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Unidade 1
Iniciação científica
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ciência e os tipos de conhecimento .................................................. 10
O homem e o conhecimento ................................................................................................ 10
1.2 Tipos de conhecimento ..................................................................................................... 14
Conceito de ciência ...................................................................................................................... 17
Ciência e seus métodos ..........................................................................20
Ciência e vida acadêmica ....................................................................................................... 20
Ciência e método científico .................................................................................................... 21
Método e técnica ........................................................................................................22
Classificação dos métodos ..................................................................................24
Método experimental ...........................................................................25
Método observacional .........................................................................25
Método comparativo .............................................................................26
Método estatístico ..................................................................................26
Método etnográfico ...............................................................................27
Métodos indutivo e dedutivo ..........................................................28
A importância da pesquisa científica .................................................30
Significado da pesquisa científica ..................................................................................... 30
O avanço da pesquisa científica ...........................................................................................32
Ciência como prática social ...................................................................................................34
Desafios da ciência e a ética na produção científica ................... 41
Desafios da ciência ....................................................................................................................... 41
Produção científica e ética ......................................................................................................45
Graduação no Brasil .................................................................................................. 46
 Pós-graduação no Brasil ...................................................................................... 48
7
UNIDADE
04
UNIDADE
01
Pensamento Científico
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que, em um contexto marcado por rápidas mudanças 
conceituais, teóricas e tecnológicas, o estudante de graduação deve ser 
capaz de produzir conhecimento relevante? Atualmente, as complexidades 
da nossa sociedade, as quais são refletidas no cotidiano acadêmico, 
demandam por profissionais que estejam capacitados a ler, compreender, 
questionar e a intervir nesse contexto. Nesse sentido, o instrumento 
mais adequado para isso são os projetos de pesquisa ou projetos de 
intervenção. Ao ingressar na universidade, você passa a conhecer o 
mundo da ciência. Aos poucos, você deixa de ser um mero receptor 
desse conhecimento e se torna um produtor dele, por meio da pesquisa 
científica. No entanto, ao realizar a pesquisa científica, é necessário que 
você se aproprie de algumas definições e seja instrumentalizado para tal. 
Diante dessa afirmação, nesta unidade, estudaremos juntos: o significado 
do conhecimento; os tipos de conhecimento; a importância da ciência e 
do conhecimento científico; os métodos científicos; e a ética na pesquisa. 
Por ser uma obra pensada e desenvolvida para a educação a distância, 
ela possibilitará uma experiência singular de imersão individualizada em 
um conteúdo rico em possibilidades de aprendizagem. Portanto, ao longo 
desta unidade letiva, você mergulhará neste universo! Bons estudos!
Pensamento Científico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Conceituar ciência e identificar os tipos de conhecimento.
2. Caracterizar a ciência e identificar os métodos científicos existentes.
3. Identificar a importância da pesquisa científica. 
4. Conhecer os desafios da ciência e os aspetos importantes da ética 
na produção científica.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
10
Ciência e os tipos de conhecimento 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conceituar 
ciênciae de identificar os tipos de conhecimento. Isso será 
fundamental para a ampliação da sua compreensão a 
respeito do caminho percorrido diariamente por cientistas e 
pesquisadores em sua constante busca pelo conhecimento. 
Motivado para desenvolver essas competências? Vamos lá. 
Avante!
O homem e o conhecimento 
Você já parou para analisar com que velocidade a tecnologia nos 
tem surpreendido? Há pouco tempo, a internet não existia e os aparelhos 
de TV eram monocromáticos. A comunicação por telefone era privilégio 
das classes sociais mais abastadas e grande parte das tecnologias que 
utilizamos diariamente não havia sido inventada.
Além da intensa comunicação, hoje, dependemos cada vez mais 
do desenvolvimento de novos medicamentos, de novas técnicas de 
produção de alimentos, de novos meios para reverter os danos causados 
ao meio ambiente, além de outras explicações e soluções para os 
problemas que enfrentamos. Nesse contexto, a ciência assume papel de 
destaque na construção da sociedade e no aperfeiçoamento individual 
dos seres humanos.
Por meio da atividade científica, o conhecimento é produzido em 
diversos locais e pode ser compartilhado, testado e reformulado, pois 
é resultado do trabalho de cientistas espalhados ao redor do mundo. 
Entretanto, quais foram os motivos que levaram a humanidade a realizar 
investigações? O que seria conhecimento? 
Pensamento Científico
11
Figura 1 – Conceito do conhecimento 
Fonte: Freepik
Ao longo deste capítulo, responderemos a esses questionamentos. 
Vejamos, a seguir, a relação do homem com o conhecimento. 
Ao analisar a trajetória da humanidade, podemos perceber que o 
homem sempre foi ávido por conhecimento desde o seu nascimento. 
Exemplos disso são a descoberta do fogo, a impressão do pensamento 
nos desenhos rupestres, as explicações dos fenômenos que cercam a 
vida e a morte, os mitos, a filosofia, a criação e artefatos para a caça e 
a alimentação, bem como o avanço da intelectualidade, com a criação 
da roda e os pensamentos dos filósofos greco-romanos, que têm sido 
instrumentos poderosos de conhecimento até hoje. Todavia, apenas nos 
séculos XVI e XVII que a ciência ganhou status: verdade é aquilo que se 
pode ser comprovado. Hoje, o método científico é considerado o saber 
mais eficaz, o qual se encontra inserido no contexto do advento da ciência 
moderna. A ciência é uma forma de conhecimento. Contudo, o que seria 
conhecimento? 
Pensamento Científico
12
Você aprendeu até aqui que o homem sempre foi ávido por 
conhecimento e que, para adquiri-lo, ele realizava investigações. 
Também já se sabe que a ciência é uma forma de conhecimento e que 
ela está presente em seu cotidiano. Ainda sobre a relação do científico 
com a história da humanidade, Fachin (2003) apresenta uma reflexão 
sobre essa temática. A autora discorre que, desde a Antiguidade, já havia 
uma atenção para o científico, embora não existissem, naquela época, 
métodos e observações dos acontecimentos. Apenas após a advinda dos 
cientistas modernos que houve avanços nos métodos de pesquisa, nas 
técnicas e na ordenação nas coletas de dados. Esse será um assunto que 
discutiremos ao longo desta disciplina. 
Para Laville e Dionne (1999), há dois modos de aquisição do saber: 
o espontâneo e o racional. Esses dois tipos de saberes servem para 
conhecermos o funcionamento das coisas, a fim de melhor controlá-las 
e realizar melhores previsões. Os saberes espontâneos são: a intuição, a 
tradição e a autoridade, os quais, muitas vezes, são adquiridos a partir 
das experiências pessoais e nem sempre se baseiam em dados de 
experiências racionalizadas.
Devido à fragilidade do saber, o homem desenvolveu o desejo de 
saber mais e de dispor de conhecimentos metodicamente elaborados 
e mais confiáveis, o que chamamos de saber racional. Para explicar 
a evolução do saber racional até a chegada, no século XIX, da ciência 
triunfante, Laville e Dione (1999) explicam que esse saber foi iniciado com 
os filósofos Platão e Aristóteles, a partir do desenvolvimento da lógica e, 
em seguida, por intermédio das reflexões filosóficas realizadas no período 
medieval. Não só, mas também houve a colaboração das superstições e 
das magias da Renascença, da observação empírica do século XVII, que 
objetivava o pensamento científico, e, no século XVIII, do desenvolvimento 
dos princípios da ciência experimental.
REFLITA:
Você já consegue conceituar “conhecimento” com base 
nas informações apresentadas até este momento? 
Pensamento Científico
13
Acreditamos que sim. Portanto, prossigamos. Possivelmente, você 
tenha conceituado “conhecimento” como o ato de conhecer algo ou a 
reunião de informações armazenadas na mente humana. 
EXPLICANDO MELHOR:
Com base na resposta, podemos dizer que o homem tem 
diversos tipos de conhecimento. A mesma pessoa, por 
exemplo, pode ser um pesquisador da área da criança 
e do adolescente, conhecedor do Estatuto da Criança e 
do Adolescente e ser uma pessoa religiosa, conhecedora 
da bíblia.
Você também possui diversos tipos de conhecimento. Já parou 
para pensar nisso? Consegue identificá-los? Um exemplo simples e que 
faz parte da sua realidade é este: você está no ensino superior para obter 
conhecimentos sobre a profissão a qual você escolheu, a fim de que, 
posteriormente, seja um profissional devidamente qualificado. Quais são 
os conhecimentos que você vai adquirir ou já adquiriu para atingir o seu 
objetivo? É bem provável que você já tenha tido acesso às legislações que 
norteiam o exercício profissional e todo o referencial teórico-metodológico 
presente nas obras dos autores referencias da sua área. 
Figura 2 – Exemplo de conhecimento adquirido no ensino superior
Fonte: Freepik
Pensamento Científico
14
Lakatos e Marconi (2005) explanam que, ao percebermos um 
objeto, somos capazes de captar certas qualidades ou características 
dele. Dessa maneira, tomamos consciência de nossas percepções e 
acumulamos experiências que formam um “estoque” de conhecimento, 
como na escola, local onde acumulamos conhecimentos produzidos por 
outras pessoas. Isso significa que o conhecimento nem sempre é adquirido 
mediante contato direto com um objeto, mas pode ser transmitido pelas 
mais diversas formas de linguagem, tais como: fotografias, imagens, 
vídeos, descrições textuais, gráficos, fórmulas, entre outras ferramentas 
comunicativas de grande utilização para os momentos educacionais.
Ao longo do tempo, para facilitar os seus estudos, autores 
classificaram o conhecimento em tipos, assim como também houve a 
classificação da ciência. É válido ressaltar que, nas obras que abordam 
a temática “metodologia científica”, estudiosos usam nomenclaturas 
diferentes. Desse modo, serão os tipos de conhecimento que estudaremos 
no tópico seguinte.
Tipos de conhecimento 
O conhecimento é o ato ou o efeito de conhecer algo, de saber, de 
ter informação e de buscar instrução. É a relação do homem (razão) com 
determinado objeto/objetivo. O conhecimento é um conceito importante 
para a Educação, uma vez que nos leva a conhecer disciplinas, conceitos, 
teorias, princípios etc., que foram internalizados e aprendidos antes. Além 
disso, é preciso ressaltar que, para falar de conhecimento, precisamos 
abordar informações, dados e fatos, a fim de que o conhecimento possa 
ser considerado uma informação útil para alguém.
Afinal, o que é conhecimento? Conhecimento é o resultado da 
relação entre a percepção que temos do mundo, dada por meio de 
nossos sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar –, e os objetos 
que conseguimos perceber a nossa volta para, então, abstrairmos ideias 
ou noções. Fachin (2003) cita alguns tipos de conhecimentos nos quais 
os homens, por seu intermédio, evoluem e fazem evoluir o seu meio. 
Entre esses conhecimentos, temos: o filosófico; o teológico ou religioso; 
empírico (popular ou do senso comum); e o científico. Entretanto, é 
PensamentoCientífico
15
importante ressaltar que, aqui, usaremos basicamente o conhecimento 
científico. Estudemos cada conhecimento. 
De acordo com Alves (2007), o conhecimento empírico ou do senso 
comum é produzido no dia a dia, sem a necessidade de comprovação 
por meio de métodos sistemáticos ou científicos. Por esse motivo, é um 
tipo de conhecimento superficial e subjetivo ligado a tradições, crenças 
ou valores. Além disso, não possui uma forma sistemática e traz, como 
solução para um problema, uma explicação popular que não é testada 
como relação direta entre causa e efeito. É apenas observado um 
resultado, independente de subinterações possíveis. Por exemplo: os 
chás medicinais usados por nossas avós podem ser úteis para curar uma 
indigestão ou para “acalmar os nervos”. Contudo, é improvável que nossas 
avós saibam exatamente quais são as propriedades químicas desses chás 
ou como elas agem no corpo humano.
O conhecimento teológico ou religioso é produzido por meio 
da aceitação de saberes e de informações consideradas divinamente 
reveladas e, como tais, são inquestionáveis e infalíveis. Por exemplo: 
enquanto os cristãos acreditam que o conhecimento bíblico é de 
origem divina e representa a verdade, os muçulmanos encontram os 
conhecimentos que guiam as suas vidas no Alcorão, que é equivalente à 
Bíblia para os cristãos. De maneira direta, a justificativa ou resposta sobre 
um acontecimento é dada a um Deus, entendido como um ser supremo, 
dependendo da cultura de cada povo. O ser humano se relaciona por 
meio da fé religiosa. Podemos ter exemplos nos próprios livros utilizados 
por algumas religiões. 
O conhecimento filosófico é produzido por meio da reflexão e, 
portanto, é sistemático e crítico. Nesse caso, a percepção direta dos 
objetos concretos não é o mais importante, e sim a construção de ideias e 
conceitos, por vezes, metafísicos e abstratos, na busca pelo conhecimento 
da realidade em seu contexto mais universal. O conhecimento filosófico 
busca descobrir aspectos relacionados ao sentido primordial da existência 
e da realidade, se há, ou não, liberdade, quais valores devem direcionar 
as ações humanas, entre outros conteúdos dessa natureza que são para 
o bem em comum de todos.
Pensamento Científico
16
DEFINIÇÃO:
Já o conhecimento científico, o qual será explorado 
ao longo desta disciplina, pode ser considerado o 
conhecimento verdadeiro, visto que busca conhecer as 
causas e as leis que regem determinado evento. Ele é 
adquirido de modo racional, por meio de processos que 
são sistematizados e organizados. Não só, mas entendido 
quando o pesquisador retira o contexto em que o evento 
está inserido e valida aquele acontecimento por intermédio 
de procedimentos que possam levar o resultado a uma 
possível comprovação da sua ocorrência.
Esse processo nunca é considerado finalizado e pronto, pois sempre 
pode ser questionado e reavaliado. Em outras palavras, é um processo 
em constante construção. Se tomarmos o mesmo exemplo apresentado 
sobre chás, é o fato de se verificar exatamente qual é a causa e o efeito 
quando se utiliza um determinado chá. Seguem exemplos simples e que 
representam os tipos de conhecimento: 
 • Conhecimento empírico ou do senso comum – “Chá de camomila 
é bom para acalmar os nervos”.
 • Conhecimento teológico ou religioso – “Bem-aventurados os que 
choram, porque Deus os consolará”.
 • Conhecimento filosófico – “A finalidade essencial da razão humana 
é a felicidade universal”.
 • Conhecimento científico – “A temperatura média do universo 
diminui à medida que o universo se expande”.
Assim como já fora explicado, apesar da classificação em 
relação aos tipos de conhecimento para a apreensão da realidade 
social, o sujeito pode percorrer diversas áreas do saber para conhecer 
o seu objeto. Isso significa que as diversas formas de conhecimento 
estudadas poderão coexistir. Neste tópico, foi evidenciado que todas 
as formas de conhecimento são importantes. Apesar de sabermos que 
usaremos basicamente o conhecimento científico, é fácil perceber que 
algumas formas deram origem a ele. Nenhuma forma de conhecimento 
Pensamento Científico
17
é descartável, pois a ciência, apesar de exigir processos e ditar muitas 
regras, necessita da compreensão e da aplicação de contextos sociais, 
os quais só podem ser aplicados e compreendidos de maneira correta 
se considerado o ser humano como parte de todas essas interações. No 
tópico seguinte, apresentaremos o conceito de ciência com base em 
diversos autores. 
Conceito de ciência 
A ciência é o meio para identificar o nosso conhecimento e fazê-lo 
crescer, ver como as coisas funcionam, tais como a natureza, o universo 
etc. Ela trata de investigar/estudar os fenômenos, levando à descoberta de 
informações sobre o mundo. Esse estudo e investigação são realizados de 
acordo com o método científico, que nada mais é que o processo de avaliar 
o conhecimento empírico com os conhecimentos adquiridos por estudos 
e pesquisas. Vários autores, como Lakatos e Marconi (2000, 2003, 2005), 
Koche (1997), Fachin (2003), Minayo (2007), conceituaram e classificaram a 
ciência em suas obras. Vejamos algumas conceituações a seguir:
A ciência, segundo Fachin (2003, p. 27), “trata dos 
conhecimentos de várias maneiras, procurando leis gerais que 
abriguem certo número de fatos particulares. [...] As ciências 
prosperaram e foram divididas para que pudessem ser melhor 
compreendidas”. No século XIX, houve o progresso da ciência 
e de suas aplicações práticas, as quais provocam mudanças 
e melhoramentos na vida do homem. Já na segunda metade 
desse século, houve o desenvolvimento das ciências humanas, 
as quais seguiam uma concepção de construção do saber 
científico nomeada “positivismo”. O positivismo tem, como 
características, o empirismo, a objetividade, a experimentação, 
a validade, as leis e a previsão. Assim, é com base nesse 
modelo de ciência positiva que há o desenvolvimento das 
ciências humanas na segunda metade do século XIX. 
Ao analisar a história da ciência, constatamos que muitos de seus 
princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de novas 
conjunturas ou de novos padrões. Segundo Lakatos e Marconi (2000, p. 24): 
Pensamento Científico
18
A ciência, portanto, constitui-se em um conjunto de proposições 
e enunciados, hierarquicamente correlacionados, de maneira 
ascendente ou descendente, indo gradativamente de fatos 
particulares para os gerais, e vice-versa [...], comprovados (com 
a certeza de serem fundamentados) pela pesquisa empírica 
(submetidos à verificação). 
Já no que se refere à classificação e à divisão da ciência, elas 
ocorreram devido à necessidade do homem de estudar, entender e 
publicar os resultados das suas investigações científicas (nas próximas 
unidades, veremos como se dá as apresentações dessas investigações). 
Para Lakatos e Marconi (2003), em relação à classificação da ciência, 
podemos classificá-la mediante o conteúdo, complexidade, objeto, 
temas, metodologia e outros. No entanto, não há um consenso entre os 
autores da área acerca dessa classificação. Observe, na figura a seguir, a 
classificação da ciência de acordo com as autoras: 
Figura 3 – Classificação da ciência 
CIÊNCIAS
Factuais
Naturais
Sociais
Física/Química/Biologia
Direito
Formais
Lógica
Matemática
Economia/Política 
Sociologia/Antropologia
Fonte: Lakatos e Marconi, 2003 (Adaptado).
Explicar e apresentar as características das ciências não faz parte 
do objetivo desta unidade. Entretanto, é fundamental que você saiba da 
existência dessa classificação. 
Pensamento Científico
19
Já sobre o objetivo da ciência e a sua concepção na atualidade, 
Koche (1997, p. 79) sustenta que: 
[...] o objetivo da ciência ainda é o de tentar tornar inteligível 
o mundo, é atingir um conhecimento sistemático e seguro 
de toda a realidade. No entanto, a concepção de ciência na 
atualidadeé de ser uma investigação constante, em contínua 
construção e reconstrução, tanto das suas teorias quanto dos 
seus processos de investigação. 
Baseando-se na citação apresentada e nas análises da realidade e 
da história da ciência, podemos inferir que ela vem ganhando importância 
ao longo dos anos. O avanço científico, aliado a tecnologia, possibilitou 
transformações no mundo, como a Revolução Industrial. Todavia, é 
somente a partir da segunda metade do século XX que temos um acúmulo 
de conhecimentos e de transformações na sociedade. Ao pensarmos na 
ciência que temos hoje, devemos pensar, também, em aliá-la à tecnologia, 
já que esta é um instrumento para a realização da ciência. Para alguns 
autores, é a ciência aplicada, ou seja, a tecnologia fornece precisão e 
controle dos resultados à ciência, o que permite que o homem controle 
o mundo. É válido ressaltar, contudo, que, apesar do desenvolvimento 
científico-tecnológico que temos a nível mundial, esse progresso não tem 
chegado a vias de transformar a realidade da população. Um exemplo 
disso se refere às suas condições básicas de existência.
RESUMINDO:
Gostou do conteúdo apresentado? Compreendeu tudo? 
Agora, para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido o significado 
do conhecimento, identificado os seus tipos e o que 
significa ciência. Não só, mas também percebeu que todos 
nós somos dotados de conhecimento dos mais diversos 
tipos. Contudo, compreendeu, sobretudo, a importância 
do conhecimento científico para você, estudante de nível 
superior. Além disso, conheceu um pouco a história da 
ciência, seu objetivo e classificação, bem como soube a 
sua importância para o avanço da humanidade.
Pensamento Científico
20
Ciência e seus métodos 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de caracterizar 
a ciência e identificar os métodos científicos que existem. 
Isso será fundamental para você, aluno de nível superior. 
Dessa forma, você terá contato com alguns elementos, a 
fim de adquirir uma postura científica e ser capaz de obter 
conhecimento com credibilidade e confiabilidade. Motivado 
para desenvolver essas competências? Vamos lá. Avante!
Ciência e vida acadêmica 
Ao ingressar na vida acadêmica, é necessário que tenhamos atitudes 
de investigação científica, seja para interpretar a realidade social, seja para 
a produção das nossas pesquisas. Essa postura científica é adquirida ao 
cursar as diversas disciplinas, como a que está cursando agora, ao longo 
da sua graduação. Dessa forma, antes de iniciarmos a apresentação de 
alguns métodos que existem, é preciso discutir o significado de método e 
metodologia. Vamos lá! 
As pessoas, de forma geral, consideram a ciência porque acreditam 
que o conhecimento científico desvenda a verdade absoluta, devido a sua 
base empírica. Isso significa que as teorias científicas derivam diretamente 
de observações e experimentações sobre os fenômenos da natureza 
(ALVES, 2007).
De acordo com Alves (2007), os cientistas ou pesquisadores são 
pessoas interessadas em investigar aspectos ou elementos que dizem 
respeito ao mundo e aos seres humanos. Esses indivíduos podem realizar 
investigações individuais, mas, em geral, estão reunidos em universidades 
ou em departamentos de pesquisa dentro de empresas. 
Outro aspecto importante a ser discutido é a metodologia. É possível 
afirmar que a metodologia trata do caminho reflexivo e da prática exercida 
na abordagem da realidade (ALVES, 2007). Portanto, incorpora, ao mesmo 
Pensamento Científico
21
tempo, a teoria da abordagem, as técnicas (instrumentos de operação do 
conhecimento) e a criatividade do pesquisador.
Genericamente, o termo “metodologia” pode ser entendido como 
uma ação que visa investigar uma determinada realidade, desde que, 
para isso, sejam aplicados métodos específicos. Ao longo da história, um 
dos principais esforços do ser humano tem sido a busca constante pelo 
aumento do conhecimento a respeito do mundo onde vive e de si mesmo. 
Uma das razões para essa busca é muito simples: é preciso conhecer para 
controlar e, assim, definir as estruturas da ciência e da pesquisa cientifica.
Por exemplo: o início de toda pesquisa é delineado por uma 
problemática, a qual é permeada por questões de pesquisa que se baseiam 
em conhecimentos prévios, que, se tratados cientificamente, são capazes 
de construir novos referenciais, os quais são chamados de teoria e estão 
inseridos em uma determinada área de conhecimento. Em algum momento 
da vida, aprendemos que o fogo queima, que a água gelada refresca, que 
os automóveis devem parar quando o sinal vermelho do semáforo está 
aceso e que as pessoas geralmente reagem a certos estímulos, sejam eles 
positivos ou negativos, com reflexos no pensamento e atos. 
Diante do exposto, é plausível afirmar que a teoria e a metodologia 
estão intimamente relacionadas e são fundamentais no processo de 
elaboração de qualquer projeto de pesquisa ou intervenção. Sendo assim, 
a metodologia deve dispor de um instrumento claro e suficientemente 
capaz de resolver os impasses teóricos para o desafio da prática (ALVES, 
2007). No tópico a seguir, apresentaremos o significado de método. 
Ciência e método científico 
Acredito que você, aluno, já ouviu algumas vezes a palavra 
“método” em seu cotidiano e nas mais diversas situações e contextos. 
Vamos apresentar alguns exemplos. Já ouvimos alguém dizer que uma 
determinada pessoa é muito metódica e que, em consequência dessa 
forma de agir, ela poderá atingir o seu objetivo. Já em outras situações, 
percebemos que falta um método de ação em alguém ou até mesmo que 
o método de trabalho de certa pessoa não é eficiente. 
Pensamento Científico
22
De modo geral, a pesquisa sempre esteve voltada para a 
investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de 
métodos científicos. São vários os tipos de pesquisa que podemos utilizar 
quando pretendemos desenvolver alguma investigação, quer seja de 
ordem prática ou intelectual.
Baseando-se nas explicações apresentadas, podemos dizer que o 
método seria o caminho o qual devemos percorrer para que possamos 
alcançar um determinado objetivo, ou seja, é uma forma para se alcançar 
uma meta. Então, por que devemos utilizar o método em nossas 
pesquisas? É importante que você saiba que uma das características que 
distingue a ciência de outros tipos de conhecimento é o seu método. 
DEFINIÇÃO:
A etimologia da palavra “método” é a seguinte: vem 
do grego methodus e significa “através, ao longo do 
caminho”. É o conjunto de etapas e procedimentos que 
orientam a investigação dos fatos ou a busca da verdade. 
Em outras palavras, o método é guia e um caminho 
(D’ONOFRIO, 1999).
Temos, na ciência, o método científico, o qual deve seguir as etapas 
que objetivam provar, ou não, o fato real, a verdade. 
Método e técnica 
É importante entender que, quando falamos em método científico, 
não estamos nos referindo apenas à ciência em si. Quando se diz que 
você já é um cientista, isso se refere ao fato de que, na essência, todo 
mundo tem um “quê” de pesquisador e/ou cientista. Estamos, a todo o 
tempo, testando, agindo e aprendendo, o que consiste basicamente no 
que os cientistas fazem de maneira metódica. No entanto, não podemos 
dizer de maneira literal que estamos praticando ciência, se não houver 
um processo sistematizado que possa ser testado e replicado, caso 
necessário. Para isso, será apresentada a diferença entre a palavra 
“método” e a “técnica”, assim como alguns conceitos do próprio método 
Pensamento Científico
23
científico. Isso se deve, pois, dessa forma, você compreenderá melhor a 
relação de tudo isso com a ciência. 
Vamos, primeiramente, falar do método. Esse processo é como 
um grande apanhado de atividades organizadas de maneira sistemática, 
as quais fornecem uma maior segurançae permitem que alcancemos 
o objetivo proposto. O método segue um caminho traçado, apto a 
identificar falhas, erros e, ainda, auxiliar para que sejam tomadas as 
melhores escolhas. Podemos afirmar, também, que ele é um conjunto de 
critérios que servem como uma referência, na tentativa de explicação ou 
construção de previsões para o que é proposto.
IMPORTANTE:
Para que haja um método na realização de uma pesquisa 
ou comprovação científica, é indispensável que o objetivo 
esteja bem definido e seja estabelecido, de maneira clara, 
o que se quer responder. O método será, então, o conjunto 
de etapas necessárias para responder aquilo que foi 
proposto. Sendo assim, o método não é criado de acordo 
com o pensamento ou vontade do cientista, mas escolhido 
dependendo do tipo de objeto de pesquisa que se tem em 
determinada situação.
Em outras palavras, uma investigação qualquer vem de um 
problema ou um questionamento. Para tanto, são utilizados conjuntos 
de processos ou etapas que se traduzem no método científico, o qual 
tem como foco fornecer uma posição sobre a hipótese formada. Diante 
disso, pode-se, por outro lado, afirmar que o método é uma forma de se 
pensar, a fim de encontrar a compreensão de um problema, seja para fins 
de estudo ou, ainda, para uma explicação. Sabe-se que a própria ciência 
é constituída de um conhecimento extremamente racional, metódico 
e ainda altamente sistemático, sendo implícita a possibilidade de sua 
verificação por meio do uso de técnicas e métodos diversos. 
Podemos traduzir o que foi apresentado até aqui de outra forma. 
Pensamento Científico
24
VOCÊ SABIA?
Você sabia que estamos cercados, em nosso cotidiano, 
por diversos métodos, mesmo sem percebermos? Se 
fazemos um churrasco, por exemplo, para que a carne 
seja colocada no fogo, é necessário que o tempero seja 
colocado antes. Ao comer uma fruta, você naturalmente 
tira a casca para, depois, consumir o que tem dentro. São 
métodos simples que, se não aplicados, podem resultar 
em situações desagradáveis ou até mesmo desastrosas 
para a culinária. Podemos pensar na mesma construção 
de utilização do método quando a relacionamos com a 
nossa maneira de se vestir. Você coloca primeiramente a 
sua roupa íntima para, depois, colocar a calça, a camiseta e 
qualquer outra peça. Se você colocar a sua roupa superior 
e posteriormente vestir a roupa íntima, ou seja, não seguir 
os passos de maneira correta, o resultado não será o 
adequado ou o esperado para o processo. Nessa situação, 
no máximo, você estaria se parecendo com o Superman.
Fica claro que existe uma ordem natural para as coisas e para os 
procedimentos do dia a dia. Portanto, isso pode ser traduzido como um 
método de se fazer cada coisa. Se não for seguido, produzirá um resultado 
não satisfatório na primeira tentativa. Assim, é possível resumir tudo o que 
foi discutido de outra forma: o método nada mais é do que um caminho 
para o fim que buscamos chegar. É o que vai ser percorrido, ou seja, 
“como” é que pretendemos alcançar determinado aspecto ou resposta. 
Observe outros processos do seu cotidiano. 
Classificação dos métodos 
Apresentaremos uma classificação dos métodos, para que possa 
ser mais claro o que estamos querendo dizer. Entre os mais conhecidos, 
podemos destacar os seguintes: experimental, observacional, comparativo, 
estatístico e o etnográfico. 
Pensamento Científico
25
Método experimental 
O surgimento da ciência e, portanto, do seu método, está 
diretamente vinculado às ciências da natureza, as quais foram as primeiras 
a se desenvolverem no século XVII. Apenas no final do século XVIII é que 
surgiram as ciências sociais e as humanas (psicologia, sociologia, entre 
outras). 
Em um primeiro momento, as ciências tentaram garantir um 
estatuto de cientificidade e, para tal, utilizaram o método experimental 
nas suas formulações teóricas. Aos poucos, os cientistas da época foram 
percebendo a inadequação desse método para os fenômenos humanos. 
REFLITA:
Com base nos exemplos citados ao longo do material e em 
outras situações pelas quais passou ao longo da vida, você 
deve ter percebido que, em algum momento, já atuou como 
cientista e já realizou um experimento. Essa afirmação tem 
total referência quando dissemos, no início deste capítulo, 
que a ciência está presente em nosso dia a dia.
Na realização do método experimental, algumas condições 
particulares são estabelecidas pelo pesquisador. Em outras palavras, no 
ato da experimentação, o pesquisador compara o efeito de duas variáveis, 
como as condições e um tratamento. Assim, antes da realização desse 
método, é essencial que o pesquisador trace um plano experimental 
em que estejam estabelecidas as condições da experiência, de forma 
que, por meio delas, consiga-se obter as respostas do seu problema de 
pesquisa.
Método observacional 
É considerado o primeiro passo de um estudo, qualquer que seja 
a sua natureza. Envolve desde as primeiras etapas de um estudo até os 
mais avançados estágios. Além disso, difere-se de um simples conjunto 
de curiosidades para algo sistematizado e planejado, com fins de alcançar 
um objetivo ou procurar respostas para um possível problema de pesquisa. 
Pensamento Científico
26
A atividade de pesquisa visa resolver problemas e nós fazemos isso 
de forma cotidiana, seja na academia, seja no nosso ambiente profissional. 
Em algumas áreas de estudo, o método experimental pode ser de difícil 
aplicação, como nas ciências sociais e na biologia. Diante disso, o método 
observacional adquire bastante importância e deve ser executado com 
cuidado.
IMPORTANTE:
Diante do que foi apresentado, você conseguiria explicar 
a diferença entre o método experimental e o método 
observacional? No método experimental, o cientista 
toma providências para que algo ocorra em relação ao 
experimento, a fim de identificar o que ocorre a partir de 
então. Já no método observacional, o cientista observa algo 
que está ocorrendo sem interferir na realidade ou algo que 
já ocorreu.
Método comparativo 
Ao longo dos estudos sobre a história da ciência, verificamos que 
há uma discussão sobre o método comparativo e o seu processo de 
construção do conhecimento com base nos clássicos da Sociologia do 
século XIX. Nas obras de autores, tais como Comte, Durkheim e Weber, 
observamos o uso da comparação na construção do conhecimento. 
De acordo com Fachin (2003), o método comparativo consiste em 
investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo as suas semelhanças 
e suas diferenças. Perceba que é o método que possibilita o estudo 
comparativo entre grupos, sociedades e outros fatores. É um procedimento 
de comparação sistemática de casos de análise que, em sua maioria, são 
aplicados com fins de generalização empírica e verificação de hipóteses. 
Método estatístico 
É o método desenvolvido tendo, como referência, a teoria estatística 
de probabilidade. Sua utilização possibilita medir, quantificar e mensurar a 
Pensamento Científico
27
realidade pesquisada. É um método que constitui um grande auxílio para 
a área das ciências sociais. 
Sem dúvidas, você já deve ter ouvido falar do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). Essa instituição é um instituto de 
pesquisa que realiza o recenseamento da população por meio do método 
estatístico. Outro exemplo de instituição que realiza o método estatístico 
é o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), que, por 
exemplo, realiza pesquisa de intenção de voto no período eleitoral. 
Apesar de ser utilizado de forma frequente, é comum ocorrer a 
manipulação, de forma tendenciosa, dos dados estatísticos com fins 
políticos e econômicos. Entretanto, é essencial que o pesquisador fique 
atento aos dados para que não se tire conclusões precipitadas e possua 
ética na realização da sua pesquisa. 
Método etnográfico 
Uma das abordagens metodológicas mais utilizadas no campo das 
pesquisas empíricasé a etnografia. A partir do conceito de cultura traçado 
por Lakatos e Marconi (2005), podemos afirmar que um dos modos pelo 
qual podemos buscar os significados da cultura é por meio da etnografia, 
que não será compreendida como um método permeado por regras, mas 
como uma prática que deve estar longe de ser avaliativa e julgadora. Ao 
pesquisador que se propor a realizar uma pesquisa etnográfica, é preciso 
romper com a linearidade do método para perceber as nuances que 
fogem a esse método. 
Entretanto, dentro do campo conhecido como filosofia da ciência, 
há uma reflexão mais profunda sobre as características específicas do 
conhecimento científico. Como exemplo, temos a crítica ao método indutivo 
relacionado à ciência, em que proposições gerais são formuladas a partir 
de observações de casos particulares. Apesar da aplicabilidade prática, o 
indutivismo não garante explicações definitivas sobre nenhum fenômeno 
da natureza. Adicionalmente, existe o fato de que nenhuma observação 
pode ser realizada de forma totalmente objetiva, pois todas as percepções 
e interpretações do mundo exterior são influenciadas por fatores subjetivos, 
como a cultura e as expectativas pessoais (ALVES, 2007).
Pensamento Científico
28
Métodos indutivo e dedutivo 
No método indutivo, para que as generalizações sejam consideradas 
legítimas, é preciso fazer numerosas observações do fenômeno em 
estudo. Essas observações devem ser repetidas em várias condições 
e não pode haver nenhum resultado contraditório (ALVES, 2007). Esse 
método pode ser traduzido como a forma de se raciocinar por meio de 
uma associação com base em dados prévios, quando se obtém uma 
conclusão de algo já observado e estabelecido. Para exemplificar: o 
cobre, o zinco e o ferro conduzem eletricidade. Dessa forma, todos os 
metais conduzem eletricidade. 
Já o método dedutivo é o ato de descobrir a verdade por meio de 
conclusões já conhecidas. Pode-se dizer que ele parte do geral para o 
particular. Ao utilizarmos o exemplo exposto, dizemos que todos os metais 
conduzem eletricidade. O ouro é um metal, logo, conduz eletricidade. Ou, 
ainda, podemos pensar da seguinte forma: o cobalto conduz eletricidade, 
assim, sabemos que é um metal. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que, entre a dedução e a 
indução, não há um isolamento de processo, uma vez que ambos são 
complementares. A indução deve servir como base a uma possível 
conclusão acerca de um tema. Na sequência, a dedução continua sendo 
uma espécie de parâmetro e pode até mesmo servir como premissa para 
próximas induções.
NOTA:
Com base nos tipos de métodos que apresentamos, saiba 
que não há como dizer que o método científico é apenas 
um. São várias as maneiras possíveis para a obtenção de 
resultados científicos e todas elas são de fundamental 
importância na construção do conhecimento. Cabe ao 
pesquisador decidir qual é a mais adequada.
Pensamento Científico
29
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado como parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, mediante a sua publicação em um periódico científico. 
É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica e proceder a divulgação dos resultados obtidos a partir da 
pesquisa para outros cientistas da área.
Assim, é fundamental que você saiba que produzir conhecimento 
exige muita dedicação por parte do pesquisador. 
RESUMINDO:
Gostou do que foi apresentado? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter relacionado a ciência e o 
método. Também aprendeu o conceito de método e a sua 
importância para a realização das atividades de pesquisa. 
Identificou os principais métodos científicos utilizados 
pela ciência e as características de cada um deles. Por 
fim, verificou o quanto é significativa, para a construção do 
conhecimento e, logicamente, para o avanço da ciência, a 
utilização de um método científico.
Pensamento Científico
30
A importância da pesquisa científica 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
a importância da pesquisa científica. Motivado para 
desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!
Significado da pesquisa científica 
Para você, o que seria pesquisa? Geralmente, nós associamos a 
atividade de pesquisa aos cientistas vestidos de batas brancas, em seus 
laboratórios, realizando experimentos. Com certeza, você já assistiu a 
diversos filmes e desenhos animados nos quais aparecem os cientistas 
em um laboratório realizando as suas experiências com vários tubos 
de ensaio e outros utensílios. No entanto, essa é uma ideia equivocada 
que temos acerca do que significa pesquisa. A atividade de pesquisa é 
a de resolver problemas e nós fazemos isso de forma cotidiana, seja na 
academia, seja em nosso ambiente profissional. Você já percebeu isso? 
Avalie o seu dia a dia e veja como a pesquisa está presente nele. 
Pesquisamos para saber o menor valor de um objeto que desejamos 
comprar, para realizar os trabalhos da faculdade e, até mesmo, para 
escolher uma escola para o filho estudar. Você já realizou algumas dessas 
atividades? Claro que sim. Lembre-se que você, ao pesquisar, tem que 
resolver alguma situação e, para isso, estabelece algum critério norteador 
para que atinja o seu objetivo. Nas empresas e organizações, pesquisas 
são realizadas para saber a satisfação do cliente, a aceitação do produto 
e da marca perante os consumidores e a concorrência. 
Minayo (2007, p. 47) sustenta que: 
[...] a pesquisa é uma atividade básica das Ciências na sua 
indagação e construção da realidade. [...] É uma atividade de 
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, 
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados, 
pensamento e ação. 
Pensamento Científico
31
Perceba que, de acordo com a autora, o termo “pesquisa” atrelado 
à ciência é uma aproximação da realidade munida de critérios, rigor, 
metodologia e caráter científico. 
A pesquisa científica tem a finalidade de propor respostas aos 
problemas relevantes que o homem se coloca e realizar descobertas 
significativas, ou seja, que aumentem a sua bagagem de conhecimentos. 
Em suma, a pesquisa científica visa descrever, explicar e prever os 
fenômenos.
Você já consegue conceituar o que é pesquisa científica? A 
figura a seguir sintetiza as características da pesquisa científica que 
foram apresentadas até aqui. Aconselhamos que internalize essas 
características, pois elas serão necessárias ao longo da sua formação 
profissional e até mesmo quando estiver nos ambientes de atuação da 
sua prática profissional. 
Figura 4 - Características da pesquisa científica
PESQUISA 
CIENTÍFICA
Problema
Planejada
Reflexão 
crítica
Sistematizada
Conhecimento 
original
Investigação 
contítua
Fonte: Lakatos e Marconi, 2003 (Adaptado).
Para Lüdke e André (1986), a melhor maneira de se aprender 
a pesquisar é, precisamente, fazendo pesquisa, enfrentando os 
problemas teóricos, metodológicos e técnicos que se apresentam no 
Pensamento Científico
32
trabalho científico. Para realizá-la, é preciso haver um confronto entre as 
informações coletadas sobre um determinado assunto e o conhecimento 
teórico acumulado. 
Entre outras informações pertinentes, é necessário entender que, 
na pesquisa, existe uma relação entre teoria e prática e que é ao exercer 
a atividade da pesquisa que o pesquisador delineará os limites e as 
possibilidades em relação a essa atividade.
O avanço da pesquisa científica
O desenvolvimento científico sempre foi influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos, assim como já abordamos. Na atualidade, 
por exemplo, o avanço de pesquisascom células-tronco embrionárias, 
que podem possibilitar a cura de diversas doenças, é bastante criticado 
por setores religiosos da sociedade. Nessa perspectiva, podem ser 
citadas, também, as doenças negligenciadas, tais como a malária, a 
esquistossomose, entre outras, que são enfermidades consideradas 
endêmicas em populações de baixa renda e que apresentam investimentos 
reduzidos em pesquisas científicas e produção de medicamentos.
Dessa forma, o conhecimento científico não é resultante da prática 
investigativa e experimental por si só. A ciência se desenvolve a partir de 
interações sociais complexas e, consequentemente, sofre a influência de 
interesses pessoais, além de grupos políticos, econômicos e religiosos. 
O porquê de se entender os processos sistemáticos que envolvem a 
metodologia da pesquisa é parte integrante para a obtenção da segurança 
dos dados, critérios, princípios e normas, os quais fornecerão orientação 
e possibilitarão condições adequadas ao pesquisador na realização dos 
seus trabalhos. Os resultados sempre devem ser os mais confiáveis 
possíveis, para que possam ser usados como base de generalizações ou 
para outras pesquisas. 
Ao resgatarmos alguns aspectos da história, perceberemos que, 
durante a Idade Média, o desenvolvimento do conhecimento científico 
avançou lentamente, em consequência do predomínio do dogmatismo 
religioso. Nessa época, houve a valorização do conhecimento religioso para 
Pensamento Científico
33
explicar os fenômenos naturais, tendo Deus como o centro do Universo 
(teocentrismo). Culturas pagãs, como a grega, foram perseguidas, combatidas 
e menosprezadas. A Igreja restringiu o acesso à escrita e à cultura, o que 
impactou negativamente o desenvolvimento da intelectualidade. 
Já o desenvolvimento tecnológico resultou em inúmeros benefícios 
para sociedade, como o processo de globalização econômico e social. 
No entanto, pelo fato de os avanços tecnológicos terem ocorrido em uma 
sociedade capitalista, que objetiva essencialmente o lucro, a natureza 
é explorada de maneira inescrupulosa e o bem-estar social está sendo 
cada vez mais comprometido.
Assim, a ciência (neste caso, apresentada como construção 
do conhecimento) é capaz de oferecer respostas confiáveis sobre a 
compreensão de determinados eventos e por que ocorrem. Ela também 
pode ser compreendida como a observação dos fatos de maneira 
sistêmica, com intuito de análise da experimentação e, desse processo, é 
possível retirar resultados passíveis de utilização universal. 
A ciência precisa ser entendida como a compreensão das relações 
dos efeitos e suas possíveis/principais causas de acontecimentos em 
determinados eventos quaisquer. Nesses eventos, é almejado demonstrar 
a verdade dos fatos e suas implicações ou aplicações práticas. Assim, a 
pesquisa científica, em si, é uma construção criada por meio de questões 
específicas que precisam ser respondidas. Constatamos, portanto, que o 
conhecimento se preocupa em explicar, mas também tem, como cerne, a 
busca por relações e outros fatos, na tentativa de explicá-los. 
Algo muito interessante de se observar é que o próprio senso 
comum pode motivar a realização de uma pesquisa científica. Esse 
processo é uma forma de testar algo que o senso comum não consegue 
obter resposta e trazê-lo à luz da aplicação do método científico. Um bom 
exemplo para entender a diferença entre os dois conhecimentos pode se 
referenciar na realização dos tratamentos médicos. 
Antigamente, um tratamento indicado pelos próprios índios ou 
anciãs era proveniente do conhecimento comum, que também pode ser 
dito como vulgar. Os remédios eram usados para diversas doenças ou 
Pensamento Científico
34
situações. Após ser comprovada a melhora ou a cura de determinada 
doença a partir do que foi aplicado, isso se tornava um conhecimento 
científico. Como entender isso? 
