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19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 1/68 DESCRIÇÃO Os principais conceitos e aplicações das ligações atômicas, estruturas cristalinas de um material e de suas propriedades mecânicas, além da interpretação dos principais diagramas de fases binários: isomorfo e eutético. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 2/68 PROPÓSITO No estudo inicial dos materiais de construção mecânicos, é primordial o entendimento microscópico da matéria e suas implicações nas propriedades. No dimensionamento de um projeto, o engenheiro necessita conhecer dados do carregamento, mas também propriedades do material que utilizará, as principais estruturas cristalinas, as principais propriedades mecânicas, ensaios mecânicos, o estudo dos diagramas de fases binários e ligas metálicas. OBJETIVOS Módulo 1 Descrever estrutura e ligações atômicas Módulo 2 Identi�car as estruturas cristalinas e a geometria dos cristais Módulo 3 Reconhecer as propriedades mecânicas dos materiais Módulo 4 Identi�car os diagramas de fases INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 3/68 AVISO: orientações sobre unidades de medida. MÓDULO 1 Descrever estrutura e ligações atômicas ESTRUTURA E LIGAÇÕES ATÔMICAS javascript:void(0) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 4/68 INTRODUÇÃO A compreensão dos materiais, em termos de propriedades, está diretamente correlacionada ao estudo das ligações que ocorrem entre os átomos e a sua estrutura. Neste módulo, serão apresentadas as principais ligações atômicas e suas características, bem como a estrutura do átomo simpli�cada, por meio de alguns modelos teóricos. ESTRUTURA ATÔMICA 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 5/68 Ao longo dos séculos, principalmente com a evolução tecnológica, os modelos atômicos foram sendo aprimorados. Inicialmente, foi adotado o átomo como sendo a menor parte da matéria. Saiba mais Por isso, o seu nome, em grego, signi�ca indivisível (“a” – “não”; e “tomo” – “divisão”). Os principais modelos já consideravam as partículas fundamentais dos átomos: elétrons, prótons e nêutrons. O elétron possui carga negativa, o próton, carga positiva e o nêutron é eletricamente neutro. A magnitude das cargas dos elétrons e dos prótons é a mesma e vale 1,6 ⋅ 10−19 Em termos mássicos, próton e nêutrons apresentam a mesma massa m e o elétron, massa cerca de 1840 vezes menor, ou seja: . . . mpróton = m mnêutron = m melétron = m 1840 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 6/68 Em linhas gerais, o átomo apresenta carga total nula, isto é, o número de elétrons presentes é igual ao de prótons. A massa atômica, denominada A, é a soma das massas dos prótons e dos nêutrons (despreza-se a massa do elétron). O elemento químico, conjunto de átomos de mesma espécie, caracteriza-se pelo número de prótons, conhecido como número atômico (Z). Atenção Átomos isóbaros apresentam mesma massa atômica e átomos isótopos, o mesmo número atômico. Quando átomos apresentam o mesmo número de nêutrons, são ditos isótonos. Conforme Callister (2016), o peso atômico (ou massa atômica) de um elemento é determinado pela média ponderada das massas atômicas dos isótopos do átomo que ocorrem naturalmente. A unidade para o peso atômico é u (unidade de massa atômica), que corresponde a 1/12 da massa atômica do carbono 12. A partir das massas dos prótons e nêutrons, é possível mostrar que 1u equivale a g.1,66 ⋅ 1024 Exemplo 1 Suponha um átomo hipotético A que apresenta dois isótopos de massas atômicas 20u e 21u, cujas frequências de ocorrências são, respectivamente, 80% e 20%. Determine a massa atômica do átomo A: Clique nas barras para ver as informações. SOLUÇÃO MODELOS ATÔMICOS Em sua obra, Van Vlack (2000) a�rma que, inicialmente, os cientistas acreditavam que o átomo era a unidade básica da matéria, sendo indivisível. Com o decorrer dos estudos e do avanço tecnológico, o átomo caracterizou- se pelas partículas elementares (próton, elétron e nêutron). E com o advento da Mecânica Quântica, novas partículas foram descobertas. A seguir serão apresentados alguns modelos atômicos em que o nome está ligado ao pesquisador que o desenvolveu: Modelo de Thomson 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 7/68 Também conhecido como “pudim de passas”, esse modelo foi proposto pelo físico Joseph John Thomson (1856- 1940), ganhador do prêmio Nobel, no início do século XX. De acordo com Thomson, o átomo era uma massa de carga elétrica positiva onde �cavam imersas as cargas negativas. Figura 1 – Modelo de Thomson. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 8/68 Figura 2 – Modelo de Rutherford. Modelo de Rutherford Pela similaridade com o sistema solar, esse modelo também é conhecido como “planetário” e foi proposto pelo físico Ernest Rutherford (1871-1937), ganhador do prêmio Nobel, no início do século XX. Em linhas gerais, Rutherford propôs que o átomo apresentava um pequeno núcleo em que estão localizados os nêutrons e os prótons e, orbitando o núcleo, as cargas negativas (elétrons). A região em que os elétrons se encontram é denominada eletrosfera. Modelo de Bohr Proposto pelo cientista Niels Bohr (1885-1962), no século XX, é uma evolução do modelo de Rutherford. Em sua proposta, Bohr caracteriza cada órbita eletrônica com um nível de energia especí�ca. Dessa forma, os elétrons só poderiam pertencer a órbitas de�nidas. Quanto mais afastados do núcleo, maior a energia. É o primeiro passo 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 9/68 para modelos atuais que se baseiam na Mecânica Quântica. A �gura a seguir apresenta um croqui do modelo de Bohr para o átomo de alumínio (Al). Neste modelo, os elétrons podem mudar de camada eletrônica, com ganho ou liberação de energia. Para “saltar” a uma camada mais externa, o elétron recebe energia. Ao contrário, a energia é liberada na forma de luz. ForFigura 3 – Modelo de Bohr para o alumínio. NÚMEROS QUÂNTICOS A partir dos conceitos da Mecânica ondulatória, quatro parâmetros (números quânticos) caracterizam um elétron de um átomo: Clique nas barras para ver as informações. NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (N) NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO OU AZIMUTAL ( )l 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 10/68 NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (M) NÚMERO QUÂNTICO DE SPIN (S) Atenção Nenhum elétron de um átomo apresentará os mesmos números quânticos, pois o número quântico é a impressão digital dos elétrons. DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA Em seus estudos, Linus Pauling (1901-1994) descobriu a ordem crescente de energia dos subníveis, o que possibilitou entender o preenchimento dos elétrons ao longo das camadas eletrônicas de um átomo. A seguir, há a distribuição crescente de energia: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f 14 5d10 6p6 7s2 5f 14 6d10 7p6 Em que o número acima dos orbitais s, p, d e f representa o número de elétrons.Exemplo 2 Seja o átomo de alumínio, eletricamente neutro, cujo número atômico é 13. Escreva a distribuição eletrônica e mostre o número de elétrons em cada camada eletrônica. Clique nas barras para ver as informações. SOLUÇÃO TABELA PERIÓDICA Os elementos periódicos foram classi�cados a partir de suas distribuições eletrônica na tabela periódica, em que, da esquerda para a direita, os elementos estão apresentados em ordem crescente de número atômico (Z). As linhas horizontais são denominadas períodos e associam o número de camadas eletrônicas do átomo. