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07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 1/22 Imprimir INTRODUÇÃO Olá, estudante! No exercício de suas atribuições realizadas com o interesse do atendimento da �nalidade do ente estatal – o bem comum –, a Administração Pública é integrada também por uma série de direitos e interesses jurídicos que merecem a proteção, inclusive na esfera do direito penal. Pensando nos bens jurídicos e nos interesses tutelados, podemos pensar em condutas realizadas por funcionários públicos em detrimento dos interesses da administração, e por isso, denominados crimes próprios. Vamos, então, desenvolver os estudos no entorno dessas modalidades delitivas, abordando os crimes de peculato, de prevaricação, de corrupção passiva e de concussão. Bons estudos! Aula 1 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO No exercício de suas atribuições realizadas com o interesse do atendimento da �nalidade do ente estatal – o bem comum –, a Administração Pública é integrada também por uma série de direitos e interesses jurídicos que merecem a proteção, inclusive na esfera do direito penal. 31 minutos DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E AS INSTITUIÇÕES Aula 1 - Dos crimes praticados por funcionário público Aula 2 - Dos crimes praticados por particulares Aula 3 - Dos crimes contra o Estado Democrático de Direito Aula 4 - Dos crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral Referências 131 minutos 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 2/22 PECULATO No exercício de suas atividades, o funcionário público pode deter, de forma legítima, posse ou guarda de dinheiro, valores ou outros bens móveis, públicos ou particulares. Como bem sabido, a destinação de tais objetos deve obedecer não à vontade do servidor público, mas à vontade e �nalidade prevista pela lei, na forma como prescrito na legislação. O crime de peculato ocorre na conduta do servidor público que se apropria ou desvia dinheiro, valor ou bem que detenha em razão do cargo, emprego ou função pública. Também pode se veri�car o delito na conduta do servidor público que, se valendo das facilidades promovidas pelo cargo, emprego ou função pública que desempenha, subtrai ou concorre para que terceiro subtraia dinheiro, bens ou valores que se achem sob a posse ou custódia da Administração Pública. Ocorre o peculato na modalidade apropriação na conduta do funcionário público que, estando na posse de dinheiro, valor ou bem, público ou particular, em decorrência do cargo emprego ou função, dele se apropria, passando a agir como se o bem material fosse seu. Veri�ca-se o peculato na modalidade desvio quando o servidor público dá ao bem que se encontre sob sua posse ou custódia em razão do cargo, emprego ou função pública, �nalidade diversa aquela prevista pela lei. Esta �gura, prevista pelo artigo 312, § 1º, ocorre com a conduta dolosa do funcionário público que, não detendo a posse ou guarda de bem público ou particular custodiado pela Administração Pública, se vale de sua condição funcional para subtrair o bem ou, permitir ou facilitar para que terceiro o subtraia. Ocorre, por exemplo, na conduta dolosa do funcionário público que, exercendo função de vigilante, dolosamente permite que terceiros ingressem no estabelecimento público para subtrair objetos ali custodiados. O peculato culposo ocorre quando o funcionário público, agindo com imprudência, negligência ou imperícia, concorre para a prática de crime por terceiro, fora das hipóteses de concurso de pessoas, e permite que outra pessoa se aproprie, desvie ou subtraia bem móvel, público ou particular, que se encontre sob a propriedade, posse ou custódia da Administração Pública. Ocorre, por exemplo, quando o servidor público, por negligência, deixa destrancada sala de repartição pública, permitindo, assim, que terceiro ingresse no local e subtraia bem ali guardado. O crime se con�gura na negligência do servidor público que, por sua ausência no dever de cuidado com os bens custodiados pela Administração Pública, permite que terceiro os subtraia. Neste caso, incorreria, em tese, no crime no artigo 312, § 2º, se sujeitando a pena de detenção de três meses a um ano. Admite-se, nesta hipótese, a extinção da punibilidade pela reparação do dano, quando este ocorre antes da sentença condenatória irrecorrível. Nas modalidades apropriação, desvio e furto, o crime se con�gura apenas na modalidade dolosa. Já na hipótese do parágrafo segundo, admite-se a con�guração do delito na modalidade culposa (negligência, imprudência ou imperícia) 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 3/22 O crime é próprio, exigindo do sujeito ativo a condição especial de ser funcionário público. Admite a possibilidade do concurso de pessoas em coautoria ou participação. As modalidades delitivas são materiais, ou seja, a consumação depende da veri�cação do resultado naturalístico previsto no tipo penal incriminador. Com exceção da modalidade culposa, admite-se a tentativa. PREVARICAÇÃO O crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do Código Penal, con�gura-se na conduta dolosa do servidor público que, pretendendo satisfazer um interesse ou sentimento de cunho pessoal, retarda ou deixa de praticar indevidamente um ato de ofício ou o pratica ato de ofício em contrariedade à disposição expressa de lei. Não se trata da mera desídia ou do descumprimento de determinação legal. Mais do que isso, deve estar presente, para consumação do crime, o dolo especí�co por parte do sujeito ativo. Signi�ca que a conduta praticada deve buscar satisfazer um interesse ou sentimento pessoal do funcionário público. Pensemos no seguinte exemplo: não se pode falar em prevaricação na conduta do prefeito municipal que deixa de proceder à cobrança de débitos de IPTU em valores abaixo daqueles que, por lei, podem determinar execução �scal, eis que não existe na conduta, qualquer interesse em satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Nesta hipótese, não há o crime de prevaricação. Do contrário, na mesma situação, se o prefeito ou familiares deste fossem proprietários de imóveis nesta situação e ele, pretendendo se livrar da cobrança, deixasse de realizar a execução �scal sobre o pretexto da lei municipal que estabelece piso de cobrança, �caria con�gurado o delito de prevaricação na medida em que a conduta de deixar de realizar o ato de ofício por atender a um interesse pessoal. Conforme apontado, na perspectiva do elemento subjetivo, o tipo penal exige o dolo na modalidade especí�ca, de modo que, para caracterização do delito, é necessário que se demonstre, além da vontade livre e consciente do funcionário público em retardar ou deixar de praticar o ato de ofício, ou ainda, de praticá-lo em contrariedade à forma expressa em lei, que a conduta pretenda alcançar uma �nalidade especí�ca, satisfazendo um interesse ou um sentimento pessoal do funcionário público. Vale dizer, o mero retardamento ou inexecução do ato de ofício, sem a �nalidade especí�ca, é fato atípico, não caracterizando o delito de prevaricação. Trata-se de um crime próprio, que exige para sua con�guração da condição pessoal do agente – ser funcionário público. É possível a coautoria e participação, hipótese em que a condição pessoal do agente se estende aos demais coautores e partícipes que não a ostentem. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 4/22 Com relação ao resultado, a doutrina classi�ca a prevaricação como um crime formal, de modo que a consumação se dá no momento em que o ato deixa de ser praticado, quando o deveria sê-lo, ou quando praticado fora da formal prevista em lei, independente da necessidade de um resultado concreto posterior. CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA O crime de concussão, previsto no artigo 316 do Código Penal, se veri�ca na conduta dolosa do funcionário público que, no exercício de sua função, ou em razão dela, mesmo antes de assumi-la, exige, para si ou para outrem, de forma direta ou indireta, vantagem indevida. O delito de concussão se realiza apenas na modalidade dolosa, bastando o dolo genérico – a vontade livre e consciente de obter para si ou para outrem vantagem indevida se aproveitando da qualidade de funcionário público. Trata-se de crime próprio, exigindo do sujeito ativo, para sua con�guração, a qualidade pessoal de ser funcionário público. A leitura do tipo penal apresenta uma de�nição alargada de funcionário público para caracterização dessa condição pessoal no crime de concussão. Ocorrerá o delito do artigo 316 tanto quando o agente, funcionário público, esteja no efetivo exercício de sua função, quanto na hipótese de, fora das atividades típicas da função pública, se valha dessa condição pessoal para realizar a conduta típica. Ademais, o crime se con�gura mesmo que o agente se encontre efetivamente fora da função pública – por exemplo, no exercício de férias ou durante o cumprimento de sanção administrativa de suspensão – ou mesmo antes de assumir efetivamente as funções, por exemplo, no caso do indivíduo que, aprovado em concurso público, mas antes mesmo de efetivado na função, realiza a conduta em razão do cargo público que viria a exercer. Como sujeito passivo primário �gura a Administração Pública. Secundariamente, temos no polo passivo a vítima da exigência de vantagem indevida. Trata-se de delito formal, ou seja, a consumação ocorre com a conduta de exigir, independente da realização do resultado naturalístico, ou seja, o crime já está consumado no momento da exigência, independente de ocorrer a aceitação ou o pagamento da vantagem indevida pretendida com a conduta. O pagamento da vantagem indevida caracteriza mero exaurimento do delito. Doutrina e jurisprudência admitem a �gura tentada desde que esta ocorra na modalidade plurissubsistente. Já no crime de corrupção passiva, temos a conduta dolosa praticada pelo funcionário público que, no exercício de sua função ou em razão dela, solicita ou recebe, para si ou para outrem, vantagem indevida, ou ainda, nas mesmas condições, aceita promessa do recebimento de tal vantagem. O crime de corrupção passiva se con�gura na modalidade quali�cada quando, em razão da vantagem ou da promessa de vantagem, o funcionário público retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou prática, infringindo dever funcional. Neste caso, impõe-se-lhe aumento de um terço da pena. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 5/22 O parágrafo 2º do artigo 317, ao tratar da forma privilegiada do delito, estabelece que, se o funcionário público deixa de praticar ou retardar a prática de ato de ofício, ou o pratica com descumprimento de dever funcional, sem que tenha solicitado ou recebido qualquer vantagem indevida, mas cedendo a pedido ou in�uência de outrem, se sujeita a pena de detenção de três meses a um ano, ou multa. O delito de corrupção passiva se realiza apenas na modalidade dolosa, bastando o dolo genérico – a vontade livre e consciente de obter para si ou para outrem vantagem indevida se aproveitando da qualidade de funcionário público. Trata-se de delito formal, ou seja, a consumação ocorre com a conduta de exigir, independente da realização do resultado naturalístico, ou seja, o crime já está consumado no momento da exigência, independente de ocorrer a aceitação ou o pagamento da vantagem indevida pretendida com a conduta. O pagamento da vantagem indevida caracteriza mero exaurimento do delito. Doutrina e jurisprudência admitem a �gura tentada desde que esta ocorra na modalidade plurissubsistente. VÍDEO RESUMO Nesta videoaula, vamos iniciar nossos estudos sobre os crimes contra a administração pública, tratando especi�camente dos crimes próprios, aqueles praticados por funcionários públicos em detrimento dos interesses da administração pública, abordando os delitos de peculato, prevaricação, concussão e corrupção passiva. Abordaremos as características e elementares típicas de cada uma das condutas ilícitas. Bons estudos! Saiba mais Discussão de essencial importância no campo do estudo dos crimes contra a Administração Pública, em especial nas infrações cometida por funcionários públicos, é a própria de�nição jurídica de tal condição, trazida pelo artigo 327 do Código Penal mas que, conforme as mutações da própria estrutura de funcionamento da Administração direta e indireta, merece especial cuidado em sua análise. Nesta linha, sugerimos o trabalho de Luiz Regis Prado em seu “Curso de Direito Penal Brasileiro”: PRADO, Luiz R. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume Único. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. Pp. 1213-1217. ISBN 9786559644902. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 3 ago. 2022. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 2 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES Dando continuidade aos estudos sobre os crimes contra a Administração Pública, passaremos à análise e interpretação dos dispositivos contidos no capítulo dedicado às infrações penais praticadas por particulares em detrimento dos interesses da Administração Pública. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559644902/ 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 6/22 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Dando continuidade aos estudos sobre os crimes contra a Administração Pública, passaremos à análise e interpretação dos dispositivos contidos no capítulo dedicado às infrações penais praticadas por particulares em detrimento dos interesses da Administração Pública. Assim, é importante delinear as características, de�nição e conformação do crime de corrupção ativa, realizando o confronto deste tipo penal com as condutas criminalizadas de corrupção passiva e de concussão. Da mesma forma, e pensando na dignidade da atuação da administração, trataremos do estudo dos tipos penais de desacato e de desobediência. Ao �m, traremos uma discussão sobre a caracterização dos delitos contra a administração pública e as repercussões extraídas da aplicação dos institutos próprios do concurso de pessoas na esfera dessas modalidades delitivas. Bons estudos! CORRUPÇÃO ATIVA O crime de corrupção ativa, nos termos do disposto pelo artigo 333 do Código Penal, se veri�ca na conduta dolosa do particular que oferece ou promete vantagem indevida ao funcionário público com o �m de determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Não se trata do mero presente sem �nalidade, mas sim do oferecimento ou promessa de vantagem indevida com o �m especí�co de agir sobre a vontade do funcionário público, de modo a impeli-lo a praticar, ou deixar de praticar, ou ainda retardar a realização de um ato de ofício. Por exemplo, com o �m de aceleraro processo de instalação de rede de energia elétrica em sua residência, o particular oferece uma caixinha para o funcionário da empresa concessionária, para que este altere a ordem de serviço, adiantando a instalação que estaria prevista para data posterior. Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 29 minutos 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 7/22 Na perspectiva do elemento subjetivo do delito, trata-se de um crime doloso, exigindo a vontade livre e consciente de oferecer ou prometer ao funcionário público vantagem indevida, sendo necessária ainda a �nalidade especí�ca do dolo no sentido de in�uenciar em sua atividade funcional. Sobre os sujeitos do delito, no polo ativo pode �gurar qualquer pessoa na condição de particular, não sendo necessária qualquer condição pessoal do sujeito ativo, sendo, portanto, crime comum quanto a ele. Já com relação polo passivo, o crime é próprio, na medida em que a conduta se volta diretamente em face do funcionário público no exercício de suas funções, e de maneira re�exa, alcança a própria Administração Pública. Desta forma, temos como sujeitos passivos da conduta, de maneira direta, a Administração Pública, a dignidade da administração e, num segundo plano, o funcionário público. Pensando sobre o momento consumativo, a corrupção ativa é classi�cada como crime formal quanto ao resultado, ou seja, independe da veri�cação de um resultado naturalístico. Desta forma, a consumação ocorre no momento em que é oferecida ou prometida a vantagem indevida ao funcionário público, independente de aceitação ou do pagamento ou entrega da vantagem, que se constituiu como mero exaurimento da conduta. Outro aspecto a ser considerado com relação ao crime de corrupção ativa é a causa de aumento de pena prevista pelo parágrafo único do artigo 333 do Código Penal e se relaciona justamente com o exaurimento da conduta. Devemos ter em mente que o bem jurídico tutelado neste delito é a lisura e a dignidade da atividade administrativa, de modo que o exaurimento dele, que o ocorre com o recebimento da vantagem ou da promessa pelo funcionário público, funciona como causa de aumento de pena. Nos termos do dispositivo mencionado, a pena será aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. DESACATO E DESOBEDIÊNCIA Conforme veri�camos no decorrer destes estudos, nos crimes contra a Administração Pública praticados por particulares, o objeto da proteção jurídica é a dignidade da atuação da Administração e de seus agentes, com vistas a garantia do regular funcionamento das instituições e do aparato administrativo. Nesta linha, o artigo 331 do Código Penal criminaliza a conduta de desacato, que se con�gura na conduta dolosa do particular que desacata funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Ela se materializa no desrespeito, na afronta à dignidade da função pública. Na perspectiva dos sujeitos do delito, no polo ativo, temos um crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, e, no polo passivo, primariamente temos a Administração Pública, e de maneira secundária, o funcionário público desacatado no exercício de suas funções ou em decorrência desta. Considerando a pena em abstrata aplicada, trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, aplicando- se ao caso as regras do Juizado Especial Criminal, nos termos da lei 9.099/1995. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 8/22 Pensando no crime de desobediência, previsto pelo artigo 330 do Código Penal, devemos considerar que uma característica típica do ato administrativo é a imperatividade, o que signi�ca que tem poder cogente, de ordem, de determinação. Assim, um ato legal praticado por funcionário público competente deve ser cumprido pelo seu destinatário, em respeito à obrigatoriedade dos atos emanados pela administração pública. O descumprimento deliberado do ato administrativo legal coloca em desprestígio não apenas o funcionário que determinou o ato, mas toda a Administração Pública. Nesta linha de raciocínio, o crime de desobediência se caracteriza na conduta dolosa do particular que desobedece, deixando de cumprir ordem legal emanada de funcionário público. Veri�ca-se este crime, por exemplo, na conduta do particular que, convocado para um ato, ou noti�cado para comparecer em repartição pública, deliberadamente deixa de fazê-lo. Na perspectiva do elemento subjetivo, estamos diante de um crime doloso, bastando o dolo simples – vontade livre e consciente de deixar de atender a ordem legal emanada por funcionário público, não se con�gurando o delito na modalidade culposa. Quanto ao sujeito passivo, estamos diante de dupla polaridade passiva. Primariamente �gura como vítima a Administração Pública, titular do bem jurídico lesionado e, num plano secundário, o funcionário público que emitiu a ordem. O crime de desobediência é crime formal e se consuma com o descumprimento da ordem legal, independentemente de qualquer resultado naturalístico. Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, sujeito ao rito do processo sumaríssimo previsto pela lei 9.099/1995, possibilitando a aplicação dos institutos da transação penal e da suspensão condicional do processo. COAUTORIA E PARTICIPAÇÃO NOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA No estudo dos crimes praticados contra a Administração Pública, uma questão de alta importância e que deve ser considerada se relaciona com o concurso de pessoas, especialmente considerando os regramentos previstos pelo artigo 30 do Código Penal. Como regra geral, nosso Código Penal adota o critério da incomunicabilidade das condições e circunstâncias de caráter pessoal entre os agentes que concorrem para a prática de um crime. Desta forma, cada um dos agentes responde pela conduta que praticou, na medida de sua culpabilidade e por suas características e condições pessoais. Todavia, a parte �nal do dispositivo estabelece uma exceção à tal regra, determinando que, nas hipóteses em que as condições ou circunstâncias pessoais estejam descritas no tipo penal como elemento da conduta, elas se comunicam, se estendem a todos os demais agentes que concorrem de qualquer forma para a conduta, considerando-se como se todos possuíssem tais condições e características pessoais. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDesc… 9/22 Exemplo disso é o que ocorre no crime de concussão, no qual o funcionário público, em razão de seu cargo, exige para si ou para outrem vantagem indevida, para realizar ou deixar de realizar um ato de ofício. É crime próprio que somente pode ser praticado por funcionário público. Se retirássemos da descrição legal todas as qualidades especiais relacionadas com a administração pública, restaria, à grosso modo, apenas a descrição do delito de extorsão: exigir para si ou para outrem vantagem indevida. Poderíamos concluir que, enquanto o funcionário público pratica concussão, a pessoa que não ocupa função pública, realizando a mesma conduta, pratica extorsão. Contudo, caso houvesse concurso de agentes, um funcionário público e uma outra pessoa que não pertencesse aos quadros funcionais da Administração Pública, concorrendo para a mesma conduta de exigir vantagemindevida, ambos responderiam pelo crime de concussão. As condições e características pessoais do funcionário público, que estão descritas no tipo penal como elementares do crime, estender-se-ão para os demais coautores e partícipes. Outro ponto relevante está relacionado com os crimes de corrupção. O crime de corrupção ativa é praticado por particular contra a administração pública. Já o crime de corrupção passiva, é crime próprio, praticado por funcionário público contra a administração. Ainda que possa ocorrer a convergência de condutas para a realização de um mesmo resultado, nesta situação teremos uma exceção pluralística à teoria monista no concurso de pessoas. O particular responde pelo crime de corrupção ativa, na modalidade oferecer, com o aumento de pena de um terço previsto pelo parágrafo primeiro, uma vez que o funcionário público se omitiu em seu dever de ofício. Já o funcionário público responderá pelo crime de corrupção passiva, na medida em que aceitou a vantagem indevida que lhe foi oferecida. Do contrário, se a iniciativa partisse do funcionário público solicitando (corrupção passiva) ou exigindo (concussão) vantagem indevida, mesmo que o particular pagasse, sua conduta seria atípica, já que o tipo penal não trata da conduta de dar ou pagar vantagem indevida. VÍDEO RESUMO Nesta videoaula, dando continuidade aos estudos relacionados aos crimes contra a Administração Pública, vamos concentrar os esforços na análise dos crimes praticados por particulares em detrimento dos interesses da Administração, abordando a de�nição e características dos delitos de corrupção ativa, de desobediência e de desacato. Para �nalizar, trataremos ainda a discussão da participação e coautoria nos crimes contra a Administração Pública. Bons estudos! Saiba mais Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 10/22 Para saber mais sobre os aspectos jurídicos relacionados aos crimes contra a administração pública praticados por particulares, sugerimos os estudos realizados por André Estefam em sua obra “Direito Penal – Volume 3”: ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal - Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2022. Pp. 722-759. ISBN 9786555596526. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 3 ago. 2022. INTRODUÇÃO Olá, estudante! O Estado Democrático de Direito e a soberania nacional são fundamentos da República Federativa do Brasil, declarados no artigo 1º do texto constitucional e, por consequência, merecem ser reconhecidos como bem jurídico de alta valia não apenas para o Estado mas também para a sociedade brasileira. Até recentemente, a proteção jurídica na esfera do Direito Penal era efetivada por intermédio da Lei de Segurança Nacional – Lei 7170/1983, alvo de constantes críticas mesmo no âmbito do direito, seja por suas raízes históricas, seja pela categorização dos delitos políticos que trazia em seu bojo. Em face disso, no ano de 2021, o legislador, alterando o paradigma da proteção jurídico-penal desses bens jurídicos, introduziu em nosso ordenamento a lei 14.197/2021, promovendo considerável alteração no tratamento penal emprestado às condutas que se voltam contra a soberania, a integridade nacional e as instituições políticas e democráticas. Nesta aula, nos ocuparemos de construir um panorama geral decorrente de tais mudanças e dos tipos penais incluídos ao Código Penal. Bons estudos! NOÇÕES GERAIS Aula 3 DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO O Estado Democrático de Direito e a soberania nacional são fundamentos da República Federativa do Brasil, declarados no artigo 1º do texto constitucional e, por consequência, merecem ser reconhecidos como bem jurídico de alta valia não apenas para o Estado mas também para a sociedade brasileira. 