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S
V
O
L. 1
TRATADOS EM 
DIREITOS HUMANOS
SISTEMA INTERNACIONAL 
DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS
VOL.
1
1 COLEÇÃO MPF INTERNACIONAL
ISBN 978-85-85257-09-5 OBRA COMPLETA 
ISBN 978-85-85257-10-1 VOL.1
TraTados em direiTos Humanos
sistema internacional de Proteção aos direitos Humanos
TraTados em direiTos Humanos
sistema internacional de Proteção aos direitos Humanos
ministério Público Federal
Rodrigo Janot Monteiro de Barros
Procurador-Geral da República
Ela Wiecko Volkmer de Castilho
Vice-Procuradora-Geral da República
Eugênio José Guilherme de Aragão
Vice-Procurador-Geral Eleitoral
Hindemburgo Chateaubriand Pereira Diniz Filho
Corregedor-Geral do Ministério Público Federal
Julieta Elizabeth Fajardo Cavalcanti de Albuquerque
Ouvidora-Geral do Ministério Público Federal
Lauro Pinto Cardoso Neto
Secretário-Geral
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
SECRETARIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
MPF
Brasília, DF - 2016
TraTados em direiTos Humanos
sistema internacional de Proteção aos direitos Humanos
Vol. 1
Coleção mPF inTernaCional - 1
Copyright © 2016 . Ministério Público Federal - Todos os direitos reservados ao autor
Ministério Público Federal - Procuradoria-Geral da República
SAF Sul Quadra 4 Conjunto C . CEP: 70050-900 - Brasília-DF 
Tel: +55 61 3105.5100 . www.mpf.mp.br
Disponível também em: www.internacional.mpf.mp.br | Tiragem: 1.000 exemplares
dados internacionais de Catalogação na Publicação (CiP)
B823t 
 Brasil. Ministério Público Federal. Secretaria de Cooperação Internacional.
 Tratados em direitos humanos : Sistema internacional de proteção aos
 direitos humanos / Secretaria de Cooperação Internacional – Brasília :
 MPF, 2016.
 4v. – (Coleção MPF Internacional ; 1) 
 ISBN 978-85-85257-09-5 (obra completa) 
 ISBN 978-85-85257-10-1 (v.1)
 1. Direitos humanos – tratado. 2. Direitos humanos (direito internacional 
 público) I. Secretaria de Cooperação Internacional. II. Título. 
 CDD 341.026
Coordenação
Vladimir Aras
Carlos Bruno Ferreira da Silva
Organização
Sergio Gardenghi Suiama
 
Colaboração
Servidores e estagiários da
Secretaria de Cooperação Internacional / PGR 
Planejamento visual, diagramação, 
revisão e editoração
Secretaria de Comunicação Social (Secom)
Normalização bibliográfica
Coordenadoria de Biblioteca e Pesquisa (Cobip)
Secretário de Cooperação Internacional
Vladimir Aras
Assessora-Chefe da Secretaria de 
Cooperação Internacional
Georgia Renata Sanchez Diogo
 
Secretária Executiva
Marilda Nakane
Grupo Executivo da Secretaria de 
Cooperação Internacional
Anamara Osório Silva (PR-SP)
André de Carvalho Ramos (PRR 3ª Região)
Ângelo Augusto Costa (PRM-São José dos Campos)
Antônio do Passo Cabral (PR-RJ)
Artur de Brito Gueiros Souza (PRR 2ª Região)
Carla Veríssimo de Carli (PRR 4ª Região)
Carlos Bruno Ferreira da Silva (PGR)
Carlos Fernando dos Santos Lima (PRR 3ª Região)
Cristina Schwansee Romanó (PRR 2ª Região)
Daniel César Azeredo Avelino (PR-PA)
Daniel de Resende Salgado (PGR)
Deltan Martinazzo Dallagnol (PR-PR)
Denise Neves Abade (PRR 3ª Região)
Douglas Fischer (PRR 4ª Região)
Isac Barcelos Pereira de Souza (PRM-Garulhos)
Luiz Fernando Voss Chagas Lessa (PRR 2ª Região)
Marcelo Antonio Moscogliato (PGR)
Marcello Paranhos de Oliveira Miller (PR-RJ)
Maria Hilda Marsiaj Pinto (PGR)
Monica Nicida Garcia (PGR)
Oliveiros Guanais de Aguiar Filho (PR-BA)
Patrícia Maria Nunez Weber (PR-RS)
Paulo Galvão (PR-PR)
Rodrigo Leite Prado (PR-MG)
Ronaldo Pinheiro de Queiroz (PGR)
Sergio Gardenghi Suiama (PR-RJ)
Thamea Danelon Valiengo (PR-SP)
Ubiratan Cazetta (PR-PA) 
Wellington Cabral Saraiva (PGR)
apresentação
A presente publicação faz parte da iniciativa da Secretaria de Cooperação Internacional 
(SCI), do Gabinete do procurador-geral da República, de lançar coletânea de livros com temas 
e tratados relacionados à cooperação jurídica internacional, como parte das celebrações 
dos 10 anos da Unidade de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal (MPF).
Criada como Centro de Cooperação Jurídica Internacional, em 3 de fevereiro de 2005, 
por meio da Portaria PGR nº 23, teve sua denominação alterada para Assessoria de Coo-
peração Jurídica Internacional em 2010, e passou para a condição de Secretaria em 17 de 
setembro de 2013, pela Portaria PGR/MPF nº 650.
Esta edição traz uma compilação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos (DH) 
dos sistemas global e interamericano já incorporados ao direito brasileiro, acrescida dos 
principais documentos constitutivos dos sistemas africano e europeu de proteção aos DH.
Desde a promulgação da Constituição de 1988, e com maior força a partir da segunda 
metade dos anos 1990, é notável a incorporação de elementos da gramática do direito 
internacional dos DH no cotidiano jurídico nacional. Da perspectiva inicial de que os Tra-
tados Internacionais eram soft law, pouco aplicáveis no direito interno, até os dias atuais, 
quando se discutem complexas questões envolvendo o estatuto supralegal dos Tratados 
de DH e a compatibilização entre os controles de convencionalidade e constitucionalidade 
efetuados em âmbito doméstico, nota-se que muito já se avançou.
A aproximação, ou melhor, a familiaridade dos membros do MPF com a linguagem e o 
cotidiano do direito internacional e, especificamente, do direito internacional dos Direitos 
Humanos, representa uma das principais missões da SCI. Em várias situações do cotidiano 
profissional dos procuradores da República – basta lembrar dos pedidos de alimentos 
internacionais – os Tratados de DH já integram o direito aplicável. Ademais, assim como 
ocorre com a criminalidade organizada, também as violações a DH de populações indígenas, 
migrantes, pobres, mulheres, crianças e adolescentes e pessoas encarceradas ganham, na 
atualidade, dimensões globais, demandando a estreita cooperação transnacional entre as 
autoridades responsáveis e o estabelecimento de standards reconhecidos pela maioria das 
Nações a respeito dos temas fundamentais de DH (por exemplo, a validação de políticas 
de ação afirmativa como meio de se atingir a igualdade racial, prevista na Convenção da 
ONU de 1966 e citada pelo Superior Tribunal Federal como um dos fundamentos da ADPF 
186/DF, referente ao programa de quotas étnico-raciais da Universidade de Brasília).
Optou-se por dividir, metodologicamente, os Tratados de DH em pertencentes aos 
sistemas global e regionais de proteção aos Direitos Humanos, nestes incluídos os subsis-
temas interamericano, africano e europeu. Em cada um desses grupos, os Tratados foram 
divididos, para facilitar a consulta, em: a) Instrumentos gerais; b) Tratados de DH civis e 
políticos; c) Tratados de DH econômicos, sociais e culturais; e d) Tratados de DH de popu-
lações socialmente vulneráveis. 
Um dos relevantes desafios da atualidade com relação ao tema dos DH diz respeito à 
incorporação, no direito interno, não apenas das normas de direito substantivo interna-
cional (como ocorreu, por exemplo, com o banimento da prisão do depositário infiel no 
direito brasileiro), mas também da jurisprudência e das decisões provenientes de órgãos 
jurisdicionais internacionais, em especial a Corte Interamericana de DH e o Tribunal Penal 
Internacional. Por esse motivo, e uma vez que a solução dialógica entre o direito interno e o 
direito internacional é sempre a almejada, entendemos importante acrescentar, na presente 
compilação,as regras de funcionamento da Comissão e da Corte Interamericana de DH. 