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 11/68 As linhas verticais são os grupos cujos elementos apresentam propriedades químicas e físicas semelhantes. Figura 5 – Tabela periódica. Alguns detalhes podem ser observados na Figura 5. Cada elemento químico apresenta dois números localizados acima e abaixo do símbolo. O número atômico (Z) é o valor localizado acima, ou seja, o número de prótons. Já o valor localizado abaixo, é a massa atômica/peso atômico. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 12/68 Alguns grupos apresentam nomenclatura própria. Clique nas setas para ver o conteúdo. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 13/68 Ligações químicas atômicas Os materiais são formados a partir de átomos que interagem quimicamente. Essa interação (ou ligação) é função da distribuição eletrônica dos átomos envolvidos. Os gases nobres (grupo O da tabela periódica) são estáveis, pois em sua última camada já existem 8 elétrons (regra do Octeto), exceto para o hélio, com apenas dois elétrons. Os demais elementos apresentam átomos nos quais a camada de valência não está totalmente preenchida — estado excitado. A combinação dos átomos pode ocorrer de três maneiras: Recebimento de elétrons. Doação de elétrons. Compartilhamento de elétrons. Ligação iônica Essa ligação envolve átomos de metais e átomos de não metais. Como regra, os metais apresentam até 3 elétrons em sua camada de valência, e os não metálicos, no mínimo 5 elétrons. Exemplo Como exemplo, tem-se: Sódio (Na) – número atômico (Z) igual a 11 / Distribuição eletrônica . Cloro (Cl) – número atômico (Z) igual a 17 / Distribuição eletrônica . 1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Note que na última camada do sódio (metal) existe apenas um elétron, e para o cloro (ametal), são 7 elétrons. A �gura a seguir apresenta esquematicamente os átomos de Na e Cl, destacando-se apenas os elétrons da camada de valência. O grupo I A é o dos metais alcalinos (exceto o hidrogênio) e o grupo II A, dos metais alcalinos terroso Os elementos desses grupos apresentam na camada de valência 1 e 2 elétrons, respectivamente. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 14/68 Figura 6 – Átomos de sódio e cloro. Observe que cada um dos átomos pode adquirir estabilidade com perda/ganho de elétrons. No sódio, ao doar um elétron para o cloro, sua última camada passa a ser a L, com 8 elétrons (estabilidade). Forma-se um íon (átomo com carga elétrica resultante não nula) positivo denominado cátion. A explicação é que os 11 prótons do núcleo continuam no sódio, que agora possui apenas 10 elétrons. Assim, +11 – 10, o íon terá carga elétrica +1. A representação é . De maneira análoga, isso ocorre com o cloro. Recebendo um elétron, terá uma carga negativa a mais e, portanto, torna-se um íon negativo (ânion) e sua camada de valência �ca preenchida com oito elétrons (estável). Sua representação é . Na+ Cl−1 Atenção É importante ressaltar que o composto iônico tem estrutura eletricamente neutra. A partir das forças de origem elétrica entre os íons de Na e Cl, forma-se o composto iônico cloreto de sódio (NaCl). A �gura a seguir apresenta o sal formado, destacando as forças de interação entre os íons (força de Coulomb). 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 15/68 Figura 7 – Composto NaCl. Os compostos iônicos apresentam as seguintes propriedades: Apresentam ponto de fusão (P. F.) e ponto de ebulição (P. E.) elevados. São bons condutores de eletricidade (dissolvidos ou no estado líquido). São sólidos, a 25 C e 1 atm.0 Ligação covalente À diferença do que ocorre na ligação iônica, não há transferência de elétrons entre os átomos envolvidos, mas sim o compartilhamento. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 16/68 Assim, um elétron compartilhado pertence simultaneamente aos dois átomos. Como exemplo, considere o átomo de cloro, cuja distribuição eletrônica é , ou seja, na última camada apresenta 7 elétrons. O gás cloro ( ) é formado a partir da ligação covalente. Desse modo, com o compartilhamento dos elétrons, cada átomo de cloro chega à estabilidade química com 8 elétrons na camada de valência. A �gura a seguir esquematiza a ligação no Cl : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Cl2 2 Figura 8 – Ligação covalente. Outro exemplo da ligação covalente é o gás metano . A próxima �gura mostra o compartilhamento de elétrons entre o C e o H. Note que o hidrogênio só possui a camada K, logo, sua estabilidade é atingida com 2 elétrons (valor máximo de elétrons na camada K). (CH4) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 17/68 Figura 9 – Gás metano (CH ).4 Os compostos covalentes ou moleculares apresentam as seguintes propriedades: Em geral, seus pontos de fusão (P. F.) e de ebulição (P. E.) são baixos quando comparados aos compostos iônicos. São maus condutores de eletricidade. Apresentam-se nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso), a e 1 atm.250C VERIFICANDO O APRENDIZADO 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 18/68 1) Os materiais utilizados na Engenharia variam desde substâncias simples até compostos elaborados. São exemplos, a gra�te ( ), material com propriedades elétricas (bom condutor) e o aço SAE 4340, utilizado com a função estrutural. As propriedades dos materiais relacionam-se com os átomos presentes, ou seja, dependem de sua distribuição eletrônica e das ligações atômicas existentes. A respeito desses dois tópicos, são feitas as seguintes a�rmativas: I – O átomo de carbono apresenta número atômico 6, ou seja, apresenta 6 prótons. Em se tratando de um átomo eletricamente neutro, sua distribuição é dada por . II – Estruturas metálicas em ambientes marinhos apresentam oxidação potencializada. Um dos compostos presentes nessa atmosfera é o cloreto de sódio ( ), cuja ligação atômica é do tipo iônica, o que gera uma molécula não neutra. III – Muitos compostos covalentes são utilizados na Engenharia, como o vidro, que