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Fundamentos de Geologia e Paleontologia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Adriana Maria Giorgi Barsotti Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Noções de Paleontologia 5 • Introdução • Fósseis • Tempo Geológico · Aprender a importância dos estudos da Paleontologia para a compreensão da formação da Terra, como por exemplo, a evolução dos animais e vegetais. · Aprender breves aspectos do processo de fossilização e tempo geológico. Nesta Unidade iniciaremos os estudos sobre fósseis e o tempo geológico, o que lhe permitirá entender um pouco mais sobre a formação da Terra e a evolução dos seres vivos. Para melhor aprendizagem e memorização do assunto abordado, leia com atenção o material teórico e complementar, incluindo referências bibliográficas e vídeos. Recomenda-se a pesquisa de outras fontes, para contribuir e abranger seus conhecimentos e aprendizado. Noções de Paleontologia 6 Unidade: Noções de Paleontologia Contextualização A Paleontologia é a Ciência que estuda os fósseis, ou seja, analisa os restos e vestígios de animais ou vegetais que viveram há milhões de anos e que se conservaram em rochas. O estudo da Paleontologia é importante para entendermos sobre a evolução dos seres vivos na Terra, pois fornece informações não apenas sobre a vida de animais e vegetais ancestrais, mas também sobre a geografia, o clima e a ecologia da Terra nos tempos remotos. O processo de fossilização é extraordinário, pois conserva restos ou vestígios de seres vivos, permitindo-nos compreender e estimar como se deu a formação da Terra, assim como sobre a ancestralidade dos animais e vegetais. 7 Introdução A palavra Paleontologia vem do grego, que significa: palaios = antigo + ontos = ser + logos = estudo. É a Ciência que estuda os fósseis, os quais nada mais são do que restos ou vestígios de animais ou vegetais que viveram antes dos tempos históricos e que se conservaram nas rochas. A Paleontologia possui diversas funções, entre as quais a descrição e a classificação dos fósseis, o que auxilia no entendimento da evolução e interação dos seres pré-históricos com seus antigos ambientes, assim como da distribuição e datação das rochas que possuem fósseis. A Paleontologia é uma Ciência que se preocupa em entender a evolução física da Terra, dessa forma é considerada uma Ciência multidisciplinar, pois mantém relações com a Biologia, fornecendo informações sobre a vida animal – Paleozoologia – e vegetal – Paleobotânica – do passado e também possui relações com a Geografia – Paleogeografia –, com o clima – Paleoclima –, com os ecossistemas – Paleoecologia –, além de sua importante relação com a Geologia, auxiliando na determinação da idade das rochas e do tipo de ambiente em que se formaram. Existem três grandes subdivisões da Paleontologia: a Paleozoologia, a Paleobotânica e a Micropaleontologia, essa que designa seus estudos aos fósseis de dimensões diminutas, os microfósseis. 8 Unidade: Noções de Paleontologia Fósseis O termo fóssil – do latim, fossilis = extraído da terra – é uma designação para restos ou vestígios deixados por seres que habitaram a Terra nos tempos pré-históricos, tais são encontrados principalmente em rochas sedimentares, entretanto, há registros de fósseis localizados em rochas metamórficas e magmáticas. O estudo dos fósseis é muito importante, pois pode nos fornecer datação e correlação das camadas geológicas, possuindo grande aplicabilidade na pesquisa do petróleo e de outras substâncias de interesse econômico. Além disso, constitui um vasto documentário dos caminhos da evolução através do tempo geológico. Fossilização é um conjunto de processos que conserva restos ou vestígios de animais ou plantas. É realizado apenas em condições ambientais favoráveis, nas quais até organismos delicados, como os cnidários, podem deixar vestígios nas rochas. Uma condição que favorece um bom registro é o soterramento