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DESCRIÇÃO Conceitos de instalações elétricas com base nos preceitos da Norma NBR 5410 — Instalações Elétricas de Baixa Tensão — e da Norma NR 10 — Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade —, procedimentos para dimensionamento de condutores e eletrodutos. PROPÓSITO Conhecer as principais definições previstas pelas normas regulamentadoras no Brasil e no exterior para projetos de instalações elétricas e condições de segurança dos equipamentos elétricos, bem como os critérios para dimensionamento de condutores e eletrodutos das instalações. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este estudo, tenha em mãos papel e caneta para anotações e uma calculadora para cálculos simples. Você também pode usar a calculadora de seu computador ou celular. Se possível, tenha também o texto da NBR 5410. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as principais normas para projetos de instalações elétricas MÓDULO 2 Reconhecer os critérios para dimensionamento de condutores e eletrodutos NORMATIZAÇÃO E ELEMENTOS DE PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS MÓDULO 1 Descrever as principais normas para projetos de instalações elétricas NORMATIZAÇÃO PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS NORMAS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA PARA SERVIÇOS DE ELETRICIDADE Foto: Shutterstock.com O bom funcionamento dos equipamentos elétricos e a garantia de segurança dos operadores e usuários das instalações elétricas depende da execução correta de um projeto. Aqui, estudaremos as principais normas fazem referência a proteção e segurança, na execução de trabalhos envolvendo serviços em eletricidade. Com base nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especialmente a NBR 5410, que trata das instalações elétricas de baixa tensão, e a NR 10, que aborda a segurança em instalações elétricas, apresentaremos as principais definições e os requisitos para a aprovação do projeto de uma edificação. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS É difícil imaginar a sociedade de hoje sem a utilização da energia elétrica para execução das mais variadas tarefas do tarefas do cotidiano, desde o simples carregamento de um telefone celular até o acionamento de grandes máquinas industriais. Para que a energia esteja disponível ao consumidor com qualidade e confiabilidade de fornecimento, a elaboração de um bom projeto elétrico deve ser primordial para garantir o funcionamento dos equipamentos. Foto: Shutterstock.com ATENÇÃO O projeto elétrico de uma instalação/edificação deve ser feito por um profissional qualificado, responsável por aplicar todo o seu conhecimento técnico a critério da demanda de seu cliente e sob regimento de normas regulamentadoras. Entre as diversas normas disponíveis ao profissional para execução do projeto, destaca-se a NBR 5410 — Instalações Elétricas de Baixa Tensão. VOCÊ SABIA A NBR 5410 tem como objetivo instruir o profissional técnico na execução de seu trabalho, de modo a garantir o funcionamento adequado da instalação, respeitando os limites admissíveis dos equipamentos de segurança para os usuários. Segundo dados mais recentes da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), no ano de 2019, foram registrados 1.662 acidentes de origem elétrica no Brasil: 5% por descargas atmosféricas, 39% de incêndios por sobrecarga e 56% com choques elétricos. Desses acidentes, muitos acabaram em fatalidade, conforme destaca a figura: Imagem: Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2020 – ano base 2019, Abracopel, 2020, p. 21. Figura 1. Acidentes com eletricidade em 2019. Na grande maioria dos acidentes envolvendo eletricidade, há a ocorrência de falhas de projeto ou desobediências em relação aos critérios técnicos adotados pela NBR 5410. Na sequência, são apresentados os pontos principais de abrangência dessa norma, com base nos conhecimentos técnicos relacionados aos projetos de instalações elétricas. APLICAÇÃO DA NBR 5410 Segundo a ABNT (2004, p. 1), a NBR 5410: [...] ESTABELECE AS CONDIÇÕES A QUE DEVEM SATISFAZER AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO, A FIM DE GARANTIR A SEGURANÇA DE PESSOAS E ANIMAIS, O FUNCIONAMENTO ADEQUADO DA INSTALAÇÃO E A CONSERVAÇÃO DOS BENS. ESTA NORMA APLICA-SE PRINCIPALMENTE ÀS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE EDIFICAÇÕES, QUALQUER QUE SEJA SEU USO (RESIDENCIAL, COMERCIAL, PÚBLICO, INDUSTRIAL, DE SERVIÇOS, AGROPECUÁRIO, HORTIGRANJEIRO ETC.), INCLUINDO AS PRÉ-FABRICADAS. ESTA NORMA APLICA-SE TAMBÉM ÀS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: A) EM ÁREAS DESCOBERTAS DAS PROPRIEDADES, EXTERNAS ÀS EDIFICAÇÕES; B) DE REBOQUES DE ACAMPAMENTO (TRAILERS), [...] MARINAS E INSTALAÇÕES ANÁLOGAS; C) DE CANTEIROS DE OBRA, FEIRAS, EXPOSIÇÕES E OUTRAS TEMPORÁRIAS. EM TODOS OS CASOS, A TENSÃO NOMINAL DA INSTALAÇÃO DEVE SER IGUAL OU INFERIOR A 1.000 V EM CORRENTE ALTERNADA, COM FREQUÊNCIAS INFERIORES A 400 HZ OU A 1.500 V EM CORRENTE CONTÍNUA. Ainda de acordo com a ABNT (2004, p. 1-2): ESTA NORMA NÃO SE APLICA A: A) INSTALAÇÕES DE TRAÇÃO ELÉTRICA; B) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE VEÍCULOS AUTOMOTORES; C) INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE EMBARCAÇÕES E AERONAVES; D) EQUIPAMENTOS PARA SUPRESSÃO DE PERTURBAÇÕES RADIOELÉTRICAS, NA MEDIDA QUE NÃO COMPROMETAM A SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES; E) INSTALAÇÕES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA; F) REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA; G) INSTALAÇÕES EM MINAS; H) INSTALAÇÕES DE CERCAS ELETRIFICADAS. DEFINIÇÕES E CONCEITOS BÁSICOS A NBR 5410 apresenta definições claras em relação aos componentes da instalação, proteção contra choques elétricos, sobretensões e perturbações eletromagnéticas, linhas elétricas e serviços de segurança. Entre os componentes, definem-se os equipamentos como: “[...] MATERIAIS, ACESSÓRIOS, DISPOSITIVOS, INSTRUMENTOS, EQUIPAMENTOS (DE GERAÇÃO, CONVERSÃO, TRANSFORMAÇÃO, TRANSMISSÃO, ARMAZENAMENTO, DISTRIBUIÇÃO), MÁQUINAS OU SEGMENTOS DA INSTALAÇÃO”. (ABNT, 2004, p. 7) Entre as definições relacionadas à proteção, têm-se (ABNT, 2004, p. 7-8): ELEMENTO OU PARTE CONDUTIVA “Elemento ou parte constituída de material condutor, pertencente ou não à instalação, mas que não é destinada normalmente a conduzir corrente elétrica.” PROTEÇÃO BÁSICA “Meio destinado a impedir contato com partes vivas perigosas em condições normais.” PROTEÇÃO SUPLETIVA “Meio destinado a suprir a proteção contra choques elétricos, quando massas ou partes condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente vivas.” DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO À CORRENTE DIFERENCIAL- RESIDUAL OU DISPOSITIVO DR “Utilizado em seccionamento mecânico para “abertura de contatos, quando a corrente diferencial residual atinge um valor dado em condições especificadas”. SEPARATED EXTRA-LOW VOLTAGE (SELV) “Sistema de extra baixa tensão eletricamente separado da terra.” Nesses sistemas, “a ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico”. PROTECTED EXTRA-LOW VOLTAGE (PELV) “Sistema de extra baixa tensão que não é eletricamente separado da terra”, mas tem os mesmos “requisitos de um SELV”. EQUIPOTENCIALIZAÇÃO “Procedimento de interligação de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. [...] É um recurso de proteção contra choques elétricos e proteção contra sobretensões e perturbações magnéticas.” BARRAMENTO DE EQUIPOTENCIALIZAÇÃO (BEP) “Barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos incluíveis na equipotencialização principal.” Todas as instalações configuram-se em linhas elétricas que partem de um ponto de entrega e terminam no ponto de entrada. A partir do ponto de entrada, a instalação ramifica-se nos pontos de utilização, destinados à conexão de equipamentos. A instalação elétrica deve prever ainda, como princípios fundamentais, a proteção contra choques elétricos, efeitos térmicos, sobrecorrentes e sobretensões, e correntes de falta. PONTO DE ENTREGA Ponto de conexão com a rede elétrica. javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: ABNT, 2004, p. 8. PONTO DE ENTRADA Ponto em que a linha elétrica se adentra à edificação. Fonte: ABNT, 2004, p. 8. ATENÇÃO“Os componentes da instalação elétrica devem estar dispostos de forma acessível, de modo a permitir espaço suficiente tanto para a instalação inicial quanto para a substituição posterior de partes, bem como para fins de operação, verificação, manutenção e reparos.” (ABNT, 2004, p. 11) INFLUÊNCIA DO MEIO AMBIENTE NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS A instalação elétrica não pode ser dissociada do ambiente em que se encontra. Caso o ambiente não seja adequado, há um risco maior à segurança dos operadores e usuários da edificação. A NBR 5410 CLASSIFICA UMA DIVERSIDADE DE INFLUÊNCIAS EXTERNAS QUE DEVEM SER LEVADAS EM CONSIDERAÇÃO EM UM PROJETO ELÉTRICO. Nessa classificação, é usado um código de duas letras seguidas de um número. A letra inicial designa as categorias gerais de influência. São elas (ABNT, 2004, p. 19): A = MEIO AMBIENTE B = UTILIZAÇÃO C = CONSTRUÇÃO DOS PRÉDIOS A segunda letra refere-se ao tipo ou natureza da influência. Especialmente na categoria de meio ambiente, são relacionados 12 tipos: AA = temperatura ambiente; AC = altitude; AD = presença de água; AE = presença de corpos sólidos; AF = presença de substâncias corrosivas ou poluentes; AG = choques mecânicos; AH = vibrações; AK = presença de flora e mofo; AL = presença de fauna; AM = influências eletromagnéticas, eletrostáticas ou ionizantes; AN = radiação solar; AQ = raios. Na categoria de utilização (letra inicial B), são identificadas as seguintes influências: BA = competência das pessoas (operadores e usuários); BB = resistência elétrica do corpo humano; BC = contato das pessoas com o potencial da terra; BD = condições de fuga das pessoas em emergência; BE = natureza dos materiais processados ou armazenados. Por fim, na categoria de construção de prédios (letra inicial C), temos: CA = materiais de construção; CB = estrutura dos prédios. O algarismo final que completa os códigos mede o grau de severidade do tipo de influência. Por exemplo, a norma prevê para as seguintes severidades de influência de choques mecânicos (AG): AG1 = fracos; AG2 = médios; AG3 = significativos; AG4 = muito significativos. Geralmente, uma combinação dessas condições externas à instalação elétrica é fator decisivo na definição da medida de proteção a ser adotada. ESPECIALMENTE AS CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS ÀS INFLUÊNCIAS AD (PRESENÇA DE ÁGUA), AE (PRESENÇA DE CORPOS SÓLIDOS) E BA (COMPETÊNCIA DAS PESSOAS) SÃO DE INDICAÇÃO OBRIGATÓRIA PARA OS FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS, VISTO QUE EXISTEM NORMAS QUE COBREM ESSES ASPECTOS. Nesses casos, trata-se dos denominados graus de proteção da instalação. EXEMPLO Um tipo de interferência de agentes externos nas instalações elétricas é o chamado Efeito Corona, muito comum em linhas de transmissão. O Efeito Corona consiste em uma manifestação luminosa ao longo dos cabos das linhas de transmissão, decorrente de um efeito fotoquímico originado a partir do contato de partículas de poeira, ar ou umidade com o forte campo elétrico que é gerado próximo dessas linhas. Esse efeito faz com que as partículas sejam ionizadas e gerem o efeito luminoso, conforme ilustrado a seguir: Foto: Shutterstock.com Figura 2. Efeito Corona em uma subestação de energia. Basicamente, esse efeito demanda que exista a deformação do campo elétrico do componente afetado. Tudo ocorre em função da mudança na geometria do material e, sobretudo, pelo acúmulo de partículas em sua superfície. Devido ao aumento das partículas energizadas, a condutividade do ar aumenta, o que permite a formação do arco elétrico entre os condutores ou entre os componentes envolvidos. O EFEITO CORONA PODE OCORRER, INCLUSIVE, EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, MESMO QUE EM MENOR INTENSIDADE DO VERIFICADO EM LINHAS DE TRANSMISSÃO. O GRANDE PROBLEMA DESSE FENÔMENO É QUE CAUSA MUITAS PERDAS AO LONGO DOS CIRCUITOS E A DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE ELÉTRICA. GRAUS DE PROTEÇÃO Uma das principais características da NBR 5410 é sua classificação de influências do ambiente, que orienta o profissional técnico na definição dos equipamentos mais adequados para determinada instalação. No entanto, nem sempre tais recomendações são seguidas. UM EXEMPLO É A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS SEM O DEVIDO GRAU DE PROTEÇÃO PARA DETERMINADO AMBIENTE. ESSA INFORMAÇÃO É TRATADA COM VEEMÊNCIA TANTO PELA NORMA QUANTO PELOS PRÓPRIOS FABRICANTES DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS. Uma norma internacional — IEC 60529, Degrees of pretection provided by enclosures (IP Code) — define os graus de proteção providos pelos invólucros disponibilizados pelos fabricantes. Essa norma classifica os índices IP (International Protection Code) relacionados com as influências tratadas pela NBR 5410, descritas anteriormente. Os índices IP tratam da proteção dos equipamentos nas classificações: AD (PRESENÇA DE ÁGUA) AE (PRESENÇA DE CORPOS SÓLIDOS) BA (COMPETÊNCIA DAS PESSOAS) Essa classificação reflete tanto a proteção de invólucros metálicos quanto a entrada de corpos estranhos e a penetração de água pelos orifícios destinados à ventilação ou à instalação de instrumentos. Os graus de proteção são especificados por meio de um código (IP) com dois algarismos. Assim, temos: 1º ALGARISMO Indica o grau de proteção quanto à penetração de corpos sólidos e contatos acidentais: 0 = sem proteção; 1 = corpos estranhos com dimensões acima de 50 mm; 2 = corpos estranhos com dimensões acima de 12 mm; 3 = corpos estranhos com dimensões acima de 2,5 mm; 4 = corpos estranhos com dimensões acima de 1 mm; 5 = proteção contra acúmulo de poeira prejudicial ao equipamento; 6 = proteção contra penetração de poeira. 