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Pessoas Jurídicas Definição: entidades formadas por pessoa(s) e/ou bens, a quem a lei atribui personalidade jurídica própria, para realização de fins comuns, tornando-as sujeitos de direitos e deveres. → Sociedade: é composta por um grupo de pessoas que tem um objetivo fim em comum. Sendo uma atividade comercial ou empresarial com fins lucrativos. → Associação: Grupo de pessoas que busca um determinado objetivo de forma não lucrativa. De modo geral, elas são constituídas por pessoas e podem ou não ter um patrimônio. A finalidade é definida pelos associados e pode ser alterada com o passar do tempo. → Fundação: é preciso uma dotação por parte de seu instituidor, que pode ser um imóvel, capital, crédito, entre outros. Não possuem fins lucrativos ou econômicos. Não pode ter sua finalidade alterada. Pessoas: ONG’s (conjunto de pessoas com, um objetivo em comum) Bens: Fundações (bens coletivos destinados a um objetivo) Importância/finalidades: espírito associativo, vantagens; superação das limitações individuais; indispensabilidade; Tendência humana de agir em conjunto em prol de um objetivo e visando superar suas próprias limitações. Origem: reconhecimento pelo D. Canônico (Igrejas); A organização religiosa necessitava de organização e recursos. Doação de bens para a igreja: a doação pressupõe a renúncia de um bem de uma pessoa para outra, a igreja até então não era pessoa D. Romano universitas personarum universo de pessoas universitas bonorum – são as que se constituem em torno de um patrimônio destinado a um fim. As fundações têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor, sendo certo que o seu patrimônio é elemento essencial. universitas rerum Natureza jurídica: Realidade Técnica - sua personalidade é atribuída pelo Estado; não é mero patrimônio, condomínio ou ficção legal ou doutrinária (teorias negativistas), tem existência legal, já que a vontade pública ou privada não seja capaz de dar vida a um organismo (Realidade Objetiva). Os romanos eram caracterizados por serem práticos, tiveram dificuldade em reconhecer personalidade para essas uniões não materializadas. Surgem teorias negativistas, que pessoa jurídica era uma ficção legal Semelhanças: Personalidade: Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. - Nascimento/Fim As pessoas jurídicas nascem por meio de estatutos ou contratos sociais. Contratos sociais só cabem para sociedades empresárias ou simples, todas as demais são estatutos. - Direitos de Personalidade (art. 52) Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. - Domicílio (art. 75) Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. - Representação/presentação (art. 75 do CPC), Pessoas jurídicas também podem receber representação, o próprio estatuto da empresa estipula como será essa substituição ou sucessão, mesmo que temporária. Outras denominações: Coletivas (Portugal); Civis ou Morais (França) Inadequação, o d. civil não é completamente responsável pelas PJs, e sim o d. empresarial; de existência ideal (Argentina); Fictas, Abstratas. Classificação: art. 40 e ss. do CC a) Pessoas Jurídicas de Direito Público: I. Interno: Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. A doutrina reconhece a existência de PJs mistas (pública e privada) - Empresa pública, mas com ações privadas. Assim, cabe regras de direito privado e público. Dec. Lei 200/67; Enunciado 141 – A remissão do art. 41, parágrafo único diz respeito às Fundações Públicas (ex. FUNAI) e aos Entes de fiscalização do exercício profissional; Figuras híbridas - ex. Empresas Públicas (CEF, EBCT, BNDES...), Sociedades de Economia Mista (BB, PETROBRÁS) – art. 173 da CF; → Princípio da isonomia: tratar todas as empresas igualmente (Ex. Banco Público e Banco privado - não devem ser tratados por normas distintas, pois atuam no mesmo mercado) Direito público externo: Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Pessoas Jurídicas de Direito Privado (art. 44): Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos Enunciado 144: A relação das pessoas jurídicas de Direito Privado, constante do art. 44 do CC, não é exaustiva. Enunciado 246: “Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício”. d) Organizações religiosas - Direito Civil; § 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. Atos constitutivos: Estatutos Organizações religiosas e partidos políticos não foram incluídos no art. 44 pois eram considerados associações. Agora são entes autônomos, podem criar suas próprias regras. Art. 5° CF: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; e) Partidos políticos – Lei 9.096/95 e art. 17 da CF - Direito Eleitoral; Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 3º Os Partidos Políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. Lei 9.096/95; Os partidos políticos já têm regulamentação própria (Lei 9.096), as entidades religiosas não. Enun. 142 – Os Partidos Políticos, os Sindicatos e as Associações Religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o CC. Enunc. 