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Gerenciamento de estoques

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GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
THIAGO A. FINIMUNDI
2GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o 
ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Jaqueline Boeira
Revisora
Luana dos Reis
FUNÇÃO, POLÍTICAS E OBJETIVOS DA GESTÃO DE ESTOQUE 3
FUNÇÃO DOS ESTOQUES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS 7
POLÍTICAS E OBJETIVOS DA GESTÃO DE ESTOQUE 11
Exercícios - Capítulo 01 15
DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES 16
MODELOS DE DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES 19
Exercícios - Capítulo 02 24
CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES E INDICADORES 25
PQR E XYZ: OUTRAS SISTEMÁTICAS DE CLASSIFICAÇÃO 29
ACURÁCIA, NÍVEL DE SERVIÇO, GIRO E COBERTURA: INDICADORES DE ESTOQUES 31
Exercícios - Capítulo 03 35
DEMANDA, CONSUMO E TEMPO DE REPOSIÇÃO: AS SISTEMÁTICAS DE REPOSIÇÃO 36
CRITÉRIOS PARA A CONSTRUÇÃO DAS SISTEMÁTICAS DE RESPOSIÇÃO 41
Tempo de Ressuprimento (TR) e Intervalo de Ressuprimento (IR) 44
Exercícios - Capítulo 04 51
GABARITO 52
REFERÊNCIAS 59
3GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
FUNÇÃO, 
POLÍTICAS E
OBJETIVOS DA 
GESTÃO DE
ESTOQUE
Atender aos clientes na hora certa, com a 
quantidade e custos certos tem sido o objetivo 
da logística desde sempre. Assim, os estoques 
representam papel fundamental em manter 
a rapidez e presteza na distribuição das 
mercadorias, em busca da construção de uma 
vantagem competitiva duradoura.
4GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Olá, pessoal! Vamos começar nossa jornada de Gerencia-
mento de Estoques. Ao longo deste e-book vamos conhecer a 
importância da gestão de estoque no processo de planejamento 
do controle do estoque. Para isso, começaremos definindo o 
estoque, que apesar de ser uma definição bem ampla, simpli-
ficamos trazendo o pensamento e definição de autores para o 
seu esclarecimento. Os resultados positivos de uma empresa 
estão relacionados à gestão de estoque eficiente. Por isso os 
estoques sempre foram alvos da atenção dos grandes gerentes.
No atual cenário de alta competitividade, os consumido-
res se tornam cada vez mais exigentes. Isso faz com que as 
empresas devam rapidamente melhorar suas performances e 
agregar valores aos seus serviços e produtos. Neste contexto, 
o gerenciamento de estoques tem a função de garantir que as 
empresas operem no nível que exige o mercado, garantindo 
maior disponibilidade de produto ao consumidor, com o menor 
nível de estoque possível.
A administração de materiais compreende o agrupamento 
dos materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade 
com a demanda de produtos ou serviços da empresa, e des-
se modo soma esforços de vários setores que, naturalmente, 
apresentam visões diferentes (DIAS, 2011). Assim, a tomada 
de decisões em relação ao estoque cabe ao departamento de 
materiais. Essas decisões devem estar baseadas na política de 
estoque da empresa. Quando as metas dos diferentes depar-
tamentos são conf litantes, o departamento que tem maior 
agressividade é, geralmente, o mais ouvido.
O sistema de administração de estoques deve ser o res-
ponsável por mediar esses conflitos entre os departamentos, 
providenciando o atendimento de todas as necessidades reais 
e efetivas. Exige também, que todas as atividades envolvidas 
com estoques sejam integradas e controladas num sistema com 
quantidades e valores. A administração de estoques não se 
preocupa somente com o f luxo diário entre vendas e compras, 
mas também com a relação lógica entre cada integrante deste 
5GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
f luxo.
Estoque é definido por tudo aquilo que precisa ser armaze-
nado ou estocado em determinados locais de uma organização, 
pois assim complementa a rotatividade da empresa, tornando-a 
rápida e eficaz. Sob este prisma pode-se definir estoque como 
materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utiliza-
ção posterior, de modo a permitir o atendimento regular das 
necessidades dos usuários para a continuidade das atividades 
da empresa, sendo o estoque gerado, consequentemente, pela 
impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão (SLACK 
et al., 2002).
As principais causas que exigem estoque 
permanente para o imediato atendimento do 
consumo interno e das vendas nas empresas 
são:
1. A necessidade de continuidade operacional.
2. A incerteza da demanda futura ou sua variação ao longo 
do período de planejamento.
3. A disponibilidade imediata do material nos fornecedores.
4. O cumprimento dos prazos de entrega, pois atender os 
clientes na hora certa, com a quantidade certa (VIANA, 
2002).
6GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias 
assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção 
de uma vantagem competitiva duradoura. 
A gestão dos estoques, compreende as ações que permi-
tem ao administrador analisar se os estoques estão sendo bem 
utilizados, localizados, manuseados e controlados. A gestão de 
estoques busca garantir a máxima disponibilidade de produ-
tos, com o menor estoque possível (MARTINS; ALT, 2003). 
Sendo assim, fica fácil perceber que o objetivo do controle de 
estoque é também financeiro, pois a manutenção de estoques é 
cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital 
investido seja minimizado (SLACK et al., 2002).
Não podemos esquecer, que os níveis dos estoques estão 
sujeitos à velocidade da demanda. Se a constância da procura 
sobre o material for maior que o tempo de suprimento, ou estas 
providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim 
de evitar a interrupção do f luxo de reabastecimento, teremos 
uma situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, 
com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas e 
demais áreas (SLACK et al., 2002).
O gerenciamento do estoque, portanto, deve projetar níveis 
adequados, objetivando manter o equilíbrio entre estoque e 
consumo. Desta forma, estes níveis devem ser atualizados pe-
riodicamente para evitar problemas provocados pelo crescimento 
do consumo ou vendas e alterações dos tempos de reposição.
Altos níveis de estoques, significam dinheiro mal investido 
- um custo que não necessariamente retorna valor. Neste mun-
do em que empresas brigam pela obtenção de uma vantagem 
competitiva em relação a seus concorrentes, onde consumidores 
esperam ser atendidos prontamente, no momento e na quan-
tidade desejada, a administração eficaz dos estoques pode ser 
uma resposta inteligente.
7GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
FUNÇÃO DOS ESTOQUES NA CADEIA DE 
SUPRIMENTOS
A primeira pergunta que vamos responder é: o que é inven-
tário? É a mesma coisa que estoques? Se não, qual a diferença? 
Você sabe?
O processo de inventário pode ser definido como o pro-
cesso de manter estoques de quaisquer itens ou recursos em 
uma organização para venda ou uso posterior. Também pode 
ser definido como materiais em uma cadeia de suprimentos ou 
em um elo da cadeia de suprimentos; expresso em quantidades, 
locais e/ou valores.
Há uma distinção entre inventário em empresas de fabrica-
ção e estoque em empresas de serviços, obviamente. O inventário 
na empresa de fabricação refere-se a todos os itens mantidos 
no estoque que contribuem ou se tornam parte dos produtos, 
como as matérias-primas, produtos acabados, suprimentos, 
trabalhos em andamento e peças. O inventário da empresa de 
serviços, por sua vez, refere-se a todos os bens tangíveis a serem 
vendidos (estoque no comércio) e aos suprimentos necessários 
para administrar o serviço.
Além disso, cabe aqui destacarmos que também os esto-
ques se dividem em diferentes tipos, de acordo com a origem, 
utilização ou etapa do processo onde estão os recursos. Dentre 
os principais tipos de estoques, vamos elencar:
1. Matérias-primas: são materiais ou saídasbásicas do 
setor primário que sofrem processos de transformação 
de produção para se tornarem produtos acabados, como 
aço, cevada, algodão. Os produtos acabados de uma 
empresa podem ser matérias-primas para outra empresa.
2. Estoque de produtos acabados: é o estoque que a em-
presa (atacado, varejo ou outra questão comercial) usa 
para ser vendido com lucro.
8GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
3. Materiais em processo: compreende materiais incom-
pletos, passando pelo processo produtivo da empresa.
4. Componentes: são pequenos componentes fabricados 
a partir de matérias-primas, por exemplo, parafusos.
5. Peças compradas: são partes finalizadas ou montagens 
compradas de fornecedores externos para serem usadas 
como matérias-primas ou para serem vendidas como 
peças sobressalentes ou acessórios. As peças compradas 
podem ser protegidas por patentes ou o fornecedor ex-
terno pode estar produzindo em grandes quantidades, 
desfrutando de economias de escala portanto, a compra.
6. Materiais de embalagem: inclui materiais de embala-
gem, como caixas, cordas e garrafas.
7. Sucata e resíduos: incluem os resíduos ou materiais 
excedentes ou peças resultantes de processos / atividades 
de fabricação.
8. Equipamentos e peças sobressalentes: compreende as 
máquinas, instalações e veículos, bem como as peças 
sobressalentes associadas à linha de produção ou infra-
estrutura básica.
9. Materiais gerais (consumíveis): todos os bens que não 
pertencem a outra categoria. Estes são basicamente os 
suprimentos de manutenção, reparo e operação que são 
consumidos no processo de produção, mas não fazem 
parte do produto final, como graxas e óleo lubrificante.
9GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Agora que sabemos que estoques são recursos utilizados 
para acomodar a variação de velocidade entre oferta e demanda 
ao longo de uma cadeia de suprimentos, é importante fazermos 
uma primeira distinção entre as características de demanda 
destes recursos. Neste sentido, podemos identificar recursos 
ou itens de demanda independente e dependente:
1. Itens de demanda independentes são produtos acabados 
ou outros itens finais que são vendidos a alguém.
2. Os itens de demanda dependente são subconjuntos 
ou componentes que serão usados na produção de um 
produto final ou acabado.
Dessa forma, temos itens dos quais a demanda varia de 
acordo com o mercado (independente) e itens dos quais a de-
manda varia de acordo com a movimentação de outros itens 
(dependentes). Isso quer dizer, por exemplo, que em uma pa-
daria, teríamos os pães como item de demanda independente, 
ou seja, que variam de acordo com o mercado e os insumos 
para sua fabricação, como farinha, ovos e leite, como itens 
de demanda dependente – itens que a demanda vai variar de 
acordo com a quantidade de pães comercializados.