possui o dióxido de silício ( ). Nesse composto, está presente a ligação covalente, ou seja, não há transferência de elétrons entre os átomos, mas sim o compartilhamento. São corretas as a�rmativas: Responder Cn 1s2 2s2 2p2 NaCl SiO2 2) Os átomos de cobre (Cu) e prata (Ag) são excelentes condutores de eletricidade. Sendo assim, são amplamente utilizados na Engenharia como núcleos de �os para transmissão de energia elétrica. Sabendo que massa atômica do Cu é igual 63,55u, determine a quantidade de átomos de Cu presentes em um �o condutor com 1kg de cobre. Apenas a a�rmativa IA) Apenas a a�rmativa IIIB) Apenas aa�rmativa I e IIC) Apenas as a�rmativas II e IIID) Apenas as a�rmativas I e IIIE) átomos6,02 ⋅ 1023A) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 19/68 Responder MÓDULO 2 Identi�car as estruturas cristalinas e a geometria dos cristais AS ESTRUTURAS CRISTALINAS E A GEOMETRIA DOS CRISTAIS átomos9,97 ⋅ 10 24B) átomos9,47 ⋅ 1024C) átomos12,75 ⋅ 1024D) átomos38,26 ⋅ 1024E) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 20/68 INTRODUÇÃO As propriedades dos materiais relacionam-se com o seu arranjo atômico. Compostos com repetição de uma unidade a longas distâncias, são denominados cristalinos. Exemplos típicos são os metais, muitos cerâmicos e alguns polímeros. Ao contrário, quando o material não apresenta essa periodicidade atômica, é denominado amorfo ou não cristalino. Os plásticos e muitos polímeros são amorfos. Considerando um modelo atômico no qual os átomos são esferas rígidas, apresenta-se, na �gura a seguir, o arranjo cristalino do NaCl. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 21/68 Figura 10 – Estrutura cristalina do NaCl CÉLULA UNITÁRIA Para o entendimento da célula unitária (unidade de repetição nos materiais cristalinos), inicialmente, é preciso entender que, na representação, será adotado o modelo em que os átomos são esferas rígidas e que os átomos vizinhos mais próximos se tocam. De maneira simpli�cada, no centro das esferas, podem ser destacados os átomos, sem que ocorra o toque entre eles. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 22/68 Veja as duas representações da célula unitária, descritas anteriormente. Figura 11 – Célula unitária e duas representações: esferas rígidas e esferas reduzidas. As células unitárias apresentam forma de um prisma em que as faces opostas são paralelas. Na Figura 11, a célula unitária é um cubo. SISTEMAS CRISTALINOS E GEOMETRIA DOS CRISTAIS O arranjo ordenado dos cristais ocorre a partir de sete sistemas cristalinos listados a seguir: cúbico, hexagonal, tetragonal, romboédrico, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. De acordo com Callister (2016), muitas vezes, é conveniente dividir as estruturas cristalinas a partir da geometria das células unitárias, em que um sistema de eixos x, y e z é adotado e cada um deles coincide com as arestas do paralelepípedo. A Figura 12 mostra uma célula unitária e a representação dos eixos adotados (x, y e z) e dos ângulos entre cada par de eixos, além das dimensões a, b e c das arestas dos paralelepípedos. Esses são os parâmetros da rede cristalina e de�nem todos os sete sistemas cristalinos. (α, β e γ) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 23/68 Figura 12 – Célula unitária e os parâmetros da rede cristalina. Combinando os parâmetros, surgem os sete sistemas cristalinos. Exemplo Por exemplo, x, y e z são ortogonais ( ) e a, b e c iguais, o sistema cristalino é dito cúbico. Esse sistema tem variações: cúbico simples (CS), cúbico de corpo centrado (CCC) e cúbico de α = β = γ = 90o 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 24/68 faces centradas (CFC). Para o sistema hexagonal, existem as seguintes variações: hexagonal simples (HS) e hexagonal compacta (HC). A seguir, vemos os sete sistemas cristalinos e os parâmetros cristalinos. Figura 13 – Célula unitária e os parâmetros da rede cristalina. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 25/68 Alguns exemplos de materiais e seus sistemas cristalinos: CFC – Alumínio, chumbo, cobre, níquel, ouro, ferro (austenita) etc. CCC – Cromo, ferro (ferrita), molibdênio, tungstênio etc. HC – Cádmio, magnésio, titânio, zinco etc. γ α Veja, a seguir, a apresentação de dois importantes conceitos: o número de coordenação (NC) e o fator de empacotamento atômico (FEA). Clique nas informações a seguir. Número de coordenação Fator de empacotamento atômico Atenção Para a determinação do fator de empacotamento atômico, devem ser conhecidas algumas relações geométricas entre o raio do átomo (considerado constante e igual a R) e a aresta a da célula unitária. A seguir, tem-se os exemplos para o CCC e o CFC. Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC) A partir da análise da célula unitária CCC (Figura 14), é possível determinar o número de átomos presentes na célula unitária: 1 átomo central + 1/8 de átomo em cada vértice (1). Logo, 2 átomos na célula unitária. Supondo que a aresta do cubo seja a e o raio de cada átomo R, é possível escrever, a partir da geometria, que .4R = a√3 → a = 4R √3 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 26/68 Figura 14 – Célula unitária do CCC. Volume da célula unitária (cubo de aresta a) é dado por . A esfera apresenta volume . O volume dos átomos presentes (2) na célula unitária é dado por . Assim, o fator de empacotamento atômico para o CCC é: Vcélula = a3 Vesfera = 4.π.R 3 3 Vátomos = 8.π.R 3 3 FEA = V olume dos átomos dentro da célula unitária V olume da célula unitária FEA = 8.π.R 3 3 a3 = 8.π.R 3 3.a3 Como , tem-se:a = 4R √3 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 27/68 FEA = 8.π.R 3 3.( 4R √3 ) 3 = 0,68 Estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CFC) Observando a célula unitária CFC (Figura 15), conclui-se que o número de átomos presentes na célula unitária é 4 ( de átomo em cada um dos oito vértices e de átomo em cada uma das seis faces). Na face, da geometria, . 1/8 1/2 4R = a√2 → a = 4R √2 Figura 15 – Célula unitária do CFC. Assim, o fator de empacotamento atômico para o CFC é: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 28/68 FEA = 16.π.R 3 3 a3 = 16.π.R 3 3.a3 Como , tem-se:a = 4R √2 FEA = = 16.π.R 3 3.( 4R √2 ) 3 = 0,74 Atenção Esse é o FEA das estruturas cristalinas HC. Direções e planos cristalográ�cos A direção cristalográ�ca é um vetor em que as coordenadas são representadas pelos menores inteiros, tomando como base a célula unitária. As coordenadas são as projeções nos eixos da célula unitária. Na Figura 16, a direção [111] tem suas projeções nos eixos x, y e z e equivalem a uma unidade de cada aresta. Por convenção, as coordenadas devem ser sempre os menores inteiros. Dessa forma, por vezes, há a necessidade de se multiplicar/dividir por algum inteiro. Assim, a direção [244] é idêntica à direção [122]. Observe que a notação da direção cristalográ�ca são as coordenadas entre colchetes, sem separação por vírgula. Na �gura a seguir, algumas direções são mostradas para o sistema cristalino ortorrômbico. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 29/68 Figura 16 – Direções cristalográ�cas. Atenção Cabe ressaltar que as direções cristalográ�cas tomam como base as arestas da célula unitária, não sendo valores absolutos. Ainda sobre a Figura 16, note que a direção [101] encontra-se na diagonal da facedo prisma no plano xz. Há a possibilidade de as coordenadas apresentarem números negativos. Na convenção adotada para a denominação das direções cristalográ�cas, utiliza-se uma barra acima do número negativo. Por exemplo, . Observe essa direção, na Figura 17, para um sistema cristalino cúbico. [1 − 10] 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 30/68 Figura 17 – Célula unitária do CCC. Exemplo 3 Suponha o sistema cristalino mostrado na �gura e a direção em destaque na base do prisma (plano xy). Determine a direção cristalográ�ca apresentada. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 31/68 Clique nas barras para ver as informações. SOLUÇÃO Exemplo 4 Na célula unitária do sistema cristalino cúbico, determine a direção cristalográ�ca indicada pelo vetor. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 32/68 Clique nas barras para ver as informações. SOLUÇÃO Os planos cristalográ�cos são de�nidos a partir de três índices (hkl), denominados índices de Miller (exceto para o sistema cristalino hexagonal, que necessita de quatro índices). Várias propriedades dos materiais cristalinos estão associadas a planos com maior densidade atômica, por isso a importância de conhecê-los. Em linhas gerais, para se determinar os índices de Miller, é preciso observar se o plano intercepta ou não os eixos x, y e z. A partir dos valores de interseção, tomam-se os inversos. Depois, caso necessário, multiplica-se por um valor constante para reduzir os índices aos menores números inteiros. Para planos paralelos aos eixos, a distância 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 33/68 considerada é e o seu inverso, zero.∞ Figura 18 – Planos cristalográ�cos. Atenção Observe que os planos (001) não interceptam os eixos x e y. Em relação aos planos (110), o paralelismo é com o eixo z. O plano (111), por sua vez, corta os 3 eixos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1) Um material muito utilizado em estruturas mecânicas é o aço, uma liga, essencialmente, de ferro e carbono. O elemento químico ferro (Fe) apresenta algumas formas alotrópicas, dentre as quais (ferrita) e (austenita), que revelam estruturas cristalinas distintas. Sobre as estruturas cristalinas, são feitas as seguintes a�rmativas. I – As estruturas cúbicas de faces centradas (CFC) e hexagonal compacta (HC) apresentam o mesmo valor para o fator de empacotamento atômico (FEA), ou seja, 0,74; II – Número de coordenação (NC) é o número de átomos vizinhos a determinado átomo. Na estrutura cúbica de corpo centrado (CCC), o NC vale 12; III – Os parâmetros cristalinos de um sistema cristalino são os eixos adotados, os ângulos entre α, β, δ e as dimensões a, b e c do paralelepípedo. Para o sistema tetragonal, e . São corretas as a�rmativas: α γ a = b = c α = β = γ = 900 Apenas a a�rmativa IA) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 34/68 Responder 2) No estudo da estrutura cristalina dos metais, é importante o conhecimento da direção e do plano cristalográ�cos. No processo de deformação dos materiais, ocorre o deslizamento de discordâncias em dado plano. No níquel (Ni), ocorre no plano (111). Sobre o sistema cristalino cúbico, são feitas as seguintes a�rmações. I – Considerando a diagonal do cubo, a direção cristalográ�ca é [111]; II – O plano que passa por duas arestas e é paralelo ao eixo z tem índices de Miller (110); III – Na notação de Miller para planos cristalográ�cos, são sempre considerados os módulos dos índices. Portanto, qualquer plano (abc) tem a, b e c números naturais. São corretas as a�rmativas: Responder Apenas a a�rmativa IIIB) Apenas a a�rmativa I e IIC) Apenas as a�rmativas II e IIID) Apenas as a�rmativas I e IIIE) Apenas a a�rmativa IIA) Apenas a a�rmativa IIIB) Apenas a a�rmativa I e IIC) Apenas as a�rmativas II e IIID) Apenas as a�rmativas I e IIIE) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 35/68 MÓDULO 3 Reconhecer as propriedades mecânicas dos materiais AS PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 36/68 INTRODUÇÃO No dimensionamento de um projeto, o engenheiro necessita conhecer dados do carregamento, mas também propriedades do material que utilizará. Aqui, serão apresentadas as principais propriedades dos materiais afetos à Engenharia, como módulo de elasticidade, tensões de escoamento e de ruptura, ductilidade, resiliência, tenacidade, dureza, dentre outras. Para os materiais mais usuais, essas propriedades encontram-se tabeladas. Os dados foram obtidos a partir de ensaios laboratoriais sob condições normatizadas. DEFORMAÇÃO E TENSÃO Em linhas gerais, o material pode ser deformado em dois tipos de regimes distintos: O regime elástico e o regime plástico. No elástico, as deformações são temporárias, ou seja, cessadas as causas o material retorna às suas condições geométricas iniciais. No plástico, as deformações são permanentes mesmo quando as causas da deformação deixam de existir. Na Engenharia, as duas regiões são de interesse. Suponha a laje de um edifício que é deformada quando pessoas a ocupam. Contudo, quando essa carga deixa de atuar, a laje volta às condições iniciais. No processo de fabricação de uma porta de um automóvel, a estampagem, uma prensa atua numa �na chapa de aço que toma a forma desejada. Perceba que, mesmo após a ação da prensa, a porta mantém as suas deformações (forma). A tensão média é de�nida como a razão entre a força atuante (F) e a área (A). Quando a força é perpendicular à área, a tensão é denominada normal; quando é tangente à área, denomina-se tensão cisalhante (ou de cisalhamento). 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 37/68 Figura 19 – Forças normal e tangencial. Para calcular as tensões médias associadas, são utilizadas as seguintes expressões, em que refere-se à tensão média normal e à tensão média cisalhante. σm τm σm = Fnormal A e τm = Ftangencial A Atenção Em unidades do S.I., a tensão é dada em Pa (Pascal). Nos carregamentos usuais de Engenharia, os valores de tensão são da ordem de milhão. Por isso, é usual a utilização de MPa ( ).106 Pa 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 38/68 Exemplo 5 Um cabo de aço está submetido a um esforço normal de 600 N. Supondo a área da seção reta igual a , determine a tensão normal média, em MPa. 12mm2 Clique nas barras para ver as informações. SOLUÇÃO A deformação sofrida por um material sob dado carregamento também pode ser dividida em normal ou cisalhante à medida que a tensão associada seja normal ou cisalhante. A Lei de Hooke relaciona a tensão e a deformação, sejam elas normal ou cisalhante. Veja as expressões da Lei de Hooke para cada caso: e Em que: E e G: módulos de elasticidade do material : deformação normal : deformação cisalhante σ = E. ε τ = G. g ε g A �gura mostra um corpo sob a ação de um par de forças trativas, fazendo seu comprimento variar de L a . 