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DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E AS INSTITUIÇÕES

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07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
No exercício de suas atribuições realizadas com o interesse do atendimento da �nalidade do ente estatal – o
bem comum –, a Administração Pública é integrada também por uma série de direitos e interesses jurídicos que
merecem a proteção, inclusive na esfera do direito penal.
Pensando nos bens jurídicos e nos interesses tutelados, podemos pensar em condutas realizadas por
funcionários públicos em detrimento dos interesses da administração, e por isso, denominados crimes
próprios.
Vamos, então, desenvolver os estudos no entorno dessas modalidades delitivas, abordando os crimes de
peculato, de prevaricação, de corrupção passiva e de concussão.
Bons estudos!
Aula 1
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
No exercício de suas atribuições realizadas com o interesse do atendimento da �nalidade do ente
estatal – o bem comum –, a Administração Pública é integrada também por uma série de direitos
e interesses jurídicos que merecem a proteção, inclusive na esfera do direito penal.
31 minutos
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA, O ESTADO DEMOCRÁTICO DE
DIREITO E AS INSTITUIÇÕES
 Aula 1 - Dos crimes praticados por funcionário público
 Aula 2 - Dos crimes praticados por particulares
 Aula 3 - Dos crimes contra o Estado Democrático de Direito
 Aula 4 - Dos crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo
eleitoral
 Referências
131 minutos
07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp
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PECULATO
No exercício de suas atividades, o funcionário público pode deter, de forma legítima, posse ou guarda de
dinheiro, valores ou outros bens móveis, públicos ou particulares. Como bem sabido, a destinação de tais
objetos deve obedecer não à vontade do servidor público, mas à vontade e �nalidade prevista pela lei, na forma
como prescrito na legislação.
O crime de peculato ocorre na conduta do servidor público que se apropria ou desvia dinheiro, valor ou bem
que detenha em razão do cargo, emprego ou função pública. Também pode se veri�car o delito na conduta do
servidor público que, se valendo das facilidades promovidas pelo cargo, emprego ou função pública que
desempenha, subtrai ou concorre para que terceiro subtraia dinheiro, bens ou valores que se achem sob a
posse ou custódia da Administração Pública.
Ocorre o peculato na modalidade apropriação na conduta do funcionário público que, estando na posse de
dinheiro, valor ou bem, público ou particular, em decorrência do cargo emprego ou função, dele se apropria,
passando a agir como se o bem material fosse seu. Veri�ca-se o peculato na modalidade desvio quando o
servidor público dá ao bem que se encontre sob sua posse ou custódia em razão do cargo, emprego ou função
pública, �nalidade diversa aquela prevista pela lei.
Esta �gura, prevista pelo artigo 312, § 1º, ocorre com a conduta dolosa do funcionário público que, não detendo
a posse ou guarda de bem público ou particular custodiado pela Administração Pública, se vale de sua condição
funcional para subtrair o bem ou, permitir ou facilitar para que terceiro o subtraia.
Ocorre, por exemplo, na conduta dolosa do funcionário público que, exercendo função de vigilante,
dolosamente permite que terceiros ingressem no estabelecimento público para subtrair objetos ali custodiados.
O peculato culposo ocorre quando o funcionário público, agindo com imprudência, negligência ou imperícia,
concorre para a prática de crime por terceiro, fora das hipóteses de concurso de pessoas, e permite que outra
pessoa se aproprie, desvie ou subtraia bem móvel, público ou particular, que se encontre sob a propriedade,
posse ou custódia da Administração Pública.
Ocorre, por exemplo, quando o servidor público, por negligência, deixa destrancada sala de repartição pública,
permitindo, assim, que terceiro ingresse no local e subtraia bem ali guardado. O crime se con�gura na
negligência do servidor público que, por sua ausência no dever de cuidado com os bens custodiados pela
Administração Pública, permite que terceiro os subtraia.
Neste caso, incorreria, em tese, no crime no artigo 312, § 2º, se sujeitando a pena de detenção de três meses a
um ano. Admite-se, nesta hipótese, a extinção da punibilidade pela reparação do dano, quando este ocorre
antes da sentença condenatória irrecorrível.
Nas modalidades apropriação, desvio e furto, o crime se con�gura apenas na modalidade dolosa. Já na hipótese
do parágrafo segundo, admite-se a con�guração do delito na modalidade culposa (negligência, imprudência ou
imperícia)
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O crime é próprio, exigindo do sujeito ativo a condição especial de ser funcionário público. Admite a
possibilidade do concurso de pessoas em coautoria ou participação. As modalidades delitivas são materiais, ou
seja, a consumação depende da veri�cação do resultado naturalístico previsto no tipo penal incriminador. Com
exceção da modalidade culposa, admite-se a tentativa.
PREVARICAÇÃO
O crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do Código Penal, con�gura-se na conduta dolosa do servidor
público que, pretendendo satisfazer um interesse ou sentimento de cunho pessoal, retarda ou deixa de praticar
indevidamente um ato de ofício ou o pratica ato de ofício em contrariedade à disposição expressa de lei.
Não se trata da mera desídia ou do descumprimento de determinação legal. Mais do que isso, deve estar
presente, para consumação do crime, o dolo especí�co por parte do sujeito ativo. Signi�ca que a conduta
praticada deve buscar satisfazer um interesse ou sentimento pessoal do funcionário público.
Pensemos no seguinte exemplo: não se pode falar em prevaricação na conduta do prefeito municipal que deixa
de proceder à cobrança de débitos de IPTU em valores abaixo daqueles que, por lei, podem determinar
execução �scal, eis que não existe na conduta, qualquer interesse em satisfazer interesse ou sentimento
pessoal. Nesta hipótese, não há o crime de prevaricação.
Do contrário, na mesma situação, se o prefeito ou familiares deste fossem proprietários de imóveis nesta
situação e ele, pretendendo se livrar da cobrança, deixasse de realizar a execução �scal sobre o pretexto da lei
municipal que estabelece piso de cobrança, �caria con�gurado o delito de prevaricação na medida em que a
conduta de deixar de realizar o ato de ofício por atender a um interesse pessoal.
