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Avisos Importantes • Introdução à Teoria do Apego • Tipos de vínculo • Qual a relação de Teoria do Apego com o Trauma • Como aplicar a Teoria do Apego no processo terapêutico • Neurobiologia do Apego • Habilidades do terapeuta para facilitar o apego seguro • Abertura de Inscrições para o Curso de Teoria do Apego no Tratamento do Trauma Programação Teoria do Apego – Uma breve introdução • Edward John Mostyn Bowlby foi um psicólogo, psiquiatra e psicanalista britânico, notável por seu interesse no desenvolvimento infantil e por seu trabalho pioneiro na teoria do apego. • Mary Dinsmore Salter Ainsworth foi uma psicóloga do desenvolvimento, norte-americana, conhecida por seu trabalho em apego emocional com "A Situação Estranha" bem como no desenvolvimento da teoria do apego. • John Bowlby lança as bases da teoria do apego ao longo dos anos 50-60 e, na década de 70, Mary Ainsworth traz a formulação que muitos de nós conhecemos: os padrões de apego. • A Teoria do Apego, desenvolvida pelos dois, atesta que um vínculo emocional e físico forte com um cuidador primário é crítico para o nosso desenvolvimento e para o funcionamento dos processos interpessoais – inclusive o da ajuda em psicoterapia. • O sistema de apego é inerente, biológico, e um processo natural que se relaciona com tudo que fazemos na vida, especialmente no que diz respeito ao nosso relacionamento com os outros. Ao interagir com nossos cuidadores, e com seus sistemas nervosos, nós internalizamos como vemos os relacionamentos e formamos nossas estratégias para suprir nossas necessidades emocionais. Apego seguro Apego Evitativo Apego ambivalente Apego Desorganizado Mas o que a teoria do apego tem a ver com Trauma? Qual a implicação dela no processo terapêutico? Como ela pode me ajudar a ser mais assertivo na minha prática clínica? Sob as lentes da Teoria Polivagal Para entendermos a Teoria do Apego a fundo, precisamos entender também sobre a nossa fisiologia. Vamos de neurociência? SISTEMA NERVOSO PARASIMPÁTICO PRIMITIVO CONGELAMENTO FRENTE AO PERIGO SISTEMA NERVO SIMPÁTICO – LUTA OU FUGA -anfíbios SISTEMA NERVO SIMPÁTICO – VAGO VENTAL - mamíferos PARASSIMPÁTICO PRIMITIVO – VAGO DORSAL – congelamento SIMPÁTICO – VAGO VENTRAL – luta ou fuga PARASSIMPÁTICO MAMÍFEROS – VAGO DORAL - traz auto regulação Evolução do SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Nervo Vago – vago ventral e vago dorsal • Vermelho – perigo e desamparo aprendido. • Amarelo – Luta ou fuga e por vezes, até saudável para nos proteger. • Verde – voltar a sua auto regulação com recursos que você ajudará seu paciente a encontrar. Ir para luta ou fuga para ativação saudável Corregulação emocional eu “exposto” às emoções de outra pessoa. Tem a ver com Interocepção + Forma de Apego + Personalidade + Histórico de Vida Interocepção (eu no meu meio interno). Tem a ver com fisiologia + histórico de vida Exterocepção Eu captando informações dos instrumentos de outra pessoa (processo atencional difuso + consciente). Instrumentos de Posicionamento Preciso sobreviver. Vou pegar essas informações “Rápido ou Devagar?” Neurocepção = processamento automático de risco e segurança • O trauma e estresse crônico podem interferir no funcionamento do SNA, impedindo que que funcione de um jeito saudável, regulado e resiliente, e podem nos manter presos em estados disfuncionais de sobrevivência. “Trauma é uma experiência, e não um evento. É o que acontece dentro de nós como resultado daquilo que nos aconteceu.” Gabor Mate Trauma e Teoria do apego • O trauma e estresse crônico podem interferir no funcionamento do SNA, impedindo que que funcione de um jeito saudável, regulado e resiliente, e podem nos manter presos em estados disfuncionais de sobrevivência. “Quanto pior tratamos uma criança, pior ela pensa que é. Ela não consegue deixar de amar seus pais. Ela deixa de amar a si mesma.” Bert Hellinger O trauma compromete nossa habilidade de nos engajar com os outros, substituindo a necessidade de conexão, pela necessidade de proteção. Compromete a autenticidade