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Prévia do material em texto

1º Edição setembro 2021
©Amy Brent
PROCURANDO CINDERELLA
Título original: Claiming Cinderella
©2021 ROMANCE GROUP EDITORIAL
Traductora: Antonia Maria Rovayo
©Editora: Teresa Cabañas
 
Todos os direitos reservados. Abaixo as sanções estabelecidas nas
leis, fica rigorosamente proibida, sem autorização escrita do
copyright, a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer
método ou procedimento, bem como seu aluguer ou empréstimo
público.
Obrigado por comprar este ebook
 
 
Índice
 
 
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Epílogo
Cena de alto conteúdo sexual de Procurando Cinderella
Capítulo 1
Ela
 
 
Se tinha uma coisa do meu trabalho que odiava mais que nada, era
que tinha que discutir constantemente. Naquele dia foi o cocinero da
família Blue, Jon Staff, quem resistiu-se. Não pode culpar-me.
—São conscientes de que não são as únicas pessoas nesta
casa? Não posso mudar toda a rotação semanal de cafés da manhã
sem perguntar a sua mãe e ela se negou mil vezes. —Sacudiu a
espátula em minha direção, mas sou ira dirigida a minhas clientes,
Ache e Sadie Blue.
Também eram conhecidas como as gémeas Blue, filhas da
famosa estrela de rock , Scott Blue. Levavam três semanas atuando
num famoso reality sobre suas vidas; as três semanas mais duras
de minha vida.
O trabalho em si não era duro, mas não resultava num
caminho de rosas, já que as duas irmãs eram as maiores mascotes
malcriadas que tinha conhecido.
— Passarei a nota, mas vão enviar-me de volta — sugeriu o
homem. — E se perguntou-lhe a Nola? Seguramente não custa
muito mudar o menu do café da manhã.
— Não vais conseguir nada, será uma viagem absurda. Nola
nunca permitirá tais mudanças e, devido a suas alergias à comida,
tenho que manter as coisas como ela quer. — Não podia o
assegurar, mas tinha o pressentimento de que as gêmeas estavam
envolvidas com este assunto.
Sem dizer mais, dei-me a volta e dirigi-me às escadas.
 
 
 
Tive que revisar seus horários semanais e me assegurar de
que tudo estava coordenado e, por sorte, sua reality show tinha feito
uma pausa. Os escritores estavam ocupados escrevendo os guiões
para que parecesse que suas vidas faziam sentido , bem como
contrarrestar a má imprensa na que as garotas tinham caído
recentemente.
A, a maior das duas, chamou a atenção quando seu ex noivo
publicou os nus que lhe tinha enviado. Sem esquecer os rumores
sobre uma fita de conteúdo sexual, que tinha sido confiscada e na
que as duas irmãs se viam em atitude pouco fraternal, ainda que
ainda não tinha aparecido nada.
Sadie, a mais jovem por três minutos, era a mais calada, mas
isso não a fazia mais tratável, sina que a convertia em uma
verdadeira psicopata. Era uma bomba de relojería a ponto de
explodir. Sua natureza saiu a flutuar em todo seu esplendor fazia
três meses, quando destroçou seu carro e golpeou a um paparazzi.
Subi as escadas de caminho à habitação de Nola Blue, na
mansão onde vivia desde que aceitei o trabalho, a pedido sua,
quando minha mãe morreu de cancro de mama.
Ambas eram muito amigas e, quando ocorreu o fatal
desvincule, ela se ocupou de tudo, já que minha mãe tinha sido uma
famosa desenhadora de jóias, mas não pôde me deixar nada.
Grande parte de sua fortuna, inclusive nossa pequena casa de
praia, foi confiscada. Nola não só me ajudava, me deixando ser a
assistente pessoal dos gémeos, mas sim que também se ocupava
de todas minhas dívidas.
Quando cheguei ao rellano superior, girei à direita e entrei na
zona de uso reservado da propriedade. Sadie estava no sofá e fez-
me um gesto para que me fosse dantes de que dissesse uma
palavra. Dirigi-me ao dormitório como tantas outras vezes, mas
nesta ocasião Ache não estava sozinha.
Estava agachada ao lado da cama, com as pernas abertas, o
cu inclinado para acima e sendo penetrada por um tipo que não
tinha visto em minha vida.
Fiquei gelada e quando me dei a volta para sair, Sadie me
bloqueou o passo e sorriu ao casal que estava por trás de mim.
Sua irmã jade aba e gemia. Ao que parece desfruta do melhor
orgasmo de sua vida e Sadie fecha os olhos sem apartar-se.
— Não me digas que te molesta um pouco de sexo. Já que
tens vindo até aqui, dize-nos o que queres.
Girei-me um pouco para o casal que seguia ocupada para que
soubessem que não me intimidavam. Achei que não prestava muita
atenção, mas o tipo riu.
— Ouve, loira, queres um pouco disto? — Ir-me-ei e vi que se
acariciava a polla reluzente, recém saída de l sexo de Ache.
Olhou-me de cima para baixo e atirou-se ao solo de joelhos
enquanto ria-se.
— És bem-vinda a prová-la. Seguro que tens lido por aí que
não nos importamos compartilhar. — Ache se levou a dura longitude
do homem aos lábios e introduziu-a profundamente, até que suas
pelotas pressionaram contra sua barbilla.
— É incrível, verdade? — Sadie simulou um sorriso ao ver
minha cara de assombro e cruzou os braços.
— Desde depois — repus com dignidade e decidi centrar no
assunto que me tinha levado até ali. — Eu falo com o cocinero e diz
que a petição tem sido negada. Também tem feito referência às
alergias de t ou mãe, recordando-me que o menu tem que ser
aprovado por ela. 
Sadie riu-se e dirigiu-se à sua irmã que ainda estava com a
garganta ocupada por ela. Joguei um vistazo rápido, mas olhei para
outro lado.
— Estás segura de que não queres provar? — inquiriu Ache de
forma catarina desde os joelhos do tipo.
Olhei para ali só para lhes dizer que não me incomodavam,
mas minhas bochechas se enrijeceram quando lhe disparou seu
ónus nas tetas. Deslizou um dedo pelas pelotas e o chupo, depois
levantou-se, usou as sábanas de seda para limpar o resto de semen
e deixou-a cair ao solo.
— Estarei a esperar na ducha — advertiu o homem, agarrando
sua bata após besarla. Depois olhou-me. — És bem-vinda a unir-te
a nós, loira. Em realidade, digo-vo-lo às duas.
Em torno do banho e abriu a água, deixando a porta aberta
para que os três pudessemos ver.
Parecia um pouco maior que ela, mas não muito maior que eu,
quiçá vinte e cinco ou vinte e seis anos. Era incrivelmente guapo, de
cabelo castanho e olhos ardentes. Tinha um bonito bronzeado, sem
esquecer seu impressionante tamanho que Ache tomou como um a
profissional.
Não é que não tivesse visto nunca a um homem nu, ainda que
a meus vinte e três anos mal tivesse experiência, mas não gostava
das garotas que desfrutavam com aqueles jogos perversos. Não
entendia por que não podiam ser normais, ainda que supunha que
nunca o tinham sido.
Girei-me para Sadie.
— Ainda temos que repassar tua agenda. Sei que não tens
muito oco, mas ainda está pendente a sessão de promoção e uma
aparecimento como convidada.
Ache acercou-se por detrás, o cheiro a sexo rodeaba-a.
— Relaxa-te, nosso agente irá recordá-lo-á.
Referia-se à sua mãe que tinha assumido esse trabalho desde
que tinha idade para dizer Hollywood.
— Não, não fá-lo-á. — Deixei escapar um suspiro, enquanto
riam-se. — Ela me contratou para que eu me ocupasse.
— É isso o que pensas? — se burlam as duas ao mesmo
tempo, ainda que Halle continue falando. — Isso é o que ela quer
que penses. Só erês sua obra de caridade, por isso faz que te sintas
importante desde que morreu tua mãe.
Suas duras palavras me sobressaltaram, mas apertei a
mandíbula e levantei a barbilla, decidida a que não me afetasse.
— Não seria mais fácil me deixar fazer meu trabalho?
As duas trocaram uma mirada e riram-se.
— Onde estaria a diversão? — inquiriu Ache, antes de afastar-
se para reunir-se com seu homem na ducha.
Sadie apartou-se do caminho para que eu pudesse escapar e
abandonei o dormitório com rapidez. Não fazia sentido queixaram
Nola do que tinha ocorrido; se posicionaria de parte de sua filha em
qualquer assunto que expusesse.
Enquantobaixava as escadas até o segundo andar, o som da
música enchia o ar, ainda que não fosse uma canção familiar.
Cheguei à porta entreaberta em e assomei à sala de música onde
Scott Blue, uma lenda do rock, tocava a guitarra. Era muito guapo
para ser um homem de média idade e, quando estava com ele,
sentia que entre nós tinha uma relação quase familiar. Não só o
conhecia desde que sua esposa e minha mãe eram boas amigas,
sina que quando me olhava, algo em sua alma reconhecia a minha.
Era como uma espécie de espírito afín; talvez era porque tinha
crescido escutando sua música, sua voz e as letras poéticas que o
mundo conhecia e admirava.
Mantinha a cabeça baja, à altura dos ombros, o cabelo castaño
recolhido numa bicha de cavalo da mesma cor que o das gémeas,
enquanto rasgueaba sua guitarra.
Decidi não molestá-lo e quando me ia, me encontrei com sua
mãe no corredor.
— Não importa o quão rápido isso aconteça, eu sempre adoro
tocar guitarra. — Mamãe Blue, ou Millie, como a chamava desde
sempre, escutava seu filho com l a mirada fixa.
— A mim também me encanta sua música. Suponho que é
algo que temos em comum.
Riu-se.
— Tenho isso em comum com milhões de pessoas, mas
ninguém ouve as imperfeições, as notas ásperas ou quando afina
sua guitarra. Esses momentos são especiais para mim. Não importa
o famoso que seja, não importa que seja um ídolo, é meu menino.
— Suspirou e girou a cabeça para olhar aos olhos. — Que te
preocupa? Não gostas de estar aqui?
— Não sou uma convidada, sou uma assalariada e não o
tomes a mal, faz favor, mas neste momento meu trabalho é um
pouco… desagradável.
Contei-lhe o que tive que ver de suas netas e ela riu muito.
— Entre tu e eu, não permitas que essas pequenas zorras te
afetem — sussurrou, inclinando a cabeça para ninguém mais
pudesse a escutar. — São umas malcriadas e parecem-se mais a
sua mãe que a meu filho. Conheci a tua. Era uma boa mulher e tu
me recordas muito a ela.
Nesse momento, Scott Blue afinou seu guitarra e a idosa sorriu
antes de afastar pelo corredor.
Ela era possivelmente a única pessoa na casa que me
entendia.
 
 
Capítulo 2
Aiden
 
 
Ouvir o tom de minha mãe era como ouvir um alarme. Nada podia
acordar-me mais rápido de um sonho que sua voz.
Dei-me a volta para responder quando me dei conta de que
não estava só. Esperava que para quando me levantasse, Zep se
tivesse desfeito das jovens que recolhemos no clube na noite
anterior.
Ao girar-me, dei-lhe um codazo à garota e sentei-me com o
telefone na mão, mas minha mãe já tinha pendurado. Quando me
dispus a chamar, zumquei uma mensagem de texto no móvel e
apareceram três palavras no ecrã que me colocaram em
movimento.
Joder.
Levantei-me e corri pelo corredor até a habitação de Zep, com
a esperança de que meu melhor amigo e irmão do alma atuasse
rápido.
Abri a porta e entrei, antes de fixar em sua cara ou na ruiva
que estava inclinada para trás e montada em sua polla. Cobriu-se os
peitos, mas continuou balançando-se sobre ele, enquanto eu me
detinha em seco.
— Está em caminho! — Essas palavras puseram a Zep em
movimento e grunhiam ao mesmo tempo em que levantava-a.
— A festa terminou, princesa. É hora de ir.
— Mas tu nem sequer te tens corrido — timóteo em protesto e
a rastro o cu até o salão, onde estava sua amiga que tinha chegado
alarmada pelo alboroto.
Zep vestia-se ao mesmo tempo em que corria pelo salão, ao
meu lado, como dois soldados preparando para a inspecção.
As garotas dirigiram-se à porta e a ruiva virou-se para olhar-
me, desde o outro lado da habitação.
— Chama-me — pediu com um sorriso.
Sacudi a cabeça em resposta e conduzi-as para a porta para
que terminassem de se ir, mas não serviu de nada que nos
déssemos tanta pressa porque ao abrir, se cruzaram com minha
mãe.
- Se esse tipo de comportamento continuar, farei com que
vocês dois voltem para a casa principal. Já não és um menino,
Aiden. —Olhou para Zep que estava abotoando a camisa.
Eu levava na mão a mesma t-shirt que tinha usado a noite
anterior. Olhei-a e vi que estava arrugada, ademais, não estava
seguro de não a ter usado para me limpar quando me corri. Revisei-
a melhor para ver se estava suja e dei-me conta de que a mancha
levá-la-ia a minha camareira sexy na sua. Ainda bem.
— Tu também não és um chiquillo, Zep. — Minha mãe
arregaçou a meu amigo e depois regressou a mim.
Ao ser seu filho, sabia que receberia a maior parte da bronca,
com suas respectivas opiniões e as maiores expectativas.
— Só fomos ao clube e conhecemos algumas senhoritas —
defendi meu direito a sair de marcha com mulheres, como tantas
outras vezes em minha vida.
— Essas strippers não eram damas — lladró.
— Eram Garçonetes — interveio Zep como se isso ajudasse.
Ela sacudiu a cabeça.
— Tenho permitido que actue como um sinvergüenza desde a
morte de teu pai, porque sei que é uma forma de libertar as
emoções; mas tem chegado o momento de sentar cabeça e,
preferivelmente, com alguém que não leve uma etiqueta com seu
nome.
— Deus não queira que termine com alguém por debaixo de
minha posição e rendimentos. Como se o mundo estivesse cheio de
multimillonarias. — Sempre desprezava as minhas amigas.
— Não me vou ficar sentada enquanto uma dessas zorras
vulgares se te acerca por teu dinheiro. Conheces muitas garotas
boas, de famílias ricas, que não são buscadores de ouro nem
querem mamar na teta da família Prince.
Zep riu-se da palavra e deu-lhe um codazo.
— Sendo-o, não sabia que tinha uma teta —murmurou.
Sacudi a cabeça enquanto minha mãe falava de como iam
mudar as coisas.
— Tenho decidido organizar outra gala. Tem passado um
tempo e gostaria de me centrar na geração mais jovem, de modo
que enviarei os convites correspondentes.
Eu senti o sangue me ferver.
Patrícia era conhecida por organizar grandes eventos antes de
morrer meu pai. Normalmente se anunciavam na imprensa e
serviam para encontrar um novo amante, que era o que tinha
ocorrido ao longo dos anos. Sabia do que falava, mas não me
parecia o momento adequado e, sobretudo, o considerava um
desperdício de dinheiro. Não precisava que me usasse como
desculpa para fazer a sua pesca habitual.
— Consideras apropriado fazer um evento de luxo? Nem
sequer se passaram dois anos completos da morte de meu pai. Não
achas que poderias lhe dar mais tempo? — Mantive o tom
acalmado, mas ela não o fez.
— Atreves-te a falar-me do que é adequado, quando tens
estado trazendo mulheres como se isto fosse uma casa de
hóspedes com uma porta giratória? Eu decidirei o que é apropriado.
Entorno os olhos e ao olhá-la encontrei-me com os seus,
iguais de ferozes.
— Sempre o fizeste, Patricia. — Chamar por seu nome de
pilha, em lugar de utilizar um apelativo carinhoso ou maternal, era
como atirar-lhe água gelada à cara.
Parou-se em frente a mim e ergueu os ombros.
— La gala far-se-á — aseveró com força. — Sugiro-te que
aproveites o evento para encontrar uma boa garota e, sobretudo,
que mudes teus costumes dantes de que deixes grávida a um lixo
de camareira e manches o apelido da família.
— Não o sei, Patrícia, tua suja reputação não o jogou a perder.
Zep pôs-se rígido ao meu lado e os ombros de minha mãe
desceram, ainda que mantendo a cabeça em alto. Tinha tido uma
vida complicada e passou sua adolescência rebelando contra uma
mãe déspota, só para se abrir caminho no negócio da música como
produtora.
— Quero o melhor para ti. Eu tive que procurar a vida sem
ajuda de ninguém. Sin embargo, tu tens uma oportunidade, não a
desprezes.
Deu-se a volta e afastou-se furiosa, com os saltos golpeando o
solo como se fosse um soldado.
— Vá, tem sido brutal, não cries? — advertiu Zep, dando-me a
entender que me tinha passado com Patrícia.
Achava que meu amigo estaria orgulhoso, já que era o
maestro dos insultos e não se impressionava com nada, mas tinha
uma certa dificuldade por minha mãe.
Ela o acolheu quando era um menino e seu pai morreu num
acidente de avião, junto com o resto de sua banda. Nunca conheceu
a sua mãe e Patrícia tinha ocupado esse papel até o ponto de
ganhar seu respeito.— Sempre estás do seu lado. — Dei-me a volta e fui ao sofá
onde me sentei, metendo a cabeça entre as mãos e os cotovelos
apoiados nos joelhos.
— É uma festa. Até tu sabe que as galas sempre atraem as
damas e esta é para ti. Ouve, podemos convencê-la de que
organize uma dessas coisas de disfarces, contratadas a alguém que
se faça passar por ti e poderás te marchar sem que ninguém se
inteire. — Serviu-se um engodo do bar, enquanto eu me sentava
direito.
— Não é má ideia. Se todos usarem máscaras, não saberá a
quem tenho convidado.
Bebeu sua bebida de um engole e parou em frente a mim.
— Só estava a caçar. Essas festas são o sonho húmido de
qualquer adolescente; contos de fadas, magia e a desculpa perfeita
para luzir um vaporoso vestido. Já é suficiente incorporar ter que
levar esmoquin para aguentar todo o demais.
— Sim, mas fá-lo-emos de todos modos. Com Patrícia
empenhada em conhecer a garota dos meus sonhos, gostaria que a
lista de convidados fosse algo mais que zorras ricas e rapazes
mocosos com fideicomissos. Quero conhecer uma garota para valer,
uma que não se jogue a perder pela riqueza, que tenha uma vida
singela com passatempos normais e um trabalho. Já sabes, com
cérebro.
Zep riu-se.
— Boa sorte com isso, homem. Sabes que tua mãe enviará os
convites oficiais. Ninguém poderá entrar sem uma.
Tinha razão. Ela sempre punha especial cuidado em se
assegurar de que a lista de convidados fora a mais selecta.
— Por isso me vais ajudar a enviar duplicados dos nossos.
Conseguiremos que a mesma empresa plote convites extras e as
repetiremos por toda a cidade. Todos trarão um acompanhante e
assegurar-nos-emos de lhes dizer que vingam com uma amiga.
— Patrícia vai matar-te quando os olfato no evento. Ela pode
cheirar o perfume barato a uma milha de distância.
— Isso é porque ela cresceu o usando. A única razão pela que
não quer que termine com alguém real, cujos pais não estão em
nossa classe social, é porque tem medo de que a garota lhe recorde
sua juventude.
— Falas em sério? Seguro que há uma garota com dinheiro e
o suficiente cérebro para ter um hobby, além de ser lujuriosa na
cama e poder fazer feliz a tua mãe.
— Temos passado mais vezes por tudo isso e não a conheci.
Tenho que o tentar. Então, estás comigo ou não? Quem sabe, pode
que tu também encontres uma boa chica. — Sorri de forma pacata,
mas ele foi a cabeça.
— Uma boa garota — repetiu. — Não me importo se é uma
zorra rica ou não, quero uma com grandes tetas que me deixe
follarla pelo cu quando me apeteça e se são dois iguais, melhor.
— Teu fantasía de gemeas fica anticuada, mas estou seguro
de que te gustaría que as irmãs Blue figurarem na lista de
convidados.
Zep estava caprichado com elas desde fazia seis meses,
quando se enrolou com Ache, a mais rara das duas. Não sabia que
lhe tinha feito, mas tinha chamado sua atenção e desde então
parecia obsedado pela ver.
— Ainda que não vingam, me aponto a perseguir as outras
contigo.
Inclinou-se para adiante, estendeu sua mão e estreitei-lha com
a minha. Se conseguia-o, esta gala seria a última e mostrar-lhe-ia a
minha mãe que não podia me controlar. Minha vida era minha.
 
 
Capítulo 3
Ela
 
 
Ainda que o lar da família Blue fosse uma enorme mansão,
decorada em tons cálidos, com luxuosos muebles e estallidos de
cor, ainda parecia uma fria gruta de pedra. Era como se os gémeos
possuíssem uma força que absorvesse a vida, como se roubasse o
ar e a luz do lugar. Nem sequer tinham que estar na mesma
habitação comigo para me fazer sentir assim. Dava a sensação de
que sua energia contaminava a casa constantemente.
Nos dois últimos meses tinha-me cansado de trabalhar para
eles. Precisava ganhar o suficiente para encontrar meu próprio
lugar, mas por agora teria que aguentar um pouco mais. Ao menos a
viagem ao trabalho era fácil. Levantava-me todas as manhãs e já
estava em meu destino, ainda que preferiria conduzir através do
país que viver com o s gémeos.
Ia de caminho à habitação de convidados quando passei junto
a Scott Blue no rellano do primeiro andar. Nesse momento, caiu-se-
me um anel do dedo, golpeou o solo de baldosas com um tinto e
rodou até deter a seus pés.
— -Uy! — Agachou-se, tomou-o em sua mão e entregou-mo.
Seus olhos brilhantes e azuis, casualmente do mesmo tom claro que
os meus, me olharam e me assombrou que seu rosto se alumiava.
Não resultaria llamativo se não se tratasse do legendário rocker ou
que tivesse recebido essa atenção de milhões de pessoas em sua
vida. Sacudiu a cabeça e pareceu voltar de seu aturdimento. —
Pareces-te a tua mãe quando tinha tua idade. Ainda me custa achar
que se foi.
Nunca lhe tinha ouvido falar tantas palavras ao mesmo tempo,
especialmente sobre minha mãe, e me tomou por surpresa.
— Sim, a mim também me dá a impressão de que fora à ver
entrar em qualquer momento. — Sua doença avançou tão depressa
que não nos deu tempo de a aceitar, antes de que o cancro lhe
levasse.
Fez um gesto e assinalou o anel com a cabeça.
— É uma peça incomum.
Era de ouro e praia e minha mãe deu-me pouco antes de sua
morte.
— Sim, é uma peça reformada que fez com dois anéis
diferentes. Disse que era especial, mas não me explicou por que.
Tenho que arranjar para que se ajustem melhor, mas desde que
perdi a casa não estou segura de onde colocar o instrumental.
— Também fazes jóias? — Cruzou-se de braços e pareceu
surpreender-se.
— Aprendi de lá melhor, ensinou-me todos os seus truques.
Compartilhamos um riso e aproximou-se um pouco mais.
— Deveriam baixar a cenar. — Tomou-me do braço com
delicadeza, enquanto uma voz soava por trás de mim.
— É uma ideia maravilhosa. — Nola aproximou-se e lançou
seu braço no seu e uniu-se a nós para baixar. — Somos quase
família e és bem-vinda à nossa mesa em qualquer momento. Pensei
que o sábias, já que vives conosco.
Encolheu-se de ombros e afastou-se, entrando no comedor
adiante de nós.
Os gémeos franziu o cenho quando entrei do braço de seu pai
e me sentei ao lado de Ache que jogava com seu telefone.
Sadie tomou o assento com a mesma cara imperturbable de
sempre, como se o mundo pudesse estourar em luzes e a ela lhe
desse igual. Nenhuma disse uma palavra de imediato.
Scott colocou-se na cabeceira da mesa e depois Millie entrou
para fazer no extremo oposto. Nola sentou-se junto a Scott e
esperou enquanto servia-se o jantar. Sorria, ainda que estivesse
claro que não o fazia por mim. Levávamos-nos bem, mas eu sabia
qual era o meu lugar e tinha a sensação de que não me queria na
sua mesa.
Achei que não deixava de se rir, como se as mensagens de
texto que estava a receber fossem os melhores chistes do mundo.
Inclinou-se para mim quando colocavam uma porção de lasanha em
meu prato e me mostrou o ecrã do seu telefone. Ao olhá-la, vi a
imagem com a que ela esperava me surpreender: um os longos
dedos masculinos sustentavam um pene completamente ereto. Tive
que admitir que o tamanho era impressionante, mas a preocupação
de Ache por me surpreender era excessiva.
Olhei aos gémeos e riram-se até que sua mãe as regaçou.
Quem visse-nos pensaria que tinham uns doze anos e estávamos
sentadas em classe.
— Tenho uma pequena surpresa para vocês, garotas. —
Aclarou-se a garganta, esperando que todos a olhássemos. Sabia
que não devia pensar que me incluía, assim que segui comendo
enquanto os gémeos pareciam reacias a lhe prestar atenção. Ela
levantou um sobre e o agitou. — Faz um momento que chegou ao
correio.
Era evidente que o cartão do interior se tratava de um convite
formal. Joguei um vistazo ao grosso cartón com letras douradas em
relevo onde destacava uma coroa e a letra P.
— É da família Prince, como anfitrião de sua gala anual. Uma
boa fonte, através do clube, informou-me de que Patrícia Prince
quer destinar a festa para lhe conseguir uma noiva, a Aiden. Ao que
parece, está lista para que seu filho se case.
Scott aclaró la garganta.
— Desejo-lhe boa sorte. Não se pode apoiar a gente como se
fosse ganhar e esperar que ocorra um milagre. Seria melhor que lhe
deixasse ser um homem e encontrassea sua noiva à antiga usanza.
— E daí maneira é essa, querido? — Nola parecia divertida,
mas Scott encolheu-se de ombros e bebeu um engolo de vinho
antes de continuar com seu jantar.
Millie aclaro-se a garganta.
— Não todo mundo é um fanático, filho.
Engoli-me um trozo de lasanha e desviei a mirada enquanto
tomava um pouco de vinho para passá-lo.
— Mamãe era uma fanática? — Ache fez uma carantoña a seu
pai, mas Nola tinha-se posto muito séria.
— Dificilmente chamar-me-ia a mim mesma uma groupie. Era
muito fã, mas conheci-o através de Layla. — Alcei a cabeça quando
ela mencionou o nome de minha mãe. — Suponho que poderíamos
dizer que ela era uma groupie, não é assim, querido? Conheceste-a
entre estruturas num de seus concertos, verdade?
Scott lançou-me uma mirada de desculpa e depois acelerou.
— Em realidade, não. Conheci-a uma manhã, numa cafetaria,
quando se avariou o nosso autocarro da gira às afueras da cidade.
— Estou seguro de que é uma história encantadora, querido.
— O cortou e inclinou-se sobre a mesa—. Não façamos que nossa
convidada se sinta incómoda.
Tive a impressão de que o estava bem mais incómodo com o
tema de minha mãe que ele.
— Não tinha nem ideia de que conhecia a minha mãe antes de
conhecer a Nola. — Sorri a Scott. — Encantar-me-ia que me
contasses em outro momento.
Nola olhou-me como se pretendesse me lançar dadas pelos
olhos e depois a Millie, que sorria como se estivesse satisfeita.
— Sim, em outro momento — deu a conversa por terminada e
olhou para suas filhas. — As garotas têm uma gala para falar. Estou
segura de que quereis ir. Aidan Prince é um bom partido desde a
morte de seu pai. Tenho ouvido que seu patrimônio inteiro vale mais
de três mil dólares na atualidade e não deixa de crescer.
Scott assobio.
— É muito dinheiro para um jovem. — Depois girou-se para
olhar-me. — Deverias ir a essa festa, Ela. Virei bem um pouco de
diversão.
As gémeas deixaram o que estavam a fazer e se ergueram em
suas cadeiras. Nola apressou-se a intervir para deixar clara sua
negativa.
— Estou segura de que o convite não é extensivo.
Cruzei as mãos em meu regaço com gesto nervoso, sem saber
o que dizer, enquanto gotitas de suor começavam a brotar pela
nuca.
Desta vez, ela lançou suas adagas em direção a seu marido.
— Bom, o convite vai ser dirigido especificamente aos gémeos
— aclarou para limpar o tema.
—Tolices, é uma festa. Quanto mais gente vai, será mais
divertido Eu estou seguro de que solicitam a confirmação de
assistência e se se irá com acompanhante. — Tomou o cartão das
mãos de Nolan e assentiu assinalando algo. — Sim, aqui está.
Ademais, por isso a contratamos, não? Como as garotas sempre se
metem em problemas, não vir-lhes-á mau ter a Ela perto para as
supervisionar, ademais, não só é seu assistente nas viagens de
negócios .
— Falas em sério, papai? Não precisamos de uma niñera. Já
temos mais de veintiún anos. — Sadie em torno dos olhos com
aspecto angelical, ainda que seu lábio arqueado para cima o fazia
parecer um cão selvagem, pronto para morder.
— Não acho que passe nada mau. A ela lhe encantará a festa
e será bom que conheça gente.
Ache olhou a sua irmã e trocaram uma mirada arteira.
— Obrigado pela sugestão, papai — Levava o vaso de vinho
aos lábios e olhou-me com um sorriso tão grande que pude ver o
destello de seus dentes.
Não se me ocorreu que dizer, de modo que sorri também.
— Sim, obrigado, parece divertido.
Ao desviar os olhos topei-me com a mirada de desculpa de
Millie e soube que ia ir à gala gostasse ou não.
 
 
 
Capítulo 4
Aiden
 
 
Zep e eu tínhamos conseguido o convite oficial da gala e tínhamos
duplicados factos pelo autor original para poder repartir a nossa
vontade. Enquanto passeávamos por nosso local noturno favorito,
ele já tinha entregado todos os pobres e a mim só me ficavam uns
poucos. Estava a guardá-los para as garotas do clube de campo,
mas meu plano estava em marcha.
Estávamos sentados à zona vip e em seguida fixei-me numa
das câmaras que tinha chamado a minha atenção pelo seu
impressionante escote.
Zep deu-me um codazo e inclinou-se para falar com um sorriso
imensa.
— Olha quem está aqui. — Sua voz soou entusiasmada,
enquanto assinalava às garotas que se aproximaram.
Em seguida consertei dois pares de pernas e umas tetas
capazes de voltar louco a um homem. As gémeas Blue eram umas
fêmeas quentes, não há dúvida disso, mas suas formas ásperas me
espantavam desde que as conheci, dois anos atrás.
Achei que era a mais guapa das duas. Levava uma estrela
diminuta tatuada na bochecha que, ao que parece, se fez durante a
primeira temporada de seu reality show. Tinha o cabelo negro e as
pontas estavam tintadas de cor azul, como se se tratasse de sua
marca registada. Parou-se diante de Zep mas percorreu meu corpo
com os olhos.
Sadie fez o mesmo e depois sentou-se ao meu lado, enquanto
sua irmã inclinava-se sobre Zep, praticamente tombada em seu
regazo.
— Recebemos seu convite — disse Ache, enquanto chegava
uma terceira garota à mesa. Era loira, de aspecto singelo, e
procurava ao redor com gesto nervoso, como se se sentisse fosse
de seu elemento. Quando Ache voltou a falar, deixei de lhe prestar
atenção. — Não posso esperar a que comece a gala, suponho que
guardar-me-ei um dance — disse nos olhando aos dois.
Sadie inclinou-se para mim como se fosse me devorar de um
bocado.
— Gostaria que me desse algo mais que um dance. — Sua
declaração resultou em toda uma oferta. Ao mover-se tão perto
ofereceu uma vista generosa da parte delantera de seu vestido.
Era evidente que não levava nada embaixo da fina teia de
seda que apertava suas perfeitas tetas.
Colocou uma mão em minha coxa e deslizou-a perigosamente
para perto da entrepierna. Já imaginava que passaria algo assim
quando as vi aparecer.
Sua irmã não ficou atrás e, ainda que se inclinou sobre o
regazo de Zep, se me ofereceu com voz sensual.
— Estou segura de que tens duas.
— De modo que todos esses rumores são verdadeiros? —
perguntou Zep, sem libertar a cintura de Ache que nesse momento
se inclinou sobre ele.
Passou-lhe a mão pelos pantalones e moveu-a sobre sua
polla.
— Tu também podes participar, Zep. — Ambas se riram
quando a mãe de Sadie repetiu o mesmo gesto comigo e se
aproximou para falar ao ouvido. — Passá-lo-íamos muito bem.
Tinha o mesmo cabelo negro que Ache, só que o seu não
estava tintado de azul, e também não levava um tatuaje com uma
estrela. Era a mais natural das duas, a única que sua expressão
dura convertia-a numa mulher exótica e perigosa, como se pudesse
te matar com uma de suas frias miradas.
Alçou a cara, girou-se para sua gémea e jogou-lhe um braço
ao pescoço para atraí-la para ela.
— Talvez lhes apeteça ver-nos jogar, irmã. — Lambeu a
bochecha de Ache com um golpe longo e lento; depois olharam-se e
deram-se um beijo rápido nos lábios.
Nesse momento, a loira torpe se atraganta com sua bebida,
deixou-a sobre a mesa enquanto tossia e derramou-a. Sucedeu tão
rápido que o líquido correu através da mesa e se deslizou até meus
pantalones e a parte superior de Ache.
— Estúpida! Idiota! — Sadie olhou-a com censura, enquanto
sua irmã incorporava-se.
A garota seguia torcendo e eu apartei a Sadie de meu lado
para me levantar.
Al ver que me marchaba para limpiar, Zep me siguió.
— Vais aceitar a oferta? — Ao princípio, pensei que molestar-
lhe-ia que me incluíssem, mas las desejava de qualquer maneira. —
Amigo, tens que o provar.
— Pensei que os querias para ti só. Regressa ali e aceita a
proposição. Por mim, podem ir a casa com sua niñera. — Passei o
banho e cruzei-me com um par de niñatos cursis que estavam ali
compartilhando sucessos.
— Tio, não és divertido — grudou Zep. — Como se não
tivéssemos compartilhado antes. Se segues assim, acabarás com
alguém como essa garota torpe. Que desastre. — Fingi que estava
de acordo, enquanto me limpava os pantalones.
— Esses dois não são minha prioridade. Ademais, são muito
jovens.
Tinham elogio veintiún anos atrás e louvavam porque
celebraram uma grande festa. Ali foi onde Zep sefollou a Ache..
— Não encontrarás maravilhas maiores na cama, amigo meu.
Não me importo com sua idade, não são adolescentes e é legal a
sua idade. Que mais posso pedir? Faz-me o favor, vêm conosco e
nunca mais pedir-te-ei nada.
— Isso dizes sempre, mas nem sequer minha mãe queria me
ver com uma delas, muito menos como os dois. Têm má imprensa e
suas vidas estão documentadas nesse maldito reality show.
Surpreende-em que essa mierda segura no ar.
— Não são tão maus. — Zep permitia que a promessa de uma
boa sessão de sexo lhe nublara o julgamento, mas eu não ia cair em
isso.
Ademais, não estamos tão precisados nesse sentido.
— Por última vez, não. A gala é dentro de uma semana e
quero concentrar-me em conhecer alguém que goste. Se me pillan
com as gémeas, nenhuma garota decente acercar-se-á a menos de
um metro de distância, com ou sem milhões de dólares.
— De todas formas, os que te conheçam estarão ao lado de 
seus milhares de milhões. Como sabrás que não é isso o que
procuram?
— Sabê-lo-ei em meu interior. Essa garota será real, sem que
tenha sido salpicada pelo glamour e sem interesse por minha
fortuna. Só queria me conhecer a mim, compreendes? Dei-me conta
de que isso é o que preciso. Todas estão tão pendentes de meu
dinheiro que o único que procuram é o gasto nelas. A metade das
mulheres com as quais tenho saído nem sequer sabem meu
segundo nome.
— Bom, é um nome empollón; interessante que não saia a
flutuar, Bernard. — Zep soltou uma gargalhada e olhei-o dando-lhe a
entender que eu também podia burlar de seu nome e sua origem.
— Ese comentário é um pouco hipócrita, vindo de alguém que
se chama como um balão aerostático.
— Puseram-me esse nome pela a banda favorita de meu pai,
uma das maiores de todos os tempos, jovem tio — replicou
enquanto saíamos do banho.
Indiquei-lhe que procurássemos uma nova mesa, já que a
nossa tinha novos ocupantes, e nos sentamos na primeira que
vimos disponível.
Acercou-se uma camareira e ao vê-la dei-me conta de que me
tinha deitado com ela fazia uns meses.
— Posso oferecer-te algo? — Olhou a Zep e sorriu-lhe.
— Uma cerveja, faz favor — pedi, enquanto olhava-a de cima
para baixo.
Não pude evitar recordar suas longas pernas ao redor de meu
cu nu, enquanto a penetrava.
–— Claro, carinho. Trá-te-ei tua cerveja com a mesma pressa
que me chamaste após o sexo que tivemos. — Afastou-se com
gesto altivo e tive que reconhecer que levava razão.
Qualquer outra sentir-se-ia igual de insultada, mas não ter-mo-
ia dito tão claro.
— Encanta-me esta mulher. — Zep riu-se a gargalhadas até
que se geraram várias cabeças para nos olhar.
— Ela é boa, deverias roubar.
Fiz um gesto com a cara para indicar-me o que poderia fazer.
— Faz um momento que dei-lhe um convite para a gala e,
pela forma na que se desenvuelve, as coisas poderiam ser
interessantes.
Nesse momento, vimos correr por diante de nós a loira que
tinha derramado sua bebida. Ia em direção ao banho e, a julgar
pelas presas, parecia que se tinha manchado de novo. Levava a
parte delantera da blusa empapada e apreciei lágrimas em suas
bochechas ao passar.
Zep franziu os lábios e deu-me um codazo.
— Pobrecita, estoy seguro de que Ache e Sadie comer-lha-ão 
viva.
Sem olhar à pobre criatura, procurei na direção oposta.
— Melhor elas que eu.
 