2º ALGARISMO Indica o grau de proteção quanto à penetração de água na parte interna do invólucro: 0 = sem proteção; 1 = pingos de água na vertical; 2 = pingos de água até a inclinação de 15° com a vertical; 3 = água de chuva até a inclinação de 60° com a vertical; 4 = respingos em todas as direções; 5 = jatos de água em todas as direções; 6 = imersão temporária; 7 = imersão; 8 = submersão; Normalmente, por padronização, os fabricantes de invólucros metálicos utilizam os graus de proteção IP 54 para ambientes externos e IP 23 para ambientes internos. Os graus de proteção, das mais diversas combinações entre os algarismos citados, são aplicados a quaisquer tipos de invólucros, como em painéis elétricos, motores, geradores etc. APLICAÇÃO DA NR 10 Diferente da NBR 5410, a NR 10 é uma Norma Regulamentadora criada em 1978, que estabelece as condições em que os profissionais autorizados podem realizar atividades em instalações elétricas. De acordo com o próprio texto: ATENÇÃO “Esta Norma Regulamentadora ‒ NR estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais [...] cabíveis.” (BRASIL, 2004, p. 1) Evidentemente, essa norma já sofreu diversas atualizações. Em 2004, foram inseridas inúmeras modificações. As principais estão descritas na sequência: MEDIDAS DE CONTROLE EM TODAS AS INTERVENÇÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, DEVEM SER ADOTADAS AÇÕES PREVENTIVAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO E DE OUTROS RISOS ADICIONAIS, [...] DE FORMA A GARANTIR A SEGURANÇA E A SAÚDE NO TRABALHO. [...] AS EMPRESAS [DEVEM] MANTER ESQUEMAS UNIFILARES ATUALIZADOS DAS INSTALAÇÕES [...] COM AS ESPECIFICAÇÕES DO SISTEMA DE ATERRAMENTO E DEMAIS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO. (BRASIL, 2004, p. 1) ESQUEMAS UNIFILARES Também chamados de diagramas de uma linha, trata-se de notações simplificadas, em desenho, para representar um sistema de potência trifásico. No caso de estabelecimentosque possuem carga instalada superior a 75 KW, deve-se ainda manter o Prontuário de Instalações Elétricas (PIE), contendo todas as informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores. Também é necessário haver informes sobre medidas de proteção coletiva e individual, especificação dos equipamentos e ferramentas disponíveis. É muito comum encontrar instalações elétricas com erros de projeto, principalmente nos sistemas de aterramento, que é obrigatório e tão importante para segurança dos equipamentos e dos envolvidos na instalação. SAIBA MAIS O aterramento elétrico é um procedimento que deve ser feito em instalações para garantir que todos os equipamentos estejam sob o mesmo potencial, evitando, assim, o surgimento de diferenças de potencial que possam causar danos a esses equipamentos ou mesmo à integridade física do usuário do local. A função básica do sistema de aterramento é servir como ponte entre o solo e o excesso de carga elétrica que, eventualmente, ocorra em virtude de uma falha ou descarga atmosférica, por exemplo. A NR 10 estabelece um conjunto de procedimentos que visam à segurança em eletricidade, como as medidas de proteção individual e coletiva. javascript:void(0) As medidas de proteção individual têm como base o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), previstos pela NR 6 – Inspeção do Trabalho. “AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA COMPREENDEM, PRIORITARIAMENTE, A DESENERGIZAÇÃO ELÉTRICA E, EM SUA IMPOSSIBILIDADE, O EMPREGO DE TENSÃO DE SEGURANÇA.” (BRASIL, 2004, p. 2, grifo nosso) Outras medidas de proteção coletiva são (BRASIL, 2004, p. 2): “Isolação das partes vivas; Obstáculos; Barreiras; Sinalização; Sistema de seccionamento automático de alimentação; Bloqueio do religamento automático.” O aterramento das instalações deve ser feito conforme regulamentação estabelecida pela NBR 5410 e tem como principais propósitos: PROPÓSITO I PROPÓSITO II PROPÓSITO III PROPÓSITO I Reduzir riscos de acidentes elétricos. PROPÓSITO II Manter o pleno funcionamento de máquinas e equipamentos. PROPÓSITO III Descarregar cargas eletrostáticas entre objetos ou entre objetos e condutores. ATENÇÃO A ausência ou ineficiência de um sistema de aterramento elétrico pode gerar riscos aos usuários da instalação, mas também pode levar a um mau funcionamento de equipamentos, como ruídos em sistemas mais sensíveis. Dessa forma, é de extrema importância que o projeto elétrico considere um bom estudo de sistema de aterramento e proteção da instalação. SEGURANÇA EM PROJETOS De acordo com a NR 10 (BRASIL, 2004, p. 3): “É OBRIGATÓRIO QUE OS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ESPECIFIQUEM DISPOSITIVOS DE DESLIGAMENTO DE CIRCUITOS [COM] RECURSOS PARA IMPEDIMENTO DE REENERGIZAÇÃO, PARA SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA COM INDICAÇÃO DE CONDIÇÃO OPERATIVA.” O projeto deve estar sempre atualizado e acessível, com o memorial descritivo contendo todas as informações pertinentes às instalações elétricas. Para o caso de atividades de construção e manutenção, os espaços de segurança devem ser considerados. SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO Sob supervisão profissional autorizada, as atividades devem ocorrer “de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores” (BRASIL, 2004, p. 4), utilizando equipamentos e ferramentas aprovadas compatíveis com a instalação elétrica. Nos locais: “[...] DEVEM SER ADOTADAS MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS ADICIONAIS, ESPECIALMENTE QUANTO À ALTURA, [AO] CONFINAMENTO, [A] CAMPOS ELÉTRICOS E MAGNÉTICOS, [À] EXPLOSIVIDADE, [À] UMIDADE, [À] POEIRA [...] E [A] OUTROS AGRAVANTES, ADOTANDO-SE A SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA.” (BRASIL, 2004, p. 4) Foto: Shutterstock.com Figura 3. Manutenção de instalações elétricas. SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS SEGUNDO A