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2 - INTRODUÇÃO A EST

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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
DE SEGURANÇA DO TRABALHO
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A
03
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1.
1
2
Arthur Ribeiro Torrecilhas
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA 
DO TRABALHO
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________ 
Torrecilhas, Arthur Ribeiro
T689i Introdução à engenharia de segurança do trabalho/ Arthur 
 Ribeiro Torrecilhas, – Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A. 2020.
 22 p.
 ISBN 978-65-87806-02-0
1. Segurança no trabalho. 2. Trabalho seguro I. 
Torrecilhas, Arthur Ribeiro. II.Título. 
 
CDD 620.86
____________________________________________________________________________________________
Jorge Eduardo de Almeida CRB: 8/8753
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Conceitos introdutórios da segurança do trabalho __________________ 05
Competência do Engenheiro de segurança do trabalho ____________ 20
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO
5
Conceitos introdutórios da 
segurança do trabalho
Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Leitura crítica: Joubert R. S. Júnior
Objetivos 
 
Com o objetivo de expor os principais conceitos sobre a 
higiene ocupacional, capacitando o aluno a desenvolver 
suas atividades como um engenheiro de segurança do 
trabalho, este material tem como objetivos:
• Apresentar os conceitos básicos sobre a saúde e 
segurança do trabalho.
• Expor os fatores históricos que contribuíram para 
o desenvolvimento da qualidade de vida e da 
segurança no ambiente de trabalho.
• Aprimorar o conhecimento do aluno sobre os temas 
relacionados à higiene ocupacional.
• Conscientizar a importância da segurança no 
ambiente laboral para empresas e trabalhadores.
6
1. Introdução a higiene do trabalho
Atualmente, quando observamos um ambiente de trabalho 
conseguimos identificar e compreender uma pequena parcela de riscos 
que colocam a saúde, a segurança e a qualidade de vida das equipes de 
trabalhadores em risco. Muitos destes riscos, por sua vez, apenas temos 
conhecimento pois há muitos anos afetaram milhares de trabalhadores, 
que não tinham o conhecimento necessário para determinar se um 
ambiente é seguro ou não.
Entretanto, ainda hoje, existem riscos que muitas equipes de 
trabalho desconhecem, como: riscos biológicos, químicos, vibrações e 
exposição a outros agentes que proporcionam malefícios à saúde dos 
colaboradores. Nesse sentido, por mais que saibamos que um ambiente 
com excesso de poeiras e minerais como a sílica, por exemplo, pode 
provocar problemas na saúde das equipes de trabalho expostas a ele, 
há fatores que determinam outros riscos que não são do conhecimento 
comum de leigos, e valores quantitativos que determinam se o ambiente 
é desfavorável ou não à qualidade de vida do trabalhador.
Mas para que você possa adentrar neste assunto, primeiramente 
precisamos entender o conceito histórico da segurança do trabalho, 
entender como eram as condições de antigamente, as ferramentas e as 
metodologias de trabalho, os fatores sociais e econômicos, entre outros 
conceitos que abordaremos a seguir.
1.1 As condições de trabalho da antiguidade e os relatos 
dos primeiros cuidados com a saúde do trabalhador
No ambiente de trabalho coexiste com os colaboradores uma série de 
riscos que os colocam em situações de degradação da qualidade de vida 
e da saúde ocupacional. Nessas condições, a higiene ocupacional busca 
7
melhorar este cenário, seja por meio da eliminação ou da mitigação dos 
riscos.
Se retomarmos as metodologias de trabalho da antiguidade, poderemos 
notar a ausência de muitos dos utensílios de trabalho que utilizamos 
atualmente, consequentemente, o homem estava menos exposto aos 
riscos inerentes em suas atividades.
Vamos entender melhor essa afirmação? Atualmente há uma série 
de atividades laborais que mantém nossa sociedade em pleno 
funcionamento, entretanto, na antiguidade, nos primórdios da 
humanidade, o trabalho do homem era proteger sua moradia, família, 
além de caçar o alimento para sustento de seu bando. Essas atividades 
“laborais” da época contavam com uma série de ferramentas e 
metodologias de trabalho, como: as lanças para caça, facas feitas de 
pedras para corte e remoção do couro das caças. Na Figura 1 podemos 
observar essas ferramentas.
Figura 1 – Ferramenta pré-histórica de caça e trabalho
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stone_and_bone_tools,_pottery,_Copper_
Age,_Museum_of_Kladno,_176032.jpg. Acesso em: 8 maio 2020.
8
Como podemos observar, a Figura 1 mostra fragmentos de pedras 
lascadas, moldadas para que tivessem capacidade de perfurar e cortar 
certos alimentos. Se imaginarmos os possíveis acidentes que poderiam 
ocorrer com o uso dessas ferramentas, podemos citar cortes com 
o processo de fabricação das ferramentas e possíveis acidentes ao 
manuseá-las.
Ao longo dos séculos, com a evolução humana foram surgindo novas 
ferramentas de trabalho. Então, com advento da agricultura, o ser 
humano passa a utilizar a força animal em seu trabalho, desenvolvendo 
novas ferramentas de trabalho e, consequentemente, novos riscos 
ocupacionais, conforme demonstrado na Figura 2.
Figura 2 – Ferramenta pré-histórica de caça e trabalho
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Workers_building_a_palace_find_a_marble_
ox_head.png. Acesso em: 8 maio 2020.
Como podemos observar na Figura 2, o homem passou a desenvolver 
seu trabalho e sustento de uma simples ferramenta moldada em rocha 
para foices, pás, inchadas e, até mesmo, sistemas tracionados por 
animais. Observando esse cenário fica nítido o acréscimo de situações 
9
que podem provocar um acidente de trabalho por causa dos riscos 
ambientais.