Conforme apontado, na perspectiva do elemento subjetivo, o tipo penal exige o dolo na modalidade especí�ca,
de modo que, para caracterização do delito, é necessário que se demonstre, além da vontade livre e consciente
do funcionário público em retardar ou deixar de praticar o ato de ofício, ou ainda, de praticá-lo em
contrariedade à forma expressa em lei, que a conduta pretenda alcançar uma �nalidade especí�ca, satisfazendo
um interesse ou um sentimento pessoal do funcionário público.
Vale dizer, o mero retardamento ou inexecução do ato de ofício, sem a �nalidade especí�ca, é fato atípico, não
caracterizando o delito de prevaricação.
Trata-se de um crime próprio, que exige para sua con�guração da condição pessoal do agente – ser funcionário
público. É possível a coautoria e participação, hipótese em que a condição pessoal do agente se estende aos
demais coautores e partícipes que não a ostentem.
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
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Com relação ao resultado, a doutrina classi�ca a prevaricação como um crime formal, de modo que a
consumação se dá no momento em que o ato deixa de ser praticado, quando o deveria sê-lo, ou quando
praticado fora da formal prevista em lei, independente da necessidade de um resultado concreto posterior.
CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA
O crime de concussão, previsto no artigo 316 do Código Penal, se veri�ca na conduta dolosa do funcionário
público que, no exercício de sua função, ou em razão dela, mesmo antes de assumi-la, exige, para si ou para
outrem, de forma direta ou indireta, vantagem indevida.
O delito de concussão se realiza apenas na modalidade dolosa, bastando o dolo genérico – a vontade livre e
consciente de obter para si ou para outrem vantagem indevida se aproveitando da qualidade de funcionário
público.
Trata-se de crime próprio, exigindo do sujeito ativo, para sua con�guração, a qualidade pessoal de ser
funcionário público. A leitura do tipo penal apresenta uma de�nição alargada de funcionário público para
caracterização dessa condição pessoal no crime de concussão.
Ocorrerá o delito do artigo 316 tanto quando o agente, funcionário público, esteja no efetivo exercício de sua
função, quanto na hipótese de, fora das atividades típicas da função pública, se valha dessa condição pessoal
para realizar a conduta típica.
Ademais, o crime se con�gura mesmo que o agente se encontre efetivamente fora da função pública – por
exemplo, no exercício de férias ou durante o cumprimento de sanção administrativa de suspensão – ou mesmo
antes de assumir efetivamente as funções, por exemplo, no caso do indivíduo que, aprovado em concurso
público, mas antes mesmo de efetivado na função, realiza a conduta em razão do cargo público que viria a
exercer.
Como sujeito passivo primário �gura a Administração Pública. Secundariamente, temos no polo passivo a vítima
da exigência de vantagem indevida.
Trata-se de delito formal, ou seja, a consumação ocorre com a conduta de exigir, independente da realização do
resultado naturalístico, ou seja, o crime já está consumado no momento da exigência, independente de ocorrer
a aceitação ou o pagamento da vantagem indevida pretendida com a conduta. O pagamento da vantagem
indevida caracteriza mero exaurimento do delito. Doutrina e jurisprudência admitem a �gura tentada desde
que esta ocorra na modalidade plurissubsistente.
Já no crime de corrupção passiva, temos a conduta dolosa praticada pelo funcionário público que, no exercício
de sua função ou em razão dela, solicita ou recebe, para si ou para outrem, vantagem indevida, ou ainda, nas
mesmas condições, aceita promessa do recebimento de tal vantagem.
O crime de corrupção passiva se con�gura na modalidade quali�cada quando, em razão da vantagem ou da
promessa de vantagem, o funcionário público retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou prática, infringindo
dever funcional. Neste caso, impõe-se-lhe aumento de um terço da pena.
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O parágrafo 2º do artigo 317, ao tratar da forma privilegiada do delito, estabelece que, se o funcionário público
deixa de praticar ou retardar a prática de ato de ofício, ou o pratica com descumprimento de dever funcional,
sem que tenha solicitado ou recebido qualquer vantagem indevida, mas cedendo a pedido ou in�uência de
outrem, se sujeita a pena de detenção de três meses a um ano, ou multa.
O delito de corrupção passiva se realiza apenas na modalidade dolosa, bastando o dolo genérico – a vontade
livre e consciente de obter para si ou para outrem vantagem indevida se aproveitando da qualidade de
funcionário público.
Trata-se de delito formal, ou seja, a consumação ocorre com a conduta de exigir, independente da realização do
resultado naturalístico, ou seja, o crime já está consumado no momento da exigência, independente de ocorrer
a aceitação ou o pagamento da vantagem indevida pretendida com a conduta. O pagamento da vantagem
indevida caracteriza mero exaurimento do delito. Doutrina e jurisprudência admitem a �gura tentada desde
que esta ocorra na modalidade plurissubsistente.
VÍDEO RESUMO
Nesta videoaula, vamos iniciar nossos estudos sobre os crimes contra a administração pública, tratando
especi�camente dos crimes próprios, aqueles praticados por funcionários públicos em detrimento dos
interesses da administração pública, abordando os delitos de peculato, prevaricação, concussão e corrupção
passiva. Abordaremos as características e elementares típicas de cada uma das condutas ilícitas. Bons estudos!
 Saiba mais
Discussão de essencial importância no campo do estudo dos crimes contra a Administração Pública, em
especial nas infrações cometida por funcionários públicos, é a própria de�nição jurídica de tal condição,
trazida pelo artigo 327 do Código Penal mas que, conforme as mutações da própria estrutura de
funcionamento da Administração direta e indireta, merece especial cuidado em sua análise.
Nesta linha, sugerimos o trabalho de Luiz Regis Prado em seu “Curso de Direito Penal Brasileiro”:
PRADO, Luiz R. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume Único. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. Pp.