NR 10 (BRASIL, 2004, P. 5) “Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência a seguir: a) Seccionamento; b) Impedimento de reenergização; c) Constatação de ausência de tensão; d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos; e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada; f) Instalação de sinalização de impedimento de reenergização. O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para reenergização, [...] respeitando a sequência de procedimentos a seguir: a) Retirada das ferramentas, [dos] utensílios e equipamentos; b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e) Destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.” SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS De acordo com a NR 10 (BRASIL, 2004, p. 6): “AS OPERAÇÕES [DE] LIGAR E DESLIGAR CIRCUITOS ELÉTRICOS [...] EM BAIXA TENSÃO, COM MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS EM PERFEITO ESTADO DE CONSERVAÇÃO, [...] PODEM SER REALIZADAS POR QUALQUER PESSOA NÃO ADVERTIDA.” No entanto, na ausência de impedimentos, as intervenções de maior complexidade somente podem ser realizadas por trabalhadores qualificados, habilitados e capacitados nas definições da norma. OS SERVIÇOS EM INSTALAÇÕES ENERGIZADAS OU EM SUAS PROXIMIDADES DEVEM SER SUSPENSOS DE IMEDIATO NA IMINÊNCIA DE OCORRÊNCIA QUE POSSA COLOCAR OS TRABALHADORES EM PERIGO. (BRASIL, 2004, p. 6) TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO (AT) Para o caso de trabalhos envolvendo Alta Tensão (AT), além do treinamento básico da NR 10, o trabalhador deve ser especificamente capacitado em Sistemas Elétricos de Potência (SEP), com duração mínima de 40h. Nesse tipo de trabalho, as intervenções nunca podem ser realizadas individualmente. Foto: Shutterstock.com HABILITAÇÃO, QUALIFICAÇÃO, CAPACITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DE TRABALHADORES Segundo a NR 10: “É CONSIDERADO TRABALHADOR QUALIFICADO AQUELE QUE COMPROVAR CONCLUSÃO DE CURSO ESPECÍFICO NA ÁREA ELÉTRICA RECONHECIDO PELO SISTEMA OFICIAL DE ENSINO. É CONSIDERADO LEGALMENTE HABILITADO [AQUELE QUE APRESENTA] REGISTRO NO COMPETENTE CONSELHO DE CLASSE. É CONSIDERADO TRABALHADOR CAPACITADO AQUELE QUE ATENDA ÀS SEGUINTES CONDIÇÕES, SIMULTANEAMENTE: A) RECEBA CAPACITAÇÃO SOB ORIENTAÇÃO E RESPONSABILIDADE DE PROFISSIONAL HABILITADO E AUTORIZADO; B) TRABALHE SOB A RESPONSABILIDADE DE PROFISSIONAL HABILITADO E AUTORIZADO.” (BRASIL, 2004, p. 7, grifo nosso) PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO E EXPLOSÃO A proteção contra incêndios e explosões é prevista para instalações elétricas, conforme a NR 23 – Proteção contra Incêndios. NAS INSTALAÇÕES [...] CLASSIFICADAS OU SUJEITAS A RISCO ACENTUADO DE INCÊNDIO OU EXPLOSÕES, DEVEM SER ADOTADOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO, COMO ALARME E SECCIONAMENTO AUTOMÁTICO PARA PREVENIR SOBRETENSÕES, SOBRECORRENTES, FALHAS DE ISOLAMENTO, AQUECIMENTO OU OUTRAS CONDIÇÕES ANORMAIS DE OPERAÇÃO. (BRASIL, 2004, p. 9) Basicamente, existem cinco classes de incêndio. Cada uma é classificada de acordo com o material combustível envolvido, o que determina o tipo de material que deve ser utilizado no combate às chamas. São elas: CLASSE A Incêndio que envolve a queima de materiais sólidos, como papel, madeira ou tecidos. CLASSE B Incêndio caracterizado pela queima de líquidos e gases inflamáveis, como gasolina e outros combustíveis variados. CLASSE C javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Incêndio que se origina a partir de equipamentos elétricos energizados. CLASSE D incêndio que envolve a queima de metais pirofóricos, ou seja, de alta capacidade de se inflamar, como zinco, sódio, potássio e alumínio. CLASSE K incêndio típico em cozinhas, causado por óleos e gorduras. Os extintores de incêndio são equipamentos portáteis que possibilitam a extinção das chamas logo no início do acidente. Esses equipamentos devem ser leves e de fácil manuseio parafacilitar a utilização por pessoas capazes de identificar o risco iminente. Imagem: Shutterstock.com Dentro dos cilindros dos extintores, existem diferentes tipos de agentes utilizados para apagar as chamas, definidos em função da classe de incêndio no local. Por exemplo, caso se utilize um extintor de água para apagar um princípio de incêndio em equipamentos elétricos, o risco de um acidente ainda maior é grande, além da possibilidade de danos a esses equipamentos. Imagem: Shuttersotck.com Figura 4. Classes de extintores de incêndio. javascript:void(0) javascript:void(0) Os agentes extintores funcionam por resfriamento, abafamento ou até mesmo quebra de reação química. Entre esses agentes, estão: PÓ QUÍMICO Indicado para incêndios de classe B (líquidos inflamáveis), pois age por abafamento, quebrando a reação química no processo de combustão. Também pode ser utilizado em incêndios classe C (equipamentos elétricos), pois não conduz eletricidade. O pó químico é composto de 95% de bicarbonato de sódio e 5% de estearato de potássio/magnésio. GÁS CARBÔNICO (CO2) Indicado para incêndios classe C. Também pode ser utilizado em incêndios classe B, pois age por abafamento e resfriamento. Como é um agente asfixiante, deve-se evitar seu uso em ambientes muito pequenos. ÁGUA (H2O) Indicado para incêndios classe A (materiais sólidos em geral), pois age por resfriamento. ESPUMA MECÂNICA Indicado para incêndios classe B e classe A, pois age por abafamento e por resfriamento simultaneamente. A espuma composta por um detergente concentrado funciona como uma espécie de manta que dificulta a reignição do fogo. EXTINTOR CLASSE D Tem como base o cloreto de sódio (NaCl). É indicado para incêndios classe D (metais pirofóricos), que não podem ser extintos com água. EXTINTOR CLASSE K Indicado para combater incêndios de classe K (óleos e gorduras). Tem como base o acetato de potássio diluído em água, que reage com a gordura em altas temperaturas e provoca uma reação de saponificação, o que forma uma camada de espuma capaz de abafar o fogo. Geralmente, é fabricado em material de aço inoxidável. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Ainda conforme a NR 10: “NAS INSTALAÇÕES E [NOS] SERVIÇOS EM ELETRICIDADE, DEVE SER ADOTADA SINALIZAÇÃO ADEQUADA DE SEGURANÇA, DESTINADA À ADVERTÊNCIA E À IDENTIFICAÇÃO, OBEDECENDO AO DISPOSTO NA NR-26 – SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA, DE FORMA A ATENDER [...]: A) IDENTIFICAÇÃO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS; B) TRAVAMENTO E BLOQUEIOS DE DISPOSITIVOS E SISTEMAS DE MANOBRA E COMANDOS; C) RESTRIÇÕES E IMPEDIMENTOS DE ACESSO; D) DELIMITAÇÕES DE ÁREAS; E) SINALIZAÇÃO DE ÁREAS DE CIRCULAÇÃO, DE VIAS PÚBLICAS, DE VEÍCULOS E DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS; F) SINALIZAÇÃO DE IMPEDIMENTO DE ENERGIZAÇÃO; G) IDENTIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTO OU CIRCUITO IMPEDIDO.” (BRASIL, 2004, p. 9) SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA Sobre tal situação, a NR 10 afirma: [EM CASOS] DE EMERGÊNCIA QUE ENVOLVAM AS INSTALAÇÕES OU [OS] SERVIÇOS COM ELETRICIDADE, [...] OS TRABALHADORES AUTORIZADOS DEVEM ESTAR APTOS A EXECUTAR O RESGATE E PRESTAR PRIMEIROS SOCORROS A ACIDENTADOS, ESPECIALMENTE POR MEIO DE MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA. [ALÉM DISSO,] OS TRABALHADORES DEVEM ESTAR APTOS A MANUSEAR E OPERAR EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO EXISTENTES NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. (BRASIL, 2004, p. 10) Acompanham a NR 10 um anexo que trata da zona de risco e zona controlada, conforme as figuras 5 e 6, e um anexo que trata dos requisitos mínimos para curso de treinamento em segurança de instalações e serviços com eletricidade. Imagem: NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, Brasil, 2004, p. 15. Figura 5. Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre. Em que: ZL = Zona Livre; ZCP = Zona Controlada – restrita a trabalhadores autorizados; ZR = Zona de Risco – restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho; PE = Ponto Energizado da instalação; SI = Superfície Isolante – construída com material resistente e dotada de todos dos dispositivos de segurança; RC = Raio da Zona de Controle; RR = Raio da Zona de Risco. Imagem: NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, Brasil, 2004, p. 15. Figura 6. Delimitação das zonas de risco, controlada e livre, com separação física adequada. Em que: ZL = Zona Livre; ZC = Zona Controlada – restrita a trabalhadores autorizados; ZR = Zona de Risco – restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho; PE = Ponto Energizado da instalação; SI = Superfície Isolante – construída com material resistente e dotada de todos dos dispositivos de segurança; RC = Raio da Zona de Controle; RR = Raio da Zona de Risco. NORMAS COMPLEMENTARES Integram-se às especificações mínimas de um projeto elétrico e de segurança em instalações elétricas industriais, entre outras, as seguintes normas: NBR 14039 Instalações Elétricas de Média Tensão de 1 a 36 KV; NBR 5418 Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas; NBR 5419 Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas; NBR 14639 Posto de serviço – Instalações elétricas; NBR ISO 8995 Iluminação de Interiores; NR 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. COM O OBJETIVO DE CLASSIFICAR A APLICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS FRENTE A SUAS CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS SOB CONDIÇÕES DIVERSAS DO AMBIENTE, SÃO PREVISTOS OS DENOMINADOS GRAUS DE PROTEÇÃO (IP). COM BASE NA SIMBOLOGIA E NOS ÍNDICES UTILIZADOS PARA CLASSIFICAÇÃO, UM EQUIPAMENTO CUJO GRAU É DE IP 68 TEM: A) Proteção contra poeiras e quedas verticais de água. B) Proteção contra corpos sólidos e não contra penetração de líquidos. C) Proteção contra corpos sólidos superiores a 50mm. D) Proteção total contra penetração de poeira e efeitos de submersão. E) Proteção contra projeções de água em qualquer direção. 2. DE ACORDO COM A NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE, SOMENTE É CONSIDERADA DESENERGIZADA A INSTALAÇÃO QUE OBEDEÇA AOS SEGUINTES QUESITOS, EXCETO: A) Impedimento de reenergização. B) Constatação de ausência de tensão. C) Medição da resistência de aterramento. D) Seccionamento dos circuitos. E) Instalação de aterramento temporário. GABARITO 1. Com o objetivo de classificar a aplicação de equipamentos e materiais frente a suas condições de operação em instalações elétricas sob condições diversas do ambiente, são previstos os denominados graus de proteção (IP). Com base na simbologia e nos índices utilizados para classificação, um equipamento cujo grau é de IP 68 tem: A alternativa "D " está correta. De acordo com os índices previstos pela IEC 60529 para o código de grau de proteção IP, o algarismo 6 (primeiro) refere-se à proteção total contra penetração de poeira, e o algarismo 8 (segundo) refere-se à proteção contra os efeitos da submersão em líquidos. 2. De acordo com a NR 10 – Segurança em Instalações Elétricas e Serviços em Eletricidade, somente é considerada desenergizada a instalação que obedeça aos seguintes quesitos, EXCETO: A alternativa "C " está correta. Dos seis requisitos fundamentados pela NR 10, que garantem que uma instalação está desenergizada, não consta a medição da resistência de aterramento da rede de energia. MÓDULO 2 Reconhecer os critérios para dimensionamento de condutores e eletrodutos DIMENSIONAMENTO DE CIRCUITOS DIMENSIONAMENTO DOS CIRCUITOS ELÉTRICOS A partir de agora, estudaremos o dimensionamento de condutores e eletrodutos, destacando as diferenças entre os tipos de condutores e os critérios previstos pela NBR 5410 para determinação da seção transversal mais adequada — critério de capacidade de condução de corrente e critério de queda de tensão. Por fim, veremos os requisitos de dimensionamento dos eletrodutos e os critérios necessários para execução de um projeto de instalação elétrica industrial Imagem:Shutterstock A GARANTIA DE FUNCIONAMENTO ADEQUADO E SEGURANÇA DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA PASSA NECESSARIAMENTE POR UM CORRETO DIMENSIONAMENTO DOS CIRCUITOS, ESPECIALMENTE DAS SEÇÕES NOMINAIS DOS CONDUTORES DE FASE, NEUTRO E PROTEÇÃO ELÉTRICA. CASO ESSES CONDUTORES SEJAM MAL DIMENSIONADOS, PODE OCORRER SOBRECARGA DO SISTEMA, LEVANDO A SITUAÇÕES DE RISCO DA OPERAÇÃO E RISCO DE INCÊNDIOS. Para que os condutores sejam adequadamente dimensionados, deve-se, ainda, garantir que os elementos de proteção associados sejam projetados para atuar em casos de sobrecargas e sobrecorrentes, não afetando, assim, sua capacidade de isolação. Os fatores básicos que influenciam o dimensionamento dos condutores são: I Tensão e frequência nominal. II Potência ou corrente da carga. III Fator de potência da carga. IV Tipo de sistema – monofásico, bifásico, trifásico. V Natureza da carga. FIOS E CABOS CONDUTORES Normalmente, os condutores utilizados nas instalações elétricas são de cobre. O uso de condutores de alumínio é bastante restrito, mesmo sendo muito mais baratos que os condutores de cobre. Insto ocorre pois os condutores de alumínio apresentam características químicas e mecânicas, que dificultam a instalação e conexão com os terminais de aparelhos elétricos. A NBR 5410 restringe