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Patologia clínica SANGUE - Tecido conjuntivo - Células e fluidos circulam em movimento unidirecional e regular dentro do sistema circulatório fechado - Principais funções: fornecimento de substâncias e transporte de resíduos metabólicos - Composto por elementos figurados e pelo plasma • Elementos figurados: eritrócitos, leucócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos) e plaquetas (fragmentos citoplasmáticos de uma célula precursora chamada de megacariócito); • Plasma: proteínas, eletrólitos, gases, nutrientes, resíduos, hormônios e água. Componentes do plasma sanguíneo: Fracionamento por centrifugação: Plasma x soro - Plasma: presença de fatores de coagulação (fibrinogênio) - Soro: possui ativador do coágulo, então a coagulação é estimulada, ocorrendo consumo de fatores de coagulação (não possui fibrinogênio); Hematopoiese - É o processo que gera as células sanguíneas de todas as linhagens. - Diversos órgãos e tecidos participam do processo: medula óssea, tecido linfóide, baço, fígado e rins. - Essas células são originadas a partir de uma célula tronco pluripotente, que dependendo dos estímulos recebidos, inicia um processo de diferenciação e maturação que acabam na formação das células sanguíneas. - Nos adultos, ocorre principalmente na medula óssea Eritrócitos Aspectos gerais: - Em mamíferos: células anucleadas e sem organelas; - Contém hemoglobina: proteína, mais especificamente uma metaloproteína, que contém ferro. Em sua estrutura possui 4 cadeias que permitem o transporte de oxigênio até os tecidos onde são necessários; - Formato de discos bicôncavos é conferido pela membrana dessas células, o que facilita o intercâmbio de gases e a sua movimentação para chegar até os tecidos e capilares; Diferenças entre as espécies domésticas: - Células menores fazem com que as características morfológicas sejam diferentes; - As diferenças geralmente variam entre cor, forma e tamanho. Grupos antigênicos eritrocitários - Cães • Dog erythrocyte antigen (DEA) • Oito tipos sanguíneos: DEA 1.1, 1.2 e DEA 3-8. • DEA 1.1 e 1.2: aproximadamente 60% da população canina; • DEA 1.1 e 1.2: são considerados pertencentes ao grupo A positivo e DEA 3-8 seriam A negativo; • Não há ocorrência natural de aloanticorpos contra DEA 1.1 e DEA 1.2 ➢ Na primeira transfusão, é difícil ocorrer alguma reação, pois os eritrócitos não foram sensibilizados ainda. Na segunda, é mais provável ocorrer reação, pois as células já estão sensibilizadas - Gatos • Grupo sanguíneo AB; • Tipo A: > 95%; • Tipo B: não verificado em siamês, Burmês, Tonquinês. Relativamente alta (5 - 25%) em Abissínio, Birmamês, Himalaia, Maine Coon, dentre outras; • Tipo AB: extremamente raro; • A diferença com os cães é que os gatos já possuem aloanticorpos, então é preciso realizar teste de compatibilidade sempre. - Equinos • Sete grupos: A, C, D, K, P, Q, U; • Incluem 32 antígenos: muitos grupos antigênicos; • Aa e Qa - extremamente imunogênicos; - Bovinos • Onze grupos: A, F, J, L, M, Z, R, B, C, S, T - Caprinos • Sete grupos: A, B, C, D, M, R, X • B e R são mais antigênicos Hematopoiese - Primitiva: acontece no saco vitelínico, é um processo rápido e as células acabam migrando para outros órgãos, sofrem uma expansão. Eritropoiese É estimulada a partir de estados hipoxêmicos, quando a concentração de oxigênio diminui. As células peritubulares conseguem perceber a queda de oxigênio, por meio de diversos mecanismos e reações. Assim, a hipóxia induz a expressão renal de eritropoietina, que vai para a circulação e até os precursores dos eritrócitos (na medula óssea), que possuem receptores específicos. Quando a eritropoietina se liga ao receptor, tem-se início o processo de maturação e desenvolvimento que acaba na formação do eritrócito e da célula adulta. - Indivíduos com doença renal crônica: rim com menos síntese de eritropoietina → processo de eritropoiese afetado → anemia - A eritropoiese é um processo que se inicia no rubriblasto e finaliza com a formação do eritrócito. O processo possui uma formação sequencial e ordenada. - Cada espécie possui diferença nos valores acima. - É importante conhecer o processo de eritropoiese porque há processos hemolíticos, como anemias autoimunes, em que a clínica corresponde à anemia hemolítica, mas não acontece o aumento das células imaturas. Eritropoietina - Hormônio glicoproteico; - Promove viabilidade, proliferação e diferenciação das células progenitoras eritróides, além de inibir a apoptose dessas células; - Liberada em estado de hipóxia tecidual (pO2 < 36 mmHg); - Fatores de crescimento hematopoiéticos: • Produzidos localmente na medula óssea (autócrina ou parácrina) ou em tecidos periféricos (endócrina); • Fatores de crescimento se unem aos receptores de superfície das células hematopoiéticas; • Alguns possuem atuação sinérgica, outros atuam de forma indireta, estimulando outros fatores de crescimento (IL-1, TNF - alfa); - Fatores reguladores da hematopoiese: Metabolismo do ferro - Os precursores eritróides precisam de ferro para a síntese de Hb; - Utilizam aproximadamente 75% do ferro circulante; Ocorre a formação do ferro com a transferrina, formando um complexo. Esse complexo viaja até um receptor específico na superfície das células e é internalizado, formando um vacúolo. Quando esse vacúolo é formado, ocorre a diminuição do pH de dentro da célula e esse pH mais ácido favorece a dissociação desse complexo, sendo que a transferrina volta para a circulação e pode ser empregada novamente para transportar mais moléculas de ferro. O ferro, por sua vez, viaja dentro da célula, por meio de uma proteína de transporte e chega até a mitocôndria, onde posteriormente, será utilizado na formação do grupo heme da hemoglobina ou armazenado em forma de ferritina. Síntese de Hemoglobina (HB) - Proteína tetramérica: quatro cadeias de globina e um grupo heme em cada cadeia; - Transporte de oxigênio e outros gases; Metabolismo dos Eritrócitos - Via Embden-Meyerhof: produção de ATP (via anaeróbica); - Via das pentoses-fostado: gera NADPH (agentes redutores) e ribose-5-fosfato; Destruição das hemácias eritrograma - Por meio do eritrograma é possível avaliar a eritropoiese, estados inflamatórios, infecciosos e também informações sobre as plaquetas - O eritrograma compreende: • Contagem do número de eritrócitos (RBC) • Concentração de hemoglobina (Hb) ➢ Em condições normais a hemoglobina corresponde a 1/3 do conteúdo da hemácia • Hematócrito (Hto ou VG) ➢ Concentração de eritrócitos expressada em porcentagem • Índices hematimétricos: VCM, HCM, CHCM ➢ Permitem a avaliação e classificação de um paciente anêmico ➢ VCM: volume corpuscular médio, avalia a média do volume das hemácias ➢ HCM: hemoglobina corpuscular média, reflete o conteúdo médio de hemoglobina por hemácia, definindo se a anemia é hipocrômica ou normocrômica ➢ CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média, permite a avaliação do grau de saturação da hemoglobina no eritrócitos, classificando- os em normocrômicos ou hipocrômicos • Índice de distribuição eritrocitária (RDW) ➢ Grau de variação do tamanho dos eritrócitos, indicando o grau de anisocitose • Proteína plasmática (PTN) - Relação entre RBC, Hb e Hto: • Hemácias, hemoglobina e hematócrito são proporcionais à massa eritróide • Quando um aumenta ou diminui, os outros também aumentam ou diminuem - RBC e Hto podem ser influenciados por fatores externos como ertrocitose ou policitemia, desidratação (hemoconcentração) e/ou hidratação excessiva (hemodiluição) - A hemoglobina é menos suscetível a fatores externos, logo é frequentementeutilizada para avaliar se existe um estado anêmico ou não - Hto e PTN aumentados: hemoconcentração com perda de líquido devido à desidratação, o que leva à diminuição da parte líquida e aumento da parte sólida - Hto aumentado e redução de PTN: condições em que pode haver algum grau de desidratação e alguma perda de proteína, como, por exemplo, casos de enteropatias e nefropatias Policromasia - Alterações na cor das células - Geralmente avaliada por meio do CHCM - Normocrômica ou hipocrômica - Uma hemácia, fisiologicamente, não consegue carregar mais do que 36% de CHCM. Pode haver CHCM acima disso, pode ser um artefato, mas está relacionado com processos de hemólise, pois a hemoglobina fica solta no plasma e a máquina superestima o valor real. Anisocitose - Variações no tamanho da célula - Avaliada por meio do VCM - Macrocíticas, normocíticas, microcíticas - Hemácias macrocíticas: relacionado a estado de regeneração, onde há hemácias jovens (imaturas) na circulação, que são maiores em relação às maduras. • Greyhound → raça que fisiologicamente possui VCM maior que o valor de referência • Os equinos não liberam reticulócitos, são eliminadas hemácias macrocíticas não policromatófilas, então mesmo em estados anêmicos a cor é normal. A avaliação de VCM é uma forma fácil e prática de avaliar regeneração em equinos. - Hemácias microcíticas: principal causa é a deficiência de ferro • Anemia ferropriva • Tenta compensar reduzindo o tamanho da hemácia • Shunt portossistêmico – fluxo de sangue no fígado está comprometido • Akita, Shiba-Inu (raças orientais) → fisiologicamente possuem VCM menor - Anisocitose: variação no tamanho da célula. Em um esfregaço é possível ver hemácias de tamanho diferente Cachorro com hematócrito baixo, anêmico, porém ainda não precisa de transfusão. Tendo em vista que a hemoglobina é aproximadamente ⅓ do hematócrito, a hemoglobina está baixa, provavelmente há uma hipóxia severa. Refez-se o exame: Após refazer, o valor da hemoglobina bateu com o valor do hematócrito, então ainda não é necessário realizar transfusão. Anisocitose e policromasia RDW: amplitude de distribuição dos eritrócitos - Coeficiente de variação, fornece informação acerca do tamanho da hemácia em relação à população normal da célula - Mais fidedigna em relação ao VCM em relação à anisocitose Avaliação morfológica das hemácias - Forma - Tamanho - Cor - Inclusões - Padrões - Agentes infecciosos POIQUILÓCITOS: hemácias com formas anormais - Podem ser causados por: • Danos imunomediados • Danos oxidativos • Lesão mecânica • Hereditárias - Os poiquilócitos podem ser classificados em: • Esquistócitos ➢ Fragmentos de hemácias ➢ Produzidos por lesões mecânicas das células dentro da vasculatura ➢ Relacionado com anemia hemolítica imunomediada e coagulação intravascular disseminada • Acantócitos ➢ Hemácias que possuem prolongações, espículas no citoplasma, causadas por um metabolismo inadequado dos lipídios presentes na membrana ➢ Doenças no fígado, lesões oxidativas, hemangiossarcoma • Equinócitos ➢ Hemácias com espículas mais uniformes ➢ Picadas de cobra, lesões oxidativas, esfregaços que passam muito tempo sem corar • Esferócitos ➢ Células de cães que perdem a zona pálida central e ficam com tamanho aparentemente menor ➢ Ocorrem em decorrência de uma fagocitose parcial da membrana celular ➢ Também estão relacionados com processos hemolíticos, como a anemia hemolítica imunomediada • Excentrócitos ➢ Hemácias em que a palidez central está deslocada para a periferia ➢ Relacionados com lesões oxidativas • Leptócitos ou codócitos ➢ Artefato quando não respeita a proporção de sangue em relação ao EDTA devido a um volume sanguíneo inadequado • Ceratócitos e eritrócitos hipocrômicos ➢ Intoxicações por paracetamol, alho, cebola Estruturas observadas nas hemácias - Corpúsculo de Heinz; - Pontilhado basófilico (em ruminantes é relacionado com anemia regenerativa); - Corpúsculos