Anteriormente, a validação não existia, pois, mesmo que as doenças 
tivessem sido curadas, não se havia aplicado um método científico e 
não se tinha certeza da real eficácia de determinado remédio para uma 
doença específica. Como realizar um link desse assunto com a sua própria 
vida acadêmica? Na tentativa de resolução de um determinado problema, 
será importante a aplicação de métodos/maneiras científicas para chegar 
a sua solução sem a utilização de achismos. Compreenda a importância 
de se utilizar o método científico, pois, de acordo com o olhar da pesquisa 
acadêmica, você já é um cientista! 
No mundo atual, é possível perceber que o conhecimento científico 
é altamente relevante para a sociedade. De modo geral, as pessoas 
atribuem confiabilidade a qualquer informação, dado ou raciocínio obtido 
por meio dos chamados métodos científicos. Os sujeitos, de forma geral, 
consideram a ciência porque acreditam que o conhecimento científico 
desvenda a verdade absoluta devido a sua base empírica, na qual as teorias 
científicas derivam diretamente de observações e experimentações sobre 
os fenômenos da natureza (CHALMERS, 1993).
Ciência como prática social 
O conhecimento científico é construído por meio da prática social e 
é bastante influenciado pelos interesses das classes sociais dominantes. 
Nesse sentido, segundo Chalmers (1993, p. 158), “[...] o desenvolvimento 
de uma ciência ocorre de forma análoga à construção de uma catedral 
enquanto resultado do trabalho combinado de certo número de indivíduos, 
cada qual aplicando suas habilidades especializadas”.
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado a ser parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, por meio de sua publicação em um periódico científico. 
Pensamento Científico
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É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica e proceder à divulgação dos resultados obtidos a partir da 
pesquisa para outros cientistas da área.
Figura 5 – Divulgação da pesquisa
Fonte: Pixabay
No ato da pesquisa científica, é necessário que qualquer atividade 
experimental produzida seja avaliada, testada, discutida e aceita pela 
comunidade científica. Essa interdependência social para a construção 
da ciência evidencia o caráter dinâmico do conhecimento científico. É 
possível que resultados experimentais importantes sejam refutados, 
mal interpretados ou não recebam a devida atenção pela comunidade 
científica de uma determinada época, postergando grandes avanços 
científicos por longos anos, como foi o caso das pesquisas científicas 
realizadas pelo monge e botânico Gregor J. Mendel, que nasceu na 
Áustria, em 1822. Os trabalhos que Mendel publicou sobre hibridização 
de ervilhas não receberam nenhuma atenção de seus contemporâneos. 
Entretanto, atualmente, Mendel é considerado o fundador da genética 
(BATISTETI; ARAÚJO; CALUZI, 2010).
A população, de modo geral, tem uma visão descontextualizada 
do trabalho de um cientista. A mídia tem grande influência sobre esse 
tipo de visão, pois o estereótipo do cientista nos desenhos animados, nas 
Pensamento Científico
36
histórias em quadrinhos e em outros meios de comunicação é uma figura 
masculina, individualista, antissocial, com óculos, e que sempre tem 
ideias mirabolantes.
NOTA:
Para entender a atual visão de mundo com base no 
conhecimento científico, é preciso compreender as fases 
da evolução do intelecto do homem, as quais refletem o 
próprio processo de desenvolvimento da ciência. Não há 
um consenso sobre a época histórica precisa do surgimento 
da ciência: para alguns estudiosos, sua criação data das 
primeiras civilizações; outros consideram a Grécia Antiga o 
berço da ciência e há, ainda, aqueles que acreditam que o 
surgimento da ciência se deu na Era Moderna. No entanto, 
sabe-se que, nas mais diversas culturas e regiões do globo,do ponto de vista mental e intelectual, houve, inicialmente, 
a subordinação do mundo físico a um mundo superior, 
o qual era habitado por entes e divindades responsáveis 
pelos fenômenos da natureza e pelo destino do homem 
(ROSA, 2012).
O pensamento grego começou a se diferenciar das outras culturas 
contemporâneas por se basear na observação e no raciocínio para explicar 
os fenômenos naturais. No curso dos séculos, a busca pelas causas e 
pela essência dos fenômenos teve grande influência teológica, mantendo 
as bases metafísicas gregas. O distanciamento da ciência em relação aos 
pensamentos religiosos para explicar os fenômenos naturais se iniciou no 
século XV, com o Renascimento. A ideia de racionalidade, que surgiu com 
os filósofos iluministas no século XVIII, intensificou-se com o positivismo e 
o construtivismo nos séculos seguintes (ROSA, 2012).
É importante salientar que o desenvolvimento do conhecimento 
científico foi marcado por estagnação e retrocessos, como o período 
da Idade Média, mas também por grandes avanços, como na época do 
Renascimento, o que evidencia a complexidade da evolução histórico-
social da ciência (ROSA, 2012). Assim, para compreender melhor o 
processo de construção do conhecimento científico, precisamos conhecer 
alguns detalhes sobre as principais fases do pensamento humano, as 
Pensamento Científico
37
quais envolvem o pensamento mitológico, o conhecimento religioso e a 
racionalidade empírico-mecanicista.
A mente humana apresenta a mesma capacidade nos diferentes 
povos, embora não seja possível desenvolver imediatamente e ao mesmo 
tempo todas as capacidades mentais. Assim, cada cultura desenvolve os 
potenciais cognitivos de acordo com o tipo de vida que leva e com o 
tipo de relação que mantém com a natureza. Os povos antigos também 
utilizavam meios intelectuais para tentar compreender o Universo, como 
é o caso das civilizações pré-colombianas (maias, incas e astecas), que 
possuíam grandes conhecimentos sobre astronomia e matemática. Não 
se pode, portanto, desvalorizar a forma de pensar dessas culturas, pois 
os indivíduos estavam inseridos em uma realidade material muito rude, 
dominados pela necessidade de manter um nível mínimo de subsistência.
Contudo, trata-se de um modo intelectual de pensar que parte 
do princípio de que é preciso compreender o todo para se explicar as 
coisas, o que contradiz o proceder do pensamento científico, que avança 
etapa por etapa na explicação dos fenômenos naturais. O fato é que o 
mito não confere ao homem o domínio material sobre a natureza, o que é 
alcançado por meio do pensamento científico. 
REFLITA:
Enquanto nas culturas orientais desenvolvia-se o 
espírito contemplativo, na Grécia Antiga formava-se uma 
mentalidade crítica, impulsionada pelos filósofos da 
época. A partir do questionamento de conceitos absolutos 
(metafísica), buscou-se explicar os fenômenos naturais a 
partir da lógica e da razão.
O pensador grego Aristóteles foi o fundador da lógica, influenciando 
fortemente a formação do pensamento científico. Os campos filosófico e 
científico se confundiam e se inter-relacionavam até o fim da Idade Média, 
o que caracterizava um período de transição do pensamento humano 
(ROSA, 2012).
Pensamento Científico
38
No entanto, após séculos de relativa estagnação, houve um avanço 
extraordinário no conhecimento científico, propiciado pelas profundas 
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais iniciadas em 
meados do século XV, no período denominado Renascimento (ROSA, 
2012). A superação da preponderância do conhecimento religioso 
ocorreu na época da Idade Moderna: as invenções e inovações técnicas 
contribuíram decisivamente para a expansão do conhecimento científico. 
Além disso, avanços revolucionários na Matemática, Astronomia e 
Anatomia permitiram o desenvolvimento da Física, da Química e da 
Biologia. O termo “biologia” surgiu no século XIX para nomear o campo da 
ciência que estuda os seres vivos, herdando, assim, boa parte do que, até 
então, chamava-se de história natural (ROSA, 2012).
Dessa forma, a formação do pensamento científico foi influenciada 
pelo pensamento filosófico e teve um período de relativa estagnação em 
seu desenvolvimento, devido ao predomínio do conhecimento religioso 
durante a Idade Média. A expansão do pensamento científico foi, então, 
retomada na época da Idade Moderna, em que foi superada a hegemonia 
da religião.
Nesse sentido, houve a construção de competências pelos alunos, 
como o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em grupo, debater, 
questionar, expressar-se de forma oral, escrita ou artística, entre outras. 
Enquanto as competências apresentam caráter genérico, as habilidades 
estão relacionadas com situações mais específicas. Por exemplo, na área 
de ciências, ler e interpretar gráficos relacionados à saúde e à ecologia, 
e analisar situações-problema referentes às questões ambientais são 
de extrema importância/exigência. Portanto, é plausível afirmar que 
processo educacional está passando cada vez mais a ter, como tônica, o 
desenvolvimento de competências e habilidades pelo aluno, para que ele 
possa compreender os conhecimentos científico-tecnológicos e utilizá-
los para atuar no mundo como cidadão.
Até este momento, estudamos que o conhecimento científico 
é construído por meio da prática social e é influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos. Assim, a ciência apresenta caráter 
dinâmico e está em constante mudança e reformulação. A população, de 
Pensamento Científico
39
modo geral, apresenta visões equivocadas sobre a ciência e o trabalho 
dos cientistas, e cabe ao professor desmistificar as concepções de senso 
comum dos alunos.
A tecnologia, que consiste em ser a aplicação prática da ciência, 
representa o modo de vida de nossa sociedade atual. No entanto, o 
desenvolvimento tecnológico não gera, necessariamente, bem-estar 
social, visto que, no mundo contemporâneo, observa-se o aprofundamento 
das desigualdades sociais e vários problemas ambientais. O papel da 
escola e do ensino de ciências naturais, nesse contexto, é o de formar 
cidadãos que possam atuar de maneira crítica e transformadora sobre 
a realidade. Portanto, as práticas pedagógicas do educador devem 
possibilitar que o aluno desenvolva competências e habilidades que 
sejam significativas para a sua atuação como cidadão global. 
NOTA:
De acordo com Alves (2007), a subjetividade é o modo 
como cada indivíduo percebe o mundo. Objetividade é a 
percepção do mundo de modo imparcial e independente 
das preferências individuais do sujeito. Já a intersubjetividade 
é um modo compartilhado de ver o mundo, utilizado pela 
ciência para decidir o que e como deve ser estudado.
Figura 6 – Pesquisa científica
Fonte: Freepik
Pensamento Científico
40
Nesse ínterim, alguns questionamentos são importantes: de que 
forma o pesquisador pode perceber essas nuances, captar os detalhes 
contidos nas entrelinhas da cultura e do cotidiano dos sujeitos? Como 
registrar os dados de forma que não sejam trazidos de maneira superficial 
e não sejam alterados?
As necessidades e os interesses de cada ser humano também 
interferem na interpretação da realidade e na busca da verdade. Consistem 
em ser matizes ou vieses que limitam ou direcionam para o que lhes seja 
mais útil ou conveniente enxergar, sem considerar a possibilidade de que 
outros podem enxergar de maneira diferente.
Assim, podemos incluir em nossa história que a semente do 
conhecimento é permeada pelos estudos de comunidades antigas, as 
quais, por meio de uma comunicação, transmitiram a ciência de forma 
rudimentar até atingirem o uso da tecnologia. É nesse momento que 
houve a adesão aos fenômenos observados pela ciência moderna.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo,resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido, ao longo do 
capítulo, o que significa a pesquisa científica. Também 
conheceu as suas características e importância para a 
humanidade. Além desses aspectos, aprendeu que há 
uma relação entre o conhecimento de senso comum e o 
ato de se fazer pesquisa científica. Por fim, compreendeu a 
importância de você, estudante, realizar pesquisas em sua 
graduação.
Pensamento Científico
41
Desafios da ciência e a ética na produção 
científica
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os desafios da ciência e os aspectos importantes da ética 
na produção científica. Motivado para desenvolver essas 
competências? Vamos lá. Avante!
Desafios da ciência 
O que leva uma pessoa a realizar uma investigação científica? O 
desenvolvimento de uma pesquisa científica se refere à experiência 
teórica e prática do pesquisador, da comunidade científica e da área 
de conhecimento na qual está situado. A pesquisa científica deve ser 
estabelecida a partir de duas abordagens: qualitativa e quantitativa. 
Neste tópico, aprenderemos um pouco mais essas duas abordagens 
científicas que devem ser determinadas pelo pesquisador ainda no início 
do processo de pesquisa.
Dessa forma, é importante que, durante a produção cientifica, seja 
justificado o que lhe impede de buscar respostas. O tema e até o subtema 
que você escolheu podem promover mudanças significativas para a 
profissão que você exerce? Trata-se de novas soluções para a comunidade? 
Respondem às questões que há tempos não são investigadas? 
Contribuem para o trabalho de outras pessoas ou para o desenvolvimento 
de sua área de atuação? Questione-se sobre as contribuições práticas 
de sua pesquisa científica e apresente ao leitor, aquele que terá acesso 
posteriormente à sua pesquisa escrita e organizada, a relevância do tema, 
as suas argumentações e as suas considerações pessoais sobre o assunto 
e, principalmente, sobre os subtemas ao redor de sua pesquisa.
Assim como já foi explicado, a ciência é resultado do trabalho de 
cientistas e de grupos de cientistas espalhados pelo mundo, reunidos em 
universidades, empresas e instituições de pesquisa. Esses profissionais 
Pensamento Científico
42
divulgam o seu trabalho para a avaliação de outros pesquisadores e para 
contribuir com a realização de outras pesquisas.
Na visão de Alves (2007), é extremamente importante que as teorias 
desenvolvidas por meio da pesquisa científica sejam divulgadas, de forma 
que possam ser avaliadas, testadas e, quando necessário, reformuladas. 
Desse modo, também é possível evitar a duplicação de esforços e de 
gastos desnecessários de recursos. Para que essa divulgação aconteça, 
são utilizadas várias formas:
a. Realização de eventos, como seminários e congressos científicos.
b. Publicação de artigos científicos em periódicos (publicações 
impressas ou on-line) de cada área do conhecimento. 
c. Defesa pública e publicação de monografias, dissertações e teses 
em universidades. 
d. Divulgação jornalística de resultados de pesquisas em jornais, 
revistas, programas de televisão ou de rádio e portais de internet.
e. Publicação de livros técnicos.
Nesse sentido, a divulgação jornalística do conhecimento científico 
é especialmente importante para que o grande público tenha acesso 
à informação especializada. É importante “traduzir” termos e teorias 
científicas em uma linguagem que seja compreendida mais facilmente, 
pois, assim, contribui para uma melhor atuação da comunicação entre as 
produções cientificas.
IMPORTANTE:
A busca do ser humano pelo conhecimento sobre o mundo 
onde vive e sobre si mesmo tem servido tanto para suprir 
suas necessidades intelectuais e materiais quanto para criar 
outras. Pode-se verificar a utilidade da ciência ao observar 
o conhecimento acumulado até hoje, por exemplo, sobre 
as leis que regem as órbitas planetárias e outros corpos 
celestes, o funcionamento do corpo humano, os efeitos 
gerados pelo surgimento dos grandes centros urbanos, 
entre outros assuntos.
Pensamento Científico
43
Você deve ter imaginado que é muito difícil ser um pesquisador, 
mas, nestas poucas páginas, verá que isso é possível a qualquer um, 
desde que haja muita dedicação. Quer saber como produzir e desenvolver 
conhecimento?
Estudar o que é verdade consiste em analisar a relação existente 
entre o pensamento humano e o objeto a ser conhecido. Assim, voltamos 
à limitação humana e a sua relação com a realidade. O homem tem como 
portas de entrada (de sua aprendizagem e de seu relacionamento com 
a realidade), primeiramente, seus sentidos (visão, audição, tato, olfato 
etc.). Algumas vezes, precisa de instrumentos adequados para conhecer 
um mundo que, aos olhos naturais, não conseguiria perceber. Um bom 
exemplo são os microscópios para ampliar a visão. Sem o instrumento 
adequado, como é possível saber que vírus, bactérias e microrganismos 
existem? Entretanto, o fato de o homem não os perceber não significa que 
não existam.
Outras vezes, há obstáculos que impedem ou distorcem o 
entendimento da realidade pelo ser humano. Exemplo disso são os 
dogmas, verdades prontas e acabadas que se baseiam em crenças que 
lhes foram impostas ou que tacitamente foram aceitas ao longo de seu 
crescimento, desde criança até a fase adulta. Além disso, a pesquisa não 
é a única forma de obter conhecimento e fazer descobertas. A pesquisa 
bibliográfica é um exemplo claro de obtenção do conhecimento, 
pois esclarece dúvidas, e não é necessário o emprego de processos 
metodológicos rigorosos. Embora seja válido, esse tipo de pesquisa não 
se caracteriza como uma pesquisa científica. Em sua vida acadêmica, se 
ainda não a fez, é provável que você faça pesquisas bibliográficas.
É importante lembrar que a pesquisa científica sempre parte de 
uma dúvida ou um problema e, por meio da utilização de um método 
científico, talvez sejam encontradas respostas e soluções. Muitas vezes, 
não encontramos respostas às nossas indagações imediatamente ou 
apenas com a aplicação de um método de pesquisa. É possível que, antes 
de encontrarmos as respostas às nossas dúvidas, tenhamos de recorrer 
a vários tipos e métodos de pesquisa. Para ser considerada científica, 
uma pesquisa pode levar anos, porque ela precisa ser comprovada e 
Pensamento Científico
44
experimentada inúmeras vezes, a fim de comprovar se as respostas 
encontradas são válidas.
ACESSE:
O filme “O dia depois de amanhã” (EUA, 2004) mostra os 
possíveis efeitos do aquecimento global. O cientista vivido 
pelo ator Dennis Quaid alerta as autoridades mundiais para 
a necessidade de se tomarem medidas urgentes, capazes 
de impedir uma nova Era do Gelo.
Lembre-se que o trabalho científico original é fruto de uma pesquisa 
que foi realizada pela primeira vez e apresenta as novas descobertas, 
contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico. Nesse 
tipo de pesquisa, o pesquisador é movido pela necessidade de contribuir 
com o progresso da ciência e com o desenvolvimento de soluções 
concretas para os problemas estudados.
Figura 7 – Controle da ciência
Fonte: Freepik
Além das limitações relacionadas ao desenvolvimento da ciência, 
há uma série de desafios ligados à atividade científica. Primeiramente, 
é preciso lembrar que o desenvolvimento da ciência interessa a todos. 
Quando dizemos “todos”, estamos nos referindo aos governos dos países, 
à comunidade científica, às empresas privadas, aos grupos sociais, aos 
indivíduos e à sociedade em geral, em todas as atribuições da pesquisa 
científica. 
Pensamento Científico
45
Dessa forma, as práticas científicas, que deveriam ser um dos 
desejos de qualquer estudante universitário, são uma etapa fundamental 
para a formação de pesquisadores. Nossa nação carece de pesquisadores 
capazes de produzir, ampliar o conhecimento e, consequentemente, 
desenvolver o Brasil, a fim de diminuir a nossa dependênciadas nações 
mais desenvolvidas. Isso porque as práticas científicas contribuem para o 
desenvolvimento da capacidade intelectual de uma nação.
Produção científica e ética 
Ao longo da história, diversos filósofos e cientistas investiram seu 
tempo e recursos, com o intuito de encontrar uma forma de classificar 
o conhecimento humano em diferentes áreas. Como resultado desses 
esforços, muitas classificações surgiram ao longo do tempo e é bastante 
provável que novas ainda sejam criadas, à medida que as áreas do 
conhecimento científico se ampliem ou se especializem.
Atualmente, uma das principais formas de se classificar a ciência 
é por meio da divisão entre a ciência pura e a ciência aplicada. A ciência 
pura ou básica é constituída por investigações nas quais não existe uma 
preocupação em encontrar uma utilidade prática imediata para as teorias 
formuladas. Já a ciência aplicada é constituída por investigações nas quais 
há uma busca por soluções concretas para problemas reais, o que possibilita 
a aplicação prática imediata dos resultados da pesquisa científica.
Também podemos dividir a ciência em ciências naturais, focadas no 
estudo da natureza e de seus fenômenos, e ciências sociais, que estudam as 
pessoas e os agrupamentos humanos. Historicamente, as ciências naturais 
são mais antigas; já as ciências sociais são mais recentes. Dessa forma, 
muitos procedimentos de pesquisa utilizados pelas ciências sociais são 
adaptações dos procedimentos originariamente desenvolvidos no campo 
das ciências naturais. No atual momento de desenvolvimento científico, há 
um grande debate acerca da necessidade de se desenvolverem métodos 
científicos apropriados para cada área do conhecimento e para cada objeto 
de estudo. Portanto, passamos por um momento histórico em que diversas 
áreas do conhecimento, as quais denominamos “ciências”, encontram-se 
em diferentes estágios de desenvolvimento.
Pensamento Científico
46
Ao comparar a situação apresentada com o ser humano, seria 
conveniente afirmar que algumas ciências já estão na fase adulta, enquanto 
outras estão ainda na infância. O que seria, afinal, uma ciência mais 
“adulta”? Seria uma ciência que já tem várias teorias bem desenvolvidas 
e testadas, além de uma metodologia científica bem definida, como é o 
caso da Física, por exemplo.
Outras ciências ainda estão desenvolvendo suas teorias e sua 
metodologia. É o caso das ciências mais novas, como a Sociologia e a 
Psicologia. Entretanto, isso não significa dizer que uma ciência seja melhor 
que a outra. Apenas chama a atenção para o fato de que algumas áreas 
do conhecimento humano já são mais desenvolvidas, principalmente 
porque são mais antigas e estão sendo estudadas há mais tempo.
A atual classificação oficial das áreas de conhecimento utilizada no 
Brasil foi proposta pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes).
EXPLICANDO MELHOR:
A Capes, que é um órgão oficial do governo federal 
brasileiro, definiu nove grandes áreas que agrupam 
conhecimentos e que têm afinidades entre si. Em outras 
palavras, são áreas que compartilham temas, objetos de 
estudo e metodologias de pesquisa. Observe que cada 
grande área do conhecimento apresenta subáreas que 
tratam de assuntos de natureza semelhante. Por exemplo: 
em ciências da saúde, todas as subáreas têm como foco de 
estudo o corpo humano e a saúde tanto em nível individual 
quanto em nível coletivo. Em ciências biológicas, por sua 
vez, o foco de estudo é o meio ambiente natural e todas as 
suas propriedades.
Graduação no Brasil
De acordo com Alves (2007), no Brasil, a graduação é um curso de 
nível superior realizado após a conclusão do Ensino Médio. Ela busca a 
formação profissional do estudante em diversas áreas do conhecimento e, 
em alguns casos, essa formação é obrigatória para o exercício da profissão.
Pensamento Científico
47
Os cursos de graduação, no Brasil, têm, em média, quatro anos de 
duração, embora haja diferenças de duração entre diferentes cursos. Além 
disso, são divididos em: (1) bacharelado, (2) licenciatura e (3) tecnologia.
O bacharelado dura de quatro a seis anos e é voltado ao exercício da 
profissão relacionada a cada área do conhecimento. Exemplos: Arquitetura, 
Medicina, Direito, Engenharias, Comunicação Social. A licenciatura 
também dura, em média, de quatro a seis anos, e é um curso superior 
voltado à formação de professores para níveis inferiores à graduação. 
Exemplos: Letras, Educação Artística. Já os cursos de tecnologia duram, 
em geral, de dois a três anos, e são voltados à formação de tecnólogos, 
ou seja, profissionais especializados em áreas técnicas do conhecimento, 
especialmente, as voltadas à indústria. Exemplos: Tecnólogo em 
Construção Civil, Tecnólogo em Gestão.
Os cursos de graduação são regulamentados e avaliados 
periodicamente por órgãos vinculados ao Ministério da Educação (MEC), 
como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (Inep) ou o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e 
Controle (Simec). Em 2008, de acordo com a Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, o Brasil tinha cerca de 06 milhões 
de estudantes matriculados em cursos de graduação. A maior parte deles 
(cerca de 60%) estava matriculada em instituições privadas.
Diante do exposto, precisamos refletir sobre a pesquisa na 
graduação, o que chamamos de iniciação científica. Muito se tem 
falando sobre a pesquisa nas instituições de nível superior do nosso 
país. Sabemos que a quase totalidade das pesquisas são realizadas em 
instituições públicas. Todavia, qual seria a relação da pesquisa com o 
aluno de graduação? Primeiro, precisamos explicar que um dos grandes 
desafios das universidades é a de, além da formação, fazer com que 
os graduandos sejam capazes de utilizar os conhecimentos. Assim, as 
atividades curriculares que tenham por objetivo a resolução de problemas 
são importantes instrumentos para a formação dos alunos. 
Você já realizou uma pesquisa? Quais foram os aspectos que 
sentiu mais dificuldade? Com certeza, houve vários obstáculos em vários 
momentos da sua graduação, seja em sala de aula, seja durante a iniciação 
Pensamento Científico
48
científica. Saiba que, nos próximos capítulos da disciplina, você receberá 
mais conhecimentos para ser um pesquisador. 
Para que você se instrumentalize nessa área, é necessário que 
você seja envolvido na elaboração de projetos de pesquisa, inclusive, 
para estimular os alunos que possuem a vocação para seguir a carreira 
de pesquisadores. As formas institucionais para ingressar nessa área ainda 
durante a graduação são os estágios curriculares e a iniciação científica. 
Recomendamos que você se aproprie das pesquisas realizadas pela sua 
instituição. Perceba que elas têm total ligação com a sociedade em que 
estamos vivendo, pois objetivam transformar a realidade por meio da 
busca por respostas para um problema ou situação. 
Pós-graduação no Brasil
Na visão de Lakatos e Marconi (2005), no Brasil, a pós-graduação 
é formada por cursos que podem ser realizados após a conclusão da 
graduação. Esses cursos dividem-se em dois tipos: lato sensu e stricto 
sensu. Os cursos lato sensu são especializações voltados à atualização 
profissional nas mais diversas áreas do conhecimento. A carga horária 
mínima de um curso de especialização é de 360 horas, em geral, 
distribuídas no período de um ano a um ano e meio. No Brasil, os MBAs 
(do inglês: Master in Business Administration) também são cursos de 
especialização.
Já os stricto sensu são cursos voltados à formação científica e 
acadêmica, ou seja, formam pesquisadores e professores universitários. 
Dividem-se em mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. 
Em todos os tipos de pós-graduação stricto sensu, há uma séria 
preocupação com o desenvolvimento da autonomia científica, ou seja, 
da capacidade de o indivíduo aprendere produzir conhecimento por si 
mesmo.
Além disso, Alves (2007) explana que os cursos de pós-
graduação são regulamentados e avaliados periodicamente pela Capes. 
Outras agências ligadas ao governo, como o Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou a Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), concedem bolsas 
Pensamento Científico
49
(auxílios financeiros) para a realização de cursos de pós-graduação no 
Brasil e no exterior. A principal tendência, atualmente, é a concessão de 
bolsas para doutorado sanduíche, quando o aluno faz apenas uma parte 
do curso no exterior.
REFLITA:
Após essa apresentação, qual seria a importância dos 
cursos de pós-graduação para o nosso país?
Já sabemos a importância da pesquisa científica para o 
desenvolvimento de um país e para o avanço da sociedade. Primeiramente, 
é fundamental que a ciência seja plural e dialogue com os problemas da 
sociedade. Isso significa que é preciso aproximar o que se é discutido 
e pesquisado nos ambientes acadêmicos com a população em geral. 
Portanto, perceba que há desafios científicos e sociais a serem enfrentados 
e superados na atividade da pesquisa científica. 
Para finalizarmos este capítulo e esta unidade, esperamos que 
fique claro que nenhuma nação consegue evoluir sem pesquisa científica. 
Se, hoje, vivemos em um mundo e em uma sociedade tecnológica, isso 
se deve aos inúmeros pesquisadores que criam projetos de pesquisa, 
que encontram resultados, que os validam ou refutam e os publicam, 
atribuindo-lhes visibilidade. 
Já no que se refere à ética, ela é algo que deve permear todo o 
trabalho do pesquisador, desde o ato de elaboração do projeto de 
pesquisa. Isso significa que nada impede que seja realizada uma pesquisa 
na Internet, mas se deve verificar se as informações são confiáveis ou não. 
Não só, mas atribuir os devidos créditos aos autores e não plagiar. 
Por fim, acreditamos que a pesquisa científica em nosso país e os 
cientistas que temos precisam ser creditados por todos nós.
Pensamento Científico
50
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
tudo o que estudamos. Atualmente, o conhecimento 
se depara com um aspecto bastante significativo nos 
mercados: os recursos utilizados por ele estão espalhados 
por todo o globo e esses recursos atendem aos leitores 
de todos os cantos do mundo. Em virtude das facilidades 
proporcionadas pelo desenvolvimento intenso da 
tecnologia nas últimas décadas e da transnacionalização 
do conhecimento e do aprendizado, um estudante 
brasileiro tem condições de adquirir, por meio da Internet, 
conhecimento, ao realizar a sua leitura em qualquer 
lugar do mundo, o que contribui para que todos tenham 
uma excelente educação. Contudo, além do acesso a 
informação, é preciso que sejamos capazes de identificar 
as informações científicas.
Pensamento Científico
51
REFERÊNCIAS
ALVES, R. Filosofia da ciência. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2007.
BATISTETI, C. B.; ARAÚJO, E. S. N. de; CALUZI, J. J. O trabalho de 
Mendel: um caso de prematuridade científica? Filosofia e História da 
Biologia, v. 5, n. 1, p. 35-53, 2010.
CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal? São Paulo: Editora 
Brasiliense, 1993.
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 
2004. 
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, 
quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
D’ONOFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: 
Atlas, 1999. 
ECO, U. Como se faz uma tese. 16. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 
2003.
KERLINGER, F. N. Metodologia da pesquisa em Ciências Sociais: um 
tratamento conceitual. São Paulo: EPU, 1980. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da 
ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1997. 
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: 
Perspectiva, 2000.
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Pesquisa metodológica: do projeto à 
implementação. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia 
científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia 
científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Pensamento Científico
52
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia científica. 3. ed. 
São Paulo: Atlas, 2000. 
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber. Manual de 
metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: Editora 
UFMG, 1999. 
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens 
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa 
em saúde. 10. ed. São Paulo: Hucitec, 2007. 
ROSA, C. A. de P. História da ciência: da antiguidade ao renascimento 
científico. 2. ed. Brasília: FUNAG, 2012.
Pensamento Científico
Unidade 2
Técnicas de leitura, resumo e fichamento
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quandoalguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
A leitura do texto teórico ........................................................................ 10
A importância da leitura no nível superior ................................................................... 10
Finalidades e a importância da leitura ............................................................................ 12
Aspectos para uma leitura proveitosa ............................................................................. 18
Resumo ............................................................................................................22
Conceito e tipos de resumo ...................................................................................................22
Fichamento ....................................................................................................27
Conceito e tipos de fichamento ..........................................................................................27
Resenha .......................................................................................................... 33
Conceito e a importância da resenha .............................................................................33
7
UNIDADE
04
UNIDADE
02
Pensamento Científico
8
INTRODUÇÃO
A partir do momento em que você ingressa no ensino superior, 
obtém contato com diversas formas de conhecimento. Esse contato 
é possibilitado por meio das aulas, dos seminários, das pesquisas, dos 
eventos científicos e outros. Para que você tenha um maior proveito das 
informações adquiridas no universo acadêmico, é essencial que você 
desenvolva habilidades que facilitem o seu estudo. Grande parte das 
informações a qual você terá acesso será orientada pelos textos teóricos. 
Nesse sentido, a proposta deste capítulo é a de disponibilizar elementos 
que facilitem o estudo dos textos teóricos. A apreensão do conteúdo 
ministrado em cada disciplina que você cursar implica uma dedicação 
que pode ser mais bem sistematizada se você tiver mecanismos que 
simplifiquem as suas tarefas. O acesso ao conteúdo recebido em uma 
aula encontra, na leitura, uma grande aliada. Torna-se, assim, fundamental 
o conhecimento de técnicas que auxiliem na compreensão do material 
que você precisa ler. Diante desse contexto, abordaremos técnicas de 
leitura e análise de textos, tais como resumo, fichamento e resenha. Saiba 
que uma boa leitura possibilita a apropriação do conteúdo em suas várias 
possibilidades. Além disso, as atividades de leitura são extremamente 
necessárias tanto na sua vida acadêmica quanto na vida profissional, uma 
vez que, por meio dela, você enriquece a memória, estimula o senso 
crítico, amplia os seus conhecimentos e aprofunda os seus estudos, 
permitindo melhor entendimento do conteúdo lido.
Pensamento Científico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Aplicar as técnicas de leitura no estudo de textos teóricos. 
2. Elaborar resumos acadêmicos. 
3. Identificar os tipos de fichamentos existentes. 
4. Elaborar uma resenha.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
10
A leitura do texto teórico 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz aplicar as 
técnicas de leitura no estudo de textos teóricos. Essas 
técnicas serão fundamentais para que a sua escrita 
tenha um desenvolvimento prático e coeso. Ressaltamos 
que algumas técnicas lhe ajudarão em vários trabalhos 
acadêmicos, em escritas profissionais e para a aplicabilidade 
do conhecimento. Motivado para desenvolver essas 
competências? Vamos lá. Avante!
A importância da leitura no nível superior 
Ao darmos início a um curso de nível superior, adentramos em 
um universo repleto de conhecimento e novas habilidades a serem 
desenvolvidas. Essas exigências são apresentadas ao aluno de modo 
que, gradativamente, sejam internalizadas por eles. Como exemplos 
de exigências de novas habilidades, podemos citar: a utilização de 
programas de editor de texto; a navegação pela Internet, para a realização 
das pesquisas acadêmicas, e em base de dados; a utilização de planilhas 
de cálculo; e a elaboração de apresentação de slides. Além desses itens, 
podemos citar a leitura, a produção e a apresentação do texto acadêmico. 
Ao chegar à pós-graduação, muitas dificuldades já foram superadas. 
No entanto, a leitura e a utilização da informática são exigências e 
habilidades que perpassam qualquer que seja o seu estágio de formação 
acadêmica. Portanto, é fundamental que você, como aluno de um 
curso a distância e que utiliza de forma frequente o ambiente virtual de 
aprendizagem, perceba que a leitura é uma atividade que deve integrar a 
sua rotina de estudos.
Primeiramente, é importante afirmar que, se você não possui um 
hábito de leitura frequente, deve desenvolvê-lo. Podemos definir o ato 
de ler como o ato de significar o mundo. Perceba que, cada vez que 
atribuímos significado ao mundo que nos cerca, estamos realizando 
Pensamento Científico
11
uma leitura. Nesse sentido, estamos constantemente lendo, sejam fatos, 
acontecimentos, paisagens, livros, entre outros. 
Figura 1 – Leitura por intermédio da tecnologia 
Fonte: Pixabay
Na universidade, também realizamos várias leituras, mas 
destacamos, neste processo, a leitura do texto teórico. Isso se deve, uma 
vez que é preciso que nos apropriemos da produção que a humanidade já 
disponibilizou para avançarmos na busca por novas possibilidades. 
Figura 2 – Leitura como o ato de significar o mundo 
Fonte: Pixabay
Pensamento Científico
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REFLITA:
Qual é a importância da leitura para a sua vida acadêmica? 
Você já se questionou a esse respeito? A leitura viabiliza o 
aprimoramento do vocabulário, a interpretação da realidade 
e a reflexão de forma crítica. 
Sobre a leitura, Alves (1999, p. 64) explica que: 
[...] a leitura é igual à música. Para que a leitura dê prazer, é 
preciso que quem leia domine a técnica de ler. A leitura não dá 
prazer quando o leitor é igual ao pianeiro: sabem juntar as letras, 
dizer o que significam – mas não têm o domínio da técnica.
Diante do exposto, podemos inferir que a leitura nos coloca diante 
do mundo do conhecimento. Para uma perfeita compreensão do texto, 
você deverá atuar não só como um decodificador da palavra, mas deverá 
dialogar com o texto, recriar sentidos implícitos e estabelecer relações. 
REFLITA:
Como é o seu processo de seleção de material para leitura? 
Quais são as principais fontes que você tem contato para a 
obtenção de informação?
Finalidades e a importância da leitura
É importante que você saiba que, ao encontrar um determinado 
material para leitura, é fundamental realizar uma varredura de 
reconhecimento. Isso se dá pela verificação da capa, do autor, do sumário, 
das referências indicadas pelo próprio autor, da introdução e prefácio (no 
caso dos livros), para, depois, iniciar a leitura. Esse ato é chamado de 
análise textual, que é a visão panorâmica do texto, a fim de prepará-lo para 
a leitura. De maneira geral, a leitura é feita com as seguintes finalidades: 
 • Informativa – é a leitura que está direcionada à aquisição de uma 
cultura geral. Como exemplo, temos a leitura dos clássicos da 
literatura, de revistas culturais, de arte etc.
Pensamento Científico
13
 • Formativa – relacionada com a aquisição e a ampliação de 
conhecimentos. Como exemplos, temos a leitura de textos 
científicos, técnicos, de revistas científicas etc.
Figura 3 – Exemplo de texto científico 
Fonte: Freepik
 • Entretenimento – voltada à promoção da distração no leitor. 
Como exemplo, temos a leitura de jornais, revistas de moda, de 
curiosidades, em quadrinhosetc.
Pensamento Científico
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Figura 4 – Leitura de jornal 
Fonte: Freepik
A leitura de estudo é classificada por muitos autores, tais como 
Cervo e Bervian (2003), como leitura formativa. A partir disso, é necessário 
que você, ao ter algo para ler, estabeleça a finalidade da leitura daquele 
texto, pois, assim, a sua leitura será bem mais proveitosa.
REFLITA:
Quais são as leituras que você realiza em seu cotidiano? 
Você consegue classificá-las de acordo com as finalidades 
apresentadas?
No contexto acadêmico, que é a nossa realidade em questão, 
o texto, seja ele científico, técnico ou filosófico, destaca-se como uma 
ferramenta que servirá de suporte ao seu aprendizado. A leitura que se 
desenvolve por intermédio desses textos é chamada de leitura analítica, 
uma vez que procede a uma análise do texto.
Pensamento Científico
15
Os processos apresentados são parte integrante de uma abordagem 
exploratória do tema, com o intuito de fornecer subsídios das validades de 
se ler o documento ou não. Dessa maneira, será possível identificar se a 
leitura é importante para o alcance do objetivo proposto no estudo que 
está sendo realizado. 
Uma dica que pode ser usada quando há a realização de uma 
pesquisa é: sempre que estiver lendo, faça anotações dos aspectos 
principais do documento em fichas de leitura, bem como anote a fonte 
em que a informação foi consultada. Armazene esses dados de forma 
acessível, para que você possa retornar a eles quando necessário. Isso 
é o que chamamos de leitura temática e leitura interpretativa. Nesse 
momento, você decifrará a mensagem do autor, estabelecerá as ideias 
centrais e secundárias, e realizará um diálogo com o autor, posicionando-
se frente às ideias apresentadas. É quando você desenvolve a crítica do 
texto lido. 
EXPLICANDO MELHOR:
A ideia central é identificada quando você reconhece a 
mensagem que o autor quer transmitir, a tese que ele 
defende.
As ideias secundárias são os argumentos utilizados 
pelo autor para justificar a sua ideia central, ou seja, para 
defender a sua tese.
Atualmente, fazemos a leitura de arquivos digitalizados por meio do 
nosso computador ou tablet, por exemplo. Assim, é importante que você 
redija comentários neles e escreva as suas observações referentes a eles. 
Outro aspecto que merece a sua atenção é a separação dos textos, em 
seu computador pessoal, por áreas e subáreas do conhecimento. Além 
disso, os links que remetem a eles e as datas em que você teve acesso 
são informações fundamentais, caso seja necessário apresentá-los nas 
referências de algum trabalho acadêmico elaborado por você. 
Pensamento Científico
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Figura 5 – Leitura digital 
Fonte: Pixabay
NOTA:
Recomendamos a elaboração de uma planilha com as 
seguintes informações: título da obra, resumo, link e data 
do acesso. Dessa forma, você organizará a sua biblioteca 
digital particular. Que tal aplicar isso em seu cotidiano 
acadêmico?
O que foi apresentado é muito importante para fins de organização 
e de sistematização do conhecimento. Não perca essas informações, 
pois, sem elas, informações importantes não poderão ser utilizadas na 
realização do trabalho. Além disso, foi possível compreender que a leitura 
de um material tem como principal missão memorizar determinado 
conteúdo, aprender algo e desenvolver uma visão crítica sobre algum 
aspecto. 
Para que possamos aplicar um método em nosso cotidiano, tendo 
em vista a sua importância nos processos do dia a dia, existem algumas 
regras básicas que facilitam a aprendizagem. 
Pensamento Científico
17
Primeiramente, atribua atenção ao que está sendo feito. Parece ser 
uma etapa desnecessária e que deveria ser realizada implicitamente por 
todos, sem a necessidade de ser parte do método. Contudo, não é assim 
que acontece. É necessário esclarecer que a atenção é a capacidade de 
estar concentrado, com foco único, direcionado a uma só atividade. Além 
disso, considere que, se a atenção for aplicada durante um período para 
determinada leitura, deve haver obrigatoriamente outro momento de 
repouso. Caso o assunto seja de interesse do leitor(a), tem-se uma maior 
facilidade de mantê-la fixa. 
Em segundo lugar, há a memória, que nada mais é do que o 
processo de retenção daquilo que foi lido e estudado. Não é sinônimo 
de decorar alguma coisa. A memória tem relação com a execução de um 
bom método de leitura, composto por uma atenção coerente, interesse e 
relação entre o que está sendo lido com outros conteúdos já observados. 
Isso se dá pela construção das bases comuns do conhecimento.
ACESSE:
Indicamos que você acesse a Scielo por meio do site: www.
scielo.com.br. A Scielo é uma biblioteca eletrônica brasileira 
que abrange uma coleção selecionada de periódicos 
científicos das mais diversas áreas.
Finalmente chegamos à etapa do indivíduo associar ideias de 
maneira a extrapolar fatos e acontecimentos. É muito evidente quando 
existe uma correlação entre o que está sendo apresentado e as 
experiências anteriores dos autores. Isso se dá naturalmente por trocas 
de palavras na conversa. Para um aprendizado adequado, é passível a 
utilização de tal técnica para associar o conteúdo. Então, para se adequar 
o hábito de leitura ao melhor possível, é necessário que o tempo para ler 
seja selecionado e reservado diariamente, com local e material adequado. 
Que tal iniciar com as suas leituras? 
Pensamento Científico
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Aspectos para uma leitura proveitosa
Vivemos, hoje, em uma era tecnológica e é fácil perceber que a 
informação é transmitida de maneira muito rápida. Apesar de tudo isso, é 
necessário que entendamos a importância da leitura como fonte principal 
e melhor forma para a aquisição do conhecimento. Ainda que possamos 
ouvir informações por outros meios de comunicação, a leitura desenvolve 
e aprimora capacidades cognitivas relevantes ao ser humano. 
Por meio da leitura, podemos nos comunicar melhor, aumentar o 
nosso próprio vocabulário e, ainda, expor as nossas ideias de maneira 
mais eficiente. Diante disso, para que a leitura se desenvolva da melhor 
maneira, existem técnicas que colaboram com o processo. 
Em primeiro lugar, é preciso realizar uma pré-leitura para o 
reconhecimento do que se tem nas mãos. Nesses momentos, devemos 
ler o começo e o final do documento de maneira genérica. Se for um 
livro, o início e o fim; se for um capítulo, o primeiro e o último parágrafo. 
Já se estivermos lendo um jornal ou revista, de maneira geral, o título e as 
chamadas definem bem o conteúdo. Tenha em mente que os primeiros 
parágrafos, normalmente, trazem as informações mais importantes para 
reter a atenção e fazem referência direta ao que será apresentado. 
Após isso, precisamos ter em mente que a leitura deve ser seletiva, 
de modo a descartar o que é irrelevante ou desinteressante ao foco 
desejado. Entretanto, para esta etapa, é necessário que esteja claro qual 
é o objetivo do trabalho, ou seja, é fundamental que saibamos os critérios 
que serão usados para abordá-los de maneira correta. O problema da 
pesquisa precisa estar muito bem definido, a fim de que o material seja 
corretamente aproveitado.