rápido, pois fornece proteção imediata aos restos. Os organismos que possuem estruturas mais rígidas, como conchas, ossos e dentes, demonstram maior oportunidade de conservação. Além disso, muitos organismos podem ser conservados através de soterramento em cinzas vulcânicas, depósitos de calcário, resinas – como o âmbar – ou até no gelo. A presença de bactérias é desfavorável para a conservação, pois são organismos decompositores, assim como os organismos necrófagos. Quando o ambiente fornece condições favoráveis à fossilização, as partes “moles” dos organismos, como a pele, podem ser conservadas praticamente sem serem alteradas. Um bom exemplo é a conservação em gelo de um mamute de dez mil anos encontrado na Sibéria (Figura 1). A conservação no gelo foi tão apropriada que permitiu aos cientistas extraírem a pele quase completa. Figura 1 – Restos de um mamute conservado no gelo, na Sibéria. A data aproximada é de dez mil anos. Fonte: Wikimedia Commons 9 No entanto, é mais comum encontrarmos conservadas apenas as partes mais resistentes do animal. O processo de fossilização possui início com a morte do organismo, de modo que bactérias e fungos iniciam a fase de decomposição da matéria orgânica. Após essa etapa, o organismo é soterrado, o qual acontece quando a água ou outro agente transporta o sedimento que acaba por recobrir o organismo. Posteriormente ao soterramento, o organismo passa pelo processo de diagênese, o qual consiste na compactação e na cimentação. Durante a diagênese, o organismo já é considerado um fóssil. O paleontólogo encontra os fósseis após o movimento das placas tectônicas, fazendo com que determinada rocha seja erguida acima da superfície, ficando exposta e permitindo acesso aos registros fósseis (Figura 2). Figura 2 – Processo de fossilização, desde a morte do animal até seu afloramento Fonte: Revista Scientific American, 303, p. 27. O processo de fossilização costuma demorar milhares de anos, podendo variar a forma como ocorre. Um dos processos envolvidos na conservação dos fósseis é denominado permineralização, em que há o preenchimento dos poros dos ossos, conchas, entre outras estruturas, por substâncias minerais, tais como carbonato de cálcio, sílica etc. Outro processo relacionado à conservação dos fósseis é a incrustação, na qual os organismos são envolvidos por um depósito mineral relativamente delgado. De maneira geral, o processo de fossilização ocorre através das alterações das estruturas inorgânicas, por substituição, destilação ou recristalização, as quais: � Substituição (Figura 3): basicamente esse processo constitui a retirada do material original e sua substituição simultânea por um material de natureza diferente. Se a substituição ocorrer lentamente, molécula por molécula, poderá ser observada uma réplica do organismo, sendo essa modalidade de substituição denominada histometabase. Caso ocorra a destruição rápida da matéria, não existirá oportunidade favorável à reprodução da microestrutura e a substituição fornecerá apenas uma forma grosseira do resto original. A substituição pode ser realizada com diferentes materiais e seu processo leva o nome do material utilizado, como por exemplo, silicificação – sílica –, calcificação – carbonato de cálcio –, piritização – pirita –, entre outros. Figura 3 - Concha do braquiópode Australospirifer. O material original da concha - calcita - foi substituído por pirita. Fonte: ufrgs.br 10 Unidade: Noções de Paleontologia � Destilação ou carbonização (Figura 4): nesse processo, que ocorre na água, os elementos voláteis que compõem a matéria orgânica, como por exemplo, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, evadem da matéria orgânica durante sua degradação, deixando uma película de carbono, o que permite o reconhecimento do organismo. � Recristalização (Figura 5): nesse processo a microestrutura original das partes resistentes é destruída, não alterando as propriedades químicas, entretanto, pode