o uso de condutores de alumínio para seção mínima de 16mm². Imagem: Shutterstock.com A isolação de condutores pode ser feita por diferentes materiais. Os mais empregados são o PVC (cloreto de polivinila), o EPR (etileno-propileno) e o XLPE (polietileno reticulado), e cada um possui características que determinam seu emprego em condições específicas. VOCÊ SABIA Todo condutor é considerado isolado quando possui uma camada isolante, sem capa de proteção. Os condutores são denominados unipolares se possuem uma camada isolante protegida por uma capa (normalmente de PVC). A figura a seguir ilustra um cabo isolado e um cabo unipolar: Imagem: Shutterstock.com adaptada por Gabriel Burlandy Mota de Melo Figura 7. Cabo isolado (à esquerda) e cabo unipolar (à direita). Quando um cabo é feito de vários condutores isolados, e o conjunto é protegido por uma capa externa, é denominado cabo multipolar (Figura 8). Geralmente, os fios são conhecidos por seus fabricantes e comercializados pela marca em virtude do tempo de mercado. Imagem: Shutterstock.com adaptada por Gabriel Burlandy Mota de Melo Figura 8. Cabo multipolar. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO Antes de definir os critérios de divisão e dimensionamento de circuitos regidos pela NBR 5410, é importante conhecer os tipos de sistemas de distribuição e alimentação das cargas. SISTEMA MONOFÁSICO A 2 FIOS (F-N) É o sistema mais comum, muito utilizado em instalações residenciais e prédios comerciais com consumo baixo e carga pequena. Veja esquema a seguir: Imagem: Instalações Elétricas Industriais, João Mamede Filho, 2013, p. 158. Figura 9. Sistema monofásico. SISTEMA MONOFÁSICO A 3 FIOS (F-N-T) Utilizado em instalações residenciais e comerciais, onde há carga de iluminação e motores. Seu esquema é ilustrado a seguir: Imagem: Instalações Elétricas Industriais, João Mamede Filho, 2013, p. 158. Figura 10. Sistema monofásico a 3 fios. SISTEMA TRIFÁSICO A 4 FIOS (3F-N) É o sistema secundário mais empregado em instalações comerciais e industriais de pequeno porte. Geralmente, utiliza-se a configuração estrela aterrada, ilustrada na figura a seguir: Imagem: Instalações Elétricas Industriais, João Mamede Filho, 2013, p. 160. Figura 11. Sistema trifásico a 4 fios em Y. SISTEMA TRIFÁSICO A 5 FIOS (3F-N-T) É o sistema mais utilizado em instalações elétricas industriais de médio e grande portes. Geralmente, utiliza-se a configuração estrela aterrada semelhante à Figura 11, com outros tipos de aterramento das massas. DIVISÃO DE CIRCUITOS Para o funcionamento correto e a garantia de segurança de uma instalação elétrica, é preciso levar em consideração os critérios de divisão de circuitos previstos pela NBR 5410. De modo geral, são adotados os seguintes requisitos: 1. Toda instalação deve ser dividida, de acordo com as necessidades, em vários circuitos, de forma a satisfazer condições de segurança, evitando perigos e limitando consequências de uma eventual falha, conservação de energia, bem como evitando os inconvenientes resultantes de circuito único, acionamento de cargas individuais e manutenção, a fim de facilitar verificações e testes na instalação. 2. Devem-se criar circuitos específicos para certas partes da instalação, bem como condições nos quadros de comando e nos eletrodutos que permitam novas ampliações. 3. É necessário, ainda, distribuir, de forma equilibrada, as cargas monofásicas e bifásicas entre as fases, prevendo circuitos individuais para iluminação e tomadas. DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO DE CONDUTORES DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR FASE Na elaboração de um projeto de instalação elétrica, a determinação da seção mínima para os condutores de fase deve satisfazer dois critérios: capacidade de condução de corrente elétrica e limites de queda de tensão. Em todos os casos, os métodos exigem consulta iterativa com as tabelas disponíveis na NBR 5410. CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA O CRITÉRIO DE CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE, TAMBÉM CONHECIDO COMO AMPACIDADE, CONSISTE EM DETERMINAR O VALOR MÁXIMO DA CORRENTE QUE PERCORRERÁ O CONDUTOR. A maneira de instalar tem influência na Ampacidade do condutor. Por isso, é importante consultar os métodos de referência disponíveis na tabela 33 da NBR 5410. Inicialmente, deve-se ter a corrente nominal do circuito e o número de condutores carregados. A corrente nominal ou corrente de projeto refere-se à corrente que os condutores de um circuito de distribuição ou circuito terminal devem suportar. Dependendo do tipo de circuito, essa corrente pode ser calculada conforme descrito na tabela 1: Circuitos monofásicos Resistivos IP = P V Indutivos Circuitos trifásicos Equilibrados Desequilibrados � Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1. Cálculo da corrente nominal.Elaborada por Isabela Oliveira Guimarães Em que: = corrente nominal ou corrente de projeto, em ampères (A) = potência elétrica nominal do circuito, em watts (W); = tensão entre fases, em volts (V); = fator de potência; = rendimento; = tensão entre fase e neutro, em volts (V). O número de condutores carregados refere-se à quantidade de fios que efetivamente são percorridos por corrente elétrica no funcionamento normal do circuito. Os condutores de fase e neutro são considerados condutores carregados, conforme pode ser consultado na tabela 46 da NBR 5410. Conhecidos os itens previamente definidos, ou seja, o método de referência (tabela 33 da NBR 5410), a corrente nominal do circuito e o número de condutores carregados (tabela 46 da NBR 5410), é possível determinar a seção do condutor com base no critério de capacidade de corrente. Basta consultar as tabelas 36, 37, 38 e 39 da norma. Essas tabelas são de fácil leitura. Basta apenas diferenciá-las pelo método de referência e isolação. IP = P V ⋅cosφ⋅η IP = P √3⋅V ⋅cosφ⋅η IP = P 3⋅v⋅cosφ⋅η IP P V cosφ η v ATENÇÃO Quando os condutores estão dispostos em condições diferentes às previstas pela tabela de referências, é necessário aplicar um fator de correção que mantenha o condutor em regime contínuo. Os fatores de correção de corrente são estabelecidos para cada condição específica, em função da temperatura ambiente, da resistividade do solo e do agrupamento de circuitos, disponíveis, respectivamente, nas tabelas 40, 41 e 42 da NBR 5410. LIMITES DE QUEDA DE TENSÃO A tensão disponível nos pontos de utilização da energia não é a mesma do ponto de entrada da rede, devido às quedas de tensão decorrentes das dimensões dos condutores. A passagem da corrente elétrica nos condutores, que apresentam resistência