Prévia do material em texto
47 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Unidade II “Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos.” (Benjamin Franklin) 3 CONCEITOS TRIBUTÁRIOS Nesta unidade, nosso objetivo é conhecer os conceitos tributários aplicados à logística empresarial como um aspecto decisivo nas decisões de empresários e gestores em função das características do sistema tributário brasileiro, marcado por um ambiente com quase cem tributos, elevada carga de impostos, aproximadamente 30% sobre o PIB, e burocráticos procedimentos regulatórios. Desde os tempos remotos, a principal fonte de cobrança de tributos é a atividade comercial da sociedade, na qual as atividades logísticas se incluem. Figura 15 Disponível em: https://bit.ly/3xymOy0. Acesso em: 8 jun. 2022. Conforme a Constituição Federal (BRASIL, 1988), a tributação tem como finalidade prover recursos para o financiamento do Estado através da instituição de tributos por parte dos entes federativos, como o governo Federal, Estadual, Municipal e Distrito Federal sobre a sociedade brasileira com diversas finalidades e entre as quais o objetivo central é arrecadar recursos para o financiamento dos governos, conforme a atribuição legal devida aprovada pelo Poder Legislativo. Do ponto de vista econômico, a estrutura tributária de um país pode afetar de forma significativa e direcionar os investimentos empresariais para suas atividades operacionais e futuras expansões. Assim, quando um país reduz a carga de impostos sobre as empresas, os investimentos aumentam; quando o inverso acontece, os recursos financeiros são direcionados para outras finalidades (BARSANO, 2014). 48 Unidade II Os gestores de serviços logísticos precisam conhecer as características do sistema tributário do Brasil e compreender como incidem sobre as operações e oneram a atividade empresarial. Desse modo, são necessárias ações de planejamento tributário para reduzir custos e manter a sustentabilidade do negócio. A seguir, destacaremos a evolução da carga tributária que incide sobre o PIB, que é a soma da produção econômica do Brasil. 19 90 36% 34% 32% 30% 28% 31,64% 26% 24% 22% 20% 18% 16% 19 92 19 94 19 96 19 98 20 00 20 02 20 04 20 06 20 08 20 10 20 12 20 14 20 16 20 18 20 20 Figura 16 – Carga tributária do Brasil (1990-2020) Fonte: Brasil (2021). Podemos avaliar, conforme o gráfico anterior, que o peso dos tributos que incidem sobre a renda do setor privado está estável nos últimos anos em níveis elevados quando comparamos com dados dos países desenvolvidos como EUA, Reino Unido e outros, que tributam os negócios entre 20% a 25% do PIB (RESENDE et al., 2017). O elevado peso dos tributos sobre a atividade produtiva reduz a disponibilidade de recursos para investimentos das empresas que não conseguem realizar os investimentos para modernização de frotas, instalações e ampliação dos mercados (BARSANO, 2014). Observação Carga tributária é a relação entre a soma da arrecadação federal, estadual e municipal em relação ao PIB. 49 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS 3.1 Espécies de tributos A legislação tributária brasileira é reconhecida como ultrapassada, complexa e onerosa, com elevado número de tributos e taxas que incidem sobre as atividades econômicas da sociedade. Sua responsabilidade é dos entes federativos, como União, Estados e Municípios, sendo distribuída por vários órgãos públicos que compõem o Estado Nacional. Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), Lei n. 5.172, art. 3º, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (BRASIL, 1966). Entre as espécies de tributos que compõem a estrutura brasileira, temos: • Impostos: tributos cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Entre os principais impostos podemos destacar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS) (BRASIL, 1966). • Taxas: tributos cobrados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, que possuem como fato gerador o exercício regular de polícia, ou a utilização de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (BRASIL, 1966). Entre as principais taxas podemos destacar: taxa de coleta de lixo, de conservação e limpeza pública, de licenciamento de veículos e taxa de fiscalização sanitária. • Contribuições de melhoria: tributos que se originam na realização de obra pública que implique a valorização de imóvel de contribuinte, como a colocação de asfalto ou realização de obras como linhas de trem e metrô, que podem ser cobradas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios no âmbito de suas respectivas atribuições (BRASIL, 1966). As contribuições são instituídas para fazerem frente aos custos das obras públicas, que podem aumentar o valor comercial imobiliário. Obviamente, há limites para os valores gastos, inclusive o limite individual, com o devido acréscimo de valor para cada imóvel. • Empréstimos compulsórios: tributos que podem ser cobrados de forma compulsória (obrigatória) pelo poder público a título de empréstimo, podendo o contribuinte resgatá-lo, em prazo estabelecido por lei específica para esta finalidade, nos seguintes casos: guerra externa, calamidade pública ou conjuntura que necessite recolhimento temporário de recursos (BRASIL, 1966). • Contribuições especiais: tributos que podem ser instituídos para promoção do financiamento das atividades públicas em respeito ao que prescrever a lei que a instituir (BRASIL, 1966). 50 Unidade II Contribuições especiais Empréstimos compulsórios Contribuições Taxas Impostos Espécies tributárias Figura 17 – Resumo das espécies tributárias Os tributos são obrigações de pagamentos criados através de lei específica e impõem aos contribuintes o pagamento devido, a ser pago em dinheiro, não sendo permitido liquidar com patrimônio pessoal como imóveis e outros bens, a não ser em caso específico previsto pela Receita Federal (BARSANO, 2014). Estudaremos a seguir outro aspecto relevante para os contribuintes, que são os princípios legais. Estes devem ser respeitados para a criação de tributos, a fim de evitar abusos e irregularidades sociais ou indevidas. 