Ficou claro? Você consegue pensar em 
outros exemplos de itens de demanda in-
dependente? E dependente? Use o Moo-
dle para compartilhar seu exemplo com a 
turma!
Independentemente do tipo de empresa, entretanto, um 
bom gerenciamento de estoques é essencial à operação 
bem-sucedida para a maioria das organizações, uma 
vez que lida com:
1. A quantidade de dinheiro investido no inventário.
1. O impacto que os estoques têm nas operações diárias de 
uma organização.
10GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Mas não se preocupe! Nós teremos um capítulo específi-
co nesta apostila para falar de previsão de demanda. Por ora, 
vamos recapitular e sumarizar as funções do estoque. Isso será 
importante como base para as discussões que vamos construir 
a partir de agora. Então, estoques existem e são necessários 
em uma cadeia de suprimentos para:
1. Atender a demanda antecipada: esses estoques são 
referidos como ações de antecipação porque são man-
tidos para satisfazer a demanda planejada ou esperada.
2. Suavizar os requisitos de produção: as empresas que 
experimentam padrões sazonais na demanda geral-
mente acumulam estoques durante a baixa temporada 
para atender requisitos excessivamente elevados durante 
certos períodos sazonais. As empresas que processam 
frutas frescas e vegetais lidam com inventários sazonais.
3. Desacoplar componentes da produção: os pulmões 
permitem que outras operações continuem temporaria-
mente enquanto o problema é resolvido. As empresas 
usaram buffers de matérias-primas para isolar a produção 
de interrupções nas entregas de fornecedores e inventá-
rios de produtos acabados para amortecer as operações 
de vendas de interrupções de fabricação.
4. Proteger contra saldos de estoque: entregas atrasadas e 
aumentos inesperados na demanda aumentam o risco de 
escassez. O risco de escassez pode ser reduzido através 
da manutenção de estoques de segurança, que são ações 
em excesso da demanda antecipada.
5. Aproveitar os ciclos de pedidos: o armazenamento de 
inventário permite que uma empresa compre e produza 
em tamanhos de lotes econômicos sem ter que tentar 
combinar compras ou produção com requisitos de de-
manda em curto prazo.
11GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
6. Se proteger contra aumentos de preços aproveitar os 
descontos de quantidade: a capacidade de armazenar 
produtos extras também permite que uma empresa 
aproveite os descontos de preços para grandes pedidos.
7. Permitir operações (material em processo): as opera-
ções de produção levam uma certa quantidade de tempo, 
isso significa que geralmente haverá algum inventário 
de trabalho em processo.
Nesse sentido, podemos dizer que as duas principais pre-
ocupações de gerenciamento de estoque são manter o nível 
de serviço esperado pelos clientes e consumidores com os 
menores custos de pedido manutenção de estoques possíveis. 
Quaisquer desequilíbrios neste sentido, ou seja, um controle 
inadequado dos estoques, pode resultar em excesso de estoque, 
ou pior ainda, vendas perdidas, clientes insatisfeitos e estran-
gulamentos de produção.
POLÍTICAS E OBJETIVOS DA GESTÃO DE 
ESTOQUE
Agora que já conhecemos a função dos estoques na cadeia 
de suprimentos, vamos analisar quais os requisitos para um 
gerenciamento de estoque efetivo. Isso vai servir para poder-
mos formalizar os objetivos e políticas da gestão de estoques.
A gestão de inventário implica toda a gestão unificada das 
atividades internas associadas à aquisição, armazenamento, 
emissão, uso e distribuição interna de inventário usado na 
produção e no serviço. É a atividade de determinar a taxa, 
quantidades e os procedimentos de materiais a serem abasteci-
dos em uma organização e a regulamentação de recebimentos 
e emissões desses estoques.
Vejamos cinco requisitos para construirmos uma sistemá-
tica de gerenciamento de estoques, os quais vamos explorar 
nos demais capítulos:
12GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
1. Um sistema para acompanhar o inventário, que pode 
ser:
A. Sistema de revisão contínua.
B. Sistema de revisão periódica.
C. Sistema kanban.
2. Uma sistemática confiável de previsão de demanda.
3. Conhecimento do lead time de seus itens e sua varia-
bilidade. 
4. Estimativas dos custos de manutenção de inventário 
e custos de pedido.
5. Um sistema de classificação de inventário, como uma 
abordagem ABC, PQR e/ou XYZ.
Os benefícios potenciais da aplicação de conceitos de ge-
renciamento de inventário são muitos, em especial no que diz 
respeito à visibilidade ou serviço do inventário a montante e a 
jusante na cadeia de suprimentos. Para colher estes benefícios, 
o gerenciamento de inventário requer uma organização efetiva 
e comunicação entre supervisores e gerentes. Isso ocorre por-
que várias funções de conflito tornam difícil ter uma maneira 
harmoniosa de aproveitar estes benefícios, como:
1. O setor de compras, na tentativa de manter baixo custo, 
pode escolher fornecedores que tenham registros de 
entregas ruins (tempo, qualidade). Isso pode ter poten-
cialmente efeito na produção.
2. A produção, por outro lado, pode exigir um grande 
fornecimento adequado de materiais. Isso pode levar a 
manter altos níveis de inventário do que o necessário.
Portanto, devido a essespotenciais conflitos, é necessário 
Lead time: é o tempo entre o início e o fim de 
um processo produtivo.
13GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
estabelecer deliberadamente sistemas racionalizados de ge-
renciamento de estoque. Para alcançar níveis satisfatórios de 
atendimento ao cliente, mantendo custos de inventário dentro 
de limites razoáveis. Especificamente, o tomador de decisão 
tenta alcançar um equilíbrio em estoque e a decisão fundamental 
deve ser feita em relação ao tempo e ao tamanho dos pedidos.
Às vezes, a empresa encontra-se com estoques por razões 
não-lógicas, como: itens obsoletos, políticas de controle de 
estoques pobres ou inexistentes resultando em pedidos maiores 
do que o requisitado, sendo as ordens de reposição fora de fase 
com a produção, registros de estoques inadequados ou inexis-
tentes, falta de conexão entre os departamentos de controle de 
produção, compras e marketing.
Como você já deve ter percebido, a extensão e a complexida-
de dos assuntos tratados no escopo do gerenciamento de estoque 
é bastante amplo e varia de organização para organização, com 
base em vários fatores que incluem algumas decisões, como:
1. Local único ou vários locais.
2. Operação local (localizada) ou operação globalizada.
3. Tipo de item (durável ou perecível).
4. Fabricação, compra (decisão make or buy) ou empresas 
de serviços.
5. Produto único ou multiproduto.
Mas apesar destes muitos fatores a considerar, vamos agora 
fazer uma rápida recapitulação daquilo que discutimos neste 
capítulo. Vimos que o gerenciamento de inventário é o proce-
dimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e 
saída de mercadorias e produtos numa indústria ou no comércio. 
O controle de estoque deve ser utilizado tanto para matéria- 
prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas. 
Este processo inclui atividades como:
14GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
1. Gerenciamento de demanda, que garante que os supri-
mentos operacionais e a manutenção necessários estão 
disponíveis nas quantidades certas e na hora certa.
2. Previsão de requisitos de demanda futura, gerenciando 
itens com dificuldade em padrões de oferta e deman-
da, demanda sazonal relacionada, mudanças em itens 
de usuários finais ou atendendo às exigências para a 
customização.
3. Revisão do custo da estocagem de segurança e contro-
le de quantidades mínimas e máximas de estoque em 
termos de qualidade e valor.
4. Implementando políticas de inventário lean, como con-
tratos JIT, de modo a minimizar o investimento em 
inventário.
5. Integração para garantir que os suprimentos sejam re-
abastecidos de acordo com as políticas corporativas e 
de compras.
6. Controle de recebimentos, inspeção, registro, localiza-
ção e emissão de suprimentos, garantindo a segurança 
dos suprimentos e evitando a perda como resultado de 
qualquer fator como deterioração, roubo, desperdício, 
obsolescência, etc.
7. Redução de variedades e padronização do inventário 
para garantir que os suprimentos possam ser rapida-
mente localizados.
8. Preparação e interpretação de relatórios sobre níveis de 
estoque, uso de estoque e estoque excedente.
9. Eliminação apropriada de sucata, excedente e itens 
obsoletos.
Exercícios - Capítulo 01
1) Dentre as principais causas que exigem estoque permanente 
para o imediato atendimento do consumo interno e das vendas nas 
empresas, podemos destacar?
2) O que acontece se a constância da procura sobre o material for 
maior que o tempo de suprimento?
3) Qual a diferença entre estoque em empresas de fabricação e 
estoque em empresas de serviços?
4) A extensão e a complexidade dos assuntos tratados no escopo 
do gerenciamento de estoque é bastante amplo e varia de organização 
para organização, com base em vários fatores. Cite algumas destas 
decisões.
5) Vimos que o gerenciamento de inventário é o procedimento 
adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercado-
rias e produtos numa indústria ou no comércio. O controle de estoque 
deve ser utilizado tanto para matéria-prima, mercadorias produzidas 
e/ou mercadorias vendidas. Cite algumas atividades envolvidas neste 
processo.
16GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
DIMENSIO-
NAMENTO E 
CONTROLE DE 
ESTOQUES
O controle dos estoques tem seus riscos 
associados ao fato de se ter uma incerteza da 
quantidade a ser solicitada pelos clientes e da 
quantidade a ser enviada para armazenagem.
17GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Num ambiente extremamente competitivo e instável, os 
riscos se tornam cada vez maiores para todos os tipos de em-
presas. O processo de previsão de demanda se torna um dos 
pontos mais importantes para redução destes riscos e tomada 
de decisões, cada vez mais integrado a todo processo logístico 
de uma empresa. Desse modo, a previsão de demanda é es-
sencial para a redução dos custos de uma organização e para a 
satisfação dos seus clientes (MARTINS; ALT, 2003).
