estética de apresentação, a cultura que o indivíduo carrega, os valores sociais, as atitudes pessoais, dentre outros aspectos, Gestão da experiência do usuário2 influenciam os acessos. Dependendo de como a interface é apresentada, ela pode ter significados diferentes para usuários de culturas diferentes, com diferentes associações simbólicas. Por outro lado, alguns fatores podem ocorrer de forma previsível, pois há semelhanças nas diferentes experiências humanas (LINDSTROM, 2012). As atitudes e valores estão relacionados à cultura do indivíduo e isso influencia nas suas interações. Conforme Ferreira (2018), o conceito de experiência envolve sensações momentâneas que são influenciadas por diversos fatores internos e externos ao indivíduo, as quais podem ser interpretadas a partir de seis tipos de inte- ligências da experiência do usuário: linguagem, orientação, visão, memória, emoção e tomada de decisão. Entender esses seis aspectos da inteligência pode ajudar os desenvol- vedores a encontrar as melhores soluções para projetar experiências para os usuários em suas propostas de interfaces. A construção de interfaces, aliada ao estudo e ao entendimento da experiência do usuário, proporciona elaboração de ambientes digitais que levam em conta o contexto, que en- volve os aspectos social, cultural e físico; o conteúdo e seus aspectos de funcionalidade, estética e usabilidade; e o usuário e suas características individuais que interferem no momento da interação, como sentimentos, emoções, expectativas e motivações, experienciados antes, durante e depois da interaçãocom a interface. Na Figura 1, observe um exemplo que caracteriza o ciclo da experiência do usuário. Figura 1. Ciclo da experiência do usuário. Fonte: Adaptada de Ferreira (2018). Gestão da experiência do usuário 3 Observe que no ciclo demonstrado na Figura 1 o usuário está colocado na posição central, uma vez que ele é a razão do estudo da experiência. Em torno do usuário estão os fatores que influenciam a sua interação com a interface. Lateralmente, são apresentados o contexto e o conteúdo com as características que também influenciam essa experiência. Mostra-se, portanto, a importância da centralidade do usuário e de sua experiência para o desenvolvimento de interfaces que sejam de navegação agradável em todos os aspectos da sua interação com os dispositivos. Afinal, um usuário insatisfeito abandona o aplicativo e, justamente, o que se busca com o estudo da experiência do usuário é corrigir eventuais problemas desde o planejamento da aplicação. Para a melhor compreender a experiência do usuário, é necessário envolvê-lo ao longo do processo de desenvolvimento de interfaces. Nesse contexto, a gestão de expectativas e a gestão de propriedade são con- ceitos importantes. A gestão de expectativas é o processo de certificar-se de que as expectativas dos usuários são realistas, a fim de que não haja surpresas para os usuários quando o produto for oferecido. Na gestão de propriedade, o objetivo é envolver o usuário de modo que ele se sinta contribuinte para o desenvolvimento do projeto e, consequentemente, mais propenso a apoiar o seu uso (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013). Gestão da experiência do usuário As organizações estão cada vez mais dependentes das TICs para executar suas atividades. Desde a encomenda e o transporte de insumos, passando pela condução das diversas funções de negócio, até a interação com os clientes e a entrega de seus produtos e serviços, a tecnologia da informação está presente. É fundamental, portanto, que as organizações se adaptem aos avanços e às inovações para acompanhar o ritmo das transformações tecnológicas, uma vez que ela é a ferramenta-chave que permite o acesso e o fluxo de informações dentro da organização e entre ela e outras empresas e seus clientes (BALTZAN; PHILLIPS, 2012). Nesse cenário, para melhorar o desempenho organizacional, a gestão da experiência do usuário se torna ainda mais importante na disponibilização de acesso à informação correta ao indivíduo ou ao grupo que dela neces- sita. Dessa forma, o planejamento de recursos empresariais (ERP, do inglês Gestão da experiência do usuário4 