30 minutos https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596526/ 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 11/22 Os denominados crimes contra o Estado Democrático de Direito, integrantes do Título XII do Código Penal, incluído pela Lei 14.197/2021, foram inseridos pelo legislador no ordenamento jurídico-penal pátrio com a revogação da lei 7.170/1983, que disciplinava os denominados crimes contra a segurança nacional. Isso representa uma alteração no paradigma jurídico e legislativo no tratamento das condutas atentatórias ao Estado Democrático de Direito e os desdobramentos inerentes à soberania nacional. Não se fala mais em crimes políticos, como no tratamento da legislação revogada, passando a disciplinar as condutas que se constituem de delitos comuns e tratados na esfera da competência da justiça penal ordinária. O artigo 1º da Constituição Federal, ao declarar os fundamentos da República Federativa do Brasil, informa: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Do apontamento realizado por Débora Sin�orio da Silva Melo e Felipe Scalabrin (2017, p. 123), podemos veri�car que: Então, para �ns de interpretação e aplicação das normas penais incriminadoras, devemos compreender aqui o Estado Democrático de Direito como sendo o bem jurídico protegido por estes tipos penais, compreendendo em si a estrutura de instituições que compõem o Estado, desde a soberania e a integridade territorial, até o I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. A Constituição Federal brasileira de 1988 expressa, no art. 1o, que a República Federativa do Brasil constitui um Estado Democrático de Direito. A de�nição adotada pela Constituição brasileira engloba a visão de democracia e de Estado de Direito como única. Contudo, ambos são distintos, ou seja, Estado de Direito não se confunde com Estado Democrático. Para diferenciar ambos os termos, veremos as ponderações de consagrados doutrinadores. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 12/22 sistema formal de funcionamento do processo eleitoral, o que integra desde a acessibilidade aos meios de participação nos pleitos, à própria eleição e apuração das votações. Isso re�ete mesmo nos tipos penais que integram esse título, o que pode ser percebido nos desdobramentos da proteção jurídica e da criminalização de condutas, que têm por proteção jurídica da soberania, a exemplo do que se veri�ca no artigo 359-I, ou da criminalização de tentativas violentas de secessão, no artigo 359-J, bem como a criminalização de condutas que impliquem em violação da segurança de documentos, dados e informações que possam expor a risco os interesses e a integridade do Estado e da soberania brasileira, à exemplo do que se veri�ca na criminalização da conduta de espionagem. ATENTADO À SOBERANIA E À INTEGRIDADE NACIONAL O artigo 359-I do Código Penal, incluído com a Lei 14.197/2021, introduziu em nosso ordenamento jurídico penal o crime de atentado à soberania e à integridade nacional. Podemos de�nir o delito na conduta dolosa do sujeito ativo que, com o �m de provocar atos típicos de guerra contra o Brasil ou de possibilitar a invasão do território nacional, estabelece negociações com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes. Naperspectiva do elemento objetivo, a conduta se realiza com o verbo negociar, aqui compreendido no sentido de estabelecer um acordo por meio de diálogo. Quanto ao elemento subjetivo, o crime é doloso, devendo haver na conduta do agente a vontade livre e consciente de estabelecer as conversações com governo ou grupo estrangeiro, ou com agentes dessas entidades. Exige-se ainda o dolo especí�co, na medida em que as negociações devem ter por �nalidade provocar atos típicos de guerra contra o Brasil ou possibilitar a invasão de território brasileiro. O bem jurídico tutelado neste tipo penal é o próprio Estado Democrático de Direito. Assim, nos dizeres de Luiz Regis Prado (2022, p.1414): Pensando nos sujeitos do delito, o crime é comum quanto ao sujeito ativo, podendo a conduta ser realizada por qualquer pessoa. No polo passivo da conduta �gura a União. Já quanto ao momento consumativo do delito, trata-se de um crime formal, no qual a consumação se dá apenas com o ato de negociar. Assim, mesmo que as negociações não tenham êxito e nenhuma ação seja empreendida em decorrência delas, o crime estará consumado. Até mesmo diante disso, é difícil de pensar na caracterização da �gura tentada, pois qualquer ato antecedente à negociação con�guraria ato preparatório não punível. Tutela-se o Estado democrático de Direito, especialmente a soberania nacional (art. 1.º, I, CF), enquanto poder e domínio exercido pelo Estado brasileiro dentro de seus limites territoriais para defesa da ordem democrática. No Estado soberano, há um sistema jurídico que se projeta soberanamente na esfera internacional. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 13/22 O crime é de ação penal pública incondicionada e, tendo em consideração a pena em abstrato prevista no preceito secundário do tido penal (reclusão de três a oito anos), estará sujeita ao rito ordinário do processo penal. A pena do crime em comento será aumentada de metade até o dobro se, por consequência da conduta do sujeito ativo for declarada guerra, nos termos do artigo 359-I parágrafo 1º. Isso se relaciona com o mencionado quando tratamos do momento consumativo do delito, de sorte que o exaurimento da conduta – no caso com a declaração de guerra – funciona como causa de aumento de pena a ser considerada na terceira fase da dosimetria da sanção penal. Há ainda que considerar a forma quali�cada do delito, prevista no artigo 359-I parágrafo 2º. Assim, se o sujeito ativo da conduta, além de estabelecer as negociações, vier a participar de operação bélica com o �m de submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país, teremos o delito em sua forma quali�cada, sujeitando à pena de reclusão de quatro a doze anos. Já o delito de atentado à integridade nacional, previsto no artigo Art. 359-J do Código Penal, implica na prática de violência ou grave ameaça com a �nalidade de desmembrar parte do território nacional para constituir país independente, conduta sujeita à pena de reclusão de dois a seis anos, além da pena correspondente à violência. Trata da criminalização da conduta de tentar-se, por meio violento, a secessão com o desmembramento do território nacional, o que é vedado pelo texto constitucional. ESPIONAGEM O Código Penal, em seu artigo 359-J, incluído ao diploma com a Lei 14.197 de 2021, criminalizou a conduta que recebeu o nomen iuris de espionagem. Ela se caracteriza na conduta dolosa do agente que, fora das hipóteses previstas e autorizadas por lei ou regulamento, entrega para governo estrangeiro ou aos seus agentes, ou para organização criminosa estrangeira, documento ou informações classi�cadas como secretos ou ultrassecretos nos termos da lei, cuja revelação possa colocar em perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional. O núcleo da conduta típica se perfaz no verbo “entregar”, compreendido na conduta de fornecer ou de qualquer forma disponibilizar os referidos documentos. A classi�cação de documentos e informações se realiza na forma do disposto pela lei de acesso à informação – lei 12.527/2011. Devemos também nos atentar à �gura equiparada prevista pelo artigo 359-J em seu parágrafo 1º, que determina incorrer na mesma pena o agente que presta auxílio ao espião, tendo conhecimento de tal circunstância, para que este se furte da ação da autoridade pública O bem jurídico tutelado nesse delito é o Estado Democrático de Direito, na perspectiva da preservação da ordem constitucional e da soberania nacional, �gurando como sujeito passivo da conduta a União. Já quanto ao sujeito ativo do delito, na modalidade simples prevista pelo caput, o crime é simples na medida em que pode ser praticada por qualquer pessoa. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 14/22 Ainda sobre o sujeito ativo, devemos considerar a forma quali�cada, prevista pelo parágrafo 2º do artigo 359-J do Código Penal. O parágrafo 2º do tipo penal incriminado nos apresenta forma quali�cada do delito em função da condição pessoal do agente da conduta, determinando que se o documento, dado ou informação da conduta for transmitido ou revelado com violação do dever de sigilo, resultará na imposição de pena de reclusão de seis a quinze anos. O dispositivo ainda trata da �gura privilegiada do delito de espionagem, prevista em seu parágrafo 3º. Nesta situação, é criminalizada a conduta do agente que facilita a prática da conduta de espionagem mediante a atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha ou de qualquer forma de acesso de pessoas não autorizadas e que viabilize o acesso ao documento, dado ou informação classi�cada. Nesta caso, a conduta estará sujeita à pena de detenção, de um a quatro anos. Por �m, havemos que analisar a circunstância excludente de ilicitude especí�ca prevista para este tipo penal, conforme previsão do artigo 359-J parágrafo 4º. Por força deste dispositivo, não con�gura o crime a comunicação, entrega ou publicação de informações ou de documentos tratados no caput se a conduta tiver por �nalidade expor ou revelar a prática de crime ou a violação de direitos humanos. VÍDEO RESUMO Nesta videoaula, vamos analisar os crimes contra o Estado Democrático de Direito, conforme as alterações realizadas com a lei 14.197/2021. Assim, primeiro vamos traçar um panorama geral sobre a alteração legislativa e a proteção dada ao Estado Democrático de Direito, tratando dos crimes contra a soberania e a integridade nacional. Por �m, delimitamos o conceito e características do delito de espionagem. Bons estudos! Saiba mais Para uma melhor compreensão dos valores e dos bens jurídicos tutelados no título dedicado à proteção jurídica do Estado Democrático de Direito e veri�car o impacto e a extensão das modi�cações realizadas pela lei 14.197/2021 no tocante ao tratamento de tais condutas, sugerimos as re�exões realizadas sobre o tema por Cezar Roberto Bitencourt em sua obra “Tratado de Direito Penal”: BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública, crimes praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São Paulo: Saraiva, 2022. P. 385. ISBN 9786553622050. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 4 ago. 2022. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 4 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 15/22 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Dentre as importantes mudançasveri�cadas em nossa sociedade, muitas se relacionam com a percepção do exercício dos direitos políticos e da realização da democracia e dos deveres e garantias inerentes ao Estado Democrático de Direito. Nesta esteira, superando o tratamento jurídico vigente já há quase três décadas, regulando os crimes contra a segurança nacional, a alteração dos paradigmas sociais impulsionou a necessidade de alterações legislativas no tocante às instituições próprias da democracia, dentre as quais a regularidade do funcionamento do próprio processo eleitoral e do acesso aos direitos políticos. Neste sentido, vamos nos ocupar dos estudos dos delitos que atentam contra esses importantes bens jurídicos que re�etem em si a própria essência do Estado Democrático de Direito. Bons estudos! NOÇÕES GERAIS Os crimes contra o funcionamento das instituições democráticas no processo eleitoral, previstos no Capítulo III do Título XII do Código Penal, previstos entre os artigos 359-N a 359-Q do diploma repressivo material, foram inseridos no ordenamento jurídico-penal com a lei 14.197/2021, que revogou a Lei de Segurança Nacional (lei 7.170/1983), tendo por objeto a preservação do Estado Democrático de Direito na perspectiva da proteção jurídica das instituições ligadas ao sistema e ao processo eleitoral. Assim, importa-nos de�nir o que venha a ser o processo eleitoral com o �m de determinar o bem jurídico tutelado pelas regras inseridas ao diploma penal. Nos dizeres de José Jairo Gomes (2022, p.398): DOS CRIMES CONTRA O FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO PROCESSO ELEITORAL Dentre as importantes mudanças veri�cadas em nossa sociedade, muitas se relacionam com a percepção do exercício dos direitos políticos e da realização da democracia e dos deveres e garantias inerentes ao Estado Democrático de Direito. 31 minutos 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 16/22 De maneira direta, a tutela penal tem por objeto o Estado Democrático de Direito e as instituições que o integram. Em linha gerais, podemos veri�car que a objetividade jurídica buscada nos delitos tratados neste capítulo se volta a proteger então a regularidade das instituições que guarnecem o sistema eleitoral, desde o processo eleitoral em sentido estrito, o que integra desde a eleição até a apuração dos votos, assim como o acesso amplo dos eleitores regularmente inscritos, de modo a garantia da integridade e regularidade do sufrágio. Conforme apresenta Cezar Roberto Bitencourt (2022, p. 416): Questão que merece atenção nos estudos dos tipos penais tratados nesta aula diz respeito aos aspectos relacionado com a competência. Tratamos aqui de crimes contra as instituições democráticas no processo eleitoral. Na lição de André Estefam (2022, p. 1033): Em sentido amplo, o processo eleitoral pode ser compreendido como espaço democrático e público de livre manifestação da vontade política coletiva. É o locus em que são