pela necessidade de ser aceito, digno de cuidado. E como na primeira infância estamos esculpindo muito de quem somos ao longo de toda vida, os impactos são muito relevantes. “O trabalho mais importante do cérebro é nos manter seguro” - Rick Hanson Toda a fisiologia do corpo é formatada para a nossa SOBREVIVÊNCIA Neurobiologia do Apego • O bebê humano, ao contrário de outras espécies animais, nasce prematuro (ainda que na idade gestacional adequada). • Nós somos 100% dependentes do outro para a nossa sobrevivência, logo VINCULAR- SE é uma necessidade, um imperativo biológico. • Nos primeiros estágios da vida, nós absorvemos tudo que acontece a nossa volta, e absorvemos, especialmente, informações constantes dos nossos cuidadores. “É como se nosso corpo, mente e alma trabalhasse juntos como um gravador que documenta tudo que nos acontece, mas quando somos muito pequenos, não temos aonde colocar a fita para rodar e fazer sentido das coisas.” • Se você cresce em uma família com pessoas presentes, amorosas, protetora e atenta as suas necessidades, então o cérebro tende a “podar” algumas partes mais defensivas e enfatiza mais as partes dos aspectos relacionais. • Neste contexto, você geralmente cresce confiando nas pessoas e esperando reciprocidade e coisas boas em seus relacionamentos. As partes do cérebro alinhadas com apego seguro nestes casos são bem estruturadas, fortes, fáceis de acessar. • Precisamos de contato pele com pele, sorrisos amorosos, comunicação de coração para coração. • Crianças que recebem colo, acolhimento, nutrição emocional de cuidadores atentos, regulados e amorosos, experienciam em seus corpos (ainda em desenvolvimento) mais regulação, segurança, conforto e relaxamento. Estas experiências ficam impressas em seu sistema nervoso e corpo através de memorias implícitas. • Nosso sistema nervoso aprende a co-regular recebendo estas informações diretamente de nossos cuidadores, e esta regulação se torna quem somos em um nível neurológico. Infelizmente somos também facilmente influenciados por condições e contingências menos favoráveis na infância. • Uma criança que não foi criada em um ambiente de trocas amorosas e compassivas, tem um “gap” em seu sistema nervoso, onde a regulação pela interação com o outro se faz, fazendo com que seja mais difícil de confiar nas pessoas, pedir ajuda, ou até mesmo pedir ajuda quando precisa. • Quando o apego foi prejudicado, a criança não tem comportamentos de busca/aproximação que precisam para se manterem seguros. • Em um cenário onde há perigo, medo e caos, o cérebro “poda” as partes associadas ao apego seguro e enfatiza as estruturas defensivas. Para lidar com a sua realidade e responder as situações de perigo de seu mundo, as respostas de defesa às ameaças se tornam mais presentes e por muitas vezes disfuncionais. • A lógica é que se você precisa se proteger das pessoas, é apropriado desenvolver um radar mais sensível que detecte os primeiros sinais de perigo. Mas isso se torna disfuncional ao longo da vida, quando você vai se relacionar com o outro. “Qualquer estilo de apego é uma resposta para buscar segurança, mesmo que de forma disfuncional.” Apego seguro Apego Evitativo Apego ambivalente Apego Desorganizado Tipos de Apego • Apego seguro Tipo de apego mais saudável. Normalmente são pessoas que cresceram com muito amor e suporte de seus cuidadores e quando adultos, são independentes, e se conectam com o outro de forma saudável. Ficam bemsozinhos e com o outro; conseguem pensar com flexibilidade, perceber possibilidades, são confortáveis com as diferenças, resolutivos em seus conflitos. Tipos de Apego • Quando criança, João cresceu em um lar tranquilo, com pais amorosos e presentes. Longe de serem perfeitos - mas bons o suficientes, os pais de João demonstravam amor, cuidado e respeito pelo filho de forma incondicional. • João era uma criança alegre, curiosa, e tranquila para explorar novas situações pois sabia que os pais estariam ali por ele caso precisasse. Quando cometia erros, João era corrigido e orientado com respeito, sem ser desvalorizado ou