Planejamento é o processo que descreve atividades neces-
sárias para ir da realidade ao objetivo final estipulado. Quan-
do os gestores planejam, eles determinam no presente quais 
cursos de ação serão tomados no futuro. O primeiro passo no 
planejamento é prever ou estimar a demanda futura por pro-
dutos e serviços e os recursos necessários para produzi-los. As 
estimativas da demanda futura normalmente são chamadas 
de previsões de vendas, elas são o ponto de partida para todas 
as outras previsões na gestão da produção e operações (GAI-
THER; FRAZIER, 2001).
Uma previsão é uma avaliação de eventos futuros utilizada 
para fins de planejamento. Mudanças nas condições, resultantes 
de concorrência global, transformação tecnológica acelerada 
e preocupações ambientais crescentes, exercem pressão sobre 
a capacidade de uma empresa gerar previsões precisas. A im-
portância das previsões vem da necessidade de uma empresa 
conhecer quais recursos são essenciais para programar suas 
atividades ao longo do tempo (RITZMAN; KRAJEWSKI, 
2004).
As observações repetidas da demanda de um produto ou 
serviço em sua ordem de ocorrência formam um padrão co-
nhecido como séries temporais. As séries temporais podem ser 
representadas por dados históricos de vendas e representam 
todos os produtos vendidos em cada período em questão. São 
de extrema importância, pois são a base de dados geradora 
da informação que moverá a empresa nos períodos seguin-
tes (RITZMAN; KRAJEWSKI, 2004). Todavia, é preciso 
haver um norte para que a administração da produção possa 
18GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
trabalhar. Existem quatro grandes modelos de previsão de 
demanda amplamente utilizados pelas empresas (PEINADO; 
GRAEML, 2007):
A. Os modelos qualitativos, que são essencialmente subjeti-
vos e apropriados, quando não existem dados históricos 
para serem analisados como base para a previsão. Os 
principais modelos qualitativos de previsão de demanda 
são: predição, opiniões de executivos, método Dephi, 
opiniões da equipe de vendas, pesquisas de mercado e 
analogia com produtos similares.
B. Os modelos de decomposição de séries temporais que 
se baseiam no estudo estatístico da demanda acontecida 
no passado para projetar a demanda futura. Toda série 
temporal pode ser analisada e decomposta em uma parte 
sistemática, composta de nível, tendência e sazonalidade 
e outra parte aleatória. Dentre estes modelos, tem-se os 
modelos baseados na média (média móvel, ponderada ou 
com suavização exponencial), que devem ser aplicados 
apenas a demandas que não apresentem tendência ou 
sazonalidade, os modelos de regressão linear, utilizados 
para demandas que apresentam tendência, mas não 
apresentam sazonalidade.
C. O modelo do ajustamento sazonal, que pode ser aplica-
do para séries temporais de demandas que apresentam 
nível, tendência e sazonalidade.
Importante destacar que como os índices dos modelos 
acima variam com o passar do tempo, é necessário utilizar um 
modelo dinâmico de previsão.
19GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
MODELOS DE DIMENSIONAMENTO E 
CONTROLE DE ESTOQUES
Dentroda gestão dos estoques, deve-se adotar uma ativi-
dade que é a previsão dos mesmos. Essa previsão de consumo 
ou de demanda estabelece as estimativas futuras dos produtos 
em estoque administrados pela empresa. Como características 
básicas da previsão, tem-se: o ponto de partida de todo pla-
nejamento da cadeia de suprimentos; dá eficácia aos métodos 
empregados; melhora a qualidade das hipóteses que foram uti-
lizadas no raciocínio (DIAS, 2011). As técnicas de previsão do 
consumo de materiais podem ser classificadas em três grupos.
A. Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será 
repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo, 
segundo a mesma lei observada no passado, sendo que 
este grupo de técnicas é de natureza essencialmente 
quantitativa.
B. Explicação: procura-se explicar as vendas do passado 
mediante leis que relacionam as mesmas com outras 
variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São 
basicamente aplicações de técnicas de regressão e cor-
relação.
C. Predileção: funcionários experientes e conhecedores 
de fatores inf luentes nas vendas e no mercado estabe-
lecem a evolução das vendas futuras. Em alguns casos 
este item levará em consideração sistemas previamente 
programados que fornecerão dados sobre o mercado.
Uma previsão deve sempre ser considerada como a hipótese 
mais provável dos resultados, pois o consumo pode ter várias 
formas de evolução e pode ser representado das seguintes formas:
A. Modelo de evolução horizontal de consumo: de ten-
dência invariável ou constante, nenhuma inf luência 
conjuntural.
20GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Modelo de evolução horizontal de consumo
B. Modelo de evolução de consumo sujeito à tendência: o 
consumo médio aumenta ou diminui com o decorrer 
do tempo.
Modelo de evolução de consumo sujeito à 
tendência
C. Modelo de evolução sazonal de consumo: o consumo 
possui oscilações regulares, que tanto podem ser positi-
vas quanto negativas, ele é sazonal, quando o desvio é 
no mínimo de 25% do consumo médio e quando aparece 
condicionado a determinadas causas.
Modelo de evolução sazonal de consumo
No entanto, podem ocorrer combinações entre os diferen-
tes modelos de evolução de consumo, percebendo-se isso de 
maneira mais evidente quando se acompanha o ciclo de vida 
de um produto.
Fonte: Dias (2011).
Fonte: Dias (2011).
Fonte: Dias (2011).
21GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
O controle dos estoques tem seus riscos associados ao fato 
de se ter uma incerteza da quantidade a ser solicitada pelos 
clientes e da quantidade a ser enviada para armazenagem. 
Outra situação de risco é que não é possível prever com exati-
dão quando chegarão os suprimentos para iniciar a produção 
e abastecer os estoques. Uma das primeiras questões levadas 
em consideração no controle de estoques é a previsão de ven-
das futuras, da demanda, bem como, a estimativa do tempo 
de ressuprimento (lead time), desde a colocação do pedido no 
fornecedor, sua produção até a chegada do material nas insta-
lações da empresa (CHING, 2007).
Os diversos estudos sobre a evolução do consumo no pas-
sado possibilitam uma previsão de sua evolução futura, mas 
esta previsão somente estará correta se o comportamento de 
consumo permanecer inalterável. Como fatores que podem 
alterar o comportamento do consumo, tem-se (DIAS, 2011): 
A. Inf luências políticas.
B. Inf luências conjunturais.
C. Influências sazonais.
D. Alteração no comportamento dos clientes.
E. Inovações técnicas.
F. Produtos retirados da linha de produção.
G. Alteração da produção.
H. Preços competitivos dos concorrentes.
Ainda, quando falamos dos modelos de dimensionamento de 
estoques, há um conjunto de variáveis que podemos utilizar para 
avaliação. Vamos ver um pouco mais sobre cada um deles agora!
Consumo médio mensal: os valores que se apresentam são 
22GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
referentes à média aritmética das retiradas mensais de estoque, 
sendo levado em consideração um grau de confiabilidade razo-
ável, e esta média deverá ser obtida do consumo de, no mínimo, 
últimos seis meses. Todo estudo sobre dimensionamento e con-
trole de estoque parte do consumo médio, sendo este o ponto 
inicial, sabe-se que se trata de um valor provável de consumo, 
e que seguido a isso não existiram f lutuações na demanda nem 
alterações do consumo médio mensal. Com isso, não havendo 
modificações substanciais, este valor será válido e expressará a 
quantidade a ser consumida.
Estoque de Segurança (ES): o estoque de segurança é uma 
quantidade de estoques calculado apenas para suprir uma se-
gurança em casos de variações inesperadas, algo que você não 
pode prever ou controlar: problemas no fornecedor, atrasos na 
entrega, uma demanda que não foi prevista… Antes de mostrar 
como se calcula o estoque de segurança, é preciso entender do 
que ele depende. Nosso estoque de segurança depende de alguns 
fatores chave:
* a própria demanda: se a demanda.
* o lead time (tempo de entrega) do produto.
* o nível de serviço desejado.
Usa-se a distribuição de probabilidades normais para apro-
ximar o comportamento da demanda, para tornar mais simples 
e direto o cálculo do estoque de segurança. Assim, quando 
falamos em nível de serviço, estamos avaliando quanto por 
cento da curva normal queremos cobrir. Um desvio padrão ao 
redor da média cobre aproximadamente 67% da curva, 2 des-
vios padrões cobrem mais de 97% e 3 desvios padrões cobrem 
mais de 99% da curva.
Lote Econômico de Compra (LEC): algumas das supo-
sições quando adotamos o LEC não são totalmente realistas, 
mas elas simplificam muito o modelo do LEC e, portanto, são 
consideradas para estimar a melhor quantidade a ser comprada. 
23GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Essa estimativa pode depois ser ajustada para que a quantida-
de realmente comprada não esteja muito distante da melhor 
quantidade.
Estoque Máximo (EMx): simplesmente é a soma do es-
toque de segurança (ES) mais o lote de compra (LEC).
Intervalo de Ressuprimento (IR): é representado pelo 
intervalo entre dois ressuprimentos. Estes podem ser fixados, 
dependendo das quantidades compradas, do tempo de entrega 
do fornecedor e do consumo médio.
Ruptura de estoque: dá-se quando o estoque chega a zero 
e não se pode atender a uma necessidade de consumo.
Econômico ou não são as duas definições para esse lote de 
compra. Quando se fala em condições normais de equilíbrio 
entre a compra e o consumo, o estoque irá variar entre os li-
mites máximos e mínimos. Tendo em mente que estes níveis 
somente serão validados sob o enfoque da produção, não se 
levando em consideração aspectos de ordem financeira nem 
conjuntural, como inf lação, especulação ou investimento. A 
capacidade de armazenagem por parte da empresa também é 
um fator de inf luência, que deve ser levada em consideração 
na hora do seu dimensionamento (CHING, 2007).
Vamos ver mais sobre ES, LEC 
e IR no capítulo 4!
Exercícios - Capítulo 02
1) As observações repetidas da demanda de um produto ou serviço 
em sua ordem de ocorrência formam um padrão conhecido como séries 
temporais. O que são essas séries temporais?
