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Praticas de Pericia e Atuaria - Ebook 3


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Profa. Ma. Adriely Camparoto Brito
PRÁTICAS DE PERÍCIA 
E ATUÁRIA
LIVRO 3
1ª EDIÇÃO
GOIÂNIA
Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS 
2022
WebAula 3
Práticas 
de Perícia 
e Atuária
Catalogação: Biblioteca Anhanguera
____________________________________________________________
Práticas de Perícia e Atuária – WebAula 3 / Adriely Camparoto 
Brito – Goiânia : Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS, 
2022.
22 p. : il.
ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
1. Práticas de Perícia e Atuária. I. Brito, Adriely Camparoto. II. 
Título. 
CDU: 658
____________________________________________________________
2022
Direitos exclusivos em língua portuguesa cedidos ao
Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS
Avenida João Cândido de Oliveira, 115,
Cidade Jardim Cep: 74423-115- Goiânia - GO
Tel: (62) 3246 1404Fax: 3246 1444
site: www.anhanguera.edu.br
PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA
Organização
Coordenação Geral de Ensino a Distância
Profa. Esp. Karina Adorno de La Cruz
Autora
Profa. Ma. Adriely Camparoto Brito
Produção
Supervisão do Processo Instrucional (SPI) 
Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz
Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM)
Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo
Revisor de Língua Portuguesa
Profª. Ms. Mairy Aparecida Pereira Soares Ribeiro
©2022 por Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida 
de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação 
ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização por escrito, do Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS.
 5 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
WEBAULA 3
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA 
PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL 
INTRODUÇÃO
A perícia contábil é uma atividade profissional de com-
petência exclusiva de contador devidamente habilitado junto 
ao Conselho Regional de Contabilidade de sua localidade. Para 
a execução da perícia este profissional deve bem conhecer o 
disposto no Código de Processo Civil e nas normatizações 
específicas da área contábil, como é o caso das Normas Brasi-
leiras de Contabilidade profissional e técnica que tratam do 
perito e da perícia contábil, de modo que a atividade pericial 
esteja em conformidade com as regulamentações aplicáveis.
Nesta webaula apresenta-se os aspectos relacionados ao 
planejamento da perícia e a elaboração da proposta de honorá-
rios. Também é abordado sobre os procedimentos para execu-
ção da perícia e os resultados do trabalho do perito por meio 
do laudo pericial contábil e do assistente técnico pelo parecer 
pericial contábil.
3.1 PLANEJAMENTO DA 
PERÍCIA CONTÁBIL
Planejar é a ação de elaborar ou plano ou organizar um 
roteiro a ser seguido para que possa chegar ao destino ou 
SUMÁRIO
WEBAULA 3
Planejamento e Execução da Perícia e Laudo Pericial 
Contábil ....................................................................... 5
Introdução ............................................................................ 5
3.1 Planejamento da Perícia Contábil ............................... 5
3.2 Proposta de Honorários ............................................... 9
3.3 Execução da Perícia Contábil .................................... 14
3.4 Laudo Pericial Contábil e Parecer Pericial 
Contábil ............................................................................. 18
Considerações Finais ........................................................ 21
 76 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
É importante destacar que o perito precisa focar no pro-
cesso e nos documentos constantes nele, entretanto, muitas 
vezes este não contém toda a documentação e informação 
necessária para o esclarecimento dos fatos (MÜLLER; TIMI; 
HEIMOSKI, 2017). Assim, o planejamento é fundamental, 
pois possibilita ao perito identificar os documentos e diligên-
cias que serão necessárias, tais como: legislações aplicáveis, 
documentos, livros e registros contábeis, fiscais, societários 
entre outras informações pertinentes ao caso (CFC, 2020 – 
NBC TP 01).
O planejamento deverá conter o detalhamento do plano 
de trabalho evidenciando “todas as etapas necessárias à execu-
ção da perícia, como: diligências, deslocamentos, trabalho de 
terceiros, pesquisas, cálculos, planilhas, respostas aos quesitos, 
reuniões com os assistentes técnicos, prazo para apresentação 
do laudo pericial contábil ou oferecimento do parecer pericial 
contábil.” (CFC, 2020 – NBC TP 01).
alcançar o objetivo pretendido. É uma etapa importante para a 
execução das atividades periciais. 