1213-1217. ISBN 9786559644902. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 3 ago. 2022.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 2
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES
Dando continuidade aos estudos sobre os crimes contra a Administração Pública, passaremos à
análise e interpretação dos dispositivos contidos no capítulo dedicado às infrações penais
praticadas por particulares em detrimento dos interesses da Administração Pública.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559644902/
07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Dando continuidade aos estudos sobre os crimes contra a Administração Pública, passaremos à análise e
interpretação dos dispositivos contidos no capítulo dedicado às infrações penais praticadas por particulares em
detrimento dos interesses da Administração Pública.
Assim, é importante delinear as características, de�nição e conformação do crime de corrupção ativa,
realizando o confronto deste tipo penal com as condutas criminalizadas de corrupção passiva e de concussão.
Da mesma forma, e pensando na dignidade da atuação da administração, trataremos do estudo dos tipos
penais de desacato e de desobediência.
Ao �m, traremos uma discussão sobre a caracterização dos delitos contra a administração pública e as
repercussões extraídas da aplicação dos institutos próprios do concurso de pessoas na esfera dessas
modalidades delitivas.
Bons estudos!
CORRUPÇÃO ATIVA
O crime de corrupção ativa, nos termos do disposto pelo artigo 333 do Código Penal, se veri�ca na conduta
dolosa do particular que oferece ou promete vantagem indevida ao funcionário público com o �m de
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Não se trata do mero presente sem �nalidade, mas sim do oferecimento ou promessa de vantagem indevida
com o �m especí�co de agir sobre a vontade do funcionário público, de modo a impeli-lo a praticar, ou deixar
de praticar, ou ainda retardar a realização de um ato de ofício.
Por exemplo, com o �m de aceleraro processo de instalação de rede de energia elétrica em sua residência, o
particular oferece uma caixinha para o funcionário da empresa concessionária, para que este altere a ordem de
serviço, adiantando a instalação que estaria prevista para data posterior.
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
29 minutos
07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp
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Na perspectiva do elemento subjetivo do delito, trata-se de um crime doloso, exigindo a vontade livre e
consciente de oferecer ou prometer ao funcionário público vantagem indevida, sendo necessária ainda a
�nalidade especí�ca do dolo no sentido de in�uenciar em sua atividade funcional.
Sobre os sujeitos do delito, no polo ativo pode �gurar qualquer pessoa na condição de particular, não sendo
necessária qualquer condição pessoal do sujeito ativo, sendo, portanto, crime comum quanto a ele.
Já com relação polo passivo, o crime é próprio, na medida em que a conduta se volta diretamente em face do
funcionário público no exercício de suas funções, e de maneira re�exa, alcança a própria Administração Pública.
Desta forma, temos como sujeitos passivos da conduta, de maneira direta, a Administração Pública, a dignidade
da administração e, num segundo plano, o funcionário público.
Pensando sobre o momento consumativo, a corrupção ativa é classi�cada como crime formal quanto ao
resultado, ou seja, independe da veri�cação de um resultado naturalístico.
Desta forma, a consumação ocorre no momento em que é oferecida ou prometida a vantagem indevida ao
funcionário público, independente de aceitação ou do pagamento ou entrega da vantagem, que se constituiu
como mero exaurimento da conduta.
Outro aspecto a ser considerado com relação ao crime de corrupção ativa é a causa de aumento de pena
prevista pelo parágrafo único do artigo 333 do Código Penal e se relaciona justamente com o exaurimento da
conduta.
Devemos ter em mente que o bem jurídico tutelado neste delito é a lisura e a dignidade da atividade
administrativa, de modo que o exaurimento dele, que o ocorre com o recebimento da vantagem ou da
promessa pelo funcionário público, funciona como causa de aumento de pena.
Nos termos do dispositivo mencionado, a pena será aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
DESACATO E DESOBEDIÊNCIA
Conforme veri�camos no decorrer destes estudos, nos crimes contra a Administração Pública praticados por
particulares, o objeto da proteção jurídica é a dignidade da atuação da Administração e de seus agentes, com
vistas a garantia do regular funcionamento das instituições e do aparato administrativo.
Nesta linha, o artigo 331 do Código Penal criminaliza a conduta de desacato, que se con�gura na conduta
dolosa do particular que desacata funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Ela se
materializa no desrespeito, na afronta à dignidade da função pública.
Na perspectiva dos sujeitos do delito, no polo ativo, temos um crime comum, que pode ser praticado por
qualquer pessoa, e, no polo passivo, primariamente temos a Administração Pública, e de maneira secundária, o
funcionário público desacatado no exercício de suas funções ou em decorrência desta.
Considerando a pena em abstrata aplicada, trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, aplicando-
se ao caso as regras do Juizado Especial Criminal, nos termos da lei 9.099/1995.
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Pensando no crime de desobediência, previsto pelo artigo 330 do Código Penal, devemos considerar que uma
característica típica do ato administrativo é a imperatividade, o que signi�ca que tem poder cogente, de ordem,
de determinação.
Assim, um ato legal praticado por funcionário público competente deve ser cumprido pelo seu destinatário, em
respeito à obrigatoriedade dos atos emanados pela administração pública. O descumprimento deliberado do
ato administrativo legal coloca em desprestígio não apenas o funcionário que determinou o ato, mas toda a
Administração Pública.
Nesta linha de raciocínio, o crime de desobediência se caracteriza na conduta dolosa do particular que
desobedece, deixando de cumprir ordem legal emanada de funcionário público. Veri�ca-se este crime, por
exemplo, na conduta do particular que, convocado para um ato, ou noti�cado para comparecer em repartição
pública, deliberadamente deixa de fazê-lo.
Na perspectiva do elemento subjetivo, estamos diante de um crime doloso, bastando o dolo simples – vontade
livre e consciente de deixar de atender a ordem legal emanada por funcionário público, não se con�gurando o
delito na modalidade culposa.
Quanto ao sujeito passivo, estamos diante de dupla polaridade passiva. Primariamente �gura como vítima a
Administração Pública, titular do bem jurídico lesionado e, num plano secundário, o funcionário público que
emitiu a ordem.
O crime de desobediência é crime formal e se consuma com o descumprimento da ordem legal,
independentemente de qualquer resultado naturalístico.
Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, sujeito ao rito do processo sumaríssimo previsto pela
lei 9.099/1995, possibilitando a aplicação dos institutos da transação penal e da suspensão condicional do
processo.
COAUTORIA E PARTICIPAÇÃO NOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
No estudo dos crimes praticados contra a Administração Pública, uma questão de alta importância e que deve
ser considerada se relaciona com o concurso de pessoas, especialmente considerando os regramentos
previstos pelo artigo 30 do Código Penal.
Como regra geral, nosso Código Penal adota o critério da incomunicabilidade das condições e circunstâncias de
caráter pessoal entre os agentes que concorrem para a prática de um crime. Desta forma, cada um dos agentes
responde pela conduta que praticou, na medida de sua culpabilidade e por suas características e condições
pessoais.
Todavia, a parte �nal do dispositivo estabelece uma exceção à tal regra, determinando que, nas hipóteses em
que as condições ou circunstâncias pessoais estejam descritas no tipo penal como elemento da conduta, elas se
comunicam, se estendem a todos os demais agentes que concorrem de qualquer forma para a conduta,
considerando-se como se todos possuíssem tais condições e características pessoais.
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Exemplo disso é o que ocorre no crime de concussão, no qual o funcionário público, em razão de seu cargo,
exige para si ou para outrem vantagem indevida, para realizar ou deixar de realizar um ato de ofício. É crime
próprio que somente pode ser praticado por funcionário público.
Se retirássemos da descrição legal todas as qualidades especiais relacionadas com a administração pública,
restaria, à grosso modo, apenas a descrição do delito de extorsão: exigir para si ou para outrem vantagem
indevida. Poderíamos concluir que, enquanto o funcionário público pratica concussão, a pessoa que não ocupa
função pública, realizando a mesma conduta, pratica extorsão.
Contudo, caso houvesse concurso de agentes, um funcionário público e uma outra pessoa que não pertencesse
aos quadros funcionais da Administração Pública, concorrendo para a mesma conduta de exigir vantagemindevida, ambos responderiam pelo crime de concussão.
As condições e características pessoais do funcionário público, que estão descritas no tipo penal como
elementares do crime, estender-se-ão para os demais coautores e partícipes.
Outro ponto relevante está relacionado com os crimes de corrupção. O crime de corrupção ativa é praticado por
particular contra a administração pública. Já o crime de corrupção passiva, é crime próprio, praticado por
funcionário público contra a administração.
Ainda que possa ocorrer a convergência de condutas para a realização de um mesmo resultado, nesta situação
teremos uma exceção pluralística à teoria monista no concurso de pessoas.
O particular responde pelo crime de corrupção ativa, na modalidade oferecer, com o aumento de pena de um
terço previsto pelo parágrafo primeiro, uma vez que o funcionário público se omitiu em seu dever de ofício. Já o
funcionário público responderá pelo crime de corrupção passiva, na medida em que aceitou a vantagem
indevida que lhe foi oferecida.
Do contrário, se a iniciativa partisse do funcionário público solicitando (corrupção passiva) ou exigindo
(concussão) vantagem indevida, mesmo que o particular pagasse, sua conduta seria atípica, já que o tipo penal
não trata da conduta de dar ou pagar vantagem indevida.
VÍDEO RESUMO
Nesta videoaula, dando continuidade aos estudos relacionados aos crimes contra a Administração Pública,
vamos concentrar os esforços na análise dos crimes praticados por particulares em detrimento dos interesses
da Administração, abordando a de�nição e características dos delitos de corrupção ativa, de desobediência e de
desacato. Para �nalizar, trataremos ainda a discussão da participação e coautoria nos crimes contra a
Administração Pública. Bons estudos!
 Saiba mais
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp
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Para saber mais sobre os aspectos jurídicos relacionados aos crimes contra a administração pública
praticados por particulares, sugerimos os estudos realizados por André Estefam em sua obra “Direito Penal
– Volume 3”:
ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal - Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2022. Pp. 722-759. ISBN
9786555596526. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 3 ago. 2022.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
O Estado Democrático de Direito e a soberania nacional são fundamentos da República Federativa do Brasil,
declarados no artigo 1º do texto constitucional e, por consequência, merecem ser reconhecidos como bem
jurídico de alta valia não apenas para o Estado mas também para a sociedade brasileira.
Até recentemente, a proteção jurídica na esfera do Direito Penal era efetivada por intermédio da Lei de
Segurança Nacional – Lei 7170/1983, alvo de constantes críticas mesmo no âmbito do direito, seja por suas
raízes históricas, seja pela categorização dos delitos políticos que trazia em seu bojo.
Em face disso, no ano de 2021, o legislador, alterando o paradigma da proteção jurídico-penal desses bens
jurídicos, introduziu em nosso ordenamento a lei 14.197/2021, promovendo considerável alteração no
tratamento penal emprestado às condutas que se voltam contra a soberania, a integridade nacional e as
instituições políticas e democráticas.
Nesta aula, nos ocuparemos de construir um panorama geral decorrente de tais mudanças e dos tipos penais
incluídos ao Código Penal.
Bons estudos!
NOÇÕES GERAIS
Aula 3
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE
DIREITO
O Estado Democrático de Direito e a soberania nacional são fundamentos da República
Federativa do Brasil, declarados no artigo 1º do texto constitucional e, por consequência,
merecem ser reconhecidos como bem jurídico de alta valia não apenas para o Estado mas
também para a sociedade brasileira.
30 minutos
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Os denominados crimes contra o Estado Democrático de Direito, integrantes do Título XII do Código Penal,
incluído pela Lei 14.197/2021, foram inseridos pelo legislador no ordenamento jurídico-penal pátrio com a
revogação da lei 7.170/1983, que disciplinava os denominados crimes contra a segurança nacional.
Isso representa uma alteração no paradigma jurídico e legislativo no tratamento das condutas atentatórias ao
Estado Democrático de Direito e os desdobramentos inerentes à soberania nacional.
