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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia Disciplina: Geografia na Educação 2 Coordenador: Lincoln Tavares Silva Aluno(a): Patrícia da Silva Moraes Verdugo Matr.: 19212080414 1ª Questão – 3 pontos se pede na questão. UM PLANO PARA O RIO Revisão de regras urbanísticas prevê taxar novas construções, IPTU progressivo e muros baixos O debate sobre o que sociedade quer para a cidade do Rio nos próximos dez anos é longo e extenso. Em fase de audiências públicas nos bairros, convocadas pela Câmara Municipal, a revisão do Plano Diretor é um calhamaço: são 464 artigos e 26 anexos, com quad estabelecem o que pode ser construído na cidade, como e onde. Entre as propostas estão a taxação de novas construções, IPTU progressivo, padronização da legislação de bairros e muros baixos. Uma das novidades previstas é um instrumento já em larga escala, conhecido como outorga onerosa: para erguer empreendimentos com área acima de um índice padrão (equivalente ao tamanho do terreno), o incorporador tem que pagar uma “taxa”àprefeitura. Hoje, no Rio,o dispositivo arrecadação com a cobrança seja utilizada pela prefeitura, por exemplo, em habitação popular e melhoria alimenta uma polêmica em tradicionais: Urca, Botafogo e Santa prefeitura prevê uma espécie de padronização isso, alguns bairros deixarão de contar com regras específicas definidas por Projetos de Estruturação UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 3 – 2022.1 DATA LIMITE DE ENTREGA – 26/06ATÉ ÀS Disciplina: Geografia na Educação 2 Coordenador: Lincoln Tavares Silva Aluno(a): Patrícia da Silva Moraes Verdugo : 19212080414 Polo: São Pedro da Aldeia 3 pontos) Após as leituras, busque articular o texto ao que se pede na questão. UM PLANO PARA O RIO Revisão de regras urbanísticas prevê taxar novas construções, IPTU progressivo e muros baixos O debate sobre o que sociedade quer para a cidade do Rio nos próximos dez anos é longo e extenso. Em fase de audiências públicas nos bairros, convocadas pela Câmara Municipal, a revisão do Plano Diretor é um calhamaço: são 464 artigos e 26 anexos, com quadros e tabelas que estabelecem o que pode ser construído na cidade, como e onde. Entre as propostas estão a taxação de novas construções, IPTU progressivo, padronização da legislação de bairros e muros baixos. Uma das novidades previstas é um instrumento já adotado por São Paulo e outras grandes capitais, em larga escala, conhecido como outorga onerosa: para erguer empreendimentos com área acima de um índice padrão (equivalente ao tamanho do terreno), o incorporador tem que pagar uma “taxa”àprefeitura. dispositivo se limita à região central. A intenção arrecadação com a cobrança seja utilizada pela prefeitura, por exemplo, em melhoria da infraestrutura urbana. Outra discussão já alimenta uma polêmica em relação ao futuro de pelo menos Botafogo e Santa Teresa. Isso porque a proposta da prefeitura prevê uma espécie de padronização da legislação urbanística. Com isso, alguns bairros deixarão de contar com regras específicas definidas por Projetos de Estruturação Urbana (PEUs). O temor é que, sem regras UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO modalidade EAD 1 ATÉ ÀS 13h , busque articular o texto ao que Revisão de regras urbanísticas prevê taxar novas construções, O debate sobre o que sociedade quer para a cidade do Rio nos próximos dez anos é longo e extenso. Em fase de audiências públicas nos bairros, convocadas pela Câmara Municipal, a revisão do Plano Diretor é um ros e tabelas que estabelecem o que pode ser construído na cidade, como e onde. Entre as propostas estão a taxação de novas construções, IPTU progressivo, padronização da legislação de bairros e muros baixos. Uma das novidades adotado por São Paulo e outras grandes capitais, em larga escala, conhecido como outorga onerosa: para erguer empreendimentos com área acima de um índice padrão (equivalente ao tamanho do terreno), o incorporador tem que pagar uma “taxa”àprefeitura. intenção é que a arrecadação com a cobrança seja utilizada pela prefeitura, por exemplo, em urbana. Outra discussão já menos três bairros Isso porque a proposta da da legislação urbanística. Com isso, alguns bairros deixarão de contar com regras específicas definidas por Urbana (PEUs). O temor é que, sem regras específicas, bairros sejam descaracterizados com atividades comerciais em ruas residenciais. O secretário municipal de Planejamento Urbano, Washington Fajardo, nega que o fim dos PEUs afetará os bairros: —Vamos nos reunir com os