3.2 Princípios tributários Conforme Barsano (2014), a autoridade de tributar do setor público sobre o setor privado está condicionada aos princípios descritos na Constituição Federal (BRASIL, 1988). Deve ser feita a pré- análise, para eliminar as normas tributárias que forem consideradas ilegais. Entre os princípios que regem a tributação, destacam-se: • Legalidade tributária: dispõe que as autoridades não podem obrigar nenhum cidadão a fazer ou deixar de fazer algo em função da lei e determina que só uma lei promulgada poderá criar ou aumentar tributo e impor sua cobrança. • Isonomia: impede que o tratamento sobre os contribuintes seja desigual entre contribuintes em condições semelhantes e proíbe a distinção em razão de situação profissional ou função, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. • Irretroatividade: princípio que veda que as leis sejam instituídas ou as alíquotas elevadas de forma retroativa à entrada em vigência da lei. 51 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS • Anterioridade: esse princípio afirma que nenhum tributo poderá ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que foi criado, ou seja, um tributo criado em um ano só poderá ser cobrado no ano seguinte a sua instituição ou aumento. • Noventena: determina a proibição aos entes federativos (Federal, Estadual, Municipal) de cobrar tributos com pelo menos noventa dias a partir da data da publicação da lei que acriou. • Capacidade contributiva: como os tributos possuem caráter pessoal e intransferível dos contribuintes, o poder público não poderá impor o valor a ser pago, deverá considerar a capacidade econômica de cada um, ponderando sua situação econômica e patrimonial. • Liberdade de tráfego: princípio que proíbe as autoridades tributárias de exercer o impedimento de movimentação e deslocamento de pessoas e mercadorias em função de tributos, a não ser a cobrança de pedágio para o uso de rodovias conservadas pelo poder público. Lembrete Os princípios tributários constituem a base sobre a qual a legislação tributária é instituída e devem ser respeitados por todos os entes da federação e pelas empresas, que devem organizar o planejamento tributário e contábil. 3.3 Termos tributários de custos O conhecimento de alguns termos usados nos custos tributários é essencial para os gestores, como: • Fato gerador: é qualquer evento previsto em lei que, quando ocorre, provoca uma obrigação tributária. • Incidência: composta de todos os elementos que formam o fato gerador. • Suspensão: postergação da cobrança do tributo em casos especiais para cobrança posterior. • Isenção: refere-se à dispensa por lei do pagamento de um imposto. • Imunidade: ocorre quando o Estado proíbe a cobrança tributária. • Base de cálculo: valor de referência sobre o qual é determinado o tributo. • Alíquota: percentagem a ser aplicada sobre base de cálculo para a cobrança do tributo. 52 Unidade II Conforme acentuado, alguns termos jurídicos devem ser conhecidos, por isso é importante estudar as espécies de tributos e os princípios, que são a base para as autoridades públicas instituírem a cobrança de tributos. Vamos estudar a seguir como essa tributação é distribuída sobre as relações comercias e produtivas e a relação que possui com a divisão de renda do Brasil. Saiba mais Para pesquisar e conhecer todas as leis que compõem o Código Tributário Nacional (CTN), acesse: PORTAL TRIBUTÁRIO. Os tributos no Brasil. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3xMps3h. Acesso em: 6 jun. 2022. 3.4 Formas de tributação As bases sobre as quais os tributos são cobrados da sociedade podem ser divididas conforme o perfil da atividade econômica que está sendo realizada pelos agentes econômicos. Observe a seguir quais são elas: • Tributos sobre as empresas: incidem sobre as operações mercantis das empresas e são cobrados conforme regulamentação específica (ICMS, IR, CSLL, PIS, Cofins, ISS, IPTU etc.). • Tributos sobre a renda: cobrados sobre os rendimentos. • Pessoais ou sobre os lucros das empresas: lucros, salários, investimentos, aplicações, provimentos, IR. • Tributos sobre o consumo: cobrados sobre o consumo. • Das famílias e empresas: quando adquirem alguma mercadoria ou serviços (ICMS). • Tributos sobre o patrimônio e propriedades (IPVA, IPTU). • Tributos sobre o comércio exterior: incidem sobre as operações de exportação e importação (II – Imposto de Importação; IE – Imposto de Exportação; taxas de despacho). Os tributos que formam a carga tributária no Brasil podem ser cobrados de duas modalidades: direta – quando são cobradas do próprio contribuinte; ou indireta – quando são cobradas por meio de algum intermediário (quando você paga uma compra no supermercado, este recolhe o ICMS para o governo estadual). 53 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Entre as características nacionais da participação nas formas de tributação, identificamos uma tributação acima dos níveis internacionais sobre as atividades de renda e consumo das classes de menor renda, em detrimento da reduzida tributação sobre o patrimônio pessoal e empresarial, comum nas classes de alta renda. No caso da tributação sobre as operações logísticas que compõem os custos tributários que incidem sobre as empresas, a maior parte dos custos está na tributação empresarial (pessoas jurídicas), porém é necessário considerar de forma conjunta a tributação que incide sobre a renda e o consumo das pessoas como fatores que influenciam os fretes pagos, os volumes vendidos e a localização dos pontos de distribuição e vendas. Observação Contribuinte é o sujeito passivo de uma obrigação tributária (pessoa física ou jurídica) que paga tributo aos cofres públicos nas três esferas (União, Estados e Municípios). O CTN conceitua o contribuinte como o “sujeito passivo da obrigação principal quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador” (BRASIL, 2021). Estudamos quais são as espécies de tributos, os princípios tributários que normatizam a implantação nas leis e como esses tributos se distribuem sobre as atividades econômicas e financeiras da sociedade. A seguir, vamos destacar o direito empresarial e como as empresas são classificadas para apuração dos resultados e lucros para o correto enquadramento para apuração do IR por meio dos regimes tributários. 3.5 Regimes de tributação Segundo Barsano (2014), as empresas brasileiras podem escolher como serão classificadas no enquadramento do regime de tributação conforme o faturamento, os resultados operacionais e financeiros, o porte da empresa e o ramo de atividade comercial. A classificação é a seguinte: • Simples Nacional. • Lucro Presumido. • Lucro Real. 3.5.1 Simples Nacional O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos por Microempresas e Empresas de Pequeno Porte concede tratamento diferenciado para empresas de menor porte e abrange aspectos societários, trabalhistas e licitatórios (BARSANO, 2014). 54 Unidade II Entre as facilidades concedidas para essas empresas, destacam-se a possibilidade de recolherem em uma única guia de recolhimento de arrecadação os tributos devidos em regime único no que se refere a apuração e pagamento dos impostos devidos, como Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), PIS/Pasep, ICMS e Imposto Sobre Serviços (ISS). No caso de empresas transportadoras, que possuem como única atividade a prestação de serviços e transportes, elas precisam realizar o cálculo dos valores recebidos mensalmente para recolhimento anual. Já os operadores logísticos, armazéns e galpões que atuam em várias atividades precisam realizar o controle dos recebíveis de forma discriminada por área de atuação comercial. Observação A adesão das empresas ao melhor regime de tributação deverá ser precedida de ampla avaliação comparativa preliminar, a fim de evitar o recolhimento de impostos além do necessário. 3.5.2 Lucro Presumido Trata-se do regime tributário que pode ser adotado por todas as empresas que não estão obrigadas a utilizar o regime pelo Lucro Real. Nessa hipótese, a apuração do lucro será trimestral (março, junho, setembro e dezembro), e existe uma versão simplificada para a apuração de IR e CSLL, com alíquotas que podem variar de 8% para indústria e comércio até 32% nos casos de prestação de serviços, ramo em que estão os serviços logísticos. 