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Brasília-DF. Metalurgia Mecânica Elaboração Tatiana Conceição Machado Barretto Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I FUNDAMENTOS DA MECÂNICA ........................................................................................................... 11 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11 UNIDADE II FUNDAMENTOS DA METALURGIA .......................................................................................................... 25 CAPÍTULO 1 DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DE MONOCRISTAIS .......................................................................... 25 CAPÍTULO 2 TEORIAS DA DISCORDÂNCIA .................................................................................................. 37 CAPÍTULO 3 MECANISMOS DE ENDURECIMENTO ....................................................................................... 46 UNIDADE III PRINCIPAIS ENSAIOS MECÂNICOS E SUA IMPORTÂNCIA ....................................................................... 54 CAPÍTULO 1 ENSAIOS DE DUREZA .............................................................................................................. 55 CAPÍTULO 2 ENSAIOS DE TRAÇÃO E IMPACTO ........................................................................................... 64 CAPÍTULO 3 ENSAIOS DE FADIGA E FLUÊNCIA ............................................................................................ 75 UNIDADE IV AÇO E FERRO FUNDIDO ...................................................................................................................... 80 CAPÍTULO 1 PRIMEIROS CONCEITOS ......................................................................................................... 81 CAPÍTULO 2 AÇO ...................................................................................................................................... 86 CAPÍTULO 3 FERRO FUNDIDO .................................................................................................................. 102 UNIDADE V TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS E TERMOQUÍMICOS ..................................................................... 106 CAPÍTULO 1 TRATAMENTOS TERMOMECÂNICOS ....................................................................................... 106 CAPÍTULO 2 TRATAMENTOS TÉRMICOS .................................................................................................... 111 CAPÍTULO 3 TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS .......................................................................................... 122 UNIDADE VI DETERIORAÇÃO EM METAIS ............................................................................................................... 124 CAPÍTULO 1 CORROSÃO EM METAIS ....................................................................................................... 124 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 134 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Metalurgia, arte e ciência de extrair metais de seus minérios e modificar os metais para uso. A metalurgia normalmente se refere a métodos comerciais e não laboratoriais. Refere-se também às propriedades e estruturas químicas, físicas e atômicas dos metais e aos princípios pelos quais os metais são combinados para formar ligas. Nesta disciplina, iremos ampliar o nosso conhecimento sobre metalurgia mecânica. A metalurgia mecânica é a área do conhecimento que lida com o comportamento e a resposta dos metais às forças aplicadas. Como não é uma área definida com precisão, pode apresentar conceitos diferentes. Para alguns, metalurgia significará propriedades mecânicas de metais ou testes mecânicos, outros podem considerar o campo restrito ao trabalho de plástico e modelagem metais, enquanto outros, ainda, limitam seus interesses aos mais teóricos aspectos do campo, que se fundem com a física do metal e a metalurgia física. Este é um material de apoio, utilize sempre outras bibliografias para complementar os estudos. Objetivos » Discutir o papel dos defeitos cristalinos na deformação plástica de materiais cristalinos (especialmente nos metais). » Discutir os mecanismos de endurecimento em metais e ligas. » Discutir a interação entre deformação a frio e recristalização no processamento termomecânico de ligas. » Entender os mecanismos de deformação plástica em metais e ligas. » Entender os mecanismos de endurecimento em metais e ligas, deformação a frio e recristalização. » Definir o que são deformações e tensõesem materiais. » Saber diferenciar tensão/deformação. 9 » Observar gráficos de tensão x deformação e obter várias propriedades mecânicas dos materiais. » Entender os conceitos de dureza, fluência, resistência ao choque e fadiga. » Identificar quais são os melhores tratamentos para a obtenção do melhoramento de cada propriedade e/ou para cada material. » Conhecer um pouco mais de tópicos importantes para a seleção correta de um aço ou ferro fundido: diagrama de equilíbrio das ligas Fe-C, diagramas de transformação da austenite, transformações martensíticas, tratamentos térmicos das ligas Fe-C. » Entender um pouco sobre o que são aços e ferros fundidos. » Estudar os tipos de aço: aços de construção, aços de ferramentas; aços inoxidáveis, aços maraging, ferros fundidos, tipos de ferro fundido e suas aplicações. 11 UNIDADE IFUNDAMENTOS DA MECÂNICA CAPÍTULO 1 Introdução Resistência dos Materiais A resistência dos materiais ou mecânica dos sólidos deformáveis está mais preocupada com as forças internas e as mudanças associadas à geometria dos componentes envolvidos. De particular importância são as propriedades dos materiais utilizados, cuja força determinará se os componentes falham ao quebrar em serviço, e a sua rigidez determinará se a quantidade de deformação que eles sofrem é aceitável. Portanto, o assunto de mecânica de materiais ou força de materiais é central para toda a atividade de projeto de engenharia. Normalmente, os objetivos em análise aqui serão a determinação das tensões, deformações e deflexões produzidas pelas cargas. Análises teóricas e resultados experimentais têm um papel igual neste campo. Comportamento elástico e plástico Comportamento elástico de materiais Um estilingue deforma quando você o estica. No entanto, ele recupera sua forma original quando você para de aplicar força. Mas digamos que você pegue uma barra de aço e tente dobrar. Você consegue dobrar um pouco e depois parar de aplicar força. A haste recupera sua forma original? Não, não recupera. Essa diferença no comportamento do material é baseada em sua natureza elástica e plástica. Por que isso acontece? A tira de borracha do estilingue tem alta elasticidade. Elasticidade é a capacidade de um corpo resistir a qualquer mudança permanente quando o estresse é aplicado. Quando a aplicação de tensão cessa, o corpo recupera sua forma e tamanho originais. 12 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA Diferentes materiais mostram diferentes comportamentos elásticos. O estudo do comportamento elástico de um material é de grande importância. Quase todo projeto de engenharia requer conhecimento do comportamento elástico dos materiais. Na construção de várias estruturas como pontes, colunas, pilares, vigas etc., o conhecimento da resistência dos materiais utilizados na construção é de primordial importância. Por exemplo, ao construir uma ponte, uma carga de tráfego que ela possa suportar deve ser medida adequadamente de antemão. Ou, ao construir um guindaste usado para levantar cargas, deve-se ter em mente que a extensão do cabo não excede o limite elástico do cabo. Para superar o problema da flexão sob força, o comportamento elástico do material usado deve ser considerado principalmente. Para estudar o comportamento elástico dos materiais, consideramos uma viga de comprimento l, largura b e profundidade d, apoiada nas extremidades e carregada no centro por carga W. Neste caso, é dado como: δ = Wl³/4bd³Y, onde δ é o afundamento ou a medida de flexão, Y é o módulo de elasticidade de Young. O estudo de vigas é muito útil na engenharia civil e em outros caminhos. Usando a equação acima, podemos facilmente dizer que, para reduzir a quantidade de flexão para uma certa carga, o módulo de elasticidade de Young do material usado deve ser grande. Além disso, a profundidade d deve ser considerada, uma vez que é inversamente proporcional ao cubo de profundidade. Mas o problema enfrentado no aumento da profundidade é que a flexão aumenta e isso é conhecido como flambagem. Portanto, o compromisso é feito entre as diferentes formas de seção transversal. Por que o aço é usado na construção de pontes? Resposta: Entre os materiais de ponte, o aço tem as qualidades de resistência mais altas e mais favoráveis e, portanto, é adequado para as pontes mais ousadas com os maiores comprimentos. O aço para construção normal tem resistência à compressão e à tração de 370 N/mm², cerca de dez vezes resistência à compressão de um concreto médio e cem vezes sua resistência à tração. Um mérito especial do aço é sua ductilidade, devido à qual ele se deforma consideravelmente antes de quebrar, porque começa a ceder acima de certo nível de tensão. 