 
Capítulo 5
Ela
 
 
Ache girou-se em frente ao espelho de três folhas e analisou a parte
traseira do vestido, enquanto eu me sentava para ver. Poderia estar
em minha habitação, contemplando a colecção de minha mãe e
elegendo o adequado para a gala, mas esperava-se que me
pusesse à disposição das gémeas e, ao que parece, precisavam de
toda a ajuda possível para escoger o traje apropriado. Não é que
valorizassem minha opinião, mas qualquer coisa que me mantivesse
ocupada e a sua graça lhes fizesse felizes.
Felizmente, ainda faltava uma semana e já tinha um em
mente; de maneira que provar-mo-ia assim que tivesse um
momento livre. Não podia lhes dizer que me marchava nesse
instante, depois de o que tinha passado a noite anterior, ainda que
lhes expliquei que derramei minha bebida porque me atraganta com
um trozo de gelo.
Eu não queria sair, mas as garotas insistiram. Por suposto, só
me deram dez minutos para me preparar e esconderam meu ferro
do cabelo; de maneira que tive que me conformar com cepillar a
melena, sem poder controlar os risos que se formavam com a
umidade. Mas isso não foi o pior que fizeram. Na noite anterior,
levaram-se minhas lentes de contacto e senti-me muito torpe sem
elas. Foi um desastre por trás de outro, pelo que estive todo o dia a
procurados, tal e como llas queriam.
Sabia que o tinham feito pela sugestão de seu pai de levar à
gala. Queriam demonstrar-me que se ia ser seu acompanhante,
também ia ser seu alívio cômico.
A pior parte da noite foi quando Achei derramou sua bebida,
acidentalmente também, na parte delantera de minha blusa. Corri ao
banho chorando, mas não deixei que me visse na. Eram lágrimas de
raiva e de impotência porque, se queria afastar-me delas e sair da
mansão Blue, teria que aguentar temos que pudesse poupar algo de
dinheiro.
Segundo Nola, que sempre tinha sido como uma tia para mim,
os bancos reclamam o dinheiro que tinha pedido prestado à minha
mãe para pagar a quimioterapia e, ao que parece, não tinha nenhum
seguro para cobrir as despesas. Agradeci-lhe que me cuidasse e
supus que, quando as coisas se arranjassem, poderia fazer minha
vida e continuar com minha carreira. Essa era a única razão pela
qual queria ir à gala. Planeava levar algumas de minhas peças de
joyería exclusivas e, se tivesse sorte, conseguiria futuros clientes.
Muita gente ainda procurava desenhos de minha mãe, já que
tinham aumentado de valor após sua morte. Só esperava que se
interessassem nos meus a partir de agora.
Minha mãe sempre quis que me dedicasse ao mesmo que ela,
por isso me ensinou tudo o que sabia. Prometeu que introduzir-me-
ia nos círculos corretos e, ainda que ainda guardava algumas
conexões embaixo da manga, queria estar preparada. E também
montar meu próprio estudo.
— Estou farta de usar renda azul, ”Sadie disse, jogando o
pedaço de seda sozinha.
O desenhador, Perry Morgan, pôs os olhos em alvo e afastou-
se.
— Então, que cor gostarias? — Parecia estar a perder a
paciência e não podia o culpar. Tinha trazido várias mostras de teias
e alguns vestidos para que se provassem.
— Verde, púrpura, rolho… — Sadie enumerou as cores com os
dedos, sentou-se no sofá e olhou ao homem. — Qualquer tom
menos o maldito azul.
Ache inclinou a cabeça, sujeitou-se os peitos e observou-se de
lado no espelho.
— Bom. Eu irei de azul e não quero que vamos vestidas igual,
como um casal de fracassadas. 
— Achei que tinhas elegido o vestido negro. — Sadie pôs as
mãos nos caderas e girou-se para Perry.
— Então, qouiero vestir-me de negro.
— Brilhante. Tenho a teia ideal. — O homem começou a
procurar entre as mostras até que alçou uma na mão.
Sady examinou-a enquanto olhava-se no espelho com ela
acima da roupa e o abraçou muito alegre, até que consertou em
mim que estava atrás e sua cara se transformou.
— Será melhor que te assegure de que a teia que uses seja
impermeável — disse Ache com ironía e depois se dirigiu a mim. —
Espero que não nos envergonhes.
— Ou as coisas tornar-se-ão muito feias quando cheguemos a
casa. Pior que ontem à noite — acrescentou Sadie.
Millie entrou na habitação e Ache retirou-se, regressando ao
seu espelho como se os dois não me tivessem acossado um
instantes antes. Não se importava que Perry tivesse escutado seus
comentários crueis, mas não queria que o fizesse sua avó.
O homem olhou-me com simpatia.
— Vais ir à gala? Precisas de um vestido? — Ao perguntar,
arqueou uma sobrancelha e franziu o nariz.
Seu assento era tão espesso como o jarabe; dava a impressão
de que tinha algo atravessado na parte posterior de sua garganta.
— Não, obrigado. Já tenho algo em mente.
Era um vestido de seda brilhante, de uma cor azul que
combinava com meus olhos e que pensava levar com algumas jóias
de minhamãe que agora fazem parte de minha coleção pessoal.
Por suposto, o tom era bem mais bonito que o que levava Ache, que
coincide com seu cabelo.
Ache pôs os olhos em alvo e Sadie sacudiu a cabeça, mas
Millie, sorriu com amabilidade.
— Aposto que qualquer coisa que eleja será preciosa. Tua
mãe sempre se destacou por sua beleza nas galas. Tinha muito
estilo e era muito elegante, um exemplo de verdadeira beleza
clássica, como tu.
— Minha mãe ia a galas? — Desconhecia que o tivesse feito.
— Íamos as duas. — Surpreendeu-nos Nola que entrava na
habitação. Colocou-se por trás de Ache no espelho e revisou o
dobladillo do vestido como se comprovasse sua qualidade. — Então
eras só uma menina, mas íamos quase todos os anos. Os desenhos
de tua mãe abriram-lhe muitas portas, igual que a minha amiga. —
Girou a cabeça para olhar-me de refilón. — Éramos uma geração
diferente e agora a gala pertence às nossas filhas.
Suas filhas, quis dizer.
Sadie acercou-se a sua mãe com o vestido de mostra do que
Perry fá-lhe-ia um em negro e lhe ensinou o trozo de teia que ia
utilizar .
— Ficaram uns vestidos preciosos, mas vais precisar de
complementos adequados. — Seus olhos encontraram-se com os
meus no espelho. — Ela, querida, estou segura de que tens algo na
colecção da tua mãe que ficará bem com estes vestidos.
Senti que padeceu quando me pôs no compromisso.
— Sendo-o, Nolan, não suportaria ter que prestar a colecção
de minha mãe.
Jurei que nunca separaria-me dela, era minha posse mais
preciosa. Tinham me arrebatado todo o demais: minha casa e o
dinheiro que ia ser minha herança.
Não suportaria que lhe passasse qualquer coisa. A ideia de
prestar-lha às malvadas gémeas me revolvia o estômago.
— Perdão? Não acho que seja muito pedir. — Nola endureceu
a expressão e senti-me mal por ter-lhe dito que não.
Ela era como minha família, fez tudo por me ajudar.
Tratei de procurar uma desculpa que justificasse minha
negativa, se é que me negava.
— É tudo o que tenho. É...
— Temos feito muito por ti, Ela. Convidamos-te a nossa casa e
confiamos-te na nossa segurança, não quererás dizer que não te
fias de nos prestar umas quantas peças que seguramente te
devolveremos intactas — replicou em tom seco, mas dantes de que
pudesse responder, Millie interveio.
— Não é correto insinuar que Ela te deve algo e muito menos
suas posses mais valiosas. — O miró com dureza. — Se tanta
confiança tens em tuas filhas, deveriam prestar-lhes tuas próprias
peças de valor. Estou segura de que tens algumas igual de bonitas
como as que desenhou Layla.
Nola padeceu, inclusive cri ver que apertava a mandíbula, mas
em seguida suavizou a expressão com um sorriso.
— Por suposto, perdóname, Ela.
Ache resopló.
— Como se quiséssemos usar suas mostras, quando o melhor
desenhador da cidade nos pode prestar o que queiramos.
Os olhos de Sadie encontraram-se com os meus no espelho,
mas em lugar de um sorriso, vislumbre uma careta maliciosa. Era a
mirada de uma víbora disposta para atacar e sabia que uma vez que
afundasse suas colmillos em sua presa, a morte seria igual de lenta.
Nola manteve uma expressão neutra. Era evidente que estava
certa de que Millie me defendesse; sobretudo, porque já ninguém
falou durante um tempo e quando o fizeram, a mulher se tinha
marchado e eu era de novo invisível.
Capítulo 6
Aiden
 
 
Nunca tinha gostado de vestir-me para os eventos quando era mais
jovem, mas agora que podia escolher a minha própria roupa não
resultava tão terrível. Zep e eu tínhamos decidido que em lugar de
sair a comprar algo, jogaríamos mão de minha fortuna e pediremos
que os desenhadores viessem a nós. Desse modo, Zep poderia
dormir mais tempo, disse-me ao ver na cama, abraçado a uma 
morena muito sexy.
Olhei-me ao espelho enquanto Frenchie, o desenhador
recomendado por minha mãe, fazia alguns ajustes no esmoquin. O
homem já me tinha feito um traje no passado e esperava que me
ficasse igual de bem.
— Desculpe — disse uma voz juvenil que entrava na
habitação.
Era a garota que estava na cama de meu amigo e levava o
cabelo molhado. Tinha a cara vermelha de vergonha e isso me fez
me interessar pelo que dizia. A maioria das mulheres que passavam
por ali, se iam sem se desculpar e a médio vestir.
Zep entrou na habitação pouco depois, com o cabelo ainda
úmido pela ducha que imaginei que tinham compartilhado.
— Fica-te muito bem — opinou, enquanto se deixava cair na
cadeira mais próxima que não estava coberta de roupa e me
observava ante o espelho.
— Obrigado. Finalmente, temos escolhido o adequado. Agora
nos asseguramos de que fique como uma luva.
 — Estás seguro de que temos que fazer todo o assunto do
esmoquin? Não posso usar uma corbata e minhas botas?
O estilo de Zep sempre tinha sido um pouco mais vanguardista
que o de um menino rico normal, igual que seu pai que sempre
levava t-shirts de concerto e vaqueiros rasgados com suas botas de
motorista.
— Por que não lho perguntas à minha mãe? Estou seguro de
que responder-te-á no ato.
— Não importa, fá-lo-ei. — Zep inclinou-se para trás e fechou
os olhos como se não tivesse dormido o suficiente.
— Estás feito pó esta manhã. Essa garota nou tinha pinta de
ser das que te deixam para o arraste; mais bem das que parecem
sãs, comparadas com as outras que trazes a casa.
— Era uma lunática. Fez-me atá-la à cabeça da cama e pediu-
me que a asfixiasse. Não me importava sustentar a uma garota pelo
pescoço, mas rogou-me que a fizesse desmaiar e se molestou
quando me neguei.
— Ainda bem. O último que precisamos aqui é que morra
asfixiada uma garota com práticas sadomasoquistas. Imaginas-te os
titulares? Minha mãe mandar-nos-ia maltrato à terra antes de a
polícia nos apressar. — Sacudi a cabeça. — Não parecia deste tipo
de mulher.
— Era insaciable. Acho que lesionei-me à cadeira e não tentei
nem trinta anos.
— Deveria dizer a minha mãe que talvez és tu o que tem que
sentar na cabeça e se casar. Tua vida sexual está bem mais jodida
que a minha.
Zep sempre costumava dar com as mulheres mais raras, ainda
que não pudesse dizer se isso o convertia no homem mais
desafortunado do mundo ou não.
 — Sê o que quero. Com sorte, desta vez trará a sua
gémea para o encontro.
— Segues pendurado de Ache Blue? — Ri-me entre dentes e
senti uma mão firme em meu ombro para manter-me quieto. —
Sendo-o, Frenchie.
O homem sacudiu a cabeça, voltou a fingir que não estava na
habitação e Zep continuou com a conversa.
-Querer falar com alguém não é o mesmo que estar
pendurado. A demais,quero que o façamos com sua irmã.
— Acho que a isso lhe chamam encaprichamento.
Frenchie negou com a cabeça.
— O termo correto é obsessão, senhor.
Rimos-nos e Zep fez um gesto obsceno dantes de tentar
defender-se.
— Ela e eu temos assuntos pendentes.
Antes de que pudesse lhe dar uma boa réplica, irrompeu
minha mãe.
— Olá, queridos. Olá, Frenchie.
Não se deteve até que esteve parada entre nós com as mãos
juntas.
— Vejo que tendes estado ocupado — espetou, ao mesmo
tempo em que levantava uma sobrancelha.
Eu tentei me mostrar impassível e Zep sabia que não devia
dizer uma palavra, até que soubéssemos de que se nos acusava.
Olhei-a e tomei-a das mãos, esquivando a Frenchie que
estava em médio.
— Nou jogues como se não soubesses do que falo. — Cruzou
os braços por diante e esperei a que seu pé começasse a dar
golpecitos. Sorprendentemente não o fez, mas continuou. — Estava
a tomar o meu chá em média amanhã no clube, quando a garota
das toalhas se aproximou para dizer-me emocionada que está por
vir à gala esta noite. Também tem explicado que se gastou o salário
de um mês em seu vestido e vocês deveriam ter poupado a moléstia
à pobre garota. Qualquer sem um convite oficial não é bem-vindo.
— Sim, Patrícia, sei-o. — As cartas estavam sobre a mesa e
só faltavam umas horas para a gala. Já não tinha marcha atrás. —
Por isso é fato meus próprios convites oficiais e os entreguei a meus
amigos, para que pudessem assistir.
— Tens feito, que?
— Novos convites em relevo que inclusive têm ficado melhor
que asoriginais.
— Não podes enviar imitações baratas e esperar que pareçam
reais — disse com força, como se eu não soubesse a quem tinha
contratado.
— Assegurei-me de que os fizesse a mesma pessoa e te
advirto que com um resultado excelente, na caligrafia e no gravado.
— Sabia que não devia sorrir, mais Zep já o estava a fazer pelos
dois.
— Não tens respeito por nada . Trato de organizar-te uma
festa e não podes suportar que seja eu quem a maneje.
Retirei minhas mãos com força e quase golpeei a Frenchie no
peito.
— És tu a que não respeita meus desejos, Patricia.
— Não me chames assim, sou tua mãe. — Olhou-me com
censura enquanto movia a cabeça.
Frenchie deu um passo atrás e pôs os braços em jarra, como
se esperasse que terminássemos.
— Se queres que encontre alguém que me interesse, deveriam
convidar a alguém mais que a essas zonas frias que tens na tua
lista da classe alta. Quero gente que seja agradável e
compreensiva, que tenha algo mais que oferecer que dinheiro. Sem
esquecer que tens muita sorte de que vais a essa gala.
— Bom, por o que a mim respecta já tens arruinado a festa. É
impossível que encontres alguém que seja decente e apropriado.
Enquanto comece a acumular-se a gentuza, marchar-se-ão as
poucas garotas respeitáveis que vão.
— Tú te perdiste.
— Viram as filhas de um antigo cliente e esperou que sejais
hospitalários e amáveis com elas. São os gémeos Blue, vocês as
conheceis e sabeis que actualmente são importantíssimas. —
Olhou-me e agregou. — Assegura-te de que tenham um trato
especial.
— Ocupar-me-ei delas pessoalmente, senhora, pode contar
comigo.
— És tão doce, Zep. — Alborotar seu cabelo com a mão como
quando era um menino, o que sempre me tinha dado um pouco de
fitas-cola, mas agora tinha gostado que tivesse ficado para dele.
— Lameculos — murmurei a Zep, enquanto ela se dirigia à
porta.
— Quero que estejais prontos para a gala às seis e que deis
as boas-vindas aos convidados — advertiu antes de se ir.
— Vês, ela quer que me lastime. Tê-la escutado? Toda essa
palestra sobre lhes mostrar hospitalidade é precisamente o que vou
fazer. — Zep levantou-se e cruzou a habitação para parar ao meu
lado em frente ao espelho.
Frenchie, que tinha regressado ao trabalho assim que minha
mãe se foi, terminou comigo e começou com Zep. Enquanto
provava-lhe um esmoquin, chamei a algumas de minhas amigas e
assegurei-me de que viessem.
Após que o homem se fosse, apareceu uma garota e nos
entregou as máscaras que íamos levar.
Eu tinha optado pela aparência de médico da peste, enquanto
Zep preferia a máscara de halcón, e os dois pareciamos um par de
pássaros viciosos.
Ensinou-nos a pô-las e entreguei-lhe uma dos convites para o
dance que me ficavam.
— Gracias. — Seus olhos iluminarán-se e marchou-se
ilusionada.
— Por que hás feito isso? — perguntou Zep.
— Vi como a ochavas e parece listada. Meura estas máscaras.
Não seria uma fantasia mais ardente que essas gêmeas que
perseguem? Qualquer outra o seria, na realidade.
— Nou, homem. Quero a essas garotas e quero-as antes de
que acabe a noite, de modo que agradecer-te-ia toda a ajuda que
possas me dar.
— Você me recomenda?
— Joder, não me importo, mas agradecer-to-ei se assim
consigo uma oportunidade. Sempre gostou da Sadie, mo disse
Ache.
Sadie era a mais louca das duas e a que mais medo dava. Não
queria prometer nada e a pôr na contramão.
— Não o sei, Zep. A ver o que vemos e como vai a noite. Não
me vou conformar com essas garotas toda a gala.
Era uma festa após tudo, não um castigo. Ainda que estivesse
seguro de que se as coisas não saíam como estava previsto, minha
mãe se seguraria até o final, fora as duas coisas.
 
Capítulo 7
Ela
 
 
Oficialmente já tinha terminado minha jornada de trabalho, ao
menos isso me tinha dito Nola, e esperava em minha habitação que
chegasse a hora de vestir para a festa. Só desejava que as gémeas
não me interrompessem porque queria aproveitar a cada minuto.
Me surpreendeu que Millie subirá com a intenção de me ajudar
a me preparar; sobretudo, quando começou a me contar histórias
sobre minha mãe. Não sabia que a conhecia quando era tão jovem,
como também ignorava que Scott Blue tinha conhecido a minha
mãe muito dantes que Nola, segundo me contou..
— Então, conhecestes-vos dantes de que eu nascesse?
— Oh, sim, muito dantes. De Brás pôr-te este. — Millie
mostrou-me o bonito vestido azul que estava sobre a cama.
— Não estou segura. Era o que tinha pensado levar, mas Ache
me advertiu de que não devia usar sua cor.
Não tinha nem ideia do que faria se decidia ir na contramão de
sua advertência, mas considerando que não queria discutir, pensei
que era melhor lhe fazer caso.
Millie resopló.
— Sua cor? Olha-te, combina à perfeição com teus olhos.
Ademais, ela só é dona do nome. Esse vestido foi feito para que
coincidisse com uns olhos do mesmo tom.
— Os de minha mãe não eram azuis — observei, ao achar que
Millie se referia a isso.
A mulher assentiu como se o soubesse e, por sua mirada
compreensiva, tive a sensação de que poderia se referir a que
minha mãe quis que combinasse com outro par de olhos.
— Ela era uma grande seguidora de Scott Blue, verdade? —
Ocorreu-me de repente e Millie suspirou.
— Era a maior.
Me guiou um olho e não me molestou mais em pensar as
coisas, ainda que imaginei que minha mãe deveria estudar durante
horas seus olhos para procurar a teia da mesma cor.
— Vais levar suas jóias? — Tomou em suas mãos as peças de
minha coleção que tinha deixado na mesa e desenganchou o
fechamento.
— Sim, mas essas não são as peças de minha mãe.
Desenhei-as eu e, algum dia, espero o fazer tão bem como ela.
Gostaria de criar minha própria assinatura, mas preciso de alguns
contactos.
— Tua mãe tinha muitas conexões entre suas amizades;
seguro que alguns deles estarão encantados de trabalhar com a
filha da grande Layla Ford.
— Nola ajudou-me um pouco e conheço algumas pessoas,
mas não quero me fazer ilusões com elas. Temo-me que não
gostam o suficiente.
Millie clareou a garganta e inclinou-se para falar-me baixinho.
— Faz favor, não te tomes a mal, mas é melhor que não deixes
que Nola se meta tanto em seus assuntos.
Cri entender que me aconselhava que não confiasse nela; que
poderia arruinar minhas possibilidades com sua reputação, mas
devia de me estar a equivocar. Nola era uma mulher muito bem
relacionada, era a esposa de Scott Blue e também a mãe das
meninas, bem como seu agente.
Ao chegar à minha última reflexão, pensei nela e decidi que
podia ter razão.
— Obrigado, Millie. Tê-lo-ei em conta. — Perguntava-me por
que a mulher não tinha ido ver como se preparavam suas netas
para a festa, mas não lho disse.
Em lugar disso, se sentou comigo e desfrutei de sua
companhia. Sentia-me demasiado sozinha no mundo desde que 
faleceu minha mãe e Millie aliviava minha dor, igual que o faziam
Nonda e Scott.
Pouco depois, estava lista para baixar e ver as garotas.
Pediram-me que fosse pontual e quando cheguei à sala de estar,
onde disseram que reunir-nos-íamos, me dei conta de por que.
— Marcharam-se sem mim — disse a Millie.
— Estás segura? É uma casa grande. Talvez eles estejam em
algum lugar ou talvez tenham demorado um pouco para baixá-los.
“Eu tentei justificar para as netas dele e realmente parecia normal
para mim, mas eu sabia que ele não estava errado Olhei pela janela
e comprovei que a limusine também tinha ido.
— Oh, olha, têm que seguir aqui. — Millie mostrou-me um par
de máscaras que deviam ser suas para a festa.
Ambas estavam decoradas de forma enmarañada com
sensata trenzada e plumas. O primeiro que pensei, foi que faziam
com as irmãs.
Nola chegou à sala de estar e padeció ao ver-me.
— Chegas tarde. As garotas foram-se faz vinte minutos. —
Franziu o nariz ao falar.
— Ela tem sido pontual. Tuas filhas foram-se demasiado cedo,
inclusive têm esquecido suas máscaras — protestou Millie com os
dentes apertados, como se estivesse disposta a saltar sobre Nola e
lhe morder para que controlasse melhor a suas filhas.
— Não passa nada. Chamei um táxi — sugeripara evitar uma
discussão.
Procurei meu telefone na bolsa, mas Millie deteve-me.
— Tolices, tenho um coctenho privado. Chamarei o meu
condutor e ele te levará.
— Não faz falta, para valer.
— Não podes chegar à gala num táxi — respondeu Nola como
se eu o soubesse.
— Acho que essa é a opção que lhe deram tuas filhas —
indicou Millie.
Nola inclinou a cabeça e levou a mão ao coração.
— Mamãe Blue, não crereis...
— Não creio. Sei-o. Estava disposta a conceder-lhes a esses
pequenos monstros o benefício da dúvida, mas agora vejo o cruéis
que são.
Meu telefone tocou no incômodo silêncio que seguiu a esse
comentário.
— São elas — anunciei, antes de contestar. Nola e Millie
cruzaram olhadas assassinas. — Olá e obrigado por esperar.
A voz de Ache chegou através do telefone.
— Não podíamos esperar mais tempo. Ias arruinar nossa
grande entrada. Acho que temos esquecido nossas máscaras, de
modo que sê amável e traz-no-las, queres? Inclusive se tens que
voltar a por elas.
— Não tenho que voltar, já os tenho. — Olhei a Millie que
sacudiu a cabeça. — Ver-te-ei na festa.
Pendurei e Millie já estava a discutir com Nola, outra vez.
— Esses dois pretendiam fazê-la regressar para recolher os
máscaras, por isso as deixaram.
— Não ficarei de braços cruzados enquanto insultas as minhas
filhas — grudou Nola, sacando seu telefone do bolso e dirigindo
para a porta.
Tive a sensação de que as garotas estavam a ponto de
receber um telefonema.
— Vão tentar estragar-tê la noite, mas não lhes deixes. A tua
mãe lhe encantavam as galas e a ti também gostarás de assistir a
esta. Talvez, inclusive dances com um homem guapo e te
apaixonas.
Ri-me o pensarlo.
— Terei sorte se encontrar alguém que se fixe em minhas jóias
e não em mim. — Agarrei as máscaras e ela chamou a Anthony, 
seu condutor.
Três minutos mais tarde, despedi-me de Millie que indicou ao
homem que esperasse até que a gala terminasse para regressar.
Em seguida pensei que ela precisaria de um condutor na casa.
— Posso conseguir um táxi de regresso, para valer, Millie.
Vais-me a lamuriar.
— Mereces que te mimem de vez em quando, ademais, és...
bom, és muito especial. Essas garotas estão zelosas de ti. — Sorriu,
e pude ver que tinha um pouco de tristeza em seus olhos. —
Pareces-te tanto com a tua mãe.
— Obrigado, Millie.
Anthony, o condutor, abriu minha porta e entrou no Rolls
branco com cuidado para que meu vestido não se arrugara.
A viagem foi tranquila e aproveitei para relaxar com a
segurança de que quando chegasse junto às gémeas, acabar-se-ia
a acalmar. Não tinha nem ideia do que Millie queria dizer com que
estavam zelosos de mim. Como era possível e por que? Tinham
tudo o que queriam e, se lhes faltava algo, o compravam com seu
dinheiro. Lábios novos, tetas novas, roupa nova, e eu que podia me
permitir? Nada. Só ser seu assistente. Ainda que não fosse por
muito tempo.
Sem saber por que, me senti decidida e animada com a ideia
de conhecer a essa pessoa especial que poderia mudar minha vida
para sempre. Só era uma ilusão, mas ao menos resultava mais
divertido seguir sentada e abatida.
Em um longo percurso à mansão da família Prince, tive muito
tempo para me fantasiar e sonhar que poderia abrir uma loja com
minha coleção.
Tinha saudades da casa da praia onde tinha crescido. Minha
mãe converteu a garagem num bonito local comercial, para vender
suas criações, e tinha curiosidade por saber se desfrutá-la, uma
família agradável. Nola contou-me que se tinha vendido, mas me
perguntava se algum día seria suficientemente rica para voltar a
comprar. Fá-lo-ia num abrir e fechar de olhos.
Enquanto o carro girou na entrada principal, observei que
separavam uns quantos adiante do nosso para que descessem seus
ocupantes, todos vestidos à moda.
O estômago deu-me um vuelco de emoção e decidi pôr-me a
máscara. Agarrei minha bolsa, no que tinha metido o telefone junto
com um cano de lápis labial, e procurei as apalpadelas das
máscaras dos garotos. Tinha gostado de atirá-las pela janela, mas
limitei-me a sustentá-las com força antes de baixar do automóvel,
enquanto o aparcacoches sustentava a porta.
Ao descer encontrei-me sobre um precioso tapete vermelho
com adornos dourados que conduzia a umas portas duplas que se
abriram de par em par, com dois assistentes à cada lado.
Dei-me conta de que todos os convidados levavam um cartão,
revisei minha bolsa e… eu não tinha nenhuma.
Maldita seja! Mais três passos e seria recusada.
Parecia que o coração se me fosse a sair do peito, me suavam
as mãos e a cara me fervia, vermelha de vergonha.  
Capítulo 8
Aiden
 
 
Estava a ponto de ir cumprimentar os meus convidados quando de
repente me encontrei com Ache e Sadie Blue, a um metro e médio
da porta. Nenhuma das duas levava máscaras, mas ambas
mostravam um sorriso taimada como se estivessem no meio de uma
travesura que com segurança seria algo miserável.
— Príncipe Aiden — Ache, antepondo o apelido para jogar
com um tratamento curioso, ainda que não era a única pessoa que o
fazia. — Zep — disse de passagem, com menos efusividade.
Enquanto minhas boas-vindas foram um cálido sorriso, meu
amigo adiantou-se e beijou sua mão, mostrando-se muito
consideremos.
Ache não parecia muito interessada nele, ainda que inclinou a
cabeça como uma tímida colegiala.
A Sadie não pareceu fazer muita graça à presença de Zep e
tive a sensação de que as duas me procuravam a mim. Já o tinham
tentado outras vezes, mas nunca o tinham demonstrado tão
abertamente.
Sua irmã não vacilou e me olhou como se fosse sua presa.
— Estupenda festa, Aiden. Dei-me conta de que tens deixado
a porta do pátio traseiro aberta. — Sadie olhou a uma garota que
passava com um copo na mão e me dei conta de que tê-la-ia
reconhecido do clube. Tratava-se de uma recepcionista e,
provavelmente, era sua primeira festa formal.
— Todos os convidados são meus amigos, de modo que não
estou seguro do que queres dizer. — Fingi que não o sabia, ainda
que sua observação não estava muito afastada do que me disse
minha mãe, o qual resultava decepcionante. — Vejo que não levais
vossas máscaras.
Ache riu-se.
— Faz favor, Aiden, sabes que não gostamos de jogar
segundo as regras. Ademais, todos sabemos quem somos. Quero
dizer que sabíamos quem íamos vir, así é que não é imprescindível.
— Estou de acordo, não importa.
Achei riu-se e olhou a Zep que começou a falar com elas.
— Então, como você trata a vida do reality show? Renovaram-
vos para outra temporada? — Se interessou, para dar rienda solta a
sua fantasia com as gémeas.
Eu tinha preferido passar de longo e as deixar que
serpenteavam para a rocha da que tinham saído.
— Vai bem. Nossa manager está segura de que
conseguiremos um novo contrato e, bom…, temos posto em marcha
alguns planos para conseguir o que queremos. — Ache encolheu-se
de ombros como se não tivesse importância, mas todos tínhamos
escutado os rumores de sua fita sexual e da condução baixo os
efeitos do álcool de Sadie.
Sua mãe, gerente ou manipuladora, como a chamassem, tinha
filtrado a suficiente informação para chamar a atenção sem fazer
nenhum dano. Sabia jogar muito bem suas cartas.
— Garotas afortunadas — felicitou-as Zep. Sabía como llevar a
seu terreno e manter a Ache comendo de seu manou.
Sadie era o problema, seu Kryptonita, sempre o tinha sido.
Olhou-me de cima para baixo, como se pudesse traspassar o
esmoquin e ver o que tinha de baixo.
— Tudo bom se pomos-nos ao dia mais tarde, quando terminei
a tua pequena festa? — sugeriu, apoiando uma mão em meu peito.
— É uma ideia maravilhosa. — Zep sorriu a Ache.
— Sim, Sadie, entrares no jogo, verdade? — Sua irmã tratou
de convencer com uma mirada, ainda que ela se encolheu de
ombros.
— Eu jogaria se Aiden fizesse-o. Quanto mais sejamos, melhor
e mais divertido.
Captei o sorriso que trocaram as irmãs e, enquanto sacudia a
cabeça, conseguia ver a garota mais guapa da festa na porta.
Ainda que seu rosto estivesse coberto com uma intrincada
máscara de filigrana, pude ver o brilho de seus olhos.
Fixei-me nas redondezasperfeitas dos seus seios e senti que
se me ia a cabeça. Era preciosa, disse-me, deslizando os olhos
pelas suaves curvas de suas cadeiras, debaixo a seda do vestido
azul que levava.
Nesse momento, dei-me conta de que não tinha nem ideia de
quem era.
Estava seguro de que não conhecia ninguém com essa figura
tão sensual. Parecia que tinha subornado a Deus para que a criasse
com aquele cabelo largado e loiro que, ainda que o tivesse recolhido
com uma coroa sobre a cabeça, ver-se-ia igual de sexy solto. Pude
imaginá-la com a melena roçando sua traseira enquanto se
arqueava em cima de mim.
Vi-a falar com o guarda de segurança da porta, que era um
dos matones a salário de minha mãe e igual de amável que um
goleiro de discoteca. O homem negou com a cabeça e sustentou um
convite oficial na mão, para que visse o que se requer para entrar.
— Conheces a essa mulher? — Inclinei a cabeça para
perguntar-lhe a Zep.
Ele e as irmãs a olharam, enquanto o guarda seguia negando
com a cabeça.
— Não — disseram as gémeas ao uníssono.
— Não é ninguém importante — concluiu Sadie.
Parece queda do céu. — Zep soltou uma risada.
— Se gostas deste tipo de mulher… — Ache deu-lhe um
codazo.
As gémeas eram todas ao contrário da preciosidade da porta
e, ainda que ambas tinham o cabelo escuro e eram tão misteriosas
como a noite, ela era uma beleza dourada tão brilhante como no dia.
— A quem não gostaria? — sussurre, ainda que Sadie
pudesse escutar-me e pareceu pôr-se nervosa.
— Só é outra loira tonta de tantas. — Trato de fazer-me mudar
de opinião.
Nada mais deixou clara sua postura, cruzou os braços e
suspirou, como se tivesse se cansado de falar da desconhecida que
não tinha sorte com os guardas contratados.
Voltei a olhá-la e decidi que era hora de intervir.
— Desculpem-me — pedi, enquanto deixava minha bebida na
mão de Zep e dei um passo para a porta.
— Isto se vai pôr interessante — disse Ache com um riso
malvado.
Acerquei-me para cumprimentar à beleza da porta, sem deixar
de perguntar-me quem seria, ainda que não me importasse se não
encontrava a resposta. Não só conhecê-la-ia dantes de que
acabasse a noite, sina que seria minha.
Algo em meu interior me dizia que ela era a eleita, a razão da
festa, ainda que parecesse ideia surrealista.
— Qual é o problema? — interessei-me, ao chegar à entrada.
— Isto é um assunto entre a senhorita e eu. — Sua voz de
ogro fez-me imaginar que seria capaz de perseguir um pobre
menino por um bocadillo, ainda que o pior era que não tinha nem
cria de quem era eu. Tirei-me a máscara e olhei-o ceñudo. —
Qualquer coisa que ocorra em minha casa é assunto meu.
— Desculpe meu erro, senhor. O que ocorre é que a senhora
não tem um convite oficial e sou mãe disse...
— Sé o que disse minha mãe, mas se trata de minha festa e
esta preciosa jovem é minha amiga. De maneira que aparte-se, faz
favor, já que não é uma ameaça para ninguém. — Passei junto a ele
e ofereci meu braço à mulher que se tinha posto colorada como um
tomate, de maneira que seus olhos azuis se destacavam e pareciam
bem mais brilhantes.
Ela se inclinou para mim e me agradeceu de forma atropelada.
— Rogo-lhe que me desculpe, mas se supunha que ia vir com
as minhas amigas e, ao final, tivemos que o fazer em carros
separados. Achava que estariam fora e, depois, compreendi que já
deviam ter entrado e como tinham o único convite... bom, de todos
modos, obrigado.
Aceitou meu braço com alívio e depois afastou-se, como se se
desse conta de que o gesto era demasiado íntimo para os
estranhos.
— Não tens que te desculpar, és bem-vinda. Alegro-me de que
estejas aqui e espero que passes uma noite maravilhosa.
Observei que levava um par de máscaras extras na mão e que
as escondia por trás de sua bolsa, como se se envergonhasse de
que as visse.
— Suponho que deveria encontrar a minhas amigas. —
Procurou ao redor, enquanto eu olhava as escadas acima e me
topei com a mirada de Zep que se tinha ficado só.
Levantou seu copo e pôs-se a charlar com uns amigos que se
aproximaram ao cumprimentar.
A mulher começou a afastar-se e cruzei-me em seu caminho
ao mesmo tempo em que tomava sua mão.
— Sou Aiden. Encantar-me-ia que nos víssemos mais tarde.
Encontrar-te-ei.
— Oh, sinto-o muito. Sou Ela e gostaria. — Foi-se correndo
dantes de que pudesse dizer outra palavra e fiquei olhando-a
enquanto me afastava.
Por um instante, estive tentado de seguí-la, mas dei-me conta
de que Zep estava imerso num montão de apresentações e,
quando desapareceu ao torcer uma canto, cumprimentei a outros
convidados.
Deixei que meu amigo seguisse adiante e me perguntei onde
ter-se-ia metido a preciosa garota que me tinha deixado aturdido. 
 