3.5.3 Lucro Real Neste regime, a apuração dos tributos é realizada com base no lucro efetivo e real, com as deduções e demais compensações permitidas na legislação do IR, que podem ser pagas a cada trimestre ou anualmente. Algumas empresas nacionais são obrigadas a adotar esse regime: • instituições bancárias, crédito, financiamento e investimento; • corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio; • arrendamento mercantil e cooperativa de crédito; • seguros privados, capitalização e previdência; • empresas que recebem lucros do exterior; • empresas que se utilizem de benefícios fiscais; • empresas de factoring. 55 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Diante da complexidade das alternativas tributárias, as empresas devem observar as normas de planejamento tributário, avaliando as características da empresae dos serviços que contrata. Em alguns casos, é importante contratar consultoria especializada para evitar pagamentos indevidos. Tabela 8 – Enquadramento dos regimes tributários nacionais (2022) Regime Simples Nacional Lucro Presumido Lucro Real Limite de faturamento Até R$ 4.800.000 Até R$ 78 milhões A partir R$ 78 milhões Período de apuração Mensal Trimestral Trimestral ou anual Base de cálculo Percentual receita bruta Percentual receita bruta Lucro ou prejuízo contábil Alíquotas nominais De 4% a 33% 25% (IRPJ) e 9% (CSLL) 25% (IRPJ) e 9% (CSLL) PIS/Cofins (alíquota) Já incluso nas alíquotas acima 3,65% sobre a receita bruta 9,25% com direito a descontos de créditos Adaptada de: Brasil (2021). De acordo com a tabela anterior, as empresas que escolhem o regime de Lucro Presumido, a apuração do IRPJ e a CSLL utilizam como base para cálculo uma margem de lucro prefixada, conforme o tipo de atividade empresarial, a depender do ramo de atuação. No caso dos operadores logísticos, se a atividade for transporte, a margem de lucro presumida para cálculo do imposto é de 8%; se a atividade principal for prestação de serviços de locação de imóveis, é 32%, o que pode representar uma grande diferença no valor do imposto a ser recolhido. Lembrete Planejamento tributário é o conjunto de atividades preventivas e acautelatórias realizadas antes de qualquer ato administrativo, mediante pesquisa dos efeitos jurídicos, econômicos e análise de alternativas menos onerosas (BARSANO, 2014). 3.6 Planejamento tributário O planejamento da carga tributária deve fazer parte da rotina de qualquer empreendimento. O administrador deve empregar todos os recursos que estiverem ao seu alcance para obter êxito, sempre respeitando as características e o porte do negócio. As empresas têm a seguinte classificação: • microempreendedor individual (MEI); • microempresa (ME); • empresa de pequeno porte (EPP); 56 Unidade II • empresa de médio porte; • grande empresa. As empresas que atuam em logística são predominantemente de pequeno porte e operam sob o regime de tributação Simples Nacional, devendo realizar o planejamento tributário na gestão financeira e operacional. Os gestores devem conhecer essa classificação, pois entendê-la pode ser determinante em alguns aspectos contábeis e financeiros, como a concessão de financiamentos a juros reduzidos com maior prazo de carência para novos projetos, a expansão das atividades e a concessão de prazos maiores para recolhimento de impostos de forma menos burocrática. Empresas de serviços logísticos O planejamento tributário deve incluir não só as atividades empresariais, mas toda a rede de prestadores de serviços integrados à cadeia de negócios, em função da elevada carga de impostos que incide sobre os serviços, bem como das diferentes regulamentações estaduais e municipais. Em relação às empresas de serviços logísticos, o sistema tributário mais utilizado no Brasil é o Simples Nacional, que é aplicável às pessoas jurídicas consideradas ME e EPP, que aplica percentuais favorecidos e progressivos incidentes sobre uma única base de cálculo, a receita bruta (BARSANO, 2014). Apesar do regime diferenciado no pagamento de impostos, existem muitas empresas que, por desconhecimento, não conseguem enquadrar a empresa na carga tributária específica e usufruir os benefícios. Conforme destacado anteriormente, o planejamento tributário é um assunto estratégico, pois permite às empresas reduzirem o pagamento de impostos e usufruir dos benefícios legais permitidos em lei. A seguir, estudaremos um tema vital para as empresas de logística, os incentivos fiscais, os quais permitem que sejam isentas de impostos federais, estaduais e municipais. Regime especiais de tributação (incentivos fiscais) Na legislação nacional, além dos regimes tributários que estudamos, existem os regimes especiais de tributação. Trata-se de procedimento administrativo que concede um benefício (redução ou isenção) para a empresa considerando as peculiaridades e condições dos negócios e, se aplicáveis, que pode ter impacto positivo nos lucros, na apuração e no recolhimento dos impostos (BARSANO, 2014). Os regimes especiais visam promover o desenvolvimento econômico de uma localidade através da eliminação dos tributos que podem ser concedidos nos impostos federais, estaduais e municipais e os tributos que podem ser incentivados, como os elencados a seguir: 57 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS • Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ). • Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). • Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). • Imposto Sobre Serviços (ISS). Os incentivos fiscais são utilizados como políticas de desenvolvimento regional ou local por cidades e regiões de menor atividade econômica que buscam atrair empresas e a criação de empregos diretos e indiretos para realizar suas atividades no município ou região. Essas empresas são instaladas em centros industriais e comerciais planejados para tal finalidade e têm boa infraestrutura e fácil acesso às rodovias. Além dos benefícios concedidos por prefeituras por meio da isenção ou redução do ISS e IPTU e as taxas de fiscalização, limpeza e conservação, o ICMS é o principal imposto que afeta as decisões das localizações das empresas e sua forma de atuação, que pode ser direta, com instalações próprias (filial ou depósito fechado) ou indireta, com a contratação de prestadores de serviços, como operadores logísticos, centros de distribuição alugados, galpões e armazéns. Os serviços logísticos podem ser afetados diretamente, quando são realizados pela própria empresa em suas próprias dependências, ou indiretamente, quando são executados por terceiros, que redefinem suas operações em locais incentivados. Segundo o estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre os impactos da concessão de incentivos para a Zona Franca de Manaus (ZFM), a prática gera benefícios nos aspectos tributário, financeiro e creditício (HOLLAND et al., 2018). Incentivos fiscais e a ZFM Criada em 1967, a ZFM é um parque industrial livre de impostos que produz mercadorias com o propósito de industrialização e ocupação da Amazônia. O local conta com 600 indústrias nos setores de televisão, informática e motocicletas, gerando 500 mil empregos. As indústrias instaladas recebem os seguintes incentivos fiscais: • isenção de impostos (II, IE, IPI); • desconto no ICMS (parcial); • isenção de IPTU, taxa de funcionamento e limpeza. 