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15
Introdução
A perfuração de poços de petróleo no Brasil teve início em 1897, com o primeiro poço exploratório em Bofete, São Paulo. A cada dia novas áreas são pesquisadas, exigindo tecnologias 
mais avançadas. O processo de perfuração e completação de poços 
precisa acompanhar este desenvolvimento.
Em termos gerais, a indústria do petróleo divide-se em upstream e 
downstream para se referir aos segmentos da indústria do petróleo; e 
em onshore e offshore para se referir à localização em relação ao mar. 
O segmento upstream (atividades de exploração e produção) 
compreende o início da cadeia produtiva, ou seja, o fluxo de petróleo 
e gás nas rochas-reservatórios, passando pelo fluxo dentro do 
poço, nas linhas até as plataformas de produção, nos gasodutos e 
oleodutos ou navios tanque até os terminais marítimos ou estações de 
tratamento e de lá até as refinarias. Além disso, envolve as atividades 
de exploração sísmicas e geológicas.
Dentro desse segmento, a Engenharia de Poços participa desde o 
começo da criação de um campo, perfurando os poços exploratórios. 
Prossegue perfurando e completando os poços de desenvolvimento, 
inclusive em perfurações e completações adicionais. Atua, também, 
na manutenção dos poços e participa do encerramento de um campo 
nas operações de abandono definitivo de poços e do campo.
Nas plataformas de produção, os supervisores e técnicos de operação 
de produção recebem o poço construído pela Engenharia de Poços em 
um processo chamado de entrega do poço. Depois, voltam a recorrer 
à este setor da Engenharia, de tempos em tempos, para restaurar, 
melhorar a produção ou injeção dos poços ou para obter dados sobre 
os reservatórios de petróleo e gás. 
16
Alta Competência
Já o segmento downstream (atividades de refino do petróleo bruto, 
tratamento do gás natural, transporte e comercialização/distribuição 
de derivados) abrange desde as refinarias até o cliente ou consumidor 
final. Nos postos de abastecimento automotivo, os consumidores 
recebem óleo diesel, gasolina e gás automotivo fornecidos por 
diversas distribuidoras. A indústria petroquímica recebe nafta, gás 
e outros derivados; os domicílios recebem gás das concessionárias. 
Quanto à sua localização em relação ao mar, as atividades de 
perfuração podem ser em terra (onshore) e próximas da costa ou em 
alto mar (offshore). 
O trabalho offshore apresenta desafios tecnológicos e logísticos muito 
grandes, além dos impactos psicossociais de um modelo de vida 
diferente do da maioria das pessoas, decorrente do confinamento 
em alto mar.
Por isso, e por terem contato constante, remoto ou direto com 
poços de petróleo e gás, incluindo os poços de injeção (água, gás, 
descartes etc.), é preciso que os técnicos de operação de produção 
tenham um mínimo de conhecimento sobre poços de petróleo e 
sobre as unidades de intervenção.
C
ap
ít
u
lo
 1
Perfuração
Ao final desse capítulo, o treinando poderá:
• Identificar os sistemas de perfuração de petróleo e suas 
funções, bem como os equipamentos da sonda de perfuração;
• Descrever a estrutura da coluna de perfuração;
• Apontar medidas de prevenção ao blowout;
• Explicar os estágios das operações de perfuração e os testes 
realizados em cada etapa; 
• Identificar as finalidades dos diferentes tipos de poços.
18
Alta Competência
19
Capítulo 1. Perfuração
1. Perfuração
A evolução da perfuração se inicia no sistema de percussão, quando o principal esforço é a quebra da rocha, retirada do poço por elevação mecânica (caçambas), indo até o sistema 
de rotação e circulação, primeiro com a mesa rotativa (MR) e kelly e, 
posteriormente, com o top drive - com ou sem o motor de fundo. 
A circulação de fluido para remoção dos cascalhos permite 
perfurações mais profundas e controle da pressão das formações, 
além de evitar o desmoronamento das paredes dos poços.
1.1. Histórico da prospecção e produção do petróleo
Acompanhe o histórico do desenvolvimento da perfuração no 
mundo e no Brasil:
No mundo
347 aC
Poços perfurados na China 
até 240 m de profundidade 
utilizando brocas conectadas a 
hastes de bambu.
1264
Mineração de óleo superficial na 
Pérsia medieval testemunhada 
por Marco Polo em suas viagens 
por Baku (atual Azerbaijão).
