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gestão pedagogica

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Prévia do material em texto

Gestão Pedagógica
Autoria
Legina Carmem
GESTÃO PEDAGÓGICA
SEJA BEM-VINDO!
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
Pró-reitor administrativo financeiro: 
Prof. rafael raBelo Bastos
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
diretor de oPerações:
Prof. José Pereira de oliveira
coordenação Pedagógica:
Profa. Maria aliCe duarte G. soares
coordenação nead:
Profa. luCiana r. raMos duarte
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou par-
cialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotos-
tática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para 
tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser 
dirigidos à Reitoria.
expediente
Ficha técnica
autoria: 
leGina CarMeM Pereira
suPervisão de Produção nead:
franCisCo Cleuson do nasCiMento alves
design instrucional:
antonio Carlos vieira
Projeto gráfico e caPa:
franCisCo erBínio alves rodriGues /
MiGuel José de a. Carvalho
diagramação e tratamento de imagens:
MiGuel José de a. Carvalho
revisão textual: 
eManoela de araúJo
Ficha catalogRáFica
catalogação na publicação
biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu
PEREIRA, Legina Carmem. Gestão pedagógica. / Legina Carmem Pereira. – Fortaleza: 
Centro Universitário Ateneu, 2019.
156 p. 
ISBN: 
1. Administração escolar. 2. Gestão escolar democrática. 3. Organização escolar. 4. Escola 
participativa. Centro Universitário Ateneu. II. Título.
SEJA BEM-VINDO!
Caro estudante, é com satisfação que apresento o material didático 
da disciplina de Gestão Pedagógica. Ao efetuar o estudo do material, você 
terá condições de responder as atividades propostas no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem – AVA. 
Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa da 
disciplina. Inicialmente, serão abordados assuntos como a escola e seu fazer 
pedagógico, momento no qual você terá a oportunidade de fazer um resgate 
histórico da administração escolar, tendo como foco o papel da escola na 
transformação social.
Em seguida, você conhecerá os desafios da nova dinâmica da gestão 
escolar em face à implantação da gestão democrática e participativa, tendo 
a elaboração, execução e avaliação do Projeto Político-Pedagógico (PPP) 
como integrador da Proposta Pedagógica de cada escola, com a participação 
da comunidade como um todo.
Nesse contexto, você conhecerá duas experiências inovadoras da 
década de 1950, que mesmo contrariando os princípios educacionais da 
época, foram ousadas e conseguiram transformações sociais importantes na 
comunidade onde estavam inseridas.
Finalmente, você terá condições de conhecer e avaliar os instrumentos 
essenciais que o gestor escolar dispõe para efetuar a prática da gestão 
democrática na escola.
Bons estudos!
SUMÁRIO
CONECTE-SE
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS
Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem e significam:
SUMÁRIO
1. A administração escolar e a
 transformação social .............................................. 8
2. O caráter conservador na
 administração vigente .......................................... 17
3. A natureza do processo de produção
 pedagógica ........................................................... 29
Referências ............................................................... 40
01
1. A importância do projeto político-pedagógico
 para a escola ......................................................... 46
2. O projeto político-pedagógico e a lei de diretrizes
 e bases da educação nacional – LDB ................... 56
3. Construindo a identidade da escola no seu
 projeto político-pedagógico .................................... 68
Referências ............................................................... 77
02
A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA COMO PRINCÍPIO
A ESCOLA E SEU FAZER PEDAGÓGICO
1. O projeto político-pedagógico na perspectiva
 do planejamento participativo .............................. 122
2. A participação dos profissionais da educação
 e o papel dos conselhos de escola ...................... 126
3. Gestão participativa no contexto escolar ............. 135
Referências ............................................................. 153
04
A ESCOLA PARTICIPATIVA
1. O regimento escolar e o plano de direção............. 82
2. O papel do coordenador pedagógico
 – supervisor escolar ............................................. 96
3. O compromisso e acompanhamento dos
 resultados pelo diretor – gestão por resultados . 103
Referências ............................................................. 117
03
A ESCOLA E A SUA ORGANIZAÇÃO
Apresentação
Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer fatos históricos 
marcantes que ajudaram a escrever o cotidiano escolar através dos tempos e 
poderá observar o caminho percorrido por grandes educadores, com o intuito 
de fazer da escola um lugar de transformação social, buscando a melhoria da 
qualidade da educação.
Com o resgate da Legislação Educacional Brasileira, você poderá 
compreender como as mudanças feitas na educação brasileira precisam de 
respaldo legal para garantir sua aplicabilidade e funcionalidade.
Você compreenderá, também, que não basta que os elementos 
norteadores do fazer pedagógico estejam previstos em lei. A questão central 
está no desejo e na vontade de transformar a vida das pessoas por meio da 
ação coletiva da comunidade escolar e da local em defender a Educação 
como mola propulsora do desenvolvimento humano e social.
E, finalmente, você vai compreender que educação é um direito de todos.
Unidade
01 A escola e seu fazer pedagógico 
legina carmem
8 GESTÃO PEDAGÓGICA |
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
• Entender, a partir de fatos históricos, as transformações que ocorreram no 
interior da escola, observando seus reflexos na transformação social; 
• Identificar a natureza do fazer pedagógico dentro da realidade escolar;
• Compreender a importância da produção pedagógica como processo coleti-
vo, na busca da qualidade da educação na escola, em todos os seus níveis 
e modalidades.
1. a administração escolar e a transformação 
social
Educação não é um privilégio, é um direito.
Anísio Teixeira
Para você entender como surgiu a necessidade da administração 
escolar e da função do administrador escolar, será preciso rever alguns 
fatos da história da educação brasileira, conhecendo, por exemplo, qual foi a 
primeira escola pública do Brasil. 
É importante lembrar a você como é fundamental conhecer o passado 
e rever as memórias da educação brasileira para entender o presente e, 
com esse conhecimento, projetar o futuro educacional das futuras gerações, 
buscando a melhoria efetiva de todo o processo pedagógico no interior das 
escolas e o desenvolvimento do potencial de toda a comunidade.
Conhecendo a história de outros homens que lutaram incansavelmente 
por ideais grandiosos como a educação pública para todos, tendo 
como princípios norteadores a democracia e a cidadania, você poderá 
compreender o imaginário da época. 
Entendendo como a escola pública surgiu e como ela foi se 
transformando para atender às necessidades humanas ao longo dos anos, 
você conseguirá analisar e refletir sobre os conceitos atuais e sobre a sua 
própria prática pedagógica, enquanto educador, buscando lutar para a 
efetiva transformação social, por intermédio de uma educação de qualidade 
para todos.
GESTÃO PEDAGÓGICA 9|
A necessidade da administração escolar e, consequentemente, da 
função de diretor escolar nasceu com a criação da Escola Caetano de 
Campos, em São Paulo, que representou o marco das mudanças relativas 
à educação no Brasil, selando a passagem do Império para o Período 
Republicano e consistindo na passagem de um tempo no qual as pessoas 
eram educadas para serem obedientes para outro em que a escola desejava 
preparar cidadãos, com seus direitos e deveres garantidos.
1.1. A primeira escola pública do BrasilA Escola Modelo Caetano de Campos foi o primeiro prédio escolar 
do Período Republicano, inaugurado cinco anos após a Proclamação da 
República, em 1894, construído por iniciativa do governo estadual, destacando-
se por sua construção monumental, hoje, tombada como patrimônio histórico, 
e abrigando a sede da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
Figuras ilustres e conhecidas frequentaram seus bancos escolares, 
como Mário de Andrade, Cecília Meireles, Sérgio Buarque de Holanda, 
Guiomar Novaes, Lygia Fagundes Telles, Oswald de Andrade, Inezita 
Barroso, entre outras.
Figura 01: Escola Modelo Caetano de Campos.
Fonte: <https://bit.ly/2TAc4sL>.
10 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Segundo relatos de Heidrich (2009), “no seu primeiro dia de aula de 
1894, os alunos da recém-inaugurada Escola Modelo Caetano de Campos, 
estranharam o ambiente com suas escadas imponentes”. 
Até então, eles haviam frequentado classes improvisadas na 
casa de um professor ou em prédios públicos mal conservados. 
A gigantesca estrutura arquitetônica do novo edifício – com 60 
salas de aula, laboratórios, pátio, biblioteca e museu – era o sím-
bolo da renovação educacional prometida com a Proclamação 
da República, em 1889. (HEIDRICH, 2009).
Figura 02: Interior da Escola Caetano de Campos.
Fonte: <https://bit.ly/2DRREqE>.
A Escola Modelo marcou o início de uma nova organização escolar 
no Brasil: a dos Grupos Escolares, criada por reformadores como Antônio 
Caetano de Campos. Foi nesse contexto que surgiu a necessidade da figura 
do diretor escolar.
