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Microbiologia resumo

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85B1 - MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA 
 
BATERIOLOGIA GERAL 
BACTÉRIAS 
Na classificação de cinco reinos, as bactérias pertencem ao reino Monera (do grego 
moneres, "solitário") que engloba os seres procariontes. 
As células dos procariontes não possuem organelas membranosas, como cloroplastos, 
núcleo e mitocôndrias. A despeito da sua relativa simplicidade estrutural, cada célula 
bacteriana realiza todas as funções vitais como nutrição, obtenção de energia, reprodução, 
etc. 
As bactérias constituem um grupo de seres vivos muito antigo. Foram encontrados fósseis 
de cerca de 3,5 bilhões de anos. Existem evidências de que os organismos procariontes 
primitivos foram os ancestrais de todas as formas que encontramos hoje na Terra, incluindo 
os procariontes atuais e os eucariontes, seres que têm células complexas e com organelas 
membranosas no citoplasma. 
A investigação sobre a natureza e funcionamento molecular dos ácidos nucléicos das 
bactérias nos permite dividi-las em dois grandes grupos: as arqueobactérias e as 
eubactérias. Estas denominações derivam dos elementos gregos arqueo, "antigo", e eu, 
"verdadeiro". Estudos mostram que há três bilhões de anos houve a formação de duas 
linhagens de bactérias, a partir de um grupo comum: surgiu uma linhagem que originou as 
eubactérias e uma outra linhagem que originou as arqueobactérias. 
 
AS ARQUEOBACTÉRIAS 
As características deste grupo são o resultado das poucas modificações que sofreram os 
procariontes primitivos que originaram este tipo de bactérias. 
Atualmente, há poucas espécies de arqueobactérias. Estas são heterotróficas anaeróbicas e 
vivem em locais restritos, onde as condições ambientais são inadequadas para outros seres 
vivos. 
Há as arqueobactérias halófilas (do grego halos, "sal" e philos "amigo") que vivem em 
ambientes muito salinos como o Mar Morto, as termoacidófilas, que habitam fontes termais 
ácidas onde a temperatura varia de 60o a 80o C. Como exemplo de termoacidófilas temos as 
sulfobactérias que obtêm energia oxidando o enxofre. 
Existem ainda as arqueobactérias metanogênicas que vivem em regiões alagadas (pântanos) 
e no interior do tubo digestivo de insetos como cupins, e também no trato digestivo de 
animais herbívoros. Estas bactérias produzem o gás metano por redução do CO 2 a CH4. As 
bactérias metanogênicas são estritamente anaeróbicas, o oxigênio é venenoso para elas. 
 
AS EUBACTÉRIAS 
Este grupo de procariontes tem uma grande diversidade metabólica. Ocorrem diferentes 
formas de células e tipos de colônias celulares. Nestas colônias não há divisão de trabalho 
entre as células. 
Habitam o solo, a superfície das águas e os tecidos de outros organismos vivos ou em 
decomposição. As eubactérias mais comuns e melhor estudadas são as da espécie 
Escherichia coli (pronúncia: "esqueríquia cóli"). 
As eubactérias são encontradas em quase toda a natureza: solo, superfície, altas camadas 
atmosféricas, rios, lagos, profundezas oceânicas e montanhas elevadas. São mais 
abundantes quando encontram matéria orgânica, umidade e temperatura favoráveis para 
sua multiplicação. As condições que favorecem a sobrevivência e o crescimento de muitos 
microrganismos são as que, normalmente, envolvem o homem, pelo que, é inevitável 
vivermos entre uma multidão deles; encontra-se no ar que respiramos, no alimento que 
ingerimos, na superfície do nosso corpo, na boca, nariz e outras cavidades do corpo, no 
aparelho digestivo. No geral, entretanto a maior parte deles é a inócua ao homem, ao passo 
que ele dispõe de meios para resistir à invasão dos que podem ser prejudicial. 
 
MORFOLOGIA BACTERIANA 
A célula bacteriana é envolvida por até três camadas (dependendo da espécie), que são a 
cápsula, a parede celular e a membrana celular. 
No interior do citoplasma encontram-se ribossomos dispersos e o material genético 
formado por um único e longo cromossomo disperso pelo citoplasma, podendo ainda haver 
um cromossomo circular secundário denominado plasmídeo. 
A célula bacteriana possui ainda invaginações da membrana plasmática, os mesossomos, e 
outras estruturas ligadas à movimentação (flagelo), à aderência (pili ou fímbria) e 
reprodução sexuada (pili sexual). 
Cápsula 
A cápsula bacteriana é um invólucro celular formado por uma rede densa de polissacarídeos 
ou de ácido hialurõnico, que muitas vezes pode parecer estar solto da parede celular, o que 
não é verdade. 
Nem todas as bactérias possuem uma cápsula envolvendo a célula. Esta estrutura aparece 
numa grande diversidade de espécies, e sua função está associada à virulência (poder de 
infecção) e resistência bacteriana contra fármacos, além de dificultar a fagocitose por parte 
das células do sistema imunológico do hospedeiro. A presença ou ausência desta cápsula é 
determinada geneticamente, e a quantidade de material excretado depende de condições 
ambientais. 
 
Parede celular 
Debaixo das substâncias extracelulares, como a cápsula, e na periferia de uma membrana 
delicada que está em contato direto com o citoplasma, se encontra a parede celular, uma 
estrutura rígida que dá forma à célula. A rigidez da parede celular é facilmente 
demonstrada, quando se submetem as bactérias a condições físicas rigorosas, tais como 
pressões osmóticas quer muito baixas quer elevadas, ou temperaturas inferiores à de 
congelamento, seguido de descongelamento rápido, apesar disto conservando a sua forma 
original .As paredes celulares podem ser destruídas, no entanto em condições especiais. 
A espessura da parede celular tem sido calculada como sendo de 10 a 25/um, ou seja, 100 a 
250. Parece que a resistência da parede celular é essencial para o desenvolvimento e divisão 
da bactéria. Alguns constituintes importantes das paredes celulares são os aminoácidos 
açúcares e lipídios. As proteínas, carboidratos e lipídios formam um polímero complexo que 
constitui a parede celular. 
Nas paredes celulares das bactérias, foram encontradas substâncias antes desconhecidas. 
Pode-se supor que a função da parede celular seja a de uma armação rígida que retenha e 
proteja os protoplasmáticos das perturbações osmóticas. 
 
Membrana plasmática 
A membrana plasmática (m. citoplasmática) é formada por fosfolipídeos e proteínas, assim 
como ocorre nas células eucariontes, porém as células bacterianas não sintetizam 
esteroides. 
É esta membrana que controla o fluxo das partículas que deverão entrar ou sair da célula, a 
isto é dado o nome de permeabilidade seletiva, e pode ocorrer de forma passiva por difusão 
ou de forma ativa, por meio de bombas que agem contra o gradiente de concentração do 
meio externo. A membrana ainda é responsável por transporte de elétrons e pela 
fosforilação oxidativa, associados à respiração celular e aquisição de energia, bem como 
ocorre nas mitocôndrias das células eucarióticas. Este fato é um dos argumentos que levam 
os cientistas a acreditarem que as mitocôndrias surgiram dentro das células a partir de 
transformações ocorridas em certas espécies de bactérias. 
Para permitir o crescimento celular bacteriano, a membrana plasmática está 50% em estado 
semilíquido. 
 