58 Unidade II Figura 18 – Fábricas na ZFM Disponível em: https://bit.ly/39at2e9. Acesso em: 8 jun. 2022. Conforme estudos da FGV, a participação da indústria da transformação teve impacto positivo da indústria, 24%, que é o dobro da média nacional (HOLLAND et al., 2018). Saiba mais Conheça em detalhes as características da Zona Franca de Manaus (ZFM) em: HOLLAND, M. et al. Zona Franca de Manaus. São Paulo: FGV, 2018. 3.7 Estrutura da arrecadação tributária A estrutura pública de arrecadação tributária e administrativa do Brasil está definida no CTN (BRASIL, 1966), com responsabilidades atribuídas para a Secretaria da Receita Federal (SRF), as Secretarias Estaduais da Fazenda (Sefaz) e as Secretarias Municipais da Fazenda. A seguir, destacaremos como é a distribuição dessas instituições do Brasil. 3.7.1 Secretaria da Receita Federal (SRF) É responsável pela administração dos tributos federais, previdenciários e exteriores, com funções de gestão e execução das atividades de arrecadação, fiscalização e controle. 3.7.2 Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) Vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável pela arrecadação dos contribuintes. Financia os serviços estaduais, como a manutenção das Polícias Militar e Civil, com as funções de arrecadação, fiscalização e contabilidade dos recursos estaduais. Observe a seguir os serviços disponibilizados: 59 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOSLOGÍSTICOS • consulta de CT-e: (Conhecimento de Transporte Eletrônico); • consulta de NF-e: (Nota Fiscal Eletrônica); • consulta de NFC-e: (Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica); • consulta de certidão e consulta de Declaração de Importação (DI); • pagamento de IPVA e impressão de guias de pagamento; • cadastro ICMS e emissão de Sped fiscal. Observação Sped significa Sistema Público de Escrituração Digital. 3.7.3 Agências reguladoras São órgãos públicos com poderes para criar normas e taxas que incidem sobre os serviços logísticos prestados. Alguns deles são: Ministério dos Transportes (MT), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Tais instituições têm poderes normativos sobre as operações de transportes nos modais rodoviário, marítimo e aéreo. 3.8 Crimes e infrações tributárias Com o elevado nível da carga tributária nacional, a prática de crimes contra as normas tributárias acontece em todo o território nacional; superfaturamento é algo frequente no setor. Nesse contexto, as empresas que atuam em logística devem estar cientes de condutas ilícitas ao fato gerador, conforme a legislação nacional – Lei n. 8.137 (BRASIL, 1990) –, para evitar os devidos processos legais nas diversas esferas jurídicas, apreensão de mercadorias, multas e prisão. Quadro 2 – Principais crimes tributários Tipo Caracterização Exemplos Sonegação Diminuição ou redução de receita Venda de mercadoria sem nota fiscal Fraude Alteração de documentos para reduzir pagamentos Alterações de dados comerciais em notas fiscais Conluio Participação entre dois agentes ou mais em ilícitos Venda de imóvel a sócio por preço menor do mercado Contrabando Importação de mercadoria ilícita sem autorização Drogas Descaminho Importação sem pagamento de tributos Mercadorias não declaradas em valor superior ao permitido Adaptado de: Barsano (2014). 60 Unidade II As principais mercadorias apreendidas e que envolvem os serviços de transportes rodoviários estão nas operações de exportação e importação. Tais operações englobam vários órgãos públicos na fiscalização, como Polícia Federal, Receita Federal, Polícia Militar, Secretarias da Fazenda e agências reguladoras de inspeção aduaneira. Os pagamentos tributários devidos serão objeto de cobrança da Secretaria da Receita Federal (SRF) e das Secretarias Estaduais e Municipais da Fazenda. As fraudes acontecem por meio de ações empresariais ilícitas para obter ganhos em crimes contra o sistema tributário, o que ocorre por meio de sonegação, adulteração e conluio nos documentos fiscais e que podem acarretar em penalidades tributárias como apreensão de mercadorias e multas elevadas, além de penalidades de caráter criminal aos praticantes e executores das fraudes. Mercadorias apreendidas e destinação Conforme dados da Receita Federal de 2021, o total de mercadorias apreendidas nas fronteiras do Brasil somaram R$ 4,6 bilhões, cerca de 50% a mais do que em 2020. Tabela 9 Mercadorias apreendidas (2021) Cigarros R$ 1,3 bilhão Eletroeletrônicos e informática R$ 932 milhões Vestuário R$ 329 milhões Veículos R$ 255 milhões Fonte: Brasil (2021). A destinação das mercadorias apreendidas envolve criminalmente os embarcadores, compradores e, principalmente, as transportadoras. Conforme as normas da Receita Federal, podem haver três destinações físicas distintas, como veremos a seguir, após a concessão de prazo de 90 dias para regularização, quando aplicável. Figura 19 – Apreensão de mercadoria Disponível em: https://bit.ly/3AdTYVs. Acesso em: 29 jun. 2022. 61 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS A destinação das cargas apreendidas nas fronteiras seguem as normas elaboradas na Portaria n. 3.010 da Receita Federal (BRASIL, 2011) e envolve o controle, a guarda e a destinação, entregues ou em condições de perdimento. Conforme o tipo de carga e a modalidade legal, elas recebem as seguintes destinações: • Destruição: modalidade que se refere à destruição de cigarros e derivados, armas de fogo e mercadorias falsificadas, que ferem direitos autorais. A destruição é realizada por meio de procedimentos que descaracterizam as mercadorias, retirando a sua atratividade comercial. • Leilão: modalidade de licitação presencial ou virtual que apresenta mercadorias para qualquer interessado na compra de produtos apreendidos a quem oferecer maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. • Doação: modalidade de destinação de mercadorias para entidades sem fins lucrativos de utilidade pública e para organizações sociais de interesse público, as quais devem ser feitas com transparência. 3.9 Repartição dos tributos Os tributos no Brasil estão divididos por ente federativo, ou seja, Federal, Estadual, Municipal e Distrito Federal. Destacaremos a seguir as competências de cada grupo, objetivos e forma de cobrança com regras que devem ser cumpridas por todos os contribuintes, pessoa física ou jurídica. 