O planejamento é a 
etapa que acontece antes 
do início das diligências 
periciais, neste momento 
o perito analisa e avalia o 
processo e as informações 
do litígio e, verifica quais 
documentos, informa-
ções, diligências e procedimentos serão necessários para reali-
zação da perícia e obtenção das respostas aos quesitos apresen-
tados (MÜLLER; TIMI; HEIMOSKI, 2017).
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica da Perícia 
Contábil – NBC TP 01, estabelece a necessidade de elaboração 
do planejamento ao citar que:
“O planejamento da perícia é a etapa do trabalho 
pericial, na qual o perito estabelece as diretrizes e a meto-
dologia a serem aplicadas.”
Diante disso, pode-se perceber que o planejamento é a 
primeira atividade exercida pelo perito após aceitar o encargo. 
É o momento em que o perito planeja e organiza como a perí-
cia será executada, quais diligências serão necessárias, quais 
documentos precisarão ser analisados, quais procedimentos 
serão aplicados, e a previsão de datas de modo a garantir o 
cumprimento do prazo estabelecido pelo juízo.
Conforme a NBC TP 01, os objetivos do planejamento da 
perícia são (CFC, 2020):
 98 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
A NBC TP 01 dispõe ainda que “o planejamento da 
perícia deve ser mantido por qualquer meio de registro que 
facilite o entendimento dos procedimentos a serem aplicados e 
sirva de orientação adequada à execução do trabalho”. Ou seja, 
por meio físico ou virtual (word, excel, ou outros programas), 
o planejamento da perícia deve ser documentado, tanto para 
orientar o trabalho pericial como para comprovar o compro-
misso, responsabilidade e zelo do profissional perito ao execu-
tar o seu encargo. Como isto consta em uma norma técnica 
contábil, torna-se uma obrigação profissional, não sendo 
opcional realizar ou não o planejamento. Além disso, a norma 
enfatiza que “o planejamento deve ser revisado e atualizado 
sempre que fatos novos surjam no decorrer da perícia” (CFC, 
2020 – NBC TP 01).
Costa (2017, p. 21) explica que “o planejamento da perícia 
contábil inicia-se com a leitura do processo” e, a partir de então 
o profissional perito inicia o desenvolvimento dos chamados 
“papéis de trabalho”. Papéis de trabalho são todos os docu-
mentos elaborados e utilizados pelo perito durante a perícia, 
ou seja, documentos que registrem os procedimentos realiza-
dos pelo perito e, que também evidenciem as informações uti-
lizadas para fundamentar as respostas aos quesitos e demais 
conclusões contidas no laudo pericial.
Outro ponto impor-
tante a considerar é que o 
perito deve iniciar o planeja-
mento antes da elaboração da 
proposta de honorários, pois 
para elaborá-la e apresentá-la 
(proposta de honorários) à 
autoridade competente ou ao 
contratante é necessário já ter conhecimento prévio de quais 
etapas do trabalho serão realizadas e quanto tempo aproxima-
damente será demandado (MÜLLER; TIMI; HEIMOSKI, 
2017). No item a seguir é tratado sobre a proposta de honorá-
rios.
3.2 PROPOSTA DE HONORÁRIOS
Os honorários consistem na remuneração de um profis-
sional liberal pela sua prestação de serviços, como é o caso do 
perito, um profissional independente que é nomeado ou con-
tratado para realizar os serviçospericiais e irá receber por isto 
(MÜLLER; TIMI; HEIMOSKI, 2017). 
Conforme abordado na webaula 2, ao ser nomeado pelo 
juiz o perito possui o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar a 
proposta de honorários (CPC, artigo 465, § 2º). Importante 
destacar que esse prazo começa a contar a partir da intimação 
do perito a respeito de sua nomeação, pois é pela intimação que 
o perito é informado sobre o encargo recebido.