13 FUNDAMENTOS DA MECÂNICA │ UNIDADE I Comportamento plástico Na física e na ciência dos materiais, a plasticidade descreve a deformação de um material (sólido) sofrendo mudanças não reversíveis de forma em resposta às forças aplicadas. Por exemplo, um pedaço sólido de metal sendo dobrado ou triturado em uma nova forma exibe plasticidade e mudanças permanentes que ocorrem dentro do próprio material. Em engenharia, a transição do comportamento elástico para o comportamento plástico é chamada de limite de elasticidade. A deformação plástica é observada na maioria dos materiais, particularmente metais, solos, rochas, concreto, espumas, ossos e pele. No entanto, os mecanismos físicos que causam a deformação plástica podem variar amplamente. Em uma escala cristalina, a plasticidade nos metais é geralmente uma consequência de deslocamentos. Tais defeitos são relativamente raros na maioria dos materiais cristalinos, mas são numerosos em parte e em parte de sua estrutura cristalina; em tais casos, a cristalinidade plástica pode resultar. Em materiais frágeis como rocha, concreto e osso, a plasticidade é predominantemente causada por deslizamento em microfissuras. A deformação plástica é a distorção permanente que ocorre quando um material é submetido a tensões de tração, à compressão, flexão ou torção, que excedem sua força de escoamento e fazem com que ele se eleve, comprima, dobre, dobre ou torça. Para muitos metais dúcteis, a carga de tração aplicada a uma amostra fará com que ela se comporte de maneira elástica. Cada incremento de carga é acompanhado por um incremento proporcional na extensão. Quando a carga é removida, a peça retorna ao seu tamanho original. No entanto, uma vez que a carga exceda um limite – o limite de elasticidade –, a extensão aumenta mais rapidamente do que na região elástica; Agora, quando a carga for removida, algum grau de extensão permanecerá. A deformação elástica, no entanto, é uma aproximação, e sua qualidade depende do tempo considerado e da velocidade de carregamento. Se, como indicado no gráfico ao lado, a deformação inclui deformação elástica, é também frequentemente referida como a “deformação elastoplástica” ou “deformação elástica-plástica”. A plasticidade perfeita é uma propriedade dos materiais para sofrer deformação irreversível sem qualquer aumento de tensões ou cargas. Materiais plásticos com endurecimento exigem tensões cada vez maiores para resultar em deformação plástica adicional. Geralmente, a deformação plástica é também dependente da velocidade de deformação, isto é, tensões mais elevadas para aumentar a taxa de deformação têm de ser aplicadas. Diz-se que esses materiais deformam viscoplasticamente. 14 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA A plasticidade de um material é diretamente proporcional à sua ductilidade e maleabilidade. A plasticidade em um cristal de metal puro é causada principalmente por dois modos de deformação na rede cristalina: deslizamento e junção. Slip é uma deformação de cisalhamento que move os átomos por muitas distâncias interatômicas em relação às suas posições iniciais. Geminação é a deformação plástica que ocorre ao longo de dois planos devido a um conjunto de forças aplicadas a uma determinada peça de metal. A maioriados metais mostra mais plasticidade quando está quente do que quando está frio. O chumbo mostra plasticidade suficiente à temperatura ambiente, enquanto o ferro fundido não possui plasticidade suficiente para qualquer operação de forjamento mesmo quando quente. Esta propriedade é importante na formação, modelagem e extrusão de operações em metais. A maioria dos metais é feita de plástico por aquecimento e, portanto, moldada a quente. Alguns materiais, especialmente aqueles propensos a transformações martensíticas, deformam-se de maneiras que não são bem descritas pelas teorias clássicas de plasticidade e elasticidade. Um dos exemplos mais conhecidos é o nitinol, que exibe pseudoelasticidade: deformações que são reversíveis no contexto do projeto mecânico, mas irreversíveis em termos de termodinâmica. No caso do ferro, a transformação da fase martensítica das fases bcc para hcp induz um significativo endurecimento do trabalho. Falha mecânica Materiais de engenharia não alcançam força teórica quando são testados em laboratório. Portanto, o desempenho do material em serviço não é o mesmo esperado do material, dessa forma, o design de um componente frequentemente implora ao engenheiro para minimizar a possibilidade de falha. No entanto, o nível de desempenho dos componentes em serviço depende de vários fatores, como propriedades inerentes aos materiais, sistema de carga ou tensão, ambiente e manutenção. A razão para falha no componente de engenharia pode ser atribuída a deficiências de projeto, má seleção de materiais, defeitos de fabricação, limites e sobrecarga de design excessivos, manutenção inadequada etc. Portanto, o engenheiro deve planejar antecipadamente a prevenção de falhas. 15 FUNDAMENTOS DA MECÂNICA │ UNIDADE I Falha mecânica As causas comuns de falhas mecânicas no componente ou sistema são: mau uso ou abuso, erros de montagem, defeitos de fabricação, manutenção inadequada ou inadequada, erros de projeto ou deficiências de projeto, material inadequado ou má seleção de materiais, tratamentos térmicos inadequados, condições de operação imprevistas, garantia de qualidade inadequada, proteção/controle ambiental inadequado, descontinuidades de fundição. O projeto de um componente ou estrutura geralmente pede para minimizar a possibilidade de falha. A falha dos metais é um assunto complexo que só pode ser tratado com fraturas ou outros fenômenos relevantes. Portanto, é importante entender os diferentes tipos de falha mecânica, ou seja, fratura, fadiga, fluência, corrosão, desgaste etc. Os tipos gerais de falha mecânica incluem: falha por fratura devido à sobrecarga estática, sendo a fratura quebradiça ou dúctil; flambagem em colunas devido à sobrecarga compressiva, produzida sob carga estática, o que leva ao desalinhamento ou sobrecarga em outros componentes; falha devido à carga de impacto ou choque térmico, falha por fratura por fadiga, falha de fluência devido à baixa taxa de deformação a alta temperatura, falha devido aos efeitos combinados de estresse e corrosão, falha devido a desgaste excessivo. Falha devido à fratura A fratura é descrita de várias maneiras, dependendo do comportamento do material sob tensão acerca do mecanismo de fratura ou mesmo de sua aparência. A fratura pode ser classificada como dúctil ou frágil, dependendo da deformação plástica do material antes de qualquer falha catastrófica. Uma breve descrição dos dois tipos de fratura é apresentada abaixo. Fratura dúctil A fratura dúctil é caracterizada por rasgamento de metal e deformação plástica significativa. A fratura dúctil pode ter aparência cinza e fibrosa. As fraturas dúcteis estão associadas à sobrecarga da estrutura ou a grandes descontinuidades. Este tipo de fratura ocorre devido a erro no projeto, seleção incorreta de materiais, técnica de fabricação inadequada e/ou manuseio. Os metais dúcteis experimentam deformação plástica observável antes da fratura. A fratura dúctil tem aparência de fratura ondulada, copa e cone. 16 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA Fratura frágil A fratura frágil é caracterizada por rápida propagação de trinca com baixa liberação de energia e sem deformação plástica significativa. Os metais frágeis apresentam pouca ou nenhuma deformação plástica antes da fratura. A fratura pode ter uma aparência granular brilhante. As fraturas são geralmente do tipo plano, e os padrões da chevron podem estar presentes. Imperfeição dos materiais, canto ou entalhes agudos no componente, trinca por fadiga etc. A fratura frágil apresenta uma quebra (transgranular) ou fratura intergranular. Isso depende se os limites dos grãos são mais fortes ou mais fracos que os grãos. Esse tipo de fratura está associado a não metais, como vidro, concreto e plásticos termoendurecíveis. Nos metais, a fratura frágil ocorre principalmente quando os cristais de CCC e CFC estão presentes. Em material polimérico, inicialmente a fissura surge pelo crescimento dos vazios ao longo do ponto médio da tendência, que, então, coalescem para produzir uma fissura seguida pelo crescimento de vazios à frente da ponta da fissura. Esta parte da superfície da fratura mostra-se como a região mais rugosa. Antes da formação do material e da formação de impregnação, é muito provável que o material comece a mostrar uma aparência turva. Isso decorre de pequenos vazios produzidos dentro do material. Cerâmicas são materiais frágeis, sejam vítreas ou cristalinas. Cerâmica tipicamente fraturada mostra em torno da origem da fissura uma região semelhante a um espelho, delimitada por uma região enevoada, contendo numerosas microfissuras. Em alguns casos, a região espelhada pode se estender por toda a superfície. Transição dúctil-a-quebradiça A temperatura na qual o componente funciona é um dos fatores mais importantes que influencia a natureza da fratura. A transição dúctil-frágil é observada em materiais metálicos CCC e CFC. Fatores que afetam a fratura de um material Os principais fatores que afetam a fratura de um material são: concentração de tensão, velocidade de carregamento, temperatura e choque térmico. Concentração de tensão A fim de quebrar um pequeno pedaço de material, uma maneira é fazer um pequeno entalhe na superfície do material e depois aplicar uma força. A presença de um 17 FUNDAMENTOS DA MECÂNICA │ UNIDADE I entalhe, ou qualquer mudança repentina na seção de um pedaço de material, pode variar significativamente, alterando o estresse no qual a fratura ocorre. O entalhe ou mudança súbita na seção produzem o que é chamado