Não se fala mais em crimes políticos, como no tratamento da legislação revogada, passando a disciplinar as
condutas que se constituem de delitos comuns e tratados na esfera da competência da justiça penal ordinária.
O artigo 1º da Constituição Federal, ao declarar os fundamentos da República Federativa do Brasil, informa:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Do apontamento realizado por Débora Sin�orio da Silva Melo e Felipe Scalabrin (2017, p. 123), podemos
veri�car que:
Então, para �ns de interpretação e aplicação das normas penais incriminadoras, devemos compreender aqui o
Estado Democrático de Direito como sendo o bem jurídico protegido por estes tipos penais, compreendendo
em si a estrutura de instituições que compõem o Estado, desde a soberania e a integridade territorial, até o
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
A Constituição Federal brasileira de 1988 expressa, no art. 1o, que a República
Federativa do Brasil constitui um Estado Democrático de Direito. A de�nição adotada
pela Constituição brasileira engloba a visão de democracia e de Estado de Direito como
única. Contudo, ambos são distintos, ou seja, Estado de Direito não se confunde com
Estado Democrático. Para diferenciar ambos os termos, veremos as ponderações de
consagrados doutrinadores.
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sistema formal de funcionamento do processo eleitoral, o que integra desde a acessibilidade aos meios de
participação nos pleitos, à própria eleição e apuração das votações.
Isso re�ete mesmo nos tipos penais que integram esse título, o que pode ser percebido nos desdobramentos
da proteção jurídica e da criminalização de condutas, que têm por proteção jurídica da soberania, a exemplo do
que se veri�ca no artigo 359-I, ou da criminalização de tentativas violentas de secessão, no artigo 359-J, bem
como a criminalização de condutas que impliquem em violação da segurança de documentos, dados e
informações que possam expor a risco os interesses e a integridade do Estado e da soberania brasileira, à
exemplo do que se veri�ca na criminalização da conduta de espionagem.
ATENTADO À SOBERANIA E À INTEGRIDADE NACIONAL
O artigo 359-I do Código Penal, incluído com a Lei 14.197/2021, introduziu em nosso ordenamento jurídico
penal o crime de atentado à soberania e à integridade nacional.
Podemos de�nir o delito na conduta dolosa do sujeito ativo que, com o �m de provocar atos típicos de guerra
contra o Brasil ou de possibilitar a invasão do território nacional, estabelece negociações com governo ou grupo
estrangeiro, ou seus agentes.
Naperspectiva do elemento objetivo, a conduta se realiza com o verbo negociar, aqui compreendido no sentido
de estabelecer um acordo por meio de diálogo.
Quanto ao elemento subjetivo, o crime é doloso, devendo haver na conduta do agente a vontade livre e
consciente de estabelecer as conversações com governo ou grupo estrangeiro, ou com agentes dessas
entidades. Exige-se ainda o dolo especí�co, na medida em que as negociações devem ter por �nalidade
provocar atos típicos de guerra contra o Brasil ou possibilitar a invasão de território brasileiro.
O bem jurídico tutelado neste tipo penal é o próprio Estado Democrático de Direito. Assim, nos dizeres de Luiz
Regis Prado (2022, p.1414):
Pensando nos sujeitos do delito, o crime é comum quanto ao sujeito ativo, podendo a conduta ser realizada por
qualquer pessoa. No polo passivo da conduta �gura a União.
Já quanto ao momento consumativo do delito, trata-se de um crime formal, no qual a consumação se dá apenas
com o ato de negociar. Assim, mesmo que as negociações não tenham êxito e nenhuma ação seja empreendida
em decorrência delas, o crime estará consumado. Até mesmo diante disso, é difícil de pensar na caracterização
da �gura tentada, pois qualquer ato antecedente à negociação con�guraria ato preparatório não punível.
Tutela-se o Estado democrático de Direito, especialmente a soberania nacional (art. 1.º,
I, CF), enquanto poder e domínio exercido pelo Estado brasileiro dentro de seus limites
territoriais para defesa da ordem democrática. No Estado soberano, há um sistema
jurídico que se projeta soberanamente na esfera internacional.
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O crime é de ação penal pública incondicionada e, tendo em consideração a pena em abstrato prevista no
preceito secundário do tido penal (reclusão de três a oito anos), estará sujeita ao rito ordinário do processo
penal.
A pena do crime em comento será aumentada de metade até o dobro se, por consequência da conduta do
sujeito ativo for declarada guerra, nos termos do artigo 359-I parágrafo 1º. Isso se relaciona com o mencionado
quando tratamos do momento consumativo do delito, de sorte que o exaurimento da conduta – no caso com a
declaração de guerra – funciona como causa de aumento de pena a ser considerada na terceira fase da
dosimetria da sanção penal.
Há ainda que considerar a forma quali�cada do delito, prevista no artigo 359-I parágrafo 2º. Assim, se o sujeito
ativo da conduta, além de estabelecer as negociações, vier a participar de operação bélica com o �m de
submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país, teremos o delito em sua
forma quali�cada, sujeitando à pena de reclusão de quatro a doze anos.
Já o delito de atentado à integridade nacional, previsto no artigo Art. 359-J do Código Penal, implica na prática de
violência ou grave ameaça com a �nalidade de desmembrar parte do território nacional para constituir país
independente, conduta sujeita à pena de reclusão de dois a seis anos, além da pena correspondente à violência.
Trata da criminalização da conduta de tentar-se, por meio violento, a secessão com o desmembramento do
território nacional, o que é vedado pelo texto constitucional.
ESPIONAGEM
O Código Penal, em seu artigo 359-J, incluído ao diploma com a Lei 14.197 de 2021, criminalizou a conduta que
recebeu o nomen iuris de espionagem. Ela se caracteriza na conduta dolosa do agente que, fora das hipóteses
previstas e autorizadas por lei ou regulamento, entrega para governo estrangeiro ou aos seus agentes, ou para
organização criminosa estrangeira, documento ou informações classi�cadas como secretos ou ultrassecretos
nos termos da lei, cuja revelação possa colocar em perigo a preservação da ordem constitucional ou a
soberania nacional. O núcleo da conduta típica se perfaz no verbo “entregar”, compreendido na conduta de
fornecer ou de qualquer forma disponibilizar os referidos documentos.