Mesossomos 
Este termo se refere a invaginações da membrana celular, que tanto podem ser simples 
dobras como estruturas tubulares ou vesiculares. Diversas funções têm sido atribuídas aos 
mesossomos, na divisão celular e na respiração. E também é ao mesossomo que se fixa o 
cromossomo bacteriano para que não fique “nadando” pelo citoplasma da célula. 
 
 
Citoplasma 
Material celular contido no interior da membrana citoplasmática pode ser dividido da 
seguinte maneira: região citoplasmática, de aparência granular, a qual é rica em DNA; a 
parte líquida que contém os elementos nutritivos dissolvidos. O RNA, combinando-se com 
proteínas, formam partículas ou corpúsculos macromoleculares de uns 200A de diâmetro, 
que formam uma massa densa e compacta em todo citoplasma. As partículas de RNA-
proteínasão denominadas ribossomos. A fração ribossômica das células bacterianas contém 
numerosas enzimas, principalmente aqueles envolvidos na síntese das proteínas. 
Em muitas bactérias se encontram grânulos metacromáticos. Muitas bactérias contêm 
também gotas de lipídios, que aparecem como glóbulos muito refringentes. Também 
podem ser encontrados grânulos de polissacarídeos como o amido e glicogênio. 
 
Ribossomos 
Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma aparência 
granular ao citoplasma. São constituídos por duas subunidades, 30S e 50S, que ao iniciar a 
síntese protéica reúnem-se formando a partícula ribossômica completa de 70S. Apesar do 
mecanismo geral da síntese protéica das células procariontes e eucariontes seja o mesmo, 
existem algumas diferenças em relação a biossíntese e a estrutura dos ribossomos. 
 
Grânulos de reserva 
As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular substâncias de 
reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. São comuns 
polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido beta-hidroxibutírico e fosfato. Estes 
grânulos podem ser evidenciados pela microscopia óptica, utilizando colorações específicas. 
 
Material genético 
A bactéria apresenta um cromossomo circular constituído por uma única molécula de DNA, 
tendo sido também chamado de corpo cromatínico. é possível às vezes, evidenciar mais de 
um cromossomo numa bactéria em fase de crescimento uma vez que a sua divisão precede 
a divisão celular. O cromossomo bacteriano contém todas as informações necessárias à 
sobrevivência da célula e é capaz de auto-replicação. 
 
Plasmídeo 
Existe ainda no citoplasma de muitas bactérias, moléculas menores de DNA, também 
circulares, cujos genes não codificam características essenciais, porém muitas vezes 
conferem vantagens seletivas à bactéria que as possui. Estes elementos 
extracromossômicos, denominados plasmídeos são autônomos, isto é, são capazes de 
autoduplicação independente da replicação do cromossomo e podem existir em número 
variável no citoplasma bacteriano. 
 
Pili (Fímbria) 
Muitas bactérias possuem apêndices filamentos diferentes dos flagelos. Estes apêndices, 
denominados fímbrias, são menores, mais curtos e mais numerosos que os flagelos. As 
fímbrias só podem ser vistas com o auxílio do microscópio eletrônico. Estas são encontradas 
tanto em bactérias como também naquelas que não possuem movimento, portanto não 
tem função motora, e sim servem como órgãos de aderência. Tem-se observado que 
algumas espécies bacterianas possuem fímbrias com propriedades adesivas para células 
animais e vegetais, como também para superfície inertes, como o vidro ou a celulose. Esta 
capacidade de aderência das fímbrias pode ser importante para a ecologia bacteriana em 
seu meio natural, porque permite a fixação da bactéria ao tecidos de que extraem 
elementos nutritivos. 
 
Pili sexual (Fímbria sexual) 
Esta organela está presente em algumas espécies de bactérias que têm em seu ciclo de vida 
a reprodução sexuada. O material genético de uma bactéria de linhagem dita masculina (F+ - 
fator de fertilização) passa para outra de linhagem F- por meio da pili sexual, num processo 
dito conjugação bacteriana. 
A pili sexual é um pouco maior que a convencional, porém com a mesma flexibilidade. Pode 
ser encontrada em algumas espécies de Escherichia coli. 
 
Flagelo 
O flagelo, um filamento formado por um único tipo de proteína chamada flagelina, 
apresenta-se ancorado a membrana plasmática e a parede celular por uma estrutura 
denominada corpo basal, composta por dois anéis (S e M), em bactérias gram-positivas e 
por quatro (S, M, L e P) nas gram-negativas, de onde saem uma peça intermediária em 
forma de gancho que se continua com o filamento. As bactérias que apresentam um único 
flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com inúmeros flagelos são denominadas 
peritríquias. Via de regra, a maioria das espécies de bacilos (p.ex.: Bacillus anthracis) e 
espirilos (p. ex.: Leptospira sp.) podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. 
O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria, mas apesar disso consome menos de 
1% da energia produzida pela célula. 
Isto é possível, pois o movimento flagelar é acionado por uma bomba de prótons, que capta 
estes prótons do meio externo, fazendo com que eles passem por um motor que gira em 
sentido aleatório o filamento externo do flagelo. Veja como é feita esta passagem nos 
esquemas a seguir: 
Esporos 
O endosporo é uma célula, formada no interior da célula vegetativa, altamente resistente ao 
calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em estado 
latente por longos períodos e de germinar dando início à nova célula vegetativa. 
A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos, geralmente 
pela falta de fontes de carbono e nitrogênio. Na figura a seguir podemos ver as etapas de 
formação de um endósporo, no interior de uma célula vegetativa de uma bactéria. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS 
Não existe uma classificação universalmente aceita para as bactérias. Estes microrganismos 
são agrupados filogeneticamente, ou seja, conforme a origem genética (ancestrais) – 
bactérias com características genéticas iguais são agrupadas no mesmo gênero; os gêneros 
comuns em uma mesma família e assim por diante. Existe nos Estados Unidos o Manual de 
Bergey de Bacteriologia Sistemática (Williams & Wikins, 1984) que já está em sua 9ª edição 
com mudanças radicais em relação à edição original, de 1923. 
Porém, para efeito prático, as bactérias podem ser classificadas por várias outras 
características como, por exemplo: características da parede celular, forma, respiração e 
nutrição. A seguir algumas das formas de classificação das bactérias. 
 
Classificação quanto às características da parede celular: 
As bactérias podem ser associadas conforme à estrutura de sua parede celular quando 
coradas por determinadas metodologias. Isto se deve ao fato de algumas espécies ter sua 
parede celular formada por uma única e espessa camada formada principalmente por 
peptídeoglicanos que se entrelaçam formando uma única e enorme molécula. O outro 
grupo de espécies possui duas camadas mais delgadas na parede celular, uma formada por 
lipopolissacarídeos e outra por peptídeoglicanos. 
De acordo com a carcterística da parede celular as bactérias podem ser divididas em dois 
grandes grupos. As Gram + e as Gram - 
 