A SCI acredita que, respeitadas obviamente as normas constitucionais de representação 
do Estado brasileiro com os demais sujeitos do direito internacional, os membros do MPF 
possuem toda a legitimidade para participar deste diálogo.
VLADIMIR ARAS 
Procurador Regional da República e Secretário de Cooperação Internacional
SERGIO GARDENGHI SUIAMA 
Procurador da República, coordenador do projeto 
Prefácio
Passados 70 anos da assinatura da Carta das Nações Unidas (1945) e 67 anos da 
adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Assembleia Geral das Nações 
Unidas (1948), muitos foram os avanços no campo do direito internacional dos Direitos 
Humanos. Entretanto, recorrentes violações e inúmeros obstáculos ainda são enfrentados 
na defesa e promoção dos Direitos Humanos e também quanto à implementação plena 
desses princípios estabelecidos em convenções multilateraisou regionais. 
Os Tratados das Nações Unidas são a fundação para a proteção internacional dos 
Direitos Humanos. Vários instrumentos regionais, como os dos sistemas interamericano, 
europeu e africano, buscam ainda complementar os Tratados da Organização das Nações 
Unidas, por meio do respeito universal a direitos e liberdades fundamentais, sem distinção 
de qualquer natureza e sem a exclusão de direitos específicos de grupos vulneráveis, como 
crianças, idosos, mulheres e populações tradicionais.
Ao ratificar convenções sobre Direitos Humanos, os países pactuam com sua imple-
mentação e assumem compromissos juridicamente vinculativos, o que deveria ser decisivo 
para a construção de suas políticas públicas internas, visando a dar cumprimento ao largo 
espectro de direitos civis, políticos, sociais e econômicos igualmente previstos na nossa lei 
maior ou a eles comparados por força do art. 5º, § 2º, da Constituição Federal. 
Promover e defender os Direitos Humanos não são questões apenas vinculadas à 
militância política ou à competência acadêmica. Na verdade, é importante conhecer, vi-
venciar e praticar os Direitos Humanos, com profissionalismo e habilidade. Um defensor 
dos Direitos Humanos deverá ponderar e avaliar, por intermédio do pleno conhecimento 
dos mecanismos, textos e normas que promovem e protegem direitos, restando conven-
cido das ações que pretende garantir. Portanto, é essencial disponibilizar conhecimento 
necessário para a sua atuação informada e eficiente.
Nesse sentido, é de grande importância a inicitiva da Secretaria de Cooperação In-
ternacional que, ao celebrar seus 10 anos de existência, presenteia o Ministério Público e 
todos os demais interessados com um compêndio composto pelos principais documentos 
constitutivos do Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. 
Boa leitura e bom proveito!
AURÉLIO VIRGíLIO VEIGA RIOS 
Procurador Federal dos Direitos do Cidadão 
sumário
Apresentação 
Prefácio 
1. sisTema Global de ProTeção aos direiTos Humanos 9
1.1. Instrumentos Gerais 9
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) 9
Convenção sobre a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948) 21
Estatuto do Tribunal Penal Internacional (1998) 27
1.2. Tratados de DH Civis e Políticos 111
Convenção relativa à Escravidão (1926) 111
Convenção Suplementar sobre a Escravidão, do Tráfico de 
Escravos e das Instituições e Práticas Similares à Escravidão (1957) 125
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966) 139
Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou 
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984) 159
Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura (2002) 173
Convenção Internacional para a Proteção de Todas as 
Pessoas contra os Desaparecimentos Forçado (2006) 187
1.3. Tratados de DH Econômicos, Sociais e Culturais 205
Convenção relativa à Luta contra a Discriminação no campo do Ensino (1960) 205
Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos e Sociais (1966) 213
Convenção UNESCO sobre as Medidas a serem Adotadas para Proibir e 
impedir a Importação, Exportação e Transportação e Transferência 
de Propriedade Ilícitas dos Bens Culturais (1970) 225
Convenção UNESCO relativa à Proteção do Patrimônio 
Mundial, Cultural e Natural (1972) 235
Convenção UNESCO para a Salvaguarda do Patrimônio 
Cultural Imaterial (2003) 249
Convenção UNESCO sobre a Proteção e Promoção da 
Diversidade das Expressões Culturais (2005) 265
9
1. sistema Global de Proteção aos direitos Humanos 
1.1. instrumentos Gerais
declaração universal dos direitos Humanos (1948)
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia 
Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
PREÂMBULO
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da 
família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da 
justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em 
atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo 
em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo 
do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império 
da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra 
tirania e a opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé 
nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igual-
dade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social 
e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação 
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais 
e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais 
alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
A ASSEMBLÉIA GERAL proclama a presente DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIRETOS 
HUMANOS como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com 
o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente 
esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a 
esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e 
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, 
tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios 
sob sua jurisdição.
10
arTiGo 1
Todas os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
arTiGo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos 
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, 
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou 
qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica 
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um 
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra 
limitação de soberania.
arTiGo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
arTiGo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos 
serão proibidos emtodas as suas formas.
arTiGo 5
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou 
degradante.
arTiGo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa 
perante a lei.
arTiGo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da 
lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente 
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
arTiGo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio 
efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela 
constituição ou pela lei.
11
arTiGo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
arTiGo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por 
parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres 
ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
arTiGo 11
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido ino-
cente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento 
público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não 
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta 
pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
arTiGo 12
Ninguém será sujeito à interferências em sua vida privada, em sua família, em seu lar 
ou em sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo ser humano 
tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
arTiGo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das 
fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
arTiGo 14
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em 
outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por 
crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
arTiGo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de 
mudar de nacionalidade.
12
arTiGo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade 
ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais 
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. O casamento não será 
válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
2. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção 
da sociedade e do Estado.
arTiGo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
arTiGo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este 
direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa 
religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou 
coletivamente, em público ou em particular.
arTiGo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a 
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações 
e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
arTiGo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
arTiGo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente 
ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa 
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo 
equivalente que assegure a liberdade de voto.
13
arTiGo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à reali-
zação, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização 
e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua 
dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
arTiGo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições 
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por 
igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, 
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade 
humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção 
de seus interesses.
arTiGo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável das horas 
de trabalho e férias periódicas remuneradas.
arTiGo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua fa-
mília saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os 
serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, inva-
lidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as 
crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
arTiGo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos 
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técni-
co-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade hu-
mana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. 
A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos 
raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
14
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será mi-
nistrada a seus filhos.
arTiGo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comuni-
dade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes 
de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
arTiGo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos 
e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
arTiGo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno 
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas 
às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido 
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas 
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contra-
riamente aospropósitos e princípios das Nações Unidas.
arTiGo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimen-
to a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar 
qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948)
As Partes Contratantes,
Considerando que a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, em sua Resolução 
96 (1) de 11 de dezembro de 1945, declarou que o genocídio é um crime contra o Direito Inter-
nacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas e que o mundo civilizado condena;
Reconhecendo que todos os méritos da história o genocídio causou grandes perdas 
à humanidade;
Convencidas de que, para libertar a humanidade de flagelo tão odioso, a cooperação 
internacional é necessária:
15
Convém no seguinte:
arTiGo i
As Partes Contratantes confirmam que o genocídio quer cometido em tempo de paz ou 
em tempo de guerra, é um crime contra o Direito Internacional, que elas se comprometem 
a prevenir e a punir.
arTiGo ii
Na presente Convenção entende-se por genocídio qualquer dos seguintes atos, come-
tidos com a intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional. étnico, racial 
ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condição de existência capazes de oca-
sionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio de grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.
arTiGo iii
Serão punidos os seguintes atos:
a) o genocídio;
b) a associação de pessoas para cometer o genocídio;
c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio;
d) a tentativa de genocídio;
e) a co-autoria no genocídio.
arTiGo iV
As pessoas que tiverem cometido o genocídio ou qualquer dos outros atos enumerados 
no Artigo III serão punidas, sejam governistas, funcionários ou particulares.
arTiGo V
As Partes Contratantes assumem o compromisso de tomar, de acordo com suas respectivas 
constituições as medidas legislativas necessárias a assegurar as aplicações das disposições da 
16
presente Convenção, e, sobretudo a estabelecer sanções penais eficazes aplicáveis às pessoas 
culpadas de genocídio ou de qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III.
arTiGo Vi
As pessoas acusadas de genocídio ou qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III 
serão julgadas pelos tribunais competentes do Estado em cujo território foi o ato cometido 
ou pela Corte Penal Internacional competente com relação às Partes Contratantes que lhe 
tiverem reconhecido a jurisdição.
arTiGo Vii
O genocídio e os outros atos enumerados no Artigo III não serão considerados crimes 
políticos para efeitos de extradição.