de Howell-Joly (anemia regenerativo); - Eritrócitos nucleados - Inclusões virais - Parasitas Obs: Em anemias hemolíticas, há hemácias com núcleo na circulação. Assim, na contagem de leucócitos, há contagem de hemácias como se fossem leucócitos, já que o núcleo confunde a máquina. Anemia - É a diminuição do numero de hemácias, concentração de hemoglobina e/ou do hematócrito em relação aos valores de referencia. - Algumas perguntas são essenciais: • Qual tipo? • Regenerativa ou não regenerativa? - A anemia não é diagnóstico, mas sim sinal clinico, por isso tem de ir atrás do que está causando. - 3 causas principais: hemorragia, hemólise ou diminuição na produção (medula). - Cada espécie tem valores de referencia diferentes. (tinha foto no slide). - Classificação: • Morfológica: tamanho (VCM) e cor (CHCM) • Resposta da medula óssea: regenerativa (relacionado à perda de sangue, destruição/hemólise) ou não regenerativa (deficiência na produção). - Níveis celulares de reticulócitos normais: • Cão e gato = 0 – 60.000 • Bovino = 0 • Cavalo = Não libera reticulócitos. Obs: Em anemias é esperado um maior nível de liberação de reticulócitos pela medula. Só não aumenta se a medula estiver lesionada. Regenerativa ou não regenerativa? Não regenerativa - Mais comum → anemia da doença inflamatória crônica - Síntese e liberação de citocinas pró-inflamatórias - Anemia discreta a moderada - Normocítica-normocrômica - Associada ou não à leucocitose - Causas: • Doença inflamatória crônica • Distúrbios endócrinos ➢ Anemia discreta e normocrômica ➢ Hipotireoidismo ➢ Hiperadrenocorticismo (Cushing) ➢ Desnutrição • Insuficiência renal crônica ➢ Moderada a grave e normocrômica ➢ Falta de produção de eritropoietina pelo rim ➢ Anemia da doença inflamatória crônica concomitante • Distúrbios medulares ➢ Sindromes mielodisplásicas – FIV, FeLV, Ehrlichia, idiopático ➢ Anemia hemolítica - Medicamentos relacionados com anemia não regenerativa: antineoplásicos, estrógenos (endógenos e exógenos) Anemia regenerativa - Perda de sangue, anemia hemolítica e AHIM - Anemia por perda de sangue: • Trauma, lesões hemorrágicas, AHIM - Pico da resposta: 2-3 dias - O que observar? • Anisocitose, policromatofilia, metarrubrícitos, Howell-Jolly, esquistócitos, esferócitos • Reticulócitos em cães e gatos • Pontilhado basofílico em bovinos • Hiperplasia eritróide (medula óssea) em cavalos - Anemias hemolíticas: • Imunomediadas ➢ Podem não ser regenerativas ➢ Hemólise aguda ➢ Mycoplasma + FIV/FeLV ➢ AIHM contra percussores medulares Eritrocitose (policitemia) Relativa: - Desidratação: perda de líquidos corporais, privação de água (hemoconcentração com redução da fração líquida) - Secundária à contração esplênica: catecolaminas (atividade física, excitação) Absoluta: Primária - Também chamada de Vera - Distúrbio mieloproliferativo Secundária - Hipoxemia (baixa pressão de oxigênio) • Doença pulmonar, doença cardíaca, hemorragia, hemoglobinopatias - Aumento na produção de eritropoietina • Lesão renal (tumores, cistos) Classificação Relativa Absoluta Primária Secundária Eritrograma: como interpretar? - Intensidade, morfologia e tipo de resposta - Anemia: • Discreta/moderada/intensa • Macrocitica/normocítica/microcítica • Normocrômica/hipocrômica • Regenerativa/não regenerativa LEUCOGRAMA Definição - Avaliação dos leucócitos sanguíneos - Reflete o estado momentâneo do paciente ou exames seriados que demonstram o histórico do paciente Indicações - Rotina - Suspeita clinica – confirmar ou descartar processo infeccioso - Pré-operatório – cirurgias eletivas - Acompanhamento - Determinarprognóstico É preciso olhar os leucócitos e entender como está a fábrica e como está o consumo, analisando os tecidos e/ou a medula óssea. Processamento 1- Concentração de leucócitos totais (células/µL) • Quantidade de células totais • Câmara de Neubauer → contador de células universal. Confirma os valores medidos pela máquina 2- Exame diferencial dos leucócitos • Esfregaço sanguíneo • Quantifica as células brancas por meio de contador elétrico ou mecânico • Mamíferos: ➢ Polimorfonucleares (núcleo segmentado) ou granulócitos: Neutrófilos, eosinófilos e basófilos ➢ Mononucleares ou agranulócitos: Linfócitos e monócitos • Aves/répteis/anfíbios: ➢ Granulócitos: Heterófilos, eosinófilos e basófilos ➢ Agranulócitos: Linfócitos e monócitos ➢ Azurófilos Heterófilos: células fagocíticas semelhantes aos neutrófilos de mamíferos Azurófilos: possuem a coloração bordô na lâmina Dinâmica leucocitária Os leucócitos são produzidos na medula óssea, principalmente nas epífises dos ossos longos e dos ossos planos. - Células imaturas → compartimento de proliferação (3 dias) - Metamielócito, bastonete e segmentado → compartimento de maturação e estocagem (2-3 dias) - Fisiologicamente o tempo de trânsito das células sanguíneas demora 5-7 dias, mas em processos inflamatórios/infecciosos pode ser mais rápido - Pool circulante – o sangue coletado no exame. Sangue no meio do vaso, com fluxo maior de circulação. - Pool marginal – células da margem, que são as próximas a saírem do vaso para o tecido (diapedese/transmigração). - Por dia tem 3 ciclos de neutrófilos → 6-10h - Das espécies domesticas, o cão é o que tem o maior compartimento de maturação e estocagem → muita reserva na medula, logo liberam muitos leucócitos assim que se inicia um processo infeccioso - Bovinos e equinos possuem um compartimento de maturação e estocagem pequeno Diapedese/transmigração leucocitária As células são produzidas na medula óssea → circulação (pool circulante) → efeito de quimiocinas → adesão ao endotélio vascular → diapedese → leucócitos no tecido Taxa de liberação – velocidade de liberação dos leucócitos Produção medular – medula óssea mais responsiva X Destruição Consumo tecidual Sequestro celular Valores de referência dos animais domésticos - Variam de acordo com a literatura, deve adequar os valores à sua realidade - Acima dos valores de referencia: -ose ou -filia - Abaixo dos valores de referência: -penia - Não existe basopenia. Os basófilos são raros na corrente sanguínea, então não encontrar é normal Relação Neutrófilos : Linfócitos Biomarcador de processos inflamatórios - Cão: ≥ 2:1 - Gato: ≥ 2:1 - Bovino: 1:2 - Equino: 1,5: 1 ou 3:2 - A relação neutrófilo/linfócito e os neutrófilos bastonetes, em combinação com outros parâmetros, pode ser um marcador precoce na detecção de sepse na terapia intensiva! Morfologia e função leucocitária - Neutrófilos: • Fagocitose • Processos inflamatórios/infecciosos - Eosinófilos: • Propriedades fagocitárias e bactericidas • Reações de hipersensibilidade • Resposta inflamatória a estágios larvais e adultos de alguns parasitos – os que causam grande espoliação - Basófilos • Presença de histamina e heparina • Possivelmente reação de hipersensibilidade • Atraem eosinófilos - Linfócitos: • Linfócitos T – imunidade celular • Linfócitos B – imunidade humoral • Muito núcleo e pouco citoplasma - Monócitos: • Fagocitose- bactérias, grandes microrganismos complexos (ex: leveduras e protozoários), células danificadas, debris celulares e partículas estranhas; • Resposta a microrganismos intracelulares; • Processamento e apresentação de antígenos para as células de defesa. OBS: CTNC – contagem total de células nucleadas • Atenção aos rubrícitos, precursor eritróide nucleado. Na contagem pode confundir com os leucócitos, então deve conferir no esfregaço. Cinética leucocitária - Fatores que influenciam: • Produção • Liberação • Distribuição intravascular • Sequestro celular • Vida média • Diapedese Se as células maduras não são suficientes, vai mandando as células imaturas. Encontra primeiro bastonetes, depois metamielócitos, depois mielócitos. Vai regredindo à esquerda → desvio à esquerda (desvio nuclear de neutrófilo à esquerda) Compartimento de proliferação Compartimento de maturação e estocagem Desvio regenerativo: número de células maduras é maior que o número de células imaturas (bastonete + meta + mielócito) Desvio degenerativo: número de células maduras é menor que número de células imaturas Presença de células imaturas, sobretudo mielócitos, o prognóstico é ruim. DNNE degenerativo 4:3 Neutrófilos tóxicos - Aberrações de maturação, tamanho da célula, forma nuclear, características dos grânulos e citoplasma • Basofilia citoplasmática • Presença de grânulos tóxicos • Corpúsculos de Dohle • Neutrofilos gigantes • Vacuolização citoplasmática • Núcleo em rosca (donut) - Ocorrem em pacientes com severa infecção bacteriana, sepse, condição inflamatória aguda e extensiva destruição tecidual. São situações que causam acelerada produção de neutrófilos, resultando em falhas no processo de maturação Desvio nuclear de neutrófilo à direita - Presença de concentração significativa de neutrófilos hipersegmentados. São neutrófilos que ficam presentes por mais tempo na corrente sanguínea e se hipersegmentam. Neutrofilia - Inflamatória/infecciosa - Leucocitose fisiológica (adrenalina) • Leucocitose por neutrofilia e linfocitose sem desvio à direita ou com discreta presença de DNNE sem presença de neutrófilos tóxicos • Animais que caminham até a clínica ou ficam estressados na coleta podem apresentar leucocitose por causa da liberação de adrenalina. As células do pool marginal deslocam-se para o pool circulante, levando a alterações na contagem de células ➢ Em gatos esse efeito pode ser até 3x maior, pois possuem mais células no pool marginal. Pool marginal : Pool circulante Cão→ 1:1 Gato→ 3:1 - Leucograma de estresse (corticoides/cortisol) • Leucocitose moderada: aumento de neutrófilos e monócitos, diminuição de linfócitos e eosinófilos • Acompanhados de DNND • Cortisol endógeno ou exógeno (corticoide) • Os corticoides mimetizam a ação do cortisol → não deixam os leucócitos chegarem ao tecido, então se acumulam no sangue ➢ Os neutrófilos tornam-se hipersegmentados por permanecerem mais tempo na circulação ➢ Os linfócitos diminuem porque o cortisol é inibidor das células de defesa, especialmente os linfócitos - Leucemias Obs: reação leucemóide: termo utilizado para designar qualquer leucocitose extrema semelhante à leucemia, mas comprovadamente não leucêmica. O termo pode ser aplicado apenas retrospectivamente Neutropenia - Inflamatória/infecciosa - Destruição - Hipoplasia medular (parvovirose, FeLV, erliquise) - Produção insuficiente Linfocitose - Inflamação crônica (viral – FeLV, AIE, BLV – ou bacteriana) - Fisiológica - Leucemia linfocítica - Linfoma - Hipoadrenocorticismo (doença de Addison) Linfopenia - Aumento dos níveis sanguíneos de corticoide • Hiperadrenocorticismo, administração exógena de corticoide, animal estressado - Inflamação aguda (viral ou bacteriana) - Hipoplasia medular • Leucemia, infecção, quimioterapia Monocitose/monocitopenia Sangue Tecido Inclusões leucocitárias - Erliquiose - Hepatozoon • Hemogregarina • Babesia/Ehrlichia → associação - Corpúsculos de Lentz • Cinomose • Leucócitos e hemácias - Bactérias- Leishmaniose - Histoplasmose - Esporotricose - Tripanossomose Exercícios Leucocitose por neutrofilia, com DNNE e linfopenia - provavelmente não é um efeito causado pela adrenalina, tem um desvio e linfopenia. Leucopenia, presença de metamielócitos e bastonetes aumentados, indicando desvio à esquerda degenerativo. Os neutrófilos segmentados estão reduzidos (neutropenia) e há presença de neutrófilos tóxicos. Há linfopenia e eosinopenia Leucocitose com presença de bastonetes, mas não indica desvio. Ocorrência de linfocitose Leucocitose por Linfocitose - animal com Leucose