Para a sequência, deve-se realizar a leitura de forma crítica. Assim, a 
capacidade de selecionar as ideias principais e separar tudo aquilo que é 
secundário ao material é considerada a principal abordagem. Ao verificar 
qual é o cenário da pesquisa, o aluno precisa analisar e comparar as 
informações, no intuito de julgar e levantar as semelhanças para construir 
a sua visão sobre o assunto. Nesse aspecto, é imprescindível que se tenha 
Pensamento Científico
19
uma visão sistêmica do todo, a fim que se possa realizar uma análise do 
contexto para uma síntese. 
Figura 6 – Grupo de jovens realizando a leitura 
Fonte: Freepik
Passamos, então, para a fase da leitura interpretativa do que foi 
observado. O pesquisador procura entender e formar uma opinião sobre 
as informaçõesapresentadas pelo autor. Nesse momento, é de extrema 
importância a integração entre os dados que foram descobertos na 
execução da leitura. 
Podemos seguir os procedimentos apresentados em conjunto com 
algumas práticas apresentadas a seguir: 
 • Não ler um material sem ter definido qual é o foco ou necessidade 
dessa leitura. 
 • Atentar-se na assimilação correta do conteúdo, ao lê-lo mais de 
uma vez, se necessário. 
 • Ser sempre crítico em relação ao texto. Isso pode parecer genérico 
ou vago, mas, quando a leitura for realizada, é importante se 
questionar sobre a ideia principal do texto, o argumento que está 
sendo defendido e se vale a pena continuar com a leitura.
Pensamento Científico
20
 • Verificar a ordem lógica do texto e a sua devida coerência. 
 • Realizar a leitura de reconhecimento antes do final é uma etapa 
importante. 
 • Verificar a veracidade das informações a partir da fonte que ela 
está sendo consultada.
 • Finalmente, tente entender o porquê o autor escreveu aquilo. 
Isso também pode ser definido como a justificativa do trabalho. 
Essencialmente, se você tiver entendido a motivação da 
construção do trabalho, a leitura ficará mais fácil. 
Agora, já é possível entender os resultados esperados a partir de 
uma boa leitura. Passemos para a fase de organização da pesquisa, ou 
seja, a documentação. 
Figura 7 – Organização da pesquisa
Fonte: Freepik
Para que a pesquisa obtenha êxito, precisamos entender que não 
basta ler exaustivamente todo o material encontrado sobre determinado 
tema: é importante que haja compreensão e que o conteúdo seja 
corretamente assimilado. A fim de que você possa se organizar e obter 
o melhor rendimento possível dos seus estudos, existe uma prática que, 
Pensamento Científico
21
se adotada, vai te auxiliar positivamente. A documentação correta das 
suas leituras é algo efetivo e tem como intuito facilitar o processo de 
aquisição do conhecimento. Para tanto, existem, basicamente, dois tipos 
de documentação: 
SAIBA MAIS:
A documentação geral é a organização do que foi 
encontrado em caixas ou até mesmo em pastas. Os 
documentos podem ser apostilas, jornais ou textos 
consultados e lidos, os quais são, geralmente, apenas 
organizados por temas, o que pode ocasionar uma 
demora quando buscada alguma fonte.
Já a documentação bibliográfica tem como foco a separação 
do conteúdo de diversas maneiras. As principais são: por comentários 
das leituras, resumos ou, ainda, por citações. As separações podem 
ser realizadas por meio do fichamento, que torna mais fácil, caso seja 
necessária a realização da referência de determinada obra. Para que 
possamos elaborar uma referência de uma determinada fonte, seja ela 
um livro, revista, site ou periódico em geral, é necessário que façamos 
utilização das normas ABNT. Essas normas serão explicadas de maneira 
mais detalhada adiante.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido as técnicas 
de leitura no estudo de textos teóricos. Não só, mas 
conheceu as suas finalidades e a sua devida importância. 
Por fim, compreendeu os aspectos para se ter uma leitura 
proveitosa.
Pensamento Científico
22
Resumo
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar os 
resumos acadêmicos. A principal função dos resumos se dá 
em um processo de filtragem das principais ideias de uma 
obra, o que exige que você saiba como funciona cada uma 
dessas fases de filtração. Motivado para desenvolver essa 
competência? Vamos lá. Avante!
Conceito e tipos de resumo 
A leitura analítica apresentada no capítulo anterior deve garantir 
que o leitor apreenda aquilo que realmente é essencial. Essa apreensão 
pode ser bem melhor possibilitada mediante a elaboração do resumo da 
leitura efetuada. No entanto, o que seria resumir? 
Todas as vezes que falamos sobre resumo, a primeira ideia que 
temos é a de que se trata de textos curtos e objetivos, o que não é verdade: 
resumir é bem mais que isso. Esse formato é também compreendido 
como uma condensação do texto, mas sempre se deve ter o cuidado de 
fazer com que sejam permanecidas a intenção e a opinião do autor. 
O formato de resumo não aceita avaliação, julgamento de opinião 
ou comentários sobre o documento original. Resumir não é simplesmente 
recortar e reproduzir partes do texto original. É necessário que seja 
expressa, a partir de suas próprias palavras, a ideia central do texto.
De acordo com a NBR 6028 da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT, 2003), um resumo é a apresentação concisa dos pontos 
relevantes de um texto. Dessa forma, é plausível afirmar que os resumos 
se constituem em um processo de filtragem das principais ideias de uma 
obra sem perder a origem e o contexto que o autor nos transmite. 
Nesse aspecto, o resumo comporta maior espaço para o registro de 
observações e comentários sobre a obra do autor, ou seja, confere mais 
detalhes e maior importância ao tema e suas primícias centrais. Lembre-
Pensamento Científico
23
se que as observações quanto aos comentários devem manter coerência, 
visto que é um fator primordial para que o resumo atinja o seu objetivo 
central, que é o de nos fornecer informações sem perder a sua natureza, 
a partir das ideias contidas na obra que se está resumindo. 
A partir do exposto, podemos afirmar que o ato de resumir um 
texto exige muita atenção e fidelidade aos pensamentos do autor, 
principalmente quando se trata do equilíbrio de algumas informações. 
Dessa forma, o resumo não comporta críticas que se oponham às ideias 
originais apresentadas, como “gostei”, “concordo”, “não considero válido” 
etc. Trata-se de uma síntese dos principais elementos constitutivos da 
obra e de sua comunicação conosco.
Podemos dar início ao resumo com o registro do tema, do problema 
de pesquisa do autor e a sua síntese. Caso se trate de um livro com muitos 
capítulos, pode-se realizar o registro por capítulos. Além disso, o resumo 
deve conter os principais argumentos utilizados pelo autor e algumas 
citações diretas ou indiretas (as últimas são as mais utilizadas nesse tipo 
de esquema). 
Você precisa, antes de fazer um resumo, compreender o material 
que será resumido. Você sabe o que é resumir e para que serve um 
resumo? Pode parecer redundante realizar esse questionamento, mas 
um dos erros mais comuns é o de realizar um resumo ao mesmo tempo 
em que se lê o texto pela primeira vez. Em outras palavras, a primeira 
leitura deve ser realizada de maneira direta e sem interrupções. É a partir 
da segunda leitura que é possível compreender as ideias e separar as 
partes principais para a construção do resumo. 
Um resumo pode seguir alguns passos importantes para que haja 
uma boa execução, tais como: 
 • Expor inicialmente a ideia mais importante do texto, bem como 
apresentar de onde ele é e onde foi publicado. 
 • As articulações de ideias são, necessariamente, reflexos das ideias 
dadas pelo autor. 
 • As conclusões do autor original são o foco do resumo. 
Pensamento Científico
24
 • Fazer menção ao autor sempre comentando em terceira pessoa. 
 • Não usar frases de maneira integral. 
 • Não fazer juízo ou realizar crítica a respeito da obra original. 
 • O resumo deve ser facilmente compreensível, sem haver a 
necessidade de consulta ao texto original. No entanto, devido à 
falta de detalhes, o resumo deve despertar o interesse pela obra 
original, caso necessário.
 • Evitar o uso de sentenças longas ao fazer menção ao que foi 
escrito no trabalho original. 
Os resumos podem caracterizados em três tipos: 
 • O resumo informativo é, normalmente, o tipo de documento isento 
de opinião, apenas representando, de forma curta e direta, o texto 
que foi lido. Ele apresenta as ideias principais do autor, respeita 
a sua posição e, sefor necessária alguma citação integral, é 
apresentada entre aspas. 
 • O resumo crítico é dado por um formato no qual quem o elabora 
redige normalmente a síntese de um documento lido. Posterior a 
isso, expressa a sua opinião em razão do que foi exposto, ou seja, 
realiza uma crítica. 
 • O resumo acadêmico científico pode ser definido como um 
texto muito curto, mas que representa todas as etapas de um 
trabalho científico. Sua utilização vai desde monografias e artigos 
(geralmente 250 palavras) até teses e dissertações (geralmente 
500 palavras). Em sua sequência, encontram-se as palavras-chave, 
responsáveis por localizar e exemplificar o que o documento trata. 
A norma que o define é a ABNT NBR 6028:2003, a qual estabelece 
os seus devidos limites. 
Vejamos, a seguir, o resumo da dissertação de mestrado do 
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRN, intitulada 
O Serviço Social na Previdência Social: a afirmação do seu espaço na 
materialização dos direitos, de Rozendo (2010).
Pensamento Científico
25
Quadro 1 – Exemplo de resumo
RESUMO
O trabalho profissional do/a assistente social na política previdenciária, vê-se envolto 
numa conjuntura adversa à consolidação do projeto ético-político profissional, 
marcada pela materialização da política de cunho neoliberal que promove 
essencialmente a redução dos direitos sociais historicamente conquistados pela 
luta da classe trabalhadora. Neste sentido, com o objetivo de analisar a afirmação 
do trabalho do Assistente Social na Previdência Social, suas lutas e desafios para a 
materialização de direitos, frente à conjuntura atual é que se processa a base teórica 
das discussões a serem travadas. Para tanto, realizamos como procedimentos 
metodológicos uma pesquisa bibliográfica e documental no detalhamento das 
nossas categorias analíticas, a fim de fundamentarmos o debate sobre a política 
previdenciária. A pesquisa realizada teve como área de abrangência a Gerências 
Executivas da Previdência Social de Mossoró e Natal-RN, correspondendo um 
total de 07 (sete) Assistentes Sociais pesquisadas, que trabalham no Setor de 
Serviço Social. Assim, a pesquisa, permitiu-se uma aproximação com o trabalho 
das Assistentes Sociais e com isso possibilitou-nos chegar a algumas conclusões:
Primeiro, ao fato de que a Previdência Social não garante, em sua totalidade, as 
condições necessárias para o trabalho do(a) Assistente Social, tendo em vista a 
falta de recursos materiais e humanos para a sua efetivação, bem como da quase 
inexistência de sigilo profissional; segundo, que as Assistentes Sociais pesquisadas 
afirmam o Projeto Ético-Político do Serviço Social, no seu exercício profissional, a 
partir do engajamento em projetos e movimentos sociais relacionados à defesa 
dos direitos sociais e as classe trabalhadora; terceiro, que a afirmação deste projeto 
profissional, contribui para a formação de um novo fazer profissional, calcado 
numa análise de totalidade e de uma ação mais interventiva, crítica e propositiva, 
capaz de se relacionar com os interesses dos(as) usuários que procuram os seus 
serviços, na consolidação e socialização dos direitos sociais. Assim, os rumos do 
trabalho profissional do/a assistente social com respaldo no amadurecimento 
teórico-metodológico adquirido nos últimos anos e na competência ético-política 
cotidiana consolida o seu espaço na instituição previdenciária afirmando, os 
direitos arduamente combatidos numa conjuntura calcada na desestruturação 
das lutas sociais.
Palavras-chaves: Política social. Previdência Social. Serviço Social. Trabalho Profissional. 
Direitos sociais.
Fonte: Rozendo, 2010 (Adaptado).
Pensamento Científico
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Figura 8 – O ato de resumir
Fonte: Pixabay
Perceba que o exemplo anterior se trata de um resumo o qual 
apresenta introdução, objetivos, metodologia, resultados e conclusão. Ele 
é originário de uma pesquisa científica e é um meio de divulgar a produção 
acadêmica. Por fim, o resumo deve ser uma prática usual durante toda a 
sua formação, uma vez que, a cada nova disciplina, aumenta-se a carga 
de leitura solicitada.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o 
que estudamos. Você deve ter aprendido a como elaborar 
resumos acadêmicos, bem como conheceu os seus tipos 
e finalidades. Além disso, percebeu a importância de se 
ter uma prática usual e rotineira desse gênero textual para 
obter êxito nos estudos acadêmicos.
Pensamento Científico
27
Fichamento
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os diversos tipos de fichamentos existentes. Isso será 
fundamental para o aprendizado adquirido em sua trajetória 
acadêmica. Motivado para desenvolver essa competência? 
Vamos lá. Avante!
Conceito e tipos de fichamento 
Apesar do homem, a cada dia, avançar no conhecimento de novas 
possibilidades para melhorar a sua existência, ele ainda não consegue usar 
toda a sua capacidade intelectiva. Nós não somos computadores, os quais 
armazenam um número infinito de informações. Por exemplo, no início 
de um curso, sempre estamos em contato com disciplinas interessantes, 
cujos conteúdos se diluem durante o curso. Muitas vezes, são conteúdos 
que fundamentam novos conhecimentos, mas não conseguimos 
armazená-los e eles se perdem, porque não são devidamente arquivados. 
O processo de fichamento é usado para que haja ordem na 
organização dos dados consultados, quando feita a pesquisa dos 
documentos relevantes ao tema. A finalidade é a de reunir as informações 
principais e contribuir na identificação da obra que foi estudada. Até 
alguns anos atrás, quando um professor nos solicitava um fichamento, 
o aluno, para confeccioná-lo, ia até uma livraria para comprar uma ficha 
de cartolina com tamanhos padronizados. Hoje, o avanço da informática 
permite que você faça o seu fichamento em qualquer programa de banco 
de dados de um computador, abrindo pastas para as diversas disciplinas.
Pelo fato de estar no início de seus estudos, você pode estar 
subestimando a validade ou a importância do fichamento. Pode 
considerá-lo um retrabalho ou uma atividade desnecessária quando se 
está realizando uma pesquisa. Todavia, esse tipo de recurso constitui um 
dos mais importantes durante a execução da pesquisa. Além disso, é 
necessário fazer uso das normas ABNT para o fichamento, o que nos traz 
Pensamento Científico
28
uma padronização do conteúdo consultado, de forma a ter disponíveis as 
informações necessárias no momento de se escrever sobre determinado 
assunto. 
NOTA:
O fichamento ou o conjunto de fichas de identificação que 
você elaborar pode ser armazenado no computador, a 
fim de facilitar o acesso às informações. No entanto, aos 
conservadores, é possível que essas fichas sejam feitas de 
forma manual. A vantagem disso é a garantia de uma maior 
dificuldade na perca dos dados devido a um problema de 
sistema. Outra forma de não perder o conteúdo é armazená-
lo no computador, mas deixar o backup direcionado para a 
“nuvem”, que nada mais é do que deixar o arquivo salvo em 
algum servidor on-line.
A composição padrão de um fichamento é: 
a. Primeiramente, o cabeçalho, que pode ser dividido em título geral 
e título específico do trabalho. 
b. Em seguida, temos a referência, a qual contém o autor, o título, o 
local em que foi publicado, a editora e o ano de publicação. 
c. Posteriormente, tem-se o corpo ou texto do fichamento/ficha, 
que também pode ser traduzido como o conteúdo do que está 
sendo arquivado. Ele pode ser constituído por um resumo geral 
ou até mesmo uma citação. Não só, mas também pode mudar 
de maneira específica, dependendo do tipo de fichamento que 
estiver sendo realizado. 
Pensamento Científico
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Figura 9 – Modelo de ficha catalográfica 
Título Geral Título Específico Nº da ficha →
Cabeçalho
ReferênciaBibliográfica de acordo com a ABNT →
→ Corpo ou texto da ficha
(biblioteca X) → Local onde a obra se encontra
Fonte: Elaborado pelos autores. 
Para exemplificar e dividi-los em casos diferentes, traremos uma 
ficha de citação e uma ficha de resumo. Ao estabelecer as diferenças 
entre elas: 
A ficha de citação é constituída mediante o uso de partes das obras 
ou de capítulos do que foi estudado. A transcrição faz menção aos textos 
que foram consultados e estudados, de forma a obter-se citações diretas, 
as quais, quando escritas, devem seguir as normas propostas pela ABNT. 
As transcrições são classificadas em: 
 • Citações diretas, com todo o texto redigido da maneira como foi 
escrito pelo autor. 
 • Citações com omissão de parte do texto que não tem relevância no 
momento da citação, indicado por intermédio de três pontos e dois 
colchetes “[...]”. Dessa forma, quando se transcreve o texto na ficha 
em questão, é necessário observar todas as normas cabíveis para 
citações. Nesse caso, devem-se seguir as seguintes premissas: 
Pensamento Científico
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bloco, letra 10 e espaço simples para citações com mais de três 
linhas; texto direto e entre aspas duplas (“ ”) se a citação for de até 
três linhas, não se esquecendo de citar a página ao final da citação. 
Figura 10 – Exemplo de ficha de citação 
Fundamentos de 
Metodologia
01
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: 
Atlas, 1993.
“O tamanho-padrão das fichas é 7,5 cm por 12,5 cm; ou 
12,5 cm por 20,0 cm. O pesquisador poderá optar por outro 
tamanho que atenda a seus propósitos (p. 108)”.
(biblioteca particular)
Fonte: Elaborado pelos autores.
É importante lembrar que, no momento de realização do fichamento, 
não é necessário o apresentar o autor e nem o ano, pois esses dados já 
foram inseridos no cabeçalho da própria ficha. Além disso, no momento 
em que você estiver estudando as normas da ABNT, atente-se em 
compreender o que deve ser levado em consideração para a construção 
do fichamento. 
Pensamento Científico
31
Já a ficha de resumo é uma síntese das ideias que são exploradas 
de maneira central na obra consultada. Em outras palavras, o foco dessa 
ficha é atribuído a um grupo de informações que possa sintetizar uma obra 
que foi lida, no intuito de facilitar a busca por certa informação na fonte. 
Esse recurso é um dos mais comuns quando se realiza uma pesquisa 
bibliográfica. 
Figura 11 – Ficha de resumo 
Fundamentos de 
Metodologia
01
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: 
Atlas, 1993.
A autora inicia sua obra situando a importância do 
conhecimento na vida do homem e os principais tipos de 
conhecimento. Destacando a ciência, situa o método como 
característica desse conhecimento. A seguir, discute a 
pesquisa como recurso necessário ao desenvolvimento da 
ciência. Nesse sentido, traça as etapas de um projeto de 
pesquisa e define a estrutura básica de um trabalho científico.
(biblioteca particular)
Fonte: Elaborado pelos autores.
É possível, também, optar por uma ficha mista, aonde você pode 
facilmente resumir as ideias do autor e também incluir algumas citações 
longas e curtas. É você que escolhe qual é o tipo de ficha mais interessante.
Pensamento Científico
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Veja que apesar de estarmos em um mundo cada vez mais 
tecnológico no qual praticamente se extinguiu a escrita à mão você pode 
realizar o Fichamento de uma outra forma. Isso quer dizer que, ao invés de 
ter as fichas impressas pode realizar essa atividade diretamente em seu 
computador e armazenar todas as fichas lá.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o 
que estudamos. Você deve ter aprendido os diversos tipos 
de fichamento e as suas características. Também conheceu 
a importância de se utilizar essa técnica de estudo em sua 
vida acadêmica e as possibilidades que ela oferece.
Pensamento Científico
33
Resenha 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar 
uma resenha e compreender quais são as suas vantagens 
quando bem elaborada, inclusive, para a troca de 
conhecimento e divulgação científica. Motivado para 
desenvolver essas competências? Vamos lá. Avante!
Conceito e a importância da resenha 
A resenha é o mais completo tipo de resumo, pois requer de quem 
a redige um conhecimento sobre a temática/objeto de sua análise. Além 
da crítica ao texto lido, deve conter comparações com obras da mesma 
área e avaliação da relevância da obra em relação às outras do mesmo 
gênero. É um recurso bastante utilizado quando se é lançado um livro 
de determinada área no comércio, pois possibilita a sua divulgação. Na 
verdade, a resenha não é nada além de um resumo crítico, em que as ideias 
centrais devem ser escritas de forma mais clara e objetiva. Além disso, por 
se tratar de um resumo, deve manter semelhança em seu ato constitutivo, 
ou seja, não deve perder a origem básica da comunicação inicial. 
Dessa forma, podemos afirmar que a resenha é uma forma ou 
técnica de realização de um resumo mais crítico ou até mesmo mais 
analítico sobre um texto. Com ela, temos a liberdade de acrescentarmos 
as nossas opiniões pessoais sobre o texto, atribuindo, assim, mais ênfase 
a uma comunicação com o texto por meio de nossa interpretação. Nesse 
momento, todavia, é importante partirmos de uma análise crítica das 
ideias/argumentos que realmente se encontram no texto, dado que não 
podemos criar ou definir nada fora do contexto inicial.
Sendo assim, durante a escrita do resumo, o pesquisador fará a 
crítica, o julgamento da obra e dos principais aspectos ao seu redor. Para 
esse tipo de esquema, Santos e Candeloro (2006, p. 5) aconselham os 
seguintes passos:
Pensamento Científico
34
a) Citação bibliográfica do texto lido de acordo com a ABNT 
[...], com inclusão do número de páginas do texto que está 
sendo resenhado.
b) Caso seja longo e estruturado em capítulos, o texto a ser 
resumido, descrever a organização dos capítulos e os temas 
abordados pelos mesmos. Em se tratando de um texto curto 
descrever apenas o tema abordado pelo autor.
c) Descrição clara do problema abordado pelo autor no texto.
d) Descrição das conclusões apresentadas pelo autor (ideias
centrais) e os argumentos por ele utilizados.
e) Julgamento crítico das ideias e da argumentação do autor 
(grifo nosso).
Observamos, ainda, que uma resenha pode prescindir do resumo 
se o texto já for muito difundido. Nesse caso, o autor da resenha pode 
expressar diretamente a sua opinião crítica sobre o pensamento do autor. 
O modelo clássico, no entanto, principia pelo resumo como forma mais 
concreta de comunicação.
Para todos os efeitos, a resenha é um tipo de resumo crítico. 
Neste momento, você já compreende que isso significa a construção de 
um resumo no qual você redige a sua opinião. Contudo, nesse gênero 
textual, a sua liberdade é um pouco maior. É possível comparar o texto 
lido com obras da mesma área e formar juízo de valor, o que exige um 
conhecimento mais específico sobre o assunto. 
Em linhas gerais, a resenha precisa, inicialmente, referenciar a 
obra de maneira correta, apresentando todas as informações e direções 
para encontrá-las. Não só, mas também é necessário que se apresente 
o que foi abordado e executado na obra original. Entretanto, a resenha 
pode, ainda, ser apenas descritiva, sem necessariamente incluir a opinião 
de quem a elaborou. Como um padrão adotado, a resenha deve ter, no 
máximo, quatro folhas com espaços duplos. 
Pensamento Científico
35
Na construção de uma resenha, é necessário que sejam observados 
um pequeno número de passos: 
 • Referência à obra original, de acordo com a NBR 6023 (ABNT, 
2003). 
 • Abordar, de maneira geral, o autor da obra. 
 • Sintetizar o conteúdo do tema e os aspectos principais. 
 • Apresentar o que o autor original concluiu.• Realizar a crítica sobre o que foi exposto. 
Para a elaboração da quinta etapa, é necessário trabalhar com uma 
lógica que questione: o mérito da obra; a contribuição dada; se as ideias 
são originais; e se o texto é coerente e preciso. Além disso, é preciso 
verificar qual é o público destinado a entender a obra e se ela está de 
acordo, bem como se há certo equilíbrio no que foi transmitido. 
Em suma, a resenha tem uma proposta que sustenta que você deve, 
primeiramente, dominar o tema que está sendo abordado, esquematizar 
o resumo e, então, elaborar uma crítica sobre determinada obra.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o 
que estudamos. Você deve ter aprendido a importância da 
resenha para o estudo dos textos teóricos. Percebeu que 
ela é de suma importância para a divulgação científica e a 
consequente troca de conhecimentos. Também entendeu 
como se elabora uma resenha e quais são as suas 
características.
Pensamento Científico
36
BIBLIOGRAFIA
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
6028: Informação e documentação - Resumo – Apresentação. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2003. 
ALVES, R. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação. São 
Paulo: Loyola, 1999.
ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 
São Paulo: Atlas, 2001.
CARVALHO, M. C. M. de (org.). Construindo o saber. Campinas: 
Papirus, 2003.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: 
Prentice Hall, 2003.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia 
científica. São Paulo: Atlas, 2001. 
PLATÃO, F. S.; FIORIN, J. L. Para entender o texto: leitura e redação. 
2. ed. São Paulo: Ática, 1991.
SANTOS, V. dos; CANDELORO, R. J. Trabalhos acadêmicos: uma 
orientação para a pesquisa e norma técnica. Porto Alegre: AGE, 2006. 
Pensamento Científico
Unidade 3
Projetos de pesquisa
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Como planejar a pesquisa científica? ................................................. 12
A importância de planejar ........................................................................................................ 12
Planejando a pesquisa científica ........................................................................................ 14
Como elaborar o projeto de pesquisa? ..............................................26
A importância do projeto de pesquisa ...........................................................................26
Roteiro para a elaboração do projeto de pesquisa ................................................27
Tema e a sua delimitação: o que fazer? .....................................................28
Problema ........................................................................................................................... 31
Objetivos ...........................................................................................................................33
Justificativa ......................................................................................................................34
Revisão de literatura .................................................................................................35
Procedimentos metodológicos ........................................................................ 36
Cronograma .....................................................................................................................37
Referências ...................................................................................................................... 38
Apêndices ....................................................................................................................... 38
Quais os Tipos e técnicas de pesquisa? ............................................39
Tipos de Pesquisa ........................................................................................................................ 39
Natureza da pesquisa científica ........................................................................................... 40
Caracterização Segundo os Objetivos ......................................................... 41
Caracterização segundo os procedimentos de coleta ....................42
Caracterização segundo as Fontes de Informação ...........................44
Técnicas de pesquisa .................................................................................................................45
Como elaborar um relatório de pesquisa? .......................................49
A importância do relatório de pesquisa ......................................................................... 49
A elaboração do relatório de pesquisa .......................................................................... 51
9
UNIDADE
03
Pensamento Científico
10
INTRODUÇÃO
Assim como já estudamosnesta disciplina, a universidade é o lócus 
da produção da pesquisa. Você já sabe a importância da pesquisa científica 
para o desenvolvimento das sociedades. Nesta unidade, daremos 
continuidade a essa discussão referente à pesquisa científica, mas 
enfatizaremos os seus tipos e a sistemática para a sua construção, que é a 
elaboração do projeto de pesquisa. Saiba que planejar as suas atividades 
de pesquisa de forma sistemática é um passo fundamental para o alcance 
das metas estabelecidas. É essencial que você compreenda a importância 
de se pesquisar e planejar uma pesquisa, bem como a necessidade de se 
pesquisar sujeitos, a sociedade e compreendê-los. Desejamos que você 
aproveite as orientações presentes nas páginas seguintes e entenda esta 
unidade como um meio informativo para a realização/elaboração do seu 
projeto de pesquisa.
Pensamento Científico
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Realizar um planejamento de uma pesquisa científica.
2. Elaborar um projeto de pesquisa.
3. Identificar os tipos e as técnicas de pesquisa a serem utilizadas na 
investigação científica.
4. Elaborar um relatório de pesquisa.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
12
Como planejar a pesquisa científica?
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de realizar 
o planejamento de uma pesquisa científica. Isso será 
fundamental para o momento em que for solicitada a 
elaboração do seu projeto de pesquisa. Motivado para 
desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!
A importância de planejar 
Antes de iniciarmos as explicações sobre o planejamento de uma 
pesquisa científica é importante retomarmos alguns pontos importantes 
sobre a pesquisa científica. Vamos lá! A pesquisa científica etem a finalidade 
de propor respostas aos problemas relevantes, que o homem se coloca, 
e realizar descobertas significativas, que aumentem a sua bagagem de 
conhecimentos. Em suma, a pesquisa científica visa descrever, explicar e 
prever os fenômenos. Vejamos a citação a seguir sobre a pesquisa científica. 
A pesquisa científica é a realização concreta de uma 
investigação planejada, desenvolvida e red♣igida, de acordo 
com as normas da metodologia consagradas pela ciência. 
É o método de abordagem do problema, em estudo que 
caracteriza o aspecto científico de uma pesquisa. (SALOMON 
1991, p. 109 APUD LIMA, 2004, p. 8)
Veja que a pesquisa não reduz a realidade em conhecimento, 
e o conhecimento pode ser favorável e reafirmar o poder instituído ou, 
ainda, descobrir as situações conflituosas existentes nas relações sociais. 
Vejamos a citação a seguir que aborda esse aspecto. 
A pesquisa não reduz a realidade em conhecimento, pois 
essa continua sendo realidade, mesmo depois de sua proble-
matização e explicação teórica, até quando é limitada para 
estudo, pois o que sobra ainda é realidade constituída como 
processo. (SETUBAL, 1995, p. 45)
Pensamento Científico
13
A pesquisa e a produção científica exigem um olhar sistemático 
para a realidade. A palavra “sistemático”, no seu sentido geral, significa 
tudo que constitui um sistema ou procede por sistema.
Baseando-se nos seus conhecimentos o que seria pesquisa? Qual a 
relação da pesquisa com a realidade? 
Vamos entender o que seria a pesquisa científica? O essencial 
para pesquisa científica é um sistema não rígido, mas, sim, rigoroso, 
responsável pela ordenação e organização dos conteúdos constitutivos 
do objeto, levantados por meio das técnicas privilegiadas pela pesquisa, 
na qual nenhuma forma de análise é negligenciada (SETUBAL, 1995). 
A sistematização dava ao pesquisador a falsa impressão de ser 
o “dono da verdade”, já que o mundo e a história são representados de 
forma opaca. Daí a necessidade da postura crítico-dialética, já que essa 
serve de elemento de mediação entre o objeto e a sua análise. 
Um outro fator relevante é que, quando nos referimos a prática 
profissional das mais diversas áreas, não realizamos a associação com 
a pesquisa científica. Dessa forma, muitos profissionais, aos saírem das 
universidades e se desvincularem da vida acadêmica, não realizam a 
atividade de investigação em seus espaços de atuação. 
Isso é uma grande falha, pois o profissional pode produzir 
conhecimento por meio da apropriação do objeto de intervenção e no 
espaço onde atua diariamente. São pontos como esse que devem ser 
considerados no ato da formação profissional, ainda nas universidades, 
como também, lembrar que a sala de aula é um espaço na qual se pode 
desenvolver a iniciação científica (investigação/pesquisa). 
Diante do que foi exposto, concluímos que a pesquisa permite uma 
revisão e uma autoanálise dos que a praticam. O profissional deve se valer 
do seu olhar para transformar o que está a sua volta em conhecimento. 
Após as considerações sobre o significado da pesquisa vamos 
refletir sobre os eu planejamento. Mas, o que seria planejar? Muitos 
estudos apontam que o fato de realizarmos planejamento sobre a ação 
que pretendemos alcançar nos faz ter uma probabilidade de alcançá-la 
Pensamento Científico
14
com êxito. Planejar nada mais é que traçar um plano para que seja atingido 
um objetivo. Não estamos falando aqui da elaboração de um projeto de 
pesquisa, mas sim de como você de se preparar para a sua elaboração. 
Planejando a pesquisa científica 
A partir de agora iremos apresentar informações importantes para 
que de posse telas você elabore o seu projeto de pesquisa de uma forma 
mais prática. Lembrando que o projeto de pesquisa apresentará como 
você irá pesquisar aquilo que se propõem e quais as técnicas serão 
utilizadas. 
Um primeiro ponto e fundamental quando falamos em planeja-
mento da pesquisa científica é a escolha do tema que será tratado. Para 
definir o tema que será abordado em seu projeto de pesquisa é necessário 
que você siga alguns pontos importantes. 
Afinidade com o tema é um dos aspectos mais importantes a 
serem considerados, pois como o assunto estará presente diariamente 
cotidiano estudos é fundamental que você goste de estudá-lo, que tenha 
interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre o mesmo e que 
contribua para a sua formação profissional. Desta forma, ficará mais fácil o 
desenvolvimento do seu trabalho. 
Um outro ponto relevante é a especificidade. O tema do seu 
trabalho não pode ser tão abrangente. O ideal é que ele seja bem 
específico para que você tenha condições de explorá-lo e de executá-lo 
dentro do prazo estabelecido. Afinal, o tempo precisa ser condizente com 
as atividades as quais você precisa realizar tais como: ler materiais sobre 
o assunto, elaborar o referencial teórico, fazer fichamentos dos textos, 
estruturar o trabalho dentro das normas exigidas pela nossa instituição, 
entre outros. Recomendamos que acesse as bases de dados a seguir 
para que identifique o que já se pesquisa sobre a temática que pretende 
investigar.
Pensamento Científico
15
Figura 1 – Base de dados Scielo 
Fonte: Os autores (2020)
A base de dados anterior apresenta vários artigos de periódicos 
nacionais e das mais diversas áreas de atuação. 
Já a biblioteca virtual da USP apresenta as teses e dissertações 
elaboradas pelos alunos da instituição. Recomendamos o acesso, por ser 
umas das melhores instituições de ensino do nosso país. 
Figura 2 – Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP 
Fonte: Os autores (2020)
Por último temos o Portal de periódicos da CAPES. É um portal no 
qual reúne milhares de teses, dissertações e artigos científicos tanto de 
instituições nacionais quanto internacionais. 
Pensamento Científico
16
Figura 3 – Portal de Periódicos da CAPES 
Fonte: os autores (2020).
Caso você ainda tenha dúvidas sobre o que pesquisar recomen-
damos que utilize as bases dedados e veja o que está sendo pesquisado 
naquela área. Também entrar em contato com o Corpo Docente da sua 
instituição para conversar sobre sua proposta, pedir uma orientação ou 
sugestão sobre temas que vem sendo pesquisados na atualidade são 
ações extremamente válidas. Lembre-se que o Corpo Docente é composto 
por professores-orientadores que possuem uma larga trajetória acadêmica 
de orientações de trabalhos de graduação, de especialização, de mestrado 
e doutorado. Então, eles são as pessoas mais apropriadas para darem 
aquelas dicas iniciais para que você siga no rumo certo em seu trabalho.
Um outro ponto que merece destaque no ato do seu planejamento 
são os objetivos. Qual o objetivo da sua pesquisa? Os Objetivos são um 
dos principais componentes do seu projeto de pesquisa. Serão eles que 
irão nortear todo o seu trabalho desde a Introdução até a Conclusão. 
Lembre-se que todas as nossas atividades do diárias tem um objetivo. 
Para tudo há um objetivo, inclusive o que você pretende investigar. 
Qual o seu objetivo da sua investigação? Qual a sua intenção? 
Mostrar a melhoria, os benefícios, as lacunas de algo ou algum assunto? Se 
aprofundar/detalhar algum estudo de caso? Realizar um estudo compa-
rativo? Diagnosticar uma situação ainda não compreendida? Orientamos a 
você que reflita bem sobre os pontos abordados anteriormente. 
Pensamento Científico
17
A justificativa, ou seja, saber os motivos da importância da 
investi-gação científica é fundamental. A justificativa deve assumir, 
predominantemente, a forma textual discursiva. Exposição sucinta, porém, 
completa, das razões de ordem teórica e prática que fazem a pesquisa ser 
importante/relevante para a área. Nesse sentido, procure: 
 • Apresentar razões teóricas e práticas da Proposta de Trabalho;
 • Evidenciar as motivações de ordem pessoal/profissional que o 
instigaram a escolher esse tema;
 • Ressaltar a importância da pesquisa para a sua área. 
Para entender melhor essa questão chegou o momento de 
relacionarmos o que apresentado neste tópico a um exemplo prático e 
real. Que tal? Pedimos que você preste atenção e observe os pontos que 
serão levantados durante a análise. Vamos lá? 
Vejamos, a seguir, o Resumo, da Dissertação de Mestrado, do 
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, da UFRN, intitulada O 
Serviço Social na Previdência Social: a afirmação do seu espaço na 
materialização dos direitos, de autoria de Rozendo (2010). Antes do 
autor elaborar a Dissertação ele elaborou um projeto de pesquisa, o 
qual traz as etapas para a execução da sua investigação e, após toda a 
sua execução, inseriu os dados e informações, no que chamamos de 
Dissertação de Mestrado, que é um Trabalho de Conclusão de Curso dos 
que cursam Pós-graduação, em nível de Mestrado. Assim, na Dissertação 
há informações referentes e que estavam no projeto de pesquisa, como 
também informações referentes aos dados e informações coletadas no 
ato da execução da pesquisa. Queremos dizer que o tema, o problema 
da pesquisa, os objetivos, o objeto, a revisão da literatura, a justificativa 
e procedimentos metodológicos, que são elementos do projeto de 
pesquisa, que iremos estudar na unidade seguinte, estarão nos capítulos 
da Dissertação de Mestrado, já que ela é o resultado da pesquisa. 
Realizamos toda essa explicação para que você compreenda a 
relação que existe entre um projeto de pesquisa e uma Dissertação de 
Mestrado. O resumo que iremos utilizar como exemplo é um dos itens 
obrigatórios da Dissertação, o qual contém de forma sucinta o resultado 
da investigação. Agora pedimos que você realize a leitura do Resumo a 
seguir (veja o quadro 1).
Pensamento Científico
18
Quadro 1 - Exemplo de resumo: O Serviço Social na Previdência Social
RESUMO
O trabalho profissional do/a assistente social na política previdenciária, vê-
se envolto numa conjuntura adversa à consolidação do projeto ético-político 
profissional, marcada pela materialização da política de cunho neoliberal 
que promove essencialmente a redução dos direitos sociais historicamente 
conquistados pela luta da classe trabalhadora. Neste sentido, com o objetivo de 
analisar a afirmação do trabalho do Assistente Social na Previdência Social, suas 
lutas e desafios para a materialização de direitos, frente à conjuntura atual é que se 
processa a base teórica das discussões a serem travadas. Para tanto, realizamos 
como procedimentos metodológicos uma pesquisa bibliográfica e documental 
no detalhamento das nossas categorias analíticas, a fim de fundamentarmos o 
debate sobre a política previdenciária.
A pesquisa realizada teve como área de abrangência a Gerências Executivas 
da Previdência Social de Mossoró e Natal-RN, correspondendo um total de 
07 (sete) Assistentes Sociais pesquisadas, que trabalham no Setor de Serviço 
Social. Assim, a pesquisa, permitiu-se uma aproximação com o trabalho das 
Assistentes Sociais e com isso possibilitou-nos chegar a algumas conclusões: 
Primeiro, ao fato de que a Previdência Social não garante, em sua totalidade, 
as condições necessárias para o trabalho do(a) Assistente Social, tendo em 
vista a falta de recursos materiais e humanos para a sua efetivação, bem 
como da quase inexistência de sigilo profissional; segundo, que as Assistentes 
Sociais pesquisadas afirmam o Projeto Ético-Político do Serviço Social, no seu 
exercício profissional, a partir do engajamento em projetos e movimentos 
sociais relacionados à defesa dos direitos sociais e as classe trabalhadora; 
terceiro, que a afirmação deste projeto profissional, contribui para a formação 
de um novo fazer profissional, calcado numa análise de totalidade e de uma 
ação mais interventiva, crítica e propositiva, capaz de se relacionar com os 
interesses dos(as) usuários que procuram os seus serviços, na consolidação e 
socialização dos direitos sociais. Assim, os rumos do trabalho profissional do/a 
assistente social com respaldo no amadurecimento teórico-metodológico 
adquirido nos últimos anos e na competência ético-política cotidiana consolida 
o seu espaço na instituição previdenciária afirmando, os direitos arduamente 
combatidos numa conjuntura calcada na desestruturação das lutas sociais.
Palavras-chaves: Política social. Previdência Social. Serviço Social. Trabalho 
Profissional. Direitos sociais.
Fonte: Adaptado de Rozendo (2010).
Pensamento Científico
19
Após a leitura do resumo da Dissertação temos algumas 
considerações a serem realizadas as quais podemos fazer uma relação 
com o planejamento do projeto de pesquisa. Vamos a elas. A Dissertação foi 
desenvolvida pelo aluno que desde a graduação tinha uma aproximação 
com o objeto de pesquisa em questão. O mesmo já tinha realizado 
estágio curricular não obrigatório, enquanto estudante de graduação, no 
INSS, na Gerência Executiva de Mossoró-RN, no Setor de Serviço Social. 
Atrelado a isso, o Trabalho de Conclusão de curso, a nível de graduação, 
versava sobre a materialização do projeto ético-político do Serviço Social, 
na Gerência Regional de Recife-PE, o qual abrange os seguintes estados 
da região nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. 
Então, após a explicação anterior, nada mais natural que o aluno, ao dar 
continuidade a sua formação profissional a nível de Mestrado, fosse se 
enveredar pela mesma área de estudos. 
Sob as considerações, diante do que foi relatado, vamos às análises. 
O objeto de pesquisa é o Serviço Social na Previdência Social, no qual foi 
necessário que o pesquisador apreendesse, teórica e metodologicamente, 
a realidade concreta do objeto que estava sendo estudado. Já, os sujeitos 
da pesquisa foram as assistentes sociais, que trabalham especificamente 
no Setor de Serviço Social do INSS, nas Gerências Executivas das 
cidades de Natal e Mossoró, o que correspondia a um total de 7. E o 
objetivo da pesquisa era analisar a afirmação do trabalho do assistente 
social, na Previdência Social, noque se refere às lutas e desafios para a 
materialização dos direitos. Perceba que ao relacionarmos os conceitos 
apresentados a um exemplo da fica mais simples o seu entendimento. 
Antes de finalizarmos esse tópico propomos a você uma atividade 
para que tenha como objetivo o planejamento do seu projeto de 
pesquisa (iremos explicar no capítulo seguinte todos os passos para a sua 
elaboração). Mas você verá que após a realização da atividade a seguir 
será muito mais tranquilo e sem maiores dificuldades a elaboração do 
seu projeto. 
Pedimos que reflita acerca do que você pretende pesquisar/
estudar e a partir dos itens estruturantes mencionados a seguir, elabore o 
seu planejamento. Lembre-se de que a delimitação da sua pesquisa deve 
Pensamento Científico
20
levar em conta sua disponibilidade, sua possibilidade de execução do 
Projeto, seu acesso às fontes e ao campo da pesquisa e, principalmente, 
seu interesse pessoal sobre o tema. 
Na coluna da esquerda você tem o modelo e a explicação do que 
deve conter em cada uma das partes do Projeto e, na coluna da direita, o 
espaço em branco para você redigir cada parte dele.
Quadro 2 – Planejamento do Projeto de Pesquisa 
CAPA
INSTITUIÇÃO
PROJETO DE ARTIGO CIENTÍFICO
Título
Sub-Título (se houver)
Autor (nome)
Orientador (Titulação, nome)
LOCAL
ANO
Pensamento Científico
21
O QUÊ?
1. OBJETO
Respondendo à pergunta “o quê?”, o objeto é a tentativa 
de dar concretude ao que se pretende trabalhar. Ele 
deve ser claro, preciso, bem delimitado e específico, 
além de merecer ser investigado cientificamente. Um 
objeto também responde afirmativamente às perguntas: 
É original? É relevante? É adequado para mim? É possível 
ser executado? Tenho recursos financeiros? Tenho 
suficiente tempo para abordar essa questão?
O objeto da pesquisa também engloba o problema e a 
hipótese básica.
Problema: “[...] dificuldade específica com o qual se 
defronta e que se pretende resolver por intermédio 
da pesquisa” (MARCONI e LAKATOS, 2001, p. 104). É a 
grande questão da pesquisa e deve ser elaborado em 
forma de pergunta.
PARA QUÊ? PARA QUEM?
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral: “está ligado a uma visão global e 
abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo 
intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das 
ideias estudadas” (MARCONI e LAKATOS, 2001, p. 102).
Objetivos Específicos: apresentam caráter mais concreto. 
São as ações específicas, que permitem contemplar o 
objetivo geral.