Ciente da sua nomeação o perito deve fazer carga dos 
autos, sejam eles físicos ou eletrônicos, ou seja, buscar os autos 
na vara judicial que está tramitando caso sejam físicos, ou 
acessá-los por meio do portal da justiça, em caso de processo 
eletrônico. Fazer carga dos autos refere-se a tomar posse dos 
documentos que compõem o processo e que estão disponíveis 
para ele avaliar se aceitará ou não o encargo, lembrando aqui, 
que o primeiro ato deve ser este: avaliar se está em condição de 
impedimento ou suspeição. Não estando, impedido ou sus-
peito o perito deve realizar a leitura por completo do processo 
para compreensão dos fatos objeto do litígio, e assim terá con-
dições de avaliar o trabalho que será necessário realizar, elabo-
rar o planejamento da perícia e a proposta de honorários 
(MÜLLER; TIMI; HEIMOSKI, 2017; CREPALDI, 2019).
A proposta de honorários é o documento que o perito 
elabora discriminando o valor a ser cobrado pelos serviços 
 1110 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
sua orientação direta e inteira responsabilidade. Neste caso, 
caso o perito tenha uma equipe técnica, deve considerar a 
remuneração dos mesmos.
O prazo estabelecido nas perícias judiciais ou contra-
tado nas extrajudiciais deve ser levado em conta nas propostas 
de honorários, considerando-se eventual exiguidade do tempo 
que requeira dedicação exclusiva do perito e da sua equipe para 
a realização e conclusão do trabalho.
Dessa forma o perito, 
na fase do planejamento, 
visando elaborar a proposta 
de honorários, já deve avaliar 
os riscos decorrentes das suas 
responsabilidades e todas as 
despesas e os custos inerentes, 
bem como, a hipótese de apresentação de quesitos suplementa-
res pelas partes no decorrer da perícia. Neste caso o perito deve 
estabelecer que caso ocorram (quesitos suplementares), haverá 
a cobrança de honorários complementares, isto porque a perí-
cia é planejada considerando os quesitos que já constam nos 
autos do processo, não sendo possível o perito planejar o traba-
lho que será demandado se surgirem novos quesitos no decor-
rer dos trabalhos periciais, para tanto, uma forma do profissio-
nal resguardar-se é, já deixar explícito na proposta de honorários 
que havendo novos quesitos, também haverá cobrança de 
honorários adicionais (CREPALDI, 2019, p. 163). Destaca-se 
que isso está previsto na NBC PP 01, no item 34.
A NBC PP 01 dispõe ainda que na elaboração da pro-
posta de honorários, quando possível é interessante que o 
perito discrimine o seu plano de trabalho traçado para atender 
ao objeto da perícia, detalhando as várias etapas do trabalho 
pericial até sua conclusão. Além disso, se houver previsão de 
gastos com deslocamentos, viagens, hospedagens, alimenta-
periciais e suas razões que o justificam. A NBC PP 01 especi-
fica que na “elaboração do plano de trabalho e respectiva pro-
posta de honorários, o perito deve considerar, entre outros 
fatores: a relevância, o vulto, o risco, a responsabilidade, a 
complexidade operacional, o pessoal técnico, o prazo estabele-
cido e a forma de recebimento” (CFC, 2020 – NBC PP 01).
Detalhando estes fatores, considerando a redação que 
existia na NBC PP 01 antes da alteração de 2020, Costa (2017, 
p. 27) e Crepaldi (2019, p. 167) explicam que:
A relevância abrange a importância da perícia no con-
texto social e sua essencialidade para sanar as dúvidas de cará-
ter técnico-científico contábil, suscitadas em demanda judicial 
ou extrajudicial.
O vulto está relacionado ao valor da causa no que se 
refere ao objeto da perícia; à dimensão determinada pelo 
volume de trabalho; e à abrangência pelas áreas de conheci-
mento envolvidas.
O risco compreende a possibilidade do honorário peri-
cial não ser integralmente recebido, o tempo necessário ao 
recebimento, bem como a antecipação das despesas necessá-
rias à execução do trabalho. 