moradores. O plano também vai regulamentar o Estudo de Impacto de Vizinhança, que pode restringir atividades de médio e alto impacto. (...) Em Botafogo e Santa Teresa, a revisão das regras poderia abrir caminho para atividades comerciais também em ruas residenciais. — Se o PEU de Botafogo cair, vários prédios poderão ser convertidos em shoppings verticais. Não há infraestrutura para absorver o trânsito —afirma a arquiteta Rose Compans, representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) nas discussões da revisão. (...) A Avenida Brasil também está nas discussões. O projeto prevê imóveis com até 25 andares e aproveitamento de até nove vezes o tamanho do terreno para estimular moradias, numa espécie de Centro expandido. O Siduscom e a Ademi acham que não há mercado para a chamado Zona Franca da Brasil. Aproveitando a experiência do projeto Reviver Centro, onde novos projetos começaram a ser licenciados nos últimos meses, numa tentativa de dar um perfil mais residencial da área central da cidade, o município propôs o que chamou de Zona Franca da Avenida Brasil. A ideia seria que a área no eixo do futuro BRT Transbrasil tenha regras construtivas mais liberais para estimular a produção de condomínios, destinados à população de baixa renda ou declassemédia. Fonte: adaptado de https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2022/06/revisao-do- plano-diretor-do-rio-preve-taxar-novas-construcoes-iptu-progressivo-e-muros- baixos.ghtml, acesso em 18/06/2022 Ermínia Maricato é uma das maiores pesquisadoras dos processos relacionados à Urbanização no Brasil. A disciplina ofereceu um texto fundamental desta autora, que não perdeu sua atualidade, sobre estes processos que impactam a vida das pessoas nas diferentes cidades brasileiras. “O texto enfoca o processo de urbanização no Brasil a partir de alguns indicadores demográficos (mortalidade infantil, expectativa de vida média, fertilidade feminina), socioeconômicos (crescimento, renda, desemprego e violência) e urbanísticos (crescimento urbano e crescimento de favelas), de modo a evidenciar um quadro controverso marcado por positividades e negatividades. Diversos autores são consultados para buscar a explicação desse quadro. A urbanização da sociedade brasileira se deu no século XX, mas carrega todo o peso da "formação" da sociedade caracterizada como "defasagem e continuidade” (MARICATO, 2000). Fonte: Maricato, Ermínia. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras. São Paulo em Perspectiva, 2000, Vol.14, p.21-33 – Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000400004. Acesso em 08/12/2021. Relacione os textos apresentados nesta questão, considerando indicadores socioeconômicos e urbanísticos presentes na grande cidade brasileira apontada na reportagem e apresente explicação que justifique caracterizar alguns dos efeitos negativos decorrentes do processo de urbanização brasileiro. O processo de urbanização, além de ocorrer de forma desigual, dá-se de forma desordenada, apontandoentão a falta de planejamento. Isso acarreta diversos problemas urbanos de ordem social e ambiental. São alguns deles: Favelização, excesso de lixo, poluição, violência, inundações e desemprego. Planejamento urbano, posto dessa forma, é um conceito abstrato. É possível compreender que o termo designa o ato de planejar, organizar ações e tarefas com a utilização de métodos adequados para atingir determinado objetivo – nesse caso, o desenvolvimento sustentável da cidade. A verdade, contudo, é que na prática essa noção muitas vezes desaparece em meio a aspectos mais palpáveis, como segurança e trânsito, tornando-se intangível para a maioria das pessoas. A urbanização nos países desenvolvidos ocorre de forma lenta e gradativa, já nos países subdesenvolvidos, ocorre de forma acelerada, gerando problemas estruturais nas cidades. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um grande aumento da população urbana brasileira entre os anos de 1940 e 2010. Assim, segundo o órgão, atualmente mais de 80% da população no país vivem nas áreas urbanas. E desse total populacional, 28% concentra-se na região Sudeste, mais especificamente em São Paulo (13%), Rio de Janeiro (10%) e Belo Horizonte (5%). Sendo assim, é possível afirmar que o processo de urbanização ocorre de maneira desigual no país. Os principais problemas urbanos voltados à esfera social com relação à urbanização brasileira são: a questão da moradia, visto que muitas pessoas ficam marginalizadas nas cidades, aumentando o processo de favelização; a falta de infraestrutura, haja vista que as políticas públicas não são capazes de atender as demandas; e o aumento da violência. 