própria, provoca quedas de tensão ao longo das instalações elétricas.ESSA QUEDA DE TENSÃO NÃO DEVE SER SUPERIOR AOS LIMITES MÁXIMOS ESTABELECIDOS PELA NBR 5410, DE MODO A NÃO PREJUDICAR O FUNCIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS CONECTADOS À REDE. Os limites de queda de tensão previstos pela norma são dados em percentuais em relação ao valor da tensão nominal da instalação, conforme observamos a seguir: a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s). b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado. c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com fornecimento em tensão secundária de distribuição. d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador próprio. e) 4%, queda de tensão nos circuitos terminais. A seção mínima do condutor (Sc) em um circuito monofásico pode ser determinada pela queda de tensão, de modo simples, a partir da equação 1: (1) � Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sc = 200 × ρ ×∑ (Lc × Ic) △Vc × V Em que: = resistividade do material condutor, geralmente cobre (1/56 Ω.mm²/m); = comprimento do circuito, em metros (m); = corrente do circuito, em ampères (A); = queda de tensão máxima admitida, em percentual (%); = tensão fase-neutro, em volts (V). No caso de circuitos trifásicos, a seção mínima do condutor ( ) pode ser simplificadamente determinada pela equação 2: (2) � Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que = tensão entre fases ou tensão de linha do circuito, em volts (V). EXEMPLO ρ Lc Ic ΔVc V Sc Sc = 100 × √3 × ρ ×∑ (Lc × Ic) △Vc × Vff Vff Deseja-se dimensionar os condutores para o circuito terminal de uma carga cuja potência nominal é de 5.400 W, com fator de potência unitário. A tensão da rede é de 220 V, os condutores devem possuir isolação de PVC e eletroduto de PVC embutido em alvenaria. A temperatura do ambiente é de 30°, e o circuito tem 15m de comprimento. RESOLUÇÃO Utilizando o critério de capacidade de condução de corrente, temos: � Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Considerando o tipo de isolação (PVC) e o método de instalação na tabela 33 da NBR 5410 (métodos de referência) — 7-B1 e o número de condutores carregados — 2, temos: Consultando a tabela 36 da NBR 5410 condutor fase de 4mm² Pelo critério de queda de tensão: � Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Neste exemplo, verificamos que os critérios de dimensionamento se divergem. No entanto, a norma diz que se adota o condutor de maior seção. Portanto, 4mm². DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR NEUTRO A NBR 5410 estabelece alguns critérios para definição da seção do condutor neutro. São eles: “O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito.” (ABNT, 2004, p. 114) Em circuitos monofásicos, a seção do neutro deve ser igual à seção do condutor fase. Ip = = 24, 5 A 5400 220 ⇒ Sc = = = 1, 5mm² 200 × ρ ×∑ (Lc × Ic) ΔVc × V 200 × 1/56 × (24, 5 × 15) 4 × 220 Em circuitos com duas fases e neutro, a seção do neutro não deve ser menor que a seção dos condutores fase. Quando a seção das fases em um circuito trifásico com neutro for superior a 25mm², a seção do neutro pode ser inferior à seção das fases. O circuito deve ser equilibrado em condição normal e a corrente nas fases não deve conter terceira harmônica. A tabela 2 apresenta as especificações da seção de neutro em função da seção dos condutores de fase: Seção dos condutores de fase (mm²) Seção reduzida do condutor neutro (mm²) 35 25 50 25 70 35 95 50 120 70 150 70 185 95 240 120 300 150 400 185 Tabela 2. Seção mínima do condutor neutro.Extraído de João Mamede Filho, 2013, p. 208. DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO S ≤ 25 S É muito importante que todas as partes metálicas não condutoras presentes nas instalações elétricas sejam ligadas a um sistema de aterramento por meio de condutores de proteção. Os sistemas de aterramento são responsáveis por escoar para a terra todas as correntes e descargas elétricas que circulam pelos equipamentos na eventualidade de um defeito na instalação. A seção transversal do condutor de proteção pode ser determinada em função da seção dos condutores de fase do circuito, conforme a próxima tabela: Seção dos condutores de fase S (mm²) Seção mínima do condutor de proteção correspondente (mm²) 16 Tabela 3. Seção mínima do condutor de proteção.Extraído de ABNT, 2004, p. 150. ATENÇÃO Os condutores de proteção nunca devem ser seccionados. Um condutor de proteção poderá ser comum a vários circuitos de distribuição ou terminais, quando estes estiverem contidos em um mesmo eletroduto dos condutores de fase e sua seção for dimensionada para a condição mais severa de curto-circuito. DIMENSIONAMENTO DE DUTOS Os dutos são responsáveis por acomodar os condutores pelas paredes e são parte importante de um projeto de instalação elétrica. Normalmente, são utilizados eletrodutos de PVC, em geral embutidos na parede, em pisos e no teto, ou eletrodutos de ferro galvanizado, utilizados em instalações aparentes ou embutidos, quando se necessita de proteção mecânica para o circuito. S ≤ 16 S 16 < S ≤ 35 S > 35 S/2 Foto: Shutterstock.com A instalação desses eletrodutos deve seguir os seguintes critérios: Só se deve instalar condutores isolados em eletrodutos, cabos unipolares ou multipolares. Admite-se condutor nu em eletroduto isolante exclusivo, destinado a aterramento. O diâmetro externo do eletroduto deve ser igual ou superior a 16mm². Somente deve-se utilizar eletrodutos não propagantes de chama. A taxa máxima de ocupação em relação à área da seção transversal dos eletrodutos não deve ser superior a: ► 53% no caso de um condutor; ► 31% no caso de dois condutores; ► 40% no caso de três ou mais condutores. Os trechos contínuos de tubulação, sem interposição de caixas ou equipamentos, não devem exceder 15m para linhas internas à edificação e 30m para linhas externas. A área útil do eletroduto (Ael) é dada pela equação 3: (3) � Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Considerando que é a soma das áreas externas dos condutores a serem instalados, o diâmetro interno do eletroduto ( Ael = πDi2 4 ∑Acond ) é dado pela equação 4: (4) � Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: = 0,53 no caso de um condutor; = 0,31 no caso de dois condutores; = 0,40 no caso de três ou mais condutores. PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS INDUSTRIAIS Foto: Shutterstock.com Di Di = √ 4 ×∑Acond f × π f f f O projeto de instalações elétricas industriais necessita de planejamento por parte do engenheiro responsável. Na maioria das vezes, é necessária a aplicação de fatores de projeto para aumentar