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GESTÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS AULA 1 Prof. Ivanildo Viana Moura CONVERSA INICIAL Seja bem-vindo(a) a esta aula, área gerencial que é tão importante para os processos decisórios dentro das organizações. Nesta aula, vamos tratar dos seguintes temas sobre a Gestão de Custos Logísticos: A Gestão de Custos; Custos de acordo com o Ramo de Atividade Empresarial; Classificação Contábil de Gastos; Classificação e Comportamento dos Custos; Classificação da Mão de Obra. Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos adquiridos resolvendo os exercícios ao final do material. Lembre-se: a melhor maneira de aprender é praticando. CONTEXTUALIZANDO Nos processos produtivos, a logística se apresenta como uma das principais áreas de apoio às empresas, uma vez que as atividades desenvolvidas por ela possuem grande representatividade nos gastos operacionais das organizações. Assim sendo, conhecer os gastos relacionados aos processos logísticos e aos demais processos organizacionais é de suma importância para uma correta gestão de custos. Desse modo, torna-se importante conhecer as normas contábeis aplicadas a custos, para que seja possível uma correta alocação dos gastos dentro do que determina a legislação. Diante disso, nesta aula vamos conhecer os principais gastos relacionados aos processos operacionais e entender sua aplicação no contexto organizacional. Do mesmo modo, trataremos de um dos principais fatores de produção, a mão de obra, sendo ela um custo essencial para a produção de bens ou serviços. Assim, esta aula nos dará suporte para que possamos dar continuidade aos temas relacionados posteriormente. Por isso, é importante se atentar a todos os temas e detalhes apresentados. Iniciaremos falando sobre a gestão de custos. TEMA 1 – A GESTÃO DE CUSTOS O cumprimento da missão das organizações fundamenta-se no conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informações geradas pela contabilidade (Padoveze, 2010). Nesse contexto, a contabilidade assume a tarefa de subsidiar e orientar as decisões sobre a atuação na contenção ou expansão de gastos, sobre a melhoria na relação insumo-produto, sobre a adequação no uso de fatores e de tudo que frequenta o dia a dia das preocupações do gestor de recursos e exige acompanhamento para eventual confirmação ou correção de rumo (Figueiredo; Caggiano, 2017). Por conseguinte, a gestão empresarial possui a necessidade de muitas informações para a tomada de decisões, e grande parte delas está diretamente relacionada aos custos, pois com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de prestação de serviços, os custos tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decisões em uma empresa. (Martins, 2019, p. 6) Com efeito, os custos apresentam-se como um dos principais fatores condicionantes do desempenho organizacional, cabendo à contabilidade as informações acerca desses gastos. Isso porque é a contabilidade quem faz o controle do patrimônio das organizações por meio da identificação, mensuração, registro, acumulação e comunicação (Oyadomari et al., 2018). Para tanto, ela fornece as informações sobre o patrimônio tanto para usuários internos quanto para usuários externos, atendendo, assim, duas de suas grandes áreas: a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial. A Contabilidade Financeira é a área da contabilidade que tem por finalidade controlar o patrimônio das empresas, exercendo essa função por meio da escrituração contábil para fins de elaboração das demonstrações financeiras (Viceconti; Neves, 2018). Por exercer essa função, a contabilidade financeira deve atender ao fisco e, portanto, está condicionada às imposições legais e requisitos fiscais (Bruni; Famá, 2019), devendo seguir a legislação brasileira e as normas dos órgãos contábeis para produzir suas informações e, dessa forma, alcançar seu objetivo de subsidiar a tomada de decisões de usuários externos (credores, investidores, sindicatos etc.). Por sua vez, a Contabilidade Gerencial é a área contábil que tem por finalidade fornecer informações para os usuários internos da informação contábil. Assim, “medidas da condição econômica da empresa, como o custo e a rentabilidade de seus produtos, serviços, clientes e atividades, estão disponíveis apenas no sistema de contabilidade gerencial” (Atkinson et al., 2011, p. 37). Em face do exposto, observa-se que a contabilidade gerencial tem por objetivo fornecer informações extraídas dos dados contábeis que ajudem os gestores no processo de tomada de decisões (Viceconti; Neves, 2018), não ficando condicionada às imposições legais (Bruni; Famá, 2019) como acontece com a contabilidade financeira. Nesse entendimento, tanto a contabilidade financeira quanto a gerencial são imprescindíveis para uma boa gestão de custos. A primeira, em se tratando de atender ao fisco, direciona a forma correta de contabilizar os gastos; enquanto a segunda fornece informações adicionais que permitam o planejamento da produção dos bens e/ou serviços da empresa. Nessa linha de raciocínio, a gestão de custos apresenta-se como uma área cujo objetivo é fornecer informações úteis aos usuários internos tomadores de decisão, explorando aspectos da “questão do registro e os mecanismos principais da contabilidade financeira, e a óptica da tomada de decisões da contabilidade gerencial” (Bruni; Famá, 2019, p. 2). Assim sendo, as informações fornecidas pelas duas grandes áreas da contabilidade possibilitam uma boa gestão de custos, possibilitando que seja realizado o processo de tomada de decisão, conforme pode ser observado na figura a seguir: Figura 1 – A gestão de custos Fonte: Moura, 2021. Em vista disso, para que se tenha uma boa gestão de custos, deve-se entender tanto as normas contábeis, para uma correta mensuração e registro do patrimônio (Contabilidade Financeira), como também as técnicas adicionais para a geração de informações que possam ajudar os gestores a controlar os custos e aumentar a eficiência dos processos (Contabilidade Gerencial). Do mesmo modo, para adentrar e compreender sobre a gestão de custos, é necessário antes entender que existem diferentes ramos de atividades, e em cada um desses ramos, os custos podem ser identificados de forma diferente. TEMA 2 – CUSTOS DE ACORDO COM O RAMO DE ATIVIDADE EMPRESARIAL Para uma eficiente gestão de custos, é necessário entender a forma como são identificados os elementos de custos em cada tipo de atividade empresarial. Para tanto, vamos num primeiro momento identificar quais são as atividades empresariais. O ramo de atividade é o que define a área em que a sua empresa irá atuar. Por conta disso, podemos dizer que ele ajuda a definir o seu produto ou serviço (SEBRAE). Nesse sentido, podemos classificar os ramos de atividades empresariais em três, sendo eles: Figura 2 – Ramos de atividades empresariais Conforme mostrado, as atividades econômicas são divididas em três ramos, sendo que cada uma delas possui suas próprias características. Agora, você pode estar se perguntando: “qual a relação entre o ramo de atividade exercido pela empresa e os custos operacionais incorridos por ela”? Chegamos, então, ao ponto principal deste tema. Os ramos de atividades são importantes porque a legislação brasileira determina quais gastos podem ser classificados em custos em cada ramo de atividade. Nesse contexto, torna-se importante conhecer esse tratamento conforme determinado