2ª Questão - 3 pontos). Brasil retrocedeu à década de 1990 As estatísticas foram coletadas entre novembro de 2021 e abril de 2022, a par- tir da realização de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e ru- rais de 577 municípios, distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal. A Se- gurança Alimentar e a Insegurança Alimentar foram medidas, mais uma vez, pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), que também é utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa anterior, de 2020, mostrava que a fome no Brasil tinha voltado para patamares equivalentes aos de 2004. A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades soci- ais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta se- gunda pesquisa ainda mais perverso. “A pandemia surge neste contexto de aumento da pobreza e da miséria, e traz ainda mais desamparo e sofrimento. Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao au- mento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso pa- ís”, aponta Ana Maria Segall, médica epidemiologista e pesquisadora da Rede PENSSAN. Segurança alimentar cai ainda mais No Brasil de 2022, apenas 4 em cada 10 domicílios conseguem manter acesso pleno à alimentação – ou seja, estão em condição de segurança alimentar. Os outros 6 lares se dividem numa escala, que vai dos que permanecem preocu- pados com a possibilidade de não ter alimentos no futuro até os que já passam fome. De acordo com o 2º Inquérito, em números absolutos, são 125,2 milhões de brasileiros que passaram por algum grau de insegurança alimentar. É um aumento de 7,2% desde 2020, e de 60% em comparação com 2018. “Já não fazem mais parte da realidade brasileira aquelas políticas públicas de combate à pobreza e à miséria que, entre 2004 e 2013, reduziram a fome a apenas 4,2% dos lares brasileiros. As medidas tomadas pelo governo para contenção da fome hoje são isoladas e insuficientes, diante de um cenário de alta da inflação, sobretudo dos alimentos, do desemprego e da queda de renda da população, com maior intensidade nos segmentos mais vulnerabilizados”, avalia Renato Maluf, Coordenador da Rede PENSSAN. Fonte: adaptado de https://www.oxfam.org.br/noticias/fome-avanca-no-brasil-em-2022-e-atinge- 331-milhoes-de- pesso- as/#:~:text=Em%202022%2C%2033%2C1%20milh%C3%B5es,pouco%20mais%20de%20um %20ano. Acesso em 15/05/2022. Além disso, cabe salientar o texto de Cavalcante&Fernandes (2008), apresentado na disciplina,no qual analisaram“o caráter concentrador do agronegócio como produto das diretrizes neoliberais” e, para isso, trataram “sobre os mecanismos de apropriação de territórios no campo brasileiro como uma relação sincrônica com a conjuntura internacional” e ainda, com o desenvolvimento de suas pes- quisas, entenderam“que o agronegócio é um fenômeno insustentável devido aos processos de concentração e exclusão que lhe são inerentes”. Fonte: adaptado de Cavalcante, Matuzalém; Fernandes, Bernardo Mançano. Territorialização do agronegócio e concentração fundiária. Revista NERA, 2008, Vol.11(13), p.16-25. Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/nera/revistas/13/7_cavalcante_e_fernandes_13.pdf, acesso em 09/12/2021. Sendo assim, diferencie latifúndio, agronegócio e agricultura familiar cam- ponesa, Indicando, com justificativas, pelo menos duas contradições en- tre o discurso que se faz na mídia de que o “AGRO É POP” e as observa- ções críticas apontadas pelos autores e pela reportagem. Como visto na matéria, O conceito de latifúndio está associado a características como extensão, uso, exploração da terra e concentração, bem como a conflitos sociais quanto à posse de terras. Sendo uma grande propriedade rural geralmente não cultivada e não explorada, portanto representa terras com reduzido aproveitamento econômico, impro- dutivas. As terras que são aproveitadas normalmente são utilizadas para o cultivo de uma única espécie, ou seja, a monocultura, e nesta são utilizadas técnicas de baixa pro- dutividade. A produção é quase sempre destinada ao mercado de exportação, e normal- mente as propriedades concentram-se nas mãos de poucos proprietários. Já o agronegó- cio é o conjunto de atividades econômicas que têm a ver com a produção e o comércio de produtos agrícolas. O conceito é bastante amplo e não se relaciona apenas com o cenário rural, isso porque a sua cadeia de produção também envolve diversos produtos e movimenta empresas de diferentes segmentos. Tal como o