2) Quais são os três modelos de previsão e quais suas principais 
características?
3) Dentro da gestão dos estoques, deve-se adotar uma atividade 
que é a previsão dos mesmos. O que é e como é feita essa previsão?
4) Assim como os modelos de previsão, as técnicas de previsão do 
consumo de materiais podem ser classificadas em três grupos. Quais 
são? Quais suas características?
5) Os diversos estudos sobre a evolução do consumo no passado 
possibilitam uma previsão de sua evolução futura, mas esta previsão 
somente estará correta se o comportamento de consumo permanecer 
inalterável. Como fatores que podem alterar o comportamento do 
consumo, quais podemos indicar?
25GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
CLASSIFICAÇÃO 
DOS ESTOQUES E 
INDICADORES
Como os estoques representam parcela 
substancial dos ativos das empresas, devem 
ser encarados como um fator de geração de 
negócios e de lucros.Assim cabe ao gestor 
dos estoques verificar se estão tendo a 
utilidade adequada apresentando o retorno 
sobre o capital neles investidos.
26GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Como já sabemos, a separação de materiais é um processo 
crítico dentro da logística. Para nos auxiliar, profissionais de 
logística buscam os melhores resultados, disponibilizando 
algumas ferramentas.
A classificação ABC, por exemplo, fornece a ordenação 
dos materiais pelos respectivos valores de consumo anual. Pela 
prática, verifica-se que uma pequena porcentagem dos itens 
da classe A são responsável por grande porcentagem do valor 
global. Ao contrário, na classe C, poderá haver grandes porcen-
tagens de itens responsáveis por apenas pequena porcentagem 
do valor global. Já a classe B estará em situação intermediária. 
Conforme Dias (2011), após os itens terem sido ordenados 
pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser 
definidas da seguinte maneira:
Classe A – grupo de itens mais importantes que devem ser 
tratados com uma atenção especial pela administração.
Classe B – grupo de itens em situação intermediária entre 
classes A e C.
Classe C – grupo de itens menos importantes que justifi-
cam pouca atenção por parte da administração.
Dentre as várias sistemáticas para elaboração da curva 
ABC, o que chama atenção é o fato de que para se calcular a 
representatividade de cada item em estoque, basta multiplicar 
o consumo anual de cada item por seu respectivo custo. Logo 
após, listar em uma ordem de maneira decrescente de valor e 
calcular o percentual relativo de cada item em relação ao custo 
total do estoque sendo este, por sua vez, de 100% (CHING, 
2007).
Para demonstrar as etapas de confecção de uma curva 
ABC, a seguir apresenta-se um caso simplificado para apenas 
10 itens. Observa-se que o procedimento é valido para qualquer 
número de itens, levando em conta que o critério de ordenação 
27GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
é o valor do consumo anual representado pelo preço unitário 
X consumo anual para cada item.
Modelo de coleta de dados
Dependendo do objetivo particular de um estudo podem ser 
usados outros critérios para avaliação, como por exemplo, em 
um problema de transporte pode-se usar o peso ou volume do 
material transportado. Em seguida foi construída outra tabela 
com base na ordenação dos materiais por ordem decrescente de 
valor de consumo, levando em conta a anterior (DIAS, 2011).
Modelo de ordenação de dados
Material Preço unitário (R$)
Consumo 
anual
(unidades)
Valor 
consumo
(R$/Ano)
Grau
A 1,00 10.000 10.000 8º
B 12,00 10.200 122.400 2º
C 3,00 90.000 270.000 1º
D 6,00 4.500 27.000 4º
E 10,10 7.000 70.000 3º
F 1.200 20 24.000 6º
G 0,60 42.000 25.200 5º
H 2,80 8.000 22.400 7º
I 4,00 1.800 7.200 10º
J 60,00 130 7.800 9º
Fonte: Dias (2011)
Fonte: Dias (2011)
Grau Material (R$) Valor consumido
(%) sobre 
o valor do 
Consumo
(R$) Valor 
consumido
Acumulado
(%) sobre 
o valor do 
Consumo 
total
1º C 270.000 46 270.000 46
2º B 122.400 21 392.400 67
3º E 70.000 12 462.400 79
4º D 27.000 5 489.400 83
5º G 25.200 4 514.600 88
6º F 24.000 4 538.600 92
7º H 22.400 4 561.000 95
8º A 10.000 2 571.000 97
9º J 7.800 1 578.800 98
10º I 7.200 1 586.000 100
28GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Destaca-se, ainda que a tabela pode ser construída com as 
respectivas porcentagens sobre o valor do consumo total em 
ordenadas, obtendo-se a curva ABC, observando-se que esta 
curva é essencialmente de natureza não decrescente (DIAS, 
2011). São seis as etapas para a construção de um gráfico de 
curva ABC (VIANA, 2002):
1. ordenadas e abscissas (formação do quadrado) – para 
o eixo das ordenadas, fica reservado o percentual dos 
valores e, para o eixo das abscissas, o percentual de 
quantidade.
2. marcação de pontos – os pontos percentuais obtidos na 
tabela mestra devem ser transpostos para o gráfico no 
eixo das ordenadas (percentual de valor acumulado).
3. traçado da curva – os pontos marcados devem ser uni-
dos, delineando-se assim, o perfil da curva ABC.
4. traçado da diagonal do quadrado e da tangente para-
lela à diagonal no ponto extremo da curva – traça-se a 
diagonal do quadrado abaixo da curva e uma tangente 
paralela à diagonal e que toque no ponto mais extremo 
da curva.
5. identificação de ângulos, traçado de bissetrizes e deter-
minação de pontos na curva – o eixo das ordenadas e a 
tangente formam um ângulo, enquanto o lado superior 
do quadrado e a tangente formam outro ângulo. Iden-
tificados, traçam-se as bissetrizes desses ângulos, para 
que sejam marcados os pontos obtidos pelo encontro 
de cada bissetriz com a curva.
6. determinação das áreas A,B,C – os pontos obtidos 
pelo encontro das bissetrizes dos ângulos com a curva 
determinam e delimitam as áreas A, B e C.
29GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Após a determinação das áreas A, B e C, analisa-se o 
resumo dos percentuais de quantidades que são obtidos pela 
leitura do eixo das abscissas, enquanto os percentuais de valor 
são obtidos pela leitura do eixo das ordenadas, respectivamente 
para cada classe A, B e C.
Classificação de estoques baseado na curva 
ABC
A figura mostra um eixo cartesiano no qual é registrado 
o número de itens, no eixo das ordenadas são marcadas as 
somas relativas aos valores de consumo e estes, por sua vez, 
são marcados nos eixos. Inicia-se à esquerda com o registro do 
item que acusa o menor valor de consumo acumulado, grau 1º. 
As colunas são registradas no gráfico de acordo com o mesmo 
princípio. A linha imaginária que faz a interligação entre as 
colunas representa a curva ABC.
PQR E XYZ: OUTRAS SISTEMÁTICAS DE 
CLASSIFICAÇÃO
A sistemática de classificação ABC é comprovadamen-
te uma ferramenta muito útil e funcional para segmentar o 
estoque e focalizar ações específicas em itens que tem maior 
representatividade em valores no estoque. Porém, como fala-
mos anteriormente, dependendo do objetivo particular de um 
estudo, outros critérios são necessários para a classificação 
dos estoques. Vamos destacar agora duas destas sistemáticas: 
PQR e XYZ.
Fonte: Dias (2011)
30GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Classificação PQR: utiliza o mesmo princípio da curva 
ABC, entretanto, seu requisito de divisão é a popularidade com 
que os itens são movimentados dentro do estoque. P, equivale 
aos itens que tem maior movimentação dentro do estoque, 80% 
da movimentação, 20% dos itens; Q , remete aos produtos com 
15% da movimentação e 30% dos itens; R, sendo compatível 
com 5% da movimentação e 50% dos itens. A curva PQR 
divide os itens em três classes de acordo com a frequência de 
demanda apresentada por cada um, em um certo período de 
tempo, podendo ser produtos acabados, semiacabados e maté-
rias-primas, sendo os registros de saída do estoque o fator que 
determina a frequência (FERRARI; REIS, 2009).
Classificação XYZ: Essa derivação da curva ABC utiliza 
como base a criticidade do item em evidência, ou seja, separa 
nos mesmos moldes da ABC, mas tem como característica 
central qual a importância do item para o correto andamento 
dos processos da empresa. X, itens de baixa criticidade, sua falta 
não acarreta em problemas sérios e pode ser substituído com 
facilidade; Y, itens com criticidade média, podem ser substituí-
dos, mas com dificuldades, sua falta causa problemas e possíveis 
atrasos; Z, itens muito críticos, difíceis de ser substituídos e 
comprometem processos da empresa, causando paralizações e/
ou comprometendo equipamentos (VIANA, 2002).
Como vimos, a curva ABC tem sido usada no geren-
ciamento de estoques, tanto para a definição da política de 
vendas quanto no estabelecimento de prioridades para a pro-
gramação da produção (VIANA, 2002). Porém, para que os 
estoques possam, de fato, proporcionar o nível de atendimento 
exigido ou pré-estabelecido, evitando que a variabilidade do 
suprimento ou da demanda interfiram no atendimento de um 
pedido, precisamos utilizar um conjunto de ferramentas, que 
inclui também as classificações PQR e XYZ, de acordocom 
a necessidade (PEINADO; GRAEML, 2007).
Analisando os gráficos anteriormente citados como exem-
plo, percebe-se que os materiais de classe A merecem um 
31GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
controle administrativo preferencial em face dos demais no 
que diz respeito à aplicação de políticas de controle de esto-
ques. Já os materiais de classes B e C devem ser submetidos 
a tratamentos administrativos mais simples, pelo baixo valor 
representativo dos mesmos, não se justificando a introdução 
de controles muito precisos e onerosos.
Neste momento você já sabe que a análise meramente pelo 
valor financeiro relativo do estoque desconsidera a importân-
cia relativa dos itens em outros aspectos. Este é o motivo pelo 
qual acabamos de estudar as classificações PQR e XYZ. Nesse 
momento, fica claro que uma análise completa da classificação 
dos estoques depende de uma avaliação conjunta da importância 
financeira dos itens e sua relevância operacional e estratégica.