pela legislação brasileira. Assim sendo, no Brasil, os custos são definidos pelo Decreto-Lei n. 1.598, de 26 de dezembro de 1977; pelo Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018, e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) (essas são as principais leis e pronunciamentos, mas existem outras). Vamos, então, apresentar o texto da lei e, posteriormente, identificar o tratamento dos custos em cada ramo de atividade. Iniciamos pelo Decreto-Lei n.1.598, o qual determina: Art 13 – O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação. § 1º – O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente: a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo; b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção; c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção; d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção. (Brasil, 1977, grifo nosso) No texto da lei temos a identificação dos três ramos de atividades, sendo destacada em negrito a respectiva passagem que apresenta esse contexto: Aquisição de mercadorias destinadas à revenda: trata de custos no comércio; Produção dos bens ou serviços: trata-se dos custos na indústria e na prestação de serviços. O texto dado pela lei esclarece quais itens podem ser classificados como custos no contexto empresarial, abrangendo os três ramos de atividades. Assim, identificamos no texto desde o custo com matéria-prima até os encargos com exaustão. No entanto, eles se diferem em cada ramo de atividade. De modo complementar, o Decreto n. 9.580, além de apresentar o texto do Decreto-Lei n. 1.598, também traz em seu art. 301: § 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição. § 3º Os impostos recuperáveis por meio de créditos na escrita fiscal não integram o custo de aquisição. (Brasil, 2018) Nesse contexto, observa-se que até gastos incorridos em processos de importação podem ser classificados como custos, como é o caso do desembaraço aduaneiro. Assim, os gastos com tributos não recuperáveis sobre importação de mercadorias para transformação ou revenda também podem ser incorporados ao custo da mercadoria, enquanto os recuperáveis não podem. O mesmo vale para operações dentro do país. Adicionalmente às leis supracitadas, temos também o CPC 16, o qual pontua sobre os custos dos estoques. O CPC traz o mesmo contexto das leis, mas apresentado de forma mais detalhada. 10. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. 11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. (Alterado pela Revisão CPC 01) Assim, tanto o CPC quanto a legislação orientam quanto aos itens que podem ser incorporados aos custos dos estoques. Agora que já temos as determinações legais sobre os custos, vamos então interpretá-los no contexto de cada ramo de atividade. 2.1 CUSTOS NO COMÉRCIO Conforme já dito anteriormente, as empresas comerciais são aquelas que revendem mercadorias, ou seja, compram da indústria e vendem para o consumidor final. Conforme texto da lei e CPC apresentados, entende-se que os custos da empresa comercial são muito específicos, ao contrário do que ocorre na prestação de serviços e na indústria. Isso acontece justamente porque as empresas comerciais são intermediárias entre a indústria e o consumidor final. Por conta disso, elas não possuem gastos com a transformação, limitando-se a gastos relativos à aquisição e transporte de mercadorias para formação de seus estoques. Assim sendo, a empresa comercial adquire os bens que têm a finalidade de serem revendidos, devendo identificar os gastos a serem tratados como custos para a formação de seus estoques. Mas aí surge uma questão: quais itens devem compor o valor do custo desses bens adquiridos por essas empresas para posterior revenda? Considerando o texto dado pela lei e CPC 16, as empresas comerciais podem incluir nos custos dos estoques os gastos com aquisição, transporte, seguros, tributos não recuperáveis e gastos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Perceba que não é mencionado o gasto com a venda, nem mesmo o gasto com estocagem dessas mercadorias e nem depreciação ou manutenção. Isso acontece porque o CPC 16 determina que os gastos não abrangidos nos itens 10 e 11 devem ser tratados como despesas. Vamos a um exemplo: a Cia Bike PNA LTDA, empresa do ramo comercial, compra bicicletas para revenda. Nesse processo, ela incorre em alguns gastos, os quais são pontuados a seguir: Salários dos funcionários (vendedores, caixa, pessoal da limpeza, gerente etc.); Fretes e seguros na compra das mercadorias; Pagamento de terceiros no descarregamento das mercadorias; Gastos com montagem das mercadorias; Aluguel das instalações da loja; Energia elétrica, telefone e água; Fretes na venda das mercadorias; Depreciação das instalações da loja; Seguros da loja. Agora, ao analisarmos os gastos elencados, quais deles se encaixam como custos numa empresa comercial? Vejamos novamente o texto do CPC 16: “O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais”. Desse modo, além do próprio custo de aquisição (preço das bicicletas), temos os gastos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais: Fretes e seguros na compra das mercadorias. Necessários para levar os estoques até o local onde serão vendidos; Pagamento de terceiros no descarregamento das mercadorias. Necessários para levar os estoques até o local onde serão vendidos; Gastos com montagem das mercadorias. Necessários para colocar os estoques em condição de venda. Os demais gastos elencados no exemplo são classificados como despesas, e não como custos, pois não são necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. 2.2 CUSTOS NA INDÚSTRIA O ramo industrial é o principal foco da contabilidade de custos. Para se ter uma ideia, a contabilidade de custos nasceu a partir da Revolução Industrial (Martins, 2019), justamente pela necessidade de se ter um controle maior sobre os valores a serem atribuídos aos produtos e pelas decisões sobre o que, como e quanto produzir (Crepaldi; Crepaldi, 2018). Assim, a atividade industrial possui a maior complexidade na identificação dos custos, principalmente pela complexidade causada pela evolução tecnológica. Diante disso, o art. 13 do Decreto-Lei n. 1.598, bem como os textos do CPC citados anteriormente, também valem para a indústria. No entanto, aqui temos a diferença de que a empresa industrial trabalha com a transformação e, por isso, pode apropriar ao custo dos estoques o valor referente à mão de obra utilizada no processo, assim como materiais diretos (matéria-prima, embalagem e outros), gastos relativos a aluguel da parte de produção, seguros, vigilância, entre outros que estão diretamente relacionados com o processo. Vamos a um exemplo: a CIA Parthenon LTDA, empresa do ramo industrial, fabrica produtos eletrônicos. Nesse processo, ela incorre em alguns gastos, os quais são pontuados a seguir: Salários dos funcionários da produção; Salários das áreas de apoio (administração, contabilidade, RH, marketing, financeiro etc.); Fretes e seguros na compra das mercadorias; Pagamento de terceiros no descarregamento das mercadorias; Gastos com armazenagem de matéria-prima e produtos em elaboração; Aluguel das instalações da fábrica; Energia elétrica, telefone e água gastos nos processos produtivos; Fretes na venda dos produtos fabricados;Energia elétrica, telefone e água do setor administrativo; Depreciação das instalações da fábrica (produção); Seguros da fábrica (produção); Manutenção da área