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Administracao_da_Producao_e_Servicos_Aula_6

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ADMINISTRAÇÃO DA 
PRODUÇÃO E SERVIÇOS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Mary Silva 
 
0 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vamos estudar os sistemas de produção, de que modo as 
organizações produzem, além dos diferentes tipos de sistemas de produção: sob 
encomenda, em lotes e contínua. Em seguida, vamos estudar a modernização dos 
sistemas de produção, ou seja, o que já temos em termos de sistemas de produção e 
as novas tendências tecnológicas que trarão mudanças na produção das 
organizações. Depois, dando sequência no assunto, vamos conhecer o que é e como 
funciona a indústria 4.0. Veremos que a base tecnológica da indústria 4.0 é formada 
por sistemas cibernéticos, internet das coisas e big data. Por último, vamos estudar 
com mais detalhes a internet das coisas, pois ela já faz parte da nossa vida e cada 
vez mais se torna presente, mesmo que não percebamos. Também falaremos sobre 
big data, que está relacionado ao gigantesco volume de dados (estruturados e não 
estruturados) que, de alguma forma, impactam nos negócios e nas organizações. 
O principal objetivo desta aula é entender os diversos tipos de sistemas de 
produção e sua relação com as novas tecnologias. Desse modo, tem como objetivos 
específicos orientar os estudantes da disciplina para que tenham condições de: 
 escolher o sistema mais adequado para a produção da empresa em que atuam 
ou vão atuar; 
 adaptarem-se e orientarem os funcionários que futuramente estiverem sob seu 
comando sobre os modernos sistemas de produção. 
TEMA 1 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
Vamos focar a produção (não a empresa) como um sistema funcionando. Cada 
organização escolhe um determinado sistema de produção para executar suas 
operações ou produzir seus produtos da melhor forma possível, para garantir 
eficiência e eficácia. Chiavenato (2014, p. 70) define sistema de produção: 
O sistema de produção é a maneira pela qual a empresa organiza seus 
órgãos e realiza suas operações de produção, adotando uma 
interdependência lógica entre todas as etapas do processo produtivo, desde 
o momento em que os materiais e as matérias primas saem do almoxarifado 
até chegar ao depósito como produto acabado. 
A Figura 1 mostra como é essa interdependência no sistema de produção. 
 
1 
 
Figura 1 – Interdependência do almoxarifado, da produção e do depósito no sistema 
de produção 
 
Fonte: Chiavenato, 2014, p. 71. 
Chiavenato (2014, p. 70) explica que, para que o sistema funcione, “as entradas 
e os insumos que vêm dos fornecedores ingressam na empresa por meio do 
almoxarifado de materiais e matérias-primas”, onde são estocados até serem usados 
na produção. A produção vai processar e transformar “os materiais e matérias-primas 
em produtos acabados para serem estocados no depósito até a sua entrega aos 
clientes e consumidores”. Assim, fica clara a interdependência entre almoxarifado, 
produção e depósito. Se houver alguma alteração em um deles, causará interferências 
sobre os outros, pois cada um corresponde a um subsistema do sistema de produção, 
estando os três intimamente ligados, inter-relacionados e interdependentes. Eles 
devem trabalhar de modo coordenado, balanceado, ajustado e perfeitamente 
integrado. 
No entanto, não podemos deixar de comentar que em administração de 
produção temos o seguinte princípio: “tudo o que está parado e inerte não produz 
valor”. Ou seja, materiais, matérias-primas e produtos acabados devem ficar em 
estoque ou parados somente o tempo que for necessário. Hoje, muitas empresas 
estão tentando reduzir ou até mesmo eliminar a função do almoxarifado e do depósito 
de produtos acabados. Isso pode ocorrer se os fornecedores e distribuidores tomarem 
parte nos processos de produção, participando ativamente deles (Chiavenato, 2014, 
p. 71). 
Para Chiavenato (2014, p.72), temos tipos diferentes de sistemas de produção. 
São eles: sob encomenda, em lotes e contínua. 
 
2 
 
1.1 Sistema de produção sob encomenda 
De acordo com Chiavenato (2014, p. 72), esse sistema é utilizado por empresas 
que produzem apenas depois de formalizado o pedido ou a encomenda dos produtos. 
Somente depois de realizado o contrato a empresa planeja e produz o solicitado. 
Primeiramente, a empresa disponibiliza seus produtos ou serviços ao mercado. Ao 
receber o pedido ou o contrato solicitando a produção, ela se prepara para a produção. 
Nesse momento, “o plano é oferecido para a cotação do cliente – como o orçamento 
preliminar ou a cotação para a concorrência pública ou particular” – passando a ser 
usado no planejamento do trabalho que atenderá ao cliente. Isso ocorre quando se 
encomenda a construção de uma fábrica, de uma hidrelétrica, de uma rodovia, de 
aviões especiais, de navios de grande porte, entre outros similares. 
Conforme Chiavenato (2014, p.73), o planejamento do sistema de produção 
sob encomenda envolve três aspectos: 
1. Relação das matérias-primas necessárias: lista de todos os materiais 
e matérias-primas necessários para executar o trabalho encomendado. 
2. Relação da mão de obra especializada: relação completa do trabalho 
a ser realizado, dividido em número de horas para cada funcionário 
especializado. 
3. Processo de produção: plano detalhado da sequência cronológica, 
indicando cada tipo de mão de obra ou cada tipo de máquina deve trabalhar 
e quando cada tipo de material ou matéria-prima deve estar disponível para 
ser utilizado no trabalho. 
Desse modo, Chiavenato (2014, p. 73) explica que quando a produção é 
realizada por pequenas quantidades ou unidades, temos um sistema de produção sob 
encomenda, em que o produto vai sendo modificado no decorrer da execução do 
trabalho. Nesse caso, “o processo de produção é pouco padronizado e pouco 
automatizado. Os operários utilizam uma variedade de ferramentas e instrumentos. A 
produção envolve operação de mão de obra intensiva, isto é, muita mão de obra e 
muita atividade artesanal”. 
O Quadro 1 apresenta características e respectivos exemplos do sistema de 
produção sob encomenda. 
Quadro 1 – Características do sistema de produção sob encomenda 
Característica Exemplo 
Cada produto é único e específico Navios, edifícios, fábricas 
 