 
Capítulo 9
Ela
 
 
Vislumbrei aos gémeos quando Aidan Prince me cumprimentou.
Saíram correndo da entrada e fui buscá- las assim que pude
escapar. Nada mais dobrar o canto, notei que me agarraram pelos
braços e quase me fizeram perder o equilíbrio, enquanto me
empurravam para o banho de senhoras.
— Tranquilas, ides arrancar-me os braços — repliquei quando
fecharam a porta. Deixaste-me a propósito! — Não ia permitir que
se fossem sem mencionar o que fizeram, ainda que não se
desculpem.
— Estás aqui, não? Tens sorte de que Aiden se apiadara de ti.
Disse que parecia uma tonta e não queria que os outros convidados
se envergonhassem ao entrar. — A voz de Sadie soou amistosa,
ainda que era fácil apreciar o enganoso tom ácido.
— Bueno, nada disto teria passado, se não tivéssemos saído
de casa sem mim. Sabias que fazia falta um convite para entrar. —
Essa era a ideia, nenhuma queria que viesse e lhes arruinasse a
noite.
De todas formas, não tinham que perder tempo fazendo ojitos
a Aidan Prince. Se és uma garota pronta, manter-te-ás afastada
dele. É nosso e está bem longe de teu alcance. — Ache passou um
braço pelos ombros de sua irmã enquanto falava.
— Não estou interessada em Acidental. Só estou aqui porque
pediram teus pais, já que creem que precisais de uma niñera, mas
não te preocupes, tenho meus próprios planos.
— E quais são? — burlou-se Sadie, enquanto cruzava os
braços.
— Isto é aqui para socializar e obter algum ganho da minha
colecção de jóias — expus com a cabeça alta.
Era a filha de Layla Ford e a ideia não era tão absurda, ainda
que os dois se jogaram a rir e trocaram um sorriso malvado
— Desejo-te boa sorte — disse Sadie, pondo os olhos em alvo.
Ache assentiu e se aproximou.
— Sim, boa sorte, porque ninguém daqui vai querer as
asquerosas jóias.
Sadie deixou escapar um longo suspiro.
— Antes de mais nada, a seguridade não estorva, como
compreenderás não nos importamos a quem vendas tua vergonha.
Não se te ocorra lhe dizer a ninguém que estás com nós e te afasta.
Não queremos que nos façam ficar mal, como a outra noite no
clube.
— Sim, finge que não existimos e considera isto como uma
noite livre. — Achei que não duvidou em utilizar sua mortífera
mirada para tratar de amedrontar-me.
— Não vos preocupeis, não tereis que me ver. — Atirei suas
máscaras sobre o lavabo e marchei-me furiosa.
Que demônios se achavam que eram? Para começar, nem
sequer queria ir à gala, só aceitei porque se empenharam os seus
pais. Quanto ao que tinha dito Aidan Prince, de nos ver mais tarde,
estava segura de que se lhe tinha esquecido.
Fui-me furiosa e deixei as garotas no banho. Não queria nem
imaginar em que problemas meter-se-iam durante a noite e eu,
provavelmente, assumiria toda a culpa. Essas duas poderiam roubar
um banco e sua mãe já me-ia responsável.
Entre no enorme salão onde a festa estava em todo seu
apogeu, cheio de gente mascarada. Em verdadeiro modo, resultava
horrível não saber quem era quem, ainda que não conhecia a
ninguém a parte das gémeas.
— Aí estás. — A voz masculina soou por trás de mim.
Me virei e tive que reconhecer que estava guapíssimo com
aquele esmoquin ajustado que lhe sentava de maravilha.
— Olá. — Olhei ao redor por se os gêmeos estavam por ali,
afilando suas facas para que não falasse com Aiden.
— Encontraste a tuas amigas? — Sua preocupação pareceu-
me sincera.Sorriu e desejei arrancar-lhe a máscara para ver-lhe o rosto.
— Sim, mas estão ocupadas. — Fiz um gesto de indiferença e
olhei acima do ombro, por me pillar falando com ele. Ou o que era
pior, que vissem o sorriso que me estava a dedicar.
— A ti também gostarias de estar ocupada? — Fez um gesto
de impaciência assim que terminou a pergunta. Levantou uma mão
para se desculpar e sacudiu a cabeça. — Deus, não queria dizer
isso. Só que nós também poderíamos fazer algo. Apetece-te 
dançar?
— Não acho que seja uma boa ideia. — Procurei aos lados,
mas não tinha nem sinal delas.
Agarrou-me da mão e atirou em mim através da sala. Não pus
objeção, já que quanto mais longe estivéssemos do banho, mais
difícil seria que nos vissem juntos quando saíssem.
— Como que não? É uma ideia maravilhosa. — Chegamos à
pista de dança e rodei minha cintura com um braço. — Ademais,
não podes recusar ao anfitrião, é de má educação. Por verdade, é
impressionante. Queria dizer-to dantes, mas suponho que o digam a
todas horas.
Supe que me tinha posto colorada porque me ardiam as
bochechas.
— Não, na realidade, não. Minha mãe sempre o dizia, mas já
sabe, ela não era imparcial. — Fazia-me sentir viva e encantava-me
aquela sensação, ainda que fosse mentira.
Enquanto nos movemos na pista, imaginei que ao terminar a
noite me levaria para casa. Encantar-me-ia poder dizer às gémeas o
maravilhoso que tinha sido que Aiden se fixasse em mim e dançar
com o homem mais rico da cidade.
— Apuesto que te pareces a ela. — Sua voz trouxe-me de
regresso dos meus pensamentos.
— Um pouco, sobretudo, no sorriso. Suponho que os olhos
são como os de meu pai. — Pus-me rígida, ao compreender que
não seria difícil sacar uma conclusão de minhas palavras.
— Não o conheceste? — Fez um suave movimento, giramos
ao compás da música e distingue os gémeos procurando entre a
multidão, mas não me viram enquanto cruzavam para outra sala,
onde estavam os refrescos.
— Nou, nunca soube quem era. — Desci a cabeça,
envergonhada pela mudança de conversa.
— Meu pai morreu faz pouco — disse Aiden.
— Sei-o. Lamento muito sua perda. — Suspirei ao dar-lhe
minhas condolências.
Sempre odiei escutar isso de outros quando faleceu minha
mãe. Era um comentário tão genérico e impersonal que resultava
insuficiente.
— Obrigado. — Olhou-me como se pensasse o mesmo que eu
daquela expressão.
— O cinto, não quis soar pouco sincera, é que, depois da
morte de minha mãe, jurei que nunca diria essas palavras a
ninguém. Dá a sensação de que não o sentes realmente.
— O importante é saber que a gente entende que estás a
sofrer. Esse é o significado que lhe dou a essas palavras e aprecio
que mas digas. — Respirou profundamente e olhou-me aos olhos.
— Perdeste-a faz pouco?
— Sim. — Não queria falar da morte, nem de minha mãe ou de
qualquer outra coisa que me fizesse me pôr triste. Apesar dos
gémeos, queria divertir-me. Ainda que só fosse desfrutar daquele
dance que terminaria assim que as gémeas nos encontrassem.
— Levas um colar precioso.
— Agradece-se a mudança de tema. — Imaginei que só tinha
reparado em meu colar ao se dar conta de que não queria falar da
morte.
— Digo-o em sério. É muito bonito. E levas razão, prefiro que
falemos de coisas menos tristes. Imagino pelo que estás a passar
porque, ao que parece, ambos temos vivido algo similar.
— Obrigado. Se interessa-te, dizer-te-ei que o colar é uma
criação minha. Gosto de fazer jóias, é minha paixão desde sempre.
Vi um destello de surpresa em seus olhos, o que me fez me
perguntar se era pelo fato de que pudesse fazer peças tão
intrincadas, ou se lhe surpreendia que alguém como eu fosse
apaixonada.
— Tens muito talento! Posso? — disse assombrado. Ao ver
que assentiu com a cabeça, o tomou entre os dedos. — Apasionada
e habilidosa, gosto disso numa pessoa. — Inclinou a cabeça e
deixou cair suas mãos para as minhas. — Alegro-me de que tenhas
vindo.
— Obrigado. É uma festa maravilhosa. — Olhei ao redor e
fixei-me a ostentosa decoração.
A mansão era das mais luxuosas que tinha visto e me dei
conta de que estava a dançar com um milionário. Toda a sala estava
engalanada em cor branca e ouro. Preciosas rosas vermelhas
enchiam os jarrones.
Ele pareceu adivinhar meus pensamentos.
— Oh, este não é meu estilo — justificou o excesso de brilho e
esplendor.
Por isso, enviei a mais gente que não fosse a típica adinerada
que frequenta nossas festas; queria que viesse todo mundo e isso
fá-la-ia mais excitante e animada. — Seu sorriso juguetona
provocou-me escalofríos pela coluna vertebral.
Suas palavras fizeram-me compreender o verdadeiro propósito
de que havia muita gente que simplesmente era de por ali. Só
queria enfurecer a sua mãe. A maioria dos convidados não eram
seus amigos, nem pretendiam desfrutar de sua companhia; inclusive
cabia a possibilidade de que não os conhecesse.
Aquela reflexão provocou-me dor de estômago. Aiden não era
mais que um imbecil convencido, tal e como diziam os rumores que
o tinham etiquetado, pelo que não queria saber nada mais dele.
— Desculpa-me, faz favor. — Busque uma desculpa qualquer
para me afastar. — Tem sido um prazer falar contigo, mas preciso
tomar o ar. — Marchei-me de ali dantes de que protestasse.
Estava molesta e sentia-me como uma tonta, ainda que sabia
que me tinha livrado de uma bomba.
 
Capítulo 10
Aiden
 
 
A garota afastou-se tão rápido que me deixou pensativo. Tratei de
averiguar o motivo de sua marcha e esperava não ter dito nada
inapropriado. Ao repassar a conversa, cheguei à conclusão de que
só devia estar preocupada por suas amigas.
Cruzei a sala e, antes de chegar à saída, Zep acercou-se por
detrás, dándome unos golpecitos no ombro.
Dei-me a volta e apoiei-me na parede.
— O que aconteceu? Você está cansado?
— Não, se trata dessa garota, a que apareceu sem convite. —
Sacudiu a cabeça. — É uma deusa e desejo saber mais dela desde
que começamos a falar.
— Mierda, isso não é bom. Tenho o pressentimento de que a
única forma de conseguir a Sadie é contando contigo.
— Sadie é uma lunática. Não, obrigado. Ademais espero estar
esta noite com essa garota.
— Vale, mas dantes ajuda-me a conseguir as gémeas e serás
livre de desaparecer com tua garota. Tudo o que precisam é uma
promessa de que unir-te-ás. — Olhou-me com um sorriso. — Uma
vez que as tenha em minha cama, não me custará muito trabalho a
manterem ali.
—- Falo-ei se prometes que te tiraran de cima esta noche. Não
quero que assustem a minha garota e temos que averiguar com
quem veio à festa. Não é que me importe muito, mas tenho
curiosidade. Quero saber sua história.
— Verei o que posso fazer. E se ela também é uma lunática?
— Soltou uma gargalhada. — Não quererás me arrebatar a Sadie,
verdade?
— Ni por todo o ouro do mundo, amigo. É toda tua. Se isto não
funciona, sempre posso encontrar alguém mais, mas preciso saber
mais dela. Gosto de tudo o que me contou até agora porque de tem
o talento e a paixão que procuro. É uma artista.
— Oh merda, mano. Você tem aquele olhar animado, como se
sonhassem com um futuro brilhante.
— Deixa-me dizer-te que se as coisas vão como acho que irão,
minha mãe poderia cumprir seu desejo.
— Esperemos que esta garota não seja uma camareira ou
uma stripper. — Olhei-o ceñudo e ele levantou as mãos. —
Tranquilo, rapaz. Não estou a insinuar nada.
— Então, faz o que te peço e assegurar-me-ei de que consigas
o teu trío. — Deu-me um codazo quando os gémeos cruzaram a
sala e se aproximaram a nós. Como de costume, Ache se pendurou
no braço de Zep e Sadie do meu.
— Acho que tendes essa conexão psíquica de gémeas porque
Aiden e eu estávamos a falar de vocês. — Zep tratou de fazer-se o
encantador e elas trocaram um sorriso.
— Oh, para valer? E de que faltabais? — Sadie olhou-me
parecia esperançoso. — Bom, dizíamos que vocês têm vantagem
sobre o resto das convidadas por serem mais parecidas a nós.
Quero dizer que somos praticamente irmãos, ricos e guapos. —
Sorri às garotas enquanto riam-se, o que indicava que já as tinha no
bote.
— Devemos enfrentá-lo. Nenhum dessesperdedores pode
competir com vocês — agregou Zep e eu assenti.
— O problema é que minha mãe espera que faça o correto e
que conheça na festa à pessoa adequada. — Sorri a Sadie. — Mas
é difícil, quando já sei exatamente o que quero.
Não lhe ia dizer que a desejava, mas esperava que, com
minha insinuação e meu sensual sorriso, o pensasse. Seu ego faria
o resto.
— Disse-lhe que cuidaria de vocês esta noite, ao menos até
que termine a festa; depois, podemos ir à habitação de Aiden e
divertir-nos um pouco — interveio Zep.
— Que classe de diversão? — interessou-se Ache, ronronando
a meu amigo e cruzando as rodillas para conter a excitação.
— Bom, aos irmãos gostamos de compartilhar igual que as
irmãs, de modo que podíamos jogar a turnos. Que te parece, fazer
uma espécie de quarteto? Já sabes, que esta noite seja bem mais
interessante. —Sugeriu Zep com um sorriso.
Olhou-me e eu assenti com a cabeça, procurando que elas me
vissem.
— Excitar-te-ia isso, Aiden? — Sadie abraçou-me pela cintura,
— Gostaria de ver como teu amigo nos folla a minha irmã e a mim?
Devolvi a mirada a Zep, tendo cuidado de não dizer nada do
que pudesse me arrepender, e depois regressei a ela, cujos olhos
ardiam de desejo.
— Mais que nada! — afirmou. Por que não lhe dás um beijinho
da minha parte agora mesmo? Isso ajudar-me-á a sair do passo
enquanto entretengo às demais.
Tomou a mão de Ache e se inclinou para dar-me um beijo nos
lábios, ainda que fosse um singelo picoteo, tão apaixonado como o
que dar-se-iam uma mãe e um filho. Depois, sorriram.
— Não esperes mais que isto. Não atuamos em público, só
para convidados privados — advertiu ela.
— Então terei que me sentar e sonhar acordado.
— Poderia dar-te um pequeno beijo para ajudar-te — ofereceu
Sadie.
Inclinei-me e dei-lhe um beijinho, tão rápido e suave como o
que lhe deu a sua irmã.
— Terás que esperar também, mas te sente livre de começar
sem mim, te quero disposta e ágil quando te encontre. — Dei-lhe
uma suave bofetada e ela soltou uma gargalhada maníaca que
daría escalofríos a um fanático do te rror..
— Trato feito. — Achei sorriu e beijou a Zep na boca.
Meu amigo inclinou-se e tomou a cara de Sadie em suas mãos
e a beijou lentamente. Foi um pouco mais profundo do que ela
esperava e depois me fez um guiño.
Ao chegar meu turno, me inclinei e deslizei a mão por sua
nuca até que acariciei o lóbulo de sua orelha.
— Encanta-me que faças isso, é tão… jodidamente erótico —
susurró, excitada.
Deixei de toqueteá-la e lhe guiei um olho.
— Será melhor que vá se entretener aos demais. Cuida de
meu amigo por mim, que não se meta em problemas e seja feliz, de
acordo?
Olhou-me com tal assombro que soube que estava a ponto de
se correr.
— Assegura-te de cuidar bem de nossas garotas. — Pedi a
Zep, ao mesmo tempo em que dava-lhe uma palmada nas costas.
— Seguro que sim. Tê-las-ei prontos para ti. — Sorriu antes de
afastar-se com as duas.
Assim que vi-os marchar-se, soube que tinha que me mover
rápido e encontrar a minha garota.
Ter que fingir com o s gémeos foi suficiente para fazer que
meu estômago se revolverá, mas tão cedo como se marcharam com
Zep, que ia muito feliz, me dediquei a procurar a garota misteriosa.
Nem sequer sabia seu nome e era o primeiro que ia a remediar ,
queria saber tudo dela. Por sua vez, Zep devia manter as gémeas
na lista e estar atento a qualquer pista sobre a mulher que me tinha
enfeitiçado.
Caminhei pela mansão e percorri todas as salas nas que
estava a gente reunida. A festa encontrava-se em pleno apogeu e
distinguia a Zep que, nesse momento, conduzia às damas a minha
habitação, no lanta principal da mansão. Só esperava que minha
mãe não as viera porque sabia que fá-las-ia baixar imediatamente.
No entanto, não tinha nem sinal da garota, ainda que esperava
que se mantivesse à vista enquanto a procurava.
Ao chegar a estadia onde serviam refrescos, procurei com a
esperança de que tivesse ido beber algo, mas não estava ali.
Regressei ao salão de dança para ver se estava a dançar e miré por
todos lados como um louco que não conhecesse a ninguém mais,
especialmente a nenhum dos capullos ricos que minha mãe tinha
convidado. Se gelou-me o sangue ao imaginar que se tinha
marchado, que podia estar com alguém. Tinha que a encontrar e
rápido.
Segui procurando por todos lados e não a encontrei. Já ia dar
a volta para sair ao vestíbulo quando um ligeiro movimento no
terraço chamou minha atenção.
Atravessei a pista e empurrei vários casais que dançavam.
Desculpei-me sem deter-me e nenhum tentou discutir, sina que se
desculparam eles como se fossem os culpados de meu atropello.
Ao chegar à porta, freei meus passos e observei-a a
hurtadillas, enquanto parava-se junto ao corrimão para observar as
vistas. Tinha lua cheia e o céu estava salpicado de diminutas
estrelas, ainda que não fossem nada comparadas com o brilho de
sua mirada. Nunca tinha visto um azul tão intenso como o de seus
olhos.
Fiquei paralisado, não podia deixar de admirar. Sua bela
silhueta era perfeita ao contraluz: de pé, com a cabeça ladeada e
olhando ao céu, como se todo o que deseasse do mundo estivesse
ali, em frente a ela.
Nesse momento perguntei-me se poderia competir com a
imensidão que se mostrava ante seus olhos.
 
 
Capítulo 11
Ela
 
 
Minha mãe ensinou-me a não menosprezar os demais. Dizia que
não importava quanto dinheiro tivesse a gente porque todos eram
dignos de amor e respeito. Educou-me na crença de que era melhor
ser sociable antes que o melhor amigo; bem como que devia
procurar o bom nas pessoas porque todo mundo tinha algo, ainda
que estivesse muito escondido.
Seguir contemplando o céu noturno enquanto tinha saudades.
Só esperava que seus ensinos fossem verdadeiras. Nou gostaria de
pensar que Aiden era um imbecil, ainda que também cabia a
possibilidade que não tivesse ninguém que lhe mostrasse a forma
de amar, como fez minha mãe comigo.
— Empezaba a pensar que te has ido.
Girei-me ao escutar a voz de Aiden . Estava parado na porta
do terraço, maltrato uma guirlanda de rosas que devia ter custado
mais que meu vestido.
— Pensei em fazê-lo.
— Por que? Não te divertes? —Acercou-se e pôs-se ao meu
lado.
— Não me sinto bem-vinda. Sobretudo considerando que não
sou rica ou famosa e que não corri sangue azul por minhas veias.
— Também não são-no a maioria da gente que está aqui. —
Levantou o ombro e inclinou a cabeça.
— Sobre isso dizer-te-ia que não é bom convidar a gente só
para se burlar dela, ou para vingar de tua mãe. — Dei-me conta do
cariz que estava a tomar a conversa e tentei suavizar minhas
palavras, já que não podia anular. — Sendo-o, não é assunto meu, a
verdade é que não tens obrigado a ninguém a vir.
— E não convidei ninguém para me burlar. A gente que tem
vindo é a que gosto, são meus amigos. Acho que entendeste-me
mal. Não me importo se a minha mãe gosta ou não, é tudo o que
queria dizer. Não temos a mesma opinião sobre quem é digno de
minha amizade.
— Sem saber por quê, sinto-me aliviado.
— Lamento ter sacado conclusões precipitadas, mas alegro-
me de que tenhas tido a oportunidade de o aclarar.
— Eu também. Não quero nem imaginar o que terás pensado
de mim. — Deixou sair um longo suspiro e apoiou-se no corrimão.
— Não pensei nada, a verdade. — Encolhi-me de ombros. —
Bom, isso não é verdadeiro — retifique ao ver que sorria com
interesse.
— Ah, não? O que pensa de mim? — Deu-me um codazo e
não pude evitar me rir.
— Que eras um imbecil — murmurou a palavra como se
acabasse de dizer algo muito pior.
— Um que? — Tampou-se a orelha e inclinou-se.
— Achei que eras um imbecil — disse-o mais claro e com a
cabeça um pouco mais alta.
— Ai! — Se levou uma mão ao coração e estremeceu-se. —
Gosto que sejas de direta. Apetece-te subir e contemplar as vistas
desde acima? — Assinalou um enorme balcão e tive que admitir que
o céu noturno ver-se-ia mais surpreendente desde ali.
— Não estou segura — duvidei, reticente.
— Por que não? — Desta vez deu-me um suave codazo no
custado. — Serei um perfeito caballero.
— Como posso saber?— Cruzei os braços ao sentir o ar
fresco da noite.
— Acabo de dar-te a minha palavra. — Olhou-me aos olhos e
encolhi-me de ombros como se não estivesse impressionada.
— Ademais, poderia dar-te algo para que não tremas de frio.
—Olhou a seu ao redor, como se procurasse. — No entanto, aqui
abaixo terás que ficar com a minha jaqueta. — Começou a
desabrochar lá e eu lhe impedi, lhe sujeitando a mão.
— Não tenho frio, mas já que insistes, encantar-me-ia subir
contigo.
Sorriu devagar e foi suficiente para que meu coração se
acelerasse. Tomou-me da mão e caminhamos entre a gente,
tentando evitar chocar-nos com ninguém. Quando chegamos às
escadas, subimos mais devagar. A cada vez que chegamos a um
rellano ficava por trás de mim e não pude evitar me perguntar se me
estava a olhar o cu.
Ele pareceu adivinhar meus pensamentos e ao nos olhar me
atravessou um cosquilleo pelo corpo que me fez me perguntar se
realmente gostava, como eu esperava.
Podia ser coisa das gémeas, ainda que tivesse-me advertido
que não me cercasse a Aiden. Talvez estivessem a observar desde
longe, essa era uma probabilidade, mas o mais lógico é que não
soubessem nada e se chegassem a me ver com ele, matar-me-iam.
Quando chegamos acima, fechou a porta e nos acercamos a
um banco para nos sentar.
— Espero que não te moleste, gostaria de ter um pouco mais
de privacidade contigo.
— Não deverias estar entre teus convidados? Odeio ter-te todo
para mim. — Era o mesmo que me perguntava a mim mesma. Não
sabia por que me dava um trato especial.
— Estou mais interessado em ti.
— Por que? — Soltei o ar que continha nos pulmões ao me dar
conta de que tinha sido demasiado direta. — Sendo-o, não quero
ser descortês, mas me pergunto, por que eu.
— Por que não? É fascinante e precioso, também, me gosta
de falar contigo. A maioria da gente só quer falar de mim e do meu
dinheiro, mas a ti não te impressiona nem sequer um pouco, por
isso gostaria de saber mais de ti e da tua paixão.
— Referes-te às jóias? — Surpreendeu-me vê-lo afirmar e
decidi continuar com cautela, sem estar muito segura de que não se
tratasse de uma broma.
— Sim, como diabos aprendeste a fazer sua própria colecção?
Desenhá-la, deve supor muito tempo e vejo que és boa, que sabes
o que fazes. Essa peça que levas posta o demonstra.
— Obrigado. Aprendi com a minha mãe. — Não se tratava de
pôr nomes, mas também não podia ocultar quem era.
— Tua mãe também fazia jóias? Alguém vendeu alguma?
— Sim, de facto, ela era Layla Ford, não estou seguro de que
tenhas ouvido...
— Ouvi falar dela? Caçoar? Tua mãe é a desenhadora de jóias
favorita da minha. Tem várias peças originais em sua coleção
pessoal. — Sacudiu a cabeça como se não pudesse credê- lo. — És
tão rica como a maioria dos convidados que têm vindo.
Olhou-me de reajo como se lhe tivesse estado mentindo sobre
quem era.
— Não exatamente. Temo-me que a doença de minha mãe
esgotou nossa capital, por isso vivo com amigos e trabalho como
assistente pessoal.
— Oh, sendo-o. Tenho falado mais. — Se sonrojou e passou
um manus pelo cabelo.
— Não passa nada. A mim também me custa crer. Minha mãe
fez uma fortuna e essa terrível doença levou-lho tudo. Mas está
bem. Tenho sorte de que a melhor amiga de minha mãe cuide de
mim.
Entorno os olhos e depois sorriu.
— Então, queres seguir seus passos?
— Sim, por suposto. Ensinou-me tudo o que sabia, que é tudo
quanto tenho desejado. Eu também serei desenhadora de jóias
algum dia. Na verdade, esperava conhecer na festa alguma das
pessoas adequadas; talvez alguém no negócio que pudesse me
ajudar a pôr um pé na porta.
Seus olhos se entre fecharam de novo.
— Tua mãe não te recomendou a seus contactos? Seguro que
ela tinha clientes que poderiam ajudá-la, porque suas joias são
muito valiosas.
— Temo-me que a maioria de seus clientes desconfiam à hora
de trabalhar comigo. Pensam que ao apelidar Ford, possa tentar me
aproveitar disso sem ter em conta meu esforço e meu trabalho. De
todas formas, tenho algumas de suas peças exclusivas e as vou
usar para começar com segurança. — Alcei a cara orgulhosa e sorri.
— Minha mãe se sforzó para atingir sua meta e eu também fá-lo-ei.
— Não deverias o fazer. Não me mal intérpretes, a meu me
ocorreu o mesmo com a empresa de meu pai e sei que não tenho
futuro nela.
Admiro que queiras fazer teu próprio caminho, mas deverias
manter a segurança do trabalho de tua mãe, ao menos, até que o
consigas e essas peças ajudar-te-ão. Tens pensado em vendê-las?
Me perguntei se ia oferecer-se e sacudi a cabeça.
— Não, por enquanto, não. Há algumas que não quero me
desprender. Significam demasiado para mim.
— Compreendo-te. Algumas coisas não são irrealizáveis.
Senti-me um pouco mais para perto de ele ao compreender
que também tinha perdido a alguém muito querido. Conhecia de
primeira mão essas fases do luto e alegrava-me que pudéssemos
compartilhar os mesmos sentimentos.
— Se queres, posso apresentar a algumas pessoas influentes.
Sei que mais de um estaria desejoso de trabalhar contigo,
conhecendo a tua mãe. Ela era muito querida, inclusive minha mãe
esteve muito apenada por sua morte e assistiu ao enterro.
— Tendo em conta sua lista de convidados, igual não se
impressionam comigo. — Me deu um pouco de riso, ao pensar que
ela só via aos ricos como pessoas dignas de sua gala.
— Não creias, és Ela Ford. Estaria mais que impressionada.
— E se eu não fosse Ela Ford? E se meu nome fosse Ela
Smith ou Ela Jones?
Perguntava-me se é que o nome era mais importante para sua
mãe ou para ele.
— Interessei-me por ti sem saber como te chamavas, de modo
que espero que isso responda à tua pergunta. — Acercou-se um
pouco mais, tomou-me da mão e meu coração acelerou-se quando
me conduziu para o banco.  
Capítulo 12
Aiden
 
 
Algo não gostava do que Dela Ford me tinha contado sobre sua
situação, mas pensei em me tomar as coisas com calma e a
conhecer antes de dizer nada. O fato de que sua mãe a deixasse
sem nada era alucinante, mas também não conhecia toda a história.
Sentei-me com ela no banco e me dediquei a observar
enquanto ela olhava as estrelas e se perdia em seus pensamentos.
Depois, tirei a máscara esperando que fizesse o mesmo, mas não o
fiz.
— Você como vai, Aidan Prince? Qual é tua paixão? — Por fim
girou a cabeça para falar-me.
A pergunta me pilló desprevenida, mas só porque ninguém
costumava interessar por essas coisas. A maioria da gente dava por
facto que me conhecia e que só me importava com o dinheiro e
como o gastar.
— Para valer queres sabê-lo? — Ri-me um pouco ao mesmo
tempo em que passava uma mão pelo cabelo. — Meu pai dedicava-
se ao negócio imobiliário. Era frequente que tratasse como os
clientes da minha mãe e costumavam ir de avião à ilha que tinha à
venda. De vez em quando, me deixava ir, sobretudo, se era alguém
que me caía bem. Conheci muitos famosos dessa maneira, mas
após um tempo de escutá-los falar sobre que tipo de baldosas
queriam ou quantos banhos, a celebridade se esfumava e me dei
conta de que eram como qualquer outra pessoa.
— Então, tens deixado de ir? — Entre Cerro os olhos como se
não compreendesse.
— Não, mas deixou de me preocupar quem era a pessoa que
estava conosco e me interessei mais pelos aviões e os pilotos.
Conheci alguns dos melhores e decidi que queria aprender a voar.
— Queres ser piloto? — Seu sorriso estendeu-se tanto que
pude contar todos seus dentes. — Dão-me muito medo os
pequenos aparatos. Minha mãe costumava me levar em aviões 
grandes e dar-me-ia um ataque se subisse a um pequeno.
— Sou piloto. Terminei minhas horas de voo justo antes da
morte de meu pai, mas desde então não tenho estado muito tempo
em ativo. No entanto, quero mudar isso. E os pequenos não são tão
maus. Talvez se te levasse alguma vez, aprenderiam a apreciar.
Imaginei que a levava comigo, no íntimo que resultaria estar
com ela num espaço tão reduzido, e então me dei conta de que
nunca tinha voado com uma mulher. Ninguém se tinha interessado
por saber se podia pilotar um avião, só porque tinha um.
— Não estou segura de ir,sem ter tomado sedantes —
exagerou com um sorriso.
Estava encantadora e, sem saber o que fazia, a callé suas
suaves gargalhadas com um beijo.
Apartou-se para atrás, tocou seus lábios com os dedos e
olhou-me fixamente com os olhos abertos.
— Não me vou desculpar por isso — disse com rapidez.
— Não espero que o faças, só que tem sido… repentino. —
Girou a cabeça e olhou uma maceta que estava ao nosso lado.
— Bom, então, deixe-me fazê-lo de novo quando tivermos
falado um pouco mais?
— Eu ouvi sua risada cantando e eu estava duro como uma
rocha.
— Vale, quiçá a próxima vez te bese eu. — Sua voz soou
travessa e perguntei-me como ir-lhe-ia a Zep acima. De repente,
deu-se a volta, encontrei-me com seus olhos e perguntou-me. —
Que pensas?
— Estava a pensar no meu melhor amigo; na realidade é como
um irmão. Minha mãe acolheu-o quando éramos meninos e temos
crescido juntos.
— Eu sempre quis ter um irmão. Suponho que todos os filhos
únicos o fazem alguma vez.
— Não o sei, quando tive idade de pensar em coisas, Patricia
trouxe a Zep a casa. Mas nunca me molestou, tem sido bom para
mim.
— Se lume Zep? Não é um nome muito habitual.
— Seu pai era uma estrela de rock e, já sabe o que sucede
quando têm filhos, todos costumam lhes pôr nomes raros. Burlei-me
dele durante anos, mas lhe encanta e lhe fica bem.
— Compartilha tua mesma paixão por voar?
— Não, mas me apoia. Sua paixão é mais com as damas. —
Não pude evitar me rir ao pensar em Zep na habitação com as
gémeas.
Perguntava-me até onde tinha chegado com Sadie e minha
resposta era que não bem longe.
Não podia apartar os olhos dela, desejava besarla de novo
mas tinha medo de sua reação. Não queria assustar, mas me punha
tão quente que estava a começar a suar. Me alojei na jaqueta e
deixei-a cair pelos braços até que caiu por trás de mim..
— Tens calor? — Suas palavras excitaram-me ainda mais,
mas me encolho de ombros como se não fosse nada.
— Os esquines não são o meu, mas minha mãe nos ameaçou
a mí e a Zep se aparecemos com vaqueiros.
— Levais-vos bem, tua mãe e tu?
— Tudo bem que nós podemos levar se a chamo por seu
nome de pilha para marcar distâncias.
— Oh, já vejo. — Ela olhou para outro lado e me perguntei se
pensava que a odiava.
— Não me mal intérpretes, a quero, mas me tornei louco como
a maioria das mães a seus filhos. O que ocorre é que agora, desde
que deixei meu pai, as coisas são diferentes. Repartiu-se a herança
e acho que ela esperava que tudo fosse seu. Meu pai decidiu que
eu a administrasse. Várias vezes, viu-se obrigado a expor que é
uma grande capital, por assuntos de minha mãe com seus músicos,
e te dar-lhe o controle total. Por isso está ressentida comigo, ainda
que não tenha deixado de me querer, já que sou seu filho.
— Diría que há um milhão de razões para te querer. — Apertou
os lábios com força e desceu a cabeça.
— Sim? Isso cries? — Acerquei-me mais.
Girou-se para olhar-me, só estava a um suspiro de distância.
— Sim, que tens para não te querer? — Acercou-se a mim e
desceu as pálpebras enquanto eu encurtava a distância e
apresentava a sua boca com a minha.
Desta vez não se apartou, se fundiu contra meu corpo ao
mesmo tempo em que me abraçava e eu assenti com delicadeza
pela barbilla.
De repente, moveu-se em seu assento e o beijo fez-se mais
profundo. Coloquei uma mão na parte baixa de suas costas e
desejei desligá-la por debaixo do vestido.
O beijo rompeu-se por um segundo, só um instante no que
trocamos uma mirada e tomamos um respiro; então, nossas línguas
acaricia-serum com longos golpes quentes.
Pôs sua mão em meu peito e separou-se um pouco para falar-
me :
— Talvez deveríamos regressar.
Não era o que me apetecia fazer nesse momento, mas estive
de acordo com ela, já que não estaria bem protestar ou fazer que se
sentisse obrigada.
— Poderia ficar assim o tempo todo do mundo. Algum dia fá-
lo-ei.
Dei-lhe um beijo fugaz nos lábios e ela sorriu.
— A mim também gostaria, mas tens ou na de festa que
atender aí abaixo. — Olhou-me e soube que também não queria
marchar.
— Eu prometo que vou acompanhá-lo enquanto estiver me
hospedando.
— Prometo-o. Mas pode que tenha gente à quem não goste
que tu e eu estejamos juntos.
— Nunca me importou o que pensem os demais, por que
deveria te importar a ti?
— Bom, as garotas com as que vim são bastante disputadas e
como trabalho para elas, não quero pillar me os dedos.
— Não fá-lo-ás. Baixemos e se vês a teus amigas apresentas-
mas.
Dei-lhe outro beijo rápido e ela esteve de acordo comigo, ainda
que parecia um pouco insegura.
Precisei de toda minha força de vontade para a levar de volta à
festa. Zep e as gêmeas não estavam por nenhum lugar e isso era
algo bom porque queria me dedicar por completo a Ela.. 
Baixamos as escadas e quando estávamos a chegar ao rellano
a tomei da mão.
Olhou-me surpreendida, como se não estivesse segura de que
fosse uma boa ideia nos mostrar tão amigables, mas depois sorriu e
foi como se se alumiava toda a estadia.
Tinha que reconhecer que me tinha hipnotizado, era uma
mulher espantosa, e antes de chegar ao salão, a acerquei a mim.
Precisava besar-la outra vez, ansiando bem mais. Fazia anos que
não me encapuchado com ninguém e só esperava que ela também
o fizesse.
Não tinha feito mais que besarla, quando notei que alguém se
aproximava de nós por trás. Ela se pôs rígida e olhou para cima; de
maneira que imitei-a e vi a Zep e às gémeas que desciam as
escadas. Minha mãe acompanhou-os e o único que se me ocorreu
foi soltar a mão dela e me perguntar que teria passado. 
 