1500
Óleo superficial coletado 
nas montanhas da Polônia 
e da Romênia utilizados em 
iluminações de ruas.
1594
Poços de petróleo são cavados à 
mão em Baku, Pérsia, até 35 m 
de profundidade.
1735
Areias oleosas são mineradas e 
o óleo extraído em campos da 
Alsácia, França.
1815
Petróleo é produzido nos Estados 
Unidos como um subproduto 
indesejável de poços de sal.
20
Alta Competência
1848
Primeiro poço moderno de 
petróleo é perfurado na Ásia, 
ao noroeste de Baku, por um 
engenheiro russo.
1858
Primeiro poço de petróleo é 
perfurado na América do Norte, 
em Ontário, Canadá.
1859
Primeiro poço de petróleo 
economicamente produtor, 
perfurado nos Estados Unidos com 
69 pés (21 m) de profundidade, 
em Titusville, Pensilvânia, pelo 
Coronel Edwin Drake. Uma 
sonda com sistema de percussão 
movido a vapor foi utilizada.
Fo
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an
 &
 Lag
ers, Fifty Years O
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9
9
.
 
Sonda de perfuração do Cel. 
Drake
1900
O americano Anthony Lucas en-
controu óleo a uma profundi-
dade de 354 m utilizando uma 
sonda rotativa, após ter desen-
volvido um sistema de circulação 
com fluido.
1915-1928
As sondas com sistema rotativo 
de perfuração começaram, 
gradativamente, a substituir as 
sondas com sistema percussivo 
de perfuração, tornando estas 
últimas obsoletas.
21
Capítulo 1. Perfuração
Campo de produção de Fier – Albânia
Fonte: (Veldm
an &
 Lagers, Fifty Years O
ffshore 1999)
No Brasil
1858 
O marquês de Olinda assina o 
decreto n.º 2.266, concedendo 
a José Barros Pimentel o direito 
de extrair mineral betuminoso 
para fabricação de querosene 
em terrenos situados às margens 
do rio Marau, na então província 
da Bahia.
1859 
Durante a construção da Estrada 
de Ferro Leste Brasileiro, o 
inglês Samuel Allport observa 
gotejamento de óleo em Lobato, 
subúrbio de Salvador.
1891
Primeiras pesquisas nos 
sedimentos argilosos 
betuminosos no litoral de 
Alagoas.
1897
Primeiro poço exploratório em 
Bofete–SP por Eugênio Ferreira 
Camargo a uma profundidade 
de 488 m, produzindo 500 litros 
de óleo.
22
Alta Competência
1919
Serviço Geológico e Mineralógico 
do Brasil perfura 63 poços 
nos estados do Pará, Alagoas, 
Bahia, São Paulo, Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul 
sem, no entanto, obter sucesso 
nas prospecções.
1938
Início do primeiro poço 
descobridor de petróleo no Brasil 
pelo Departamento Nacional de 
Produção Mineral (DNPM), em 
Lobato, a uma profundidade de 
210 m. A produção se mostrou 
antieconômica, porém foi um 
marco fundamental na exploração 
de petróleo no Brasil.
1941
Primeira descoberta comercial de 
óleo no município de Candeias, 
BA.
1953
Criação da Petrobras, com a 
instituição do monopólio estatal 
de petróleo pelo governo Vargas. 
A partir desta data, a história do 
petróleo no Brasil se confunde 
com a história da Petrobras.
Décadas de 50 e 60
Descoberta dos campos de 
petróleo de Tabuleiro dos 
Martins, em Alagoas; Taquipe, na 
Bahia; Carmópolis, em Sergipe; 
e Miranga, na Bahia. Primeira 
descoberta, no mar de Sergipe, 
do campo de Guaricema.
Décadas de 70 e 80
Descoberta dos primeiros campos 
na Bacia de Campos (primeiro o 
de Garoupa); campo de Ubarana, 
no litoral do RN; campos 
terrestres, em Mossoró; campo 
de Urucu, na selva amazônica; e 
campos marítimos de Marlim e 
Albacora, em águas profundas, 
que praticamente dobraram 
as reservas provadas de todo o 
Brasil.
23
Capítulo 1. Perfuração
Década de 90
Outros campos gigantes de 
Roncador e Barracuda.