enterprise resource planning) se propõe a integrar todas as funções organi- zacionais em um único sistema, ou em um conjunto integrado de sistemas, para que as informações de negócios estejam disponíveis para as tomadas de decisões. À medida que essa integração entre os sistemas começa a focar no cliente enquanto usuário e no seu relacionamento com ela, as experiências do cliente com a empresa e com o que ela oferece passam a ser uma fonte de informações valiosas, pois seus clientes serão referências de contexto e conteúdo e não apenas geradores de receita (BALTZAN, 2016). Para tanto, a gestão de relacionamento com o cliente (CRM, do inglês customer relationship management) envolve a gestão de todos os aspectos do relacionamento do cliente com a organização, inclusive suas experiências na condição de usuários de seus sistemas, no intuito de aumentar a fidelidade e a retenção dos clientes, assim como sua lucratividade (BALTZAN, 2016). CRM, ou gestão do relacionamento com o cliente, pode ser compreen- dida como a implementação prática do marketing de relacionamento com apoio da tecnologia, cuja estratégia tem foco no aumento da lucratividade, do fluxo de negócios e da fidelização dos clientes. Já a SCRM (do inglês social costumer relationship management), ou gestão social do relacionamento com o cliente, tem foco no relacionamento com os clientes por intermédio das mídias sociais, de modo a permitir que os processos possam ser definidos pelo aprimoramento da interação com o cliente em qualquer horário e por meio de diversos canais de comunicação. Isso possibilita que usuário/cliente busque por informações sobre um produto ou serviço de seu interesse em suas redes sociais, além de possibilitar a busca por respostas rápidas de uma empresa. Ademais, as empresas podem utilizar de tais meios para analisar tendências futuras e oportunidades de negócios, bem como monitorar a reputação de seus produtos e serviços (BALTZAN; PHILLIPS, 2012). Por conseguinte, quando os clientes interagem com as empresas por meio de seus sistemas, elas têm a oportunidade de analisar esses pontos de interação a fim de promover suas qualidades objetivas e subjetivas de uso para ganhar fidelidade. A exemplo disso, o modelo CUBI (do inglês con- tent, user goals, business goals, interaction), cuja sigla significa conteúdo, objetivos do usuário, objetivos da empresa e interação, traz elementos que se entrelaçam no processo de interação do cliente ou do usuário com os sistemas da empresa. Na Figura 2, veja as etapas envolvidas no processo de interação e no ciclo de ações que determinam os pontos mais relevantes da experiência do usuário (STERN, 2016 apud FERREIRA, 2018). Gestão da experiência do usuário 5 Figura 2. Processo de interação. Fonte: Adaptada de Ferreira (2018). O processo de interação representado na Figura 2 demonstra que os usuários navegam pelo conteúdo e são intuídos pelos aspectos subjetivos de atração, reação, ação e transação. O fator interação é o que desencadeia as emoções, portanto, suas etapas podem ser descritas conforme a seguir. � Atração: resultante da intersecção entre os objetivos da empresa e o conteúdo a ser comunicado, que deve ser compreensível, com mensagens que envolvam o usuário. � Transação: a partir da intersecção da interação e dos objetivos do negócio, as ações do usuário podem resultar em transações comerciais. Isto é, atraído pelo contexto e pelo objetivos do negócio, o indivíduo passa a ser usuário e cliente, além de fornecer classificações em pro- dutos ou serviços, registrar-se e fidelizar-se. Gestão da experiência do usuário6 � Ação: a intersecção da interação com o objetivo do usuário pode dar o impulso que o motiva a completar uma ação para cumprir um obje- tivo ou executar uma tarefa que o sistema propôs a ele, por exemplo, responder a uma pesquisa de satisfação. � Reação: é a resposta do usuário aos estímulos contextuais em que ele está inserido e os seus objetivos diante das ações que o sistema propôs a ele, ou seja, voltando ao exemplo da pesquisa de satisfação, o contexto vai influenciar na sua reação, pois é fruto da intersecção do contexto com os objetivos do usuário. O modelo CUBI proporciona uma