A classi�cação de documentos e informações se realiza na forma do disposto pela lei de acesso à informação –
lei 12.527/2011.
Devemos também nos atentar à �gura equiparada prevista pelo artigo 359-J em seu parágrafo 1º, que
determina incorrer na mesma pena o agente que presta auxílio ao espião, tendo conhecimento de tal
circunstância, para que este se furte da ação da autoridade pública
O bem jurídico tutelado nesse delito é o Estado Democrático de Direito, na perspectiva da preservação da
ordem constitucional e da soberania nacional, �gurando como sujeito passivo da conduta a União.
Já quanto ao sujeito ativo do delito, na modalidade simples prevista pelo caput, o crime é simples na medida em
que pode ser praticada por qualquer pessoa.
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Ainda sobre o sujeito ativo, devemos considerar a forma quali�cada, prevista pelo parágrafo 2º do artigo 359-J
do Código Penal.
O parágrafo 2º do tipo penal incriminado nos apresenta forma quali�cada do delito em função da condição
pessoal do agente da conduta, determinando que se o documento, dado ou informação da conduta for
transmitido ou revelado com violação do dever de sigilo, resultará na imposição de pena de reclusão de seis a
quinze anos.
O dispositivo ainda trata da �gura privilegiada do delito de espionagem, prevista em seu parágrafo 3º. Nesta
situação, é criminalizada a conduta do agente que facilita a prática da conduta de espionagem mediante a
atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha ou de qualquer forma de acesso de pessoas não autorizadas
e que viabilize o acesso ao documento, dado ou informação classi�cada. Nesta caso, a conduta estará sujeita à
pena de detenção, de um a quatro anos.
Por �m, havemos que analisar a circunstância excludente de ilicitude especí�ca prevista para este tipo penal,
conforme previsão do artigo 359-J parágrafo 4º. Por força deste dispositivo, não con�gura o crime a
comunicação, entrega ou publicação de informações ou de documentos tratados no caput se a conduta tiver
por �nalidade expor ou revelar a prática de crime ou a violação de direitos humanos.
VÍDEO RESUMO
Nesta videoaula, vamos analisar os crimes contra o Estado Democrático de Direito, conforme as alterações
realizadas com a lei 14.197/2021. Assim, primeiro vamos traçar um panorama geral sobre a alteração legislativa
e a proteção dada ao Estado Democrático de Direito, tratando dos crimes contra a soberania e a integridade
nacional. Por �m, delimitamos o conceito e características do delito de espionagem. Bons estudos!
 Saiba mais
Para uma melhor compreensão dos valores e dos bens jurídicos tutelados no título dedicado à proteção
jurídica do Estado Democrático de Direito e veri�car o impacto e a extensão das modi�cações realizadas
pela lei 14.197/2021 no tocante ao tratamento de tais condutas, sugerimos as re�exões realizadas sobre o
tema por Cezar Roberto Bitencourt em sua obra “Tratado de Direito Penal”:
BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública,
crimes praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São
Paulo: Saraiva, 2022. P. 385. ISBN 9786553622050. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 4
ago. 2022.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 4
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Dentre as importantes mudançasveri�cadas em nossa sociedade, muitas se relacionam com a percepção do
exercício dos direitos políticos e da realização da democracia e dos deveres e garantias inerentes ao Estado
Democrático de Direito.
Nesta esteira, superando o tratamento jurídico vigente já há quase três décadas, regulando os crimes contra a
segurança nacional, a alteração dos paradigmas sociais impulsionou a necessidade de alterações legislativas no
tocante às instituições próprias da democracia, dentre as quais a regularidade do funcionamento do próprio
processo eleitoral e do acesso aos direitos políticos.
Neste sentido, vamos nos ocupar dos estudos dos delitos que atentam contra esses importantes bens jurídicos
que re�etem em si a própria essência do Estado Democrático de Direito.
Bons estudos!
NOÇÕES GERAIS
Os crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral, previstos no Capítulo III
do Título XII do Código Penal, previstos entre os artigos 359-N a 359-Q do diploma repressivo material, foram
inseridos no ordenamento jurídico-penal com a lei 14.197/2021, que revogou a Lei de Segurança Nacional (lei
7.170/1983), tendo por objeto a preservação do Estado Democrático de Direito na perspectiva da proteção
jurídica das instituições ligadas ao sistema e ao processo eleitoral.
Assim, importa-nos de�nir o que venha a ser o processo eleitoral com o �m de determinar o bem jurídico
tutelado pelas regras inseridas ao diploma penal.
Nos dizeres de José Jairo Gomes (2022, p.398):
DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DAS
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO PROCESSO ELEITORAL
Dentre as importantes mudanças veri�cadas em nossa sociedade, muitas se relacionam com a
percepção do exercício dos direitos políticos e da realização da democracia e dos deveres e
garantias inerentes ao Estado Democrático de Direito.
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De maneira direta, a tutela penal tem por objeto o Estado Democrático de Direito e as instituições que o
integram.
Em linha gerais, podemos veri�car que a objetividade jurídica buscada nos delitos tratados neste capítulo se
volta a proteger então a regularidade das instituições que guarnecem o sistema eleitoral, desde o processo
eleitoral em sentido estrito, o que integra desde a eleição até a apuração dos votos, assim como o acesso amplo
dos eleitores regularmente inscritos, de modo a garantia da integridade e regularidade do sufrágio.
Conforme apresenta Cezar Roberto Bitencourt (2022, p. 416):
Questão que merece atenção nos estudos dos tipos penais tratados nesta aula diz respeito aos aspectos
relacionado com a competência. Tratamos aqui de crimes contra as instituições democráticas no processo
eleitoral.