Antônio Caetano de Campos (1944-1891), médico e educador por 
vocação, sacrificou seus interesses pessoais para se dedicar ao magistério 
e lançou, em 1890, a pedra fundamental da escola dos seus sonhos, que, 
entretanto, não viu funcionando, pois faleceu em 1891, aos 47 anos. Por isso 
a Escola Modelo recebeu o seu nome, constituindo o reconhecimento por sua 
dedicação à educação brasileira. 
GESTÃO PEDAGÓGICA 11|
Com esse breve resgate histórico da primeira escola pública do Brasil, 
você vai perceber que a Escola Modelo Caetano de Campos trouxe inúmeras 
contribuições para a educação do país: inaugurou a formação de professores 
com a implantação da primeira Escola Normal; fundou o primeiro jardim 
de infância público do país e consolidou, também, o modelo de escola 
primária para crianças e jovens de 07 a 14 anos.
A Escola Caetano de Campos consistiu em uma inovação na luta pela 
educação de qualidade para todos, em vários aspectos, com a oferta do 
curso normal, preparando a mulher para o mercado de trabalho, sendo 
a primeira escola a aceitar alunos com deficiência auditiva em seus bancos 
escolares, e no final da década de 1930, abrigando a Faculdade de Filosofia, 
Ciências e Letras da USP, sendo considerada um dos berços da Universidade 
de São Paulo.
Heidrich (2009), em um artigo na revista Nova Escola, destaca que 
“esse modelo, forjado pela proposta iluminista republicana de racionalizar 
custos, exercer controle e oferecer acesso à educação para todos, reunia de 
quatro a dez grupos de alunos, que até então, estudavam isolados”. Como 
ele mesmo relata:
As crianças passaram a ser organizadas por classes seriadas 
de acordo com o nível de conhecimento, com um docente para 
cada 40 pupilos. Funcionários com formação diversa passaram 
a cuidar da aplicação do currículo e do gerenciamento da esco-
la. A fiscalização dessa instituição não poderia mais ser realiza-
da a distância pelos inspetores. Era preciso ter alguém dentro 
da escola e, assim, surgiu o cargo de diretor. (HEIDRICH, 2009).
Essa concepção de organização, segundo Heidrich (2009), “espalhou-
se durante as três primeiras décadas do século 20 para estados do Sul ao 
Nordeste. Porém, o ideal republicano de educação para todos, tendo os 
grupos escolares como embrião, não se concretizou”.
A falha foi pedagógica e também material. A homogeneização 
das classes otimizou recursos e esforços, mas a escola repu-
blicana gerou altos padrões de seleção e exigência – que aca-
baram por excluir as crianças de classes menos favorecidas. 
Concebida para ser do povo, tornou-se das elites. Faltaram pro-
fessores qualificados, estrutura para atingir o interior e atender 
toda a demanda gerada com o crescimento demográfico e recur-
sos para a construção de novos estabelecimentos nos padrões 
de excelência da Caetano de Campos. (HEIDRICH, 2009).
12 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Como você pode perceber, quando acontecem mudanças estruturais 
na educação, ocorrem transformações impactantes no interior da escola, 
sendo que os seus reflexos são sentidos diretamente na comunidade escolar 
e na local.''Por exemplo, mesmo com toda a inovação proposta pela primeira 
escola da República, sua ineficiência pode ser vista claramente. Basta 
verificar os altos índices de alunos em idade escolar que estavam fora da 
escola e o número absoluto da população analfabeta da época. Em 1920, 
o estado de São Paulo registrava a evasão de 67,9% das crianças em idade 
escolar. Além disso, mais de 60% da população não sabia ler e escrever.
Diante desse cenário, surgiu a necessidade de a administração escolar 
está preparada em relação aos impactos que tal situação trazia para a vida dos 
seus educandos e da comunidade como um todo, percebendo e conhecendo 
as demandas de tal comunidade ao realizar o seu fazer pedagógico, visando 
à transformação social e preparando cidadãos conscientes de seus direitos e 
deveres, cumprindo, assim, a sua função social, que é a de colaborar para a 
construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
Segundo Lombardi (2006, p. 17), é pela compreensão do processo 
histórico de transformação social pela educação na vida das pessoas 
que podemos “entender como se deu a organização e a transformação do 
sistema educacional brasileiro, a forma como as escolas se constituíram, 
os regulamentos, as normas e as leis criadas para melhor organizar o seu 
funcionamento [...]”.
 
...é pela compreensão do processo 
histórico de transformação social pela 
educação na vida das pessoas que 
podemos “entender como se deu a 
organização e a transformação...
Quanto aos aspectos da evolução da administração escolar, é 
possível observar que eles ocorreram acompanhando as transformações 
provocadas na sociedade, em cada período histórico. 
Para Lombardi (2006, p. 18), o desafio da transformação social é 
responsabilidade de todo cidadão, mais ainda dos “gestores escolares, por 
seu papel de liderança e de aglutinação dos demais segmentos participantes 
da vida da escola”. Isso “permitirá que se concretize toda a relevância social 
do papel que lhe cabe no interior da instituição escolar”.
GESTÃO PEDAGÓGICA 13|
1.2. A transformação social: questão de cidadania
Atualmente, um dos maiores desafios do nosso país, consistindo 
em um compromisso que cada cidadão deve assumir, especialmente os 
educadores e administradores escolares, na busca efetiva da transformação 
social, é a reversão do quadro vergonhoso do analfabetismo no Brasil, em 
que cada um precisa fazer a sua parte na sala de aula, na escola, na família e 
na comunidade, promovendo ações efetivas que ajudem a transformar a vida 
dos cidadãos analfabetos do nosso país.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, de acordo com 
as suas estatísticas, “considera alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever 
pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece”. 
Em contrapartida, adota-se, cada vez mais no mundo, o conceito de 
analfabeto funcional, que inclui todas as pessoas com menos de quatro 
séries de estudo concluídas. Segundo o Inep (2015), “usando este segundo 
critério, mais adequado à realidade econômica e tecnológica do mundo 
contemporâneo, o nosso número de analfabetos salta para mais de 30 
milhões de brasileiros, considerando a população de 15 anos ou mais”.
...o nosso número de analfabetos salta 
para mais de 30 milhões de brasileiros...
Para você entender a grandiosidade desse desafio, é necessário 
observare compreender o resultado da luta dos educadores pioneiros, que 
ajudaram a transformar a história da educação no Brasil. Com todo o esforço 
desse trabalho ao longo dos anos, é possível verificar o resultado obtido, 
constatando-se que a taxa de analfabetismo na população de 15 anos ou 
mais, segundo dados do Inep (2015), caiu ininterruptamente ao longo do 
século passado, baixando de 65,3% em 1900, para 13,6% em 2000.
Com o intuito de você visualizar essa realidade, apenas para fins 
didáticos, elaboramos o quadro adiante sobre o analfabetismo no Brasil, 
de 1900 a 2000, com população na faixa de 15 anos ou mais, por meio dos 
dados retirados do Manual do Analfabetismo no Brasil, editado pelo Inep 
em 2015.
14 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Quadro 01: Analfabetismo no Brasil – de 1900 a 2000.
ANALFABETISMO NO BRASIL – POPULAÇÃO COM 15 ANOS OU MAIS
ANO POPULAÇÃO ANALFABETOS ANALFABETOS (%)
1900 9.728.000 6.348.000 65,3
1920 17.564.000 11.409.000 65,0
1940 23.648.000 13.269.000 56,1
1950 30.188.000 15.272.000 50,6
1960 40.233.000 15.964.000 39,7
1970 53.633.000 18.100.000 33,7
1980 74.600.000 19.356.000 25,9
1991 94.891.000 18.682.000 19,7
2000 119.533.000 16.295.000 13,6
Fonte: Inep/IBGE – Censo Demográfico – Adaptado do Mapa do Analfabetismo no Brasil (2015).
De acordo com o Portal Governo do Brasil (2011), os dados do Censo 
Escolar de 2010, divulgado pelo IBGE em 2011, “a taxa de analfabetismo na 
população de 15 anos ou mais de idade caiu de 13,63% em 2000 para 9,6%”. 
Os dados do Censo Escolar de 2010 também revelaram que a taxa nacional 
de analfabetismo para os adolescentes e jovens entre 15 e 24 anos atingiu 
2,5% em 2010. 
Ainda segundo dados IBGE divulgados no Portal Governo do Brasil 
(2011), o Brasil tinha 16.294.889 analfabetos com essa faixa etária em 2000, 
ao passo que os dados do Censo de 2010 apontava que 13.933.173 pessoas 
não sabiam ler ou escrever, sendo que 39,2% desse contingente eram 
de idosos.
Atualmente, além do problema do analfabetismo, é possível observar 
que devido ao dinamismo da sociedade brasileira, está surgindo um novo 
desafio tanto para os dirigentes públicos e educadores como para os gestores 
das escolas, que é o envelhecimento da população brasileira.