visão geral dos fatores envolvidos com a experiência do usuário. Conforme visto, os fatores conteúdo, objetivos de usuário, objetivos de negócio, o contexto e a forma de interação, possibilitam a identificação das ações e dos recursos que deverão estar envolvidos para atender aos requisitos de experiência de usuário. O desenvolvimento de conteúdo pode exigir uma estratégia de conteúdo, conhecimentos especializados e arquitetura de informação. Assim, por meio de ferramentas de gestão da experiência do usuário, é possível realizar pesquisas com o apoio de instrumentos como questionários, entrevistas, testes de usabilidade, entre outros que podem contribuir para a construção de interfaces. Ferramentas de gestão da experiência do usuário Para facilitar a gestão de experiência do usuário, existem alguns métodos que podem auxiliar na avaliação, medição e apontamento de diretrizes que contribuem para o desenvolvimento de interfaces, os quais podem indicar as características de qualidade objetiva e subjetiva que a interface deve ter. Para iniciar esse processo de análise da experiência do usuário e pos- sibilitar a sua gestão, é necessário realizaruma pesquisa que auxilie no entendimento de suas necessidades em relação ao conteúdo e ao contexto, aproximando ao máximo essas duas realidades. Métodos para o levantamento de dados e informações sobre o que pode interferir no desenvolvimento de uma interface e no seu uso estão resumidos no diagrama apresentado na Figura 3. Nele, são apresentados os métodos utilizados para analisar o comportamento e as atitudes dos usuários com características de pesquisas qualitativa e quantitativa (FERREIRA, 2018). Gestão da experiência do usuário 7 Figura 3. Métodos de pesquisa de usuário. Fonte: Rohrer (2014 apud FERREIRA, 2018, documento on-line). O diagrama da Figura 3 resume as pesquisas de características qualitativa e quantitativa, bem como de comportamento ou de atitude do usuário no momento da interação com a interface. A distribuição desses métodos foi feita nos eixos vertical e horizontal. No eixo vertical, são apresentadas as pesquisas relacionadas à atitude e ao comportamento, e, no eixo horizontal, estão as pesquisas qualitativas e quantitativas. Dessa forma, é possível perceber os seguintes quadrantes (FERREIRA, 2018): � uso natural do produto (diretamente com os usuários) — estudos etno- gráficos, diários, feedback de consumidores, análise de clicks, estudos de intenção, questionários; � testes de laboratório — testes de usabilidade, benchmarking de usa- bilidade, entre outros; � contextualização sem a utilização do produto — grupo focal, entrevistas, questionários, etc.; � combinação de métodos — design participativo, testes de conceito, estudos de desejo. Gestão da experiência do usuário8 Outro método para pesquisar a experiência do usuário e compará-la com a proposta que a empresa proporciona é o método Canvas, cujas características de formulação de perguntas podem auxiliar no direcionamento das ações necessárias para desenvolver os projetos da organização, inclusive a construção de interfaces para o usuário (FERREIRA, 2018). A partir das perguntas, um esboço do projeto pode ser construído. Um exemplo do uso desse método é apresentado na Figura 4. Figura 4. Método Canvas adaptado para experiência do usuário. Por fim, cita-se o método de CRM, cujo conceito foi abordado anteriormente. A seguir, veja um exemplo trazido por Baltzan (2016, p. 219) de utilização de CRM como estratégia de negócios, especialmente focada na experiência do usuário/cliente: Eddie Bauer envia 110 milhões de catálogos por ano, mantém dois sites, e tem mais de 600 lojas de varejo. A empresa recolhe informações por meio de transações de clientes e as analisa para determinar a melhor maneira de negociar com cada cliente. Eddie Bauer descobriu que os clientes que compravam em todos os seus três canais de distribuição (catálogos, websites e lojas) gastavam até cinco vezes mais do que aqueles que compram por meio de um canal apenas. Michael Boyd, diretor de CRM de Eddie Bauer, afirmou: “Nossa experiência nos diz que o CRM, de maneira alguma, forma uma aplicação de software. Fundamentalmente, é uma estratégia