3 
 
Cada produto exige uma variedade de 
máquinas e equipamentos, dispositivos de 
transporte, oficina-base 
Na construção de navios, a oficina-base é o 
pátio de construção 
Na construção civil é o canteiro de obras 
Cada produto exige uma variedade de operários 
especializados 
Eletricistas, soldadores, carpinteiros, 
marceneiros, encanadores etc., que nem 
sempre tem serviço constante 
Cada produto tem uma data definida de entrega Prazos acordados com o cliente 
É difícil fazer previsões de produção Cada produto exige um plano de produção 
específico 
Requer administradores e especialistas 
altamente competentes 
Supervisores de oficina-base capazes de 
assumir as atividades de cada contrato, como 
planejamento da produção, da mão de obra e 
dos custos 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2014, p. 73-74. 
Assim, é importante ressaltar que “o sucesso da produção sob encomenda 
depende da habilidade do administrador ou especialista encarregado de cada contrato 
ou encomenda” (Chiavenato, 2014, p. 74). 
1.2 Sistema de produção em lotes 
De acordo com Chiavenato (2014, p. 74-75), o sistema de produção em lotes 
ocorre nas “empresas que produzem uma quantidade limitada de um tipo de produto 
de cada vez”, que chamamos de lote de produção. Cada lote de produção é calculado 
no sentido de “atender a um determinado volume de vendas previsto para um 
determinado período”. Ao terminar um lote de produção, inicia-se imediatamente outro 
lote, e assim sucessivamente. Cada lote deve ter uma identificação, que pode ser 
número ou código. Cada lote tem um plano de produção específico feito antes do 
recebimento do pedido do cliente. Esse sistema é utilizado em indústrias de 
eletrodomésticos, cerâmica, têxteis, brinquedos, motores elétricos etc.Nesse sistema, os operários, geralmente, trabalham “em linhas de montagem 
ou operando máquinas que podem desempenhar uma ou mais operações sobre o 
produto”, como ocorre na produção com máquinas operadas manualmente e linhas 
de montagem padronizadas. 
O Quadro 2 apresenta as características do sistema de produção em lotes. 
Quadro 2 – Características do sistema de produção em lotes 
Características Exemplos 
A fábrica é capaz de produzir bens com 
diferentes características 
Indústria têxtil – produz tecidos variados com 
diferentes padronagens e características. Cada 
tipo de tecido é produzido em um lote de 
produção. 
 
4 
 
As máquinas são agrupadas em baterias do 
mesmo tipo. O trabalho passa de uma bateria 
para outra em lotes de produção intermitente 
Cada bateria de máquinas é um departamento 
ou seção ou célula. 
 
Em cada lote de produção as máquinas e 
ferramentas devem ser modificadas 
Adaptadas e arranjadas para atender aos 
diferentes produtos 
Permite uma utilização regular e plana da mão 
de obra 
Não há grandes picos de produção 
Exige grandes áreas de estocagem Tanto para produtos acabados como para 
materiais em processamento ou em vias de 
serem processados 
É necessário um plano de produção bem feito e 
que possa integrar novos lotes de produção à 
medida que outros sejam completados 
O plano de produção deve ser constantemente 
replanejado e atualizado 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2014, p. 75-76. 
O sucesso do sistema de produção em lotes depende de um plano de produção 
bem elaborado e bem executado. 
1.3 Sistema de produção contínua 
Para Chiavenato (2014, p. 76), “o sistema de produção contínua é utilizado por 
empresas que produzem determinado produto, sem modificações, por um longo 
período. O ritmo de produção é acelerado e as operações são executadas sem 
interrupção ou mudança”. Ocorre quando, mesmo com o passar do tempo, é 
produzido o mesmo produto, não havendo necessidade de mudanças no processo 
produtivo, mesmo que vá sendo aperfeiçoado continuamente. Por exemplo, indústrias 
de papel e celulose, cimento, detergentes. 
O Quadro 3 apresenta as características do sistema de produção contínua. 
Quadro 3 – Características do sistema de produção contínua 
O produto é mantido em produção por longo período sem modificações. 
A produção contínua facilita o planejamento detalhado de matéria-prima na quantidade suficiente e 
no tempo certo. 
Exige máquinas e ferramentas altamente especializadas e dispostas em formação linear e 
sequencial para a produção de cada componente do produto final 
Alto grau de padronização de máquinas, ferramentas, materiais, métodos e processos 
Programável por longos períodos, permitindo a divisão de operações de montagem com a 
quantidade exata de trabalho para cada operário, com base no tempo padrão e ciclo de produção 
Proporciona economia nos custos de produção por produzir em grandes quantidades 
Facilita ações corretivas para solucionar rapidamente quaisquer problemas de paralisação no 
processo produtivo. 
Facilita a verificação diária do rendimento de produção em todos os pontos do processo 
Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2014, p. 76-77. 
 
5 
 
O sistema de produção contínua terá sucesso se tiver um planejamento 
detalhado de tudo o que é necessário antes de iniciar a produção de um novo produto. 
TEMA 2 – MODERNIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
Quando uma organização define e caracteriza o que pretende produzir, em 
termo de bens ou serviços, precisa planejar e desenhar o sistema de produção mais 
adequado. O sistema deve ser perfeitamente apropriado ao que será produzido, o que 
é fundamental para o sucesso da produção. 
Nas últimas décadas, os sistemas de produção estão sendo impulsionados 
como nunca poderiam imaginar os administradores do passado. Isso por causa da 
tecnologia da informação e de computadores com tecnologia avançada, o que conduz 
a administração da produção a desenvolver nos conceitos, tais como células de 
produção, CAD/CAM, MRP, competição baseada no tempo, intercâmbio eletrônico de 
dados, foco em serviços e consórcio modular. 
2.1 Células de produção 
Conforme Chiavenato (2014, p. 88), hoje, no ambiente de produção, o trabalho 
está se configurando em uma atividade conjunta, solidária e coordenada, não mais 
aquele trabalho solitário e individual do passado. Isso é possível por causa do trabalho 
em equipe. O conceito de células de produção surgiu na década de 1970, na Volvo. 
A manufatura se baseia em estações de trabalho (workstations) dispostas em 
forma de U para permitir maior velocidade de produção. Cada estação de 
trabalho é encarregada de executar uma operação inteira e cada equipe é 
constituída de pessoas polivalentes e multifuncionais que participam de todo 
o processo (Chiavenato, 2014, p. 88). 
Nesse caso, não há mais a necessidade de especialização individual em 
determinada atividade, todos na célula são encarregados de planejar, controlar e 
produzir com qualidade. 
2.2 CAD/CAM 
De acordo com Chiavenato (2014, p. 88), CAD/CAM são tecnologias de 
informação aplicadas na produção e operações: 
 CAD – Computer-Aided Design – usado para desenhar e projetar produtos. 
 