Na lição de André Estefam (2022, p. 1033):
Em sentido amplo, o processo eleitoral pode ser compreendido como espaço
democrático e público de livre manifestação da vontade política coletiva. É o locus em
que são concretizados direitos políticos fundamentais, nomeadamente as cidadanias
ativa (ius su�ragii) e passiva (ius honorum). Trata-se de fenômeno coparticipativo, em
que inúmeras pessoas e entes atuam cooperativamente em prol da efetivação da
soberania popular e concretização do direito fundamental de sufrágio.
Mas não apenas isso: o processo eleitoral é também instrumento essencial de controle
da normalidade e legitimidade das eleições e, portanto, das investiduras político-
eletivas. É por ele que se perfaz a ocupação consentida de cargos político-eletivos e o
consequente exercício legítimo do poder estatal.
Nesse sentido, parece-nos que o nomen iuris deste crime “interrupção do processo
eleitoral” diz mais do que o seu conteúdo próprio tipi�cador das condutas proibidas em
seu texto pretende dizer. Veri�ca-se esse aspecto porque o título do crime é
“interrupção do processo eleitoral”, que é bem mais abrangente, porque envolve todo o
procedimento eleitoral, desde seus atos preparatórios, ao longo do período de
campanha até sua culminância com o dia de votação e sua apuração �nal pela Justiça
Eleitoral. No entanto, as condutas incriminadas limitam-se às vésperas das eleições, à
sua realização, no dia da votação, e, inclusive, ao seu encerramento com “a aferição do
resultado” �nal.
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Em que pese não se encontrarem disciplinados pela legislação eleitoral, mas no corpo do Código Penal,
referem-se a instituições típicas do sistema e ao processo eleitoral, con�gurando-se, inclusive, apenas no
contexto eleitoral, de modo que devem ser classi�cados como crimes eleitorais próprios, o que atrai, por força
do princípio da especialidade, a competência da Justiça Eleitoral.
INTERRUPÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL
Passando à análise dos tipos penais incriminadores, temos no artigo 359-N do Código Penal o crime de
interrupção do processo eleitoral, que pode ser de�nido na conduta dolosa de impedir, com o �m de que não
se concretize, ou de perturbar, de modo a criar embaraços, a eleição ou a apuração dos resultados do sufrágio,
mediante a violação indevida dos mecanismos de segurança estabelecidos pela Justiça Eleitoral no sistema
eletrônico de votação.
Na perspectiva do elemento subjetivo do tipo penal, temos um crime doloso, bastando para sua con�guração o
dolo simples de interromper ou perturbar a eleição ou a apuração dos resultados. Não se há que falar nessa
modalidade delitiva em forma culposa.
Quanto aos sujeitos do delito, o crime pode ser classi�cado como comum na perspectiva do sujeito ativo, na
medida em que o tipo penal não exige qualquer condição ou qualidade pessoal do agente para a prática do
delito. Já no polo passivo da conduta �gura a Justiça Eleitoral.
Na perspectiva do bem jurídico tutelado, temos a integridade do funcionamento e da atividade regular da
Justiça Eleitoral.
A tutela penal volta-se ao Estado Democrático de Direito, que assegura instrumentos
para o exercício da democracia indireta por meio do sufrágio universal, e ao princípio
republicano, na sua faceta relacionada à alternância legítima de poder.
Art. 359-N. Impedir ou perturbar a eleição ou a aferição de seu resultado, mediante
violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de votação
estabelecido pela Justiça Eleitoral:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
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Na perspectiva da consumação do delito, ela se dá com a prática da conduta que crie impedimento ou
perturbação, tanto na eleição quanto na aferição de seu resultado.
Dadas as características da descrição e do elemento objetivo do tipo penal – expressos nos verbos “impedir” e
“perturbar” – o delito pode ser classi�cado como plurissubsistente com relação à conduta, de modo que esta
pode ser subdividida em uma séria de atos que integram o todo, e, nesta perspectiva, podem ser interrompidos
no decorrer da execução por circunstância alheia à vontade do sujeito ativo, permitindo assim a con�guração
da forma tentada do delito.
Considerando a pena em abstrato trazida no preceito secundário da norma penal incriminadora – reclusão de
três a seis anos, e multa – estamos diante de uma infração penal de alto potencial ofensivo, se sujeitando ao rito
ordinário do processo penal.
Neste caso, a ação penal será pública incondicionada, de titularidade do Ministério Público que exercerá o
direito de ação independente de qualquer manifestação ou autorizaçãode eventuais ofendidos.
Ainda que o tipo penal não mencione como elementar da conduta a violência ou grave ameaça, a pena máxima
em abstrato impede a utilização de institutos como o acordo de não persecução penal ou a suspensão
condicional do processo.
VIOLÊNCIA POLÍTICA
O crime do artigo 359-P do Código Penal, incluído pela lei 14.197 de 2021, criminaliza a conduta de violência
política praticada em razão de discriminação.
Nos termos do descrito pelo tipo penal, con�gura-se o delito na conduta dolosa daquele que restringe, impede
ou di�culta, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer
pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
O crime tem como elemento subjetivo o dolo, a vontade livre e consciente de usar a violência com o �m de
restringir, impedir ou di�cultar o exercício de direitos políticos em razão de discriminação.
Conforme indica o tipo penal, a violência neste delito se pode caracterizar na vis física, também admitindo a
violência psicológica ou mesmo sexual. Note que a violência descrita pelo tipo penal, em todas as suas formas,
não é o �m do dolo, mas o meio de que se vale o autor da conduta para atingir sua �nalidade, que é a restringir,
O bem jurídico tutelado, por este dispositivo legal, é visivelmente a integridade, lisura,
honestidade e correção da Justiça Eleitoral, bem como dos pleitos eleitorais neste país
por ela organizados, supervisionados e executados, observando-se a legislação
especí�ca que disciplina, com detalhes, os direitos e limites do exercício de campanhas
eleitorais, da utilização de publicidade, dos investimentos dos candidatos, das doações
permitidas por pessoas físicas e jurídicas durante a campanha eleitoral.
—  (BITENCOURT, 2022, p. 416)
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impedir ou di�cultar o exercício de direitos políticos.