METABOLISMO E NUTRIÇÃO DA CÉLULA BACTERIANA 
Como todos os seres unicelulares, as bactérias reproduzem-se muito rapidamente, dando 
origem a um número muito grande de descendentes em apenas algumas horas. 
A reprodução ocorre por divisão binária (ou cissiparidade), na qual a bactéria divide-se em 
duas, exatamente iguais à primeira. No entanto, para ocorrer esse processo é necessário 
que haja uma fonte de energia e a matéria-prima necessária para a formação de proteínas e 
estruturas que compõe a célula bacteriana. 
É fundamental para o desenvolvimento da bactéria a existência de carbono,água, 
nitrogênio, íons e energia. 
Embora o oxigênio seja primordial para o crescimento de diversas bactérias, para algumas 
espécies ele pode ser tóxico. 
As bactérias em relação a atmosfera podem ser classificadas como: 
• aeróbias: necessitam de oxigênio para viver; 
• anaeróbias: não necessitam de oxigênio; 
• anaeróbias facultativas: podem viver em ambientes com ou sem oxigênio; 
• micro aeróbias: necessitam de oxigênio, não supotando alta concentração do mesmo; 
• capnofilicas: não suportam oxigênio e necessitam de gás carbônico. 
Fatores que interferem na multiplicação microbiana 
Em condições favoráveis, os microrganismos iniciam seu processo de multiplicação e 
crescimento, passando por diversas fases. Esse processo vai desde a fase de adaptação do 
microrganismo até a fasede morte ou declínio. 
A primeira fase, denominada de fase de latência ou Lag, é a fase na qual o microrganismo 
está adaptando-se ao novo meio. Nesse período não ocorre multiplicação das células 
microbianas, podendo ocorrer, em alguns casos, a diminuição do número de 
microrganismos. A duração dessa fase tem influência de diversos fatores, como, por 
exemplo, pH, oxigênio, temperatura, tipo de microrga-nismo, tempo de geração e 
quantidade de inóculo. 
A segunda fase, denominada de fase logarítmica ou Log, é a fase na qual ocorre a intensa e 
constante multiplicação dos microrganismos. Essa fase se finaliza por diversos motivos, 
entre os quais estão a utilização de todos os nutrientes e a produção de metabólitos tóxicos 
pelo próprio microrganismo. 
A terceira fase, denominada de fase estacionária, é a fase na qual a produção de células 
microbianas permanece constante, devido à falta de nutrientes que ocorre na fase 
logarítmica. 
Por fim, na quarta fase, denominada de fase da morte, o número de células decresce 
constantemente, devido às condições adversas do meio. 
 
MICOLOGIA GERAL 
IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICA GERAIS DOS FUNGOS 
 
Os fungos normalmente são conhecidos por serem causadores de um número bastante 
significativo de doenças tanto em pacientes imuncompetentes quanto em pacientes 
imunocomprometidos, o que muitos esquecem, no entanto é que os fungos também são 
organismos extremamente importantes para o meio ambiente e para a indústria de uma 
maneira geral. Sobre as características patogênicas dos fungos trataremos mais adiante, 
no momento tratemos de suas características gerais e do seu papel benéfico para a 
população. 
Os fungos são organismos eucariontes, portanto apresentam uma organização típica destes 
organismos, compreendida essencialmente pela sua organização celular, presença de 
núcleo e de membrana nuclear envolvendo-o. 
Fungos foram durante muito tempo classificados como sendo integrantes do reino Plantae, 
no entanto hoje estão classificados separadamente no chamado Reino Fungi. 
Os fatores que fizeram com que os fungos fossem agrupados no Reino Fungi, são 
basicamente aqueles que os diferenciam das plantas, inicialmente pode-se citar a 
incapacidade dos mesmos em produzir pigmento fotossintético como a clorofila, não 
apresentarem celulose como constituinte de sua parede celular e não armazenarem amido 
ao contrário a maior parte apresenta a propriedade de armazenar glicogênio o que os 
coloca muito mais próximos neste sentido das células animais que de células vegetais. 
São organismos heterotróficos, ou seja, não são capazes de produzir seu próprio alimento e 
se alimentam da matéria orgânica. Matéria orgânica normalmente que serve para nutrir 
esses microrganismos pode ser em sua maioria a matéria orgânica em decomposição, 
normalmente de cadáveres e restos de animais e plantas, por isso é comum nos referirmos 
aos fungos como seres saprófitas e em conjunto com bactérias são responsáveis pela 
reciclagem de nutrientes na natureza e de acúmulo de resíduo orgânico 
Os fungos podem ser encontrados colonizando seres vivos de qualquer espécie, humana 
vegetal e animal, são encontrados em grande proporção no solo colaborando nos ciclos dos 
elementos e sendo facilmente dispersos pelo ambiente através do ar, poeira, insetos, água, 
homem, animais e vetores de toda espécie. 
Os fungos podem se constituir de uma única célula constituída, portanto por um único 
núcleo, desta forma caracterizando o que chamamos de levedura ou a partir de uma 
formação multicelular, multinuclear como base para a formação de hifas e micélios que 
constituem os fungos filamentosos ou também conhecidos como bolores. 
Dentre os constituintes celulares mais importantes destacam-se: a) Parede Celular, b) 
Membrana Citoplasmática; c) Citoplasma ; d) Núcleo; e) Ribossomos; f) Mitocôndrias; g) 
Reticulo Endoplasmático; h) Aparelho de Golgi (complexo de golgi) 
A parede celular é notoriamente reconhecida por sua característica rígida, formada por 
substâncias diversas como mananas, glucanas e quitina, está especialmente reconhecida 
por fazer parte do exoesqueleto de invertebrados, na estrutura dos fungos encontra-se em 
maior quantidade constituindo bolores e em menor nas leveduras. 
A membrana citoplasmática é estrutura responsável por atuar como uma barreira 
semipermeável além de atuar no transporte de substâncias quer seja de forma ativa ou 
passiva para o ambiente intra e extracelular. Formada basicamente por lipídeos e proteínas 
os lipídeos se revelam sua verdadeira fonte estrutural e as proteínas conferem ao fungo 
inúmeras enzimas responsáveis por suas atividades metabólicas. 
O núcleo abriga o material genético fúngico, encerrado dentro do nucléolo constituído por 
DNA de fita dupla, RNA e proteínas. Os ribossomos são responsáveis pela síntese de 
proteínas e é nas mitocôndrias, presente no citoplasma celular que ocorre os processos de 
fosforilação oxidativa, importantes para a síntese de ATP. 
O retículo endoplasmático encontra-se distribuído por toda célula ligados sobretudo a 
membrana plasmática, abrigam grandes quantidades de ribossomos responsáveis pela 
síntese de proteínas. O aparelho ou complexo de golgi assim descrito é uma organela 
responsável pelo armazenamento de substâncias que serão secretadas pela célula bem 
como pelo transporte de substâncias até a membrana. 
As leveduras são reconhecidas por serem microscópicas, ovaladas e podem ser visualizadas 
sob microscopia óptica comum, podendo ser vistas isoladas, formando blastoconídeos ou 
pseudohifas. Coram-se por técnica de Gram como Gram positivas, suas colônias 
normalmente têm aspecto mucóide, de consistência cremosa e ou pastosas. Sua 
reprodução ocorre basicamente de forma assexuada por divisão binária e ou brotamento-
fissão. 
Na divisão binária a célula mãe se divide ao meio formando duas leveduras idênticas uma a 
outra, na reprodução por brotamento-fissão a partir de uma célula mãe forma-se brotos os 
quais podem se separar por processo de fissão ou permanecer integrados a célula mãe, 
neste caso dando origem a formação do que se considera uma pseudo-hifa, cujo conjunto 
forma o que pode ser denominado de pseudomicélio. 
 