de produção; Armazenagem e expedição de produtos acabados. Além dos custos com estoques na indústria e daqueles relacionados à aquisição, transporte, seguros, tributos não recuperáveis e gastos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, também consideram-se os custos com transformação, incluindo o pessoal da produção, depreciação, seguros com a produção, armazenagem e depreciação. Assim, elencamos os seguintes custos dentre os gastos citados: Salários dos funcionários da produção; Fretes e seguros na compra das mercadorias; Pagamento de terceiros no descarregamento das mercadorias; Gastos com armazenagem de matéria-prima e produtos em elaboração; Aluguel das instalações da fábrica (parte da produção); Energia elétrica, telefone e água gastos nos processos produtivos; Depreciação das instalações da fábrica (produção); Seguros da fábrica (produção); Manutenção da área de produção. Conforme observado, todos os gastos relativos aos processos produtivos, desde a aquisição da matéria-prima até o processamento dos produtos, são considerados como custos. Após o produto ter sido completamente elaborado, os gastos incorridos passam a ser despesas, inclusive o de armazenagem e de expedição. Por sua representatividade, bem como a complexidade na formação dos estoques, os exemplos ao longo das aulas desta disciplina estarão voltados para a área industrial. 2.3 CUSTOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Na empresa do ramo de prestação de serviços, os custos seguem a mesma regra da empresa industrial. Isso porque o Custo dos Serviços Prestados (CSP) representa os custos incorridos para gerar os serviços e é composto pelos custos da mão de obra utilizada, dos materiais aplicados e outros gastos (depreciação, serviços subcontratados etc.). (Masakazu, 2019, p. 263) Nesse entendimento, na produção de um serviço, assim como na produção de um produto, existe a necessidade de basicamente os mesmos fatores de produção, como a mão de obra, as instalações, os materiais etc. Dessa forma, na essência, produzir um serviço a ser entregue num determinado momento e produzir um bem a ser também entregue num determinado momento precisam ter a mesmíssima forma de tratamento contábil. (Gelbeck et al., 2018, p. 297) A diferença entre a indústria e os serviços está no reconhecimento dos custos, pois, na indústria, eles são alocados aos produtos, e por não serem vendidos de imediato, ficam registrados no ativo até que sejam vendidos, ao passo que, na prestadora de serviços, são reconhecidos na demonstração de resultados assim que os serviços são realizados. Os custos recebem tratamento contábil diferente das despesas e, por isso, precisamos entender a diferença entre eles, o que será feito no próximo tema. TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DE GASTOS A contabilidade de custos apresenta terminologia própria, cujos termos, por vezes, são usados com diferentes significados, tornando necessário definir o entendimento dessa terminologia de forma a permitir uma uniformização de conceitos (Crepaldi; Crepaldi, 2018). Consequentemente, para uma eficiente gestão de custos, é necessário ter conhecimento sobre os termos que são aplicados na utilização dos sistemas de custos empresariais. Os principais termos utilizados na contabilidade de custos dizem respeito aos gastos incorridos nos processos de produção de bens ou serviços, podendo ser divididos da seguinte forma: Figura 3 – Termos utilizados em contabilidade de custos Fonte: Moura, 2021. Vamos explicar cada um dos termos elencados para que, dessa forma, o entendimento acerca de sua utilização no contexto empresarial possa se tornar mais claro. Vamos iniciar pelo mais abrangente deles, o termo “gasto”. Gasto representa a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade, representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos, que, normalmente, é o dinheiro (Martins, 2019). Nesse conceito, entende-se como gasto o reconhecimento contábil da aquisição de um bem ou serviço pela empresa, o qual deverá ser pago por meio de algum ativo, que geralmente é o dinheiro (Crepaldi; Crepaldi, 2018). Vamos considerar que a CIA Parthenon LTDA, empresa industrial, faça a aquisição de dois servidores, um para a fábrica (produção) e um para o setor administrativo. No momento em que a contabilidade registrar a compra desses ativos, automaticamente o gasto será reconhecido, independentemente se a compra foi à vista ou a prazo (conforme conceito dado anteriormente, “[...] representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos [...]”). Outros exemplos de gastos: Aquisição de instalações; Aquisição de móveis e utensílios; Aquisição de material de limpeza; Aquisição de material de escritório; Contratação de serviços de manutenção; Contratação dos serviços de técnico de informática. Assim, o gasto se concretiza quando os bens ou serviços adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa (Viceconti; Neves, 2018) e independe da destinação que esses bens ou serviços possam ter na entidade (Ribeiro, 2017). É importante ressaltar que a contabilidade registra os fatos contábeis de acordo com o regime de competência (registro dos fatos no período em que ocorreram, independentemente de haver pagamentos ou recebimentos) (Bruni; Famá, 2019) e, por conta disso, o desembolso pode se dar em momento distinto do gasto. Desembolso é o pagamento resultante da aquisição ou produção de um bem ou serviço, podendo ocorrer concomitantemente ao gasto (pagamento à vista) ou depois dele (pagamento a prazo) (Crepaldi; Crepaldi, 2018). O desembolso se concretiza no momento em que a empresa tira dinheiro do caixa ou do banco para realizar o pagamento do bem ou serviço adquirido. Voltando ao exemplo anterior da aquisição de dois servidores para dois setores, se considerarmos que o da produção foi comprado à vista, então o gasto e desembolso ocorreram no mesmo momento. Por outro lado, considerando que o computador do setor administrativo foi comprado a prazo, nesse caso o desembolso ocorreu em momento posterior ao gasto. Investimento gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuídos a futuros períodos (Viceconti; Neves, 2018). São os gastos que são estocados no ativo da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização (Martins, 2019). Consequentemente, o investimento representa as aquisições da empresa que são estocadas no ativo, até que sejam baixadas por algum motivo. Vamos novamente considerar o exemplo dos dois servidores adquiridos pela CIA Parthenon. Ambos são registrados como imobilizados e, diante disso, são ativados no balanço patrimonial, sendo então classificados como investimento. Não somente os imobilizados são classificados como investimentos, mas também outros itens que a empresa adquire, mas não consome ou vende de imediato. Se a empresa compra material de escritório e material de limpeza e não os consome de imediato, por exemplo, então esses materiais são registrados em conta de estoques, classificadas como investimentos. Conforme forem consumidos, esses itens receberão outra classificação, que se dará de acordo com destinação que receberem na empresa. Custo diz respeito a gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços (Crepaldi; Crepaldi, 2018). Os gastos são reconhecidos como custos no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço (Martins, 2019). Assim, os custos têm relação direta com a atividade principal da empresa, e os recursos consumidos