143 – A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame pelo Judiciário da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos. Houveram críticas quando as entidades religiosas e os partidos políticos foram reconhecidos como entidades próprias, mas isso não significa que o Estado não pode fiscalizá-los. f) Revogado (mencionava as EIRELIs); EIRELI - Era uma empresa individual, permitia que empresas fossem criadas sem sócios e de responsabilidade limitada (se a empresa falisse não atingia o patrimônio pessoal) Paraque uma EIRELI fosse criada era necessário que ela tivesse um fundo social mínimo de 100 salários mínimos e estava limitada a uma EIRELI por pessoa. Por isso foram revogadas. Inacessibilidade. As SLU não fazem essas exigências. CNPJ e Pessoas Jurídicas Quem possui CNPJ não é necessariamente uma pessoa jurídica. Responsabilidade civil PJ também são responsabilizados por seus atos, Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Princípio Jurídico: A ninguém se deve lesar Teoria do risco administrativo (ou do nexo de causalidade): Responsabilidade objetiva às PJ de direito público e subjetiva para os agentes causadores. Faz parte da atividade administrativa assumir o risco de causar dano a alguém e por ser uma instituição pública é dever do Estado repará-lo. Para que o Estado seja responsabilizado, basta que o ato ou omissão gere prejuízo para outrem.(Responsabilidade objetiva) Subjetiva, caso o agente tenha agido com culpa ou dolo. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Requisitos: Affectio societatis - Acordo entre pessoas Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Observância da lei: Requisitos extras dependendo da PJ (Neste caso, partidos políticos) Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Finalidade lícita: A finalidade deve ser lícita, não se deve registrar uma boca de fumo, por exemplo. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. P.J. de Direito Público: através de lei; Atos constitutivos: Estatuto ou Contrato social (apenas algumas sociedades); Registros: Cartórios (exs. associações, fundações, entidades religiosas), Junta Comercial (empresas); Sindicatos: Inicialmente em cartório e depois no Ministério do Trabalho (Pois só deve existir um de cada categoria); Partidos Políticos: Primeiro em cartório, depois no TSE (art. 17, §2º da CF - registro duplo); Associações de advogados devem ser registradas na seccional da OAB do estado (art. 16 da lei 8.906/94 – registro único) Entes despersonalizados: é aquele que não está registrado em cartório. A sociedade irregular não possui contrato, mas não preenche algum dos requisitos ou não foi registrada. A sociedade de fato sequer possui contrato. Massa falida: Patrimônio restante após a falência espólio, herança jacente ou vacante etc; Autorização do executivo: Autorização necessária antes do registro, nos seguintes casos: Instituições financeiras/estrangeiras (art. 11, §1º LINDB), consórcios de bens duráveis, seguradoras, operadoras de planos de saúde, previdência privada etc; Atividades em que há o reconhecimento de que o estado deve exercer um controle maior, pois caso falhem os danos são maiores. Efeitos: Imediatos: existência distinta (autonomia patrimonial, relações jurídicas próprias; recuperação judicial para si/falência para o devedor, linha de crédito, licitação...); O patrimônio da pessoa jurídica não deve ser misturado com o da pessoa física Parágrafo único: regra (convalescimento); exceção: art. 54 (nulidade). Considerado como se nunca tivesse existido. O vício deve ser detectado em até 3 anos, o art 46 determina o que deve ter em um estatuto. Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; Razão social/Nome de fantasia...; Associações: art. 54; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; Forma de gestão deve constar no registro e deve ser compatível com a atividade que está se propondo a realizar. Quem representa judicialmente a empresa Assembleia geral, Conselhos, Presidência...; Art. 75 do CPC; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; Quais alterações podem ser feitas no estatuto da fundação (Art 67) V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Art. 61, 69 e 1033 O ato constitutivo necessariamente tem que preencher essas exigências. Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; II - o consenso unânime dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - (Revogado pela Lei nº 14.195, de 2021) V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Princípios da legalidade, razoabilidade e proporcionalidade. Teoria da aparência. É dever de reparação da própria pessoa jurídica a reparação dos danos causados pelos administradores caso tenham agido dentro dos poderes definidos no ato constituinte. Não é razoável que a PJ não responda pelos atos em que concedeu poder a um de seus membros. (Mesmo que apenas aparentemente). Cada membro responde de forma proporcional a sua participação, mesmo que seja apenas nos benefícios e não agindo diretamente nos atos. (Conivência). Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. Caso nada esteja previsto em seu estatuto, vale o art. 48. Maiorias simples (50%+1 dos presentes na votação) Absoluta:Decisões mais sérias,número total de associados devem votar. Qualificada: Decisões mais sérias (destituir alguém), apenas a parte qualificada para os votos devem participar. Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. A PJ não deve ficar sem administrador, o ideal é que o próprio estatuto da empresa estabeleça como será feita a administração provisória, quem ocupará o cargo. Caso não aconteça, (Ex. Fraudes em que todos os adms são destituídos) o juiz pode determinar quem será o novo administrador. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art57 Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, paraa geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. Societas distat singulis → Lei da Liberdade Econômica; Lei criada por Jair Messias Bolsonaro, prometeu melhorar a economia. Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. O art. 49-A é uma preparação para o 50, adicionado posteriormente para garantir a proteção ao patrimônio pessoal, traz segurança para o empreendedor. É um artigo principiológico, não traz nada muito concreto, mas serve para deixar claro a intenção do legislador. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. Parte adicionada posteriormente à redação original (+5 parágrafos) § 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos (crédito) ou de passivos (dívidas) sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. Num grupo de empresas deve ser mantida a autonomia patrimonial de cada empresa. Ex. Grupo Unilever: P&G, Nestlé, Johnson & Johnson's… § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. Inovação do código civil de 2002, evitar a lacuna na lei e o desvio de patrimônio. O patrimônio pessoal só é atingido caso um ilícito seja comprovado, o art. 50 é uma exceção e não uma regra. Desconsideração da personalidade jurídica: Ex – Banco Santos: dívida de 2,8 bilhões aos empregados e a 2.100 credores; patrimônio formal de 1,5 mi; mansão do presidente avaliada em 143mi; 18 diretores indiciados por formação de quadrilha. Aplicação dos Princípios da moralidade e boa-fé; Exceção ao princípio societas distat singulis; Antecedentes: art. 2º, §2º da CLT e 28, §5º do CDC; Não é novidade no direito brasileira, apenas no direito civil. Leis que buscavam evitar falências fraudulentas. Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. § 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Teoria Menor/Teoria Maior (necessidade de provas); Não basta aparentar ser uma fraude, é necessário que seja comprovada para que esse artigo seja aplicado. Desconsideração transitória: não se trata de despersonificação e há possibilidade de gradação. Não extingue a pessoa jurídica. Enunciado 7 – Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido; Cada sócio ou administrador é penalisado de forma proporcional à sua participação. Enunciado 46 – Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica (desvio de finalidade social ou confusão patrimonial); Enunciado 281 – A aplicação da teoria da desconsideração prescinde da demonstração de insolvência da P.J. Os créditos ainda são maiores do que as dívidas, a confusão patrimonial ainda não gerou prejuízos, mas o instituto já pode ser aplicado. Enunciado 282 – O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica. Encerramento irregular não configura confusão patrimonial. Enunciado 283 – É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da PJ para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros). Desviar débitos ou créditos de uma pessoa jurídica para outra, ou da pessoa física para a jurídica também caracteriza confusão patrimonial. Enunciado 284 – As P.J. de direito privado sem fins lucrativos ou não-econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica; Não só empresas, também organizações sociais, entre outros Enunciado 285 – A desconsideração pode ser invocada pela P.J. em seu favor; Enunciado 406 – A desconsideração da personalidade jurídica alcança os grupos de sociedade havendo prejuízo para os credores até o limite transferido entre as sociedades. → "A Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica ou Doutrina da Penetração (Disregard of legal entity), busca atingir atos de malícia e prejuízo. A jurisprudência aplica essa teoria quando a sociedade acoberta a figura do sócio e torna-se instrumento de fraude. Há necessidade de demonstração que a sociedade foi usada como biombo, para prejudicar terceiros, ficando o patrimônio dos sócios astuciosos longe do alcance do processo de execução." (Juiz Octaviano S. Lobo). → Falência. Grupo de sociedades. Administração sob unidade gerencial, laboral e patrimonial. Desconsideração da personalidade jurídica. Extensão do decreto falencial às demais sociedades do grupo. Impedir a desconsideração da personalidade jurídica nesta hipótese implica prestigiar a fraude à lei ou contra credores. Poderá o juiz, incidentemente no próprio processo de execução, levantar o véu da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja os bens particulares de seus sócios . → Extinção de uma empresa e constituição de outra. Desconsideração da personalidade jurídica. A constituição da pessoa jurídica se deu para substituir pessoa jurídica que se extinguiu com o fim de fraudar credores, desvirtuada a finalidade do instituto, que seria agregar vontades e meios para consecução de um fim societário, é caso de desconsiderar a pessoa jurídica nova e considerar