Final dos anos 90 e início do 
século XXI
Grande impulso governamental 
e comercial com investimentos 
na exploração de novas áreas, 
campos do pré-sal e instalação de 
novos complexos de produção. 
Ampliação do parque de refino 
para atender à demandafutura 
de derivados.
1.2. Prospecção e sistemas de perfuração
A primeira etapa da prospecção de petróleo é a pesquisa que, 
através da sísmica e estudos geológicos, aponta as regiões de alta 
probabilidade de ocorrência de hidrocarbonetos. 
O petróleo é formado pela associação da decomposição incompleta 
dos restos mortos dos organismos depositados nos fundos dos 
mares ou lagos e a deposição simultânea de componentes de rochas 
argilosas. A esse conjunto denominamos de rocha geradora ou rocha 
matriz (rocha capaz de ter permitido a geração do petróleo). Para a 
gênese do petróleo é necessário, além da matéria orgânica, o efeito 
de elevada pressão e temperatura.
Devido à fluidez e menor densidade do petróleo em relação à 
água existente nos poros rochosos, ele se desloca em movimento 
ascendente, até encontrar um local onde o estacionamento do 
óleo se processa. O petróleo retido se armazena em rochas porosas, 
denominadas rochas-reservatórios, geralmente rochas sedimentares.
24
Alta Competência
Rocha
geradoraReservatório
Gás
Óleo
Água
Capeadora
ÓleoÀgua
Grãos da rocha
Exemplo de estrutura geradora e armazenadora de petróleo
A perfuração de poços é a segunda etapa necessária para uma possível 
extração de petróleo. Nessa fase, a existência real do petróleo na 
região prospectada se comprovará, pois nem toda área sedimentar 
pesquisada contém petróleo ou gás natural. Após a confirmação da 
existência de hidrocarbonetos com a perfuração, tem início a terceira 
etapa do processo, que consiste no desenvolvimento do campo, 
ou seja, no conjunto de operações destinado a perfurar e equipar 
poços de desenvolvimento do campo para produzir óleo ou gás. 
A etapa de equipar o poço e deixá-lo pronto para a produção chama-
se completação e precisa ser feita de forma segura e econômica, de 
preferência para durar toda a vida produtiva do poço. 
Atualmente, mais da metade das bacias sedimentares do mundo que 
oferecem probabilidade de encontrar petróleo ou gás natural estão 
localizadas offshore, ou seja, em ambiente marinho. 
25
Capítulo 1. Perfuração
 No Brasil, as bacias offshore são responsáveis por mais de 
70% de todo o óleo e gás natural produzido no país.
VOCÊ SABIA??
Para que essas perfurações ocorram, várias medidas são tomadas, 
dentre as quais, podemos citar, por exemplo: 
Seleção e pesquisa do local;• 
Estudos para minimizar o impacto ambiental.• 
Em alto mar, há a necessidade da determinação da jurisdição legal. 
Em terra, são feitos contratos de arrendamento e de servidão de 
vias de acesso, além da liberação ambiental. Após a obtenção das 
autorizações legais de utilização da locação e assinados os contratos, 
começam os trabalhos de perfuração. 
A perfuração em terra (onshore) tem início com o preparo da locação e 
acessos e com a verificação de fontes naturais de água ou perfuração 
de um poço de captação. No mar, a perfuração começa com a 
determinação geográfica do poço e o lançamento de sinalizadores 
sonoros (beacons) para posicionamento da sonda de perfuração. 
Em terra, antes da montagem da sonda, é preparado um dique ou 
montado um sistema de tanque para receber o fluido de perfuração 
e descarte dos sólidos produzidos durante a perfuração do poço 
de petróleo. Como esse descarte pode estar contaminado por óleo 
ou outros poluentes do fluido de perfuração, é necessário tratá-lo, 
reduzindo a toxicidade e o teor de óleo e graxa, para então descartá-
lo apropriadamente em locais autorizados pelos órgãos ambientais. 
Devido ao elevado custo das sondas de perfuração, o tubo condutor 
(primeiro revestimento do poço) é cravado com a utilização de bate-
estaca e a primeira fase pode ser perfurada com uma sonda menor e 
mais barata.