Leucocitose com neutrofilia e linfocitose • Há desvio à direita, provavelmente devido a glicocorticoides (aplicação ou disfunção). Os glicocorticoides reduzem o efeito das quimiocinas que direcionam os neutrófilos no sangue, fazendo com que fiquem mais tempo na circulação e ocorra hipersegmentação. Além disso, os corticoides causam redução dos linfócitos dentro do vaso, a lise e redução da produção, levando à linfopenia. Estresse na coleta - adrenalina PLAQUETAS E HEMOSTASIA - As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos de megacariócitos • Megacariócitos: a palavra significa “grande núcleo celular”. São células grandes multinucleadas (16 ou mais), com núcleos não separados, assemelhando a uma grande estrutura multilobulada no centro da célula. - Anucleados, possuem formato de disco plano e medem de 2 a 3 µm - Produzidas na medula óssea em resposta à trombopoietina, IL-1, IL-3 e IL-6 • 1 e 6 são pró-inflamatórias - Origem a partir da linhagem mielóide - Média de vida: 3 a 10 dias na circulação (média de 7 dias) - Megacarioblasto → promegacariócito → megacariócito → plaquetas (trombócitos) - Na transfusão, também vão plaquetas. O animal terá aumento no número de plaquetas, mas elas cairão rápido devido ao seu curto tempo. - Plaqueta normal x ativada • Normal: organelas dispersas no citoplasma • Ativada: as plaquetas mudam sua conformação. As organelas condensam no centro e há formação de pseudópodes Trombopoiese - As plaquetas dos mamíferos são produzidas por células multinucleadas denominadas megacariócitos - Protuberâncias do citoplasma se estendem para os seios vasculares, onde são coradas pelo fluco sanguíneo, formando as plaquetas Trombopoiese em não mamíferos - A medula óssea parece ser o principal local de eritropoiese, granulopoiese e trombopoiese em répteis adultos, porém existem poucos estudos sobre a hematopoiese dos mesmos - Os trombócitos nos animais não mamíferos parecem possuir origem medular a partir de células mononucleares mesenquimais distintas - Megacariócitos não estão presentes em espécies não mamíferas, nestas, os trombócitos são produzidos por mitose de células precursoras Funções - Hemostasia • Responsável por manter a fluidez do sangue nos vasos sanguíneos, impedindo que o sangue coagule ou extravase. • Anormalidades na hemostasia podem resultar em sangramento (hemorragia) ou formação de coágulos no sangue (trombose) - Capacidade de fagocitose Avaliação plaquetária - Avaliação quantitativa → avaliação da quantidade • Automatizado ou manual em um hemocitômetro • Mas nem sempre plaquetas dentro da faixa de referência significa que o animal está saudável, pode ser que não estejam funcionando da forma adequada, da mesma forma que pode acontecer de o paciente ter trombocitopenia mas sem defeito nos fatores de coagulação. - Avaliação qualitativa → avaliação da função das plaquetas • Tempo de sangramento da mucosa oral, teste de retração do coágulo Contagem de plaquetas - Contagem em lâmina • Estimativa por campo de imersão • Contar 10 campos aleatórios → realizar a média → multiplicar o valor obtido por 15.000/20.000 - Contagem em hemocitômetro • Utiliza-se a câmara de Neubauer – erro em contagem manual de 10 a 15% pois as plaquetas podem ser confundidas com debris celulares e fragmentos de outras células frágeis • Solução de Brecher (oxalato de amônio a 1%) • Rees Ecker (solução à base de Citrato de sódio - Apenas avaliação quantitativa - Contagem automatizada: • Contagem total de plaquetas • Índices plaquetários → PDW, PCT, VPM ➢ PDW: grau de variação do tamanho das células ➢ PCT: correponde ao hematócrito plaquetário ➢ VPM: volume plaquetário médio. Indicador de inflamação sistêmica e do potencial trombótico do sangue. Plaquetas maiores são mais reativas e estão associadas a um maior potencial pró-trombótico - Manual: • Esfregaço • Coloração • Avaliação quantitativa • Avaliação morfológica Plaquetograma - Contagem total de plaquetas automatizadas - Esfregaço - Coloração - Avaliação quantitativa - Avaliação morfológica - Índices plaquetários Distúrbios plaquetários - Qualquer distúrbio que interfira na ação das plaquetas é denominado trombocitopatia - Dentre os mais conhecidos desses distúrbios estão as trombocitopenias (diminuição do número de plaquetas) e trombocitoses (aumento do número de plaquetas), problemas que alteram significativamente o processo de hemostasia Trombocitopenias - Não é doença, mas sim sinal clínico - Tipos de trombocitopenia: • Pseudotrombocitopenia – agregados plaquetários • Sequestro – baço realiza sequestro • Redução na produção – situações em que o estímulo para produção está reduzido • Destruição – agentes que parasitam plaquetas ➢ Anaplasma platys ➢ Erlichia canis – destruição das plaquetas pela formação de imunocomplexos- antígeno anticorpo que se depositam na superfície de células, incluindo as plaquetas → trompocitopenia • Fisiológica → característica da espécie ➢ King spanieer → plaquetas diminuídas e tamanho maior (trombocitopenia e aumento de tamanho das plaquetas) Obs: felinos têm predisposição a agregação plaquetária Trombocitose - Aumento do número de plaquetas acima do número de referência - Pode ocorrer devido a: • Quadros inflamatórios – aumento das interleucinas e consequente aumento de produção das plaquetas • Secundária a uma trombocitopenia – estímulo intenso para produção • Redistribuição (exercícios, adrenalina) – esplenocontração e liberação de mais células na corrente sanguínea • Valores de referencia equivocados • Neoplasias hematopoiéticas – desordens mieloproliferativas • Corticoide – redução do estímulo de destruição das plaquetas pelos macrófagos, logo há um aumento das plaquetas circulantes Macroplaquetas - Não há uma definição universal - Plaquetas com diâmetro maior ou igual aos eritrócitos - Macroplaquetas, megaplaquetas ou macrotrombócitos - São encontradas em pequenas quantidades no sangue periférico de gatos hígidos - Aumento no número de macroplaquetas é sugestivo de trombopoiese acelerada Inclusões citoplasmáticas - Grânulos - Anaplasma platys - Podem ser confundidos. Então deve também avaliar as alterações clínicas do animal Atualizações - Avaliação conjunta - Avaliação dos produtos de degradação de fibrina • A fibrina é responsável por ligar as plaquetas e estabilizar o coágulo → fibrinólise → degradação da fibrina → hemostasia terciária - Dímero D: produto de degradação após a coagulação - Tromboelastografia/tromboelastrometria Hemostasia - Mecanismos para contenção da perda de sangue - Manutenção da fluidez do sangue nos vasos sanguíneos - Balanço fisiológico entre hemorragia e coagulação - Coagulação é um componente da hemostasia • Série de processos interconectados de ativação enzimática para formação de coágulos - Hemostasia primária, secundária e fibrinólise Primária: mediada por plaquetas. Processos de adesão e agregação plaquetária. Lesão do endotélio → exposição das substâncias do espaço subepitelial (fibras de colágeno)→ ocorre ativação e alteraçãona morfologia das plaquetas para ela aderirem umas às outras e se agregarem, estancando o sangramento. Fator de Von Willebrand: importante na adesão plaquetária, forma uma “ponte” entre o endotélio e as plaquetas Há vasoconstrição local, adesão e agregação plaquetária com consequente formação de um tampão plaquetário inicial, mas não é tão resistente. Depois vem a secundária Secundária: participação dos fatores de coagulação. É um evento rápido. Reações em cascata cujo resultado final é a formação de fibrina a partir do fibrinogênio, que confere estabilidade ao coágulo. Terciária: plasmina (enzima) atua degradando a fibrina e desfazendo o coágulo formado Mecanismos 1. Endotélio vascular - Revestimento interno dos vasos sanguíneos: proteínas de superfície, bombas de ATP, enzimas e fatores de coagulação - Vasoconstrição → reação inicial ao dano vascular - Secreção de substâncias trombogênicas - Diminuição de secreção local de mediadores que controlam a reatividade plaquetária - Presença de propriedades antitrombóticas e protrombóticas do endotélio, que promovem a trombo-regulação 2. Plaquetas - Regulada pela trombopoietina (TPO) - Produção estimulada pelas Interleucinas 1, 3, 6 e 11 - Tempo médio de vida na circulação sanguínea: 3-10 dias - Adesão e agregação - Ativadas a partir de um dano no endotélio Fatores de coagulação Coagulopatia: hemorragia excessiva decorrente de função anormal ou ausência de um ou mais fatores de coagulação circulantes - Ativados pela exposição do fator tissular, sintetizado pelo endotélio quando há lesão - A ativação do fator de coagulação gera a conversão de fibrinogênio em fibrina e a formação de um coágulo de fibrina estável, juntamente com plaquetas, para ocluir o fluxo sanguíneo de um vaso lesionado. A disfunção ou ausência do fator de coagulação retarda a formação da fibrina - São necessários para a formação de um trombo estável - Via extrínseca: • Fator tissular (fator III), fator VII - Via intrínseca: • Fator XI, fator IX, fator VIII - Via comum: • Fator X, fator V, fator XIII, fator II, fator I Cascata de coagulação - A maioria das etapas envolve uma enzima, um substrato (fibrinogênio, fibrina ou uma forma de proenzima) e um cofator, montados e/ou localizados em uma superfície fosfolipídica, na presença de fCa2+ - A cascata ou rede de coagulação pode ser dividida didaticamente in vitro em 3 vias → via extrínseca, via intrínseca e via comum - Os fatores enzimáticos da coagulação circulam na forma de zimógenos - Fatores dependentes de vitamina K: II, VII, IX e X A via intrínseca é desencadeada quando o fator XII é ativado pelo contato com alguma superfície carregada negativamente (colágeno ou endotoxina) A via extrínseca é desencadeada quando os tecidos lesados liberam o fator tecidual (tromboplastina tecidual), que forma um complexo com o fator VII mediado por íons Ca2+ Na via comum, as vias extrínseca e intrínseca se juntam ativando o fator X → o fator X junto ao fator V formam o complexo protrombinase → protrombinase converte a protrombina em trombina → trombina catalisa a formação do fibrinogênio em fibrina → fibrina + fator XIII formam o coágulo estável - Toda a cascata da coagulação ocorre na superfície das plaquetas - O fator tissular é expresso por células como monócitos e macrófagos quando ocorre lesão endotelial - Remoção do coágulo (fibrinólise): hemostasia terciária A plasmina degrada a fibrina em PDFs (produtos de degradação de fibrina) A plasmina também degrada fibrinogênio, FV e FVIII Distúrbios de coagulação Coagulação intravascular disseminada (CID) - Ativação excessiva dos mecanismos de coagulação – produz trombos - Diferentes origens - Diminuição por consumo dos fatores de coagulação e de plaquetas - Diagnóstico: não existe prova direta e específica - TTPA, TP, menor concentração de fibrinogênio, menos quantidade de plaquetas, presença de esquistócitos, aumento de PDF (produtos da degradação de fibrina) Coagulopatias hereditárias - Hemofilia A • Deficiência de fator VIII • Ligada ao sexo – maior ocorrência em machos - Doença de Von Willebrand • Anormalidade hemostática mais comum em humanos e cães • Defeitos quantitativos ou qualitativos no fVW Coagulopatias adquiridas - Antagonistas da vitamina K • Inibem a redução da vitamina K oxidada • Cumarina, Sulfaquinoxalina, rodenticidas Trombocitopenias - Diminuição da produção medular → sequestro, consumo, destruição - Doenças infecciosas → Ex: Erliquiose – induz aplasia medular Disfunções plaquetárias adquiridas - AINEs - Proteínas anormais - Auto-anticorpos - Tranquilizantes fenotiazínicos Disfunções plaquetárias hereditárias - Doença de vFW - Trombastenias - Síndrome de Chédiak-Higashi Avaliação dos componentes da hemostasia Fatores de coagulação - A amostra deve ser coletada em tubos de citrato de sódio (azul) a 3,8% (1:9) - A amostra deve ser processada, preferencialmente, até quatro horas depois de ser coletada • TTPa (tempo de tromboplastina parcial ativado) ➢ Seu incremento se deve à concentração ou atividade inferior a 25% do valor normal de: II, V, VIII, IX, X, XI, PK, HM e fibrinogênio ➢ Tradicionalmente é utilizada para avaliar via intrínseca e a via comum • TP (tempo de protrombina) ➢ Seu incremento se deve à concentração ou atividade inferior a 25% do valor normal de: II, V, VII e X ➢ Tradicionalmente é utilizada para avaliar a via extrínseca e o uso de anticoagulantes orais (warfarina) Plaquetas - Avaliação quantitativa, esfregaço, morfologia - Presença de agentes infecciosos Citopatologia nas lesões cutâneas Estudo citopatológico - Análise da celularidade das lesões - Fácil execução do procedimento - Fácil preparo do material - Pouco investimento de material - Mínimo risco ao paciente - Leitura rápida - Ótima relação custo-benefício Riscos e vantagens - Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) • Bacteremia • Metástases • Sangramento – contraindicado em animais com graves problemas de coagulação Tipos de coleta e preparação do esfregaço - Decalque • Menor número de células • Maior contaminação: caso o lado a fazer o imprint tenha muita contaminação. Pode ser feita a coleta antes e depois fazer uma limpeza com soro fisiológico e faz outra lâmina • Contaminação secundária • Displasia da inflamação: os processos inflamatórios podem induzir alterações teciduais nos tecidos normais que estão lesionados, o que induz atipias decorrentes da inflamação nas células. Causam confusão sobre processo neoplásico ou atipia • Úlcera: suja e limpa • Retirar o excesso de sangue - Raspado • Grande número de células • Contaminação secundária • Displasia da inflamação - Swabs • Tratos drenantes, citologia vaginal, mucosa oral, pregas intertriginosas (cutâneas) e orelha externa • Umedecer o algodão com solução NaCl 0,9% estéril em feridas muito secas • Após coletado, o material é rodado sobre a lâmina - PAAF • Análise de amostras tumorais (massas) • Menor efeito de contaminação e de displasia da inflamação • Se forem notadas atipias celulares é mais indicativo de processo neoplásico • Coleta de várias áreas • Agulha e seringa ➢ Seringa de 3 a 20 ml ➢ Agulha de 21 a 25 gauge ➢ Quanto mais mole o tecido = menor agulha e seringa ➢ Agulha maior que 21 g: sangue e biópsia ➢ Linfonodos: 3ml a 5 ml ➢ Fibroma ou CEC: 20 ml • Preparo do local ➢ Cultura: preparo cirúrgico ➢ Massas cutâneas ou subcutâneas: aplicação de medicamentos ou venopunção • Técnica de aspiração ➢ Segurar firmemente a massa ➢ Introduzir a agulha do centro da massa. Acoplar a seringa, fazer a pressão negativa e deixar ela sair(sem pressionar o êmbolo), pode mudar o conjunto de posição na massa repetindo o movimento. E quando for retirar o conjunto não fazer pressão negativa ➢ Deposita o material na lâmina, faz o esfregaço e depois a coloração • Técnica da não aspiração ➢ Massas muito vacuolizadas ➢ Sem pressão negativa ➢ Ar na seringa ➢ Vários movimentos de entrar e sair da massa • Esfregaço ➢ Por pressão: duas lâminas colocadas uma sobre a outra e desliza, sem aplicar pressão, senão gera artefato de rompimento. Utilizado em materiais mais viscosos ➢ Esfregaço de sangue: em materiais mais fluidos. Área de maior interesse é a franja ➢ Estrela do mar: faz projeções com a própria agulha ➢ Técnica combinada Tipos de coloração - Romanoswky: Wright, Giemsa, Panótico, Leishmann • Barato • Disponível • Citoplasma e microrganismos • Núcleo e nucléolo • Esfregaço grosso e esfregaço fino - Novo azul de metileno • Bom detalhe nuclear • Pouco detalhe citoplasmático • Cocos e Malassezia sp. • Corante úmido: não é fixado - Papanicolau (não usado com frequência) • Ótimo detalhe nuclear • Pouco detalhe citoplasmático • Bactérias e Malassezia sp. • Requer fixação prévia com etanol Problemas comuns - Poucas células • Pouca pressão de aspiração, técnicas não aspirativa, tumoreses mesenquimais, necrose, inflamação • Deve ser feito: punção e aspiração adequadas, 3 locais diferentes, várias lâminas (4 a 6) - Contaminação com sangue • Agulha muito grossa, aspiração longa ou vigorosa, lesões vasculares - Lâminas mal confeccionadas Avaliação geral do esfregaço - Celularidade - Grossura do esfregaço - Coloração - População celular: neoplasia, hiperplasia, inflamatório, cístico, degenerativo • Aumentando a objetiva - Nos processos inflamatórios tem a predominância de neutrófilos > 85% • Infiltrado neutrofílico • Neutrófilos degenerados: ➢ Infecções (bacterianas, fúngicas), protozoários ➢ Piodermites, piogranulomas, abscesos ➢ Cultura • Neutrófilos não degenerados ➢ Bactérias gram + ou – ➢ Actinomyces sp, Nocardia sp ➢ Lesão traumática ➢ Lesão química ➢ Paniculite: corpo estranho, fungo ➢ Processos sépticos ou infecciosos com baixa toxicidade (não degeneram neutrófilos) ➢ Neoplasia - Macrófagos com predominância ≥ 15% • Fungos, protozoários, corpo estranho, parasitos, Actinomyces sp, Nocardia sp - Eosinófilos com predominância ≥ 10 - 15 % • Alergias, parasitos, imunomediados, corpo estranho - Bactérias • Infecção ou contaminação • Predomínio de células não degeneradas, células íntegras e presença baixa de bactérias: mais tendencioso a contaminação • Intra X extracelular • Pmns degenerados x não degenerados • Cocos: gram positivos • Pequenos bastonetes: gram negativos • Bastonetes filamentosos: Actinomyces sp, Nocardia sp • Mycobacterium sp: imagem negativa - Fungos • Sporothrix schenckii • Histoplasma capsulatum (fazer diagnóstico diferencial com leishmaniose - tamanho semelhante) • Cryptococcus neoformans - produz uma cápsula de polissacarídeo que não se cora • Dermatófitos • Malassezia sp - fixação pelo calor, faz com que o material lipídico fique mais aderido à lâmina e não saia no processo de coloração - Lesões inflamatórias não infecciosas • Reação à aplicação ➢ Aumento de mononucleares ➢ Diminuição no número de pequenos linfócitos ➢ Diminuição no número de neutrófilos ➢ Material homogêneo, eosinofílico ➢ +/- fibroblastos reativos • Inflamação corpo estranho ➢ Principalmente macrófagos e neutrófilos ➢ Células gigantes multinucleadas ➢ Diminuição do número de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos ➢ +/- material refrátil • Paniculite ➢ Depende da etiologia ➢ Principalmente macrófagos, células gigantes ➢ +/- células fusiformes reativas ➢ Adipócitos ➢ Lipocistos ➢ +/- neutrófilos, plasmócitos, linfócitos • Granuloma eosinofilico ➢ Aumento do número de eosinófilos ➢ Diminuição do número de neutrófilos e macrófagos ➢ Diminuição de linfócitos e plasmócitos • Picadas de artrópodes • Doenças autoimunes vesico-pustulares ➢ Pênfigo superficial: células perdem a aderência, acantólise ➢ Pênfigo foliáceo, pênfigo eritematoso → lesão estéril eosinofílica, neutrófilos íntegros e queratinócitos que perderam a coesão. Células acantolíticas, neutrófilos e eosinófilos íntegros ➢ Pênfigo pustular panepidérmico Citologia do ouvido externo - Coletar material da porção mais interna, pois mais externamente há mais contaminação - Canal horizontal, paciente anestesiado, otoscópio veterinário, limpeza otológica depois de coletar as amostras - Amostras: ouvido esquerdo e direto - Fixação da lâmina no calor (3 passadas no fogo) - Cocóides: Gram + → estafilococos, estreptococos, enterobacterias - Bastonetes: Gram - → Pseudomonas sp, Proteus sp, coliformes - Selecionar esfregaços finos - Fazer culturas em casos de otites crônicas - Citologia indica presença de leucócitos e cultura não (presença de leucócitos não é normal - otite) Avaliação das células neoplásicas - Tumores epiteliais • Células esfoliam em grupo - Tumores mesenquimais/fusiformes • Com prolongamentos, células fusiformes, tendem a esfoliar menos, se apresentam de forma isolada ou em grupos menos coesos que tumores mesenquimais, pleomorfismo celular menos intenso - Tumores de células redondas/hematopoiéticas • Células mais soltas umas das outras Critérios de malignidade Critérios nucleares → benigna ou maligna Três ou mais critérios nucleares sem inflamação → sugere malignidade Tumores de células redondas - Mastocitoma • Citoplasma com granulação vermelho-arroxeada • Variável granulação: diferenciação ➢ Tumor bem diferenciado: menor pleomorfismo →Benigno ➢ Tumor não diferenciado: maior pleomorfismo • Grânulos soltos • Variável número de eosinófilos • Anisocitose, anisocariosis, pleomorfismo - Histiocitoma • Derivado das células de Langerhans ➢ Células apresentadoras de antígeno • Quantidade moderada de citoplasma azul pálido • Núcleos redondos, ovais, reniformes, edentados • Múltiplos pequenos nucléolos • Corpúsculos linfoglandulares • Não possui eosinófilos • Diferencia do linfoma porque tem menor relação núcleo/citoplasma - Linfoma • Epiteliotrópico: os linfócitos malignos invadem o epitélio → epiderme, folículos pilosos, glândulas. Só diferencia do não epiteliotrópico através da histopatologia • Não epiteliotrópico: quando não invade o epitélio • Núcleos edentados, lobular • Maior extensão, citoplasma basofílico • Linfoma linfoblástico: linfoblastos • Maior relação núcleo/citoplasma que outros tumores • Linfoma linfocítico: pequenos linfócitos - Plasmocitoma • Função dos plasmócitos: produção de anticorpos • Células espalhadas • Elevada variação morfológica • Citoplasma distinto e basofílico, núcleo excêntrico deslocado para periferia, com halo claro abaixo do núcleo • Pleomorfismo nuclear que segue a malignidade • Células bi ou multinucleadas • Aspecto plasmocitóide - TVT • Boa exfoliação • Pleomorfismo celular moderado • Citoplasma moderadamente basofílico • Vacúolos citoplasmáticos de tamanhos uniformes. A presença do vacúolo indica tumor bem diferenciado, com baixa malignidade • Núcleos redondos e uniformes • 1 ou 2 nucléolos proeminentes - Melanoma - Tumor basocelular • Vários tipos de tumores • Celularidade semelhante • Células basalóides uniformes ~histiocitoma • Em grupo, isoladas ou em fileiras Células epiteliais normais • Células escamosas: ➢ Citoplasma azul claro ou água, poligonais ➢ Anucleados ou núcleos picnóticos (pequenos) • Células basais: ➢ Núcleos menores,basofílicos ➢ Citoplasma menor ➢ Cromatina fina ou leve/ granular Tumores epiteliais - Esfoliam em grupo - Acinar ou ductal → epitélio da glândula - Células grandes, citoplasma com boa extensão - 1 ou mais nucléolos grandes - Quanto maior a malignidade, mais grosseira a cromatina e pleomorfismo - Malignidade x displasia da inflamação → BIÓPSIA (exame histopatológico) - Lesão neoplásica ulcerada → coleta por punção do interior da massa - Cistos e tumores foliculares • Células epiteliais cornificadas ou basalóides com ceratina de vários padrões • Debris amorfos, basofílicos • Cristais de colesterol (principalmente lesões císticas de anexos) • Variável inflamação piogranulomatosa - esse cistos se rompem com facilidade - Carcinoma de células escamosas (carcinoma espinocelular) • Celularidade variável • Células normais a altamente pleomórficas com pouco e basofílico citoplasma • Nucléolo único ou múltiplo, proeminente • Critérios de malignidade • Ocasionais vacúolos perinucleares • Realizar punção aspirativa do interior da placa, pois se pegar perto de epitélio pode confundir com neoplasia inflamada ou displasia