Tal fenômeno não é observado apenas no Brasil, mas sim 
mundialmente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o 
número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de 
pessoas até 2050, o que representará um quinto da população mundial. 
GESTÃO PEDAGÓGICA 15|
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil, em 2016, já tinha a 
quinta maior população idosa do mundo, e, em 2030, o número de idosos 
ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos. Segundo o IBGE (2018), 
em 2017, eles já ultrapassam 30 milhões de brasileiros.
De acordo com Paradella (2018), em uma reportagem divulgada pela 
Agência IBGE Notícias, os dados foram atualizados em 2018. Observando 
que a população com 60 anos ou mais em 2012 era de 25,4 milhões, 
apresentou que em cinco anos, os 4,8 milhões de novos idosos representarão 
um crescimento de 18%, tornando-se este um grupo etário cada vez mais 
representativo no Brasil. 
De acordo com Maria Lúcia Vieira, gerente da PNAD Contínua:
Não só no Brasil, mas no mundo todo vem se observando essa 
tendência de envelhecimento da população nos últimos anos. 
Ela decorre tanto do aumento da expectativa de vida pela me-
lhoria nas condições de saúde quanto pela questão da taxa de 
fecundidade, pois o número médio de filhos por mulher vem 
caindo. (PARADELLA, IBGE-PNUD, 2018).
Ainda segundo Paradella (2018), entre 2012 e 2017, conforme dados 
do IBGE/PNAD (2018), o número de idosos cresceu em todas as unidades 
da federação, sendo que “os estados com maior proporção de idosos são o 
Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, ambos com 18,6% de suas populações 
dentro do grupo de 60 anos ou mais”. Nesse contexto, ainda de acordo com os 
dados do IBGE/PNAD (2018), a expectativa de vida do brasileiro continuou 
a subir em 2017, ch egando a atingir 76 anos, contra 75,8 anos em 2016 
(PARADELLA, IBGE-PNUD, 2018b). 
 
...a expectativa de vida do brasileiro 
continuou a subir em 2017, chegando a 
atingir 76 anos...
A seguir, apresentamos o gráfico disponibilizado pelo IBGE em 2018, 
por meio da sua Agência de Notícias, no qual você poderá observar toda a 
dinâmica de envelhecimento da população brasileira.
16 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Figura 03: Distribuição da população por sexo e idade – 2017.
Fonte: <http://bit.ly/2PDuPIM>.
Diante de tal contexto, você pode perceber como as características 
da população brasileira, com o passar dos anos, foi se modificando e 
apresentando a seguinte contradição: ao passo que o número de analfabetos 
está diminuindo, o número de idosos está aumentando. 
É importante ressaltar que o grande contingente de analfabetos está 
entre os idosos, representando o grande desafio atual das escolas, que é 
oferecer oportunidades reais de escolarização para esta população, que 
agora está vivendo mais e com mais qualidade de vida. 
O analfabetismo representa uma dívida social que cada cidadão 
brasileiro carrega, especialmente os educadores e agentes públicos, pois 
essa parcela da população destinou grande parte da sua vida produtiva ao 
desenvolvimento do nosso país.
A seguir, apresentamos mais uma contradição apresentada pela 
educação brasileira, visto que os indicadores educacionais acabam 
baixando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Observe:
GESTÃO PEDAGÓGICA 17|
Figura 04: IDH na América Latina.
 
Fonte: <http://bit.ly/2Lhxk2T>.
2. o caráter conservador na administração vigente
Para que você possa perceber o caráter conservador na administração 
vigente e, ao mesmo tempo, acompanhar o contexto histórico da 
administração escolar, será preciso analisar a trajetória da educação no 
Brasil, observando as lutas e os desafios enfrentados pelos educadores que 
forjaram as grandes conquistas para a educação brasileira.
Voltando à época do descobrimento, em 1500, período do Brasil 
Colônia, no qual, durante muito tempo, o ouro brasileiro sustentou o luxo e as 
extravagâncias do rei de Portugal; é possível observar que foram construídas 
igrejas, conventos e palácios, acreditando-se de que o ouro brasileiro fosse 
durar para sempre. 
A educação no Brasil naquela época estava a cargo da Companhia 
de Jesus, por intermédio dos seus jesuítas, liderados por José de Anchieta, 
cujo objetivo básico era ensinar a ler, a escrever e a professar a fé católica. 
Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e de suas colônias, como 
o Brasil.
18 GESTÃO PEDAGÓGICA |
A partir de então, é notório observar que a educação brasileira enfrentou 
um grande recuo, como relata Prezia e Hoornaerte (2000, p. 12), “passados 
vinte anos da expulsão dos jesuítas em toda a Bahia, Capital do Governo 
Imperial (1549-1763), existiam apenas dois professores, várias escolas 
foram fechadas, e as bibliotecas dos conventos foram abandonadas ou 
destruídas”. 
Na época de Tiradentes, segundo relatos, o país tinha apenas 0,5% 
de alfabetizados. Portanto, a educação como um processo no Brasil só se 
iniciou mesmo a partir do século XIX.
Com a Proclamação da República, em 1889 até 1930, o Brasil 
transformou-se em uma República Federativa, cujo poder, até então 
centralizado no imperador, passou a ser dividido entre o Presidente da 
República e os seus governadores, que a partir daquele momento, tornavam-
se os responsáveis pela educação básica.
Após a Proclamação da República, também surgiram as primeiras 
tentativas de pensar e repensar a educação brasileira, já que o ato de ler 
e escrever era destinado para poucos, e as camadas populares apenas 
recebiam instrução básica para o trabalho nas fábricas e nos campos.
É importante lembrar que com essa nova responsabilidade do governo 
federal e estaduais, era preciso conviver com a dívida do analfabetismo 
recebida do governo imperial, que em 1886, representava 98,2% da populaçãobrasileira, conforme dados do Inep (2015).
Assim, em sua interessante obra História da Instrução Pública 
no Brasil (1500-1889), escrita em 1889, José Ricardo Pires de 
Almeida (2000) comenta o fato de que no Brasil Colônia “havia 
um grande número de negociantes ricos que não sabiam ler”. 
Prova disso é que no Império admitia-se o voto do analfabeto 
desde que, é claro, este possuísse bens e títulos. (...) No mesmo 
trabalho, ele mostra que, em 1886, o porcentual da população 
escolarizada no Brasil era de apenas 1,8%. (PINTO et al., 2000, 
p. 512).
Em 1932, o cenário brasileiro era marcado pela Revolução Federalista, 
em São Paulo, e pela conquista da mulher em ter direito ao voto. No mesmo 
ano, surgiu a publicação de um documento escrito por 26 educadores, com 
GESTÃO PEDAGÓGICA 19|
o título Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – A Reconstrução 
Educacional no Brasil: ao povo e ao governo, que apresentava propostas 
de reformulações e inovações para o sistema educacional e levantava 
importantes questionamentos sobre a educação no Brasil, por exemplo, 
propunha uma nova função social para a educação, servindo como base para 
reduzir as desigualdades sociais, partindo de uma ação mais firme e concreta 
do Estado. Por isso, lutava por uma escola pública de qualidade.
Os principais objetivos educacionais defendidos por Anísio Teixeira 
e os demais educadores no referido manifesto de 1932 eram: ampliar as 
oportunidades educacionais, tornando a educação democrática; buscar 
a descentralização do ensino e defender a grande tríade que consistia na 
defesa da escola pública: o ensino público gratuito, laico e universal.
 
...ampliar as oportunidades educacionais, 
tornando a educação democrática; 
buscar a descentralização do ensino e 
defender a grande tríade que consistia 
na defesa da escola pública...
Embora já tenham passados 86 anos do referido documento, algumas 
das suas propostas ainda soam atuais.
2.1. O educador e administrador: Anísio Teixeira
A fim de que você compreenda um pouco sobre o dinamismo histórico 
da escola pública e da administração escolar no Brasil, é preciso falar um 
pouco (se isso for possível) sobre Anísio Teixeira, conhecido como o grande 
defensor da escola pública, tomando a prática do aluno como base para 
um bom aprendizado.
Toda a produção de Anísio Teixeira foi motivada por seu desejo de 
transformação social, visto que manifestava suas críticas contra a educação 
tradicional voltada para elite, defendia as transformações sociais advindas da 
educação e afirmava que o desenvolvimento de um cidadão pleno somente 
se daria em uma escola que pudesse oferecer condições, tanto teóricas 
quanto práticas, para isso.
20 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Figura 05: Anísio Teixeira (1900-1971).
 
Fonte: <http://bit.ly/2XQmjhE>.