3.9.1 Tributação federal A estrutura de fiscalização e cobrança do sistema tributário brasileiro federal está sob a coordenação da SRF, que gerencia os seguintes tributos incidentes sobre as operações logísticas nacionais e internacionais. Imposto de Importação (II) Tributo aplicado sobre as operações internacionais de importação cujo fato gerador seja a entrada de mercadorias no território nacional. Ele pode ser aplicado por meio de diversas modalidades de tarifas, a saber: • Tarifa específica: calculada com base na unidade de medida da mercadoria importada (valor por quilos, litros, unidades, volumes). • Tarifa ad valorem (AV): calculada sobre o valor aduaneiro da mercadoria que chega ao país com base na documentação comercial estabelecida entre importadores e exportadores, sendo cobrada na entrada no território nacional. • Tarifa sobre mercadoria abandonada ou apreendida: levada a leilão e cobrada sobre o preço arrematado pelo comprador. 62 Unidade II Imposto de Exportação (IE) Tributo aplicado sobre as operações internacionais de exportação cujo fato gerador seja a saída de mercadorias nacionais ou nacionalizadas do território nacional. Pode ser aplicado por meio das modalidades tarifárias a seguir: • Tarifa específica: calculada com base na unidade de medida da mercadoria exportada (valor por quilos, litros, unidades, volumes). • Tarifa ad valorem (AV): calculada sobre o preço normal que a mercadoria tem no momento da exportação através da negociação livre entre importadores e os exportadores, sendo cobrada no ato da saída territorial. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Trata-se de tributo de competência federal e que incide sobre as operações realizadas sobre produtos industrializados com fator gerador nas operações de entrada de mercadoria estrangeira no território nacional e fiscalizada com o devido desembaraço aduaneiro, e na saída das instalações empresariais, como estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante quando adquirido em leilão. Para efeito de qualificação de mercadoria industrializada, considera-se o produto que tem suas características físicas modificadas em sua natureza ou finalidade comercial. Impostos sobre o Patrimônio e Renda (IR) Tributo aplicado sobre proventos, renda e patrimônio de qualquer natureza e cujo fato gerador seja a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica nas modalidades: renda adquirida através da atividade de capital e trabalho e proventos de qualquer natureza com acréscimo de patrimônio. A base de incidência é todo tipo de denominação de receita ou rendimento, bem como de localização, condição jurídica ou nacionalidade. Imposto sobre crédito, câmbio, seguros, títulos e valores mobiliários (IOF) Tributo cobrado pelo governo federal que incide sobre as operações financeiras de crédito e câmbio, principalmente, que possuem como fato gerador aefetivação das operações de concessão de crédito através de valores transacionados ou colocados à disposição dos agentes interessados. As operações de comércio internacional de câmbio são tributadas no ato de entrega ou no recebimento de moeda nacional ou estrangeira colocada à disposição dos interessados em moeda nacional equivalente. 63 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Esse tributo incide sobre as apólices de seguros efetivadas a partir dos valores negociados, seja no recebimento de prêmios, conforme a legislação aplicável, seja nas transações de valores mobiliários quanto à emissão, venda ou resgate de títulos. Imposto sobre combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais Tributo federal incidente sobre produção, importação, circulação, distribuição e consumo dos materiais listados anteriormente em trânsito no território nacional. 3.9.2 Tributação estadual Os tributos estaduais diferem-se em relação aos federais, sobretudo, em função da quantidade de Estados e legislações específicas sobre as atividades econômicas e as operações logísticas com impostos diferenciados e alíquotas específicas. Destacam-se principalmente: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Tributo que incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicações, como circulação de alimentos em geral, atividades de transporte de mercadorias, pessoas e valores em circulação entre estados e municípios, entrada de mercadorias importadas, serviços prestados no exterior, bem como entradas de petróleo, lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos e energia elétrica. Estão isentas de tributação as operações comerciais de livros, jornais, periódicos e papel de impressão, exportação de produtos e serviços primários e industriais, bem como as operações com uso de armazéns alfandegados e tradings; operações com ouro, quando qualificadas como ativo financeiro ou cambial; atividades de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento comercial ou industrial; arrendamento mercantil e transferência de bens móveis salvos por sinistros promovidos por empresas seguradoras. Imposto sobre serviços de transportes e comunicação Tributo incorporado ao ICMS, incide sobre a prestação dos serviços de transportes de pessoas, bens, mercadorias ou valores, com exceção dos serviços prestados dentro de um mesmo município. Incide sobre os serviços de comunicações, definidos como a transmissão e o recebimento de mensagens escritas, faladas ou digitais, salvo quando realizadas dentro de um mesmo município e a mensagem não pode ser recebida fora desse território e tem como base de cálculo o valor do serviço vendido. 64 Unidade II Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) Tributo estadual devido pelos proprietários de automóveis de passeio ou utilitário, caminhonetes de carga, motocicletas, ônibus, caminhões, aeronaves e embarcações. São fatos geradores de recolhimento: a propriedade do veículo automotor no dia 1º de cada ano; a aquisição de veículo novo; e a aquisição de veículo de procedência estrangeira (há isenção para veículos com mais de vinte anos de fabricação). A receita desse tributo é dividida entre Estados (50%) e Municípios de emplacamento (50%). 3.9.3 Tributação municipal A tributação aplicada por municípios baseia-se nos impostos IPTU e ISS. É muito importante para as empresas de prestação de serviços em geral e de logística, com alíquotas que variam entre 2% a 5%. Pode ser utilizada como política de incentivo para atração de empresas, que reduzem o pagamento de impostos transferindo o local de trabalho para cidades vizinhas, por exemplo, Barueri e Santana do Parnaíba, em São Paulo. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) Tributo municipal definido em lei que tem como fato gerador a propriedade, o domínio ou posse de bem imóvel localizado na zona urbana municipal com base de cálculo no valor venal do imóvel. Considera-se zona urbana a propriedade que possui pelo menos duas melhorias, como calçamento, canalização de águas, abastecimento de água e sistema de esgotos sanitários, iluminação pública, escolas e postos de saúde. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISQN) Tributo municipal incidente sobre os serviços de qualquer natureza com fato gerador a prestação de serviços constantes em lista específica. É devido no local do estabelecimento comercial prestador e não incide sobre exportações de serviços. Entre os principais serviços logísticos tributados, destacam-se: • serviços de desembaraço aduaneiro; • serviços de exploração de rodovias; • serviços de coleta e entrega de documentos, objetos, bens ou valores; • serviços de transporte de natureza municipal. O quadro a seguir traz um resumo da repartição tributária por ente federativo: 65 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Quadro 3 – Brasil: distribuição tributária Ente federativo Impostos Governo Federal II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF Estados ICMS, IPVA, ITCMD Municípios e Distrito Federal IPTU, ISS, ITBI Adaptado de: Barsano (2014). 