haver a passagem de um mineral para outro.Um exemplo é a concha de um braquiópode, composta por calcita fibrosa que pode se transformar em um mosaico de cristais. Os fósseis podem ser encontrados de diferentes formas: Restos: Consistem nas partes duras do organismo, como espículas de esponjas, ossos de vertebrados, exoesqueletos de artrópodes etc. Por serem mais rígidas, tais estruturas são mais bem conservadas; Vestígios: Representam evidências da existência de um organismo ou de sua atividade, como pegadas, pistas, coprólitos, gastrólitos e também a formação de moldes. Os vestígios servem para identificar a presença de um determinado organismo quando seus restos não foram fossilizados Glossário Coprólitos: excrementos fossilizados. Gastrólitos: estrutura encontrada nos estômagos das aves e répteis modernos com função de triturar os alimentos. Assista ao vídeo abaixo para melhor compreender o processo de fossilização: https://www.youtube.com/watch?v=an0uErs72P8 Figura 4 – Folhas da planta licófita Lepidodendron. A parte escura representa a carbonização do fóssil Fonte: ufrgs.br Figura 5 – Fóssil do molusco bivalve Anodontites pricei. A parte escura representa a recristalização em calcita. Fonte: ufrgs.br 11 Tempo Geológico Temos dificuldades em entender as informações a respeito do desenvolvimento do planeta Terra e uma das maiores limitações é a questão cronológica. É fácil pensarmos em horas, dias, meses e/ou anos, entretanto, quando mencionamos “milhões de anos” a compreensão de tempo se torna mais difícil. A Geologia é um ramo que nos auxilia nessa difícil compreensão, pois, ao contrário das Ciências Exatas, trata-se de uma Ciência Histórica, fundamentalmente dependente do elemento tempo. O geólogo, por meio do exame do registro geológico das rochas, fósseis e estruturas geológicas, busca entender fenômenos completados há milhões ou até bilhões de anos atrás. O planeta Terra tem 4,54 bilhões de anos e para ordenar e comparar esse longo intervalo os geólogos desenvolveram uma escala de tempo padronizada e aplicada no mundo inteiro. Esse tempo geológico foi dividido em intervalos menores, denominados unidades cronoestratigráficas: éons, eras, períodos, épocas e idades: Éon: Significa um intervalo indeterminado. A história da Terra está dividida em quatro éons: Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico; Era: É caracterizada pelo modo como os continentes e os oceanos se distribuíam e como os seres vivos nessas se encontravam; Período: É uma divisão de determinada Era, ou seja, é a unidade fundamental na escala do tempo geológico; Época: É um intervalo menor dentro de um período; Idade: É a menor divisão do tempo geológico. Possui duração máxima de seis milhões de anos. A seguir há um esquema com as três maiores divisões do tempo geológico. Veremos adiante o que aconteceu de mais importante em cada uma dessas fases na história de nosso planeta: 12 Unidade: Noções de Paleontologia Quadro 1: Escala de tempo geológico da Terra. Éon Era Período Época Principais eventos milhões de anos Fanerozoico Cenozoico Quaternário Holoceno Fim da era do Gelo e a expansão da civilização humana. 0.011430 ± 0.00013 Pleistoceno Evolução dos humanos. início da era do Gelo. 1.806 ± 0.005 Neogeno (Terciário) Plioceno Clima frio e seco. Australopitecíneos, extinção dos grandes mamíferos. Aparece o Homo habilis. 5.332 ± 0.005 Mioceno Primeiros rinocerontes, gatos, camelos, cavalos, grandes símios e ursos. 23.03 ± 0.05 Paleogeno (Terciário) Oligoceno Primeiros Aegyptopithecus 33.9±0.1 Eoceno Primeiros cães, elefantes, baleias, morcegos. Gelo na Antártida. 55.8±0.2 Paleoceno Clima tropical, primeiros grandes mamíferos. 65.5±0.3 Mesozoico Cretáceo Superior Primeiras plantas com flores, primeiros mamíferos placentários e a extinção dos dinossauros. 65.6±0.9 Inferior 145.5 ± 4.0 Jurássico Superior Dinossauros dominam, primeiros mamíferos e aves. Divisão da Pangeia em Gondwana e Laurásia. 