A responsabilidade e complexidade está relacionada à 
dificuldade técnica para a realização do trabalho pericial em 
decorrência do grau de especialização exigido; à dificuldade 
em obter os elementos necessários para a fundamentação do 
laudo pericial contábil; e ao tempo transcorrido entre o fato a 
ser periciado e a realização da perícia. Deve ser considerado 
também o ineditismo da matéria periciada.
O pessoal técnico é formado pelos auxiliares que inte-
gram a equipe de trabalho do perito, estando os mesmos sob 
 1312 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
ção, transportes e outras despesas, também devem ser detalha-
das na proposta de honorários (CFC, 2020 – NBC PP 01).
Na elaboração da proposta de honorários, sempre que 
possível, o perito deve apresentar a estimativa de horas neces-
sárias para realização de cada etapa dos trabalhos periciais. 
Conforme Crepaldi (2019, p. 167) estas etapas podem ser:
➢ retirada e entrega dos autos;
➢ leitura e interpretação do processo; 
➢ preparação dos termos de diligências para arrecada-
ção de provas e comunicações às partes, aos terceiros e aos 
peritos-assistentes;
➢ realização de diligências; 
➢ pesquisa documental e exame de livros contábeis, fis-
cais e societários; 
➢ elaboração de planilhas de cálculo, quadros, gráficos, 
simulações e análises de resultados; 
➢ laudos interprofissionais (se necessário);
➢ elaboração do laudo;
➢ reuniões com peritos-assistentes, quando for o caso; 
➢ revisão final; 
➢ despesas com viagens, hospedagens, transporte, ali-
mentação etc.;
➢ outros trabalhos com despesas supervenientes.
Concluída a proposta de honorários, esta deve ser proto-
cola junto ao processo, sob a forma de petição, física ou eletrô-
nica, a depender de como o processo está sendo executado 
(CREPALDI, 2019). Destaca-se aqui, que as partes podem con-
testar o valor dos honorários apresentados pelo perito e, cabe 
ao juiz determinar o valor final da perícia.
É importante lembrar que um ato é apresentar proposta 
de honorários, outro é requerer depósito prévio destes hono-
rários (MAGALHÃES, 2017). Ou seja, proposta de honorários 
e petição de depósito são documentos diferentes e, normal-
mente, o perito já deve protocolar junto com a proposta de 
honorários, a solicitação do depósito destes.
Müller, Timi e Heimoski, (2017, p. 113) explicam que “os 
honorários periciais ficam depositados em conta judicial, à 
disposição do juízo, e somente com a autorização deste é que 
podem ser levantados”. Assim, a parte responsável pelo paga-
mento da perícia deve realizar o deposito judicial do valor dos 
honorários e, o juiz emitirá a autorização para que o perito o 
receba. Essa autorização é um documento chamado de alvará, 
o qual o perito retira no cartório e leva ao banco para o recebi-
mento dos seus honorários.
Conforme a NBC PP 01 e o Código de Processo Civil 
(CPC), é direito do perito nomeado requerer a liberação ante-
cipada de até 50% dos honorários depositados, quando julgar 
necessário para o custeio antes do início dos trabalhos (CFC, 
2020 – NBC PP 01).
Quando se trata de perícias extrajudiciais não haverá 
esse trâmite judicial, entretanto, também deve ser elaborada a 
proposta de honorários 
e apresentada seja na 
Câmara de Arbitragem, 
em se tratando de perí-
cia arbitral, ou direta-
mente às partes, quando 
se tratar de perícia 
voluntária. 
Quanto a remuneração do perito assistente-técnico, é 
de responsabilidade da parte que houver o indicado. A remu-
neração do perito, conforme visto na webaula 2, será paga pela 
parte que houver requerido a perícia, ou rateada entre as partes 
 1514 PRÁTICASDE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
quando a perícia for determinada pelo juiz ou se ambas as par-
tes requererem (CREPALDI, 2019; BRASIL, 2015).
Neste sentido, a negociação do valor dos honorários do 
perito-assistente, será diretamente com parte que o contratou, 
devendo, obrigatoriamente, celebrar o contrato de prestação 
de serviços com o seu cliente, observando as normas estabele-
cidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2020 – 
NBC PP 01). 
