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Constantemente nos indagamos sobre o que é política e para que, de fato, ela serve. A�nal, todos os dias nos deparamos com escândalos de corrupção entre governantes, com leis aprovadas sem apoio popular e deputados sem identidade partidária. Esses e outros fatos nos levam, muitas vezes, ao afastamento e ao descrédito para com a política e os políticos. Mas por mais que nos afastemos da política, ela está presente em nosso cotidiano, como no aumento da passagem do transporte público, no vai e vem dos preços dos alimentos, na concessão das emissoras de televisão que assistimos... A política é, en�m, parte do que somos e do mundo em que vivemos. A prática cientí�ca há algum tempo transformou a política em objeto, em busca da compreensão racional dos mecanismos de construção do Estado, as formas e o exercício do poder, a construção dos sistemas eleitorais e partidários, a constituição das políticas públicas, entre outros tantos temas presentes no nosso cotidiano. Fonte: iStock. O que é política? Para Weber, a política é um conceito bastante amplo, mas que pode ser visto como um “conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a in�uenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado” (WEBER, 1968, p. 56). Ele destaca então duas entidades constitutivas da política, o Estado e a liderança política. Weber (1968) distingue ainda duas maneiras de se fazer política entre aqueles que vivem: Para a política Da política Aqueles que possuem uma causa a ser defendida, sendo esta a sua única motivação. Um aspecto negativo dessa prática seria a tendência à plutocracia e à manutenção do status quo (conservando mecanismos político, sociais e culturais, sendo refratários às mudanças). Entre as principais formulações de Max Weber estão a diferenciação entre a vocação de um político e a vocação do cientista. E como qualquer orientação, é acompanhada de um conjunto de regras, de razões, que determinam condutas, vocações por ele descritas e entendidas a partir de uma ética, ou ethos. Ciência Política A Ciência Política e a política como ciência Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Vocação política Weber (1968, p. 57) destaca que as motivações para se tornar político podem variar entre ideais, adesão às causas, ou uma busca por prestígio: “Todo homem, que se entrega à política, aspira ao poder – seja porque o considere como instrumento a serviço da consecução de outros �ns, ideais ou egoístas, seja porque deseje o poder ‘pelo poder’, para gozar do sentimento de prestígio que ele confere.” Vocação cientí�ca Já a ciência como vocação possui uma ética de condição (imperativo categórico, princípio ou conjunto de princípios que devem ser seguidos), e ela pode ser resumida na seguinte frase: “Sempre que um homem de ciência permite que se manifestem seus próprios juízos de valor, perde a compreensão integral dos fatos” (WEBER, 1968, p. 41). Neutralidade do cientista Esse afastamento dos juízos de valor, das crenças, não signi�ca que o cientista conseguirá no decorrer de sua pesquisa uma neutralidade absoluta, por quê? ✓ O objeto de sua atenção é social e cultural, a mesma natureza do cientista, onde ele está imerso. ✓ Não há um completo controle das variáveis (como em um laboratório). ✓ A escolha pelo objeto de pesquisa é dada ou por razão pessoal ou é relativa ao meio em que está inserido. Isso não elimina a busca pela objetividade que deve: Separar os juízos vindos da descrição, da empiria, dos juízos de valor. Se encontrados juízos de valor, o cientista/pesquisador deve explicitá-los. O cientista/pesquisador deve agir com imparcialidade, ou seja, deve apresentar com equidade todos os vários pontos de vista valorativos.
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