26
Alta Competência
Dependendo do local da perfuração e do seu acesso, o transporte 
dos equipamentos pode ser feito por caminhão, helicóptero, barco 
ou barcaça. Também nos lugares nos quais não há fundações para 
suportar uma sonda, tais como pântanos ou lagos, as sondas são 
construídas sobre barcos ou barcaças para trabalhar sobre águas 
interiores. No mar, as sondas são construídas em navios (navio sonda - 
NS), em plataformas flutuantes (sondas semi-submersíveis - SS) ou em 
plataformas auto-eleváveis (PA), que possuem estruturas (pernas), 
que apoiadas no fundo do mar, elevam a plataforma acima da água, 
formando uma ilha metálica artificial.
Podemos comparar a perfuração de um poço à abertura de uma 
estrada por onde se escoará o hidrocarboneto do reservatório para 
a superfície. 
A seqüência natural das operações para a identificação das 
possibilidades, descobrimento e produção do petróleo é a seguinte:
Exploração•	 : estudos sísmicos são feitos a fim de levantar 
dados para a escolha de locais mais propícios para a pesquisa da 
existência de hidrocarbonetos;
Perfuração•	 : escolhidas as locações, a perfuração tem o objetivo 
de alcançar os intervalos ou zonas produtoras no subsolo;
Avaliação•	 : são corridos perfis elétricos, que identificam as 
formações e os fluidos contidos. Após o revestimento e a 
completação do poço são feitos testes de produção e análise do 
potencial da jazida.
Essas operações fornecem subsídios para o desenvolvimento da 
produção, ou seja, estudos de reservatório que definem a locação 
mais apropriada dos poços para desenvolvimento do campo, sistemas 
e processos de elevação e escoamento do hidrocarboneto.
Por fim, há a completação do poço, isto é, as operações de acabamento do 
poço, de modo a equipá-lo e prepará-lo para produzir hidrocarboneto.
27
Capítulo 1. Perfuração
Os sistemas de perfuração são classificados quanto à maneira de 
quebrar o solo, a rocha, ou a formação, do seguinte modo: 
a) Por percussão: neste sistema, o solo e as rochas são quebrados 
por percussão de um trado e os cascalhos podem ser retirados por 
caçambeamento. Existem sistemas de percussão por martelete 
mecânico, hidráulico ou pneumático.
b) Por rotação: neste sistema, a rocha é perfurada através da 
aplicação de peso e rotação em uma broca que esmigalha a 
rocha. Em seguida, um sistema de circulação retira esse cascalho 
para a superfície. A rotação pode ser aplicada à broca através 
da rotação de toda a coluna de perfuração ou por motores de 
fundo posicionados logo acima da broca.
No método percussivo, os cascalhos podem ser retirados do poço por 
caçamba ou por elevação hidraúlica, enquanto no método rotativo a 
retirada dos cascalhos se faz por circulação de um fluido de perfuração 
com capacidade de carrear esses cascalhos.
1.3. Equipamentos da sonda de perfuração
A sonda de perfuração é, na verdade, um conjunto de equipamentos 
e acessórios utilizados para viabilizar a perfuração do poço. Observe 
cada um dos sistemas.
28
Alta Competência
Mesa
rotativaSistema de segurança 
contra erupção (BOP)
Fluído de perfuração 
e sedimentos
Bomba para circulação 
de fluídos
Torre
Comandos
Tubos sobressalentes
Coluna de perfuração
Revestimento
Gerador de
eletricidade
Broca
Equipamentos para perfuração de poço
1.3.1. Sistema de geração e transmissão de energia
A energia para funcionamento da sonda é gerada por grandes 
moto-geradores diesel. O acionamento dos equipamentos é feito 
por motores elétricos de corrente alternada ou de corrente 
contínua, a depender da potência e da funcionalidade de cada. 
Há também sondas mecânicas mais antigas, que funcionam com 
motores diesel, nas quais os geradores elétricos fornecem energia 
elétrica para iluminação e pequenos motores.
a) Fontes de energia 
A energia necessária para acionamento dos equipamentos de uma 
sonda de perfuração é normalmente fornecida por motores diesel e 
turbinas a gás. 
Nas plataformas marítimas em que há produção de gás, é comum e 
econômico utilizar-se turbinas a gás para geração de energia para 
toda a plataforma.
29
Capítulo 1. Perfuração
Uma característica importante dos equipamentos de uma sonda 
que afeta o processo de transmissão da energia é a necessidade de 
operarem com velocidade e torque variáveis.Dependendo do processo de transmissão de energia para os 
equipamentos, as sondas de perfuração são classificadas em sondas 
mecânicas ou diesel-elétricas. 