da inflamação • Adenocarcinoma: origem glandular / carcinoma: origem epitelial - Adenoma sebáceo • Citoplasma amplo e espumoso • Núcleo central ou excêntrico • Nucléolo menor • Células basalóides ocasionais • Benigo → maligno é adenocarcinoma • Células parecidas com as células normais - Epitelioma sebáceo • Tumor de grau intermediário – entre maligno e benigno • Muitas células basalóides – células ativas • Núcleos grandes • Sebócitos maduros – isolados ou em grupo - Carcinoma sebáceo • Células de reserva atípicas • Células nucleares de malignidade • Escassos sebócitos maduros • Ocasionais células em anel de sinete - Adenoma hepatóide • Elevada celularidade em grupos • Citoplasma amplo e cinza azulado, granular • Núcleos redondos e uniformes • 1 ou + pequenos nucléolos, às vezes maiores • Benigno • Poucas células da reserva • Localização perianal é sugestiva Tumores mesenquimais - Tumores fusocelulares - Difícil diferenciação entre tipos - Avaliar grau de malignidade • Quanto maior o tamanho do nucléolo, maior a malignidade - Células individuais ou agrupadas - Possuem comportamento biológico e conduta terapêutica semelhante - Citoplasma fusiforme em cauda - Citoplasma estrelado - Citoplasma pouco definido - Núcleo redondo ou ovalado - Fibroma • Pouca exfoliação • Células uniformes • Citoplasma longo e fusiforme • Nucléolos pequenos - Fibrossarcoma • Esfolia mais que fibroma • Menos spindle (alongado/fusiforme) • Células ovaladas • Pode ter multinucleação - Lipoma • Lâmina não seca • Poucos lipócitos • Gordura livre • Núcleo picnótico rechaçado - Lipossarcoma • Gordura livre • Lipócitos maduros • Lipoblastos • Variação populacional - Hemangiopericitoma • Esfoliam bem, isoladas ou agrupadas • Células fusiformes e pouca cauda • Núcleo redondo a oval • Citoplasma com pequenos vacúolos • Linfócitos ocasionais - Hemangioma • Muitas hemácias • Células ovais, fusiformes ou estreladas • Quantidade moderada de citoplasma • 1 ou 2 pequenos nucléolos • Neutrófilos • Plaquetas, macrófagos - Hemangiossarcoma • Celularidade variável em número • Maior exfoliação • Mais hemácias • Neutrófilos • Endotélio normal a pleomórfico (fusiforme) - Melanoma • Moderada celularidade • Hemácias • Células individuais ou em grupos • Fusiformes, redondas, ovais, estrelados • Alta malignidade e metastático • Moderado citoplasma • Grânulos marrons a verde escuros • Melanocitoma: benigno • Melanoma: maligno • Quantidade de pigmento • Melanoma amelanótico - Sarcoma histiocítico (Histiocitoma fibroso maligno) • Alta celularidade • Células gigantes multinucleadas (20 - 30 n) • Células mesenquimais malignas • Células redondas poligonais Avaliação laboratorial do fígado FÍGADO - É um dos maiores órgãos do organismo - Chega a exercer mais de 1500 funções bioquímicas - Característica principal: reserva funcional. Mesmo doente, executa normalmente suas funções • Para uma doença causar manifestações clínicas precisa comprometer o fígado em mais de 70% de sua extensão - Possui uma capacidade regenerativa frente às agressões, mas nas doenças crônicas essa capacidade é comprometida, levando à destruição celular e fibrose irreversível - Existem testes mais sensíveis, que reconhecem alterações iniciais. Os testes menos sensíveis detectam alterações na função, e só aparecem essas alterações quando a lesão está mais avançada - Teste sensível x específico - Às vezes aparecem alterações inespecíficas - Cirrose → estágio terminal das doenças hepáticas Sistema Hepatobiliar - Fígado e vias biliares trabalham de forma integrada e compõe o sistema hepatobiliar - Lóbulos hepáticos → produção de bile nos hepatócitos - Bile é escoada por ductos biliares que se unem e formam ductos mais calibrosos - Ducto biliar comum (ducto colédoco) → leva a bile para o duodeno - Bile = forma de excreção do fígado → liberação de substâncias e toxinas do organismo para o intestino • No gato ocorre uma fusão do ducto colédoco com o ducto pancreático principal antes da abertura para o duodeno. No cão não ocorre essa fusão • Felinos são mais propensos a ter doenças de forma concomitante: afetando o sistema biliar (doenças inflamatórias → colangites) e associadas com pancreatite e duodenite (tríade felina) Organização morfológica e funcional - Lóbulo hepático: estrutura hexagonal que possui a veia centro lobular no centro e as tríades portais na sua periferia → unidade morfológica - Ácino: unidade funcional do fígado - Tríade: ramo artéria hepática (sangue arterial), ramo da veia porta (traz o sangue de origem gastrointestinal) e ducto biliar (transporte da bile) - O fluxo sanguíneo ocorre da tríade para o centro do lóbulo, pelos capilares chamados de sinusóides (entre os hepatócitos → organizados em fileiras) Histologia - Hepatócitos absorvem e liberam nutrientes para a circulação sanguínea - Produzem a bile que é liberada pelos canalículos biliares dentro dos hepatócitos e depois os ductos Hepatopatia x insuficiência hepática Hepatopatia - Alterações no fígado que não nos dão a ideia da magnitude de comprometimento do órgão - Qualquer distúrbio que cause lesão de hepatócitos e/ou colestase: • Hipóxia • Doenças metabólicas • Intoxicação, inflamação, neoplasia • Traumatismo mecânico • Obstrução de ducto biliar extra ou intra-hepático - Alguns exames laboratoriais conseguem detectar hepatopatias Insuficiência hepática - Hepatopatias que comprometem as funções do fígado (70 a 80%) - Incapacidade de remover do sangue as substâncias comumente excretadas pelo fígado - Menor produção de substâncias pelo fígado - Consequência de doença hepática • Manifestações clínicas são mais presentes na fase de insuficiência Avaliação laboratorial do fígado - Hemograma - Urinálise - Enzimas hepáticas (ALT, AST, FA, GGT) → marcadores bioquímicos de lesão hepatocelular • Alterações nos hepatócitos → enzimas dos hepatócitos extravasam e aparecem em maior concentração na corrente sanguínea • FA e GGT → enzimas de indução, possuem uma maior liberação da membrana celular dos hepatócitos e do epitélio de ductos biliares → aumentam por indução, ou seja, solubilizam e vão para a corrente sanguínea devido a alguns fatores de indução, como doença hepatobiliar que cursa com colestase (estagnação do fluxo biliar) - Testes de função: substância produzida ou excretada pelo fígado→ bilirrubinas, ácidos biliares, albumina AVALIAÇÃO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS Enzimas de extravasamento - Avaliam lesão nos hepatócitos (hepatocelular), demonstrando alteração na permeabilidade da membrana; - Extravasamento das enzimas intracitoplasmáticas (ALT, AST, SDH), que aparecem aumentadas na corrente sanguínea; - Importante pensar na meia-vida, ou seja, quanto tempo essas enzimas permanecem no sangue. As enzimas de meia-vida mais longa (horas e dias) possuem maior importância na avaliação do fígado - Meia-vida: • 45 a 60 horas (3 dias) cães • 3 a 4 horas gatos Enzimas de Indução Acontece principalmente com a FA e a GGT → estão localizadas na membrana dos hepatócitos, na membrana dos canalículos e ductos biliares. O aumento da colestase (estase do fluxo biliar) faz uma pressão que induz maior produção e consequentemente maior liberação dessas enzimas, aumentando a possibilidade de adentrar na corrente sanguínea. - Antes chamada de TGP - Enzima de extravasamento → livre no citoplasma dos hepatócitos - Alta concentração no citoplasma quando há lesão hepatocelular - Quando há liberação ou extravasamento para o interstício e corrente sanguínea ocorre aumento ALT no sangue (leve, moderado ou severo) - Mais aumentadas em doenças agudas e de grande magnitude - Na doença hepática crônica a ALT pode não estar muito aumentada ou estar normal. Enzimas normais não descartam doença hepática! Um exemplo é a cirrose, que não ocorre muita destruição de hepatócitos (já que não há muitos hepatócitos viáveis) então pode não ocorrer aumento de ALT - Meia-vida: 45 a 60 horas. • Em felinos é de 3 a 4 horas - Cão e gato→ hepato-específica • Cães: 4 vezes maior que outros tecidos - Cavalo, ruminantes, suínos → baixa atividade - Outras fontes: musculatura esquelética (não costuma causar grandes aumentos de ALT) - quadros clínicos diferentes - Fígado: localização citosólica e mitocondrial - Alta concentração no tecido hepático (hepatocelular) - Musculatura esquelética, cardíaca, fígado, rim, plasma, cérebro e hemácias (meia-vida nesses outros tecidos é baixa) - Mecanismo de aumento por extravasamento - Meia-vida: • Cão: 5h • Gato: 1-2 h • Equino: 50h - Aumento: alteração da permeabilidade da membrana hepatocelular, necrose e inflamação - Enzima de indução - Origem hepatobiliar - Mecanismo de liberação: colestase (fluxo biliar estagnado) - Membrana de hepatócitos e membrana de células epiteliais de ductos biliares - É encontrada em fígado, osso, rim, mucosa intestinal e placenta - Quantidade no soro X atividade no órgão - Pode ser induzida por algumas drogas (fenobarbital - CALP ou LALP), que aumentam a FA e podem causar também hepatotoxicidade - Laboratorial pode ser classificada em (Isoenzimas): • Osso • Fígado • Induzida por corticoide (pomadas e cremes, além do uso oral) - Fosfatase Alcalina – cão: • Membrana citoplasmática de hepatócito, tecido ósseo, induzida por corticoides • Epidídimo e túbulo seminífero • Meia vida: 3 dias (fígado, induzida por cortioide, óssea) • Meia vida outras formas: 4 a 6 minutos - Fosfatase Alcalina – gato: • Meia vida: 6 horas • Potencial hepático de produção de FA é baixo • Aumento discreto → significativo • Indução por corticóides - baixa - Colestase é o principal estímulo para liberação - Pode ser influenciada moderadamente por fármacos - Rim, pâncreas, fígado, intestino, glândula mamária, baço, coração, pulmão, músculo esquelético e eritrócitos - Associada à colestase intra ou extra-hepática • Intra-hepática: alterações do próprio parênquima hepático • Extra-hepática: obstrução das vias biliares - Cão: GGT possui maior especificidade e menor sensibilidade em relação à FA - Gato: GGT possui maior especificidade e menor sensibilidade em relação à FA *GGT possui sensibilidade maior visto que é uma das primeiras enzimas que aumentam em caso de doenças hepatobiliares - Primatas: GGT sensível e específico para colestase - Felinos: • GGT aumentada e FA normal: colangite, colangiohepatite, obstrução de ducto biliar, cirrose, linfossarcoma e necrose • GGT aumentada e FA aumentada: lipidose hepática ➢ 80% dos felinos ➢ 20% apresentam aumento de GGT ➢ 75% apresentam aumento de bilirrubina TESTES DE FUNÇÃO HEPÁTICA - Avaliação da concentração sérica de bilirrubinas - Avaliação da concentração sérica de ácidos biliares - Avaliação sérica das proteínas (albumina), colesterol, glicemia e amônia - Mais comum - Acúmulo de bilirrubina no sangue e nos tecidos - A bilirrubina advém da destruição das hemácias no sistema fagocítico mononuclear e chega ao fígado pela circulação → glucoronoconjugação → bile → intestino → redução bacteriana → urobilinogênio e estercobilinogênio • O primeiro retorna ao fígado (volta a corrente sanguínea → excretado nos rins pela urina ou pode ser excretado novamente) e o segundo sai nas fezes, sendo responsável pela coloração marrom - Sinal clínico: icterícia • Hepática: doença hepatobiliar com prejuízo na conjugação e excreção da bilirrubina (ultrassonografia para diferenciar da pós-hepática) • Pré-hepática: destruição acentuada e rápida de hemácias (hemólise) → anemia hemolítica regenerativa (alterações do hemograma) • Pós-hepática: obstrução biliar extra-hepática • Ultrassonografia abdominal