concretizados direitos políticos fundamentais, nomeadamente as cidadanias ativa (ius su�ragii) e passiva (ius honorum). Trata-se de fenômeno coparticipativo, em que inúmeras pessoas e entes atuam cooperativamente em prol da efetivação da soberania popular e concretização do direito fundamental de sufrágio. Mas não apenas isso: o processo eleitoral é também instrumento essencial de controle da normalidade e legitimidade das eleições e, portanto, das investiduras político- eletivas. É por ele que se perfaz a ocupação consentida de cargos político-eletivos e o consequente exercício legítimo do poder estatal. Nesse sentido, parece-nos que o nomen iuris deste crime “interrupção do processo eleitoral” diz mais do que o seu conteúdo próprio tipi�cador das condutas proibidas em seu texto pretende dizer. Veri�ca-se esse aspecto porque o título do crime é “interrupção do processo eleitoral”, que é bem mais abrangente, porque envolve todo o procedimento eleitoral, desde seus atos preparatórios, ao longo do período de campanha até sua culminância com o dia de votação e sua apuração �nal pela Justiça Eleitoral. No entanto, as condutas incriminadas limitam-se às vésperas das eleições, à sua realização, no dia da votação, e, inclusive, ao seu encerramento com “a aferição do resultado” �nal. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 17/22 Em que pese não se encontrarem disciplinados pela legislação eleitoral, mas no corpo do Código Penal, referem-se a instituições típicas do sistema e ao processo eleitoral, con�gurando-se, inclusive, apenas no contexto eleitoral, de modo que devem ser classi�cados como crimes eleitorais próprios, o que atrai, por força do princípio da especialidade, a competência da Justiça Eleitoral. INTERRUPÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL Passando à análise dos tipos penais incriminadores, temos no artigo 359-N do Código Penal o crime de interrupção do processo eleitoral, que pode ser de�nido na conduta dolosa de impedir, com o �m de que não se concretize, ou de perturbar, de modo a criar embaraços, a eleição ou a apuração dos resultados do sufrágio, mediante a violação indevida dos mecanismos de segurança estabelecidos pela Justiça Eleitoral no sistema eletrônico de votação. Na perspectiva do elemento subjetivo do tipo penal, temos um crime doloso, bastando para sua con�guração o dolo simples de interromper ou perturbar a eleição ou a apuração dos resultados. Não se há que falar nessa modalidade delitiva em forma culposa. Quanto aos sujeitos do delito, o crime pode ser classi�cado como comum na perspectiva do sujeito ativo, na medida em que o tipo penal não exige qualquer condição ou qualidade pessoal do agente para a prática do delito. Já no polo passivo da conduta �gura a Justiça Eleitoral. Na perspectiva do bem jurídico tutelado, temos a integridade do funcionamento e da atividade regular da Justiça Eleitoral. A tutela penal volta-se ao Estado Democrático de Direito, que assegura instrumentos para o exercício da democracia indireta por meio do sufrágio universal, e ao princípio republicano, na sua faceta relacionada à alternância legítima de poder. Art. 359-N. Impedir ou perturbar a eleição ou a aferição de seu resultado, mediante violação indevida de mecanismos de segurança do sistema eletrônico de votação estabelecido pela Justiça Eleitoral: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 18/22 Na perspectiva da consumação do delito, ela se dá com a prática da conduta que crie impedimento ou perturbação, tanto na eleição quanto na aferição de seu resultado. Dadas as características da descrição e do elemento objetivo do tipo penal – expressos nos verbos “impedir” e “perturbar” – o delito pode ser classi�cado como plurissubsistente com relação à conduta, de modo que esta pode ser subdividida em uma séria de atos que integram o todo, e, nesta perspectiva, podem ser interrompidos no decorrer da execução por circunstância alheia à vontade do sujeito ativo, permitindo assim a con�guração da forma tentada do delito. Considerando a pena em abstrato trazida no preceito secundário da norma penal incriminadora – reclusão de três a seis anos, e multa – estamos diante de uma infração penal de alto potencial ofensivo, se sujeitando ao rito ordinário do processo penal. Neste caso, a ação penal será pública incondicionada, de titularidade do Ministério Público que exercerá o direito de ação independente de qualquer manifestação ou autorizaçãode eventuais ofendidos. Ainda que o tipo penal não mencione como elementar da conduta a violência ou grave ameaça, a pena máxima em abstrato impede a utilização de institutos como o acordo de não persecução penal ou a suspensão condicional do processo. VIOLÊNCIA POLÍTICA O crime do artigo 359-P do Código Penal, incluído pela lei 14.197 de 2021, criminaliza a conduta de violência política praticada em razão de discriminação. Nos termos do descrito pelo tipo penal, con�gura-se o delito na conduta dolosa daquele que restringe, impede ou di�culta, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. O crime tem como elemento subjetivo o dolo, a vontade livre e consciente de usar a violência com o �m de restringir, impedir ou di�cultar o exercício de direitos políticos em razão de discriminação. Conforme indica o tipo penal, a violência neste delito se pode caracterizar na vis física, também admitindo a violência psicológica ou mesmo sexual. Note que a violência descrita pelo tipo penal, em todas as suas formas, não é o �m do dolo, mas o meio de que se vale o autor da conduta para atingir sua �nalidade, que é a restringir, O bem jurídico tutelado, por este dispositivo legal, é visivelmente a integridade, lisura, honestidade e correção da Justiça Eleitoral, bem como dos pleitos eleitorais neste país por ela organizados, supervisionados e executados, observando-se a legislação especí�ca que disciplina, com detalhes, os direitos e limites do exercício de campanhas eleitorais, da utilização de publicidade, dos investimentos dos candidatos, das doações permitidas por pessoas físicas e jurídicas durante a campanha eleitoral. — (BITENCOURT, 2022, p. 416) 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 19/22 impedir ou di�cultar o exercício de direitos políticos. Além disso, e conforme estabelece o texto da lei, existe um elemento motivador que guia esse dolo, na medida em que a conduta é direcionada por um sentimento discriminatório, visando embaraçar o exercício de direitos políticos em razão de sexo (aqui compreendido como gênero e não como