0 L (ΔL) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOShttps://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 39/68 Figura 20: Alongamento de uma barra carregada com um par de forças trativas. A razão entre a variação do comprimento e o comprimento inicial da barra ( ) é de�nido como a deformação normal média , ou seja: (ΔL) L0 εmédia εmédia = ΔL L0 Atenção A deformação normal média é uma grandeza adimensional, ou seja, sem unidades. Pode ser apresentada na forma percentual. Por exemplo, . Deformações normais positivas indicam que houve um aumento nas dimensões do corpo, e valores negativos, uma contração. εmédia = 0,002 = 0,2% Na deformação cisalhante a variação é angular, portanto, altera a forma dos corpos. A �gura a seguir representa a ação de um par de forças cisalhantes sob um cubo, tal que suas arestas passem a formar um ângulo, em radianos, igual a . (que formavam 900 = π2 rad) θ 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 40/68 Figura 21: Volume in�nitesimal deformado pela ação de tensões cisalhantes. A deformação média de cisalhamento é calculada a partir da expressão . Note que, para valores de , a deformação cisalhante será negativa. Ao contrário, para valores de rad, a deformação cisalhante será positiva. g = π2 − q θ > π2 rad θ < π 2 ENSAIO DE TRAÇÃO O ensaio de tração, um dos ensaios mecânicos mais comuns, é realizado em corpo de prova (CP) em uma máquina que aplica uma força no sentido de alongar o CP, ou seja, traciona-o. Como output para o ensaio, tem-se uma curva que relaciona a tensão normal versus a deformação normal. A partir dessa saída do ensaio, várias propriedades podem ser determinadas, como módulo de elasticidade de Young, tensão de escoamento, tenacidade etc. Atenção A norma utilizada para a realização do ensaio de tração determina várias condições para o ensaio, como os parâmetros geométricos do corpo de prova, a velocidade do ensaio, a temperatura etc. A seguir, tem-se o croqui de um CP típico. Note o comprimento útil ( ) do CP e as extremidades com ranhuras para garantir a adesão às garras da máquina do ensaio de tração. L0 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 41/68 Figura 22: Corpo de prova (CP) do ensaio de tração. De maneira simpli�cada, a máquina de ensaio de tração apresenta dois travessões horizontais, sendo um móvel. A célula de carga possui duas garras para prender o CP e um computador para aquisição dos dados de saída. Além disso, um pequeno extensômetro é preso no corpo de provas a �m de determinar a variação do seu comprimento ao longo da realização do ensaio. Veja um desenho esquemático de uma máquina de ensaio de tração: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 42/68 Figura 23 – Máquina de ensaio de tração. Atenção Via de regra, o ensaio de tração é destrutivo, levando o CP à fratura. A �gura a seguir apresenta uma curva típica do ensaio e o aspecto do CP ao longo do ensaio: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 43/68 Figura 24 – Curva tensão versus deformação. Ao se iniciar o ensaio de tração, o CP tem seu comprimento alongado, mas ainda no regime elástico, ou seja, havendo o descarregamento, o CP volta à sua geometria inicial. Continuando o ensaio, entra-se na fase plástica, na qual as deformações são permanentes. Assim, interrompendo o ensaio, o material recupera a deformação elástica, mas a deformação permanente (plástica) é mantida. No diagrama tensão versus deformação, essa mudança de regime é percebida no comportamento da curva de uma região linear para uma não linear. A partir da “quantidade” de deformação plástica sofrida pelo material antes da ruptura, esses são classi�cados em frágeis ou dúcteis. Por exemplo, o ferro fundido cinzento é frágil quando comparado às ligas de alumínio. A �gura a seguir mostra duas curvas esquemáticas para materiais tipicamente dúcteis e para materiais frágeis. Note que a região plástica no primeiro caso é bem maior do que no segundo. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 44/68 Figura 25 – Curva tensão versus deformação típicas de materiais dúcteis e frágeis. As curvas mostradas na �gura anterior são didáticas. Em muitos metais, a transição entre as regiões elástica e plástica são bem de�nidas. No grá�co, há uma pequena queda no valor da tensão, seguida de um “serrilhamento”. É o efeito do limite de escoamento (passagem do regime elástico para o plástico). Veja na �gura a seguir: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 45/68 Figura 26 – Curva tensão versus deformação. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 46/68 Na �gura, existem dois pontos a destacar: o limite superior de escoamento e o limite inferior do escoamento. No limite de escoamento superior, começam a ocorrer as deformações plásticas; já no limite de escoamento inferior, onde está apresentado o “serrilhamento”, o valor médio é utilizado como a tensão de escoamento do material. Ao longo do ensaio de tração, é possível perceber a variação dimensional do CP (Figura 24). A deformação plástica sofrida pelo CP ensaiado faz com que ocorra o endurecimento, isto é, o encruamento. Logo após, a seção reta do CP vai sofrendo uma redução em sua área, o chamado “empescoçamento” ou estricção. No decorrer do teste, em virtude da deformação plástica e dos mecanismos microscópicos associados, ocorre o encruamento (endurecimento por deformação) do CP e a tensão vai aumentando até atingir o ponto máximo (tensão máxima ou última). A partir desse ponto, é possível visualizar no CP o “empescoçamento” (estricção), que é a diminuição acentuada da seção reta. Nesse posto, o grá�co apresenta uma queda até a ruptura do CP. Atenção Observe a Figura 24, em que a descrição anterior é apresentada no grá�co tensão versus deformação. PROPRIEDADES MECÂNICAS A partir do grá�co tensão versus deformação, algumas propriedades podem ser determinadas diretamente, e outras propriedades são avaliadas a partir de ensaios especí�cos. Seguem as principais propriedades mecânicas dos materiais: Ductilidade A deformação plástica está associada às deformações permanentes (ou não recuperáveis). A nível microscópio, os átomos são afastados de suas posições de equilíbrio, por ação de carregamento externo, e não retornam mais as mesmas posições, mesmo retirando-se o carregamento. Matematicamente, é a medida do grau de deformação de um material até sua ruptura. A expressão matemática a seguir auxilia na estimativa da ductilidade. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 47/68 ΔL L0 = Lf−Lo L0 . 100% Resiliência Tal propriedade está relacionada ao regime elástico. É a capacidade de um corpo absorver energia durante a deformação elástica, ou seja, desde deformação zero até o limite de escoamento (transição entre as fases elástica e plástica). Módulo de tenacidade Quando um material está sob dado carregamento e sofre deformações até a ruptura, a energia absorvida nos regimes elástico e plástico é a tenacidade. A �gura a seguir mostra o grá�co tensão versus deformações para um material submetido ao ensaio de tração. No primeiro, a área sob à curva (apenas no regime elástico) representa a resiliência,enquanto no segundo (regiões elástica e plástica), à tenacidade. Figura 27 – Curva tensão versus deformação. Resiliência e tenacidade. Módulo de Elasticidade (Young) A Lei de Hooke a�rma que as grandezas tensão e deformação são diretamente proporcionais, sendo a constante de proporcionalidade o módulo de elasticidade (E). Matematicamente, tem-se que . No diagrama tensão versus deformação, é possível determinar o valor de E. A primeira parte do grá�co é linear, assim, o coe�ciente angular da reta equivale a E, ou seja: σ = E. ε 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 48/68 E = σ ε Observe a �gura a seguir: Figura 28 - Cálculo do módulo de elasticidade. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 49/68 Limite de resistência à tração (LRT) É a tensão máxima na curva tensão versus deformação. Observe na Figura 24 o ponto M associado ao LRT. Atenção Como já foi apresentado, o ensaio de tração pode ser interrompido antes da fratura do CP. Duas possibilidades foram abordadas: interrupção na fase elástica e interrupção na fase plástica. Na fase elástica, no descarregamento, toda a deformação é recuperável. Já na região plástica, apenas a parte da deformação correspondente à deformação elástica é recuperada. Observe as duas �guras seguintes: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 50/68 Figura 29 - Descarregamento do ensaio de tração na fase plástica. É possível perceber o carregamento passando por toda a região elástica e, parcialmente, na região plástica, quando ocorre o descarregamento. No grá�co, a representação do descarregamento encontra-se na linha tracejada, paralela à região elástica. No eixo das deformações, têm-se a deformação recuperada (elástica) e a remanescente (plástica). 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 51/68 Atenção A Figura 26 mostra uma curva tensão versus deformação, em que a transição entre as regiões elástica e plástica é bem de�nida (“serrilhamento”). Por vezes, o material apresenta essa transição bem tênue, o que di�culta para delimitar as duas regiões. Para essas situações, utiliza-se um limite convencional para a deformação (0,002 ou 0,2 %). A partir desse ponto, traça-se uma paralela à reta do regime elástico, e a interseção com a curva indicará a tensão de escoamento. A próxima �gura tem a situação descrita: Figura 30 – Deformação convencional para determinação da tensão de escoamento. Dureza A escala de Mohs é a primeira comparação entre durezas de alguns minerais, ou seja, a resistência ao risco na superfície. É uma escala que varia de 1 a 10, sendo o talco o material com menor dureza (1), e o diamante com valor máximo (10). Atualmente, a dureza é uma propriedade que avalia a resistência do material à deformação plástica localizada. O ensaio de dureza é feito a partir de um penetrador que, sob carregamento normatizado, deixa uma impressão na superfície do material. Essa impressão é convertida para um número que corresponde à dureza. Existem vários ensaios diferentes para a determinação da dureza de um material: Rockwell 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 52/68 Brinell Vickers (microdureza) Knoop (microdureza) Resistência à fadiga A fadiga é um fenômeno que ocorre para carregamentos dinâmicos cíclicos, e o material sofre fratura abaixo dos valores de tensões obtidos pelo ensaio de tração (ensaio estático). Exemplo Um exemplo típico de ocorrência de fadiga é a asa de um avião, que, submetida a ciclos durante o voo, pode aumentar o tamanho de um defeito (trinca) e, catastro�camente, falhar. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1) Muitos materiais na Engenharia devem apresentar requisitos diversos quando em uso. Dessa forma, algumas propriedades mecânicas são primordiais para o dimensionamento de uma estrutura. Na Engenharia Mecânica, uma engrenagem é um exemplo típico, na qual algumas propriedades mecânicas devem ser satisfeitas utilizando um único material, ainda que apenas uma das propriedades seja maximizada. Veja o exemplo de um conjunto de engrenagens na �gura a seguir: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 53/68 A respeito de uma engrenagem em funcionamento num sistema mecânico, são feitas as seguintes a�rmativas: I – Os dentes da engrenagem devem apresentar elevada ductilidade para que a grande deformação plástica garanta a integridade deles, enquanto a região central da engrenagem deve ter alta dureza; II – Os dentes da engrenagem devem apresentar elevada dureza a �m de evitar o desgaste, enquanto a região central (núcleo) deve apresentar elevada tenacidade para que possa se deformar sem fraturar; III – Como as propriedades dureza e tenacidade são inversamente proporcionais, um mesmo material não apresentará as duas maximizadas. A �m de se contornar essa situação, os dentes da engrenagem são endurecidos super�cialmente (cementação, por exemplo). São corretas as a�rmativas: Apenas a a�rmativa IIA) Apenas a a�rmativa IIIB) Apenas a a�rmativa I e IIC) Apenas as a�rmativas II e IIID) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 54/68 Responder 2) Um projeto está sendo executado para trabalhar sob condições severas: altas temperaturas e cargas cíclicas dinâmicas. Em consequência, a empresa teve que desenvolver um material para que essas duas condições fossem satisfeitas, prolongando a vida útil de algumas peças. Nesta situação, não existem valores tabelados das propriedades mecânicas. O engenheiro responsável pediu ao seu estagiário que confeccionasse um corpo de provas (CP) de acordo com as normas do ensaio de tração. Realizado o ensaio, a curva tensão versus deformação foi plotada no computador. Uma das propriedades desejadas é o módulo de elasticidade de Young. Com o intuito de determiná-lo, o estagiário: Responder MÓDULO 4 Apenas as a�rmativas