agronegócio, a agricultura familiar no Brasil é de extrema importância, uma vez que esse modelo de produção é o principal responsável pelos alimentos que chegam às nossas mesas todos os dias. Con- tudo, ela tem algumas características próprias. Diferentemente do que ocorre com a mo- nocultura (produção de apenas um tipo de produto agrícola), por exemplo, o manejo empregado na agricultura familiar produz uma grande variedade de alimentos e empre- ga diferentes formas de exploração do solo e interação com o ecossistema agropecuário. A agricultura familiar é desenvolvida por produtores rurais que têm a exploração de áreas menores de terra, de onde vem a sua principal fonte de sustento. Agro é Pop? O novo padrão de agricultura e pecuária, inaugurado há mais de 70 anos pela alegórica expressão Revolução Verde, imprimiu uma forma de produção fortemente baseada em aplicação de tecnologias mecânicas, fármaco-químicas e biotecnológicas que, ao possi- bilitar o aumento da produtividade, vem impactando negativamente na saúde humana e ambiental. No caso brasileiro, esses impactos são enriquecidos com a frequente e vio- lenta expulsão de comunidades tradicionais, indígenas e produtores camponeses para liberar espaço à expansão desse modelo de agropecuária, somados à pressão histórica, que ficou mais evidente nos últimos anos, contra a Floresta Amazônica e o Cerra- do/Pantanal. Embora o Agro tente imprimir a marca de que ele envolve tudo (“uma só agricultura”), ou seja, todo o tipo de produção no campo, é o grande agronegócio que assumiu de forma mais ativa e fiel o padrão de produção baseado no chamado “pacote tecnológico” que, em grandeparte, é responsável pela devastação ambiental e pelos impactos sociais tão evidentes na conjuntura 3ª Questão - 3 pontos) Processo de desindustrialização no Brasil se acentua Saída de multinacionais mostra que a economia vive há anos situação de para- lisia de investimentos estratégicos, impedindo o desenvolvimento do setor in- dustrial A indústria brasileira dá sinais de que algo de errado acontece no setor. Do início do ano até agora, três gigantes multinacionais anunciaram que vão a- bandonar o Brasil. A norte-americana Ford deixa o mercado de fabricação de veículos nacional depois de mais de 100 anos. A alemã Mercedes-Benz fecha a única fábrica no Brasil de carros de luxo. A japonesa Sony fecha a fábrica em Manaus (AM) e abandona o mercado de televisores, câmeras e aparelhos de áudio. Esse movimento mostra que o País passa por um processo de desin- dustrialização, e não é de hoje, como sugerem alguns números e apontam es- pecialistas. Brasil passa por processo de desindustrialização No ano passado, 5,5 mil fábricas encerraram suas atividades em todo o País. Em 2015, o Brasil tinha 384,7 mil estabelecimentos industriais e, no fim do ano passado, a estimativa era de que o número tinha caído para 348,1 mil. Em seis anos, foram extintas 36,6 mil fábricas, o que equivale a uma média de 17 fábri- cas fechadas por dia no período. Os números são de um estudo feito pela Con- federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para o Estadão/Broadcast. Outro dado comparativo que reforça a ideia de desindustrialização é apontado por um relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IE- DI), mostrando que a participação do setor industrial no PIB brasileiro vem ca- indo ano a ano. Em 2018, a indústria de transformação representou apenas 11,3% do PIB, quase metade dos 20% registrados em 1976. E, se nada for feito, nos próximos anos a participação da indústria no PIB brasi- leiro vai ficar abaixo dos 10 por cento. É o que aponta Guilherme Feitosa, dire- tor em Ribeirão Preto do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ci- esp), para quem o ambiente para negócios neste setor no Brasil desfavorece investimentos tanto nacionais quanto de multinacionais. Causas da desindustrialização O professor Sérgio Kannebley Júnior, da Faculdade de Economia, Administra- ção e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, concorda com a ava- liação de que esse ambiente desfavorável não surgiu do dia para a noite, mas foi construído ao longo de anos. O grande problema é que o setor depende fundamentalmente do Estado. “Nos anos 1970, o setor industrial no Brasil tinha um forte investimento estatal e o setor privado se beneficiava desses incentivos estatais, e isso hipertrofiou o setor. Com o passar dos anos, o Estado foi per- dendo sua capacidade de financiar a indústria e houve o declínio.” ] Além disso, não foram criados estímulos para aumento de produtividade