Sondas mecânicas•	
Nas sondas mecânicas, a energia gerada nos motores diesel é levada 
a uma transmissão principal (compound) através de acoplamentos 
hidráulicos (conversores de torque) e embreagens (mecânicas ou 
pneumáticas). 
O compound é constituído de diversos eixos, rodas dentadas e correntes 
que distribuem a energia a todos os sistemas da sonda.
As embreagens permitem que os motores sejam acoplados ou 
desacoplados do compound, propiciando maior eficiência na utilização 
dos motores diesel.
Sondas •	 diesel-elétricas
As sondas diesel-elétricas geralmente são do tipo AC/DC, em que a 
geração é feita em correntes alternadas e a utilização é em corrente 
contínua. Motores diesel ou turbinas a gás acionam geradores de 
corrente alternada (AC) que alimentam um barramento trifásico de 
600 volts. Esse barramento, alternativamente, também pode receber 
energia da rede pública.
Pontes de retificadores controlados de silício (SCR) recebem a energia 
do barramento e a transformam em corrente contínua, que alimenta 
os equipamentos da sonda. Por utilizar motores de corrente contínua 
(AC), a velocidade e potência dos equipamentos é mantida sob 
controle pela freqüência aplicada aos motores.
30
Alta Competência
Os equipamentos auxiliares da sonda da plataforma, iluminação 
e hotelaria que utilizam corrente alternada recebem a energia do 
barramento após passarem por um transformador para a potência 
de cada equipamento.
1.3.2. Sistema de elevação de cargas
O sistema usado para descer e retirar as tubulações do poço é 
composto por:
Torre;• 
Guincho (guincho principal) com um grande • tambor de cabo 
de aço; 
Sistema de freio elétrico-mecânico;• 
Sistema de • moitão e talha; 
Carretel para armazenamento do cabo de perfuração.• 
Em uma sonda de petróleo, o sistema de elevação e sustentação de 
cargas é constituído de:
Base ou fundação (terraplenagem do terreno ou base de • 
concreto, ou aço, na qual é montada a sonda);
Subestrutura;• 
Torre ou mastro;• 
Guincho e cabo de perfuração;• 
Moitão• de elevação (bloco de coroamento e catarina).
31
Capítulo 1. Perfuração
A estrutura que surge em primeiro plano - a torre ou mastro - é uma 
estrutura metálica em treliças que tem, entre outras funções, a de 
sustentar o conjunto de tubos de perfuração denominado coluna de 
perfuração ou drill pipes. Esses são enroscados, um a um, com o uso de 
chaves hidráulicas ou de chaves flutuantes.
Na torre há um moitão formado por um conjunto de polias fixas 
(bloco de coroamento) e um conjunto de polias móveis (catarina ou 
bloco viajante), com um gancho (hook) em sua extremidade. 
Na subestrutura estão a base da torre, a área de trabalho (drill floor) e 
um guincho pelo qual passa um cabo de aço interligando-o ao moitão 
(bloco de coroamento/catarina). Esse guincho, movido a motores 
diesel ou elétricos, é comandado pelo sondador e se destina a elevar 
ou descer a coluna de perfuração.
No centro do drill floor está a mesa rotativa (MR), que possui um 
orifício central por onde passa a coluna de perfuração. A mesa 
rotativa e a coluna de perfuração tornam-se solidárias pelo encaixe 
da bucha da mesa. Assim, motores potentes acionam a mesa 
rotativa em velocidades reguláveis, transmitindo o movimento 
de rotação para a coluna de perfuração. Para sustentar a coluna 
na mesa durante as manobras de descida ou retirada da coluna 
no poço são usadas cunhas, de acordo com o tipo e diâmetro dos 
tubos em movimento no poço. Existem cunhas para drill pipes, para 
comandos e para revestimento.
32
Alta Competência
Fonte: Petrobras
Bloco de coroamento
Catarina
Gancho
Cabeça de
injeção
Guincho
Mesa rotativa
Bombas 
de lama
Alguns dos principais componentes de uma sonda
1.3.3. Sistemas de rotação da coluna de perfuração
Esses sistemas podem ser definidos como um conjunto de 
equipamentos compostos por:
Mesa rotativa•	 : transmite rotação à coluna de perfuração, 
permitindo que o kelly deslize livremente no seu interior. Em 
algumas situações, a mesa deve suportar o peso da coluna de 
perfuração. A mesa rotativa aliada à haste quadrada é mais 
convencional e representou uma evolução importante no 
sistema de perfuração, que passou de percussão a rotativo. 