4 CONTRATOS COMERCIAIS LOGÍSTICOS Entre as características dos serviços logísticos, identificamos uma grande quantidade de empresas atuando no setor fornecendo uma enorme variedade de prestação de serviços em diversas modalidades e configurações, conforme as condições técnicas dos produtos e mercados, como a localização das fontes de produção para as localidades de distribuição e consumo. Observe os principais tipos de empresas que atuam no setor: • fabricantes (nacionais e internacionais); • atacadistas e varejistas; • armazéns, operadores logísticos e centros de distribuição; • transportadoras e agentes de carga; • serviços públicos via concessão (rodovias, ferrovias, hidrovias, aeroportos); • portos e agentes públicos; • pontos de vendas e plataformas digitais. Em razão da diversidade de empresas e compromissos estabelecidos em termos de custos, períodos, condições de fornecimento, pagamentos e segurança, as relações comerciais devem ser descritas conforme a assinatura de instrumentos jurídicos, como contratos comerciais com cláusulas e garantias previstas na legislação comercial. Segundo Barsano (2014), com base no Código Civil (BRASIL, 2002), podemos conceituar os contratos comerciais como: o acordo jurídico materializado pela livre manifestação de vontade entre duas partes ou mais pessoas, conforme a ordem jurídica, com o objetivo de criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações de natureza patrimonial em uma relação jurídica. Entre os princípios que devem nortear os contratos comerciais, podemos citar: a liberdade de contratar das partes; a obrigatoriedade das convenções assumidas; e a boa-fé objetiva com compromissos de lealdade, veracidade e confiança mútua. 66 Unidade II Contrato de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC) e Contrato de Transporte Rodoviário de Cargas (CTRC) Principal contrato operacional logístico, os “conhecimentos de transportes”, como também são conhecidos, definem as responsabilidades entre as partes por meio do modal rodoviário com as seguintes exigências e definições, conforme a legislação: CTMC Operações de transportes realizadas por um único Operador de Transporte Multimodal (OTM), que, por meios próprios ou de terceiros, pode utilizar duas ou mais modalidades de transporte em um único contrato, o qual deve conter os participantes, as condições, os direitos e as obrigações assumidas entre as partes. CTRC Envolve operações com a prestação de serviço feita por pessoas jurídicas (Empresa de Transporte Rodoviário de Cargas – ETC) ou físicas (Transportador Autônomo de Cargas – TAC), cujo contrato deve definir os participantes, as condições, os direitos e as obrigações entre as partes. As condições comerciais dos dois tipos de contrato de transportes constam no Código Civildo Brasil (2002) e descrevem a obrigação de uma parte em relação à outra, mediante remuneração, de transportar, transferir ou movimentar a carga de uma localidade para outra em data e horário estipulado, garantindo-se a integridade física das mercadorias. Contrato de depósito de bens e mercadorias Serviço logístico muito utilizado por empresas industriais, atacadistas e varejistas, cuja função é armazenar, estocar e guardar mercadorias. Para tal, são contratados CDs, empresas de armazenagem e operadores logísticos através de contratos jurídicos que asseguram a integridade física e financeira das movimentações. O contrato de depósito pode ser definido como o negócio jurídico pelo qual o depositário recebe um objeto móvel do depositante para guarda e posterior restituição em certo prazo e local, mediante remuneração. Contrato de seguro de bens e mercadorias Considerando os riscos envolvidos e as condições de segurança e proteção de patrimônio, o contrato de seguro fornece garantia no caso de danos de mercadorias, sinistros e situações imprevistas. É realizado por uma empresa seguradora mediante o pagamento de um prêmio para ressarcimento no caso de ocorrência de dano, conforme valor estipulado. 67 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Segundo o Código Civil (2002), os contratos devem ser contratados por meio de empresas classificadas como seguradoras e constituídas como pessoas jurídicas, com autorização de órgão público competente, a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Contratos de CDs A operação contratada dos CDs precisa ser estruturada por meio de vínculos contratuais, que devem discriminar em detalhes as obrigações e os direitos de cada parte integrante do canal. • Exclusividade comercial: entre os intermediários que compõem o canal de distribuição, devem ser assinados acordos formais que envolvem direitos de exclusividade de venda entre o produtor e o intermediário escolhido. Nesse caso, o produtor aloca a oferta de seus produtos e serviços para os intermediários escolhidos, de modo a evitar infortúnios. • Direito de exclusividade de atuação territorial: ocorre quando um produtor vende seus produtos com uma única empresa em determinada localidade e essa empresa se limita a vender apenas na região acordada. • Contratos com vínculo condicionado: nesse grupo, são realizados os acordos de compra e venda subordinados à aquisição de outros produtos. Isso pode ser denominado imposição, obrigação ou coerção à compra de linha completa e pode ser considerado ilegal. • Direitos de fornecimento dos revendedores: nesse grupo, há a condição em que se dá a liberdade aos produtores de selecionar os intermediários. Após as qualificações iniciais sobre a estrutura básica dos canais de distribuição e marketing e a integração entre o marketing e a área de logística, vamos detalhar de forma técnica a gestão dos intermediários envolvidos nos processos de distribuição e na gestão de estoques 4.1 Documentação fiscal A legislação nacional, por meio dos órgãos de controle da arrecadação, tem normas sobre a escrituração e a guarda dos documentos fiscais. Destacam-se notas de coletas, notas fiscais de venda, controle de carregamentos e descarga de veículos, controle de inspeções, pedágios etc. Toda a documentação deve ser contabilizada e ficar em guarda das empresas até cinco anos, gerando custos administrativos e burocráticos. Serão elencados a seguir os documentos que as empresas devem gerenciar: Documentação – modal rodoviário Na legislação tributária do Brasil, as atividades de fiscalização e controle são exercidas por meio da administração dos documentos fiscais, que devem ser emitidos pelas empresas segundo a prescrição constante na legislação e o tipo de operação realizada. 