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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
Unidade II
5 ARTE VISUAL NA ANTIGUIDADE ORIENTAL
5.1 Antiguidade Oriental: contexto histórico
Antes de estudarmos a produção artística dos povos da Antiguidade Oriental, vamos relembrar o 
contexto econômico, político e social que marcou essas civilizações. Para que possamos entender a arte 
produzida por esses povos, é importante entender como eles viviam.
As civilizações do Oriente antigo deixaram legados culturais inestimáveis e ainda hoje exercem um 
imenso fascínio sobre as sociedades atuais. Presentes nas regiões conhecidas atualmente como Oriente 
Médio e nordeste da África, esses povos estabeleceram‑se próximos às margens dos rios.
Berços das primeiras civilizações, o Egito e a Mesopotâmia (onde viveram os sumérios, babilônios, assírios, 
entre outros povos), por apresentarem um conjunto idêntico de características socioeconômicas e políticas, 
tornaram‑se conhecidos como civilizações hidráulicas. Esse conjunto de características foi denominado 
modo de produção asiático. Localizados em regiões de clima árido, desenvolveram‑se, às margens de 
grandes rios, onde puderam praticar uma rica atividade agrícola que lhes garantia a sobrevivência.
Além disso, utilizaram sofisticadas técnicas de irrigação, como a construção de diques, canais e 
depósitos de água.
 Observação
Modo de produção é o modo pelo qual uma determinada sociedade 
produz seus bens e serviços, bem como a forma que os utiliza e os distribui. 
É determinado pela existência de estruturas, sendo elas: a econômica, a 
jurídico‑política e a ideológica.
Vejamos as principais características do modo de produção asiático.
Agricultura de regadio: a agricultura era a base da economia, e o cultivo de cereais (trigo e cevada) 
e da vinha – principais produtos da região – era favorecido pela utilização de técnicas de irrigação 
(diques, canais). Além da agricultura, esses povos dedicavam‑se à criação de animais. O comércio local e 
inter‑regional e o artesanato eram outras atividades econômicas presentes nessas sociedades.
Monarquia teocrática: forte centralização do poder em mãos de um soberano, que controlava 
os recursos disponíveis e recrutava a mão de obra; as terras eram propriedade do Estado, que, através 
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Unidade II
de intensa tributação, apropriava‑se de parte dos excedentes produzidos pelos camponeses, utilizados 
na realização de obras públicas e serviços administrativos; o soberano (faraó, no Egito; imperador, na 
Mesopotâmia) era considerado um deus, obtendo, assim, obediência e respeito de todos.
Servidão coletiva: inexistência da propriedade privada; as terras eram cultivadas por indivíduos 
pertencentes a comunidades que, coletivamente, praticavam a agricultura e pagavam, com parte da 
produção ou prestação de serviços, os impostos ao Estado.
Sociedade de castas: nessas sociedades, o nascimento definia o lugar do indivíduo na escala social; 
não havia mobilidade, como podemos observar no desenho a seguir:
• soberano;
• aristocracia;
• sacerdotes, militares e burocratas;
• camponeses;
• escravos.
Religião politeísta: egípcios e mesopotâmicos acreditavam em vários deuses; eram características 
dessas civilizações o antropozoomorfismo (deuses com aparência humana misturada a de animais) e o 
totemismo (culto a ancestrais).
5.2 A Mesopotâmia e seus povos
A Mesopotâmia (palavra de origem grega que significa “entre rios”) corresponde ao atual território 
do Iraque e se localiza, como o próprio nome diz, entre os rios Tigre e Eufrates. Apesar da aridez do clima, 
desenvolveu‑se na região uma importante civilização agrária graças à proximidade dos rios e à utilização 
de técnicas de irrigação. A fertilidade do solo, entretanto, gerou sucessivas disputas territoriais, e a 
região, considerada berço da humanidade, ao longo de milhares de anos, foi ocupada por diversos povos.
5.2.1 A arte sumeriana
As evidências encontradas sobre a civilização sumeriana indicam que ela existiu antes da civilização 
egípcia, sendo a primeira a ocupar os territórios entre os rios Tigre e Eufrates, ao sul do atual Iraque. 
Cerca de 4 mil anos a.C., as primeiras populações da Suméria se deslocaram do planalto do Irã até se 
fixarem na região da Caldeia (Baixa e Média Mesopotâmia).
A primeira cidade fundada foi Quish e, posteriormente, Eridu, Nipur, Ur, Uruk e Lagash. Politicamente, 
os sumerianos eram independentes entre si, sua hierarquia social contava com um sacerdote auxiliado 
por anciãos na fixação das decisões políticas. Em determinado momento, esse modelo é substituído por 
um modelo mais centralizado, em que há um monarca da Cidade‑Estado e um poder político hereditário, 
no qual forma‑se uma dinastia.
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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
A falta de uma real centralização política desse povo causa diversos conflitos entre as cidades. Então, esse 
cenário agrava‑se e esses locais tornam‑se palco de invasões e conquistas por parte de outras civilizações.
Essa civilização desenvolveu a escrita cuneiforme, escrita mais primitiva da humanidade que se 
tem conhecimento, e teve grande influência em culturas posteriores. Várias obras de arte da Babilônia 
são atribuídas aos sumerianos pelos pesquisadores; esse povo inspirou diversas criações artísticas 
babilônicas. O ponto característico da arte e arquitetura sumeriana era o templo torre ou zigurate, uma 
torre piramidal.
 Lembrete
A escrita cuneiforme, desenvolvida pelos povos sumerianos, é uma 
designação geral de certos tipos de escrita criadas com o auxílio de objetos 
em forma de cunha.
5.2.2 Zigurates
Figura 53 – Zigurate em Ur
Ninguém sabe, com certeza, porque os zigurates foram construídos ou como eram usados, pois 
eram parte de complexos maiores que formavam templos. Dessa forma, é bem provável que estejam 
relacionados à religião.
Um dos zigurates mais antigos foi descoberto em Eridu; os arqueólogos acreditaram que se tratava de 
um templo porque encontraram restos de peixes queimados que tinham sido deixados como oferendas. 
Quando ocorreram as escavações em Eridu, os arqueólogos encontraram várias camadas de fundações 
que tinham sido derrubadas ao longo do tempo.
Isso aconteceu porque os templos eram reconstruídos sobre os restos dos edifícios anteriores. Assim, 
a plataforma aumentava em tamanho. Cada vez que um templo era reconstruído, as paredes de tijolo 
eram colocadas abaixo e os restos formavam uma plataforma que era usada como fundação para o 
novo edifício.
84
Unidade II
Em Uruk, no fim do quarto milênio a.C., enormes plataformas de tijolos, com templos sobre elas, eram 
construídas. As pessoas alcançavam os templos subindo nos tablados como se essas fossem escadas. 
Frequentemente, eram decorados com mosaicos ou nichos.
Alguns dos edifícios escavados em Uruk datam de, aproximadamente, 3200 a.C. e eram feitos de 
centenas de milhares de tijolos. Outros tinham fundações de pedra: material raro e caro na Suméria.
Alguns especialistas acreditam que os zigurates foram construídos para se parecerem com as 
montanhas, já que os sumérios consideravam que os deuses vinham das montanhas.
Uma das responsabilidades dos reis era dar oferendas aos deuses e manter seus lares (os templos) 
em boas condições. Quando um templo era reparado, o rei deixava o seu nome gravado nos tijolos ou 
nos objetos queimados nas fundações. Ao fazer isso, ele esperava que os deuses abençoassem a cidade 
que ele governava.
A) The angel pours out water on the earth
B) The King receives the order to build the Ziggurat. 
The Stela of Ur‑Nammu
Figura 54 – Baixos relevos da Stela de Ur‑Nammu encontrados durante as escavações arqueológicas em Ur
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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
Cada zigurate era dedicado ao deus ou deusa mais importante da cidade. O zigurate em Ur era o 
lar da deusa Innana, deusa da lua; já o Zigurate em Eridu era o lar do deus Enki, deus da sabedoria e da 
água fresca.