e do poder compe- titivo da indústria brasileira. “Ao longo do tempo, com a abertura comercial que houve, a indústria ficou mais exposta à concorrência internacional, ainda que estivesse muito protegida. O setor não se preparou para a concorrência exter- na. O agro brasileiro se preparou para concorrer no mercado externo e o setor industrial, não.” Para o economista Renan Rocha, assessor de Relações Institucionais na As- sociação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), o que falta para o Brasil é alcançar a maturidade econômica. “O processo de desindustrialização é positivo em um país quando a economia atingiu um alto potencial de produti- vidade na indústria, aí ele começa a migrar para o setor de serviços. (...) Em 2019, levantamento do FMI (Fundo Monetário Internacional) mostra que a participação do Brasil na economia global atingiu o pior nível em 38 a- nos. Em 2018, a fatia do País na produção de bens e serviços globais foi de 2,5%, sétima queda anual seguida. A maior marca deste século foi atingida em 2011, quando o Brasil representava 3,1% do total. De lá para cá, no entanto, não parou de cair. O pico da participação brasileira nos setores foi em 1980, quando detinha 4,4%. O resultado fez com que o País perdesse o posto de sé- tima maior economia global, mantido desde 2005, para a Indonésia. De acordo com as projeções do fundo, o Brasil deve perder espaço nesse quesito pelo menos até 2024, quando a parcela do País na economia mundial recuará para 2,3%. (...) Os países asiáticos, segundo o docente, não seguiram essa direção. “Mesmo os países menores, como Cingapura, Taiwan, Vietnã, têm um cresci- mento expressivo nos últimos anos. Importam matéria-prima da gente e ven- dem produtos manufaturados para nós”, esclarece Feldmann. Ele argumenta que, se continuar nessa toada, a paralisia econômica brasileira segue até 2023, talvez 2025. Sete milhões de pessoas entraram na linha da pobreza nos últimos três anos. A renda per capita de hoje está no mesmo nível de 2012 e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na faixa de 1% significa estagnação. “Aprovando a Previdência a economia não vai crescer. A reforma resolve o déficit do gover- no, mas não cria empregos. Não apenas 13% da população está desemprega- da, como outros 6% dela, conformada com a situação, não procura emprego. O nível de desocupação está perto dos 20%”, declara Feldmann. Fonte: adaptado de https://jornal.usp.br/atualidades/processo-de-desindustrializacao-no-brasil- se-acentua/ https://jornal.usp.br/atualidades/desindustrializacao-diminui-espaco-do-brasil-na- economia-mundial/, acessos em 17/06/2022 a) Qual é a temática central abordada pelo texto e que condição dei- xamos de ter quando comparamos a realidade vivida pelo Brasil na atualidade com aquela vivida no cenário econômico internacional nos primeiros 15 anos deste século? A temática central abordada é a desindustrialização do Brasil, sendo um pro- cesso em que ocorre a diminuição das empresas industriais do país. Isso acar- reta na queda de seu tecido produtivo e da geração de riqueza. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que um dos mais preo- cupantes índices da história econômica brasileira foi verificado em 2018. Na- quele ano, a contribuição da indústria de transformação decaiu para 11,3% do PIB. Este foi considerado o pior percentual desde 1947. b) Apresente dois impactos diretos e dois indiretos causados pelo processo apontado na reportagem em relação ao contexto social e populacional e à participação econômica do Brasil em seu papel como nação que precisa participar das transações econômicas no mercado internacional. Os impactos se dão por conta do baixo investimento realizado na economia brasileira, sendo negativo sobre os prospectos de crescimento da economia brasileira, haja vista que estaria associado à transferência de recursos e de trabalho da indústria para setores com menor produtividade do trabalho, geran- do assim um menor crescimento do produto potencial a longo prazo. 4ª Questão – (1,0 ponto) Em nossos materiais didáticos (cadernos de estudos da aula) caracterizamos alguns dos ecossistemas presentes em nosso país, demonstrando suas impor- tâncias ambientais e sociais. Em relação ao estado do Rio de Janeiro, esco- lha um dos ecossistemas existentes e apresente duas de suas caracterís- ticas ambientais, assim como uma de suas importâncias sociais. Por fim, indique se há situação que ponha em risco a existência deste ecossiste- ma em nosso estado.
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