6 
 
 CAM – Computer-Aided Manufacturing – usado para planejar, executar e 
controlar as operações. 
O CAD e CAM juntos formam o MIC (Manufatura Integrada por Computador). 
2.3 MRP 
MRP – Manufacturing Resources Planning – significa planejamento dos 
recursos de manufatura. Trata-se de um sistema de planejamento e controle da 
produção realizado por computador. Também é chamado de MRP II para se 
diferenciar do MRP (Material Requirement Planning), usado para planejamento de 
materiais. EsSas novas tecnologias de produção informatizadas estão favorecendo 
sistemas flexíveis de produção baseados em tempo real, proporcionando mecanismos 
rápidos para tomada de decisão por meio de sistemas de apoio e suporte de decisão. 
No caso, as pessoas precisam ser melhor qualificadas e capacitadas para trabalhar 
com dados. De acordo com Chiavenato (2014, p. 89), “o MRP utiliza softwares 
sofisticados e apoia-se em um plano de abastecimento externo e interno de materiais 
a partir de uma visão estática e pouco mutável da fábrica”. Por isso, é recomendado 
para ambientes de produção sob encomenda ou em pequenos lotes, ou seja, 
produção não repetitiva. 
O MRP II possui um plano-mestre para estoques de materiais e componentes, 
disponibilidade de equipamentos que geram ordens de compras e ordens de 
produção, além de restrições de pessoal. 
2.4 Competição baseada no tempo 
No mundo dos negócios, tempo é dinheiro. Por isso, hoje, além de concorrerem 
em razão do preço e da qualidade, bens e serviços também entram na corrida contra 
o tempo: a rapidez de resposta. Chiavenato (2014, p. 89) explica: 
A TBC (time-based competition) estende os princípios do JIT a cada faceta 
do ciclo de produção de um produto, desde o início da pesquisa e 
desenvolvimento (P&D), passando pela manufatura ou operações e 
chegando ao mercado e distribuição, envolvendo também a logística. A TBC 
considera duas forças impulsionadoras: a aplicação do JIT por meio do ciclo 
de expedição do produto, e a eficácia que depende da proximidade com o 
cliente (conhecimento do cliente e habilidade em usar esse conhecimento 
para responder às demandas do cliente). 
 
7 
 
O uso da tecnologia e uma boa administração da produção e operações 
contribuem para a concorrência baseada no tempo, encurtando-o drasticamente. 
2.5 Intercâmbio eletrônico de dados 
EDI (Electronic Data Interchange) são processos que enviam pedidos 
automaticamente, orientam e monitoram todo o processo produtivo de acordo com os 
pedidos dos clientes. Chiavenato (2014, p. 90) cita o exemplo da Federal Express 
(FedEx), que criou “o conceito de expedição noturna de malotes e encomendas”, no 
qual em todas as áreas da organização (vendas, marketing, engenharia, compras, 
serviços, manufaturae P&D) são formadas equipes de produto. “As pessoas de cada 
equipe podem ou não trabalhar em um só local, mas sua constante interação virtual 
agiliza o desenvolvimento de produtos, melhora a qualidade e reduz custos”. Isso 
significa que equipes assim, sendo bem coordenadas eletronicamente, podem 
conquistar resultados melhores em todas as áreas, facilitar a produção e operações, 
além de melhorar a qualidade. 
2.6 Foco em serviços 
Foco em serviços também é conhecido como usina de serviços ou fábrica de 
serviços. De acordo com Chiavenato (2014, p. 90), “representa uma tendência no 
sentido de competir não somente com base nos produtos, mas também com base nos 
serviços relacionados com os produtos”. Muitas organizações industriais hoje estão 
investindo em serviços de suporte a seus produtos no mercado, tais como serviços de 
instalação, assistência técnica, pós-venda e até mesmo de manutenção em alguns 
casos. É uma forma que encontraram para atrair, satisfazer e reter clientes. 
2.7 Consórcio modular 
Para Chiavenato (2014, p. 90), “consórcio modular é o sistema aberto de 
produção que permite que fornecedores e parceiros trabalhem dentro da planta e no 
interior do próprio processo produtivo em seus respectivos módulos de maneira 
integrada”. É uma expansão do conceito de condomínio industrial, no qual 
fornecedores estão instalados dentro da fábrica ou bem próximos, facilitando a 
integração na cadeia logística. No consórcio modular, o fornecedor atua como parceiro 
 