 
 
Capítulo 13
Ela
 
 
Quando Aiden me tomou da mão e baixámos as escadas, tive a
sensação de que estava a viver um sonho e eu era uma princesa.
Ao chegar abaixo, me beijou diante de todo mundo e me senti
flutuando, como numa nuvem. Nada mais nos separa, eche um
vistazo à gente que nos rodeava e vi a uma mulher enfadada que se
acercava a nós e, por seu parecido físico, soube ao instante que era
sua mãe.
Não me preocupei por ela, toda minha atenção se centrou nas
gémeas Blue, que se pararam ao outro lado da estadia com o amigo
de Aiden.
Ambas seriam vestidas como se fossem árvores de Natal e,
ano a olhar de perto, me dei conta de porque iam tão enfeitadas e
por que me tinham jogado do banho: levavam as jóias de minha
mãe, as de minha colecção pessoal. Todas as peças originais que
me neguei a lhes prestar.
A mãe de Aiden caminhou para ele, enquanto eu cruzei a sala
para me acercar às garotas que me olhavam como se pretendesse
me converter em pedra.
— Que fazeis com minhas jóias? — Não pude reprimir meu
enfado.
— Ao diablo com tuas jóias, zorra! Que fazes tu com Aiden? —
Sadie inclinou-se e agarrou-me do braço, arrastando-me à outra
habitação.
Ache seguiu-nos, ainda que eu não tivesse medo delas .
Olhei acima do ombro para comprovar se Aiden vinha também
com nós e vi que se tinha detido com seu amigo.
Uma vez que estivemos longe do resto da festa, Sadie me
libertou e me olharam com os braços cruzados. Eu me ergui e me
enfrentei a elas.
— Aiden falou-me, me beijou e gostou. Supera-o. E se não
tiras as jóias de minha mãe neste instante, afogar-te-ei com elas.
Nesse instante chegou Zep e interpôs-se entre nós, mas Acha
se adiantou para me insultar.
— É tão estúpida. Como te vai desejar se já há planos para
estar com nós? — Tentei recuperar o alento ao escutá-la. — Assim
é, Ela querida, Aiden não está interessado em ti, só está a matar o
tempo; dedica-se a entretener-se, como a tantos outros convidados
aburridos, para que depois podemos divertir-nos fazendo um
quarteto e tu não estás convidada.
— Mentes! — Avariou-se-me a voz.
— Não minto. Distraímos-nos com Zep, enquanto esperamos
que Aiden termine esta festa insulsa para nós os dois. Se não me
cries, lhe pergunta tu mesma.
Dei-me a volta e olhei para o seu amigo que tinha pinta de ter
sido pilhado com o cu ao ar. Era verdadeiro, disse-me. Observei-o e
perguntei-me se Aiden estaria ainda atrapado com sua mãe.
— É isso verdadeiro, Zep? Tem Aiden esses planos?
Sua mirada expressoutodo o que precisava saber.
— Não é assim, exatamente, me deixa te explicar. — Dava a
impressão de que sabia que teria problemas se falava a mais. Ao
que parece, não queria delatar a seu amigo da alma.
— Ou lê mentes a ela ou a nós, Zep — Ache o obrigou a se
posicionar. — A sique, qual é a verdade? Aiden disse que deitar-se-
ia com minha irmã e comigo assim que terminasse com seus
convidados. Não é assim?
— Sim mais...
— Olha, Ela. Pode que te tenha pesado, mas não se vai
enamorar de ti. É um sinvergüenza e tu só és uma pobre garota
estúpida.
— Já basta — indicou Zep, mas as garotas não tinham
terminado.
— Por verdade, a mim também me beijou antes, de modo que
não és sua mascota especial nem nada disso. Digo-to para que o
saibas. — O riso de Sadie soou tão desagradável que não quis
seguir escutando mais.
— Bem! Dame minhas jóias ou chamarei à polícia. — Saquei
força para soar ameaçante.
Ache abriu os olhos surpreendida. Nenhuma das duas
imaginou que pudesse fazer uma cena e, na verdade, estava tão
entediada que não me importo.
Achei tiraram as jóias de minha mãe a toda a pressa, mas
Sadie tomou seu tempo.
— Estás despedida. Enquanto cheguemos a casa e diga-lho à
minha mãe, jogar-te-á da casa. Estarás sozinha, sem nada nem
ninguém, como dantes de que viesses a nós.
Zep não parecia impressionado pelas palavras de sua noiva e
se girou para a porta para ver se vinha Aiden. Depois me ouve uma
mirada de desculpa e sacudiu a cabeça como se não o crescesse,
mas não fez nenhuma tentativa de negar nenhuma das coisas que
tinham dito.
Tão cedo como tive todos os desenhos em minhas mãos, me
apressei a sair. Não precisava das gémeas para chegar a casa
porque o condutor de Millie estava a esperar, mas quando passei
junto às escadas vi a Aiden que vinha para mim.
— Ela, espera! — Alçou a voz, mas não me detive.
Não queria conhecer a sua mãe nem lhe dar outro momento
da minha vida. Saí correndo pela porta principal e dirigi-me para o
estacionamento, onde localizei o Rolls branco que estava
estacionado ao outro lado do caminho. Era o único carro desse
modelo e não era fácil que pudesse se perder.
Torceu-me o tornozelo enquanto corria e perdi o sapato, pelo
que tive que me deter para meter o pé nele e continuei até o carro,
coxeando pelo suelou pedregoso.
O condutor de Millie viu-me e baixou do carro com gesto
alarmado ao ver-me chegar à carreira.
"Você está bem, senhorita?" Ele perguntou, enquanto abria a
porta.
Me zambullizei na parte de atrás e joguei um vistazo às minhas
costas ao mesmo tempo em que o condutor rodeava o Rolls para
sentar ao volante.
— Rápido, faz favor — pedi-lhe ao ver que Aiden saía da
mansão e procurava ao redor, como se estivesse desesperado por
me encontrar.
De só pensar que lhes tinha prometido às gémeas que estaria
com os dois, se me revolvia o estômago. Tinha-me utilizado para
excitar-se, se tivéssemos nos beijado mais vezes, depois ter-se-ia
ido direto à cama com elas para terminar o que tinha começado.
Deve ter se dado conta de que era demasiado bom para ser
verdade. Baixei a guarda e isso me fez cair em sua armadilha.
Inclusive deviam tê-lo planeado e agora rir-se-iam de mim, enquanto
falava.
Ao que parece, a ideia era compartilhar a cama com Zep e as
gémeas, a cada um se atirando a uma delas, da mesma forma que
Ache se atirou àquele homem em sua habitação. Era normal ver
com um tipo a cada semana, às vezes duas e três; não sei porque
pensei que Aiden seria melhor. Seria coisa de minha estupidez,
ainda que em minha defesa diria que mal o conhecia.
Já que tinha a cara coberta pela máscara, deixei que as
lágrimas se deslizassem por minhas bochechas. Toquei meus lábios
com as pontas dos dedos, ainda estavam inflamados pelos beijos, e
os esfreguei com força para os apagar. Ele me repugnava.
Não podia tirar da cabeça os últimos instantes antes de sair
fugindo da festa. A máscara molestava-me, parecia uma segunda
pele, de maneira que tirei-ma enquanto caía na conta de que Aiden
não me tinha visto o rosto. Fixou-se numa garota mascarada na
festa e pensou que podia jogar com ela, mas eu não era seu
brinquedo e nunca sê-lo-ia.
Limpei-me os olhos e rodei os anéis nos dedos quando me dei
conta de que me faltava um. Recordo de tê-lo visto quando estava
com Aiden no balcão e, mais tarde, quando baixamos as escadas.
Seguramente, o tinha perdido entre as escadas e a sala de dança
onde ficaram as duas irmãs horríveis. Nou voltaria a vê-lo.
Chamaria-se à casa e perguntaria ao pessoal por se encontravam-
no, mas o mais provável era que alguém o visse e, ao comprovar
que era de ouro, o vendesse.
Ainda nervosa pelo ocorrido, abri o bolso para me assegurar
de que levava os desenhos de minha mãe, ainda que teria que o
comprovar quando regressasse à habitação. Ao pensar em isso, caí
na conta de que Nola jogar-me-ia da casa assim que falasse com as
garotas e relataram sua versão do ocorrido. Eu contar-lhe-ia a
minha, com a cabeça alta e sem amílcar-me, mas se as gémeas lhe
pediam que me despedisse, seus desejos ver-se-iam elogios. Não ia
confiar nelas nunca mais; a partir dessa noite nossa relação
trabalhista estava rompida. Tinham-se saído com a sua,
desfazendo-se de mim, tal e como planearam quando se foram à
festa sem mim.
Aiden devia estar ao tanto de tudo isto desde o princípio e isso
me partiu o coração. Disse-me para consolar-me que podia ter sido
pior se me tivesse apaixonado dele, mas afortunadamente não o fiz.
Meu coração sozinho estava um pouco magullado, mas poderia
superá-lo.
Olhando pelo lado positivo, as gémeas tinham-me feito um
favor, demonstrando-me como era realmente Aidan Prince, dantes
de que tivesse tido tempo para me apaixonar.
Quando cheguei à mansão Blue, respirei profundamente e me
limpei os olhos. Não queria que Nola ou Millie me vissem derrotada.
Afinal de contas eu não tinha sido mais que outra conquista para
Aidan Prince e tinha que me mostrar forte, sem desmoronar-me. Se
tinha herdado algo de minha mãe, era sua fortaleza.
 
Capítulo 14
Aiden
 
 
Finalmente livrei-me da regañina de minha mãe, mas não pude
atingir ela. Zep chegou ao meu lado e se agachó para recolher algo
a mis pés. Sujeitou-o entre os dedos e reconheceu seu anel. Ou ao
menos, era parte dele.
— Caiu-se-lhe isto. — Entregou-mo. —.Suponho que quererás
tê-lo.
— Que tem passado? Minha mãe jogou-me uma boa bronca
por estar acima. Que lhe disseram a ela essas zorras?
— Disseram-lhe que ias fazer um quarteto conosco. —
Parecia como se lhe custasse trabalho seguir falando.
— Explicaste-lhe que isso não era verdadeiro?
— Não sabia o que dizer! Não queria que as gémeas se
enfadar.
— Deixaste que lhe metesse essa vergonha na cabeça? —
Ainda que estava rabioso com ele, compreendia que não lhe tivesse
dito a verdade.
As gémeas puseram-no num aperto e não soube que dizer,
mas odiava que Ela pensasse o pior de mim.
— Estes gémeos são cruéis, sobretudo, têm-se ensañado com
uma mulher como Ela, que é compassiva e guapa. — Tratou de
justificar-se.
Nesse momento, chegaram as irmãs.
—Que lhe dissestes a minha convidada? —Encarei-me com
elas, tentando me controlar.
Ache se.
— Faz favor! Se conhecesse-la saberias que é nossa criada.
Nesse momento entrou minha mãe e parou do outro lado da
sala. Cruzou-se de braços, observou-nos uns segundos e voltou a
marchar-se, como se não quisesse me dizer nada. Olhei a Ache e
caí na conta do que falava.
— É tua criada?
— Sim, vive com minha família desde que morreu sua mãe e
trabalha como nossa assistente pessoal. Mas não te preocupes, a
despedimos.
Recordei que me tinha dito que era assistente, de modo que as
garotas não mentiam.
— Olvidemos dela e vamos acima, continuemos com o que
temos pendente. — interveio Sady, deseosa de deixar atrás o tema.
— Estais loucos se pensáis que vou estar nem um minuto com
gente como vocês.
— Mas disseste...
— Menti. Queria-te longe de mim e a única forma do fazer era
te prometendo sexo.
Ambas tomaram ar e se ergueram com gesto ofendido.
— Como pudeste mentir sobre algo assim? —Sadie franziuo
cenho e inclinou-se para mim.
Da mesma forma que tu tens podido tratar a Ela como uma
mierda, suponho que porque não gosto. Ainda que acho que teu
problema com Ela é porque lhe tens fitas-cola, já que é mais guapa
e tem mais talento que vocês. Se queres seguir na festa, eu sugiro
que você agarre Zep porque se você não pode simplesmente dar o
fora e sair da minha casa.
Ia dar-me a volta e afastar-me, já que estava harto de suas
tolices, mas tive que me conter e permanecer a seu lado. Precisava
de informações e elas me iam dar o. Inclinei-me sobre Sadie até que
nossas caras ficaram a poucos centímetros.
— Dize-me seu número — exigi com voz dura.
— Me beija su, Aiden. Não te vou dar o para que te vás viver
feliz com essa inaguantable. Se queres vê-la, boa sorte, porque a
partir desta noite será uma zorra sem lar.
Agarrou a sua irmã pela mão e marcharam-se ao andar de
cima, o que indicava que ao final terminariam na cama de Zep..
Saí à porta principal a toda a pressa, com a esperança de vê-la
ainda no estacionamento; ainda que não sabia em que carro tinha
chegado nem se tinha tido tempo suficiente para se marchar, mas
não estava à vista.
Apressei-me a voltar a entrar e Zep deteve-me ao final das
escadas.
— Sendo-o, tio. Não imaginava que fosse tão mau.
— Quero encontrá-la, Zep. Estou preocupado por ela e não
suporto pensar que tenha perdido seu puto trabalho por minha
culpa. Ademais, se despediram-na não terá onde ir. Sento-me como
uma mierda. Tenho que a ir procurar e não posso esperar a manhã.
Tem que ser esta noite.
— Sabes quem é, verdade? — Zep olhou-me como se não
pudesse achar que me tinha fixado em alguém como ela. Ni sequer
estava seguro de que soubesse de quem se tratava realmente.
— É a filha de Layla Ford. — Vi como ela analisava minhas
palavras e sua cara se transformava pela surpresa. Não tinha nem
ideia.
— Que? De jeito nenhum. — Se raspa a cabeça. — Ela é a
garota que na outra noite derramou a bebida em tuas pantalones.
Nesse momento, o surpreso fui eu. Recordo-me da garota e
não encontrei nenhum parecido com a beleza que tinha conhecido
antes de entrar na festa. Podia dever-se á que a noite do clube não
estava em meu melhor momento e só consertei nela por sua
torpeza, ainda que também podia a ter visto como uma preciosidade
pela magia da gala. Claro que minha primeira impressão pôde se
ver afectada, se tinha em conta que as gémeas também se meteram
com ela no clube.
— Pode que aquela noite resultasse todo um desastre, mas
quero a encontrar, Zep. Necessito vê-la mais do que nunca tenho
desejar ver a ninguém.
— E você tem certeza que é filha de Layla Ford. Exatamente
como foi inventado. “Era sua cabeça como se ele só quisesse ser
cauteloso em suas suposições.
Lo olhei de reojo.
— Quem mentiria sobre algo assim? Ademais, ainda está de
duelo pela morte de sua mãe. É mais que evidente.
— A legenda procure tua atenção, teu dinheiro… não sei,
homem. Só quero que tenhas cuidado. Talvez sabe que ainda estás
de luto por teu pai e o utiliza para tocar tua fibra sensível, fingindo
que ela está na mesma situação. — Tentou fazer-me recapacitar.
Como sempre, Zep se preocupava por mim e não era difícil
suspeitar dela, tendo em conta a forma na que as gémeas a tinham
castigado.
— Há algo mais, amigo. Ela me contou que a senhora com a
que vive a estava a ajudar e cuidava de suas finanças, mas agora
que sei com quem está, não posso evitar me preocupar. Nola Blue é
conhecida por ser ambiciosa e tratar de conseguir tudo o que possa
para suas filhas de forma despiadada.
— Achas que Nola está a roubar a essa garota? Por que teria
que o fazer? Parece-me que te estás a passar, tio. Entendo que não
te gostem as gémeas, e inclusive admito que sejam duas mucosas
malcriadas, mas ela é uma acusação muito grave, Aiden. Tem
cuidado porque se jodes a Nola Blue, não sei o que faria tua mãe.
Assenti com a cabeça, mas sozinho para que pensasse que
estava de acordo. Segundo contou-me Ela, ainda que gastasse
muito nas facturas dos médicos e o tratamento do cancro, devia lhe
ficar uma pequena fortuna. Por isso, se já não lhe ficava nada, era
evidente que alguém lhe estava a roubar.
Meti o anel em meu bolso e decidi que encontraria a Ela, mas
também faria todo o possível para a ajudar.
Olhei a meu amigo e pedi-lhe que me cobrisse.
— Fá-lo como eu fá-lo-ia por ti.
— Você vai atrás dela, não é? — Negou como se não pudesse
crer.
— Não meter-me-ei com Nola Blue, mas vou a encontrar a Ela.
Gosto e já sabes como me ponho quando me interessa alguma
garota.
— Bem, mas se tua mãe a paga comigo, me deves uma.
— Não. Se isso acontecer, você merece por não se manifestar
para me ajudar quando tiver a chance. Eu dei um tapinha nas costas
dele.
— Bem — aceitou, com resignação.
— Deseja-me sorte. — Estreitei sua mão antes de marcha
— Sorte.
Fui à garagem com a esperança de que o aparcacoches
tivesse seguido a ordem de não bloquear o meu veículo. A festa era
muito grande e o estacionamento estava a transbordar, mas sempre
tinha odiado que chegasse o momento em que precisaria sair com
pressa e que outros carros o impedissem.
Sabia onde viviam os gémeos e esperava poder chegar à
casa, antes de que as gémeas contassem o que tinha ocorrido,
ainda que tivesse a sensação de que Nola Blue estava ao tanto do
que estava a passar.
Pareceu-me recordar algo sobre que Nola e Layla Ford eram
boas amigas, mas não estava seguro. Às vezes a imprensa
inventava relações falsas, bem como inimizades, e era difícil saber
qual tinha entre elas.
Entrei no estacionamento sabendo que era provável que me
encontrasse com algum paparazzi, ávido de notícias. O flash da
câmara não se fez esperar e me limitei a tentar não atropellar ao
idiota que se tinha interposto em meu caminho, adiante do carro.
Finalmente, saí da propriedade e soube que se todo o demais
falhava; ao menos, poderia devolver-lhe o anel e desejar-lhe o
melhor.
Gostaria que ela me recebesse com um sorriso, que me
dissesse que me tinha saudades tanto como eu a ela. Tinha a
sensação de que a conhecia de toda a vida, mas conforme os
segundos foram passando, comecei a notar a escalofriante
sensação de que já não vê-la mais.
 
 
 
Capítulo 15
Ela
 
 
Entrei correndo em casa e encontrei-me com Millie que nos estava a
esperar. Seguramente tinha-a avisado o condutor e antes de que me
visse chorando, me limpei as lágrimas e decidi me mostrar forte.
— Que tem passado? — Millie parecia muito preocupada.
Sujeitou-me pelos braços para olhar-me e tive que fazer um
esforço por não me jogar a chorar de novo.
— As gémeas despediram-me. Aiden Prince decidiu dançar
comigo e Sadie se enfureceu. Ele e eu dançamos, nos divertimos
juntos; também me besou, inclusive estivemos a falar de minha mãe
e de seus desenhos. Mais tarde, quando baixei a procurar as
garotas, resultava que levavam as jóias postas. Eu não sabia que a
Sadie gostava Aiden, não me disse… — Contei todo o ocorrido de
forma atropelada, como se estivesse divagando, e abri minha bolsa
para que visse o que tinham feito. Ela abriu os olhos de par em par
ao ver as jóias. — Obrigue-as a devolver-mas e ameace-as com
avisar à polícia. Ao final, me despediram.
Sabia que me estava a repetir e tratei de me tranquilizar,
enquanto me sentava no banco do vestíbulo.
— Não te preocupes, tudo dará certo.
— Também perdi meu anel. — Estendi a mão e mostrei-lhe o
dedo no que devia estar. — Falta uma parte.
— Sim, lembrança quando teu pai as deu a... — Millie deteve-
se e apertou os lábios como se tivesse dito algo que não devia.
— Meu pai? — Olhei-a sem compreender.
— Jesús! — Parecia arrependida pelo que tinha dito e seus
olhos o demonstravam. — Suponho que tenha estado esperando no
dia em que se me escapasse.
— Que esperavas que se escapasse, Millie? Conheceste o
meu pai? — Ao ver sua cara pesarosa, soube que o admitia. —
Digam-me quem é!
— Recordo no dia que tua mãe decidiu fazer essa peça. Ela
usou os anéis que lhe presenteou teu pai e os transformou num.
Havia terminado para sempre e pensei que a peça seriasimbólica.
— Olhou ao longe, sem fixar-se no que via, como se milhares de
lembranças povoassem sua mente.
— Quem é ele? — Tremiam-me as mãos. A forma na que se
comportava, me fez suspeitar.
— Meu filho conheceu a tua mãe muito antes de ela lhe
apresentar a Nola. Eram noivos, inclusive propôs-lhe um casal
várias vezes, mas Nola se interpôs entre os dos e, dantes de que
me desse conta, se tinha formado um triângulo amoroso. Isso quase
destruiu sua amizade, mas tua mãe decidiu apartar do caminho. O
mau é que o fez demasiado tarde, já que estava grávida de ti. —
Tomou ar e continuou. — Scott estava a passar por um mau
momento com seus demónios e seus vícios; ela duvidava de que
pudesse ser um bom pai. Logo o tempo passou, nasceste… e
quando ele voltou a ser digno para ser teu pai, Nola estava grávida
das gêmeas. Seguia apaixonado pela tua mãe, mas não podia
deixar a Nola, sozinha e com duas meninas pequenas. Por então
tua mãe já ganhava muito dinheiro, ademais se tinha feito um nome,
e ele a amava tanto que não quis a prejudicar.
— Então, ela o deixou ir? Permitiu que ficasse com Nola,
apesar de que estavam apaixonados? E Scott nem sequer brigou
por ela? — Não podia crer o que estava a escutar, o que significava.
— Não te enfades com teu pai, Ela. Amou-te desde o dia em
que nasceste e te cuidou. Por isso quis te acolher e, por suposto,
Nola esteve de acordo, ainda que não sabe que és sua filha. Nola e
tua mãe eram muito amigas e, ainda que tivessem seus desacordos,
ela faria qualquer coisa por ti.
— Nola não o sabe?
— Não. Por isso Scott e eu o mantivemos em segredo. Se
chegasse a inteirar-se, tentaria arruinar-nos. Não deves lho dizer.
Olhei à mulher e dei-me conta de algo que não se me tinha
ocorrido antes.
— Millie, és...
— Sou tua avó, sim. A sentiu com a cabeça e abraçou-me tão
forte que senti que romper-me-ia —. Sinto-o muito, Ela. Sendo-o
muitíssimo. — Começou a chorar e tratei de consolá-la.
Enquanto a mulher seguia dando rienda solta a suas emoções,
pensei em que agora fazia sentido que meus olhos fossem idênticos
aos de Scott; em o carinhoso que sempre se mostrava comigo e
em como me olhou quando me disse que lhe recordava a minha
mãe. Tinha-a querido muito.
— Nola vai enfadar-se. Quererá jogar-me quando as gémeas
chegarem a casa. — Afastei-me de Millie e fui consciente da
realidade. — Las gémeas são minhas hermanastras. Jamais o tinha
imaginado, não nos parecemos em nada.
Em realidade, elas sempre eram as perfeitas, duas perfeitas
cópias de sua mãe, enquanto eu me parecia à minha, excepto pelos
olhos que eram os de Scott Blue.
— Sei que conhecer a verdade tem sido um choque para ti,
mas quero que saibas algo. Esta é minha casa. Minha e de meu
filho. Comprei-a muito antes de que nascesse Scott e, por suposto,
dantes de que Nola tivesse algo que ver com ele; de maneira que
ninguém jogar-te-á de aqui e podes te ficar o tempo todo que
queiras.
— Dizer-lho-á alguma vez a Nola? — Pensei que era justo que
o soubesse para que decidisse o que fazer. — Quero dizer que eu
estava aqui primeiro, minha mãe me deu dantes, verdade?
— Scott já estava com Nola quando foi concebida, se é o que
perguntas. Foi uma relação estranha e prometi-lhe que nunca
contá-lo-ia, de modo que se queres que se saiba, deverias falar com
ele.
— Tudo isto resulta demasiado complicado.
— Sei-o e tenho querido dizer-tô um milhão de vezes, ainda
que saiba que alguma vez cometeria um erro. Estou a fazer-me
maior e a minha cabeça já não é tão ágil como antes, mas se te sou
sincera, me alegro de que tenha passado. Não sabes quanto tenho
desejado que o soubesses.
Deveria estar enfadada com ela, mas foi uma noite longa e
queria tanto a Millie que nunca poderia a odiar. Ademais, minha mãe
também não confessou-me nada e, ainda que sentia um pouco de
amargura pela situação, precisava processar toda a informação.
Despedi-me dela e quando me ia dirigir para as escadas, ouvi
um carro que chegava.
— Preciso estar sozinha — disse-lhe, dando-lhe um último
abraço antes de girar-me para subir.
Ao chegar à minha habitação, assomei-me ao pequeno balcão
para olhar as estrelas e tranquilizar-me. Mal fazia um momento que
tinha estado com Aiden observando o mesmo céu e desejando que
me beijasse e agora estava de volta em casa, sendo irmã das
gêmeas mucosas e com meu pai tocando a guitarra em alguma sala
da planta principal.
Apoiei a cara entre as mãos, quando vi as luzes de um carro
que tinha estacionado na porta. Não sabia se seriam as gémeas que
regressavam a casa na limusine, mas me pareceu outro automóvel.
Quando vi a Aiden que baixava do assento do condutor, levei
uma mão ao coração para que não se me saísse.
— Que fazes aqui? — Inclinei-me sobre o corrimão para que
me visse.
— Faz favor, baixe, Ela. Preciso falar contigo.
— Vai-te, Aiden. Não tenho nada mais que te dizer!
— Tem tido um mal entendido. Faz favor, deixa-me entrar e
explicar-te. — Olhou-me e cruzei os braços para controlar o tremor
de meu corpo. — Faz favor, Ela. Tenho teu anel.
Ao dizer-me que o tinha ele, quis correr para a rua, mas em
lugar disso, tomei meu tempo para responder.
— Bem, mas só deixar-te-ei passar para recuperar o anel,
pelos demais quero que saibas que tem sido uma noite de mierda.
— Nem sequer pude dizer-lhe por que.
— Faz favor, baixa. — Olhou ao redor, como se estivesse
envergonhado de estar a falar desde o jardim.
— Está bem. Dá-me um minuto! — indiquei antes de entrar.
Respirei profundamente e cruzei-me com Millie quando
baixava as escadas. Ela o tinha escutado tudo e me olhou de forma
alentadora.
— Sê amável com ele e o escuta. Não deixes que as gémeas
te tirem algo maravilhoso e recorda que há vindo até aqui.
— Está a jogar — adverti-lhe para que não se enganasse.
Ademais, nou estava de humor para mais secretos ou
mentiras.
— Como o sabes? Parece um garoto bastante sério. — Olhou-
me fixamente e ao ver que não louvava, se marchou escada acima.
Caminhei até a porta principal e quando o tive em frente a
mim, cruzei os braços.
— Onde está meu anel?
Olhou-me aos olhos um momento e depois desceu-os ao solo.
— Tenho vindo a explicar-te o que tem ocorrido.
— Escutar-te-ei, mas quero o meu anel. Depois, quando
tenhas contado tua versão, podes te ir.
Alçou a mirada até encontrar-se com a minha e soube que
tinha que seguir mantendo o tourão duro. Não ia permitir que
jogasse mais comigo. Não poderia o suportar.
Sacou a jóia do bolso e ofereceu-a, mas quando o tomei na
mão, me agarrou pela boneca e me aproximou. Tentei libertar-me,
atirando para trás, ainda que não conseguisse escapar de seu
agarre.
— Não o faças, Ela — sussurrou antes de tomar minha mão e
lhe trazer aos lábios para beijá-la.
 
 
 
 
Capítulo 16
 Aiden
 
 
Besé sua mão suavemente e depois deslizei o anel em seu dedo
que encaixa à perfeição com os outros dois, formando um só, como
se tivesse sido feito sob medida para ela.
— Sendo-o, Ela. Minha mãe me entregou e não me inteirei do
que passou até que me disse Zep.
— Já me puseram ao tanto dos teus planos para após a festa,
de modo que se te dás pressa, poderás chegar a tempo.
Deu-se a volta para aleijar-se, mas não soltei sua mão; ao
invés, tirei dela e a mantive ao meu lado.
— Escuta-me, faz favor. Esses não eram meus planos, não ia
fazer nada do que te disseram.
— Sim, claro. Por isso, teu amigo não o negou. — Estava
muito enfadada e tratou de afastar-se uma vez mais.
— Não, não o fez e se deixas de discutir comigo, dizer-te-ei
por que. — Atirei de novo de sua mão e desta vez perdeu o
equilíbrio ao tropeçar comigo.
Ficamos a um suspiro de distância, mas não me atrevi a
besarla. Parecia um precioso animal selvagem com toda sua fúria
dirigida para mim e não era conveniente a provocar.
— Está bem — espetou com os dentes apertados.
Afastou-se com força e, desta vez, decidiu libertar sua mão
para não lhe fazer dano. Com um gesto, indicou que a seguia e
entramos numa pequena habitação junto ao vestíbulo, que resultou
ser uma biblioteca de música, na que se mostravana parede uma
estupenda coleção de discos de vinil e de ouro. Deixou-se cair num
sofá de couro que parecia bastante cómodo e cruzou os braços em
atitude beligerante.
Não dava a impressão de que pudesse convencer com meus
argumentos, mas temía que lhe dar uma explicação, lhe dizer a
verdade.
— Não tínhamos criado nada disso, mas Zep não podia te
contar diante delas; se fazia-o, revelaria o verdadeiro plano e as
gémeas ter-se-iam enfadado. Ele desejava estar com as duas, mas
Sadie não queria colaborar se não lhe dizíamos que eu participaria.
— Então, tinhas pensado subir e ter sexo com elas quando a
festa terminasse, mas sozinho para que teu amigo pudesse estar
com Sadie. É isso o que queres me dizer? — Sacudiu a cabeça. —
Achas que agora que me puseste ao dia, o arranjaste?
— Não, não é assim. Mentimos-lhes para que começassem
sem mim, já te disse que eu não ia subir.
— Lé tens mentido?
— Preferirias que tivesse dito a verdade?
— Não. Preferiria que não tivesse nada que ver com elas nem
com essa história.
— Já te disse que não ia ir a essa cita; ademais, não gosto
das gémeas. São ou nas malcriadas, bastante zorras e demasiado
jovens para mim. Não posso nem as ver. Tenho tratado de dissuadir
a Zep para que me capacite, mas tem essa fantasia metida na
cabeça e… — Agitou uma mão para dar ênfase a minhas palabras.
— Asseguro-te que não ia suceder nada, só menti e lhes segui a
corrente para que me deixassem em paz toda a noite, para poder
passar mais tempo contigo.
Passou uma mão pelo cabelo e apoiou os cotovelos nos
joelhos com gesto apesadumbrado.
— Quero crer-te.
— Deves fazê-lo, Ela. É a verdade. Juro-te que és a única
pessoa com a que queria passar a noite. Desejava conhecer-te.
— Estás seguro de que isto não é coisa das gémeas? Se estás
a fazê-lo porque tratam de burlar-se de mim, mo dize. Estou
cansada de jogos. — Nossas miradas encontraram-se e senti-me
mal por ela.
— Montaram-te um bom número, verdade?
— Não o sabes bem. São horríveis. — Inclinou-se para atrás e
pareceu relaxar-se um pouco.
— Nem sequer sabia que lá conhecia até que tudo veio à tona.
Lou que me recorda que és a garota do clube, a que derramou sua
bebida em meus pantalones. Por que não o disseste?
Pôs-se colegiada ao recordá-lo.
— Tinha a esperança de que não me recordaras. Nesse dia
fizeram-me a vida impossível, inclusive tiraram-me as lentes de
contacto e esconderam-nas; por isso não via bem. Depois fizeram o
mesmo com o ferro do cabelo, para que não pudesse alarmar a
melena… São uma verdadeira delícia para tratar com elas.
— É óbvio que se actuam assim é porque estão zelosas de ti.
Olhou-me como se pensasse que tudo quanto dizia era para
aliviar seu enfado, mas que não me cria.
— Por que vão estar zelosas? São as gémeas Blue e têm o
seu próprio reality show, vivem em este palácio e podem conseguir
a quem queiram.
— A mim não. Ademais, és mais dez vezes guapa e melhor
pessoa que qualquer uma delas.
— Dizes o que me interessa escutar, mas não quero seguir
jogando a isto, como também não procuro relacionar com um
homem rico; de maneira que não percas teu tempo comigo.
As gémeas tinham-se ensañado com ela até a fazer revelar de
todo mundo. Não ia resultar fácil a convencer de que podia confiar
em mim, porque não ia permitir que a afastasse do meu lado.
— Apetece-te que dêmos um passeio? Assim poderei te
demonstrar como sou. Dá-me uma oportunidade, faz favor.
Ao vê-la suspirar e olhar para outro lado, aguentei a
respiração. Mas quando pensava que me ia pedir que me
marchasse, assentiu com a cabeça e me olhou.
— Bem. Dêmos essa volta, mas só porque não quero estar
aqui quando cheguei a casa.
Levantei-me, ofereci minha mão e ela a tomou. Não disse nem
uma palavra enquanto saímos da casa e ao chegar ao carro, abri a
porta. Parecia duvidar, antes de deslizar ao assento do passageiro,
de modo que apressei-me e, num segundo, pusemos-nos no
caminho. Não queria que mudasse de opinião, precisava levar a
algum lugar onde pudéssemos estar sozinhos e minha casa da praia
me pareceu um bom lugar.
A vida dela me fascinava, queria escutar mais de seu passado,
de seu talento e de seus planos; mas também me enfeitiça seu
corpo, almejava aprender mais sobre ele. Tomar-me-ia as coisas
com calma se é o que ela precisava, ainda que me morresse por
outro beijo.
Conduzi o carro para a estrada principal e dei umas quantas
voltas pelo bairro para chegar a minha casa. Ao olhá-la, dei-me
conta de que observava pela janela, ainda que mal podia se ver
nada na escuridão da noite.
— Faz anos, vivia nesta rua — confessou-me o que pensava.
— Em sério? Eu comprei uma casa aqui faz tempo, quando
decidi me independizar. Meu pai se enfadou porque procurei-a só
sem deixar que a escolhesse, mas eu queria fazer as coisas por
minha conta. Supongo que poderia se dizer que temos sido vizinhos
e não o sabíamos.
— Aí está minha casa. — Assinalou uma encantadora
construção de dois planetas que estava pintada de um alvo tão
brilhante que parecia reluzir na escuridão.
— Parece que está à venda — adverti, ao ver um letreiro de
venda à frente, com o logo de minha empresa na parte superior.
Ela se afundou em seu assento e olhou para adiante, enquanto
eu conduzia para o outro extremo da rua onde estava minha casa.
— Talvez, algum dia possa voltar a comprar. Seria o lugar
perfeito para trabalhar no estudo que fez minha mãe na garagem.
Fá-lo-ia por ela.
— Por que o vendeu?
Perguntava-me se tinha existido algum assunto turbio que não
quisesse tratar.
— Não a vendeu. Após que morresse, o banco se pôs em
contacto com Nola. Minha mãe tinha lhe pedido que se fizesse
cargo de suas finanças porque eu era demasiado jovem e não
entendia nada do que estava a passar. Sinceramente, nem sequer
queria tentá-lo. O seguro de minha mãe tinha-se cancelado e o
empréstimo que tinha pedido para a casa não estava pago, de modo
que a embargan. Nola não teve o valor para o contar até após o
funeral.
Senti pena pelo ocorrido e, ainda que tivesse minhas suspeitas
sobre Nola, a história resultava creíble.
— Sendo-o. — Foi tudo o que pude dizer.
— Obrigado. Algum dia recuperei tudo. — Alçou a barbilla com
determinação e esteja seguro de que fá-lo-ia.
Detive o carro e sua cara se ao olhar a bonita construção que
ficava em frente a nós.
— És o dono desta casa? ¡Siempre me encantó!
— Sim. É meu santuário. Por enquanto sigo vivendo com
minha mãe, devo controlar como gasta o dinheiro, mas não
demorarei em me virar aqui. — Não quis entrar em detalhes de
assuntos passados, ainda que estava seguro de que, tarde ou cedo,
Ela terminaria por se inteirar. Pus uma mão em seu joelho e ela la
cobriu com outra sua, mas não me apartou. — Gostaria de entrar e
vê-la?
Ela sorriu e assentiu com a cabeça.
— Encantar-me-ia.
Capítulo 17
Ela
 