Teixeira via o administrador escolar como um agente importantíssimo 
para o cotidiano escolar e fazia críticas severas quanto à forma como eram 
nomeados os diretores escolares, sem nenhum preparo para isso: 
Não me consta que os administradores se preparem no Bra-
sil. Parece que não há administração no Brasil no sentido real 
de algo que se possa aprender e, muito menos, em educação, 
onde, ao que parece, nunca houve busca de administradores 
para as escolas. Qualquer pessoa pode dirigir as escolas. Qual-
quer pessoa pode administrar o ensino. É evidente que o país 
acha que para isso não é preciso preparo. E por quê? Por que 
será que o país acha que realmente não se precisa de preparo 
para dirigir escolas, nem dirigir a educação? (TEIXEIRA, 1961, 
p. 84).
Anísio Teixeira defendia que era necessário mais administradores 
preparados, principalmente para a educação pública, fato que não acontecia 
e o deixava indignado. 
Para Teixeira (1961, p. 84) “o administrador é homem que dispõe dos 
meios e recursos necessários para obter alguns resultados. Resultados certos, 
e isto é um administrador. Sem administração a vida não se processaria”.
Além de ser considerado o inventor da escola pública gratuita no 
Brasil, Anísio foi o idealizador de inúmeras mudanças na educação brasileira, 
em todos os níveis, do ensino primário ao superior, criando a primeira 
universidade com cursos de graduação e pós-graduação.
GESTÃO PEDAGÓGICA 21|
Para que você conheça um pouco sobre os relevantes trabalhos 
desenvolvidos pelo educador e administrador Anísio Teixeira, elaboramos um 
quadro resumido das suas administrações, no qual será possível observar 
que quando a administração está comprometida com a eficiência, eficácia e 
efetividade dos seus serviços, ela deve apresentar resultados. Fato que hoje 
é conhecido como gestão por resultados.
Quadro 02: Realizações administrativas de Anísio Teixeira.
O EDUCADOR E ADMINISTRADOR ANÍSIO TEIXEIRA
PERÍODO AÇÕES E RESULTADOS
De 1924 a 1928, como Diretor de 
Instrução da Bahia.
Reformou o ensino primário, secundário e profissional 
(Ensino normal – futura Faculdade de Educação); 
elevou a matrícula no ensino primário de 47.000 para 
79.000 alunos; instalou e fez funcionar as escolas 
normais de Caetité e Feira de Santana; reorganizou 
e melhorou a qualidade do ensino na Escola Normal 
da capital, cuja matrícula passou de 348 para 546 
alunos; programou a construção de 28 prédios esco-
lares (haviam seis); implantou 33 escolas reunidas; 
aumentou as unidades escolares de 780 para 1.234; 
aumentou a frequência escolar, que era de 19.590 
alunos em 1924, passando para 58.470 em 1927.
De 1947 a 1951, como Secretário 
de Estado da Bahia.
Reestruturou os serviços educacionais baianos; am-
pliou a oferta do ensino médio, instalando nos bairros 
três extensões do Colégio da Bahia; instalou o Curso 
Colegial no Instituto Normal; no interior, fez funcionar 
cursos ginasiais nas escolas normais de Feira e Ca-
etité; levou a prefeitura de Ilhéus a instalar o Curso 
Colegial no Ginásio Municipal; permitiu que a Coo-
perativa Ginásio de Cachoeira utilizasse a Escola In-
dustrial de Cachoeira para funcionar o Curso Ginasial. 
De 1952 a 1962, como Reitor da 
Universidade de Brasília e primeiro 
Diretor do Inep (que hoje leva seu 
nome) e como primeiro Presidente 
da Coordenação de Aperfeiçoa-
mento de Pessoal de Nível Superior 
(Capes).
Prestou assessoria para a fixação da Política Edu-
cacional do Brasil para realizar estudos, pesquisas e 
diagnósticos do Inep; promoveu a criação do Centro 
Brasileiro de Pesquisas Educacionais e dos Centros 
Regionais de Pesquisas Educacionais, onde milhares 
de professores foram especializados. Foi o pioneiro 
da formação do professor primário em nível superior, 
promoveu um largo programa de habilitação de profes-
sores leigos do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste 
do país nos próprios centros de pesquisas; ainda à 
frente do Inep, concedeu auxílio financeiro para a cons-
trução de milhares de salas de aula por todo o Brasil.
Fonte: Adaptado de ROCHA (2002, p. 78-81).
22 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Anísio Teixeira era na verdade um visionário. Quando ainda 
era Secretário de Estado da Educação e Saúde na Bahia, escreveu o 
documento: Sugestões para um plano de auxílio ao Ensino Superior do país, 
direcionado ao então Ministro da Educação Clemente Mariani, que contribuiu, 
decisivamente, para a institucionalização da pós-graduação no Brasil.
LINK WEB
Conheça um pouco mais sobre os feitos de Anísio Teixei-
ra lendo o artigo de Nivaldo V. de Andrade Júnior, de 2002, pela Uni-
versidade Federal da Bahia, com o título As obras do plano de edifi-
cações escolares de Anísio Teixeira e a arquitetura moderna na Bahia 
(1947-1950). Basta acessar o seguinte link: <https://bit.ly/2zmtfWo>.
2.2. A primeira escola pública de educação integral 
do Brasil
Segundo Anísio Teixeira (1968): 
Não se aprendem apenas ideias ou fatos, mas, também atitu-
des, ideais e senso crítico - desde que a escola disponha de 
condições para exercitá-los. Assim, uma criança só pode prati-
car a bondade em uma escola onde haja condições reais para 
desenvolver o sentimento.
Buscando novos rumos paraa educação brasileira, já naquela época, 
Anísio Teixeira defendia a escola pública para todos em tempo integral. Foi 
exatamente ele que, em 1950, apresentou a primeira escola de período 
integral, quando ainda era Secretário da Educação da Bahia, e quando 
inaugurou o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, em Salvador, mais 
conhecido como Escola Parque da Bahia, com experiência pedagógica 
pioneira, obtendo repercussão nacional e projeção internacional. 
O Centro Educacional Carneiro Lobo foi instituído como um contraponto 
à improvisação da Escola Primária existente, passando a ser a obra norteadora 
da política educacional para o estado, composto por três escolas-classe, que 
entraram em funcionamento em três grandes prédios, construídos em amplas 
áreas arborizadas, situadas em três bairros da Liberdade, em Salvador.
GESTÃO PEDAGÓGICA 23|
Figura 06: A Escola Parque de Salvador.
 
Fonte: <http://bit.ly/2XVbn24>.
Eboli (1969), em seu livro Uma experiência de educação integral – 
Centro Educacional Carneiro Lobo, resgatou o discurso que o professor 
Anísio Teixeira proferiu na inauguração do Centro, no qual ele detalha sua 
filosofia, bem como suas metas e diretrizes educacionais:
A escola tem de ganhar uma inevitável ênfase, pois se trans-
forma na instituição primária e fundamental da sociedade em 
transformação, e em transformação, queiramos ou não, precipi-
tada. Por isso é que êste Centro de Educação Popular tem as 
pretensões que sublinhei. É custoso e caro porque são custosos 
e caros os objetivos a que visa. Não se pode fazer educação 
barata como não se pode fazer guerra barata. Se é a nossa de-
fesa que estamos construindo, seu preço nunca será demasiado 
caro, pois não há preço para a sobrevivência. (TEIXEIRA, 1950 
apud EBOLI, 1969, p. 14).
A educação pública, para Anísio Teixeira, além de ser em período 
integral, deveria ser laica, obrigatória e municipalizada, com o intuito de 
atender aos interesses da comunidade. A educação integral devia se preocupar 
com a higiene e saúde da criança, assim como com a sua preparação para 
a cidadania. Deveria ser, pois, um espaço de igualização das classes, 
aproximação social e eliminação de preconceitos, com currículo completo e 
horário integral. Essa escola é apontada como uma solução para a educação 
primária, como escrito no seu livro: Educação não é privilégio (1951).
24 GESTÃO PEDAGÓGICA |
No projeto arquitetônico do Centro de Educação Popular constavam:
• Quatro escolas-classe: destinadas ao nível primário para mil alunos 
cada, com funcionamento em dois turnos; 
• Uma escola-parque: com sete pavilhões destinados às chamadas 
práticas educativas, nos quais os alunos completavam sua educação, 
em horário diverso, de maneira a oferecer àqueles meninos o dia 
completo de permanência em ambiente educativo. 
Anísio Teixeira tinha consciência quanto à necessidade imediata de 
dispor de professores em condições de se integrar plenamente aos objetivos 
da nova escola quando afirmava que:
A organização do ensino primário em centro desta complexida-
de vem, de certo modo, facilitar a tarefa, sobremodo aumentada 
da escola elementar. Teremos os professores primários comuns 
para as escolas-classe e para a escola-parque, os professores 
primários especializados de música, de dança, de atividades 
dramáticas, de artes industriais, de desenho, de biblioteca, de 
educação física, recreação e jogos. Em vez de um pequenino 
gênio para tudo, muitos professores diferenciados em dotes e 
aptidões para a realização da tarefa sem dúvida extraordinária 
de formar e educar a infância nos seus aspectos fundamentais 
de cultura, intelectual, social, artística e vocacional. (ANÍSIO 
TEIXEIRA apud BIBLIOTECA VIRTUAL ANÍSIO TEIXEIRA).