ACURÁCIA, NÍVEL DE SERVIÇO, GIRO E 
COBERTURA: INDICADORES DE ESTOQUES
Como os estoques representam parcela substancial dos 
ativos das empresas, devem ser encarados como um fator de 
geração de negócios e de lucros. Assim cabe ao gestor dos es-
toques verificar se estão tendo a utilidade adequada ou sendo 
um “peso morto”, não apresentando o retorno sobre o capital 
neles investido. Dessa forma, os indicadores de desempenho dos 
estoques são fundamentais para uma análise do comportamento 
dos mesmos. Existem vários indicadores de produtividade na 
análise e controle dos estoques, sendo os mais usuais: a acurá-
cia dos estoques, o nível de serviço ou nível de atendimento, o 
giro e a cobertura dos estoques, que vamos conhecer melhor 
a partir de agora. Mas antes disso, é importante falarmos da 
prática de inventário, que discutimos anteriormente.
O inventário físico é a contagem física dos estoques. Di-
ferenças entre o estoque físico e o estoque contábil, aquele 
32GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
apurado pelos sistemas de controle, devem ser ajustadas, con-
forme determinações contábeis e tributárias. O inventário físico 
pode ser periódico, normalmente no encerramento de períodos 
fiscais ou duas vezes por ano, contando todo o estoque físico 
da empresa. Geralmente segue a lógica de força tarefa com a 
contagem sendo feita no menor tempo possível. Pode ainda ser 
rotativo, quando são contados itens do estoque de forma per-
manente. Nesse caso, deve-se definir um programa de trabalho 
para contar todos os itens durante o período fiscal. Exige uma 
equipe exclusivamente dedicada a contagem, durante todo o 
ano. Um critério usual é contar a cada três meses: 100% dos 
itens da Classe “A”; 50 % dos da classe “B” e 5% dos itens da 
classe “C”.
Acurácia dos controles
Determina a relação entre o número de itens ou valores 
corretos e a quantidade ou valor total de itens apurados no 
inventário. Esta é uma medida DIRETA de confiabilidade do 
estoque, estoque que está relacionada diretamente à contagem 
dos itens. É medido em percentual, e calculado da seguinte 
forma:
 ACURÁCIA = 
Assim, vamos imaginar uma empresa que tenha acabado 
de fazer seu inventário físico, e o resultado seja o seguinte: 
9.394 itens contados e 494 erros encontrados. Você consegue 
calcular a acurácia nesse caso? Muito simples, vamos à fórmula:
Ac = 9.394 itens contados – 494 erros / 9.394 itens contados
Ac = 8.900 itens corretos / 9.394 itens contados
Ac = 94,74%
Isso quer dizer que, de todos os itens contados, 94,74% 
estão corretos – ou seja – os itens em estoque têm nível de 
Número ou Valor dos itens CORRETOS
Número ou Valor TOTAL dos itens
33GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
acurácia de 94,74%. Aqui cabe ressaltar que podemos fazer 
a medição ponderada por faixa de classificação ABC. Nesse 
caso, faríamos a apuração da acurácia por classe, e posterior 
ponderação dos resultados.
Nível de serviço
Indica a capacidade de atendimento das solicitações feitas 
pelos usuários do estoque. Esta é uma medida INDIRETA de 
confiabilidade do estoque, pois o não atendimento dos itens 
pode estar relacionado tanto a falta dos mesmos, no caso de baixa 
acurácia, quanto a problemas de operação dos almoxarifados, 
por exemplo. Também é uma medida percentual e é calculado 
da seguinte forma:
Giro de estoque =
Por exemplo, vamos supor que na empresa anterior, nos 
mesmos três meses foi R$ 1.667.037,59 de saídas e o estoque 
médio é de R$ 96.099,53. Qual é o giro de estoque dessa 
empresa?
Nesse caso, o desenvolvimento do cálculo é:
GE = R$ 1.667.037,59 de consumo no período / R$ 96.099,53 de 
estoque médio nesse período
GE = 17,34 vezes
Isso quer dizer que, em 3 meses, o estoque da empresa se 
renovou mais de 17 vezes. Ou seja, mais de 17 vezes todo o 
valor que a empresa tinha investido em estoque foi consumido 
e reposto, em média.
Cobertura de estoque
Indica o número de unidades de tempo (dias) que o esto-
que médio será suficiente para cobrir a demanda média. Sua 
VALOR TOTAL de saída do estoque (consumo) 
período
VALOR do ESTOQUE MÉDIO no perído
34GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
fórmula de cálculo é a seguinte:
Cobertura de estoques = 
Com base nas infor-
mações anteriores, você consegue agora indicar qual é a co-
bertura de estoque dessa empresa? É fácil:
CE = 90 dias (3 meses x 30 dias / mês) / 17,34
CE = 90 / 17,34
CE = 5,19 dias
Isso quer dizer que, nas condições atuais, 5 dias é o tempo 
que o estoque médio consegue cobrir com base na demanda.
Números de DIAS do período
GIRO de ESTOQUE
Exercícios - Capítulo 03
1) Faça a classificação ABC dos itens a seguir:
2) Além da classificação ABC, há outras formas de classificar os 
estoques. Quais são? Explique cada uma.
3) O que é inventário físico? Quais os diferentes tipos de inventários? 
Explique.
4) Explique o que é acurácia dos controles e faça a apuração do 
indicador, considerando que no inventário foram contados 13.548 itens 
e foram encontrados 398 erros.
5) Explique o que é giro e cobertura de estoques, indique a relação 
entre eles e calcule os indicadores considerando que no ano de 2017 o 
volume financeiro de requisições ao estoque da empresa tenha sido de 
R$ 27.548.659,87 com um valor médio de estoque de R$ 1.676.447,76.Material Preço unitário (R$)
Consumo anual
(unidades)
Valor consumo
(R$/Ano)
A 1,00 10.000 10.000
B 12,00 10.200 122.400
C 3,00 90.000 270.000
D 6,00 4.500 27.000
E 10,10 7.000 70.000
F 1.200 20 24.000
36GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
DEMANDA, CON-
SUMO E TEMPO 
DE REPOSIÇÃO: 
AS SISTEMÁTICAS 
DE REPOSIÇÃO
É fundamental organizar os estoques, alinhar 
as informações e buscar dados para que 
seja possível definir os níveis e as formas de 
reposição adequados dos estoques, a fim de 
tornar sustentável a ampla entrada de itens 
novos nos estoques.
37GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Ao longo dos últimos três capítulos, chegamos à conclusão 
de que dado o contexto de concorrência cada vez mais acirrada, 
com recursos tornando-se escassos e de difícil acesso, estudar 
e aplicar ferramentas adequadas para reposição de estoques é 
relevante (GONÇALVES, 2004). Trabalhando com um sis-
tema de reposição baseado em atividades adequadas, pode-se 
melhorar muito o desempenho de uma organização, tanto na 
parte financeira quanto no que diz respeito ao manuseio de 
materiais e as quantidades de estoques planejados.
Assim, estabelecer o método ou a política de ressuprimento 
para determinado item de material consiste em definir a forma 
com que os estoques serão constantemente reabastecidos à me-
dida que o tempo passa e o material é consumido; em outras 
palavras, consiste em definir o quanto e quando comprar o 
material (PEINADO; GRAEML, 2007). A determinação do 
método de ressuprimento adotado inf luenciará nos estoques 
cíclicos e nos estoques de segurança, sendo que existem várias 
formas de reposição de estoques, dentre elas, as mais utilizadas 
pelas organizações são:
A. Sistema de revisão contínua
O modelo de revisão contínua dos estoques é encontradosob vários nomes na literatura internacional: continuous review 
model, reorder point policy, (Q,r) model, fixed order quantity system, 
two-bin system, entre outros (ROSA et al., 2010, p. 628). Esse 
modelo consiste em providenciar a reposição (r) um nível fixo, 
que ao ser atingido dispara a emissão de um novo pedido de 
tamanho (Q ) pré-definido, chamado ponto de pedido (PP). 
Quanto maior o ponto de pedido, maior será o estoque de 
segurança. Nessa sistemática, a reposição se dá a intervalos 
irregulares de tempo.
A adoção da sistemática Q , porém, não depende necessa-
riamente da adoção de ressuprimento de acordo com o lote eco-
nômico de compras (LEC). A quantidade Q pode ser definida 
de acordo com algum critério de interesse da empresa, baseado 
38GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
na experiência prática ao invés de ser aplicado ao modelo de 
LEC (TUBINO, 2000). Qualquer que seja a decisão, torna-se 
evidentemente conveniente repor os estoques em quantidades 
econômicas.
B. Sistema de revisão periódica;
O modelo de revisão periódica também pode ser encontrado 
com vários nomes na literatura: periodic review model, periodic 
order model, (R,T) model, fixed reorder cycle system, entre outros 
(ROSA et al., 2010, p. 629). Em suma, esse modelo consiste 
em providenciar a reposição a intervalos regulares (intervalo 
ótimo - IP) de tempo. Quando datas pré-estabelecidas são atin-
gidas, a quantidade solicitada, que a cada novo pedido varia de 
acordo com o consumo no período anterior, é gerado um novo 
pedido. Dessa forma, a quantidade solicitada é normalmente 
diferente da quantidade ótima, devendo ser suficiente para 
cobrir a demanda durante o intervalo considerado (SLACK 
et al., 2002). A principal vantagem da sistemática P é a f lexi-
bilidade na determinação da periodicidade a ser empregada. 
O nível mínimo de estoque no sistema de reposição periódi-
ca varia mais rapidamente no sistema de período fixo (aumento 
do risco de déficit). A variação da quantidade encomendada é 
maior e o estoque máximo é maior no sistema de período fixo, 
produzindo maiores custos de manter estoque e, em consequ-
ência, quando a demanda é variável é preferível o sistema onde 
o período de reposição é fornecido pela demanda e não por um 
período pré-determinado (PEINADO; GRAEML, 2007).