Além de serem dedicados a determinado deus ou deusa, na Mesopotâmia, os templos recebiam 
nomes: o zigurate em Eridu, por exemplo, erachamado de Eunir, que significa “Torre da Casa do 
Templo”, enquanto em Nippur, o zigurate era conhecido como Eduranki, que significa “Casa que liga 
o Céu e a Terra”.
Os zigurates ainda continuaram a ser construídos ou reconstruídos por muito tempo, e a maioria 
das cidades de Mesopotâmia tinha seu próprio zigurate. Um dos mais famosos ficava na Babilônia e era 
dedicado ao deus Marduk, deus da cidade, chamado de “Casa plataforma do Céu e da Terra”.
Figura 55 – O que restou do zigurate da Babilônia: uma vala enlameada cheia de juncos
5.3 A arte assíria e caldeia
5.3.1 Império Assírio (1300 a.C.‑612 a.C.)
Os assírios ocupavam o norte da Mesopotâmia e tinham como capital a cidade de Assur. 
Aos poucos, aprimoraram técnicas guerreiras e conhecimentos bélicos, transformando‑se em 
uma potência militar. O expansionismo não tardou, e os assírios acabaram por dominar toda a 
Mesopotâmia, subjugando violentamente as populações dominadas. Sua crueldade para com os 
derrotados de guerra ficou famosa.
O mais conhecido governante assírio foi Assurbanipal (668 a.C.‑631 a.C.). Durante seu reinado, a 
Assíria conheceu o apogeu, atingindo sua extensão territorial máxima. Apesar da capacidade guerreira 
do imperador assírio, ele também demonstrou sensibilidade cultural, ordenando a construção da 
mais importante biblioteca do antigo Oriente, a biblioteca de Nínive, que reuniu um enorme acervo 
de plaquetas de argila. A violência com que os assírios tratavam os povos sob seu controle gerava 
insatisfação e revolta. A resistência intensificou‑se após a morte de Assurbanipal, quando o Império 
Assírio entrou em crise e foi dominado pelos caldeus.
86
Unidade II
A arte assíria, como vemos na figura a seguir, exalta o poder do rei, que é demonstrado em 
representações de suas conquistas militares ou como matador de leões em combates cerimoniais. O 
poder do soberano é representado não em sua própria imagem, mas na imagem de sua caça, uma 
vez que os esplêndidos relevos buscam mostrar na trágica agonia do animal a capacidade do rei para 
enfrentar e vencer adversários tão poderosos.
Figura 56 – A Leoa Ferida, de Nínive, ca. 650 a.C.
5.3.2 O Segundo Império Babilônico (612 a.C.‑539 a.C.)
Os caldeus, que venceram o domínio assírio, transferiram a capital do Império para a Babilônia. Seu 
principal governante foi Nabucodonosor (604 a.C.‑561 a.C.), cujo reinado deu‑se no apogeu do segundo 
período babilônico. Além de expandir consideravelmente as fronteiras do Império, Nabucodonosor 
mandou construir grandes palácios para embelezar a cidade e também os “Jardins Suspensos da 
Babilônia”. Ainda durante seu reinado, os hebreus foram submetidos ao cativeiro e conduzidos à Babilônia, 
sendo libertados anos mais tarde, quando os persas, liderados por Ciro I, dominaram a Mesopotâmia. 
Encerrava‑se, assim, a história independente da Mesopotâmia, que, depois da conquista persa, pertenceu 
a diversos outros impérios, como o macedônico e o romano.
O tablete utilizado para a escrita cuneiforme data do período que compreende os séculos XX e XIX 
a.C., antiga Assíria. Quando os mercadores vieram para Anatólia, no começo do ano 2000 a.C., eles 
trouxeram as técnicas de escrita inventadas na Mesopotâmia e a arte em forma de selos cilíndricos, 
que marcavam as mercadorias comercializadas, o armazenamento e os registros. Os mercadores assírios 
escreviam na língua assíria, mas os tabletes e a forma cuneiforme foram adotados mais tarde na Anatólia 
pelos hititas, que escreviam em sua própria língua com as técnicas importadas.
Entre os séculos IX e VII a.C., os reis da Assíria governaram sobre um vasto império, cujo centro era na 
parte norte do Iraque. Assurbanipal II (883‑859 a.C.) assumiu um grande programa de construções em 
Nimrud, antiga Kalhu, que, até então, não tinha sido nada além de uma pequena cidade. Quando essas 
construções terminaram, Assurbanipal realizou um festival para celebrar a construção da nova capital.
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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
A cidade tinha sido cercada por uma muralha; no canto sudoeste, estava a acrópole, onde os templos, 
palácios e os escritórios administrativos do Império se localizavam. Na superfície da maior parte dos 
relevos do palácio do rei, existe uma inscrição em que Assurbanipal explica como e por que construiu 
o palácio: o palácio foi construído para que fosse “minha morada real e para uma vida duradoura de 
lazer do meu reinado”, na continuação da inscrição ele menciona os lamassu, referindo‑se a eles como 
“bestas das montanhas e dos mares”.
O adorno que essas figuras têm na cabeça atesta sua divindade e o cinto significa seu poder. O 
escultor deu a essas figuras guardiãs cinco pernas para que, quando vistas de frente, pareçam estar em 
pé firmemente e, quando vistas de lado, pareçam estar com um passo à frente. Os lamassus protegiam 
e sustentavam importantes portas nos palácios assírios.
Além das realizações culturais destacadas, as civilizações mesopotâmicas contribuíram para o 
desenvolvimento do conhecimento científico, manifestado na astronomia e na astrologia, na matemática 
e na medicina, na arquitetura e na literatura. Nesta última, as maiores expressões foram os poemas 
épicos O mito da criação e a Epopeia de Gilgamesh, cujo conteúdo, ao ser lido pela primeira vez, no 
século XIX, causou sensação por causa de sua semelhança com a estória do dilúvio do Gênesis.
Os aposentos do palácio em Nimrud eram decorados com grandes pedras entalhadas em baixo 
relevo, com as paredes e tetos pintados brilhantemente e esculturas guardando as portas. A sala do 
trono continha cenas de narrativas comemorando as vitórias militares de Assurbanipal, enquanto em 
outras áreas do palácio havia figuras protetoras e imagens do rei executando seus atos rituais.
Nas representações, o rei Assurbanipal II usa a coroa real, um adorno em forma de cone com uma pequena 
ponta e um grande diadema. Ele segura um arco, símbolo de sua autoridade, e uma tigela cerimonial. De 
frente para ele, um eunuco sem barba carrega uma concha para reabastecer o recipiente real. O caráter 
tranquilo, talvez religioso da cena, é refletido na atitude de dignidade das figuras que compõem as imagens.
Os assírios acreditavam em tríades de deuses e de demônios, e suas práticas e crenças religiosas eram 
quase idênticas às da Babilônia. Na Assíria, oficialmente o chefe de estado era o deus Ashur.
 Saiba mais
Os links a seguir podem propiciar uma melhor compreensão e exploração 
dos conteúdos desta unidade:
Museu Britânico:
http://www.mesopotamia.co.uk/menu.html
Museu virtual do Iraque:
http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm
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Unidade II
5.4 Arte babilônica
5.4.1 Primeiro Império Babilônico (2000 a.C.‑1750 a.C.)
A cidade de Babilônia, no Rio Eufrates, parte sul do Iraque, é mencionada em documentos datados 
do fim do terceiro milênio a.C., e os invasores amoritas fizeram dela a capital de seu império. A cidade 
tornou‑se proeminente como a cidade real do rei Hamurábi (que governou por volta de 1790‑1759 a.C.). 
Ele estabeleceu seu controle sobre muitos reinos que se estendiam do Golfo Pérsico até a Síria, 
conseguindo pacificar a região e expandir as fronteiras. Foi responsável pela compilação de leis orais 
em um código de leis escritas (o mais antigo de que se tem notícia) chamado de Código de Hamurábi 
(que se encontra no Museu do Louvre). Nele, está a Lei do talião (olho por olho dente por dente), que 
determina a punição conforme o delito cometido.