Até então, as condições de trabalho eram voltadas para eficiência das 
ferramentas e na produção de alimentos, ou seja, não era dada a devida 
atenção à qualidade de vida dos trabalhadores. Caso um trabalhador 
se acidentasse, era necessário que outro atuasse em seu lugar, caso o 
acidentado ficasse incapacitado de retornar para suas atividades, ele 
tornava-se dependente de familiares ou da sociedade.
As doenças e acidentes do trabalho são antigos. Ao longo do 
desenvolvimento da humanidade, distintas condições de trabalho têm 
provocado morte, doenças e incapacidade aos trabalhadores, enquanto 
que as medidas para sanar as condições de risco não eram devidamente 
tomadas, tendo sua devida importância, relativamente, apenas nos 
tempos atuais. Nesse sentido, devido à falta de preocupação com as 
equipes de trabalho na época, não eram documentados ou relatados 
os acidentes de trabalho, portanto, há uma insuficiência de dados paraformação de uma ciência trabalhista (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Mattos e Másculo (2019) relatam que, no Egito, por volta de 2360 a.C., foi 
encontrado um documento nomeado de Papiro Seler II, que relaciona o 
ambiente de trabalho e os riscos inerentes a ele, e o Papiro Anastasi V, 
de 1800 a.C., que descreve os problemas relacionados à insalubridade, 
periculosidade e penosidade das profissões dos trabalhadores.
Nem mesmo as sociedades gregas e romanas valorizavam os estudos 
das condições de trabalho, sendo que os únicos documentos que 
relatam algo relacionado aos cuidados da saúde dos trabalhadores e 
seu ambiente laboral é o documento escrito por Hipócrates (na Grécia, 
em 460-375 a.C.), em sua obra intitulada de Ares, Águas e Lugares, que 
descreve a intoxicação saturnina (intoxicação por chumbo) em um 
mineiro (SCARPIM et al., 2010 apud SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
10
Plínio (77 d.C.), por meio de sua obra História Naturallis, relata a 
exposição de um grupo de trabalhadores ao chumbo, mercúrio e 
poeiras, apresentando os efeitos prejudiciais para a respiração dos 
mineiros. Plínio, ainda, sugere o que seria o primeiro relato de uso 
de um EPI (Equipamento de Proteção Individual), o uso de bexiga de 
carneiro como máscaras para filtrar e evitar a inalação de poeiras e 
fumos (SCARPIM et al., 2010 apud SILVA; PASCHOARELLI, 2010; MATTOS; 
MÁSCULO, 2019).
Com o surgimento de muitos enfermos, por causa das condições 
de risco inerente aos seus trabalhos, algumas sociedades se viram 
obrigadas a desenvolver medidas que cuidassem deles, até mesmo, 
para evitar situações de desordem social. Assim, surgiram as primeiras 
cooperativas de trabalho, com o intuito de proteger seus integrantes 
de determinados riscos e condições de trabalho. Na Grécia, elas eram 
denominadas de erans, na Roma chamavam-se Collegia. Posteriormente, 
irmandades cristãs, por meio das ordens hospitalares, passam a 
colaborar com essas cooperativas (BARSANO; BARBOSA, 2018).
Com o passar dos anos, estudos que relacionavam os trabalhadores 
com seus ambientes de trabalho passaram a ser mais frequentes, 
proporcionando um grande avanço para a qualidade de vida dos 
trabalhadores.
Em 1473, Ulrich Ellenborg reconhece a toxicidade dos vapores de 
determinados metais, descrevendo os sintomas por envenenamento 
ocupacional, como no caso do monóxido de carbono, chumbo, 
mercúrio e ácido nítrico. Além disso, seus relatos apresentam medidas 
de prevenção, determinando ações para que sejam prevenidas tais 
contaminações (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Em 1556, foi publicada a obra do inglês George Bauer intitulada de De 
Re Metallica, em que são apresentados estudos sobre os problemas 
condizentes do trabalho envolvendo a extração e fundição de prata e 
11
ouro. Ainda, são apresentados relatos e discussões sobre acidentes de 
trabalho, possíveis doenças entre uma mesma classe de trabalhadores 
(mineiros) e as possíveis medidas de mitigação. Uma das sugestões para 
redução destes riscos é a implantação de um sistema de ventilação. De 
acordo com Nogueira (1984), a doença estudada ficou conhecida como 
“asma dos mineiros”.
Esse documento descreve, possivelmente, a primeira definição da 
doença silicose, que afeta o pulmão dos trabalhadores que inalam 
poeiras e minerais em sua jornada de trabalho. A presença deste risco 
químico no ambiente laboral poderia ser reduzida, ou até mesmo 
evitado, caso a disseminação do conhecimento sobre as doenças 
ocupacionais fosse abrangente. No entanto, por essas razões e pela 
deficiência de meios de detecção, além do pouco conhecimento da 
medicina na época, essa doença não ficou claramente descrita nos 
documentos de Bauer.
Segundo Mattos e Másculo (2019), em 1567, Aureolus Theophrastus 
Bembastus von Hohenheim escreveu a Obra dos Ofícios e doenças da 
montanha, onde apresenta a relação entre ambiente de trabalho e 
doença desenvolvida, também notificando a presença do chumbo e 
mercúrio.
Em 1700, por sua vez, Bernardino Ramazzini, médico italiano, conhecido 
como “pai da segurança do trabalho”, publicou sua obra denominada de 
Morbis Artificum Diatriba, traduzida como Doenças dos artífices. De acordo 
com Silva (2015), nesta obra foram relacionadas não apenas doenças 
de mineiros e a contaminação por mercúrio e chumbo, mas, também, 
uma série de outras profissões e suas respectivas enfermidades, como 
também as precauções e agentes causadores de grande parte das 
doenças estudadas por Ramazzini.