Kelly•	 : transmite à coluna de perfuração a rotação proveniente 
da mesa rotativa. A seção transversal do kelly pode ser quadrada 
(comum em sondas de terra, mas obsoleta) e hexagonal (comum 
em sondas marítimas). Nas sondas mais modernas o conjunto 
mesa rotativa - kelly é substituído pelo top drive.
Swivel•	 ou cabeça de injeção: separa os elementos rotativos dos 
estacionários nas sondas de perfuração. Para tanto, a sua parte 
superior não gira e a sua parte inferior deve permitir a rotação. 
33
Capítulo 1. Perfuração
O fluido de perfuração é injetado dentro da coluna por esse 
equipamento.
Top-drive•	 : motor hidráulico de alta potência, que gira a coluna 
de perfuração. São imprescindíveis em poços horizontais. 
Permitem a retirada da coluna com circulação e rotação, 
perfurando por seção de três tubos de perfuração (drill pipes), 
conseqüentemente, com menor número de conexões, o que 
torna mais seguras e rápidas as operações.
Motor de fundo•	 : permite transmitir elevada rotação à broca, 
com baixa rotação da coluna. Como conseqüência, há menor 
desgaste e esforço nos tubos, o que viabiliza a perfuração de 
poços direcionais e horizontais e de poços mais profundos.
Esses dois últimos equipamentos, top-drive e motor de fundo, são 
sistemas alternativos de rotação da broca:
Top-drive•	 : quando um motor é conectado no topo da coluna, 
o uso da mesa rotativa e do kelly é dispensado. A vantagem é 
que permite perfurar o poço de 3 em 3 tubos, além de permitir 
que a retirada ou a descida da coluna seja feita tanto com a 
rotação como com a circulação de fluido de perfuração pelo 
seu interior.
Fonte: Petrobras
Top-drive
34
Alta Competência
Motor de fundo• : colocado acima da broca, é um motor 
hidráulico do tipo turbina. O giro é provocado pelo movimento 
do fluido de perfuração e ocorre na parte inferior, conectada à 
broca. É bastante usado na perfuração direcional, pois a coluna 
de perfuração não gira, logo não provoca desgastes nas paredes 
do poço.
1.3.4. Sistema de circulação de fluidos
Este sistema bombeia o fluido de perfuração sob pressão, por meio 
de bombas de alta potência, bombas de lama, manifold de injeção, 
tubulação de perfuração e colares de perfuração e broca. O fluido de 
perfuração pode ser uma mistura de água, argila, material adensante 
e produtos químicos estabilizantes e conservantes. As principais 
finalidades do fluido são manter a estabilidade do poço e as pressões 
da formação, além de levar os cortes de rochas e cascalhos da broca 
para a superfície. O sistema de circulação do fluido será melhor 
tratado junto ao fluido de perfuração. 
1.3.5. Sistema de posicionamento
O posicionamento da sonda de perfuração flutuante pode ser por 
ancoragem ou através do posicionamento dinâmico.
No sistema de ancoragem, um conjunto de 8 a 12 âncoras suporta 
a sonda, mantendo-a na posição. As âncoras são lançadas e pré-
tensionadas na locação, para posterior amarração na sonda. 
O conjunto é estável até com duas âncoras “escorregadas”.
O posicionamento dinâmico é mantido por possantes motores, que 
comandados por um sistema computacional, movimentam a sonda 
em sentido contrário às correntes marítimas e aos ventos. A região 
de estabilidade da sonda é mantida por triangulação de satélite 
ou por sistema acústico, com beacons (emissores de sinais acústicos) 
posicionados no fundo do mar, próximos ao poço.
35
Capítulo 1. Perfuração
Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras
Haste
Corda
Cepo
Cunha
Cilindro de
ancoragem
“Fair lead”
Berço de 
âncora
Bóia
Destorcedor
Cabo indicador
“pendant-line”
Mantilhas
Destorcedor
âncora
Cabo oucorrente
BOP
Elos
“kenter”
Riser
Elementos de ancoragem de uma semi-submersível
36
Alta Competência
posição desejada
hidrofone emissor 
de sinal
distância 
linear entre o 
hidrofone 
receptor e o 
transmissor 
acústico de 
fundo
pulso sonoro 
de verificação
transmissor 
de repetição
centro geométrico 
entre transmissores 
de fundo
projeção da posição 
da embarcação no 
plano de verificação
hidrofone receptor / 
projetor ou emissor sonoro
transmissor acústico 
de referência
caminho acústico 
afastamento 
da vertical na 
direção X 
θVX – ângulo entre a vertical desejada e o 
afastamento da embarcação. O afastamento 
horizontal na direção X é proporcional ao 
seno de θVX 
Nota: o cálculo para o eixo Y 
é semelhante.