Figura 57 – Parte superior da pedra do Código de Hamurábi
O Código de Hamurábi
Segundo o Código, a sociedade divide‑se em três classes desiguais, os 
homens livres (awilu), os subalternos ou inferiores (muchkenu) e os escravos; 
a origem da classe intermediária constitui‑se num problema: tratar‑se‑ia de 
antigos servos presos à gleba no tempo do regime senhorial e libertados pelos 
progressos do poder real, já na época de Urucagina. O direito penal repousa 
no talião, quando a vítima é livre, numa compensação em dinheiro, se ela 
pertenceàs classes inferiores. O casamento apoia‑se na inalienabilidade do 
dote, na repressão brutal do adultério e no divórcio por iniciativa do marido. 
As questões de juros são minuciosamente tratadas, o que atesta o papel 
do dinheiro e da terra nesta civilização de produtores e comerciantes: as 
disposições são precisas e equitativas, os castigos expeditivos e matizados, 
com uma tendência à dureza, comum a todas as civilizações recentemente 
saídas da iniciativa privada (cf. Drácon em Atenas). A partir de então, a 
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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
justiça, em todos os setores, passa às mãos de juízes de Estado, agindo sob 
inspiração do deus (Marduc ou Chamach), segundo um processo escrito, 
audição de testemunhas e recurso ao juramento, mais frequente do que o 
ordálio (PETIT, 1979, p. 22).
A deusa Ishtar (ou Inanna) era a deusa do amor e da fertilidade, a personificação da estrela da 
manhã e da noite. Ela também é reconhecida como Lilith.
Ishtar, ou Lilith, aparece em vários relatos na tradição cultuada pelas civilizações antigas da 
Mesopotâmia. As palavras sumérias Enlil, Ninhil, Mulili e Anlil são derivações do nome ou tem uma 
afinidade com ele. Trazem os seguintes significados: tempestade, lascívia e libertinagem, que compõem 
a personalidade ardente e sedutora da deusa. Vários são os objetos e documentos encontrados em 
que a figura de Lilith está representada demonstrando adoração e medo. A referência mais antiga 
à personagem está no épico babilônico de Gilgamesh (aprox. 2000 a.C.). Na epopeia de Gilgamesh, 
encontramos Lilith fugindo de Adão para o deserto nas narrações míticas hebraicas:
[...] Em sua base, a serpente ”que desconhece qualquer encanto“ construiu 
seu ninho. Em sua copa, o pássaro – Zu – uma criatura mitológica que, às 
vezes, fomenta o mal – depositou seus filhotes. No meio, Lilith, a jovem da 
desolação, construiu sua casa. Então Gilgamesh, o grande herói sumério, 
vestiu sua armadura, que pesava cinquenta minas [...] matou na base da 
arvore, a serpente [...] ao ver isso, o pássaro‑Zu fugiu com seus filhotes para 
a montanha e Lilith desfez sua casa, fugindo para as regiões desérticas que 
estava costumada a frequentar [...] (KOLTUV, 1997, p. 42).
Ishtar também surge nesse período e é considerada pelos acádios a deusa da lua, da guerra, do amor 
e do sexo na Terra, conhecida como vingativa e rancorosa, pois muitos são os relatos que mostram preces 
feitas pedindo por sua piedade. A Grande‑mãe também será reconhecida como expressão de Lilith através da 
herança de seus antecessores sumérios. É uma antiga divindade que representava a fertilidade, suas histórias 
são derivadas das histórias de Inanna da Suméria, mas seu culto floresceu na Babilônia dos assírios, quando 
Ishtar era cultuada por quase toda a Ásia. Muitas outras divindades na Antiguidade estão ligadas a ela.
[...] A primeira é Ishtar, a famosa mãe de Tamuz, adorada na Babilónia em 
3000 a.C. A segunda deusa lunar é Astarté (ou Ashtart), adorada por Hebreus, 
Fenícios e Cananeus, de acordo com a liturgia acadiana. O seu culto é citado 
já em 1478 a.C. Depois há a grande Ísis do Egito, presente na área cultural 
mediterrânea desde 1700 a.C. No último século antes de Cristo, na Frigia, há, 
enfim, Cibele. Por sua vez, a deusa lunar celta é Anu (ou Annis), cujo culto 
alcança a Europa [...] (SICUTERI, 1995, p. 49).
São várias as controvérsias e discussões acerca do culto a um ser feminino, pois se tornam diferentes 
as narrativas entre a deusa a ser adorada e a personificação do mal como ser diabólico. Com o passar 
do tempo, no contexto histórico, tornam‑se até discordantes, delineando uma nova forma possível de 
cultura vigente entre o social, o religioso e o político.
90
Unidade II
Depois de atingir seu apogeu com Hamurábi, quando o Império Babilônico ocupava toda a 
Mesopotâmia, os babilônicos foram atacados por sucessivos povos, oscilando entre o ostracismo 
e a glória.
5.5 A arte persa
Localizada no planalto do Irã, a Pérsia foi povoada originalmente por tribos indo‑europeias. Os persas 
tornaram‑se famosos por sua habilidade guerreira, que garantiu a formação de um extenso e poderoso 
império militar. Além disso, ao contrário dos assírios, conhecidos pela crueldade com que tratavam os 
povos subjugados, os persas souberam respeitar tradições, crenças e valores das populações dominadas, 
minimizando os atritos e conseguindo sustentar sua dominação por mais tempo.
Dentre os principais governantes persas, podemos destacar:
• Ciro I (559 a.C.‑529 a.C.)
Primeiro rei da Pérsia, responsável pela unificação política das tribos e iniciador do expansionismo 
que levaria à constituição de um vasto império. Conquistou a Lídia e colônias gregas na Ásia Menor; a 
seguir, dominou a Babilônia, a Fenícia, a Palestina e a Síria.
• Cambises I (529 a.C.‑522 a.C.)
Continuou o expansionismo do pai, anexando o Egito ao Império Persa.
• Dario I (512 a.C.‑484 a.C.)
Durante seu reinado, deu‑se o apogeu do Império Persa. Dario implantou uma administração 
eficiente sobre as várias regiões do Império: dividiu o território em unidades administrativas (satrápias) 
regidas por um governador (sátrapa) nomeado diretamente pelo imperador; com isso, Dario controlava o 
governo de cada canto do Império; estabeleceu uma eficiente rede de estradas e um sistema de correio; 
criou uma moeda que deveria circular em todo o Império – o dárico; estabeleceu uma fiscalização 
rigorosa, com visitas surpresas às províncias do Império, a fim de controlar a administração local (eram 
os chamados “olhos e ouvidos do rei”). Dario I tentou estender as fronteiras do Império Persa para o 
Ocidente e invadiu colônias gregas na Ásia Menor, almejando conquistar a própria Grécia. Os gregos, 
porém, chefiados pela cidade de Atenas, venceram a ameaça persa nas chamadas Guerras Médicas.
A derrota militar frente aos gregos enfraqueceu o prestígio militarista persa, bem como a estrutura do 
Império. As províncias perceberam essa situação e intensificaram a resistência contra o pagamento de tributos 
e a própria dominação. O declínio acentuou‑se e permitiu a conquista macedônica de Alexandre, o Grande, 
em 330 a.C. Depois do domínio macedônico e das sucessivas tentativas romanas em anexar a região a seu 
Império, a Pérsia foi conquistada pelos árabes islâmicos, no século VII, submetendo‑se ao Império Árabe.
A cultura persa pode ser caracterizada por seu ecletismo: o contato com vários povos levou‑a 
a assimilar diferentes elementos culturais. Vale destacar, no entanto, a original religião persa, 
91
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
fundada no dualismo. Os persas acreditavam em dois deuses: o Ahura Mazda, deus do bem, da luz, 
do reino espiritual, e Arimã, o deus do mal e das trevas. Esses deuses viviam em luta para arrebatar 
as almas. A religião persa é atribuída a Zaratrusta ou Zoroastro e, por isso, é também conhecida 
como zoroastrismo.