8 
 
no sentido de reduzir custos, além de aumentar a produtividade e a eficiência, 
tornando o sistema produtivo mais flexível. 
TEMA 3 – IMPACTO DA TECNOLOGIA NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
Chiavenato (2014, p. 96) explica que diversas tecnologias podem ser utilizadas 
pelas empresas para produzir bens ou serviços. Tecnologia seria “um conjunto 
ordenado de conhecimentos – sejam empíricos ou científicos – resultantes de 
experiências e observações acumuladas e registradas por meios escritos ou verbais”. 
A tecnologia corresponde ao conjunto de conhecimentos (know-how, saber fazer) e 
ao conjunto de manifestações físicas dos conhecimentos (coisas que já foram feitas: 
equipamentos, máquinas, instalações). Por meio da tecnologia, podemos desenvolver 
novas técnicas para transformar insumos em resultados, tais como bens e/ou 
serviços. O desenvolvimento gradativo da tecnologia ocorreu na história da 
humanidade a partir das necessidades humanas de obter alimento e segurança e, em 
seguida, conforme podemos observar a partir da Revolução Industrial, da necessidade 
de produzir mais com menos. 
A história da humanidade já passou por três revoluções industriais. Agora 
estamos vivendo uma quarta revolução industrial. Todas elas aconteceram, cada qual 
em seu contexto local e temporal, como decorrência da tecnologia, do seguinte modo: 
 Primeira Revolução Industrial (1760-1840): foi quando a Inglaterra 
desenvolveu a máquina a vapor, que deu impulso ao início da industrialização, 
representada pela indústria têxtil e as ferrovias. A maquinofatura veio para 
substituir a manufatura, ou seja, a produção artesanal foi deixada de lado 
quando as máquinas se mostraram capazes de aumentar a produtividade. A 
máquina a vapor foi inventada pelo inglês Thomas Newcomen, sendo 
aperfeiçoada e patenteada, em 1765, pelo mecânico escocês James Watt. Foi 
o início da mecanização nas indústrias. A primeira locomotiva a vapor do 
mundo foi construída em 1804 pelo engenheiro inglês Richard Trevithick, que 
puxava cinco vagões contendo 10 toneladas de carga e 70 passageiros, na 
velocidade de 8 quilômetros por hora. Os trilhos eram de ferro fundido. Em 
1814, o mecânico inglês George Stephenson (conhecido como o pai das 
ferrovias) construiu uma locomotiva chamada Blucher, para transportar 
 
9 
 
materiais das minas. Puxava até trinta toneladas e a velocidade era de 6 
quilômetros por hora. 
 Segunda Revolução Industrial (1806 a 1945): foi uma época de progresso 
nas indústrias: química, de petróleo, elétrica e de aço, possibilitando outras 
invenções como a prensa móvel, o navio a vapor, o telefone, a energia elétrica, 
o automóvel e a produção em massa. Foi em 1906 que o primeiro avião, o 14-
bis, criado pelo brasileiro Santos Dumont, decolou com sucesso. 
 Terceira Revolução Industrial (1950 a 2000): foi o período após a segunda 
guerra mundial. Uma época de transformações intensas nos meios de 
produção, de rapidez no desenvolvimento de tecnologias e ciências da 
computação que modificaram tanto as economias do mudo todo como a 
indústria e a sociedade. Destaca-se nesse período o surgimento e avanço da 
internet. 
 Quarta Revolução Industrial (hoje): em 2011, os alemães criaram o conceito 
de indústria 4.0, referente às fábricas inteligentes, que são capazes de 
converter inovações tecnológicas em sistemas automatizados, controle e 
tecnologia da informação aprimorando os processos de manufatura. 
Durante esse período que abrange a segunda e a terceira revolução industrial, 
diferentes tipos de sistemas de produção foram aparecendo, de acordo com as 
necessidades de cada momento histórico, tais como o taylorismo, fordismo, toyotismo 
e volvismo. 
 Taylorismo: na Aula 1 desta disciplina, estudamos sobre Frederick Winslow 
Taylor. Seu principal objetivo era estimular a produção industrial. Ele propôs a 
especialização das tarefas, o monitoramento do tempo para a realização das 
operações e incentivos aos trabalhadores que produziam mais. 
 Fordismo: representado por Henry Ford, a partir de 1920. Na indústria 
automobilística Ford, ele propôs a especialização da função e implantou 
esteiras para a linha de montagem. Seu objetivo era diminuir o tempo de 
produção, diminuir custos, aumentar a produtividade e produzir em massa. 
 Toyotismo: é um sistema de produção que foi criado no Japão, em 1970, na 
fábrica da Toyota, fundamentado na tecnologia da informação e na robótica. O 
trabalhador não se limita a uma única tarefa, realizando diversas atividades. 
 
10 
 
Dentro desse sistema destaca-se o just-in-time (produzir, transportar e comprar 
somente na hora certa). 
 Volvismo: implantado na Suécia, por volta de 1970, na fábrica da Volvo, utiliza 
muitos conceitos do Toyotismo, tais como produção enxuta e sob demanda. 
Esse sistema é focado na automação, no desenvolvimento, treinamento e 
aperfeiçoamento do trabalhador. Há preocupação com a saúde física e mental 
do trabalhador, valorização da criatividade e do trabalho em equipe. 
3.1 Diferentes tecnologias 
Chiavenato (2014, p. 104) explica que o gestor precisa conhecer em 
profundidade a tecnologia utilizada em sua empresa. Há empresas que utilizam 
tecnologias sofisticadas, tais como refinarias de petróleo, indústrias siderúrgicas, 
indústrias químicas ou petroquímicas, as quais necessitam de profissionais 
especializados em mecânica, engenharia ou química para darem conta da produção, 
além de utilizarem hardware ou software operacional. 
Há diversas classificações para a tecnologia. De acordo com Chiavenato (2014, 
p. 101-102), as tecnologias podem ser classificadas quanto à sua versatilidade em 
fixa e flexível, conforme verificamos no Quadro 4. 
Quadro 4 – Tipos de tecnologia quanto à sua versatilidade 
Tecnologia Como funciona Exemplo 
 
 
 
Fixa 
Criada para um único e determinado 
objetivo. Ela não permite utilização em 
outros produtos/serviços diferentes porque 
foi desenvolvida apenas para uma 
atividade específica. A empresa que 
emprega tecnologia fixa e imutável é 
obrigada a escolher ou adaptar os 
produtos/serviços adequados à tecnologia 
que dispõe. Geralmente confina a produção 
a um único e específico produto/serviço 
Indústrias automobilísticas empregam 
tecnologia fixa cuja modificação exige 
elevados investimentos, quando se 
trata de novos modelos de carros. 
Indústrias de cimento, serviços de 
processamento de dados e a grande 
maioria dasindústrias químicas e 
petroquímicas (não podem mudar o 
produto porque a tecnologia não 
permite) 
 
