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Metodologia científica atividade 1

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Por que o conhecimento indígena não é considerado um conhecimento científico?
O saber indígena se trata de um conhecimento empírico que é um conhecimento de senso comum baseado em experiências, observações e práticas com a sociedade, meio ambiente e mundo. E esse conhecimento é verbalizado e passado de geração em geração como uma tradição de maneira 100% informal. Esta forma de saber não tem nenhum fundamento teórico, dados ou citações de pensadores, sendo baseado apenas em deduções, é algo como: “minha bisavó passou para minha avó, que passou para minha mãe e agora estou passando para você meu filho.”
Enfatiza Matias-Pereira, José (2016, p. 28):
Uma das maneiras para se conhecer uma sociedade é pela forma especulativa, o denominado conhecimento vulgar, e refere-se a um senso comum, corrente e espontâneo de conhecer. É o que se adquire no trato direto com os homens e as coisas. (...) Caracteriza-se por ser superficial, sensitivo, subjetivo, não sistemático. Superficial, porque se conforma com o aparente; sensitivo, pois faz referência a vivências e emoções da vida diária; subjetivo, tendo em vista que a organização das experiências e do conhecimento não é de modo sistemático, tanto na forma de adquirir como em sua validação. Esses conhecimentos podem ser verdadeiros ou não. 
Por que as pesquisas que os pesquisadores fizeram sobre os indígenas são consideradas um conhecimento científico?
	Os pesquisadores fizeram uma análise a partir das observações realizadas destas tribos, suas rotinas, vivências, experiências. Entrevistaram e catalogaram cada achado, registraram por meio de artigos tudo o que descobriram, criando assim o embasamento que precisavam para que aquilo fosse aceito como um conhecimento científico. 
Uma pesquisa se baseia em metodologias como: entrevistas, experimentos, análises, artigos, vídeos e dados qualitativos e quantitativos que comprovem uma teoria ou tese. O conhecimento científico é passível de testes, racional, com raciocínio lógico e procedimentos sistemáticos, seguindo sempre as leis.
Segundo Demo, Pedro. (2011, p. 65):
O método científico não torna as asserções inabaláveis, apenas mais bem testáveis: tem-se por científica não a asserção que um teste a teria feito definitiva, mas aquela sempre aberta a testes recorrentes e com eles constantemente se digladian- do, com o intuito de se manter sobrevivente e disponível, aperfeiçoável. Nas profundezas da alma científica está o “questionamento questionável”, moinho implacável de teorias e percepções metodicamente acuradas, mas nem por isso inconcussas. A pesquisa não se orienta pelo argumento de autoridade, mas pela autoridade do argumento, podendo ser, ao mesmo tempo, princípio científico e educativo.
Um exemplo clássico da diferença dos dois: um conhecimento empírico é tomar suco de polpa de goiaba, comer maisena ou comer maçã para prender o intestino. Um conhecimento científico é tomar um remédio como o “activia” que melhora a flora intestinal, ou qualquer outro remédio que foi laboratorialmente comprovado e testado sua eficácia. 
Sendo assim, concluo que as pesquisas com povos indígenas têm contribuído para existir novos conhecimentos para melhoria e diversificação dos cultivos agrícolas e aproveitamento de recursos naturais sem utilização de agrotóxicos por exemplo. Porém, não é a cultura destes povos documentar seus saberes, por isso é trabalho dos pesquisadores fazerem isso por eles, tornando isso um saber universal e ajudando o meio ambiente por exemplo.
Referências Bibliográficas:
· Demo, Pedro. Praticar ciência: Metodologias do conhecimento científico - 1ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Editora Saraiva, 2011.
· Matias-Pereira, José. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica. Disponível em: Minha Biblioteca, (4th edição). Grupo GEN, 2016.

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