Então, por meio de pesquisadores passou a ser desenvolvida uma 
preocupação na relação doença x trabalho. Além disso, desenvolveu-se 
12
metodologias de pesquisa que auxiliam a vinculação das doenças com 
os trabalhos executados, por exemplo, Ramazzini, em suas entrevistas 
com os trabalhadores, questionava sobre sua ocupação, sintomas, 
condições do ambiente de trabalho, metodologia de execução das 
atividades, entre outros aspectos que forneciam parâmetros para a 
criação de um nexo causal (SILVA, 2015).
Por mais que fossem realizados estudos divulgando a necessidade 
de maiores cuidados com as equipes de trabalho, nada era feito 
para que o cenário fosse alterado. De um lado, temos a necessidade 
dos trabalhadores de receber seu pró-labore mantendo o sustento 
das famílias, se sujeitando às condições insalubres de trabalho por 
necessidade, e por outro lado, temos os empregadores que não 
enxergam motivos para se preocupar, entendendo que as medidas de 
redução dos riscos são, além de ineficientes, inviáveis aos negócios.
Em meados de 1740, o governo dinamarquês, observando a importância 
do controle dos acidentes de trabalho, criou o primeiro programa de 
realização de exames médicos públicos, por meio do sistema nacional 
de saúde. Posteriormente esta medida foi adotada por outros países da 
Europa.
Avançando alguns anos, em 1775, na Inglaterra, o pesquisador e médico 
Percival Pott correlaciona o câncer ocupacional com os limpadores 
de chaminés, em que a fuligem era a principal causadora do câncer 
escrotal. Depois de treze anos de pesquisa, em 1788, foi desenvolvida e 
aplicada a primeira lei de proteção aos limpadores de chaminé (MATTOS; 
MÁSCULO, 2019; AGUIAR JUNIOR; VASCONCELLOS, 2017).
No fim do século XVIII, com a Revolução Industrial e a chegada das 
maquinas à vapor, as condições de trabalho tornaram-se extremamente 
degradadas, ocasionando inúmeros acidentes laborais, tendo 
trabalhadores afastados de suas atividades por incapacidade laboral, 
13
decorrente da perda de membros ou, até mesmo, insuficiência das 
condições básicas de trabalho.
A grande maioria dos acidentes ocorriam por falta de proteção dos 
maquinários, jornadas prolongadas e péssimas condições de higiene 
no ambiente industrial (MINAYO-GOMEZ; THEDIM-COSTA, 1997; SILVA, 
2015).
Se imaginarmos um grande número de profissionais afastados e 
incapacitados de exercer suas funções, deformados pelas péssimas 
condições de trabalho da época, não fica difícil de ver uma cidade 
com grandes problemas sociais, famílias desamparadas, condições de 
saneamento ruins, doenças se propagando por conta das condições 
sanitárias e falta de sustento da população carente. Esses fatores 
passaram a abrir os olhos tanto da população quanto do governo, 
que se depara com uma situação que pode prejudicar não só os 
trabalhadores, mas também a economia de um Estado.
Nessas condições, começaram a surgir greves dos trabalhadores, onde 
a população passou a exigir seus direitos, exigindo que políticos e 
legisladores introduzissem novas medidas legais que possibilitassem a 
melhoria da qualidade de vida nos ambientes de trabalho (SILVA, 2015; 
NOGUEIRA; MARIN, 2013).
Dessa maneira, com base no cenário que se formava, o parlamento 
britânico criou uma comissão de inquérito sob a direção de Sir 
Robert Peel, investigando abusos cometidos pelas industrias com 
seus trabalhadores. Até que em 1802 foi aprovada a primeira lei de 
proteção aos trabalhadores, denominada de Lei da Preservação da 
Saúde e da Moral dos Aprendizes e de OutrosEmpregados, que ficou 
popularmente conhecida como lei dos Aprendizes. Nas novas condições 
exigidas por esta lei, era determinado que a jornada diária não poderia 
passar de 12 horas de trabalho, ficando proibido o trabalho noturno; 
os empregadores deveriam realizar a lavagem das paredes das fábricas 
14
ao menos duas vezes ao ano; além de propor meios de ventilação nos 
ambientes laborais (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Com o surgimento da lei dos Aprendizes, outras legislações foram 
surgindo, entretanto, a falta de fiscalização comprovava que as 
legislações não eram efetivamente cumpridas, sendo apenas uma 
maneira de acalmar os ânimos da população enfurecida. Desse modo, 
multas não eram aplicadas e as fábricas não realizavam as diretrizes 
legislativas.
Em 1832, John Marshall, proprietário de grandes indústrias na época, 
demonstrou-se preocupado com as condições de trabalho de seus 
funcionários, fato que levou ele a contratar um médico para fiscalizar 
o ambiente de trabalho de suas fábricas ao menos duas vezes por 
semana. De acordo com Nogueira (1984), estas ações, em 1833, 
resultaram na promulgação da Factory Act, mais conhecida como Lei das 
Fábricas, considerada a primeira legislação trabalhista realmente eficaz à 
proteção dos trabalhadores.
Portanto, aqui, podemos observar o surgimento de conceitos como o 
PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), ou seja, 
é a noção de que os cuidados com os funcionários podem proporcionar 
à fábrica melhoria no rendimento da produção, aspectos e fatores 
voltados para parâmetros ergonômicos, que cabem a outro momento 
de discussão, não menos importante.
A Lei das Fábricas proibia o trabalho noturno para menores de 18 anos, 
obrigava as fábricas a educar jovens menores de 12 anos por meio da 
construção de escolas, decretou a idade mínima de 9 anos para iniciar-
se as atividades laborais, entre outras especificações que asseguravam a 
melhoria da qualidade de vida aos trabalhadores e familiares.