3.3 EXECUÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL
A execução do trabalho pericial será pautada na síntese 
do objeto da perícia e no lapso temporal que se refere, ou seja, 
no fato principal que motivou o conflito entre as partes e, que 
necessita de esclarecimentos, bem como ao período ao qual se 
trata a controvérsia. Desse modo o perito não pode ir além do 
que está sendo questionado e tampouco ficar aquém do objeto, 
apresentando ao juiz e demais interessados, a verdade dos fatos, 
o que contribuirá para a justa solução do litígio (COSTA, 2017). 
Assim, baseado no que se discute nos autos do processo, o 
perito vai desenvolver os trabalhos periciais.
Conforme previsto no Código de Processo Civil (CPC), o 
perito deve comunicar as partes e aos assistentes técnicos a 
data e o local em que será iniciada a produção da prova peri-
cial, para que estes pos-
sam acompanhar e ter 
acesso a todos os elemen-
tos de prova coletados e 
analisados durante a perí-
cia (CREPALDI, 2019). 
Assim o perito deve cum-
prir este rito para iniciar a 
execução dos trabalhos.
Como já citado anteriormente, nem sempre constará nos 
autos do processo, todos os documentos necessários ao esclare-
cimento dos fatos, cabendo então ao perito realizar as diligên-
cias visando buscar e acessar as informações pertinentes, con-
forme esclarece Müller, Timi e Heimoski, (2017, p. 104) “pode 
o perito fazer diligências, isto é, valer-se de todos os meios 
necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações e 
solicitando documentos”.
Para isso, o perito deve utilizar-se do termo de diligên-
cia que é o documento pelo qual este profissional cumpre seu 
encargo, solicitando ao diligenciado que sejam colocados à sua 
disposição livros, documentos, coisas, dados e informações 
necessárias para a realização da perícia e elaboração do laudo 
pericial contábil. “O termo de diligência serve para formalizar 
e comprovar o trabalho de campo do perito” (CFC, 2020 – 
NBC TP 01). 
Assim, por meio do termo de diligência, o perito solicita 
por escrito, todos os documentos e informações necessárias ao 
seu trabalho pericial, já estabelecendo o prazo em que o dili-
genciado deverá entregar ou disponibilizar o que está sendo 
solicitado no referido termo. 
O termo de diligência é um documento elaborado pelo 
perito, destinado ao diligenciado e, deve conter os seguintes 
itens:
a) identificação do diligenciado; 
b) identificação das partes ou dos interessados e, em se 
tratando de perícia judicial ou arbitral, o número do pro-
cesso ou procedimento, o tipo e o juízo em que tramita;
c) identificação profissional do perito;
d) indicação de que está sendo elaborado nos termos 
desta Norma; 
 1716 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
e) indicação detalhada dos documentos, coisas, dados 
e informações, consignando as datas e/ou períodos abran-
gidos, podendo identificar o quesito a que se refere;
f) indicação do prazo e do local para a exibição dos 
elementos indicados na alínea anterior;
g) local, data e assinatura (CFC, 2020 – NBC TP 01).
É importante destacar, que caso a solicitação não seja 
atendida e, o diligenciado não entregue o que foi requerido for-
malmente, ou ainda qualquer outra dificuldade que venha 
aparecer na execução dos trabalhos periciais, cabe ao perito 
reportar-se diretamente a quem o nomeou, contratou ou indi-
cou, apresentando o ocorrido e solicitando providências (CFC, 
2020 – NBC TP 01).
Nesse sentido, é funda-
mental que o perito mante-
nha devidamente registrado 
em seus papéis de trabalhos o 
detalhamento “dos locais e 
datas das diligências, nome 
das pessoas que o atender, 
livros e documentos ou coisas vistoriadas, examinadas ou 
arrecadadas, dados e particularidades de interesse da perícia”. 
Além disso, como forma de evidenciar a execução dos traba-
lhos periciais, é importante que o perito rubrique a documen-
tação examinada e, quando julgar necessário e possível, juntar 
o elemento de prova original, seja por meio de cópia ou certi-
dão, aos seus papéis de trabalho e ao laudo pericial contábil 
(CFC, 2020 – NBC TP 01).
