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©Shutterstock/Nelson Antoine Módulo 5 Geografia Espaços rurais, urbanos e industriais brasileiros Espaço geográfico industrial brasileiro Luciano Cardoso Oliveira Espaço geográfico industrial brasileiro O começo da industrialização no Brasil Economia cafeeira (segunda metade do século XIX) Geração e acúmulo do capital para a instalação e o funcionamento das primeiras indústrias. Na cidade de São Paulo (final do século XIX), várias indústrias, principalmente têxteis, passam a fazer parte da paisagem urbana. O impulso da industrialização ocorre a partir da década de 1930, com a crise do café. O capital das atividades agroexportadoras foi transferido e investido nas indústrias alimentícias e têxteis – eixo Rio de Janeiro e São Paulo, formação das primeiras metrópoles. Operários e operárias 2 diante de fábrica têxtil na cidade de São Paulo, durante uma greve, em 1917 ©Arquivo Edgar Leurenroth/Unicamp O processo de industrialização trouxe não apenas sinais de modernidade à paisagem brasileira do início do século XX, mas as contradições nas relações entre o capital e o trabalho, presentes no modelo econômico vigente. O texto a seguir informa que, mesmo décadas antes de as leis trabalhistas serem consolidadas no Brasil, trabalhadores, em sua maioria mulheres, aderiram ao que pode ter sido a primeira greve geral de operários no país. O investimento do Estado e a concentração industrial 5 Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Redução de produtos metálicos no mercado mundial. Brasil começa a implantação de sua indústria de base. 1942, governo de Getúlio Vargas: o país recebe financiamento dos Estados Unidos para investir na primeira indústria siderúrgica do país – a Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda – RJ. Período “Estado Novo” (1937-1945), governo de Getúlio Vargas: intenso investimento em diversos setores da indústria pesada. Intervenção do Estado na economia possibilitou a expansão das indústrias de bens intermediários e de bens de consumo, que se desenvolveram pelo fornecimento da matéria-prima produzida nas indústrias de base. Política governamental de implantação da indústria de base (1940-1960) Contribuiu para aumentar a concentração industrial na Região Sudeste. Região central da industrialização brasileira: compreende a área do triângulo formado por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Periferia industrial: regiões Sul e Nordeste. Enclaves industriais isolados Norte e Centro-Oeste. Modelo de industrialização: substituição das importações. Plano de Metas (governo Juscelino Kubitschek – 1956 a 1960): atraiu para o Brasil várias filiais de indústrias transnacionais dos setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis, com destaque para a automotiva. A economia de arquipélago é substituída pela integração territorial. 6 Desconcentração e concentração industrial Industrialização brasileira (a partir de 1960) Implantação de medidas para desenvolver regiões periféricas Incentivos fiscais Mercado consumidor promissor Mão de obra barata Pouca representatividade dos sindicatos 7 Obs: A hegemonia industrial na Região Sudeste continuava em destaque. O espaço industrial dos complexos regionais 8 Espaço industrial do Centro-Sul Mais desenvolvido economicamente – produz 78% do PIB do país. Concentra a maior parte das indústrias do país. Indústrias de alta tecnologia – amparadas pelo desenvolvimento de pesquisas científicas e por mão de obra especializada. Espaço industrial do Nordeste Estimulada por iniciativas governamentais, a industrialização do Nordeste representa uma forma de desconcentração industrial. O processo de industrialização se faz de forma concentrada, em torno das regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Fortaleza. Espaço industrial da Amazônia Maranhão e Pará: enclaves industriais metalúrgicos relacionados à extração de alumínio e de ferro da região; aglomerações industriais isoladas e desarticuladas do conjunto da economia da região. Zona Franca de Manaus (1967): o mais importante enclave industrial da Amazônia; área de livre comércio com isenção de taxas para importar máquinas e matérias-primas e para exportar produtos industrializados. A infraestrutura viária para a industrialização Crescimento da indústria automobilística: o transporte rodoviário foi priorizado pelo Estado. Transporte rodoviário é mais oneroso que sistemas ferroviários e hidroviários. Concentração do sistema viário no Centro-Sul. Baixa densidade de vias terrestres (rodoviária e ferroviária) na Amazônia. Atualmente, a malha ferroviária no país é de cerca de 30 000 km. A malha ferroviária no Sudeste e Sul do país apresenta um desenho voltado à exportação de mercadorias agrícolas, confluindo em direção aos portos. Trânsito de veículos na rodovia 9 Anchieta, próximo à entrada do porto de Santos, no estado de São Paulo. Foto de 2018 ©Shutterstock/Nelson Antoine Orientações metodológicas 1 O extrativismo do pau-brasil foi a primeira atividade econômica desenvolvida no Brasil na época da colonização. As primeiras cidades brasileiras surgiram ao longo do litoral. O cultivo da cana-de-açúcar, principalmente no Nordeste, foi extremamente lucrativo para os colonizadores portugueses. Mas as invasões holandesas comprometeram a atividade. A Região Amazônica atraiu os colonizadores que acabaram rompendo as linhas do Tratado de Tordesilhas. Lá, exploravam especiarias, temperos como urucum, cravo e canela, conhecidas como "Drogas do Sertão". 2 A busca por riquezas minerais, sobretudo o ouro, além da captura de índios para escravizar entre outros fatores, motivaram a entrada das ENTRADAS e das BANDEIRAS, que entraram no interior do território, promovendo a colonização e povoamento de muitas áreas além dos limites do Tratado de Tordesilhas. Diante da ineficácia do Tratado de Tordesilhas, portugueses e espanhóis firmaram um novo acordo que limitou as novas fronteiras entre suas colônias: foi o Tratado de Madrid, celebrado em 1750. 3 10 A construção de Brasília ocorreu durante o período que ficou conhecido como a modernização do Brasil, quando políticas de abertura econômica e incentivo à indústria foram adotadas pelo governo federal, que passou a construir as infraestruturas necessárias, como rodovias, usinas geradoras de energia, rede de comunicação, entre outras. Comente com a turma que o plano-piloto e o planejamento urbano de Brasília e das rodovias que cruzam o Distrito Federal, no que atualmente é chamado de rodoviarismo, foi uma opção feita pelo governo de incentivar a indústria automobilística em detrimento de outros meios de transporte.