de concentração de tensão. Eles perturbam a distribuição normal de tensão e produzem cogerações locais de estresse. A quantidade pela qual o estresse é elevado depende da profundidade do entalhe, ou da mudança na seção, e do raio da ponta do entalhe. Quanto maior a profundidade do entalhe, maior a quantidade pela qual o estresse é aumentado. Quanto menor o raio da ponta do entalhe, maior a quantidade pela qual o estresse é aumentado. Esse aumento no estresse é chamado de fator de concentração de estresse. Uma rachadura em um material quebradiço terá uma ponta bem pontiaguda e, portanto, um raio pequeno. Tal rachadura, portanto, produz um grande aumento no estresse em sua ponta. Uma maneira de impedir o progresso de tal rachadura é fazer um furo no final da fenda para aumentar seu raio e assim reduzir a concentração de tensão. Uma rachadura em um material dúctil é menos provável de levar a falhas do que em um material frágil, porque uma alta concentração de tensão no final de um entalhe leva ao fluxo de plástico e, portanto, a um aumento no raio da ponta do entalhe. O resultado é, então, uma diminuição na concentração de tensão. Velocidade de carregamento Outro fator que pode afetar a fratura de um material é a velocidade de carregamento. Um golpe repentino no material pode levar à fratura, de modo que o mesmo estresse aplicado mais lentamente não o faria. Com uma taxa muito alta de aplicação de tensão,pode haver tempo insuficiente para que a deformação plástica de um material ocorra em condições normais, um material dúctil se comportará de uma maneira frágil. Temperatura A temperatura de um material pode afetar seu comportamento quando sujeito a estresse. Muitos metais que são dúcteis a altas temperaturas são frágeis a baixas temperaturas. Por exemplo, o aço pode se comportar como um material dúctil acima, digamos, de 0 C, mas abaixo dessa temperatura ele se torna frágil. A temperatura de transição dúctil-frágil é, portanto, importante na determinação de como um material se comportará em serviço. A temperatura de transição com o aço é afetada pelos elementos de liga no aço. O manganês e o níquel reduzem a temperatura de transição. Assim, para trabalhos em baixa temperatura, é preferível um aço com esses elementos de liga. Carbono, nitrogênio e fósforo aumentam a temperatura de transição. 18 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA Choques térmicos Quando a água quente é despejada em um vidro frio, o vidro quebra, o que é conhecido como choque térmico. A camada de vidro em contato com a água quente tende a expandir-se, mas é restringida pelas camadas exteriores mais frias do vidro, essas camadas não aquecem rapidamente devido à fraca condutividade térmica do vidro. O resultado é o estabelecimento de tensões que podem ser suficientemente altas para causar falhas no vidro quebradiço. Resistência à fratura Fatores de resistência à fratura Fatores que afetam a tenacidade à fratura são descritos a seguir: Composição do material Diferentes sistemas de liga têm diferentes tenacidades à fratura. Assim, por exemplo, muitas ligas de alumínio têm valores mais baixos de tenacidade de deformação plana do que os aços. Dentro de cada sistema de liga existem, no entanto, alguns elementos de liga que reduzem significativamente a dureza, por exemplo, fósforo e enxofre em aços. Tratamento térmico O tratamento térmico pode afetar acentuadamente a tenacidade à fratura de um material. Assim, por exemplo, a tenacidade do aço é marcadamente afetada por mudanças na temperatura de revenimento. Condições de serviço Condições de serviço como temperatura, ambiente corrosivo e cargas flutuantes podem afetar a tenacidade à fratura. Falha devido à fadiga A fadiga do metal é causada pelo ciclo repetido da carga. É um dano localizado progressivo decorrente de tensões e esforços flutuantes no material. Fissuras por fadiga de metal iniciam e se propagam em regiões onde a tensão é mais severa. O processo de fadiga consiste em três etapas: 1) formação inicial de trinca, 2) crescimento progressivo de trinca na peça, 3) fratura final, mas súbita, da seção transversal restante. 19 FUNDAMENTOS DA MECÂNICA │ UNIDADE I Prevenção de falhas por fadiga O método mais eficaz de melhorar o desempenho de fadiga é o aprimoramento no projeto. As seguintes diretrizes de projeto são eficazes no controle ou prevenção de falhas por fadiga: » Eliminação ou redução dos levantadores de estresse, simplificando a peça ou o componente; » Evitação de rasgos superficiais agudos resultantes de perfuração, estampagem, corte ou outros processos; » Evitação do desenvolvimento de descontinuidades superficiais durante o processamento; » Redução ou eliminação das tensões residuais de tração causadas pela fabricação; » Melhora dos detalhes dos procedimentos de fabricação e fixação. Falha devido à fluência A fluência ocorre sob certa carga submetida à temperatura elevada, normalmente acima de 40% da temperatura de fusão do material. Caldeiras, motores de turbina a gás e fornos são alguns dos exemplos em que os componentes experimentam fenômenos de fluência. Uma compreensão do comportamento dos materiais a altas temperaturas durante um período de tempo é benéfica na avaliação das falhas do componente devido à fluência. Falhas envolvendo fluência são geralmente fáceis de identificar por causa da deformação que ocorre. Falhas podem parecer dúcteis ou frágeis devido à fluência. O craqueamento pode ser transgranular ou intergranular, se o teste de fluência for feito a uma temperatura e carga constantes, os componentes reais podem sofrer danos ou falhas em várias temperaturas e condições de carga. Conceito de tensão e seus tipos Como se sabe, o principal problema da engenharia que estuda a mecânica do material é a investigação da resistência interna do corpo, ou seja, a natureza das forças estabelecidas dentro de um corpo para equilibrar o efeito de forças aplicadas externamente. As forças aplicadas externamente são denominadas cargas. Essas forças aplicadas externamente podem ocorrer por qualquer um dos motivos a seguir. I. Condições de serviço. 20 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA II. Ambiente em que o componente funciona. III. Contato com outros membros. IV. Pressões de fluidos. V. Forças de gravidade ou inércia. Como se sabe, na mecânica de sólidos deformáveis, as forças aplicadas externamente atuam em um corpo, e o corpo sofre uma deformação. Do ponto de vista do equilíbrio, esta ação deve ser oposta ou reagida por forças internas que são estabelecidas dentro das partículas de material devido à coesão. Essas forças internas dão origem a um conceito de tensão. Portanto, vamos definir o termo tensão. Vamos considerar uma barra retangular de alguma área transversal e submetida a alguma carga ou força (em Newtons). Figura 1. Barra retangular submetida a alguma carga ou força. P (ou F) N P (ou F) N Fonte: o autora. Suponhamos que a mesma barra retangular é cortada em duas metades na seção XX. Cada porção dessa barra retangular está em equilíbrio sob a ação da carga P, e as forças internas atuando na seção XX foram mostradas. Figura 2. Forças internas atuando na seção XX. Fonte: a autora. 21 FUNDAMENTOS DA MECÂNICA │ UNIDADE I Agora a tensão é definida como a intensidade da força ou força por unidade de área. Aqui utiliza-se um símbolo σ para representar o estresse. = P A σ Onde A é a área da seção X Aqui estamos usando uma suposição de que a força total ou carga total transportada pela barra retangular é uniformemente distribuída sobre sua seção transversal. Mas as distribuições de tensão podem ser uniformes, com regiões locais de alta tensão conhecidas como concentrações de tensão. Se a força carregada por um componente não é uniformemente distribuída sobre sua área de seção transversal, A, devemos considerar uma pequena área, ‘dA’ que transporta uma pequena carga dP, da força total ‘P’, Então a definição de tensão é = P A δσ δ Como uma tensão em particular geralmente só é válida em um ponto, é definida matematicamente como: 0 lim → = A P Aδ δσ δ Tipos de tensão Há somente dois tipos de tensões básicas: (1) tensão normal e (2) tensão de cisalhamento. Outras tensões são semelhantes a estas tensões básicas ou são uma combinação destas. E tensão de flexão é uma combinação de tensões de tração, compressão e cisalhamento. O estresse de torção, como encontrado na torção de um eixo, é uma tensão de cisalhamento. Vamos definir as tensões normais e as tensões de cisalhamento nas seções seguintes. Tensões normais: definimos a tensão como força por unidade de área. Se as tensões são normais para as áreas envolvidas, então elas são denominadas como tensões normais. As tensões normais são geralmente denotadas pela letra grega (σ). 