Dessa forma, as indústrias passam a reconhecer a importância e 
necessidade de proteção dos trabalhadores, no entanto, com a chegada 
15
da Segunda Revolução Industrial (eletricidade e motor a explosão), 
percebe-se o surgimento de novas ferramentas e, consequentemente, 
novos riscos de trabalho potencializando os acidentes de trabalho.
A noção de uma legislação protetora da classe de trabalhadores ficou 
marcada nos contextos históricos, assim, mesmo com o surgimento 
de novas tecnologias e campos de atuação de trabalho, as legislações 
foram sendo adaptadas ou desenvolvidas até os dias de hoje, e, aos 
poucos, as exigências voluntárias passaram a se tornar obrigatórias. A 
disseminação desses pensamentos também ocorreu para outros países, 
de início para a Europa e, posteriormente, para outros continentes.
Conforme o levantamento realizado por Mattos e Másculo (2019), 
observa-se que essa disseminação de pensamento ocorre em 1877, 
na Suíça, que promulgou a primeira lei de proteção aos trabalhadores, 
sendo obrigatória a inspeção das condições do trabalho. Outros países 
foram incorporando as legislações trabalhistas em suas diretrizes 
judiciais, como a Dinamarca em 1873, França em 1874, Alemanha 
em 1878 (em 1897, a Alemanha aprovou a primeira lei de acidente e 
doenças trabalhistas), Áustria em 1887, Bélgica e Holanda em 1888, 
Suécia em 1889, Portugal em 1895 e 1897, Rússia em 1918.
1.2 A higiene do trabalho no continente americano e na 
atualidade (século XX)
Os Estados Unidos, Brasil e outros países do continente americano 
apenas aderiram às leis trabalhistas no século XX. Em 1902, nos Estados 
Unidos foi promulgada certa lei que indenizava o trabalhador em casos 
de acidente de trabalho, isso só foi possível devido às pesquisas médicas 
da higienista Alice Hamilton, que, em 1900, pesquisou várias ocupações 
e sua influência no ambiente de trabalho, além dos prejuízos aos 
trabalhadores e à economia local.
16
No início do século XX, diversas conferências, reuniões e congressos 
foram realizados para discutir sobre a saúde e qualidade de vida dos 
trabalhadores, possibilitando a propagação da cultura da segurança do 
trabalho, rompendo a resistência da classe empregadora que buscava 
redução de custos com mão de obra e indenizações.
Com o passar dos anos, no continente americano e no restante do 
mundo, passou a ser obrigatório a presença dos cuidados médicos aos 
trabalhadores, independentemente dos riscos ambientais presentes 
em suas atividades e no local de trabalho. Em 1922, a Universidade de 
Harvard oferta vagas para o curso de graduação de Higiene Industrial. 
Em 1938, houve a criação da ACGIH (National Conference of Governmental 
Industrial Hygienists), seguida de outras associações voltadas à saúde 
e segurança do trabalhador, como a AIHA (American Industrial Hygiene 
Association) e a ASA (American Standards Association, atual ANSI).
Em 1939, a ACGIH inovou as pesquisas com os estudos das 
concentrações de agentes químicos nos ambientes laborais com o 
estudo das MACs (Concentrações Máximas Permitidas). Em 1954, a 
medicina do trabalho passa a ser reconhecida com uma especialização 
médica, e em 1970 surgiu a promulgação da OSHA (Occupational Safety 
and Health Act).
Nesse meio tempo, em 1919, na Europa, é concretizada a criação da 
Organização Internacional do Trabalho, mais conhecida como OIT. O 
Brasil, juntamente com os demais países da América Latina, teve sua 
revolução industrial em 1930, com a presença dos fatos marcantes 
da consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. Em 1966, por 
sua vez, foi criada a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança, 
Higiene e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO. No Brasil, em 1972, 
surgiu a obrigatoriedade dos Serviços Médico e de Higiene e Segurança 
do Trabalho nas empresas com cem ou mais empregados (MATTOS; 
MÁSCULO, 2019).
17
Em 1974, o Brasil recebe o título de campeão mundial de acidentes 
de trabalho, percebendo a grande necessidade de implantação e 
melhoria das condições de trabalho, foram elaboradas as primeiras 
Normas Regulamentadoras – NRs (1978). De 1990 em diante, o Brasil 
adotou normativas que buscam melhorar e promover a segurança dos 
trabalhadores, como a ISO (International Organization for Standardization, 
ou Organização Internacional para Padronização, em português) 9000, 
ISO 14000, BS (British Standards, ou Padronizações Britânicas, em 
português) 8800 e OSHAS (Occupational Health and Safety Assessment 
Series, cuja a tradução é Série de Avaliação de Segurança e Saúde 
Ocupacional) 18000.
Por sua vez, essas normativas estão em constante evolução, conforme 
são desenvolvidas novas atividades, descobertos novos riscos no 
ambiente de trabalho. No entanto, atualmente, por mais que o 
trabalhador seja amparado de normas e de legislações, ainda é comum 
se encontrar empresas que negligenciam as necessidades básicas de 
cuidados com suas equipes de trabalho. Esse fato, muitas vezes, ocorre 
pela falta de conhecimento das legislações e normas técnicas, e outras 
por causa de negligências.
Entretanto, como apresentamos anteriormente, os direitos trabalhistas 
são relativamente novos para nós, ora, se considerarmos o período em 
que o homem exerce suas atividades laborais como empregado, temos 
apenas dois séculos em que as leis trabalhistas são aplicadas. Portanto, 
estamos no início da construção de legislações e culturas mais fortes.
Atualmente, algumas empresas passam a entender o valor que um 
ambiente de trabalho exerce em seus funcionários. Os ambientes 
que provocam incapacidades em seus colaboradores possuem baixo 
rendimento de produção, perda de estoques, além dos gastos com 
problemas trabalhistas e multas governamentais.