para a realização de atividades fim da organização, recebem essa classificação. Por exemplo, a CIA Parthenon LTDA é uma indústria de eletrônicos.A empresa processa matéria- prima e a transforma em produtos. Para tanto, ela precisa de mão de obra, materiais diretos, instalações, entre outros fatores. Todos os gastos diretamente relacionados com o setor de produção (conforme estudado no terceiro tema) devem ser contabilizados como custos. Exemplos de custos: matéria-prima; mão de obra (produção); materiais diretos; depreciação de máquinas, equipamentos e instalações do setor de produção; seguros das instalações do setor de produção; fretes na aquisição de materiais para a produção etc. É importante ressaltar que itens ativados como investimentos, mesmo sem serem consumidos, também podem gerar custos. É o caso dos imobilizados utilizados na produção, cuja depreciação em decorrência do desgaste por uso ou obsolescência será classificada como custo. Por exemplo, o servidor adquirido pela empresa para ser utilizado na produção gera depreciação, e por esse ativo ser utilizado diretamente no setor produtivo, então sua depreciação gera um custo para a empresa. Bom, já sabemos que os recursos consumidos nas atividades fim da empresa geram custos, mas e os que não são consumidos na atividade fim, como são classificados? Aí entra a classificação de despesa. Despesa diz respeito a gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas de bens ou serviços (Viceconti; Neves, 2019). São valores gastos com a comercialização e a administração das atividades empresariais (Crepaldi; Crepaldi, 2018), ou seja, gastos consumidos nas áreas de apoio da empresa, não estando associadas à produção de um bem ou serviço (Bruni; Famá, 2019). Diferentemente dos custos, as despesas representam os gastos consumidos para outros fins que não a produção de bens e serviços. Assim, qualquer gasto com recursos que não tenham sido diretamente consumidos por atividades fim classifica-se como despesa. O salário de um operário da produção da CIA Parthenon, por exemplo, é um custo, pois suas atividades estão diretamente relacionadas com a atividade fim da empresa (produção de equipamentos eletrônicos). Assim, também é classificado o salário do supervisor da produção, da equipe de limpeza da fábrica e demais funcionários da produção. Por outro lado, o salário do pessoal da contabilidade, do RH, da área de marketing e financeiro são despesas, pois estas são áreas de apoio. Assim também são os recursos utilizados por esses setores, e considerando servidor comprado a administração, a depreciação gerada por esse ativo será classificada como despesa, pois esse departamento é uma área de apoio, e não uma área de atividade fim. Do mesmo modo, gastos com energia elétrica, telefone, água, internet, material de limpeza etc. que estejam relacionados com atividades de apoio são despesas, e não custos. Perda representa um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa e nem com o custo, exatamente por sua característica de anormalidade e involuntariedade (Martins, 2019). São fatos ocorridos em situações excepcionais que fogem à normalidade das operações da empresa, considerados como eventos negativos ao patrimônio empresarial (Padoveze, 2010). Para exemplificar as perdas, basta pensar em um consumo anormal e involuntário ocorrido na empresa do qual ela não terá nenhum benefício. Por exemplo, um incêndio no armazém, um lote de material vencido, furtos, entre outros. Vamos imaginar que o computador de apontamento de produtos em processo tenha sido derrubado de sua base e caído ao chão de uma altura elevada. Devido ao impacto, o computador se quebrou, não sendo possível realizar reparos. Nesse caso, a empresa teve uma perda (gasto anormal e involuntário). A perda pode ocorrer tanto em setor de produção quanto em áreas de apoio, pois qualquer item que a empresa tenha em seu ativo que venha a sofrer um consumo anormal e involuntário será caracterizado como perda, independentemente da área em que o bem é utilizado. 3.1 DIFERENÇA ENTRE CUSTOS E DESPESAS A importância ou justificativa para a correta classificação entre custos e despesas está no fato de que os custos são apropriados aos produtos, enquanto as despesas são descarregadas em sua totalidade na demonstração de resultados no período em que foram geradas. Isso significa que quando a empresa gera custos, esses gastos formam os produtos ou serviços, sendo estocados no ativo, na conta de estoques. Somente quando forem vendidos os produtos é que os custos serão reconhecidos e lançados na demonstração de resultados, mas somente o valor proporcional à quantidade de produtos vendidos. Digamos que num determinado período, a CIA Parthenon fabricou 2.000 unidades de um produto, incorrendo num custo total de R$ 500.000,00 (incluindo todos os gastos produtivos relacionados ao produto, como instalações, depreciações, matéria-prima, manutenção, mão de obra etc.). Temos, então, um custo unitário de R$ 250,00 por produto (R$ 500.000,00/2.000). Os produtos ficam registrados na conta de estoques da empresa: Balanço Patrimonial > Ativo > Estoques produtos acabados: R$500.000,00 Vamos considerar que as despesas do período (gastos com áreas de apoio, como seguros do setor administrativo (ADM), água, luz, internet, salários do ADM, marketing, fretes nas vendas, depreciações de equipamentos e instalações da ADM etc.) tenham totalizado R$ 100.000,00. Assim, os custos ficam registrados no ativo da empresa, conta estoques, e só são lançados na DRE conforme a quantidade de produtos vendidos. As despesas, por sua vez, são totalmente lançadas na DRE do período. Vamos considerar que a empresa venda 1.200 unidades ao preço unitário de R$ 400,00. Ficará em saldo no ativo o valor referente aos produtos que não foram vendidos (R$ 200.000,00). O valor referente aos produtos vendidos é um custo, o qual é lançado na DRE juntamente com as despesas: Tabela 1 – Demonstração de Resultado 1 Demonstração de Resultado Receita Operacional R$ 480.000,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) R$ 300.000,00 (=) Lucro Bruto R$ 180.000,00 (-) Despesas Operacionais R$ 100.000,00 Resultado do Exercício R$ 80.000,00 Fonte: Moura, 2021. Perceba que os custos têm impacto no patrimônio, pois o valor referente aos produtos que não foram vendidos é registrado no ativo (Balanço Patrimonial). Do mesmo modo, quando vendemos o produto, assim como as despesas, os custos baixados impactam também no resultado, pois são deduzidos das receitas para evidenciar o resultado do exercício. Por conta disso, devemos tomar cuidado para uma correta classificação dos gastos, a fim de evitar que a empresa tenha problemas. Vamos considerar um caso em que as despesas fossem totalmente reconhecidas como custos e apropriadas aos produtos, então o nosso estoque total seria de R$ 600.000,00, e o custo unitário dos produtos seria de R$ 300,00. Se vendêssemos a mesma quantidade de produtos vendida anteriormente, permaneceríamos com saldo em estoque de R$ 240.000,00 (alterou o ativo) e o CPV seria de R$ 360.000,00 (alterou o resultado), conforme segue: Tabela 2 – Demonstração de Resultado 2 Demonstração de Resultado Receita Operacional R$ 480.000,00 (-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) R$ 360.000,00 (=) Lucro Bruto R$ 120.000,00 Resultado do Exercício R$ 120.000,00 Fonte: Moura, 2021. Isso vai contra a legislação contábil, pois a lei determina que as despesas devem ser reconhecidas em sua totalidade no período em que incorreram, estando a empresa sujeita a penalidades por conta de erros dessa magnitude. Após entendermos a diferença entre o reconhecimento de custos e despesas, vamos estudar a classificação e o comportamento dos custos. TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO E COMPORTAMENTO DOS CUSTOS Agora que já sabemos o que são custos e como distingui-los dos demais gastos, é importante saber também que eles possuem subclassificações. Conforme já comentado, os custos são fundamentais no processo de tomada de decisões, além disso, o seu comportamento nos leva a classificá-losem subcategorias quando analisados em relação a duas situações em específico: Assim, analisando os custos em relação ao volume de produção, obtemos duas novas classificações para esses gastos. Quando analisados em relação à apropriação aos produtos, temos outras duas classificações. Vamos entender mais a fundo o que isso significa. 