22 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA Figura 3. Tensão normal. Área Fonte: a autora. Isso também é conhecido como estado uniaxial de tensão, porque as tensões atuam apenas em uma direção, no entanto, tal estado raramente existe, logo, temos tensões biaxiais e triaxiais, em que ambas as tensões normais mutuamente perpendiculares atuam ou três tensões normais mutuamente perpendiculares atuam conforme mostrado nas figuras que se seguem: Figura 4. Tensões bi e triaxiais. Tensõs biaxiais Tensões triaxiais Fonte: a autora. a. Tensões de tração ou compressão: As tensões normaispodem ser de tração ou de compressão, quer as tensões atuem fora da área ou na área. 23 FUNDAMENTOS DA MECÂNICA │ UNIDADE I Figura 5. Tensões de tração e compressão. Tensão de tração Tensão de compressão Fonte: Próprio autora. b. Tensões de cisalhamento: Consideremos agora a situação em que a área da seção transversal de um bloco de material está sujeita a uma distribuição de forças paralelas, e não normais, à área em questão. Tais forças estão associadas a um cisalhamento do material e são referidas como forças de cisalhamento. A força resultante interistes é conhecida como tensão de cisalhamento. Figura 6. Tensão cisalhante. Força atuando paralelamente à área Fonte: a autora. As intensidades de força resultantes são conhecidas como tensões de cisalhamento, sendo a tensão de cisalhamento média igual a: = P A τ Onde P é a força total e A é a área sobre a qual ela atua. 24 UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DA MECÂNICA Como sabemos que a tensão em particular geralmente só é válida em um ponto, podemos definir a tensão de cisalhamento em um ponto como: 0 lim → = A P Aδ δτ δ O símbolo grego τ (tau), sugerindo tangencial, é usado para denotar tensão de cisalhamento. No entanto, deve-se ter em mente que a tensão (tensão resultante) em qualquer ponto de um corpo é basicamente resolvida em dois componentes: um que opera em perpendicular e outro paralelo à área em questão, como é claramente definido na Figura 7. Figura 7. Tensões de cisalhamento. Falha de cisalhamento em rebites Junta de topo Junta sobreposta Cisalhamento duplo Junta simples Fonte: a autora. O cisalhamento único ocorre no plano único, e a área de cisalhamento é a seção transversal do rebitado, enquanto o cisalhamento duplo ocorre no caso de juntas de rebordo, e a área de cisalhamento é o dobro da área da seção X do rebatedor. 25 UNIDADE IIFUNDAMENTOS DA METALURGIA CAPÍTULO 1 Deformação plástica de monocristais Conceitos de geometria dos cristais Célula unitária Um cristal é uma matriz de átomos agrupada em um padrão regular. Uma célula unitária de um padrão é uma parte do padrão que, quando repetida através do espaço sem rotação ou sem lacunas ou sobreposições, o reconstrói para o infinito. Para preencher o espaço sem furos, uma célula unitária deve ser um paralelogramo (em 2D) ou um paralelepípedo (em 3D). As simetrias de um padrão determinam a forma da célula unitária. Por exemplo, a simetria do espelho requer uma célula unitária retangular (em 2D) ou tetragonal (em 3D). Existe um número infinito de células unitárias possíveis para qualquer padrão (por exemplo, dada célula unitária para gerar uma família de células unitárias por duplicares repetidas de tamanho). Por costume, a célula unitária é escolhida para ser a menor que revela a característica de geometria especial da simetria. Assim, embora um paralelogramo oblíquo possa ser usado para um padrão com simetria de 4 vezes em 2D, é preferível um quadrado. Quando uma célula unitária é traduzida para preencher todo o espaço 2D ou 3D, os vértices de todas as células no espaço preenchido constituem a rede. A rede é uma matriz infinita de pontos espaçados regularmente. Todos os pontos da rede têm “ambientes” idênticos – a visão de cada ponto da rede é idêntica à de qualquer outro ponto da rede. As posições absolutas dos pontos de rede e, portanto, da célula unitária, são arbitrárias em relação a um padrão. 26 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA Nem todos os pontos de rede precisam corresponder aos vértices da célula unitária. Células unitárias primitivas usam cada ponto da rede como um vértice de célula unitária. Células unitárias não primitivas, no entanto, contêm pontos de rede extra não nos cantos. A célula unitária primitiva contém exatamente um ponto de rede. Por exemplo, em 2D, cada célula unitária primitiva une quatro pontos de rede, cada um dos quais conta para ¼, porque cada ponto de rede é compartilhado entre quatro células unitárias. Em 2D, a célula unitária não primitiva tem um ponto de rede adicional exatamente centralizado dentro dela e é chamado de célula unitária não primitiva centrada no corpo. Em 3D, as células não primitivas são de três tipos: centralizado na extremidade: um ponto de rede extra é centrado em cada uma das duas faces opostas da célula centrada na face: um ponto de rede extra é centrado em todas as faces da célula centrada no corpo: um ponto de rede extra é centrado no meio exato da célula Embora as células unitárias primitivas sejam mais simples que as células unitárias nãoprimitivas, a célula unitária não primitiva é preferida quando sua geometria é mais favorável (mais simples). Por exemplo, uma célula retangular não primitiva seria escolhida sobre uma célula primitiva romboide. Em geral, a célula unitária usada é a menor, com a geometria mais regular. Parâmetros da malha e da célula da unidade Uma rede pode ser especificada por dois vetores não coincidentes em 2D e por três vetores não coplanares em 3D. Os vetores ficam ao longo das bordas da célula unitária e são rotulados a, b e (em 3D) c. A magnitude dos vetores é dada pelas dimensões da célula unitária no cristal real em estudo. As faces da célula unitária são rotuladas da seguinte forma: » A: arestas definidas pelos vetores de rede b e c; » B: arestas definidas pelos vetores de rede a e c; » C: arestas definidas pelos vetores de rede a e b. Da mesma forma, os ângulos interfaciais da célula unitária são definidos como: » alfa: ângulo entre as arestas b e c; » beta: ângulo entre as arestas a e c; » gama: ângulo entre as arestas a e b. 27 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II As 14 rede de Bravais As redes podem ser classificadas em “sistemas”, cada sistema caracteriza-se pela forma de sua célula unitária associada. Em três dimensões, as redes são categorizadas em sete “sistemas” de treliça de cristal. Em vários deles, podem ser definidas redes que suportam células unitárias não primitivas. O esquema de classificação produz um total de 14 redes possíveis (chamadas redes de Bravais). Defeitos da rede As redes cristalinas que se conhecem representam um sistema idealizado e simplificado que pode ser usado para entender muitos dos princípios importantes que governam o comportamento dos sólidos. Em contraste, os cristais reais contêm um grande número de defeitos (tipicamente mais de 104 por miligrama), variando de quantidades variáveis de impurezas a átomos ou íons ausentes ou perdidos. Esses defeitos ocorrem por três razões principais: a. É impossível obter qualquer substância na forma 100% pura. Algumas impurezas estão sempre presentes; b. Mesmo se uma substância fosse 100% pura, formar um cristal perfeito exigiria o resfriamento da fase líquida infinitamente lento para permitir que todos os átomos, íons ou moléculas encontrassem suas posições corretas. Resfriamento em taxas mais realistas geralmente resulta em um ou mais componentes sendo aprisionados no local “errado” em uma rede ou em áreas onde duas redes que cresceram separadamente se cruzam; c. A aplicação de uma tensão externa a um cristal, como um golpe de martelo, pode fazer com que regiões microscópicas da estrutura se movam em relação ao restante, resultando em um alinhamento imperfeito. Aqui será discutido como os defeitos determinam algumas das propriedades dos sólidos. Inicia-se com sólidos que consistem em átomos neutros, especificamente metais, e depois transformamos em compostos iônicos. Defeitos em metais Os metais podem ter vários tipos de defeitos. Um defeito pontual é qualquer defeito que envolve apenas uma única partícula ou, às vezes, um conjunto muito pequeno de pontos. Um defeito de linha é restrito a uma fila de pontos de rede, e um defeito plano envolve um plano inteiro de pontos de rede em um cristal. A vacância ocorre quando 28 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA um átomo está ausente do arranjo cristalino normal. Aqui serão vistos, principalmente, os defeitospontuais e planos, porque eles são encontrados com mais frequência. Impurezas As impurezas podem ser classificadas como intersticiais ou substitucionais. Uma impureza intersticial é geralmente um átomo menor (normalmente cerca de 45% menor que o hospedeiro) que pode se encaixar nos orifícios octaédricos ou tetraédricos na estrutura metálica. Os aços consistem em ferro com átomos de carbono adicionados como impurezas intersticiais. A inclusão de um ou mais metais de transição ou semimetais pode melhorar a resistência à corrosão do aço. Em contraste, uma impureza substitucional é um átomo diferente, aproximadamente do mesmo tamanho, que simplesmente substitui um dos átomos que compõem a rede hospedeira. As impurezas substitutivas são geralmente quimicamente similares à substância que constitui a maior parte da amostra e, geralmente, têm raios atômicos que estão dentro de aproximadamente 15% do raio do hospedeiro. Por exemplo, o estrôncio e o cálcio são quimicamente similares e têm raios semelhantes e, como resultado, o estrôncio é uma impureza comum no cálcio cristalino, com os átomos de estrôncio (Sr) ocupando aleatoriamente os locais normalmente ocupados pelo cálcio. A deformação ocorre quando um deslocamento se move por meio de um cristal. Para ilustrar o processo, suponha que você tenha um tapete pesado que esteja a poucos centímetros de distância do centro de um bloco antiderrapante. Para mover o tapete para o seu devido lugar, você poderia pegar uma extremidade e se o tapete que acabamos de descrever tiveruma segunda ruga em um ângulo diferente, é muito difícil mover a primeira em que as duas rugas se cruzam. Esse processo é chamado de pinagem. Da mesma forma, deslocamentos cruzados em um sólido impedem que eles se movam, aumentando, assim, a