VIROLOGIA GERAL 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS 
Desconhece-se a origem dos vírus, no entanto, foram aventadas duas hipóteses ou teorias 
prováveis a primeira afirma que os vírus podem derivar de componentes de células 
hospedeiras que se tornaram autônomos, para comprovar tal teoria alguns pesquisadores 
afirmam que algumas sequências virais estão relacionadas a porções de genes celulares que 
codificam domínios funcionais proteicos. A segunda que os vírus evoluíram a partir de 
bactérias ou de outras células de vida livre como exemplo pode-se citar os poxvírus, os quais 
por serem grandes e complexos e podem representar evolução de algum ancestral celular. 
Os vírus são os menores agentes infecciosos existentes, sendo formados basicamente por 
proteínas e ácidos nucléicos (DNA ou RNA). São considerados inertes fora das células 
hospedeiras; replicando-se apenas em células vivas, sendo parasitas ao nível genético. A 
gama de hospedeiros para determinado vírus pode ser grande ou extremamente limitada, 
desde microrganismos unicelulares como bactérias e algas, bem como plantas e animais 
superiores. 
Estruturalmente vírus são bastante simples quando comparados a microrganismos ditos 
superiores como bactérias, fungos e parasitas. Os vírus são constituídos basicamente por 
Capsídio o qual se trata do envoltório proteico ou camada que envolve o ácido nucléico. Os 
capsômeros são as unidades estruturais do capsídio formados por aglomerados de 
polipeptídio. Alguns vírus podem ser formados por um invólucro, também chamado de 
envoltório ou envelope, formado por uma membrana contendo lipídios, proteínas e 
glicoproteínas que circundam algumas partículas virais. Ao conjunto do capsídeocom o 
ácido nucléico denominados de Nucleocapsídio. 
O material genético do vírus pode ser constituído de DNA ou RNA, podendo ser formado por 
um único segmento ou como são chamados fita simples ou dois segmentos, fita dupla. Além 
disso inúmeros vírus apresentam um arsenal próprio de enzimas responsáveis por facilitar 
os processos de infecção e replicação viral, o exemplo mais conhecido é o da transcriptase 
reversa, enzima está presente no vírus da imunodeficiência humana (HIV) e responsável 
pela conversão do RNA viral em DNA, o que facilita o processo de replicação em células 
pelas quais o vírus apresenta tropismo. 
Os vírus podem classificados segundo alguns critérios tais como (em ordem de importância): 
1) Tipo de ácido nucléico: os vírus podem ser constituído como já fora dito de RNA ou DNA, 
contendo um único filamento ou duplo. 
2)Tamanho, Morfologia e Simetria: além do número de capsômeros, presença ou ausência 
de invólucro. Quanto a simetria vale ressaltar que vírus podem apresentar duas formas ou 
simetrias bastante características tendo como base a forma do capsídeo viral. Estas podem 
ser (a) Helicoidal, quando o capsídeo não apresenta uma forma geométrica definida, 
lembrando uma mola ou uma grande espiral (exemplo Vírus do Mosaico do Tabaco) ou (b) 
Icosaédrico quando apresenta a forma geométrica de um icosaedro, ou seja, 20 lados iguais. 
Neste caso se contabilizarmos a quantidade de capsômeros existentes em uma das faces 
seria razoavelmente fácil aventar a quantidade de capsômeros multiplicando-se o resultado 
por 20 (exemplo Adenovírus) 
3) Susceptibilidade a agentes físicos e Químicos: quando nos referimos a susceptibilidade a 
agentes físicos e químicos nos referimos a fatores como pH do qual em geral os vírus são 
estáveis entre valores variando de 5,0 a 9,0. Radiação na qual se comprova que a luz 
ultravioleta os raios X e partículas irradiadas são capazes de impedir a replicação viral, 
Susceptibilidade a substâncias como éter o qual permite distinguir os vírus que possuem 
invólucro dos que não e susceptibilidade a detergentes não-iônicos, como por exemplo 
Nonidet P40 e triton X-100 os quais solubilizam o conteúdo lipídico dos invólucros e DOC 
(dodecil sulfato de sódio) que apresenta a capacidade de romper os capsídeos virais. 
Portanto podem-se classificar os vírus em razão da maior ou menor susceptibilidade dos 
vírus a estes agentes e ou substâncias 
4) Presença de enzimas específicas: a) DNA ou RNA polimerases, responsáveis pela 
polimerização, ou seja formação de novas fitas de DNA e RNA respectivamente, b) 
Transcriptases, como por exemplo a transcriptase reversa que consegue produzir uma fita 
de DNA á partir de uma matriz de RNA, c) Neuraminidades, que por exemplo conferem 
maior virulência para alguns vírus e são, normalmente estas enzimas o alvo no tratamento 
contra algumas infecções e d) Hemaglutininas hemaglutininas são glicoproteínas 
responsáveis pela ancoragem dos vírus na membrana das células hospedeiras. 
5) Propriedades Imunológicas: na qual são avaliadas a capacidade de gerar diferentes 
estímulos à resposta imune, tais como resposta humoral, celular, ativação de citocinas e de 
sistema complemento. 
6) Métodos de transmissão: os vírus podem ser transmitidos de diferentes formas através 
de secreções e materiais biológicos de uma maneira geral como provenientes de vias 
respiratórias, secreções genitais como sêmen, esperma, além de amostras de sangue, fezes, 
urina, LCR, leite materno, colostro. Podem ser transmitidos de forma direta por contato, 
íntimo ou não. Podem ainda ser transmitidos através do aleitamento materno, atividade 
sexual, uso de material perfuro cortante, beijo ou através de vetores como insetos e 
mosquitos dentre outras formas 
7) Tropismo: o qual pode ser entendido com a afinidade de um vírus a uma célula ou 
conjunto de células. Este tropismo não é definido ao acaso, mas sim por uma afinidade 
intima entre proteínas e glicoproteínas virais e receptores presentes na membrana de 
células. Este tropismo é capaz de determinar o quanto uma célula será ou não permissível a 
infecção viral. Estudos de produção de vacinas, por exemplo, baseiam-se no bloqueio de 
determinados receptores para impedir a ancoragem do vírus a célula, impedindo, por 
conseguinte sua replicação, em outros casos reconhece-se a capacidade de inúmero vírus de 
modificarem suas proteínas e glicoproteínas a fim de conseguirem se ligar a diferentes 
receptores presentes nas membranas de nossas células. 
8) Patologia: As infecções virais podem ocasionar inúmeros processos de doenças distintos 
desde formas assintomáticos e simples resfriados situações mais graves que podem atingir o 
SNC, tecido cardíaco rins e outros tecidos nobres determinando um prognóstico mais grave 
e as vezes fatal. 
9) Sintomatologia; A grande maioria das infecções virais são subclínicas e, portanto, 
assintomáticas, no entanto a investigação de sintomas alguns deles considerados 
patognomônicos (característicos) de determinada infecção são fundamentais na elucidação 
do processo infeccioso e de sua etiologia. 
 