 
 
Flexível 
Pode ser utilizada para diversas 
finalidades. Ocorre na medida em que 
máquinas, equipamentos, matérias primas, 
conhecimentos, habilidades e 
competências podem ser aplicados ou 
adaptados para a produção de tipos 
diferentes de produtos/serviços. 
Permite adaptabilidade e flexibilidade 
necessárias para que a empresa possa 
Oficinas e grande parte das linhas de 
montagem que podem ser facilmente 
adaptadas para a produção de 
diferentes produtos/serviços 
 
11 
 
optar por uma variedade de 
produtos/serviços. 
Fonte: Adaptado de Chiavenato,2014, p. 101-102. 
Há, ainda, muitas outras formas de classificação de tecnologias, as quais não 
necessitam de explicação neste momento, pois dizem respeito a outra temática deste 
curso. 
TEMA 4 – INDÚSTRIA 4.0 
O conceito de indústria 4.0 surgiu na Alemanha e também é chamado de Smart 
Factory ou Fábricas Inteligentes. Trata-se de novas estratégias que combinam 
tecnologia e meios de produção. É uma nova configuração dos processos industriais, 
a indústria do futuro. 
De acordo com FOCCOERP (2017): 
O fundamento básico da indústria 4.0 mostra que as fábricas que conectam 
máquinas e sistemas tem capacidade e autonomia para agendar 
manutenções, prever falhas em processos e se adaptar a mudanças 
inesperadas que ocorrem nas etapas de produção. De acordo com o 
conceito, as máquinas não são apenas integradas, mas também possuem 
capacidade para decidir e adequar processos quando necessário. A visão por 
trás da indústria 4.0 é tornar inteligente e independente cada parte da linha 
de produção, pois utiliza-se da união de sistemas físicos e informáticos para 
analisar um grande volume de dados e possibilitar às máquinas um processo 
de aprendizagem. 
A base tecnológica da indústria 4.0 é formada por sistemas cibernéticos, 
internet das coisas e big data. Essas três tecnologias, quando associadas, tornam as 
etapas de produção mais eficientes e autônomas. 
Conforme FOCCOERP (2017), hoje estamos vivendo a quarta revolução 
industrial, o período das fábricas inteligentes, em que presenciaremos muitas 
mudanças nos meios de produção, provocando impactos nos diversos setores do 
mercado. As mudanças nos sistemas produtivos que impulsionam a indústria 4.0 são: 
 “avanço exponencial da capacidade dos computadores; 
 imensa quantidade de informação digitalizada; 
 novas estratégias de inovação (pessoas, pesquisa e tecnologia)”. 
A indústria 4.0 representa uma evolução dos sistemas de produção e, assim, 
traz alguns benefícios para as indústrias, tais como: 
 
12 
 
 redução de erros; 
 mais segurança; 
 economia de energia; 
 fim do desperdício; 
 redução de custos; 
 transparência nos negócios. 
FOCCOERP (2017) aponta que os avanços tecnológicos, desde primórdios do 
ano 2000, fizeram com que a indústria 4.0 se tornasse realidade, e também 
tecnologias em desenvolvimento nas áreas de engenharia e tecnologia de informação, 
tais como robôs automatizados, manufatura aditiva, simulação, integração horizontal 
e vertical de sistemas, internet das coisas, big data e analytics, nuvem, segurança 
cibernética e realidade aumentada. Vejamos o que são cada uma dessas tecnologias. 
 Robôs automatizados: no futuro, os robôs serão mais cooperativos e flexíveis. 
Além das funções atuais, poderão interagir com os humanos e com outras 
máquinas. 
 Manufatura aditiva: hoje já estamos vendo peças produzidas por impressoras 
3D, sem moldes físicos, apenas com a adição de matéria-prima. As 
impressoras moldam o produto. 
 Simulação: os operadores podem testar e otimizar processos e produtos na 
fase de concepção, o que diminui custos e tempo de criação. 
 Integração horizontal e vertical de sistemas: por meio de dados digitais, os 
sistemas de TI (tecnologia da informação) passam a integrar uma cadeia de 
valor automatizada. 
 Internet das coisas: são máquinas conectadas por dispositivos e sensores a 
uma rede de computadores, tornando possível centraliza e automatiza tanto o 
controle quanto a produção. 
 Big data e analytics: tecnologia capaz de identificar falhas nos processos, 
facilita a otimização da qualidade da produção, ajuda a economizar energia e 
faz com que a utilização de recursos na produção seja mais eficiente. 
 Nuvem: já muito utilizada por todos nós atualmente, é um banco de dados que 
podemos acessar de qualquer lugar do planeta utilizando dispositivos 
conectados à internet. 
 
13 
 
 Segurança cibernética: cada vez mais a TI faz com que os meios de 
comunicação se tornem mais confiáveis e sofisticados. 
 Realidade aumentada: sistemas que utilizam essa tecnologia podem executar 
serviços diversificados, tais como selecionar peças em um estoque ou enviar 
instruções de ajustes por meio de dispositivos móveis. 
4.1 A Indústria 4.0 no Brasil 
De acordo com FOCCOERP (2017), a Confederação Nacional da Indústria 
(CNI) fez uma pesquisa para avaliar a adoção de tecnologias pertinentes à indústria 
4.0 no Brasil. Foi apontado que “os principais esforços feitos no país estão na fase de 
processamentos industriais”. O levantamento foi divulgado em maio de 2016, 
investigou 2.225 empresas de pequeno, médio e grande porte e apresenta uma visão 
geral “de como a era da manufatura avançada é encarada pelas indústrias nacionais”. 
Mostra que dez tipos de tecnologias estão sendo adotadas em diferentes estágios ao 
longo da cadeia de produção, tais como: 
 73% das empresas utilizam pelo menos uma tecnologia digital na etapa de 
processos 
 47% fazem uso na etapa de desenvolvimento 
 33% utilizam na criação de novos produtos 
De acordo com a pesquisa, o setor que está mais evoluído na adoção das 
novas tecnologias da indústria 4.0 é o de equipamentos de informática, eletrônicos e 
ópticos: 
 61% empresas do ramo de eletrônicos, comunicação e equipamentos médicos 
utilizam ao menos uma das tecnologias listadas e avaliadas 
 60% das empresas do segmento de máquinas e materiais elétricos fazem uso 
de alguma dessas tecnologias nos processos produtivos 
Como podemos observar com a pesquisa realizada, já estamos vivendo a 
indústria 4.0, por isso, precisamos estar cientes dos impactos dessa mudança. 
FOCCOERP (2017) aponta que, na economia mundial: 
Teremos efeitos na maioria das varáveis macroeconômicas, como o PIB, o 
consumo, o emprego, o padrão de comércio, a inflação e o investimento. 
Estas mudanças são motivadas por rupturas tano pelo lado da oferta, com 
mudanças na produção e distribuição de bens e serviços, quanto pelo lado 
 