Para a execução da perícia, a NBC TP 01, que regula-
mente a perícia contábil, especifica os procedimentos periciais, 
ou seja, quais procedimentos podem ser utilizados pelo perito. 
Sendo eles:
Por meio destes procedimentos é possível ao perito con-
tábil executar os trabalhos periciais, fundamentar seu laudo e 
atender aos objetivos da perícia, mediante o esclarecimento 
dos fatos.
Outro ponto que é importante destacar, é quanto aos 
cuidados que o perito deve ter com os documentos que com-
 1918 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
põem o processo e demais documentos recebidos mediante 
termo de diligência, enquanto estiver sob sua posse e responsa-
bilidade, devendo zelar por sua guarda e segurança (CFC, 2020 
– NBC TP 01).
3.4 LAUDO PERICIAL CONTÁBIL E 
PARECER PERICIAL CONTÁBIL
O resultado ou o produto do trabalho do perito é o laudo 
pericial contábil, o qual deverá auxiliar o juiz no caso de perí-
cia judicial, o árbitro no caso de perícia arbitral e o tomador de 
decisão no caso de perícias extrajudiciais e voluntárias, na justa 
solução do conflito.
O laudo é o instru-
mento ou documento em que 
o perito apresenta seu traba-
lho técnico ao magistrado, 
devendo utilizar um padrão 
próprio abordando os itens de 
estrutura previstos nas legis-
lações e normas (CREPALDI, 2019; COSTA, 2017). 
Quanto a estrutura e conteúdo do laudo pericial o Código 
de Processo Civil (CPC) especifica em seu artigo 473, que deve 
conter: “i - a exposição do objeto da perícia; ii - a análise téc-
nica ou científica realizada pelo perito; iii - a indicação do 
método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predo-
minantemente aceito pelos especialistas da área do conheci-
mento da qual se originou; e iv - resposta conclusiva a todos os 
quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do 
Ministério Público.
Observa-se que o CPC não traz muitos detalhes quanto a 
estrutura, sendo mais pontual quanto ao conteúdo ao qual 
deve conter. Já a NBC TP 01, detalha a estrutura ser respeitada 
em laudos periciais elaborados por perito contábil, sendo a 
seguinte:
(a) identificação do processo ou do procedimento, das 
partes, dos procuradores e dos assistentes técnicos; 
(b) síntese do objeto da perícia;
(c) resumo dos autos;
(d) análise técnica e/ou científica realizada pelo perito;
(e) método científico adotado para os trabalhos peri-
ciais, demonstrando as fontes doutrinárias deste e suas 
etapas;
(f) relato das diligências realizadas;
(g) transcrição dos quesitos e suas respectivas respos-
tas conclusivas para o laudo pericial contábil;
(h) conclusão;
(i) termo de encerramento, constando a relação de 
anexos e apêndices;
(j) assinatura do perito; (CFC, 2020 – NBC TP 01).
Quanto à assinatura do perito, é importante explicar que 
ela pode ser realizada por meio de certificação digital respei-
tando as normas da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasi-
leiras (ICP Brasil). Juntamente com a assinatura, o profissional 
deve informar o número dos seus registros no CRC e no CNPC 
(Cadastro Nacional de Peritos Contábeis) e, informar a sua 
função, se perito ou assistente técnico (CFC, 2020 – NBC TP 
01).
É notório o detalhamento da norma contábil a respeito 
da estrutura e, esta ressalta ainda que a redação utilizada pelo 
perito deve ser simples, clara e concisa, evitando ser prolixoe, 
apresentando suas conclusões de maneira completa e objetiva, 
permitindo que os interessados possam interpretar e compre-
ender os resultados obtidos. Além disso, para facilitar a com-
 2120 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
preensão dos termos técnicos específicos da contabilidade, o 
perito deve inserir seus respectivos conceitos e explicações adi-
cionais no corpo do texto ou em notas de rodapé (CFC, 2020 
– NBC TP 01).