 
Era curioso como resultava às vezes as coisas. Sempre quis entrar
naquela casa quando era menina, mas não conhecia os
proprietários. Tratava-se da melhor construção da praia, pintada
num tom azul tão intenso que parecia uma extensão do céu e do
oceano.
Percorremos a cada habitação e depois regressamos à
entrada principal.
— É inclusive mais bonita do que imaginava. Não te culpo por
querer viver aqui, de berisso fazer. — Estava impressionada.
Ele hizo um gesto para o sofá.
— Sentamos-nos um momento?
Aceitei e deixei-me cair a seu lado.
— Es agradable.
— Alegrome de que gustes.
— Referia-me a estar aqui contigo — aclarou, antes de apoiar
a cabeça contra o sofá e fechar os olhos.
— ¿Estás cansada?
— Tem sido uma noite muito… interessante, por chamar de
algum modo, com tantos e inovadores acontecimentos. —
Estremeci-me ao recordar que os gémeos eram meus fraternizar e
que Scott Blue era meu pai.
— Estás a tremer. — Aiden jogou-me por cima uma manta que
tinha no braço do sofá.
— Obrigado —. Senti-me estranha e o calor de prenda-a me ali
só a relaxar-me. — Temo-me que ainda estou a tratar de me
acalmar.
— Sento tudo o que tem ocorrido. Cê que tem estado mau e
que tem contribuído para te pôr nervosa. — Esfregou-me osbraços
com as mãos, como se pretendesse me dar calor ou me tranquilizar.
Quando me dei conta, estava a rir.
— Não sabes nem a metade.
— Há mais? — Parecia surpreso.
Ri-me de nuevo.
— Bem mais.
—Pois começa a explicar-te porque esse riso está a começar a
assustar-me. —Também riu e pôs um braço na parte de atrás do
sofá.
Inclinei-me para ele e me apoiei em seu peito, de forma que
ambos nos acomodamos e deslizou sua mão sobre meu ombro.
— Ao regressar a casa encontrei-me com Milli, também
conhecida como Mamá Blue, porque é a mãe de Scott Blue, e lhe
disse que tinha perdido o meu anel. Então comentou-me que
recordava quando meu pai lho deu a minha mãe. — Olhei-o para ver
a sua reação e ele abriu os olhos de par em par.
— Espera, conhece o teu pai?
Assenti com a cabeça.
— Oh sim, ela o conhece muito bem. Ela o pariu.
— Que queres dizer?. Scott Blue é... De aí sacaste esses
olhos!
Todo o mundo conhecia os característicos olhos azuis de Scott
Blue. Eram inclusive mais azuis que os de Frank Sinatra.
— Sim, sempre pensei que me resultariam familiares. — Meu
sorriso desvaneceu-se.
— Mierda. Isso significa que as gémeas são tuas irmãs. — Fez
uma careta.
— Sim. E o triste é que não posso dizer nada porque ela não o
sabe. As gémeas também não, por suposto.
— É um segredo familiar.
— Sim. Já vês, minhas irmãs pequenas me despediram esta
noite. — Desta vez, rimos os dois, mas eu queria chorar. — Não sei
o que vou fazer. Supõe-se que tenho que ir para casa por ordem
sua, mas Millie tem dito que posso me ficar o tempo todo que queira
porque é sua e por ser sua neta. Mas, como vou viver ali com éte
segredo?
— Puedes quedarte aquí se queres.
Ao escutar a sugestão me pus rígida e neguei com a cabeça.
— É muito generoso por sua parte, mas não posso aceitar. —
Nesse momento compreendi que Aiden tinha deixado sua festa para
vir a me procurar e me perguntei se ter-se-ia inteirado sua mãe. —
Obrigado por deixar a gala por mim.
— Prefiro estar aqui contigo que com qualquer outra pessoa.
Seu cálida boca aterrou em meu pescoço e um escalofrío
percorreu meu corpo, até chegar directamente a meu sexo,
provocando que me ardesse e palpitara.
Girei a cabeça e capturei sua boca. Abraçou-me e deslizou
uma não entre minhas coxas, desenhando círculos suaves e abrindo
caminho cada vez mais para perto de meu centro. Eu o imitei e
arrastei os dedos para seu entrepierna. Em seguida encontrei-me
acariciando uma dura ereção através do pantalón.
— Não temos que o fazer se queres ir devagar. Não te trouxe
aqui para isto, ainda que mentir-te-ia se dissesse que não te desejo 
agora mesmo, Ela.
— Eu também te desejo. Toma-me — sussurre em seu ouvido.
Pressionou a mão contra mim, esfregando com maciez até que
meu terno capullo se inflamou e estava pronto para ir para além.
Como se me lesse a mente, me reclino no sofá e deslizei até o solo
enquanto se metia entre minhas pernas ao mesmo tempo em que
levantava meu vestido. A seda azul se amontoou ao redor de
minhas cadeiras e me recostei, levantando meu traseiro para que
me baixasse as calcinhas de encaixe até os joelhos. Fez uma pausa
para olhar-me, senti que as bochechas me ardiam ao notar seus
olhos fincados em meu sexo excitado, até que continuou e as sacou
pelos pés.
Separou-me as pernas com as mãos, acariciando-me as
coxas, seus polegares rozándome até chegar a um centro onde
separou minhas dobras com um dedo enquanto o outro encontrava
meu clítoris. Eu me retorci de prazer e ele sorriu, desfrutando da
doce tortura que me infligia.
— É linda — murmurou com os lábios colados a mim,
acariciando com seu alento ao falar.
Sentia a umidade entre minhas pernas, tão para perto de onde
ele lambia e mordisquei que move as cadeiras para que me
tomasse na boca de uma vez e deixasse de atormentar-me. Então,
subiu uma mão até um de meus peitos, se colou baixo o vestido e
atingiu um pez começando a acariciar. Nesse instante, aproveitou
que me assaltava um novo estremecimiento para zambullir um dedo
em meu sexo, tão profundamente que me arrancou um doloroso
gemido.
Só tive uma rápida sensação, mas foi suficiente para saber o
que me esperava. Desejava-o tanto que precisava bem mais, de
maneira que me retorci contra ele. Aiden aproveitou o movimento
para introduzir outro dedo mais, usou-o para abrir-me bem e que
sua língua pudesse me penetrar hhasta o fundo de meu sexo
palpitante.
Gemi de novo, desta vez mais forte, e ele olhou para cima até
que nossos olhos se encontraram, sem deixar de mover sua mão,
entrando e saindo de mim —. Gostas? — Dobrou os dedos e
esfregou meu lugar mais terno. Ao ver que assentiu, incapaz de
falar e me mordendo os lábios, lambeu em meu centro sem romper
a minha mirada.
— Quero sentir-te — pedi-lhe com outro gemido.
— Posso arranjá-lo. — Pôs-se em pé e ajudou-me a sentar-
me, Eu me coloquei de joelhos no sofá e ele abriu os olhos de par
em par, — Ia levar-te à cama.
— Dantes preciso fazer algo. — Atingir sua cremalheira
enquanto ele me desabrocha o vestido. A seda azul deslizou-se
pelas minhas cadeiras e atirei de seus pantalones de esmoquin.
Aiden sonrió mientras despia-o. Tinha deixado sua jaqueta e
seu chaleco no carro e sacou-se a camisa que estava
desabrochada. Terminou de tirar os pantalones e os penteou a um
lado. Eu deixei cair o vestido ao solo e desabei o sutiã de encaixe
sem tirantes que fazia jogo com as calcinhas.
Uma vez que ambos estávamos nus, me ajoelhei e contemplei
seu maravilhoso corpo enquanto descia. Tinha ombros fortes e seus
braços eram perfeitos; seu peito largo e os abdominais ondulados
eram impressionantes: Supus que devia passar muito tempo ao dia
fazendo exercício para ter tal perfeição física.
Mas a parte mais sexy dele estava a poucos centímetros da
minha cara, sobresaliente de forma orgulhosa, tão grosso como
minha boneca e o suficientemente longo como para ser um desafio.
Não estava segura de poder o tomar tudo, mas me inclinei
para adiante e apoiei minhas mãos em suas pernas enquanto o
levava para minha boca. Sua cabeça gorda e torcida era como uma
baya madura a ponto de estourar em minha língua; a chupé com
força, extraindo uma pequena gota de néctar que tinha salpicado
contra minha língua, era salgada e doce ao mesmo tempo.
Acariciou-me o cabelo com uma mão e desfez com maciez a
trenza que coroava minha cabeça. Lentamente introduzindo mais
seu duro membro na boca, seus pesados testes quicavam contra
minha barbilla, e relaxei a garganta para podê-lo introduzir até o
final, perguntando-me quanto poderia suportar. Ele me sujeitou pelo
cabelo com força e empurrou como se me tivesse lido a mente,
enquanto sua grossa polla me enchia até que a redonda cabeça
chegasse ao limite. Tive um pequeno espasmo e gemia; então ele
se deslizou para fora e sus olhos se encontraram com os meus com
assombro, como se não pudesse crer.
— Es jodidamente perfeita — advertiu enquanto levantava-
me. Me sostuvo ao ver que me tambaleaba e agregou —: Deixa-me
levar à cama.
Assenti com a cabeça e, enquanto subia as escadas, pude ver
sua traseira.
— Tu também és perfeito.
Capítulo 18
Aiden
 
 
Conduzi-a pelas escadas depressa, minha polla tinha-se ficado fria
e ainda estava úmida por sua saliva. Estar em sua boca foi o mais
maravilhoso que me tinha ocorrido desde fazia tempo, quase me
corri de gosto quando me engoliu até o fundo. A maioria das
mulheres não podiam me tomar inteiro por meu tamanho, mas ela
estava cheia de surpresas.
Quando chegamos à cama, me olhou com assombro e suas
perfeitas tetas chamaram minha atenção. Fiquei boquiaberto ao
contemplá-la totalmente nua. Suas cadeiras eram redondas e ao ver
sua hendidura entre as pernas, evoquei seu doce sabor a
melocotón.
— Como queres me fazer?
Sua pergunta impactou-me, desejava-a de todas as maneiras
possíveis.
Indiquei-lhe que se tombasse na cama e arrastei sua traseiro
até a borda da cama para voltar a saboreá- la. Abri suas pernas
quando as levantou, as apoiei sobre meus ombros e lambi seu sexo
lentamente. Retirei-me um segundo para olhá-la e regressei parapercorrer de novo com a língua desde seu pequeno e apertado cu
até seu doce e palpitante clítoris. Ela gemeu e agitou-se embaixo de
mim.
Introduzir os dedos recreando na visão de ver como a
penetrava. Imaginei meu polla entrando, o apertada que estaria. À
cada acometida de meus dedos, ela se retorcia de prazer, até que
me levantei, ao mesmo tempo em que me acariciava em toda minha
extensão, espalhando os sucos que ainda ficavam ao redor,
especialmente na ponta.
— Querê-lo já? — mostrei-lhe meu membro disposto, sem
protecção, e não sabia se ela aceitaria.
Ao ver que assentiu e me atraía para seu corpo com os talões,
soube que me desejava assim, sem mais.
— Sim, o quero, Aiden.
Isso foi tudo o que precisei. Uma onda de calor percorreu-me
desde as bolas até a ponta da polla. Estava tão excitado que tive
que me concentrar.
Não costumava despir com outras garotas, nem sequer
recordava a última vez que o fiz assim, tomei ar e entrei nela
lentamente, mas ao sentir algo de resistência, me perguntei se seria
virgem ainda. Duvidava que tivesse muita experiência, a julgar pelo
apertada que estava ao redor de minha polla, e resultava incrível
notar como me envolvia com força. Dei um novo empellón, desta
vez mais forte e me submergi nela profundamente até que minhas
pelotas chocaram com seu corpo. Me mecí dentro e fora, follándola
muito devagar ao princípio, saboreando a forma em que seu sexo
me engullía até o maisp rofundo.
— É maravilhoso, Aiden. Não sei se aguentarei bem mais. —
Sua voz soou rouca e minha polla sacudiu-se pela antecipação.
— Não o faças, Ela, não te contenhas. — Como se esperasse
minhas palavras, gemeu e se retorceu sobre as sábanas, seu
pequeno coço apertado empapando minhas bolas. —.Joder, sim…,
sim!
Queria encher até o fundo e empurrei enquanto moía contra
ela sem cessar; só podia pensar em que já faltava pouco para me
derramar e...
— Tenho medo, Aiden. Faz favor não termines dentro de mim
— interrompeu minha ilusão quando estava a ponto de correr.
Me suplicou com a mirada e compreendi que levava razão.
Não tínhamos que arriscar tanto e nem sequer sabia se estava a
tomar anticonceptivos.
— Por onde tu queiras, preciosa. — De repente caí na conta
de todos os demais lugares nos que podia descarregar: em sua
cara, em suas tetas, em sua boca, em seu cu, em seu coçou.
Ela pôs um dedo nos lábios.
— Aqui — disse com um tímido sorriso.
— Parece-me boa ideia — devolvi-lhe o sorriso. Já estava a
ponto, de modo que me apartei e a ajudei a sentar no lado da cama,
com suas tetas à altura perfeita de meu membro. Tomei seus peitos
em minhas mãos e entrei em eles. — Sujeita-os por mim — lhe
sugeri com voz suave.
Ela estruturou seus seios com as mãos, desci sua cabeça e
observei como abria a boca para engolir inteiro.
Submergi-me com força e, à cada empurrão, minha polla se
inflamava mais e mais. Ela apertou os lábios, chupando e
ordeñando-me com uma fome desmedida, até que soltou suas tetas
e continuou follando sozinho com a boca, com tirones ansiosos e
anelantes.
Senti minhas bolas apertadas quando os cachorros quentes de
minha libertação salpicaram sua garganta, que engolia sem cessar e
tão rápido como podia disparar. Ao sair dela, sentiu sua cabeça
contra mim enquanto tomava alento. Minha polla ainda gotejava
sobre seus lábios e me retirei com a sensação de que resultaria
demasiado sujo para ela.
Olhei-a preocupado e surpreendeu-me que estivesse a sorrir;
ao que parece, não se importava em absoluto como tínhamos
terminado. Ela era o tipo de garota que eu procurava, poderia me
apaixonar nesse momento.
Pôs-se colorada e cobriu-se a cara.
— Pode que me tenha deixado levar um pouco.
— Em absoluto. Tem sido estupendo, podemos repetir quantas
vezes queiras.
Rimos-nos e atirou de minha mão para que me deitasse a seu
lado.
— Não quero ir a casa. — Olhou à frente, enquanto eu lhe
beijava o ombro.
— Então não vás. Ficaremos aqui e estou seguro de que
procuraremos uma forma de ocupar o tempo.
Minha polla já estava lista para repetir.
— Tu cries? — Sua voz soou juguetona e sorriu.
— Estou bastante seguro. — Tomei sua mão e guiei-a até
meu membro endurecido. — E se não é isto o que queres, prefiro
me ficar aqui contigo que em qualquer outro lugar.
Nesse momento soou meu telefone, soltei um suspiro e saí da
cama para contestar. Ao olhar o visor, franzi os lábios.
— É Zep — disse sem entusiasmo.
Odiava receber um telefonema num momento tão íntimo, mas
considerando que me tinha ido sem me despedir, tinha a sensação
de que minha mãe teria entrado em estado de pânico.
— Está bem. Vou fechar os olhos um minuto — aceitou com
um murmullo.
Enquanto respondia, tampei-a com as mantas e observei-a uns
segundos. Gostava de vê-la em minha cama e minha polla estava
totalmente dura e palpitante.
A voz de Zep me desinfla um pouco.
— Tío, onde coño estás?
— Estou na casa da praia com Ela. Passarei aqui toda a noite.
— Sentei-me ao seu lado e ela se acurrucava contra mim.
— Tua mãe voltou-se louca. Entrou em minha habitação para
perguntar-me onde estavas e me pilló com as gémeas. Sadie disse-
lhe que te tinhas machado da festa com sua criada e se foi
chorando.
Patrícia nunca llorava, mas o choque de ver a Zep com
aqueles demónios deveu ser a guinada do pastel. Ele era seu
menino, igual que eu, e ver sair da casa a duas, ou três, ou cinco
mulheres durante a semana não era o mesmo que atrapar na cama
com as irmãs Blue.
— Superá-lo-á. Ocupar-me-ei dela pela manhã.
— Bom, diverte-te. Espero que valha a pena.
— Não o duvides. — Olhei-a e tinha os olhos fechados.
Girei-me e pus o telefone na mesa-de-cabeceira, após
pendurar.
— Se tens que me levar a casa, compreendê-lo-ei — muito,
sem abrir os olhos.
Sorri e tirei seu cabelo da cara.
— Não quero sair desta cama e, muito menos, enquanto tu
estejas nela. — A a trajepara mim e passei um braço por seu ombro.
— Poderia acostumar-me a isto. — Abraçou-se a mim e
deslizou uma mão pela minha cadeira até que chegou a minha polla
dura.
— Eu também poderia me acostumar. — Virei-me para que me
acariciasse com facilidade e fizemos o amor até que nós dormimos
exaustos e abraçados.
Capítulo 19
Ela
 
 
O mais difícil da manhã foi deixar a Aiden , testa que me dei conta
de que regressava à guarida do leão para enfrentar a ira das
gémeas. Ele se ofereceu para ir comigo, mas eu o recusei, lhe
prometendo que chamá-lo-ia para lhe dizer como tinha ido.
Despedimos-nos com um beijo na porta e obriguei-lhe a
regressar ao carro, sabendo que não era boa ideia provocar mais a
Sadie. Protestou, mas fez-me caso e marchou-se, enquanto eu
pensava a melhor maneira de me enfrentar a sozinhas às duas.
Entrei em casa e Millie reuniu-se comigo na porta.
— Para tua informação, as gémeas contaram-lhe tudo à Bola e
ela está de um humor de cães, de maneira que não sê que fará.
— Estou disposta a marchar-me. Tenho procurado um lugar
onde ir e só me fica encontrar outro trabalho.
Dirigime para las escaleras y vi a Nola que decía por ellas.
— Não fará falta, Ela. Teu emprego aqui é seguro e tenho tido
uma palestra com as garotas. Estão dispostas a desculpar-se e a
cooperar para que te sintas mais cómoda aqui.
— Vou sair com Aidan Prince e se isso vai supor um problema
para elas, apresentei minha renúncia. — Preferia deixar as coisas
claras, ainda que estivesse consciente de que precisava do meu
trabalho e do dinheiro que me pagavam, mas só manteria se
aceitasse a minha nova situação.
Os olhos de Nola abriram-se de par em par.
— Estás com ele? É um bom partido, Ela está segura de que
não te precipitaste? Só porque um homem passe a noite contigo...
— Ofereceu-me um lugar para ficar.
Ao compreender o que queria dizer, não pôde evitar sua
surpresa e, boquiabierta, endereçou os ombros para fingir que não
lhe afetava.
— Mas não abandonar-nos-às… quero dizer que é parte do
seu trabalho viver nesta casa. — Olhou a Millie que escutava,
apoiada no corrimão.
— Ficarei e seguirei trabalhando, mas não quero que
esqueçais que tenho outras opções e um noivo. —Aiden tinha-o
deixado claro e, ainda que estivesse nervosa, estaria de acordo.
Era maravilhoso saber que não dependia completamente dos
Blue, pois ainda que precisava do trabalho, sempre podia encontrar
outro se queria. Isso me fazia sentir diferente.
— Não será um problema, por suposto — declarou Nula sem
deixar de olhar a Millie Depois, deu-me um abraço e tirou-me do
cabelo de forma juguetona. — Vamos a desayunar, deves estar
faminta.
— Subiu a mudar-me e baixarei em seguida.
Meu vestido estava feito um desastre e arrugado, mas não me
importava. Não podia me sentir envergonhada por ter passado a
noite com o solteiro mais rico da cidade.
Subi a ducha, mudei-me de roupa e me uni à família. Quando
entrei no comedor, Sadie endereçou as costas e seus olhos se
encontraram com os meus com tanto ódio que pude perceber.
Ache sorria como se tivesse um segredo.
— Ela, querida. Estou tão contente de que te tenhas unido a
nós. As garotas querem dizer-te algo. — anunciou Nola, olhando-as.
Ambas murmuraram uma desculpa enquanto arrastavam seus
tenedores nos platôs.
Me servi uns ovos e um cofre que cobri de mermelada e isso
me fez recordar os suaves lábios de Aiden e seu beijo de
despedida. Não o ia ver até mais tarde e me perguntei que diriam
as gémeas se sua mãe não estivesse perto.
— Eu, por minha parte, agradeceria que vos levássemos bem
— disse Scott desde a cabeceira da mesa.
Nola olhou-o fixamente, como se desejasse que seguisse
revisando seu telefone.
Era difícil vê-lo agora da mesma forma que dantes. O homem
não só era Scott Blue, uma lenda do rock, mas sim que era meu pai.
Sempre soube que existiam histórias sobre minha mãe, mas agora
estava segura de que tinha muitas mais que nunca , nem com Nola
nem com ninguém mais, como detalhes íntimos sobre meu
nascimento. No entanto, se pensava em todas as coisas que Millie
me tinha contado de minha família e as unia, compreendia que
muitas se relacionavam com minha própria vida.
— Agradecer-te-ia, Ela, que não voltes a passar toda a noite
fora, sem me dizer onde estás — disse Nola sem apartar os olhos
do meu pai.
Perguntava-me se ela tinha as mesmas regras para as
gémeas.
— A que horas chegaste a casa, señoritas? — Dirigi-me a
minhas irmãs sem deixar de sorrir enquanto perguntava.
Seu pai, meu pai, levantou a cabeça para escutar.
Ache apertou a mandíbula tão forte que pude ver o músculo se
contrair, mas Sadie manteve uma expressão neutra, enquanto
respondia.
— Muito dantes que tu.
Nola olhou a Sadie de vermelho e depois regressou a mim,
com um sorriso.
— É mais que as jóias que as garotas tomaram prestadas não
estivessem em más condições quando as devolveram.
Quise recordar-lhe que as jóias não eram prestadas, sino
roubadas, ainda que lhe segui a corrente.
— Sim, estão bem, mas assegurarei melhor no futuro.
— Se queres podes guardar na caixa forte. Ou se tens mudado
de opinião, posso comprar-tas. Sei que vir-te-ia bem o dinheiro, e já
sabes que estou a ampliar a minha colecção. Encantar-me-ia
conservar os desenhos de tua mãe perto, antes de que tenhas que
lhas vender a um estranho.
— Não preciso vender e como já tenho explicado, as peças
significam demasiado para mim como para me separar delas. —
Não entendia por que sempre fazia questão do mesmo.
Dantes nevaría no inferno que deixar que suas sádicas filhas
pusessem suas garras em minhas criações e, por suposto, não
guardaria las peças em sua casa. Já tinha decidido comprar minha
própria caixa de segurança e não estava obrigada a lhe o dizer.
Scott aclaró la garganta.
— Se ela precisa de dinheiro, podemos lhe dar. Não temos que
lhe comprar nada.
Ao escutar a seu marido, Nola seguiu sorrindo, ainda que mais
bem parecia que a tinha esbofeteado.
— Todo o que dizes é muito bonito, querida, mas oun pouco
exagerado, não? — Entre Cerro os olhos e franziu os lábios como
se o desafiasse. — Ela não é da família e seguramente prefere
ganhar o sustento.
Millie deu-me uma patada por debaixo da mesa, que me fez
dar um respingo, e me propus não voltar a me sentar tão perto dela
a próxima vez. Olhou-me fixamente e deu-me um codazo para
indicar-me que olhasse a meu pai, mas ele não reagiu à pulla de
sua mulher.
Na realidade, ele não tinha que me defender, não sabia por
que Millie pensava que o faria. O homem queria manter seu segredo
e eu não o ia trazer à tona. No entanto, deve mudar de ideia porque
falou.
— Ela é praticamente da familia. Me conhece como ela de toda
la vida e, se precisar de algo, sabe que puede ir a mí. Não importa
se é dinheiro ou qualquer outra coisa. — Dirigiu-me um cálido
sorriso.
— Suponho que tens razão, Scott. — Nola sorriu também para
demonstrar que não estava enfadada. —.Ela é praticamente como
uma filha —. Algo em seu tom me disse que já o sabia, mas Scott
não vacilou. Regressou a atenção ao telefone e passou o ecrã
enquanto fez-se um prolongado silêncio.
Ache apunhalava seu cofre com o tenedor como se pudesse o
matar e Sadie rasgava o seu com os dedos, o submergindo na
mermelada para o comer, sem deixar de me olhar. Perguntava-me o
que pensavam da oferta de seu pai.
— Obrigado, mas estarei bem. Gosto do trabalho e isso é
suficiente.
Nola endereçou-se em sua cadeira.
— De todos modos, imagino que teu novo e rico noivo dar-te-á
todo o que precises.
— Novo noivo? — Scott arrogou a frente como se estivesse
perplejo e, por um momento, me perguntei se seus instintos
paternais estavam a ponto de aflorar. — Quem é ele?
— Aidan Prince — apressou-se a responder Nola, como se
quisesse entregar-lhes a notícia a suas filhas. — Parece que nossa
doce Ela lhe roubou toda a atenção ontem à noite.
— Não é um pouco maior? — Agora Scott parecia um pai
preocupado.
— Só é quatro anos maior — terminei, olhando para os
gémeos.
Millie aclaro-se a garganta.
— Quatro anos não é tão ruim. Não como seis — interveio a
mulher, sorrindo a suas netas que trocavam uma mirada entre elas.
— Ademais, Ela sempre tem sido muito madura para sua idade e
não tenho dúvidas de que fará muito feliz a Aiden.
— Estou segura de que o fez feliz toda a noite. — Ache deixou
escapar uma risada maliciosa, mas Scott aclarou sua garganta e
mudou de tema.
Considerando tudo, o café da manhã familiar com os Blue
poderia ter sido muito pior.
 
Capítulo 20
Aiden
 
 
Acabava de sair da ducha e cobrir com uma toalha quando Zep
entrou em minha habitação franzindo o cenho.
— Espero que tenhas passado uma boa noite. — Sentou-se na
minha cadeira favorita e mirou o teto, enquanto eu procurava algo
para pôr no armário.
— Tem sido a melhor em muito tempo. — Encontrei uma
camiseta branca de algodão, meti a cabeça e deixei cair a toalha
para pôr-me uns pantalones de chándal. — Pelo que me disseste,
cumpriste tua fantasia.
— Quase. Até que tua mãe entrou agitando as mãos como
uma lunática e nos deu um susto de morte.
— Que queres dizer com «quase»? — Isso não soou bem.
— Bom, resulta que ainda que não se importam compartilhar
aos homens, não querem enrolar-se com eles ao mesmo tempo e, a
partir de tocar, não fizeram nada sexy comigo, o qual era a metade
de minha fantasia. Não só isso, sinto que Ache estava de um humor
terrível, especialmente enquanto eu me follava a Sadie, que parecia
aburrida o tempo todo e não deixava de me perguntar por ti. As
gémeas Blue não são umas mucosas, são umas mucosas
aburridas. Preciso de uma nova fantasia.
— Seguramente, ao interromper-vos, Patricia matou a pouca
acção que tínheis.
— Estávamos quase dormidos nesse momento. Eu penetrava
a Sadie em posição de cucharita, quando entrou tua mãe e não
acho que se desse conta do que fazíamos. A tudo isto, nem te conto
de perder num segundo uma ereção.
Estremeci-me ao pensá-lo e esperei que não seguisse
aprofundando no tema. Se me arrugaba la polla nos pantalones ao
imagina-lo.
— Dize-me que tu o passaste melhor. Atiraste-te a Ela? —
Zep girou-se na cadeira para olhar-me.
Sempre lhe contava tudo sobre as mulheres com as que saía,
até os mais pequenos detalhes e ele temia o mesmo, mas não
queria que soubesse certascoisas sobre ela —. Sim, claro, e foi
excitante. — Decidi não precisar muito.
— Excitante? Isso é tudo o que me vais contar ? Não podes te
ter apaixonado já desta garota. Só tem sido uma noite. — Ele sabia
que não contava grande coisa quando gostava de alguém para
valer. —.Vamos, homem! Como foi?
— Ela é perfeita.
— Espera a que faça algo que te enfraqueça, recordar-te-ei o
que acabas de dizer. — Não me importava o que pensasse, Ela era
perfeita. — Ao menos é sincero comigo.
— Perdi a cabeça por ela, tudo quanto fizemos me excitou.
Não te vou dizer nada mais e não quero que comece a fantasiar,
com todos o s costumes mas que poderia te contar.
— Agora quero saber mais. Te descrever tudo sobre as
gémeas, a cada detalhe. Tocaram-se uma à outra… Isso resultou
muito quente.
— Faz favor, perdoa-me. — interrompi-o para que não
seguisse falando. Agora que sabia que eram as irmãs pequenas
dela não gostava de saber certas coisas sobre as gémeas. Tinha a
impressão de que inclusive eram demasiado jovens. — São
meninas — disse como se falasse para mim mesmo.
— Ela é só dois anos maior, homem. Achei-me. Ademais, nem
sequer gostas de sua idade.
Não havia caído em lhe perguntar a Ela sua idade, ainda que
não me importasse enquanto fosse maior de idade. Sua maturidade
indicava que levaria alguns anos.
— Ela não é uma mucosa imatura como outras mulheres de
sua idade. Parece maior e é perfeito, já te tenho dito.
Zep soltou uma gargalhada e, nesse momento, ouvimos que
se abria uma porta na outra habitação. Depois, a voz de minha mãe
soou como uma advertência.
— Vou entrar e mais vale que não tenha um par de garotas
retozando no dormitório de meu filho. — Patrícia entrou, olhou a Zep
e depois a mim. — Onde tens estado toda a noite?
— Na casa da praia, Patricia, eu não sou um menino para que
me interrogues desta maneira. Guarda-te o terceiro grau para ti
mesma.
— Estavas com essa criada? — Cruzou os braços e enrugou o
nariz.
Sacudi a cabeça e sentei-me na cama para pôr-me um par de
calcetines.
— Estava com Ela e não é a criada das gémeas. Pode que a
tratem como tal, mas não o é.
— Ela é sua empregada, de modo que é o mesmo. Não vou
deixar que andes por aí com ninguém, que provavelmente só te
persegue por tua conta bancária. — Sua voz rebarba nas paredes e
estava a ponto de perder a paciência.
Odiava que se preocupasse tanto pelas aparências e nossa
reputação e não ia permitir que seguisse fazendo conjecturas sobre
Ela, mas finalmente, explodir.
— Ela não é sua maldita empregada. É sua irmã!
— Que? — Os olhos de Zep abriram-se de par em par.
— É Ou é ridículo. Scott Blue não tem mais que duas filhas e
são essas mucosas malcriadas como as que Zep se deitou ontem à
noite. — Minha mãe olhou-o e parecia como se quisesse lhe cuspir.
— Não te deixes enganar, querido.
— É verdade, mas se supõe que não devia dizer nada. —
Mierda, desejaria ter mantido a boca fechada. — É filha de Layla
Ford e Nola Blue não o conhece. Isso significa que não pode sair
desta habitação! — Podia esperar deles que guardassem o segredo
e minha mãe me tranquilizou ainda mais.
— A filha de Layla! — estava realmente impressionada. —.Que
interessante. Seu segredo está a salvo comigo, nunca gostei dessa
arrogante de Nola Blue nem de suas terríveis filhas. Zep, espero
que ontem à noite usasses protecção. É mais que provável que
essas zorras tenham alguma doença ou pretendam caçar por teu
dinheiro.
— Que sabes de Nola Blue, mãe?
— A horachamas-me mãe? — Sentou-se ao meu lado, no
extremo da cama e apoiou-se num cotobelo. — Bom, por uma parte,
sabe-se que tem sido bastante cruel com os músicos que
trabalhavam para seu marido, inclusive se deitou com alguns. Nola
sempre tem sido uma déspota nos negócios e no passado resultava
uma verdadeira dor de cabeça; por isso Scott não quis trabalhar
com minha equipa em seu último álbum, mas ela nunca admiti-lo-á.
— Então, vocês vós odiais? — Perguntava-me que pensaria
minha mãe de que a fortuna de Layla Ford já não existisse, mas não
queria que desprezasse a Ela por isso.
— Não é que nós odiamos, exatamente. Estamos numa cidade
pequena, onde teus amigos vivem perto e teus inimigos mais perto.
Já me entendes, fingimos igual a todo mundo.
— Bom, então não te importas fingir um pouco mais por meu
bem. Não pode se inteirar do dela. Mal se interessou ontem e não
deveria ter compartilhado a notícia. Tem o coração rompido.
— Eu também teria o coração rompido se tivesse a essas
pessoas como minha família. A filha de Layla Ford, eh? Sua mãe
era minha amiga. Não éramos íntimas mas nós levávamos bem. —
Se acercou e acariciou-me o cabelo. — Gostas desta garota?
— Gosto muito — reconheci dantes de guiñar-lhe de um olho.
— Levamos pouco tempo e temos que nos conhecer, assim é que
não quero estragar.
— Gostaria de conhecê-la. —- La mirada de Patricia dava a
entender que não era negocial.
— Bem, convidá-la-ei a almoçar. Estou seguro de que
encantar-lhe-á te conhecer. Tem criado sua própria linha de jóias e
trata de pô-la em marcha. É muito talentosa, igual à sua mãe.
— Então, não posso esperar para conhecer —. Deu-se a volta
e olhou a Zep que se fazia distraído, como se lhe interessasse muito
a parede do outro lado da habitação. — E tu, achas que poderemos
voltar a olhar aos olhos?
Zep girou-se para ela e se encolheu de ombros.
— Sendo o de ontem à noite.
— Deve ter chamado antes de entrar, está-me bem merecido,
mas me promete que deixarás em paz a essas horríveis garotas.
Zep sacudiu a cabeça.
— Não posso prometer. Tenho uma espécie de cinta com
Ache.
Patricia pôs-se de pé e dirigiu-se à porta.
— Faz favor, diga que ela é a mais inteligente.
Nada mais sair, Zep e eu trocamos uma mirada, sem estar
muito seguros de que gemela teria mais inteligência, ainda que o
mais seguro era que não a tivesse nenhuma.
— Voltas a estar com Halle? — Meu tom de desaprobación foi
evidente.
— O sexo é bom e ela me deixa fazer o que queira. — Alçou
as sobrancelhas e soube que o que queria dizer era que lhe deixava
a tomar por onde quisesse.
— Não lhe digas que Ela é sua irmã.
— Prometo-ó, mas só se me dizes um detalhe jugoso. — Suas
habilidades de chantaje sempre foram bastante boas.
— Tudo bom se não dizes nada e não te pateo o cu após o
que fizeste ontem à noite?
Os dois rimos-nos e soube que veria as coisas à minha
maneira.
— Vale… vale… mas não me digas que não resulta sexy que
estejamos a sair com duas irmãs, ainda que não formem um dúo
para as compartilhar.
— Estou de acordo com o que disseste antes. — Esperei
sabendo que perguntaria.
— Que disse? — Entre Cerro os olhos como se pensasse.
— Que precisam encontrar uma nova fantasia. — Arroje-lhe
o'una almohada de mi cama. — Preferivelmente, uma que não
inclua irmãs.
— Não foi tão mau. — Uma lenta e astuta sorriso estendeu-se
por seus lábios.
— Imbecil. — Sacudi a cabeça enquanto os risos enchiam a
habitação.
Capítulo 21
Ela
 