I e IIIE) Determinou a área sob a curva, na região elástica.A) Determinou a área sob a curva em toda a região, até a fratura.B) Na região linear do grá�co, o estagiário determinou o coe�ciente angular da reta.C) Na região de transição entre os regimes elástico e plástico (“serrilhamento”), tomou o valor da tensão associada. D) Uniu a origem do grá�co ao ponto �nal (de ruptura) e determinou a tangente do ângulo que a reta faz com o eixo horizontal. E) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 55/68 Identi�car os diagramas de fases OS DIAGRAMAS DE FASES INTRODUÇÃO 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 56/68 Neste módulo, serão analisados os diagramas de fases binários. Em linhas gerais, é um grá�co confeccionado a uma pressão constante (1atm) e que relaciona composição percentual dos elementos com a temperatura. Do diagrama de fases, é possível saber que fases estão presentes a dada temperatura, os percentuais e a composição dessas fases. Exemplo Por exemplo, num diagrama de cobre–níquel a uma temperatura hipotética T, é possível saber que estão presentes as fases líquida e sólida, assim como os seus valores percentuais. DIAGRAMAS DE FASES BINÁRIOS Sistemas isomorfos Um sistema formado porA e B é denominado isomorfo quando há completa solubilidade dos dois componentes nos estados líquido e sólido. O sistema níquel-cobre é um exemplo. A �gura a seguir mostra o diagrama de fases para o Cu-Ni. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 57/68 Figura 31 – Diagrama de fases Cu-Ni. Alguns aspectos relevantes dos diagramas de fases Cu-Ni devem ser destacados: O eixo horizontal apresenta o percentual em peso do níquel, na liga (Cu-Ni). Como a liga é binária, é possível determinar o percentual em peso do cobre. Para 40% de níquel, o cobre terá 60% (100 – 40). O eixo vertical mostra a temperatura da liga. Existem as linhas solidus e liquidus, que se encontram para composições de Cu (100%) e Ni (100%), ou seja, puros. Portanto, a temperatura de fusão do cobre puro é 1085 e do níquel puro, 1453 . ℃ ℃ 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 58/68 Fora dos extremos das composições, fazendo um aquecimento/resfriamento lento, ocorrerá a fusão/solidi�cação entre as linhas solidus e liquidus. O ponto A do diagrama encontra-se a 1100 C e a composição da solução sólida é 60% p Ni – 40% p Cu. Como o ponto A está abaixo da linha solidus, a única fase presente é a. Aquecendo lentamente a liga, a fusão inicia em torno de 1300 e termina em torno de 1350 , ou seja, nas interseções da vertical com as linhas solidus e liquidus. O ponto B (a temperatura de 1250 ), com cerca de 35% p de Ni – 65% p de Cu, encontra-se entre as linhas solidus e liquidus, portanto, existem as fases líquida e . Assim, abaixo da linha solidus, existe o estado sólido na fase ; acima da linha liquidus, o estado líquido, e entre as duas linhas, uma mistura de sólido (fase ) e líquido. 0 ℃ ℃ ℃ α α α Sistemas eutéticos Os diagramas binários denominados eutéticos apresentam aspectos semelhantes aos já apresentados para os diagramas isomorfos, porém alguns detalhes devem ser ressaltados. A próxima �gura mostra um diagrama de fases da liga chumbo-estanho (Pb-Sn). Observe que existem três regiões com apenas uma fase: as regiões sólidas e , e a região líquida. Na região , a solução sólida é rica em chumbo, enquanto na região , rica em estanho. α β α β Figura 32 – Diagrama de fases Pb-Sn. A liga com valores aproximados de 62% p de Sn e 38% p de Pb é utilizada como elemento de solda. A partir do diagrama de fases mostrado na �gura anterior, é fácil perceber que, com essa composição, a temperatura de fusão é a menor, sendo, portanto, adequada para a solda, pois com pouca energia é possível alcançar o estado 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 59/68 líquido. Soluções sólidas de Pb-Sn, fora dessa composição, só alcançarão inteiramente o estado líquido a temperaturas maiores. As linhas solidus e liquidus também estão presentes no diagrama de fases de sistemas eutéticos (indicações na Figura 30). Note a linha solvus entre os estados sólidos da fase ( ) e fases e ). Perceba que, à medida que a temperatura diminui (ao logo da linha tracejada), e cortando a linha solvus, a fase b precipita-se na fase . O ponto em destaque no diagrama, com composição de 61,9% p de estanho (Sn), é o ponto invariante. A composição da liga é dita eutética. Nessa composição, a transformação dos estados líquido para o sólido (e vice-versa) é denominada reação eutética. α α β α Líquidona composição eutética ⇄ α + β Atenção Na reação eutética, a fase apresenta 19,2% p de Sn e a fase apresenta 97,5% p de Sn. α β Regra da alavanca A partir do diagrama de fases, em um ponto arbitrário P em que coexistem duas fases e , é possível saber a fração de cada fase utilizando a regra da alavanca. Seguindo alguns passos, a regra é aplicada sem qualquer di�culdade. A seguir tem-se parte de um diagrama de fases isomorfo de Ni-Cu. A partir dele, serão apresentadas as etapas para a utilização da regra da alavanca. α β 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 60/68 Figura 33 – Diagrama de fases parcial de Ni-Cu. A partir do diagrama Ni-Cu, escolhendo-se o ponto B de composição global da liga ( ), é possível inferir que coexistem líquido e fase . A linha horizontal que passa pelo ponto B é denominada linha de amarração. O encontro da linha de amarração com a linha liquidus indica a composição da fase líquida ( ); e o encontro com a linha solidus, a composição da fase ( ). C∝ α CL α Cα A partir do diagrama, esses valores são, aproximadamente: C0 – 35%p Ni − 65%p Cu CL – 31,5%p Ni − 68,5%p Cu Ca – 42,5%p Ni − 57,5%p Cu Novamente, o diagrama de fases apresentado na Figura 32 será utilizado para o entendimento da regra da alavanca. Assim, para determinar a fração (ou o percentual) de cada fase (líquida e ) em dado ponto, basta utilizar as seguintes relações: α 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 61/68 WL = S R+S = Cα−C0 Cα−CL e Wa = R R+S = C0−CL Cα−CL Em que R e S estão representados no diagrama de fases. É fácil concluir que , pois . WL + Wa = 1 = 100% S R+S + R R+S = R+S R+S = 1 = 100% Para os ados citados anteriormente, é possível determinar a fração de líquido e de na liga com a composição à temperatura de 1250 (aproximadamente). Substituindo-se os valores, tem-se: α Co ℃ WL = 42,5−35 42,5−31,5 = 7,5 11 = 0,682 = 68,2 % Wa = 35−31,5 42,5−31,5 = 3,5 11 = 0,318 = 31,8 % Uma vez determinada a fração de uma das fases presentes, por exemplo , a outra pode ser determinada pela diferença . Os valores determinados signi�cam que a liga com a composição à temperatura de 1250 , apresenta 68,2% em peso da fase líquida, e 31,8% em peso da fase . WL 1 – WL Co ℃ α Microestrutura em ligas isomorfas O estudo dos microconstituintes em um liga binária isomorfa pode ser realizado por meio do digrama de fases, considerando a solidi�cação de uma liga com composição de�nida. Durante o processo de resfriamento, a temperatura é lentamente diminuída. Em linhas gerais, uma vertical é traçada no diagrama de fases na composição da liga e, a partir da temperatura de interesse, caminha-se sobre a linha, passando pelas várias regiões do diagrama de fases. Assim, pode-se determinar os percentuais dos metais da liga binária em cada fase. A próxima �gura detalha o que foi descrito anteriormente, mostrando o percentual em peso dos metais presentes nas fases, a partir de um diagrama de fases isomorfo parcialmente representado. 