Nota: R = distância 
linear entre o 
hidrofone receptor e 
o transmissor de 
repetição. 
Sistema de posicionamento dinâmico com um transmissor acústico
posição desejada
hidrofone emissor 
de sinal
distância 
linear entre o 
hidrofone 
receptor e o 
transmissor 
acústico de 
fundo
pulso sonoro 
de verificação
transmissor 
de repetição
centro geométrico 
entre transmissores 
de fundo
projeção da posição 
da embarcação no 
plano de verificação
hidrofone receptor / 
projetor ou emissor sonoro
transmissor acústico 
de referência
caminho acústico 
afastamento 
da vertical na 
direção X 
θVX – ângulo entre a vertical desejada e o 
afastamento da embarcação. O afastamento 
horizontal na direção X é proporcional ao 
seno de θVX 
Nota: o cálculo para o eixo Y 
é semelhante.
Nota: R = distância 
linear entre o 
hidrofone receptor e 
o transmissor de 
repetição. 
Sistema de posicionamento dinâmico hidroacústico com um ou quatro beacons
37
Capítulo 1. Perfuração
GPS
GPS
GPS Satélite estacionário
Barco de serviço
Mensagem RTCM
(mensagem transmitida
em tempo real)
Estação
receptora/transmissora
para satélite
Base de
monitoramento terrestre
Sistema de posicionamento Geo-espacial
Estação
de repetição
Sistema de posicionamento por GPS
1.3.6. Sistema de segurança de poço
Durante a intervenção em poços são necessárias duas barreiras de 
segurança para garantir que o poço não entre em fluxo. 
A primeira barreira é o fluido de perfuração ou de completação e a 
segunda é o sistema de segurança de cabeça de poço, composto pelo 
preventor de erupções (Blowout Preventor – BOP) e seus acessórios.
Unidade de
controle 
remoto
Unidade acumuladora
e acionadora
Sistema de estrangulamento
Desgaseificador
BOP
Sistema de BOP
38
Alta Competência
Fo
n
te: Petro
b
ras
Fo
n
te: Petro
b
ras
Fo
n
te: Petro
b
ras
BOP usado em poço com cabeça de poço não submersa – BOP 
anular e bloco de duas gavetas
1.3.7. Sistemas de monitoramento e controle
O sondador, além de supervisionar a equipe da sonda, controla as 
operações e equipamentos através de um painel (painel do sondador) 
que visualiza os diversos parâmetros operacionais, tais como: peso da 
coluna de perfuração sobre a broca, rotação e torque aplicado na 
coluna, velocidade da bomba de lama e vazão de fluido, nível de 
fluidos nos tanques de fluido e reserva e outros parâmetros, conforme 
podemos observar na ilustração a seguir:
39
Capítulo 1. Perfuração
Volume no trip
tanque
Retorno
de lama Totalizador
de CPM
Variação
do volume
de lama
Volume
total de lama
Peso sobre
a broca
Torque
elétrico
Torque
elétrico
Pressão de
bombeio
CPM
RPM 
da M.R.
Torque elétrico
Torque na
chave flutuante
CPM
da bomba de lama
Fo
n
te: Petro
b
ras
ATENÇÃO
Nos filmes já vimos o petróleo jorrando – o chamado 
blowout ou erupção – e talvez até mesmo um incêndio, 
quando a perfuração atinge o reservatório produtor. 
É bom ressaltar que essas condições são perigosas e 
indesejáveis. Para evitá-las durante a perfuração há 
a pressão do fluido de perfuração sobre a formação 
produtora e um sistema de segurança contra erupção 
(Blowout Preventor - BOP). 
Para evitar o blowout e incêndios, o fluxo do petróleo 
somente é iniciado após equipá-lo com tubos de 
produção e válvulas de controle e direcionamento de 
fluxo para uma plataforma ou estação coletora.

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