As partes Contratantes se comprometem em tal caso a conceder a extradição de acordo 
com sua legislação e com os tratados em vigor.
arTiGo Viii
Qualquer Parte Contratante pode recorrer aos órgãos competentes das Nações Unidas 
a fim de que estes tomem, de acordo com a Carta das Nações Unidas, as medidas que jul-
guem necessárias para a prevenção e a repressão dos atos de genocídio ou em qualquer 
dos outros atos enumerados no Artigo III.
arTiGo iX
As controvérsias entre as Partes Contratantes relativas à interpretação, aplicação ou 
execução da presente Convenção bem como as referentes à responsabilidade de um Estado 
em matéria de genocídio ou de qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III, serão 
submetidas à Corte Internacional de Justiça, a pedido de uma das Partes na controvérsia.
arTiGo X
A presente Convenção, outros textos inglês, chinês, espanhol, francês e russo serão 
igualmente autênticos terá a data de 09 de dezembro de 1948.
arTiGo Xi
A presente Convenção ficará aberta, até 31 de dezembro de 1949, à assinatura de todos 
os Membros das Nações Unidas e de todo Estado não -membro ao qual a Assembléia Geral 
houver enviado um convite para esse fim.
A presente Convenção será ratificada e dos instrumentos de ratificação far-se-á depósito 
no Secretariado das Nações Unidas.
A partir de 1° de janeiro de 1950, qualquer Membro das nações Unidas e qualquer Estado não-
membro que houver recebido o convite acima mencionado poderão aderir à presente Convenção.
17
Os instrumentos de adesão serão depositados no Secretariado das Nações Unidas.
arTiGo Xii
Qualquer Parte Contratante poderá a qualquer tempo, por notificação dirigida ao 
Secretário Geral das Nações Unidas, estender a aplicação da presente Convenção a todos 
os territórios ou a qualquer dos territórios ou qualquer dos territórios de cujas relações 
exteriores seja responsável.
arTiGo Xiii
Na data em que os vinte primeiros instrumentos de ratificação ou adesão tiverem sido 
depositados, o Secretário Geral lavrará uma ata, e transmitirá cópia da mesma a todos os 
membros das Nações Unidas e aos Estados não-membros a que se refere o Artigo XI.
A presente Convenção entrará em vigor noventa dias após a data do depósito do 
vigésimo instrumento de ratificação ou adesão.
Qualquer ratificação ou adesão efetuada posteriormente à última data entrará em vigor 
noventa dias após o deposito do instrumento de ratificação ou adesão.
arTiGo XiV
A presente Convenção vigorará por dez anos a partir da data de sua entrada em vigor.
Ficará, posteriormente, em vigor por um período de cinco anos e assim sucessivamente, 
com relação às Partes Contratantes que não tiverem denunciado pelo menos seis meses 
antes do termo do prazo.
A denuncia será feita por notificação escrita dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas.
arTiGo XV
Se, em conseqüência de denuncias, o número das Partes na presente Convenção se 
reduzir a menos de dezesseis, a Convenção cessará de vigorar a partir da data na qual a 
última dessas denuncias entrar em vigor.
A Assembléia Geral decidirá com relação ás medidas que se deve tomar, se for o caso, 
com relação a esse pedido.
arTiGo XVii
O Secretário Geral das Nações Unidas notificará todos os membros das nações Unidas 
e os Estados não- membros mencionados no Artigo XI:
a) das assinaturas, ratificações e adesões recebidas de acordo com o Artigo XI;
b) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XII;
18
c) da data em que a presente Convenção entrar em vigor de acordo com o Artigo XIII;
d) das denúncias recebidas de acordo com o Artigo XIV;
e) da aprovação da Convenção de acordo com o Artigo XV;
f) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XVI.
arTiGo XViii
O original da presente Convenção será depositado nos arquivos da Organização das 
Nações Unidas.
Enviar-se-á cópia autentica a todos os Membros das Nações Unidas e aos Estados não-
membros mencionados no Artigo XI.
arTiGo XiX
A presente Convenção será registrada pelo Secretário Geral das Nações Unidas na data 
de sua entrada em vigor.
Pelo Afeganistão - Pela Argentina - Pela Austrália: Herbert V. Evatt - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Reino da Bélgica - Pela Bolívia. A Costa du Rels - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Brasil: João Carlos Muniz - 11 de dezembro de 1948.
Pela União da Birmânia - Pela República Socialista Soviética da Bielo-Russia - Pelo Canadá 
- Pelo Chile: com a reserva que requer também a aprovação do Congresso do meu país - H. 
Arancibia Laso.
Pela China - Pela Colômbia - Por Costa Rica - Por Cuba - Pela Tchecoslováquia - Pela Dina-
marca - Pela República Dominicana: Joaquim Balaguer - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Equador: Homero Viteri - La fronte - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Egito: Ahmed Mohamed Khachaba - 12 de dezembro de 1948.
Por el Salvador - Pela Etiópia: - Aklilou - 11 de dezembrode 1948.
Pela França: Robert Schuman - 11 de dezembro de 1948.
Pela Grécia - Pela Guatemala - Por Haiti: (ilegível) - 11 de dezembro de 1948.
Por Honduras - Pela Islândia - Pela índia - Pelo Irã - Pelo Iraque - Pelo Líbano - Pela Libéria: 
Henry Coop - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Grão Ducado de Luxemburgo - Pelo México: L. Padilha Nervo - 14 de dezembro de 1948.
19
Pelo Reino dos Países Baixos - Pela Nova Zelândia - Pela Nicarágua - Pelo Reino da Noruega: 
Finn Moe, - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Paquistão: Zafrullah Khan - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Panamá: R. J. Alfaro - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Paraguai: (ilegível) - 11 de dezembro de 1946.
Pelo Peru: f. Berckmeyer - 11 de dezembro de 1948.
Pela República das Filipinas: Carlos P. Rômulo - 11 de dezembro de 1948.
Pela Polônia - Pela Arábia Saudita - Pelo Sião - Pela Suécia - Pela Síria - Pela Turquia - Pela 
República Socialista Soviética da Ucrânia - Pela União Sul Africana - Pela Uniaão das Repú-
blcia Socialistas Soviéticas - Pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte -Pelos 
Estados Unidos da América: Ernest A . Gross - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Uruguai: Enrique C. Armanã Ugon - 11 de dezembro de 1948. Pela Venezuela - Pelo 
Imen - Pela Iugoslávia: Ales Bebler - 11 de dezembro de 1948.
A presente é a tradução oficial, em idioma português, do texto original e autêntico 
da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, firmada em Paris, 
em dezembro de 1948, por ocasião da 3a Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas.
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, Rio de janeiro, D.F., em 28 de abril de 
1952. - Jayme de Barros Gomes. Chefe da Divisão de Atos, Congressos e Conferencias 
Internacionais.
Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 09/05/1952
Publicação:
Diário Oficial da União - Seção 1 - 9/5/1952, Página 7785 (Publicação Original) 
Coleção de Leis do Brasil - 1952, Página 125 Vol. 4 (Publicação Original)
20
21
Convenção sobre a Prevenção e repressão do 
Crime de Genocídio (1948)
DECRETO Nº 30.822, DE 6 DE MAIO DE 1952
Promulga a convenção para a prevenção e a repressão do crime de Genocídio, concluída em Paris, a 11 de 
dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, DO ESTADO UNIDOS DO BRASIL: 
TENDO o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto Legislativo nº 2, de 11 de abril de 
1951, a convenção para a prevenção e a repressão do crime de Genocídio, conculcai em 
Paris a 11 de dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão da Assembléia Geral das Nações 
Unidas; e TENDO sido depositado no secretariado geral da Organização das Nações Unidas, 
em Lake Sucess, Nova York, a 15 de abril de 1952, o Instrumento Brasileiro de ratificação:
DECRETA:
Que a referida convenção, apensa por copia ao presente decreto, seja executada e 
cumprida tão inteiramente como nela se contém.