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 62/68 Figura 34 – Diagrama de fases parcial de Ni-Cu. A partir de agora, será feita uma análise para um liga Ni-Cu com 35% p Ni-65% p Cu. Atenção Perceba a linha vertical tracejada, a partir da composição da liga de estudo, atingindo a temperatura de 1300 (no diagrama de fases, letra a). Fazendo o resfriamento gradualmente, chega-se ao ponto b, ℃ 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 63/68 localizado na linha liquidus. Note que a liga está totalmente líquida e inicia a nucleação da fase , com 46% p de Ni (observe a linha de amarração tocando a linha solidus). O líquido continua com 35% p de Ni. De maneira similar, ao se resfriar a liga, atingindo o ponto c, a fase líquida apresenta 32% p de Ni e a fase , 43% p de Ni (observe, novamente a linha de amarração que passa pelo ponto c, tocando a linhasolidus). Por �m, no ponto e, a única fase existente é a com a composição global da liga (35% p Ni-65% p Cu). α α α VERIFICANDO O APRENDIZADO 1) Os diagramas binários têm a composição e a temperatura variando enquanto a pressão é constante. Por meio do diagrama, é possível conhecer que fases estarão presentes em dada temperatura e composição. Além disso, o diagrama informa, nas transformações de fases, os microconstituintes que estarão presentes. A seguir, tem-se um diagrama binário de uma liga de cobre e prata: 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 64/68 A respeito do diagrama de fases apresentado, são feitas as seguintes a�rmativas: I – O diagrama de fases mostrado na questão é binário eutético, sendo a composição eutética igual a 71,9% p de Ag e 28,1% p de Cu, e a temperatura eutética de 779 ; II – A partir da observação do diagrama de fases da questão, considerando a temperatura de 779 , a solubilidade máxima do cobre na fase β está representada no diagrama pelo ponto B e ocorre para 8,0% p de Cu; III – Considerando uma solução sólida de prata e cobre na temperatura a 200 com composição 20% p de Ag e 80% p de Cu, quando a temperatura é elevada lentamente até 900 , estarão presentes líquido e a fase α. São corretas as a�rmativas: ℃ ℃ ℃ ℃ Apenas a a�rmativa IIA) Apenas a a�rmativa IIIB) Apenas a a�rmativa I e IIC) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 65/68 Responder 2) Seja o diagrama de fase de ligas binárias isomorfas (Ni-Cu) apresentado na �gura a seguir: Suponha que uma liga metálica de 40% p Ni e 60% p de Cu tenha sido gradualmente levada à temperatura de 1250 . Observe o ponto em destaque no diagrama de fases. Os valores de valem, respectivamente, 32% p e 43% p. ℃ CL e Ca Apenas as a�rmativas II e IIID) Apenas as a�rmativas I e IIIE) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 66/68 A respeito das fases presentes nas condições apresentadas para a liga metálica binária, são feitas as seguintes a�rmativas: I – Na temperatura considerada (1250 ), a liga apresenta a composição 40% p Ni e 60% p de Cu, e as fases presentes são a líquida e a sólida α; II – Na temperatura considerada (1250 ), a fase líquida apresenta 32% p Ni – 68% p Cu e a fase sólida α 43% p Ni – 57% p Cu; III – A partir da regra da alavanca, tomando-se a linha de amarração traçada no diagrama de fases, é possível concluir que a fase líquida apresenta 72,7 %; São corretas as a�rmativas: Responder ℃ ℃ CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Apenas a a�rmativa IIA) Apenas a a�rmativa IIIB) Apenas as a�rmativas I e IIC) Apenas as a�rmativas II e IIID) Apenas as a�rmativas I e IIIE) 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 67/68 Neste conteúdo, vimos uma introdução ao estudo dos materiais utilizados na Engenharia Mecânica. Inicialmente, �zemos uma abordagem atômica dos materiais, mostrando alguns modelos atômicos e as principais ligações químicas. Apresentamos a tabela periódica, assim como os aspectos da distribuição eletrônica dos átomos/íons. Em seguida, de�nimos materiais cristalinos e amorfos e abordamos uma visão geral da estrutura cristalina dos materiais, determinando as direções e os planos cristalográ�cos, além do fator de empacotamento atômico (FEA). O ensaio de tração foi apresentado em conjunto com o grá�co tensão versus deformação. A partir do diagrama, abordamos algumas propriedades, tais como limite de escoamento, resiliência, tenacidade etc. Por último, os dois principais diagramas de fases de ligas binárias foram estudados: o isomorfo e o eutético. As linhas solidus, liquidus e solvus foram apresentadas com as suas interpretações, e a regra da alavanca foi utilizada para a determinação das frações das fases presentes em uma liga binária. PODCAST Agora, a(o) especialista Julio Cesar José Rodrigues Junior encerra o tema falando sobre os principais tópicos abordados. 0:00 7:02 REFERÊNCIAS BEER, F. P.; JOHNSTON JR. E. R. Resistência dos materiais. 3 ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1995. CALLISTER, W. D.; RETHWISCH, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016 HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7 ed. São Paulo: Pearson, 2010. VAN VLACK, L. H Princípios de ciência dos materiais. 13 ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2000. EXPLORE+ Explore um pouco mais sobre o impacto do estudo de diagrama de fases na ciência, lendo o artigo: Caracterização da fusão peritética do cloreto de sódio di-hidratado por curvas de aquecimento, de Edward de Souza e outros. https://stecine.azureedge.net/repositorio/02551/index.html 19/06/2023, 21:51 INTRODUÇÃO AOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICOS https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7552443/temas/1/conteudos/1 68/68 CONTEUDISTA Julio Cesar José Rodrigues Junior Ao clicar nesse botão, uma nova aba se abrirá com o material preparado para impressão. Nel do seu navegador e clique em imprimir ou se preferir, utilize o atalho Ctrl + P. Nessa nova jane destino, direcione o arquivo para sua impressora ou escolha a opção: Salvar como PDF.
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