REPLICAÇÃO E INFECÇÃO VIRAL 
Porque dizemos que vírus se replicam e não se multiplicam, a resposta é simples, diferente 
de outros microrganismos que apresentam formas variadas de reprodução, como divisão 
binária, esporogonia, fusão de gametas, etc... vírus fazem cópias de seu material genético 
utilizando para tal a maquinaria por assim dizer da célula hospedeira. 
O processo de replicação pode resumidamente ser dividido em cinco etapas distintas sendo 
elas 1) Adsorção viral; 2) Penetração; 3) Síntese dos componentes virais; 4) maturação da 
partícula viral; 5) liberação. 
A adsorção refere-se a etapa onde ocorre o contato da partícula viral com a célula 
hospedeira. De início entende-se que este contato possa ser revertido, no entanto evolui 
rapidamente para um contato cada vez mais íntimo chegando ao ponto de se tornar 
irreversível. A adsorção é a condição fundamental para que possa haver a penetração do 
material genético do vírus sem o qual a replicação viral não ocorre. Para que a adsorção 
ocorra é muito importante o papel de receptores presentes nas membranas das células 
hospedeiras as quais poderão fornecer ou não uma situação ideal para a ancoragem do 
vírus com subsequente penetração do material genético. 
Após a ligação se tornar irreversível é introduzida parte ou em sua totalidade o capsídeo 
viral contendo internamente o material genético viral. Para que o material genético seja 
introduzido, Penetração, no interior da célula hospedeira são reconhecidos ao menos 4 
mecanismos. O primeiro ocorre pela injeção do ácido nucléico diretamente no citoplasma 
da célula hospedeira sem a penetração do capsídeo viral, este mecanismo é utilizado por 
vírus como os bacteriófagos capazes de infectar bactérias. 
Outra forma de penetração do material genético é por endocitose mediada por receptores. 
Neste processo após a adsorção do vírus a membrana da célula os mesmos acabam sendo 
englobados pela membrana plasmática. A fusão do envelope viral é o terceiro mecanismo e 
que ocorre unicamente para vírus envelopado. Por este mecanismo proteínas de fusão 
presentes no envelope do vírus são ativadas quando da ligação com receptores celulares 
específicos. A partir deste momento a penetração pode ocorrer então por mecanismo de 
endocitose. O último mecanismo é o de translocação onde a partícula viral inteira é 
transportada para dentro da célula através da membrana citoplasmática, mecanismo este 
raro e ainda incerto, sendo tema de inúmeras pesquisas. 
Após a penetração do material genético inicia-se a síntese dos componentes virais que 
levará a produção de centenas de milhares de cópias da partícula viral original. Este 
processo é marcado basicamente por dois processos distintos, mas ao mesmo tempo 
complementares a replicação do ácido nucléico viral e a produçãodo capsídeo necessário 
para abrigar e, portanto, envolver o material genético produzido. E por fim após terem sido 
sintetizados todos os novos componentes que constituem uma partícula viral, proteínas e 
ácidos nucléicos devem ser reunidos a fim de estabelecerem de fato uma partícula viral 
madura, também chamada de partícula viral completa, processo esse denominado de 
maturação viral. 
A última e derradeira etapa do processo de replicação viral é a liberação das partículas 
virais, normalmente este processo ocorre a partir do momento em que o número de 
partículas virais de certa forma excede o limite que pode ser acumulado por uma célula 
hospedeira. A liberação dos vírus pode ocorrer basicamente por dois processos seja ele o de 
lise celular, processo este característico de vírus de replicação rápida e não envelopados ou 
por brotamento através da membrana celular característico de vírus normalmente de 
replicação lenta, e envelopados. 
A replicação viral é constituída, portanto de mecanismos que possibilitem a formação de 
novas cópias virais as quais tem como objetivo se estabelecer e disseminar pelo organismo 
do hospedeiro. Dentro deste contexto faz-se importante entender as etapas do mecanismo 
de infecção viral que acabam por determinar o aparecimento ou não das doenças de 
etiologia viral. 
Podemos dividir o processo de infecção viral em 5 etapas, sendo o primeiro deles a 
penetração e replicação primária na qual os vírus devem fixar-se inicialmente às células de 
uma das superfícies corporais, pele, trato respiratório, gastrintestinal, urogenital, conjuntiva 
e então iniciar o processo de penetração, é neste local de entrada que ocorre a replicação 
primária. Na sequência ocorre a etapa de propagação viral e tropismos Celulares neste 
momento vírus propagam-se no hospedeiro através da corrente sanguínea (viremia) ou via 
linfática, a órgãos e células específicas determinado pelo tropismo com os receptores 
celulares característicos. A destruição das células infectadas por vírus nos tecidos alvos e as 
alterações produzidas pela destruição tecidual no hospedeiro são em parte as responsáveis 
pelo surgimento da doença e marcam a terceira fase do processo conhecida como de Lesão 
celular e Doença. A partir deste momento espera-se que o indivíduo evolua de forma 
satisfatória, o que determinaria a sua capacidade de Recuperação a qual é dependente de 
mecanismos de resposta imunidade humoral e celular, interferons e linfocinas entre outros. 
O último estágio consiste na disseminação do vírus infeccioso no ambiente. 
 
RESISTÊNCIA MICROBIANA, ANTIMICROBIANOS E TERAPÊUTICA ANTIMICROBIANA 
 
O uso de antimicrobianos segue rigorosas recomendações, abaixo algumas destas: 
 
ANTIMICROBIANOS QUE PROMOVEM RUPTURA DA PAREDE CELULAR 
Penicilinas: 
Naturais (Penicilia G e Penicilina V) - Eficaz contra maioria dos Streptococcus. 
Resistentes a penicilinases: Meticilina, Oxacilina e outros. Semelhante as penicilinas 
Naturais, entre-tanto com maior eficiência 
contra Staphylococcus. 
 
Cefalosporinas e Cefamicinas: 
Cefalosporinas de espectro ampliado: Cefaclor, Cefuroxima - Atividade correspondente à 
oxacilina contra bactérias Gram positivas. Alta atividade contra Gram negativas 
Cefamicinas de espectro ampliado: Cefotetan, Cefoxitina - Atividade correspondente às 
Cefalosporinas de espectro ampliado. menos sensível às β-Lactamases 
Espectro ampliado: Cefotaxima, ceftriaxona e outras - Atividade correspondente à oxacilina 
contra bactérias Gram positivas. Intensa atividade contra Gram negativas 
 
ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTÉICA 
Aminoglicosídeos: 
Estreptomicina, Amicacina, Gentamicina e outros - Utilizados preferencialmente contra 
bacilos Gram negativos. 
 
Aminociclitol: 
Espectomicina - Eficaz contra Neisseria gonorrhoeae. 
 
Tetraciclinas: 
Tetraciclina, Doxiciclina, Minociclina - Eficaz contra Gram positivas e Gram negativas 
 
Oxazolidinona: 
Linezolida - Ativa contra Staphylococcus, Enterococcus, Streptococcus, bacilos Gram 
positivo. 
 
Macrolídeos: 
Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina - Amplo espectro contra bactérias Gram positi-vas 
e algumas Gram negativas 
 
Cetolídeos: 
Telitromicina - Atividade similar aos Macrolídeos; ativo contra alguns Staphylococcus, 
Streptococcus resis-tentes à Macrolídeos. 
 
Lincosamida: 
Clindamicina - Ampla atividade contra cocos Gram positivos 
 
ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE DE ÁCIDO NUCLÉICO 
 
Quinolonas: 
Espectro reduzido: ácido nalidíxico - Eficaz contra alguns Gram negativos; inefi-caz contra 
Gram positivos. 
Amplo espectro: Ciprofloxacina e outros - Eficaz contra Gram positivos e Gram nega-tivos 
Espectro ampliado: Gatifloxacina e outros - Eficaz contra Gram positivas, principalmen-te 
Streptococcus e Enterococcus. 
 
TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS 
Indicação do Exame 
O teste de sensibilidade é sugerido em casos de infecções bacterianas que necessitem de 
tratamento com antimicrobianos. Também é de grande valia, quando não se sabe a 
quantidade exata de antibiótico necessária para inibir aquele determinado microrganismo. 
Muito utilizado na identificação de espécies que adquiriram resistência aos antibióticos 
normalmente adotados nos tratamentos. 
Significado clínico 
O antibiograma possibilita escolher a melhor opção terapêutica considerando custos e 
orientações consensuais para drogas de 1ª escolha e alternativas. Mesmo que tratamento 
de origem empírica já tenha iniciado, o antibiograma pode apontar que necessite de ajuste 
no tratamento, quer da dose, quer do antimicrobiano. Os testes também podem ser 
proveitosos em controles de infecção hospitalar, controles epidemiológicos e adesão de 
novos antimicrobianos. Se tratando de microrganis-mos que fazem parte da microbiota 
normal, os testes não devem ser realizados. 
 
SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS 
 
A seleção de antimicrobianos deve seguir recomendações principalmente do CLSI (Clinical 
and Laboratory Standards Institute) para drogas de primeira escolha e drogas alternativas, 
avaliação de eficácia clínica e resistência. Em hospitais, são consideradas as sugestões da 
CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) e os agentes antimicrobianos 
disponíveis na instituição. 
Teste de Disco-Difusão em Ágar: 
Disco-Difusão (DD): Baseado no processo primário descrito por Kirby e Bauer, após diluição, 
a bactéria é inoculada em ágar e discos impregnados com antimicrobianos específicos são 
colocados sobre o ágar. A partir daí, ocorre a difusão do antimicrobiano no meio de cultura. 
Após o tempo de incubação, avalia-se o aparecimento de uma zona radial de inibição, caso 
haja ação da droga frente à bactéria. Esta técnica possibilita a definição dos fenótipos com 
divisão em categorias como sensível, intermediário e resistente. 
 
MEIOS DE CULTURA E SOLUÇÕES EM 
MICROBIOLOGIA 
 
MEIOS DE CULTURA 
Meio de cultura é o material nutritivo preparado para o desenvolvimento de 
microrganismos. Algumas bactérias podem crescer normalmente em qualquer tipo de meio, 
outras bactérias exigem meio de cultura específico. Existem também aquelas que não se 
desenvolvem em nenhum tipo de meio de cultura já desenvolvido. 
O tipo de meio utilizado para os microrganismos se desenvolverem depende de vários 
fatores, como a origem do material a ser analisado, a espécie que deseja obter na amostra, 
e as necessidades nutricionais dos organismos. 
A especificidade dos meios de cultura é muito importante, para isolamento e identificação 
de certos microrganismos, como, por exemplo, isolamento de microrganismos do solo ou na 
análise microbiológica de água, alimentos, entre outros. 
Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos, quando contém 
ágar na concentração de 1 a 2,0 %, semi-sólidos, quando a quantidade de ágar e ou gelatina 
é de até 0,5%, e líquidos, sem agentes solidificantes, apresentando-secomo um caldo. 
A consistência do meio de cultura acontece devido a presença do ágar, uma substância de 
natureza polissacarídica complexa obtida a partir de algas marinhas, que vem sendo 
bastante utilizado na microbiologia. Os meios de cultura ainda podem ser classificados 
quanto a sua complexidade em quimicamente definidos, básicos e complexos e em relação 
a sua aplicabilidade como meios diferenciais, seletivos para pré e enriquecimento de 
amostras. 
Tipos de meio de cultura 
Meios líquidos: os nutrientes estão dissolvidos em uma solução aquosa estando 
naturalmente mais biodisponíveis. São meios utilizados quando se objetiva prover o 
enriquecimento de amostras. Exemplo: Caldo BHI (infusão de coração e cérebro) 
Meios semi-sólidos: além de possuir nutrientes em sua composição, apresentam ágar em 
pequena quantidade os quais são utilizados habitualmente nas provas de motilidade 
bacteriana. 
Meios sólidos: possuem em sua composição nutriente e Agar sendo basicamente utilizados 
para o isolamento e cultivo de microrganismos, para a realização de provas e testes de 
identificação de espécies dentre outros. Exemplo: Agar Mueller-Hunton. 
Meios quimicamente definidos: sua composição química exata é conhecida. São bastante 
utilizados no estudo do comportamento nutricional de diferentes espécies bacterianas; 
Meios de cultura básicos: permitem o crescimento bacteriano, sem satisfazer nenhuma 
exigência em especial; 
Meios de cultura complexos: são compostos de nutrientes, como, por exemplo, extratos de 
levedura, carne, plantas ou produtos proteicos de outras fontes. Tais extratos fornecem as 
vitaminas e os outros fatores de crescimento orgânico, como por exemplo, os extratos de 
levedura, que são extremamente ricos em vitaminas B em concentrações muitas vezes 
difíceis de se estabelecer, tornando os meios ricos em nutrientes porém por muitas vezes 
pouco seletivos. Exemplo; Agar sangue de carneiro 
Meios seletivos: elaborados com o objetivo de favorecer o crescimento de outras bactérias. 
O ágar sulfeto de bismuto, por exemplo, é um dos meios de cultura utilizado para 
isolamento de bactéria causadora do tifo, a bactéria Gram negativa Salmonella typhi, a 
partir das fezes. Exemplo de meio seletivo: Meio Agar Sabouraud, é um meio que contém 
nutrientes que favorece o crescimento de diversos fungos; 
Meio diferencial: Permite por sua composição a diferenciação de algumas bactérias em 
termos de gênero e espécie como, por exemplo, os diferentes tipos de Chromo Agar e o 
próprio Agar sangue de carneiro que permite a diferenciação de bactérias hemolíticas pelo 
padrão de hemólise de hemácias por elas apresentado. Desta forma bactérias como do 
grupo dos Streptococcus spp e dos Stapylococcus spp podem ser diferenciadas pelo padrão 
de hemólise que apresentam; 
O padrão de hemólise pode ser dos tipos alfa, beta ou gama. A alfa-hemólise ocorre quando 
da lise parcial das hemácias. É possível visualizar uma área de coloração esverdeada ao 
redor das colônias bacterianas provocada pela produção de um pigmento denominado de 
biliverdina. A Beta hemólise ocorre com lise total das hemácias percebe-se áreas claras em 
torno das colônias bacterianas. E por fim a gama hemólise que apesar do nome é 
caracterizada pela ausência de lise das hemácias. 
Meios de pré-enriquecimento: utilizado para recuperar os microrganismos danificados por 
algum tipo de tratamento (térmico ou químico) Ex: água peptonadae caldo lactosado; 
O meio de enriquecimento: utilizado para separar bactérias presentes em pequenas 
quantidades e de outras presentes em grandes quantidades. Geralmente esse meio é 
utilizado em amostras de fezes e solos. Exemplo: Caldo Tetrationato e Selenito-Cistina, para 
cultivo de Salmonelas. 
 