18
Por outro lado, empresas que aplicam as normas, principalmente 
aquelas voltadas à ergonomia cognitiva e organizacional, registram 
elevado potencial de produção, tanto intelectual quanto braçal, redução 
nos estoques, melhor qualidade no acabamento final de seus produtos e 
redução significativanas despesas trabalhistas e governamentais.
Logo, podemos dizer que as normativas não são benéficas apenas para 
os trabalhadores, mas também para a sociedade e para aqueles que 
empregam. O trabalho do profissional da segurança do trabalho não 
é apenas apontar e corrigir os erros de uma empresa, mas reduzir os 
gastos do empregador, bem como implantar uma cultura organizacional 
que demonstre tanto para os empregados quanto para aquele que 
emprega, a importância da higiene ocupacional como um todo.
Referências Bibliográficas
AGUIAR JUNIOR, V. S. de; VASCONCELLOS, L. C. F. de. A importância histórica e social 
da infância para a construção do direito à saúde no trabalho. Saúde e Sociedade, 
[s.l.], v. 26, n. 1, p. 271-285, mar. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/
s0104-12902017159018. Acesso em: 7 jul. 2020.
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. São Paulo: 
Érica, 2018.
MATTOS, U. A. de O.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier/Abepro, 2019.
MINAYO-GOMEZ, C.; THEDIM-COSTA, S. M. da F. A construção do campo da saúde 
do trabalhador: percurso e dilemas. Cadernos de Saúde Pública, [s.l.], v. 13, n. 2, p. 
21-32, 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v13s2/1361.pdf. Acesso 
em: 7 jul. 2020.
NOGUEIRA, D. P. Incorporação da saúde ocupacional à rede primária de saúde. 
Revista de Saúde Pública, [s.l.], v. 18, n. 6, p. 495-509, dez. 1984. Disponível em: 
https://doi.org/10.1590/S0034-89101984000600009. Acesso em: 7 jul. 2020.
NOGUEIRA, L. S. M.; MARIN, R. E. A. Segurança e saúde dos trabalhadores na 
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v. 30, n. 82, p. 109-134, abr. 2013. Disponível em: http://ve.scielo.org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082013000100006. Acesso em: 7 jul. 2020.
http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017159018
http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017159018
https://www.scielo.br/pdf/csp/v13s2/1361.pdf
https://doi.org/10.1590/S0034-89101984000600009
http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082013000100006
http://ve.scielo.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082013000100006
19
SCARPIM, A. C.; FERREIRA, C. V.; SILVA, J. C. P. da; PASCHOARELLI, L. C. P. Patissier: 
fragmentos de uma contribuição à ergonomia. In: SILVA, J. C. P. da; PASCHOARELLI, 
L. C. (org.). A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus pioneiros. São 
Paulo: Editora UNESP, 2010. p. 27-35.
SILVA, A. B. R. B. Acidentes, adoecimento e morte no trabalho como tema de estudo 
da História. In: OLIVEIRA, T. B. (org). Trabalho e trabalhadores no Nordeste: 
análises e perspectivas de pesquisas históricas em Alagoas, Pernambuco e Paraíba. 
Campina Grande: EDUEPB, 2015, pp. 215-240.
20
Competência do Engenheiro de 
segurança do trabalho
Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Leitura crítica: Joubert R. S. Júnior
Objetivos
No intuito de expor os conceitos que tangem as 
capacidades e o perfil profissional do engenheiro de 
segurança do trabalho, este material tem como objetivos:
• Apresentar os requisitos do engenheiro de 
segurança do trabalho no mercado.
• Evidenciar, de maneira breve, as principais 
ferramentas que o profissional é capacitado para 
elaborar.
• Situar o profissional de suas atribuições, 
competências e objetividade à empresa e 
empregados.
21
1. O papel do engenheiro de segurança do 
trabalho
Como abordado anteriormente, a segurança dos trabalhadores é um 
conceito relativamente novo para a humanidade. A preocupação com 
os funcionários apenas teve sua significância quando a sociedade 
de trabalhadores se viu em uma situação de dificuldades, portanto, 
medidas revolucionárias foram tomadas para que uma melhoria na 
qualidade de vida desses funcionários.
Com o passar dos anos, as legislações sofreram uma série de 
alterações, até o momento em que passou a ser obrigatório que as 
empresas cuidem da qualidade de vida de suas equipes de trabalho. 
Lembrando que a grande massa populacional é de trabalhadores e não 
empregadores, caso a maioria da população não tivesse qualidade de 
vida e saúde básicas, o governo teria um grande problema de saúde 
pública, esse é outro fator para que as legislações fossem devidamente 
cobradas (BARSANO; BARBOSA, 2018).
Hoje, as normativas de segurança do trabalho não só protegem os 
trabalhadores, mas também aqueles que empregam. É neste sentido 
que o profissional da engenharia de segurança do trabalho deve atuar, 
buscando proteger não só os funcionários de uma empresa, mas 
também os seus proprietários.
Portanto, o Engenheiro de Segurança deve ter em mente que a falta de 
qualidade de vida e segurança nas empresas pode trazer ao empregador 
uma série de problemas, entre eles:
• Elevado índice de acidentes e doenças profissionais: em 
empresas que não desenvolvem os cuidados com a qualidade 
de vida e saúde de seus colaboradores, a tendência é que haja 
um crescente do número de acidentes de trabalho ou doenças 
profissionais. Esse fato pode afastar os trabalhadores por tempo 
22
indeterminado de trabalho, consequentemente, reduzindo as 
equipes de trabalho e perdendo eficiência na produção.