de negócio para tentar otimizar a rentabilidade, a receita e a satisfação do cliente em um nível individual. Tudo em uma organização, cada processo, cada aplicativo é uma ferramenta a ser usada para a meta de CRM. Gestão da experiência do usuário 9 Perceba que, como destaca o diretor de CRM da empresa, o CRM não é apenas um aplicativo ou uma tecnologia, mais do que isso, é uma estratégia que as empresas devem utilizar para conhecer melhor os seus clientes. Os meios tecnológicos, enquanto ambientes de interação entre clientes e potenciais clientes, proporcionam uma potencialização dessa estratégia por meio do conhecimento e da gestão da experiência do usuário. Portanto, utilizar um sistema de CRM pode ajudar a identificar os clientes e a criar cam- panhas de marketing específicas e adequadas a cada um deles, aumentando, assim, a receita e a fidelização, posto que a aplicação de um sistema de CRM proporciona a captação de importantes percepções sobre as preferências e os comportamentos de compra, aumentando as vendas, a lucratividade e a lealdade dos clientes (BALTZAN, 2016). Referências BALTZAN, P. Tecnologia orientada para gestão. Porto Alegre: AMGH, 2016. BALTZAN, P.; PHILLIPS, A. Sistemas de informação. Porto Alegre: AMGH, 2012. FERREIRA, A. M. J. F. C. Contribuições da experiência do usuário para a arquitetura da informação. 2018. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) — Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Filosofia e Ciências, São Paulo, 2018. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/157487. Acesso em: 31 ago. 2021. LINDSTROM, M. Brand sense: segredos sensoriais por trás das coisas que compramos. Porto Alegre: Bookman, 2012. ROGERS, Y.; SHARP, H.; PREECE, J. Design de interação: além da interação humano- -computador. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. STATI, C. R.; SARMENTO, C. F. Experiência do Usuário (UX). Curitiba: InterSaberes, 2021. Leituras recomendadas COMER, D. E. Redes de computadores e internet. Porto Alegre: Bookman, 2016. KLEINDORFER, P. R.; WIND, Y.; GUNTHER, R. E. O desafio das redes: estratégia, lucro e risco em um mundo interligado. Porto Alegre: Bookman, 2012. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Gestão da experiência do usuário10 INTERFACE HUMANO- COMPUTADOR Maurício de Oliveira Saraiva Usabilidade e experiência do usuário Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir usabilidade e seus aspectos. Discutir a engenharia da usabilidade de Nielsen e Mayhew. Explicar usabilidade e experiência do usuário. Introdução A usabilidade e a experiência do usuário são conceitos distintos, que se relacionam de maneira íntima. Se um artefato tem usabilidade, sabe-se que ele é considerado pelos usuários como um produto fácil e agradável de usar, que possibilita a realização das atividades sem um grande es- forço. Se um artefato proporciona uma boa experiência de usuário, isso quer dizer que, além da usabilidade, muitos outros aspectos bons são oferecidos, tanto que ele se torna capaz de oferecer sensações de prazer e satisfação aos usuários enquanto estes realizam suas tarefas, e faz com que sintam vontade de usar a interface novamente. Neste capítulo, você vai estudar a usabilidade e seus aspectos, a enge- nharia da usabilidade de Nielsen e Mayhew, e ainda a experiência do usuário. A usabilidade e seus aspectos A usabilidade tem grande importância para a interação humano-computador, tanto que existem normas técnicas que estabelecem defi nições para ela, que são as normas ISO 9126, 12119, 9241 e 14598 (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015). A norma ISO 9126 é uma norma que estabelece diretrizes para que um software seja considerado de qualidade. Essa foi a primeira norma a trazer uma definição para o termo usabilidade. Ela traz uma espécie de padrão, um modelo a ser seguido, que contém seis características para a qualidade do software: funcionalidade, confiabilidade, usabilidade, eficiência, manuteni- bilidade e portabilidade. O conceito de usabilidade, pela norma ISO 9126, envolve um grupo de aspectos de um software, que está relacionado ao empenho necessário para que ele seja utilizado, e para que