Após concluído os trabalhos periciais e emitido o laudo, 
o perito deve disponibilizar uma cópia deste ao assistente téc-
nico, sempre que solicitado e, informá-lo de maneira anteci-
pada sobre a data do protocolo em juízo. Esse rito é para per-
mitir que o assistente técnico possa avaliar o laudo e emitir a 
sua opinião sobre o mesmo por meio de parecer pericial con-
tábil. Dessa forma, é importante diferenciar os produtos de 
cada profissional: perito emite o laudo e, assistente técnico 
emite o parecer (CREPALDI, 2019).
Quanto à estrutura do parecer pericial elaborado pelo 
assistente técnico, aplica-se os mesmos itens dispostos na NBC 
TP 01 para o laudo pericial. Destaca-se aqui, que o assistente 
técnico elaborará o parecer pericial, caso queira, não sendo 
obrigatório, pois ele pode apor sua assinatura junto com a do 
perito no laudo pericial, o que se denomina “assinatura em 
conjunto”. Quando isso acontecer, significa que o assistente 
técnico concorda integralmente com o conteúdo do laudo peri-
cial, não podendo emitir parecer contrário a este laudo assi-
nado em conjunto com o perito (CFC, 2020 – NBC TP 01; 
CREPALDI, 2019). Havendo discordância do conteúdo apre-
sentado pelo perito em seu laudo, o assistente técnico deve 
emitir seu parecer, apontando os pontos que discorda, funda-
mentando-os.
Tanto o perito como o assistente técnico devem apresen-
tar juntamente com o laudo ou parecer pericial sua Certidão de 
Regularidade Profissional, emitida pelo Conselho Regional de 
Contabilidade ou pelo Cadastro Nacional de Peritos Contábeis 
a fim de comprovar a sua habilitação profissional (CFC, 2020 
– NBC TP 01; CREPALDI, 2019).
Assim, o laudo pericial deve apresentar todos os elemen-
tos relevantes que fundamentaram a conclusão do perito, 
podendo, utilizar-se de planilhas, mapas, plantas, desenhos, 
fotografias e quaisquer outros elementos necessários ao escla-
recimento dos fatos objeto da perícia. O mesmo aplica-se ao 
parecer pericial do assistente técnico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final desta WebAula, e aqui abordamos os 
procedimentos e normas relacionadas a execução dos traba-
lhos periciais, que iniciam com o planejamento da perícia, 
seguido pela elaboração da proposta de honorários. Para reali-
zação do seu encargo, o perito realiza diligências e sobre os 
documentos e informações obtidos, aplica os procedimentos 
técnicos a fim de compreender os fatos e elaborar o laudo peri-
cial contábil. Por fim, apresentou-se a diferente do produto 
final do perito e do assistente técnico, sendo eles o laudo peri-
cial e parecer pericial, respectivamente.
Espero que tenham gostado.
Até o nosso próximo encontro!
 2322 PRÁTICAS DE PERÍCIA E ATUÁRIA PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PERÍCIA E LAUDO PERICIAL CONTÁBIL
Referências
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de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm 
CFC, Conselho Federal de Contabilidade. Norma 
Brasileira de Contabilidade Técnica da Perícia Contábil 
- NCB TP 01, de 19 de março de 2020b. Disponível em: 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTP01(R1).pdf 
CFC, Conselho Federal de Contabilidade. Norma 
Brasileira de Contabilidade Profissional do Perito Contábil 
(NCB PP) n. 01, de 19 de Março de 2020. Disponível em: 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCPP01(R1).pdf
COSTA, João Carlos Dias da. Perícia contábil: aplica-
ção prática. São Paulo: Atlas, 2017.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Manual de perícia 
contábil. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
MAGALHÃES, Antonio de Deus Farias. Perícia Contá-
bil: uma abordagem teórica, ética, legal, processual e opera-
cional. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MÜLLER, Aderbal Nicolas; TIMI, Sônia Regina Ribas; 
HEIMOSKI, Vanya Trevisan Marcon. Perícia contábil. São 
Paulo: Saraiva, 2017.
Imagens: Banco institucional Shutterstock e Adobe Stock.
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