• Processos trabalhistas: com o elevado índice de acidentes por 
falta de cumprimento de normativas, os trabalhadores tendem 
a recorrer a seus direitos trabalhistas, afundando a empresa em 
processos e pagamentos de multas indenizatórias.
• Pagamento de impostos: com o elevado número de abertura de 
CATs (Comunicado de Acidente de Trabalho), indicando o aumento 
de acidentes de trabalho, a empresa passa a ser cobrada por mais 
impostos, como o FAP (Fator Acidentário de Prevenção).
• Insatisfação do consumidor: empresas onde os funcionários 
estão frequentemente expostos à riscos de acidentes de trabalho, 
má remuneração, ambientes estressantes e demais aspectos 
que envolvem a ergonomia cognitiva e organizacional, elas ficam 
sujeitas a ter seus colaboradores desmotivados para vendas e 
fechamento de negócios, elaboração de trabalhos bem feitos, 
acabamento final do produto e demais atividades, gerando a 
insatisfação do consumidor com o produto final.
• Perda/problemas de estoque: em empresas que trabalham com 
a confecção de produtos por meio de uma matéria-prima, podem 
sofrer grandes perdas em estoques por conta da falta de cuidados 
com relação à segurança do trabalho. Logo, temos como exemplo 
um operador de empilhadeira não capacitado ou imprudente, que 
acaba por derrubar uma prateleira de peças de porcelanato ou, 
até mesmo, um trabalhador que não está feliz com as condições 
de trabalho e por desleixo ou falta de motivações, que acaba por 
quebrar peças de um estoque ou enviar peças danificadas aos 
consumidores, como sinal de raiva pela empresa em que trabalha.
Nesse sentido, podemos observar que a segurança do trabalho não 
implica apenas ao trabalhador, mas, também, ao empregador, como 
23
qualidade do produto final, atendimento ao cliente, rendimento na 
produção e conservação dos estoques de uma empresa.
Logo, demonstrar a importância de um ambiente saudável, melhores 
condições de trabalho e responsabilidade aos funcionários, pode 
proporcionar maiores rendimentos à empresa. Essa é a função de um 
engenheiro de segurança do trabalho: buscar melhorar o ambiente 
empresarial tanto para os colaboradores quanto para aqueles que 
empregam, pois, atualmente, maior produtividade, qualidade de 
vida e menores custos para a empresa, são elementos diretamente 
conectados.
Outro ponto a ser destacado para os profissionais da área da segurança 
do trabalho é que, atualmente, há constantes alterações nas legislações 
trabalhistas e normas técnicas. Logo, é obrigação desses profissionais 
estarem sempre atualizados quanto à estas alterações, a fim de que 
a empresa e a saúde dos colaboradores não estejam em condições 
equivocadas quando comparadas com as novas normativas.
Ainda, o profissional deve lembrar-se de que, na grande maioria das 
vezes, irá coordenar equipesde trabalho quanto a capacitações, 
treinamentos e orientações das atividades a serem realizadas nos 
canteiros de obras e nas fábricas. Portanto, o engenheiro de segurança 
do trabalho precisa ter boa comunicação com os colaboradores e saber 
gerenciar e coordenar equipes.
1.1 Responsabilidades do profissional e os programas de 
segurança no trabalho
Como engenheiro de segurança do trabalho, sendo contratado como 
terceirizado ou funcionário de uma empresa, pode surgir a necessidade 
de elaboração e aplicação de certos programas de prevenção, como: o 
PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos, que substitui o antigo PPRA 
– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o PCMAT – Programa 
24
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção); 
emissão e gerenciamento de CATs (Comunicado de Acidente de 
Trabalho); além de compor o Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), quando necessário.
PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)
Com relação ao PGR, trata-se de documento estabelecido pela Norma 
Regulamentadora nº 01, que se refere a um documento que contenha, 
no mínimo, um inventário dos riscos que o ambiente contempla e um 
plano de ação para tais riscos, sendo eles físicos, químicos, biológicos e 
os riscos dispostos na NR-17, que diz respeito aos riscos ergonômicos, 
sejam eles cognitivos, físicos e organizacionais, conforme podem ser 
observadas na Figura 1.
Figura 1 – PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)
Fonte: elaborada pelo autor.
25
SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho)
Ainda, o engenheiro de segurança do trabalho pode ser contratado 
para fazer parte do SESMT da empresa. Conforme diretrizes da NR-04 
(BRASIL, 2016) apresentamos o quadro a seguir.
Quadro 1 – Quadro II Dimensionamento dos SESMT
Grau 
de 
Risco
 Nº de empregados 
 
Especialistas
50 
a 
100
101 
a 
250
251 
a 
500
501 
a 
1000
1001 
a 
2000
2001 
a 
3500
3501 
a 
5000
Acima de 5000 
para cada gru-
po de 4000 ou 
fração acima 
2000**
1
Tec. Seg. Trabalho 1 1 1 2 1
Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1*
Aux. de Enferm. do Trab. 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1* 
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*
2
Tec. Seg. Trabalho 1 1 2 5 1
Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1 1*
Aux. de Enferm. do Trab. 1 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1 
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
3
Tec. Seg. Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Eng. Seg. Trabalho 1* 1 1 2 1
Aux. de Enferm. do Trab. 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1 
Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1
4
Tec. Seg. Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Eng. Seg. Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
Aux. de Enferm. do Trab. 1 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1 
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo Parcial (mínimo de três horas) 
(**) O dimensionamento total deverá ser feito 
levando em consideração o dimensionamento de 
faixas de 3501 a 5000 mais o dimensionamento 
do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
Obs.: hospitais, ambulatórios, maternidade, casas de 
saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares 
com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão 
contratar um enfermeiro em tempo integral.
Fonte: adaptado de Brasil (2016, p. 35).