possa ser obtido um julgamento individual dessa utilização pelos usuários. A usabilidade, nesse sentido, estaria relacionada ao artefato, mas também ao usuário. A ISO 9126 também estabelece maneiras de medir a usabilidade de um software, que são chamadas de métricas de usabilidade (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015): Inteligibilidade: é o aspectodo software que indica se os usuários conseguem, durante a utilização do sistema, entender os conceitos e termos utilizados. Apreensibilidade: é o aspecto que indica se os usuários entendem que é fácil aprender a utilizar o software. Operacionabilidade: é o aspecto do software que indica se é fácil para os usuários operar o artefato, e se eles conseguem controlar o que é feito por ele. A norma ISO 12119 é a norma que estabelece critérios para a avaliação de pacotes de software. Ela aprofunda e detalha ainda mais todos os conceitos trazidos pela norma ISO 9126, e especifica alguns elementos que precisam estar presentes em um software quando é entregue aos usuários (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015): O vocabulário utilizado na documentação do software e nas mensagens apresentadas aos usuários deve ser consistente e condizente com o domí- nio da aplicação e também com o que os usuários esperam do artefato. Quando apresentadas aos usuários, as mensagens de erro devem trazer todas as informações necessárias para que o usuário consiga encontrar uma solução adequada para o problema. Os designers do software devem definir e diferenciar, de maneira nítida e objetiva, todo e qualquer tipo de mensagem que se apresente para os usuários durante a utilização do software, como mensagens de erro, de advertência, de confirmação, e qualquer outra. O software deve apresentar maneiras de reverter todo tipo de ação que o usuário tenha realizado e que tenha gerado um efeito inesperado e drástico para a realização de suas atividades. Usabilidade e experiência do usuário2 As mensagens apresentadas aos usuários durante a utilização do sof- tware devem ser claras e objetivas com relação às consequências da realização de cada ação. Deve ser possível que o usuário identifique qual é a funcionalidade do software que está sendo realizada no momento, e ainda que ele consiga se localizar dentro do artefato como um todo. A norma 9241, por sua vez, é a norma regulamentadora internacional mais utilizada para a avaliação da usabilidade em sistemas interativos, que são os que envolvem usuários e computadores. A novidade trazida por essa norma é o ponto de vista utilizado para avaliar a usabilidade: o usuário passa a ser o ponto central da usabilidade, assim como o contexto de uso e os aspectos de ergonomia do artefato. Pela ISO 9241, a usabilidade é a capacidade que um artefato possui, de ser uti- lizado por usuários determinados, a fim de que eles possam atingir seus objetivos com eficácia, eficiência e satisfação, em um determinado contexto de utilização. Essa norma estabeleceu conceitos importantes para todos os envolvidos em uma solução de interação humano-computador (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015): Usuário — é o indivíduo que interage com o artefato. Contexto de utilização — envolve tudo o que se relaciona com a intera- ção humano-computador e o ambiente em que o artefato é utilizado, ou seja, os usuários, as atividades que eles devem realizar, os dispositivos de hardware, os softwares, o ambiente físico, o ambiente profissional, o ambiente social, entre outros. Eficácia — é o fato de os usuários atingirem objetivos específicos através da utilização do artefato, acessando diretamente a informação correta, e ainda gerando os resultados esperados para cada ação. Eficiência — é o fato de os usuários atingirem objetivos específicos através da utilização do artefato, utilizando a menor quantidade de recursos possível da interface. Satisfação — é a sensação que o usuário experimenta, durante a utilização do artefato, que traz conforto e faz com que o usuário aceite a interface. A norma ISO 14598, a quarta norma regulamentadora relacionada à usabili- dade, veio para definir um processo para avaliar a qualidade dos softwares. Ela traz, como orientação principal, que sua utilização deve ser feita em conjunto com a norma ISO 9126, já que ela define métricas para que um software seja considerado de qualidade. 