Na concepção de Anísio, segundo Nunes (2009, p. 123) “era preciso 
expandir as atividades educativas da escola primária, as oportunidades de 
comunicação entre os alunos e de vivência em diferentes atividades”.
Não se tratava de suprir carências culturais, mas de antecipar 
experiências que levassem a uma relação com o conhecimento 
necessário a um cotidiano que estava em mudança, o que colo-
cava um desafio paradoxal: seria possível organizar a educação 
antes da mudança da estrutura social ou, pelo menos, simulta-
neamente a esse processo? Essa resposta passava pela deci-
são com relação à prioridade da alocação dos recursos públicos. 
Criar um Centro de Educação Popular era uma empreitada cara 
em instalações, equipamentos, tempo letivo e preparo docente. 
(NUNES, 2009, p. 123).
Nunes (2009, p. 127) registrou que “o trabalho do Centro Educacional 
Carneiro Ribeiro permaneceu relativamente pouco conhecido em nosso país, 
mas existem depoimentos de educadores em revistas europeias sobre ele”. 
GESTÃO PEDAGÓGICA 25|
Segundo Nunes (2009, p. 127), “para Anísio Teixeira, nações pobres 
como o Brasil não poderiam se dar ao luxo de não educar plenamente as 
novas gerações. Tratava-se de uma aspiração por justiça social num regime 
livre com a igualdade de oportunidades educativas”.
O projeto do Centro Educacional Carneiro Ribeiro serviu como modelo 
para a organização do Plano de Sistema Escolar Público de Brasília. Eram 
as chamadas escolas-parque de Brasília, que foram projetadas atendendo 
à solicitação de Juscelino Kubitscheck ao Inep, em 1957. O projeto era 
meticuloso, visto que a capital foi desenhada em quadras, e a previsão para 
cada quadra era abrigar uma população entre dois e três mil habitantes.
Tal sistema foi traçado, portanto, com o propósito de abrir oportunidades 
para a capital do país oferecer à nação um conjunto de escolas que constituísse 
exemplo para o Sistema Educacional Brasileiro, como desejava Anísio.
Com este breve relato histórico, você agora tem condições de fazer 
sua própria análise sobre o caráter conservador vigente na educação 
brasileira e poderá perceber que muitas das reivindicações dos Pioneiros da 
Educação, de 1932, foram ganhando força e contribuíram para a elaboração 
e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 
nº 4.024, de 1961, que contou com a preciosa colaboração de Anísio Teixeira 
e Darcy Ribeiro, entre outros. 
É curioso destacar que a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, promulgada em 1996, a Lei nº 9.394, teve como relator o próprio 
Darcy Ribeiro, sendo chamada de LDB Cidadã, ou apenas, Lei Darcy Ribeiro. 
LINK WEB
Conheça mais detalhes sobre a experiência pionei-
ra de Anísio Teixeira sobre a criação da primeira escola de edu-
cação integral do Brasil, baixando o livro de domínio público: Uma 
experiência de educação integral – Centro Educacional Carneiro Lobo, da es-
critora Terezinha Eboli. Basta acessar o seguinte link: <https://bit.ly/2OZj7I6>. 
26 GESTÃO PEDAGÓGICA |
2.3. A administração escolar no Brasil
Abordando o caráter conservador da administração das escolas 
públicas, a figura do diretor escolar, desde seu início, foi vista como um 
agente intermediário na burocracia do sistema de ensino público, atuando 
como um elo entre os órgãos governamentais e a escola, o qual em linhas 
gerais, continua sendo uma das suas atribuições até hoje.
Com a criação da primeira escola pública no Brasil, a Escola Modelo 
Caetano de Campos, em 1894, em São Paulo, segundo Tabacchi (1979), 
“surgiu uma nova forma de organização escolar, denominada de: Grupo 
Escolar, ocasião que foi instituído o papel do diretor para a administração 
destes grupos”.
Para Tabacchi (1979), a mudança na concepção de diretor escolar viria 
apenas com “a Lei Federal nº 5.692, de 1971, e a legislação dela decorrente, 
que passaria a concebê-lo como um verdadeiro líder educacional, membro 
de uma equipe que organiza, superintende, coordena e controla todas as 
atividades desenvolvidas no âmbito da unidade escolar”.
Atualmente, diante de toda a diversidade das escolas brasileiras, além 
do fator regional, podemos encontrar três formas legalmente instituídas para 
a nomeação dos diretores escolares, que são realizadas das seguintesformas:
• Indicação pelo Poder Executivo: nomeação do escolhido como 
cargo de confiança, cargo comissionado, que sofre alternância junto à 
mudança da gestão estadual ou municipal. Os escolhidos geralmente 
são professores da própria rede de ensino;
• Nomeação por meio de concurso público de provas e títulos: 
com cargo previsto no Plano de Carreira integrante do Quadro Próprio 
do Magistério no âmbito estadual ou municipal. Assim, o funcionário 
permanece ocupando o cargo, independentemente da mudança na 
gestão estadual ou municipal;
• Eleição: a nomeação é realizada após processo eletivo, por meio 
da participação democrática da comunidade escolar e da local (pelo 
voto). Normalmente, a nomeação dura por um período de dois ou 
quatro anos, dependendo da legislação de cada região.
Sob a ótica da legislação educacional brasileira, apesar de sua 
GESTÃO PEDAGÓGICA 27|
amplitude e especificidade, é possível encontrar indicações relativas a 
obrigações, deveres e direitos dos diretores ou gestores escolares, em 
diversos documentos legais, que norteiam o trabalho pedagógico da escola, 
tais como:
• Constituição Federal de 1988: conhecida como a Constituição 
Cidadã, em que é garantido o princípio da gestão democrática; 
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96: 
especifica normas para os estabelecimentos de ensino e para a ga-
rantia da gestão democrática;
• Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90: em que 
são apontadas as obrigações dos diretores, principalmente no que 
tange às faltas escolares e a comunicação com o conselho tutelar, 
para garantir o acesso e a permanência da escola pública para todos.
Evoluindo para o contexto da escola pública para todos, surge a 
proposta da implantação da gestão democrática na escola, que segundo 
Paro (2004, p. 11), significa “conferir poder e condições concretas para 
que ela alcance objetivos educacionais articulados com os interesses das 
camadas trabalhadoras”.
Com a implantação da gestão democrática nas escolas públicas, 
e o diretor escolar assumindo a figura de gestor escolar, é preciso ter 
consciência de que isso demandará sensíveis mudanças na organização e no 
funcionamento geral da escola, revendo conceitos culturalmente arraigados 
no interior da escola e na dinâmica de participação da comunidade. 
É uma nova cultura organizacional que se instala dentro da escola.
2.4. Do administrador ao gestor escolar
Diante desse novo cenário, que há alguns anos se descortinou nas 
escolas brasileiras, é possível observar como o caráter dominador, autoritário 
e quase regimental da administração pública passou a assumir o caráter 
democrático, autônomo e participativo, envolvendo a comunidade escolar e 
a local em todo o processo pedagógico da escola. 
O princípio da gestão democrática se tornou realidade em muitas 
escolas brasileiras depois da promulgação da Constituição Federal de 1988 
e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96. 
28 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Em muitas escolas públicas existem grandes experiências de participação 
democrática na qual a comunidade se faz presente nas decisões para 
melhoria da qualidade da educação.
Quanto às mudanças na administração escolar, Paro (2005, p. 162) 
alerta sobre os entraves na implantação da gestão democrática, ao dizer 
que “se pretendemos agir na escola, como de resto em qualquer instância 
na sociedade com vistas à transformação social, não podemos acreditar 
que estejam já presentes condições ideais que só poderão existir como 
decorrência dessa transformação”.
A gestão escolar, de forma abrangente, segundo Lück (2009, p. 23), 
“engloba, de forma associada, o trabalho da direção escolar, da supervisão 
ou coordenação pedagógica, da orientação educacional e da secretaria 
da escola, considerados participantes da equipe gestora da escola”.
Segundo o princípio da gestão democrática, a realização do pro-
cesso de gestão inclui também a participação ativa de todos os 
professores e da comunidade escolar como um todo, de modo 
a contribuírem para a efetivação da gestão democrática que ga-
rante qualidade para todos os alunos. (LÜCK, 2009, p. 23).