Meios de cultura utilizados na rotina laboratorial e suas aplicações/características: 
 
A diversidade dos meios de cultura é essencial para processo de identificação dos 
microrganismos. E compreender o potencial de crescimento de cada meio de cultura e 
adaptar ao perfil bacteriano, contribui muito no processo de diagnóstico microbiológico. 
Ágar Chocolate: Isolamento de Haemophilusspp, Neisseriaspp, Branhamella catarrhalis e 
Moraxella spp. em amostras clínicas 
Ágar MacConkey: É um meio seletivo (pela presença de sais biliares, cristal de violeta e 
NaCl) para isolamento de bacilos Gram negativo, enterobactérias e não fermentadores 
Ágar Mueller Hinton: Utilizado para realização do teste de avaliação da resistência aos 
antimicrobianos pelo método de difusão em disco (Kirby-Bauer) para bactérias de 
crescimento rápido. 
Ágar Sangue: Meio utilizado para a maioria dos materiais clínicos, permite o crescimento de 
grande parte dos patógenos não fastidiosos ou que requerem incubação especial. 
Verificação de hemólise dos Streptococcus spp. e Staphylococcus spp 
Tioglicolato: Meio líquido enriquecedor 
ÁgarCystine Lactose Electrolyte Deficient (CLED): Usado para isolamento, identificação de 
microrganismos presentes em amostra de urina. A deficiência de eletrólitos inibe o véu de 
cepas de Proteus. 
Ágar Salmonella-Shigella (SS): Meio para isolamento de Salmonella e Shiguella sp. Permite 
diferenciar bactérias lactose positivas e negativas, além de detectar a produção de H2S. 
Ágar Dnase: Verificar se bactéria possui a enzima desoxiribonuclease, a qual degrada DNA. 
Ágar Citrato de Simmnons: Verificar a capacidade do microrganismo em utilizar o citrato de 
sódio como única fonte de carbono. Auxilia na identificação das Enterobactérias 
Ágar Chromoagar: Identificar e isolamento da maioria das espécies de Candida spp. 
Ágar Saboraud (AS): Verificar o crescimento de espécies de Candida e fungos filamentosos. 
 
BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS 
LABORATORIAIS EM MICROBIOLOGIA 
MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E PROCEDIMENTOS DA ROTINA MICROBIOLÓGICA 
O papel fundamental do Laboratório de Microbiologia Clínica é de cultivar e pesquisar nas 
amostras coletadas, qual é ou em alguns casos quais são os microrganismos envolvidos no 
processo patológico. Através do isolamento de culturas microbiológicas com subsequente 
execução de provas bioquímicas, podemos reconhecer qual o microrganismo é o causador 
da infecção. Após a identificação da espécie são realizados testes de sensibilidade a algumas 
famílias de antibióticos, possibilitando indicar a antibioticoterapia ideal para o tratamento 
do paciente, frente o microrganismo isolado. 
 
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS USADOS EM MICROBIOLOGIA 
O laboratório é um espaço físico com parâmetros ambientais controlados, equipado com 
diversos instrumentos de medição que permitem a correta medida ou análise das grandezas 
físicas. Nele se realizam os procedimentos experimentais, cálculos, medições, análises 
químicas, físicas ou biológicas e demais funções que exijam controle e precisão alcançáveis 
apenas em ambiente planejado para tal. 
Equipamentos: 
Autoclave: esterilização feita por calor úmido, que através do vapor desnatura as proteínas 
dos microrganismos. O equipamento consiste em uma câmara de vapor, com a temperatura 
de ebulição em torno de 121°C. A autoclave é um equipamento indispensável ao laboratório 
de microbiologia, na esterilização de meios de cultura, água, suspensões, entre outros. O 
tempo de autoclavagem deve ser respeitado de acordo com o material a ser esterilizado. O 
equipamento deve ser aberto com cautela, quando a pressão chegar à zero, pois o vapor 
liberado é de alta temperatura. Recomenda-se a utilização de luvas de amianto para abrir a 
autoclave. 
Estufas de esterilização (fornos de Pasteur): esse equipamento é utilizado para esterilização 
a seco, a temperatura de 170-200°C por 1-2 horas, recomendado o uso para as vidrarias. 
Refrigerador: após o preparo de meio de culturas, para garantir a conservação dos 
microrganismos, recomenda-se deixá-los sob baixa temperatura. 
Estufa bacteriológica: auxilia no crescimento dos microrganismos devido a incubaçãoser 
em temperatura ideal. 
Mesa agitadora (rumbeira): auxilia no crescimento de microrganismos aeróbios, pois a 
mesa agitadora, através dos movimentos rotatórios dissolve o oxigênio do meio de cultura. 
Capela de fluxo laminar: câmara asséptica, dotada de exaustor e lâmpada fluorescente, 
utilizada na repicagem de microrganismos. 
Fermentador: equipamento no qual ocorrem as fermentações, podendo ser dotado de 
sistemas de agitação, aeração e refrigeração. 
 
PROCEDIMENTOS DE DESINFECÇÃO 
PREPARO E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS 
PARA USO 
Lavagem e Secagem de Materiais 
Para a lavagem de vidrarias em geral deve-se recolhê-las e deixa-las de molho em solução 
contendo hipoclorito de sódio (1:5), o período de limpeza pode variar de 2 a 24 horas. 
Imediatamente após o molho deve-se enxaguar em água corrente, utilizando quando 
necessário escova de lavagem ou esponja facilitando a limpeza. Em seguida enxagua-se em 
água deionizada (tipo II ou III) e seca em estufa de secagem. 
Todo material proveniente do setor de microbiologia deve ser acondicionado em sacos 
plásticos apropriados para que suportem a ação da autoclave. O material é submetido a 
esterilização antes de ser devidamente descartado ou encaminhado para um processo de 
lavagem. A lavagem deve ser realizada de acordo com o tipo de material. 
Desinfecção da bancada 
Antes de qualquer procedimento no laboratório, a bancada deve ser limpa com uma solução 
detergente seguida de uma solução com álcool a 70%. 
Desinfecção da vidraria 
Para a descontaminação de vidraria contaminada, primeiro ela tem que passar pela 
autoclave e em seguida ser lavada com solução de detergente ou sabão neutro. A Vidraria 
sem contaminação deve ser lavada com uma solução de detergente ou sabão neutro. 
Acondicionamento 
Placas de Petri devem ser embrulhadas com papel, geralmente formando conjunto de três 
unidades. Para o acondicionamento de piptas obturam-se as boquilhas com mecha de 
algodão para filtrar o ar soprado e proteger o operador durante a manipulação. Em seguida, 
são enroladas uma a uma com papel, anotando a capacidade de cada uma. 
Os tubos de ensaio, balões de fundo chato, erlenmeyers, fernbachs são preparados 
introduzindo-se um tampão de algodão cardado na boca do recipiente. Utilizar uma 
quantidade de algodão suficiente para facilitar o manuseio, isto é, não deve ser nem muito 
apertado, nem muito frouxo. 
As lâminas devem ser imersas em solução alcoólica, desta forma ficando aptas a serem 
utilizadas a qualquer momento, evitando que as mesmas sejam danificadas. Toda vidraria 
utilizada no laboratório de microbiologia, antes de ser preparada para esterilização, deverá 
estar limpa e seca. 
 