4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO À APROPRIAÇÃO AOS PRODUTOS Fazer a apropriação de custos aos produtos significa estar identificando os custos incorridos no processo de produção de um bem ou serviço. Nesse sentido, no processo de apropriação, deve-se realizar uma medição de quanto o produto ou serviço consome dos itens que geraram os custos. No entanto, nos processos produtivos de bens ou serviços, temos os custos que são passíveis de medição, e outros que não são. Os que são passíveis de medição são os custos que podem ser atribuídos diretamente aos produtos, ao passo que os que não são acabam sendo classificados como custos gerais de produção. Dessa forma, quando analisados em relação à apropriação aos produtos, os custos podem ser classificados em diretos e indiretos. Custos Diretos: “são custos diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo” (Martins, 2019, p. 40). São gastos diretamente relacionados aos produtos e podem ser mensurados de maneira clara e objetiva, ou seja, referem-se às quantidades de materiais e serviços utilizados na produção de determinado produto ou serviço. (Crepaldi; Crepaldi, 2018, p. 23) Isso significa que os custos diretos podem ser apropriados diretamente aos produtos, pois suas características permitem essa identificação. Considerando a matéria-prima, por exemplo, sabemos exatamente a quantidade necessária para elaborar um produto. Por isso, ela é um custo direto. Isso também acontece com a embalagem, materiais diretos e mão de obra direta, de forma que todos devem ser apropriados sem a utilização de uma base de rateio. Custos Indiretos: “não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada” (Martins, 2019, p. 40). “São os custos de natureza mais genérica, não sendo possível identificá-los imediatamente como parte do custo de determinado produto ou serviço” (Crepaldi; Crepaldi, 2018, p. 23). Assim, custos indiretos são aqueles comuns a vários produtos e que não fazem parte da sua composição física. Aluguel de instalações, depreciações, manutenção, seguros, mão de obra indireta etc. são alguns exemplos. Desse modo, “os custos indiretos precisam ser rateados ou alocados entre departamentos ou centros de custo, portanto, o custeio é realizado por meio de critérios subjetivos” (Crepaldi; Crepaldi, 2018, p. 23). A seguir, apresenta-se uma figura representativa dos custos diretos e indiretos: Figura 4 – Apropriação dos custos diretos e indiretos aos produtos Fonte: Moura, 2021, com base em Souza e Clemente, 2007. A figura demonstra a forma de apropriação dos custos, sendo os diretos alocados diretamente aos produtos, enquanto os indiretos passam por uma base de rateio (estudaremos o rateio mais a fundo posteriormente). 4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO Quando se fala em classificar custos em relação ao volume de produção, está se falando no comportamento dos mesmos em relação ao montante produzido. Assim sendo, os custos podem variar ou permanecer inalterados. Nesse entendimento, quando analisados em relação ao volume de produção, podemos dizer que os custos podem ser classificados de duas formas, sendo eles: Custos fixos: “são aqueles que permanecem estáveis, independentemente de alterações no volume da produção” (Ribeiro, 2017, p. 35). Assim, podemos dizer que o custo fixo é um custo que, em determinado período e volume de produção, não se altera em seu valor total, mas vai ficando cada vez menor em termos unitários com o aumento do volume de produção. O custo total não varia proporcionalmente ao volume produzido. (Crepaldi; Crepaldi, 2018, p. 25) Imagine, por exemplo, que a empresa pague aluguel das instalações da produção, depreciações de máquinas e equipamentos fabris, bem como das instalações. Suponha que ela também paga seguros da fábrica e tem gastos com manutenção, e todos esses gastos somam R$ 250.000,00. Independentemente de haver produção ou não, a empresa incorrerá nesses custos, por isso, eles são fixos. À medida que for produzindo, os custos fixos serão distribuídos entre os produtos fabricados, por isso eles não se alteram em seu valor total, mas vão ficando cada vez menores em termos unitários com o aumento do volume de produção: Custo fixo: R$ 250.000,00; Se produzir 1.000 unidades; Custo fixo por unidade: R$ 250,00 (R$ 250.000,00/1.000); Se produzir 2.000 unidades vai reduzir o custo fixo por unidade: Custo fixo por unidade: R$ 125,00 (R$ 250.000,00 / 2.000). Nessa conjuntura, os custos fixos representam os gastos incorridos pela empresa que possuem relação com sua atividade fim, mas que não estão diretamente relacionados com o produto ou serviço em si. Geralmente, são relacionados com a estrutura, implicando gastos gerais vinculados ao processo de produção do bem ou serviço. Assim, se a empresa produz zero unidades, ou 100.000 unidades (dentro do limite de sua estrutura), esses custos permanecem constantes. Exemplo: A CIA Parthenon LTDA, para manter sua estrutura, possui os seguintes custos: Custos com aluguel da fábrica; Mão de obra; Manutenção; Depreciação de máquinas e equipamentos; Seguros das instalações da fábrica. Durante um certo período da pandemia da Covid-19, a empresa teve que fechar suas portas por conta de um decreto municipal. Diante disso, deixou de produzir durante esse período. No entanto, mesmo não estando em operação, a empresa ainda incorreu nos custos elencados acima e, portanto, podemos dizer que todos são custos fixos (permaneceram constantes mesmo que não houvesse a produção de bens). Custos variáveis: “são aqueles que variam em decorrência do volume da produção. Então, quanto mais produtos forem fabricados em um período, maiores serão os custos variáveis” (Ribeiro, 2017, p. 35). “Custos que são uniformes por unidade, mas que variam no total na proporção direta das variações da atividade total ou do volume de produção relacionado” (Crepaldi; Crepaldi, 2018, p. 25). Nesse entendimento, custos variáveis são aqueles que têm uma variação direta proporcional ao total de produtos ou serviços produzidos. Quanto mais aumenta a produção dos bens ou serviços, mais aumenta os custos variáveis. Esses custos são também aqueles diretamente identificados com os produtos, tais como a matéria-prima, a embalagem, os materiais diretos e a mão de obra direta. Todos eles variam conforme varia a produção. Digamos que a CIA Parthenon LTDA produz um único produto. Para fabricar esse produto, ela incorre nos seguintes custos: Tabela 3 – Custo Variável Unitário Custo Variável