68 Unidade II Figura 20 Disponível em: https://bit.ly/3Mzf8Qh. Acesso em: 8 jun. 2022. Além do conhecimento de transporte de carga (CTR), emitido em cinco vias, os embarcadores devem emitir a nota fiscal do produto (NF) em quatro vias, e a nota acompanha a mercadoria enviada. No caso de mercadoria retirada pela transportadora em local de origem ou determinado pelo embarcador, deverá ser emitida, adicionalmente, a ordem de coleta (OC) em três vias. Documentação – modal ferroviário No modal ferroviário, o principal documento fiscal é a nota fiscal do produto, emitida em quatro vias pela empresa embarcadora. Essa nota vai junto da carga, que deve ser acompanhada do Conhecimento de Transporte Ferroviário (CTF), emitido em cinco vias, e da nota fiscal de serviço de transporte ferroviário, emitidos pelo transportador. Caso a mercadoria seja retirada em local de origem ou determinado pelo embarcador, deverá ser emitida a ordem de coleta em três vias. Documentação – modal aéreo Conforme Barsano (2014), a movimentação de cargas através de aeronaves é reduzida por causa do alto custo de transporte e valor financeiro da mercadoria. Como representa apenas 1% do volume transportado, geralmente é usada nos casos de remessas urgentes. 69 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Nesse modal, além da regulamentação nacional, o transporte possui normas internacionais padronizadas de transporte definidas pela Associação de Transporte Aéreo Internacional (International Air Transport Association – IATA). O principal documento fiscal é a nota fiscal do produto, que deve ser acompanhada pelo Conhecimento Aéreo de Carga (CTA), que possui denominação internacional de Airway Bill (AWB), emitido pelo transportador. Observação Documento fiscal é o documento jurídico criado e determinado pela autoridade tributária do Estado para controle, fiscalização e recolhimento ou comprovação do recolhimento de um tributo. 4.2 Documentação eletrônica A gestão da documentação dos serviços logísticos envolve aspectos administrativos, oficiais, legais e comerciais e que ocupam boa parte do tempo gasto nas atividades das equipes de trabalho por meio de documentos, como notas fiscais, conhecimentos de embarque, manifestos de carga, responsabilidade de seguros e documentos de comércio internacional. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) de 2020, a digitalização de tributos é capaz de gerar uma economia de até 5% na carga tributária das empresas que adotam soluções eletrônicas por meio do enquadramento tributário (CASTRO, 2021). A execução dos processos de movimentações de materiais e cargas, bem como as liquidações financeiras, devem ser descritas em documentos emitidos corretamente e envolvem a transmissão digital para as autoridades tributárias: SRF e Sefaz. Com a evolução e disseminação de tecnologias digitais inovadoras, vários documentos oficiais e formulários de origem empresarial evoluíram do formato em papel para o eletrônico, disseminado por uma série de softwares, sistemas e programas digitais de transmissão e disseminação de dados e informações, de forma ampla, rápida e simples. Os principais documentos eletrônicos oficiais concentram-se nas atividades de escrituração fiscal de compra e venda de mercadorias, operações de transportes de carga em qualquer modal. Elencaremos a seguir quais os principais documentos eletrônicos que fazem parte das operações e do controle documental empresarial. Nota Fiscal eletrônica (NF-e) Documento emitido pelo embarcador da mercadoria a ser enviada com o registro dos dados comerciais. A nota é transmitida para a Receita Federal por meios eletrônicos e pode ser compartilhada com os destinatários, reduzindo os custos de conferencia fiscal. 70 Unidade II Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) Versão impressa da nota fiscal eletrônica, acompanha a mercadoria no transporte, devendo possuir código de barras, chave numérica e demais dados. A NF-e deve ser apresentada em caso de fiscalização. Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) Documento eletrônico com assinatura digital emitido por transportadores, equivale a uma nota fiscal de serviçosde transporte realizados por qualquer modal de transporte, cobrindo fluxos intermunicipais e interestaduais, conforme podemos verificar na figura a seguir: Recepção ok Autorizado o uso do CT-e naquela operação O Dacte acompanhará o trânsito da mercadoria Coerência de informações Cruzamento de dados Validação recepção Pós- validação Devolve autorização de uso CT-e Envia CT-e Transportadora Trânsito autorizado (Dacte) Destinatário Fiscalização Sefaz Receita federalValidação Secretaria da fazenda Início Figura 21 No caso de embarcadores que possuem transportadoras, deve-se realizar o cadastro na Sefaz para receber autorização de emissão do CT-e, que possui uma versão impressa denominada Documento Auxiliar Conhecimento de Transporte Eletrônico (Dacte), que deve seguir com a carga como comprovante fiscal e de conferência na entrega realizada. O Dacte deverá ser usado no caso de devoluções ou erros de envio. Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) Documento eletrônico com assinatura digital emitido por transportadores com o objetivo de simplificar o registro de vários documentos fiscais em caso do envio de vários lotes com cargas de diversos embarcadores através de único veículo. Esse registro deve constar no seguro da carga contratado pelo transportador (RCTR-C), com cobertura de danos a terceiros em caso de colisão, incêndio, explosão, capotagem, tombamento e abalroamento. 71 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Como são realizados por meio de elevada carga de documentos e operações que precisam ser controlados de forma integrada com as empresas parceiras, os serviços logísticos transformaram-se por meio da digitalização documental, principalmente, os documentos fiscais, que possuem regras padronizadas para emissão, transporte, arquivamento e guarda durante cinco anos em formato digital, conforme normativa da Receita Federal. 4.3 Logística tributária Entre as atividades realizadas em logística, duas são as que recebem maior carga tributária, como o transporte rodoviário interestadual e intermunicipal e a armazenagem e distribuição, com a incidência de tributos federais como ISS, PIS, Cofins e estadual/municipal, ICMS. O ICMS, em razão da diversidade de estados e municípios, possui regras, benefícios e alíquotas diversas que têm impacto direto na formação dos preços dos serviços e nas estratégias das empresas. Segundo Moraes e Souza (2014), existem grandes variações nas alíquotas de ICMS na saída das mercadorias, conforme o Estado de origem e destino, com taxas variando entre 7%, 12% e 18%, as quais afetam os preços dos serviços e custos totais, abrindo a possibilidade de planejamento de diversos locais para distribuição dos produtos, por meio da instalação de filiais e armazéns, quando envolvem remessas dentro do estado ou entre estados diferentes, com a utilização de prestadores de serviços contratados. A tabela a seguir ilustra as grandes variações existentes na legislação em relação ao ICMS que são aplicadas aos produtos e serviços estaduais. Tabela 10 – ICMS: alíquotas estaduais 2022 Estado ICMS Acre 17% Alagoas 17% Amazonas 18% Amapá 18% Bahia 18% Ceará 18% Distrito