Rio de Janeiro, em 6 de maio de 1952; 131º da Independência e 64º da República.
GETÚLIO VARGAS  
JOÃO NEVES DA FONTOURA
Convenção para a prevencão e a repressão do crime de genocídio
As Partes Contratantes,
Considerando que a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, em sua 
Resolução 96 (1) de 11 de dezembro de 1945, declarou que o genocídio é um crime contra 
o Direito Internacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas e que o mundo 
civilizado condena;
Reconhecendo que todos os méritos da história o genocídio causou grandes perdas 
à humanidade;
Convencidas de que, para libertar a humanidade de flagelo tão odioso, a cooperação 
internacional é necessária:
Convém no seguinte:
22
arTiGo i
As Partes Contratantes confirmam que o genocídio quer cometido em tempo de paz ou 
em tempo de guerra, é um crime contra o Direito Internacional, que elas se comprometem 
a prevenir e a punir.
 arTiGo ii
Na presente Convenção entende-se por genocídio qualquer dos seguintes atos, come-
tidos com a intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial 
ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condição de existência capazes de oca-
sionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio de grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.
arTiGo iii
Serão punidos os seguintes atos:
a) o genocídio;
b) a associação de pessoas para cometer o genocídio;
c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio;
d) a tentativa de genocídio;
e) a co-autoria no genocídio.
arTiGo iV
As pessoas que tiverem cometido o genocídio ou qualquer dos outros atos enumerados 
no Artigo III serão punidas, sejam governistas, funcionários ou particulares.
arTiGo V
As Partes Contratantes assumem o compromisso de tomar, de acordo com suas respectivas 
constituições as medidas legislativas necessárias a assegurar as aplicações das disposições da 
presente Convenção, e, sobretudo a estabelecer sanções penais eficazes aplicáveis às pessoas 
23
culpadas de genocídio ou de qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III.
arTiGo Vi
As pessoas acusadas de genocídio ou qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III 
serão julgadas pelos tribunais competentes do Estado em cujo território foi o ato cometido 
ou pela Corte Penal Internacional competente com relação às Partes Contratantes que lhe 
tiverem reconhecido a jurisdição.
arTiGo Vii
O genocídio e os outros atos enumerados no Artigo III não serão considerados crimes 
políticos para efeitos de extradição.
As partes Contratantes se comprometem em tal caso a conceder a extradição de acordo 
com sua legislação e com os tratados em vigor.
arTiGo Viii
Qualquer Parte Contratante pode recorrer aos órgãos competentes das Nações Unidas 
a fim de que estes tomem, de acordo com a Carta das Nações Unidas, as medidas que jul-
guem necessárias para a prevenção e a repressão dos atos de genocídio ou em qualquer 
dos outros atos enumerados no Artigo III.
arTiGo iX
As controvérsias entre as Partes Contratantes relativas à interpretação, aplicação ou 
execução da presente Convenção bem como as referentes à responsabilidade de um Estado 
em matéria de genocídio ou de qualquer dos outros atos enumerados no Artigo III, serão 
submetidas à Corte Internacional de Justiça, a pedido de uma das Partes na controvérsia.
arTiGo X
A presente Convenção, outros textos inglês, chinês, espanhol, francês e russo serão 
igualmente autênticos terá a data de 09 de dezembro de 1948.
arTiGo Xi
A presente Convenção ficará aberta, até 31 de dezembro de 1949, à assinatura de todos 
os Membros das Nações Unidas e de todo Estado não -membro ao qual a Assembléia Geral 
houver enviado um convite para esse fim.
A presente Convenção será ratificada e dos instrumentos de ratificação far-se-á depósito 
no Secretariado das Nações Unidas.
A partir de 1º de janeiro de 1950, qualquer Membro das nações Unidas e qualquer Estado 
não-membro que houver recebido o convite acima mencionado poderão aderir à presente 
Convenção.
24
Os instrumentos de adesão serão depositados no Secretariado das Nações Unidas.
arTiGo Xii
Qualquer Parte Contratante poderá a qualquer tempo, por notificação dirigida ao 
Secretário Geral das Nações Unidas, estender a aplicação da presente Convenção a todos 
os territórios ou a qualquer dos territórios ou qualquer dos territórios de cujas relações 
exteriores seja responsável.
arTiGo Xiii
Na data em que os vinte primeiros instrumentos de ratificação ou adesão tiverem sido 
depositados, o Secretário Geral lavrará uma ata, e transmitirá cópia da mesma a todos os 
membros das Nações Unidas e aos Estadosnão-membros a que se refere o Artigo XI.
A presente Convenção entrará em vigor noventa dias após a data do depósito do 
vigésimo instrumento de ratificação ou adesão.
Qualquer ratificação ou adesão efetuada posteriormente à última data entrará em vigor 
noventa dias após o deposito do instrumento de ratificação ou adesão.
arTiGo XiV
A presente Convenção vigorará por dez anos a partir da data de sua entrada em vigor.
Ficará, posteriormente, em vigor por um período de cinco anos e assim sucessivamente, 
com relação às Partes Contratantes que não tiverem denunciado pelo menos seis meses 
antes do termo do prazo.
A denuncia será feita por notificação escrita dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas.
arTiGo XV
Se, em conseqüência de denuncias, o número das Partes na presente Convenção se 
reduzir a menos de dezesseis, a Convenção cessará de vigorar a partir da data na qual a 
última dessas denuncias entrar em vigor.
arTiGo XVi
As Partes Contratantes poderão, a todo o tempo, formular um pedido de revisão da 
presente Convenção, mediante notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral. 
A Assembleia Geral deliberará sobre as medidas a tomar, se for o caso, sobre esse pedido.
arTiGo XVii
O Secretário Geral das Nações Unidas notificará todos os membros das nações Unidas 
e os Estados não-membros mencionados no Artigo XI:
25
a) das assinaturas, ratificações e adesões recebidas de acordo com o Artigo XI;
b) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XII;
c) da data em que a presente Convenção entrar em vigor de acordo com o Artigo XIII;
d) das denúncias recebidas de acordo com o Artigo XIV;
e) da aprovação da Convenção de acordo com o Artigo XV;
f) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XVI.
arTiGo XViii
O original da presente Convenção será depositado nos arquivos da Organização das 
Nações Unidas.
Enviar-se-á cópia autentica a todos os Membros das Nações Unidas e aos Estados não-
membros mencionados no Artigo XI.
arTiGo XiX
A presente Convenção será registrada pelo Secretário Geral das Nações Unidas na data 
de sua entrada em vigor.
Pelo Afeganistão - Pela Argentina - Pela Austrália: Herbert V. Evatt - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Reino da Bélgica - Pela Bolívia. A Costa du Rels - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Brasil: João Carlos Muniz - 11 de dezembro de 1948.
Pela União da Birmânia - Pela República Socialista Soviética da Bielo-Russia - Pelo Canadá - Pelo 
Chile: com a reserva que requer também a aprovação do Congresso do meu país - H. Arancibia Laso.
Pela China - Pela Colômbia - Por Costa Rica - Por Cuba - Pela Tchecoslováquia - Pela Dina-
marca - Pela República Dominicana: Joaquim Balaguer - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Equador: Homero Viteri - La fronte - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Egito: Ahmed Mohamed Khachaba - 12 de dezembro de 1948.
Por el Salvador - Pela Etiópia: - Aklilou - 11 de dezembro de 1948.
Pela França: Robert Schuman - 11 de dezembro de 1948.
Pela Grécia - Pela Guatemala - Por Haiti: (ilegível) - 11 de dezembro de 1948.
Por Honduras - Pela Islândia - Pela índia - Pelo Irã - Pelo Iraque - Pelo Líbano - Pela Libéria: 
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Henry Coop - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Grão Ducado de Luxemburgo - Pelo México: L. Padilha Nervo - 14 de dezembro de 1948.
Pelo Reino dos Países Baixos - Pela Nova Zelândia - Pela Nicarágua - Pelo Reino da Noruega: 
Finn Moe, - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Paquistão: Zafrullah Khan - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Panamá: R. J. Alfaro - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Paraguai: (ilegível) - 11 de dezembro de 1946.
Pelo Peru: f. Berckmeyer - 11 de dezembro de 1948.
Pela República das Filipinas: Carlos P. Rômulo - 11 de dezembro de 1948.