Unitário Matéria-prima R$ 300,00 Embalagem R$ 50,00 Mão de obra R$ 18,00 Custo variável total: R$ 368,00 Fonte: Moura, 2021. Assim, o custo para produzir uma unidade é de R$ 368,00. Esse custo será multiplicado pela quantidade produzida, pois por ser um custo direto, ele irá variar de acordo com o volume de produção: Tabela 4 – Custo variável total QTD (UN) Custo UN Custo Total 1 R$ 368,00 R$ 368,00 10 R$ 368,00 R$ 3.680,00 50 R$ 368,00 R$ 18.400,00 100 R$ 368,00 R$ 36.800,00 Fonte: Moura, 2021. Conforme observamos nos exemplos anteriores, os custos variáveis, que também são custos diretos, são aqueles que podem ser medidos e que variam de acordo com o volume da produção. Assim, quanto mais produtos ou serviços a empresa produzir, maior será a incidência desses custos no processo. A figura abaixo representa os custos fixos e variáveis: Figura 5 – Comportamento dos custos Fonte: Megliorini, 2012, p. 12. O gráfico mostra que quando a empresa não produz nenhuma unidade,os custos fixos permanecem inalterados. À medida que vai produzindo, vai incorrendo nos custos variáveis, que somados aos fixos, resultará nos custos totais. TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA Assim como os demais custos incorridos nos processos operacionais, temos também a Mão de Obra (MO) como um dos principais insumos necessários aos processos produtivos. “A mão de obra é o gasto com o pessoal que trabalha direta ou indiretamente na fabricação dos produtos” (Ribeiro, 2017, p. 139) ou dos serviços. Nesse contexto, assim como os outros tipos de custos, os custos com MO podem assumir a característica de serem diretos ou indiretos. Dessa forma, a MO pode ser classificada de duas formas, sendo elas: Mão de Obra Direta (MOD) e Mão de Obra Indireta (MOI). 5.1 MÃO DE OBRA INDIRETA A Mão de Obra Indireta é caracterizada pelos gastos com funcionários que não manipulam os produtos ou não realizam os serviços, ou seja, aqueles que não têm participação direta nos processos produtivos, como é o caso de setores como planejamento e controle de produção, manutenção, controle de qualidade etc. (Padoveze, 2014). Nesse contexto, temos uma caraterização da MOI por conta de gastos com funcionários que, embora tenham ligação com o processo produtivo, não trabalham diretamente na manipulação dos produtos no processo produtivo. Outra caracterização da MOI se dá quando um funcionário realiza tarefas em várias linhas de produção ou em vários serviços sem que haja uma medição do tempo despendido em cada um deles. Assim, por não haver medição, não é possível mensurar o quanto o produto ou serviço elaborado consumiu da mão de obra do funcionário, caracterizando-se, assim, a MOI. Se considerarmos um funcionário que trabalha em mais de uma linha de produção (em se tratando de empresa industrial) ou na prestação de mais de um serviço (em se tratando de empresa de serviços), conforme a necessidade em decorrência da demanda de produção, sem que seja realizado o controle do tempo despendido em cada uma das linhas, temos, então, a caracterização da MOI. Para ficar claro o entendimento acerca da MOI, vamos citar um exemplo. Jack é um dos funcionários da CIA Parthenon, indústria de produtos eletrônicos. Na indústria, Jack trabalha fazendo montagem de produtos, realizando essa atividade em três linhas de produção, sendo elas: notebooks, projetores e impressoras. O funcionário atende a cada uma das linhas de acordo com a necessidade, sendo que a empresa não faz a medição de tempo para a realização das atividades de Jack. Temos, então: Figura 6 – Caracterização da Mão de Obra Indireta Fonte: Moura, 2021. Nesse contexto, por não haver meios seguros que permitam a clara e objetiva identificação dos gastos com mão de obra em relação aos produtos fabricados, esses gastos deverão ser considerados como Mão de Obra Indireta (Ribeiro, 2017). Em contrapartida, a MOI só pode ser apropriada aos produtos por meio de fatores de rateio, podendo ser com menor ou maior grau de arbitrariedade (Martins, 2019), dependendo da tarefa realizada pelo funcionário. É óbvio que se a empresa fizesse a medição de MO e verificasse quanto cada um dos produtos consome do tempo total do funcionário, então estaríamos caracterizando a MOD, sendo esse o assunto do próximo subtópico. 5.2 MÃO DE OBRA DIRETA A Mão de Obra Direta consiste nos gastos com o pessoal que manipula diretamente os produtos ou executa os serviços vendidos, ou seja, trata-se dos custos com o pessoal responsável pelas etapas das atividades de processamento para trabalhar os recursos e gerar os produtos e serviços (Padoveze, 2014). Nesse entendimento, quando o funcionário trabalha diretamente sobre o produto em elaboração e a empresa realiza medições que possibilitem a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, temos, então, a caracterização da MOD (Crepaldi; Crepaldi, 2018; Martins, 2019). Diante do exposto, para que se caracterize a MOD no processo produtivo de bens e serviços, os seguintes requisitos devem ser atendidos: Para ficar claro o entendimento acerca da MOD, vamos citar um exemplo. Nolan é um dos funcionários da CIA Parthenon, indústria de produtos eletrônicos. Na indústria, Nolan trabalha fazendo montagem de produtos, realizando essa atividade em três linhas de produção, sendo elas: notebooks, projetores e impressoras. O funcionário atende a cada uma das linhas de acordo com a necessidade, mas a empresa faz a medição de tempo para a realização das atividades de Nolan. Dessa forma, ao fazer o apontamento de MO, a empresa possui a informação precisa para determinar quanto tempo o funcionário gasta em cada linha de produção. Temos, então: Figura 7 – Caracterização da Mão de Obra Direta Fonte: Moura, 2021. Uma vez que a empresa possui as informações para classificar a MO como MOD, então é possível fazer uma apropriação direta dos custos do funcionário ao produto em elaboração. Assim, os custos com a MOD são alocados diretamente aos produtos elaborados, sem que seja necessária a utilização de uma base de rateio. Agora que já sabemos como se dá a classificação da MO, vamos entender quais gastos a compõem. 5.3 COMPOSIÇÃO DO CUSTO DA MÃO DE OBRA Considerando que um funcionário trabalha em média 220 horas por mês, recebendo o valor correspondente às horas trabalhadas, podemos dizer que a MO é um custo que pode ser mensurado em unidades de tempo. Conforme estudado, as horas que não são medidas (MOI) são apropriadas aos produtos por meio de estimativas, enquanto as que são medidas (MOD) nas linhas de produção podem ser apropriadas diretamente aos produtos. Assim sendo, a MOD é medida em unidade de tempo, devendo ser calculada considerando todos os gastos relativos ao funcionário. Nesse contexto, os custos com MOD incluem salários do pessoal que trabalha direta e produtivamente na fabricação do produto, adicionados a eles os benefícios e os respectivos encargos sociais, trabalhistas e previdenciários”. (Gelbeck et al., 2018, p. 269) Nesse entendimento, se um funcionário trabalha em mais de uma linha de produção, qual seria o custo a ser atribuído a cada uma dessas linhas? Para responder à pergunta, é necessário antes saber o total de horas do funcionário à disposição da empresa e, posteriormente, calcular os custos com remuneração e encargos trabalhistas. Exemplo: Jack é um dos funcionários da CIA Parthenon LTDA, onde trabalha fazendo montagem de notebooks, projetores e impressoras. Seu salário é de R$ 2.200,00. No mês de janeiro