Federal 18% Espírito Santo 17% Goiás 17% Maranhão 18% Mato Grosso 17% Mato Grosso do Sul 17% Minas Gerais 18% Pará 17% Paraíba 18% 72 Unidade II Estado ICMS Paraná 18% Pernambuco 18% Piauí 17% Rio Grande do Norte 18% Rondônia 17,5% Rio de Janeiro 18% Roraima 17% Rio Grande do Sul 17% Santa Catarina 17% São Paulo 18% Sergipe 18% Tocantins 18% Fonte: Almeida (2022). As variações entre as alíquotas aplicadas do ICMS por estados aos produtos e serviços distorcem o planejamento da estratégia de distribuição das empresas baseada em fluxos de materiais distribuídos, custos de fretes e localidades. Assim, as empresas precisam realizar avaliações e simulações antes de implementar o modelo de logística, analisando a viabilidade de mudança dos locais de instalação e distribuição, a fim de aproveitar os incentivos previstos em lei, os quais podem se aplicar a outras atividades, como serviços de terraplanagem, isenção ou redução de impostos e taxas de fiscalização, isenção de custos de construção civil e aluguel de imóveis. Os tributos que incidem sobre os serviços logísticos de transporte são: • PIS: alíquota de 0,65% a 1,65%. • Cofins: alíquota de 3,0% a 7,6%. • ISS: alíquota de 2% a 5%. • ICMS: alíquota de 17% a 18% (conforme os estados) (CAMPOI, 2009). Especificações sobre os serviços de transportes PIS e Cofins incidem sobre os transportes intermunicipal e municipal, com alíquotas entre 0,65% e 3%, respectivamente, se a empresa estiver na sistemática de apuração por cumulatividade, e sobre todas as modalidades de transportes (CAMPOI, 2009). Por sua vez, o ISS incide sobre os serviços de transportes municipais e a alíquota incidente dependerá da legislação municipal. 73 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Tabela 11 – Tributação sobre serviços de transportes Tributo Transporteintermunicipal Transporte intermunicipal Transporte municipal Transporte municipal PIS Sim 0,65% a 1,65% Sim 0,65% ou 1,65% Cofins Sim 3,0% ou 7,6% Sim 3,0% ou 7,6% ISS Não – Sim Municipal ICMS Sim Estadual Não – Adaptada de: Campoi (2009). O ICMS, no âmbito das operações logísticas, pode ser cobrado sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte intermunicipal e interestadual. Considerando uma alíquota de 18% de ICMS e 9,25% para PIS/Cofins, temos uma carga de tributos de 27,25% do preço de venda de transporte, onerando os custos totais e todo o transporte brasileiro (CAMPOI, 2009). Em razão das diversas legislações estaduais e as possibilidades de recuperação dos créditos, as empresas de transportes devem avaliar o planejamento tributário e suas alternativas de gestão tributária por meio de um instrumento legal, a fim de obter melhores configurações dos procedimentos tributários. Para Moraes e Souza (2014, p. 20), as empresas devem estar atentas para as oportunidades e os riscos de cada operação, devido à complexa legislação fiscal de cada estado e, muitas vezes, até mesmo do município, dependendo do tipo de serviço. 74 Unidade II Resumo O quadro nacional apresenta um grande número de impostos federais e estaduais, bem como elevadas alíquotas que são aplicadas aos produtos e serviços. Nesta unidade, percebemos como o planejamento tributário é essencial para definir a constituição das empresas, a decisão de instalações produtivas e de distribuição, como CD, operadores logísticos, armazéns, depósitos e galpões, bem como os pontos de venda no território nacional. Vimos como as empresas podem reduzir custos com a utilização dos documentos eletrônicos. Estes, ao serem integrados com os parceiros e o fisco, podem agilizar as operações. Estudamos os principais tipos de contratos comerciais e as condições que devem ser respeitadas nesses compromissos comerciais, com vários parceiros na prestação de serviços integrada. Também aprendemos quais são os impostos que afetam os serviços logísticos, com destaque para o ICMS, que possui regras de cálculo estaduais. Assim, poderá apresentar resultados diferentes nos custos tributários dos serviços de armazenagem e nos transportes conforme o local de instalação. Diante do que estudamos, podemos concluir que os projetos logísticos devem ser conduzidos por equipes com conhecimento sobre a área fiscal e tributária em logística, que devem desenvolver análises prévias para poder definir os procedimentos que serão implantados nas empresas (BARSANO, 2014). Finalizamos esta unidade com o aprendizado sobre a legislação tributária, que afeta as empresas no dia a dia. Vimos que as ações de gestão são determinantes para os serviços logísticos, como o regime tributário ideal para o negócio, e devemos conhecer quais impostos, taxas e contribuições devem ser pagos aos entes federativos: governos federal,estadual e municipal. 75 GESTÃO DE CUSTOS E TRIBUTOS NOS PROCESSOS LOGÍSTICOS Exercícios Questão 1. Segundo Barsano (2014), as empresas brasileiras podem escolher como serão classificadas no enquadramento do regime de tributação conforme o faturamento, os resultados operacionais e financeiros, o porte da empresa e o ramo de atividade comercial. Esses regimes de tributação são os indicados a seguir. • Simples Nacional. • Lucro Presumido. • Lucro Real. Em relação aos regimes tributários, avalie as afirmativas. I – O Simples Nacional permite o recolhimento de vários tributos federais, estaduais e municipais em uma só guia. II – No Lucro Presumido, aplicam-se percentuais estabelecidos em lei à receita operacional bruta para se estimar o lucro. III – No Lucro Real, a tributação é baseada no lucro efetivamente contabilizado pela empresa. É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Resposta correta: alternativa E. Análise da questão No Brasil, há três regimes tributários: o Lucro Real, o Lucro Presumido e o Simples Nacional. 76 Unidade II O Lucro Real baseia-se no lucro contabilmente apurado. No Lucro Presumido, são utilizados percentuais sobre a receita operacional bruta (basicamente, o faturamento) para se estimar o lucro, em vez de ser necessária a contabilização real dos lucros. No Simples Nacional, recolhem-se, de maneira unificada, vários tributos municipais, estaduais e federais com uma carga reduzida. Questão 2. Os tributos podem ser classificados da seguinte maneira: • Tributos diretos: trata-se de impostos que incidem diretamente sobre a renda de uma pessoa física ou de uma pessoa jurídica. • Tributos indiretos: trata-se de impostos que incidem sobre o consumo de uma pessoa física ou de uma pessoa jurídica. Com base no exposto e nos seus conhecimentos, assinale a alternativa que mostra um tributo direto. A) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS). B) Imposto Sobre Serviços (ISS). C) Programa de Integração Social (PIS). D) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). E) Imposto de Renda para Pessoas Jurídicas (IRPJ). Resposta correta: alternativa E. Análise da questão Os tributos diretos incidem sobre a renda, o lucro ou o patrimônio. O ISS e o ICMS são impostos indiretos, pois incidem sobre as vendas. A Cofins e o PIS são contribuições indiretas, pois incidem sobre o faturamento, a importação ou a folha de pagamentos (esta apenas no caso do PIS).