Pensamento Científico
22
POR QUÊ?
3. JUSTIFICATIVA
A justificativa deve assumir, predominantemente, a forma 
textual discursiva. Exposição sucinta, porém, completa, 
das razões de ordem teórica e prática que fazem a 
pesquisa ser importante. Nesse sentido, procure:
- Apresentar razões teóricas, práticas e pessoais do 
Projeto;
- Ressaltar a importância da pesquisa aplicada.
COMO? ONDE?
4. METODOLOGIA
Explicitação das técnicas de pesquisa adotadas 
(documental indireta, bibliográfica, documental direta, 
observação direta intensiva e extensiva etc.); dos locais 
onde os dados serão coletados; dos tipos de dados que 
se pretende analisar etc.
“Independentemente das técnicas escolhidas, deve-se 
descrever tanto a característica quanto a forma de sua 
aplicação, indicando, inclusive, como se pensa codificar 
e tabular os dados obtidos” (MARCONI; LAKATOS, 2001, 
p. 106).
Pensamento Científico
23
QUAIS TEORIAS (conceitos, autores)?
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
- Relacionar a pesquisa com o universo teórico;
- Retomar das principais fontes bibliográficas que podem 
contribuir para a temática do trabalho.
QUANDO?
6. CRONOGRAMA*
Deve ser organizado de acordo com o calendário letivo, 
considerando as datas oficiais de entrega do Artigo 
Científico. O cronograma deve conter as atividades 
previstas para todos os meses, desde o momento que 
se inicia a pesquisa até a entrega do artigo.
Ano Mês 1 Mês 2 Mês 3
* Este quadro só serve para ilustrar uma das formas 
possíveis de se organizar o cronograma. Não deve ser 
tomado como modelo de realização das atividades no 
período assinalado.
Pensamento Científico
24
QUAIS AS OBRAS CONSULTADAS E REFERENCIADAS?
7. REFERÊNCIAS
Livros, artigos, publicações e documentos utilizados para 
elaboração do projeto e que se pretende ler durante sua 
execução.
Fonte: os autores (2020)
Nesse sentido, comece a refletir e a se indagar acerca do que você 
pretende pesquisar, levando em consideração todos os pontos abordados 
nesta unidade.
Após o estudo de todos os assuntos abordados aqui, nesta unidade, 
recomendamos que você siga todas as orientações, pois eles são os 
elementos norteadores para quando for necessário elaborar o seu projeto 
de pesquisa, ou seja, o que você pretende investigar.
Saiba que planejar as suas atividades de pesquisa de forma 
sistemática é um passo fundamental, para que alcance as metas 
estabelecidas. É essencial que você compreenda a importância de 
pesquisar, de planejar uma pesquisa, como também de se pesquisar 
sujeitos, a sociedade e compreendê-los.
Pensamento Científico
25
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido o significado 
de planejar e a sua importância para a pesquisa científica. 
Conheceu, também, os aspectos fundamentais para o 
planejamento de um projeto de pesquisa e compreendeu a 
sua importância para o êxito das investigações.
Pensamento Científico
26
Como elaborar o projeto de pesquisa?
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar 
um projeto de pesquisa. Isso será fundamental para a sua 
vida acadêmica, pois elaborar um projeto de pesquisa gera 
grandes possibilidades de se obter êxito no ato da sua 
investigação. Motivado para desenvolver essa competência? 
Vamos lá. Avante!
A importância do projeto de pesquisa 
Já dissemos no capítulo anterior da importância da realização 
de um planejamento, para que a pesquisa seja realizada com êxito e, 
para que isso aconteça. Porém, agora após a atividade e orientações 
apresentadas no capítulo anterior chegou o momento de você elaborar o 
seu projeto de pesquisa. Você se recorda do significado de um projeto de 
pesquisa? Saberia dizer qual a importância dele? Você já elaborou algum 
projeto de pesquisa durante a sua graduação? Em um projeto de pesquisa 
temos vários elementos, os quais seguiremos para que a pesquisa seja 
executada. 
O conceito de projeto de pesquisa é facilmente encontrado na 
literatura, assim, temos vários autores que o conceituam, como por 
exemplo o autor Gil (2002, p.19), o qual tem uma definição simples e 
objetiva com relação a esse conceito, de acordo com ele: “é o documento 
explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do processo de 
pesquisa”.
SAIBA MAIS:
Para ficar por dentro da temática, acesse o artigo “A definição 
do problema de pesquisa a chave para o sucesso do projeto 
de pesquisa”, de José Eduardo Gomides. Clique aqui.
Pensamento Científico
http://wwwp.fc.unesp.br/~verinha/ADEFINICAODOPROBLEMA.pdf
27
Já para Severino (2006), um projeto bem elaborado apresenta várias 
funções. Vejamos a seguir um resumo dos pontos importantes apontados 
pelo autor, em sua obra Metodologia do Trabalho Científico, com relação 
às funções do projeto de pesquisa: 
1. Define e planeja para o estudante ou orientando o caminho a seguir 
no decorrer do desenvolvimento do seu trabalho de pesquisa;
2. Direciona as etapas a serem alcançadas, os instrumentos e 
estratégias a serem usados;
3. Possibilita que você, enquanto estudante universitário, adquira um 
perfil de pesquisador;
4. Enquanto pesquisador, você deve impor-se a uma disciplina 
de trabalho no que diz respeito, principalmente, em termos de 
organização do tempo, de sequência de roteiros e cumprimento 
de prazos;
5. Atende às exigências didáticas dos professores, ao serem 
submetidos a discussõesnos seminários, em nível de pós-
graduação;
6. Serve de base para a coordenação de programas de pós-
graduação selecionar o aluno ao ingresso no curso pleiteado, 
sobretudo aos cursos de doutoramento.
No tópico a seguir aprenderemos os itens que compõem um 
projeto de pesquisa. 
Roteiro para a elaboração do projeto de 
pesquisa
Não há um modelo único e exigido por todas as instituições, com 
relação ao projeto de pesquisa. Dentre os vários modelos existentes, eles 
podem ter algumas semelhanças ou pequenas diferenças, com relação a 
ordem dos elementos que o compõem. Porém, é fundamental que você 
compreenda o significado e o papel de cada um, no roteiro, para o projeto 
de pesquisa. Veja a seguir um modelo de projeto de caráter acadêmico. 
Pensamento Científico
28
Quadro 3 – Roteiro para a elaboração de um projeto de pesquisa
ROTEIRO PARA PROJETO DE PESQUISA
1. TEMA
1.1 Delimitação do Tema
2. PROBLEMA
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
3.2 Objetivos Específicos
4. JUSTIFICATIVA
5. REVISÃO DE LITERATURA
6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
7. CRONOGRAMA
8. REFERÊNCIAS
9. APÊNDICES 
Fonte: Os autores (2020)
A partir de agora iremos estudar todos os itens apresentados no 
quadro anterior. Com base nesse estudo, você terá a capacidade de 
elaborar o seu projeto de pesquisa, assim, para facilitar sua compreensão, 
trabalharemos com um exemplo de pesquisa.
No capítulo anterior apresentamos pontos importantes, referentes 
a escolha do tema e a sua delimitação, os objetivos e o problema da 
pesquisa. Iremos retomar esses pontos e acrescentaremos a justificativa, 
a revisão da literatura e os procedimentos metodológicos, ressaltando 
os instrumentos de coleta de dados ou técnicas de pesquisa. Vamos 
começar! 
Tema e a sua delimitação: o que fazer? 
De acordo com Alves (2007), delimitar significa “limitar”, escolher uma 
parte. Isso indica, por exemplo, que o tema meio ambiente é um assunto 
muito amplo, que não permite formular uma pergunta de pesquisa. Esta 
deve ser algo que pode ser pesquisado, ou seja, não adianta fazer uma 
pergunta que não poderá ser respondida por meio das técnicas de coleta 
e análise de dados das quais dispomos atualmente na ciência.
Pensamento Científico
29
Já para Minayo et al. (2002, p. 37), “o tema de uma pesquisa indica a 
área a ser investigada”. Já as autoras Lakatos e Marconi (2002, p. 25) dizem 
que o “tema é o assunto que se pretende estudar e pesquisar”. 
Apresentamos, abaixo, o resumo da dissertação de mestrado do 
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRN, de Rozendo 
(2010), intitulada O Serviço Social na Previdência Social: a afirmação do 
seu espaço na materialização dos direitos.
Quadro 4 - Exemplo de resumo: O Serviço Social na Previdência Social
RESUMO
O trabalho profissional do/a assistente social na política previdenciária, vê-
se envolto numa conjuntura adversa à consolidação do projeto ético-político 
profissional, marcada pela materialização da política de cunho neoliberal 
que promove essencialmente a redução dos direitos sociais historicamente 
conquistados pela luta da classe trabalhadora. Neste sentido, com o objetivo de 
analisar a afirmação do trabalho do Assistente Social na Previdência Social, suas 
lutas e desafios para a materialização de direitos, frente à conjuntura atual é que se 
processa a base teórica das discussões a serem travadas. Para tanto, realizamos 
como procedimentos metodológicos uma pesquisa bibliográfica e documental 
no detalhamento das nossas categorias analíticas, a fim de fundamentarmos o 
debate sobre a política previdenciária.
A pesquisa realizada teve como área de abrangência a Gerências Executivas 
da Previdência Social de Mossoró e Natal-RN, correspondendo um total de 
07 (sete) Assistentes Sociais pesquisadas, que trabalham no Setor de Serviço 
Social. Assim, a pesquisa, permitiu-se uma aproximação com o trabalho das 
Assistentes Sociais e com isso possibilitou-nos chegar a algumas conclusões: 
Primeiro, ao fato de que a Previdência Social não garante, em sua totalidade, 
as condições necessárias para o trabalho do(a) Assistente Social, tendo em 
vista a falta de recursos materiais e humanos para a sua efetivação, bem 
como da quase inexistência de sigilo profissional; segundo, que as Assistentes 
Sociais pesquisadas afirmam o Projeto Ético-Político do Serviço Social, no seu 
exercício profissional, a partir do engajamento em projetos e movimentos sociais 
relacionados à defesa dos direitos sociais e as classe trabalhadora; terceiro, que a 
afirmação deste projeto profissional, contribui para a formação de um novo fazer 
profissional, calcado numa análise de totalidade e de uma ação mais interventiva, 
crítica e propositiva, capaz de se relacionar com os interesses dos(as) usuários que 
procuram os seus serviços, na consolidação e socialização dos direitos sociais. 
Pensamento Científico
30
Assim, os rumos do trabalho profissional do/a assistente social com respaldo 
no amadurecimento teórico-metodológico adquirido nos últimos anos e na 
competência ético-política cotidiana consolida o seu espaço na instituição 
previdenciária afirmando, os direitos arduamente combatidos numa conjuntura 
calcada na desestruturação das lutas sociais.
Palavras-chaves: Política social. Previdência Social. Serviço Social. Trabalho 
Profissional. Direitos sociais.
Fonte: Adaptado de Rozendo (2010).
Voltando ao exemplo apresentado na dissertação de Rozendo 
(2010), podemos identificar que o tema, da pesquisa realizada, seria o 
trabalho dos assistentes sociais na Previdência Social. Porém, Lakatos 
e Marconi (2002, p. 25) dizem que o “tema deve ser preciso, bem 
determinado e específico”. Então, com base nessa afirmação, podemos 
inferir que foi necessário Rozendo (2010), em sua investigação, realizar 
uma nova delimitação, para que o tema ficasse mais específico, por isso 
foi inserida a categoria de análise materialização dos direitos. Percebeu 
que agora o tema realmente ficou delimitado? 
O tema da sua pesquisa não pode ser tão abrangente. O ideal é que 
ele seja bem específico, para que você tenha condições de explorá-lo e 
de executá-lo, dentro do prazo estabelecido. Afinal, o tempo precisa ser 
condizente com as atividades, as quais você precisa realizar, tais como: ler 
materiais sobre o assunto, elaborar o referencial teórico, fazer fichamentos 
dos textos, estruturar o trabalho dentro das normas exigidas pela nossa 
instituição, entre outros. 
Após alguns estudos ele definiu que o tema, seria o trabalho dos 
assistentes sociais na Previdência Social com relação a materialização 
de direitos. Veja que ao delimitar o tema ele especificou o que pretendia 
investigar em sua pesquisa. 
Tema: O trabalho dos assistentes sociais no INSS.
Delimitação do tema: A materialização de direitos no trabalho 
profissional dos assistentes sociais
Pensamento Científico
31
Lembre-se de que a delimitação da sua pesquisa deve levar em 
conta sua disponibilidade, sua possibilidade de execução, seu acesso às 
fontes, ao campo de pesquisa e, principalmente, seu interesse pessoal 
sobre o tema.
O tema responde à pergunta: o que será explorado? 
Problema 
Ressaltamos que o significado de problema, no contexto que 
iremos abordar aqui, é diferente daquele que usualmente utilizamos no 
senso comum. Problema, no âmbito da pesquisa, é aquilo que não foi 
apreendido pelo homem, mas que é necessário apreender. Vamos ver o 
que Minayo et al. (2002) diz sobre o problema da pesquisa. 
Para Minayo et al. (2002, p. 18), “toda investigação se inicia por um 
problema com uma questão, com uma dúvida ou com uma pergunta, 
articuladas a conhecimentos anteriores, mas que também podem 
demandar a criação de novos referenciais”. Na perspectiva da autora o 
problema é uma questão que precisa ser resolvida. 
Sobre o problema Gil (2002, p. 34) afirma que “[...] um problema 
é testável cientificamente quando envolve variáveis que podem ser 
observadasou manipuladas. As proposições que se seguem podem ser 
tidas como testáveis [...]”. 
O problema ou pergunta de pesquisa surge de uma inquietação, de 
algo a respeito do objeto de pesquisa que causa incômodo intelectual. A 
pergunta de pesquisa é algo que precisa ser respondido ou resolvido e 
pode surgir porque (1) algum aspecto da realidade nunca foi descrito ou 
explicado; (2) algum aspecto da realidade ainda não foi suficientemente 
descrito ou explicado ou (3) há um problema real e prático que precisa ser 
solucionado. Nesse caso, o resultado da pesquisa ajuda a entender melhor 
esse problema ou até mesmo propõe uma solução para resolvê-lo.
A formulação do problema ou da pergunta de pesquisa também 
depende da bagagem de conhecimentos de cada pesquisador. Quanto 
mais o pesquisador souber sobre um assunto, mais fácil será formular uma 
pergunta a respeito do tema. Ao mesmo tempo, a área de conhecimento 
Pensamento Científico
32
acadêmico também influenciará na formulação da pergunta. Imagine, 
por exemplo, que diversos alunos de determinada escola estão com 
dificuldades de aprendizagem. Ao saber da situação, um administrador 
poderia formular o seguinte questionamento: “Qual é a influência da 
administração escolar sobre o nível de aprendizagem dos alunos dessa 
escola?”.
Desse modo, com base nos autores podemos dizer que o problema 
é uma dúvida ou uma pergunta que o pesquisador faz sobre a realidade. 
O problema responde às perguntas: O quê? Como? 
Exemplos de Problemas de Pesquisa
 • Como os usuários do Hospital do Câncer veem o trabalho dos 
assistentes sociais? 
 • Quais os desafios enfrentados pelos assistentes sociais na 
materialização do projeto ético-político nos hospitais universitários? 
 • Quais os impactos causados pela contrarreforma do Estado e da 
Previdência para os assistentes sociais do INSS? 
Agora volte ao resumo da dissertação de Rozendo (2010), para 
que possamos partir para a etapa seguinte, que é identificar e analisar o 
problema de pesquisa, apresentado na investigação. Vamos lá? 
O problema da pesquisa apresentado foi responder a seguinte 
questão: Como se dá a afirmação do trabalho do assistente social no INSS, 
mediante uma conjuntura adversa de redução dos direitos sociais? Para 
lhe auxiliar com relação a análise da realidade social, é importante que 
você saiba que o assistente social naquela instituição é o responsável pela 
viabilização e acesso aos direitos dos usuários, no caso, segurados. Ou 
seja, o assistente social está realizando o seu trabalho em meio a uma 
conjuntura de contrarreforma do Estado e da Previdência Social, que 
impacta na redução dos direitos sociais dos usuários/segurados. 
Algo importante que você precisa se questionar ao escolher o seu 
objeto de pesquisa é o seguinte: Por que pesquisar? Quais as pessoas irão 
se beneficiar com os resultados da pesquisa? O problema de pesquisa é 
relevante para a área profissional? Qual é a contribuição que a pesquisa 
Pensamento Científico
33
dará para a área profissional? Qual a relevância da pesquisa para a 
sociedade? O problema é adequado para mim? Terei tempo para realizar 
a investigação? 
Aconselhamos a você, no ato da escolha do seu problema de 
pesquisa, questionar-se com relação às perguntas anteriores. Perceba 
que, no exemplo que apresentamos, os problemas além de serem 
importantes para gerarem conhecimento e reflexões, para o Serviço 
Social, também são relevantes do ponto de vista social. Ou seja, os 
resultados das investigações serão importantes para se refletir no interior 
da categoria profissional e procurar alternativas de ação para uma 
possível transformação da realidade dos usuários, que são atendidos 
pelos assistentes sociais do INSS, por exemplo. 
Então, baseando-se no exemplo apresentado, o problema científico 
se vincula ao conhecimento sobre o desconhecido, que se deseja 
conhecer.
Objetivos 
Vamos discutir um outro ponto importante na pesquisa, que são 
os objetivos. Os objetivos são um dos principais componentes de uma 
pesquisa, pois serão eles que irão nortear todo o trabalho de pesquisa. 
Sobre os objetivos em nosso cotidiano, você já percebeu que para 
tudo que fazemos temos um objetivo? Tente se indagar com relação a 
isso. Veja alguns exemplos simples e situações hipotéticas a seguir:
Quadro 5 - Exemplos de situações hipotéticas
Vamos à padaria para COMPRAR pão. 
Vamos à autoescola para APRENDER a dirigir 
Fonte: Os autores (2020).
Verifique que para tudo há um objetivo, inclusive na pesquisa. 
Minayo et al. (2002, p. 42) diz que os objetivos têm a finalidade de “[...] 
responder o que é pretendido com a pesquisa, que metas almejamos 
alcançar ao término da investigação”. 
Pensamento Científico
34
Os autores da área da Metodologia Científica dividem os objetivos 
em objetivo geral (de dimensão mais ampla) e objetivos específicos. 
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 102): 
O objetivo geral está ligado a uma visão global e abrangente 
do tema, relacionando-se com o conteúdo intrínseco, quer 
dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Já o 
objetivo específico tem a função intermediária e instrumental, 
permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, 
aplicar este a situações particulares. 
Retomando o exemplo da dissertação de Rozendo (2010), verifique 
que o objetivo da investigação foi: analisar a afirmação do trabalho do 
assistente social no que se refere às lutas e aos desafios. 
Com relação aos objetivos, é necessário que o pesquisador faça as 
seguintes indagações: Qual o seu objetivo da pesquisa? Qual a intenção? 
Mostrar a melhoria, os benefícios, as lacunas de algo ou algum assunto? 
Realizar um estudo comparativo? Identificar alguma uma situação ainda 
não compreendida? 
Para a escolha dos objetivos sugerimos a utilização dos verbos no 
infinitivo, por exemplo: analisar, comparar, relacionar, identificar, monitorar, 
diagnosticar, quantificar, diferenciar e outros. 
Para finalizar, é fundamental que você saiba que os objetivos têm 
por finalidade responder ao que se pretende na investigação. 
Os objetivos da pesquisa respondem às perguntas: Por quê? 
Para quê? Para quem?
Justificativa 
A justificativa é um momento importante do seu projeto. É na 
justificativa que você constrói os elementos de ordem teórica, prática e 
social que irão convencer o seu orientador da importância da pesquisa 
proposta e ao seu leitor de uma forma geral. Ela deve ser construída por 
meio de um texto. 
Pensamento Científico
35
Na dissertação de Rozendo (2010), que estamos utilizando como 
exemplo, encontramos, no texto do seu trabalho, a relevância da temática, 
quando o autor afirmar que o debate sobre a atuação do assistente 
social, no âmbito previdenciário, na luta por direitos, faz parte do debate 
contemporâneo da profissão, já que requer análise sobre os processos 
de acumulação capitalista. Um outro ponto seria referente a história da 
profissão, visto que a previdência social foi uma das primeiras instituições 
em que o assistente social atuou de forma institucionalizada. 
A justificativa responde à pergunta: por quê? 
Revisão de literatura 
É necessário que seja realizado um levantamento, para que se 
identifique como estão as pesquisas na área da sua temática a ser 
investigada. Você lembra da pesquisa bibliográfica que explicamos aqui? 
Pois bem, é isso que você fará nessa etapa. 
Essa etapa inicial, consiste no contato do pesquisador com a 
bibliografia existente sobre o assunto, o qual possibilitará a identificação de 
trabalhos, ou não, com a mesma abordagem. Para auxiliar na compreensão 
dessa etapa, indicamos que você retorne ao tópico pesquisa bibliográfica 
e leia com calma as indicações lá existentes.
É nessa etapa, ainda, que o pesquisador faz uma pré-seleção da 
bibliografia a ser utilizada. Orientamos a você que adote uma sistemática 
e critérios para a realização da sua pesquisa. Porexemplo: estabeleça um 
prazo para a sua realização, liste as revistas científicas mais importantes 
na área, vá em busca das obras dos autores, que são referência e claro 
estabeleça critérios para selecionar as obras que irá utilizar. Um outro 
ponto importante é a organização de todo esse material por você. 
Orientamos que crie uma planilha no Excel, com a listagem de 
todas as obras e as datas para a sua leitura. Organize-as em pastas ou 
insira no drive, pois essa é uma etapa importante e que exigirá de você 
organização e sistemática para a sua realização. 
Pensamento Científico
36
Procedimentos metodológicos
A partir das questões de pesquisa, é possível definir que tipos 
de dados, variáveis e indicadores serão pesquisados. Assim, temos a 
capacidade de avaliar as fontes consultadas e faremos o desenho meto-
dológico da pesquisa, definindo os métodos e técnicas empregados, a 
população, a amostra pesquisada e como os dados serão processados e 
analisados. Desta forma, temos o plano ou projeto de pesquisa.
É na fase de execução que acontece a pesquisa, propriamente. O 
pesquisador toma contato com o campo, coleta dados e os processa, até 
que estejam prontos para serem concatenados em informações, em um 
relatório final. A fase de execução segue o projeto de pesquisa, garantindo 
a validade metodológica que, ao final, terá a resposta adequada ao 
problema de pesquisa. Neste ponto, vale destacar a importância de 
um bom plano de pesquisa, pois as opções de métodos e técnicas são 
variadas.
Seguindo o desenho metodológico do projeto, são elaborados os 
instrumentos de coleta de dados, testados e aplicados à população ou ao 
desenho amostral definido. A equipe que coleta os dados é treinada, ou 
os sistemas de coleta disponibilizados, e são preparados os recursos para 
análise dos dados. Esta etapa decorre das decisões tomadas sobre o tipo 
de pesquisa e os métodos e técnicas escolhidos
Os procedimentos metodológicos indicam a metodologia a ser 
utilizada no projeto de pesquisa, ou seja, é o caminho, ou caminhos, que 
você irá seguir para atingir o seu objetivo na pesquisa.
Em seu projeto de pesquisa você deverá informar o tipo da pesquisa 
e o universo da pesquisa. Ressaltamos que é fundamental que você 
explique e justifique os motivos da escolha por tal tipo de pesquisa, como 
também os critérios adotados, no que se refere ao universo da pesquisa. 
Mas o que seria universo da pesquisa? O universo da pesquisa nada mais 
é do que o objeto de estudo a ser pesquisado. O universo da pesquisa é 
entendido por Lakatos e Marconi (2001, p. 223) como:
Pensamento Científico
37
[...] o conjunto de seres animados ou inanimados que 
apresentam pelo menos uma característica em comum [...] e 
a Delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas 
ou coisas, fenômenos etc. serão pesquisados, enumerando 
suas características comuns.
Já, com relação a amostra a ser trabalhada, Lakatos e Marconi (2001, 
p. 163) a definem como “uma parcela convenientemente selecionada 
do universo (população); é um subconjunto do universo”. Para maiores 
informações sobre essa temática pedimos que veja o capítulo seguinte. 
Os procedimentos metodológicos respondem às perguntas: 
Onde Fazer? Como? Com quê? 
Cronograma
Nesta etapa, de preferência em formato de um quadro, devemos 
informar a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho, de 
acordo com as atividades a serem cumpridas. Veja o quadro a seguir com 
um exemplo fictício de um cronograma:
Quadro 6 - Exemplo de um cronograma 
PERÍODO/ATIVIDADES PERÍODO – MESES 
ATIVIDADES JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Elaboração do projeto X X 
Revisão de literatura X X X X X 
Entrevistas X 
Análise dos dados X X 
Elaboração do relatório X 
Apresentação da pesquisa X
Fonte: Os autores (2020).
Sendo o cronograma uma previsão, como tal pode sofrer alterações 
no desenvolvimento da pesquisa, desde que as avaliações apontem a 
necessidade dessas alterações.
O cronograma responde à pergunta: quando? 
Pensamento Científico
38
Referências
Neste item você selecionará todo o material que consultou para 
produzir seu projeto. As normas para elaboração desta etapa, você cursou 
na disciplina de Metodologia Científica. 
Mesmo ainda não sabendo elaborar as referências dentro das 
normas da ABNT, liste-as com todas as informações possíveis. Exemplo, 
no caso de livro título: nome do autor, ano de publicação, local de 
publicação e editora; no caso de endereços eletrônicos: autor do texto (se 
houver), título (se houver), endereço consultado e data de seu acesso; e 
assim por diante. Para saber mais, acesse o site da ABNT. 
Nas referências estarão listadas todas as obras consultadas e 
referenciadas em seu trabalho. Recomendamos que sejam utilizadas 
obras que possuam credibilidade e confiabilidade acadêmicas, como 
também não sejam utilizadas informações de blogs ou até mesmo de 
sites colaborativos. 
Apêndices 
Corresponde a um texto ou documento que foi elaborado pelo autor 
e que objetiva complementar a argumentação, sem prejuízo da unidade 
nuclear do trabalho, no seu caso, um instrumento de coleta de dados 
(questionário, formulário, questões de entrevistas) fará parte do Apêndice.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir o que vimos. Você deve ter retomado o 
conceito de pesquisa científica e a sua importância. Por 
fim, abordamos as etapas para a elaboração e um projeto 
de pesquisa e os seus elementos indispensáveis que 
são: Tema, Delimitação do tema, Problema, Objetivos 
(geral e específicos), Justificativa, Revisão de literatura, 
Procedimentos metodológicos, Cronograma, Referências 
e Apêndices.
Pensamento Científico
39
Quais os Tipos e técnicas de pesquisa? 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os tipos e as técnicas de pesquisa a serem utilizadas na 
investigação científica. Isso será fundamental para que, no 
ato do planejamento da sua pesquisa, você saiba escolher o 
melhor tipo de técnica para a realização da sua investigação. 
Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. 
Avante!
Então, pesquisar é resolver problemas e a nível acadêmico a 
pesquisa é utilizada como propulsora do conhecimento. Mas, para sua 
realização, são exigidos tratamento e transformação das informações, 
segundo as regras da Metodologia Científica. Para você qual a importância 
da pesquisa científica? No tópico seguinte iremos apresentar os dois 
principais tipos de pesquisa. 
Tipos de Pesquisa 
Segundo Santos (2002, p. 25), existem dois tipos de pesquisa. Veja 
a seguir quais são:
a) Pesquisa de ponta – atividade de cientistas profissionais 
que garante o avanço das várias áreas do conhecimento, 
trazendo respostas para problemas como cura de doenças, 
o desenvolvimento de pragas em plantações, os desastres 
ocasionados pela intervenção do homem na natureza, entre 
outros. É a atividade típica do indivíduo que, tendo dominado 
as respostas comuns, já incorporadas à rotina de uma ciência 
ou profissão, parte em busca do novo, do ignorado, com 
intenção e método.
b) Pesquisa acadêmica – toda atividade que se desenvolve 
na academia e desperta no aluno o espírito da busca, contri-
buindo para sua autonomia intelectual. Você, por exemplo, 
faz pesquisa quando caminha na produção, refutação ou 
Pensamento Científico
40
afirmação de algum conhecimento em trabalhos que lhe são 
solicitados pelas diversas disciplinas que cursa. Exemplos 
dessas pesquisas são: os Trabalhos de Conclusão de Curso, 
os relatórios, as monografias, os relatórios de estudos, os 
trabalhos acadêmicos, entre outros.
Perceba que o tipo de pesquisa que estamos tratando, nesta 
disciplina, trata-se da pesquisa acadêmica, que é realizada por você, 
aluno, no âmbito universitário ao elaboraros seus mais diversos trabalhos. 
Natureza da pesquisa científica
Para falar da natureza da pesquisa científica é importante destacar 
que não há uma unanimidade entre os estudiosos, no que diz respeito 
a uma classificação de pesquisa. Por exemplo, Demo (1996), identifica 
quatro linhas básicas de pesquisa: a teórica, a metodológica, a empírica 
e a prática; Cervo e Bervian (2003), por sua vez, apontam três tipos 
fundamentais: a bibliográfica, a de campo e a de laboratório. Já Santos 
(2002) classifica a pesquisa de acordo com a natureza metodológica. 
É importante mencionar que nenhum tipo de pesquisa é 
autossuficiente, para a realização da sua investigação em sua completude, 
desse modo, em sua atividade de pesquisa, você pode incluir um outro 
tipo de pesquisa, para que possa atingir o seu objetivo, assim, podemos 
mesclar os tipos de pesquisa em nossa investigação. 
Vejamos a classificação de acordo com Santos (2002, p. 25), que é 
de natureza metodológica e, também, por considerarmos a mais didática 
e mais abrangente. 
1) Caracterização segundo objetivos: as pesquisas podem ser 
exploratórias, descritivas e explicativas.
2) Caracterização segundo os procedimentos de coleta: 
experimento, levantamento, estudo de caso, bibliográfica, 
documental, pesquisa ação, pesquisa participante, pesquisa 
qualitativa e pesquisa quantitativa.
Pensamento Científico
41
3) Caracterização segundo as fontes de informação: pesquisa 
teórica (bibliográfica) e empírica (campo e laboratório) – é 
claro que via de regra as pesquisas científicas são teórico-
empíricas.
A seguir, apresentaremos algumas características de cada um dos 
tipos, que essa classificação estabelece.
Caracterização Segundo os Objetivos
Tomando por base a classificação apresentada por Santos (2002, p. 
26), vejamos a caracterização segundo os objetivos. 
a) Pesquisa exploratória – envolve levantamento bibliográfico, 
entrevistas com pessoas experientes e análise de exemplos, 
visitas técnicas, visitas a web sites, entre outros. Corresponde 
a fase inicial de contato com o objeto de estudo, o que 
significa afirmar que toda pesquisa acadêmica, na fase inicial, 
é exploratória.
b) Pesquisa descritiva – descreve o fato/fenômeno estudado 
sem que haja interferência do pesquisador; as técnicas 
preferencialmente usadas são a observação sistemática e 
questionários. Por exemplo: pesquisa sobre o índice de evasão 
escolar em determinada região caracterizando as famílias 
envolvidas.
c) Pesquisa explicativa – registra, analisa e interpreta os 
fenômenos estudados, procurando identificar os seus fatores 
determinantes; essa é a pesquisa que possibilita o avanço da 
ciência porque explica a razão e o porquê das coisas.
A diferença entre a pesquisa experimental e a pesquisa descritiva, 
apontada por Prodanov e Freitas (2013, p. 52), é que “esta procura 
classificar, explicar e interpretar fatos que ocorrem, enquanto a pesquisa 
experimental pretende demonstrar o modo ou as causas pelas quais um 
fato é produzido”.
Pensamento Científico
42
Caracterização segundo os procedimentos de coleta
Santos (2002, p. 27) aponta, ainda, uma classificação de acordo com 
os procedimentos de coleta. Vejamos. 
a) Pesquisa experimental – é o mais tradicional meio de 
realizar uma pesquisa, especialmente utilizada nas ciências 
da natureza. O pesquisador observa a realidade, problematiza, 
levanta a hipótese, testa essa hipótese e se confirmada ela se 
transforma em lei.
b) Levantamento – esse tipo de pesquisa caracteriza-se pela 
interrogação direta das pessoas cuja opinião se quer conhecer. 
Possibilita um conhecimento direto da realidade, o objetivo é 
quantificar a realidade.
c) Estudo de caso – estudo aprofundado e exaustivo de um ou 
de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento 
amplo e detalhado.
d) Bibliográfica – a finalidade desse tipo de pesquisa é colocar 
o investigador em contato direto com tudo aquilo que foi 
escrito a respeito do tema que pretende pesquisar. É uma 
pesquisa de cunho teórico. Ou seja, localização e consulta 
de diversas fontes de informação escritas com o objetivo de 
coletar material acerca de um tema específico. 
Já falamos, aqui, nesta disciplina, da importância e da necessidade 
de realizar uma pesquisa bibliográfica, como um dos primeiros passados 
para a execução da pesquisa. É fundamental e imprescindível que você 
realize tal procedimento para que possa verificar o que há de produção 
bibliográfica referente a temática que deseja estudar. Dessa forma, 
independentemente do tipo de pesquisa que você venha executar, a 
pesquisa bibliográfica deverá ser realizada, pois será por meio dela que 
você irá obter o conhecimento sobre o que já foi estudado e publicado 
com relação a temática da sua investigação. 
Para que consultar a produção bibliográfica existente? Até que 
ponto a pesquisa bibliográfica contribui no avanço do conhecimento, já 
Pensamento Científico
43
que representa o saber já construído? Segundo Lakatos e Marconi (2002, 
p. 71), a finalidade desse processo é 
“[...] colocar o pesquisador em contato direto com tudo o 
que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto. 
[...] Dessa forma, [...] não é mera repetição [...], mas propicia o 
exame de um tema sob novo enfoque [...]”.
Agora que já estamos conscientes sobre a importância da pesquisa 
bibliográfica, para a execução da sua pesquisa científica, é fundamental 
que você saiba que ela possui algumas funções. Vamos ver quais são 
elas?
Ao realizar a sua pesquisa bibliográfica atente-se para as funções 
mencionadas anteriormente. Sempre levante questionamentos como: 
você irá realizar a pesquisa bibliográfica com qual objetivo? O que 
você deseja encontrar nessa pesquisa? De qual forma ela irá auxiliar na 
execução e realização da sua pesquisa? 
É extremamente válido ressaltar a importância da internet para 
a localização das fontes, pois nela temos diversas bases de dados, de 
instituições renomadas, nas quais encontramos publicações de teses de 
doutorado, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, legislações e 
revistas científicas, que poderão lhe auxiliar. Então, não despreze o acesso 
à rede mundial de computadores e faça bom uso. Porém, se atente para 
realizar as suas buscas em sites confiáveis e que tenha credibilidade 
acadêmica, como também material bibliográfico que esteja de acordo 
com as normas de confiabilidade. 
Referente à classificação, de acordo com os procedimentos de 
coleta apontados por Santos (2002, p. 27), temos, ainda: 
e) Documental – também chamada de pesquisa histórica, preocupa-
se com o registro escrito dos documentos, buscando identificar 
neles as informações necessárias a produção do conhecimento.
f) Pesquisa-ação – caracteriza-se pelo fato de que, ao mesmo 
tempo em que produz conhecimento, o pesquisador interfere 
na realidade.
Pensamento Científico
44
g) Pesquisa participante – essa pesquisa acontece quando o 
pesquisador é ele também um dos elementos pesquisados. O 
pesquisador é ator no processo.
h) Pesquisa qualitativa – seu objetivo não se liga à represen-
tatividade numérica da realidade, mas sim ao aprofundamento 
da compreensão, busca explicar o porquê das coisas.
i) Pesquisa quantitativa – traduz em números as informações 
para serem analisadas e classificadas; utiliza-se de técnicas 
estatísticas no estudo proposto.
Ao ler todos os itens mencionados anteriormente, saiba que não é 
obrigatório que você realize todos os procedimentos de coleta em sua 
pesquisa. Contudo, é fundamental que você tenha bem definido qual ou 
quais procedimentos de coleta você irá realizar, de acordo com o objetivo 
que você deseja alcançar em sua pesquisa. 
Para ficar mais clara a explicação anterior, voltamos ao exemplo 
da Dissertação de Rozendo (2010), que vimos na unidade anterior. Você 
lembra que, na Dissertação, o autor estuda o trabalho profissional do 
assistentesocial no INSS? Então, para a realização da sua pesquisa foi 
necessária a realização de pesquisa bibliográfica e documental. Mas o 
que seria isso? Com relação à pesquisa bibliográfica o autor teve que 
investigar o que existia de produção acadêmica, referente ao trabalho 
profissional do assistente social naquela instituição e como os autores 
abordavam tal temática. Em um segundo momento, com relação à 
pesquisa documental, também foi necessária uma busca quanto as 
legislações que norteavam o exercício profissional do assistente social 
naquela instituição e quais as legislações que os profissionais utilizavam e 
se respaldavam para executarem o seu trabalho diariamente. 
Esperamos que após essas explicações você tenha conseguido 
compreender a relevância da coleta de dados em uma pesquisa. 
Caracterização segundo as Fontes de Informação 
Com relação à caracterização, segundo as fontes de informação, de 
acordo com a classificação de Santos (2002, p. 27), temos duas:
Pensamento Científico
45
a) Teóricas (bibliográfica) – pesquisas que se desenvolvem 
tendo como fonte de informação a produção teórica sobre o 
tema pesquisado.
b) Empíricas – correspondem as pesquisas cujos dados são 
buscados na realidade concreta e que se desenvolvem em 
campo ou em laboratório.
Considerando a classificação anterior, é importante deixar claro, 
para você, estudante de Serviço Social, que a pesquisa em nossa área 
aponta como relevante a pesquisa que envolva a realidade social, suas 
mudanças, suas lutas de classe e os sujeitos envolvidos. 
Nessa direção, a nossa profissão é interventiva e inserida na 
realidade social. Então, para entender a realidade e as suas mudanças, 
são necessárias pesquisas nessa área, o que não quer dizer que estejamos 
relegando a pesquisa teórica, já que essa serve de base também para o 
entendimento da realidade. A partir de agora vamos falar sobre a questão 
das técnicas de pesquisa. 
Técnicas de pesquisa 
A técnica é resumida como os procedimentos práticos que precisam 
ser realizados para elaborar um trabalho científico. Isso independe do 
método que está sendo aplicado. 
Podemos entender como parte integrante da técnica, a forma que 
os dados são registrados, quantificados e ainda como são ordenados 
e classificados. Para obtenção de uma análise coerente, é necessária a 
técnica adequada para obter dados suficientes e coerentes, de acordo 
com os objetivos que são obtidos. 
Sobre os instrumentos de coleta de dados, você já sabe que toda 
a pesquisa tem um levantamento de conteúdo, que se dará por meio de 
fontes de informação e outros instrumentos, que são capazes também de 
levantar dados. Vejamos algumas fontes e informação: 
documentação indireta - possibilita obter a informação através 
da pesquisa documental e da pesquisa bibliográfica;
Pensamento Científico
46
documentação direta - possibilita obter informações através 
de outras formas de pesquisas, por exemplo, a informação 
objeto da história oral.
Entre os instrumentos de coleta de dados destacamos a observação, 
que tem função importante para o pesquisador, pois colabora na pesquisa 
ajudando-o a orientar no processo de conhecimento do objeto pesquisado 
e a intervir na realidade de uma forma mais direta.
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 190), 
[...] a observação é uma técnica de coleta de dados para 
conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de 
determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em 
ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos 
que se desejam estudar.
Recomendamos a você que, previamente a observação, liste pontos 
a serem observados, assim, você irá a campo já sabendo o que observar e 
com um guia em mãos, que irá facilitar o direcionamento do seu olhar de 
pesquisador. Lembre-se de realizar o registro das suas observações em 
um local de fácil acesso e não demore para realizar o registro, pois você 
corre o risco de esquecer de pontos fundamentais. 
Já, a entrevista, é uma técnica de pesquisa bastante utilizada e 
aplicada. “É uma técnica que permite o relacionamento estreito entre o 
entrevistado e o entrevistador (BARROS; LEHFELD, 2004, p. 91). 
Pode, ainda, ser entendida como “uma conversação efetuada face 
a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, 
a informação necessária” (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 222). Pode ser 
classificada em:
entrevista estruturada – as questões são previamente 
formuladas, isto é, já é feito previamente pelo pesquisador 
um roteiro estruturado de perguntas, sem que haja a possi-
bilidade de alteração, retirada ou inclusão, de perguntas;
Pensamento Científico
47
entrevista não-estruturada – as questões são formuladas no 
ato da conversação, embora essa não possa fugir do objeto 
de estudo. Visto que os dados coletados serão utilizados 
na análise qualitativa, a fim de responder ao problema de 
pesquisa.
O questionário é o instrumento mais usado para levantamento de 
informações, não se restringe a uma quantidade de questões, porém, 
não é viável que o mesmo fique extenso. Deve ser preenchido pelo 
pesquisador.
Para Lakatos e Marconi (2001, p. 190), “é um instrumento de coleta 
de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem 
ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.
Na elaboração e aplicação de um questionário, devem ser 
observados os seguintes aspectos: tamanho do instrumento; conteúdo 
abordado; organização das informações; clareza das questões e, ainda, 
pode ser elaborado com perguntas abertas, fechadas ou a combinação 
de ambas.
O formulário tem como sua principal característica o contato direto 
entre o pesquisador e o informante, que deve responder às perguntas 
do roteiro preenchido no momento da abordagem. Confunde-se com a 
técnica da entrevista.
Para Selltiz (1965 apud LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 190), “é 
o nome geral usado para designar uma coleção de questões que são 
perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face 
com outra pessoa”.
 Veja o exemplo, no resumo da dissertação de Rozendo (2010), 
perceba que os procedimentos metodológicos utilizados foram as 
entrevistas realizadas com as assistentes sociais, as quais foram os 
sujeitos da pesquisa. 
Em suma, quando na realização de uma pesquisa, é necessário que 
se defina as fontes de dados e também qual o tipo específico de pesquisa, 
para assim ser possível verificar as possíveis técnicas para coleta de dados 
como questionário, entrevistas ou até mesmo a partir da observação. 
Pensamento Científico
48
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir o que vimos. Você deve ter aprendido 
os tipos de pesquisa e as técnicas existentes. Viu que é 
importante identificar e escolher o tipo de pesquisa bem 
como a técnica a ser utilizada.
Pensamento Científico
49
Como elaborar um relatório de pesquisa?
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar 
um relatório de pesquisa. Isso será fundamental para você, 
como estudante, pois você saberá como sistematizar e 
ordenar o seu conhecimento. Motivado para desenvolver 
essa competência? Vamos lá. Avante!
A importância do relatório de pesquisa
Você sabia que a pesquisa acadêmico-científica possui caracte-
rísticas e estrutura que permitem ao pesquisador desenvolver um estudo 
coerente e objetivo, cumprindo normas e regras para a construção do 
conhecimento por meio da investigação. Para cumprir seu objetivo, toda 
pesquisa prevê apresentação e exposição de resultados. Nesta aula, 
estudaremos a composição do relatório de pesquisa, responsável pela 
apresentação do percurso argumentativo e dos dados estruturados de 
conclusão dos trabalhos.
Você saberia dizer como podemos começar uma pesquisa 
acadêmico-cientifica? Para desenvolvermos uma pesquisa, primeira-mente, devemos escolher um tema, dentro de uma área de conhecimento. 
A partir deste ponto, e com a intenção de desenvolvê-lo, criamos uma 
problemática, ou seja, um questionamento, apontando uma questão a ser 
resolvida com a apresentação dos resultados da pesquisa.
Observe que este breve resumo, que exemplifica o início da 
pesquisa, caracteriza o fio condutor que nos leva ao próprio fim da 
investigação: o relatório de pesquisa. De acordo com Tozoni-Reis (2007, 
p. 87), 
[...] o relatório de pesquisa não é apenas uma etapa do processo 
da pesquisa realizada, mas parte essencial, porque comunica 
o resultado da investigação e suas originais interpretações, 
tornando, então, o conhecimento socializado.