161.2 ± 4.0 Médio 175.6 ± 2.0 Inferior 199.6 ± 0.6 Triássico Superior Primeiros dinossauros e pterossauros. 228.0 ± 2.0 Médio 245.0 ± 1.5 Inferior 251.0 ± 0.4 Paleozoico Permiano Lopingiano Primeiros répteis gigantes e extinção dos trilobitas. 260.4 ± 0.7 Guadalupiano 270.6 ± 0.7 Cisuraliano 299.0 ± 0.8 Carbonífero Gzheliano Primeiros insetos, primeiros répteis e florestas de carvão. 306.5 ± 1.0 Kasimoviano 311.7 ± 1.1 Moscoviano/Bashkiriano 318.1 ± 1.3 Carbonífero Serpukhoviano Primeiras samambaias com sementes e anfíbios. 326.4 ± 1.6 Viseana 345.3 ± 2.1 Tournaisiano 359.2 ± 2.5 Devoniano Superior Primeiros peixes modernos. 385.3 ± 2.6 Médio 397.5 ± 2.7 Inferior 416.0 ± 2.8 Siluriano Pridoli Primeiras plantas terrestres. 418.7 ± 2.7 Ludlow 422.9 ± 2.5 Wenlock 428.2 ± 2.3 Llandovery 443.7 ± 1.5 Ordoviciano Superior Primeiros peixes. 460.9 ± 1.6 Médio 471.8 ± 1.6 Inferior 488.3 ± 1.7 Cambriano Superior Primeiros anelídeos, artrópodes, moluscos e trilobitas. Gondwana emerge. 501.0 ± 2.0 Médio 513.0 ± 2.0 Inferior 542.0 ± 0.3 Proterozoico Neo-proterozoico Ediacarano Primeiros corais. 630 +5/-30 Criogeniano Formação do supercontinente Rodínia. 850 Toniano Terra bola de neve. 1000 Meso-proterozoico Steniano Primeiros animais. 1200 Ectasiano Primeiras algas vermelhas. 1400 Calymmiano Primeira Eukaryotas. 1600 Paleo-proterozoico Statheriano Expansão dos depósitos supercontinentais. 1800 Orosiriano Atmosfera livre de oxigênio. 2050 Rhyaciano Glaciação Huroniana. 2300 Sideriano Fotossíntese oxigenada. 2500 Arqueano Neoarqueano Primeira glaciação. 2800 Mesoarqueano Primeiras Cyanobacteria. 3200 Paleoarqueano Primeiro supercontinente Vaalbara. 3600 Eoarqueano Primeiros Procariontes. 3800 Hadeano Ímbrico Fim do bombardeio de meteoritos. 3850 Nectárico Grande impacto da Lua. 3920 Grupos Basin Possível formação do ARN. 4150 Críptico Formação da Terra e da Lua. c.4570 13 Abordaremos a seguir – e de forma breve – os principais eventos geológicos acima esquematizados: � A formação da Terra ocorreu há 4.600 bilhões de anos. Era bombardeada por corpos extraterrestres, o que impedia a formação de vida. Havia continentes pequenos e a atmosfera não possuía oxigênio livre; � Há cerca de 2.500 bilhões de anos houve a formação de grandes massas continentais e o aparecimento de oxigênio na atmosfera; � Há dois bilhões de anos surgiram os primeiros seres eucariontes; � A grande diversificação da vida ocorreu há um bilhão de anos, dando origem aos organismos pluricelulares, incluindo as algas. � Os primeiros animais tiveram seu surgimento há seiscentos milhões de anos, logo após uma grande glaciação; � Período cambriano - 542-488,3 milhões de anos: (Fig. 6) durante esse período, as massas continentais do fim do período proterozoico partiram-se em blocos menores, sendo cobertos por mares rasos. Ocorreu uma radiação explosiva de animais, com o aparecimento de organismos providos de conchas ou outros revestimentos duros. Os artrópodes, inclusive os trilobitas, diversificaram e os cordados e vertebrados surgiram. Figura 6 – A Terra no período cambriano. Fonte: SCOTESE, 2001,p. 21. 14 Unidade: Noções de Paleontologia � Período ordoviciano - 488,3-443,7 milhões de anos: (Fig. 7) nesse período houve extensos mares rasos nos continentes e o clima global era uniforme, até ocorrer uma glaciação brusca. As primeiras plantas mais complexas no ambiente terrestre foram evidenciadas. Houve uma grande radiação de animais marinhos, incluindo peixes agnatos. Figura 7 - A Terra no período ordoviciano. Fonte: SCOTESE, 2001,p. 23. � Período siluriano - 443,7-416 milhões de anos: (Fig. 8) extensos mares continuaram, entretanto, em terra seca surgiram as primeiras plantas vasculares e artrópodes. Houve a radiação dos peixes agnatos e formas semelhantes aos tubarões de peixes gnatostomados foram detectadas. Figura 8 - A Terra no período siluriano Fonte: SCOTESE, 2001,p. 25. 