de 2021, o apontamento de MO apresentou os seguintes dados: Tabela 5 – Apontamento de MO APONTAMENTO DE MO Funcionário: Jack Dawson PRODUTO HORAS Notebook 80 Projetor 100 Impressora 40 TOTAL DE HORAS 220 Fonte: Moura, 2021. Com base nesses dados, ainda não é possível definir o custo com a MO. Para tanto, vamos iniciar calculando o total de horas que o funcionário fica à disposição da empresa durante o ano. A jornada máxima de trabalho permitida pela Constituição brasileira é de 44 horas semanais (sem considerar horas extras) e, supondo-se semana não inglesa, isto é, semana de seis dias sem compensação do sábado, a jornada máxima diária será de 44 ÷ 6 = 7,3333 horas, o equivalente a 7 horas e 20 minutos. Sabendo a jornada máxima diária, podemos calcular o total de horas que o funcionário fica à disposição da empresa dentro de um ano, conforme segue: Tabela 6 – Horas totais à disposição da empresa TOTAL DE HORAS TRABALHADAS NO ANO Número Total de dias do ano 365 (-) Repousos Semanais Remunerados (em dias) 48 (-) Férias (em dias) 30 (-) Feriados (em dias) 12 (=) Número de dias à disposição 275 Horas Semanais 44 Horas Diárias em semana de 6 dias (44/6) 7,33 Número Máximo de Horas à disposição (275 x 7,33) 2016,7 Fonte: Elaborado por Moura com base em Martins, 2019. A necessidade de se calcular as horas que o funcionário fica à disposição da empresa durante o ano se deve ao fato de a empresa pagar benefícios como fériase 13º salário, que são pagos em períodos distintos e, por isso, calcula-se o custo do funcionário ao longo do ano para depois calcular o custo unitário por hora. Agora que temos a quantidade de horas à disposição, vamos calcular a remuneração anual de Jack. Para tanto, precisamos saber o valor da hora de trabalho. Fazemos a divisão: R$ 2.200,00/220 horas mensais = R$ 10,00 por hora. Com base nesse valor, calculamos a remuneração anual da seguinte forma: Tabela 7 – Custo total com salários CUSTO TOTAL COM SALÁRIOS Valor da hora de trabalho R$ 10,00 Salários (2,016,7 h x R$10,00) R$ 20.166,67 Repousos Semanais (48 x 7,3333 = 352 h x R$10,00) R$ 3.520,00 Férias (30 * 7,3333 * R$10,00) R$ 2.200,00 Feriados (12 x 7,3333 x R$10,00) R$ 880,00 13º Salários (220 x 10) R$ 2.200,00 1/3 Sobre férias (1/3 x R$2.200,00) R$ 733,33 Custo total com salários R$ 29.700,00 Fonte: Elaborado por Moura com base em Martins, 2019. Agora, temos que considerar que o custo com mão de obra engloba não só os salários pagos aos empregados, como também os encargos sociais decorrentes da legislação trabalhista e previdenciária, além de todos os demais gastos com o pessoal que direta ou indiretamente trabalha na produção. (Ribeiro, 2017, p. 139) Desse modo, enquadram-se aí os encargos assumidos pela empresa incidentes sobre a folha de pagamento (Padoveze, 2014). Podemos elencar, por exemplo, os seguintes encargos: Tabela 8 – Encargos sobre a folha CÁLCULO DE ENCARGOS Previdência Social 20,00% FGTS 8,00% Seguro Acidente Trabalho (SAT) 3,00% Salário Educação 2,50% SESI ou SESC 1,50% SENAI ou SENAC 1,00% INCRA 0,20% SEBRAE 0,60% Total de encargos incorridos 36,80% Fonte: Elaborado por Moura com base em Martins, 2019. Conforme evidenciado na tabela, os encargos incidentes sobre a folha (no caso do nosso exemplo) somam 36,8%, sendo que a empresa deve aplicar esse percentual sobre o total de salários anuais para calcular o valor correto da hora de trabalho e, assim, alocar corretamente aos produtos o valor da hora de MOD. Tabela 9 – Custo total da hora de trabalho IMPACTO DOS ENCARGOS SOBRE A FOLHA Custo total com salários R$ 29.700,00 Total de encargos incorridos 36,80% Encargos sobre a folha de pagamento R$ 10.929,60 Custo total (salários + encargos) R$ 40.629,60 Custo por hora (custo total/total de horas) R$ 20,15 Fonte: Elaborado por Moura com base em Martins, 2019. Conforme mostrado na tabela, agora temos um custo de R$ 20,15 por hora de MO do funcionário. Assim, quando da alocação da MOD aos produtos, basta multiplicar o total de horas do funcionário pelo valor unitário da sua hora de trabalho e, assim, teremos o custo a ser alocado em cada linha de produção, conforme segue: Tabela 10 – Alocação da MOD aos produtos PRODUTO HORAS CUSTO / HORA CUSTO TOTAL Notebook 80 R$ 20,15 R$ 1.611,75 Projetor 100 R$ 20,15 R$ 2.014,69 Impressora 40 R$ 20,15 R$ 805,88 TOTAL 220 R$ 4.432,32 Fonte: Moura, 2021. Assim, evidenciamos o valor da hora de trabalho do funcionário, devendo ser utilizado esse valor para a apropriação da MOD aos produtos. É importante destacar que não é responsabilidade da contabilidade de custos o cálculo de salários e encargos trabalhistas, sendo essa uma atribuição do departamento de RH. Do mesmo modo, os encargos apresentados aqui são simples exemplos e não devem ser tomados como únicos, pois o que os define são as características da própria empresa. A mão de obra é um dos principais fatores aplicados na produção, juntamente com os materiais diretos. Por conta disso, o conhecimento acerca dos custos que compõem a mão de obra é essencial para uma boa gestão de custos. Posteriormente, trataremos sobre outros gastos logísticos, nos aprofundando mais no tema sobre custos. TROCANDO IDEIAS A distinção entre os gastos é muito importante dentro do contexto organizacional, pois conforme estudado nesta aula, a sua alocação tem reflexo no patrimônio da empresa e no seu resultado. Dessa forma, pegando uma empresa do ramo industrial como exemplo, os custos são alocados aos produtos que, por sua vez, são registrados no balanço patrimonial, compondo os estoques de produtos acabados até que seja realizada sua venda. Quando são vendidos, é feita a baixa dos estoques de forma proporcional às unidades vendidas. Por sua vez, as despesas de um período são lançadas na demonstração de resultados no período em que incorreram, sendo deduzidas das receitas do período. Diante desse aspecto, você saberia dizer o que aconteceria se, por erro ou descuido, as despesas de um período fossem apropriadas de forma errada, sendo reconhecidas como custos? Você saberia dizer qual é o impacto disso no patrimônio e resultado da empresa no período em questão? Entre no fórum e debata o assunto com seus colegas. NA PRÁTICA Agora que já conhecemos um pouco sobre custos, que tal praticar os conhecimentos adquiridos? 1. Sobre as terminologias em custos, analise o contexto a seguir: No mês de janeiro de 2021, a CIA Parthenon LTDA, Indústria de Eletrônicos, contratou dois funcionários, um para o departamento de contabilidade e outro para o setor de montagem de notebooks da fábrica. No mesmo mês, a empresa adquiriu uma empilhadeira para a fábrica e um veículo para os funcionários do setor de recursos humanos. A empilhadeira foi paga à vista, enquanto o veículo do RH foi negociado para pagamento em 30 dias. A empresa também registrou um incêndio que consumiu parte do estoque de projetores, sendo o incidente informado por um supervisor do setor. Com base nessas informações, analise as assertivas a seguir, classificando-as como verdadeiras ou falsas: I. Os dois funcionários contratados terão seus salários tratados como custos. II. A depreciação da empilhadeira deve ser tratada como um custo, e a do veículo do RH como uma despesa. III. Na aquisição da empilhadeira, gasto e desembolso ocorreram no mesmo momento. IV. O estoque consumido pelo incêndio gerou um custo para a empresa. V. O veículo do RH e a empilhadeira da produção são classificados como investimentos. Assinale a alternativa correta: a)V – F – V – F – V b)F – F– V – V – F c) F – V – V – F – V d)V – V – F – V – F e) V – V – V – V – V 2. Considerando o comportamento dos custos em relação ao volume de produção, analise o gráfico abaixo: Quando a empresa não produz nenhuma unidade, o ponto A é igual a R$ 200.000,00 e o ponto B tem valor igual a 0. Em determinado momento, a empresa produz 4.000 unidades com custo variável unitário igual a R$ 150,00. Analise as assertivas a seguir: I. O custo fixo é de R$ 600.000,00 II. O custo variável total é de R$ 200.000,00 III. O custo total é igual a R$ 800.000,00 IV. Se a empresa produzir 500 unidades além das 4.000, mantendo-se o valor unitário de cada unidade, o custo total passa a ser R$ 875.000,00 V. Para encontrar o custo total, basta somar o custo fixo com o custo variável total. Assinale a alternativa correta: a) Estão corretas as assertivas I, II e V. b)Estão corretas as assertivas I, III e IV. c)Estão corretas as assertivas II, III e V. d) Estão corretas as assertivas III, IV e V. e) Estão corretas toda as assertivas. 