Pensamento Científico
50
Mais do que isso, o relatório de pesquisa é “a apresentação final 
escrita e detalhada de todo o processo, desde o planejamento da pesquisa 
até as conclusões” (TOZONI-REIS, 2007, p. 87). Lembre-se que a pesquisa 
tem início a partir da delimitação de um tema. Assim, não podemos deixar 
de lado o pensamento prévio sobre o relatório, pois, ao estruturar um 
estudo, desde o seu início, precisamos projetar como será construído o 
relatório final, a partir do entendimento dos dados da pesquisa e do tipo 
de investigação que será desenvolvida. “O relatório de pesquisa é um 
documento em que serão levantadas todas as informações que digam 
respeito às atividades desenvolvidas numa pesquisa” (LEITE, 2008, p. 213).
Portanto, grave bem: a pesquisa começa com o tema-problema 
e termina com o relatório de pesquisa, que apresenta os resultados da 
investigação.
Escolhido o tema da pesquisa e o problema a ser trabalhado, é 
chegado o momento de prepararmos o material de pesquisa.
Mas, antes de organizarmos o material de pesquisa, precisamos 
escolher o material de apoio. E como fazemos isto? De acordo com Leite 
(2008), há alguns aspectos que facilitam esta escolha. O título da obra, 
por exemplo, pode auxiliar na tomada de decisão, porém, nem sempre 
representa o conteúdo da obra. O mais importante, alerta o autor, é 
observar quais são as partes do livro, os capítulos e o que eles apresentam.
Outro ponto que vale observar no material de apoio é a bibliografia 
utilizada, pois podemos verificar se as obras listadas servem como 
referencial para a pesquisa que realizamos.
É importante destacar que estas dicas não se referem apenas aos 
livros, pois elas se aplicam também a outros materiais, como artigos 
científicos, publicações de anais de eventos científicos, relatórios e 
resenhas. Nestes casos, podemos iniciar a verificação a partir do título do 
material e das palavras-chaves, checando, posteriormente, o resumo e a 
introdução, e depois as seções e as referências.
Após o término da seleção do material é hora do pesquisador 
começar o trabalho de leitura e interpretação, utilizando técnicas de 
fichamento e resumo do material. No tópico a seguir veremos como 
Pensamento Científico
51
elaborar um relatório de pesquisa. Isto é, divulgar os dados e os resultados 
da pesquisa. 
A elaboração do relatório de pesquisa 
Agora, vamos aprender como redigir um relatório de pesquisa. 
Para isso vamos estudar as três partes que o compõe, de acordo com os 
autores Tozoni-Reis (2017) e Markoni e Lakatos (2013). Observe, a seguir, 
como é feita esta divisão:
 • Pré-textual: capa, folha de rosto, sumário;
 • Textual: introdução, desenvolvimento (capítulos) e conside-rações 
finais;
 • Pós-textual: bibliografia (referências).
Na parte pré-textual, a capa deve conter o nome da instituição de 
ensino e do autor da pesquisa, título do estudo, cidade de realização 
do trabalho e ano. O mesmo conteúdo deve ser incluído na folha de 
rosto, além de um texto explicativo sobre a pesquisa. O sumário, por fim, 
apresenta as diferentes partes do trabalho, assim como seus respectivos 
números das páginas.
No início do trabalho, começamos com a introdução, texto que 
abre o relatório e expõe de forma geral seu conteúdo. Confira, a seguir, os 
elementos que compõem a introdução (TOZONI-REIS, 2007; MARCONI; 
LAKATOS, 2013).
 • Breve apresentação sobre o assunto da pesquisa: conceitos e 
marcos históricos importantes;
 • Breve revisão bibliográfica do tema: exposição dos principais 
autores do referencial teórico, podendo se posicionar sobre as 
referências;
 • Apresentação do fio condutor do trabalho: utilizando a própria 
reflexão unida ao referencial teórico (bibliografia);
 • Explicação do problema da pesquisa e seus objetivos;
Pensamento Científico
52
 • Apresentação da justificativa da pesquisa: indicar os resultados 
e expor a estrutura do relatório, como estão estruturadas suas 
partes;
 • Indicação da metodologia do trabalho: que tipo de pesquisa será 
realizada.
O desenvolvimento do relatório apresenta o conteúdo dos capítulos, 
seções e subseções. Ele carrega os resultados da pesquisa, a análise 
dos dados, suas relações, a posição e reflexão do pesquisador sobre os 
dados coletados e o diálogo com os autores utilizados para fundamentar 
o trabalho. O uso de citações diretas e indiretas retiradas do material 
bibliográfico é importante nesta parte do relatório, pois fundamenta a 
pesquisa. Também é indicado dividir o conteúdo em capítulos, concen-
trando em cada um temas diferentes a serem desenvolvidos (TOZONI-
REIS, 2007; LEITE, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2013).
Outra parte importante no desenvolvimento da pesquisa é a 
conclusão do trabalho, comumente descrita como considerações finais. 
Este é o momento de encerramento da pesquisa, e consiste em três 
partes (TOZONI-REIS, 2007):
 • Síntese dos dados, da análise e interpretação;
 • Reflexão do pesquisador sobre o resultado final da pesquisa;
 • Contribuição do pesquisador para a área estudada.
O pesquisador deve dominar a linguagem técnica do trabalho e ser 
capaz de redigir com clareza um documento, do contrário está passível 
a interpretações que não condizem com os resultados reais da pesquisa. 
O uso de uma linguagem mais complexa pode dificultar a interpretação 
das informações. Uma linguagem mais simples expõe de forma clara e 
precisa a mensagem da pesquisa.
Leite (2008) observa que a escrita do relatório deve levar em 
consideração o público destinado à pesquisa, adequando a linguagem, 
os termos técnicos e a complexidade ou não do texto. Isso facilita a 
interpretação daqueles que irão utilizar o relatório para compreender a 
pesquisa ou utilizá-lo como fonte de pesquisa.
Pensamento Científico
53
Além destas observações, é preciso ter cuidado com a apresentação 
estética do trabalho também. Detalhes como tamanho, espaçamento e 
tipo de fonte, margens e destaques no corpo de texto são importantes. O 
relatório precisa ser bem apresentado, objetivo e sem muito rebuscamento 
estético, para não poluir a visão e desviar o leitor do assunto. Cumprindo 
com estas etapas, o relatório estará bem elaborado e apresentado.
Pensamento Científico
54
BIBLIOGRAFIA
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia 
Científica: um guia para a iniciação. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2004.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: 
Prentice Hall, 2003.
DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro: 
Tempo Brasileiro, 1996.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2002.
GOMIDES, J. E. A Definição do Problema de Pesquisa a Chave para 
o Sucesso do Projeto de Pesquisa. Revista do Centro de Ensino Superior 
de Catalão. CESUC. Ano IV, n. 06, 1º Semestre, 2009.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia 
científica. São Paulo: Atlas, 2001.
______. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, 
amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação 
de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
MINAYO M. C. S. et al. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 
Petrópolis: Editora Vozes, 2002.PRODANOV, C. C.; FREITAS, C. E. Metodologia do trabalho científico: 
métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo 
Hamburgo: Feevale, 2013.
ROZENDO, F. H. C. O Serviço Social na Previdência Social: a afirmação 
do seu espaço na materialização dos direitos. Orientadora: Profa. Dra. 
Odília Souza Araújo. Dissertação (mestrado). Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. Programa de Pós Graduação em Serviço Social, 2010. 
Disponível em: <https://bit.ly/2ztI10n>. Acesso em: 13 set. 2019.
SANTOS, A. R. Metodologia científica: a construção do conheci-
mento. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São 
Paulo: Cortez, 2006.
Pensamento Científico
Unidade 4
Trabalhos científicos e as normas da ABNT
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Tipos de trabalhos científicos ................................................................ 10
Apresentação de trabalhos acadêmicos ......................................... 19
Normas das ABNT para citação ............................................................36
Normas da ABNT para referências .....................................................44
7
UNIDADE
04
Pensamento Científico
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que todas as universidades de nosso país adotam 
um padrão para a formatação dos trabalhos acadêmicos, sejam eles 
dissertações, teses ou projetos de pesquisa? Revistas científicas e 
periódicos científicos também utilizam um padrão bem semelhante 
aos que são utilizados pelas universidades. Esse padrão possui apenas 
algumas pequenas diferenças entre as instituições, pois alguns aspectos 
não são especificados pelas normas da ABNT, o que exige que o conselho 
editorial dos periódicos estabeleça esses critérios. O que seria esse 
padrão? Quais são os motivos da sua utilização? O padrão é estabelecido 
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Acreditamos que 
você já tenha ouvido falar nessa entidade. Só para esclarecer, a ABNT é 
uma entidade sem fins lucrativos e é a responsável pela normatização 
em nosso país. Esse padrão é importante, já que facilita o trabalho 
dos pesquisadores, leitores e estudantes. Portanto, qualquer trabalho 
científico realizado no Brasil segue a mesma formatação, o que facilita o 
trabalho daqueles que buscam algum tipo de informação específica. Esta 
disciplina não ousa apresentar todo o conteúdo da área da metodologia 
científica, mas objetiva fazer com que você esteja apto a entender o 
mundo da ciência e, consequentemente, da pesquisa científica, e adquira 
as habilidades para ser um pesquisador. Após cursar esta disciplina, é 
essencial que seus estudos permaneçam. Afinal, a atividade da pesquisa 
científica sempre é algo que nos proporciona aprendizado e desafios. 
Bons estudos! 
Pensamento Científico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Identificar e caracterizar os tipos de trabalhos científicos existentes. 
2. Caracterizar o trabalho acadêmico. 
3. Aplicar as normas da ABNT para citação. 
4. Aplicar as normas da ABNT para referências.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
10
Tipos de trabalhos científicos
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os tipos de trabalhos científicos existentes. Isso será 
fundamental para você, estudante, pois é imprescindível 
diferenciar cada um dos tipos de trabalhos científicos 
e saber a importância de cada um deles para a ciência. 
Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. 
Avante!
Existem diversos tipos de trabalhos científicos e cada um tem uma 
finalidade. Por meio dos trabalhos acadêmicos, nós temos os registros 
das produções científicas para que elas possam, assim, ser divulgadas 
posteriormente. Rey (2003) afirma que existem diferentes modalidades 
de um documento científico. Para o estudioso, há o que chamamos 
de trabalhos originais, os quais apresentam informação primária, as 
publicações provisórias ou notas prévias e os trabalhos que apresentam 
informações secundárias. No entanto, o que seriam esses trabalhos? 
Segundo Rey (2003), um texto é um trabalho original quando 
o conteúdo apresentado é inédito. Isso significa que foi redigido de 
modo que um pesquisador competente e especializado na área tenha a 
possibilidade de verificar a exatidão das análises e deduções do autor da 
obra e possa repetir as observações e analisá-las. 
Como exemplo de trabalho original, temos os trabalhos 
experimentais, os quais submetem o fenômeno a uma condição 
controlada de experiência. Em outras palavras, há a utilização do 
método experimental que estudamos nas unidades anteriores. Outro 
exemplo seriam os trabalhos teóricos que têm, por finalidade, analisar o 
conhecimento,o que leva a produção de novos conhecimentos que se 
concretizam por meio do estabelecimento de teorias e novos conceitos. 
Já as publicações provisórias nos apresentam informações 
científicas novas. Contudo, as restrições impostas por alguns países 
impedem que outros pesquisadores possam verificar as informações que 
Pensamento Científico
11
foram apresentadas. Por fim, temos a informação secundária, que nada 
mais é do que um texto elaborado para reuniões ou congressos. 
A apresentação da pesquisa na academia é feita por meio do 
trabalho acadêmico. Para garantir a qualidade do seu trabalho acadêmico, 
é importante que você conheça e faça a distinção dos diversos tipos de 
trabalhos científicos e seus elementos constitutivos, bem como saiba 
organizar seus trabalhos com base na estrutura definida pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a qual objetiva universalizar o 
padrão de editoração dos textos. O conhecimento do estilo adotado pela 
instituição onde o trabalho será apresentado para avaliação faz parte do 
processo avaliativo. Essa padronização contribui para a uniformidade 
da apresentação do trabalho e a sua compreensão, de forma que os 
leitores possam dar atenção total ao seu conteúdo, além de garantir 
reconhecimento no meio científico.
Todo trabalho científico, incluindo o projeto de pesquisa, a 
monografia, a dissertação e a tese, é formado por elementos pré-textuais, 
textuais e pós-textuais. Assim como o próprio nome diz, “pré” se refere 
ao que vem antes e, “pós”, ao que vem depois. O que muda de um tipo 
de trabalho para o outro é a quantidade de elementos obrigatórios 
e opcionais. Por exemplo, o projeto de pesquisa é uma proposta de 
investigação a ser realizada no futuro e, por isso, não é possível incluir um 
resumo com os resultados obtidos.
No projeto de pesquisa, são incluídos o orçamento e o cronograma, 
enquanto, no trabalho final – monografia, dissertação ou tese –, esses 
elementos não são incluídos, porque o trabalho já estará pronto e, 
portanto, não faz sentido incluir informações a respeito de quando será 
realizado ou quanto custará.
Algumas publicações científicas exigem normas diferentes das 
estabelecidas pela ABNT. Por isso, é importante saber quais são as normas 
exigidas pelo congresso ou pela revista científica a qual se pretende 
publicar um artigo. Na figura a seguir, temos um exemplo de um texto 
científico que segue as normas da ABNT:
Pensamento Científico
12
Figura 1 – Exemplo de texto científico 
Fonte: Freepik
Pensamento Científico
13
IMPORTANTE:
Na sequência, conheceremos algumas das principais 
normas da ABNT para a formatação de trabalhos científicos. 
No entanto, lembre-se de que há muitos outros detalhes 
que você pode acessar diretamente nos documentos 
eletrônicos da ABNT e no momento da formatação de 
seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Algumas 
regras mudam e, por isso, é importante verificar as mais 
atualizadas.
Em relação ao conceito de trabalho científico, Salomon (1977, p. 136) 
defende que: 
o trabalho científico passa a designar a concreção da atividade 
científica, ou seja, a investigação e o tratamento por escrito de 
questões abordadas metodologicamente. 
O tratamento por escrito apontado por Salomon (1977) diz respeito 
aos resultados de uma pesquisa científica que podem ser expressos por 
meio de monografias, dissertações, teses, entre outros. Veja, a seguir, os 
principais tipos de trabalhos acadêmicos.
O projeto de pesquisa é um planejamento que deve ser feito antes 
da realização de um trabalho acadêmico, tal como uma monografia (de 
graduação ou de especialização), uma dissertação de mestrado ou uma 
tese de doutorado. Esse projeto é avaliado por um professor-orientador 
ou por uma banca (um conjunto) de professores. Quem avalia o projeto de 
pesquisa será capaz de dizer se o problema de pesquisa está adequado, 
se os procedimentos para coleta e análise de dados estão corretos, se a 
pesquisa pode ser realizada ou se algo deve ser modificado. 
A partir disso, você executará a sua pesquisa científica. Lembre-se 
de que esse projeto poderá estar vinculado a algum programa de pós-
graduação da universidade ou ser um projeto de conclusão do ensino 
superior, o que costumamos chamar de projeto de TCC. Além disso, é 
válido ressaltar que essas investigações promovem o avanço da ciência 
nas suas diversas áreas, afinal, não há desenvolvimento tecnológico sem 
ciência. 
Pensamento Científico
14
Para saber mais sobre esse assunto, que tal pesquisar os projetos 
de pesquisa da sua instituição? Garanto que você descobrirá muitos 
projetos bem interessantes.
Figura 2 – A investigação científica 
Fonte: Pixabay
ACESSE:
Agora, recomendamos que você acesse o link a seguir e 
conheça os inúmeros projetos de pesquisa do Laboratório 
de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) pertencente à 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 
localizado nas dependências do Hospital Universitário 
Onofre Lopes (HUOL) em Natal (RN). Esse é um laboratório 
de pesquisa que tem parcerias com diversas instituições 
e universidades pelo mundo, a fim de realizar a inovação 
por meio da saúde. Para saber mais sobre os projetos 
executados, Clique aqui.
Outro trabalho científico é a monografia. Acreditamos que você 
já tenha ouvido a palavra “monografia” ou até mesmo tenha elaborado 
esse tipo de trabalho científico. A monografia é um trabalho acadêmico 
Pensamento Científico
https://lais.huol.ufrn.br/categoria/projetos/
15
realizado ao final da graduação ou da especialização e o seu nome 
significa que é um trabalho de pesquisa sobre um único tema. 
ACESSE:
Para que você conheça exemplos de trabalhos das mais 
diversas áreas do conhecimento, sugerimos que acesse 
a Biblioteca Digital de Monografias da UFRN. Lá, você 
encontrará trabalhos monográficos de uma das melhores 
instituições de nível superior do país. Para saber mais, 
Clique aqui.
A dissertação é um trabalho acadêmico realizado ao final do curso 
de mestrado (pós-graduação stricto sensu) e exige para que o aluno 
demonstre conhecimentos aprofundados sobre determinado tema e 
metodologia de pesquisa. 
Já a tese é um trabalho acadêmico realizado ao final do curso de 
doutorado. O estudante deve propor uma nova teoria ou o aperfeiçoamento 
de uma teoria já existente. Os principais critérios de avaliação de uma 
tese são a originalidade do estudo e o uso adequado dos procedimentos 
metodológicos.
Geralmente, um estudante que se propõe a cursar um mestrado ou 
doutorado possui uma ligação com a pesquisa desde os tempos da sua 
graduação. Afirmamos isso, pois, para se realizar investigações a esses 
níveis de dedicação, é necessário que se tenha estudos na área, bem 
como se conheça o objeto de estudo e a área do conhecimento.
ACESSE:
Para saber mais sobre as teses e dissertações produzidas 
em nosso país, recomendamos o acesso ao site da 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a qual existe em nosso 
país desde 1900. Atualmente, ela realiza atividades de 
pesquisa, inovação e ensino na área da saúde. Acesse 
o link a seguir para ter acesso às teses e dissertações, 
Clique aqui.
Pensamento Científico
https://monografias.ufrn.br/jspui/
http://teses.icict.fiocruz.br/cgi-bin/wxis1660.exe/lildbi/iah/?IsisScript=lildbi/iah/iah.xis&base=TesesFiocruz&lang=p&form=F&user=GUEST
16
Um aspecto que merece destaque é a apresentação oral de 
trabalhos científicos. Para trabalharmos um pouco essa temática, 
primeiramente, temos um questionamento a fazer: você já apresentou 
algum trabalho científico? 
Figura 3 – Apresentação oral de trabalhos científicos 
Fonte: Pixabay
Saiba que aqueles seminários apresentados na graduação e 
que servem como elementos avaliativos são exemplos simples de 
apresentação oral. Afinal, o conteúdo que está sendo apresentado é um 
conteúdo científico. Entretanto, em relação às apresentações orais dos 
trabalhos científicos, existe um aspecto importante.A apresentação oral de trabalhos científicos é obrigatória em alguns 
cursos de graduação, pós-graduação lato sensu e em todos os cursos 
de pós-graduação stricto sensu, ou seja, em mestrados e doutorados. 
Chamamos de defesa o momento final para a obtenção do grau de 
mestre ou doutor. Esse momento pressupõe todo um ritual acadêmico, 
desde antes a sua efetivação, durante e posteriormente. Isso significa 
que o seu trabalho científico de conclusão de curso deverá ser enviado 
Pensamento Científico
17
com antecedência para os avaliadores, terá o momento da apresentação 
(no caso, a defesa do trabalho), com assinatura da ata, e finalizará com o 
depósito final do trabalho para a obtenção o grau pleiteado. 
Nos cursos que exigem a apresentação oral do trabalho científico, 
geralmente, há dois momentos de apresentação: a qualificação do projeto 
de pesquisa e a defesa do trabalho final. A qualificação do projeto de 
pesquisa é uma apresentação do trabalho que ocorre antes da realização 
da coleta e da análise dos dados. O seu objetivo é o de conseguir a 
aprovação do projeto e aproveitar as sugestões da banca avaliadora para 
que haja o aperfeiçoamento do trabalho.
Já a defesa da pesquisa é a apresentação de seus resultados. 
Geralmente, é o trabalho final de conclusão de um curso. Não existem 
regras fixas a respeito da apresentação oral do trabalho acadêmico, assim 
como há para a elaboração do trabalho escrito. Entretanto, algumas 
orientações gerais podem auxiliar pesquisadores iniciantes a prepararem 
suas apresentações orais.
Lembre-se de que a apresentação oral de um trabalho acadêmico é 
um evento aberto ao público, por meio do qual uma banca de professores 
avalia o trabalho e faz comentários a respeito dele. A apresentação pode 
ser feita individualmente ou em grupo, dependendo do tipo de trabalho 
e do tipo de curso.
Na maior parte dos cursos de graduação, os alunos do último 
ano ou do último período fazem a defesa oral de seu trabalho, seja 
individualmente, seja em equipe. Assistir a essas defesas é uma ótima 
oportunidade de aprendizagem para os alunos que estão iniciando o 
curso. Nesse caso, é importante prestar atenção na maneira como foi feito 
o trabalho, no modo como a apresentação foi organizada e, sobretudo, 
nas críticas e nos elogios que os professores farão ao trabalho.
Em primeiro lugar, é preciso definir qual será o conteúdo a ser 
apresentado. Nessa etapa, um elemento fundamental é o tempo disponível 
para a apresentação. Esse tempo, geralmente, pode variar entre 20 e 45 
minutos e, por isso, é importante saber com antecedência qual será o 
tempo disponível para a apresentação. Normalmente, as apresentações 
Pensamento Científico
18
orais são apoiadas por projetores e equipamentos audiovisuais. Assim, em 
uma apresentação, um cálculo aproximado para prever o tempo de uso 
desse recurso seria de uma tela a cada um ou dois minutos.
Em segundo lugar, é preciso fazer um esboço dos tópicos principais 
a serem apresentados.
É importante destacar que os professores da banca avaliadora leem 
o trabalho escrito antes da apresentação oral. Dessa forma, a apresentação 
oral deve ser uma síntese dos principais aspectos do trabalho, e não uma 
descrição detalhada de tudo que foi escrito. 
Nesse momento, são apresentadas sugestões de melhorias a 
serem acrescentadas no trabalho, para posterior elaboração da versão 
final. Essas ocasiões são de suma importância, pois temos a divulgação 
da pesquisa e o debate entre avaliadores conhecedores do tema. 
Esperamos que você tenha identificado os tipos de trabalho 
existentes e tenha percebido a quantidade que há de trabalhos 
científicos qualificados em nosso país. Apesar de a pesquisa científica e 
os pesquisadores não serem valorizados, devemos admitir e reconhecer 
que as instituições realizam importantes ações nas áreas tecnológicas, 
social e da saúde.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido que existem 
diversos tipos de trabalhos científicos e conheceu as 
características de cada um. Além disso, soube o quanto é 
importante a apresentação oral desses trabalhos científicos 
e compreendeu o quanto é necessária a socialização do 
conhecimento para o avanço da ciência e das pesquisas, já 
que elas são transformadoras da sociedade.
Pensamento Científico
19
Apresentação de trabalhos acadêmicos 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar 
um trabalho acadêmico de acordo com as normas da 
ABNT. Isso será fundamental para você, estudante, pois é 
imprescindível registrar as suas pesquisas acadêmicas para, 
posteriormente, publicá-las. Motivado para desenvolver 
essa competência? Vamos lá. Avante!
Para garantir uma produção de qualidade, é importante que 
você conheça e distinga os diversos tipos de trabalhos científicos, seus 
elementos constitutivos, bem como saiba organizar seus trabalhos com 
base na estrutura definida pela ABNT, cujo objetivo é o de universalizar 
o padrão de editoração desses trabalhos. O conhecimento do estilo 
adotado pela instituição onde o trabalho será apresentado para avaliação 
faz parte do processo avaliativo. Essa padronização contribui para a 
uniformidade da apresentação do trabalho e sua compreensão, de forma 
que os leitores possam dar atenção total ao seu conteúdo, além de 
garantir reconhecimento no meio científico.
As normas atualizadas da ABNT para formatação de trabalhos 
acadêmicos podem ser acessadas pela Internet, em sites de universidades. 
Algumas publicações impressas também fornecem informações sobre 
essas normas, no entanto, é importante verificar se estão devidamente 
atualizadas.
Assim como você já sabe, a apresentação da pesquisa, na 
academia, é feita por meio do trabalho acadêmico. Para Salomon (1977), 
os resultados de uma pesquisa científica podem ser expressos por 
intermédio de monografias, dissertações, teses e entre outros. Todavia, os 
trabalhos científicos expostos devem ser apresentados de qual forma? É 
isso que trabalharemos a partir de agora. 
Um dos elementos a ser considerado é a apresentação gráfica e 
estética. A NBR 14724:2005, que versa sobre a apresentação dos trabalhos 
acadêmicos, deixa o projeto gráfico a critério do autor, garantindo-lhe 
Pensamento Científico
20
liberdade para produzir a apresentação visual do seu trabalho (ABNT, 
2005). Em outras palavras, o projeto gráfico é de responsabilidade do autor 
do trabalho (o importante é manter a uniformidade em todo o trabalho). 
Saiba que a construção do trabalho científico implica considerar 
dois aspectos: primeiro, o aspecto lógico e metodológico da construção 
textual, que requer pesquisa teórica fundamentada; segundo, o aspecto 
normativo, que implica a construção dos aspectos de normalização do 
trabalho segundo a ABNT. No primeiro aspecto, destacamos a importância 
da construção dos elementos textuais e de apoio, enquanto, no segundo, 
é importante considerar a importância da normalização desses elementos. 
Contudo, antes da apresentação de todos esses aspectos que 
abordamos, é fundamental afirmar que você não deve se sentir obrigado 
a internalizar e até mesmo decorar todas as informações e detalhes 
presentes nas normas da ABNT. É importante, apenas, que você saiba que 
existe um padrão que deve ser seguido e, quando houver necessidade, 
você consulta o nosso material para padronizar o seu trabalho. 
Alguns elementos são considerados fundamentais no 
desenvolvimento da apresentação gráfica, os quais apresentaremos a 
seguir. Conheçamos: 
a. Papel – o texto deve ser digitado no anverso da folha em papel 
branco, de boa qualidade, formato A4 (21 cm X 29,7 cm) e impresso 
na cor preta, com exceção das ilustrações.
b. Impressão do texto – apesar das normas oficiais não determinarem 
o tipo de fontea ser utilizada no seu trabalho, você deve consultar 
o manual de sua instituição. Há uma indicação pelas fontes mais 
conhecidas, como a Arial e a Times New Roman. Recomenda-se 
para digitação a adoção de fonte tamanho 12.
Mesmo diante das informações presentes na NBR 14724:2005, que 
indicam elementos para impressão do trabalho acadêmico, é importante 
afirmar que, hoje, grande parte das instituições de ensino não exige 
que o trabalho acadêmico deva ser impresso, mas digitalizado. Essa é 
uma forma de acompanhar o desenvolvimento tecnológico e digital, e 
promover a preservação do meio ambiente. 
Pensamento Científico
21
Figura 4 – Biblioteca virtual 
Fonte: Pixabay
c. Margens – todas as folhas devem ser configuradas observando:
 • margem superior e esquerda – 3cm.
 • margem inferior e direita 2cm.
d. Espaçamento entre linhas – deve ser 1,5 em todo o texto, exceto 
em algumas situações em que você deve utilizar espaço simples 
e a fonte menor, tamanho 10 (dez). São elas:
 • Citações com mais de 03 (três) linhas.
 • Notas de rodapé.
 • Legendas das ilustrações e tabelas.
 • Ficha catalográfica.
 • Natureza do trabalho.
 • Nome da instituição a que é submetida. 
 • Área de concentração.
Pensamento Científico
22
e. Numeração das páginas – a contagem das páginas de um 
trabalho científico se inicia na folha de rosto. A capa, como 
elemento de proteção externa do trabalho, não é contada para 
efeitos de paginação. Mesmo com a contagem das páginas sendo 
iniciada na folha de rosto, o número só aparecerá após o sumário, 
ou seja, na introdução do trabalho.
As páginas devem ser numeradas em algarismos arábicos, no canto 
superior direito da folha, a 2cm da borda superior da folha.
Para a realização do que apresentamos até agora, é importante 
que você tenha conhecimento e saiba manusear o seu editor de texto 
favorito. Também existem alguns tutoriais disponibilizados na Internet e 
até mesmo softwares e plataformas que auxiliam nessa tarefa. 
Para evidenciar a sistematização do conteúdo do trabalho, deve-se 
adotar a numeração progressiva para as seções do texto. Observe que 
não se usa ponto após os números, apenas um espaço de caractere.
Quadro 1 – Numeração progressiva para as seções do texto
Divisão Exemplo
Seção Primária 1 CAIXA ALTA E NEGRITO
Seção Secundária 1.1 CAIXA ALTA E SEM NEGRITO
Seção Terciária 1.1.1 Caixa baixa e com negrito
Seção Quaternária 1.1.1.1 Caixa baixa e sem negrito
Seção Quinária 1.1.1.1.1 Caixa baixa e sem negrito
Após a seção quinária, recomenda-se não 
subdividir mais e adotar o uso de alíneas:
a)....
b)...
a) alínea
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os títulos das seções devem começar na parte superior da mancha 
gráfica e devem ser separados do texto que os sucede por dois espaços 
1,5 entrelinha. Da mesma forma, os títulos das subseções devem ser 
separados do texto que os precede e que os sucede por dois espaços 1,5.
Pensamento Científico
23
Os títulos das seções sem indicativo numérico, como agradecimentos, 
resumo, abstract, listas de figuras, tabelas, siglas, sumário, referências, 
apêndices, anexos, glossário e índice, são digitados em fonte 12, com letra 
maiúscula e em negrito.
A partir de agora, apresentaremos a estrutura do trabalho científico no 
que se refere aos elementos pré-textuais. A norma que trata da organização 
do trabalho para fins acadêmicos é a NBR 14724:2005: Informação e 
documentação: Trabalhos acadêmicos: Apresentação. Essa norma especifica 
os princípios gerais para a elaboração do trabalho acadêmico, que pode ser 
uma monografia, tese ou dissertação, para fins de aplicação nos cursos de 
graduação, pós-graduação e em outros trabalhos acadêmicos.
Os elementos pré-textuais são as partes que antecedem ao conteúdo 
do trabalho científico. Alguns dos elementos pré-textuais são considerados 
obrigatórios e outros opcionais. Quando houver a elaboração de seu TCC, 
você terá que redigir os elementos que são obrigatórios. Vejamos:
Quadro 2 – Elementos pré-textuais
CAPA Obrigatório
LOMBADA Opcional
FOLHA DE ROSTO Obrigatório
VERSO DA FOLHA DE ROSTO Obrigatório
ERRATA Opcional
FOLHA DE APROVAÇÃO Obrigatório
DEDICATÓRIA Opcional
AGRADECIMENTO Opcional
EPÍGRAFE Opcional
RESUMO NA LÍNGUA VERNÁCULA Obrigatório
RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Obrigatório
LISTAS (tabelas, ilustrações, etc.) Opcional
SUMÁRIO Obrigatório
Fonte: Elaborado pelos autores.
Pensamento Científico
24
Agora, vejamos o que deve conter em cada uma dessas partes.
a. Capa – deve conter as seguintes informações: 
 • Nome da instituição.
 • Nome da pró-reitoria.
 • Nome do curso.
 • Nome do autor.
 • Título.
 • Subtítulo (se houver, em letras minúsculas).
 • Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado.
 • Ano de conclusão (da entrega).
b. Lombada – reúne as margens internas das folhas. As suas 
informações devem ser impressas de acordo com a NBR 
12225:2004. É um elemento opcional, mas, para os trabalhos 
científicos de pós-graduação, é obrigatório.
c. Folha de rosto – deve conter os elementos essenciais para a 
identificação do trabalho. Segundo a NBR 14724:2005, divide-se 
em duas partes: anverso da folha de rosto e verso da folha de rosto 
(ABNT, 2005).
Nessa folha, o anverso da folha de rosto é um elemento obrigatório 
e contém os elementos essenciais à identificação do trabalho, como: 
 • Nome do autor, título, natureza do trabalho, orientador, local e ano. 
Já no anverso da folha de rosto, entre os elementos obrigatórios, 
consta à natureza do trabalho, que deve ser alinhada ao meio da mancha 
(folha) para a margem direita.
Como regra de apresentação, o anverso da folha de rosto deve 
seguir os seguintes padrões:
 • Fonte de tamanho 12.
Pensamento Científico
25
 • O título do trabalho; o nome do autor e a palavra “orientador” 
devem estar em letras maiúsculas e em negrito; o nome do 
orientador deve estar em negrito e escrito só com as primeiras 
letras do nome e sobrenomes em maiúscula.
 • Espaçamento entre linhas simples.
 • O espaço entre o título e a natureza do trabalho é de três espaços 
simples.
No verso da folha de rosto, deve conter a ficha catalográfica. Essa 
ficha deverá ser elaborada sob a orientação do bibliotecário da biblioteca 
da sua instituição, sempre obedecendo às regras do AACR2.
d. Errata – contém a indicação de erros porventura cometidos 
e identificados após impressão, com respectiva correção, 
acompanhados de sua localização no texto 
Exemplo: Um exemplo de errata seria o seguinte
p. 32, linha 5: onde se lê “redaço”, leia-se “redação”). 
Apresenta-se em papel avulso ou encadernado, inserida após a 
folha de rosto.
e. Folha de aprovação – a folha de aprovação é composta pelos 
elementos pertinentes ao trabalho e a banca examinadora:
 • Nome do autor.
 • Título e subtítulo.
 • Natureza do trabalho, contendo qual é o tipo do trabalho, objetivo, 
grau, nome da instituição e área de concentração (alinhados à 
direita).
 • A expressão “Aprovado em: (dia/mês/ano)” (alinhada à esquerda).
 • Nome dos integrantes da banca (centralizado).
O nome do autor, título, subtítulo, data de aprovação e nomes dos 
integrantes da banca devem ser digitados em fonte 12 e espaçamento 1,5 
entre linhas.
Pensamento Científico
26
Apenas a natureza do trabalho deve ser digitada com espaçamento 
simples entre linhas. A folha de aprovação será diferenciada para os cursos 
de graduação e pós-graduação, em virtude da sistemática de conclusão 
de cada curso ser distinta. Na versão definitiva (encadernação à francesa), 
deve-se conter a folha de aprovação com as respectivas assinaturas da 
banca examinadora ou do orientador. Para a sua elaboração, de acordo 
com a ABNT, adota-se a NBR 14724:2005.
f. Dedicatória – nesta parte, o autor presta homenagem ou dedica 
seu trabalho.
g. Agradecimentos – podem ser feitos tanto a pessoas quanto a 
entidades que contribuíram de forma relevante para a elaboração 
do trabalho. 
h. Epígrafe– frases, pensamentos ou versos colocados no início de 
livros, capítulos seções.
i. Resumo na língua vernácula, resumo em língua estrangeira 
(abstract) – trata-se de uma síntese, isto é, um breve relato, de 
forma concisa e objetiva, dos principais aspectos do trabalho. 
Lembre-se que, em unidades anteriores, nós estudamos os 
tipos de resumo e as suas características. Assim, é essencial que 
você saiba distinguir cada um deles e saiba os momentos da sua 
utilização. 
Oferece ao leitor informações de cada uma das partes em que 
se divide o texto. É redigido em um único parágrafo e não se trata de 
uma enumeração de tópicos. Quanto a sua extensão: para notas e 
recomendações breves, deve-se ter, no máximo, 100 palavras; para 
monografias e artigos, 250 palavras; para livros, teses e relatórios de 
pesquisa, 500 palavras. Os resumos devem ser seguidos de, no máximo, 
três palavras-chave pontuadas respectivamente. 
Verifique, junto à sua instituição, no manual de elaboração de 
trabalhos acadêmicos, a quantidade de palavras-chave que são exigidas. 
A norma da ABNT que rege a elaboração do resumo é a NBR 
6028:2003. Essa norma fixa as condições exigidas para a redação e 
Pensamento Científico
27
apresentação de resumos. Aplica-se a qualquer tipo de texto. Ela descreve 
os diversos tipos de resumo e a quantidade de palavras necessárias para 
compô-lo, dependendo do tipo de trabalho.
O resumo deve ter uma redação bastante objetiva, sendo construído 
por frases concisas e com uma sequência lógica das ideias. Deve ressaltar 
o objetivo da pesquisa, o método ou metodologia aplicada à pesquisa, os 
resultados e as conclusões do trabalho. No primeiro período do resumo, 
você deve explicitar o tema principal da pesquisa. 
Quanto à redação, é necessário usar os verbos na voz ativa e 
na terceira pessoa do singular. Como forma de apresentação, o título 
RESUMO vem em caixa alta, centralizado e em negrito. O título e texto 
devem estar em fonte 12 e com espaço 1,5 entre linhas.
Ao término do resumo, há a expressão “palavras-chave”, que deve 
ser deslocada do texto e apresentada logo após a redação do resumo. São 
alinhadas à margem esquerda, separadas entre si por ponto e finalizadas 
por um ponto.
Quadro 3 – Exemplo de resumo 
RESUMO
Esta pesquisa aborda o tema trabalho infantil na Região Nordeste ...
Descreve todo o texto...
Palavras-chave: Política Social. Serviço Social. Trabalho Profissional.
Fonte: Elaborado pelos autores.
É importante que você saiba que, ao ter acesso ao trabalho 
acadêmico, uma das primeiras partes que o leitor encontrará é o resumo. 
Será com base nas informações que estão contidas nele que o leitor saberá 
se aquele texto será do seu interesse ou não. Então, recomendamos que, 
ao realizar uma pesquisa bibliográfica, verifique os resumos, sejam eles 
de artigos científicos, teses, dissertações ou monografias. 
j. Listas de tabelas, abreviaturas, siglas e símbolos – são 
elaboradas conforme a sua ordenação no texto, com cada 
item designado por seu nome específico e com o respectivo 
número da página. As abreviaturas e as siglas são apresentadas 
Pensamento Científico
28
no trabalho em ordem alfabética, seguidas de seu significado. 
Deve ser elaborada uma lista separada para cada tipo. A lista de 
símbolo deve obedecer à ordem de apresentação do texto com o 
significado de cada símbolo. Já a lista de tabelas é o sumário das 
tabelas (informações numéricas tratadas estatisticamente) que 
foram utilizadas no trabalho.
k. Sumário – é um item obrigatório que descreve todas as partes 
internas do trabalho, seja ele um projeto, uma monografia, um 
relatório ou outros trabalhos acadêmicos. No sumário, os itens 
descritos devem estar graficamente iguais ao conteúdo interno 
das partes que você elaborou. A norma da ABNT que trata do 
sumário é a NBR 6027:2003. Essa norma fixa as condições exigidas 
para a estrutura, localização e aspecto tipográfico do sumário. 
Aplica-se especialmente a publicações periódicas e seriadas 
(revistas), livros, folhetos e outros documentos que necessitem de 
localização do assunto. Além disso:
 • É definido pela enumeração das principais divisões, seções e 
outras partes de uma publicação. 
 • Deve apresentar a mesma ordem e grafia do conteúdo do trabalho. 
 • Apresenta-se centralizado e com a mesma grafia das seções 
primárias (letra maiúscula e em negrito). 
 • Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário. Apenas 
os indicativos das seções que devem ser alinhados à esquerda, 
seguidos por pontinhos, e a página inicial do assunto a que a 
seção se refere.
 • Esse é o último elemento pré-textual e antecede ao conteúdo 
descrito. 
O corpo do trabalho científico é o momento central de sua 
pesquisa. Nesse sentido, sua construção exige o domínio do conteúdo 
objeto da pesquisa, bem como da forma como deve ser apresentado. 
Essa construção implica falar nos elementos textuais e nos elementos de 
apoio. É fundamental um texto bem argumentado e construído, pois é 
dele que depende o êxito de sua pesquisa. 
Pensamento Científico
29
Os elementos textuais devem obedecer à divisão de acordo com as 
orientações metodológicas. Compõem o corpo do texto e compreendem 
os seguintes elementos: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Os elementos textuais são as páginas que contêm o conteúdo do 
projeto ou do trabalho de pesquisa. Em monografias, dissertações e teses, 
os elementos textuais são compostos por introdução, desenvolvimento 
(referencial teórico, metodologia, apresentação e análise dos dados) e 
conclusão (ou considerações finais).
A parte introdutória do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 
apresenta o trabalho ao anunciar o assunto. O texto da introdução deve 
conter o tema e a sua delimitação, indicar o problema da pesquisa, 
esclarecer os objetivos pretendidos, expor a intenção do trabalho, seus 
limites, o método e o sentido da pesquisa, sem antecipar o que vai ser dito 
no desenvolvimento e na conclusão. Deve, ainda, situar o leitor acerca do 
estado atual em que se encontram as pesquisas na área, ou seja, conter 
a revisão de literatura.
Perceba que todos os elementos que compõem a introdução já 
foram trabalhados de forma separada. Cabe, nesta etapa, produzir um 
texto que apresente a estrutura de sua pesquisa, ou seja, encaminhe o 
anúncio do assunto e suas partes, para que o leitor, antecipadamente, 
tenha uma visão geral do que vai constar no seu trabalho.
A introdução é a parte inicial do texto e, nela, devem constar os 
seguintes elementos:
 • O tema e a pergunta de pesquisa.
 • As hipóteses, dependendo do tipo de pergunta de pesquisa.
 • Os objetivos gerais e específicos.
 • As justificativas.
 • Opcionalmente, a estrutura geral do trabalho (quantidade de 
capítulos e descrição dos principais temas).
Esses elementos podem ser apresentados em subtópicos ou na 
forma de texto. Independentemente da escolha, é importante que o 
Pensamento Científico
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pesquisador inicie a introdução com uma apresentação contextualizada 
de seu tema de pesquisa, de modo que o leitor seja devidamente 
apresentado ao tema do trabalho e perceba a importância da realização 
da pesquisa proposta ou apresentada.
O título “Introdução” deve ser numerado como capítulo 1. Outros 
subtópicos desse capítulo devem seguir a numeração de acordo com a 
quantidade e a hierarquia dos assuntos. Por exemplo: 1.1, 1.2, 1.2.1, 1.2.2, e 
assim por diante.
A numeração de página da introdução deve continuar a partir das 
páginas anteriores (pré-textuais), desde a folha de rosto (considerada 
página 1). A numeração das folhas pré-textuais é contada, mas não é 
sinalizada no trabalho. A numeração só passa a ser mostrada (o número 
pode ser visualizado no canto superior direito da folha) a partir da 
introdução. 
Uma vez que, na unidade anterior, você elaborou o seu projeto, 
agora, é só transformá-lo em um texto introdutório do seu TCC. Vamos 
tentar?O desenvolvimento é a parte do trabalho em que você deverá 
abordar detalhadamente os assuntos propostos na introdução e que 
fazem parte do referencial teórico ou da revisão de literatura. Ele é a parte 
principal do texto e deve conter o referencial teórico, a metodologia de 
pesquisa e a apresentação e análise de dados. O número de capítulos, 
seções e subseções será determinado de acordo com a necessidade e a 
preferência do pesquisador.
A metodologia ou delineamento de pesquisa é a apresentação 
dos procedimentos que serão utilizados na pesquisa de campo e inclui a 
definição do tipo de pesquisa que será realizada, do objeto de estudo, das 
técnicas de coleta e de análise de dados.
Já o referencial teórico é a apresentação organizada de 
conhecimentos teóricos já existentes sobre o tema de pesquisa, obtidos 
por meio de pesquisa bibliográfica (em livros, artigos acadêmicos, 
monografias, dissertações e teses).
Pensamento Científico
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Figura 5 – Livros e o conhecimento 
Fonte: Pixabay
Não é preciso que você inicie este tópico com a palavra 
“Desenvolvimento”: você já pode elaborar a seção com o nome do 
assunto principal da pesquisa após a introdução. Todavia, como organizar 
o desenvolvimento? Você se lembra que, na unidade anterior, explicamos 
que os objetivos serão norteadores de todo o seu trabalho acadêmico? 
Então, a partir do seu objetivo geral, organize os títulos de cada capítulo e 
o que escrever em cada um deles. 