No decorrer do trabalho, desenvolvido nesta disciplina, você poderá 
perceber que a gestão escolar deve priorizar uma forma de organização na 
escola que proporcione a igualdade de condições a todos os segmentos 
e que promova a participação de todos os envolvidos, criando momentos 
de participação coletiva dos integrantes da comunidade, tanto escolar 
como local, atuando principalmente na hora de tomar decisões, assumindo 
compromissos e responsabilidades sobre os resultados, porque gestão é um 
princípio.
MEMORIZE
Princípios são um conjunto de normas ou padrões de conduta a serem 
seguidos por uma pessoa ou instituição. 
Os princípios também podem estar associados às proposi-
ções ou normas fundamentais que norteiam os estudos, sobretudo os 
que regem o pensamento e a conduta. Fonte: <https://bit.ly/2FMJSAi>.
GESTÃO PEDAGÓGICA 29|
3. a natureza do processo de produção pedagógica 
na escola
A fim de que você possa compreender a dinâmica do processo de 
produção pedagógica na escola, ou seja, o seu fazer pedagógico, será 
preciso ter consciência de que na escola nada acontece de improviso, tudo 
precisa ser pensado, analisado e planejado, para que os seus resultados 
sejam obtidos, de acordo com a linha norteadora de todas as ações 
desenvolvidas no interior da escola.
O planejamento escolar surgiu há milhares de anos atrás quando a 
cidade grega de Esparta instituiu um sistema educacional para definir seus 
objetivos militares, sociais e econômicos. Também é possível encontrar 
indícios de planejamento na obra A República de Platão, na qual ele descreve 
um plano destinado para colocar a escola a serviço da sociedade.
Atualmente, o termo “planejamento” pode ser considerado moderno, 
visto que surgiu no século XX, por volta de 1923, na antiga URSS, a partir da 
necessidade russa de planificação da economia no pós-guerra. A partir de 
então, o planejamento avança em todos os setores da sociedade ocidental, 
inclusive nas escolas. Esta é mais uma clara demonstração de que os fatos 
que acontecem na sociedade interferem e refletem no interior das escolas.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a necessidade de 
investimentos na área educacional tornou-se um fator decisivo para o 
desenvolvimento de muitas nações e, com isso, o planejamento educacional 
foi adotado como forma de atender aos vários planos nacionais de educação. 
3.1. O planejamento educacional na escola
O planejamento educacional, na verdade, surgiu da necessidade 
de um método de administração organizado para enfrentar os desafios que 
surgiam da ação humana. No Brasil, a primeira experiência de planejamento 
governamental foi executada pelo visionário Juscelino Kubitschek, com o seu 
Plano de Metas (1956-1961).
Seguindo os moldes de 1956, atualmente, temos em vigência o Plano 
Nacional de Educação (2014-2020), que reúne 20 Metas para a Educação.
30 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Ao analisar a história da educação escolar, é possível perceber 
diferentes concepções do processo de planejamento de acordo com cada 
contexto social, político, econômico e cultural. 
Vasconcellos (2000, p. 28-31), por exemplo, destaca os conceitos 
de planejamento utilizados através dos tempos, no decorrer da prática 
pedagógica:
• Planejamento como princípio prático: estava relacionado à ten-
dência tradicional de educação, em que o planejamento era feito sem 
grande preocupação de formalização, basicamente pelo professor, 
tendo como horizonte a tarefa a ser desenvolvida em sala. Os planos 
eram feitos em folhas, fichas e cadernos;
• Planejamento instrumental ou normativo: buscava-se uma rígida 
sequência e uma ordem lógica para tudo, só que a lógica tomada 
como referência era a de quem ensinava, e não a de quem aprendia. 
O aluno deveria aprender exatamente aquilo que o professor planejara; 
• Planejamento participativo:possui o objetivo de transformar as 
relações de poder, autoritárias e verticais, em relações igualitárias e 
horizontais, de caráter dialógico e democrático. É um instrumento de 
intervenção geral, com o intuito de transformá-lo na direção de uma 
sociedade mais justa e solidária. 
É preciso compreender que o planejamento educacional, dentro da 
dinâmica atual, deve ser contextualizado e corresponder às características, 
aos anseios e aos valores da sociedade, para a qual é realizado. E para 
que isso aconteça, é necessária a participação de todos os envolvidos no 
processo educativo, especialmente a comunidade escolar e a local, sendo 
mediada pelo diálogo.
Diante do contexto da natureza do processo de produção pedagógica 
na escola, é importante observar o seguinte:
O que dá vida a uma escola? Seria o planejamento? Não pode-
mos ter esta ilusão. São as pessoas, os sujeitos que historica-
mente assumem a construção de uma prática transformadora. 
Antes de mais nada, precisamos de uma ‘matéria-prima’ funda-
mental: as pessoas, que buscam, sonham, pensam, interrogam, 
desejam. (VASCONCELLOS, 2000, p. 37).
GESTÃO PEDAGÓGICA 31|
Quanto ao planejamento, é importante lembrar que existem imprevistos, 
portanto, é preciso procurar soluções para as situações imprevistas de forma 
rápida, com o objetivo de tomar decisões coletivamente para corrigir rumos, 
reorganizar e reorientar ações necessárias à resolução de tais imprevistos.
Lück (2009, p. 34) destaca que “o planejamento envolve a previsão, 
provisão, organização, ordenação, articulação, sistematização de esforço 
e de recursos voltados para promover a realização de objetivos”.
Na gestão escolar, existem diversos desdobramentos em relação ao 
planejamento, visto que este resulta de diferentes tipos de planejamento 
feitos na escola, que quando interligados ou vistos de forma interdependente, 
tornam possível a organização do trabalho pedagógico. 
Para que você possa analisar as diferenças sobre as finalidades do 
planejamento, elaboramos um quadro sintético compilando alguns dos seus 
principais objetivos, segundo Vasconcellos (2000, p. 60-62):
Quadro 03: Finalidades do planejamento escolar.
Planejamento em geral
É um instrumento de transformação da realidade, 
visando resgatar a intencionalidade da ação para 
possibilitar a (re)significação do trabalho e o sentido 
da ação educativa; dando coerência à ação da insti-
tuição, integrando e mobilizando o coletivo em torno 
de consensos; ajudando a prever e superar dificulda-
des, e fortalecendo o grupo para enfrentar conflitos 
e racionalizar os esforços, o tempo e os recursos.
Projeto Político-Pedagógico 
(PPP)
É um elemento estruturante da identidade da insti-
tuição, que visa possibilitar a gestão democrática da 
escola, pois funciona como um canal de participação 
efetiva, dando um referencial de conjunto para a 
caminhada; ajudando a conquistar e consolidar a au-
tonomia da escola; resgatando a autoestima do grupo; 
e possibilitando a delegação de responsabilidades.
Projeto de ensino
e aprendizagem
É um plano que possibilita a reflexão e a (re)significa-
ção do trabalho, resgatando o espaço de criatividade 
do educador; favorecendo a pesquisa sobre a própria 
prática; organizando o currículo; racionalizando as ex-
periências de aprendizagem; tornando a ação pedagó-
gica mais eficaz e eficiente; e estabelecendo a comu-
nicação com outros professores e alunos ao funcionar 
como um elemento de autoformação do professor.
Fonte: Adaptado de VASCONCELLOS (2000, p. 60-62).
32 GESTÃO PEDAGÓGICA |
Segundo Lück (2009, p. 35), é preciso ter consciência de que o 
planejamento constitui “um processo mental, dinâmico, contínuo e 
complexo, que deve acompanhar os estágios de tomada de decisões 
que antecedem, acompanham e sucedem a realização de intervenções 
sistematizadas, orientadas na busca dos resultados esperados”.
Lück (2009, p. 35) ainda lembra que nas operações mentais de 
reflexão envolvidas no planejamento, destacam-se as de “identificação, 
análise, previsão e decisão a respeito: do que, por que, para que, como, 
quando, onde, com quem e para quem queremos promover uma mudança, 
em relação a uma determinada realidade”.
LINK WEB
Para que você possa ampliar seus conhecimentos e perce-
ber a necessidade real do planejamento escolar em relação ao de-
senvolvimento de todas as ações na escola, indicamos a leitu-
ra do texto Planejamento escolar: por que fazer e como reavaliar ao 
longo do ano letivo? Basta acessar o seguinte link: <https://bit.ly/2AlGHt4>.
3.2. Plano Nacional de Educação e seus reflexos na escola
Para que cada gestor escolar possa iniciar as atividades preliminares 
no intuito de construir o planejamento da sua escola, ele precisa antes de 
tudo conhecer as políticas educacionais públicas, pois a escola não é 
uma ilha, e sim parte de um organismo vivo, que é a sociedade, portanto, 
busca, por intermédio da escola, a satisfação das suas necessidades e dos 
seus desejos, objetivando garantir o direito público subjetivo à educação para 
todos, como preconiza a Constituição de 1988.