Para o zoroastrismo, Ahura Mazda é o deus universal que vivia em conflito com as forças do caos, 
lideradas por Arimã. Entre as crenças religiosas do zoroastrismo, existe a ideia de um salvador, que 
chegaria à Terra para terminar a luta entre o mal e o bem, e a crença no paraíso, na ressurreição e no 
juízo final.
O cilindro de Ciro é um dos mais famosos ícones do mundo antigo, escrito em cuneiforme babilônico 
sob as ordens do rei persa Ciro, o Grande, depois de ter tomado a Babilônia em 539 a.C. Ele marca o 
estabelecimento da lei persa e grava como Ciro restaurou altares e permitiu que pessoas deportadas 
voltassem ao lar. Embora não seja mencionado, acredita‑se que tenha sido a primeira vez que os judeus 
retornaram a Jerusalém para construir o segundo templo, como está registrado na Bíblia.
5.6 Arte aquemênida
O Império persa aquemênida foi o maior que o mundo antigo viu, estendendo‑se da Anatólia e Egito, 
atravessando o oeste da Ásia em direção à parte norte da Índia e Ásia Central. Sua formação começou 
em 550 a.C., quando o rei Astiages, que dominava grande parte do Irã e a parte lesteda Anatólia 
(Turquia), foi derrotado pelo seu vizinho do sul – Ciro II (“o Grande”), rei da Pérsia (559‑530 a.C.).
Dario I reinou entre 521 e 486 a. C. e, sob o seu reinado, o Império se estabilizou. Ele anexou a parte 
noroeste da Índia ao Império aquemênede e começou dois projetos: a construção dos jardins reais em 
Susa e a criação do novo centro dinástico de Persépolis.
Em 480 a.C., Xerxes conduziu por mar e terra suas forças contra a Grécia, derrotando os espartanos 
na batalha das Termópilas e saqueando Atenas. Entretanto, os gregos conseguiram uma vitória contra 
os navios persas. É possível que, nesse momento, uma revolta séria tenha irrompido na estratégica 
Babilônia. Xerxes rapidamente deixou a Grécia e, sucessivamente, esmagou a rebelião babilônica. 
Entretanto, a armada persa que ele deixara para trás foi derrotada pelos gregos na batalha de Plateia 
em 479 a.C.
Muitas das evidências de que dispomos sobre a história persa dependem das fontes contemporâneas 
gregas e dos escritores clássicos posteriores, cujo foco principal era a relação entre os estados grego 
e persa, assim como as intrigas na corte persa, a decadência moral e o luxo desregrado. A partir deles, 
aprendemos que Xerxes foi assassinado e sucedido por um dos seus filhos, que adotou o nome de 
Artaxerxes I (465‑424 a.C).
Durante o seu reinado, revoltas no Egito foram esmagadas. O Império permaneceu intocado 
enquanto Dario II reinou (423‑405 a. C.), mas o Egito clamava por independência durante o reinado 
de Artaxerxes II (405‑359 a. C.). Embora Artaxerxes II tenha tido o reinado mais longo de todos os reis 
persas, sabe‑se muito pouco sobre ele.
92
Unidade II
Em seus escritos, datados do começo do século II d.C., Plutarco o descreve como um governante 
simpático e um guerreiro corajoso. Com seu sucessor, Artaxerxes III (358‑338 a.C), o Egito foi 
reconquistado, mas o rei foi assassinado e seu filho assumiu o poder como Artaxerxes IV (338‑336 B.C.). 
Ele também foi assassinado e substituído por Dario III (336‑ 330 a. C.). Dario III foi morto por um dos 
seus generais e Alexandre foi proclamado imperador persa.
A arte e a arquitetura monumentais do período aquemênede têm nas ruínas de Persépolis seu 
melhor exemplo. A grande capital cerimonial do Império foi originalmente construída por Dario I 
(521‑486 a.C.) e, depois, expandida pelos seus sucessores. Persépolis está localizada a noroeste de 
Shiraz, no sudoeste iraniano da província de Fars. Lá, o hall das cem colunas e o aposento do trono 
de Dario e Xerxes exibem características da arquitetura aquemênede – amplos aposentos e tetos 
sustentados por colunas. Algumas dessas colunas no aposento do trono foram reconstruídas. As colunas 
capitais eram decoradas com a parte frontal de touros, leões e grifos entalhados.
A arte aquemênida traz uma forte influência da arte assíria, podendo ser considerada uma 
continuidade desta.
Muitas das peças feitas em ouro (VI‑V séc. a. C.) eram dadas como presentes reais, mas aparentemente 
elas também valiam pelos metais preciosos dos quais eram feitas, servindo como objetos de troca.
Recipientes em formato de chifre terminando em uma cabeça de animal têm uma longa história no 
Oriente Próximo, assim como na Grécia e Itália. Nessa peça, a inclusão da pluma sugere que esse leão 
alado tem algum significado sobrenatural.
Onfalo, ou ônfalo, é uma palavra de origem grega que significa umbigo. Desde tempos remotos, 
o umbigo é o símbolo do centro, a partir de onde se dá a criação do mundo, pode ser representado 
ou não por uma pedra trabalhada, junto da qual se fazem diversos rituais religiosos. Essa tigela, 
em formato de ônfalo, é decorada com leões e feita em ouro (séc. V‑IV a.C.). Algumas tigelas tinham 
decoração na parte inferior, com a intenção de que fossem vistas de baixo. Recipientes luxuosos para 
bebida e outros utensílios à mesa eram símbolos de poder e prestígio na corte aquemênida.
Uma rica tradição de joias suntuosas pode ser reconhecida por todo o império persa, as joias eram 
decoradas com vidro colorido, faiança, turquesa, lápis‑lazúli e cornalina.
6 A ARTE A SERVIÇO DA IMORTALIDADE: CIVILIZAÇÕES E A ARTE EGÍPCIA
6.1 O direito divino
O Egito antigo localizava‑se no nordeste da África e foi uma das mais importantes civilizações 
submetidas ao modo de produção asiático. Localizado em uma região de clima árido, a sobrevivência 
do Egito estava sujeita ao rio Nilo. A prática agrícola dependia do regime de cheias do rio: na época das 
chuvas, a água transbordava, irrigando as margens e nelas depositando húmus, que fertilizava o solo. 
Nessa faixa de terra, era possível praticar uma agricultura farta, favorecida pela existência de canais de 
irrigação e depósitos de água.
93
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
No início de sua história, os egípcios viviam em comunidades autônomas, sem um poder centralizado: 
eram os nomos, governados pelos nomarcas. O desenvolvimento da agricultura e o aproveitamento 
das águas do rio Nilo exigiam a união de esforços para a construção de obras hidráulicas. Para isso, a 
centralização do poder foi imprescindível. Por volta de 3500 a.C., nasceram dois reinos no Egito: o do 
Alto Egito, ao sul do rio Nilo, e o do Baixo Egito, ao norte.
Aproximadamente em 3200 a.C., o governante do Alto Egito, Menés, promoveu a unificação dos 
dois reinos, iniciando o período de centralização política da história egípcia, ou período dinástico. 
Nessa época, o poder achava‑se concentrado em mãos do faraó, que possuía as terras, organizava a 
produção, cobrava os tributos e controlava a população camponesa.
O período dinástico da história egípcia subdivide‑se nas seguintes etapas:
• Antigo Império (3200 a.C.‑2300 a.C.): fase de estabilidade política e prosperidade econômica 
graças à intensa exploração da população camponesa; construção das grandes pirâmides de Gizé 
– Quéops, Quéfren e Miquerinos. A crise do Antigo Império deve ser atribuída ao fortalecimento 
dos nomarcas, que questionavam a grande centralização política, gerando revoltas sociais que 
culminaram com a fragmentação política do Egito.
Figura 58 – As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, no deserto de Gizé
Figura 59 – A Esfinge do faraó Quéfren
94
Unidade II
As pedras [para a construção das pirâmides] vinham de Tura, na margem 
oriental do Nilo, e eram conduzidas rio abaixo em balsas e depois arrastadas 
por rampas até o local da pirâmide. Toda essa multidão trabalhava 
praticamente sem a ajuda de ferramentas, a não ser as mais elementares. 