14 
 
da demanda, graças a novos padrões de consumo e novas necessidades de 
usuários. Além disso, teremos mudança na maneira como a oferta e a 
demanda se encontram, ou seja, nas trocas, quando o comércio operará sob 
um novo panorama altamente globalizado, abrangente, competitivo e com 
modelos de negócios inovadores. 
Em relação à oferta de bens e serviços, com a indústria 4.0, é possível que haja 
grande aumento de produtividade, em virtude da informação e integração, que são 
tecnologias presentes no sistema, entre elas a internet das coisas e o big data 
(veremos na sequência). Conforme FOCCOERP (2017), teremos assim uma 
interligação entre fábricas, o que inclui uma “interligação entre as tecnologias da 
indústria 4.0 e entre estas tecnologias com o trabalho, insumos, energia e dados 
empregados na produção”. Por meio dessa integração fabril, o potencial de 
automação das plantas industriais será ampliado, bem como haverá uma otimização 
na geração e interpretação de dados. Desse modo, “a integração, a automação e a 
aplicação da inteligência produzida impactam com um ganho de produtividade via 
otimização de processos”. Além de aumentar a eficiência no uso e emprego de 
insumos, “ampliação dos retornos crescentes de escala e diminuição do custo de 
produção, assim como do custo marginalda produção”. 
4.2 Indústria 4.0 e uma nova configuração do trabalho 
A partir da quarta revolução industrial, certamente haverá mudanças radicais 
nas formas de trabalho. Muito se discute se a automação substituirá o trabalho 
humano, pois, se assim for, teremos muita repercussão desse assunto nas mídias 
mundiais. No entanto, temos que voltar ao passado e relembrar que, em cada uma 
das revoluções industriais, o trabalho humano foi sendo substituído pela tecnologia, 
eliminando muitas profissões e criando muitas outras novas. Certamente não será 
diferente agora. Em pouco tempo, deixarão de existir muitas funções, mas a indústria 
necessitará de novas. 
FOCCOERP (2017) argumenta que “ao mesmo tempo em que haverá 
desemprego, queda dos salários de parte dos trabalhadores via substituição e 
extinção de empresas, indústrias e cargos de trabalho”, do mesmo modo haverá 
demanda para cargos e ocupações novas, criação de empresas e indústrias novas e 
diferentes do que conhecemos. No entanto, “evidências têm apontado que a quarta 
revolução industrial criará menos trabalho em novas indústrias, frente às três 
revoluções predecessoras”. É difícil prever quais serão as ocupações do futuro, pois 
 
15 
 
depende de muitos fatores sociais, culturais, demográficos e geopolíticos, mas mesmo 
assim “as previsões sobre mudanças diretamente ligadas à indústria 4.0 apontam para 
um aumento de demanda por cargos que exijam criatividade, cognição, decisão sobre 
incertezas e desenvolvimento de novas ideias”. 
A CIO (2017) explica que, para atuar nesse novo mundo, haverá grande 
necessidade de pessoas qualificadas e especializadas nas áreas de programação e 
desenvolvimento de softwares, engenheiros de rede e especialistas em segurança 
cibernética. Ao colocarmos na indústria robôs colaborativos (aqueles que atuam ao 
lado de seres humanos), teremos “uma paisagem tecnológica que vai requerer 
múltiplos conjuntos de habilidades e, em muitos casos, a combinação dessas 
habilidades para [...] novas categorias de profissionais de TI”, ou seja, pessoas das 
mais diversas áreas de conhecimento que “entendam a convergência das tecnologias 
operacionais e das tecnologias da informação”. 
Conforme a CIO (2017), a indústria 4.0 precisará de equipes de profissionais 
com conhecimentos multidisciplinares se unam para solucionar desafios inter-
relacionados. Os especialistas “terão que ampliar sua base de conhecimento para 
incluir não apenas outras tecnologias de TI, mas também tecnologias operacionais 
como a robótica e automação de processos, que fazem funcionar as fábricas e as 
linhas de montagem”. 
TEMA 5 – INTERNET DAS COISAS 
Conforme explica Zambarda (2014), internet das coisas (Internet of Things – 
IoT), é a marca de uma revolução tecnológica, cujo objetivo é “conectar os itens 
usados do dia a dia à rede mundial de computadores”. Hoje já temos meios de 
transportes, tênis e óculos, eletrodomésticos, maçanetas que estão conectados à 
internet e outros dispositivos (computadores e smartphones). “A ideia é que, cada vez 
mais, o mundo físico e o digital se tornem um só, através dispositivos que se 
comuniquem com os outros, os data centers e suas nuvens”. Temos também os 
aparelhos vestíveis, por exemplo, Google Glass e Smartwatch que são capazes de 
transformar a “mobilidade e a presença da internet em diversos objetos em uma 
realidade cada vez mais próxima”. 
Conforme Zambarda (2014), desde 1991, existe entre nós a ideia de conectar 
objetos. A expressão internet das coisas foi proposto por Kevin Ashton em 1999, 
 