Você precisa compreender que a política educacional pública é 
considerada uma das principais políticas sociais, pois se refere aos 
objetivos e às metas de desenvolvimento social fixados pelo Estado para 
um determinado período de governo.
A implementação de uma política educacional só se efetiva quando 
é validada pelo contexto da prática, quando correspondem às expectativas 
sociais da comunidade. É preciso compreender que política é uma atividade 
de cidadãos que se ocupam com assuntos públicos, favorecendo sempre o 
coletivo e nunca o individual.
GESTÃO PEDAGÓGICA 33|
Uma das formas pelas quais você pode participar das políticas públicas 
educacionais é conhecendo o Plano Nacional de Educação, no nível federal, 
depois o do seu estado. Portanto, para sentir mais de perto a força desse 
importante instrumento de luta pela melhoria da qualidade da educação 
brasileira, é necessário conhecer o plano educacional do seu município.
Como você já viu anteriormente, o primeiro ensaio relativo a um Plano 
Nacional de Educação foi criado por Juscelino Kubitschek, porém, foi somente 
com a promulgação da Constituição Federal de 1988 que ressurgiu a ideia 
de um Plano Nacional de Educação de longo prazo, como força de lei. A 
ideia de que haveria a necessidade de uma lei surgiu em 1967, proposta 
pelo Ministério da Educação, com a finalidade de garantir a estabilidade das 
iniciativas governamentais na área da educação. O artigo 214 da Constituição 
de 1988 contempla esta obrigatoriedade.
Para reforçar esse entendimento, a Lei nº 9.394, de 1996, que 
estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determina o seguinte 
nos seus artigos 9º e 87, respectivamente:
Art. 9º A União incumbir-se-á de: 
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano 
a partir da publicação desta Lei.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta 
Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de 
Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, 
em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para 
Todos.
Foi dessa forma que surgiu o Plano Nacional de Educação (PNE) 
e na sequência os planos estaduais e os planos municipais de educação, 
vigentes em todo o território nacional.
O atual Plano Nacional de Educação (PNE - 2014/2024) está 
garantido pela Lei nº 13.005/2014 e representa um instrumento decenal 
de planejamento do nosso Estado Democrático de Direito, que orienta a 
execução e o aprimoramento de políticas públicas educacionais.
34 GESTÃO PEDAGÓGICA |
CURIOSIDADE
Você sabe por que o Plano Nacional de Educação (PNE) é decenal?
O Plano Nacional de Educação (PNE) é decenal por força constitucio-
nal, o que significa dizer que ele ultrapassa os 4 anos de cada mandato po-
lítico, logo, as metas precisam ser cumpridas pelosgovernos subsequentes. 
Não se trata, portanto, de um plano a ser seguido apenas por um governo. 
O Plano Nacional de Educação representa, também, uma vitória da 
sociedade brasileira, porque legitimou o investimento de 10% do PIB na 
educação e adotou o custo aluno-qualidade, que foi conseguido devido 
a uma ampla mobilização popular, por intermédio dos seus legítimos 
representantes.
Em 2014, segundo a Agência Brasileira de Notícias, o governo federal 
investiu apenas 6%, conforme gráfico a seguir:
Figura 07: Investimento público em educação em relação ao PIB (%).
 
Fonte: <https://bit.ly/2KsaKUI>.
O cumprimento do Plano Nacional de Educação é objeto de 
monitoramento contínuo e avaliações periódicas realizadas pelo Ministério 
da Educação, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Conselho Nacional 
de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. Em síntese, os referidos 
planos têm como objetivos:
GESTÃO PEDAGÓGICA 35|
• A elevação global do nível de escolaridade da população; 
• A melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; 
• A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso 
e à permanência, com sucesso, na educação pública; e
• A democratização da gestão do ensino público nos estabelecimentos 
oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais 
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a par-
ticipação das comunidades escolar e local em conselhos escolares 
ou equivalentes.
Em junho de 2018, foi divulgado um relatório do Inep sobre o 
cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação, relatando que das 
20 metas, apenas a Meta 13 – Titulação da Educação Superior, na qual 
estabelece que pelo menos 75% dos professores da educação superior 
sejam mestres e 35% doutores, já foi atendida plenamente. Em 2016, este 
índice era de 77,5%.
Figura 08: Relatório de monitoramento das metas do Plano Nacional 
de Educação.
 
Fonte: Inep/MEC <https://bit.ly/2TEwVvg>.
Com o Plano Nacional de Educação aprovado, a tarefa de criar os 
respectivos planos estaduais e municipais de educação se estende aos 
26 estados, ao Distrito Federal e a todos os municípios, que deverão abrir 
amplas possibilidades de participação da sociedade, algo necessário para 
legitimá-los.
36 GESTÃO PEDAGÓGICA |
• Planos Estaduais de Educação – PEE: precisam ser produzidos, 
debatidos e aprovados em sintonia com o Plano Nacional de Educa-
ção;
• Planos Municipais de Educação – PME: também deverão estar 
em sintonia com o Plano Nacional de Educação e alinhados com os 
respectivos planos estaduais aos quais pertencem.
Além disso, o PNE tem vinculação de recursos para o seu 
financiamento, com prevalência sobre os planos plurianuais, as leis dos 
orçamentos anuais e as leis de diretrizes orçamentárias da União, estados, 
Distrito Federal e dos municípios, com a finalidade de garantir o cumprimento 
das suas metas por meio dos recursos vinculados à educação em todas as 
esferas governamentais.
A comunidade como um todo deve estar vigilante ao cumprimento 
das metas dos planos: nacional, estaduais e municipais, pois só assim ela 
pode garantir o seu direito de participação e de zelar pelo cumprimento dos 
seus direitos educacionais.
Os instrumentos legais citados em todo o desenvolvimento deste 
trabalho legitimam a participação popular em todas as fases do processo 
educativo, inclusive no controle social e acompanhamento da correta 
aplicação dos recursos por meio da criação dos conselhos de controle 
social.
Você, como cidadão, pode participar. Procure saber, no seu município, 
quando acontecerão as próximas audiências públicas para acompanhar o 
desenvolvimento, a execução e o cumprimento das metas do Plano Municipal 
de Educação e exercer sua cidadania em prol de uma educação de qualidade 
para todos.
LINK WEB
Como sugestão, você pode acompanhar o desenvolvimento e o cumpri-
mento das metas do Plano Nacional de Educação e as de cada estado e municí-
pio por meio do link a seguir: <https://bit.ly/1LbKbfN>.
.
GESTÃO PEDAGÓGICA 37|
PRATIQUE
1) Descreva as principais contribuições da primeira escola pública para a inova-
ção da educação brasileira.
2) Relate os principais objetivos do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 
de 1932.
3) Fale sobre a primeira escola pública de educação integral do Brasil, idealizada 
por Anísio Teixeira.
4) Descreva as formas mais comuns, existentes hoje no Brasil, para a nomeação 
dos diretores escolares nas escolas públicas.
38 GESTÃO PEDAGÓGICA |
5) Escreva sobre o princípio da gestão democrática. 
6) Relate como surgiu o planejamento educacional.
7) Qual a importância do planejamento participativo no contexto escolar?
8) O que é o Plano Nacional de Educação (PNE) e quais os seus desdobramen-
tos?
9) Escreva três objetivos do Plano Nacional de Educação (PNE).
GESTÃO PEDAGÓGICA 39|
10) O Plano Nacional de Educação (PNE) possui 20 metas para o decênio de 
2014/2024. Qual meta já foi atendida plenamente?
RELEMBRE
Nesta unidade, refazendo o caminho percorrido pela escola brasileira, 
você pôde observar como as mudanças educacionais ao longo dos anos ocorre-
ram de forma lenta e como elas foram impactantes para a sociedade, especial-
mente com a criação da primeira escola pública e da primeira escola de período 
integral, com propostas pedagógicas inovadoras e extremamente arrojadas para 
a época.
O mais importante é que nesse caminhar pela história da educação do 
Brasil, você conseguiu acompanhar as mudanças ocorridas na escola, na comu-
nidade escolar e na sociedade e pôde entender que elas foram motivadas por 
cidadãos idealistas, que lutavam pela transformação da escola e da sociedade.
Você teve a oportunidade de perceber como o fazer pedagógico da escola 
mudou durante todos esses anos e como a educação precisou se reinventar 
para atender aos anseios e às necessidades da sociedade em transição. 
E, finalmente, você conseguiu dados que o fez se conscientizar acerca da 
dívida social em relação àqueles que não tiveram oportunidade de estudar na 
idade apropriada e que hoje aparecem nas estatísticas como analfabetos. Tam-
bém viu que a responsabilidade de resolver tal situação não pertence apenas 
ao poder público, mas também a cada cidadão, que deve fazer a sua parte para 
ajudar a transformar a vida dessas pessoas.