As seções primárias abordam os principais assuntos. Em seguida, 
vêm os assuntos secundários e as suas subdivisões. A maioria dos autores 
divide o desenvolvimento em três partes:
 • Exposição: processo em que são descritos e analisados os fatos 
ou apresentadas as ideias.
 • Argumentação: defende-se a validade das ideias por intermédio 
dos argumentos, em um ordenamento lógico da exposição das 
ideias.
Pensamento Científico
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 • Discussão: consiste em ser a comparação das ideias. Procura-
se comparar ideias, refutar certas opiniões e confirmar outras, 
ressaltando aspectos do assunto.
Já a conclusão é a parte final do texto. Nela, você unirá as ideias de 
tudo o que você estudou com base nos resultados da sua análise, a fim de 
verificar se houve solução para o seu problema de pesquisa, se a hipótese 
que você formulou é verdadeira ou não e se você conseguiu atender aos 
objetivos gerais e específicos que foram formulados.
Nesse sentido, a conclusão de um trabalho científico não é um 
simples resumo do que foi feito, nem a construção de novas ideias.
A conclusão é o capítulo final do desenvolvimento do trabalho 
científico. Nela, são apresentadas as conclusões relacionadas aos 
objetivos, às hipóteses e à resposta encontrada para a pergunta de 
pesquisa. Além disso, na conclusão, também podem ser sugeridos temas 
e perguntas para futuros trabalhos de pesquisa.
Perceba que o processo de construção da pesquisa é um ciclo 
e o seu fechamento está na conclusão das perguntas e nas soluções 
apresentadas por você. Um exemplo disso está na figura a seguir: 
Figura 6 – Ciclo do processo de construção da pesquisa
Tema – Objetivos – Problema – Hipóteses
↓
Revisão de Literatura
↓
Análise e Interpretação dos Dados
↓
Conclusão
↓
Fonte: Elaborado pelos autores.
Pensamento Científico
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Assim como foi exposto, no projeto de pesquisa, não há capítulo de 
conclusão. Nesse caso, são incluídos os capítulos referentes aos aspectos 
técnicos relacionados à execução da pesquisa:
 • Recursos – apresentação do conjunto de elementos materiais 
e não materiais necessários à realização da pesquisa, tais como 
recursos humanos, infraestrutura, apoios institucionais, materiais e 
instrumentos, materiais de consumo e recursos financeiros.
 • Cronograma – apresentação do planejamento detalhado das 
etapas do projeto ao longo do tempo, incluindo a lista de atividades 
e as datas para realização das atividades.
 • Orçamento – apresentação detalhada dos custos do projeto
De forma sistemática, o trabalho acadêmico adquire uma 
sequência lógica e padronizada. Esse fato favorecerá a divulgação dos 
conhecimentos gerados mediante o seu trabalho. 
Agora você conhecerá os elementos pós-textuais. Esse 
conhecimento te tornará apto a apresentar a sua pesquisa de acordo com 
as normas estabelecidas pela ABNT. 
Os elementos pós-textuais completam o trabalho. Eles possuem 
forma própria de apresentação, devendo figurar no trabalho na seguinte 
ordem:
 • Referências.
 • Apêndice.
 • Anexo.
 • Glossário.
Acreditamos que o professor da graduação, ao solicitar a elaboração 
de um trabalho científico, tenha pedido a apresentação das referências. 
Então, esse termo não é novo para você, mesmo que você tenha certa 
dificuldade em elaborá-lo. Contudo, o que seriam as referências? Você já 
se questionou sobre isso e sobre a importância de termos um elemento 
pós-textual com esse nome? 
Pensamento Científico
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Ao final do seu trabalho científico, você deverá apresentar um 
elemento pós-textual chamado referências. Nele, devem estar listadas 
todas as obras que foram consultadas ou citadas nos elementos pré-
textuais e textuais do seu trabalho. 
Já os apêndices são os materiais suplementares, necessários 
para completar a obra, mas que não se encaixam em qualquer um dos 
capítulos dela. Eles são elaborados pelo próprio autor da obra, a fim de 
complementar a sua argumentação, sem prejudicar o núcleo do trabalho. 
Os apêndices são, por exemplo, aquele roteiro de entrevista (sem as 
respostas dos entrevistados) que foi utilizado para se obter os dados 
da sua pesquisa ou até mesmo um questionário com uma sequência 
de questões que também foi elaborado pelo pesquisador para que os 
sujeitos da pesquisa o respondessem. 
O(s) apêndice(s) é(são) identificado(s) por letras maiúsculas 
consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Exemplos:
APÊNDICE A – Modelo de questionário
APÊNDICE B – Texto complementar
Os anexos são elementos opcionais. Consistem em ser um texto ou 
documento não elaborado pelo autor, mas que serve de fundamentação, 
comprovação e ilustração. O(s) anexo(s) é(são) identificado(s) por letras 
maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Exemplos:
ANEXO A – Documento comprobatório
ANEXO B – Nota fiscal
Já o glossário é um elemento opcional. É uma lista, em ordem 
alfabética, de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de 
sentido obscuro utilizadas no texto, acompanhadas das suas respectivas 
definições. Em outras palavras, é um vocabulário para elucidação e/ou 
explicação de vocábulos e expressões regionais de uso restrito. Deve ser 
organizado em ordem alfabética.
Pensamento Científico
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Agora que você conhece os elementos que estruturam o trabalho 
acadêmico, você está habilitado a elaborar seu TCC. Pelo fato de que essa 
é uma atividade que você só fará ao final do seu curso, orientamos o seu 
seguimento na produção de todos os trabalhos acadêmicos disciplinares, 
ou seja, nos trabalhos solicitados pelos professores das diversas 
disciplinas que cursar. 
RESUMINDO:
Você aprendeu o significado de um trabalho acadêmico 
e identificou a sua estrutura padrão ao saber que ele é 
composto de elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais. Além disso, conheceu os elementos opcionais 
e os obrigatórios, bem como aprendeu o que cada item 
dessa estrutura deverá conter e como o texto deverá ser 
elaborado.
Pensamento Científico
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Normas das ABNT para citação
INTRODUÇÃO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de identificar os 
tipos de citações existentes, bem como utilizar cada um 
deles. Isso será fundamental no ato da elaboração de seus 
trabalhos acadêmicos.
Uma citação é a “menção, no texto que se está escrevendo, de 
uma informação extraída de um livro ou artigo que se leu” (POZZEBON, 
2004, p. 111). Essas menções devem ser indicadas com método e precisão. 
O uso de citações é definido pela NBR 10520:2002, que é a norma quefixa as condições exigidas para a redação e apresentação de citações em 
documentos, ou seja, ajuda a referenciar os autores que você citou em 
seu trabalho. É obrigatório indicar os dados completos das fontes de onde 
foram extraídas as citações, seja em nota de rodapé, seja em lista no fim 
do texto.
Citação é o uso do pensamento ou da ideia de outra pessoa – um 
autor – para descrever ou explicar determinado assunto. Ela é o elemento 
básico da redação científica e o seu uso correto demonstra que o 
pesquisador estudou trabalhos anteriores a respeito do tema pesquisado 
e soube comparar adequadamente as teorias encontradas na literatura.
As citações utilizadas nos trabalhos acadêmicos podem ser diretas 
curtas, diretas longas ou indiretas. As citações diretas curtas são frases 
transcritas exatamente como constam no trabalho original e ocupam 
menos de três linhas quando formatadas de acordo com as normas da 
ABNT. Veja, no exemplo a seguir, um parágrafo extraído de uma tese de 
doutorado:
Pensamento Científico
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Figura 7 – Exemplo de citação direta curta
De acordo com MacDiarmid (2006, p. 12), “se enumerarmos os cinco 
maiores problemas do mundo atual, eles serão energia, água, alimentos, 
meio ambiente e pobreza”. Entre os principais problemas a serem 
enfrentados nos próximos anos, incluem-se, ainda, o crescimento 
demográfico descontrolado nos países em desenvolvimento e o 
consequente aumento da população vivendo em extremas condições 
de pobreza, com escassez de alimentos, sem saneamento básico e 
sem atendimento adequado na área da saúde.
Fonte: Elaborado pelos autores.
O autor do trabalho acadêmico usou uma ideia de MacDiarmid 
(2006) para construir um trecho de seu próprio trabalho. Entretanto, pelo 
fato de que houve uma cópia da sentença escrita por MacDiarmid – 
exatamente como estava no original –, ele redigiu a frase entre aspas. 
Além disso, a frase copiada ocupou menos de três linhas. Isso é uma 
citação direta curta.
Na lista de referências, a obra de MacDiarmid (2006) ficaria assim:
Figura 8 – Exemplo de referência 
MACDIARMID, Alan. O maior do mundo. Revista Desafios do 
Desenvolvimento, Brasília, v. 19, p. 8-12, fev. 2006. Entrevista concedida 
a Andréa Wolffenbüttel.
Fonte: Elaborado pelos autores.
As citações diretas longas são frases transcritas exatamente como 
constam no trabalho original e ocupam mais de três linhas quando 
formatadas de acordo com as normas da ABNT. Elas também têm 
outras características especiais, tais como recuo de 4 cm à esquerda, 
espaçamento entre linhas simples e o tamanho da letra deve ser menor 
que o tamanho utilizado no texto normal. Pelo fato de que a letra padrão 
é tamanho 12, as citações diretas longas devem ser formatadas com letra 
tamanho 10. Nas citações longas, não se utilizam as aspas, uma vez que a 
citação já aparece destacada do restante do texto.
Pensamento Científico
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Suponha que o autor do trabalho acadêmico também usou uma ideia 
de Biderman (2006) para construir outro trecho de seu próprio trabalho. 
Para isso, transcreveu as palavras de Biderman (2006) exatamente como 
estavam no original, formatou o parágrafo em uma letra menor que a letra 
do texto e incluiu um recuo à esquerda, uma vez que o texto transcrito 
ocupou mais de três linhas. Isso é uma citação direta longa.
Na lista de referências, a obra de Biderman (2006) ficaria assim:
Figura 9 – Exemplo de referência 
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. O conhecimento, a terminologia e 
o dicionário. Ciência e Cultura, Campinas, v. 58, n. 2, p. 35-37, abr./maio/
jun. 2006.
Fonte: Elaborado pelos autores.
As citações indiretas são frases reescritas com palavras diferentes 
daquelas que estavam no trabalho original, mas que mantêm a ideia da 
obra da qual foram retiradas. Veja, no exemplo a seguir, um trecho extraído 
de uma tese de doutorado: 
Figura 10 – Exemplo de citação indireta
De acordo com Vygotsky (2008), com base em estudos experimentais e 
nas teorias da linguagem e pensamento de Piaget e Stern, a linguagem 
é um produto cultural constituinte da estrutura do pensamento. A forma 
de pensar de uma determinada sociedade, portanto, é determinada 
pelas características da linguagem e pela forma como são formados os 
conceitos mais simples e mais complexos no cérebro humano.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Na lista de referências, a obra de Vygotsky (2008) ficaria assim:
Figura 11 – Exemplo de referência 
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. Tradução de: 
CAMARGO, Jefferson Luiz. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Pensamento Científico
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O autor do trabalho acadêmico usou uma ideia de Vygotsky para 
construir um trecho de seu próprio trabalho. Entretanto, pelo fato de que 
o autor reescreveu as ideias de Vygotsky (2008) com as suas próprias 
palavras, apenas citou o sobrenome do autor e o ano da publicação, não 
há necessidade de utilização das aspas ou do parágrafo em destaque. 
Esse é um exemplo de citação indireta, também chamada de paráfrase.
As citações indiretas podem ser elaboradas com base em uma 
frase, um parágrafo e até mesmo em um livro inteiro. O importante é ser 
fiel à ideia original.
Há, ainda, um tipo especial de citação, que ocorre quando um 
pesquisador transcreve uma citação que foi usada em outro trabalho. 
Nesse caso, dizemos que ele usou uma citação da citação. Todavia, 
devemos evita-la ao máximo, uma vez que pode causar a impressão de 
que o pesquisador não buscou pela fonte original da informação. Essa 
maneira de citação pode ser utilizada quando o texto ou o livro original é 
uma obra muito rara e de difícil acesso.
Veja um exemplo de citação da citação:
Figura 12 – Exemplo de citação de citação
Quanto às escolas ou abordagens em estudos de gestão organizacional,
Miles (1980 apud LEWIN; MINTON, 1986) propõe uma classificação em 
dois grupos: modelos focados em objetivos e modelos sistêmicos.
Fonte: Elaborado pelos autores.
A referência da citação da citação do exemplo anterior ficaria assim:
Figura 13 – Exemplo de referência 
LEWIN, Arien Y.; MINTON, John W. Determining Organizational
Effectiveness: another look, and an agenda for research. Management 
Science, v. 32, n. 5, may 1986.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Pensamento Científico
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Nesse caso, o pesquisador teve acesso à obra de Lewin e Minton 
(1986), na qual encontrou uma citação relativa a uma ideia de Miles (1980). 
“Apud” significa o mesmo que “citado por”.
Diante do exposto, é perceptível que cada forma de citação exige 
uma formatação correta, de acordo com as normas da ABNT. Além disso, 
cada citação também deve incluir sua referência, que é a fonte original 
de onde foi retirada. Essa referência deve incluir o(s) sobrenome(s) do(s) 
autor(es) e o ano da publicação. Nas citações diretas curtas e longas – que 
são transcrições literais dos textos originais –, deve-se incluir, também, 
o(s) número(s) da(s) página(s) de onde a citação foi retirada.
As normas da ABNT explicam como citar uma obra que possui 
vários autores e quais são as opções para o “local” da chamada da citação: 
dentro ou fora de parênteses, ou seja, como parte da própria frase ou 
como complemento, ao final da frase.
Observe um exemplo de chamada da citação incluída na frase 
extraída de uma obra com um autor:
Figura 14 – Exemplo de citação indireta
De acordo com Barros (2006), sob o ponto de vista linguístico os textos 
científicos podem ser analisados em diversos níveis, dentre estes os 
níveis semiótico, pragmático, sintático, semântico e lexical.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nesse caso, não foi incluído o número de página, porque a citação 
é indireta, ou seja, o pesquisador escreveu a ideia de Barros (2006) com 
suas próprias palavras. Observe, também, que o sobrenome do autor está 
em letras minúsculas (apenas a primeira letra fica em maiúscula).
Na lista de referências, a obra de Barros (2006) ficaria assim:
Figura 15 – Exemplode referência
BARROS, Lídia Almeida. Aspectos epistemológicos e perspectivas 
científicas da terminologia. Ciência e Cultura, Campinas, v. 58, n. 2, p. 
22-26, abr./maio/jun. 2006.
Pensamento Científico
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Fonte: Elaborado pelos autores.
Agora, observe um exemplo de chamada da citação complementar 
à frase extraída de uma obra com dois autores:
Figura 16 – Citação com dois autores
Defensores da RSE, tais como Pascal Lamy, ex-EU Trade Comissioner, 
afirmam que há correlação direta entre os princípios sociais e ambientais 
da organização e seu desempenho financeiro (SWIFT; ZADEK, 2002).
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nesse caso, não foi incluído o número de página, pois a citação é 
indireta, ou seja, o pesquisador descreveu a ideia de Swift e Zadek (2002) 
com suas próprias palavras. Observe, também, que os sobrenomes dos 
autores estão em letras maiúsculas, separados por ponto e vírgula, e 
dentro de parênteses.
Na lista de referências, a obra de Swift e Zadek (2002) apareceria 
com a seguinte formatação:
SWIFT, Tracey; ZADEK, Simon. Corporative Responsibility and the 
Competitive Advantage of Nations. Denmark: The Copenhagen Centre & 
AccountAbility Institute, 2002.
De acordo com as normas da ABNT, é possível sinalizar que um 
trecho da citação foi omitido ou destacar uma palavra ou trecho de uma 
citação direta, o chamado grifo.
Segue um exemplo de trecho omitido em uma citação direta:
Texto original:
Nas palavras de Vygotsky (2008, p. 8), “A concepção do significado da 
palavra como unidade tanto do pensamento generalizante quanto do 
intercâmbio social é de valor inestimável para o estudo do pensamento 
e da linguagem (...)”.
Fonte: Elaborado pelos autores.
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VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. Tradução de: 
CAMARGO, Jefferson Luiz. 4. ed. São Paulo: M. Fontes, 2008.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Texto com indicação da omissão de um trecho:
Nas palavras de Vygotsky (2008, p. 8), “A concepção do significado da 
palavra (...) é de valor inestimável para o estudo do pensamento e da 
linguagem (...)”.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Agora, observe um exemplo de grifo em uma citação direta:
Nas palavras de Vygotsky (2008, p. 8, grifo nosso), “A concepção 
do significado da palavra como unidade tanto do pensamento 
generalizante quanto do intercâmbio social é de valor inestimável para 
o estudo do pensamento e da linguagem (...)”.
Fonte: Elaborado pelos autores.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. Tradução de: 
CAMARGO, Jefferson. 4. ed. São Paulo: M. Fontes, 2008.
No último caso, a indicação “grifo nosso” significa que essas 
palavras não estavam destacadas no original, mas foram destacadas pelo 
pesquisador.
A seguir, estão algumas dicas importantes para o uso de citações:
 • É possível omitir alguma parte da citação, desde que não altere o 
sentido do texto ou frase. As omissões devem ser indicadas pelo 
uso de reticências, entre parênteses (...).
 • Você pode destacar frase(s) ou palavra(s) em citações. Para isso, 
deve usar o negrito e, imediatamente após a palavra ou frase em 
negrito, apresentar a expressão “sem grifo no original”, que deve 
vir entre colchetes.
Pensamento Científico
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 • É possível fazer acréscimos e/ou explicações em citações, desde 
que venham entre colchetes.
 • Quando, no texto citado, aparecer incorreções e incoerências, 
imediatamente após a sua ocorrência, acrescente a expressão 
latina [sic], entre colchetes.
 • A indicação das fontes citadas segue as normas de referenciação 
bibliográfica.
RESUMINDO:
Ao realizar os estudos deste capítulo, você aprendeu 
que existem diversos tipos de citação e soube como 
utilizar cada uma delas. Além disso, percebeu como elas 
são importantes na construção e na elaboração de um 
trabalho cientifico, pois são formas de deixar o seu texto 
fundamentado. 
Pensamento Científico
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Normas da ABNT para referências 
INTRODUÇÃO:
Após a leitura deste capítulo, você estará apto(a) a elaborar 
os seus trabalhos acadêmicos de acordo com as normas 
da ABNT. Isso é fundamental para o seu aprendizado. 
Vamos lá! 
Chegamos ao último capítulo da nossa disciplina. Aqui, 
continuaremos os nossos estudos sobre as referências. Continuaremos, 
pois, desde o segundo capítulo, já trabalhamos essa temática. No terceiro 
capítulo, ao estudarmos citação, apresentamos aspectos das referências. 
Contudo, qual seria a relação das citações com as referências? 
Figura 17 – Biblioteca com obras
Fonte: Pixabay
As referências nada mais é que um conjunto de elementos que 
permite a identificação de documentos impressos ou registrados em 
qualquer suporte físico, sejam eles livros, artigos publicados em revistas, 
jornais, anais, congressos, e materiais especiais, como mapas, gravações, 
Pensamento Científico
45
filmes, entre outros. O material que deverá ser informado ao final do texto 
é o que chamamos de referência. 
As referências são apresentadas em uma página independente e 
numerada. A palavra REFERÊNCIA vem grafada em caixa alta e de forma 
centralizada. 
Ao final do seu trabalho, nas referências, é preciso que você insira os 
dados completos da obra a qual há um trecho no corpo do seu trabalho 
(nos elementos textuais). Isso significa que, se você mencionou uma 
citação de Rocha (2007), ao final do seu trabalho, é preciso que indique 
todos os dados da obra onde se encontra presente aquele trecho.
Na referência, os elementos essenciais devem seguir a seguinte 
ordem:
 • Autor.
 • Título.
 • Subtítulo (se houver).
 • Edição.
 • Local.
 • Editora.
 • Data de publicação.
Apesar de haver essa sequência, existe uma especificação para os 
diversos materiais consultados. 
O elemento pós-textual obrigatório em monografias, dissertações 
e teses, de acordo com as normas da ABNT, é a lista de referências. As 
referências são as obras consultadas e citadas durante o trabalho, de 
forma que possam ser identificadas e posteriormente localizadas. Essas 
referências podem ser livros, artigos, entre outros materiais que foram 
lidos e citados pelo pesquisador. Elas devem ser formatadas segundo as 
normas da ABNT, as quais contêm exemplos dos padrões que devem 
ser utilizados para cada tipo de obra ou texto: livro, monografia, artigo de 
revista científica, legislação etc. Segue um exemplo de referência de livro:
Pensamento Científico
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SOBRENOME DO AUTOR, Nome do autor. Título do livro em negrito ou 
itálico. Local: Editora, ano.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz 
e Terra, 1974.
Agora, observe um exemplo de referência de artigo científico:
SOBRENOME DO AUTOR, Nome do autor. Título do artigo. Título da 
revista científica em negrito ou itálico, local, volume, número, páginas, 
mês abreviado ano.
GURGEL, C. Reforma de estado e segurança pública. Política e 
Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.
Observe, nos exemplos anteriores, que o nome do autor pode 
aparecer completo ou abreviado.
Segue um exemplo de referência de dissertação de mestrado:
SOBRENOME DO AUTOR, Nome do autor. Título do trabalho em negrito 
ou itálico: subtítulo do trabalho (se houver). Ano. Quantidade de folhas. 
Grau acadêmico (nome do programa de graduação ou pós-graduação) 
– vinculação acadêmica, local, data da defesa.
ARAUJO, U. A. M. Máscaras inteiriças Tukúna: possibilidades de estudo 
de artefatos de museus para o conhecimento do universo indígena. 
1985. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Fundação 
Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo, 1986.
Segue um exemplo de referência de um material extraído da internet:
SOBRENOME DO AUTOR, Nome do autor. Título do texto. Título 
da publicação em negrito ou itálico, Local: dia mês abreviado ano. 
Disponível em: endereço eletrônico completo. Acesso em: dia mês 
abreviado ano.
SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S.
Paulo, São Paulo: 19 set. 1998. Disponívelem: www.providafamilia.org/
pena_morte_nascituro.htm. Acesso em: 07 mar. 2020.
Pensamento Científico
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Além dos exemplos anteriores, as normas da ABNT também definem 
padrões para referência de diversos formatos de materiais disponíveis on-
line, trechos de palestras, fotografias, filmes, teses, entre outras fontes de 
informações que podem ser utilizadas em um trabalho acadêmico.
RESUMINDO:
Neste capítulo, você aprendeu a importância das referências 
e como utilizá-las. Também soube que, para cada obra, há 
uma forma de se elaborar as referências. Você não precisa 
saber todos os detalhes para a elaboração da referência de 
cada obra, mas é importante que saiba que a referência de 
cada tipo de obra não é única.
Pensamento Científico
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REFERÊNCIAS
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 
NBR 10520: Informação e documentação: citações em documentos: 
apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
12225: Informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2004.
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
14724: Informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. 
Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2002.
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2003. 
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 
6028: Informação e documentação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2003. 
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: 
Prentice Hall, 2003.
HUHNE, L. M. (org.). Metodologia científica: cadernos de textos e 
técnicas. Rio de Janeiro: Agir, 2000.
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia 
científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho 
científico. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
Pensamento Científico
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MATITZ, Q. R. S. Aspectos semânticos, formais e funcionais do 
conceito desempenho em estudos organizacionais e estratégia: um 
modelo analítico. 2009. Tese (Doutorado em Administração) – Setor de 
Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 
2009. 
POZZEBON, P. M. G. Mínima metodológica. Guanabara/Campinas: 
Alínea, 2004.
PRESTES, M. L. de M. A pesquisa e a construção do conhecimento 
científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 2. ed. São 
Paulo: Respel, 2003.
REY, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2. ed., rev. ampl. São 
Paulo: Edgard Blücher, 2003.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia: elementos de 
metodologia do trabalho científico. 5. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.
SALVADOR, Â. D. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. 10 
ed. Porto Alegre: Sulina, 1986.
SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do 
conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São 
Paulo: Cortez, 2006.
Pensamento Científico
Unidade 1
Iniciação científica
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ciência e os tipos de conhecimento .................................................. 10
O homem e o conhecimento ................................................................................................ 10
1.2 Tipos de conhecimento ..................................................................................................... 14
Conceito de ciência ...................................................................................................................... 17
Ciência e seus métodos ..........................................................................20
Ciência e vida acadêmica ....................................................................................................... 20
Ciência e método científico .................................................................................................... 21
Método e técnica ........................................................................................................22
Classificação dos métodos ..................................................................................24
Método experimental ...........................................................................25
Método observacional .........................................................................25
Método comparativo .............................................................................26
Método estatístico ..................................................................................26
Método etnográfico ...............................................................................27
Métodos indutivo e dedutivo ..........................................................28
A importância da pesquisa científica .................................................30Significado da pesquisa científica ..................................................................................... 30
O avanço da pesquisa científica ...........................................................................................32
Ciência como prática social ...................................................................................................34
Desafios da ciência e a ética na produção científica ................... 41
Desafios da ciência ....................................................................................................................... 41
Produção científica e ética ......................................................................................................45
Graduação no Brasil .................................................................................................. 46
 Pós-graduação no Brasil ...................................................................................... 48
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UNIDADE
04
UNIDADE
01
Pensamento Científico
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que, em um contexto marcado por rápidas mudanças 
conceituais, teóricas e tecnológicas, o estudante de graduação deve ser 
capaz de produzir conhecimento relevante? Atualmente, as complexidades 
da nossa sociedade, as quais são refletidas no cotidiano acadêmico, 
demandam por profissionais que estejam capacitados a ler, compreender, 
questionar e a intervir nesse contexto. Nesse sentido, o instrumento 
mais adequado para isso são os projetos de pesquisa ou projetos de 
intervenção. Ao ingressar na universidade, você passa a conhecer o 
mundo da ciência. Aos poucos, você deixa de ser um mero receptor 
desse conhecimento e se torna um produtor dele, por meio da pesquisa 
científica. No entanto, ao realizar a pesquisa científica, é necessário que 
você se aproprie de algumas definições e seja instrumentalizado para tal. 
Diante dessa afirmação, nesta unidade, estudaremos juntos: o significado 
do conhecimento; os tipos de conhecimento; a importância da ciência e 
do conhecimento científico; os métodos científicos; e a ética na pesquisa. 
Por ser uma obra pensada e desenvolvida para a educação a distância, 
ela possibilitará uma experiência singular de imersão individualizada em 
um conteúdo rico em possibilidades de aprendizagem. Portanto, ao longo 
desta unidade letiva, você mergulhará neste universo! Bons estudos!
Pensamento Científico
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OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Conceituar ciência e identificar os tipos de conhecimento.
2. Caracterizar a ciência e identificar os métodos científicos existentes.
3. Identificar a importância da pesquisa científica. 
4. Conhecer os desafios da ciência e os aspetos importantes da ética 
na produção científica.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
10
Ciência e os tipos de conhecimento 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conceituar 
ciência e de identificar os tipos de conhecimento. Isso será 
fundamental para a ampliação da sua compreensão a 
respeito do caminho percorrido diariamente por cientistas e 
pesquisadores em sua constante busca pelo conhecimento. 
Motivado para desenvolver essas competências? Vamos lá. 
Avante!
O homem e o conhecimento 
Você já parou para analisar com que velocidade a tecnologia nos 
tem surpreendido? Há pouco tempo, a internet não existia e os aparelhos 
de TV eram monocromáticos. A comunicação por telefone era privilégio 
das classes sociais mais abastadas e grande parte das tecnologias que 
utilizamos diariamente não havia sido inventada.
Além da intensa comunicação, hoje, dependemos cada vez mais 
do desenvolvimento de novos medicamentos, de novas técnicas de 
produção de alimentos, de novos meios para reverter os danos causados 
ao meio ambiente, além de outras explicações e soluções para os 
problemas que enfrentamos. Nesse contexto, a ciência assume papel de 
destaque na construção da sociedade e no aperfeiçoamento individual 
dos seres humanos.
Por meio da atividade científica, o conhecimento é produzido em 
diversos locais e pode ser compartilhado, testado e reformulado, pois 
é resultado do trabalho de cientistas espalhados ao redor do mundo. 
Entretanto, quais foram os motivos que levaram a humanidade a realizar 
investigações? O que seria conhecimento? 
Pensamento Científico
11
Figura 1 – Conceito do conhecimento 
Fonte: Freepik
Ao longo deste capítulo, responderemos a esses questionamentos. 
Vejamos, a seguir, a relação do homem com o conhecimento. 
Ao analisar a trajetória da humanidade, podemos perceber que o 
homem sempre foi ávido por conhecimento desde o seu nascimento. 
Exemplos disso são a descoberta do fogo, a impressão do pensamento 
nos desenhos rupestres, as explicações dos fenômenos que cercam a 
vida e a morte, os mitos, a filosofia, a criação e artefatos para a caça e 
a alimentação, bem como o avanço da intelectualidade, com a criação 
da roda e os pensamentos dos filósofos greco-romanos, que têm sido 
instrumentos poderosos de conhecimento até hoje. Todavia, apenas nos 
séculos XVI e XVII que a ciência ganhou status: verdade é aquilo que se 
pode ser comprovado. Hoje, o método científico é considerado o saber 
mais eficaz, o qual se encontra inserido no contexto do advento da ciência 
moderna. A ciência é uma forma de conhecimento. Contudo, o que seria 
conhecimento? 
Pensamento Científico
12
Você aprendeu até aqui que o homem sempre foi ávido por 
conhecimento e que, para adquiri-lo, ele realizava investigações. 
Também já se sabe que a ciência é uma forma de conhecimento e que 
ela está presente em seu cotidiano. Ainda sobre a relação do científico 
com a história da humanidade, Fachin (2003) apresenta uma reflexão 
sobre essa temática. A autora discorre que, desde a Antiguidade, já havia 
uma atenção para o científico, embora não existissem, naquela época, 
métodos e observações dos acontecimentos. Apenas após a advinda dos 
cientistas modernos que houve avanços nos métodos de pesquisa, nas 
técnicas e na ordenação nas coletas de dados. Esse será um assunto que 
discutiremos ao longo desta disciplina. 
Para Laville e Dionne (1999), há dois modos de aquisição do saber: 
o espontâneo e o racional. Esses dois tipos de saberes servem para 
conhecermos o funcionamento das coisas, a fim de melhor controlá-las 
e realizar melhores previsões. Os saberes espontâneos são: a intuição, a 
tradição e a autoridade, os quais, muitas vezes, são adquiridos a partir 
das experiências pessoais e nem sempre se baseiam em dados de 
experiências racionalizadas.
Devido à fragilidade do saber, o homem desenvolveu o desejo de 
saber mais e de dispor de conhecimentos metodicamente elaborados 
e mais confiáveis, o que chamamos de saber racional. Para explicar 
a evolução do saber racional até a chegada, no século XIX, da ciência 
triunfante, Laville e Dione (1999) explicam que esse saber foi iniciado com 
os filósofos Platão e Aristóteles, a partir do desenvolvimento da lógica e, 
em seguida, por intermédio das reflexões filosóficas realizadas no período 
medieval. Não só, mas também houve a colaboração das superstições e 
das magias da Renascença, da observação empírica do século XVII, que 
objetivava o pensamento científico, e, no século XVIII, do desenvolvimento 
dos princípios da ciência experimental.
REFLITA:
Você já consegue conceituar “conhecimento” com base 
nas informações apresentadas até este momento? 
Pensamento Científico
13
Acreditamos que sim. Portanto, prossigamos. Possivelmente, você 
tenha conceituado “conhecimento” como o ato de conhecer algo ou a 
reunião de informações armazenadas na mente humana. 
EXPLICANDO MELHOR:
Com base na resposta, podemos dizer que o homem tem 
diversos tipos de conhecimento. A mesma pessoa, por 
exemplo,pode ser um pesquisador da área da criança 
e do adolescente, conhecedor do Estatuto da Criança e 
do Adolescente e ser uma pessoa religiosa, conhecedora 
da bíblia.
Você também possui diversos tipos de conhecimento. Já parou 
para pensar nisso? Consegue identificá-los? Um exemplo simples e que 
faz parte da sua realidade é este: você está no ensino superior para obter 
conhecimentos sobre a profissão a qual você escolheu, a fim de que, 
posteriormente, seja um profissional devidamente qualificado. Quais são 
os conhecimentos que você vai adquirir ou já adquiriu para atingir o seu 
objetivo? É bem provável que você já tenha tido acesso às legislações que 
norteiam o exercício profissional e todo o referencial teórico-metodológico 
presente nas obras dos autores referencias da sua área. 
Figura 2 – Exemplo de conhecimento adquirido no ensino superior
Fonte: Freepik
Pensamento Científico
14
Lakatos e Marconi (2005) explanam que, ao percebermos um 
objeto, somos capazes de captar certas qualidades ou características 
dele. Dessa maneira, tomamos consciência de nossas percepções e 
acumulamos experiências que formam um “estoque” de conhecimento, 
como na escola, local onde acumulamos conhecimentos produzidos por 
outras pessoas. Isso significa que o conhecimento nem sempre é adquirido 
mediante contato direto com um objeto, mas pode ser transmitido pelas 
mais diversas formas de linguagem, tais como: fotografias, imagens, 
vídeos, descrições textuais, gráficos, fórmulas, entre outras ferramentas 
comunicativas de grande utilização para os momentos educacionais.
Ao longo do tempo, para facilitar os seus estudos, autores 
classificaram o conhecimento em tipos, assim como também houve a 
classificação da ciência. É válido ressaltar que, nas obras que abordam 
a temática “metodologia científica”, estudiosos usam nomenclaturas 
diferentes. Desse modo, serão os tipos de conhecimento que estudaremos 
no tópico seguinte.
Tipos de conhecimento 
O conhecimento é o ato ou o efeito de conhecer algo, de saber, de 
ter informação e de buscar instrução. É a relação do homem (razão) com 
determinado objeto/objetivo. O conhecimento é um conceito importante 
para a Educação, uma vez que nos leva a conhecer disciplinas, conceitos, 
teorias, princípios etc., que foram internalizados e aprendidos antes. Além 
disso, é preciso ressaltar que, para falar de conhecimento, precisamos 
abordar informações, dados e fatos, a fim de que o conhecimento possa 
ser considerado uma informação útil para alguém.
Afinal, o que é conhecimento? Conhecimento é o resultado da 
relação entre a percepção que temos do mundo, dada por meio de 
nossos sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar –, e os objetos 
que conseguimos perceber a nossa volta para, então, abstrairmos ideias 
ou noções. Fachin (2003) cita alguns tipos de conhecimentos nos quais 
os homens, por seu intermédio, evoluem e fazem evoluir o seu meio. 
Entre esses conhecimentos, temos: o filosófico; o teológico ou religioso; 
empírico (popular ou do senso comum); e o científico. Entretanto, é 
Pensamento Científico
15
importante ressaltar que, aqui, usaremos basicamente o conhecimento 
científico. Estudemos cada conhecimento. 
De acordo com Alves (2007), o conhecimento empírico ou do senso 
comum é produzido no dia a dia, sem a necessidade de comprovação 
por meio de métodos sistemáticos ou científicos. Por esse motivo, é um 
tipo de conhecimento superficial e subjetivo ligado a tradições, crenças 
ou valores. Além disso, não possui uma forma sistemática e traz, como 
solução para um problema, uma explicação popular que não é testada 
como relação direta entre causa e efeito. É apenas observado um 
resultado, independente de subinterações possíveis. Por exemplo: os 
chás medicinais usados por nossas avós podem ser úteis para curar uma 
indigestão ou para “acalmar os nervos”. Contudo, é improvável que nossas 
avós saibam exatamente quais são as propriedades químicas desses chás 
ou como elas agem no corpo humano.
O conhecimento teológico ou religioso é produzido por meio 
da aceitação de saberes e de informações consideradas divinamente 
reveladas e, como tais, são inquestionáveis e infalíveis. Por exemplo: 
enquanto os cristãos acreditam que o conhecimento bíblico é de 
origem divina e representa a verdade, os muçulmanos encontram os 
conhecimentos que guiam as suas vidas no Alcorão, que é equivalente à 
Bíblia para os cristãos. De maneira direta, a justificativa ou resposta sobre 
um acontecimento é dada a um Deus, entendido como um ser supremo, 
dependendo da cultura de cada povo. O ser humano se relaciona por 
meio da fé religiosa. Podemos ter exemplos nos próprios livros utilizados 
por algumas religiões. 
O conhecimento filosófico é produzido por meio da reflexão e, 
portanto, é sistemático e crítico. Nesse caso, a percepção direta dos 
objetos concretos não é o mais importante, e sim a construção de ideias e 
conceitos, por vezes, metafísicos e abstratos, na busca pelo conhecimento 
da realidade em seu contexto mais universal. O conhecimento filosófico 
busca descobrir aspectos relacionados ao sentido primordial da existência 
e da realidade, se há, ou não, liberdade, quais valores devem direcionar 
as ações humanas, entre outros conteúdos dessa natureza que são para 
o bem em comum de todos.
Pensamento Científico
16
DEFINIÇÃO:
Já o conhecimento científico, o qual será explorado 
ao longo desta disciplina, pode ser considerado o 
conhecimento verdadeiro, visto que busca conhecer as 
causas e as leis que regem determinado evento. Ele é 
adquirido de modo racional, por meio de processos que 
são sistematizados e organizados. Não só, mas entendido 
quando o pesquisador retira o contexto em que o evento 
está inserido e valida aquele acontecimento por intermédio 
de procedimentos que possam levar o resultado a uma 
possível comprovação da sua ocorrência.
Esse processo nunca é considerado finalizado e pronto, pois sempre 
pode ser questionado e reavaliado. Em outras palavras, é um processo 
em constante construção. Se tomarmos o mesmo exemplo apresentado 
sobre chás, é o fato de se verificar exatamente qual é a causa e o efeito 
quando se utiliza um determinado chá. Seguem exemplos simples e que 
representam os tipos de conhecimento: 
 • Conhecimento empírico ou do senso comum – “Chá de camomila 
é bom para acalmar os nervos”.
 • Conhecimento teológico ou religioso – “Bem-aventurados os que 
choram, porque Deus os consolará”.
 • Conhecimento filosófico – “A finalidade essencial da razão humana 
é a felicidade universal”.
 • Conhecimento científico – “A temperatura média do universo 
diminui à medida que o universo se expande”.
Assim como já fora explicado, apesar da classificação em 
relação aos tipos de conhecimento para a apreensão da realidade 
social, o sujeito pode percorrer diversas áreas do saber para conhecer 
o seu objeto. Isso significa que as diversas formas de conhecimento 
estudadas poderão coexistir. Neste tópico, foi evidenciado que todas 
as formas de conhecimento são importantes. Apesar de sabermos que 
usaremos basicamente o conhecimento científico, é fácil perceber que 
algumas formas deram origem a ele. Nenhuma forma de conhecimento 
Pensamento Científico
17
é descartável, pois a ciência, apesar de exigir processos e ditar muitas 
regras, necessita da compreensão e da aplicação de contextos sociais, 
os quais só podem ser aplicados e compreendidos de maneira correta 
se considerado o ser humano como parte de todas essas interações. No 
tópico seguinte, apresentaremos o conceito de ciência com base em 
diversos autores. 
Conceito de ciência 
A ciência é o meio para identificar o nosso conhecimento e fazê-lo 
crescer, ver como as coisas funcionam, tais como a natureza, o universo 
etc. Ela trata de investigar/estudar os fenômenos, levando à descoberta de 
informações sobre o mundo. Esse estudo e investigação são realizados de 
acordocom o método científico, que nada mais é que o processo de avaliar 
o conhecimento empírico com os conhecimentos adquiridos por estudos 
e pesquisas. Vários autores, como Lakatos e Marconi (2000, 2003, 2005), 
Koche (1997), Fachin (2003), Minayo (2007), conceituaram e classificaram a 
ciência em suas obras. Vejamos algumas conceituações a seguir:
A ciência, segundo Fachin (2003, p. 27), “trata dos 
conhecimentos de várias maneiras, procurando leis gerais que 
abriguem certo número de fatos particulares. [...] As ciências 
prosperaram e foram divididas para que pudessem ser melhor 
compreendidas”. No século XIX, houve o progresso da ciência 
e de suas aplicações práticas, as quais provocam mudanças 
e melhoramentos na vida do homem. Já na segunda metade 
desse século, houve o desenvolvimento das ciências humanas, 
as quais seguiam uma concepção de construção do saber 
científico nomeada “positivismo”. O positivismo tem, como 
características, o empirismo, a objetividade, a experimentação, 
a validade, as leis e a previsão. Assim, é com base nesse 
modelo de ciência positiva que há o desenvolvimento das 
ciências humanas na segunda metade do século XIX. 
Ao analisar a história da ciência, constatamos que muitos de seus 
princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de novas 
conjunturas ou de novos padrões. Segundo Lakatos e Marconi (2000, p. 24): 
Pensamento Científico
18
A ciência, portanto, constitui-se em um conjunto de proposições 
e enunciados, hierarquicamente correlacionados, de maneira 
ascendente ou descendente, indo gradativamente de fatos 
particulares para os gerais, e vice-versa [...], comprovados (com 
a certeza de serem fundamentados) pela pesquisa empírica 
(submetidos à verificação). 
Já no que se refere à classificação e à divisão da ciência, elas 
ocorreram devido à necessidade do homem de estudar, entender e 
publicar os resultados das suas investigações científicas (nas próximas 
unidades, veremos como se dá as apresentações dessas investigações). 
Para Lakatos e Marconi (2003), em relação à classificação da ciência, 
podemos classificá-la mediante o conteúdo, complexidade, objeto, 
temas, metodologia e outros. No entanto, não há um consenso entre os 
autores da área acerca dessa classificação. Observe, na figura a seguir, a 
classificação da ciência de acordo com as autoras: 
Figura 3 – Classificação da ciência 
CIÊNCIAS
Factuais
Naturais
Sociais
Física/Química/Biologia
Direito
Formais
Lógica
Matemática
Economia/Política 
Sociologia/Antropologia
Fonte: Lakatos e Marconi, 2003 (Adaptado).
Explicar e apresentar as características das ciências não faz parte 
do objetivo desta unidade. Entretanto, é fundamental que você saiba da 
existência dessa classificação. 
Pensamento Científico
19
Já sobre o objetivo da ciência e a sua concepção na atualidade, 
Koche (1997, p. 79) sustenta que: 
[...] o objetivo da ciência ainda é o de tentar tornar inteligível 
o mundo, é atingir um conhecimento sistemático e seguro 
de toda a realidade. No entanto, a concepção de ciência na 
atualidade é de ser uma investigação constante, em contínua 
construção e reconstrução, tanto das suas teorias quanto dos 
seus processos de investigação. 
Baseando-se na citação apresentada e nas análises da realidade e 
da história da ciência, podemos inferir que ela vem ganhando importância 
ao longo dos anos. O avanço científico, aliado a tecnologia, possibilitou 
transformações no mundo, como a Revolução Industrial. Todavia, é 
somente a partir da segunda metade do século XX que temos um acúmulo 
de conhecimentos e de transformações na sociedade. Ao pensarmos na 
ciência que temos hoje, devemos pensar, também, em aliá-la à tecnologia, 
já que esta é um instrumento para a realização da ciência. Para alguns 
autores, é a ciência aplicada, ou seja, a tecnologia fornece precisão e 
controle dos resultados à ciência, o que permite que o homem controle 
o mundo. É válido ressaltar, contudo, que, apesar do desenvolvimento 
científico-tecnológico que temos a nível mundial, esse progresso não tem 
chegado a vias de transformar a realidade da população. Um exemplo 
disso se refere às suas condições básicas de existência.
RESUMINDO:
Gostou do conteúdo apresentado? Compreendeu tudo? 
Agora, para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido o significado 
do conhecimento, identificado os seus tipos e o que 
significa ciência. Não só, mas também percebeu que todos 
nós somos dotados de conhecimento dos mais diversos 
tipos. Contudo, compreendeu, sobretudo, a importância 
do conhecimento científico para você, estudante de nível 
superior. Além disso, conheceu um pouco a história da 
ciência, seu objetivo e classificação, bem como soube a 
sua importância para o avanço da humanidade.