16 
 
quando ele escreveu um artigo dizendo que por meio da IoT “será possível acumular 
dados do movimento de nossos corpos com uma precisão muito maior que as 
informações de hoje. Com esses registros, se conseguirá reduzir, otimizar e 
economizar recursos naturais e energéticos, por exemplo”. 
Hoje, a Microsoft (2017) explica como a internet das coisas pode ser usada no 
sentido de termos IoT para manufatura, IoT para cidades inteligentes, IoT para o 
transporte, IoT para o varejo e IoT para a saúde. Vejamos, então, cada um desses 
usos. 
 Internet das coisas para a manufatura: 
 Monitoramento de equipamentos para fabricação: sensores podem 
prever a necessidade de manutenção de peças, de modo a reduzir o tempo 
de inatividade não planejado, que em consequência reduzirá o tempo de 
produção. 
 Monitoramento de equipamentos de clientes: é possível criar novos 
modelos de negócios que fornecem manutenção preditiva e fazem o 
monitoramento de performance dos equipamentos produzidos pela 
empresa, de modo que o cliente perceba uma qualidade maior. 
 Melhorar o serviço de campo: é possível ter acesso a dados de sensores 
para melhorar serviços de campo, garantindo que tanto técnicos quanto 
ferramentas sejam encaminhados ao local antes que problemas potenciais 
se tornem problemas maiores. 
 Internet das coisas para cidades inteligentes: 
 Otimização do uso de energia: é possível rastrear o uso e ter redes 
inteligentes que fornecem uma transmissão de energia confiável, mais 
ecológica e eficiente, além de reduzir as tarifas para os clientes. 
 Cidades mais seguras: é possível controlar melhor o trânsito, fazer com 
que os sistemas de emergência sejam mais eficientes e também obter 
redução no tempo de resposta da polícia e da emergência médica. 
 Edifícios inteligentes: podemos conectar dispositivos e sistemas de 
construção no sentido de oferecer operação e controle mais eficientes aos 
moradores, trabalhadores e proprietários de edifícios. 
 
17 
 
 Melhoria no serviço de campo: é possível otimizar a eficiência do serviço 
público, desde os reparos de lâmpadas de rua e manutenção de semáforos, 
até a otimização das rotas de caminhões de lixo. 
 Internet das coisas para os transportes: 
 Manter a performance do veículo: é possível manter veículos na estrada, 
monitorando e prevendo necessidades de manutenção, além de corrigir 
possíveis problemas durante o tempo de inatividade do veículo. 
 Otimizar as operações das frotas: é possível simplificar a logística usando 
dados e alertas em tempo real para otimizar a roteirização, monitorar a 
performance e ainda responder imediatamente a atrasos ou problemas à 
medida que vão acontecendo. 
 Manter o tráfego em movimento: é possível monitorar e processar dados 
de trânsito em tempo real para auxiliar no gerenciamento de infraestruturas 
de transportes, avaliar condições da rodovia e aliviar o congestionamento. 
 Internet das coisas para o varejo: 
 Serviços alimentícios: é possível aumentar a eficiência e reduzir custos 
operacionais, monitorando a qualidade e a segurança, além de melhorar a 
manutenção dos equipamentos e rastrear suprimentos. 
 Máquinas de venda automática: suas operações podem ser simplificadas, 
é possível monitorar estoque e uso de suprimentos, além de fazer previsão 
das necessidades de manutenção da máquina. 
 Supermercados e lojas de varejo: é possível aumentar o crescimento do 
negócio e a fidelidade à marca, monitorar o estoque, acompanhar o 
comportamento do consumidor e recomendar produtos. 
 Hotelaria: é possível otimizar as operações e aumentar as receitas, 
monitorar o uso dos quartos, ajustar as preferências dos hóspedes e detectar 
quando os suprimentos estão acabando. 
 Estádios: é possível conectar os espectadores aos seus eventos esportivos 
favoritos, com uso de estatísticas e rastreamento em tempo real. 
 Internet das coisas para a saúde: 
 
18 
 
 Atendimento de pacientes: por meio de sensores vestíveis (o paciente 
veste), os médicos podem acompanhar remotamente e dar retorno em 
tempo real sobre o estado de saúde do paciente. Ou seja, os pacientes não 
precisam sair de casa para serem atendidos. 
 Monitoramento de ativos médicos: por meio de uma plataforma na nuvem, 
é possível rastrear e gerenciar suprimentos e medicamentos. A equipe 
médica passará menos tempopesquisando e terá mais tempo para atender 
os pacientes. 
 Manutenção de equipamentos vitais: é possível que problemas com 
equipamentos sejam corrigidos antes mesmo de ocorrerem, por meio de 
uma manutenção preditiva remota. Assim, os dispositivos médicos críticos 
estarão sempre prontos para o uso quando forem necessários. 
 Monitoramento do uso dos equipamentos: é possível instalar sensores 
nos leitos hospitalares que vão monitorar a temperatura do ambiente e até 
estações para higienização das mãos. Monitorando o uso dos equipamentos 
remotamente, os pacientes se sentirão mais seguros, melhorando seu bem-
estar. 
Então, podemos definir internet das coisas (IoT), como sendo o modo como 
objetos conectados via internet se comunicam entre si (máquina com máquina) e com 
o usuário (máquina com pessoa), por meio de sensores inteligentes e softwares 
capazes de transmitir dados para uma rede. É similar a um sistema nervoso gigante 
que troca informações entre dois pontos ou mais. Qualquer coisa pode ser conectada: 
automóveis, eletrodomésticos, máquinas, smartphones, entre outros. Podemos ter 
fábricas conectadas, máquinas conectadas, cadeias de fornecimento conectadas. 
5.1 Big Data 
A expressão big data refere-se ao gigantesco volume de dados (estruturados e 
não estruturados) que de alguma forma impactam nos negócios e nas organizações. 
Segundo Big Data Business (2017), “big data analytics é o trabalho analítico e 
inteligente de grandes volumes de dados, estruturados ou não estruturados, que são 
coletados, armazenados e interpretados por softwares de altíssimo desempenho”. O 
big data analytics faz o cruzamento de dados do ambiente interno e externo das 
 