Assim, as pedras eram cortadas, em seguida polidas com areia (único material 
abundante na região), depois levantadas através de manivelas e finalmente 
colocadas em seu lugar. Não era só uma questão de trabalho, como de 
organização e competência técnica dos arquitetos. Não se estava, afinal, 
construindo um monumento qualquer, mas um edifício que devia conter 
uma tumba, pleno, portanto, de significados místicos. As proporções tinham 
que ser respeitadas, a orientação preservada, e as medidas cuidadosamente 
controladas. É espantoso o sucesso obtido. A base da pirâmide, por exemplo, 
teoricamente um quadrado perfeito, tem uma diferença máxima de três 
centímetros em cada lado (em 230 metros significa algo em torno de 0,01%!) 
(PINSKY, 2001, p. 77‑8).
• Médio Império (2000 a.C.‑1580 a.C.): com o enfraquecimento do poder dos nomarcas, o faraó 
conseguiu recuperar sua autoridade. Tebas substituiu Mênfis como capital. Foi um período de 
dinamismo e prosperidade econômica, bem como de grande e rica produção cultural. A crise 
econômica, porém, abateu‑se sobre a região, promovendo revoltas de nobres e camponeses, que, 
mais uma vez, enfraqueceram o poder do faraó, facilitando, a partir de 1800 a.C., o início de uma 
onda de invasões estrangeiras: os hebreus, primeiro, e, a seguir, os hicsos. Estes conheciam bem 
técnicas guerreiras e dominaram o Egito por quase dois séculos.
• Novo Império (1580 a.C.‑525 a.C.): para expulsar os invasores, os egípcios uniram‑se sob a 
liderança dofaraó Amósis I, vencendo e expulsando os hicsos de seu território. Inicia‑se, assim, 
uma nova etapa da história egípcia, durante a qual os hebreus foram submetidos à escravidão 
no Egito. Trata‑se de um período marcado por forte militarismo e pelo expansionismo territorial, 
destacando‑se a atuação dos faraós Tutmés III e Ramsés II. Foi a época de apogeu da civilização 
egípcia: as fronteiras do Império expandiram‑se consideravelmente e, com isso, os contatos 
comerciais, garantindo riqueza e prosperidade econômica. Ainda nesse período, o faraó Amenófis 
IV tentou, para reduzir o poderio dos sacerdotes, implantar o monoteísmo no Egito. Em substituição 
ao politeísmo, o faraó buscou reforçar sua autoridade ao tentar impor, sem sucesso, o culto 
exclusivo a Amon (deus‑sol).
Primeiramente, o deus Amon ganhou destaque no início do Médio Império. Do Novo Império em diante, 
tornou‑se o deus mais importante no panteão egípcio. Como um deus‑criador, Amon é frequentemente 
identificado como Amon‑Ra (na mistura típica de divindades egípcias, Amon é combinado com Ra, o 
principal deus solar). Seu santuário mais importante foi o imenso complexo do templo de Karnac na 
margem direita do rio Nilo, na parte sul da moderna Luxor.
O Novo Império foi uma fase de intensa produção artístico‑cultural, destacando‑se, entre outras 
obras, a construção dos imponentes templos de Karnac e Luxor.
95
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
Figura 60 – Templo de Karnac, no Egito
Entretanto, disputas entre o poder central (faraó) e poderes locais (sacerdotes e militares, valorizados 
com o militarismo da época) enfraqueceram a civilização egípcia, cujo território foi vítima de sucessivas 
invasões: assírios, em 662 a.C., sob o comando de Assurbanipal; persas, chefiados por Cambises, em 
525 a.C.; gregos, macedônicos, romanos, árabes, turcos e ingleses. O Egito só voltou a ser um país 
independente no século XX.
Dentre os principais legados egípcios, destacam‑se: na arquitetura, as pirâmides de Gizé e os templos 
de Luxor e Karnac; nas ciências, o desenvolvimento da astronomia, engenharia, matemática e medicina, 
com destaque para a importância da mumificação para o conhecimento do corpo humano. Os egípcios 
acreditavam na vida depois da morte e, por isso, mumificavam os cadáveres, permitindo, dessa forma, o 
desenvolvimento do conhecimento da anatomia humana; além disso, promoveram a escrita hieroglífica, 
baseada em sinais que expressavam ideias. Essa escrita foi decifrada no século XIX pelo arqueólogo 
francês Champollion.
A arte egípcia estava intimamente ligada à religião, servindo de veículo para a difusão dos preceitos 
e das crenças religiosas.
96
Unidade II
Figura 61 – Cobertura do sarcófago de Tutankhamon
Em uma das paredes do túmulo de Tutankhamon, no Egito, há uma expressão na qual o faraó 
encontra Osíris, no “além‑vida”; na verdade, as duas figuras são representações do próprio faraó, já que 
fazia parte da crença egípcia a fé de que, enquanto vivo, o faraó era a personificação do deus Hórus, o 
deus dos viventes; quando morria, era transformado em Osíris, senhor dos mortos.
A arte egípcia era bastante padronizada, não dando margem à criatividade ou à imaginação pessoal; 
a obra deveria revelar um perfeito domínio das técnicas de execução, e não do estilo do artista. Para 
executar as formas na pintura e nos baixos relevos, existiam muitas regras a serem seguidas. Dentre 
elas, a lei da frontalidade – característica da arte egípcia –, que era rigidamente obrigatória. Essa lei 
determinava que o tronco da pessoa fosse desenhado sempre de frente, enquanto suas pernas e seus 
pés eram vistos de perfil.
De acordo com essa convenção, a arte não deveria apresentar uma reprodução naturalista que 
sugerisse ilusão de realidade; diante de uma figura humana retratada frontalmente, o observador não 
poderia confundi‑la com o próprio ser humano, ao contrário, deveria reconhecer claramente que se 
tratava de uma expressão, como destaca Gombrich (1999).
97
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
Figura 62 – Akhenaton ca. 1365 a.C.
 Observação
O faraó era considerado um ser divino, que, ao morrer, voltaria a 
viver com os deuses. Entretanto, para que isso ocorresse, o corpo – 
depositado em pirâmides que se erguiam em direção ao céu – “tinha 
que ser preservado a fim de que a alma pudesse continuar vivendo no 
além”; em volta da câmara funerária, “eram escritos fórmulas mágicas 
e encantamentos para ajudá‑lo em sua jornada para o outro mundo” 
(GOMBRICH, 1999, p. 55).
Segundo Gombrich (1999, p. 67), apenas o rei Amenófis IV, que se intitulou Akhenaton, rompeu com 
muitos dos costumes tradicionais egípcios, instituindo o monoteísmo e permitindo que fosse feito um 
registro de sua imagem em uma cena familiar, em que se vê ele e Nefertiti com três de suas cinco filhas. 
Enquanto as crianças são seguras e acariciadas por seus pais, o deus Aton, localizado no meio da cena, 
lembra que o monoteísmo era a religião oficial durante o período Amarna. Aton é representado como 
um sol em forma de disco, cujos raios terminam em formato de mãos com o símbolo hieroglífico “ankh” 
(vida) para o casal.
O sucessor de Akhenaton foi Tutankhamon, cujo trono se vê nas imagens a seguir. De 
acordo com Gombrich (1999), ainda é possível observar traços do estilo moderno que existia 
no período do seu antecessor, Akhenaton: a representação de uma cena familiar, com a esposa 
98
Unidade II
do faraó colocando suavemente sua mão sobre o ombro dele; a presença do deus Aton, cujos 
raios chegam até o rei e a rainha, além do fato de o faraó ser desenhado com a mesma altura 
de sua esposa, algo raro entre os faraós, que sempre pareciam mais altos do que aqueles que 
estavam ao seu redor.