resistência mecânica do material. De fato, um dos principais objetivos da ciência dos materiais é encontrar maneiras de fixar os deslocamentos para endurecer um material. A fixação também pode ser conseguida introduzindo impurezas selecionadas em quantidades apropriadas. Impurezas substitucionais que são incompatíveis em tamanho com o host impedem que as luxações migrem suavemente ao longo de um plano. Geralmente, quanto maior a concentração de impurezas, mais eficazmente elas bloqueiam a migração e mais forte é o material. Por exemplo, o bronze, que contém cerca de 20% de estanho e 80% de cobre em massa, produz uma arma muito mais dura e mais afiada do que o estanho puro ou o cobre puro. Da mesma forma, ouro puro é muito mole para fazer joias duráveis, então, a maioria das joias de ouro contém 75% 29 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II (18 quilates) ou 58% (14 quilates) de ouro em massa, sendo o restante de cobre, prata ou ambos. Se uma impureza intersticial forma ligações covalentes polares com os átomos do hospedeiro, as camadas são impedidas de deslizar umas para as outras, mesmo quando apenas uma pequena quantidade da impureza está presente. Por exemplo, como o ferro forma ligações covalentes polares com o carbono, os aços mais fortes precisam conter apenas 1% de carbono em massa para aumentar substancialmente sua resistência. A maioria dos materiais é policristalina, o que significa que eles consistem em muitos cristais individuais microscópicos chamados grãos, que são orientados aleatoriamente em relação um ao outro. O local onde dois grãos se cruzam é chamado de limite de grãos. O movimento de uma deformação através de um sólido tende a parar em um limite de grão. Consequentemente, controlar o tamanho do grão em sólidos é crítico para obter propriedades mecânicas desejáveis; os materiais de grão fino são geralmente muito mais fortes que os de granulação grossa. Devido à grande área de contato entre o tapete e o bloco, eles provavelmente mover-se-ão como uma unidade. Alternativamente, você poderia pegar o tapete e tentar colocá-lo de volta exatamente onde você quer, mas isso requer um grande esforço. Uma solução mais fácil é criar uma pequena ruga em uma das extremidades do tapete (um deslocamento de aresta) e gradualmente empurrar a dobra, resultando em um movimento líquido do tapete como um todo. Mover a ruga requer apenas uma pequena quantidade de energia, porque apenas uma pequena parte do tapete está realmente se movendo a qualquer momento. Da mesma forma, em um sólido, os contatos entre as camadas são quebrados em apenas um lugar de cada vez, o que facilita o processo de deformação. O endurecimento do trabalho é a introdução de uma densa rede de deslocamentos ao longo de um sólido, o que o torna muito duro e difícil. Se todos os defeitos de uma única amostra de 1 cm3 de um material endurecido pelo trabalho fossem colocados de ponta a ponta, o seu comprimento total poderia ser de 106 km! As lendárias lâminas dos ferreiros japoneses e mouros deviam grande parte de sua força ao trabalho repetido de endurecimento do aço. À medida que a densidade de defeitos aumenta, no entanto, o metal se torna mais frágil (menos maleável). Por exemplo, dobrar um clipe de papel para frente e para trás várias vezes aumenta a fragilidade do endurecimento do trabalho e faz com que o fio se quebre. Metal de memória O composto NiTi, popularmente conhecido como “memoria de forma” ou nitinol ilustra a importância das deformações. Se uma peça reta de fio de NiTi for enrolada em espiral, 30 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA ela permanecerá na forma de espiral indefinidamente, a menos que seja aquecida a 50°C – 60°C, ponto no qual ela será endireitada espontaneamente novamente. A química por trás da mudança de forma induzida pela temperatura é moderadamente complexa, mas, para nossos propósitos, é suficiente saber que o NiTi pode existir em duas fases sólidas diferentes. A fase de alta temperatura tem a estrutura de cloreto de césio cúbico, na qual um átomo de Ti é incorporado ao centro de um cubo de átomos de Ni (ou vice-versa). A fase de baixa temperatura tem uma estrutura relacionada, mas dobrada, na qual um dos ângulos da célula unitária não é mais de 90°C. Dobrar um objeto feito na fase de baixa temperatura (dobrada) cria defeitos que alteram o padrão de dobras dentro da estrutura. Se o objeto for aquecido a uma temperatura superior a 50°C, o material passa por uma transição para a fase cúbica de alta temperatura, fazendo com que o objeto retorne à sua forma original. A forma do objeto acima de 50°C é controlada por um conjunto complexo de defeitos e deslocamentos que pode ser relaxado ou alterado apenas pelo movimento térmico dos átomos. Metais com memória de forma têm muitas outras aplicações práticas, como o seu uso em molas sensíveis à temperatura que abrem e fecham válvulas nas transmissões automáticas de carros. Como o NiTi também pode passar por transições de fase induzidas por pressão ou tensão, ele é usado para fazer os fios para endireitar os dentes em aparelhos ortodônticos e em grampos cirúrgicos que mudam de formato à temperatura do corpo para manter os ossos quebrados juntos. Outra liga flexível e resistente à fadiga, composta de titânio e níquel, é a Flexon. Originalmente descoberta por metalúrgicos que criavam ligas à base de titânio para uso em proteções térmicas de mísseis, a Flexon agora é usada como uma estrutura para óculos durável e resistente à corrosão, entre outros usos. Defeitos pontuais Um defeito de ponto perturba o padrão de cristal em um local isolado. É útil distinguir defeitos intrínsecos, que podem aparecer em um material puro, de defeitos extrínsecos, causados por átomos de soluto ou impurezas. Defeitos intrínsecos Um defeito intrínseco é formado quando um átomo está ausente de uma posição que deveria ser preenchida no cristal, criando uma vaga, ou quando um átomo ocupa 31 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II um sítio intersticial, onde normalmente nenhum átomo aparecia, causando uma intersticialidade. Como os locais intersticiais, na maioria dos sólidos cristalinos, são pequenos (ou têm uma configuraçãode ligação desfavorável, por exemplo, na rede de diamante), as intersticialidades são defeitos de alta energia relativamente incomuns. Vagas, por outro lado, estão presentes em uma concentração significativa em todos os materiais cristalinos. Seu efeito mais pronunciado é governar a migração de átomos na rede cristalina (difusão no estado sólido). Para que um átomo se mova facilmente de um local de rede cristalina para outro local de destino, ele deve estar vazio. Como veremos, a taxa de difusão na rede cristalina é amplamente governada pela concentração de vagas. Os compostos pedidos podem ter defeitos intrínsecos mais complexos. Na maioria dos compostos, as diferentes espécies são carregadas em pelo menos algum grau. Um defeito intrínseco destrói o equilíbrio de carga local, que deve ser restaurado de alguma forma. Defeitos extrínsecos Os defeitos pontuais extrínsecos são átomos estranhos, que são chamados de solutos se forem intencionalmente adicionados ao material, e são chamados de impurezas, se não forem. O átomo estrangeiro pode ocupar um sítio de treliça, caso em que é chamado de soluto substitucional (ou impureza), ou pode preencher um sítio intersticial, caso em que é chamado de soluto intersticial. Como os locais intersticiais são relativamente pequenos, o tipo do soluto é largamente determinado pelo seu tamanho. Átomos pequenos, como hidrogênio, carbono e nitrogênio são frequentemente encontrados em locais intersticiais. Átomos maiores são geralmente substitucionais. Defeitos pontuais extrínsecos afetam quase todas as propriedades de engenharia, mas são particularmente importantes em cristais semicondutores, onde defeitos extrínsecos são usados para controlar propriedades elétricas e em metais e ligas estruturais, onde defeitos extrínsecos são adicionados para aumentar a resistência mecânica. Embora essas propriedades sejam discutidas posteriormente no curso, talvez seja útil identificar as características dos defeitos pontuais que os afetam. Defeitos em cristais iônicos e moleculares Todos os defeitos e impurezas descritos para metais são vistos em compostos iônicos e moleculares também. Como os compostos iônicos contêm tanto cátions quanto ânions, 32 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA em vez de apenas átomos neutros, eles exibem tipos adicionais de defeitos que não são possíveis em metais. Figura 8. Defeitos pontuais. Átomo intersticial Vacância Impureza substitucional Impureza Intersticial Defeito Frenkel Fonte: Stwart, 2002. A variante mais direta é uma impureza substitucional na qual um cátion ou um ânion é substituído por outro de carga e tamanho similares. Por exemplo, Br- substitui Cl−, então, pequenas quantidades de Br- estão geralmente presentes em um sal cloreto, como CaCl2 ou BaCl2. Se a impureza substitucional e o hospedeiro têm cargas diferentes, a situação se torna mais complicada. Suponha, por exemplo, que Sr2 + (raio iônico = 118 pm) substitui K + (raio iônico = 138 pm) em KCl. Como os íons são aproximadamente do mesmo tamanho, Sr2 + deve encaixar-se perfeitamente na estrutura cúbica (KC) centrada na face (FCC). A diferença no comando, no entanto, deve ser compensada de alguma forma para que a neutralidade elétrica seja preservada. A maneira mais simples é que um segundo íon K+ seja perdido em outro lugar no