19 
 
organizações, fornecendo indicadores importantes para orientar as tomadas de 
decisão. O tempo de processamento é mínimo. 
Big Data Business (2017) aponta algumas fontes utilizadas por um software de 
big data analytics: 
 Dados extraídos de ferramentas de Inteligência de Negócios (Business 
Intelligence – BI); 
 Arquivos de log de servidores web; 
 Conteúdos de mídias sociais; 
 Relatórios empresariais; 
 Textos de e-mails de consumidores à empresa; 
 Indicadores macroeconômicos; 
 Pesquisas de satisfação; 
 Estatísticas de ligações celulares capturadas por sensores conectados à 
“internet das coisas”; 
 Bases de dados das empresas de cartão de crédito; 
 Programas de fidelidade; 
 Reviews de produtos nos sites das empresas. 
Desse modo, extraindo e combinando resultados das fontes citadas, soluções 
de big data analytics podem fornecer informações altamente importantes para 
tomadas de decisões e melhoria de desempenho de qualquer tipo de organização, 
seja pública, seja privada. As empresas têm a possibilidade de desenvolver e ofertar 
produtos totalmente específicos para públicos respectivamente específicos. 
Por exemplo, big data analytics facilita análises de públicos por região, produtos 
mais procurados e desejados, para que a empresa possa direcionar as vendas para 
determinado local, melhorar o sistema de logística na região buscando otimizar o 
atendimento. Tudo isso em tempo real. Além disso, nesse mesmo exemplo, ao 
entender melhor o perfil do consumidor local, a empresa poderá buscar mão de obra 
especializada em tratar com aquele público (Big Data Business, 2017). 
Por meio do big data analytics, o departamento de marketing das empresas 
poderá analisar gigantescos volumes de dados que foram gerados por ações e 
campanhas anteriores, extraindo do montante informações que serão valiosas para 
serem utilizadas em campanhas futuras. Assim, empresas podem mapear 
assertivamente os resultados positivos e negativos, o que deve ser alterado ou 
descartado, otimizando as estratégias organizacionais. 
E mais, quando um cliente já não tem mais interesse em continuar utilizando 
um produto ou serviço, ele vai dando sinais por meio do seu comportamento. O “Big 
Data Analytics, por meio do desenvolvimento do perfil 360º de públicos-alvo, ajuda as 
empresas a identificarem estes sinais de forma preditiva e a terem tempo de agir para 
http://www.bigdatabusiness.com.br/business-intelligence-e-big-data-qual-a-diferenca/
http://www.bigdatabusiness.com.br/business-intelligence-e-big-data-qual-a-diferenca/
http://www.bigdatabusiness.com.br/4-objetos-para-voce-entender-na-pratica-o-que-e-internet-das-coisas/
http://www.bigdatabusiness.com.br/e-possivel-utilizar-big-data-para-otimizar-programas-de-fidelidade/
 
20 
 
evitar a perda do consumidor” (Big Data Business, 2017). Assim, o setor responsável 
por aquele tipo de cliente poderá ter tempo suficiente para desenvolver ações que o 
agradem e façam com que ele volte a sentir a necessidade de continuar consumindo 
aquele produto ou serviço ou, até mesmo, desenvolvendo novos produtos ou serviços 
que despertarão o desejo do consumidor. 
FINALIZANDO 
Terminamos, então, a última aula de Administração da Produção e Serviços. 
Vimos os diferentes sistemas de produção e que há uma interdependência do 
almoxarifado, da produção e do depósito no sistema de produção. Estudamos os três 
diferentes tipos de sistemas de produção: sob encomenda, em lotes e contínua. 
Falamos sobre a modernização dos sistemas de produção, em que a tecnologia 
da informação e os computadores com tecnologia avançada conduzem a 
administração da produção a desenvolver nos conceitos, tais como células de 
produção, CAD/CAM, MRP, competição baseada no tempo, intercâmbio eletrônico de 
dados, foco em serviços e consórcio modular. 
Também estudamos o impacto da tecnologia nos sistemas de produção e as 
quatro revoluções industriais, além da necessidade de que o gestor tenha profundo 
conhecimento da tecnologia utilizada em sua empresa. 
Na sequência, conhecemos o conceito de indústria 4.0 e as tecnologias 
responsáveis pelo seu pleno funcionamento, como a indústria 4.0 já está presente no 
Brasil e como traz modificações na configuração do trabalho. 
Ao final da aula, estudamos um pouco sobre as duas tecnologias que dão 
suporte à indústria 4.0: internet das coisas e big data. A internet das coisas conecta 
as coisas que utilizamos rotineiramente na vida doméstica, na indústria e demais 
segmentos da economia à rede mundial de computadores. O big data envolve o 
enorme volume de dados (estruturados e não estruturados) que de alguma forma 
impactam nos negócios e nas organizações. 
 
 
21 
 
REFERÊNCIAS 
BIG DATA BUSINESSS. Big Data Analytics: você sabe o que é? 25 jan. 2017. 
Disponível em: <http://www.bigdatabusiness.com.br/voce-sabe-o-que-e-big-data-
analytics/>. Acesso em: 5 jul. 2018. 
CHIAVENATO, I. Gestão da produção: uma abordagem introdutória. 3. ed. Barueri: 
Manole, 2014. 
CIO from IDG (Estratégias de negócios para TI e líderes corporativos). Cinco 
habilidades necessárias para a Internet das Coisas Industrial. 6 jun. 2017. 
Disponível em: <http://cio.com.br/tecnologia/2017/06/06/cinco-habilidades-
necessarias-para-a-internet-das-coisas-industrial/>. Acesso em: 5 jul. 2018. 
FOCCOERP. Indústria 4.0: guia completo da indústria do futuro. Disponível em: 
<https://www.foccoerp.com.br/guia-completo-da-industria-do-futuro/>. Acesso em: 5 
jul. 2018. 
MICROSOFT. Como as indústrias estão usando a internet das coisas. Disponível 
em: <https://www.microsoft.com/pt-br/internet-of-things>. Acesso em: 5 jul. 2018. 
ZAMBARDA, P. ‘Internet das coisas’: entenda o conceito e o que muda com a 
tecnologia. Globo.com, 16 ago. 2014. Disponível em: 
<http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/08/internet-das-coisas-entenda-o-
conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html>. Acesso em: 5 jul. 2018.

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