3Usabilidade e experiência do usuário No processo de avaliação de qualidade de software definido pela norma 14598, a identificação dos requisitos e das necessidades dos usuários passa a ser um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento das soluções de interação humano-computador. A norma 14598 estabelece que os requisitos do usuário precisam, neces- sariamente, ser formalizados e documentados de alguma forma, e que eles podem ser categorizados, quantificados e classificados, de acordo com as métricas de qualidade de software estabelecidas pela norma 9126. A usabilidade, então, é um aspecto estudado pela engenharia de software, incluindo aspectos que, para o usuário, se traduzem nas telas apresentadas, e em toda a maneira utilizada pelo artefato para se comunicar e possibilitar a interação do usuário. Quando se começou a pensar no termo usabilidade, era utilizada a palavra “amigável” para descrever a eficiência de um produto. Se o produto fosse con- siderado como tal, significava que era um bom produto, sendo que o contrário significaria um mau produto. No entanto, vários estudiosos de engenharia de software passaram a se posicionar contra esse termo, pois, segundo eles, uma máquina não precisava ser “amigável”, ela necessitava preencher os quesitos esperados pelos humanos, ou seja, ela precisava apenas fornecer aquilo que se propunha, e nada mais (CYBIS; BETIOL; FAUST, 2015). Deve-se levar em consideração o fato de que, quando uma máquina é considerada “amigável”, isso diz respeito a um termo muito simplista. O que um usuário poderia considerar como sendo amigável, não necessariamente seria considerado por outro. É de suma importância poder ressaltar o fato de que, não necessariamente o artefato ser de fácil manuseio vai dar a ele um atributo de usabilidade, pois se ele não resolve o que o usuário precisa, de nada adiantaria ser fácil de utilizar. Evidentemente, também não seria útil se o artefato somente contivesse o que o usuário necessita, porém ser difícil de utilizar, proporcionando ao usuário uma experiência insatisfatória, e frustrante. Tudo isso funciona numa espécie de engrenagem. É preciso que todos os atributos estejam relacionados para que a experiência do usuário possa se tornar satisfatória. A usabilidade pode estar relacionada a qualquer tipo de interface, tendo uma dimensão diferente que varia de acordo com a necessidade do projeto. Isso exige ainda mais que um artefato seja de fácil manuseio, que atenda às necessidades específicas do usuário, e que proporcione uma experiência prazerosa no uso da interface. Usabilidade e experiência do usuário4 A engenharia da usabilidade de Nielsen e Mayhew Engenharia da usabilidade é o termo utilizado para defi nir a parte da ciência da computação que trata de como fazer projetos de software que sejam fáceis de utilizar, e tragam boas experiências aos usuários durante a sua utilização. Engenharia da usabilidade de Nielsen Diversos elementos da produção de um software estão envolvidos no conceito de qualidade, desde os mais básicos como a funcionalidade, a confi abilidade e a segurança de uso, até aqueles que podem ser chamados de elementos extras ou implícitos, como a fl exibilidade, a adaptabilidade e a facilidade de compreensão da utilização da interface (NIELSEN, 1994). Esse conjunto de elementos é que forma a interface, que é a grande responsável por proporcionar a interação entre o humano e o computador, e que deve ter como objetivo principal oferecer subsídios para que a comunicação entre os dois seja satisfatória e efi ciente. A usabilidade é o aspecto que leva em consideração os fatores humanos e ergonômicos mais abrangentes, e não apenas a simples interação ou comunica- ção entre o homem e o computador, uma vez que, para a usabilidade, aspectos como a faixa etária, o nível de conhecimento e até questões culturais podem influenciar na qualidade da interface e na maneira como o usuário enxerga isso. Conforme Nielsen
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