vai ser o que vai mais auxiliar na diferenciação da origem entre hepática e pós-hepática - Colestase: • Associado com a retenção da bilirrubina • Intra-hepática: compressão dos canalículos e ductos biliares → doenças hepáticas inflamatórias, necróticas • Extra-hepática: sistema de ductos → cálculos, neoplasias - Bilirrubina: • Sinal visível de aumento: icterícia • Clinicamente só é visível quando está maior que 3-4 mg/dL → no plasma já é possível identificar pequenos aumentos (ictérico) • Bilirrubina indireta (não conjugada) → insolúvel em água (precisa ser conjugada para ser eliminada do organismo) • Bilirrubina direta (conjugada) → eliminada pelo rim • Interpretação das formas de bilirrubina funciona? ➢ Pouco valor diagnóstico, frações instáveis ➢ Pré hepática: hemólise ➢ Hepática: conjugação ➢ Pós hepática: obstrução, colestase - Produzida nos hepatócitos - Meia vida: 8 dias • Boa parte das doenças hepáticas, se não tiver causando insuficiência, terão níveis de albumina normais - Proteína negativa de fase aguda → alterado mais tardiamente. Ex: doenças hepáticas de evolução crônica, que causam insuficiência - Hipoalbuminemia: • Aporte (alimentação) • Absorção (intestino) • Síntese (fígado) • Perda (rim, intestino, hemorragia, linfa, cutânea) - Mensurado quando há suspeita de insuficiência hepática ou anomalia vascular, como o shunt portossistêmico - São produzidos no fígado e excretados na bile, no duodeno. Percorrem todo o intestino e 95% são absorvidos no Íleo, voltando para o fígado pela veia porta → Circulação enterohepática. Se o fígado estiver insuficiente, não vai conseguir re-excretar os ácidos biliares que retornaram, fazendo com que eles aumentem no sangue. - Fazer uma dosagem antes da alimentação e outra duas horas depois da alimentação • Alimentação rica em gorduras é um potente estímulo para a contração da vesícula biliar → grande quantidade de bile vai ser liberada para o duodeno e uma grande quantidade de ácidos biliares irá retornar ao fígado → aumenta o desafio • Pré prandial → antes da refeição • Pós prandial → após refeição. Se o fígado estiver saudável, ácidos biliares continuam baixos - Quantidade diminuída pré e pós prandial: má absorção no intestino ou normal - Quantidade aumentada pré e pós prandial: secreção hepática ou qualquer deficiência na captura pelos hepatócitos - Quantidade normal pré prandial e aumentada pós prandial: shunt porta hepático• Congênito: 10 a 20 vezes • Adquirido ou intra-hepático: não excede 10 x OUTROS EXAMES - Hemograma • Anemia arregenerativa • Microcitose (shunt) - Colesterol • Aumento (colestase grave) • Baixo (cirrose) - Glicemia • Hipoglicemia: diminuição dos hepatócitos funcionais → cirrose, tumores Avaliação laboratorial do pÂncreas Pâncreas exócrino - O ácino exócrino possui como principal função produzir enzimas digestivas - Células acinares pancreáticas: zimogênio → forma inativa • Ativadas na luz intestinal posteriormente - Macroscopicamente: 90% pâncreas exócrino - Secreção de enzimas é liberada por ductos - Lobo pancreático direito acompanha o duodeno - Lobo pancreático esquerdo leva a secreção pancreática para o duodeno - Felinos: ocorre fusão do ducto colédoco com o ducto pancreático - Cães: não ocorre essa junção antes da abertura para o duodeno - Doenças de relevância: • Pancreatite: processo inflamatório do pâncreas exócrino • Insuficiência pancreática exócrina (IPE): atrofia acinar pancreática AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PÂNCREAS EXÓCRINO Mensuração sérica - Amilase e Lipase - Enzimas produzidas no pâncreas - Sofrem influência de outros tecidos: são produzidos na mucosa intestinal, mucosa gástrica - Não está sendo muito recomendada para a avaliação do pâncreas exócrino atualmente Testes imunoenzimáticos - Lipase imunoespecífica: • Teste espécie específico • Snap test: ➢ Qualitativo ➢ Feito com sangue ou soro do animal ➢ Intensidade de coloração menor que a do controle: níveis normais ➢ Intensidade de coloração maior que a do controle: níveis elevados de lipase específica • Spec test: ➢ Quantitativo ➢ É importante associar os testes qualitativos positivos com um teste quantitativo. O animal pode estar na “gray zone” → não é consistente com pancreatite ainda - Tripsinogênio (TLI): marcador específico • Precursor da tripsina, que participa da digestão de proteínas • Identificam as enzimas de origem do tecido pancreático → mais confiáveis! INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA - Histórico e sinais clínicos - TLI - tripsinogênio/tripsina sérica (cães) • < 2,5 µg/L: confirma IPE • 2,5 a 5 µg/L: zona cinza • > 5,0 µg/L: pouco provável • Gatos: < 4 µg/L: confirma IPE Função renal - Indicações para avaliação da função renal: • Pacientes cardiopatas (principalmente idosos) • Pacientes com sinais neurológicos → acúmulos de substâncias que deveriam estar sendo eliminadas, causando intoxicação • Poliúria, polidipsia → pacientes renais crônicos perdem a capacidade de concentração urinária, ocorrendo quadros poliúricos para compensar, além do aumento do consumo de água. • Alteração da ureia e creatinina antes de realizar procedimento anestésico. - Serão abordados métodos que avaliam a função e integridade glomerular e tubular - Para entender a função renal é fundamental conhecer a fisiologia renal - Há testes que avaliam a filtração glomerular, testes que avaliam a função/integridade tubular, além de outras análises de importância clínica Avaliação da filtração glomerular (TFG) - Rins → 25% do débito cardíaco (volume considerável); • 90% desse sangue atravessa a cortical renal para serem filtrados, sendo um órgão extremamente vascularizado; - Região cortical - glomérulos e túbulos contorcidos proximal e distal; - Região medular - alça de Henle; - Ao redor de todo o néfron existe uma rica rede capilar. - A formação da urina envolve várias etapas: filtração, reabsorção, secreção e excreção. • Glomérulos – filtração • Túbulos - reabsorção e secreção - A perfusão do glomérulo advém do sangue arterial pela arteríola aferente, percorre o enovelado do glomérulo e depois a saída ocorre pela arteríola eferente, que vai dar origem aos capilares tubulares. - Forças que participam do processo de filtração glomerular: • Força de pressão hidrostática: tende a jogar o líquido para fora do plasma, está diretamente relacionado com a filtração; • Força oncótica - tende a segurar os líquidos dentro dos vasos; • Pressão hidrostática capsular: referente à cápsula de Bowman; - Equilíbrio das forças, porém com pressão que favorece a filtração. TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG) - A circulação na arteríola aferente e eferente pode influenciar na filtração glomerular, com o aumento ou redução da filtração. • Arteríola aferente dilatada e eferente normal, ou arteríola aferente normal e eferente com constrição → aumento da filtração por causa do aumento da pressão hidrostática. Há um grande volume de chegada e pouco de saída (ex: quadro de hiper hidratação com aumento de volemia). • Já a situação inversa, faz com que ocorra uma redução da pressão hidrostática, com menor fluxo chegando ao glomérulo e a saída com mais facilidade, ocorrendo redução da filtração. - Conhecer a capacidade de filtração glomerular de um animal é essencial; - É importante ter ciência dos fatores que influenciam a filtração glomerular para não confundir com estados patológicos; - Métodos laboratoriais: • Diretos: mais precisos, porém muitas vezes inviáveis (custo e dificuldade); • Indiretos: praticidade e amplamente inseridos na rotina clínica; Avaliação direta da filtração glomerular - São métodos que visam estimar a taxa de filtração glomerular (ml/kg/min) → é uma avaliação quantitativa; - Para mensuração da TFG utilizam-se substâncias específicas que são administradas no animal e dosadas na urina ou no sangue, como o iohexol, a creatinina e a inulina. • Iohexol → Amostras são coletadas 2, 3 e 4 horas após a administração da substância. Encaminhar para laboratório para análise (poucos laboratórios fazem essa análise, muito restrito). • Creatinina exógena → Requer 8 horas de hospitalização. Requer coleta de sangue nos tempos 0, 5, 10, 60, 120, 240, 360 e 480 minutos. A estimativa é feita por uma fórmula com os dados acima. Excesso de hospitalização afeta na filtração - estresse. • Creatinina endógena → Requer coleta de urina de 24 horas e dosagem de creatinina sérica e urinária (que o animal já produz e já elimina). A estimativa é feita por uma fórmula com os dados acima. - O animal é internado, a bexiga é esvaziada (para garantir que não tenha nenhum volume de urina) e depois ele é sondado para que toda a urina produzida seja coletada. - Utiliza-se como referência uma substância que, uma vez na circulação sistêmica, será eliminada apenas pela filtração glomerular; - A taxa de filtração glomerular é medida a partir da depuração das substâncias administradas ao animal, ou seja, o quanto essa substância é filtrada e excretada. Se a substância possui 100% de depuração, espera-se que 100% dessa substância seja filtrada e excretada, em um tempo determinado; - São métodos bastante precisos, mas possuem algumas desvantagens que os tornam não tão práticos, difíceis de serem usados rotineiramente. Avaliação Indireta da filtração glomerular - Creatinina → um pouco mais específica que a ureia, mas tardia em relação à SDMA. Quando há um valor sérico acima dos valores de referencia, estima-se que aproximadamente 70% dos néfrons estão pouco ou afuncionais - Dimetilarginina simétrica (SDMA) → marcador mais precoce de perda de filtração em relação à creatinina - Ureia → sofre mais influência de fatores extra-renais do que a creatinina, que acaba sendo mais específica. - Nunca fazer a interpretação isolada do resultado obtido. - Tradicionalmente utilizadas; - Teoricamente, o aumento sérico está relacionado à redução da taxa de filtração glomerular (TFG); - Sofrem influência de fatores extra-renais (uréia sofre mais em relação à creatinina) - São marcadores mais tardios da perda de filtração. Quando eles estão alterados e o paciente está sofrendode uma doença que causa alteração da TFG, normalmente já é uma doença avançada. Estudos mostram que existe uma perda estimada de 75% da função de filtração renal quando a creatinina elevada é identificada no paciente. - O ideal é dosar em jejum e com o animal adequadamente hidratado. Avaliações seriadas trazem mais informações clínicas. - Produção e metabolismo da ureia e creatinina: • A ureia é sintetizada no fígado a partir da amônia, que é gerada através do catabolismo de proteínas. Está diretamente relacionada com a função hepática de conversão da amônia em ureia e com o catabolismo de proteínas. Quanto maior a ocorrência desses processos, maior a formação de ureia; • A creatinina é formada pelo metabolismo não enzimático da creatina e da fosfocreatina muscular. Mais constante que a formação da ureia, que depende de outros fatores, então seu resultado é mais valorizado para avaliar TFG. • Em um paciente desidratado, a filtração fica reduzida por conta dos fatores envolvidos com a pressão hidrostática e então menos ureia vai ser filtrada. Ao mesmo tempo, a taxa de passagem do ultrafiltrado dentro dos túbulos vai ser mais lenta e mais ureia vai ser reabsorvida para a circulação sanguínea, então o valor da ureia não vai representar o valor real, uma vez que ela foi filtrada, mas foi reabsorvida. • O animal com hemorragia gastrointestinal tem muita proteína para ser absorvida e convertida em amônia e transformada