Pela Polônia - Pela Arábia Saudita - Pelo Sião - Pela Suécia - Pela Síria - Pela Turquia - Pela 
República Socialista Soviética da Ucrânia - Pela União Sul Africana - Pela União das Repú-
blicas Socialistas Soviéticas - Pelo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte -Pelos 
Estados Unidos da América: Ernest A . Gross - 11 de dezembro de 1948.
Pelo Uruguai : Enrique C. Armanã Ugon - 11 de dezembro de 1948. Pela Venezuela - Pelo 
Imen - Pela Iugoslávia: Ales Bebler - 11 de dezembro de 1948.
A presente é a tradução oficial, em idioma português, do texto original e autêntico 
da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, firmada em Paris, 
em dezembro de 1948, por ocasião da 3ª Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas.
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, Rio de janeiro, D.F., em 28 de abril de 
1952. - Jayme de Barros Gomes. Chefe da Divisão de Atos, Congressos e Conferencias 
Internacionais.
Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 09/05/1952
Publicação:
Diário Oficial da União - Seção 1 - 9/5/1952, Página 7785 (Publicação Original) 
Coleção de Leis do Brasil - 1952, Página 125 Vol. 4 (Publicação Original)
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estatuto do Tribunal Penal internacional (1998)
DECRETO N° 4.388. DE 25 DE SETEMBRO DE 2002.
Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso 
VIII, da Constituição,
Considerando que o Congresso Nacional aprovou o texto do Estatuto de Roma do Tri-
bunal Penal Internacional, por meio do Decreto Legislativo no 112, de 6 de junho de 2002;
Considerando que o mencionado Ato Internacional entrou em vigor internacional 
em 1° de julho de 2002, e passou a vigorar, para o Brasil, em 1° de setembro de 2002, nos 
termos de seu art. 126;
DECRETA:
Art. 1o - O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, apenso por cópia ao 
presente Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém.
Art. 2º - São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam 
resultar em revisão do referido Acordo, assim como quaisquer ajustes complementares 
que, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional.
Art. 3º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 25 de setembro de 2002; 181° da Independência e 114° da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
LUIZ AUGUSTO SOINT-BRISSON DE ARAUJO CASTRO
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 26.9.2002
estatuto de roma do Tribunal Penal internacional
PREÂMBULO
Os Estados Partes no presente Estatuto.
Conscientes de que todos os povos estão unidos por laços comuns e de que suas 
culturas foram construídas sobre uma herança que partilham, e preocupados com o fato 
deste delicado mosaico poder vir a quebrar-se a qualquer instante,
Tendo presente que, no decurso deste século, milhões de crianças, homens e mulheres 
têm sido vítimas de atrocidades inimagináveis que chocam profundamente a consciência 
da humanidade,
28
Reconhecendo que crimes de uma tal gravidade constituem uma ameaça à paz, à 
segurança e ao bem-estar da humanidade,
Afirmando que os crimes de maior gravidade, que afetam a comunidade internacional no 
seu conjunto, não devem ficar impunes e que a sua repressão deve ser efetivamente assegurada 
através da adoção de medidas em nível nacional e do reforço da cooperação internacional,
Decididos a por fim à impunidade dos autores desses crimes e a contribuir assim para 
a prevenção de tais crimes,
Relembrando que é dever de cada Estado exercer a respectiva jurisdição penal sobre 
os responsáveis por crimes internacionais,
Reafirmando os Objetivos e Princípios consignados na Carta das Nações Unidas e, em 
particular, que todos os Estados se devem abster de recorrer à ameaça ou ao uso da força, 
contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou de atuar 
por qualquer outra forma incompatível com os Objetivos das Nações Unidas,
Salientando, a este propósito, que nadano presente Estatuto deverá ser entendido 
como autorizando qualquer Estado Parte a intervir em um conflito armado ou nos assuntos 
internos de qualquer Estado,
Determinados em perseguir este objetivo e no interesse das gerações presentes e 
vindouras, a criar um Tribunal Penal Internacional com caráter permanente e independen-
te, no âmbito do sistema das Nações Unidas, e com jurisdição sobre os crimes de maior 
gravidade que afetem a comunidade internacional no seu conjunto,
Sublinhando que o Tribunal Penal Internacional, criado pelo presente Estatuto, será 
complementar às jurisdições penais nacionais,
Decididos a garantir o respeito duradouro pela efetivação da justiça internacional,
Convieram no seguinte:
Capítulo i
Criação do Tribunal
arTiGo 1
o Tribunal
É criado, pelo presente instrumento, um Tribunal Penal Internacional (“o Tribunal”). O 
Tribunal será uma instituição permanente, com jurisdição sobre as pessoas responsáveis 
pelos crimes de maior gravidade com alcance internacional, de acordo com o presente 
Estatuto, e será complementar às jurisdições penais nacionais. A competência e o funcio-
namento do Tribunal reger-se-ão pelo presente Estatuto.
29
arTiGo 2
relação do Tribunal com as nações unidas
A relação entre o Tribunal e as Nações Unidas será estabelecida através de um acordo 
a ser aprovado pela Assembléia dos Estados Partes no presente Estatuto e, em seguida, 
concluído pelo Presidente do Tribunal em nome deste.
arTiGo 3
sede do Tribunal
1. A sede do Tribunal será na Haia, Países Baixos (“o Estado anfitrião”).
2. O Tribunal estabelecerá um acordo de sede com o Estado anfitrião, a ser aprovado 
pela Assembléia dos Estados Partes e em seguida concluído pelo Presidente do Tribunal 
em nome deste.
3. Sempre que entender conveniente, o Tribunal poderá funcionar em outro local, nos 
termos do presente Estatuto.
arTiGo 4
regime Jurídico e Poderes do Tribunal
1. O Tribunal terá personalidade jurídica internacional. Possuirá, igualmente, a capacidade 
jurídica necessária ao desempenho das suas funções e à prossecução dos seus objetivos.
2. O Tribunal poderá exercer os seus poderes e funções nos termos do presente Estatuto, no 
território de qualquer Estado Parte e, por acordo especial, no território de qualquer outro Estado.
Capítulo ii
Competência, admissibilidade e direito aplicável
arTiGo 5
Crimes da Competência do Tribunal
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a 
comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal 
terá competência para julgar os seguintes crimes:
a) O crime de genocídio;
b) Crimes contra a humanidade;
30
c) Crimes de guerra;
d) O crime de agressão.
2. O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de agressão desde 
que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma disposição em que se defina o crime 
e se enunciem as condições em que o Tribunal terá competência relativamente a este crime. 
Tal disposição deve ser compatível com as disposições pertinentes da Carta das Nações Unidas.
arTiGo 6
Crime de Genocídio
Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por “genocídio”, qualquer um dos atos 
que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte, um 
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal:
a) Homicídio de membros do grupo;
b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua 
destruição física, total ou parcial;
d) Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo;
e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
arTiGo 7
Crimes contra a Humanidade
1. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por “crime contra a humanidade”, 
qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no quadro de um ataque, generalizado 
ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento desse ataque:
a) Homicídio;
b) Extermínio;
c) Escravidão;
d) Deportação ou transferência forçada de uma população;
e) Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação das 
normas fundamentais de direito internacional;
f) Tortura;
31
g) Agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização 
forçada ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de gravidade comparável;
h) Perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por motivos 
políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, tal como definido 
no parágrafo 3º, ou em função de outros critérios universalmente reconhecidos como 
inaceitáveis no direito internacional, relacionados com qualquer ato referido neste 
parágrafo ou com qualquer crime da competência do Tribunal;
i) Desaparecimento forçado de pessoas;
j) Crime de apartheid;
k) Outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente 
grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou mental.