3.No Brasil, os custos são definidos pelo Decreto-Lei n. 1.598, de 26 de dezembro de 1977; pelo Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018 e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Sobre os itens que compõem os custos, analise as assertivas a seguir e a relação proposta entre elas: I. O frete na venda de mercadorias deve ser classificado como despesa do período. II. Porque despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes, não podem ser incluídas nos custos dos estoques. Assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são proposições falsas. b)A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. c)A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposiçãoverdadeira. d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. 4. A folha de pagamento configura-se num dos gastos mais significativos do setor produtivo, tornando este um elemento de destaque e merecedor de atenção quando se trata de análise de custos. Sobre a mão de obra, analise o contexto a seguir: Nolan é funcionário da CIA Parthenon e trabalha na solda de componentes eletrônicos de tablets e desktops. Além disso, sempre que necessário, Nolan é chamado para auxiliar no setor de manutenção, onde presta serviços para várias linhas de produção. A empresa faz apontamento de mão de obra, indicando quanto tempo o funcionário dedica a cada produto, podendo identificar, assim, o custo referente à MOD e MOI. No mês de Janeiro de 2021, o apontamento de MO evidenciou as seguintes informações: Tabela 11 – Apontamento de MO APONTAMENTO DE MO Funcionário: Nolan PRODUTO HORAS Tablet 70 Desktop 90 Manutenção 60 TOTAL DE HORAS NO MÊS 220 Fonte: Moura, 2021. Sabendo que o salário de Nolan é igual a R$ 2.640,00 e que sua carga horária mensal é de 220 horas, calcule o custo da hora de trabalho do funcionário, considerando os encargos sociais. Considere as seguintes informações adicionais para calcular o total de horas anuais que o funcionário fica à disposição da empresa: Número Total de dias do ano = 366 (ano bissexto); Repousos Semanais Remunerados (em dias) = 48; Férias (em dias) = 30; Feriados (em dias) = 12. Para calcular os encargos, considere as seguintes informações: Previdência Social: 20,00%; FGTS: 8,00%; Seguro Acidente Trabalho (SAT): 3,00%; Salário Educação: 2,50%; SESI ou SESC: 1,50%; SENAI ou SENAC: 1,00%; INCRA: 0,20%; SEBRAE: 0,60%. Após calcular o custo da hora de trabalho com encargos, calcule o custo total da MOD para cada linha de produção em que Nolan atua e, também, o custo de MOI do funcionário pela sua atuação no setor de manutenção. FINALIZANDO Nesta aula, estudamos os tipos de gastos relacionados aos processos produtivos, os tipos de ramos empresariais e a legislação aplicada a custos. Estudamos também a mão de obra e suas classificações, bem como os custos que a compõem. Os temas tratados nesta aula foram: A Gestão de Custos; Custos de acordo com o Ramo de Atividade Empresarial; Classificação Contábil de Gastos; Classificação e Comportamento dos Custos; Classificação da Mão de Obra. Posteriormente, estudaremos os gastos relacionados à área de logística e suas classificações. REFERÊNCIAS ATKINSON, A. A.; BANKER, R. D.; KAPLAN, R. S.; YOUNG, S. M. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília, 2018. BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de Custos e Formação de Preços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019. FIGUEIREDO, C.; CAGGIANO, S. P. Controladoria – Teoria e Prática. 5. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 16(R1). Estoques. CPC, 2009. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC>. Acesso em 2021. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. OYADOMARI, J. C. T. et al. Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de desempenho empresarial. São Paulo: Atlas, 2018. Padoveze, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. ______. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. CREPALDI, S. A. S.; CREPALDI, G. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo, Atlas, 2018. SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos: aplicações operacionais e estratégicas: exercícios resolvidos e propostos com utilização do EXCEL. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. VICECONTI, P.; NEVES, S. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo. 12. Ed. São Paulo: Atlas, 2018. GABARITO Questão 1: Correta: c) F – V – V – F – V I. O salário do funcionário da fábrica será um custo e do funcionário da contabilidade será uma despesa. IV. O estoque consumido pelo incêndio gerou uma perda para a empresa. Questão 2: Correta: d) Estão corretas as assertivas III, IV e V. I. O custo fixo é de R$ 200.000,00 II. O custo variável total é de R$ 600.000,00 Custo Fixo R$ 200.000,00 Custo variável R$ 150,00 Unidades adicionais 500 Unidades produzidas 4.000 Total de unidades 4.500 Custo variável total R$ 600.000,00 Novo custo variável total R$ 675.000,00 Custo total R$ 800.000,00 Novo Custo total R$ 875.000,00 Questão 3: Correta: d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Questão 4: TOTAL DE HORAS TRABALHADAS NO ANO Nr. Total de dias do ano 366 (-) Repousos Semanais Remunerados (em dias) 48 (-) Férias (em dias) 30 (-) Feriados (em dias) 12 (=) Número de dias à disposição 276 Horas Semanais 44 Horas Diárias em semana 6 dias (44 / 6) 7,33 Número Máximo de Horas à disposição (275 x 7,33) 2024,0 CUSTO TOTAL COM SALÁRIOS Valor da hora de trabalho R$ 12,00 Salários (2,016,7 h x R$10,00) R$ 24.288,00 Repousos Semanais (48 x 7,3333 = 352 h x R$10,00) R$ 4.224,00 Férias (30 * 7,3333 * R$10,00) R$ 2.640,00 Feriados (12 x 7,3333 x R$10,00) R$ 1.056,00 13º Salários (220 x 10) R$ 2.640,00 1/3 Sobre férias (1/3 x R$2.200,00) R$ 880,00 Custo total com salários R$ 35.728,00 CÁLCULO DE ENCARGOS Previdência Social 20,00% FGTS 8,00% Seguro Acidente Trabalho (SAT) 3,00% Salário Educação 2,50% SESI ou SESC 1,50% SENAI ou SENAC 1,00% INCRA 0,20% SEBRAE 0,60% Total de encargos incorridos 36,80% IMPACTO DOS ENCARGOS SOBRE A FOLHA Custo total com salários R$ 35.728,00 Total de encargos incorridos 36,80% Encargos sobre a folha de pagamento R$ 13.147,90 Custo total (salários + encargos) R$ 48.875,90 Custo por hora (custo total/total de horas) R$ 24,15 PRODUTO HORAS CUSTO/HORA CUSTO TOTAL Tablet 80 R$ 24,15 R$ 1.931,85 Desktop 100 R$ 24,15 R$ 2.414,82 Manutenção 40 R$ 24,15 R$ 965,93 TOTAL 220 R$ 5.312,60