todos os atos praticados, seja em face da pessoa jurídica anterior seja da nova, como praticados perante a mesma pessoa, prosseguindo-se na execução com a penhora sobre bem da nova empresa. Cabível a condenação da pessoa jurídica constituída com ânimo de fraudar credores. Associações e Fundações a) Associações – arts. 53 a 61; Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Fins não lucrativos, a redação não foi a ideal. Finalidade lucrativa só é cabível quantoàs sociedades. As associações podem exercer atividades lucrativas. Um clube de futebol é uma associação, todas as atividades lucrativas devem ser revertidas na própria manutenção da associação. Ex. vender camisetas para angariar fundos Art. 5º, XVII a XXI da CF: XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; → o Estado não pode proibir a criação de associações, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; → nem impedir o seu funcionamento exceto por decisão judicial. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 8º, III da CF: III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; → Não aplicação do princípio do ut des. → Princípio da reciprocidade não existe entre os próprios associados, um não pode exigir de outro que cumpra suas obrigações. Os associados podem cobrar a associação, e a esta cabe a exigência dos associados. Exs. ABL, ABI, AABB, AACD, APAE, UNE, Sindicatos, SABs, ONGs... Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. Dentro das categorias não deve haver distinção entre os associados. Diferentes categorias: exs. fundador, contribuinte, remido, honorário, benemérito; Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si , na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. A transferência da qualidade de associado não transfere também as quotas ou frações que esse detinha da associação. A venda é feita por fora. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Exceto: Previsão de condenação penal, comprovação de fraude no processo eleitoral, depois de eleito a condenação foi descoberta… Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: I – destituir os administradores; II – alterar o estatuto. Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. Questões de importância fundamental, não devem ser decididas em assembleias ordinárias, o assunto deve ser esclarecido anteriormente. Os associados não devem ser surpreendidos. Os votantes é comum que sejam qualificados. Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. Direito de minoria. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1 oPor cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2 oNão existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. b) Fundações – arts. 62 a 69; Conceito: universalidade de bens que recebem personalidade para realização de fins determinados pelo instituidor; Exs. FAP, FURNE, Fundação Roberto Marinho, Fundação Padre Anchieta – TV Cultura etc. Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas; Esses incisos podem ser desconsiderados: Enunciado 9 do STJ/CJF: O art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos. → Escritura pública (pessoas naturais ou jurídicas)/ testamento (pessoas naturais). Afetação/dotação e não doação; (fase de criação da fundação, momento em que ainda não existe o ente para receber doação, estão apenas reunindo recursos, chamam-se dotações) Bens livres: desonerados; exceções: legítima e fraude contra credores; Bens lícitos. Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. Os bens dotados não foram suficientes para criar a fundação. Exceto se ele esclareça em testamento outra aplicação. Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. A escritura é irreversível. Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. Instituição fiduciária: Criada de forma direta. Art. 65: o criador estabelece alguém para assumir o cargo. Instituição direta ou indireta (fiduciária); Fases: dotação, elaboração do estatuto, aprovação do estatuto e registro em cartório; aprovação do estatuto quando elaborado pelo MP cabe ao juiz: arts. 1.199 a 1.204 do CPC. Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. §1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. § 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. Enunciado147 - A expressão “por mais de um Estado” não exclui o Distrito Federal e os Territórios. A atribuição de velar pelas fundações, prevista ao MP local – isto é, dos Estados, DF e Territórios onde situadas – não exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas pelo MPF, quando se tratar de fundações instituídas ou mantidas pela União, autarquia ou empresa pública federal, ou que destas recebam verbas, nos termos da CF, da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade. Papéis protetivo (curadoria) e de fiscalização (interesse público), com necessidade de prestação de contas (MPE, MPF, TCE, Receita Federal). Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; Não se pode alterar a finalidade da associação III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. c) Sociedades – Simples e Empresárias - arts. 996 e ss. – D.Empresarial; Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
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