Antes de irmos mais a fundo em cada uma das sistemáticas, 
vamos retomar rapidamente os principais objetivos do gerencia-
mento de estoques. Estes aspectos servirão para construirmos 
juntos as sistemáticas para organizar a reposição de estoques 
(DIAS, 2011):
39GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
A. determinar “o que” deve permanecer em estoque: número 
de itens;
B. determinar “quando” se devem reabastecer os estoques: 
periodicidade;
C. determinar “quanto” de estoque será necessário para 
um período pré-determinado: quantidade de compra;
D. controlar os estoques em termos de quantidade e valor; 
fornecendo informações sobre a posição do estoque;
E. manter inventários periódicos para avaliação das quan-
tidades e estados dos materiais estocados;
F. identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e da-
nificados.
Em resumo ao relatado acima, percebe-se a necessidade de 
organizar os estoques, alinhar as informações e buscar dados 
para que seja possível definir os níveis e as formas de reposição 
adequados dos estoques a fim de tornar sustentável a ampla 
entrada de itens novos nos estoques. Quando se fala em custo 
de estoques, observa-se que na tomada de decisão de quanto 
comprar, os gerentes de produção primeiro tentam identificar 
os custos que serão afetados por sua decisão. A seguir, exem-
plifica-se alguns que são relevantes (SLACK et al., 2002).
A. Custos de colocação do pedido: cada vez que um pedi-
do é colocado para abastecer o estoque, são necessárias 
algumas transações que representam custo à empresa. 
Estas incluem a tarefa de escritório de preparo do pedido 
e toda a documentação associada a isso, o arranjo para 
que se faça a entrega, o arranjo de pagar o fornecedor 
pela entrega e os custos gerais de manter todas as in-
formações para fazer isso.
40GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
B. Custos de desconto de preço: em muitas indústrias, os 
fornecedores oferecem desconto sobre o preço normal 
de compra para grandes quantidades, ao contrário disso, 
eles podem impor custos extras para pequenos pedidos.
C. Custo da falta de estoque: caso se erre na decisão da 
quantidade de pedido, pode-se ficar sem estoque, ha-
vendo custos incorridos pela falha no fornecimento aos 
consumidores. Se os consumidores forem externos, eles 
poderão trocar de fornecedor, se forem internos, a falta 
de estoque poderá levar a tempo ocioso no processo 
seguinte, ineficiências e, fatalmente, outra vez consu-
midores externos insatisfeitos.
D. Custo de capital de giro: quando se inicia um pedido 
de reabastecimento, os fornecedores irão demandar pa-
gamento por seus bens, quando fornecemos para nossos 
próprios consumidores, iremos, por nossa vez, demandar 
pagamento. No entanto, haverá provavelmente um lapso 
de tempo entre pagar a nossos fornecedores e receber 
o pagamento de nossos consumidores. No intermédio 
desse tempo, é necessário ter fundos para manter os 
estoques, isso é chamado de capital de giro, é o que se 
precisa para fazer girar o estoque.
E. Custo de armazenagem: esses tipos de custos estão 
associados à armazenagem física dos bens, localização, 
climatização e iluminação do armazém, os quais podem 
ser caros, especialmente quando são requeridas condições 
especiais, como baixa temperatura ou armazenagem de 
alta segurança.
F. Custo de obsolescência: se for adotada uma política 
de pedidos que envolvem quantidades muito grandes, 
isso significará que os itens alocados permanecerão 
longos períodos armazenados, criando o risco desses 
itens tornarem-se obsoletos, (no caso de uma mudança 
na moda), ou deteriorar-se com o tempo, (no caso da 
41GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
maioria dos alimentos por exemplo).
Todos esses custos associados a estoques podem ser divi-
didos em dois grupos, onde as primeiras três categorias são 
custos que usualmente decrescem amedida que o tamanho do 
pedido é aumentado, já as outras categorias de custos crescem 
a medida que o tamanho do pedido é aumentado.
Agora, vamos discutir em detalhes os critérios para a cons-
trução das sistemáticas de reposição. Nesta etapa, vamos ver 
como calcular o lote econômico de compras, o tempo e inter-
valo de ressuprimento, os estoques mínimo e máximo, além 
do estoque de segurança.
CRITÉRIOS PARA A CONSTRUÇÃO DAS 
SISTEMÁTICAS DE RESPOSIÇÃO
Em geral, existem dois tipos de modelos de gerencia-
mento de estoques, os determinísticos e os estocásticos. Os 
modelos determinísticos trabalham com fatores conhecidos e 
geralmente constantes, são simples e não muito realistas. Os 
modelos estocásticos, também chamados probabilísticos, são 
melhores para lidar com a incerteza; visto que fatores são in-
certos e geralmente variáveis. São modelos mais complexos e 
refletem a realidade melhor do que os modelos determinísticos. 
O modelo do LEC, lote econômico de compras, é um modelo 
determinístico, ao passo que os modelos de reposição contínua 
e periódica são estocásticos. Vamos a eles!
Lote Econômico de Compra (LEC)
O LEC talvez seja um dos modelos mais difundidos e 
conhecidos no mundo da Logística de Estoques. Sua aplica-
ção, porém, tem algumas limitações, e a adoção do modelo 
fica restrita a produtos duráveis (não perecíveis) e únicos, por 
exemplo. Além disso, há alguns pressupostos básicos do modelo:
42GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
1. A demanda é constante e conhecida com certo nível de 
confiabilidade.
2. O tempo de execução é constante e conhecido.
3. Não há escassez - portanto, nenhum custo de falta (sem 
estoques). Isso está implícito nos pressupostos 1 e 2.
4. Todos os itens para um determinado pedido chegam em 
um lote ou ao mesmo tempo, ou seja, chegada simul-
tânea ou instantânea. Em particular, eles não chegam 
gradualmente.
5. Ocusto de compra é constante, isto é, sem descontos, 
portanto, para o modelo LEC básico, o custo de compra 
é irrelevante, já que o custo total da compra é o mesmo 
independentemente da quantidade encomendada.
6. Custos de manutenção por unidade (SKU). é constante. 
Isso implica que o custo de retenção total é uma função 
linear crescente da quantidade de estoque no ano.
7. O custo de pedidos por pedido é constante indepen-
dentemente do tamanho da ordem.
O LEC é a quantidade a ser comprada que vai minimizar os 
custos de estocagem e de aquisição. Para isso, então, contamos 
com demanda conhecida e constante, e que não há restrições 
quanto ao tamanho dos lotes (os caminhões de transporte não 
têm capacidade limitada e o fornecedor pode suprir tudo o que 
desejarmos). Além disso, assumimos que os custos envolvidos 
são apenas de estocagem (por unidade) e de pedido (por ordem 
de compra) e o lead time é constante e conhecido. Obviamen-
te, neste momento, você deve estar se perguntando: mas, na 
prática, isso se aplica?
SKU: Stocking Keeping Unit, é cada item individual que é 
armazenado.
43GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Sabemos que o maior componente no custo do pedido é, 
sem dúvida, representado pelo transporte. As grandes empresas 
passaram a exigir de seus fornecedores várias entregas diárias 
de pequenos lotes, sem aumento nos preços praticados. Para 
que isto fosse viável, tornou-se necessária uma significativa 
redução do custo do transporte, que, via de regra, corre por 
conta do fornecedor. Muitos fornecedores passaram a localizar 
suas plantas produtivas ou estoques estratégicos próximos aos 
seus clientes para minimizar os custos de transportes, embora, 
com isso, perdessem parte da vantagem da economia de escala, 
proporcionada pela concentração da produção em um único 
ponto.
Assim, vamos expressar a equação para obtermos a quan-
tidade econômica como:
Onde:
D = uma demanda anual constante;
K = um custo fixo de pedido (aquisição);
I = a taxa de armazenagem; e
C = custo unitário do produto.
Entre os anos de 1970 e 1990, o just in time era visto pelos 
fornecedores como uma transferência do estoque do cliente, com 
grande poder de barganha (em função do seu tamanho), para 
um “elo mais fraco da cadeia”. Mas, com o passar do tempo, os 
fornecedores das grandes empresas passaram a adotar a mesma 
política com os seus próprios fornecedores, quando aplicável, 
exigindo que eles também entregassem em quantidades mais 
ajustadas à sua necessidade momentânea (CHIAVENATTO, 
2014).
44GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Tempo de Ressuprimento (TR) e Intervalo de 
Ressuprimento (IR)
O tempo de ressuprimento (TR) é o tempo gasto desde a 
verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada 
efetiva do material no almoxarifado da empresa, sendo esse 
tempo composto das seguintes partes (POZO, 2001):
A. tempo para elaborar e confirmar o pedido junto ao 
fornecedor;
B. tempo que o fornecedor leva para processar e entregar 
o pedido; 
C. tempo para processar a liberação do pedido para con-
sumo.
Em função de sua grande importância, o TR deve ser 
determinado do modo mais realista possível, pois as variações 
ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura 
do sistema de estoques.
Após se estabelecer o tempo de ressuprimento (TR), po-
de-se fixar o intervalo de ressuprimento (IR), isto é, o tempo 
que transcorre entre dois ressuprimentos. Esse intervalo pode 
ser fixado em qualquer limite, dependendo das quantidades a 
serem compradas (DIAS, 2011).
Estoque Mínimo (EMn)
Também conhecido como estoque de reserva, o estoque 
mínimo (EMn) é uma quantidade mínima de materiais que 
deve existir no estoque com a função de cobrir as possíveis 
variações aleatórias intrínsecas à demanda, atuando nos mo-
mentos de falha do fornecimento, da produção, da previsão da 
demanda, entre outros fatores (POZO, 2001). A finalidade do 
estoque mínimo é não afetar o processo produtivo e, sobretu-
do, não causar transtornos aos clientes por falta de material e, 
45GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
consequentemente, atrasar a entrega do produto ao mercado.