cristal, produzindo uma vaga. Assim, a substituição de K+ por Sr2+ em KCl resulta na introdução de dois defeitos: um sítio no qual um íon Sr2 + ocupa uma posição K+ e um sítio de cátion vazio. Impurezas substitutivas cujas cargas não coincidem com as do hospedeiro são frequentemente introduzidas intencionalmente para produzir compostos com propriedades específicas. Praticamente todas as gemas coloridas usadas em joias são decorrentes de impurezas substitucionais em estruturas simples de óxido. Por exemplo, α-Al2O3, um sólido branco duro chamado corindo, que é usado como abrasivo em lixa fina, é o principal componente, ou matriz, de uma grande variedade de gemas. Como muitos íons de metais de transição trivalentes possuem raios iônicos apenas um pouco maiores que o 33 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II raio de Al3+ (raio iônico = 53,5 h), eles podem substituir o Al3+ nos buracos octaédricos da rede de óxido. Substituir pequenas quantidades de íons Cr3+ (raio iônico = 75 pm) por Al3+ dá a cor vermelha intensa do rubi, e uma mistura de impurezas (Fe2+, Fe3+ e Ti4+) dá o azul profundo da safira. A verdadeira ametista contém pequenas quantidades de Fe3+ em uma matriz de SiO2 (quartzo). O mesmo íon metálico substituído em diferentes redes minerais pode produzir cores muito diferentes. Por exemplo, os íons Fe+3 são responsáveis pela cor amarela do topázio e pela cor violeta da ametista. Os ambientes distintos causam diferenças em energias orbitais, permitindo que os íons Fe3+ absorvam a luz de diferentes frequências. Impurezas substitutivas também são observadas em cristais moleculares, se a estrutura da impureza for semelhante ao hospedeiro, e podem ter efeitos importantes nas propriedades do cristal. O antraceno puro, por exemplo, é um condutor elétrico, mas a transferência de elétrons pela molécula é muito mais lenta mesmo se o cristal de antraceno contiver quantidades muito pequenas de tetraceno, apesar de suas fortes semelhanças estruturais. Se um cátion ou um ânion simplesmente estão faltando, deixando um local vago em um cristal iônico, então, para que o cristal seja eletricamente neutro, deve haver uma vacância correspondente ao íon com a carga oposta em algum lugar no cristal. Em compostos como o KCl, as cargas são iguais, mas opostas, portanto, uma vaga de ânion é suficiente para compensar cada vaga de cátion. Em compostos como o CaCl2, no entanto, dois sítios de Clonínio devem estar vagos para compensar cada cátion de Ca2+ ausente. Esses pares (ou conjuntos) de vagas são chamados de defeitos de Schottky e são particularmente comuns em haletos simples de metais alcalinos, como KCl. Muitos diodos de micro-ondas, que são dispositivos que permitem que uma corrente flua em uma única direção, são compostos de materiais com defeitos de Schottky. Ocasionalmente, um dos íons em uma rede iônica está simplesmente na posição errada. Um exemplo desse fenômeno, chamado de defeito de Frenkel, é um cátion que ocupa um buraco tetraédrico em vez de um buraco octaédrico na rede de ânions. Defeitos Frenkel são mais comuns em sais que possuem um ânion grande e um cátion relativamente pequeno. Para preservar a neutralidade elétrica, um dos locais de cátions normais, geralmente octaédricos, deve estar vazio. Os defeitos de Frenkel são particularmente comuns nos halogenetos de prata AgCl, AgBr e AgI, que combinam um cátion bastante pequeno (Ag+, raio iónico = 115 pm) com grandes ânions polarizáveis. Certos sais mais complexos com um segundo cátion além de Ag+ e Br- ou I- possuem tantos íons Ag+ em buracos tetraédricos que são bons condutores elétricos no estado sólido, por isso eles são chamados de eletrólitos sólidos. 34 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA Em resposta a uma tensão aplicada, os cátions em eletrólitos sólidos podem se difundir rapidamente pela rede através de orifícios octaédricos, criando defeitos de Frenkel à medida que os cátions migram. As baterias de sódio-enxofre usam um eletrólito sólido de Al2O3 com pequenas quantidades de Na2O sólido. Como o eletrólito não pode vazar, ele não pode causar corrosão, o que dá uma bateria que usa um eletrólito sólido uma vantagem significativa sobre um com um eletrólito líquido. Defeitos de interface Os cristais apresentam defeitos bidimensionais ou interfaciais que se estendem ao longo da estrutura, formando os defeitos de interface. Esse tipo de defeitos, na verdade, são contornos e servem pra dividir duas regiões no material que possuem diferentes estruturas cristalinas e/ou orientações cristalográficas. Podem ser: superfícies externas, contornos de grão, contornos de macla, falhasde empilhamento e contornos de fases. Superfícies externas Os átomos da superfície não estão ligados ao número máximo de vizinhos mais próximos, ou seja, possuem ligações químicas insatisfeitas. Em virtude disto, estão em um estado de energia mais elevado do que os átomos nas posições interiores, com menor número de coordenação. As ligações desses átomos da superfície que não estão completadas dão origem a uma energia de superfície ou energia interfacial (J/m2 ou erg/cm2). O estado de menor energia é sempre o mais desejado, para conseguir reduzir esta energia, os materiais tendem a minimizar a área total da superfície, caso isso seja possível. Contornos de grão Os contornos de grão são defeitos interfaciais, em materiais policristalinos, que separam grãos (cristais), da mesma fase, com diferentes orientações. O contorno de grão ancora o movimento das discordâncias, pois constitui um obstáculo para a sua passagem. A passagem de uma discordância por meio do contorno de grão requer energia, a energia interfacial total é menor em materiais com grãos maiores ou grosseiros do que em materiais com grão finos, uma vez que existe menos área de contorno total nos grãos grandes. 35 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II Figura 9. A. Superfície externa; B. Contornos de macla; C. Contornos de grão; D e E. Falhas de empilhamento; F Micrografia perlita. Fonte: USP, 2005. Contornos de macla Um contorno de macla é um tipo especial de contorno de grão no qual existe uma simetria especular, ou seja, os átomos de um lado do contorno estão localizados em uma posição refletida do outro lado. A região de material entre os contornos é chamada macla. A maclação ocorre em planos cristalográficos definidos e direções cristalográficas específicas, que são dependentes da estrutura cristalina. As maclas são resultantes de deslocamentos atômicos produzidos por tensões de cisalhamento (maclas de deformação) ou durante tratamento térmico de recozimento (maclas de recozimento). Maclas de recozimento são encontradas em metais com estrutura cúbica de face centrada (CFC), e as de deformação ou mecânicas são observáveis em metais com estruturas cúbica de corpo centrado (CCC) e hexagonal compacta (HC). Falhas de empilhamento As falhas de empilhamento ocorrem nos materiais quando há uma interrupção na sequência de empilhamento ABCABCABC dos planos compactos, encontrada em metais CFC. Elas são geradas durante a deformação plástica e influenciam de forma marcante as características mecânicas dos materiais metálicos. Um metal CFC terá mais ou menos falhas de empilhamento de acordo com a sua energia de falha de empilhamento (E.F.E.), um parâmetro sensível à composição química. A E.F.E. é uma tensão superficial que age no sentido de recombinar as parciais e eliminar as falhas. Mas também existe, em outro sentido, a força de repulsão entre as duas parciais. Metais com baixa EFE desenvolvem grandes e numerosas falhas de empilhamento no encruamento e têm características mecânicas diferentes os metais com alta EFE. 36 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA Contornos de fases Os contornos de fase existem em materiais com múltiplas fases, por meio dos quais há uma mudança repentina nas características físicas e/ou químicas. Eles são as fronteiras que separam fases dessas estruturas. Defeitos volumétricos Os materiais podem apresentar alguns tipos de defeitos em escalas muito maiores do que os defeitos de linha ou de superfície. Esses defeitos são normalmente adquiridos durante o processo de fabricação e podem afetar de maneira drástica as propriedades dos produtos. São eles os precipitados, poros e trincas. Os precipitados são divididos em dois tipos: partículas de segunda fase e inclusões. Partículas de segunda fase têm origem na imiscibilidade, isto é, quando se adicionam átomos que ou são insolúveis ou estão em quantidades acima do limite de solubilidade do material que constitui o solvente. Os poros são ausência de material, eles podem ser vistos como um aglomerado de vazio que ocorrem com frequência nos componentes fundidos e são «parte» dos materiais e/ou componentes obtidos pela metalurgia do pó. Os poros são defeitos decorrentes da presença ou formação de gases e/ou da contração durante a solidificação, por isso são denominados defeitos de solidificação. As porosidades são heterogeneidades físicas, contrações da solidificação que podem ser macroporosidades e microporosidades. As inclusões são impurezas estranhas que podem modificar substancialmente as propriedades elétricas, mecânicas e ópticas dos materiais. 