 
Tentei deixar de lado minhas diferenças com as gémeas para poder
seguir trabalhando sem rancores, tentando que tudo fosse mais
fácil. Se tivesse sabido o repto que suportaria para elas, tê-lo-ia
reconsiderado.
Estávamos em sua habitação, enquanto esperavam notícias
de sua mãe que negociava seu último contrato para o reality show.
Ao que parece, a renovação depende de que as garotas rebaixaram
uma parte de seus ganhos por seu mau comportamento, mas Nolan
não o queria.
O telefone de Ache soou e ambas se acurrucaram para
escutar a sua mãe pelo altavoz.
— Vamos estar ocupadas fazendo promoções, de modo que
deveis preparar-vos para trabalhar em ótimas condições. Não quero
que nada se interponha em vosso trabalho esta temporada.
— Será com o mesmo tipo de contrato que dantes? — Era a
primeira vez que via as garotas nervosas, como se tivessem
emoções humanas.
— Sim. Tenho lutado com unhas e dentes para que seja assim,
não o arruínes. Tentem não vos meter em problemas e ir-nos-á bem
um par de anos mais —. A voz de Nola era severa e podia imaginar
que sua mirada também. Trabalhava muito duro por suas filhase
não podia negar que as amava e faria qualquer coisa por elas.
Sadie resp ló em desacordo.
— Deveríamos ter conseguido mais com este contrato.
— Sim, bom, essa história tua não nos fez nenhum favor —
replicou Ache, a olhando surpresa.
— Olha quem fala! Por que não tentas manter as pernas juntas
esta temporada? Assim, talvez não nos persiga o escândalo.
Resultava quase cómico ver como se acusavam entre elas,
enquanto eu me encontrava fora de sua linha de fogo.
— Deixem de discutir — pediu-lhes alçar a voz pelo auricular.
— Gostaria que vos chamassem centrais desta temporada, porque
he noivo aos produtores que verão um lado diferente de vocês . Eles
propõem que Ache tenha um romance e estabeleça uma relação,
enquanto tu, Sadie, deves te concentrar em algum de seus talentos.
O público está a voltar-se contra ti e não sabem quanto tempo
aguentam tua vergonha.
As duas puseram os olhos em alvo ante a voz de sua mãe,
ainda que se ela estivesse ali, não fá-lo-iam. Pouco depois,
terminaram o telefonema telefónico e as garotas começaram a
discutir alguns detalhes.
— Bom, ao menos uma de nós divertir-se-á esta temporada —
disse Sadie. — Por que tu terás uma relação, enquanto eu deverei
me concentrar em ser profissional?
— Ao menos vou fazer o que queiras. Mamãe dá-me-a sair
com algum perdedor que não goste de conseguir boas valorações.
— Não será a primeira vez que salgas com um perdedor.
Estou segura de que a Zep Stewart não se importaria de ser parte
do espectáculo. — Sadie lançou-me uma mirada. — Terás que
estabelecer um horário, Ela. Precisaremos que estejas de guarda
para todas nossas citas. As coisas pôr-se-ão movidas enquanto
fazemos as promoções e tu, ultimamente, estás muito
despreocupada.
Era evidente que pretendia marcar as normas desde esse
momento e em lugar de contradizer, decidi assentir com um gesto e
revisar minha nova agenda, que sua mãe tinha deixado em minha
cómoda essa mesma manhã.
Sonhei com meu telefone e pensei que seria Nula para me
transmitir algumas das datas e citas da promoção, mas uma mirada
ao pequeno ecrã revelou o sorriso de Aiden. Tinha tomado a foto e
tinha-a acrescentado a meus contactos, uma imagem dele com
olhos soñolientos e um sorriso preguiçoso da manhã em que nos
acordamos na casa da praia.
Tratei de afastar-me para contestar, mas Ache chamou-me.
— Não saias correndo — advertiu com um rosnado.
Sem fazer-lhe caso, caminhei até o sofá e sentei-me no
extremo mais afastado, dando-lhes as costas e procurando a
máxima privacidade.
— Bons dias, senhor Prince. — Mantive minha voz suave e
olhei acima do ombro para comprobar que as gémeas seguiam no
outro extremo.
Sadie planejava como um halcón, enquanto Ache se tinha
sentado no respaldo da cadeira que tinha ao meu lado, como se
fosse um buitre.
— Oh, qué formal, señorita Ford. Queixar-me-ia se não me
excitasse tanto.
Senti que me punha colorada ao escutar suas palavras e
recordei o sexy que resultava quando estava excitado.
— Estou numa reunião de trabalho. — Tratei de insinuar que
não estava sozinha, mas queria saber por que me tinha chamado.
— Não reter-te-ei, mas me perguntava se gostaríamos que
almoçássemos juntos. Posso ir recolher-te, se queres. — A ideia de
ter um almoço íntimo com Aiden foi suficiente para incitar-me, mas
depois Ache aclarou sua garganta.
Olhei acima de meu ombro e notei que seguia aí, me olhando
como se estivesse a perder seu precioso tempo.
— O almoço soa maravilhoso. A que horas ficamos?
Achei a minha linha de visão e cruzou-se de braços.
— Precisamos da hora do almoço. Vamos falar de nossos
horários.
— Teremos que adiar o almoço, Aiden. As gêmeas precisam
porque assinaram outra temporada.
— Então cantaremos.
— Jantar… — Ache pôs-se de pé, sacudindo a cabeça. — Um
jantar tampouco é uma boa ideia.
— Hoje é um mau dia — acrescentou Sadie ao lado de sua
irmã.
Aiden fez um ruído através do telefone que fez que me
preocupasse por quanto tempo aguentaria sua paciencia —.
Chama-me mais tarde, quando te libertem. Tenho a sensação de
que qualquer coisa que planejamos vai ser um mau momento com
esses dois.
Ache acercó-se.
— Dize-lhe a Aiden que lhe dê cumprimentos a Zep de
minha parte.
— Ouviste-o?
— Sim, dizer-lho-ei agora mesmo. Estou seguro de que estará
encantado. Supõe-se que os dois estão a sair. — O tom de sua voz
indicava que lhe impressionava o tipo de relação que tinha escolhido
com seu melhor amigo.
— Bom, isso deveria ser genial para os índices de audiência —
murmurei e ele riu, me fazendo saber que tinha captado o
verdadeiro significado de minhas palavras.
— Sim, será talvez para ele. — Suspirou e depois escutei que
seu carro estava em marcha. Não lhe perguntei aonde ia porque
não queria que pensasse que precisava saber a cada um de seus
movimentos. — Chama-me. Reunir-nos-emos tão cedo como
estejas livre.
— Estoy bem. — Alegrou-me que fosse compreensivo com
minha situação.
Levar uma bagagem tão pesada como a das gémeas Blue não
era algo que a maioria da gente poderia suportar, considerando
suas reputações.
Pendurei o telefone e levantei a cabeça para encontrar com os
olhos de Ache.
— Disse que passar-lhe-ia tou mensagem. — Cruzei as mãos
para parecer o mais relaxada possível. Não queria que os dois
pensassem que me tinham posto nervosa, ainda que tivesse algo a
dizer. — Entendo que não goste do fato de que Aiden e eu nos
vejamos, mas tratar de monopolizar meu tempo pessoal não vai
arruinar o que há entre nós.
Sadie sorriu e pôs-se diante de mim.
— Não vamos arruinar o vosso, fá-lo-ás tu mesma. Verás,
realmente fizemos um trio com Zep Stewart e nos deixou muito claro
que a ele e a Aiden lhes encanta compartilhar suas mulheres.
— Sim, Zep admitiu que isso é o seu quando suas relações se
voltam um pouco rancias. De modo que é só questão de tempo que
Aiden comece a aburrir-se e decida deixar que Zep lhe ensine
alguns truques novos. — Sua irmã colocou-se a seu lado.
Esperavam que eu reagisse, mas não ia cair suas
provocações.
— Deveríamos preparar-nos para cita-a do almoço. — Dei-me
a volta para ir-me, mas dantes meti o telefone na minha bolsa e a
agenda nova no bolso exterior.
— Só queremos te poupar sofrimento, Ela. — Ache levantou
as mãos como se tratasse de se explicar melhor. — Aidan Prince
não é do tipo de homem que se conforma com estar com uma
mulher sozinha. Deitou-se com centenas de garotas, mas nunca
manteve uma relação estável. Por que deveria ser diferente
contigo? É um conhecido playboy, uma criatura de costumes. Já
vê-lo-ás.
— Preparar-me-ei para citá-la para o almoço. Morro-me de
fome — despedi-me, ignorando suas últimas palavras.
Saí com rapidez para minha habitação e, nada mais chegar,
saquei o telefone e chamei a Bola para falar sobre os planos que
tinha pensado para o almoço. Ao inteirar-me de que só pretendia
comer com suas filhas e sair de compras, me excusé e, sem dizer
uma palavra às garotas, decidi me escapar dantes de que a
telefonarem.
Quando saí da casa, lhe enviei uma mensagem a Aidan e lhe
disse que se reunisse comigo no caminho.
 
Capítulo 22
Aiden
 
 
Nunca tinha tido que escabullir se numa relação para evitar que
minha mãe me jogasse em cara meus hábitos sexuais, por ter tido
alguma outra aventura de uma noite.
Conduzi para a mansão Blue e detive-me na porta onde me
esperava.
— Olá, senhorita sexy — disse-lhe ao baixar a janela. —
Precisas que te leve a algum lugar?
Em seguida, pôs-se colorada, mas sorriu e sua cara se .
— Sim, será melhor que nós dêmos pressa. Tenho saído às
escondidas da casa e quero que nos vamos dantes de que se dêem
conta. — Abriu a porta do copiloto e deslizou-se no assento.
— Tudo isto de escabullirse resulta excitante. Não sabia que ia
sair com uma garota má. Gosto. — Inclinei-me, dei-lhe um beijo
rápido nos lábios e calcou o acelerador.
Os pneus gritaram sobre o asfalto e ela riu, olhando para a
casa enquanto nos afastamos a toda a velocidade.
— Não se te dá muito bem escabullir-se. Recorda-me que
nunca roube um banco contigo. — Passou a mão pelo cabeloe
deixou cair sua bolsa no solo.. — Aonde vamos?
— Suponho que deveria te alimentar, mas se te apetece,
depois, poderia levar a minha casa e passar um momento ali. Só
quero estar algum tempo contigo, não sou exigente, me dá igual
onde vamos.
Mantive a mão na alavanca de mudanças e ela pôs a sua em
cima.
— Sim, deveríamos desfrutá-lo enquanto possamos. Quando
descubram que as abandonei enfadar-se-ão tanto que jáme-ão a
vida impossível.
Disse-o como se lhe mostrasse que fossem tomar represálias
com ela.
— Não tá fazendo já? — Tinha a sensação de que sempre
tinha sido assim.
— Fazem o melhor que sabem. — Deixou escapar um longo
suspiro e seu sorriso vacilou.
— Tratam-te como uma vergonha. És família, não uma
empregada e, ainda que o fossem, não teriam nenhum direito a
fazer isso contigo.
Sacudi a cabeça e cambié de carril ao acercar à saída.
— Mas elas não o sabem.
— Sim, esqueço-o. Disseste que teu pai não o sabe? — Não
recordava se ele não o sabia ou se ele não sabia que ela o sabia, ou
ambas coisas.
— Sabe que sou sua filha, mas não sabe que o descobri.
Também não acho que as gémeas tratassem-me melhor se
soubessem que sou sua irmã. Seriam igual de terríveis e teriam
mais razões para ver-me como uma ameaça.
— Achas que não quererão compartilhar o seu papai?
— Não digas isso. — Fez uma careta como se isso fosse
horrível—. Nunca poderei chamar papai.
— Não me digas que foste uma de seus fãs, que alguma vez
tiveste fantasías eróticas com o deus do rock, Scott Blue.
— Oh, não, isso seria asqueroso! Scott é o suficientemente
maior para ser meu... bom, isso é porque é meu pai. Ainda estou a
tratar do entender. — Afundou-se em seu assento e girou a cabeça
para mim. — Poderíamos ir a tua casa? Não tenho muita fome.
— Sim, podemos. E se tiver fome, farei que o cozinheiro nos
prepare algo. Gostaria da cozinha de Louis. — Gire sua mão e
acariciei sua boneca com o polegar. — Não deixes que esses
gêmeos te deprimam. Esquece-te de tudo e te relaxa. Vir-te-á bem
ou descanso.
Sorriu e fechou os olhos como se não tivesse tido um
descanso decente em dias. A noite anterior fixei-me que dormia
como um tronco e agora estava seguro de que não era sozinho
porque estava exausta de fazer o amor. Vivia estressada e
trabalhava muito duro, sem mencionar o facto de tratar com as
zorras Blue. Queria que se relaxasse comigo, que se sentisse como
em casa ao meu lado.
Chegamos uns minutos mais tarde e conduzi-a ao meu
apartamento na parte de atrás da finca.
— Achei que viviam em uma casa grande. — Olhou para a
mansão principal, enquanto caminhávamos até a porta.
— Tem uma habitação ali, mas Zep e eu vivemos na casa de
convidados. É muito mais apropriado para nós, assim podemos ir e
vir e ter convidados sem molestar a Patrícia. Sem mencionar que
odeio ver a minha mãe com outros homens.
— Já saí com alguém?
— A morte de meu pai foi repentina, mas ela nem sequer
deixou que se esfriasse o corpo para voltar a sair. De facto, tenho a
sensação de que estava a outros homens quando estava vivo.
Quero dizer, não me gustao pensar, mas não sou estúpido.
— Isso é horrível. Eu prefiro uma relação estável. —
Encontrou-se com os olhos e tinha uma pergunta em sua mirada.
— Estás a perguntar-me se eu também o prefiro?
— Não o estava a perguntar, mas gostaria de sabê-lo. —
Sacudiu a cabeça. . Sendo-o. Deveria calar-me, para valer. Estou a
deixar que esses estúpidos gémeos me afetem.
— A que te referes? — Precisava saber que coisas lhe diziam.
— Bom, comentaram que a Zep e você gostaria de
compartilhar vossas mulheres e que, quando te aburras de mim,
passar-me-ás a teu amigo.
Senti que me fervia o sangue ao escutar, mas ao pensar nela
com Zep.
— Isso não é verdade. Achas que poderia fazer algo assim?
— Não, Aiden. Claro que não. — Padeceu.
— Quando estás comigo, estás comigo. E não desejo a
nenhuma outra. Quanto a Zep, não me precisa para conseguir suas
próprias relações e, por suposto, nunca falar-lhe-ia de coisas
privadas de nós nem compartilhar-te-ia com ele.
— Sento-o. — Sus ojos encheram-se de lágrimas.
— Não o faças. São essas malditas garotas que não são
felizes se não lhe complicam a vida a alguém. Desejaria que Zep se
afastasse de Ache, mas por alguma razão, gosta pra valer.
— Falais de mim? — Zep entrou na habitação comendo um
punhado de uvas e almendras.
Ao vê-lo, regressou a estúpida ideia dele com Ela e franzi o
cenho.
— Sim, ela vai ficar um momento conosco. Não lhe digas a
Ache que está aqui.
— Não dizer-lhe-ei nada a Ache, se me pergunta mentir-lhe-ei.
Sabia que não teria problema em lhe mentir porque não se
importava muito.
Acordei-me a ela e seu estômago grunhiu tão forte que até Zep
o ouviu. Sua cara pôs-se vermelha e riu-se quando ele me deu um
codazo.
— Alimenta a tua garota, Aiden, maldição. — Se acercou à
barra. — Não deixes que seja roñoso e faz que te leve a um bom
restaurante. Pode permitir-lho.
Sabia muito bem que podia, mas não gostava que Zep
ensinasse a minha riqueza.
— Vamos comer algo. Ainda podemos sair se queres. — Tinha
boas notícias que lhe dar, mas neste momento sozinho queria que
se alimentasse e estivesse cómoda.
— Poderias pedí-la? Gostaria de ficar em casa.
— Como queiras. — Acerquei-me a ela. — Llamaré à cozinha
para que nos tragam algo. — Virei-me para olhar a Zep que estava
reagindo às suas chaves e sua carteira. — Vais estar por aqui?
— Não, me vou aos berços. Chamar-te-ei mais tarde. Ela me
alegra de voltar a verte. Divirtam-vos — despediu-se caminhando
para a porta.
— Eu também me alegro de te ter visto — repôs ela justo a
tempo de que ele lhe guiñara um olho e fechasse a porta.
Sentei-me no sofá com o telefone e quando ela me imitou, a
pus em meu regaço e lhe dei um beijo na bochecha.
— Há algo especial que te apeteça. Meus menus pessoais são
bastante básicos: frango A alfredo,hambúrguer e batatas fritas,
pizzas e pan francês. O que queiras. Posso tê-lo aqui numa hora.
— Impressionante. — Seu sorriso excitou-me por completo.
Acercou a cara ao meu pescoço e deu-me um beijo na base
da garganta, enquanto eu telefonava à cozinha e fazia nosso
pedido.
Como prometi, nosso almoço chegou em seguida e nos
sentamos no pátio em frente à piscina. Comemos em silêncio, a
cada um sumidos em nossos pensamentos, e decidi deixar de
observar a duas borboletas que revoltaram sobre as flores para
tomar sua mão e chamar sua atenção.
— Tenho uma pequena surpresa para ti.
— Sim? Espero que seja boa porque será difícil que supere o
pão.
Fixei-me em que se tinha comido quase todo o pão e tive que
admitir que a mim também me encantava.
— Oh sim, é boa. Por outro lado, felicitarei o cozinheiro de tua
parte. — Rimos-nós e acariciei-lhe a mão. — Ontem à noite falei
com Delaney Graham e está disposto a receber em seu estudo.
Disse que poderia te ensinar um par de truques e se gosta do seu
trabalho, pôs-te-ia em contacto com alguns compradores.
Seus olhos iluminaram-se e deu um brinco em seu assento.
— Para valer! É fantástico! Obrigado!
— Disse-me que lhe parecia incrível que ninguém se tivesse
posto em contacto contigo.
Seu rosto iluminou-se com confusão.
— Por que teriam de fazer? Segundo Nola, nenhum dos
contatos de minha mãe podia me atender e os compradores não
estavam interessados.
Por suposto que sim. Nola Blue estava tramando algo. E eu ia
averiguar o que era.
— Estás contente?
Inclinou-se e me beijou, enamorandome a cara com as mãos.
— Sí, obrigado.
— Não tens que me agradecer nada. — Dei-lhe uma
palmadinha na mão e a beijei, acercando-a até que se moveu de
sua cadeira a meu regazo.
— Então, deixa-me que te demonstre que me alegra que
penses em mim. — Sua mão deslizou-se entre nós, acariciando
meu membro que já estava excitado baixo meus pantalones. —
Parece-te bem?
— Mais que bem. — Levantei-a tão rápido que soltou um
pequeno grito.
Os dois estouramos em risos quando a pus sobre meu ombro
e a levei ao meu dormitório. 
Capítulo 23
Ela
 
 
Não podia deixar de me rir, enquanto Aiden me levava à habitação.
Deteve-se junto à camae vi nosso reflexo no espelho do toucador.
Deu-me um açoite no cu que soou muito forte por levar vaqueiros;
não tinha nada como receber um golpe através da teia vaquera para
aquecer o traseiro.
— Ah! — Encontrei-me de costas dantes de que pudesse lutar
ou gritar, a um todo fazia parte de nosso jogo.
Não me importavam as nalgadas ou que me tumbara na cama,
sobretudo, quando não perdia o tempo para me tirar os sapatos e
atirar ao solo.
Ficamos olhando nos olhos. Os seus ardiam de desejo
enquanto desabrochava os botões de meus vaqueiros e deslizava-
os por minhas pernas até que os tirei a patadas. Ele se apressou a
me sacar a camisa pelos braços, ainda que esperava que seguisse
com as calcinhas, mas o ajudei a libertar a teia de seda.
Matumbé de novo na cama e ele se apartou para me olhar. Só
levava a roupa interior e começou a tirar os descoloridos vaqueiros
com rapidez. Gostava como lhe ficavam, ajustados ao traseiro, mas
tive que admitir que estavam muito melhor em de o solo.
Tirou-se a t-shirt e lançou-a para uma cesta, mas falhou e caiu
ao solo. Ri-me e observei seu corpo perfeito, enquanto deslizava
seus calzoncillos cinzas pelas pernas até ficar de pé,
completamente nu e com a polla erecta na mão.
— Não me vais despir? — Esfreguei-me os joelhos e fiz-as
rodar de um lado a outro enquanto o olhava.
Meus olhos abriram-se de par em par quando sacudiu a
cabeça.
— Não, te vais despir para mim. — Tendeu uma mão e ajudou-
me a pôr-me de pé.
Pus-me tão colorada que as bochechas me ardiam.
— Não, não, não — protestei ao mesmo tempo em que negava
com a cabeça. — Não sou boa nessas coisas. — Lou olhei com
gesto suplicante e ele mostrou um sorriso malvado.
— Fá-lo por mim — pediu também com gesto suplicante. —
Fá-lo-ás estupendamente, Ela. Quero olhar-te. — Deixou cair a
minha mão e deu um passo atrás.
Consciente de que não ia mudar de ideia, comecei a
desenganchar o fechamento do sutiã de encaixe em minhas costas.
— Devagar — pediu num sussurro.
Agarrou-se a polpa com uma mão e começou a se masturbar,
enquanto seus olhos permaneciam fixos em meu corpo. Isso fez que
me desse conta de que ele não se envergonhava ,o que me deu
uma confiança que não sabia que tinha.
Deslizei um tirante por o ombro e sustentei a copa do sutiã na
mão para que não caísse. Fiz o mesmo com o outro e fiquei
sustentando os dois peitos, com a fina teia de encaixe em minhas
mãos. Aparei prenda-a, deixando-a cair ao solo, e tomei um de
meus pezones entre os dedos. Estava duro como uma pedra, o
acariciei muito devagar e o pelliz que, enquanto ele abria seus olhos
e se lambia os lábios.
— Fazê-lo muito bem, Ela. És tão preciosa.
Introduzi uma mão baixou as calcinhas e olhou-me surpreso,
como se não esperasse que fosse tão ousada. Acariciei-me e gemi
ao mesmo tempo em que mordia-me o lábio inferior e deslizava um
dedo entre minhas dobras. Depois chupé o dedo, Aiden encurtou a
distância entre nós e me beijou, ansioso por paladar meu sabor.
Após prová-lo, retrocedeu e bombei a sua polla enquanto eu me
tirava as calcinhas. Nem siquiera tinham chegado a meus joelhos
quando se arrodilló e, dantes de que pudesse reagir, sua boca
aterrou em meu sexo nu e deslizou sua língua para besar minha
capullo inchado.
Com a respiração acelerada, acariciei seu cabelo enquanto
sua boca pulsava e sancionada em lugares que nem sequer
imaginava que poderiam me dar tanto prazer; joguei a cabeça hacia
atrás e jade é ao sentir seus dentes que mordisque aban meu
clítoris e seus dedos se hume decían ao introduzir em meu interior.
— Estás tão molhada, Ela. Acho que gostaste de despir-te
para mim, mais do que pensavas.
Desfrutei de como me olhava, de suas mãos bombeando seu
membro e o preparando para mim. Sua polla estava vermelha e
torcida, lista para afundar-se como uma faca ardente.
Segui masturbando até que se aproximou e me sentou na
borda da cama. Sujeitei-o pelas cadeiras e atraí-lo, ficando sua
grossa ereção a poucos centímetros de meus lábios. Besé sua
brilhante cabeça e ele só quando comecei ao lamber em toda sua
extensão.
Ao olhar nos olhos, Aiden sujeitou-me pela nuca e mantive-me
quieta ao mesmo tempo em que movia suavemente as cadeiras
enquanto sua polla entrava e saía de minha boca.
Lo agarrei pelo cu e relaxei a garganta para introduzi-lo
profundamente.
— Joder — murmurou antes de gemer de novo.
Continuei dando-lhe prazer até que se jogou para trás e pôs
uma mão no ombro para recostar-me. Colocou-se entre meus
joelhos e separou-me as pernas com suas cadeiras. Ao inclinar-se,
a carició a cabeça de seu membro contra mi sexo, esfregando entre
minhas dobras para espalhar minha humidade. Estava tão molhada
que sabia que me ia correr; queria-o dentro, precisava que me
penetrasse e quando o fez de um forte empellón, gritei de prazer.
Era tão grande que tive que acostumar a seu tamanho, tremi
excitada e meu sexo começou a ordeñarlo enquanto empurrava.
Moveu as cadeiras e ajustou minha posição para acariciar meu
ponto mais sensível, depois deslizou uma mão para baixo para
acariciar minha clítoris com o polegar.
Não achei que pudesse suportar tanto prazer quando me
assaltou um orgasmo descomunal. Foi tão intenso que pensei que
poderia desfalecer. Minha libertação salpicava e gotejava por minha
traseiro enquanto ele o golpeava com suas bolas e produzia um
som forte, provocado pela umidade.
Aiden inclinou-se sobre meu peito e capturou minha boca,
depois afastou-se para olhar-me.
— Onde o queres desta vez? — Empurrou com mais força,
sua polla parecia inchar-se dentro de mim.
— Onde queiras. — Sabia que deveria ter sido mais previsora
e usar protecção, mas uma vez perdida no êxtase, não podia parar.
A idengruñó ao escutar-me, saiu e libertou-se sobre meu sexo.
Uma onda ardente percorreu-me a pele até o estômago e ao olhar
para baixo deu-me tempo a tomar em minhas mãos e conduzir para
meus peitos, onde terminou de se derramar. Uma gota golpeou
minha barbilla, recolhi-a com o dedo e o chupé.
Ele se retirou para agarrar uma toalha e pouco depois me
esfregou entre lvos coxas. Suas mãos moviam-se para limpar o
desastre.
— Melhor damos-nos uma ducha — sugeriu, atirando de mim
para levar à casa de banho.
Eu estive de acordo e passamos a seguinte hora debaixo o
suave cheiro da água quente, explorando nossos corpos
lentamente.
Agora sabia que podia confiar em Aciden.
 
 
Capítulo 24
Aiden
 
 
Na semana seguinte fez-se eterna. As gémeas dedicaram-se a
desquitar com Ela pela teres abandonado para passar o dia comigo
e, ainda que preferia pensar que valeu a pena, a tive saudades
como um louco. Por isso, decidi intervir e lhe fazer uma visita
surpresa.
Sadie abriu a porta e apoiou-se na madeira para parecer
inocente, mas não funcionou.
— Olá, Aiden. Não me digas que estás aqui para te desculpar
comigo por mentir sobre o de fazer um quarteto.
— Vale, não fá-lo-ei. Está Ela por aqui?
— Se não gostas da ideia, só tens que o dizer. Ela acha que és
o senhor Perfeito, mas sei que és como qualquer outro mujeriego
imbecil que se dedica a enganar as garotas.
— Nunca te engane, Sadie. E não finjas que não te divertiste.
Sei que o passaste bem com Zep. Ele me disse.
Em realidade, ele me disse que se tinha aburrido, mas não lhe
ia dar a satisfação de o admitir.
— Faz favor, o único que fiz foi o olhar a ele e a Ache,
esperando que aparecesses, mas não o fizeste porque preferiste te
ir com essa pequena zorra dela. Para isso, podia me divertir mais
em casa com meu vibrador, ou me atirar a alguém mais. Sabes que
posso o fazer.
- Então,por que não o fazes? Queres chamar a Ela, faz favor?
— Prefiro-te a ti. Tu e eu ter-nos-íamos divertido. É uma
lástima. — Afastou-se da porta, sem fazer o que lhe tinha pedido.
— Está Ela em casa?
— Éta não é sua casa, mas não, não está. Tem saído com
Ache, mas podes subir e esperar se queres. Tratarei de ser
hospitaleiro. — Olhou-me de cima para baixo.
— Não, obrigado. Podes dizer-lhe quando regresse que tenho
estado aqui? — Nada mais lhe perguntar, soube que a sua resposta
seria um rotundo,não.
Sorriu de forma que pude ver seus dentes.
— Claro, cariño — espetó antes de dar com a porta nos
narices.
Decidi enviar-lhe uma mensagem enquanto caminhava para o
carro, já que não confiava em que Sadie lhe transferisse o que lhe
dei. Lhe diria que a esperava na porta, mas quando parei a um lado
da estrada para o escrever, escutei risos ao outro lado da grama.
Levantei a vista e vi o carro de minha mãe. Estava estacionado
entre a casa e uma pequena garagem, junto ao caminho
primeiramente.
Guardei o telefone no bolso e fui para comprovar que não me
equivocava , ainda que quanto mais me aproximava, mais seguro
estava que era ela. Gelou-se o sangue ao vê-la acompanhada por
Nola Blue. Estavam sentadas, no pátio traseiro, debaixo de uma
sombrilla junto à piscina.
Tinha lhe contado à minha mãe a relação dela com Scott Blue
e que ela não sabia nada. Patricia insinuou que odiava a mulher
mas ali estavam, rindo como velhas amigas. Desconhecia o que lhe
tinha dito e se tinha vindo para saber sobre ela.
Ainda não se conheciam, apesar de que minha mãe me pediu.
Devia de estar molesta, por isso tinha vindo até aqui, mas ela tinha
demasiado trabalho para se tomar umas horas livres.
Mais tarde a interrogarem sobre aquela visita. Já me ia
marchar quando ambas se levantaram para ir para o carro de minha
mãe.
— Aiden? ¿Procurase a Ela ? — Interessou-se Nola ao ver-
me.
— Sim, mas Sadie disse que está fora com Ache. —Ao menos,
averiguar se tinha-se marchado para valer ou as gémeas tinham-
na encerrado em seu armário.
— Tinham várias citas e voltará mais tarde. Dizer-lhe-ei que
tens estado aqui. Se desculpem-me, chamar-te-ei mais tarde. —
Voltou-se para minha mãe. — Obrigado de novo por vir, sobretudo
após ter-te chamado de forma tão precipitada.
Enquanto Nola afastava-se, minha mãe sorriu de modo
forçado.
— Aiden. Suponho que te perguntas o que estou a fazer aqui.
— Sim, espero que não nos estejas a vigiar a Ela ou a mim. —
Estava nervoso pelo que pudessem ter falado, mas tentei manter a
compostura.
— Nola me chamou. Tem uma propriedade à venda e eu estou
inscrita em sua listagem de ofertas imobiliárias. Pensei que talvez
tivessem me recomendado, mas me disseram que não.
— Não, não o fiz, mas gostaria de saber que propriedade está
na lista. — Tinha a sensação de que já o sabia.
— É uma casita na praia, justo ao lado de lá.
Era a casa dela. Patrícia não teve que me dizer porque eu o
sabia.
— Poderias levar-me ali? — Queria ver a propriedade de perto
e estar um momento com minha mãe, para averiguar o que
pretendia Nola e como conseguiu a propriedade para a venda.
Patricia deu-me o papel que tinha na mão.
— Aqui está a direção. Seguir-te-ei no meu carro.
Saímos ao mesmo tempo e fomos direto à propriedade dela.
No caminho recordei que a casa foi embargada pelo banco, de
maneira que não me explicava por que a tinha Não para a venda.
Foi o primeiro que lhe perguntei a minha mãe ao chegar.
— A casa está a nome de Nola?.
— Claro. Não poderia vender de outra maneira. Supõe-se que
enviará a documentação mais tarde.
Abriu a porta e entramos na casa onde se criou. Era um lugar
agradável, acolhedor e limpo. Podia vê-la crescer ali, baixando as
escadas, como uma menina sorridente e feliz, com sua cara
evoluindo até se converter numa mulher.
— Não há nenhum banco envolvido?
— Um banco? Não, ela diz que é seu, livre e limpo.
Caminhei pela casa e imaginei a Ela em cada habitação.
Horneando bolachas com sua mãe na cozinha, vendo desenhos
animados na sala de estar quando era menina. Recordo que
comentou que sua mãe tinha convertido a garagem numa oficina e
me dirigi para ali. Ao chegar, encontrei-o cheio de balcões e salas, o
que indicava que tinha sido utilizado como ela me tinha dito.
— Ao que parece, este lugar utilizou-se como uma espécie de
oficina, mas pode voltar a ser uma garagem — disse minha mãe
sem ter nem ideia do que dizia.
Esta era la oficina de la.
— Quero comprar. — As palavras saíram com tanta firmeza
que não pisquei, mas minha mãe ficou atônita.
— Perdão? Queres este lugar para ti? Tua casa é bem mais
bonita, a não ser que a compres pára Zep.
— Não importa o motivo pelo que a quero. Compro-a e já está.
Transferir o depósito tão cedo como ela me envie o comprovante de
propriedade.
Minha mãe sabia que não devia discutir comigo quando
decidia comprar algo, mas inclinou a cabeça e me olhou de relojo.
— Querê-la para essa garota, verdade?
— Ela. Seu nome é Ela, não essa garota. E sim, tendo em
conta que aqui é onde cresceu, olha vou a devolver. Quero te
assegurar de que Nula é a proprietária antes de que aceites nada.
— Que passa, Aiden? Tenho a sensação de que me ocultas
algo. — Sujeitou-me pelos braços e olhou-me aos olhos. —Que
está a passar?
— Olha a ver se podes rastrear a escritura até Layla Ford ou
seu banco, e não lhe digas a Nola Blue que sou o comprador. Não
lhe diga nada.
Patricia assentiu com a cabeça.
— Achas que ela a roubou, verdade? A Ela?.
— Ela ou a sua mãe moribunda.
— Espera, achas que roubou-lhe esta casa a Layla Ford em
seu leito de morte? — Endureceu a mirada e assentiu. — Se isso é
verdadeiro, Nola tem um grande problema e não deveríamos nos
envolver. Espero que não a acuses até que estejamos seguros, não
quero que nos demande. Filho, prometo-te que farei todo o possível
para averiguar como conseguiu a propriedade, ainda que tenha que
lho perguntar.
— Mentirá.
— Não te ofendas, mas esperemos que não seja Ela a que
minta sobre esta casa. Pode que tenha crescido aqui, mas este
lugar poderia ter estado a nome de seu pai. Scott pôde manter até
sua morte e, se esse é o caso, então Nola tem todo o direito de
vender.
— E se é assim, me parece bem, mas não o creio. É a casa
dela e lhe corresponde ter. Sua mãe ensinou-lhe tudo o que sabe
sobre jóias aqui mesmo, nesta habitação. Tem um futuro brilhante e
a vida tratou-a mal, mas assegurar-me-ei de que desfrute de uma
segunda oportunidade, que as coisas lhe vão melhorar doravante. É
muito trabalhadora, uma boa pessoa e merece-se o melhor.
— Realmente, preocupas-te por ela. — Surpreendeu-me com
um abraço e depois me despedi. Dizer-te-ei algo assim que o
averigüe.
— Obrigado, mamãe.
Sorriu e me pellizco a bochecha.
— Me gusta como soa.
 