Poderíamos trabalhar com um estoque mínimo tão alto 
que jamais haveria falta de material no estoque, você deve estar 
pensando! Contudo, como a quantidade do estoque mínimo 
não deve ser utilizada e, portanto, fica permanente no estoque, 
a armazenagem e os outros custos se tornariam elevados. Se, 
ao contrário, estabelecermos um estoque mínimo considera-
velmente baixo, isso acarretaria em custos de ruptura, ou seja, 
paralisação da produção, perda de vendas, despesas para agi-
lizar a entrega, entre outros (DIAS, 2011). Nesse caso, como 
a realidade das empresas e as variáveis ambientais são fatores 
determinantes, é preciso estabelecer um estoque mínimo que 
garanta a continuidade do processo produtivo em razão dos 
fatos supracitados.
A situação mais favorável é adotar um estoque mínimo que 
possa otimizar os recursos disponíveis e minimizar os custos 
envolvidos, atendendo a fatos previsíveis dentro do plano global 
de produção e a política de grau de atendimento (POZO, 2001). 
A quantidade adequada de estoque mínimo a ser mantida está 
relacionada às incertezas da demanda e do TR e ao grau de 
atendimento que se pretende oferecer ao cliente (CHOPRA; 
MEINDL, 2003). Partindo dessa premissa, a quantidade a ser 
mantida em estoque pode ser calculada por meio do método 
com grau de atendimento definitivo. A figura a seguir ilustra 
o comportamento do estoque mínimo no gráfico de consumo 
e reposição genérico.
Estoque mínimo representado em gráfico
Fonte: Dias (2011)
46GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Como o estoque mínimo protege o estoque do ponto de 
ruptura, ou de zerar o estoque da mercadoria e, dessa forma, 
prepara o estoque às necessidades inesperadas dos clientes, 
podemos utilizar a fórmula a seguir para calcular o nível de 
estoque mínimo (DIAS, 2011):
Onde:
= Estoque mínimo – ou seja, aquilo que estamos bus-
cando.
= Desvio-padrão de consumo – isso quer dizer quanto o 
consumo do item se desvia da sua média.
K = Coeficiente de grau de risco – o percentual de “garantia” que 
desejamos, por exemplo, 90%.
Nesse modelo pode-se comparar valores para atender ao 
mercado com maior ou menor grau de atendimento ao cliente.
Estoque Máximo (EMx)
O estoque máximo é o resultado da soma do estoque mí-
nimo com o lote de compra, onde o estoque máximo deve ser 
suficiente para suportar variações normais de estoque em face 
da dinâmica do mercado, deixando um volume que assegure, 
a cada lote de compra, que o nível máximo de estoque não 
aumente e, consequentemente, os custos de manutenção dos 
mesmos (POZO, 2001). Nas condições de equilíbrio entre a 
compra e o consumo, o estoque varia entre os níveis máximos 
e mínimos, e esses níveis somente serão válidos sob o enfoque 
produtivo (DIAS, 2011). O nível máximo de estoque pode ser 
estabelecido pela seguinte fórmula.
EMx = EMn + LC
Onde:
EMx = Estoque máximo – ou seja, aquilo que estamos buscando.
47GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
EMn = Estoque mínimo – que calculamos anteriormente.
LC = Lote de compra – isso quer dizer a quantidade que decidimos 
comprar e será reposta no estoque.
A figura a seguir ilustra o comportamento do estoque 
máximo no gráfico de consumo e reposição genérico, e sua 
relação com o estoque mínimo.
Estoque máximo representado em gráfico
O nível máximo é a quantidade permitida em estoque, 
sendo que a quantidade de ressuprimento somada ao estoque 
existente, deve atingir o estoque máximo previsto àquele item.
Estoque de Segurança (ES)
Quando uma empresa decide manter um estoque de se-
gurança (ES), na prática, o que ela está decidindo é obter do 
fornecedor uma quantidade além daquela necessária para aten-
der à demanda planejada e que será usada no caso de ocorrer 
alguma eventualidade, como no caso do consumo ser maior 
do que o planejado (BALLOU, 2006).
No caso de empresas que fabricam produtos complexos 
sob encomenda (portanto, o plano de produçãoé baseado em 
informações confiáveis obtidas a priori, não em previsão), o fato 
de conhecerem a demanda dos seus produtos finais permite que 
a demanda dos seus componentes também seja conhecida, no 
entanto, isto não significa que esta demanda não esteja sujeita 
Fonte: Dias (2011)
48GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
a uma série de incertezas. Na prática, estas incertezas podem 
ter três causas (BALLOU, 2006):
A. ambiente externo, onde uma crise econômica pode forçar 
os clientes a reduzirem o número de pedidos já firmados, 
ou a solicitarem a postergação das entregas;
B. cliente, quando solicita uma mudança da configuração 
final do produto, quando este já está em produção ou 
a cadeia de suprimentos já foi acionada para suprir os 
componentes opcionais originais que ele especificou;
C. fabricante (quando faz uma alteração tardia, mas neces-
sária na estrutura de produto). Para muitas empresas, 
estas situações estão longe de serem raras na prática, o 
que gera a necessidade de lançar mão de um ES para 
muitos componentes.
Assim, no contexto das empresas que fabricam produtos 
complexos sob encomenda, é imprescindível um processo de 
definição do ES robusto, considerando que neste tipo de em-
presa os itens comprados representam a maior parte do custo 
do produto final. Dessa forma, os responsáveis por esta etapa 
precisam ter familiaridade com os métodos analíticos dispo-
níveis para o cálculo do ES, devem fazer a coleta dos dados 
necessários ao cálculo e ter segurança sobre a confiabilidade 
destes dados, independentemente da função a que estas pes-
soas possam pertencer ou do seu nível de competência nestes 
métodos (CORRÊA; CORRÊA, 2007).
A escolha do método depende das particularidades da 
empresa e da situação. A seguir será apresentado uma fórmu-
la, baseada em dados estatísticos consolidados na literatura 
(BALLOU, 2006). Estas fórmulas tratam de forma isolada 
e em conjunto as incertezas que geram a necessidade de ES, 
definindo uma quantidade de estoque de segurança para cada 
item segundo um nível de serviço desejado.
49GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Onde:
Z = o valor tabelado que indica quantos desvios padrão ao redor da 
média temos que tomar para cobrirmos a proporção da área sob a curva 
normal que queremos (o nível de serviço, por exemplo, podemos usar 
Z= 1,64 para 95% de nível de serviço ou Z = 3 para 99,87% de nível de 
serviço); IR = o intervalo de ressuprimento, conforme cálculo anterior.
TR = o tempo de ressuprimento, conforme cálculo anterior.
= desvio-padrão da amostra, isso quer dizer quanto o consumo 
do item (amostra) se desvia da sua média.
A primeira coisa que temos que fazer é extrair os dados 
que a fórmula exige. Nesse momento, temos que ter muito 
cuidado de seguir sempre as mesmas unidades de medida, caso 
contrário, o resultado estará distorcido. Então, mãos à obra!
Z = o nível de serviço exigido é 95%, ou seja, conforme a 
tabela, aqui vamos usar 1,64 (tabela).
IR = sabemos que a indústria compra o PP a cada quinze 
dias, pois adota a política de revisão periódica, nesse caso, 
atenção! Nosso primeiro instinto é usar 15 nesse caso, porém, 
como estamos falando de ES, devemos sempre pensar nele de 
forma mensal! Assim, aqui vamos transformar os 15 dias 
em 0,5 mês (15 dias /30 dias mês).
TR = aqui, da mesma forma que antes, temos que pensar 
em meses. Dessa forma, como sabemos que o fornecedor en-
trega em três dias, vamos utilizar neste valor 0,1 mês (3 dias 
/ 30 dias mês).
Por exemplo, vamos supor que a demanda mensal de PP em sacos 
de 50kg em uma indústria é distribuída normalmente com uma média 
de 5.000 pacotes e um desvio padrão de 450 unidades. A indústria 
compra o PP a cada quinze dias, pois adota a política de revisão 
periódica de ressuprimento. Considerando que o fornecedor entrega 
em três dias, calcular o estoque de segurança necessário para um 
nível de serviço de 95%.
50GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
 = aqui temos a informação de que o desvio padrão do 
consumo mensal é de 450 unidades.
Pronto, agora podemos montar a fórmula e che-
garmos ao resultado do ES de segurança necessário 
neste cenário – vamos lá!
ES = 1,64 * √(0,5+0,1) * 450
ES = 1,64 * √0,6 * 450
ES = 1,64 * 0,7746 * 450
ES = 1,2703 * 450
ES = 571,635 -> arredondando, 572 unidades (já que 
falamos de sacos de PP).
Apesar de agora sabermos matematicamente como calcu-
lar o ES, este é apenas um número, e não se deve desprezar a 
opinião de pessoas que possuem experiência nos itens compra-
dos, mesmo que estas pessoas não conheçam os pormenores 
dos métodos quantitativos empregados em um cálculo de ES 
(CORRÊA; CORRÊA, 2007). Por outro lado, como esta 
experiência está em muitas vezes sob a forma de conhecimento 
tácito, difícil de ser transferido ou quantificado, ela pode ser 
aproveitada por meio de uma análise qualitativa.
Exercícios - Capítulo 04
1) O que é a política ou sistemática de ressuprimento? Quais são 
as principais sistemáticas? Explique:
2) Quais os principais objetivos do gerenciamento de estoques?
3) Considere que uma determinada empresa tenha venda mensal 
de um item específico estimado em 1.200 unidades. Este item é adqui-
rido pela empresa por R$ 12,00, e sobre tal incide ICMS de 18%. Além 
disso, a empresa estima custo de frete de 0,23%. Esta empresa tem 
uma equipe de compras que custa R$ 4.000,00 mensais, e é capaz de 
processar 400 pedidos por mês. Segundo informações contábeis, a taxa 
de armazenagem dos estoques desta empresa é de 11% ao ano. Dessa 
forma, indique qual é o LEC para o item em questão.
4 e 5) Explique o que é estoque mínimo e máximo considerando o 
exemplo anterior, calcule os dois valores, sabendo que o desvio-padrão 
do consumo médio anual do item é de 130 unidades e a empresa aceita 
apenas 5% de risco.
52GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
GABARITO
Capítulo 01
1) A necessidade de continuidade operacional; 2. A incer-
teza da demanda futura ou sua variação ao longo do período 
de planejamento; 3. A disponibilidade imediata do material 
nos fornecedores; e 4. O cumprimento dos prazos de entrega, 
pois atende os clientes na hora certa, com a quantidade certa 
(VIANA, 2002).
