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Bloco 08 - Impostos Estaduais

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1 – A) Não. Nos termos da Súmula 166, do STJ, não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria para um outro estabelecimento do mesmo contribuinte. No caso em tela, Calçados Couro Bom LTDA. Remeteu, por veículos próprios, diversas caixas de sapato de uma para outra de suas lojas, não ocorrendo, portanto, a transferência jurídica da propriedade da mercadoria e, assim, não havendo a realização do fato gerador do ICMS. 
2 – Sim. Conforme entendimento de Tribunal Superior, a notificação do contribuinte se dá a partir da publicação do edital de recolhimento do IPVA pelo Estado em seu Diário Oficial, a qual perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, conforme art. 142, do CTN. 
3 – A) Não. Conforme o art. 155, §2º, g, da CF, é matéria reservada a lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos ou revogados. Ademais, conforme entendimento de Tribunal Superior é inconstitucional a extensão de benefícios fiscais ao ICMS sem prévia deliberação junto ao CONFAZ. No caso em tela, o Estado X regulou o convênio mediante lei ordinária havendo, portanto, vício formal na norma. Não obstante, estendeu os benefícios fiscais a produtos que não integram a “linha branca” sem que antes houvesse deliberação no CONFAZ.
B) Sim. Conforme entendimento de Tribunal Superior, os convênios CONFAZ possuem natureza autorizativa e não impositiva e, assim, a celebração destes acordos não gera automaticamente, aos contribuintes, direito líquido e certo à fruição dos benefícios ajustados no convênio. 
4 – A) Não. A autuação do Município X referente ao não pagamento de ISS não está correta, eis que conforme súmula 163, do STJ, “o fornecimento de mercadorias com simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operação”. Prepondera na atividade dos restaurantes o fornecimento de mercadorias, ou seja, fato gerador típico do ICMS e não a prestação de serviços de preparação de alimentos e atendimento dos clientes em mesa. 
5 – A) Não. Considerando tratar-se de substituição tributária progressiva, apenas Beta, como contribuinte substituído, terá o direito à restituição do valor do imposto pago em virtude da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizou, na forma do art. 10, da LC 87/96.
B) Sim, pois, às luzes do art. 10, caput da LC 87/90, é assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força de substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar. Desta forma, Beta poderá restituir o valor excedente recolhido de ICMS por Alfa em virtude do fato gerador presumido.
6 – A) Não há inconstitucionalidade da progressividade do ITCD, eis que há entendimento firmado por Tribunal Superior no sentido de que a progressividade do referido imposto está em conformidade com o disposto no art. 145, §1º, da CF, ou seja, leva em consideração a capacidade contributiva do sujeito passivo. Desta forma, razão não assiste Caio ao alegar que há inconstitucionalidade na progressividade do ITCD.
B) O ITCD é devido no Estado X. Nos termos do art. 155, §1º, I, o ITCD relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado de situação do bem, ou ao Distrito Federal. Considerando que o imóvel herdado por Caio está situado no Estado X, é para este que deverá ser recolhido o ITCD.
7 – A) Não. Nos termos da Súmula Vinculante 32, do STF, não incide ICMS sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. Desta forma, ainda que a seguradora ABC S.A. tenha realizado a venda de automóveis salvados de sinistro, não ocorreu o fato gerador do ICMS, eis que não há habitualidade nesta circulação de mercadoria. 
B) Sim. Conforme o art. 4º, da LC 87/96, é contribuinte do ICMS qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Desta feita, se uma sociedade empresária se dedicasse exclusivamente a recuperar “automóveis salvados de sinistro”, parcial ou totalmente, vendendo-os, ou suas peças avulsas aos consumidores em geral, seria contribuinte de ICMS.
8 – A) Não. Nos termos da súmula 112, do STF, “o imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”. Desta feita, a alíquota a ser aplicada é a que estava vigente ao tempo da abertura da sucessão que ocorreu no momento da morte de Maria, conforme o princípio da saisine, previsto no art. 1.784, do CC. 