Pensamento Científico
20
Ciência e seus métodos 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de caracterizar 
a ciência e identificar os métodos científicos que existem. 
Isso será fundamental para você, aluno de nível superior. 
Dessa forma, você terá contato com alguns elementos, a 
fim de adquirir uma postura científica e ser capaz de obter 
conhecimento com credibilidade e confiabilidade. Motivado 
para desenvolver essas competências? Vamos lá. Avante!
Ciência e vida acadêmica 
Ao ingressar na vida acadêmica, é necessário que tenhamos atitudes 
de investigação científica, seja para interpretar a realidade social, seja para 
a produção das nossas pesquisas. Essa postura científica é adquirida ao 
cursar as diversas disciplinas, como a que está cursando agora, ao longo 
da sua graduação. Dessa forma, antes de iniciarmos a apresentação de 
alguns métodos que existem, é preciso discutir o significado de método e 
metodologia. Vamos lá! 
As pessoas, de forma geral, consideram a ciência porque acreditam 
que o conhecimento científico desvenda a verdade absoluta, devido a sua 
base empírica. Isso significa que as teorias científicas derivam diretamente 
de observações e experimentações sobre os fenômenos da natureza 
(ALVES, 2007).
De acordo com Alves (2007), os cientistas ou pesquisadores são 
pessoas interessadas em investigar aspectos ou elementos que dizem 
respeito ao mundo e aos seres humanos. Esses indivíduos podem realizar 
investigações individuais, mas, em geral, estão reunidos em universidades 
ou em departamentos de pesquisa dentro de empresas. 
Outro aspecto importante a ser discutido é a metodologia. É possível 
afirmar que a metodologia trata do caminho reflexivo e da prática exercida 
na abordagem da realidade (ALVES, 2007). Portanto, incorpora, ao mesmo 
Pensamento Científico
21
tempo, a teoria da abordagem, as técnicas (instrumentos de operação do 
conhecimento) e a criatividade do pesquisador.
Genericamente, o termo “metodologia” pode ser entendido como 
uma ação que visa investigar uma determinada realidade, desde que, 
para isso, sejam aplicados métodos específicos. Ao longo da história, um 
dos principais esforços do ser humano tem sido a busca constante pelo 
aumento do conhecimento a respeito do mundo onde vive e de si mesmo. 
Uma das razões para essa busca é muito simples: é preciso conhecer para 
controlar e, assim, definir as estruturas da ciência e da pesquisa cientifica.
Por exemplo: o início de toda pesquisa é delineado por uma 
problemática, a qual é permeada por questões de pesquisa que se baseiam 
em conhecimentos prévios, que, se tratados cientificamente, são capazes 
de construir novos referenciais, os quais são chamados de teoria e estão 
inseridos em uma determinada área de conhecimento. Em algum momento 
da vida, aprendemos que o fogo queima, que a água gelada refresca, que 
os automóveis devem parar quando o sinal vermelho do semáforo está 
aceso e que as pessoas geralmente reagem a certos estímulos, sejam eles 
positivos ou negativos, com reflexos no pensamento e atos.Diante do exposto, é plausível afirmar que a teoria e a metodologia 
estão intimamente relacionadas e são fundamentais no processo de 
elaboração de qualquer projeto de pesquisa ou intervenção. Sendo assim, 
a metodologia deve dispor de um instrumento claro e suficientemente 
capaz de resolver os impasses teóricos para o desafio da prática (ALVES, 
2007). No tópico a seguir, apresentaremos o significado de método. 
Ciência e método científico 
Acredito que você, aluno, já ouviu algumas vezes a palavra 
“método” em seu cotidiano e nas mais diversas situações e contextos. 
Vamos apresentar alguns exemplos. Já ouvimos alguém dizer que uma 
determinada pessoa é muito metódica e que, em consequência dessa 
forma de agir, ela poderá atingir o seu objetivo. Já em outras situações, 
percebemos que falta um método de ação em alguém ou até mesmo que 
o método de trabalho de certa pessoa não é eficiente. 
Pensamento Científico
22
De modo geral, a pesquisa sempre esteve voltada para a 
investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de 
métodos científicos. São vários os tipos de pesquisa que podemos utilizar 
quando pretendemos desenvolver alguma investigação, quer seja de 
ordem prática ou intelectual.
Baseando-se nas explicações apresentadas, podemos dizer que o 
método seria o caminho o qual devemos percorrer para que possamos 
alcançar um determinado objetivo, ou seja, é uma forma para se alcançar 
uma meta. Então, por que devemos utilizar o método em nossas 
pesquisas? É importante que você saiba que uma das características que 
distingue a ciência de outros tipos de conhecimento é o seu método. 
DEFINIÇÃO:
A etimologia da palavra “método” é a seguinte: vem 
do grego methodus e significa “através, ao longo do 
caminho”. É o conjunto de etapas e procedimentos que 
orientam a investigação dos fatos ou a busca da verdade. 
Em outras palavras, o método é guia e um caminho 
(D’ONOFRIO, 1999).
Temos, na ciência, o método científico, o qual deve seguir as etapas 
que objetivam provar, ou não, o fato real, a verdade. 
Método e técnica 
É importante entender que, quando falamos em método científico, 
não estamos nos referindo apenas à ciência em si. Quando se diz que 
você já é um cientista, isso se refere ao fato de que, na essência, todo 
mundo tem um “quê” de pesquisador e/ou cientista. Estamos, a todo o 
tempo, testando, agindo e aprendendo, o que consiste basicamente no 
que os cientistas fazem de maneira metódica. No entanto, não podemos 
dizer de maneira literal que estamos praticando ciência, se não houver 
um processo sistematizado que possa ser testado e replicado, caso 
necessário. Para isso, será apresentada a diferença entre a palavra 
“método” e a “técnica”, assim como alguns conceitos do próprio método 
Pensamento Científico
23
científico. Isso se deve, pois, dessa forma, você compreenderá melhor a 
relação de tudo isso com a ciência. 
Vamos, primeiramente, falar do método. Esse processo é como 
um grande apanhado de atividades organizadas de maneira sistemática, 
as quais fornecem uma maior segurança e permitem que alcancemos 
o objetivo proposto. O método segue um caminho traçado, apto a 
identificar falhas, erros e, ainda, auxiliar para que sejam tomadas as 
melhores escolhas. Podemos afirmar, também, que ele é um conjunto de 
critérios que servem como uma referência, na tentativa de explicação ou 
construção de previsões para o que é proposto.
IMPORTANTE:
Para que haja um método na realização de uma pesquisa 
ou comprovação científica, é indispensável que o objetivo 
esteja bem definido e seja estabelecido, de maneira clara, 
o que se quer responder. O método será, então, o conjunto 
de etapas necessárias para responder aquilo que foi 
proposto. Sendo assim, o método não é criado de acordo 
com o pensamento ou vontade do cientista, mas escolhido 
dependendo do tipo de objeto de pesquisa que se tem em 
determinada situação.
Em outras palavras, uma investigação qualquer vem de um 
problema ou um questionamento. Para tanto, são utilizados conjuntos 
de processos ou etapas que se traduzem no método científico, o qual 
tem como foco fornecer uma posição sobre a hipótese formada. Diante 
disso, pode-se, por outro lado, afirmar que o método é uma forma de se 
pensar, a fim de encontrar a compreensão de um problema, seja para fins 
de estudo ou, ainda, para uma explicação. Sabe-se que a própria ciência 
é constituída de um conhecimento extremamente racional, metódico 
e ainda altamente sistemático, sendo implícita a possibilidade de sua 
verificação por meio do uso de técnicas e métodos diversos. 
Podemos traduzir o que foi apresentado até aqui de outra forma. 
Pensamento Científico
24
VOCÊ SABIA?
Você sabia que estamos cercados, em nosso cotidiano, 
por diversos métodos, mesmo sem percebermos? Se 
fazemos um churrasco, por exemplo, para que a carne 
seja colocada no fogo, é necessário que o tempero seja 
colocado antes. Ao comer uma fruta, você naturalmente 
tira a casca para, depois, consumir o que tem dentro. São 
métodos simples que, se não aplicados, podem resultar 
em situações desagradáveis ou até mesmo desastrosas 
para a culinária. Podemos pensar na mesma construção 
de utilização do método quando a relacionamos com a 
nossa maneira de se vestir. Você coloca primeiramente a 
sua roupa íntima para, depois, colocar a calça, a camiseta e 
qualquer outra peça. Se você colocar a sua roupa superior 
e posteriormente vestir a roupa íntima, ou seja, não seguir 
os passos de maneira correta, o resultado não será o 
adequado ou o esperado para o processo. Nessa situação, 
no máximo, você estaria se parecendo com o Superman.
Fica claro que existe uma ordem natural para as coisas e para os 
procedimentos do dia a dia. Portanto, isso pode ser traduzido como um 
método de se fazer cada coisa. Se não for seguido, produzirá um resultado 
não satisfatório na primeira tentativa. Assim, é possível resumir tudo o que 
foi discutido de outra forma: o método nada mais é do que um caminho 
para o fim que buscamos chegar. É o que vai ser percorrido, ou seja, 
“como” é que pretendemos alcançar determinado aspecto ou resposta. 
Observe outros processos do seu cotidiano. 
Classificação dos métodos 
Apresentaremos uma classificação dos métodos, para que possa 
ser mais claro o que estamos querendo dizer. Entre os mais conhecidos, 
podemos destacar os seguintes: experimental, observacional, comparativo, 
estatístico e o etnográfico. 
Pensamento Científico
25
Método experimental 
O surgimento da ciência e, portanto, do seu método, está 
diretamente vinculado às ciências da natureza, as quais foram as primeiras 
a se desenvolverem no século XVII. Apenas no final do século XVIII é que 
surgiram as ciências sociais e as humanas (psicologia, sociologia, entre 
outras). 
Em um primeiro momento, as ciências tentaram garantir um 
estatuto de cientificidade e, para tal, utilizaram o método experimental 
nas suas formulações teóricas. Aos poucos, os cientistas da época foram 
percebendo a inadequação desse método para os fenômenos humanos. 
REFLITA:
Com base nos exemplos citados ao longo do material e em 
outras situações pelas quais passou ao longo da vida, você 
deve ter percebido que, em algum momento, já atuou como 
cientista e já realizou um experimento. Essa afirmação tem 
total referência quando dissemos, no início deste capítulo, 
que a ciência está presente em nosso dia a dia.
Na realização do método experimental, algumas condições 
particulares são estabelecidas pelo pesquisador. Em outras palavras, no 
ato da experimentação, o pesquisador compara o efeito de duas variáveis, 
como as condições e um tratamento. Assim, antes da realização desse 
método, é essencial que o pesquisador trace um plano experimental 
em que estejam estabelecidas as condições da experiência, de forma 
que, por meio delas, consiga-se obter as respostas do seu problema de 
pesquisa.
Método observacional 
É consideradoo primeiro passo de um estudo, qualquer que seja 
a sua natureza. Envolve desde as primeiras etapas de um estudo até os 
mais avançados estágios. Além disso, difere-se de um simples conjunto 
de curiosidades para algo sistematizado e planejado, com fins de alcançar 
um objetivo ou procurar respostas para um possível problema de pesquisa. 
Pensamento Científico
26
A atividade de pesquisa visa resolver problemas e nós fazemos isso 
de forma cotidiana, seja na academia, seja no nosso ambiente profissional. 
Em algumas áreas de estudo, o método experimental pode ser de difícil 
aplicação, como nas ciências sociais e na biologia. Diante disso, o método 
observacional adquire bastante importância e deve ser executado com 
cuidado.
IMPORTANTE:
Diante do que foi apresentado, você conseguiria explicar 
a diferença entre o método experimental e o método 
observacional? No método experimental, o cientista 
toma providências para que algo ocorra em relação ao 
experimento, a fim de identificar o que ocorre a partir de 
então. Já no método observacional, o cientista observa algo 
que está ocorrendo sem interferir na realidade ou algo que 
já ocorreu.
Método comparativo 
Ao longo dos estudos sobre a história da ciência, verificamos que 
há uma discussão sobre o método comparativo e o seu processo de 
construção do conhecimento com base nos clássicos da Sociologia do 
século XIX. Nas obras de autores, tais como Comte, Durkheim e Weber, 
observamos o uso da comparação na construção do conhecimento. 
De acordo com Fachin (2003), o método comparativo consiste em 
investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo as suas semelhanças 
e suas diferenças. Perceba que é o método que possibilita o estudo 
comparativo entre grupos, sociedades e outros fatores. É um procedimento 
de comparação sistemática de casos de análise que, em sua maioria, são 
aplicados com fins de generalização empírica e verificação de hipóteses. 
Método estatístico 
É o método desenvolvido tendo, como referência, a teoria estatística 
de probabilidade. Sua utilização possibilita medir, quantificar e mensurar a 
Pensamento Científico
27
realidade pesquisada. É um método que constitui um grande auxílio para 
a área das ciências sociais. 
Sem dúvidas, você já deve ter ouvido falar do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). Essa instituição é um instituto de 
pesquisa que realiza o recenseamento da população por meio do método 
estatístico. Outro exemplo de instituição que realiza o método estatístico 
é o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), que, por 
exemplo, realiza pesquisa de intenção de voto no período eleitoral. 
Apesar de ser utilizado de forma frequente, é comum ocorrer a 
manipulação, de forma tendenciosa, dos dados estatísticos com fins 
políticos e econômicos. Entretanto, é essencial que o pesquisador fique 
atento aos dados para que não se tire conclusões precipitadas e possua 
ética na realização da sua pesquisa. 
Método etnográfico 
Uma das abordagens metodológicas mais utilizadas no campo das 
pesquisas empíricas é a etnografia. A partir do conceito de cultura traçado 
por Lakatos e Marconi (2005), podemos afirmar que um dos modos pelo 
qual podemos buscar os significados da cultura é por meio da etnografia, 
que não será compreendida como um método permeado por regras, mas 
como uma prática que deve estar longe de ser avaliativa e julgadora. Ao 
pesquisador que se propor a realizar uma pesquisa etnográfica, é preciso 
romper com a linearidade do método para perceber as nuances que 
fogem a esse método. 
Entretanto, dentro do campo conhecido como filosofia da ciência, 
há uma reflexão mais profunda sobre as características específicas do 
conhecimento científico. Como exemplo, temos a crítica ao método indutivo 
relacionado à ciência, em que proposições gerais são formuladas a partir 
de observações de casos particulares. Apesar da aplicabilidade prática, o 
indutivismo não garante explicações definitivas sobre nenhum fenômeno 
da natureza. Adicionalmente, existe o fato de que nenhuma observação 
pode ser realizada de forma totalmente objetiva, pois todas as percepções 
e interpretações do mundo exterior são influenciadas por fatores subjetivos, 
como a cultura e as expectativas pessoais (ALVES, 2007).
Pensamento Científico
28
Métodos indutivo e dedutivo 
No método indutivo, para que as generalizações sejam consideradas 
legítimas, é preciso fazer numerosas observações do fenômeno em 
estudo. Essas observações devem ser repetidas em várias condições 
e não pode haver nenhum resultado contraditório (ALVES, 2007). Esse 
método pode ser traduzido como a forma de se raciocinar por meio de 
uma associação com base em dados prévios, quando se obtém uma 
conclusão de algo já observado e estabelecido. Para exemplificar: o 
cobre, o zinco e o ferro conduzem eletricidade. Dessa forma, todos os 
metais conduzem eletricidade. 
Já o método dedutivo é o ato de descobrir a verdade por meio de 
conclusões já conhecidas. Pode-se dizer que ele parte do geral para o 
particular. Ao utilizarmos o exemplo exposto, dizemos que todos os metais 
conduzem eletricidade. O ouro é um metal, logo, conduz eletricidade. Ou, 
ainda, podemos pensar da seguinte forma: o cobalto conduz eletricidade, 
assim, sabemos que é um metal. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que, entre a dedução e a 
indução, não há um isolamento de processo, uma vez que ambos são 
complementares. A indução deve servir como base a uma possível 
conclusão acerca de um tema. Na sequência, a dedução continua sendo 
uma espécie de parâmetro e pode até mesmo servir como premissa para 
próximas induções.
NOTA:
Com base nos tipos de métodos que apresentamos, saiba 
que não há como dizer que o método científico é apenas 
um. São várias as maneiras possíveis para a obtenção de 
resultados científicos e todas elas são de fundamental 
importância na construção do conhecimento. Cabe ao 
pesquisador decidir qual é a mais adequada.
Pensamento Científico
29
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado como parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, mediante a sua publicação em um periódico científico. 
É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica e proceder a divulgação dos resultados obtidos a partir da 
pesquisa para outros cientistas da área.
Assim, é fundamental que você saiba que produzir conhecimento 
exige muita dedicação por parte do pesquisador. 
RESUMINDO:
Gostou do que foi apresentado? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter relacionado a ciência e o 
método. Também aprendeu o conceito de método e a sua 
importância para a realização das atividades de pesquisa. 
Identificou os principais métodos científicos utilizados 
pela ciência e as características de cada um deles. Por 
fim, verificou o quanto é significativa, para a construção do 
conhecimento e, logicamente, para o avanço da ciência, a 
utilização de um método científico.
Pensamento Científico
30
A importância da pesquisa científica 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
a importância da pesquisa científica. Motivado para 
desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!
Significado da pesquisa científica 
Para você, o que seria pesquisa? Geralmente, nós associamos a 
atividade de pesquisa aos cientistas vestidos de batas brancas, em seus 
laboratórios, realizando experimentos. Com certeza, você já assistiu a 
diversos filmes e desenhos animados nos quais aparecem os cientistas 
em um laboratório realizando as suas experiências com vários tubos 
de ensaio e outros utensílios. No entanto,essa é uma ideia equivocada 
que temos acerca do que significa pesquisa. A atividade de pesquisa é 
a de resolver problemas e nós fazemos isso de forma cotidiana, seja na 
academia, seja em nosso ambiente profissional. Você já percebeu isso? 
Avalie o seu dia a dia e veja como a pesquisa está presente nele. 
Pesquisamos para saber o menor valor de um objeto que desejamos 
comprar, para realizar os trabalhos da faculdade e, até mesmo, para 
escolher uma escola para o filho estudar. Você já realizou algumas dessas 
atividades? Claro que sim. Lembre-se que você, ao pesquisar, tem que 
resolver alguma situação e, para isso, estabelece algum critério norteador 
para que atinja o seu objetivo. Nas empresas e organizações, pesquisas 
são realizadas para saber a satisfação do cliente, a aceitação do produto 
e da marca perante os consumidores e a concorrência. 
Minayo (2007, p. 47) sustenta que: 
[...] a pesquisa é uma atividade básica das Ciências na sua 
indagação e construção da realidade. [...] É uma atividade de 
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, 
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados, 
pensamento e ação. 
Pensamento Científico
31
Perceba que, de acordo com a autora, o termo “pesquisa” atrelado 
à ciência é uma aproximação da realidade munida de critérios, rigor, 
metodologia e caráter científico. 
A pesquisa científica tem a finalidade de propor respostas aos 
problemas relevantes que o homem se coloca e realizar descobertas 
significativas, ou seja, que aumentem a sua bagagem de conhecimentos. 
Em suma, a pesquisa científica visa descrever, explicar e prever os 
fenômenos.
Você já consegue conceituar o que é pesquisa científica? A 
figura a seguir sintetiza as características da pesquisa científica que 
foram apresentadas até aqui. Aconselhamos que internalize essas 
características, pois elas serão necessárias ao longo da sua formação 
profissional e até mesmo quando estiver nos ambientes de atuação da 
sua prática profissional. 
Figura 4 - Características da pesquisa científica
PESQUISA 
CIENTÍFICA
Problema
Planejada
Reflexão 
crítica
Sistematizada
Conhecimento 
original
Investigação 
contítua
Fonte: Lakatos e Marconi, 2003 (Adaptado).
Para Lüdke e André (1986), a melhor maneira de se aprender 
a pesquisar é, precisamente, fazendo pesquisa, enfrentando os 
problemas teóricos, metodológicos e técnicos que se apresentam no 
Pensamento Científico
32
trabalho científico. Para realizá-la, é preciso haver um confronto entre as 
informações coletadas sobre um determinado assunto e o conhecimento 
teórico acumulado. 
Entre outras informações pertinentes, é necessário entender que, 
na pesquisa, existe uma relação entre teoria e prática e que é ao exercer 
a atividade da pesquisa que o pesquisador delineará os limites e as 
possibilidades em relação a essa atividade.
O avanço da pesquisa científica
O desenvolvimento científico sempre foi influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos, assim como já abordamos. Na atualidade, 
por exemplo, o avanço de pesquisas com células-tronco embrionárias, 
que podem possibilitar a cura de diversas doenças, é bastante criticado 
por setores religiosos da sociedade. Nessa perspectiva, podem ser 
citadas, também, as doenças negligenciadas, tais como a malária, a 
esquistossomose, entre outras, que são enfermidades consideradas 
endêmicas em populações de baixa renda e que apresentam investimentos 
reduzidos em pesquisas científicas e produção de medicamentos.
Dessa forma, o conhecimento científico não é resultante da prática 
investigativa e experimental por si só. A ciência se desenvolve a partir de 
interações sociais complexas e, consequentemente, sofre a influência de 
interesses pessoais, além de grupos políticos, econômicos e religiosos. 
O porquê de se entender os processos sistemáticos que envolvem a 
metodologia da pesquisa é parte integrante para a obtenção da segurança 
dos dados, critérios, princípios e normas, os quais fornecerão orientação 
e possibilitarão condições adequadas ao pesquisador na realização dos 
seus trabalhos. Os resultados sempre devem ser os mais confiáveis 
possíveis, para que possam ser usados como base de generalizações ou 
para outras pesquisas. 
Ao resgatarmos alguns aspectos da história, perceberemos que, 
durante a Idade Média, o desenvolvimento do conhecimento científico 
avançou lentamente, em consequência do predomínio do dogmatismo 
religioso. Nessa época, houve a valorização do conhecimento religioso para 
Pensamento Científico
33
explicar os fenômenos naturais, tendo Deus como o centro do Universo 
(teocentrismo). Culturas pagãs, como a grega, foram perseguidas, combatidas 
e menosprezadas. A Igreja restringiu o acesso à escrita e à cultura, o que 
impactou negativamente o desenvolvimento da intelectualidade. 
Já o desenvolvimento tecnológico resultou em inúmeros benefícios 
para sociedade, como o processo de globalização econômico e social. 
No entanto, pelo fato de os avanços tecnológicos terem ocorrido em uma 
sociedade capitalista, que objetiva essencialmente o lucro, a natureza 
é explorada de maneira inescrupulosa e o bem-estar social está sendo 
cada vez mais comprometido.
Assim, a ciência (neste caso, apresentada como construção 
do conhecimento) é capaz de oferecer respostas confiáveis sobre a 
compreensão de determinados eventos e por que ocorrem. Ela também 
pode ser compreendida como a observação dos fatos de maneira 
sistêmica, com intuito de análise da experimentação e, desse processo, é 
possível retirar resultados passíveis de utilização universal. 
A ciência precisa ser entendida como a compreensão das relações 
dos efeitos e suas possíveis/principais causas de acontecimentos em 
determinados eventos quaisquer. Nesses eventos, é almejado demonstrar 
a verdade dos fatos e suas implicações ou aplicações práticas. Assim, a 
pesquisa científica, em si, é uma construção criada por meio de questões 
específicas que precisam ser respondidas. Constatamos, portanto, que o 
conhecimento se preocupa em explicar, mas também tem, como cerne, a 
busca por relações e outros fatos, na tentativa de explicá-los. 
Algo muito interessante de se observar é que o próprio senso 
comum pode motivar a realização de uma pesquisa científica. Esse 
processo é uma forma de testar algo que o senso comum não consegue 
obter resposta e trazê-lo à luz da aplicação do método científico. Um bom 
exemplo para entender a diferença entre os dois conhecimentos pode se 
referenciar na realização dos tratamentos médicos. 
Antigamente, um tratamento indicado pelos próprios índios ou 
anciãs era proveniente do conhecimento comum, que também pode ser 
dito como vulgar. Os remédios eram usados para diversas doenças ou 
Pensamento Científico
34
situações. Após ser comprovada a melhora ou a cura de determinada 
doença a partir do que foi aplicado, isso se tornava um conhecimento 
científico. Como entender isso? 
Anteriormente, a validação não existia, pois, mesmo que as doenças 
tivessem sido curadas, não se havia aplicado um método científico e 
não se tinha certeza da real eficácia de determinado remédio para uma 
doença específica. Como realizar um link desse assunto com a sua própria 
vida acadêmica? Na tentativa de resolução de um determinado problema, 
será importante a aplicação de métodos/maneiras científicas para chegar 
a sua solução sem a utilização de achismos. Compreenda a importância 
de se utilizar o método científico, pois, de acordo com o olhar da pesquisa 
acadêmica, você já é um cientista! 
No mundo atual, é possível perceber que o conhecimento científico 
é altamente relevante para a sociedade. De modo geral, as pessoas 
atribuem confiabilidade a qualquer informação, dado ou raciocínio obtido 
por meio dos chamados métodos científicos. Os sujeitos, de forma geral, 
consideram a ciência porque acreditam que o conhecimento científico 
desvendaa verdade absoluta devido a sua base empírica, na qual as teorias 
científicas derivam diretamente de observações e experimentações sobre 
os fenômenos da natureza (CHALMERS, 1993).
Ciência como prática social 
O conhecimento científico é construído por meio da prática social e 
é bastante influenciado pelos interesses das classes sociais dominantes. 
Nesse sentido, segundo Chalmers (1993, p. 158), “[...] o desenvolvimento 
de uma ciência ocorre de forma análoga à construção de uma catedral 
enquanto resultado do trabalho combinado de certo número de indivíduos, 
cada qual aplicando suas habilidades especializadas”.
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado a ser parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, por meio de sua publicação em um periódico científico. 
Pensamento Científico
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É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica e proceder à divulgação dos resultados obtidos a partir da 
pesquisa para outros cientistas da área.
Figura 5 – Divulgação da pesquisa
Fonte: Pixabay
No ato da pesquisa científica, é necessário que qualquer atividade 
experimental produzida seja avaliada, testada, discutida e aceita pela 
comunidade científica. Essa interdependência social para a construção 
da ciência evidencia o caráter dinâmico do conhecimento científico. É 
possível que resultados experimentais importantes sejam refutados, 
mal interpretados ou não recebam a devida atenção pela comunidade 
científica de uma determinada época, postergando grandes avanços 
científicos por longos anos, como foi o caso das pesquisas científicas 
realizadas pelo monge e botânico Gregor J. Mendel, que nasceu na 
Áustria, em 1822. Os trabalhos que Mendel publicou sobre hibridização 
de ervilhas não receberam nenhuma atenção de seus contemporâneos. 
Entretanto, atualmente, Mendel é considerado o fundador da genética 
(BATISTETI; ARAÚJO; CALUZI, 2010).
A população, de modo geral, tem uma visão descontextualizada 
do trabalho de um cientista. A mídia tem grande influência sobre esse 
tipo de visão, pois o estereótipo do cientista nos desenhos animados, nas 
Pensamento Científico
36
histórias em quadrinhos e em outros meios de comunicação é uma figura 
masculina, individualista, antissocial, com óculos, e que sempre tem 
ideias mirabolantes.
NOTA:
Para entender a atual visão de mundo com base no 
conhecimento científico, é preciso compreender as fases 
da evolução do intelecto do homem, as quais refletem o 
próprio processo de desenvolvimento da ciência. Não há 
um consenso sobre a época histórica precisa do surgimento 
da ciência: para alguns estudiosos, sua criação data das 
primeiras civilizações; outros consideram a Grécia Antiga o 
berço da ciência e há, ainda, aqueles que acreditam que o 
surgimento da ciência se deu na Era Moderna. No entanto, 
sabe-se que, nas mais diversas culturas e regiões do globo, 
do ponto de vista mental e intelectual, houve, inicialmente, 
a subordinação do mundo físico a um mundo superior, 
o qual era habitado por entes e divindades responsáveis 
pelos fenômenos da natureza e pelo destino do homem 
(ROSA, 2012).
O pensamento grego começou a se diferenciar das outras culturas 
contemporâneas por se basear na observação e no raciocínio para explicar 
os fenômenos naturais. No curso dos séculos, a busca pelas causas e 
pela essência dos fenômenos teve grande influência teológica, mantendo 
as bases metafísicas gregas. O distanciamento da ciência em relação aos 
pensamentos religiosos para explicar os fenômenos naturais se iniciou no 
século XV, com o Renascimento. A ideia de racionalidade, que surgiu com 
os filósofos iluministas no século XVIII, intensificou-se com o positivismo e 
o construtivismo nos séculos seguintes (ROSA, 2012).
É importante salientar que o desenvolvimento do conhecimento 
científico foi marcado por estagnação e retrocessos, como o período 
da Idade Média, mas também por grandes avanços, como na época do 
Renascimento, o que evidencia a complexidade da evolução histórico-
social da ciência (ROSA, 2012). Assim, para compreender melhor o 
processo de construção do conhecimento científico, precisamos conhecer 
alguns detalhes sobre as principais fases do pensamento humano, as 
Pensamento Científico
37
quais envolvem o pensamento mitológico, o conhecimento religioso e a 
racionalidade empírico-mecanicista.
A mente humana apresenta a mesma capacidade nos diferentes 
povos, embora não seja possível desenvolver imediatamente e ao mesmo 
tempo todas as capacidades mentais. Assim, cada cultura desenvolve os 
potenciais cognitivos de acordo com o tipo de vida que leva e com o 
tipo de relação que mantém com a natureza. Os povos antigos também 
utilizavam meios intelectuais para tentar compreender o Universo, como 
é o caso das civilizações pré-colombianas (maias, incas e astecas), que 
possuíam grandes conhecimentos sobre astronomia e matemática. Não 
se pode, portanto, desvalorizar a forma de pensar dessas culturas, pois 
os indivíduos estavam inseridos em uma realidade material muito rude, 
dominados pela necessidade de manter um nível mínimo de subsistência.
Contudo, trata-se de um modo intelectual de pensar que parte 
do princípio de que é preciso compreender o todo para se explicar as 
coisas, o que contradiz o proceder do pensamento científico, que avança 
etapa por etapa na explicação dos fenômenos naturais. O fato é que o 
mito não confere ao homem o domínio material sobre a natureza, o que é 
alcançado por meio do pensamento científico. 
REFLITA:
Enquanto nas culturas orientais desenvolvia-se o 
espírito contemplativo, na Grécia Antiga formava-se uma 
mentalidade crítica, impulsionada pelos filósofos da 
época. A partir do questionamento de conceitos absolutos 
(metafísica), buscou-se explicar os fenômenos naturais a 
partir da lógica e da razão.
O pensador grego Aristóteles foi o fundador da lógica, influenciando 
fortemente a formação do pensamento científico. Os campos filosófico e 
científico se confundiam e se inter-relacionavam até o fim da Idade Média, 
o que caracterizava um período de transição do pensamento humano 
(ROSA, 2012).
Pensamento Científico
38
No entanto, após séculos de relativa estagnação, houve um avanço 
extraordinário no conhecimento científico, propiciado pelas profundas 
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais iniciadas em 
meados do século XV, no período denominado Renascimento (ROSA, 
2012). A superação da preponderância do conhecimento religioso 
ocorreu na época da Idade Moderna: as invenções e inovações técnicas 
contribuíram decisivamente para a expansão do conhecimento científico. 
Além disso, avanços revolucionários na Matemática, Astronomia e 
Anatomia permitiram o desenvolvimento da Física, da Química e da 
Biologia. O termo “biologia” surgiu no século XIX para nomear o campo da 
ciência que estuda os seres vivos, herdando, assim, boa parte do que, até 
então, chamava-se de história natural (ROSA, 2012).
Dessa forma, a formação do pensamento científico foi influenciada 
pelo pensamento filosófico e teve um período de relativa estagnação em 
seu desenvolvimento, devido ao predomínio do conhecimento religioso 
durante a Idade Média. A expansão do pensamento científico foi, então, 
retomada na época da Idade Moderna, em que foi superada a hegemonia 
da religião.
Nesse sentido, houve a construção de competências pelos alunos, 
como o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em grupo, debater, 
questionar, expressar-se de forma oral, escrita ou artística, entre outras. 
Enquanto as competências apresentam caráter genérico, as habilidades 
estão relacionadas com situações mais específicas. Por exemplo, na área 
de ciências, ler e interpretar gráficos relacionadosà saúde e à ecologia, 
e analisar situações-problema referentes às questões ambientais são 
de extrema importância/exigência. Portanto, é plausível afirmar que 
processo educacional está passando cada vez mais a ter, como tônica, o 
desenvolvimento de competências e habilidades pelo aluno, para que ele 
possa compreender os conhecimentos científico-tecnológicos e utilizá-
los para atuar no mundo como cidadão.
Até este momento, estudamos que o conhecimento científico 
é construído por meio da prática social e é influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos. Assim, a ciência apresenta caráter 
dinâmico e está em constante mudança e reformulação. A população, de 
Pensamento Científico
39
modo geral, apresenta visões equivocadas sobre a ciência e o trabalho 
dos cientistas, e cabe ao professor desmistificar as concepções de senso 
comum dos alunos.
A tecnologia, que consiste em ser a aplicação prática da ciência, 
representa o modo de vida de nossa sociedade atual. No entanto, o 
desenvolvimento tecnológico não gera, necessariamente, bem-estar 
social, visto que, no mundo contemporâneo, observa-se o aprofundamento 
das desigualdades sociais e vários problemas ambientais. O papel da 
escola e do ensino de ciências naturais, nesse contexto, é o de formar 
cidadãos que possam atuar de maneira crítica e transformadora sobre 
a realidade. Portanto, as práticas pedagógicas do educador devem 
possibilitar que o aluno desenvolva competências e habilidades que 
sejam significativas para a sua atuação como cidadão global. 
NOTA:
De acordo com Alves (2007), a subjetividade é o modo 
como cada indivíduo percebe o mundo. Objetividade é a 
percepção do mundo de modo imparcial e independente 
das preferências individuais do sujeito. Já a intersubjetividade 
é um modo compartilhado de ver o mundo, utilizado pela 
ciência para decidir o que e como deve ser estudado.
Figura 6 – Pesquisa científica
Fonte: Freepik
Pensamento Científico
40
Nesse ínterim, alguns questionamentos são importantes: de que 
forma o pesquisador pode perceber essas nuances, captar os detalhes 
contidos nas entrelinhas da cultura e do cotidiano dos sujeitos? Como 
registrar os dados de forma que não sejam trazidos de maneira superficial 
e não sejam alterados?
As necessidades e os interesses de cada ser humano também 
interferem na interpretação da realidade e na busca da verdade. Consistem 
em ser matizes ou vieses que limitam ou direcionam para o que lhes seja 
mais útil ou conveniente enxergar, sem considerar a possibilidade de que 
outros podem enxergar de maneira diferente.
Assim, podemos incluir em nossa história que a semente do 
conhecimento é permeada pelos estudos de comunidades antigas, as 
quais, por meio de uma comunicação, transmitiram a ciência de forma 
rudimentar até atingirem o uso da tecnologia. É nesse momento que 
houve a adesão aos fenômenos observados pela ciência moderna.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido, ao longo do 
capítulo, o que significa a pesquisa científica. Também 
conheceu as suas características e importância para a 
humanidade. Além desses aspectos, aprendeu que há 
uma relação entre o conhecimento de senso comum e o 
ato de se fazer pesquisa científica. Por fim, compreendeu a 
importância de você, estudante, realizar pesquisas em sua 
graduação.
Pensamento Científico
41
Desafios da ciência e a ética na produção 
científica
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os desafios da ciência e os aspectos importantes da ética 
na produção científica. Motivado para desenvolver essas 
competências? Vamos lá. Avante!
Desafios da ciência 
O que leva uma pessoa a realizar uma investigação científica? O 
desenvolvimento de uma pesquisa científica se refere à experiência 
teórica e prática do pesquisador, da comunidade científica e da área 
de conhecimento na qual está situado. A pesquisa científica deve ser 
estabelecida a partir de duas abordagens: qualitativa e quantitativa. 
Neste tópico, aprenderemos um pouco mais essas duas abordagens 
científicas que devem ser determinadas pelo pesquisador ainda no início 
do processo de pesquisa.
Dessa forma, é importante que, durante a produção cientifica, seja 
justificado o que lhe impede de buscar respostas. O tema e até o subtema 
que você escolheu podem promover mudanças significativas para a 
profissão que você exerce? Trata-se de novas soluções para a comunidade? 
Respondem às questões que há tempos não são investigadas? 
Contribuem para o trabalho de outras pessoas ou para o desenvolvimento 
de sua área de atuação? Questione-se sobre as contribuições práticas 
de sua pesquisa científica e apresente ao leitor, aquele que terá acesso 
posteriormente à sua pesquisa escrita e organizada, a relevância do tema, 
as suas argumentações e as suas considerações pessoais sobre o assunto 
e, principalmente, sobre os subtemas ao redor de sua pesquisa.
Assim como já foi explicado, a ciência é resultado do trabalho de 
cientistas e de grupos de cientistas espalhados pelo mundo, reunidos em 
universidades, empresas e instituições de pesquisa. Esses profissionais 
Pensamento Científico
42
divulgam o seu trabalho para a avaliação de outros pesquisadores e para 
contribuir com a realização de outras pesquisas.
Na visão de Alves (2007), é extremamente importante que as teorias 
desenvolvidas por meio da pesquisa científica sejam divulgadas, de forma 
que possam ser avaliadas, testadas e, quando necessário, reformuladas. 
Desse modo, também é possível evitar a duplicação de esforços e de 
gastos desnecessários de recursos. Para que essa divulgação aconteça, 
são utilizadas várias formas:
a. Realização de eventos, como seminários e congressos científicos.
b. Publicação de artigos científicos em periódicos (publicações 
impressas ou on-line) de cada área do conhecimento. 
c. Defesa pública e publicação de monografias, dissertações e teses 
em universidades. 
d. Divulgação jornalística de resultados de pesquisas em jornais, 
revistas, programas de televisão ou de rádio e portais de internet.
e. Publicação de livros técnicos.
Nesse sentido, a divulgação jornalística do conhecimento científico 
é especialmente importante para que o grande público tenha acesso 
à informação especializada. É importante “traduzir” termos e teorias 
científicas em uma linguagem que seja compreendida mais facilmente, 
pois, assim, contribui para uma melhor atuação da comunicação entre as 
produções cientificas.
IMPORTANTE:
A busca do ser humano pelo conhecimento sobre o mundo 
onde vive e sobre si mesmo tem servido tanto para suprir 
suas necessidades intelectuais e materiais quanto para criar 
outras. Pode-se verificar a utilidade da ciência ao observar 
o conhecimento acumulado até hoje, por exemplo, sobre 
as leis que regem as órbitas planetárias e outros corpos 
celestes, o funcionamento do corpo humano, os efeitos 
gerados pelo surgimento dos grandes centros urbanos, 
entre outros assuntos.
Pensamento Científico
43
Você deve ter imaginado que é muito difícil ser um pesquisador, 
mas, nestas poucas páginas, verá que isso é possível a qualquer um, 
desde que haja muita dedicação. Quer saber como produzir e desenvolver 
conhecimento?
Estudar o que é verdade consiste em analisar a relação existente 
entre o pensamento humano e o objeto a ser conhecido. Assim, voltamos 
à limitação humana e a sua relação com a realidade. O homem tem como 
portas de entrada (de sua aprendizagem e de seu relacionamento com 
a realidade), primeiramente, seus sentidos (visão, audição, tato, olfato 
etc.). Algumas vezes, precisa de instrumentos adequados para conhecer 
um mundo que, aos olhos naturais, não conseguiria perceber. Um bom 
exemplo são os microscópios para ampliar a visão. Sem o instrumentoadequado, como é possível saber que vírus, bactérias e microrganismos 
existem? Entretanto, o fato de o homem não os perceber não significa que 
não existam.
Outras vezes, há obstáculos que impedem ou distorcem o 
entendimento da realidade pelo ser humano. Exemplo disso são os 
dogmas, verdades prontas e acabadas que se baseiam em crenças que 
lhes foram impostas ou que tacitamente foram aceitas ao longo de seu 
crescimento, desde criança até a fase adulta. Além disso, a pesquisa não 
é a única forma de obter conhecimento e fazer descobertas. A pesquisa 
bibliográfica é um exemplo claro de obtenção do conhecimento, 
pois esclarece dúvidas, e não é necessário o emprego de processos 
metodológicos rigorosos. Embora seja válido, esse tipo de pesquisa não 
se caracteriza como uma pesquisa científica. Em sua vida acadêmica, se 
ainda não a fez, é provável que você faça pesquisas bibliográficas.
É importante lembrar que a pesquisa científica sempre parte de 
uma dúvida ou um problema e, por meio da utilização de um método 
científico, talvez sejam encontradas respostas e soluções. Muitas vezes, 
não encontramos respostas às nossas indagações imediatamente ou 
apenas com a aplicação de um método de pesquisa. É possível que, antes 
de encontrarmos as respostas às nossas dúvidas, tenhamos de recorrer 
a vários tipos e métodos de pesquisa. Para ser considerada científica, 
uma pesquisa pode levar anos, porque ela precisa ser comprovada e 
Pensamento Científico
44
experimentada inúmeras vezes, a fim de comprovar se as respostas 
encontradas são válidas.
ACESSE:
O filme “O dia depois de amanhã” (EUA, 2004) mostra os 
possíveis efeitos do aquecimento global. O cientista vivido 
pelo ator Dennis Quaid alerta as autoridades mundiais para 
a necessidade de se tomarem medidas urgentes, capazes 
de impedir uma nova Era do Gelo.
Lembre-se que o trabalho científico original é fruto de uma pesquisa 
que foi realizada pela primeira vez e apresenta as novas descobertas, 
contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico. Nesse 
tipo de pesquisa, o pesquisador é movido pela necessidade de contribuir 
com o progresso da ciência e com o desenvolvimento de soluções 
concretas para os problemas estudados.
Figura 7 – Controle da ciência
Fonte: Freepik
Além das limitações relacionadas ao desenvolvimento da ciência, 
há uma série de desafios ligados à atividade científica. Primeiramente, 
é preciso lembrar que o desenvolvimento da ciência interessa a todos. 
Quando dizemos “todos”, estamos nos referindo aos governos dos países, 
à comunidade científica, às empresas privadas, aos grupos sociais, aos 
indivíduos e à sociedade em geral, em todas as atribuições da pesquisa 
científica. 
Pensamento Científico
45
Dessa forma, as práticas científicas, que deveriam ser um dos 
desejos de qualquer estudante universitário, são uma etapa fundamental 
para a formação de pesquisadores. Nossa nação carece de pesquisadores 
capazes de produzir, ampliar o conhecimento e, consequentemente, 
desenvolver o Brasil, a fim de diminuir a nossa dependência das nações 
mais desenvolvidas. Isso porque as práticas científicas contribuem para o 
desenvolvimento da capacidade intelectual de uma nação.
Produção científica e ética 
Ao longo da história, diversos filósofos e cientistas investiram seu 
tempo e recursos, com o intuito de encontrar uma forma de classificar 
o conhecimento humano em diferentes áreas. Como resultado desses 
esforços, muitas classificações surgiram ao longo do tempo e é bastante 
provável que novas ainda sejam criadas, à medida que as áreas do 
conhecimento científico se ampliem ou se especializem.
Atualmente, uma das principais formas de se classificar a ciência 
é por meio da divisão entre a ciência pura e a ciência aplicada. A ciência 
pura ou básica é constituída por investigações nas quais não existe uma 
preocupação em encontrar uma utilidade prática imediata para as teorias 
formuladas. Já a ciência aplicada é constituída por investigações nas quais 
há uma busca por soluções concretas para problemas reais, o que possibilita 
a aplicação prática imediata dos resultados da pesquisa científica.
Também podemos dividir a ciência em ciências naturais, focadas no 
estudo da natureza e de seus fenômenos, e ciências sociais, que estudam as 
pessoas e os agrupamentos humanos. Historicamente, as ciências naturais 
são mais antigas; já as ciências sociais são mais recentes. Dessa forma, 
muitos procedimentos de pesquisa utilizados pelas ciências sociais são 
adaptações dos procedimentos originariamente desenvolvidos no campo 
das ciências naturais. No atual momento de desenvolvimento científico, há 
um grande debate acerca da necessidade de se desenvolverem métodos 
científicos apropriados para cada área do conhecimento e para cada objeto 
de estudo. Portanto, passamos por um momento histórico em que diversas 
áreas do conhecimento, as quais denominamos “ciências”, encontram-se 
em diferentes estágios de desenvolvimento.