envergonhado. • João tinha segurança para explorar as suas emoções, e tinha uma mãe amorosa que o ajudava a se regular em situações desafiadoras. Conheça o João João cresceu, e se tornou um adulto saudável emocionalmente. Em suas relações buscava suporte no outro, tinha facilidade em expressar suas emoções e se conectar com as emoções de sua esposa. Era bom em resolver conflitos e diferenças com respeito e empatia. Era investido na relação, e não tinha dificuldade de demonstrar carinho e ser vulnerável. Tinha facilidade em confiar, e se sentia confortável em ter intimidade com sua esposa, com quem tem uma relação saudável de interdependência. No trabalho, João é criativo, se relaciona bem com as pessoas. É bom em colocar limites saudáveis em suas relações. • Apego evitativo Pessoas com este estilo de apego tem a tendência de manter uma certa distancia de intimidade e diminuir a importância dos relacionamentos. Na sua história pode ter sido deixado muito sozinho, ter sido rejeitado pelos cuidadores ou não ter tido pais presentes o suficiente. Evitativos tem uma desconexão em seu sistema de apego, então reconectar com outros de forma segura e saudável é importantíssimo Quando criança Maria cresceu em um lar com pais ausentes... Nem sempre fisicamente, mas muitas vezes emocionalmente indisponíveis. Em sua memória, ela não relata uma infância difícil... Na verdade não se lembra muito de como foi! Se lembra que muitas vezes precisava se virar sozinha... Seus pais eram rígidos, preocupados excessivamente em administrar suas tarefas e valorizavam que ela tivesse autonomia e independência, mesmo quando ainda não tinha se desenvolvido o suficiente para isso. Maria não sentia que podia contar com o apoio de seus cuidadores então se esforçou ao máximo para se adaptar e ser reconhecida dentro daquilo que era valor para eles: sua competência! As pessoas a viam como alguém forte, independente...mas isso escondia um medo enorme de ser vulnerável. Conheça a Maria Quando adulta, começou a ter muitos problemas nos seus relacionamentos. Tinha muita dificuldade de se entregar, de contar com alguém, e até mesmo de reconhecer as suas necessidades... Evitava os relacionamentos, e acabava “escolhendo” exatamente aqueles que se demonstravam difíceis. Suas amigas brincavam que ela tinha o “dedo podre”! Como seus pais não eram muito sintonizados nas suas necessidades emocionais logo aprendeu que deveria ser autossuficiente, e para sustentar esta independência acabava reprimindo suas emoções e necessidades... Detestava depender dos outros e não tinha muita paciência com pessoas dependendo dela...principalmente nas relações amorosas! Por falar em relações, conexão e intimidade muitas vezes a deixava sufocada, se desligando e distanciando dos seus parceiros sabotando as relações potencialmente seguras e saudáveis! A maioria dos parceiros se queixavam que era fria demais e que estava sempre colocando o trabalho na frente da relação... O que costuma ser uma verdade, inclusive chega na terapia com um quadro de burnout. No fundo, tudo que ela quer é um vinculo seguro, mas precisa aprender a confiar e a dar espaço para suas emoções...aprendeu desde cedo a suprimir suas emoções e sua necessidade de conexão para não sofrer, mas só ela sabe o quanto isso a custou! Apego ambivalente Pessoas com este tipo de adaptação lidam com muita ansiedade em relação a terem suas necessidades atendidas ou se sentirem seguros em ser amados, ou amáveis. Seus pais podem ter sido amorosos mas quando criança nunca sabiam quando seus pais estavam distraídos, presentes ou nervosos. O cuidado era imprevisível. Podem ser hipervigilantes em relação a qualquer sinal de abandono. Como antecipam um abandono inevitável (em seu sistema de crença), frequentemente se sentem tristes, frustrados ou bravos mesmo sem algo de fato acontecer em seus relacionamentos. Para ambivalentes, consistência e reafirmação são primordiais. Ana teve uma infância marcada pela instabilidade afetiva. Seus pais eram amorosos mas instáveis emocionalmente, fazendo com que se comportassem de uma forma a qual Ana não