em ureia. Assim, vai ser dosada maior quantidade de ureia. • Machos possuem maior massa muscular e como a creatinina é oriunda do metabolismo muscular, há uma tendência de termos maiores valores de creatinina. - Creatinina é um marcador tardio! O aumento na concentração sérica só é identificado quando existe grande redução da taxa de filtração glomerular. Assim, quando o valor da creatinina passa o valor de referência o rim possui cerca de 25% da sua função renal preservada. - Creatinina nos valores de referência significa que a função renal (filtração) está ótima? • Não necessariamente, uma vez que ela é um marcador tardio, então pode ser que a função renal esteja prejudicada. - Creatinina acima dos valores de referência significa que a filtração glomerular está reduzida? • Depende. Pode ser que o animal esteja com redução na taxa de filtração, mas também pode significar que o animal está desidratado ou que está ocorrendo uma maior produção de creatinina. Logo, é necessário ver se a redução é devido a alguma patologia ou algum fator extra-renal. - Creatinina acima dos valores de referência significa que o animal possui doença renal? • Não, ter um valor de creatinina aumentado não quer dizer que ele tenha doença necessariamente. A filtração está reduzida, mas é preciso investigar. - Azotemia pode ser definida, resumidamente, como o aumento nas concentrações de ureia e creatinina no sangue (e outros compostos nitrogenados). - Uremia é uma síndrome que o animal pode exibir em consequência da azotemia. - A interpretação requer conhecimento da produção e eliminação das substâncias. - Azotemia pré-renal, renal ou pós-renal; - Valores de referência: • Cão: ureia (7-32 mg/dL) creatinina (0,5 - 1,5 mg/dL); • Gato: ureia (18-41 mg/dL) creatinina (0,5-2,0 mg/dL); - Azotemia pode ser não renal e estar relacionada simplesmente com o aumento de ureia por fatores extra-renais, que não é acompanhado do aumento da creatinina • Por exemplo: hemorragia gastrointestinal, aumento da ingestão proteica, aumento de catabolismo. - Ela também pode estar relacionada com aumento de ureia e creatinina, sendo classificada como pré, pós ou renal. • Pré-renal: hipovolemia, desidratação, falência cardíaca, hemorragia gastrointestinal, choque. • Renal: alterações que prejudicam o fluxo renal → aumento da pressão → diminuição da taxa de filtração. Ex: doença renal crônica ou aguda, como isquemia renal, presença de nefrotoxinas, neoplasias, pielonefrite • Pós-renal: obstrução ureteral, obstrução da bexiga ou ruptura. - Só é possível definir realmente se é renal ou pré-renal se instituir um tratamento e acompanhar o resultado. - Como a urinálise pode ajudar a classificar a azotemia? • Pré-renal → densidade elevada • Renal → densidade normal para reduzida, dependendo da injúria. Outras informações clínicas são importantes, o próprio histórico do animal, se ele está desidratado, se possui cardiopatia. - Proveniente da degradação de proteínas intracelulares (metilação intranuclear da arginina). Possui produção constante no organismo; - Eliminada principalmente por excreção renal. Potencial marcador endógeno da TFG. - Sofre pouco impacto de fatores extra-renais (idade, sexo, massa muscular, peso corporal ou dieta). - Aumento precoce na doença renal crônica (40% de redução da TFG). - Não sofre influência da massa muscular de modo que é melhor indicador que a creatinina em animais com perda de peso (muscular). - Em pequenos animais tem sido utilizada como marcador precoce da doença renal crônica. - SDMA → estadiamento da lesão para determinar tratamento Biomarcadores urinários de lesão tubular - Análises laboratoriais que possam oferecer diagnóstico precoce da lesão tubular; - Enzimas ou substâncias na urina com característica de biomarcador podem ter diferentes origens: • A substância é filtrada, mas deixa de ser reabsorvida nos túbulos lesionados; • A substância pode ser produzida continuamente nos túbulos renais e na necrose celular é abundantemente liberada; • A substância pode ter ação fisiológica na reabsorção tubular de diferentes elementos e, havendo comprometimento tubular renal, a reabsorção desta substância deixa de ocorrer. - Para serem boas candidatas a avaliar a lesão tubular aguda devem ser liberadas diante da lesão do epitélio tubular (biomarcadores de lesão), ou ter sua produção reduzida em caso de comprometimento funcional (biomarcadores de função). Considerações gerais - Algumas enzimas são sintetizadas pelas células epiteliais tubulares renais e ocorre liberação ou aumento na urina quando há necrose tubular aguda (enzimúria) • Gama glutamiltransferase urinária (GGT urinária); • N-acetil-B-d-glucosaminidase (NAG urinária); • Lipocalina associada a gelatinase de neutrófilos (NGAL) • Molécula de lesão renal-1 (KIM-1) - Mesmo na medicina, a validação destes testes ainda é necessária para uso na rotina; - Análises seriadas são mais vantajosas do que análises pontuais; - Exemplos de testes para avaliar lesão tubular: Outras avaliações Quantificação da proteinúria - Avaliar grau de perda de proteína na urina; - Avalia prognóstico; - Indicado em pacientes com proteinúria persistente; - Doenças glomerulares (glomerulonefrites, amiloidose glomerular); - Dois métodos principais: • Mensuração da proteína na urina de 24 horas; • Relação proteína urinária: creatinina urinária; - Relação proteína creatinina urinária: • Elimina a necessidade de coletar a urina por 24 horas → grande vantagem, pois uma amostra pontual já é necessária para fazer. - Pode haver interferência na presença de piúria ou hematúria; - Avaliar o sedimento urinário. Fração de excreção de eletrólitos - Os rins são responsáveis pela excreção de eletrólitos; - A taxa de filtração é dependente de diversos fatores, incluindo: • Concentração dietética • Função renal • Influência hormonal sobre os rins • Fluxo do ultrafiltrado - São utilizadas amostras de urinas pontuais ou de 24 horas - Excreção do eletrólito da urina (FE%) em relação a sua concentração sérica, baseando na excreção da creatinina que é sempre constante: - Ideal: sangue e urina coletados no mesmo momento, 1ª urina da manhã e jejum alimentar; - Fração de exceção do sódio: útilna diferenciação de azotemia renal da pré-renal • Pré-renal: <1% • Renal: >1% Urocultura - Método ideal para a identificação de patógenos na urina - Indicada na avaliação das infecções urinárias; - A presença de bactérias na urina não é sinônimo de infecção urinária; - Infecção: presença de bacteriúria + sinais clínicos de inflamação nas vias urinárias - Sinais de inflamação urinária X infecção urinária; - Uso adequado dos antibióticos (antibiograma); - Coleta e interpretação: • O ideal é coletar a urina por cistocentese, mas em alguns casos não pode, como neoplasia renal • Considerar a presença de sinais clínicos urinários e outros achados laboratoriais para a interpretação; • Valores aceitáveis: Considerações Finais - É essencial o conhecimento e limitações dos testes disponíveis para a avaliação do sistema urinário; - Considerar fatores extra-renais que podem influenciar no teste realizado; - Para uma correta avaliação é importante interpretar as informações juntas. Urinálise em cães e gatos - A urinálise é um método importante para avaliar o funcionamento e a integridade do sistema urinário, além de ser útil na avaliação de doenças em outros sistemas (por exemplo diabetes, que cursa com glicosúria, ou seja, presença de glicose na urina). - Indicações: • Doenças urinárias e extra urinárias que possam acometer/envolver o sistema urinário; • Animais idosos; - Deve ser coletada e armazenada corretamente para ter valor diagnóstico. - Primeira urina do dia e antes da administração de fluidos e medicamentos para evitar quaisquer alterações físicas e químicas. É indicado jejum em situações específicas. Formação da urina - O néfron é dividido esquematicamente em todas as suas porções, destacando os glomérulos, região de túbulos contorcidos proximal e distal, alça de Henle e ducto coletor. - A amostra de urina é aquela que já passou por todo o néfron e está armazenada na bexiga, a urina é o produto final de todas as etapas durante a passagem pelo néfron - Produção do filtrado glomerular ou ultrafiltrado: passagem pelo glomérulo → arteríola aferente e capilares glomerulares → cai na cápsula de Bowman → etapa de filtração; - Durante a passagem pelos túbulos, graças aos diferentes gradientes osmóticos e membrana celular rica em capilares, ocorrem as etapas de reabsorção e secreção, onde as substâncias que estavam no filtrado glomerular são reabsorvidas e outras substâncias são secretadas. - A formação da urina envolve três etapas principais: filtração, reabsorção e secreção de substâncias. Métodos de coleta de urina Micção espontânea - Vantagens: não invasivo, urina pode ser coletada pelo próprio proprietário - Desvantagens: contaminação (uretra e prepúcio/vagina). Uma forma de reduzir essa contaminação é desprezar os primeiros jatos. Compressão vesical - Vantagens: não invasivo, requer pouca habilidade, pode ser realizada no momento do exame - Desvantagens: contaminação (uretra e prepúcio/vagina) e pode resultar em um refluxo vesicoureteral (que pode causar uma infecção bacteriana do trato urinário superior) Sondagem uretral - Vantagens: pouco invasivo, requer pouca habilidade, pode ser realizada no momento do exame - Desvantagens: contaminação, embora menos que micção e compressão, além de lesões de mucosas e risco de infecções iatrogênicas Cistocentese - Vantagens: melhor método (tanto para análise quanto para cultura), menor risco de infecção iatrogênica e pode ser realizada no momento do exame - Desvantagens: invasivo, requer maior habilidade e cooperação do paciente O método de coleta deve ser considerado para evitar má interpretação dos resultados, considerar se ocorreu ou não contaminação. Identificação, armazenamento e conservação da amostra Identificação Dados fundamentais a serem identificados para encaminhar a amostra ao laboratório: • Referente ao animal: nome, espécie, raça, sexo, idade, proprietário; • Referente à amostra: método da coleta (importante para uma adequada interpretação) e momento (data e hora); • Suspeita clínica: avaliação de rotina, leptospirose, IRC, etc. Isso permite que o indivíduo que está realizando a urinálise tenha uma atenção maior destinada à suspeita clínica, Armazenamento e conservação da amostra - Deve ser adicionada em recipientes adequados, pois influencia na interpretação. Um exemplo de recipiente adequado é o frasco coletor universal, que é barato, prático e esterilizado; - Pode ser transportada e armazenada na seringa utilizada para a coleta (tampada) em caso de cistocentese, se houver proximidade com o laboratório; - A urina deve ser analisada o mais breve possível; - Pode ser refrigerada (ideal até 6 horas, mas pode ser de até 24 horas - 2 a 8ºC), porém deve-se restabelecer a temperatura no momento da análise; Etapas da urinálise 1) Análise física 2) Análise química; 3) Análise do sedimento; ANÁLISE FÍSICA - Avaliação da cor e turbidez - Avaliação do odor - Avaliação da concentração urinária Avaliação qualitativa da cor e turbidez - Varia de quase incolor ao amarelo escuro – concentração de urocromos na urina • Não se deve relacionar isoladamente variações do amarelo com normalidade ou anormalidade. - A turbidez varia conforme a espécie: • Em cães e gatos é clara a ligeiramente turva, em equinos ela já é mais turva; • Urina límpida e turva podem indicar normalidade ou anormalidade; - Modificação da cor