15 � Período devoniano - 416-359,2 milhões de anos: (Fig. 9)houve formação de montanhas na América do Norte e Europa. As bacias de água doce foram preservadas e nessas continham os primeiros tetrápodes, originando os elementares anfíbios. As florestas primárias no ambiente terrestre surgiram e os artrópodes terrestres se diversificaram. Esse intervalo ficou conhecido como o “período dos peixes”, dado que ocorreu significativa diversificação de peixes gnatostomados e agnatos, entretanto, ambos os grupos sofreram extinção ao final desse período. Figura 9 - A Terra no período devoniano Fonte: SCOTESE, 2001,p. 27. � Período carbonífero - 359,2-299 milhões de anos: (Fig. 10) na segunda metade desse período houve uma grande glaciação, acompanhada de níveis baixos de dióxido de carbono atmosférico. Brejos originaram depósitos de carvão e prevaleceram nas áreas tropicais da América do Norte e Europa. Os insetos sofreram grande radiação, incluindo as formas voadoras. Ocorreu grande diversificação de peixes gnatostomados, incluindo formas semelhantes aos tubarões e peixes ósseos primitivos, ocorreu também o aparecimento de tipos modernos de peixes agnatos. Os tetrápodes anamniotas tiveram uma grande radiação, originando os primeiros amniotas. Figura 10 - A Terra no período carbonífero Fonte: SCOTESE, 2001,p. 29. 16 Unidade: Noções de Paleontologia � Período permiano - 299-251 milhões de anos: (Fig. 11) formou-se um único continente, denominado Pangeia. Houve um declínio dos tetrápodes anamniotas e os amniotas tiveram uma radiação. Além da radiação, os amniotas sofreram uma diversificação, originando os ancestrais dos répteis modernos, assim como os ancestrais dos mamíferos, que, na verdade, eram répteis semelhantes a mamíferos, tornando-se os grandes tetrápodes terrestres dominantes. Houve o surgimento dos primeiros tetrápodes herbívoros. O final da Era Paleozoica, a qual inclui o período permiano, foi marcado pelo maior evento de extinção em massa, que ocorreu tanto no ambiente aquático, quanto no terrestre. Figura 11 - A Terra no período permiano Fonte: SCOTESE, 2001,p. 33. � Período triássico - 251-199,6 milhões de anos: (Fig. 12) o supercontinente Pangeia era relativamente alto, com poucos mares rasos e seu interior era árido. As pteridófitas foram substituídas por coníferas. Os répteis semelhantes aos mamíferos declinaram e os répteis arcossauros, incluindo os ancestrais dos dinossauros, tiveram sua diversificação. Nesse período todos os tetrápodes anamniotas que sobreviveram à extinção se especializaram em formas aquáticas. No final desse período surgiram os mamíferos verdadeiros, dinossauros, pterossauros, répteis marinhos, crocodilos, lepidossauros, anfíbios anuros e peixes teleósteos. Figura 12 - A Terra no período triássico Fonte: SCOTESE, 2001,p. 35. 17 � Período jurássico - 199,6-145,5 milhões de anos: (Fig. 13) o supercontinente Pangeia começou a se fragmentar com a formação do oceano Atlântico. Os invertebrados marinhos passaram a ter um aspecto moderno. Com a diversificação de predadores, raias e tubarões modernos apareceram e os répteis marinhos se diversificaram, assim como os insetos. A vegetação dominante era composta por gimnospermas e coníferas. Dinossauros também se diversificaram. No final desse período, aves, lagartos e salamandras apareceram pela primeira vez. Figura 13 - A Terra no período jurássico Fonte: SCOTESE, 2001,p. 37. � Período cretáceo - 145,5-65,5 milhões de anos: (Fig. 14) os continentes sofreram mais uma separação. Houve a radiação dos peixes teleósteos e os répteis marinhos floresceram. Surgiram as angiospermas, que logo se diversificaram, tornando-se as plantas dominantes. Os tetrápodes dominantes eram os dinossauros. Os mamíferos pequenos se diversificaram. O espaço aéreo e as linhas costeiras eram compartilhados por aves e pterossauros. Houve o surgimento das primeiras serpentes. O final da Era Mesozoica foi marcado por uma grande extinção em massa, atingindo os dinossauros, pterossauros, répteis e invertebrados marinhos. Figura 14 - A Terra no período cretáceo Fonte: SCOTESE, 2001,p. 41. 