Capítulo 25
Ela
 
 
Aiden teve uma paciência infinita para aguentar minha ocupada
agenda com as gémeas. Não passávamos juntos muito tempo, mas
apreciamos a cada momento, sobretudo quando estávamos
sozinhas.
Na semana decorreu entre reuniões, inclusive fizemos duas
viagens fora da cidade, e quando as garotas me disseram que já
não precisavam, suspirei aliviada. Estar tanto tempo com as
mucosas lloronas podia enfermar a qualquer e ansiava me libertar
delas.
Ache esteve a falar com Zep todos os dias, inclusive lhe fez se
ir encontrar com ela, lhe dizendo que estava interessada em ser seu
casal. Se o fizesse, era seguro que custar-lhe-ia caro. Assim actuam
as gémeas.
Chamei a Aiden para dar-lhe as boas notícias.
— Estou livre. Faz favor, diz-me que não estás ocupado.
Aiden com frequência tinha que ir a sua empresa e substituir a
seu pai em várias organizações beneficentes. Ainda que com
frequência desejava que minha mãe me tivesse deixado uma
fortuna, sabia que não era capaz de manejar as coisas como ele o
fazia. Era um herdeiro adequado e sabia como ocupar os negócios.
— Eu também estou livre. Ver-te-ei em dez minutos.
— Dez? Vives bem mais longe para demorar isso. — Sabia
que meu tom era suspeito, mas riu.
— Estou a chegar. E que saibas que vou de caminho para te
sequestrar. Tinha a esperança de aparecer de repente e fazer uma
cena heróica, levando-te bem longe.
— Não é necessário. Estou sozinha com Millie e ela pensa que
és meu herói.
Millie queria muito a Aiden. Se não fosse minha avó, e tivesse
uns anos menos, teria que brigar por ele. Sempre falava do que era
e de como lhe recordava a uma de suas estrelas de cinema
clássicas favoritas.
— Millie é uma boa mulher.
— Sem dúvida. Dizer-lhe-ei que estás em caminho.
— Ouve, em vez dedizer-lhe isso, lhe dizer que sairás um
momento. Tenho uma surpresa para ti.
— Outra surpresa? É como a última? Tens a alguém que
queres que conheça? — Aiden tinha marcado uma cinta com
Delaney Graham e tinha terminado numa maravilhosa oportunidade.
Não podia imaginar que podia superar ou.
— É muito melhor, mas não dizer-to-ei. Terei que esperar e ver.
Estivemos a falar até que saí e abri a porta do carro.
— Dize-me mais sobre essa surpresa. — Foi o primeiro que
disse nada mais sentar a seu lado.
— Não, não. Não me vais convencer de que te diga o que é.
Vê-lo-ás muito cedo — assegurou enquanto me abraçava o cinto.
Dirigiu-se para a auto pista principal e nuns minutos dei-me
conta de que íamos para a sua casa da praia, mas se deteve na
minha. O letreiro de « vendido» estava em cima de outro da
imobiliária e me dei conta por o pequeno logo da coroa que
pertencia à empresa de sua família.
— Que fazemos aqui? — Não queria ver, me trazia
demasiadas lembranças dolorosas e agora pertencia a outra
pessoa.
— É teu lar, Ela. — Ao dizê-lo, se encolheu de ombros e tratei
de compreender o que queria me dizer, procurando em seu rosto
algum sinal de que tinha perdido a sensatez. O lento sorriso que
alumiou sua cara, fez que minha mente se tambaleasse.
— Que queres dizer, Aiden? — O coração batia-me muito forte
e sabia que ia receber a melhor notícia da minha vida.
— Comprei-a para ti. É tua. — Tocou-me com sua mão na
minha e a agarrei com força, qualquer coisa para manter na terra e
evitar que me afastasse flutuando até o céu.
Mas então, a realidade golpeou-me de forma diferente à que
tinha imaginado.
— Espera, por que? — Não podia deixar que me desse uma
casa. Por muito que soubesse que se preocupava por mim, era
demasiado. Aiden, não posso aceitar. — Meus olhos encheram-se
de lágrimas e ele me abraçou.
 —Quero fazê-lo, Ela. Não podes te negar, já é tua.
Saiu do carro, deu a volta e abriu-me a porta. Depois levou-me
à garagem, o tal que minha mãe tinha desenhado e estava igual que
dantes, excepto porque estava vazio.
Apoiei-me no balcão e tentei recuperar o alento. Estava
mareada e não podia achar que me encontrasse em minha casa.
Era minha casa outra vez. Não podía aceptar.
— É demasiado, Aiden. — Era um presente demasiado
extravagante, se tínhamos em conta que não levava um anel no
dedo nem existia uma promessa de amor eterno. Sempre esperei
que quando um homem me comprasse uma casa, significava que ia
ser sua esposa.
— Nada é demasiado para ti. Quando ouvi que ela estava a
vender...
— Referes-te ao banco? — «Nola? Tem dito Nola?», pensei.
— Para valer pensavas que lhe ficou o banco?
— Sim, Aiden, a embargaram, mas acabas de dizer que a
vendia Nola. Como é possível?
— Ela, não sei o que está a passar, mas deverias falar com
Scott e Nola.
Joguei-me em seus braços e fechei os olhos. Estava muito
cansada de tantas mentiras e segredos. Não entendia o que tinha
passado com a casa nem por que era propriedade de Nola. Talvez,
também era de meu pai.
— Aiden, eu...
— Acalme-te. Esquece-o tudo por um minuto e respira, Ela.
Apertei-me contra seu peito e procurei seus lábios. Me passou
muito devagar e supe que, ainda que todo era demasiado
complicado, só podia escapar a seu lado.
— Faz que tudo desapareça, Aiden. — Não tive que o pedir
duas vezes.
Apertou-me mais forte entre seus braços, sujeitando contra o
balcão enquanto nós desabamos. Sua boca desceu por meu corpo,
acariciando meus peitos enquanto subia-me a camisa para quitar
ela.
Rapidamente desabroche seus pantalones, baixei-lhos e
esfreguei sua dura ereção que aumentava a cada segundo.
Introduzir a mão em suas calzoncillos para sentir sua carne nua e
ele retrocedeu, assim cada um de nós terminou de se tirar a roupa
com rapidez.
Tão cedo como estive desnuda ,me sentou no balcão e me
penetrou de um só golpe. Gritei pela surpreendente sensação de
sentir-me cheia e em seguida começou a mover as cadeiras,
bombeando em meu interior enquanto eu jeceava e dizia seu nome,
rogando-lhe que se afundasse mais forte.
Apartou-se, eu me deslizei no balcão e dei a volta, inclinando
meu traseiro para acima como uma oferenda. Agarrou-me as nalgas
e separou-as, inclinou-se e lambeu minha terna raja, deixando que
sua língua se deslizasse através de minha pequena estrela
apertada. Quando esteve húmida e palpitante, pressionou com o
polegar e eu gritei, me perguntando se é que queria me tomar por
ali, mas então centrou seu polla em meu sexo e empurrou,
regressando a minhas profundidades, seu membro duro torturando
meu ponto mais sensível con a cada empurre.
Seguiu um ritmo contínuo e esticou-se para acariciar meu
terno capullo com uma mão , enquanto pellizca um de minhas
pezones com a outra. Soube que não faltava muito para atingir o
mais alto e, então, seu dedo regressou à minha pequena estrela
apertada e a pressionou de novo.
Levou sua outra mão à minha boca e ofereceu-me um dedo
para que o chupara. Estava salgado e, quando quedou resbaladizo,
o conduziu até meu cu, onde o introduziu ao mesmo tempo em que
seguia bombeando com seu polla sem cessar, me levando a cotas
insospechadas de prazer, onde me surpreendeu um orgasmo
descomunal que me arrastou como um tsunami impossível de parar.
— Aiden — gritei seu nome.
— Isso é, Ela. — Esperei que me perguntasse onde queria que
derramasse sua droga quente e desejava que o fizesse por todas
minhas costas.
— Quero olhar nos olhos quando me correr.
Entrou em mim e começou a me penetrar tão forte que pensei
que derrubar-me-ia, que se se retirava ou se afastava, cairia ao
solo. E foi então quando senti sua polla crescer, se endurecendo
ainda mais, antes de expulsar seu simiente ardente, empapando em
meu interior.
Quando deixou de se mover, se manteve dentro de mim, sua
frente descansando contra a minha.
— Tinha tantas vontades de fazê-lo desde a primeira vez que
follamos. Queria reclamar-te e marcar-te. Diz-me que te vais
combinar com a casa, Ela.
— Vou combinar-me com a casa. — As palavras saíram de
meus lábios sem dúvida-lo, poderia ter-me feito dizer qualquer
coisa. Eu era completamente sua.
 
Capítulo 26
Aiden
 
 
Após fazer o amor em sua casa, ofereci-me a levá-la à minha para
que se buchara. Era o menos que podia fazer após como havíamos
ficado. Nunca tinha desejado me enterrar tão profundamente dentro
de uma mulher, mas tinha o ânsia do fazer e não me arrependi em
absoluto.
Quando saímos do carro, sorri ao vê-lo caminhar com joelhos
trêmulos. Sujeitei-a pelo braço para que se apoiasse e me senti
orgulhoso ao reconhecer que tinha esse efeito nela.
— Prepararei a água. Desviste. — Acabava de ajudá-la a
recolher sua roupa e pôr-lha minutos antes, e ia ter o prazer de vê-la
despir-se de novo.
Tirou-se prendê-las muito devagar, sem deixar de olhar-me,
enquanto lambia-se os lábios como se estivesse saboreando o
momento. Levei-me a roupa para lavá-la e quando regressei a
encontrei embaixo do cachorro de água, apoiada na parede.
— Não me digas que estás tão cansada porque acabo de
começar. O segundo assalto será mais esgotador. — Deslizei minha
mão por suas cadeiras.
— Poderia ficar-me deitada e deixar-te fazer todo o trabalho —
confessou, agarrando a minha mão e me convidando a entrar na
ducha.
Deixou-se cair contra meu corpo e, enquanto esfregava-lhe
com maciez as costas, a besé no ombro.
— Tudo bom se descansa agora? Deixa-me ducharte. —
Tomei o jabón aromático, me enganei as mãos e passei-as por seus
ombros, depois deslizei-as até seus peitos, e baixaram por sua
barriga. Depois esfregou a parte baixa de sua espalda e demorei-me
em seu precioso trasero.
Acordei e a beijei nos lábios enquanto arrastava a mão entre
suas pernas. Ela gemeu de forma preguiçosa e se apoiou contra
mim. Notava-se que estava esgotada e não quis a forçar. Tinha todo
o dia para nós e estava convencido que nestes dias as gémeas a
tinham mantido ocupada para a afastar de mim.
Decidido a dar-lhe o que precisava, a abracei com força e a
beijei, sentindo como a água quente percorria nossos corpos e nosrelaxava.
Depois de jabonera, de desfrutar de seu corpo nu e de seus
beijos sai da ducha, depois agarrei uma bata, a envolvi nela e me
esperou apoiada no lavabo a que me colocasse uma toalha nas
cadeiras. Olhamos-nos em silêncio, tomei-a em braços e levei-a à
minha cama. Não passou muito tempo antes de que os dois
estivéssemos profundamente dormidos.
Ao chegar a manhã, encontrei-me só. Estava a ponto de entrar
em pânico enquanto procurava-a pela casa, até que vi que a porta
do pátio estava aberta. Estava de pé junto à água. Tinha os braços
cruzados e levava uns de meus pantalones cortos e uma t-shirt que
lhe ficava demasiado grande.
Procurei uma vestimenta similar e uni-me a ela que se girou ao
me ver chegar.
— Vim procurando um lugar onde pensar. — Sabía que
voltaria a estrellarse contra a realidade. — Disseste que Nola tinha
minha casa. Isso quer dizer que estava a seu nome? Ou a de meu
pai? — Manteve os olhos fincados nas ondas do oceano ao falar e
imaginei que assim de revoltas estavam suas emoções.
— Pedi-lhe à minha mãe que pesquisasse antes de comprar a
casa e Nola tinha uma escritura em seu nome. Disse-me que
rastreou até o banco e depois ao dono anterior.
— Isso é impossível. Minha mãe era a dona de nossa casa.
Ficou-lhe o banco, vi os papéis que assinei quando lhe levaram.
— Assinaste algo? Estás segura de que o que assinaste era
sobre a casa?
— Sim, assinei em nome de minha mãe. Nonda disse que não
passava nada, já que minha mãe não se encontrava bem e, como
eu tinha um poder notarial dela, podia me encarregar de tudo.
Estava muito assustada e dejé que Nola se ocupasse desses
assuntos. Na verdade, ofereceu-se a ajudar-me. Ou, ao menos,
acho que fazer. Aiden, agora que o penso, não sei o que assinei.
L à Traje para mim para a abraçar.
— Eu também não, mas é possível que a minha mãe tenha
passado algo por alto. Comprová-lo-ei de novo. Enquanto, quero-te
sair dessa casa.
— Não posso me ir, Aiden. Tenho que trabalhar.
— Sim podes. Eu vou ajudar-te-ei.
— Tenho que me manter, o que me recorda que... a casa...
— Já tens aceitado a casa e aceitas a minha ajuda também.
Acho que não estás a salvo ali.
Ela abriu os olhos de par em par e piscou com nervosismo.
— Por que dizes isso?
— Não o sei. Só sei que não confio em nenhum deles. Por isso
comprei a casa e por isso quero que te vás. Algo está a passar.
Estás segura de que tua mãe e Nola eram amigas? Inclusive ao
final?
— Não acho que Nada pudesse ser tão cruel para aproveitar
de minha mãe, enquanto se estava a morrer. Era sua melhor amiga.
— Era a melhor amiga de uma mulher que deixava uma
considerável fortuna. — Odiava ter que assinalar aqueles detalhes,
mas devia ser totalmente honesto com ela e com minhas suspeitas.
— Aiden, tenho medo — confessou baixinho. — Tudo está tão
misturado… nunca dantes tinha estado sozinha porque podia contar
com Nola.
— Não te mas,não estás sozinha, me tens a mim. Confia em
mim. Acompanhar-te-ei a recolher as suas coisas.
Ao terminar o dia, esperava saber toda a verdade, se é que
Nola tinha feito algo. E desejava estar equivocado porque confiava
nela, por isso devia lhe conceder o benefício da dúvida. Inclusive
podia ser que minha mãe tivesse se equivocado.
— Quero que me prometas algo, Aiden. — Olhou-me com
aquela mirada suplicante que fazia que desejasse besar-la até que
tudo estivesse bem. — Nunca devem saber que conheço a verdade.
Não quero lastimar a Millie e tenho que guardar seu segredo. Eu sei
quem sou e a identidade de meu pai, não preciso que o saibam os
demais. E menos se com isso só consigo lhes fazer dano.
— Prometo-o. — Não estava de acordo com ela, mas se podia
afastar dessa casa, não tinha problema em lhe conceder esse único
desejo.
 
Capítulo 27
Ela
 
 
Surpreendeu-me quando Aiden disse que a casa estava a nome de
Nola e me perguntei que outras posses teria passado a suas mãos
enquanto eu chorava a morte de minha mãe. Tinha-se aproveitado
de mim ou simplesmente tinha comprado a casa ao banco? Talvez
lhe dava vergonha de dizer ou pensou que isso faria as coisas mais
difíceis. Era demasiado, imaginar que ela me tinha enganado, e
eliminei a ideia por impossível.
Tentei não pensar nada, só em Aiden e que íamos de regresso
a casa. Nada importava. A intimidem que compartilhamos a noite
anterior, e a forma na que me reclamou, fez oficial seu compromisso
comigo de uma maneira que jamais tivesse suspeitado. Ele era todo
quanto eu queria, nenhuma quantidade de dinheiro devolver-me-ia a
minha mãe e não fazia sentido o sacar tudo a relucir agora.
Ao chegar à mansão da família Blue, encontrei todos no
comedor desayunando. Estavam reunidos ao redor da mesa como
qualquer outra amanhã, excepto Millie que, igual que muitas
manhãs, tinha ido tomar café fora.
— Onde tens estado? — inquiriu Sadie, lançando-nos a Aiden
e a mim uma mirada assassina. — Precisávamos-te esta manhã. Se
vais estar fora toda a noite, seria boa ideia que o comunicasses.
Senti fincar-se a cada uma de suas palavras como se fossem
puñales. No entanto, sabia que não tinha que a escutar. Não lhes
devia nada. Ignorei-a e decidi dirigir-me a Nola.
— Entregarei minha renúncia com efeito imediato. — Aiden
agarrou-me a mão e deu-me um apretón. — E mudar-me-ei, por
suposto.
Nola alçou a barbilla e dirigiu-me um sorriso forçado.
— Dantes de que te vás, gostaria que me explicasses de que
tens estado falando por toda a cidade; ademais, quero saber de
onde sacas esses rumores. Quanto à tua renúncia, esquece-a:
estas despedida.
Scott Blue levantou a cabeça e olhou-a como se tivesse
voltado louca. As gémeas puseram-se nervosas. Ache aclarou-se a
garganta e tomou um sorvo de água, enquanto Sadie deixou cair
seu tenedor que fez um ruído surdo que ninguém mais parecia
escutar.
— Nola, que significa isto? — Meu pai se ergueu em seu
assento e acelerou-se-me o coração.
— Parece que tem estado dizendo por aí que é a filha perdida
de Scott Blue. Como se nossa hospitalidade não fosse suficiente,
agora trata de danificar nossa reputação.
Sadie se levantó y cruzó los brazos.
— ¿Caçoas?
— Como dizes? — Ache soltou uma gargalhada.
— Vês que porqueria de mulher tens preferido dantes que a
mim? Não só não é ninguém, mas sim que também é uma
mentirosa. — Sadie aproximou-se de Aiden e cruzou os braços.
Olhei a Scott que seguia sentado, sem dizer uma palavra e
com aspecto demacrado.
— Aiden, dá-me pena que tenhas tido que conhecer como é
realmente Ela, desta maneira. — Nola loulou com carinho. —
Graças a Deus que tua mãe teve a decência de me dizer o que ia
contando por aí.
Voltei-me para olhar a Aiden, que nesse momento estava
pálida. Pedi-lhe que não dissesse nada e lho tinha contado à sua
mãe. E cria saber por que. Queria que gostasse.
— Sabes, Ela? Os rumores arruínam os casais, inclusive
causam divórcios complicados. Ademais, se isso fosse verdadeiro,
não teria opção de pedir o divórcio porque no momento de sua
concepção, Scott já era meu marido.
Ambos se olharam fixamente.
— Por que dizes algo assim, Ela? Como podes cair tão baixo?
Quero dizer, sabia que nós invejamos, mas querer a nosso pai como
se fosse o teu? Que patético! — Ache cobriu-se a boca e riu-se. —
Sendo-o, mamãe, mas resulta tão cômico que tenho que me rir.
— É ofensivo! Faz favor, sobe e recolhe tuas coisas. Nossa
hospitalidade termina aqui.
— És seu pai? — Adiantou-se Aiden, olhando-o desde o outro
lado da mesa.
Soltei o ar que continha nos pulmões sem estar segura de que
a iden ainda me cresce, mas sabia que Millie não mentia.
— Não é possível. Sendo-o, Ela, mas te equivocaste. Tua mãe
significava muito para nós, mas me temo que cometes um erro se
pensas isso de mim. — Suas palavras foram concluyentes. Nunca
reclamar-me-ia como filha de seu próprio sangue.
— Olha o que passa quando tentas fazer algo bom pela gente.
Só lamento que tu também te tenhas deixado enganar, Aiden. Tua
mãe disse-me que falaria contigo.
Aiden sacudiu a cabeça e soube que estava tão confundido
como eu.
Queria falar da casa e de por que Nola tinha mentidosobre a
execução da hipoteca do banco, mas parecia que já tinha ganhado
essa batalha também. Tudo o que tinha que fazer era negaro e crê-
lá-iam mais que a mim. Pensei que se ao menos estivesse Millie…
mas também não era questão de descobrir, adiante de todos, o que
ela me tinha contado. Preocupava-me o que pudesse lhe passar.
Saí correndo do comedor e subi as escadas decidida a deixar
a Aiden atrás enquanto me seguia. Mas quando chegamos ao final
das escadas me dei a volta e o afastei de mim com um empurrão no
peito.
— Vai-te! — Foi doloroso dizer-lhe, mas falava sério.
Neste momento, não desejava voltar a ver, essa era a verdade.
— Ela, não pode dizer isso. Estou ao teu lado.
Quis criá-lo, mas dizendo-lhe a sua mãe, tinha demonstrado a
pouca confiança que tinha em mim.
— Disseste-lho a tua mãe! Tudo isto é culpa tua.
— Sendo-o. Só fiz um comentário para que não pensasse que
eras a criada das gémeas. Queria que soubesse quem eram na
realidade.
— Não. Tu querias que soubesse quem eram meus pais para
que ela, que é demasiado superficial, não pusesse objeções sobre
mim. Mas se tua mãe não aceitava que gostasses de uma puta
trabalhadora, que provia/provinha de gente normal, era teu
problema, não o meu. E quanto à casa. Não a quero. Não quero
nada de ti!
Soube por sua mirada que se estava a enfadar, mas não me
importava. Eu também o estava. Apertou os lábios e meteu as mãos
nos bolsos enquanto observava como ia ao meu dormitório e
recolhia minhas coisas.
— Não faz sentido que a recuses, Ela — disse por fim. — A
casa é tua.
— Não a quero. Não sabes captar uma indirecta? — Passei
junto a ele e fui ao banho a procurar meu maquillaje e meus artigos
de tocador.
Teria que enviar um carro de volta para o resto, assumindo que
me deixaram entrar. Precisaria que Millie me ajudasse e só
esperava que não se negasse também.
As palavras de meu pai ao negar que tivéssemos o mesmo
sangue me causaram muito dano. Não podia tirar da cabeça seus
malditos olhos azuis olhando a Bola e depois a mim. Tudo tinha sido
tão irreal que não pude controlar as lágrimas. Me despedi contra o
lavabo e chorei. Chorei por minha mãe e por mim. Tinha sido
agradável saber que tinha uma família, ainda que fosse secreta.
Detestava trabalhar para as odiosas gémeas, mas podia suportá-lo
ao saber que eram minhas irmãs. Tinha um segredo especial,
pensei com raiva. Agora sabiam a verdade, não me criam e essa
verdade me asfixiava.
Aiden tinha-se ido quando saí do banho, sequei o telefone e
pedi um táxi; depois, agarrei as malas e fui esperar-me afora. Ao
sair, cruzei-me com Nola e Scott que estavam tomados da mão no
vestíbulo. Ele pareceu me pedir desculpas com os olhos, no entanto
ela olhava ao longe, evitando que nossas miradas se cruzassem.
— Asegurar-me-ei de que recebas seu último salário, mas não
voltes mais por aquí. — Nola foi muito clara quando abriu a porta.
Nem sequer olhei a meu pai quando saí de casa. E justo,
quando senti que o tinha tudo, voltei à nada.
Capítulo 28
Aiden
 
 
Odiava deixá-la ali, mas fiquei mais tranquilo ao saber que Millie
tinha regressado a casa quando subi ao carro.
Era melhor dar-lhe seu espaço, deixar que meditasse sobre o
ocorrido enquanto recolhia seus pertences, porque eu tinha um
peixe maior que pescar.
Conduzir depressa, sabendo que quando chegasse a casa e
enfrentar a minha mãe, as coisas pôr-se-iam feias. Merecia-lho,
ainda que a culpa tivesse sido minha por lhe contar.
O único que pretendia era que ela gostasse, tal e como me
tinha jogado de cara. Tinha razão ao dizer-me que deveria lhe
gostar pelo que era, não por quem era. Tanto assegurar-lhe que não
me importava com a posição social de uma mulher, que queria
alguém com talento e cérebro em sua cabeça para depois o
estragar. Ela era tudo isso e mais, no entanto, quis a defender e
fazer ver que tinha pais famosos no processo. Tinham-na ferido por
culpa minha. Fiz que se sentisse como se não fosse o
suficientemente boa e tinha que lhe demonstrar que ela era tudo o
que eu queria, tudo o que precisava na minha vida.
Detive-me na casa principal. Nem sequer me entretive em
estacionar o carro na garagem e subi escalone-los delanteros de
três em três para reduzir o tempo. Encontrei a minha mãe no
escritório, justo no primeiro lugar no que procurei. Queria ver uma
cópia da escritura original da casa e falar com ela.
— Aiden, cariño, perguntava-me quando chegares a casa. Se
fosse toda a noite outra vez, estava preocupada.
— Falaste-lhe a Nola Blue dela. Venho de lá e as coisas
puseram-se bastante feias.
— Sinto muito que tenhas tido que presenciar isso. Parece que
ela tem mantido a todo mundo. Nola assegurou-me que conheceu
o seu pai. Layla teve um romance com um músico da banda de
Scott Blue, um tipo que bebia muito. Por isso a família Blue a cuidou
desde então, mas ela gosta do jogo de fingir que é uma deles
porque se siente melhor.
Minha mãe tinha criado toda essa vergonha. Ela creia qualquer
coisa que lhe dissesse alguém com uma grande conta bancária.
— Não está fingindo, Patricia. É verdade e tem tido que
suportar a rejeição de Scott Blue, mas não vou permitir que se
saiam com a sua. Não me importo o que lhes custe, ela já tem
sofrido bastante e é hora de que os Blue confessem muitas coisas.
— Bom, Nola assegurou-me que era a verdade. Inclusive
alegrou-se de que comprasse a casa, apesar de que lhe disse tuas
intenções.
— Disseste-lhe isso? — Mirei a minha mãe sem saber se tinha
escutado bem. — Contaste-lhe que eu era o comprador? Nola
disse-te o que querias ouvir.
Sacudi a cabeça e segui revisando os arquivos até que
encontrei o da casa dela.
— Não sabia que fosses tão sério com ela —se justificou.
Não podia crer o que estava a escutar.
— Vou o suficientemente a sério como para comprar uma casa
maldita.
— Sigo pensando que não duráveis. Compraste-lhe uma casa,
ela aceitá-la-á e sairá correndo.
— Equivocas-te. Estou apaixonado por ela! Quando se inteirou
do que fizeste, me atirou a casa à cara e rompeu comigo. Disse que
não quer nada de mim. Só espero poder o solucionar e mais vale
que tu esperas que possa.
Olhou-me boquiaberta e com os olhos cheios de lágrimas.
Nunca tinha visto a minha mãe tão alterada.
Saí de casa com os papéis na mão e regressei à mansão Blue,
com a esperança de que Millie pudesse deter a. Quando cheguei,
chamei à porta e abri a mulher.
— ¿Conseguiste la prueba?
— Acho que sim — entreguei-lhe o arquivo.
Tinha olhado recortes de jornais de anos atrás e dei-me conta
de que minha mãe também não tinha sido honesta comigo. Millie
levou-me rapidamente à sala que tinha ao lado do vestíbulo.
Ela estava a chorar num rincão e as gémeas escutavam os
gritos de seus pais em silêncio. 
— Era minha melhor amiga e traístes-me. — Nola tentava que
a traição de Scott ficasse demonstrada e ele se justificava à
defensiva.
— Sabia que ficaria limpo e que ela estava em melhores mãos
com sua mãe. Íamos estar juntos quando me desintoxicar mas tu
ficaste grávida e Layla me disse que me ficasse contigo.
— Oh, e isso te faz melhor? — Moveu os braços de forma
dramática.
— Bom, oxalá não lhe tivesse feito caso — replicou no
momento em que Millie e eu entramos na sala. Entreguei-lhe os
papéis e ele me olhou, sem compreender. — Que é isto?
— É a escritura original da casa de Layla. Tu foste o primeiro
comprador.
— Sim, e daí? Queria que minha filha tivesse um lugar onde
viver. Não sabia que Layla se rendeu tanto, não o suficiente como
para a perder. Se tivesse sabido que ela tinha pedido um
empréstimo… — Deixou de falar e olhou à frente, com a mirada
perdida, como se a ideia fora demasiado horrível.
Mas já tinha dito suficiente. Tinham lhe contado a mesma
mentira.
— Nola tirou-lhe a casa, não foi ao banco. Fez que ela
assinasse uns papéis quando estava afetada pela doença de sua
mãe, sabendo que se não firmava, receberia sua herança.
— Nola? — Scott olhou-a como se esperasse que o negasse,
no entanto, ela alçou a barbilla.
— Layla teve a audácia de pedir-me que cuidasse da sua filha,
que admitisseque era tua. Chamou-o: «seu confesión no leito de
morte». Justo depois, em troca do coma e ao não poder me vingar
de uma moribunda, decidi que pagá-lo-ias tu. — Assinalou a Ela que
não deixava de chorar. — Dei-lhe a tua mãe nos melhores anos da
minha vida sendo sua amiga e o tempo todo, todo o puto tempo,
esteve apaixonada pelo meu marido. Tu eras sua pequena e suja
mentira. Layla disse-me que ele tinha medo de me abandonar por
se lhe roubarem todos os seus bens. Sabes quanto dói te inteirar de
que a única razão pela que alguém fica contigo, é porque não quer
perder sua preciosa fortuna? De modo que sim, fiquei com tua
maldita casa.
— Equivocas-te. A casa sempre tem sido sua. — Scott
caminhou para o centro da sala. — Roubaste-me o dinheiro com o
que tens comprado a propriedade e tenho o pressentimento de que
se pesquiso, um pouco mais, encontrarei o que fizeste com a
herança dela.
— Não importa, te vou deixar totalmente limpo, pagarás por
tudo o que me fizeste — o ameaçou, enquanto sonreís.
— Não, não fá-lo-ás —i nterveio Ache.
— Não permiti-lo. — Sadie afastou-se de sua mãe e num
gesto de solidariedade, cruzaram a habitação e pararam-se junto a
seu pai.
— Como podeis pôr de seu lado, após todo o que tenho feito
por vocês?
— Não te preocupes, mãe, seguirás o fazendo — advertiu
Sadie. — É parte de seu trabalho, recordas? E também nós te
pagamos um salário.
— Foi vosso pai o que mentiu e assim é como me tratais. —
Cruzou-se de braços adiante de Sadie .
— Em lugar de enfrentar-te a ele, mentiste.
— Essas mentiras proporcionaram-te uma boa vida.
Ache sacudiu a cabeça e franziu os lábios.
— Igual que as mentiras da fita de sexo que difundes sobre
mim? Que mais tens orquestrado para os índices de audiência na
nossa costa? Sugiro que, se quiser continuar sendo nosso povo,
deixe Sadie e eu tomarmos as decisões.
Não podia achar que as gémeas se tivessem enfrentado com a
sua mãe, mas algo me dizia que simplesmente tinham estado
esperando a oportunidade perfeita.
— Sendo-o, Ela. — Scott Blue cruzou a habitação e sentou-se
junto à sua filha que escutava todo o com lágrimas na cara.
— Bom, se é ou tem sido tudo, vou à minha habitação. — Nola
girou-se para subir as escadas, mas Millie interpôs-se em seu
caminho.
— Prefiro que faças as malas e te vás. Já não és bem-vinda
em minha casa. — Sua voz soou firme e decidida.
A mulher deveria ter autoridade suficiente porque Ela não
discutiu; sina que a luz uma sobrancelha, ergueu a cabeça e se
dispôs a sair da sala.
— Não, mãe, não o faças. — Scott se a cercou a Millie. —
Gostaria que ficasse. — Nola olhou-o de uma forma estranha, como
se esperava que lhe declarasse seu amor e o desejo de arranjar as
coisas. — Pode ficar durante um tempo na sala de convidados que
utilizava La. Após tudo, quererá estar perto das garotas e de seu
trabalho.
Nola pareceu contrariada, mas não protestou e se marchou
para as escadas. As gémeas tomaram do braço a seu pai, uma à
cada lado, e levaram-no ao pátio. Millie também se marchou para as
escadas e Ela e eu ficamos sozinhas.
Ambos permanecemos em silêncio durante uns minutos nos
que ela se dedicou a olhar o solo, como se eu não estivesse.
— Resulta que a casa foi sempre tua. Disfrútala, Ela.
Esperava que me detivesse, mas ao sair pela porta, me deixou
ir.
 