Figura 63 – Trono de Tutankhamon
Figura 64 – Duas das 130 bengalas encontrada no túmulo de 
Tutankhamon – evidência de que ele tinha uma deficiência física
99
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
Figura 65 – Faraó Tutankhamon e sua esposa. Talha dourada e pintada 
proveniente do trono encontrado em seu túmulo ca. 1350 a. C.
O rei Nectanebo II foi o último rei nativo do Egito. Preso entre o poderio naval dos gregos e o Império 
persa e dependente dos mercenários gregos, ele conseguiu se defender dos persas uma vez, mas, na 
segunda invasão, em 343 a.C., ele foi forçado a fugir, talvez para Núbia. Apesar disso, foi reverenciado 
pelos sucessores helenísticos, particularmente por Alexandre, o Grande, e cultos foram criados para 
louvá‑lo durante o período ptolomaico.
Os amuletos funerários eram feitos sob a forma de deuses que tinham o papel de proteger as 
múmias. Anúbis, o deus com cabeça de chacal, assistia ao processo de embalsamamento. Ele também 
era chamado de “o senhor do solo sagrado”, cujo significado é o protetor da necrópole. Anúbis tinha um 
papel significativo no julgamento dos mortos, ao supervisionar Osíris pesando os seus corações.
O tit ou tiet, amuleto do período que compreende 1550 e 1275 a.C., estava associado à deusa Ísis, 
a grande mágica, esposa de Osíris. Tit era considerado um símbolo potente de proteção na vida após a 
morte; o Livro dos mortos especifica que o tiet devia ser feito em pedra da cor vermelho sangue e devia 
ser colocado no pescoço do morto.
Um rosto luminoso, pintado no calcário do templo mortuário de Hatshepsut em Deir el Bahri, revela 
características que a mulher‑faraó compartilhava com parentes próximos: nariz aquilino, boca larga e 
lábio superior proeminente Arqueólogos afirmam que toda a família era dentuça.
O deus Bes era uma divindade protetora representada por um anão robusto e monstruoso, considerado 
o bobo da corte dos deuses, o senhor do prazer e da alegria. Muitas divindades protetoras eram representadas 
como anões com juba, orelhas e rabo de leão e, frequentemente, usavam um enfeite cheio de plumas na 
cabeça. Nas casas, Bes afastava o mal com música, facas ou com o sinal as, protegendo, principalmente, as 
mulheres e as crianças. Com o passar do tempo, passou a exercer um papel em alguns templos.100
Unidade II
A deusa Taweret era protetora das mulheres grávidas, especialmente durante o nascimento da 
criança. Sua imagem grotesca, que combina atributos do ser humano, do hipopótamo, do crocodilo e 
do leão, pretendia assustar os demônios e outras criaturas mortais.
Os animais eram cultuados no Egito, sobretudo por volta do ano 305 a.C. Esses animais sagrados 
eram mantidos por grupos de sacerdotes e cuidadores. Eles mesmos não eram deuses, mas conduziam as 
pessoas aos deuses. Quando morriam, inúmeros desses animais, pássaros e peixes eram embalsamados 
antes de serem enterrados em catacumbas.
6.2 A coleção de Tutankhamon – joias e ornamentos
Alguns aros foram encontrados em uma das câmaras da tumba de Tutankhamon pelo arqueólogo 
Howard Carter. A função do objeto permanece incerta; para o arqueólogo, seria um “aqal”, palavra árabe 
que designa um tipo de tiara no vestuário árabe. Esses aros eram usados tanto por homens quanto por 
mulheres no antigo Egito, ambos para prender o cabelo e para adornar. Uma autoridade em arte egípcia 
sugeriu que eram braceletes e outra que eram colares.
A concepção do faraó Tutankhamon como um guerreiro e caçador foi uma inovação da 18ª Dinastia, 
e essa imagem foi mantida como uma convenção artística, correspondendo ou não à realidade, no caso 
particular do faraó.
 Lembrete
Durante o reinado do faraó Akhenaton, foi instituído o monoteísmo 
com o culto ao deus Aton.
A cor era sempre usada com cuidado na composição egípcia e, geralmente, tinha um significado 
que não corresponde à forma, como vemos as cores nos dias de hoje. Por exemplo, nesse ornamento de 
peito, o deus Ptah tem seu corpo na cor azul, sua cabeça e a coroa do rei são pretas.
 Observação
O símbolo djed é um dos mais antigos da mitologia egípcia, é 
representado por um pilar formado por hieróglifos, que expressam a 
estabilidade e associado ao deus criador Ptah e a Osíris, deus do além‑vida.
Algumas deusas egípcias, tais como Wadjet, Meretseger, Werethekau e Renenutet, eram 
representadas, às vezes, como serpentes aladas, mas apenas Meretseger parece ter sido mostrada com 
a cabeça humana. Ela era a divindade protetora da necrópole de Tebas (atual Luxor), onde está a tumba 
do faraó Tutankhamon.
Segundo os especialistas em Egito antigo, a representação pictórica do deus‑sol por um escaravelho 
deveu‑se ao fato de os antigos egípcios observarem como o escaravelho enrolava‑se como uma bola 
101
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
no chão, deslocando‑se de um lugar para outro. Para eles, o mesmo poder invisível que permitia esse 
movimento movia o sol, levando‑o a “rolar” diariamente pelo céu. Além disso, esses estudiosos afirmam 
que, para os egípcios, o escaravelho parecia se “autocriar”, quando emergia de uma bola de esterco, 
assim como o deus‑sol, que também se “autocriava”.
O material usado para a maioria dos escaravelhos da coleção de joias de Tutankhamon era o 
lápis‑lazúli, material não encontrado no Egito; a fonte mais próxima corresponde hoje à Badakhshan, 
no nordeste do Afeganistão.
No simbolismo egípcio, o deus‑sol podia ser indicado tanto pelo escaravelho quanto pelo falcão. 
Formas compostas dos dois símbolos são comuns na iconografia egípcia como um modo de indicar que 
as duas concepções separadas se fundaram ao longo do tempo.
O olho de Hórus era um dos retratos da lua, as duas cobras que estão ao lado do olho talvez expressem 
o Alto e o Baixo Egito. Sobre o disco lunar, feito em prata, há duas pequenas figuras em ouro. Thoth (um 
dos primeiros deuses egípcios, que, por ser muito cultuado, tornou‑se o deus‑criador) usa o disco lunar 
e Ra‑Harakhty (Hórus dos dois horizontes) usa o disco solar.
O deus Thoth é representado pelo pássaro íbis em um corpo humano. De acordo com a tradição 
popular de alguns países, essa ave é a última a desaparecer antes de um furacão e a primeira a surgir 
depois de uma tempestade passar.
Peitorais presos a colares e decorados com figuras de divindades e símbolos que eram associados 
com elas foram encontrados em grande proporção entre as joias da tumba de Tutankhamon.
Figura 66 – Imagem do deus Thoth e Hórus
102
Unidade II
No processo de embalsamamento de um corpo, a múmia era envolvida em bandagens seguindo 
um padrão. Amuletos protetores eram dispostos entre as diferentes camadas das bandagens, portanto, 
eram colocados sobre a parte do corpo que os egípcios queriam que fosse protegida e assistida pelo 
poder da magia. Quanto mais bandagens, mais amuletos podiam ser situados diretamente sobre 
qualquer parte do corpo.
As posses pessoais, particularmente as joias, podiam ser incluídas com os amuletos. A múmia de 
Tutankhamon estava envolta por bandagens que continham 143 objetos.
Treze braceletes foram fixados nos antebraços da múmia de Tutankhamon, sete no direito e seis no 
esquerdo. Além desses treze, havia outros braceletes entre as faixas que envolviam a múmia do faraó 
e alguns na própria tumba. O bracelete apresentado na figura estava no antebraço direito, perto do 
cotovelo, e é composto por nove fileiras de ouro, faiança e contas de vidro entre as seis barras (feitas de 
contas de ouro), que dividem a extensão do bracelete e mantêm essas fileiras na posição.
Na parte detrás há a inscrição: “Senhor das duas Terras, imagem de Ra, Nebkheperura, governante 
da ordem, vida dada como Ra para sempre e sempre”.