e turbidez • Grau de concentração da urinária: • Amarelo claro (diluída)/ amarelo escuro (concentrada); • Indicador grosseiro e não deve ser utilizado isoladamente como indicador de normalidade ou anormalidade e nem de concentração. - Presença de pigmentos • Hemoglobina (hemoglobinúria) • Mioglobina (mioglobinúria) - cor de coca-cola • Bilirrubina (bilirrubinúria) - coloração mais alaranjada; • Fármacos também podem alterar a cor da urina - Presença de células e substâncias diversas • Muco, cristais, hemácias, cilindros, medicamentos, etc. • Urina muito turva provavelmente tem mais presença de células e substâncias. - Avaliação e interpretação da cor da urina é subjetiva, varia de acordo com o profissional Avaliação do odor - Sui generis - normal, característico da espécie; - Odor amoniacal ou pútrido em infecções intensas; - Odor de acetona na inanição/caquexia; Avaliação da concentração urinária - A densidade urinária é indispensável para avaliar o estado clínico do animal. Além disso, é um parâmetro essencial para a interpretação da urinálise, pois deve-se considerar a densidade no momento de avaliar todas as variáveis do exame. - Avalia a capacidade de concentrar ou diluir a urina - Usualmente é realizada por refratometria; - A densidade urinária é comparada com a densidade da água destilada (1,000); - Fatores importantes ao avaliar e interpretar a densidade urinária: • Considerar a espécie e condições relacionadas à coleta (jejum, fármacos, momento da coleta, etc.) • Considerar o estado de hidratação do animal (ex: um paciente desidratado terá uma urina mais concentrada); ➢ Classificar a densidade com relação à osmolaridade do filtrado glomerular (hipo, iso ou hiperestenúrica). A densidade do filtrado glomerular varia de 1,008 a 1,012 ➢ Iso = densidade da urina igual do filtrado glomerular ➢ Esperado variar entre 1.030 a 1.040 (geralmente hiperestenúria), sendo ideal que a densidade da urina dos cães estejam acima de 1,025 e a dos gatos acima de 1,030. ANÁLISE QUÍMICA DA URINA - pH, proteína, glicose, cetonas, bilirrubina, sangue. - Testes rotineiros com fitas que geram reação colorimétrica; - É geralmente semi-quantitativo, utilizando fita reagente com uma escala; - Testes de valor na veterinária: • Proteína, glicose, cetona,bilirrubina, sangue e pH; • Com exceção do pH, todos variam como + a ++++, sendo + uma reação mais fraca, ++++ uma reação mais intensa e nenhuma cruz indica que não houve reação; • Importante: na interpretação, levar sempre em consideração a densidade urinária! pH urinário - Primeira urina de cães e gatos: varia de ácido a neutro (5,0 - 7,0); - Guarda relação direta com processos fisiológicos e doenças sistêmicas. Ex: carnívoros, por conta da dieta, possuem urina mais ácida do que os herbívoros, que possuem urina mais neutra ou alcalina. Além disso, um animal com desequilíbrio acidobásico, por exemplo, terá alteração no pH urinário; - Acidúria: normal em causas que elevam a excreção de H+ (dietas proteicas, acidose e catabolismo); - Alcalinúria: normal em causas que reduzem a excreção de H+ (pós-prandial), infecções, urinas envelhecidas e mal acondicionadas. Proteinúria - Presença de proteína na urina - Não é normal, pois a membrana glomerular é uma importante barreira para a passagem de proteínas de médio e elevado peso molecular (acima de 40 kDa). - Normal: ausência da presença de traços de proteínas. - Pode ocorrer por injúria renal e lesões de vias urinárias inferiores, como lesões inflamatórias. - É importante que seja interpretada junto com achados do sedimento urinário e a densidade urinária. Traços de proteína em densidade elevada têm pouca implicação clínica, enquanto esses mesmos traços em densidade baixa têm potencial significativo. - Durante a interpretação, deve ser classificada como: pré-renal, renal ou pós-renal; Glicosúria - Presença de glicose na urina. Não é normal ter glicose na urina, pois é reabsorvida pelos túbulos. Porém, em excesso no plasma, acarretará em uma absorção falha (>170mg/dL); - Importante: deve ser realizada simultaneamente à avaliação da glicemia. - Pode ser de origem: • Fisiológica (estresse) • Farmacológica (adrenalina, corticosteróides, glicose, etc) • Patológica (diabetes, hiperadrenocorticismo, intoxicações, etc). Cetonúria - Presença de corpos cetônicos na urina. - Os corpos cetônicos são provenientes da degradação de gorduras (lipólise). • A lipólise pode estar presente/aumentada em determinadas situações clínicas, como inanição, nutrição desbalanceada, jejum prolongado e diabetes. Bilirrubinúria - Aumento de bilirrubina no sangue → presença de bilirrubina na urina; - Em cães, os túbulos podem conjugar uma pequena quantidade de bilirrubina, é comum encontrar pequenos traços na urina. - A bilirrubinúria precede a formação da icterícia. - Hiperbilirrubinúria pode acontecer em situações como hemólise, doença hepática ou obstrução biliar Hematúria - Presença de sangue (hemácias) na urina; - Atenção: alguns pigmentos reagem na fita como sangue (hemoglobina e mioglobina). Então a reação da fita pode indicar tanto presença de hemácia como também dos pigmentos; - Hemoglobinúria X Hematúria • Importante: diferenciar pela interpretação conjunta do sedimento urinário. • Causas de hemoglobinúria: hemólise (causas pré-renais) ou lise eritrocitária (causas pós-renais). - A fita não diferencia a hemoglobina da mioglobina ANÁLISE DO SEDIMENTO URINÁRIO - Identifica e quantifica tudo que está em suspensão na urina: tipos celulares, cilindros, cristais, bactérias - É realizada por microscopia óptica após a centrifugação da urina (1500 rpm por 5 min); - É extremamente importante para localizar a lesão no trato urinário. • Proteinúria (perda renal X infecção urinária). • Hematúria X hemoglobinúria - Exige preparação adequada da amostra e uso correto do microscópio; - Levar em consideração o método realizado para a coleta de urina para saber se os achados são de importância diagnóstica ou não; - Tipos celulares na urina: 1) Células epiteliais 2) Hemácias 3) Leucócitos Células Epiteliais - Referem-se ao epitélio urinário em toda a sua extensão. - Podem aparecer em pequeno número (escamosas e de transição). São classificadas de acordo com o seu formato: escamosas, transição, tubulares e caudadas. - Causas inflamatórias e neoplásicas são as mais comuns para gerar aumento de células epiteliais. - O número varia também conforme o tipo de coleta • Cistocentese X Sondagem uretral → a sondagem descama muito mais em relação à cistocentese, por exemplo - Em caso de aumento substancial, pode-se corar para avaliação morfológica. Hematúria - Normal: de 0 a 3 eritrócitos por campo; - O aumento do número de hemácias está relacionado com inflamação e/ou hemorragia; - Presença de cilindros (cilindros hemáticos) representa lesão hemorrágica renal • Túbulos do néfron fazem o formato cilíndrico, que ficam em suspensão na urina; - Coleta por sondagem pode causar um leve aumento dos eritrócitos na urina; Piúria - Presença de leucócitos (piócitos/piúria) na urina; - Normal: de 0 a 3 leucócitos/ campo; - Em número aumentado representa processo inflamatório; Tipos celulares na urina: Cilindrúria - Formados no interior dos túbulos renais; - Em situações normais são pouco observados; - Normalmente avaliados em conjunto com a análise química; Cilindro hialino Cilindro epitelial Cristalúria - Indica a presença de diferentes sais. - Precipitação dos sais urinários quando sua solubilidade está afetada - A formação dos cristais depende de pH, temperatura e concentração - Representante de processos intoxicantes ou de insuficiência de outros órgãos. - Cuidado: não confundir cristais com cálculos urinários! Bacteriúria - Presença de bactérias. - Ausentes em coleta por cistocentese, porém presentes coletas por sondagem ou micção espontânea. - Sua presença é indicativa de infecção. Considerações Finais - Todas as etapas da urinálise (análises físicas, químicas e do sedimento) devem ser interpretadas juntamente. - Muitas vezes são necessários outros testes laboratoriais para avaliar o sistema urinário. Avaliação laboratorial de líquidos cavitários Formação dos líquidos cavitários - Pressão hidrostática vascular e tecidual - Pressão oncótica vascular e tecidual - De acordo com as alterações orgânicas o liquido muda também Características do líquido - Límpido - Translúcido, cor de palha - Quando fica turvo significa aumento de celularidade • Presença de conteúdo – perfuração, ruptura, punção de víscera - Densidade: • Transudato: <1017/1018 • Transudato modificado: 1017/1018 – 1025 • Exsudato: >1025 - Coagulação • Transudato: negativo, pois tem baixa quantidade de proteína • Transudato modificado: variável, pois a proteína varia • Exsudato: positivo – aumento de fibrina Exame químico - pH • Transudato: alcalino • Transudato modificado: alcalino a ácido • Exsudato: ácido - Proteína total • Transudato: <2,5g/dL • Transudato modificado: > 2,5 e <3,0 g/dL • Exsudato: > 3 g/dL - Fibrinogênio • 100mg/dL (equino) • 50mg/dL (cães) Exame citológico - Contagem global: Câmara de Neubauer • 20µL do líquido + 400µL de ácido acético a 4% - Conta 4 quadrados grandes x 50 • Transudato: até 1500 cél/µL (equinos: 5000 cél/µL) • Transudato modificado: 1500-5000 (equinos: 5000 a 9000) • Exsudato: > 5000 cél/µL Contagem diferencial - Diferenciar tipos de leucócitos - Contar 100 células - Transudato: • Células mesoteliais, mononucleares • Polimorfonucleares • Equinos: até 60% da contagem corresponde a neutrófilos - Transudato modificado: • Células mesoteliais • Macrófagos, linfócitos, neutrófilos • Células neoplásicas - Exsudato: • Mais neutrófilos • Macrófagos e algumas células mesoteliais • Célulasneoplásicas - Outras células: eosinófilos - Presença de bactérias: exsudato séptico Líquido peritoneal - Entre peritônio visceral e parietal • Lubrificação – evitar aderências • Atividade antibacteriana - Possui composição semelhante à do plasma: • Eletrólitos • Enzimas (ALT, AST, LDH) • Celularidade - Paracentese • Agulha: 30 x 9 (pequenos animais), 4 x 12 (grandes animais), cânula (grandes) • Linha média: em estação (equinos e ruminantes) • Linha média: decúbito lateral (cães, gatos e bezerros) • Para a coleta em ruminantes deslocar levemente a direita (escapar do rúmen) *Cânula: deve ser feito um procedimento de bloqueio anestésico, pequena incisão com bisturi, levemente deslocada da linha média pois a cânula não perfura ela. É mais confiável pois tem menos risco de perfuração de alças intestinais. Contudo, a técnica é mais elaborada e não tem como fazer sempre, enquanto com a agulha é possível - Exame físico • Odor: inodoro • Coloração: incolor, amarelo claro ou palha ➢ Avermelhado: hemácias (hemorragia, contaminação na coleta) ➢ Amarelo escuro, laranja ou castanho (bilirrubina, leucócitos) - Exame citológico: estabelecer qual o predomínio celular e quais achadas importantes - Exames bioquímicos: Líquido pleural - O líquido pleural, juntamente com uma pressão negativa da cavidade pleural, mantém as pleuras parietal e visceral estabilizadas e aderentes, evitando um colapso pulmonar - Coleta de material: Toracocentese • Agulha 6 a 8 cm; 1 mm de diâmetro (grandes) • Pequenos animais: entre 7º e 8º EIC • Grandes animais: ➢ Bovinos: 7º espaço intercostal direito (próximo ao cotovelo); 8º ou 9º EIC esquerdo (2,5 - 5 cm acima) • Equinos: 6º ou 7º espaço intercostal (próximo ao cotovelo); 8º EIC esquerdo (2,5 - 5 cm acima) - O tratamento varia de acordo com a clínica do animal: drenar, antibioticoterapia, anti- infamatório, etc