2. Para efeitos do parágrafo 1°:
a) Por “ataque contra uma população civil” entende-se qualquer conduta que 
envolva a prática múltipla de atos referidos no parágrafo 1° contra uma população 
civil, de acordo com a política de um Estado ou de uma organização de praticar esses 
atos ou tendo em vista a prossecução dessa política;
b) O “extermínio” compreende a sujeição intencional a condições de vida, tais como 
a privação do acesso a alimentos ou medicamentos, com vista a causar a destruição 
de uma parte da população;
c) Por “escravidão” entende-se o exercício, relativamente a uma pessoa, de um 
poder ou de um conjunto de poderes que traduzam um direito de propriedade sobre 
uma pessoa, incluindo o exercício desse poder no âmbito do tráfico de pessoas, em 
particular mulheres e crianças;
d) Por “deportação ou transferência à força de uma população” entende-se o 
deslocamento forçado de pessoas, através da expulsão ou outro ato coercivo, da 
zona em que se encontram legalmente, sem qualquer motivo reconhecido no direito 
internacional;
e) Por “tortura” entende-se o ato por meio do qual uma dor ou sofrimentos agu-
dos, físicos ou mentais, são intencionalmente causados a uma pessoa que esteja 
sob a custódia ou o controle do acusado; este termo não compreende a dor ou os 
sofrimentos resultantes unicamente de sanções legais, inerentes a essas sanções ou 
por elas ocasionadas;
f) Por “gravidez à força” entende-se a privação ilegal de liberdade de uma mulher 
que foi engravidada à força, com o propósito de alterar a composição étnica de uma 
população ou de cometer outras violações graves do direito internacional. Esta defi-
nição não pode, de modo algum, ser interpretada como afetando as disposições de 
direito interno relativas à gravidez;
32
g) Por “perseguição’’ entende-se a privação intencional e grave de direitos fun-
damentais em violação do direito internacional, por motivos relacionados com a 
identidade do grupo ou da coletividade em causa;
h) Por “crime de apartheid” entende-se qualquer ato desumano análogo aos 
referidos no parágrafo 1°, praticado no contexto de um regime institucionalizado 
de opressão e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou outros grupos 
nacionais e com a intenção de manter esse regime;
i) Por “desaparecimento forçado de pessoas” entende-se a detenção, a prisão 
ou o seqüestro de pessoas por um Estado ou uma organização política ou com a 
autorização, o apoio ou a concordância destes, seguidos de recusa a reconhecer tal 
estado de privação de liberdade ou a prestar qualquer informação sobre a situação 
ou localização dessas pessoas, com o propósito de lhes negar a proteção da lei por 
um prolongado período de tempo.
3. Para efeitosdo presente Estatuto, entende-se que o termo “gênero” abrange os sexos 
masculino e feminino, dentro do contexto da sociedade, não lhe devendo ser atribuído 
qualquer outro significado.
arTiGo 8
Crimes de Guerra
1. O Tribunal terá competência para julgar os crimes de guerra, em particular quando 
cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou como parte de uma 
prática em larga escala desse tipo de crimes.
2. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por “crimes de guerra”:
a) As violações graves às Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de 1949, a 
saber, qualquer um dos seguintes atos, dirigidos contra pessoas ou bens protegidos 
nos termos da Convenção de Genebra que for pertinente:
I) Homicídio doloso;
II) Tortura ou outros tratamentos desumanos, incluindo as experiências biológicas;
III) O ato de causar intencionalmente grande sofrimento ou ofensas graves à 
integridade física ou à saúde;
IV) Destruição ou a apropriação de bens em larga escala, quando não justifica-
das por quaisquer necessidades militares e executadas de forma ilegal e arbitrária;
V) O ato de compelir um prisioneiro de guerra ou outra pessoa sob proteção a 
servir nas forças armadas de uma potência inimiga;
VI) Privação intencional de um prisioneiro de guerra ou de outra pessoa sob 
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proteção do seu direito a um julgamento justo e imparcial;
VII) Deportação ou transferência ilegais, ou a privação ilegal de liberdade;
VIII) Tomada de reféns;
b) Outras violações graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos armados inter-
nacionais no âmbito do direito internacional, a saber, qualquer um dos seguintes atos:
I) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não 
participem diretamente nas hostilidades;
II) Dirigir intencionalmente ataques a bens civis, ou seja bens que não sejam 
objetivos militares;
III) Dirigir intencionalmente ataques ao pessoal, instalações, material, unidades 
ou veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assistência 
humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que estes tenham 
direito à proteção conferida aos civis ou aos bens civis pelo direito internacional 
aplicável aos conflitos armados;
IV) Lançar intencionalmente um ataque, sabendo que o mesmo causará perdas 
acidentais de vidas humanas ou ferimentos na população civil, danos em bens de 
caráter civil ou prejuízos extensos, duradouros e graves no meio ambiente que se 
revelem claramente excessivos em relação à vantagem militar global concreta e 
direta que se previa;
V) Atacar ou bombardear, por qualquer meio, cidades, vilarejos, habitações ou 
edifícios que não estejam defendidos e que não sejam objetivos militares;
VI) Matar ou ferir um combatente que tenha deposto armas ou que, não tendo 
mais meios para se defender, se tenha incondicionalmente rendido;
VII) Utilizar indevidamente uma bandeira de trégua, a bandeira nacional, as 
insígnias militares ou o uniforme do inimigo ou das Nações Unidas, assim como os 
emblemas distintivos das Convenções de Genebra, causando deste modo a morte 
ou ferimentos graves;
VIII) A transferência, direta ou indireta, por uma potência ocupante de parte 
da sua população civil para o território que ocupa ou a deportação ou transferência 
da totalidade ou de parte da população do território ocupado, dentro ou para fora 
desse território;
Ix) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios consagrados ao culto religioso, à 
educação, às artes, às ciências ou à beneficência, monumentos históricos, hospitais e 
lugares onde se agrupem doentes e feridos, sempre que não se trate de objetivos militares;
x) Submeter pessoas que se encontrem sob o domínio de uma parte belige-
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rante a mutilações físicas ou a qualquer tipo de experiências médicas ou científicas 
que não sejam motivadas por um tratamento médico, dentário ou hospitalar, nem 
sejam efetuadas no interesse dessas pessoas, e que causem a morte ou coloquem 
seriamente em perigo a sua saúde;
xI) Matar ou ferir à traição pessoas pertencentes à nação ou ao exército inimigo;
xII) Declarar que não será dado quartel;
xIII) Destruir ou apreender bens do inimigo, a menos que tais destruições ou 
apreensões sejam imperativamente determinadas pelas necessidades da guerra;
xIV) Declarar abolidos, suspensos ou não admissíveis em tribunal os direitos e 
ações dos nacionais da parte inimiga;
xV) Obrigar os nacionais da parte inimiga a participar em operações bélicas 
dirigidas contra o seu próprio país, ainda que eles tenham estado ao serviço daquela 
parte beligerante antes do início da guerra;
xVI) Saquear uma cidade ou uma localidade, mesmo quando tomada de assalto;
xVII) Utilizar veneno ou armas envenenadas;
xVIII) Utilizar gases asfixiantes, tóxicos ou outros gases ou qualquer líquido, 
material ou dispositivo análogo;
xIx) Utilizar balas que se expandem ou achatam facilmente no interior do 
corpo humano, tais como balas de revestimento duro que não cobre totalmente o 
interior ou possui incisões;
xx) Utilizar armas, projéteis; materiais e métodos de combate que, pela sua 
própria natureza, causem ferimentos supérfluos ou sofrimentos desnecessários ou 
que surtam efeitos indiscriminados, em violação do direito internacional aplicável 
aos conflitos armados, na medida em que tais armas, projéteis, materiais e métodos 
de combate sejam objeto de uma proibição geral e estejam incluídos em um anexo 
ao presente Estatuto, em virtude de uma alteração aprovada em conformidade com 
o disposto nos artigos 121 e 123;
xxI) Ultrajar a dignidade da pessoa, em particular por meio de tratamentos 
humilhantes e degradantes;
xxII) Cometer atos de violação, escravidão sexual, prostituição forçada, gravidez 
à força, tal como definida na alínea f) do parágrafo 2° do artigo 7°, esterilização à força 
e qualquer outra forma de violência sexual que constitua também um desrespeito 
grave às Convenções de Genebra;
xxIII) Utilizar a presença de civis ou de outras pessoas protegidas para evitar que 
determinados pontos, zonas ou forças militares sejam alvo de operações militares;
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xxIV) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios, material, unidades e veículos 
sanitários, assim como o pessoal que esteja usando os emblemas distintivos das 
Convenções de Genebra, em conformidade com o direito internacional;
xxV) Provocar deliberadamente a inanição da população civil como método de 
guerra, privando-a dos bens indispensáveis à sua sobrevivência, impedindo, inclusive, 
o envio de socorros, tal como previsto nas Convenções de Genebra;
xxVI) Recrutar ou alistar menores de 15 anos nas forças armadas nacionais ou 
utilizá-los para participar ativamente nas hostilidades;
c) Em caso de conflito armado que não seja de índole internacional, as violações 
graves do artigo 3º comum às quatro Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de 
1949, a saber, qualquer um dos atos que a seguir se indicam, cometidos contra pessoas 
que não participem diretamente nas hostilidades, incluindo os membros das forças 
armadas que tenham deposto armas e os que tenham ficado impedidos de continuar 
a combater devido a doença, lesões, prisão ou qualquer outro motivo:
I) Atos de violência contra a vida e contra a pessoa, em particular o homicídio 
sob todas as suas formas, as mutilações, os tratamentos cruéis e a tortura;
II) Ultrajes à dignidade da pessoa, em particular por meio de tratamentos 
humilhantes e degradantes;
III) A tomada de reféns;
IV) As condenações proferidas e as execuções efetuadas sem julgamento prévio 
por um tribunal regularmente constituído e que ofereça todas as garantias judiciais 
geralmente reconhecidas como indispensáveis.