37 CAPÍTULO 2 Teorias da discordância Discordâncias são defeitos lineares, eles são linhas que atravessamo cristal ao longo do qual o registro cristalográfico é perdido. O seu papel principal na microestrutura é controlar o limite de elasticidade e subsequente deformação plástica de sólidos cristalinos a temperaturas normais. Deslocamentos também participam no crescimento de cristais e nas estruturas de interfaces entre cristais. Eles atuam como defeitos elétricos em materiais ópticos e semicondutores, nos quais são quase sempre indesejáveis. O conceito de discordância em sólido foi introduzido por Volterra no século XIX. No entanto, não foi até mais tarde que a sua relevância para a deformação dos cristais foi reconhecida; a noção de uma luxação como veículo de deformação plástica só apareceu em 1934. Desde a década de 1950, foi possível observar e estudar deslocamentos diretamente, utilizando técnicas como a microscopia eletrônica de transmissão e a topografia de raios X. Enquanto as discordâncias influenciam muitos aspectos do comportamento físico, elas são estudadas quase que exclusivamente na Ciência dos Materiais. A maioria de vocês está encontrando o conceito de um deslocamento pela primeira vez. A discordância de aresta A maneira mais simples de entender a ideia de um deslocamento é imaginar como você pode criar um. Começamos por fazer um deslocamento de borda, que é o tipo mais fácil de deslocamento para se visualizar em um cristal, e seguir a receita estabelecida por Volterra. Considere o corpo sólido que é desenhado na Figura 10A. Para o presente propósito, não importa se o corpo é cristalino, pode ser mais fácil imaginar que é borracha. Para criar uma discordância de aresta nesse corpo, primeiro fazemos um corte plano, como ilustrado pela região sombreada na figura 10A. Em seguida, fixamos a parte do corpo abaixo do corte e aplicamos força ao corpo acima do corte, que tende a deslocá-lo na direção do corte, conforme ilustrado na Figura 10B. A parte superior das lâminasdesliza sobre a parte inferior pela distância, que é o deslocamento relativo dos dois lábios do corte. O plano do corte, onde ocorre o deslizamento, é chamado de plano de deslizamento. O corte é finito e restrito em seu final, então o material se acumula lá. O fim do corte, ou equivalentemente, o limite da região planar do deslizamento, é 38 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA uma descontinuidade linear no material. A situação após o deslizamento é mostrada na Figura 10B. Figura 10. A: A parte superior do corpo foi escorregada pelo vetor b sobre a área sombreada. B: A linha terminal é uma descontinuidade marcado pela linha pesada. C: Deslocação isolada da borda após a superfície de corte ter sido reunida. D: Estado final do corpo depois de uma luxação da borda com Burgers ‘o vetor b cruzou todo o plano de deslizamento mostrado. E: A figura (b) é obtida de (a) por um simples cisalhamento do topo o fundo. A figura (c) mostra como o mesmo cisalhamento pode ser causado por uma luxação da borda. Fonte: Morris Jr, 2013. A Figura 10D ilustra a conexão entre o movimento de uma discordância (neste caso, uma discordância de aresta) e a deformação plástica ou permanente de um material. Como discutiremos com mais detalhes quando considerarmos as propriedades mecânicas dos materiais, a deformação plástica altera a forma deum corpo sem alterar seu volume, uma vez que o número total de átomos e a estrutura cristalina permanecem os mesmos. Uma mudança na forma que ocorre em volume constante sempre pode ser representada geometricamente como a soma de deformações elementares de um tipo conhecido como cisalhamento simples. Um simples cisalhamento é o tipo de deformação que deforma um cubo em um paralelogramo. Ele altera os ângulos entre as direções inicialmente perpendiculares no cubo. O cisalhamento devido à passagem de uma discordância de aresta é ilustrado na Figura 10E, enquanto o deslocamento traduz o topo do cristal rigidamente sobre o fundo para criar um passo discreto, o 39 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II vetor de Burgers tem dimensões atômicas, então, o passo é invisível. A deformação macroscópica é a soma do deslize causado por muitas luxações. Discordância de aresta em um cristal cúbico simples O procedimento usado para criar a discordância de aresta que aparece na Figura 10D não faz referência à estrutura do sólido e pode ser usado para formar uma discordância de aresta em qualquer material. Entretanto, quando o material é cristalino, o padrão ordenado de átomos restringe os valores que o vetor Burgers, b, pode ter. A restrição é introduzida pela etapa de soldagem que é usada para alterar a configuração mostrada na Figura 10B para a da Figura 10C. A soldagem deve ser perfeita de tal forma que é impossível dizer que as duas superfícies foram separadas. Se o sólido é cristalino, isso só pode ser verdade se a estrutura do cristal for contínua através do plano de deslizamento após a soldagem ser feita. Segue-se que o deslocamento relativo por meio do plano de deslizamento deve ser igual a um vetor de rede para que os átomos possam se religar sem alterar suas configurações atômicas locais. Como o deslocamento relativo é igual ao vetor Burgers, b, do deslocamento, b deve ser um vetor reticulado. Se a discordância é uma discordância de aresta, b também deve ser perpendicular à linha de deslocamento. A geometria de um discordância de aresta é relativamente fácil de visualizar quando o cristal tem uma estrutura cristalina cúbica simples. A configuração atômica ao redor da linha de deslocamento é mais complicada em estruturas cristalinas reais, mas não é necessário lidar com essa complexidade para entender o comportamento de deslocamentos no nível que precisaremos neste curso. Sempre que precisarmos considerar a cristalografia da discordância, assumiremos que a estrutura cristalina é simples cúbica. Uma discordância de aresta em uma estrutura cúbica simples é desenhada na Figura 11A, que mostra tanto uma visão bidimensional quanto uma seção tridimensional ao longo da linha de deslocamento. O deslocamento pode ser criado fazendo um corte no cristal no plano tracejado que termina na linha de deslocamento, deslocando o material acima do plano de corte para a esquerda do deslocamento por um espaçamento de treliça e permitindo que os átomos se liguem novamente ao plano de deslizamento. Esta receita recria a célula unitária cúbica simples em todos os lugares, exceto na própria linha de deslocamento (ignorando a pequena distorção elástica das células que margeiam a linha de deslocamento). Portanto, o vetor Burgers, b, do deslocamento que é desenhado na figura é b = a [100], onde a é um vetor ao longo da borda da célula unitária cúbica. 40 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA O processo que cria a discordância de aresta mostrada na Figura 11A deixa um semiplano vertical extra de átomos acima do plano de escorregamento. Este meio avião extra termina na linha de deslocamento e é comprimido lá, como mostrado na figura. A distorção na linha de deslocamento é local. O simples arranjo cúbico dos átomos é essencialmente restaurado a poucos espaçamentos de átomos da linha de deslocamento. A influência do deslocamento na configuração atômica decai rapidamente em um pequeno deslocamento que diminui em magnitude com o cubo inverso da distância da linha de deslocamento. A distorção local próxima à linha de deslocamento (ou núcleo de deslocamento) é indicada na figura 11. Em princípio, o vetor Burgers de um deslocamento de cristal pode ser qualquer vetor de rede, por exemplo, é geometricamente possível que uma luxação de borda seja a terminação de qualquer número inteiro de planos de treliça. Na realidade, no entanto, o vetor Burgers é quase invariavelmente igual ao vetor de rede mais curto no cristal. A razão é que a energia por unidade de comprimento da linha de discordância, que é chamada de energia da linha, ou, em um contexto ligeiramente diferente, a tensão da linha da luxação aumenta com o quadrado da magnitude de b, | b | 2. Deixe o vetor Burgers, b, ser a soma vetorial de vetores de reticulados menores, b = b1 + b2. A menos que b1 e b2 sejam perpendiculares, | (b1 + b2) | 2> | b1 | 2 + | b2 | 2, o deslocamento pode diminuir sua energia dividindo-se em duas ou mais deslocações que possuem vetores Burgers menores. Figura 11. A. Um discordância de aresta em uma estrutura cúbica simples. O plano pontilhado é o plano de deslizamento. B. Um circuito Burgers fecha em um plano {100} de um cristal cúbico, mas falha ao fechar pelo vetor Burgers, b, quando o circuito envolve uma discordância de aresta. C. Glide de uma discordância de aresta. Apenas uma única ligação deve ser quebrada por plano para cada incremento de deslizamento.D. Subida de uma discordância de aresta. O movimento para fora do plano requer a eliminação de átomos pelas vagas. O movimento para baixo requer a adição de átomos. Fonte: Morris Jr, 2013. 