26
Conforme os dispositivos presentes na NR-04 (BRASIL, 2016), o SESMT 
tem como competência:
• Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e medicina 
do trabalho no ambiente de trabalho, incluindo máquinas e 
equipamentos, buscando eliminar e/ou reduzir os riscos aos 
trabalhadores.
• Definir os EPIs (Equipamento de Proteção Individual), em 
conformidade com a NR-06, conforme os riscos encontrados no 
ambiente de trabalho, caso eles persistirem mesmo tomando 
todas as medidas cabíveis para sua eliminação e mitigação.
• Colaborar quando solicitado nos projetos e na implantação de 
novas instalações, sejam elas físicas e tecnológicas da empresa.
• Ser responsável tecnicamente pela orientação quanto ao 
cumprimento das NRs aplicáveis nas atividades executadas pela 
empresa.
• Manter boas relações com os integrantes da CIPA, além de apoiá-
la, treiná-la e atendê-la quando necessário.
• Promover a realização de atividades de conscientização dos 
colaboradores, educando e orientando quanto aos riscos 
ocupacionais, doenças de trabalho e acidentes de trabalho, seja 
por meio de campanhas ou de programas permanentes.
• Esclarecer e conscientizar os empregados quanto aos acidentes de 
trabalho e doenças ocupacionais, estimulando-os sempre a favor 
da prevenção e da qualidade de vida das equipes de trabalho.
• Analisar e registrar os documentos específicos de todos os 
acidentes ocorridos na empresa ou no estabelecimento, sejam 
eles com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, 
27
descrevendo a história e as características, mantendo um banco de 
dados dos sinistros da empresa.
• Registrar mensalmente os dados atualizados dos acidentes de 
trabalho e das doenças ocupacionais, bem como a verificação de 
condições insalubres e perigosas.
• Elaborar planos de controle de catástrofes e acidentes, combate a 
incêndios.
Capacitações, orientações e treinamentos
O profissional da engenharia de segurança deve promover palestras, 
capacitações e orientações quanto aos equipamentos de segurança e as 
medidas de segurança nos ambientes de trabalho.
A capacitação dos profissionais pode ser de forma preventiva ou por 
cumprimento de alguma normativa, como no caso da NR-35, que 
diz respeito aos trabalhos em altura, onde os funcionários precisam 
ter, antes de executar suas atividades em ambientes altos e com 
probabilidade de queda do trabalhador (considera-se alto quando acima 
de 2 metros de altura e com a presença de risco de queda), treinamento 
quanto aos riscos e formas de utilização dos EPIs e EPCs (equipamentos 
de proteção coletiva).
Ainda, após as orientações, treinamentos e capacitações, o profissional 
deve coletar a assinatura dos trabalhadores que receberam o conteúdo, 
por meio da ficha de capacitação e treinamento. Este documento, por 
sua vez, certifica que os treinamentos foram ministrados e que os 
trabalhadores recebem os cuidados necessários para exercerem suas 
atividades.
Desse modo, estes documentos precisam ser guardados nos arquivos 
da empresa, a fim de serem necessários por uma auditoria interna ou 
externa, ou em caso de solicitação judicial em um processo trabalhista.
28
CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)
A CAT é um formulário que deve ser preenchido em caso de acidentes, 
sejam eles com lesões ou sem lesões, de trajeto, doença ocupacional 
ou quando houver morte do colaborador. Nesse sentido, é importante 
considerar que:
• Acidente de trajeto ou de trabalho é aquele que ocorre no 
exercício da atividade profissional, em que o colaborador está 
a serviço da empesa ou no deslocamento de sua residência ao 
trabalho ou do trabalho para sua residência, e que provoque ao 
trabalhador alguma lesão corporal ou perturbação funcional que 
possa causar perda ou redução, seja permanente ou temporária, 
de sua capacidade ao trabalho.
• Enquanto a doença ocupacional é aquela produzida ou 
desenvolvida pelo exercício laboral peculiar a certa atividade.
Caso ocorra um acidente ou doença do trabalho, a empresa deve 
informar a Previdência Social, mesmo não havendo afastamento das 
vítimas, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de 
morte, ela deverá informar imediatamente. Caso a empresa não informe 
sobre o acidente dentro do prazo legal, ela estará sujeita a multa 
(CORDEIRO et al., 2005).
Banco de dados de acidentes e doenças ocupacionais
Cabe ao responsável pela gestão da saúde e segurança do trabalho 
manter o registro de acidentes e doenças ocupacionais do ambiente 
laboral, bem como elaborar planos e medidas para eliminação e redução 
dos riscos causadores de acidentes e doenças nos trabalhadores. 
Esses registros podem servir como base para o desenvolvimento de 
medidas e controle de riscos, bem como indicaros locais onde precisam 
ser tomadas medidas de urgência quanto a qualidade de vida dos 
trabalhadores. O banco de dados de acidentes e doenças ocupacionais 
29
em uma empresa é de extremo valor, muitas empresas não possuem 
essas informações. Desse modo, esta falta de conhecimento pode 
prejudicar a empresa, dificultando o processo de melhoria de seus 
pontos fracos quanto aos sinistros que ocorrem em seus ambientes 
laborais.
FAP (Fator Acidentário de Prevenção)
O FAP é um multiplicador que incide sobre o RAT (Riscos Ambientais 
do Trabalho, antigo SAT – Seguro Acidentário de Trabalho). Para que 
você entenda melhor, o RAT é uma forma de arrecadação do INSS para 
custear os benefícios aos acidentados que necessitam de auxílio do 
governo. Desse modo, o RAT incide sobre a folha de pagamento total da 
empresa, com os percentuais que dependem de seu ramo de atividade 
econômica.