B) Não. Nos termos da Súmula 113, do STF: “O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação”. Desta forma, está correta a base de cálculo utilizada para o lançamento do ITCMD pelo Estado Y. 
9 – A) Beta realizou o aproveitamento do ICMS com base no princípio da não cumulatividade do ICMS, previsto no art. 155, §2º, II, da CF, segundo o qual, o IMCS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.
B) Não. Conforme a súmula 509, do STJ, “é lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda”. Desta forma, a sociedade empresária Beta não poderia ter sido autuada pelo Fisco Estadual. 
10 – B) Sim. Nos termos do art. 155, §2º, “a”, da CF, o ICMS incide sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado em que estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Ademais, conforme a súmula vinculante 48, do STF, na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. Desta forma, tendo Carlos importado veículo automotor do Japão, ainda que para uso próprio, haverá a incidência do ICMS. 
11 – A) Sim. Conforme o art. 155, §2º, IX, “a”, da CF, o ICMS incidirá sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Outrossim, conforme a súmula vinculante 48, do STF, é legítima a cobrança do ICMS na entrada de mercadoria importada do exterior, por ocasião do desembaraço aduaneiro. No caso em tela, tendo a pessoa jurídica A realizado a importação de peças para utilização no processo de fabricação de equipamentos eletrônicos, está correta a cobrança do ICMS pelo fisco. 
12- A) Não é legítima a redução de base de cálculo concedida pela primeira lei, eis que, conforme o art. 155, §2º, XII, “g”, da CF, cabe a lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. No caso em tela, não houve deliberação dos outros Estados e, portanto, não é legítima a redução da base de cálculo do ICMS concedida pela lei editada pelo Estado Alfa.
13 – A) Incide apenas sobre o serviço de transmissão de televisão a cabo, mas não sobre o serviço de provedor de acesso à internet. Nos termos do art. 2º, III, da LC 87/1996, incide ICMS sobre prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão,a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza. Desta forma, incide o ICMS sobre o serviço de transmissão de televisão a cabo, realizada de forma onerosa. 
	Entretanto, conforme a súmula 334, do STJ, o ICMS não incide no serviço dos provedores de internet. Isto porque, neste caso, não ocorre a efetiva transmissão da posse/propriedade da internet. Desta forma, não incide o ICMS sobre o serviço de provedor de acesso à internet, sendo, portanto, indevida a cobrança do imposto sobre este serviço.
14 – A) Sim. Nos termos do art. 155, §6º, da CF, o IPVA somente poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo ou utilização do veículo automotor e não sobre sua procedência. Desta forma, o contribuinte tem razão quanto ao questionamento da alíquota. 
15 – A) Não. Nos termos da súmula 323, do STF, é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. Outrossim, conforme o art. 150, IV, da CF, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributos com efeito de confisco. Desta forma, no caso em tela, o Estado “Y” não agiu corretamente ao apreender as mercadorias. 
16 – A) Não. Nos termos do art. 155, §2º, IX, “a”, da CF, o ICMS incidirá sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Desta forma, ainda que não seja contribuinte do imposto, é constitucional a cobrança de ICMS sobre a importação do carro alemão realizado por João da Silva. 
17 – B) Sim. Nos termos do art. 42, do CTN, o contribuinte do ITCD será definido pela lei do ente competente, no caso, o Estado, podendo ser tanto o doador como o donatário. 
18 – Sim. Nos termos do art. 146, III, da CF, a fixação de base de cálculo dos impostos é matéria reservada à lei complementar. O ICMS é regulado pela LC 87/96, dispondo, em seu art. 13, §1º, II, “a”, que o valor correspondente à base de cálculo do ICMS inclui “seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição”. Quanto aos descontos incondicionados, proclama a súmula 457, do STJ, que estes não deverão ser incluídos na base de cálculo do ICMS. Desta forma, a referida lei é inconstitucional.

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