41 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II O circuito de Burgers Embora seja sempre possível encontrar o vetor Burgers, b, de um deslocamento determinando o escorregão que seria necessário para fazê-lo, isso é muitas vezes inconveniente. Um método mais simples usa uma construção geométrica conhecida como circuito Burgers. Para construir o circuito de Burgers, escolha uma direção para a linha de dilatação e desenhe um circuito fechado no sentido horário no cristal perfeito, seguindo os passos da unidade ao longo dos vetores de treliça. Um exemplo é desenhado para um plano {100} em um cristal cúbico simples na Figura 9B. Se o mesmo circuito é desenhado de modo a envolver um deslocamento, ele não fecha. O vetor (da posição inicial) que é necessário para completar o circuito é o vetor Burgers, b, do deslocamento, e mede o deslocamento da rede experimentado por um observador imaginário que completa um circuito em torno do deslocamento que seria fechado em um perfeito cristal. Movimento de uma discordância de aresta: deslize e escale A razão pela qual as deslocações controlam a deformação plástica dos sólidos cristalinos é que é relativamente fácil mover as deslocações para produzir deformação de cisalhamento. Seria extremamente difícil tosar um cristal forçando o deslizamento de planos rígidos de átomos um sobre o outro; seria necessário forçar a reconfiguração simultânea de cada ligação de cristal que cruzasse o plano de deslizamento. O mesmo resultado é mais facilmente alcançado movendo as deslocações passo a passo por meio do cristal. O movimento de deslocamento de passo requer uma força muito menor, uma vez que cada passo elementar pode ser realizado reconfigurando apenas as ligações que circundam a linha de deslocamento. O movimento em etapas de uma luxação de borda em um cristal cúbico simples é ilustrado na Figura 11C. Para que o deslocamento mova um espaçamento de treliça para a direita, é necessário apenas quebrar a ligação indicada pelo traço longo na Figura 11C.a e estabelecer a ligação indicada pelo traço curto. A nova configuração é mostrada na Figura 11C.b. É claro que uma ligação deve ser quebrada para cada plano por meio dos segmentos de deslocamento, portanto, uma força significativa ainda é necessária. Mas a força é pequena, comparada com a necessária para deslizar a parte superior do cristalcomo um corpo rígido. Se a discordância se move pelo cristal em uma sequência de passos individuais como a mostrada na Figura 11C, ela causa um deslize líquido do material acima do seu plano de movimento pelo vetor Burgers, b, e, portanto, causa um deslocamento rígido de toda a parte superior. parte do cristal. 42 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA O tipo de movimento ilustrado na Figura 11C é o deslocamento, que é relativamente fácil de realizar. No entanto, uma discordância de aresta não pode deslizar em uma direção arbitrária. Ela só pode deslizar em um plano particular, o plano de deslizamento ou plano de planeio, que contém tanto o vetor Burgers quanto a linha de deslocamento. Quando uma discordância de aresta se move para fora de seu plano, seu movimento é chamado de subida. A subida de um deslocamento é difícil a temperaturas normais, uma vez que requer que os átomos sejam absorvidos ou liberados do meio plano extra de átomos que define a linha de deslocamento. A subida de uma luxação da borda é ilustrada na Figura 11D. O mecanismo é um pouco diferente, dependendo se a discordância se move para cima, o que contrai o meio plano extra, ou para baixo, que o estende. Se o deslocamento subir, os átomos devem ser liberados da borda do meio plano extra. Como o número de átomos é conservado, isso requer a absorção de vagas da rede. Uma vaga é necessária por avião os segmentos de deslocamento. Se o deslocamento desce, deve adicionar átomos ao meio plano extra e só pode fazer isso liberando uma vaga por plano na matriz, como mostrado na Figura 11C.b. Ambos os processos são difíceis, exceto em altas temperaturas, quando a concentração de vagas no equilíbrio é alta e a troca de vagas e átomos é relativamente fácil, como veremos. Por causa da dificuldade de subir a temperaturas normais, a deformação plástica dos cristais reais tende a ocorrer pelo movimento de deslocamentos em planos bem definidos, que são os planos de deslizamento das deslocações ativas. Sob um microscópio, muitas vezes é possível ver passos discretos de deslizamento na superfície de um cristal que foi deformado. Estes resultam do deslizamento de muitos deslocamentos em planos paralelos e espaçados. Na alta temperatura, a subida torna-se possível, e os planos de deslizamento são menos bem definidos. Quando isso acontece, a força do cristal (sua resistência à deformação plástica) diminui drasticamente. Por esta razão, a maioria dos sólidos é relativamente macia a altas temperaturas. Deslocamentos de parafuso Nossa discussão até este ponto tratou apenas de discordância de aresta, isto é, deslocamentos em que o vetor Burgers é perpendicular à linha de deslocamento. Deslocamentos em cristais reais raramente têm um caráter de borda puro. Seus vetores Burgers estão em vários ângulos para suas direções de linha. No caso extremo, o vetor Burgers é paralelo à linha de deslocamento, que é a característica de uma luxação do parafuso. Uma luxação do parafuso é difícil de visualizar em um cristal, mas pode ser criada por um método sugerido por Volterra que se assemelha à maneira como a luxação 43 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II da borda foi formada. Uma luxação do parafuso do tipo geral de Volterra é mostrada na Figura 12. Figura 12. Um método para formar uma discordância de parafuso em um sólido. Fonte: Morris Jr, 2013. Para introduzir uma discordância do parafuso, cortamos a parte sólida na direção da sua largura, como mostra a Figura 12. Mas, em vez de deslocar o material acima do corte em direção à linha de deslocamento, nós o deslocamos por um vetor, b, que fica paralelo à linha de deslocamento, como mostrado na figura. A direção da força necessária para isso também é indicada. O material é então ressoldado de modo que seja contínuo pelo plano de deslizamento. A distorção residual é concentrada na linha de deslocamento, que então constitui um defeito linear isolado. Se o corpo mostrado na Figura 12 for cristalino, a superfície de corte é um plano de átomos. Para que o cristal seja contínuo pelo plano de escorregamento, depois que ele é reunido, o deslocamento, b, deve ser tal que esse plano de átomos se una continuamente em um plano cristalograficamente idêntico. Segue-se que um circuito fechado (circuito de Burgers), que envolve uma discordância de parafuso, não apenas falha em fechar, mas produz uma tradução de rede por b ao longo da linha de deslocamento, onde b é um vetor de rede. Um circuito que começa em um plano de átomos termina em outro a distância b abaixo. Continuando, o circuito provoca um deslocamento por b em cada revolução, sem que o circuito saia do plano atômico. O efeito de uma discordância de parafuso é unir um conjunto de planos de átomos paralelos, de modo que eles se tornem um plano único, como um que seria criado pela extensão de um plano para fora a partir do segmento de um parafuso. Daí o nome: discordância de parafuso. Como no caso de um deslocamento da borda, a energia da linha de um deslocamento do parafuso é proporcional ao quadrado do seu vetor Burgers, portanto, o vetor Burgers da discordância do parafuso é normalmente o menor vetor reticulado que é compatível com a direção de sua linha. 44 UNIDADE II │ FUNDAMENTOS DA METALURGIA Discordância de parafuso e deformação plástica Um discordância de parafuso difere de uma aresta não apenas em sua geometria, mas também na forma como realiza a deformação plástica. As diferenças qualitativas mais importantes dizem respeito à sua direção do movimento sob uma força aplicada e sua relativa liberdade de movimento. A Figura 12 sugere a conexão entre o movimento de escorregamento e deslocamento para uma discordância do parafuso. Como o deslocamento do parafuso é deslocado através da largura do corpo, o material acima do seu plano é deslizado na direção do vetor Burgers, portanto, ao longo do comprimento do corpo. Segue-se que a força longitudinal mostrada na figura atua para impulsionar a discordância do parafuso para os lados. Se uma discordância de parafuso é passada através da largura total do corpo, ela causa o cisalhamento, que é o mesmo causado pela passagem de uma luxação de borda equivalente através do comprimento. Em contraste com uma discordância de borda, uma luxação de parafuso pode deslizar em qualquer plano. Como o vetor Burgers fica paralelo à linha de discordância, ambos estão em qualquer plano que contém a linha de deslocamento, e a discordância do parafuso pode se mover em qualquer direção perpendicular à sua linha. Deslocamentos em materiais reais: deslocamentos mistos Deslocamentos em materiais reais são mais comumente nem aresta pura nem parafuso puro em seu caráter, mas são deslocamentos mistos cujos vetores Burgers estão em um ângulo intermediário à direção local da linha de discordância. Devido à maneira como eles interagem com outros elementos da microestrutura (que discutiremos mais adiante), as linhas de discordância são normalmente curvadas. Como o deslocamento limita a região que foi deslizada pelo vetor Burgers, b, o vetor Burgers é o mesmo em todos os pontos da linha de deslocamento. Daí o caráter de um deslocamento curvo muda continuamente ao longo de seu comprimento. Por esta razão, muitas vezes é mais útil pensar em um deslocamento como o limite de uma superfície sobre a qual o cristal escorregou, e não como um defeito com uma configuração atômica local específica. Este ponto é ilustrado pelo loop de deslocamento mostrado na Figura 13. Loops de discordância são características relativamente comuns das microestruturas das ligas estruturais. O loop mostrado na figura é criado por um processo equivalente a um deslizamento do cilindro de material acima do loop pelo vetor b. O loop de deslocamento é o limite da superfície em que ocorreu o deslizamento. O carácter do deslocamento muda continuamente ao redor do loop. O deslocamento tem caráter de aresta puro nas 45 FUNDAMENTOS DA METALURGIA │ UNIDADE II extremidades do laço
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