d) A alínea c) do parágrafo 2° do presente artigo aplica-se aos conflitos armados 
que não tenham caráter internacional e, por conseguinte, não se aplica a situaçõesde distúrbio e de tensão internas, tais como motins, atos de violência esporádicos ou 
isolados ou outros de caráter semelhante;
e) As outras violações graves das leis e costumes aplicáveis aos conflitos armados 
que não têm caráter internacional, no quadro do direito internacional, a saber qualquer 
um dos seguintes atos:
I) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não 
participem diretamente nas hostilidades;
II) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios, material, unidades e veículos 
sanitários, bem como ao pessoal que esteja usando os emblemas distintivos das 
Convenções de Genebra, em conformidade com o direito internacional;
III) Dirigir intencionalmente ataques ao pessoal, instalações, material, unidades 
ou veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assistência 
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humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que estes tenham 
direito à proteção conferida pelo direito internacional dos conflitos armados aos 
civis e aos bens civis;
IV) Atacar intencionalmente edifícios consagrados ao culto religioso, à educação, 
às artes, às ciências ou à beneficência, monumentos históricos, hospitais e lugares 
onde se agrupem doentes e feridos, sempre que não se trate de objetivos militares;
V) Saquear um aglomerado populacional ou um local, mesmo quando tomado 
de assalto;
VI) Cometer atos de agressão sexual, escravidão sexual, prostituição forçada, 
gravidez à força, tal como definida na alínea f do parágrafo 2° do artigo 7°; esteriliza-
ção à força ou qualquer outra forma de violência sexual que constitua uma violação 
grave do artigo 3º comum às quatro Convenções de Genebra;
VII) Recrutar ou alistar menores de 15 anos nas forças armadas nacionais ou em 
grupos, ou utilizá-los para participar ativamente nas hostilidades;
VIII) Ordenar a deslocação da população civil por razões relacionadas com 
o conflito, salvo se assim o exigirem a segurança dos civis em questão ou razões 
militares imperiosas;
Ix) Matar ou ferir à traição um combatente de uma parte beligerante;
x) Declarar que não será dado quartel;
xI) Submeter pessoas que se encontrem sob o domínio de outra parte belige-
rante a mutilações físicas ou a qualquer tipo de experiências médicas ou científicas 
que não sejam motivadas por um tratamento médico, dentário ou hospitalar nem 
sejam efetuadas no interesse dessa pessoa, e que causem a morte ou ponham 
seriamente a sua saúde em perigo;
xII) Destruir ou apreender bens do inimigo, a menos que as necessidades da 
guerra assim o exijam;
f) A alínea e) do parágrafo 2° do presente artigo aplicar-se-á aos conflitos armados 
que não tenham caráter internacional e, por conseguinte, não se aplicará a situações de 
distúrbio e de tensão internas, tais como motins, atos de violência esporádicos ou isolados 
ou outros de caráter semelhante; aplicar-se-á, ainda, a conflitos armados que tenham 
lugar no território de um Estado, quando exista um conflito armado prolongado entre 
as autoridades governamentais e grupos armados organizados ou entre estes grupos.
3. O disposto nas alíneas c) e e) do parágrafo 2°, em nada afetará a responsabilidade 
que incumbe a todo o Governo de manter e de restabelecer a ordem pública no Estado, 
e de defender a unidade e a integridade territorial do Estado por qualquer meio legítimo.
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arTiGo 9
elementos Constitutivos dos Crimes
1. Os elementos constitutivos dos crimes que auxiliarão o Tribunal a interpretar e a 
aplicar os artigos 6°, 7° e 8° do presente Estatuto, deverão ser adotados por uma maioria 
de dois terços dos membros da Assembléia dos Estados Partes.
2. As alterações aos elementos constitutivos dos crimes poderão ser propostas por:
a) Qualquer Estado Parte;
b) Os juízes, através de deliberação tomada por maioria absoluta;
c) O Procurador.
As referidas alterações entram em vigor depois de aprovadas por uma maioria de dois 
terços dos membros da Assembléia dos Estados Partes.
3. Os elementos constitutivos dos crimes e respectivas alterações deverão ser compa-
tíveis com as disposições contidas no presente Estatuto.
arTiGo 10
Nada no presente capítulo deverá ser interpretado como limitando ou afetando, de 
alguma maneira, as normas existentes ou em desenvolvimento de direito internacional 
com fins distintos dos do presente Estatuto.
arTiGo 11
Competência Ratione Temporis
1. O Tribunal só terá competência relativamente aos crimes cometidos após a entrada 
em vigor do presente Estatuto.
2. Se um Estado se tornar Parte no presente Estatuto depois da sua entrada em vigor, 
o Tribunal só poderá exercer a sua competência em relação a crimes cometidos depois 
da entrada em vigor do presente Estatuto relativamente a esse Estado, a menos que este 
tenha feito uma declaração nos termos do parágrafo 3º do artigo 12.
arTiGo 12
Condições Prévias ao exercício da Jurisdição
1. O Estado que se torne Parte no presente Estatuto, aceitará a jurisdição do Tribunal 
relativamente aos crimes a que se refere o artigo 5°.
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2. Nos casos referidos nos parágrafos a) ou c) do artigo 13, o Tribunal poderá exercer 
a sua jurisdição se um ou mais Estados a seguir identificados forem Partes no presente 
Estatuto ou aceitarem a competência do Tribunal de acordo com o disposto no parágrafo 3º:
a) Estado em cujo território tenha tido lugar a conduta em causa, ou, se o crime 
tiver sido cometido a bordo de um navio ou de uma aeronave, o Estado de matrícula 
do navio ou aeronave;
b) Estado de que seja nacional a pessoa a quem é imputado um crime.
3. Se a aceitação da competência do Tribunal por um Estado que não seja Parte no 
presente Estatuto for necessária nos termos do parágrafo 2°, pode o referido Estado, 
mediante declaração depositada junto do Secretário, consentir em que o Tribunal exerça 
a sua competência em relação ao crime em questão. O Estado que tiver aceito a compe-
tência do Tribunal colaborará com este, sem qualquer demora ou exceção, de acordo com 
o disposto no Capítulo IX.
arTiGo 13
exercício da Jurisdição
O Tribunal poderá exercer a sua jurisdição em relação a qualquer um dos crimes a que 
se refere o artigo 5°, de acordo com o disposto no presente Estatuto, se:
a) Um Estado Parte denunciar ao Procurador, nos termos do artigo 14, qualquer 
situação em que haja indícios de ter ocorrido a prática de um ou vários desses crimes;
b) O Conselho de Segurança, agindo nos termos do Capítulo VII da Carta das 
Nações Unidas, denunciar ao Procurador qualquer situação em que haja indícios de 
ter ocorrido a prática de um ou vários desses crimes; ou
c) O Procurador tiver dado início a um inquérito sobre tal crime, nos termos do 
disposto no artigo 15.
arTiGo 14
denúncia por um estado Parte
1. Qualquer Estado Parte poderá denunciar ao Procurador uma situação em que haja 
indícios de ter ocorrido a prática de um ou vários crimes da competência do Tribunal e 
solicitar ao Procurador que a investigue, com vista a determinar se uma ou mais pessoas 
identificadas deverão ser acusadas da prática desses crimes.
2. O Estado que proceder à denúncia deverá, tanto quanto possível, especificar as 
circunstâncias relevantes do caso e anexar toda a documentação de que disponha.
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arTiGo 15
Procurador
1. O Procurador poderá, por sua própria iniciativa, abrir um inquérito com base em 
informações sobre a prática de crimes da competência do Tribunal.