a eficiência da instalação, no sentido de relação custo-benefício. Caso o projetista ignore esses fatores, os sistemas podem ser superdimensionados, levando a custos muito elevados. Entre esses fatores, podemos citar: FATOR DE DEMANDA Relação entre a demanda máxima e a carga total instalada durante um intervalo de tempo. A tabela 4 exemplifica alguns fatores de demanda comumente utilizados na indústria para motores elétricos: Número de motores em operação Fator de demanda (%) 1-10 70-80 11-20 60-70 21-50 55-60 51-100 50-60 Acima de 100 45-55 � Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 4. Fatores de demanda. Elaborada por Isabela Oliveira Guimarães FATOR DE CARGA Razão entre a demanda média e a demanda máxima durante um intervalo de tempo. Este fator mostra se a energia está sendo utilizada de forma racional durante o funcionamento dos equipamentos. FATOR DE PERDA Relação entre a perda de potência na demanda média e a perda de potênciana demanda máxima. Este fator é tomado como uma função do fator de carga. FATOR DE SIMULTANEIDADE Relação entre a demanda máxima de um grupo de aparelhos e a soma das demandas individuais dos aparelhos desse grupo. FATOR DE UTILIZAÇÃO Fator pelo qual se deve multiplicar a potência nominal para se obter a potência média absorvida. A tabela 5 apresenta alguns fatores de utilização na indústria: Aparelhos Fator de utilização Fornos a resistência 1,00 Secadores, caldeiras etc. 1,00 Fornos de indução 1,00 Motores de 3/4 2,5 cv 0,70 Motores de 3 a 15 cv 0,83 Motores de 20 a 40 cv 0,85 Motores acima de 40 cv 0,87 Soldadores 1,00 Retificadores 1,00 Tabela 5. Fatores de utilização.Elaborada por Isabela Oliveira Guimarães Em um projeto elétrico, é importante considerar a previsão das cargas de iluminação (principalmente com base na NBR ISO 8995-1 – Iluminação de Interiores) e pontos de tomada de acordo com a utilidade de cada edificação, sempre norteado pelas diretrizes da NBR 5410. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA É UMA DAS ETAPAS MAIS IMPORTANTES DO PROJETO, VISTO QUE DELIMITA A CAPACIDADE DE ATENDIMENTO ÀS CONDIÇÕES NOMINAIS DOS EQUIPAMENTOS E SEGURANÇA DOS OPERADORES, EVITANDO SOBRECARGAS E SOBRECORRENTES QUE PODEM CAUSAR INCÊNDIOS OU DANIFICAR A INSTALAÇÃO. EM RELAÇÃO AO DIMENSIONAMENTO DE CABOS, É INCORRETO AFIRMAR QUE: A) A potência da carga influencia no cálculo da seção dos condutores. B) A isolação de condutores é normalmente feita por materiais como PVC, EPR e XLPE. C) O dimensionamento do condutor neutro considera somente o comprimento da fase. D) O dimensionamento do condutor fase segue critérios de Ampacidade e queda de tensão. E) A NBR 5410 fornece tabelas de fator de correção, quando os condutores operam fora das condições previstas pelo fabricante. 2. EM RELAÇÃO AO DIMENSIONAMENTO DE ELETRODUTOS, COM BASE NA NBR 5410, É INCORRETO AFIRMAR QUE: A) O diâmetro externo mínimo deve ser inferior a 16mm². B) Deve-se utilizar eletrodutos não propagantes de chama. C) A taxa de ocupação máxima do eletroduto depende da quantidade de condutores. D) Em nenhuma circunstância, o eletroduto deve ser superior a 30m. E) É possível, em alguns casos, a instalação de condutores sem isolação em um eletroduto. GABARITO 1. O dimensionamento dos condutores de uma instalação elétrica é uma das etapas mais importantes do projeto, visto que delimita a capacidade de atendimento às condições nominais dos equipamentos e segurança dos operadores, evitando sobrecargas e sobrecorrentes que podem causar incêndios ou danificar a instalação. Em relação ao dimensionamento de cabos, é INCORRETO afirmar que: A alternativa "C " está correta. Em circuitos monofásicos, a seção transversal do condutor neutro deve ser igual à seção do condutor fase. Nos circuitos trifásicos, a seção do condutor neutro pode ser inferior à seção dos condutores de fase mediante algumas circunstâncias descritas. 2. Em relação ao dimensionamento de eletrodutos, com base na NBR 5410, é INCORRETO afirmar que: A alternativa "A " está correta. De acordo com o texto previsto na NBR 5410, o diâmetro externo dos eletrodutos deve ser igual ou superior a 16mm², pois um diâmetro inferior apresenta risco à rede elétrica. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste conteúdo, abordamos as principais definições previstas pelas normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para projeto de instalações elétricas industriais. No módulo 1, foram apresentados conceitos importantes para segurança na operação e manutenção em instalações, previstos pela NBR 5410 — Instalações Elétricas de Baixa Tensão — e pela NR 10 — Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade —, como a influência do meio ambiente e os graus de proteção previstos para garantir a segurança dos usuários das instalações. É muito importante que, como responsável pela execução de um projeto de instalação elétrica, o profissional esteja sempre atualizado em relação às normatizações previstas e atento aos requisitos de segurança, conforme previsto na NR 10 e na NBR 5410. No módulo 2, foram apresentados os critérios previstos pela NBR 5410 para cálculo de dimensionamento dos condutores de fase, neutro e proteção em instalações industriais, com base nos critérios de capacidade de condução de corrente e limite de queda de tensão. Por fim, o dimensionamento dos eletrodutos foi apresentado como uma importante etapa no projeto de instalação elétrica industrial, no que diz respeito ao espaço preenchido pelos condutores, o que pode comprometer o funcionamento dos circuitos e provocar danos à instalação em caso de desconformidade com a norma. Com base nesses critérios e a partir de uma previsão de carga da instalação, o profissional responsável poderá executar seu trabalho em eletricidade com segurança e garantia de confiabilidade. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA OS PERIGOS DA ELETRICIDADE. Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2020 – ano base 2019. São Paulo: Abracopel, 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BRASIL. Ministério da Economia. Inspeção do Trabalho. NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Brasília: ME, 2004. CREDER, H. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais: teoria e prática. Curitiba: Base, 2010. MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. EXPLORE+ Para se aprofundar nos assuntos estudados aqui, sugerimos a seguinte leitura: COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil, 2003. CONTEUDISTA Isabela Oliveira Guimarães CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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