Além disso, e conforme estabelece o texto da lei, existe um elemento motivador que guia esse dolo, na medida
em que a conduta é direcionada por um sentimento discriminatório, visando embaraçar o exercício de direitos
políticos em razão de sexo (aqui compreendido como gênero e não como orientação sexual), ou em razão de
raça, cor, etnia, questões religiosas ou procedência nacional.
Sobre o bem jurídico tutelado, remetendo à lição de Cezar Roberto Bitencourt (2022, p. 419):
Quanto aos sujeitos do delito, o crime é comum em relação ao sujeito ativo, podendo ser praticado por
qualquer pessoa na medida em que o tipo penal não traz qualquer elementar relacionada ao autor do fato.
O mesmo se veri�ca com relação ao sujeito passivo da conduta, podendo qualquer pessoa �gurar como vítima.
Para tratar da consumação deste delito, precisamos antes pensar nos elementos objetivos, na medida em que
os verbos caracterizadores da conduta típica nos conduzem a conclusões diversas.
Pensando nas condutas de restringir ou impedir o exercício de direitos políticos, e considerando que a conduta
se aperfeiçoa com a prática da violência em qualquer das modalidades descritas no tipo penal incriminador,
estaremos diante de um crime material quanto ao resultado, se consumando a conduta com a prática da
violência com o �m de restringir ou impedir o exercício dos direitos políticos em razão da discriminação. Neste
caso, e sendo a conduta material e plurissubsistente, é plenamente possível pensar na �gura tentada.
Já com relação à conduta de di�cultar, e seguindo a linha pensamento de Bitencourt (2022, p. 419), estaremos
diante de um delito formal, o que di�culta pensar na forma tentada.
VÍDEO RESUMO
Nesta videoaula, continuando os estudos sobre os crimes contra o Estado Democrático de Direito e suas
instituições, vamos tratar dos ilícitos penais que se voltam contra o processo eleitoral e o livre exercício dos
direitos políticos. Assim, serão traçadas as linhas gerais que regem a interpretação e aplicação dessas normas
é o exercício dos direitos políticos de qualquer cidadão e, inclusive, o respeito de todas
as características, qualidades e sentimentos de cada um e de todos relativamente a
sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Embora pareça difícil sua
violação, principalmente em uma sociedade politicamente organizada, pací�ca, ordeira
e, até certo ponto, inofensiva como a brasileira, a verdade é que a maldade surge com
certa naturalidade, quando motivada em razões de ordem discriminatória como aqui
elencadas. Esses sentimentos ou concepções sobre sexo, raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional, teoricamente, nem deveriam preocupar comunidades ordeiras,
pací�cas e de boa formação ético-moral, especialmente em um Estado democrático de
direito, igualitário e pluralista como é ou deveria ser o nosso país.
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penais incriminadoras para, em seguida, tratamos dos delitos de interrupção do processo eleitoral e de
violência política. Bons estudos!
 Saiba mais
Este tema é, além de muito importante, de especial relevância para completa compreensão, não apenas
dos aspectos criminais, mas da caracterização e funcionamento das instituições políticas e do Estado
Democrático de Direito.
Para o aprofundamento dos estudos, sugerimos a obra “Curso de Direito Penal Brasileiro” de Luiz Regis
Prado:
PRADO, Luiz R. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume Único. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. Pp.
1430-1434. ISBN 9786559644902. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 3 ago. 2022.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública, crimes
praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São Paulo:
Saraiva, 2022. ISBN 9786553622050. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553622050/. Acesso em: 3 ago. 2022.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte especial – arts. 213 a 359-T. v.3. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN
9786555596007. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596007/.
Acesso em: 3 ago. 2022.
GONÇALVES, Victor Eduardo R.; LENZA, Pedro. Esquematizado - Direito Penal - Parte Especial. São Paulo:
Saraiva, 2022. ISBN 9786555597738. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597738/. Acesso em: 3 ago. 2022.
JESUS, Damásio Evangelista D.; ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal 4 - parte especial - crimes contra a fé
pública a crimes contra a administração pública (arts. 289 a 359-h). São Paulo: Saraiva, 2020. ISBN
9788553619900. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619900/.
Acesso em: 3 ago. 2022
NUCCI, Guilherme de S. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. ISBN 9788530993443. E-
book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530993443/. Acesso em: 3 ago.
2022.
REFERÊNCIAS
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Aula 2
BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública, crimes
praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São Paulo:
Saraiva, 2022. ISBN 9786553622050. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553622050/. Acesso em: 3 ago. 2022.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte especial – arts. 213 a 359-T. v.3. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN
9786555596007. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596007/.
Acesso em: 3 ago. 2022.
GONÇALVES, Victor Eduardo R.; LENZA, Pedro. Esquematizado - Direito Penal - Parte Especial. São Paulo:
Saraiva, 2022. ISBN 9786555597738. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597738/. Acesso em: 3 ago. 2022.
JESUS, Damásio Evangelista D.; ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal 4 - parte especial - crimes contra a fé
pública a crimes contra a administração pública (arts. 289 a 359-h). São Paulo: Saraiva, 2020. ISBN
9788553619900. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619900/.
Acesso em: 3 ago. 2022
NUCCI, Guilherme de S. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. ISBN 9788530993443. E-
book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530993443/. Acesso em: 3 ago.
2022.
Aula 3
ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal - Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786555596526. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596526/. Acesso em: 1 ago. 2022.
GOMES, José J. Direito Eleitoral. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. ISBN 9786559772056. Disponível em:
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MELO, Débora Sin�orio da S.; SCALABRIN, Felipe. Ciência política e teoria geral do Estado. Porto Alegre:
Grupo A, 2017. ISBN 9788595021891. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595021891/. Acesso em: 4 ago. 2022.
PRADO, Luiz R. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume Único. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. ISBN
9786559644902. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559644902/.
Acesso em: 3 ago. 2022.
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
Aula 4
BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública, crimes
praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São Paulo:
Saraiva, 2022. ISBN 9786553622050. Disponível em:
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ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal - Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786555596526. Disponível em:
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GOMES, José J. Direito Eleitoral. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. ISBN 9786559772056. Disponível em:
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