2. O Procurador apreciará a seriedade da informação recebida. Para tal, poderá recolher 
informações suplementares junto aos Estados, aos órgãos da Organização das Nações 
Unidas, às Organizações Intergovernamentais ou Não Governamentais ou outras fontes 
fidedignas que considere apropriadas, bem como recolher depoimentos escritos ou orais 
na sede do Tribunal.
3. Se concluir que existe fundamento suficiente para abrir um inquérito, o Procuradorapresentará um pedido de autorização nesse sentido ao Juízo de Instrução, acompanhado 
da documentação de apoio que tiver reunido. As vítimas poderão apresentar representações 
no Juízo de Instrução, de acordo com o Regulamento Processual.
4. Se, após examinar o pedido e a documentação que o acompanha, o Juízo de Instrução 
considerar que há fundamento suficiente para abrir um Inquérito e que o caso parece caber 
na jurisdição do Tribunal, autorizará a abertura do inquérito, sem prejuízo das decisões que 
o Tribunal vier a tomar posteriormente em matéria de competência e de admissibilidade.
5. A recusa do Juízo de Instrução em autorizar a abertura do inquérito não impedirá 
o Procurador de formular ulteriormente outro pedido com base em novos fatos ou provas 
respeitantes à mesma situação.
6. Se, depois da análise preliminar a que se referem os parágrafos 1° e 2°, o Procura-
dor concluir que a informação apresentada não constitui fundamento suficiente para um 
inquérito, o Procurador informará quem a tiver apresentado de tal entendimento. Tal não 
impede que o Procurador examine, à luz de novos fatos ou provas, qualquer outra infor-
mação que lhe venha a ser comunicada sobre o mesmo caso.
arTiGo 16
adiamento do inquérito e do Procedimento Criminal
Nenhum inquérito ou procedimento crime poderá ter início ou prosseguir os seus ter-
mos, com base no presente Estatuto, por um período de doze meses a contar da data em 
que o Conselho de Segurança assim o tiver solicitado em resolução aprovada nos termos 
do disposto no Capítulo VII da Carta das Nações Unidas; o pedido poderá ser renovado 
pelo Conselho de Segurança nas mesmas condições.
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arTiGo 17
Questões relativas à admissibilidade
1. Tendo em consideração o décimo parágrafo do preâmbulo e o artigo 1°, o Tribunal 
decidirá sobre a não admissibilidade de um caso se:
a) O caso for objeto de inquérito ou de procedimento criminal por parte de um 
Estado que tenha jurisdição sobre o mesmo, salvo se este não tiver vontade de levar 
a cabo o inquérito ou o procedimento ou, não tenha capacidade para o fazer;
b) O caso tiver sido objeto de inquérito por um Estado com jurisdição sobre ele 
e tal Estado tenha decidido não dar seguimento ao procedimento criminal contra a 
pessoa em causa, a menos que esta decisão resulte do fato de esse Estado não ter 
vontade de proceder criminalmente ou da sua incapacidade real para o fazer;
c) A pessoa em causa já tiver sido julgada pela conduta a que se refere a denúncia, e 
não puder ser julgada pelo Tribunal em virtude do disposto no parágrafo 3º do artigo 20;
d) O caso não for suficientemente grave para justificar a ulterior intervenção do Tribunal.
2. A fim de determinar se há ou não vontade de agir num determinado caso, o Tribunal, 
tendo em consideração as garantias de um processo eqüitativo reconhecidas pelo direito 
internacional, verificará a existência de uma ou mais das seguintes circunstâncias:
a) O processo ter sido instaurado ou estar pendente ou a decisão ter sido proferi-
da no Estado com o propósito de subtrair a pessoa em causa à sua responsabilidade 
criminal por crimes da competência do Tribunal, nos termos do disposto no artigo 5°;
b) Ter havido demora injustificada no processamento, a qual, dadas as circuns-
tâncias, se mostra incompatível com a intenção de fazer responder a pessoa em causa 
perante a justiça;
c) O processo não ter sido ou não estar sendo conduzido de maneira independente ou 
imparcial, e ter estado ou estar sendo conduzido de uma maneira que, dadas as circuns-
tâncias, seja incompatível com a intenção de levar a pessoa em causa perante a justiça;
3. A fim de determinar se há incapacidade de agir num determinado caso, o Tribunal 
verificará se o Estado, por colapso total ou substancial da respectiva administração da justiça 
ou por indisponibilidade desta, não estará em condições de fazer comparecer o acusado, 
de reunir os meios de prova e depoimentos necessários ou não estará, por outros motivos, 
em condições de concluir o processo.
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arTiGo 18
decisões Preliminares sobre admissibilidade
1. Se uma situação for denunciada ao Tribunal nos termos do artigo 13, parágrafo a), 
e o Procurador determinar que existem fundamentos para abrir um inquérito ou der início 
a um inquérito de acordo com os artigos 13, parágrafo c) e 15, deverá notificar todos os 
Estados Partes e os Estados que, de acordo com a informação disponível, teriam jurisdição 
sobre esses crimes. O Procurador poderá proceder à notificação a título confidencial e, 
sempre que o considere necessário com vista a proteger pessoas, impedir a destruição de 
provas ou a fuga de pessoas, poderá limitar o âmbito da informação a transmitir aos Estados.
2. No prazo de um mês após a recepção da referida notificação, qualquer Estado poderá 
informar o Tribunal de que está procedendo, ou já procedeu, a um inquérito sobre nacionais 
seus ou outras pessoas sob a sua jurisdição, por atos que possam constituir crimes a que 
se refere o artigo 5° e digam respeito à informação constante na respectiva notificação. 
A pedido desse Estado, o Procurador transferirá para ele o inquérito sobre essas pessoas, 
a menos que, a pedido do Procurador, o Juízo de Instrução decida autorizar o inquérito.
3. A transferência do inquérito poderá ser reexaminada pelo Procurador seis meses 
após a data em que tiver sido decidida ou, a todo o momento, quando tenha ocorrido uma 
alteração significativa de circunstâncias, decorrente da falta de vontade ou da incapacidade 
efetiva do Estado de levar a cabo o inquérito.
4. O Estado interessado ou o Procurador poderão interpor recurso para o Juízo de 
Recursos da decisão proferida por um Juízo de Instrução, tal como previsto no artigo 82. 
Este recurso poderá seguir uma forma sumária.
5. Se o Procurador transferir o inquérito, nos termos do parágrafo 2°, poderá solicitar ao 
Estado interessado que o informe periodicamente do andamento do mesmo e de qualquer 
outro procedimento subseqüente. Os Estados Partes responderão a estes pedidos sem 
atrasos injustificados.
6. O Procurador poderá, enquanto aguardar uma decisão a proferir no Juízo de Ins-
trução, ou a todo o momento se tiver transferido o inquérito nos termos do presente 
artigo, solicitar ao tribunal de instrução, a título excepcional, que o autorize a efetuar as 
investigações que considere necessárias para preservar elementos de prova, quando exista 
uma oportunidade única de obter provas relevantes ou um risco significativo de que essas 
provas possam não estar disponíveis numa fase ulterior.
7. O Estado que tenha recorrido de uma decisão do Juízo de Instrução nos termos do 
presente artigo poderá impugnar a admissibilidade de um caso nos termos do artigo 19, 
invocando fatos novos relevantes ou uma alteração significativa de circunstâncias.
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arTiGo 19
impugnação da Jurisdição do Tribunal ou da admissibilidade do Caso
1. O Tribunal deverá certificar-se de que detém jurisdição sobre todos os casos que 
lhe sejam submetidos. O Tribunal poderá pronunciar-se de ofício sobre a admissibilidade 
do caso em conformidade com o artigo 17.
2. Poderão impugnar a admissibilidade do caso, por um dos motivos referidos no artigo 
17, ou impugnar a jurisdição do Tribunal:
a) O acusado ou a pessoa contra a qual tenha sido emitido um mandado ou ordem 
de detenção ou de comparecimento, nos termos do artigo 58;
b) Um Estado que detenha o poder de jurisdição sobre um caso, pelo fato de o 
estar investigando ou julgando, ou por já o ter feito antes; ou
c) Um Estado cuja aceitação da competência do Tribunal seja exigida, de acordo 
com o artigo 12.
3. O Procurador poderá solicitar ao Tribunal que se pronuncie sobre questões de ju-
risdição ou admissibilidade. Nas ações relativas a jurisdição ou admissibilidade, aqueles 
que tiverem denunciado um caso ao abrigo do artigo 13, bem como as

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