Um problema que deve ter deixado os egípcios perplexos na Antiguidade era como o sol 
atravessa o céu a cada dia. Nos tempos pré‑históricos, o culto ao Sol tinha sido adotado por um 
número grande de comunidades que se assentaram às margens do rio Nilo, e diferentes ideias 
envolveram as tentativas de explicação para esse fenômeno.
Depois da unificação do reino – um evento que marcou tanto o começo do período histórico 
quanto a fundação da primeira dinastia, por volta do ano 3100 a.C. –, as ideias concebidas pelos 
sacerdotes do culto ao Sol em Heliópolis começaram a ser reconhecidas. Alguns séculos depois, 
essa crença tornou‑se a religião do Estado, no entanto, outros cultos não foram suprimidos, mas 
algumas crenças e concepções foram absorvidas.
A passagem do Sol pelo céu é um desses casos em que diferentes concepções conviveram 
simultaneamente. De acordo com uma delas, o deus‑sol, quando emergia a cada dia do mundo 
subterrâneo, entrava em seu barco “de milhões de anos” e, com sua retina divina, cruzava o céu 
até atingir o horizonte a oeste e reentrar no mundo subterrâneo. Outra explicação referia‑se 
ao mesmo poder desconhecido que permitia que o escaravelho rolasse pelo chão (como já 
foi explicado anteriormente). Havia ainda mais uma explicação: além dos corpos celestiais, 
somente criaturas com asas, que pudessem aguentar seus próprios corpos no ar, poderiam estar 
relacionadas ao deus‑sol.
Um deus‑sol, cultuado em muitos lugares, era Hórus, um nome que significa “altivo, alto”. 
Nos primórdios, pensava‑se que esse deus era um falcão, provavelmente por causa de seu 
hábito de voar bem alto. Quando ele era identificado com Ra, o deus‑sol de Heliópolis, ele se 
tornava um nome composto, Ra‑Harakhty, mas sob a forma de um falcão. É sob essa forma 
que o deus é representado nesse peitoral, em cada uma das garras encontram‑se os símbolos 
para vida e infinito.
103
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
Essa é somente amostra do legado artístico e cultural deixado pela civilização egípcia. Ao 
escrever sobre a importância e a influência da arte desse povo para a cultura ocidental, Gombrich 
afirma que:
[...] existe uma tradição direta, transmitida de mestre a discípulo, e de 
discípulo a admirador ou copista, a qual vincula a arte do nosso tempo, 
cada construção ou cada cartaz, à arte do vale do Nilo de uns cinco mil anos 
atrás. Pois iremos ver que os mestres gregos foram à escola com os egípcios, 
e todos nós somos discípulos dos gregos. Assim, a arte do Egito reveste‑se 
de tremenda importância para nós (GOMBRICH, 1999, p. 55).
 Saiba mais
Há também vários livros em português que podem ser consultados,entre eles:
FEIJÓ, M. C. Antigo Egito: o Novo Império. São Paulo: Ática, 1999.
CARDOSO, C. F. S. Sociedades do antigo oriente próximo. São Paulo: 
Ática, 1990.
QUESNEL, A. O Egito: mitos e lendas. São Paulo: Ática, 1998.
Exemplo de aplicação
As artes mesopotâmicas e egípcias são indissociáveis da religião. Procure na contemporaneidade 
exemplos dessa mútua influência.
 Resumo
As civilizações do Oriente antigo estabeleceram‑se às margens dos rios 
nas regiões em que hoje se localiza o Oriente Médio e nordeste da África.
O Egito e a Mesopotâmia, locais onde surgiram as primeiras civilizações 
e onde viveram os sumérios, babilônios, assírios, entre outros povos, 
possuíam características socioeconômicas e políticas semelhantes. A esse 
conjunto de características denominou‑se modo de produção asiático, 
em que a base econômica era a agricultura. No setor político havia uma 
monarquia teocrática, o setor social era composto por uma sociedade de 
castas e a religião era politeísta.
104
Unidade II
A Mesopotâmia localizava‑se na atual região do Iraque. Sua localização 
favoreceu uma importante civilização agrária, mas, em contraste, sua 
fertilidade gerou sucessivas disputas territoriais, sendo ocupada por 
diversos povos ao longo de milhares de anos. Dentre eles, os sumérios 
foram os primeiros a ocupar o local.
Politicamente, os sumerianos eram independentes entre si. Sua 
hierarquia social contava com um sacerdote auxiliado por anciãos na 
fixação das decisões políticas e, em determinado momento, esse modelo 
é substituído por um modelo mais centralizado, em que há um monarca 
da Cidade‑Estado e um poder político hereditário, no qual se forma 
uma dinastia. Essa civilização desenvolveu a escrita cuneiforme, escrita 
mais primitiva da humanidade que se tem conhecimento e teve grande 
influência em culturas posteriores. Várias obras de arte da Babilônia são 
atribuídas aos sumerianos pelos pesquisadores, esse povo inspirou diversas 
criações artísticas babilônicas. O ponto característico da arte e arquitetura 
sumeriana era o templo torre ou zigurate, uma torre piramidal.
Os assírios ocupavam o norte da Mesopotâmia e tinham por capital a cidade 
de Assur. Aos poucos, aprimoraram técnicas guerreiras e conhecimentos 
bélicos, transformando‑se numa potência militar. O expansionismo não 
tardou e os assírios acabaram por dominar toda a Mesopotâmia, subjugando 
violentamente as populações dominadas. Sua crueldade para com os 
derrotados de guerra ficou famosa e gerava insatisfação e revolta. A resistência 
intensificou‑se após a morte de Assurbanipal, quando o Império Assírio 
entrou em crise e foi dominado pelos caldeus.
Os caldeus transferiram a capital do Império para a Babilônia. Durante 
o reinado de Nabucodonosor, os hebreus foram submetidos ao cativeiro 
e conduzidos à Babilônia, sendo libertados anos mais tarde, quando os 
persas, liderados por Ciro I, dominaram a Mesopotâmia.
A cidade de Babilônia, no rio Eufrates, é mencionada em documentos 
datados do fim do terceiro milênio a.C., e os invasores amoritas fizeram dela 
a capital de seu Império. O local tornou‑se proeminente e era a cidade real 
do rei Hamurábi (governou por volta de 1790‑1759 a.C.), que administrava 
seu poder sob um rígido código de leis orais e escritas.
A Pérsia foi povoada originalmente por tribos indo‑europeias. Os persas 
tornaram‑se famosos por sua habilidade guerreira, que lhes garantiu a 
formação de um extenso e poderoso império militar. Eles souberam respeitar 
tradições, crenças e valores das populações dominadas, minimizando os 
atritos e conseguindo sustentar sua dominação por mais tempo. A cultura 
persa pode ser caracterizada por seu ecletismo: o contato com vários 
105
ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
povos levou‑a a assimilar diferentes elementos culturais. Vale destacar, no 
entanto, a original religião persa, fundada no dualismo, pois acreditava 
em dois deuses: o Ahura‑Mazda, deus do bem, da luz, do reino espiritual, 
e Arimã, o deus do mal e das trevas. Esses deuses viviam em luta para 
arrebatar as almas. A religião persa é atribuída a Zaratrusta ou Zoroastro e, 
por isso, é também conhecida como zoroastrismo.
O Egito antigo localizava‑se no nordeste da África e foi uma das 
mais importantes civilizações submetidas ao modo de produção asiático. 
Localizado em uma região de clima árido, a sobrevivência do Egito 
sujeitava‑se ao rio Nilo. A prática agrícola dependia do regime de cheias 
do rio: na época das chuvas, a água transbordava, irrigando as margens e 
nelas depositando húmus, que fertilizava o solo. Nessa faixa de terra, era 
possível praticar uma agricultura farta, favorecida pela existência de canais 
de irrigação e depósitos de água. Dentre os principais legados egípcios, 
destacam‑se: na arquitetura, as pirâmides de Gizé e os templos de Luxor 
e Karnac; nas ciências, o desenvolvimento da astronomia, engenharia, 
matemática, medicina. Vale destacar a importância da mumificação para o 
conhecimento do corpo humano. Os egípcios acreditavam na vida depois 
da morte e, por isso, mumificavam os cadáveres, permitindo, dessa forma, 
a compreensão da anatomia humana. Além disso, promoveram a escrita 
hieroglífica, baseada em sinais que expressavam ideias. A arte egípcia 
estava intimamente ligada à religião, servindo de veículo para a difusão 
dos preceitos e das crenças religiosas.