É importante que você tenha em mente que as escolas precisam criar 
mecanismos para atrair essas pessoas e resgatar a cidadania delas, visto que 
elas destinaram grande parte da sua vida produtiva ao desenvolvimento do nos-
so país.
Educação é, pois, uma questão de direitos, de cidadania.
40 GESTÃO PEDAGÓGICA |
REFERÊNCIAS
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ANOTAÇÕES
44 GESTÃO PEDAGÓGICA |
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Gestão Pedagógica
Autoria
Legina Carmem
GESTÃO PEDAGÓGICA
SEJA BEM-VINDO!
ReitoR:
Prof. Cláudio ferreira Bastos
Pró-reitor administrativo financeiro: 
Prof. rafael raBelo Bastos
Pró-reitor de relações institucionais:
Prof. Cláudio raBelo Bastos
diretor de oPerações:
Prof. José Pereira de oliveira
coordenação Pedagógica:
Profa. Maria aliCe duarte G. soares
coordenação nead:
Profa. luCiana r. raMos duarte
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou par-
cialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotos-
tática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para 
tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser 
dirigidos à Reitoria.
expediente
Ficha técnica
autoria: 
leGina CarMeM Pereira
suPervisão de Produção nead:
franCisCo Cleuson do nasCiMento alves
design instrucional:
antonio Carlos vieira
Projeto gráfico e caPa:
franCisCo erBínio alves rodriGues /
MiGuel José de a. Carvalho
diagramação e tratamento de imagens:
MiGuel José de a. Carvalho
revisão textual: 
eManoela de araúJo
FichacatalogRáFica
catalogação na publicação
biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu
PEREIRA, Legina Carmem. Gestão pedagógica. / Legina Carmem Pereira. – Fortaleza: 
Centro Universitário Ateneu, 2019.
156 p. 
ISBN: 
1. Administração escolar. 2. Gestão escolar democrática. 3. Organização escolar. 4. Escola 
participativa. Centro Universitário Ateneu. II. Título.
SEJA BEM-VINDO!
Caro estudante, é com satisfação que apresento o material didático 
da disciplina de Gestão Pedagógica. Ao efetuar o estudo do material, você 
terá condições de responder as atividades propostas no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem – AVA. 
Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa da 
disciplina. Inicialmente, serão abordados assuntos como a escola e seu fazer 
pedagógico, momento no qual você terá a oportunidade de fazer um resgate 
histórico da administração escolar, tendo como foco o papel da escola na 
transformação social.
Em seguida, você conhecerá os desafios da nova dinâmica da gestão 
escolar em face à implantação da gestão democrática e participativa, tendo 
a elaboração, execução e avaliação do Projeto Político-Pedagógico (PPP) 
como integrador da Proposta Pedagógica de cada escola, com a participação 
da comunidade como um todo.
Nesse contexto, você conhecerá duas experiências inovadoras da 
década de 1950, que mesmo contrariando os princípios educacionais da 
época, foram ousadas e conseguiram transformações sociais importantes na 
comunidade onde estavam inseridas.
Finalmente, você terá condições de conhecer e avaliar os instrumentos 
essenciais que o gestor escolar dispõe para efetuar a prática da gestão 
democrática na escola.
Bons estudos!
SUMÁRIO
CONECTE-SE
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS
Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem e significam:
SUMÁRIO
1. A administração escolar e a
 transformação social .............................................. 8
2. O caráter conservador na
 administração vigente .......................................... 17
3. A natureza do processo de produção
 pedagógica ........................................................... 29
Referências ............................................................... 40
01
1. A importância do projeto político-pedagógico
 para a escola ......................................................... 46
2. O projeto político-pedagógico e a lei de diretrizes
 e bases da educação nacional – LDB ................... 56
3. Construindo a identidade da escola no seu
 projeto político-pedagógico .................................... 68
Referências ............................................................... 77
02
A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA COMO PRINCÍPIO
A ESCOLA E SEU FAZER PEDAGÓGICO
1. O projeto político-pedagógico na perspectiva
 do planejamento participativo .............................. 122
2. A participação dos profissionais da educação
 e o papel dos conselhos de escola ...................... 126
3. Gestão participativa no contexto escolar ............. 135
Referências ............................................................. 153
04
A ESCOLA PARTICIPATIVA
1. O regimento escolar e o plano de direção............. 82
2. O papel do coordenador pedagógico
 – supervisor escolar ............................................. 96
3. O compromisso e acompanhamento dos
 resultados pelo diretor – gestão por resultados . 103
Referências ............................................................. 117
03
A ESCOLA E A SUA ORGANIZAÇÃO
Apresentação
No decorrer desta unidade, você ampliará seus conhecimentos sobre 
a implantação da gestão democrática e participativa na escola, tendo a 
oportunidade de entender como a transição de um modelo estático para um 
modelo dinâmico de gestão pode ocorrer.
Também verá que a gestão democrática e participativa está sendo 
consolidada com base nas relações interpessoais dentro das escolas, no 
esforço coletivo pela busca de objetivos comuns, assumidos por todos no 
processo educacional.
Nesse processo, cada integrante tem voz e vez nas tomadas de 
decisões, assumindo autoria e compartilhando a responsabilidade pelas 
ações desenvolvidas e pelos resultados obtidos, gerando um novo enfoque 
organizacional na escola.
É nessa perspectiva, portanto, que a gestão escolar se destaca, 
valorizando a formação de lideranças, motivando o desenvolvimento de 
novos conhecimentos, habilidades e atitudes fundamentadas em novas 
concepções, colocadas em prática na elaboração, execução e avaliação do 
Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas, representando o suporte da 
autonomia, construída coletivamente.
Para efetivar essa realidade, é preciso compreender a gestão 
democrática como um princípio, que deve estar na raiz de todos os objetivos, 
metas e ações desenvolvidas na escola.
Unidade
02
a gestão escolar democrática 
como princípio
46 GESTÃO PEDAGÓGICA |
OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM
• Conhecer os mecanismos e a práxis da gestão democrática e participativa na 
escola;
• Compreender a importância dos instrumentos legais que legitimam e garan-
tem a gestão democrática da escola;
• Valorizar a cooperação da comunidade escolar e local na construção coletiva 
do Projeto Político-Pedagógico, da Proposta Pedagógica e do Regimento Es-
colar.
1. a importância do projeto político-pedagógico 
para a escola
Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no 
país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a 
da escola pública. 
Anísio Teixeira
Nos últimos anos, uma nova escola está sendo construída por toda a 
comunidade, escolar e local. A autonomia e a democratização da gestão 
escolar surgem como uma nova ordem, marcada por avanços teórico-
práticos em seus mais diversos aspectos.
Ao observar como a escola pública surgiu e como ela foi se 
transformando para atender às necessidades humanas ao longo dos anos, 
você terá elementos para analisar e refletir sobre os diversos conceitos 
pedagógicos. 
Não se trata de avaliar os modelos como certos ou errados, pois 
cada um teve o seu valor histórico na sua época e que precisa ser 
respeitado enquanto processo de caminhada da consciência humana. Foram 
exatamente esses mecanismos de transição que possibilitaram que a história 
fosse constantemente feita e refeita, podendo ser vista como um processo 
dinâmico e contínuo.
GESTÃO PEDAGÓGICA 47|
No caso da gestão democrática, ela se fundamenta na participação 
efetiva, sob vários aspectos, nos vários segmentos da comunidade, escolar 
e local, sob vários aspectos, como na organização, construção e avaliação 
dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos e em todos os 
processos decisórios da escola. 
A gestão democrática é a expressão de um aprendizado de participação 
coletiva, pautado na cooperação, na solidariedade, na convivência e 
no respeito às diferenças individuais e, principalmente, no respeito às 
divergências de pensamentos, opiniões e crenças.
Nesse contexto, o Projeto Político-Pedagógico da escola é fortalecido 
pela gestão escolar democrática e participativa, visto que oportuniza a 
construção coletiva de autonomia da escola, pois envolve a participação 
de toda a comunidade, em que cada um pode ser ouvido. Sendo assim, as 
reivindicações de cada pessoa podem ser analisadas e colocadas em prática, 
respeitando-se as necessidades da escola.
Toda escola tem objetivos a alcançar, metas a cumprir e desejos que 
busca realizar, logo, esses são os elementos essenciais do Projeto Político-
Pedagógico. Para você entender melhor esse importante instrumento de 
gestão, é preciso conhecer os seus termos, contextualizando-os no processo 
de gestão:
• Projeto: reúne as propostas de ações concretas que serão executadas 
em um determinado período de tempo;
• Político: considera a escola como um espaço de formação de cida-
dãos responsáveis e conscientes, que atuarão de forma pessoal ou 
coletiva, para mudar os rumos da realidade local. É especialmente 
político porque envolvem pessoas que convivem em uma determinada

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