2) Se a constância da procura sobre o material for maior 
que o tempo de suprimento, ou estas providências não forem 
tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do 
f luxo de reabastecimento, teremos uma situação de ruptura ou 
de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para 
a produção, manutenção, vendas e demais áreas (SLACK et 
al., 2002).
3) O inventário na empresa de fabricação refere-se a todos 
os itens mantidos no estoque que contribuem ou se tornam parte 
dos produtos, como as matérias-primas, produtos acabados, 
suprimentos, trabalhos em andamento e peças. O inventário 
da empresa de serviços, por sua vez, refere-se a todos os bens 
tangíveis a serem vendidos (estoque no comércio) e aos supri-
mentos necessários para administrar o serviço.
4) Local único ou vários locais; Operação local (localizada) 
ou operação globalizada; Tipo de item (durável ou perecível); 
Fabricação, compra (decisão make or buy) ou empresas de 
serviços; Produto único ou multiproduto.
5) Gerenciamento de demanda; Revisão do custo da es-
tocagem de segurança e controle de quantidades mínimas e 
máximas de estoque em termos de qualidade e valor; Controle 
de recebimentos, inspeção, registro, localização e emissão de 
suprimentos, garantindo a segurança dos suprimentos e evitando 
a perda como resultado de qualquer fator como deterioração, 
53GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
roubo, desperdício, obsolescência, etc.; Redução de variedades 
e padronização do inventário para garantir que os suprimentos 
possam ser rapidamente localizados; Preparação e interpretação 
de relatórios sobre níveis de estoque, uso de estoque e estoque 
excedente.
Capítulo 02
1) As séries temporais podem ser representadas por dados his-
tóricos de vendas e representam todos os produtos vendidos em 
cada período em questão. São de extrema importância,pois são 
a base de dados geradora da informação que moverá a empresa 
nos períodos seguintes (RITZMAN; KRAJEWSKI, 2004).
2) a) Os modelos qualitativos, que são essencialmente subje-
tivos e apropriados quando não existem dados históricos para 
serem analisados como base para a previsão; b) Os modelos de 
decomposição de séries temporais, que se baseiam no estudo 
estatístico da demanda acontecida no passado para projetar 
a demanda futura. Toda série temporal pode ser analisada 
e decomposta em uma parte sistemática, composta de nível, 
tendência e sazonalidade e outra parte aleatória; c) O modelo 
do ajustamento sazonal, que pode ser aplicado para séries 
temporais de demandas que apresentam nível, tendência e 
sazonalidade.
3) Essa previsão de consumo ou de demanda estabelece as es-
timativas futuras dos produtos em estoque administrados pela 
empresa. Como características básicas da previsão, tem-se: o 
ponto de partida de todo planejamento da cadeia de suprimen-
tos; dá eficácia aos métodos empregados; melhora a qualidade 
das hipóteses que foram utilizadas no raciocínio (DIAS, 2011).
4) a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será re-
petição do passado ou as vendas evoluirão no tempo, segundo 
a mesma lei observada no passado, sendo que este grupo de 
técnicas é de natureza essencialmente quantitativa; b) Expli-
cação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis 
54GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
que relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução 
é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de téc-
nicas de regressão e correlação; e c) Predileção: funcionários 
experientes e conhecedores de fatores inf luentes nas vendas e 
no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. Em 
alguns casos este item levará em consideração sistemas pre-
viamente programados que fornecerão dados sobre o mercado.
5) a) Inf luências políticas; b) Inf luências conjunturais; c) In-
f luências sazonais; d) Alteração no comportamento dos clien-
tes; e) Inovações técnicas; f) Produtos retirados da linha de 
produção; g) Alteração da produção; e h) Preços competitivos 
dos concorrentes.
Capítulo 03
1)
2) Classificação PQR: A curva PQR divide os itens em 
três classes de acordo com a frequência de demanda apresenta-
da por cada um, em um certo período de tempo, podendo ser 
produtos acabados, semiacabados e matérias-primas, sendo os 
registros de saída do estoque o fator que determina a frequência 
(FERRARI; REIS, 2009).
Material (R$) Valor consumido
(%) sobre 
o valor do 
Consumo
(R$) Valor 
consumido 
Acumulado
(%) sobre 
o valor do 
Consumo 
total
C 270.000 51,59 270.000 51,59
B 122.400 23,39 392.400 74,97
E 70.000 13,37 462.400 88,35
D 27.000 5,16 489.400 93,50
F 24.000 4,59 513.400 98,09
A 10.000 1,91 523.400 100,00
55GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Classificação XYZ: Essa derivação da curva ABC utiliza 
como base a criticidade do item em evidência, ou seja, separa 
nos mesmos moldes da ABC, mas tem como característica 
central qual a importância do item para o correto andamento 
dos processos da empresa (VIANA, 2002).
3) O inventário físico é a contagem física dos estoques. 
Diferenças entre o estoque físico e o estoque contábil, aquele 
apurado pelos sistemas de controle, devem ser ajustadas, con-
forme determinações contábeis e tributárias. O inventário físico 
pode ser periódico, normalmente no encerramento de períodos 
fiscais ou duas vezes por ano, contando todo o estoque físico 
da empresa. Pode ainda ser rotativo, quando são contados itens 
do estoque de forma permanente. Nesse caso, deve-se definir 
um programa de trabalho para contar todos os itens durante 
o período fiscal.
4) Determina a relação entre o número de itens ou valores 
corretos e a quantidade ou valor total de itens apurados no 
inventário.
Ac = 13.548 itens contados – 398 erros / 13.548 itens 
contados
Ac = 13.510 itens corretos / 13.548 itens contados
Ac = 97,06%.
5) O GIRO mede quantas vezes, por unidade de tempo, 
o estoque se renovou ou girou, ao passo que a COBETURA 
indica o número de unidades de tempo (dias) que o estoque 
médio será suficiente para cobrir a demanda média. A relação 
entre ambos é de velocidade do consumo.
GE = R$ 27.548.659,87 de consumo no período / R$ 
1.676.447,76 de estoque médio nesse período
GE = 16,43 vezes
56GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
***
CE = 360 dias (12 meses x 30 dias / mês) / 16,43
CE = 360 / 16,43
CE = 21,91 dias
Capítulo 04
1) Estabelecer o método ou a política de ressuprimento 
para determinado item de material consiste em definir a for-
ma com que os estoques serão constantemente reabastecidos a 
medida que o tempo passa e o material é consumido; em ou-
tras palavras, consiste em definir o quanto e quando comprar 
o material (PEINADO; GRAEML, 2007). a) Sistema de 
revisão contínua: consiste em providenciar a reposição (r) um 
nível fixo, que, ao ser atingido, dispara a emissão de um novo 
pedido de tamanho (Q ) pré-definido, chamado ponto de pedido 
(PP). Quanto maior o ponto de pedido, maior será o estoque 
de segurança. Nessa sistemática, a reposição se dá a intervalos 
irregulares de tempo. b) Sistema de revisão periódica: consiste 
em providenciar a reposição a intervalos regulares (intervalo 
ótimo - IP) de tempo. Quando datas pré-estabelecidas são atin-
gidas, a quantidade solicitada, que a cada novo pedido varia de 
acordo com o consumo no período anterior, é gerado um novo 
pedido. Dessa forma, a quantidade solicitada é normalmente 
diferente da quantidade ótima, devendo ser suficiente para 
cobrir a demanda durante o intervalo considerado (SLACK 
et al., 2002). A principal vantagem da sistemática P é a f lexi-
bilidade na determinação da periodicidade a ser empregada.
2) a) determinar “o que” deve permanecer em estoque: 
número de itens; b) determinar “quando” se devem reabastecer 
os estoques: periodicidade; c) determinar “quanto” de estoque 
será necessário para um período pré-determinado: quantidade 
de compra; f) controlar os estoques em termos de quantidade 
e valor; fornecendo informações sobre a posição do estoque; g) 
57GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
manter inventários periódicos para avaliação das quantidades 
e estados dos materiais estocados; h) identificar e retirar do 
estoque os itens obsoletos e danificados.
3) Sabemos que onde:
D = uma demanda anual constante = 1.200 unidades;
K = um custo fixo de pedido (aquisição) = aqui, não temos 
o valor diretamente, mas podemos apurar o valor com base nos 
dados que temos – “equipe de compras que custa R$ 4.000,00 
mensais, e é capaz de processar 400 pedidos por mês” – logo, 
R$ 4.000/400 = R$ 10,00 por pedido;
I = a taxa de armazenagem = que segundo informação 
contábil é de 11%;
C = custo unitário do produto = aqui precisamos prestar 
muita atenção! O preço de aquisição é de R$ 12,00, dos quais 
devemos deduzir os 18% de ICMS e então acrescentar os 
0,23% de frete – dessa forma, 12,00 – 18% + 0,23%, que nos 
dá = R$ 9,86.
Agora montamos a equação como o 
que nos da calculando, que representa 
148,75 – arredondando, 149 unidades.
4 e 5) O estoque mínimo protege o estoque do ponto de 
ruptura, ou de zerar o estoque da mercadoria e, dessa forma, 
prepara o estoque para as necessidades inesperadas dos clientes. 
Já o estoque máximo é o resultado da soma do estoque míni-
mo com o lote de compra, onde o estoque máximo deve ser 
suficiente para suportar variações normais de estoque em face 
da dinâmica do mercado, deixando um volume que assegure, 
a cada lote de compra, que o nível máximo de estoque não 
aumente e, consequentemente, os custos de manutenção dos 
mesmos (POZO, 2001).
58GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Calculando:
Onde:
 = Desvio-padrão de consumo = 130 unidades;
K = Coeficiente de grau de risco = 95% (uma vez que a 
empresa admite 5% de risco)
Logo, o estoque mínimo é 130*95%, ou 123,5, arredon-
dando 124 unidades.
Quanto ao estoque máximo, calculamos pela soma do 
Estoque Mínimo com o Lote de Compra, que nesse caso, é 
igual ao LEC

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