18 Unidade: Noções de Paleontologia � Época paleogeno - 65,5-23,03 milhões de anos: (Fig. 15) o clima da Terra era quente, havendo florestas acima do Ártico, mas, posteriormente, as temperaturas caíram nas latitudes mais elevadas, junto com a formação da calota polar Antártica. Houve diversificação dos mamíferos e esses adquiriram tamanhos maiores, assim como maior variedade de tipos adaptativos, incluindo predadores e herbívoros. As radiações dos mamíferos incluíram formas arcaicas e os primeiros representantes das ordens atuais. Aves carnívoras gigantes e que não voavam eram os predadores comuns. Figura 15 - A Terra no período paleogeno Fonte: SCOTESE, 2001,p. 45. � Época neogeno - 23,03-2,6 milhões de anos: (Fig. 16) a elevação das montanhas e a formação do istmo do Panamá geraram climas mais frios e áridos. Houve a formação da calota de gelo Ártica. Nas latitudes médias ocorreu a formação das primeiras campinas. Houve a radiação de famílias de mamíferos e aves modernas e, nos oceanos, aves e mamíferos se diversificaram. Os primeiros hominídeos apareceram. Figura 16 - A Terra no período neogeno Fonte: SCOTESE, 2001,p. 47. 19 � Período quaternário - 2,6 milhões de anos até os dias atuais: (fig. 17) houve extensos intervalos de glaciação no Hemisfério Norte. Aconteceu a extinção da fauna das savanas das latitudes médias. Os hominídeos expandiram por todo o Velho Mundo e alcançaram o Novo Mundo. Mamíferos grandes sofreram extinção, principalmente no Novo Mundo e Austrália. As aves carnívoras incapazes de voar também se extinguiram. Figura 17 - A Terra no período quarternário Fonte: SCOTESE, 2001,p. 49. Para entender um pouco mais sobre a deriva continental, assista ao vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qWifSGDh0lk 20 Unidade: Noções de Paleontologia Material Complementar Para expandir seu conhecimento a respeito do conteúdo da unidade, sugiro os seguintes materiais: Vídeos: BIOLOGIA: aula 43 – tempo geológico, Paleontologia e evolução do homem. 25 nov. 2013. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UyLcZtKf2js Livros: CARVALHO, I. S. et al. Paleontologia: cenários de vida. v. 1. [S.l.]: Interciência, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3RdbAW5 PALEONTOLOGIA. [20--]. Disponível em: https://bit.ly/3CnfpnH ROCHA, R. B. Paleontologia e evolução: a problemática da espécie em Paleozoologia. Ciências da terra, Lisboa, n. 17, p. 53-72, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3Cb9hP0 SOARES, M. Paleontologia. Rio de Janeiro: Universidade Castelo Branco, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3fccapI 21 Referências FAIRCHILD, T.; TEIXEIRA, W.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. GOES, A. Processos e tipos de fossilização. 12 maio 2014. Disponível em: <http:// detetivesdopassado.colecionadoresdeossos.com/2014/05/processos-e-tipos-de-fossilizacao. html>. Acesso em: 9 jun. 2015. LAMANA, C. X.; BRANCO, P. de M. Paleoproterozoico. In: Breve história da Terra. 9 jan. 2009. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start. htm?infoid=1094&sid=129#paleo>. Acesso em: 9 jun. 2015. MENDES, J. C. Introdução à Paleontologia Geral. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do livro, 1960. SCOTESE, C. R.. Atlas of Earth History, Volume 1, Paleogeography. . Arlington, Texas: PALEOMAP Project , 2001. SOARES, M. B. A coluna do tempo geológico. In: ______. (Coord.). Livro digital de Paleontologia: a Paleontologia na sala de aula. set. 2009. Disponível em: <http://www. ufrgs.br/paleodigital/Tempo_geologico1.html>. Acesso em: 9 jun. 2015. VEGA, C. S.; DIAS, E. V. O processo de fossilização. In: SOARES, M. B. (Coord.). Livro digital de Paleontologia: a Paleontologia na sala de aula. set. 2009. Disponível em: <http:// www.ufrgs.br/paleodigital/Fossilizacao.html>. Acesso em: 9 jun. 2015.
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