orientação sexual), ou em razão de raça, cor, etnia, questões religiosas ou procedência nacional. Sobre o bem jurídico tutelado, remetendo à lição de Cezar Roberto Bitencourt (2022, p. 419): Quanto aos sujeitos do delito, o crime é comum em relação ao sujeito ativo, podendo ser praticado por qualquer pessoa na medida em que o tipo penal não traz qualquer elementar relacionada ao autor do fato. O mesmo se veri�ca com relação ao sujeito passivo da conduta, podendo qualquer pessoa �gurar como vítima. Para tratar da consumação deste delito, precisamos antes pensar nos elementos objetivos, na medida em que os verbos caracterizadores da conduta típica nos conduzem a conclusões diversas. Pensando nas condutas de restringir ou impedir o exercício de direitos políticos, e considerando que a conduta se aperfeiçoa com a prática da violência em qualquer das modalidades descritas no tipo penal incriminador, estaremos diante de um crime material quanto ao resultado, se consumando a conduta com a prática da violência com o �m de restringir ou impedir o exercício dos direitos políticos em razão da discriminação. Neste caso, e sendo a conduta material e plurissubsistente, é plenamente possível pensar na �gura tentada. Já com relação à conduta de di�cultar, e seguindo a linha pensamento de Bitencourt (2022, p. 419), estaremos diante de um delito formal, o que di�culta pensar na forma tentada. VÍDEO RESUMO Nesta videoaula, continuando os estudos sobre os crimes contra o Estado Democrático de Direito e suas instituições, vamos tratar dos ilícitos penais que se voltam contra o processo eleitoral e o livre exercício dos direitos políticos. Assim, serão traçadas as linhas gerais que regem a interpretação e aplicação dessas normas é o exercício dos direitos políticos de qualquer cidadão e, inclusive, o respeito de todas as características, qualidades e sentimentos de cada um e de todos relativamente a sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Embora pareça difícil sua violação, principalmente em uma sociedade politicamente organizada, pací�ca, ordeira e, até certo ponto, inofensiva como a brasileira, a verdade é que a maldade surge com certa naturalidade, quando motivada em razões de ordem discriminatória como aqui elencadas. Esses sentimentos ou concepções sobre sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, teoricamente, nem deveriam preocupar comunidades ordeiras, pací�cas e de boa formação ético-moral, especialmente em um Estado democrático de direito, igualitário e pluralista como é ou deveria ser o nosso país. 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes… 20/22 penais incriminadoras para, em seguida, tratamos dos delitos de interrupção do processo eleitoral e de violência política. Bons estudos! Saiba mais Este tema é, além de muito importante, de especial relevância para completa compreensão, não apenas dos aspectos criminais, mas da caracterização e funcionamento das instituições políticas e do Estado Democrático de Direito. Para o aprofundamento dos estudos, sugerimos a obra “Curso de Direito Penal Brasileiro” de Luiz Regis Prado: PRADO, Luiz R. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume Único. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. Pp. 1430-1434. ISBN 9786559644902. E-book. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 3 ago. 2022. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 1 BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública, crimes praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786553622050. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553622050/. Acesso em: 3 ago. 2022. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte especial – arts. 213 a 359-T. v.3. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786555596007. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596007/. Acesso em: 3 ago. 2022. GONÇALVES, Victor Eduardo R.; LENZA, Pedro. Esquematizado - Direito Penal - Parte Especial. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786555597738. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597738/. Acesso em: 3 ago. 2022. JESUS, Damásio Evangelista D.; ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal 4 - parte especial - crimes contra a fé pública a crimes contra a administração pública (arts. 289 a 359-h). São Paulo: Saraiva, 2020. ISBN 9788553619900. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619900/. Acesso em: 3 ago. 2022 NUCCI, Guilherme de S. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. ISBN 9788530993443. E- book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530993443/. Acesso em: 3 ago. 2022. REFERÊNCIAS 10 minutos https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559644902/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553622050/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596007/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597738/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619900/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530993443/ 07/08/2023, 13:27 wlldd_231_u4_dir_pen_cri_esp https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=&atividadeId=3681220&atividadeDes…21/22 Aula 2 BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: parte especial: crimes contra a administração pública, crimes praticados por prefeitos e crimes contra o estado democrático de direito (arts. 312 a 359-T). v.5. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786553622050. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553622050/. Acesso em: 3 ago. 2022. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte especial – arts. 213 a 359-T. v.3. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786555596007. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596007/. Acesso em: 3 ago. 2022. GONÇALVES, Victor Eduardo R.; LENZA, Pedro. Esquematizado - Direito Penal - Parte Especial. São Paulo: Saraiva, 2022. ISBN 9786555597738. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597738/. Acesso em: 3 ago. 2022. JESUS, Damásio Evangelista D.; ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal 4 - parte especial - crimes contra a fé pública a crimes contra a administração pública (arts. 289 a 359-h). São Paulo: Saraiva, 2020. ISBN 9788553619900. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553619900/. Acesso em: 3 ago. 2022 NUCCI, Guilherme de S. Código Penal Comentado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. ISBN 9788530993443. E- book. 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