se sentia segura que teria suas necessidades atendidas ou nao. Teve amor, teve cuidado, mas eram inconstantes e imprevisíveis o que a deixava muito ansiosa. As vezes se sentia abandonada ou sentia que o que ela precisava não era tão importante... Ficava confusa, não sabia se podia contar com os cuidados dos pais ou se deveria fazer algo a mais para merecer o amor deles. Conheça a Ana Como cresceu com muita ansiedade em relação à segurança do vinculo, se tornou muito dependente de seu parceiro para regular suas emoções e ao mesmo tempo muito insegura se podia confiar e se entregar na relação, vivendo com uma sensação constante de que seria abandonada a qualquer momento... Muitas vezes sabotou suas relações por medo de sofrer, de ser abandonada, tendo comportamentos que afastava seus parceiros como ciúmes, controle e desconfiança excessivos. Esse comportamento paradoxal de dependência e de afastar o outro reforçava sua crença de que no final das contas o pior sempre acontece... Vivia em estado de alerta, captando cada pequeno sinal e os interpretando como um perigo para suas relações, o que a desestabilizava frequentemente. O hiperfoco no outro, a hipervigilancia e seu desejo de agradar eram tao grandes que as vezes se esquecia até mesmo de olhar para si mesma. Apego desorganizado Este estilo de apego é caracterizado por um medo excessivo e um sistema de apego com muito instinto de sobreviver às ameaças. Quando estressados, com medo ou doente, a criança naturalmente busca seus pais por conforto e proteção, mas o que acontece quando os pais são as fontes de estresse ou medo? Pessoas com este estilo de apego ficam presas em uma resposta defensiva e pendulam entre serem evitativos e ambivalentes, sem ter um padrão muito claro. Geralmente são pessoas que sofrem muito, são desreguladas emocionalmente, pendulam entre uma inundação emocional e uma dissociação (check out). Conheça o Tiago • Tiago teve uma infância muito difícil. Filho de um relacionamento abusivo, sua mae se separou do pai agressivo e o criou sozinha com muitas dificuldades financeiras. Ao sair para trabalhar, Tiago ficava na casa do vizinho onde era tratado com negligencia e violência. Quando tinha 3 anos sua mae se casou de novo, e logo começaram os abusos por parte do padrasto. Sua mae desconfiava, mas se paralisava diante do trauma do filho... Já que também havia passado por isso em sua infância. Ele não foi protegido. • Tiago sentia que não podia confiar em ninguém e vivia constantemente com a sensação de que estava em perigo. Na escola era visto como o menino problema... Era sempre punido pelo seu comportamento agressivo e era difícil fazer amigos. Na adolescência, quando Tiago teve sua primeira experiência com drogas experimentou um estado que nunca havia sentido...uma desconexão de toda sua dor e um alivio temporário que o fez buscar cada vez mais desenvolvendo comportamentos de dependência e abuso de drogas. Depois de passar por muitas relações toxicas, Tiago encontrou uma boa esposa, mas tinha muitas dificuldades para se relacionar... Era instável, ora evitava e se desligava, ora se conectava com dependência, ciúmes excessivo e muito controlee agressividade. A pedido de sua esposa buscou ajuda profissional... Passou por muitos psiquiatras sempre com muita dificuldade de acertar as medicações e na terapia tinha muita dificuldade de confiar. Escuta profunda Presença Empatia Manter contato Contato visualBrincar, leveza Expandir/ reforçar os recursos Focar também no positivo Compaixão e autocompaixão Habilidades do terapeuta para facilitar o apego seguro Estabelecer um vinculo seguro, de confiança, empatia, aceitação e compaixão Reestabelecer equilíbrio no SNA Grounding, conexão com o corpo, co-regulação Reestabelecer senso de segurança no corpo Reparar / construir noções de limites Trabalhar na renegociação dos traumas, possibilitando descargas e reconsolidação de memórias Psicoeducação sobre habilidades interpessoais Principais metas no trabalho terapêutico [INÉDITO] Torne o seu atendimento mais afetivo, flexível e significativo Doc1.pdf asdasd-2.pdf