Entretanto, caso a empresa tenha a implantação de medidas 
que buscam a redução dos acidentes de trabalho, e estes sejam 
efetivamente reduzidos, por meio da não emissão ou redução da 
emissão de CATs, não é justo que ela contribua com uma alíquota alta 
do RAT. Nesse sentido, o FAP serve como um percentual que busca 
reduzir ou aumentar essa alíquota com relação à quantidade de 
acidentes ou doenças de trabalho que a empresa possuí.
Nesse caso, a empresa que possuí baixo índice de acidentes de trabalho, 
terá um FAP que, quando aplicado ao RAT, sofrerá uma redução nos 
impostos a serem pagos na folha de pagamento dos funcionários 
da empresa. Por outro lado, caso a empresa tenha elevado número 
de acidentes, o FAP acaba sendo um fator multiplicador ao SAT, 
encarecendo a folha de pagamento da empresa (MATOS; HOSTENSKY, 
2016). Essa medida funciona como um incentivo fiscal à aplicação da 
segurança do trabalho nas empresas.
30
LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho)
É de direito do trabalhador saber os riscos e perigos que sua atividade 
pode proporcionar. Sendo assim, é responsabilidade do empregador 
identificar estes riscos e adequar o ambiente laboral de forma que não 
agrida à saúde e às condições laborais de seus funcionários.
Para que estes riscos e perigos possam ser identificados, por sua vez, 
é necessário um estudo do ambiente de trabalho. Este documento é o 
LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho). O LTCAT 
é instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e tem como 
objetivo conceder ou não a aposentadoria especial ao trabalhador que 
fique exposto à agentes nocivos (químicos, físicos e biológicos). Mas 
cuidado, o LTCAT não tem como objetivo caracterizar a insalubridade e 
nem a periculosidade. Logo, o objetivo do LTCAT é de informar se há ou 
não o direito de aposentadoria especial ao trabalhador.
Desse modo, o LTCAT é um documento obrigatório para todas as 
empresas, independentemente da quantidade de trabalhadores e do 
segmento da empresa. Se na empresa houver um indicio de que existem 
suspeitas de atividades que sejam passivas de aposentadoria especial ao 
trabalhador, o LTCAT deve ser elaborado imediatamente.
Laudo de Insalubridade e Laudo de Periculosidade
Para caracterização da Insalubridade e Periculosidade é necessário um 
Laudo de Insalubridade/Periculosidade. Logo, esse é um documento 
importante tanto para assegurar o pagamento do adicional aos 
trabalhadores que a ele fazem jus, quanto para evitar um pagamento 
indevido do benefício. 
O Laudo de Insalubridade é exigido pelo Ministério do Trabalho e 
da Previdência, a fim de determinar se há direito ao pagamento de 
adicional de insalubridade. Já o LTCAT é um documento criado pelo INSS 
31
para determinar se alguma atividade na empresa faz jus à aposentadoria 
especial. O laudo de insalubridade é baseado na NR-15, enquanto que o 
de periculosidade se baseia na NR-16.
Perícias judiciais
O profissional da Engenharia de segurança do trabalho também pode 
atuar como perito judicial, nos casos em que há necessidade de laudos 
para respostas de dúvidas das partes interessadas do processo judicial.
1.2 Fechamento dos conceitos abordados
Em suma, o Engenheiro de segurança do trabalho tem a 
responsabilidade de zelar pela saúde e pela integridade física e 
psicológica dos trabalhadores, buscando sempre, primeiramente, 
eliminar e, caso não seja possível, minimizar os riscos no ambiente 
laboral.
Estas medidas podem ocorrer por meio da elaboração de planos e ações 
de gerenciamento de riscos e acidentes, com base nas inspeções de 
segurança, fiscalização de equipes, de equipamentos, de maquinários, 
de condições de trabalho e de processos de fabricação.
Ainda, o profissional tem como foco a orientação dos trabalhadores 
sobre a metodologia de trabalho correta e segura, utilização de EPIs, 
conscientização dos riscos de acidentes e capacitação das equipes de 
trabalho. Na Figura 2 podemos observar todos esses pontos e outros.
32
Figura 2 – Quadro resumo das responsabilidades do Engenheiro de 
Segurança do Trabalho
Fonte: elaborado pelo autor.
Por fim, você pode observar a importância do profissional da engenharia 
de segurança do trabalho, como um coordenador de equipes e gerente 
de riscos, visando a proteção das equipes de trabalho e da imagem 
33
e recursos financeiros da empresa na qual presta seus serviços 
especializados.
Referências Bibliográficas
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. São Paulo: 
Érica, 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora nº 01: 
disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, DF: Ministério 
do Trabalho e Previdência, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/
seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01.pdf/view. Acesso 
em 31 ago. 2021.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora nº 04: 
serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. 
Brasília, DF: Ministério do Trabalho e Previdência, 2016. Disponível em: https://www.
gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004. Acesso em: 
31 ago. 2021.
CORDEIRO, R. et al. O sistema de vigilância de acidentes do trabalho de Piracicaba, 
São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 5, p. 1574-
1583, out. 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000500031. 
Acesso em: 7 jul. 2020.
MATOS, A. B.; HOSTENSKY, E. L. Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e Nexo 
Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP): indicadores para uma intervenção 
psicossocial. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 28, n. 1, p.145-150, abr. 
2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-03102015v28n1p145. Acesso em: 
7 jul. 2020.
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho
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https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2005000500031
https://doi.org/10.1590/1807-03102015v28n1p145
34
Bons estudos!
	Sumário
	Conceitos introdutórios da segurança do trabalho
	Objetivos
	1. Introdução a higiene do trabalho
	Referências Bibliográficas
	Competência do Engenheiro de segurança do trabalho
	Objetivos
	1. O papel do engenheiro de segurança do trabalho
	Referências Bibliográficas

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