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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA Jurisdição Constitucional Ricardo Chaccur Vitória Melo Aires RA: 3364939 1. A Associação Alfa, constituída há 3 (três) anos, cujo objetivo é a defesa do patrimônio social e, particularmente, do direito à saúde de todos, mostrou-se inconformada com a negativa do Posto de Saúde Gama, gerido pelo Município Beta, de oferecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram esse serviço. O argumento das autoridades era o de que não havia profissionais capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente. Em razão desse estado de coisas e do elevado número de idosos correndo risco de morte, a Associação resolveu peticionar ao Secretário municipal de Saúde, requerendo providências imediatas para a regularização do serviço público de Saúde. O Secretário respondeu que a situação da Saúde é realmente precária e que a comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos federais, já que a receita prevista no orçamento municipal não fora integralmente realizada. Reiterou, ao final e pelas razões já aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos idosos. Apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em que estava situado o Posto de Saúde Gama, nos quais eram utilizados exclusivamente recursos públicos municipais, continuaram a ser realizadas. Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pela Associação Alfa, elabore parecer para o enfrentamento do problema, inclusive com providências imediatas, de modo que seja oferecido atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde. Parecer nº Interessada: Associação Alfa Referente à: atendimento a todos os idosos que venham utilizar os serviços do Posto de Saúde Gama. Emenda: Constitucional. Atendimento laboratorial. Direito á Vida. Direito à Saúde. Dignidade da Pessoa Humana. Município Beta. Negativa do Posto de Saúde Gama. Estatuto do Idoso. Artigos 1º, 5º e 6º e 196 da Constituição Federal. Do Relatório Há três anos, a Associação Alfa foi criada com o objetivo de proteger o patrimônio social e, mais especificamente, garantir o direito à saúde para todos. No entanto, recentemente, a Associação ficou indignada com a recusa do Posto de Saúde Gama, gerenciado pelo Município Beta, em fornecer atendimento laboratorial adequado aos idosos que procuram o serviço. As autoridades afirmaram que não havia profissionais qualificados ou medicamentos suficientes disponíveis. Devido a essa situação preocupante e ao grande número de idosos em risco de morte, a Associação decidiu pedir ao Secretário Municipal de Saúde que tomasse medidas urgentes para regularizar o serviço de saúde pública. O Secretário respondeu que a situação da saúde era precária e que a comunidade precisava ter paciência e esperar pelo repasse de recursos públicos federais, já que a receita prevista no orçamento municipal não havia sido totalmente realizada. Por fim, o Secretário reiterou a negativa de atendimento laboratorial aos idosos, alegando as razões mencionadas anteriormente. Apesar disso, as obras públicas na área de lazer do bairro onde o Posto de Saúde Gama estava localizado continuaram a ser realizadas, usando apenas recursos públicos municipais. É o relatório, passo a opinar. Fundamentação No caso presente, ocorre a necessidade da proteção e a efetivação fundamental dos direitos a vida e à saúde dos idosos que procuram os serviços do Posto de Saúde de Gama, conforme o artigo 5°, caput, o artigo 6° e o artigo 196 e seguintes da Constituição Federal. Além da proteção a dignidade da pessoa humana destes idosos, conforme o artigo 1°, inciso III da Constituição Federal. A proteção constitucional e legal ao idoso, que estão previstas no artigo 230 da Constituição Federal e no artigo 1°, incisos V e VIII do Estatuto do Idoso (Lei n° 10.741/03). O município Beta tem como competência a prestação do serviço público de saúde, assegurando o direito à saúde, com base no artigo 23, inciso lI e no artigo 30, inciso VII, ambos da Constituição Federal. A concessão de liminar se dá ao previsto no artigo 12 da lei n° 7.347/85, determinando que o município regularize o sistema de saúde para prestar o atendimento laboratorial adequado aos idosos na localidade abrangida pelo Posto de Saúde. E o risco de ineficácia da medida final, se a liminar não deferida, tendo em vista a urgência da situação, uma vez que os idosos estão sujeitos a complicações de saúde e risco de morte, caso não recebam o tratamento de saúde adequado. Com isso, os requisitos de uma liminar (fumus boni iuris e periculum in mora) estão preenchidos. Conclusão Com base no exposto, é evidente que os direitos fundamentais à vida, à saúde e à dignidade humana estão sendo negligenciados em prol da realização de obras públicas na área de lazer. Isso é claramente incompatível com a Constituição, pois esses direitos são de maior importância. Afinal, sem vida e saúde, não há como desfrutar do lazer. O Município Beta tem o dever de garantir o direito à saúde dos idosos e cumprir sua responsabilidade constitucional na prestação do serviço público de saúde, como previsto nos artigos 30, inciso VII, 196 e 230 da Constituição Federal. Por conseguinte, é necessário que se deferida uma liminar nos termos do artigo 12 da lei n° 7.347/85, que determine ao município a regularização do sistema de saúde para prestar atendimento laboratorial adequado aos idosos daquela região abrangida pelo Posto de Saúde. Há um risco real de ineficácia da medida final, caso a liminar não seja concedida com urgência, visto que os idosos estão sujeitos a complicações de saúde e risco de morte, caso não recebam o tratamento de saúde adequado. É o parecer Local, data. Advogado – OAB nº
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