Pensamento Científico
46
Ao comparar a situação apresentada com o ser humano, seria 
conveniente afirmar que algumas ciências já estão na fase adulta, enquanto 
outras estão ainda na infância. O que seria, afinal, uma ciência mais 
“adulta”? Seria uma ciência que já tem várias teorias bem desenvolvidas 
e testadas, além de uma metodologia científica bem definida, como é o 
caso da Física, por exemplo.
Outras ciências ainda estão desenvolvendo suas teorias e sua 
metodologia. É o caso das ciências mais novas, como a Sociologia e a 
Psicologia. Entretanto, isso não significa dizer que uma ciência seja melhor 
que a outra. Apenas chama a atenção para o fato de que algumas áreas 
do conhecimento humano já são mais desenvolvidas, principalmente 
porque são mais antigas e estão sendo estudadas há mais tempo.
A atual classificação oficial das áreas de conhecimento utilizada no 
Brasil foi proposta pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes).
EXPLICANDO MELHOR:
A Capes, que é um órgão oficial do governo federal 
brasileiro, definiu nove grandes áreas que agrupam 
conhecimentos e que têm afinidades entre si. Em outras 
palavras, são áreas que compartilham temas, objetos de 
estudo e metodologias de pesquisa. Observe que cada 
grande área do conhecimento apresenta subáreas que 
tratam de assuntos de natureza semelhante. Por exemplo: 
em ciências da saúde, todas as subáreas têm como foco de 
estudo o corpo humano e a saúde tanto em nível individual 
quanto em nível coletivo. Em ciências biológicas, por sua 
vez, o foco de estudo é o meio ambiente natural e todas as 
suas propriedades.
Graduação no Brasil
De acordo com Alves (2007), no Brasil, a graduação é um curso de 
nível superior realizado após a conclusão do Ensino Médio. Ela busca a 
formação profissional do estudante em diversas áreas do conhecimento e, 
em alguns casos, essa formação é obrigatória para o exercício da profissão.
Pensamento Científico
47
Os cursos de graduação, no Brasil, têm, em média, quatro anos de 
duração, embora haja diferenças de duração entre diferentes cursos. Além 
disso, são divididos em: (1) bacharelado, (2) licenciatura e (3) tecnologia.
O bacharelado dura de quatro a seis anos e é voltado ao exercício da 
profissão relacionada a cada área do conhecimento. Exemplos: Arquitetura, 
Medicina, Direito, Engenharias, Comunicação Social. A licenciatura 
também dura, em média, de quatro a seis anos, e é um curso superior 
voltado à formação de professores para níveis inferiores à graduação. 
Exemplos: Letras, Educação Artística. Já os cursos de tecnologia duram, 
em geral, de dois a três anos, e são voltados à formação de tecnólogos, 
ou seja, profissionais especializados em áreas técnicas do conhecimento, 
especialmente, as voltadas à indústria. Exemplos: Tecnólogo em 
Construção Civil, Tecnólogo em Gestão.
Os cursos de graduação são regulamentados e avaliados 
periodicamente por órgãosvinculados ao Ministério da Educação (MEC), 
como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (Inep) ou o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e 
Controle (Simec). Em 2008, de acordo com a Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, o Brasil tinha cerca de 06 milhões 
de estudantes matriculados em cursos de graduação. A maior parte deles 
(cerca de 60%) estava matriculada em instituições privadas.
Diante do exposto, precisamos refletir sobre a pesquisa na 
graduação, o que chamamos de iniciação científica. Muito se tem 
falando sobre a pesquisa nas instituições de nível superior do nosso 
país. Sabemos que a quase totalidade das pesquisas são realizadas em 
instituições públicas. Todavia, qual seria a relação da pesquisa com o 
aluno de graduação? Primeiro, precisamos explicar que um dos grandes 
desafios das universidades é a de, além da formação, fazer com que 
os graduandos sejam capazes de utilizar os conhecimentos. Assim, as 
atividades curriculares que tenham por objetivo a resolução de problemas 
são importantes instrumentos para a formação dos alunos. 
Você já realizou uma pesquisa? Quais foram os aspectos que 
sentiu mais dificuldade? Com certeza, houve vários obstáculos em vários 
momentos da sua graduação, seja em sala de aula, seja durante a iniciação 
Pensamento Científico
48
científica. Saiba que, nos próximos capítulos da disciplina, você receberá 
mais conhecimentos para ser um pesquisador. 
Para que você se instrumentalize nessa área, é necessário que 
você seja envolvido na elaboração de projetos de pesquisa, inclusive, 
para estimular os alunos que possuem a vocação para seguir a carreira 
de pesquisadores. As formas institucionais para ingressar nessa área ainda 
durante a graduação são os estágios curriculares e a iniciação científica. 
Recomendamos que você se aproprie das pesquisas realizadas pela sua 
instituição. Perceba que elas têm total ligação com a sociedade em que 
estamos vivendo, pois objetivam transformar a realidade por meio da 
busca por respostas para um problema ou situação. 
Pós-graduação no Brasil
Na visão de Lakatos e Marconi (2005), no Brasil, a pós-graduação 
é formada por cursos que podem ser realizados após a conclusão da 
graduação. Esses cursos dividem-se em dois tipos: lato sensu e stricto 
sensu. Os cursos lato sensu são especializações voltados à atualização 
profissional nas mais diversas áreas do conhecimento. A carga horária 
mínima de um curso de especialização é de 360 horas, em geral, 
distribuídas no período de um ano a um ano e meio. No Brasil, os MBAs 
(do inglês: Master in Business Administration) também são cursos de 
especialização.
Já os stricto sensu são cursos voltados à formação científica e 
acadêmica, ou seja, formam pesquisadores e professores universitários. 
Dividem-se em mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. 
Em todos os tipos de pós-graduação stricto sensu, há uma séria 
preocupação com o desenvolvimento da autonomia científica, ou seja, 
da capacidade de o indivíduo aprender e produzir conhecimento por si 
mesmo.
Além disso, Alves (2007) explana que os cursos de pós-
graduação são regulamentados e avaliados periodicamente pela Capes. 
Outras agências ligadas ao governo, como o Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou a Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), concedem bolsas 
Pensamento Científico
49
(auxílios financeiros) para a realização de cursos de pós-graduação no 
Brasil e no exterior. A principal tendência, atualmente, é a concessão de 
bolsas para doutorado sanduíche, quando o aluno faz apenas uma parte 
do curso no exterior.
REFLITA:
Após essa apresentação, qual seria a importância dos 
cursos de pós-graduação para o nosso país?
Já sabemos a importância da pesquisa científica para o 
desenvolvimento de um país e para o avanço da sociedade. Primeiramente, 
é fundamental que a ciência seja plural e dialogue com os problemas da 
sociedade. Isso significa que é preciso aproximar o que se é discutido 
e pesquisado nos ambientes acadêmicos com a população em geral. 
Portanto, perceba que há desafios científicos e sociais a serem enfrentados 
e superados na atividade da pesquisa científica. 
Para finalizarmos este capítulo e esta unidade, esperamos que 
fique claro que nenhuma nação consegue evoluir sem pesquisa científica. 
Se, hoje, vivemos em um mundo e em uma sociedade tecnológica, isso 
se deve aos inúmeros pesquisadores que criam projetos de pesquisa, 
que encontram resultados, que os validam ou refutam e os publicam, 
atribuindo-lhes visibilidade. 
Já no que se refere à ética, ela é algo que deve permear todo o 
trabalho do pesquisador, desde o ato de elaboração do projeto de 
pesquisa. Isso significa que nada impede que seja realizada uma pesquisa 
na Internet, mas se deve verificar se as informações são confiáveis ou não. 
Não só, mas atribuir os devidos créditos aos autores e não plagiar. 
Por fim, acreditamos que a pesquisa científica em nosso país e os 
cientistas que temos precisam ser creditados por todos nós.
Pensamento Científico
50
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
tudo o que estudamos. Atualmente, o conhecimento 
se depara com um aspecto bastante significativo nos 
mercados: os recursos utilizados por ele estão espalhados 
por todo o globo e esses recursos atendem aos leitores 
de todos os cantos do mundo. Em virtude das facilidades 
proporcionadas pelo desenvolvimento intenso da 
tecnologia nas últimas décadas e da transnacionalização 
do conhecimento e do aprendizado, um estudante 
brasileiro tem condições de adquirir, por meio da Internet, 
conhecimento, ao realizar a sua leitura em qualquer 
lugar do mundo, o que contribui para que todos tenham 
uma excelente educação. Contudo, além do acesso a 
informação, é preciso que sejamos capazes de identificar 
as informações científicas.
Pensamento Científico
51
REFERÊNCIAS
ALVES, R. Filosofia da ciência. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2007.
BATISTETI, C. B.; ARAÚJO, E. S. N. de; CALUZI, J. J. O trabalho de 
Mendel: um caso de prematuridade científica? Filosofia e História da 
Biologia, v. 5, n. 1, p. 35-53, 2010.
CHALMERS, A. F. O que é ciência afinal? São Paulo: Editora 
Brasiliense, 1993.
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 
2004. 
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, 
quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
D’ONOFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. São Paulo: 
Atlas, 1999. 
ECO, U. Como se faz uma tese. 16. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 
2003.
KERLINGER, F. N. Metodologia da pesquisa em Ciências Sociais: um 
tratamento conceitual. São Paulo: EPU, 1980. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da 
ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1997. 
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: 
Perspectiva, 2000.
LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. Pesquisa metodológica: do projeto à 
implementação. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia 
científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia 
científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Pensamento Científico
52
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia científica. 3. ed. 
São Paulo: Atlas, 2000. 
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber. Manual de 
metodologia da pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: Editora 
UFMG, 1999. 
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens 
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa 
em saúde. 10. ed. São Paulo: Hucitec,2007. 
ROSA, C. A. de P. História da ciência: da antiguidade ao renascimento 
científico. 2. ed. Brasília: FUNAG, 2012.
Pensamento Científico
Unidade 2
Técnicas de leitura, resumo e fichamento
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
A leitura do texto teórico ........................................................................ 10
A importância da leitura no nível superior ................................................................... 10
Finalidades e a importância da leitura ............................................................................ 12
Aspectos para uma leitura proveitosa ............................................................................. 18
Resumo ............................................................................................................22
Conceito e tipos de resumo ...................................................................................................22
Fichamento ....................................................................................................27
Conceito e tipos de fichamento ..........................................................................................27
Resenha .......................................................................................................... 33
Conceito e a importância da resenha .............................................................................33
7
UNIDADE
04
UNIDADE
02
Pensamento Científico
8
INTRODUÇÃO
A partir do momento em que você ingressa no ensino superior, 
obtém contato com diversas formas de conhecimento. Esse contato 
é possibilitado por meio das aulas, dos seminários, das pesquisas, dos 
eventos científicos e outros. Para que você tenha um maior proveito das 
informações adquiridas no universo acadêmico, é essencial que você 
desenvolva habilidades que facilitem o seu estudo. Grande parte das 
informações a qual você terá acesso será orientada pelos textos teóricos. 
Nesse sentido, a proposta deste capítulo é a de disponibilizar elementos 
que facilitem o estudo dos textos teóricos. A apreensão do conteúdo 
ministrado em cada disciplina que você cursar implica uma dedicação 
que pode ser mais bem sistematizada se você tiver mecanismos que 
simplifiquem as suas tarefas. O acesso ao conteúdo recebido em uma 
aula encontra, na leitura, uma grande aliada. Torna-se, assim, fundamental 
o conhecimento de técnicas que auxiliem na compreensão do material 
que você precisa ler. Diante desse contexto, abordaremos técnicas de 
leitura e análise de textos, tais como resumo, fichamento e resenha. Saiba 
que uma boa leitura possibilita a apropriação do conteúdo em suas várias 
possibilidades. Além disso, as atividades de leitura são extremamente 
necessárias tanto na sua vida acadêmica quanto na vida profissional, uma 
vez que, por meio dela, você enriquece a memória, estimula o senso 
crítico, amplia os seus conhecimentos e aprofunda os seus estudos, 
permitindo melhor entendimento do conteúdo lido.
Pensamento Científico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Aplicar as técnicas de leitura no estudo de textos teóricos. 
2. Elaborar resumos acadêmicos. 
3. Identificar os tipos de fichamentos existentes. 
4. Elaborar uma resenha.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
10
A leitura do texto teórico 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz aplicar as 
técnicas de leitura no estudo de textos teóricos. Essas 
técnicas serão fundamentais para que a sua escrita 
tenha um desenvolvimento prático e coeso. Ressaltamos 
que algumas técnicas lhe ajudarão em vários trabalhos 
acadêmicos, em escritas profissionais e para a aplicabilidade 
do conhecimento. Motivado para desenvolver essas 
competências? Vamos lá. Avante!
A importância da leitura no nível superior 
Ao darmos início a um curso de nível superior, adentramos em 
um universo repleto de conhecimento e novas habilidades a serem 
desenvolvidas. Essas exigências são apresentadas ao aluno de modo 
que, gradativamente, sejam internalizadas por eles. Como exemplos 
de exigências de novas habilidades, podemos citar: a utilização de 
programas de editor de texto; a navegação pela Internet, para a realização 
das pesquisas acadêmicas, e em base de dados; a utilização de planilhas 
de cálculo; e a elaboração de apresentação de slides. Além desses itens, 
podemos citar a leitura, a produção e a apresentação do texto acadêmico. 
Ao chegar à pós-graduação, muitas dificuldades já foram superadas. 
No entanto, a leitura e a utilização da informática são exigências e 
habilidades que perpassam qualquer que seja o seu estágio de formação 
acadêmica. Portanto, é fundamental que você, como aluno de um 
curso a distância e que utiliza de forma frequenteo ambiente virtual de 
aprendizagem, perceba que a leitura é uma atividade que deve integrar a 
sua rotina de estudos.
Primeiramente, é importante afirmar que, se você não possui um 
hábito de leitura frequente, deve desenvolvê-lo. Podemos definir o ato 
de ler como o ato de significar o mundo. Perceba que, cada vez que 
atribuímos significado ao mundo que nos cerca, estamos realizando 
Pensamento Científico
11
uma leitura. Nesse sentido, estamos constantemente lendo, sejam fatos, 
acontecimentos, paisagens, livros, entre outros. 
Figura 1 – Leitura por intermédio da tecnologia 
Fonte: Pixabay
Na universidade, também realizamos várias leituras, mas 
destacamos, neste processo, a leitura do texto teórico. Isso se deve, uma 
vez que é preciso que nos apropriemos da produção que a humanidade já 
disponibilizou para avançarmos na busca por novas possibilidades. 
Figura 2 – Leitura como o ato de significar o mundo 
Fonte: Pixabay
Pensamento Científico
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REFLITA:
Qual é a importância da leitura para a sua vida acadêmica? 
Você já se questionou a esse respeito? A leitura viabiliza o 
aprimoramento do vocabulário, a interpretação da realidade 
e a reflexão de forma crítica. 
Sobre a leitura, Alves (1999, p. 64) explica que: 
[...] a leitura é igual à música. Para que a leitura dê prazer, é 
preciso que quem leia domine a técnica de ler. A leitura não dá 
prazer quando o leitor é igual ao pianeiro: sabem juntar as letras, 
dizer o que significam – mas não têm o domínio da técnica.
Diante do exposto, podemos inferir que a leitura nos coloca diante 
do mundo do conhecimento. Para uma perfeita compreensão do texto, 
você deverá atuar não só como um decodificador da palavra, mas deverá 
dialogar com o texto, recriar sentidos implícitos e estabelecer relações. 
REFLITA:
Como é o seu processo de seleção de material para leitura? 
Quais são as principais fontes que você tem contato para a 
obtenção de informação?
Finalidades e a importância da leitura
É importante que você saiba que, ao encontrar um determinado 
material para leitura, é fundamental realizar uma varredura de 
reconhecimento. Isso se dá pela verificação da capa, do autor, do sumário, 
das referências indicadas pelo próprio autor, da introdução e prefácio (no 
caso dos livros), para, depois, iniciar a leitura. Esse ato é chamado de 
análise textual, que é a visão panorâmica do texto, a fim de prepará-lo para 
a leitura. De maneira geral, a leitura é feita com as seguintes finalidades: 
 • Informativa – é a leitura que está direcionada à aquisição de uma 
cultura geral. Como exemplo, temos a leitura dos clássicos da 
literatura, de revistas culturais, de arte etc.
Pensamento Científico
13
 • Formativa – relacionada com a aquisição e a ampliação de 
conhecimentos. Como exemplos, temos a leitura de textos 
científicos, técnicos, de revistas científicas etc.
Figura 3 – Exemplo de texto científico 
Fonte: Freepik
 • Entretenimento – voltada à promoção da distração no leitor. 
Como exemplo, temos a leitura de jornais, revistas de moda, de 
curiosidades, em quadrinhos etc.
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Figura 4 – Leitura de jornal 
Fonte: Freepik
A leitura de estudo é classificada por muitos autores, tais como 
Cervo e Bervian (2003), como leitura formativa. A partir disso, é necessário 
que você, ao ter algo para ler, estabeleça a finalidade da leitura daquele 
texto, pois, assim, a sua leitura será bem mais proveitosa.
REFLITA:
Quais são as leituras que você realiza em seu cotidiano? 
Você consegue classificá-las de acordo com as finalidades 
apresentadas?
No contexto acadêmico, que é a nossa realidade em questão, 
o texto, seja ele científico, técnico ou filosófico, destaca-se como uma 
ferramenta que servirá de suporte ao seu aprendizado. A leitura que se 
desenvolve por intermédio desses textos é chamada de leitura analítica, 
uma vez que procede a uma análise do texto.
Pensamento Científico
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Os processos apresentados são parte integrante de uma abordagem 
exploratória do tema, com o intuito de fornecer subsídios das validades de 
se ler o documento ou não. Dessa maneira, será possível identificar se a 
leitura é importante para o alcance do objetivo proposto no estudo que 
está sendo realizado. 
Uma dica que pode ser usada quando há a realização de uma 
pesquisa é: sempre que estiver lendo, faça anotações dos aspectos 
principais do documento em fichas de leitura, bem como anote a fonte 
em que a informação foi consultada. Armazene esses dados de forma 
acessível, para que você possa retornar a eles quando necessário. Isso 
é o que chamamos de leitura temática e leitura interpretativa. Nesse 
momento, você decifrará a mensagem do autor, estabelecerá as ideias 
centrais e secundárias, e realizará um diálogo com o autor, posicionando-
se frente às ideias apresentadas. É quando você desenvolve a crítica do 
texto lido. 
EXPLICANDO MELHOR:
A ideia central é identificada quando você reconhece a 
mensagem que o autor quer transmitir, a tese que ele 
defende.
As ideias secundárias são os argumentos utilizados 
pelo autor para justificar a sua ideia central, ou seja, para 
defender a sua tese.
Atualmente, fazemos a leitura de arquivos digitalizados por meio do 
nosso computador ou tablet, por exemplo. Assim, é importante que você 
redija comentários neles e escreva as suas observações referentes a eles. 
Outro aspecto que merece a sua atenção é a separação dos textos, em 
seu computador pessoal, por áreas e subáreas do conhecimento. Além 
disso, os links que remetem a eles e as datas em que você teve acesso 
são informações fundamentais, caso seja necessário apresentá-los nas 
referências de algum trabalho acadêmico elaborado por você. 
Pensamento Científico
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Figura 5 – Leitura digital 
Fonte: Pixabay
NOTA:
Recomendamos a elaboração de uma planilha com as 
seguintes informações: título da obra, resumo, link e data 
do acesso. Dessa forma, você organizará a sua biblioteca 
digital particular. Que tal aplicar isso em seu cotidiano 
acadêmico?
O que foi apresentado é muito importante para fins de organização 
e de sistematização do conhecimento. Não perca essas informações, 
pois, sem elas, informações importantes não poderão ser utilizadas na 
realização do trabalho. Além disso, foi possível compreender que a leitura 
de um material tem como principal missão memorizar determinado 
conteúdo, aprender algo e desenvolver uma visão crítica sobre algum 
aspecto. 
Para que possamos aplicar um método em nosso cotidiano, tendo 
em vista a sua importância nos processos do dia a dia, existem algumas 
regras básicas que facilitam a aprendizagem. 
Pensamento Científico
17
Primeiramente, atribua atenção ao que está sendo feito. Parece ser 
uma etapa desnecessária e que deveria ser realizada implicitamente por 
todos, sem a necessidade de ser parte do método. Contudo, não é assim 
que acontece. É necessário esclarecer que a atenção é a capacidade de 
estar concentrado, com foco único, direcionado a uma só atividade. Além 
disso, considere que, se a atenção for aplicada durante um período para 
determinada leitura, deve haver obrigatoriamente outro momento de 
repouso. Caso o assunto seja de interesse do leitor(a), tem-se uma maior 
facilidade de mantê-la fixa. 
Em segundo lugar, há a memória, que nada mais é do que o 
processo de retenção daquilo que foi lido e estudado. Não é sinônimo 
de decorar alguma coisa. A memória tem relação com a execução de um 
bom método de leitura, composto por uma atenção coerente, interesse e 
relação entre o que está sendo lido com outros conteúdos já observados. 
Isso se dá pela construção das bases comuns do conhecimento.
ACESSE:
Indicamos que você acesse a Scielo por meio do site: www.
scielo.com.br. A Scielo é uma biblioteca eletrônica brasileira 
que abrange uma coleção selecionada de periódicos 
científicos das mais diversas áreas.
Finalmente chegamos à etapa do indivíduo associar ideias demaneira a extrapolar fatos e acontecimentos. É muito evidente quando 
existe uma correlação entre o que está sendo apresentado e as 
experiências anteriores dos autores. Isso se dá naturalmente por trocas 
de palavras na conversa. Para um aprendizado adequado, é passível a 
utilização de tal técnica para associar o conteúdo. Então, para se adequar 
o hábito de leitura ao melhor possível, é necessário que o tempo para ler 
seja selecionado e reservado diariamente, com local e material adequado. 
Que tal iniciar com as suas leituras? 
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Aspectos para uma leitura proveitosa
Vivemos, hoje, em uma era tecnológica e é fácil perceber que a 
informação é transmitida de maneira muito rápida. Apesar de tudo isso, é 
necessário que entendamos a importância da leitura como fonte principal 
e melhor forma para a aquisição do conhecimento. Ainda que possamos 
ouvir informações por outros meios de comunicação, a leitura desenvolve 
e aprimora capacidades cognitivas relevantes ao ser humano. 
Por meio da leitura, podemos nos comunicar melhor, aumentar o 
nosso próprio vocabulário e, ainda, expor as nossas ideias de maneira 
mais eficiente. Diante disso, para que a leitura se desenvolva da melhor 
maneira, existem técnicas que colaboram com o processo. 
Em primeiro lugar, é preciso realizar uma pré-leitura para o 
reconhecimento do que se tem nas mãos. Nesses momentos, devemos 
ler o começo e o final do documento de maneira genérica. Se for um 
livro, o início e o fim; se for um capítulo, o primeiro e o último parágrafo. 
Já se estivermos lendo um jornal ou revista, de maneira geral, o título e as 
chamadas definem bem o conteúdo. Tenha em mente que os primeiros 
parágrafos, normalmente, trazem as informações mais importantes para 
reter a atenção e fazem referência direta ao que será apresentado. 
Após isso, precisamos ter em mente que a leitura deve ser seletiva, 
de modo a descartar o que é irrelevante ou desinteressante ao foco 
desejado. Entretanto, para esta etapa, é necessário que esteja claro qual 
é o objetivo do trabalho, ou seja, é fundamental que saibamos os critérios 
que serão usados para abordá-los de maneira correta. O problema da 
pesquisa precisa estar muito bem definido, a fim de que o material seja 
corretamente aproveitado.
Para a sequência, deve-se realizar a leitura de forma crítica. Assim, a 
capacidade de selecionar as ideias principais e separar tudo aquilo que é 
secundário ao material é considerada a principal abordagem. Ao verificar 
qual é o cenário da pesquisa, o aluno precisa analisar e comparar as 
informações, no intuito de julgar e levantar as semelhanças para construir 
a sua visão sobre o assunto. Nesse aspecto, é imprescindível que se tenha 
Pensamento Científico
19
uma visão sistêmica do todo, a fim que se possa realizar uma análise do 
contexto para uma síntese. 
Figura 6 – Grupo de jovens realizando a leitura 
Fonte: Freepik
Passamos, então, para a fase da leitura interpretativa do que foi 
observado. O pesquisador procura entender e formar uma opinião sobre 
as informações apresentadas pelo autor. Nesse momento, é de extrema 
importância a integração entre os dados que foram descobertos na 
execução da leitura. 
Podemos seguir os procedimentos apresentados em conjunto com 
algumas práticas apresentadas a seguir: 
 • Não ler um material sem ter definido qual é o foco ou necessidade 
dessa leitura. 
 • Atentar-se na assimilação correta do conteúdo, ao lê-lo mais de 
uma vez, se necessário. 
 • Ser sempre crítico em relação ao texto. Isso pode parecer genérico 
ou vago, mas, quando a leitura for realizada, é importante se 
questionar sobre a ideia principal do texto, o argumento que está 
sendo defendido e se vale a pena continuar com a leitura.
Pensamento Científico
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 • Verificar a ordem lógica do texto e a sua devida coerência. 
 • Realizar a leitura de reconhecimento antes do final é uma etapa 
importante. 
 • Verificar a veracidade das informações a partir da fonte que ela 
está sendo consultada.
 • Finalmente, tente entender o porquê o autor escreveu aquilo. 
Isso também pode ser definido como a justificativa do trabalho. 
Essencialmente, se você tiver entendido a motivação da 
construção do trabalho, a leitura ficará mais fácil. 
Agora, já é possível entender os resultados esperados a partir de 
uma boa leitura. Passemos para a fase de organização da pesquisa, ou 
seja, a documentação. 
Figura 7 – Organização da pesquisa
Fonte: Freepik
Para que a pesquisa obtenha êxito, precisamos entender que não 
basta ler exaustivamente todo o material encontrado sobre determinado 
tema: é importante que haja compreensão e que o conteúdo seja 
corretamente assimilado. A fim de que você possa se organizar e obter 
o melhor rendimento possível dos seus estudos, existe uma prática que, 
Pensamento Científico
21
se adotada, vai te auxiliar positivamente. A documentação correta das 
suas leituras é algo efetivo e tem como intuito facilitar o processo de 
aquisição do conhecimento. Para tanto, existem, basicamente, dois tipos 
de documentação: 
SAIBA MAIS:
A documentação geral é a organização do que foi 
encontrado em caixas ou até mesmo em pastas. Os 
documentos podem ser apostilas, jornais ou textos 
consultados e lidos, os quais são, geralmente, apenas 
organizados por temas, o que pode ocasionar uma 
demora quando buscada alguma fonte.
Já a documentação bibliográfica tem como foco a separação 
do conteúdo de diversas maneiras. As principais são: por comentários 
das leituras, resumos ou, ainda, por citações. As separações podem 
ser realizadas por meio do fichamento, que torna mais fácil, caso seja 
necessária a realização da referência de determinada obra. Para que 
possamos elaborar uma referência de uma determinada fonte, seja ela 
um livro, revista, site ou periódico em geral, é necessário que façamos 
utilização das normas ABNT. Essas normas serão explicadas de maneira 
mais detalhada adiante.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido as técnicas 
de leitura no estudo de textos teóricos. Não só, mas 
conheceu as suas finalidades e a sua devida importância. 
Por fim, compreendeu os aspectos para se ter uma leitura 
proveitosa.
Pensamento Científico
22
Resumo
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar os 
resumos acadêmicos. A principal função dos resumos se dá 
em um processo de filtragem das principais ideias de uma 
obra, o que exige que você saiba como funciona cada uma 
dessas fases de filtração. Motivado para desenvolver essa 
competência? Vamos lá. Avante!
Conceito e tipos de resumo 
A leitura analítica apresentada no capítulo anterior deve garantir 
que o leitor apreenda aquilo que realmente é essencial. Essa apreensão 
pode ser bem melhor possibilitada mediante a elaboração do resumo da 
leitura efetuada. No entanto, o que seria resumir? 
Todas as vezes que falamos sobre resumo, a primeira ideia que 
temos é a de que se trata de textos curtos e objetivos, o que não é verdade: 
resumir é bem mais que isso. Esse formato é também compreendido 
como uma condensação do texto, mas sempre se deve ter o cuidado de 
fazer com que sejam permanecidas a intenção e a opinião do autor. 
O formato de resumo não aceita avaliação, julgamento de opinião 
ou comentários sobre o documento original. Resumir não é simplesmente 
recortar e reproduzir partes do texto original. É necessário que seja 
expressa, a partir de suas próprias palavras, a ideia central do texto.
De acordo com a NBR 6028 da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT, 2003), um resumo é a apresentação concisa dos pontos 
relevantes de um texto. Dessa forma, é plausível afirmar que os resumos 
se constituem em um processo de filtragem das principais ideias de uma 
obra semperder a origem e o contexto que o autor nos transmite. 
Nesse aspecto, o resumo comporta maior espaço para o registro de 
observações e comentários sobre a obra do autor, ou seja, confere mais 
detalhes e maior importância ao tema e suas primícias centrais. Lembre-
Pensamento Científico
23
se que as observações quanto aos comentários devem manter coerência, 
visto que é um fator primordial para que o resumo atinja o seu objetivo 
central, que é o de nos fornecer informações sem perder a sua natureza, 
a partir das ideias contidas na obra que se está resumindo. 
A partir do exposto, podemos afirmar que o ato de resumir um 
texto exige muita atenção e fidelidade aos pensamentos do autor, 
principalmente quando se trata do equilíbrio de algumas informações. 
Dessa forma, o resumo não comporta críticas que se oponham às ideias 
originais apresentadas, como “gostei”, “concordo”, “não considero válido” 
etc. Trata-se de uma síntese dos principais elementos constitutivos da 
obra e de sua comunicação conosco.
Podemos dar início ao resumo com o registro do tema, do problema 
de pesquisa do autor e a sua síntese. Caso se trate de um livro com muitos 
capítulos, pode-se realizar o registro por capítulos. Além disso, o resumo 
deve conter os principais argumentos utilizados pelo autor e algumas 
citações diretas ou indiretas (as últimas são as mais utilizadas nesse tipo 
de esquema). 
Você precisa, antes de fazer um resumo, compreender o material 
que será resumido. Você sabe o que é resumir e para que serve um 
resumo? Pode parecer redundante realizar esse questionamento, mas 
um dos erros mais comuns é o de realizar um resumo ao mesmo tempo 
em que se lê o texto pela primeira vez. Em outras palavras, a primeira 
leitura deve ser realizada de maneira direta e sem interrupções. É a partir 
da segunda leitura que é possível compreender as ideias e separar as 
partes principais para a construção do resumo. 
Um resumo pode seguir alguns passos importantes para que haja 
uma boa execução, tais como: 
 • Expor inicialmente a ideia mais importante do texto, bem como 
apresentar de onde ele é e onde foi publicado. 
 • As articulações de ideias são, necessariamente, reflexos das ideias 
dadas pelo autor. 
 • As conclusões do autor original são o foco do resumo. 
Pensamento Científico
24
 • Fazer menção ao autor sempre comentando em terceira pessoa. 
 • Não usar frases de maneira integral. 
 • Não fazer juízo ou realizar crítica a respeito da obra original. 
 • O resumo deve ser facilmente compreensível, sem haver a 
necessidade de consulta ao texto original. No entanto, devido à 
falta de detalhes, o resumo deve despertar o interesse pela obra 
original, caso necessário.
 • Evitar o uso de sentenças longas ao fazer menção ao que foi 
escrito no trabalho original. 
Os resumos podem caracterizados em três tipos: 
 • O resumo informativo é, normalmente, o tipo de documento isento 
de opinião, apenas representando, de forma curta e direta, o texto 
que foi lido. Ele apresenta as ideias principais do autor, respeita 
a sua posição e, se for necessária alguma citação integral, é 
apresentada entre aspas. 
 • O resumo crítico é dado por um formato no qual quem o elabora 
redige normalmente a síntese de um documento lido. Posterior a 
isso, expressa a sua opinião em razão do que foi exposto, ou seja, 
realiza uma crítica. 
 • O resumo acadêmico científico pode ser definido como um 
texto muito curto, mas que representa todas as etapas de um 
trabalho científico. Sua utilização vai desde monografias e artigos 
(geralmente 250 palavras) até teses e dissertações (geralmente 
500 palavras). Em sua sequência, encontram-se as palavras-chave, 
responsáveis por localizar e exemplificar o que o documento trata. 
A norma que o define é a ABNT NBR 6028:2003, a qual estabelece 
os seus devidos limites. 
Vejamos, a seguir, o resumo da dissertação de mestrado do 
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da UFRN, intitulada 
O Serviço Social na Previdência Social: a afirmação do seu espaço na 
materialização dos direitos, de Rozendo (2010).
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Quadro 1 – Exemplo de resumo
RESUMO
O trabalho profissional do/a assistente social na política previdenciária, vê-se envolto 
numa conjuntura adversa à consolidação do projeto ético-político profissional, 
marcada pela materialização da política de cunho neoliberal que promove 
essencialmente a redução dos direitos sociais historicamente conquistados pela 
luta da classe trabalhadora. Neste sentido, com o objetivo de analisar a afirmação 
do trabalho do Assistente Social na Previdência Social, suas lutas e desafios para a 
materialização de direitos, frente à conjuntura atual é que se processa a base teórica 
das discussões a serem travadas. Para tanto, realizamos como procedimentos 
metodológicos uma pesquisa bibliográfica e documental no detalhamento das 
nossas categorias analíticas, a fim de fundamentarmos o debate sobre a política 
previdenciária. A pesquisa realizada teve como área de abrangência a Gerências 
Executivas da Previdência Social de Mossoró e Natal-RN, correspondendo um 
total de 07 (sete) Assistentes Sociais pesquisadas, que trabalham no Setor de 
Serviço Social. Assim, a pesquisa, permitiu-se uma aproximação com o trabalho 
das Assistentes Sociais e com isso possibilitou-nos chegar a algumas conclusões:
Primeiro, ao fato de que a Previdência Social não garante, em sua totalidade, as 
condições necessárias para o trabalho do(a) Assistente Social, tendo em vista a 
falta de recursos materiais e humanos para a sua efetivação, bem como da quase 
inexistência de sigilo profissional; segundo, que as Assistentes Sociais pesquisadas 
afirmam o Projeto Ético-Político do Serviço Social, no seu exercício profissional, a 
partir do engajamento em projetos e movimentos sociais relacionados à defesa 
dos direitos sociais e as classe trabalhadora; terceiro, que a afirmação deste projeto 
profissional, contribui para a formação de um novo fazer profissional, calcado 
numa análise de totalidade e de uma ação mais interventiva, crítica e propositiva, 
capaz de se relacionar com os interesses dos(as) usuários que procuram os seus 
serviços, na consolidação e socialização dos direitos sociais. Assim, os rumos do 
trabalho profissional do/a assistente social com respaldo no amadurecimento 
teórico-metodológico adquirido nos últimos anos e na competência ético-política 
cotidiana consolida o seu espaço na instituição previdenciária afirmando, os 
direitos arduamente combatidos numa conjuntura calcada na desestruturação 
das lutas sociais.
Palavras-chaves: Política social. Previdência Social. Serviço Social. Trabalho Profissional. 
Direitos sociais.
Fonte: Rozendo, 2010 (Adaptado).
Pensamento Científico
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Figura 8 – O ato de resumir
Fonte: Pixabay
Perceba que o exemplo anterior se trata de um resumo o qual 
apresenta introdução, objetivos, metodologia, resultados e conclusão. Ele 
é originário de uma pesquisa científica e é um meio de divulgar a produção 
acadêmica. Por fim, o resumo deve ser uma prática usual durante toda a 
sua formação, uma vez que, a cada nova disciplina, aumenta-se a carga 
de leitura solicitada.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o 
que estudamos. Você deve ter aprendido a como elaborar 
resumos acadêmicos, bem como conheceu os seus tipos 
e finalidades. Além disso, percebeu a importância de se 
ter uma prática usual e rotineira desse gênero textual para 
obter êxito nos estudos acadêmicos.
Pensamento Científico
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Fichamento
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os diversos tipos de fichamentos existentes. Isso será 
fundamental para o aprendizado adquirido em sua trajetória 
acadêmica. Motivado para desenvolver essa competência? 
Vamos lá. Avante!
Conceitoe tipos de fichamento 
Apesar do homem, a cada dia, avançar no conhecimento de novas 
possibilidades para melhorar a sua existência, ele ainda não consegue usar 
toda a sua capacidade intelectiva. Nós não somos computadores, os quais 
armazenam um número infinito de informações. Por exemplo, no início 
de um curso, sempre estamos em contato com disciplinas interessantes, 
cujos conteúdos se diluem durante o curso. Muitas vezes, são conteúdos 
que fundamentam novos conhecimentos, mas não conseguimos 
armazená-los e eles se perdem, porque não são devidamente arquivados. 
O processo de fichamento é usado para que haja ordem na 
organização dos dados consultados, quando feita a pesquisa dos 
documentos relevantes ao tema. A finalidade é a de reunir as informações 
principais e contribuir na identificação da obra que foi estudada. Até 
alguns anos atrás, quando um professor nos solicitava um fichamento, 
o aluno, para confeccioná-lo, ia até uma livraria para comprar uma ficha 
de cartolina com tamanhos padronizados. Hoje, o avanço da informática 
permite que você faça o seu fichamento em qualquer programa de banco 
de dados de um computador, abrindo pastas para as diversas disciplinas.
Pelo fato de estar no início de seus estudos, você pode estar 
subestimando a validade ou a importância do fichamento. Pode 
considerá-lo um retrabalho ou uma atividade desnecessária quando se 
está realizando uma pesquisa. Todavia, esse tipo de recurso constitui um 
dos mais importantes durante a execução da pesquisa. Além disso, é 
necessário fazer uso das normas ABNT para o fichamento, o que nos traz 
Pensamento Científico
28
uma padronização do conteúdo consultado, de forma a ter disponíveis as 
informações necessárias no momento de se escrever sobre determinado 
assunto. 
NOTA:
O fichamento ou o conjunto de fichas de identificação que 
você elaborar pode ser armazenado no computador, a 
fim de facilitar o acesso às informações. No entanto, aos 
conservadores, é possível que essas fichas sejam feitas de 
forma manual. A vantagem disso é a garantia de uma maior 
dificuldade na perca dos dados devido a um problema de 
sistema. Outra forma de não perder o conteúdo é armazená-
lo no computador, mas deixar o backup direcionado para a 
“nuvem”, que nada mais é do que deixar o arquivo salvo em 
algum servidor on-line.
A composição padrão de um fichamento é: 
a. Primeiramente, o cabeçalho, que pode ser dividido em título geral 
e título específico do trabalho. 
b. Em seguida, temos a referência, a qual contém o autor, o título, o 
local em que foi publicado, a editora e o ano de publicação. 
c. Posteriormente, tem-se o corpo ou texto do fichamento/ficha, 
que também pode ser traduzido como o conteúdo do que está 
sendo arquivado. Ele pode ser constituído por um resumo geral 
ou até mesmo uma citação. Não só, mas também pode mudar 
de maneira específica, dependendo do tipo de fichamento que 
estiver sendo realizado. 
Pensamento Científico
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Figura 9 – Modelo de ficha catalográfica 
Título Geral Título Específico Nº da ficha →
Cabeçalho
Referência Bibliográfica de acordo com a ABNT →
→ Corpo ou texto da ficha
(biblioteca X) → Local onde a obra se encontra
Fonte: Elaborado pelos autores. 
Para exemplificar e dividi-los em casos diferentes, traremos uma 
ficha de citação e uma ficha de resumo. Ao estabelecer as diferenças 
entre elas: 
A ficha de citação é constituída mediante o uso de partes das obras 
ou de capítulos do que foi estudado. A transcrição faz menção aos textos 
que foram consultados e estudados, de forma a obter-se citações diretas, 
as quais, quando escritas, devem seguir as normas propostas pela ABNT. 
As transcrições são classificadas em: 
 • Citações diretas, com todo o texto redigido da maneira como foi 
escrito pelo autor. 
 • Citações com omissão de parte do texto que não tem relevância no 
momento da citação, indicado por intermédio de três pontos e dois 
colchetes “[...]”. Dessa forma, quando se transcreve o texto na ficha 
em questão, é necessário observar todas as normas cabíveis para 
citações. Nesse caso, devem-se seguir as seguintes premissas: 
Pensamento Científico
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bloco, letra 10 e espaço simples para citações com mais de três 
linhas; texto direto e entre aspas duplas (“ ”) se a citação for de até 
três linhas, não se esquecendo de citar a página ao final da citação. 
Figura 10 – Exemplo de ficha de citação 
Fundamentos de 
Metodologia
01
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: 
Atlas, 1993.
“O tamanho-padrão das fichas é 7,5 cm por 12,5 cm; ou 
12,5 cm por 20,0 cm. O pesquisador poderá optar por outro 
tamanho que atenda a seus propósitos (p. 108)”.
(biblioteca particular)
Fonte: Elaborado pelos autores.
É importante lembrar que, no momento de realização do fichamento, 
não é necessário o apresentar o autor e nem o ano, pois esses dados já 
foram inseridos no cabeçalho da própria ficha. Além disso, no momento 
em que você estiver estudando as normas da ABNT, atente-se em 
compreender o que deve ser levado em consideração para a construção 
do fichamento. 
Pensamento Científico
31
Já a ficha de resumo é uma síntese das ideias que são exploradas 
de maneira central na obra consultada. Em outras palavras, o foco dessa 
ficha é atribuído a um grupo de informações que possa sintetizar uma obra 
que foi lida, no intuito de facilitar a busca por certa informação na fonte. 
Esse recurso é um dos mais comuns quando se realiza uma pesquisa 
bibliográfica. 
Figura 11 – Ficha de resumo 
Fundamentos de 
Metodologia
01
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: 
Atlas, 1993.
A autora inicia sua obra situando a importância do 
conhecimento na vida do homem e os principais tipos de 
conhecimento. Destacando a ciência, situa o método como 
característica desse conhecimento. A seguir, discute a 
pesquisa como recurso necessário ao desenvolvimento da 
ciência. Nesse sentido, traça as etapas de um projeto de 
pesquisa e define a estrutura básica de um trabalho científico.
(biblioteca particular)
Fonte: Elaborado pelos autores.
É possível, também, optar por uma ficha mista, aonde você pode 
facilmente resumir as ideias do autor e também incluir algumas citações 
longas e curtas. É você que escolhe qual é o tipo de ficha mais interessante.
Pensamento Científico
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Veja que apesar de estarmos em um mundo cada vez mais 
tecnológico no qual praticamente se extinguiu a escrita à mão você pode 
realizar o Fichamento de uma outra forma. Isso quer dizer que, ao invés de 
ter as fichas impressas pode realizar essa atividade diretamente em seu 
computador e armazenar todas as fichas lá.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos o 
que estudamos. Você deve ter aprendido os diversos tipos 
de fichamento e as suas características. Também conheceu 
a importância de se utilizar essa técnica de estudo em sua 
vida acadêmica e as possibilidades que ela oferece.
Pensamento Científico
33
Resenha 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de elaborar 
uma resenha e compreender quais são as suas vantagens 
quando bem elaborada, inclusive, para a troca de 
conhecimento e divulgação científica. Motivado para 
desenvolver essas competências? Vamos lá. Avante!
Conceito e a importância da resenha 
A resenha é o mais completo tipo de resumo, pois requer de quem 
a redige um conhecimento sobre a temática/objeto de sua análise. Além 
da crítica ao texto lido, deve conter comparações com obras da mesma 
área e avaliação da relevância da obra em relação às outras do mesmo 
gênero. É um recurso bastante utilizado quando se é lançado um livro 
de determinada área no comércio, pois possibilita a sua divulgação. Na 
verdade, a resenha não é nada além de um resumo crítico, em que as ideias 
centrais devem ser escritas de forma mais clara e objetiva.

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