As civilizações mesopotâmicas contribuíram para o desenvolvimento 
do conhecimento científico, manifestado pela astronomia e astrologia, 
matemática e medicina, arquitetura e literatura. Essas civilizações do 
Oriente antigo deixaram legados culturais inestimáveis que nos fascinam 
até os dias atuais.
 Exercícios
Questão 1. Leia o texto e as afirmativas a seguir:
Civilizações hidráulicas: Mesopotâmia
Érica Turci
As primeiras civilizações que surgiram na História se localizavam no Oriente Próximo (Oriente Médio 
e litoral do Mediterrâneo Oriental), pois ali, em meio a terras áridas e extensos desertos, era possível 
encontrar áreas extremamente férteis, especialmente às margens de grandes rios, como o Nilo, o Tigre, 
o Eufrates e o Jordão.
106
Unidade II
Ainda na Pré‑História, diversas tribos migraram para essas regiões em busca de melhores condições 
de vida. Com o passar dos séculos, a agricultura foi se aperfeiçoando e se fez indispensável à construção 
de obras de irrigação (canais, valas, diques, muros de contenção) que pudessem ampliar a possibilidade 
de produção de alimentos.
Decorre daí a necessidade da formação de Estados centralizadores, até mesmo militarizados, capazes 
de organizar os homens, a fim de submetê‑los ao trabalho tanto nas obras de irrigação quanto na 
lavoura, garantindo a sobrevivência de todos e o poder de uma elite política senhora das terras. Por 
isso, esses povos receberam a denominação de civilizações hidráulicas, já que toda sua organização 
sociopolítica tinha como foco o controle das águas e da produtividade agrícola.
Dentre as civilizações hidráulicas, podemos destacar: o Egito, a Palestina e a Mesopotâmia.
Mesopotâmia
Entre os rios Tigre e Eufrates, que nascem nas montanhas da Armênia e desembocam no Golfo 
Pérsico (formando o Chat al‑Arab), surgiu uma das mais grandiosas civilizações da Antiguidade oriental: 
a Mesopotâmia, cujo território praticamente coincide com o do atual Iraque. Apesar de incorporar povos 
diversos e, também por isso, formas de organização política muito diferentes, toda região ficou assim 
chamada a partir das descrições de Heródoto, um grego que viajou por aquelas terras no século V a.C. 
Mesopotâmia significa, em grego, terra “entre rios” (meso + potamos).
Por volta de 6500 a.C., iniciou‑se a ocupação dos vales dos rios Tigre e Eufrates. As primeiras aldeias 
se formaram ao norte (Alta Mesopotâmia), já que ali a agricultura era mais fácil, pois não sofria com as 
inundações, muitas vezes violentas, dos dois rios. A parte do sul do território (Baixa Mesopotâmia) só foi 
povoada quando as técnicas de irrigação já tinham sido desenvolvidaspelos povos que ali habitavam, 
como os sumérios, os acádios e os caldeus.
Ao mesmo tempo que as obras de irrigação eram construídas para controlar a força das águas 
dos rios, cidades foram sendo criadas. Os primeiros centros urbanos registrados na História se 
encontram na Baixa Mesopotâmia: Lagash, Ur, Eridu e Uruk surgiram por volta do 4º milênio a.C., 
fundadas pelos sumérios.
Atribui‑se também aos sumérios a criação da escrita cuneiforme, uma das mais antigas formas que 
conhecemos. Sua utilização demonstra a complexidade que a sociedade mesopotâmica estava atingindo. 
O comércio e a contabilidade de bens foram os primeiros registros que a escrita cuneiforme anotou.
Fonte: Turci (2008).
I – As civilizações hidráulicas são estados centralizadores que submetem os homens ao trabalho nas 
obras de irrigação e na lavoura.
II – A Baixa Mesopotâmia foi povoada quando as técnicas de irrigação já tinham sido desenvolvidas 
pelos seus habitantes. Na Alta Mesopotâmia, a agricultura era propícia, pois a região não inundava.
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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
III – Nas civilizações hidráulicas, a agricultura tem relevância. Houve aperfeiçoamento da agricultura 
com a construção de obras de irrigação, por exemplo, canais, valas e diques e muros de contenção.
Está correto o que se afirma em:
A) II e III, apenas.
B) I, II e III.
C) I e II, apenas.
D) III, apenas.
E) I e III, apenas.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: os trabalhos com irrigação e lavoura garantiram a sobrevivência de todos e o poder de uma 
elite política senhora das terras. Por isso, esses povos receberam a denominação de civilizações hidráulicas.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: de acordo com o texto, na Alta Mesopotâmia, a agricultura era mais fácil, propiciando 
o surgimento das primeiras aldeias. Na Baixa Mesopotâmia, os sumérios, os acádios e os caldeus 
desenvolveram técnicas de irrigação.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: o desenvolvimento da agricultura é uma das características das civilizações hidráulicas.
Questão 2. Leia o texto a seguir:
Arte aquemênida
Joalsemar Araújo
Os aquemênidas tomaram as formas de arte e as tradições culturais e religiosas de muitos dos antigos 
povos do Oriente Médio e combinou‑as em uma forma peculiar. Pessoas das mais variadas nações foram 
empregadas com suas habilidades e tradições culturais específicas nas construções dos monumentos 
e palácios dos aquemênidas. Materiais e artistas foram transportados de todos os cantos do Império, e 
assim gostos, estilos e motivos se misturaram em uma arte e arquitetura eclética que se espelhou pelo 
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Unidade II
Império Persa e o entendimento dos aquemênidas era de que era assim que seu Império devia funcionar. 
Tal empreendimento se tornou marcante e de certo modo original no mundo antigo. Da construção 
do palácio em Susa, por Dario I, registra‑se que: “madeira yaka foi trazida de Gandara e da Carmânia. 
O ouro foi transferido de Sárdis e da Báctria, pedras preciosas como o lápis‑lazúli e a cornalina foram 
trazidas de Sogdiana. A turquesa da Corásmia, a prata e o ébano do Egito, os ornamentos da Jônia, o 
marfim da Etiópia, do Sind e da Aracósia. Os canteiros que talhavam a pedra eram da Jônia e de Sárdis. 
Os ourives eram medos e egípcios. Os homens que apuraram a madeira eram de Sárdis e do Egito. Os 
homens que trabalharam os tijolos eram babilônios. Os homens que decoraram as paredes eram medos 
e egípcios.” Esse tipo de arte estatal estava numa escala de internacionalização que o mundo não havia 
visto antes. Materiais e artistas eram trazidos de todo o Império, e assim os matizes e estilos acabaram 
por se misturar numa forma de arte e arquitetura eclética, que, por sua vez, se difundiu para o resto do 
Império Aquemênida.
Fonte: Araújo (2013).
Sobre a arte aquemênida, de acordo com o texto, é possível dizer que ela é:
A) Aiversificada.
B) Homogênea.
C) Elitista.
D) Utilitária.
E) Renascentista.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: de acordo com o texto, a arte e a arquitetura Aquemênidas são ecléticas.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a arte Aquemênida é feita de materiais diversos pelos antigos povos do Oriente Médio.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há, no texto, nenhuma referência à característica elitista da arte Aquemênida.
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ARTES VISUAIS NA HISTÓRIA ANTIGA
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há, no texto, nenhuma referência à característica utilitária da arte Aquemênida.
E – Alternativa incorreta.
Justificativa: o Império Aquemênida, historicamente, compreende‑se de 550 a 330 a.C. O Renascimento 
é o período entre o final do século XIV e o final do século XVII.

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