Capítulo 29
Ela
 
 
Passei a semana seguinte fazendo o translado a minha casa. Tinha
guardado a maioria de minhas coisas num armazém não bem longe,
de modo que contratei a uma companhia de mudanças para levar o
mais pesado e demorei bastante na mudança porque não tive
nenhuma ajuda, excepto a de Millie.
— Onde ponho isto? — A mulher levava um maltrato com
troços de cristal que tinha encontrado ao longo dos anos e sorri
pensando na minha mãe.
Ela me fez recolher os pedaços com a esperança de que
algum dia serviriam para algo.
— Põe na mesa. Acho que levá-la-ei à oficina mais tarde.
Mamãe sempre quis fazer uma peça especial e poderia me inspirar
para uma nova coleção.
Tinha suficiente vidro para fazer algumas criações e talvez
pudesse lançar meu nome à estratosfera.
— Deveriam fazê-lo. Agora tens os contactos da tua mãe e
estás em caminho do conseguir — me recordou Millie.
Nola tinha tentado afastar-me de qualquer que pudesse ajudar
na indústria e cri todas suas mentiras como uma tonta.
— Ainda não posso crer o longe que chegou para me castigar
por algo que fez minha mãe. Conheço a Bola de toda a vida e era
como uma tia para mim, em muitos sentidos.
Sentia-me incapaz de compreender um nível de ódio tão
grande, ainda que tivesse sido traída.
— Tens falado com ele? — Millie iniciou a conversa com
ligeireza, como levava fazendo nas últimas semanas.
— No.
— Tens decidido o que vais fazer? — Sabia que eu precisava
de tempo para pensar.
— Chamá-lo-ei para que veja como tem ficado a casa e tratarei
de falar com ele… sobre nós.
— Aiden ama-te.
— Suponho que sim, mas nunca serei o suficientemente boa
para ele ou sua mãe, sobretudo após como tem saído tudo à luz.
Os titulares de todos os jornais contavam a história da filha
secreta de Scott Blue e eu tinha a suspeita de que ela teria filtrado a
notícia, para obter um benefício.
Sadie e Ache resultaram toda uma surpresa para mim, igual
que Scott. Não era tão tonta para crer que, a partir de agora, seriam
amáveis comigo. Éramos irmãs e já não trabalhava para elas, mas
nunca ver-me-iam como seu igual e não planeava fazer parte de
nenhum retrato familiar num futuro próximo.
No entanto, ter a Millie perto, fez-me sentir como se de novo
tivesse uma família.
— Isso é tudo por hoje, menina. Sou demasiado velha para
fazer tanto trabalho manual. — Dirigiu-se para a cozinha para
recolher sua bolsa e o telefone. — Chama-o — insistiu dantes de
marchar-se.
Despedi-a na porta com a sensação de que seu repentino
impulso de se ir, estava relacionado com Aiden. Tinha estado todo o
dia pressionando com o tema, me repetindo que ele lhe pediu que
não me deixasse marchar da mansão dos Blue até que regressasse.
Tinha-me salvado a vida de muitas maneiras e, ainda que
tivesse saudades como uma louca, não me tinha telefonema. Só
recebi uma mensagem que dizia, «quando estejas pronta».
Não sabia se ainda me estaria a esperar. Tinha passado o
tempo suficiente para que tivesse seguido adiante ou encontrasse
outra garota com menos problemas e escândalos. Duvidava que sua
mãe se sentisse feliz por ver que seu nome se mencionava nos
jornais como meu amante.
Caminhei até a mesa do comedor e encontrei meu telefone
junto à caixa de tarros de albañilería. Marquei o número de Aiden e
escutei o ringtone, enquanto sujeitava um dos tarros que estava
cheio de cristais de cor âmbar.
Ao escutar sua voz, senti que me invadia uma tranquilidade
que não encontrava desde fazia tempo.
— Ela?
— Aiden. -Fechei os olhos e saborei o som de seu nome em o
s lábios.
— Tive saudades, Ela. Posso ver-te?
— Sim, estou em minha casa, desfazendo as malas. Podes vir
se apetece-te.
— Encantar-me-ia ajudar.
Escutei suas chaves soar ao outro lado do telefone e um
momento depois sua porta fechou-se.
— Não tens que vir a ajudar-me ..
Arrancou seu carro e perguntei-me se para valer achava que
tinha-o chamado para que me jogasse uma mão com as malas.
— Quero ajudar-te se deixas-me que esteja perto de ti. —
Seus palavras romperam-me o coração e odiei que pensasse que
não o queria perto.
Precisava-o tanto que doía.
— Sabes que sim. Só me fazia falta um pouco de espaço para
me dar conta.
— Espero que o digas em sério porque estou a estacionar em
frente à tua porta.
Alegrei-me ao saber que tinha estado o tempo todo em sua
casa da praia e me apressei a me encontrar com ele. Saí à rua no
mesmo instante em que ele abria a porta de seu carro e esperei a
que se aproximava.
— Estavas aqui mesmo. — Pus os braços em jarra enquanto
chegava ao meu lado.
— A risco de soar como um perdedor total, tenho estado aí o
tempo todo. Queria estar o mais perto possível.
— Não és um perdedor. Eu também te tive saudades. —
Empurrou-me e em lugar de um beijolongo e apaixonado, vacinou
minha cabeça contra seu peito.
— Não sabes quanto tenho pensado em ti. —Suspirou e
deixou-me livre.
— Entra. Quero que vejas como está a ficar. É como se tudo
voltasse a seu lugar.
Conduzi-o da mão até a primeira habitação, onde pôs suas
mãos em minhas cadeiras e ficou perto enquanto o levava à
cozinha.
— Tem ficado genial. Estou muito contente de que tudo te vá
bem, Ela. Mereces-to.
— Não sei se terminará igual de bem. Refiro-me a todo este lío
da imprensa. Queria me desculpar pelo que disseram.
— Não tens que pedir desculpas por algo que é verdadeiro.
Quero dizer, da parte que fala de mim. — Levantou os ombros e
sorriu com uma careta graciosa. — Não me importo que me
conheçam como teu amante. — Ri-me e ele se colocou a minhas
costas, me abraçou por a cintura e sussurrou em meu ouvido. — E a
ti? Te importa?
Um escalofrío percorreu-me pelas costas e senti um
hormigueo que se estendeu por todo meu corpo. Meus pezones
endureceram e o coração acelerou-se. Tinha passado demasiado
tempo desde que fizemos o amor e quando me apertou contra ele,
notei o calor de sua rígida polla contra minhas nalgas.
Joguei a mão para trás e acariciei-o. Ele está só em minha
orelha, antes de me dar a volta e levar ao centro da cozinha. Alçou-
me de braços ao sentar na mesa, levantei as pernas e rodeei suas
cadeiras.
— Vamos demasiado rápido, Ela? Se queres podemos falar.
Dizem-me o que desejas. Queres isto, verdade? — Olhou-me aos
olhos e sorri antes de besar-lo.
Deixei que meu corpo falasse. Joguei as cadeiras para adiante
e esfreguei sua polla com os dedos do pé. Depois, para demonstrar-
lhe quanto precisava-o, desabroche a bragueta de seu pantalón e
baixei-lhos o suficiente para libertar seu enorme e excitado membro.
Sua cabeça vermelha parecia palpitar de desejo, de modo que
inclinei-me e levei-o à boca.
Aiden moveu as cadeiras para adiante e começou a mover-se
suavemente contra mim, se fincando palmo a palmo até que
golpeou na parte posterior de minha garganta. Tentei relaxar-me e
ser eu quem o engullera, mas dantes de que o engolisse inteiro, se
jogou para trás e saiu.
— Joguei-te muito de menos, Ela. Quero estar dentro de ti.
Acariciou-me e sentou-me de novo na mesa para tirar-me a
roupa.
Gostava de nua para ele, sobretudo, quando podia sentir seus
olhos deslizando por meu corpo. Ao chegar a meus peitos, seu
olhado se detuvo uns segundos e depois continuou em direcção a
meu sexo, contra o que esfregava seu erección torcida. Atirou de
mim para a orla e me penetrou lentamente, me abrindo com sua
enorme polla e levando ao limite com movimentos pausados.
Não me follava como as outras vezes, me fazia amor. Alcei as
cadeiras e, quando pressionou minha clítoris, senti que me envolvia
uma onda de prazer. Retorci-me debaixo do seu corpo, enquanto
acelerava meu próprio ritmo até resultar selvagem. Aiden imitou-me,
aprofundando cada vez mais suas acometidas, sua polla afundando-
se em mim com força.
— Esta é minha garota. — Sua voz soou satisfeita e meu
coração inchou-se de orgulho. Tinha jogado de menos ser seu. 
Capítulo 30
Aiden
 
 
Penetrei-a, enchendo-a com minha polla excitada enquanto gemia.
Estava apertada, jugosa, e a cada vez afundava-me mais profundo.
Tinha-a tido saudades e não só sexualmente, mas também no dia a
dia. Por isso, enquanto me olhava desde a mesa na que fazíamos o
amor, contemplei sua bonita cara, sua boca aberta pelo prazer, e me
disse que não voltaria a me separar dela.
— Dize-me que sempre será assim, Ela, que sempre
estaremos juntos. — Reduzi o ritmo para que ela recuperasse o
alento e meditasse a resposta. Precisava que estivesse
absolutamente segura. — Tomá-lo-emos com calma, resolvê-lo-
emos tudo, mas te quero, quero ser tudo para ti.
— Eu também quero que sempre seja assim — disse enquanto
me olhava nos olhos. O prazer refletia-se na sua cara enquanto
engolia minha rola. — Estou tão perto de novo. — Jogou a cabeça
para trás e senti um sentimento de orgulho ao levar ao limite outra
vez.
— Joder, sim... — Levantei-a e sustentei-a contra mim, seu
apertado coño me ordeñava tão bem que pensei que me derreteria.
Subi-me sobre ela na mesa e apartei algumas coisas enquanto
seguia empurrando.
— Enche-me, faz favor. — Sua voz soou estrangulada e soube
que tinha chegado o momento. Não queria que fosse de outra
maneira. — Quero-o, Aiden. Quero-o tudo.
A cabeça da minha polla inchou-se e corri com fortes
empurrões para chegar ao mais profundo. Não podia deixar de
mover as cadeiras, a cada vez que entrava e saía dela, me invadia
um novo estremecimento que lançava uma nova onda quente,
salpicando embaixo de sua traseiro enquanto cobria minhas bolas e
suas coxas.
— Amo-te. — Soube que era o momento adequado para lhe
dizer. Deu-me um beijo no peito nu e eu fiquei quieto dentro dela,
me mexendo de vez em quando, involuntariamente.
— Quiero-te, Aiden.
— Quero fazer os costumes bem, Ela. Vamos amar-nos e
levar-te-ei a conhecer a minha mãe.
Abriu os olhos de par em par e levou-se uma mão ao cabelo,
que se tinha convertido num laço desordenado. Tinha as bochechas
rosadas e os lábios inchados. Eram um claro sinal do que tínhamos
estado fazendo.
— Agora?
Dei-lhe a mão e ajudei-a a baixa da mesa de um salto. Olhou-
me para comprovar que falava sério e ao me ver assentir, cruzou a
habitação tão rápido que eu tropecei com os pantalones que ainda
levava pelos tornozelos.
— Todo saldrá bem, não te preocupes. Ela também te querrá.
— Atingi-la na casa de banho, onde abriu o grifo e começou a soltar
o cabelo.
Meteu-se na ducha e correu a cortina, mantendo sua cara
visível enquanto assomava-se.
— Convidar-te-ei a entrar, mas tens que te comportar ou nunca
estaremos prontos.
— Tentarei comportar-me — bromé, enquanto abria a cortina
pelo outro lado e entrava com ela debaixo da água quente.
Ainda teve que caminhar outra hora até que saímos e nos
vestimos para nos dirigir à finca de minha família, onde minha mãe
estava no pátio almoçando.
Quando me viu entrar com Ela, sua expressão alegre se
desvaneceu e se tornou preocupada. Parecia nervosa e, pela
primeira vez, acho que sentiu-se intimidada. Não sabia se isso era
algo bom, ou algo mau, mas estava seguro de que ela saberia se
desenvolver bem. Se a minha mãe não gostava que estivéssemos
juntos, pelo escândalo recente e por ser a filha de Scott e Layla,
teria que o aceitar. Ela era tudo quanto desejava em minha vida e
isso não ia mudar pela opinião de Patrícia.
— Aiden, cariño, alegro-me de ver-te esta manhã, pensei que
te tinhas perdido de caminho a casa. — Mientras falava-me, não
deixava de olhar a Ela que se agarrou a meu braço com força, ainda
que caminhou para minha mãe, com o'cabeza alta e erguida como
uma estaca.
Quise dizer-lhe que se relaxasse, que não deixasse que
Patricia notasse seu nervosismo; não obstante, como se me tivesse
lido a mente, suspirou e me deu um codazo.
— Tenho trazido a alguém para que te conheça. — Sabia que
ela tinha visto a minha mãe em algumas ocasiões, mas nunca se
tinham apresentado formalmente e, muito menos, desde que
comecei à ver.
— Ela Ford, encantada de te conhecer. Perguntava-me quando
te ia trazer Aiden. Já empezaba a pensar que teria que ler a
imprensa para saber de vocês — disse com ironia e eu a repreendi
com a mirada, mas ela a ignorou e acrescentou —: Sento-o muito,
mas Ela sempre procura a forma de sacar dinheiro e tem um bom
filão com os jornalistas.
— Acho que tens razão — observei, sacando uma cadeira
para Ela e a coloquei em frente a minha mãe.
Sentei-me ao seu lado e fiz senhas a Oliver, que fazia parte do
pessoal que trabalhava em casa , para lhe pedir que nos servisse do
mesmo que ela estava a comer.
— Alegro-me de que não te afeta todo o que está a ocorrer.
Especialmente sabendo a verdade.
As palavras dela fizeram sorrir a minha mãe, ainda que foi uma
indireta muito direta.
— Gosto! — disse Patricia inclinando-se para perto de mim.
Depois serviu-lhe a Ela um copo de sumo e lhe sorriu. — Pareces-te
muito com a tua mãe. Layla tambémnão suportava tolices de
ninguém. Era uma grande mulher.
— Um céu de mãe! — Ela levantou sua bebida e bebeu como
se brindasse pela memória de Layla.
Pensei que era o momento perfeito para lançar à minha mãe a
bomba solar, solar esperava que ela tivesse melhorado seu humor o
suficiente como para não protestar.
— Quero estar mais para perto de Ela, assim é que ficarei na
casa da praia durante um tempo; depois vendê-la-ei e procuraremos
um lugar para viver juntos.
— Podem ficar em minha casa, Aiden — sugeriu Ela com
olhos iluminados.
— Ou tu na minha, já o vamos vendo. — Le guiei um olho e
minha mãe cobriu-se a boca para que não a visse sorrir.
— Que passa? — Encolheu-se de ombros. — Não pode uma
mãe estar feliz por seu filho?
— Oh, por suposto, mas pensei que protestavam pela
mudança. Seguirei vindo por aqui para dirigir as operações com a
companhia e vigiar-te — agreguei com um sorriso.
Nesse momento, entraram Zep e Ache na sala. Meu melhor
amigo tinha fazer# questão de trazê-la para consternação de minha
mãe, mas lá dois fingiam que gostar, igual que ela fazia com Nola.
Foi muito evidente a expressão de desagrado de Patricia quando viu
a Ache pendurada do braço de Zep.
— Levas-te a este contigo? — Minha mãe indicou a Zep com
um gesto e Ela e eu nós rimos.
— Levar-me aonde? — Ele tomou um punhado de uvas da
mesa e tratou de meter uma na boca de Axé, mas ela lhe deu um
manotazo e apertou sua mão.
— Vou viver na casa da praia. És bem-vindo se quiseres.
— Obrigado, mas vou alugar um apartamento ao outro lado da
cidade. Será um dos sítios que figurará no show de Axé e eu saltarei
como sua nova conquista. — Se ali só o pescoço da camisa e
jogou-se o cabelo para trás enquanto me guiñava um olho.
— Não é como se estivesse a fazer um papel. Estamos
apaixonados — protestou Ache. Levantou a barbilla e desafiou-nos
a todos a dizer o contrário, mas olhamos os nossos pratos, sorrindo.
No entanto, Zep foi mais longe.
— Após tudo, Aiden, estamos a sair com duas irmãs.
Patricia e eu o olhamos com censura e Ela toshio, se
aclarando a garganta.
— Suponho que somos irmãs, verdade? — Ache olhou-nos a
todos. — Ainda que resulta estranho que não nos pareçamos. É
agradável saber que sou a mais guapa. — Voltou a deslizar a
mirada de novo por cada um de nós e se riu. — Estais muito tensos.
Era uma brincadeira. — Encontrou-se com os olhos dela ao outro
lado da mesa e sua expressão mudou. — Sendo a forma em que
me comportei. Não tenho sido uma boa chefa ou amiga para ti.
Desejo-te o melhor, Ela. Aos dois.
Zep sorriu e olhou-me como dizendo: «Olha, Ache tem
coração».
Ela sorriu a sua irmã com afecto.
— Obrigado, Ache.
— Bom, melhor vamos-nos dantes de que isto se ponha
empalagoso — anunciou Zep, se afastando com Axé da mão.
Minha mãe também se pôs de pé para se marchar.
— Alegro-me de ter tido a oportunidade de conhecer-te, Ela.
Sei que meu filho te quer muito e seremos boas amigas.
Ela não pôde evitar que se lhe escapassem umas lágrimas
quando minha mãe já tinha ido.
— Achas que tens sério? Gosta pra valer? — Parecia mais
relaxada, como se tivesse mantido a compostura por minha mãe o
tempo todo.
— Sim, claro que o disse para valer, ademais com o tempo te
vai querer tanto como eu. Recorda minhas palavras.
— Gosto de ouvir isso. — Se acercou e nos besamos.
— Amo-te. Amei-te desde a primeira vez que te vi.
Entre os olhos.
— A primeira vez? Quando estava horrível e derramei a bebida
em tuas pantalones?
Tive que conter o riso.
— Bem, me deixa que volte a dizer: amo-te desde a segunda
vez que te vi.
Rimos-nos e a besé de novo, levando-a sobre meu regazo.
— Tivesse gostado que te conhecesse de meu pai. Ele
também querer-te-ia.
— Minha mãe ter-se-ia alegrado por nós e também ter-te-ia
querido a ti.
Apoiou a cabeça em meu ombro e ficamos assim um
momento, pensando no que tínhamos perdido, mas felizes de nos
ter tido o um ao outro. Minha mãe tinha razão, era hora de sentar a
cabeça e deixar de chorar a meu pai. Eu fá-lo-ia junto a Ela porque
a amava e, sobretudo, porque era meu casal perfeito.
 
 
Epílogo
Ela
 
 
Tinha trabalhado tanto para preparar a inauguração da nova loja
que não tive tempo de almoçar. Felizmente, Aiden chegou cedo para
levar-me a cenar.
Millie tinha vindo a ajudar-me e fui à parte traseira para repor
algumas existências.
— Têm trazido flores para ti — disse desde a porta, onde
estava parada. — Onde as ponho? — Estava quase oculta pelo
enorme ramo de rosas vermelhas que apenas deixavam ver seus
olhos azuis e o cabelo prateado. — Onde as queres?
Apressei-me a ajudá-la e movi algumas das coisas do extremo
do balcão para fazer espaço.
— Aqui está bem. — Inclinei-me para cheirar as rosas que
eram do vermelho mais escuro que tinha visto. — Aiden está-me
malcriado.
— Quando te vais casar com esse homem? — Se interessou,
enquanto eu sacava o cartão do pequeno sobre que se viam entre
as flores.
Ao lê-la, surpreendeu-me comprovar que as rosas não eram
de Aiden. «Com o amor do teu pai». Sustentei-a contra o peito e
senti que as lágrimas se agrupavam em meus olhos.
Scott estava a tentar recuperar o tempo perdido e, ainda que
nesses anos não regressaram, agradecia que tivéssemos tempo
para nos conhecer.
Encontrava-se em má situação quando minha mãe ficou
grávida de mim, ainda que depois resultou que deixou de ser um
alcoólico por mim.
Disse-me que quis salvar a minha vida, por isso pensou que o
melhor era se manter afastado. Agora sabia que cometeu um erro,
mas eu lhe aconselhei que deixasse de se torturar pelo passado. O
tempo era demasiado valioso e a vida demasiado curta. Minha mãe
estaria feliz de que nós estivéssemos a conhecer e isso já era
suficiente.
— Sente-se muito orgulhoso de que tenhas aberto a loja. Não
pôde estar perto quando tua mãe abriu a sua. Encontrava-se de gira
e com Nola, por suposto, mas alegrava-se por ela. Sempre lhe
surpreendeu seu talento. Você sabia que ele foi a pessoa que
despertou seu interesse pelas jóias? Layla queria ser desenhadora
de roupa antes disso.
— Contó-me… bom, excepto a parte sobre Scott. — Perguntei-
me quantas de minhas histórias tinham sido alteradas para ignorar a
do meu pai.
Em realidade, ficavam-me muitas coisas por descobrir. Era
como se estivesse a desbloquear pequenos tesouros da minha vida
e, por enquanto, não me desagradava o que ia encontrando.
Nada tinha sido pior que inteirar da traição de Nola e de que
tinha que fraternizar gémeos. Ambas tinham mudado. Sadie
regressou à universidade e Ache e Zep seguiam vendo-se. Ele
apareceu na última temporada de seu show e os produtores
queriam que levassem as coisas ao seguinte nível para o especial
de casamentos da próxima temporada. A nenhum dos dois
convencia-lhe a ideia.
Aiden chegou um momento depois e encontrou-me arranjando
as flores. A maravilhosa fragrância tinha-me feito esquecer que era
hora de cenar, ainda que meu estômago roncava de fome.
— Ouve, que é isto? Tenho que preocupar por outro homem?
— Foi seu cumprimento.
Olhei acima do ombro e virei-me para dar-lhe um beijo.
— Temo-me que há outro homem na minha vida.
— Bom, lutaria com ele por ti, mas Scott Blue não se está a
voltar mais jovem.
Dei-lhe um empurrão.
— Como soubeste?
— Porque o único «outro homem» em tua vida é Zep e é
demasiado tacaño para comprar rosas. Com sorte, terás claveles.
Costumava trazer a minha mãe ervas do jardim traseiro de lula e
atuava como se tivesse trazido ouro.
— Estavas zeloso dele?
— Pode que um pouco. — Encolheu-se de ombros e eu me
pus de puntillas para lhe dar outro beijo.
— Esse é meu sinal, tortolitos. — Mollie entrou para deixar no
lixo a última caixa de embalar.
Deu-me um beijo na bochecha, recolheu suas coisas e a
acompanhou até a saída.
— Vou a por minha bolsa e vamos-nós — disse-lhe quando a
mulher se tinha marchado. — Estou faminta.
Ele fechou a porta com chave.
— Eu também estou faminto. Morro-me de fome por ti, Ela.
— Por que dizes meu nome dessa maneira? Num tom tão
doce, como se saborearam as palavras ou foram uma menina. —
Sempreo fazia e, ainda que me encantava, me resultava curioso.
— Porque tens um nome precioso e és meu Ela. — Me besó
apasionadamente e presión ou seu erección contra meu cadera. —
Vamos à parte de atrás.
Fomos ao armazém e assim que dobramos o canto, quando
ficamos fora da vista das janelas dianteiras, me empurrou contra a
parede e me subiu a saia.
Sua boca caiu sobre meus peitos e gritei quando disse que
tinha fome. Enrolei sua língua ao redor de minha perna e depois
atirou forte, chupando e mordiscando como se pudesse devorar-me.
Procurou entre minhas coxas e meteu a mão, baixou as calcinhas,
enquanto eu sacava sua polla e a acariciava. Deslizou os dedos
entre minhas dobras e encontrou meu terno clítoris que ainda estava
sensível da noite anterior.
Eu gemi e ele sorriu.
— Éta é minha garota. Vou a follarte, Ela, e quero que jades e
gritos de prazer. — Baixou-se os pantalones e saiu deles.
Sem perder tempo, levantou-me as pernas ao redor de suas
cadeiras e enterrou sua polla dentro de mim como se lhe fosse a
vida. Eu gritei pela surpresa, mas em seguida comecei a quicar em
sua polla e me agarrei a seus ombros. — Há um balcão, leva-me ali.
— a ponte acima de seu ombro, sabendo que não podia ver, mas
me sujeitou pelo cu enquanto me aferrava com força.
Num segundo, estava sobre mim, enterrado profundamente,
seus empurres golpeando mais e mais forte enquanto eu gritava.
Estava segura de que a gente da loja da o lado podia nos
ouvir, ainda que não me importasse.
Precisava sentir a cada delicioso centímetro de seu membro
dentro de mim, acariciando meu ponto mais sensível.
Estava ao limite, sabia que muito cedo me arrumaria um
orgasmo impressionante, mas tratei de manter a listra para que
fosse mais intenso. Quando por fim me assaltou, tremi dos pés à
cabeça, sem deixar de me mover sobre ele, o instando a que se
corresse dentro de mim.
A iden também estava no limite e continuamos assim durante
um momento, enquanto ele acelerava seus empurres e diminuía a
intensidade, com beijos entre jadeos e carícias intensas.
Nesse momento, meu estômago grunhiu e Aiden encontrou-se
com meus olhos.
— Não caçoavam ao dizer que tinhas fome. — Esfregou a
palma de sua mão contra minha barriga para acalmá-la.
— Hoje não tenho comido. — Sabia que não lhe ia fazer graça.
— Disse-te que não deves te saltar as comidas por muito
ocupada que estejas. Quero que estejas sã, Ela. Se tivesse sabido
que tinha tanto apetite, teria esperado para ter após o jantar. — Me
besou no ombro.
—Estou bem e desta maneira, podes me tomar dantes e
depois. — Pus-me de pé e caminhei para o balcão onde tínhamos
estado.
Limpei-me com umas toalhitas húmidas e atirei-as à papelera.
Depois baixei-me a saia que levava enrolada nas cadeiras e agarrei
seus pantalones, mas ao os levantar algo golpeou o solo a meus
pés. Achei que era seu telefone, mas quando o tomei na mão me
dei conta do que era. Tratava-se de uma pequena caixa de
terciopelo negro e quando levantei a vista para o olhar, ele tinha os
olhos muito abertos e sorria.
— Supõe-se que não deves ver isso até o jantar. — Tratava-se
de pôr-se sério.
— Há alguma outra mulher que deva conhecer? — Burlei-me,
mas ele se adiantou e me tirou a caixa das mãos.
— Não, tu és a única para mim, Ela Ford. E como não há
tempo como o presente... — Fez uma pausa enquanto abria a caixa
e mostrava-ma. Era um precioso anel com um diamante de corte
princesa. Levei-me a mão ao coração, enquanto ele suspirava
profundamente. — Queres casar-te comigo, Ela?
— Sim! — Dei um salto para bestart. Ao separar-me, pôs-me o
anel no dedo e isso me recordou quando me devolveu o meu outro
anel, que ainda levava na outra mão. Esse foi o momento em que
soube que o amava. — Amo-te, Aiden.
— Quero-te, Ela. Agora, vamos a cenar, assim terás suficiente
energia para que o celebremos depois. — Moveu as sobrancelhas e
o besé, sabendo que era meu para sempre.
Espera... este não é o final!
Bom, tecnicamente não o é.
Se queres saber mais de Aiden e Ela, passa a página para um
epílogo ampliado e uma cena extra apagada de sua vida.
 
 
 
 
 
Cena de alto conteúdo sexual de
Procurando Cinderella
 
 
A tormenta sacudia as janelas com cada trovão e era nesses
momentos quando mais odiava viver sozinha .Uma coisa era que
Aiden estivesse na rua e outra que, a essas horas, se encontrasse
dormido em sua cama e despreocupado enquanto eu tinha os
nervos de ponta..
Nunca tinha gostado dos temporais. As noites que se punham
demasiado tenebrosas, me coloco na habitação de minha mãe e me
metia com ela em sua cama. Agora não tinha essa opção. Ocupava
minha habitação e estava sozinha.
O vento soprava tão forte que as árvores se agitavam, os
charcos eram tão profundos que tinha que os rodear e as ondas
rompiam na praia. Por se fosse pouco, o lustre piscou várias vezes
e apressei-me a baixar as escadas. Assim que cheguei à cozinha e
agarrei uma linterna, apagou-se a luz. Fiquei às escuras por um
momento enquanto tratava de recordar como acender, até que
apertei um botão que tinha num extremo e amaldiçoei quando a luz
começou a titular como se lhe faltassem pilhas.
Não recordava quando foi a última vez que as pus novas e
procurei para ver se tinha outras. Enquanto tentava na escuridão,
escutei um som que me chamou a atenção. Foi um chasquido e
depois uns passos na entrada de casa. Ao recordar que o telefone
móvel tinha ficado junto à cama, subi correndo ao dormitório com a
linterna e as baterias na mão. Mas ao chegar ao último degrau,
escutei um ruído que provia/provém da porta de minha casa.
Fiquei congelada nas escadas, o coração batia-me
apressadamente e sabia que a pessoa que estivesse afora não
demoraria em entrar e me atrapar. Sabia que tinha que atingir meu
telefone, era um risco que tinha que correr e esperava não tropeçar
na escuridão. Dei uns passos apressados, no mesmo instante em
que a porta principal se abriu inesperadamente e gritei assustada.
— Ela? — Ao escutar a voz de Aiden, caí de joelhos com
alívio.
— Maldição. — Golpeei o solo na escuridão. — Deste-me um
susto de morte!
— Sendo-o. Intenté não fazer ruído, mas tropecei com as
macetas. Temo-me que tenha rompido uma. — Acendeu uma luz e
apenas foi suficiente para alumiar todo enquanto se limpava os pés
e entrava. — Onde estás?
— Estou nas escadas. Pensei que eras um assassino.
— Vi que se foi a luz em toda a zona enquanto conduzia. Só
tenho este absurdo de dizer que alumbra muito pouco.
Acerquei-me para sua voz, enquanto os relâmpagos de fora
alumiam sua silhueta.
— E minha linterna tem as pilhas morridas — disse, jogando
em seus braços quando nos encontramos ao final da escada.
Me besó me acarició la bochecha.
— Sento ter-te assustado. Estava preocupado, ao pensar que
passariam a noite sozinha e decidi vir a te ver. Tentei telefonar-te,
mas ao princípio não contestavam e depois não tinha linha.
— Eu também tentei te chamar, mas pensei que estavas
dormindo. — Apoiei a cabeça em seu peito enquanto acariciava-me
o ombro.
— Podes chamar-me quando queiras, Ela. Não importa a hora,
de dia ou de noite. Sempre estarei para ti. — Deu-me um aperto de
mãos e abraçou-me, antes de entrar na sala. — Não quero que nós
rompemos o pescoço subindo as escadas às escuras. Nem sequer
pude chegar à porta.
— Uhm. Que vamos fazer na escuridão enquanto esperamos
que volte a luz? — Ocorreram-se-me algumas ideias, mas queria
sua opinião.
— Poderíamos procurar alguma maneira de passar o tempo.
— Me tombou ao seu lado e depois jogou-se em cima de mim.
Sucedeu tão rápido que mal tive tempo de me rir.
— Esse som é mais alegre que o grito que tens deixado sair
antes. — Me besou no pescoço e respirei o fresco aroma da chuva
em seu cabelo.
— Asustaste-me.
— Sendo-o. Esse não é o tipo de grito que quero escutar de ti
por minha culpa.
— Pensé que eras um assassino, que atar-me-ia e abrir-me-
ias em canal.
— Atar e abrir! Suena divertido, mas não como imaginaste.
Quero dizer, tenho algo com o que te abrir e apuñalarte. — Apoiou
suas cadeiras contra as minhas e eu meri.
— Basta de palestras de medo.
Ele me olhou.
—Confias em mim?
— Por suposto que sim. Que classe de pergunta é essa?
De repente sua voz tornou-se mais profunda e sensual.
— Senta-te, Ela — me pegou, dando uns golpecitos no
assento.
Escutei um ruído, como se estivesse desabrochando o cinto.
Meu coração seguia acelerado pelo medo que tinha passado
dantes. Aiden agarrou-me da mão e levou-me para ele.
— Vou atar-te. — Sujeitou-me pelos braços com força. —
Quieres que o faça, Ela? Quieres que te ate e te joda forte? Dizem-
me que sim.
Os relâmpagos crepitavam nas janelas e pude ver sua cara,
seus olhos eram selvagens e ardentes.
— Quero que me ates e me jodas forte, Aiden. — Tivesse dito
o que quisesse, enquanto meu clítoris inchado hormigueava.
— Boa garota. — Roçou minha boneca com a delgada correia
do cinto. A hebilla estava fria e deu-me um escalofrío.
Encantava-me quando queria provar coisas novas e, ainda que
nunca lhe tinha visto um perfil duro, me alegrava que quisesse
explorar comigo.
— Vais ser uma boa garota, verdade, Ela? E vais fazer todo o
que te diga. — Falou-me ao ouvido. Sua boca estava tão perto que
pude sentir o calor de sua respiração.
Ia vestida con un pijama de pantalón curto e uma breve t-shirt.
Estremecí-me e os pezones aperturam-se baixo a fina teia. Giróme 
e acercó a seu erección.
Suas mãos pareciam mais ásperas que de costume. Separou-
me as pernas com seus joelhos e quando me libertou de suas mãos,
lutei com o cinto que me tinha posto ao redor das muñecas.
A tortura consistia em esperar a que me tocasse de novo,
queria que suas mãos estivessem sobre mim, por todas partes,
dentro de mim. Jade é um pouco mais forte, enquanto sentia sua
boca sobre meu tornozelo. Depois abriu-se caminho para acima,
besando meu pantorrilla, por trás de meus joelhos, através de minha
coxa interna onde seus dentes roçavam minha pele que mordeu. Foi
um mordisco suave, más suficiente para que meu coño se
humedece e até manchar los pantaloncitos do pijama.
Fazia-me cócegas nas coxas com o cabelo e chupo a pequena
mancha de prenda-a, arrancando-me gemidos.
Então Aiden pôs-se de pé, arrancou-me o pantalón e deu-me
uns açoites no cu.
— Estás jodidamente molhada para mim, não? Gostas de
saber que estou a ponto de follarte, verdade, Ela?
— Sim. — Me fiquei sem alento ao tentar falar.
Ele recolheu a linterna que eu tinha deixado no solo.
— Talvez deveria follarte com isto. — Esfregou contra meu
sexo o frio metal desde atrás. Movi-me para afastar-me e reteve-me.
— Fica-te quieta, Ela. — Sussurro por trás de mim.
Estava emocionada por nosso jogo, ainda que perguntava-me
o longe que queria o levar. Mas tratava-se disso e resultava tão
excitante que confiei nele.
Rodeou minhas coxas com o pantalón e senti algo duro contra
mim e esperei que fosse sua polla. Tão cedo como o pensei,
empurrou com força.
— Isso é o que realmente queres, não?
— Sim, oh… sí.
Tentei mover o traseiro, mas ele atirou dos pantalones cortos
para me bater contra o sofá, enquanto me penetrava
profundamente, golpeando minha pequena raja e aprisionando
meus braços, mas não me atrevi a dizer por que se detinha.
Não queria que este jogo terminasse, especialmente quando
meu primeiro orgasmo se dispunha a me fazer estoirar, meu sexo
palpitaba e sentia que me desfazia por dentro.
— Assim é. Joder, corrente. — Empurrou tão forte que achava
que cair-me-ia ao solo, ainda que ele me sujeitasse pelos
pantalones e me mantinha atada.
Nesse momento, soltou-os e indicou-me que me tumbara de
espaldas..
— Sobe os braços — pediu com impaciência.
Fiz o que me disse e se inclinou sobre mim, enquanto me
empurrava pelos ombros. Me besou os pezones, indo de um a outro
para saboreá-los, para os morder e os arranhar suavemente, com a
pressão justa para que meu coño se estremeça.
— Isto se vai fora — Me tirou a t-shirt do pijama, a fez uma
pelota e a atirou ao solo, me deixando totalmente exposta, lista para
ser usada.
Estava tão molhada, tão anhelante e ansiosa de que me
tomasse que doía. Levantou-me, fez que me arqueara e levou seu
polla até meu sexo.
— Roga para poder disfrutá-la.
— Faz favor, Aiden. Faz favor.
— Faz favor que, Ela. Dize-me o que queres como uma boa
garota.
— Faz favor, fóllame, Aiden.
Senti que me punha colorada, enquanto rosnava e afundava
sua polla dentro de mim. Então nossa carne uniu-se, aplaudindo
forte e implacavelmente.
Corri-me em seguida e quando fiquei desfalecida, me levantou
do sofá e dobrou sobre o respaldo. Tinha os joelhos trêmulos e
apoiei a cara nos cojines. Coloquei as mãos ao lado, seguiam
sujeitas pelo cinto e Aiden agarrou-me pelo cu, com seu polla
apertando contra minha pequena estrela apertada.
— Deveria tomar été culto pequeno.
— É teu, Aiden. Todo teu. — Estava preparada para todo o que
ele quisesse.
Sabia que um dia cedo reclamaria essa parte de mim e eu
queria. Queria-o tudo com ele.
— Follaré este coño molhado esta noite, Ela. Quero encher
com meu leite e ver como goteja por tuas bonitas pernas.
— Sim, faz favor, Aiden.
Eu também queria isso. E não perdeu tempo em me comprar.
Seu polla sentia-se como uma faca quente e pensei que era
apropriado considerar nosso jogo, inclusive enquanto gritava.
Meu coño estava a receber uma surra e sabia que depois seria
muito terno. Ele moveu suas cadeiras, a velocidade de suas
acometidas aumentaram à medida que o atrito crescia; seu pesado
saco pendurado, golpeando contra mim até que se agitou como se
recebesse uma descarga elétrica e se esvaziou em meu interior.
Quando se afastou, gotejava por minhas pernas como ele
queria.
— Boa garota. — Passou seu dedo índice pela linha branca
que desenha seu leite e o alçou. — Prova-a.
Abri a boca e ele introduziu o dedo. O chupe devagar e quando
o sacou, me beijou nos lábios. Depois desabrochou o cinto,
esfregou-me com ternura as muñecas e se diplomou ao meu lado,
levando-me com ele.
— Tem sido muito intenso. — Ri-me e louco de novo.
— Sim. Terei que te atar mais com frequência.
— Ou, talvez a próxima vez, possa te atingir eu a ti. —
Encontrei-me com seus olhos e, inclusive na escuridão, pude ver
que se tinham alumiado com um sorriso.
— O que queiras, Ela. Todo o que queiras. — Acercó-me e me
besó.
Sorri pensando no bem que o íamos passar.
Ficamos abraçados até que voltaram a acender-se as luzes e
decidimos ir à ducha para continuar com nossa aventura.
Muito obrigado por ler!
 
 
 
	Capítulo 1
	Capítulo 2
	Capítulo 3
	Capítulo 4
	Capítulo 5
	Capítulo 6
	Capítulo 7
	Capítulo 8
	Capítulo 9
	Capítulo 10
	Capítulo 11
	Capítulo 12
	Capítulo 13
	Capítulo 14
	Capítulo 15
	Capítulo 16
	Capítulo 17
	Capítulo 18
	Capítulo 19
	Capítulo 20
	Capítulo 21
	Capítulo 22
	Capítulo 23
	Capítulo 24
	Capítulo 25
	Capítulo 26
	Capítulo 27
	Capítulo 28
	Capítulo 29
	Capítulo 30
	Epílogo
	Cena de alto conteúdo sexual de Procurando Cinderella

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