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA CLÍNICA 
PRINCIPAIS GRUPOS BACTERIANOS DE INTERESSE CLÍNICO 
Cocos gram positivos 
Entre as bactérias em formato de cocos destacam-se algumas espécies de Gram positivos, 
os quais tem papel relevante no aspecto clínico. Entre estas podemos citar os Estafilococos 
spp, Estreptococos spp e Enterococos spp. 
Staphylococcus spp 
A espécie estafilocócica mais importante é o Staphylococcus aureus, assim denominado pela 
pigmentação amarelada das colônias (aureus = dourado). São colônias anaeróbias 
facultativas, porém crescem melhor na presença de oxigênio. Esse microrganismo provoca 
infecções de pele, muitas vezes até supurativas, como furúnculos e abscessos. Em casos 
mais graves, causam sepse, que corresponde a uma infecção generalizada. Penetram na 
pele por meio de soluções de continuidade (lesões), que são “portas de entrada” para essas 
bactérias, bem como a introdução de cateteres no organismo (como no caso da sonda 
vesical ou do escalpe e agulhas). 
Os Estafilococos são bactérias não esporuladas tolerantes ao meio ambiente. Podendo se 
manter vivas por meses em amostras ressecadas, e podem ser resistentes a concentrações 
altas de sal e variações de temperatura. Mesmo após a descoberta dos antimicrobianos e 
grande evolução das condições de saneamento básico, esse microrganismo ainda é um 
importante patógeno causador de infecções, principalmente no âmbito hospitalar. Boa 
parte da população apresenta como parte de sua microbiota, principalmente da região da 
nasofaringe ou de outras regiões do corpo, como pele e vagina. A partir destes sítios, o S. 
aureus pode contaminar, objetos inanimados ou ser transmitidos a outros pacientes por 
contato direto e indireto, podendo levar a um processo infeccioso ate mesmo fatais, 
dependendo do estado geral do paciente, devido a fatores de virulência ou pela resistência 
aos antimicrobianos. 
Entre as principais patologias causadas pelo Staphylococcus aureus estão: Impetigo, 
Foliculite, Furúnculo, Carbúnculo, Bacteremia e endocardite, pneumonia, Osteomielite, 
Artrite séptica e Choque tóxico. 
A mesma capacidade do Staphylococcus aureus em desenvolver resistência aos antibióticos, 
também pode surgir nos Staphylococcus coagulase negativos. Com base nisso, há a 
necessidade de uma identificação rápida e eficiente de todos os casos em que estes 
microrganismos se apresentam. 
Entre os Staphylococcus coagulase negativa mais frequentes, podemos citar: 
Staphylococcus epidermidis: causador de infecções de cateteres e próteses sendo o 
microrganismo mais encontrado em hemoculturas, associado como contaminante ou 
agente etiológico de sepse. 
Staphylococcus saprophyticus: causador de infecção urinária especialmente em mulheres 
jovens. 
Staphylococcus haemolyticus: importante devido à resistência aumentada aos 
antimicrobianos, e por ser frequentemente confundido com o S. aureus, por gerar hemólise 
na placa de ágar sangue. 
Streptococcus spp 
Os estreptococos podem ser classificados de acordo com seu aspecto na placa de ágar 
sangue, produzindo: hemólise total (beta), parcial (alfa, pela formação de pigmentos 
biliverdian de cor esverdeada) ou sem produzir hemólise (gama). 
A identificação de espécie de estreptococos beta hemolíticos é feita também através de 
aglutinação com soros específicos contra os antígenos de Lancefield (A, B, C, D, F e G). 
Antes da descoberta dos antibióticos, os estreptococos foram considerados os principais 
agentes causadores de infecção hospitalar, gerando surtos de infecção e morte de 
puérperas. São causadores de doenças graves e muitas vezes letais, sobretudo em pacientes 
imunocompetentes, sendo indispensável a realização rápida do diagnóstico e o tratmento 
direcionado de manneira precisa. 
Entre os principais Estreptococos estão: 
Streptococcus pyogenes: Pode causar infecções supurativas como Faringite, Escarlatina, 
Pioderma, Erisipela, Celulite, Fasciite necrosante e Síndrome do Choque Tóxico 
Estreptocócico, e infecções não supurativas como Febre Reumática e Glomerulonefrite 
Aguda. 
Streptococcus agalactiae: Pode ocasionar Doença neonatal de inicio precoce ou tardio, 
infecções na mulher grávida como endometrite pós-parto e infecção do trato urinário. Além 
de causar bacteremias em indivíduos de ambos os sexos. 
Streptococcus do grupo viridans: É capaz de causar Septcemias, Endocardite, Cárie dentária, 
Neoplasia do trato gastrointestinal e meningite. 
Streptococcus pneumoniae: Causa Pneumonias, Meningite e Bacteremias. 
Enterococcus spp 
Os Enterococos cada vez mais ocupam um papel de destaque no contexto hospitalar, devido 
ao crescente número de casos de infecção hospitalar, e pelo surgimento de resistência aos 
antibióticos habitualmente administrados no combate destas infecções. 
Os isolados de Enterococos mais encontrados são: Enterococcus faecalis (90% dos casos) e 
Enterococcus faecium, com grande predisposição par a colonização de pacientes e de 
equipamentos hospitalares. Apresentam sensibilidade ou resistência variável aos 
antibióticos como a vancomicina. Atualmente, já são descritas cepas naturalmente 
resistentes à vancomicina e que podem ser isoladas de pacientes internos. 
Os principais processos patológicos a que estão envolvidosos Enterococos são as Infecção 
do Trato Urinário, Peritonite e Endocardite (ITU’s). 
Cocos Gram Negativos 
Os principais cocos gram negativos de interesse clínico são as do gênero Neisseria spp e as 
espécies que acometem exclusivamente os seres humanos são as Neisseria gonorrhoeae e 
Neisseria meningitidis. 
Neisseria gonorrhoeae: bactéria patogênica causadora da Gonorréia, é transmitida através 
de relação sexual ou pelo parto. No homem é causa comum de uretrite, epididimite, 
prostatite e estenose uretral. Na mulher causa corrimento vaginal, endocervicite, uretrite, 
abscesso vestibular, salpingonegooforite e doença inflamatória pélvica, em récem-nascidos 
pode causar uma conjuntivite denominada Oftalmia neonatorum. A doença sistêmica pode 
ocorrer em 1 a 3% dos pacientes infectados, e as lesões cutâneas são do tipo máculo-
pustulares ou hemorrágicas, com centro de necrose. 
Neisseria meningitidis: Pode causar meningite, infecção sistêmica grave com coagulação 
intravascular disseminada (CIVD), podendo causar em associação outras infecções 
(conjuntivite, artrite, sinusite e pneumonia). A transmissão ocorre através das vias aéreas. 
Bacilos Gram Positivos Esporulados 
Entre as diversas espécies de bacilos Gram positivos esporulados (formadores de esporos), 
os gêneros Bacillus spp e Clostridium spp são os que apresentam maior importância clínica, 
as espécies mais importantes são o Bacillus anthacis, Bacillus cereus, Clostridium 
perfringens, Clostridium tetani e Clostridium botulinum. 
Bacillus anthracis: Bactéria que infecta primariamente herbívoros, sendo o homem um 
hospedeiro acidental. Devido sua resistência no meio ambiente e por ser altamente letal, 
principalmente quando inalado, esse microrganismo pode ser usado como arma de 
Bioterrorismo. A infecção pode ocorrer como Antraz cutâneo, Antraz gastrointestinal e 
Antraz inalado. 
Bacillus cereus: Causa mais comum de infecção ocorrendo através da ingestão de alimentos 
contaminados ocasionando gastroenterite. Infecções oculares e doença pulmonar grave 
também podem ser associados a esse patógeno. 
Clostridium perfringens: Causador infecções de tecido mole, celulite, miosite supurativa e 
mionecrose. Também pode causar gastroenterites a partir de intoxicações alimentares e até 
enterite necrosante. 
Clostridium tetan: Um microrganismo de difícil cultivo. Tem formato bem característi -co, 
semelhante a uma raquete. A doença é caracterizada por espasmos musculares, podendo 
ser generalizado ou localizado acometendo adultos, crianças e ate lactantes. 
Clostridium botulinum: Pode contaminar o indivíduo através dos alimentos, causando o 
botulismo alimentar. Ele produz uma neurotoxina que se liga a neurotransmissores por 
tempo prolongado. Tem altos índices de mortalidade em casos que não recebem suporte 
adequado. Também associado ao botulismo infantil e botulismo de feridas. 
Bacilos Gram positivos não esporulados 
Entre os principais bacilos Gram positivos não esporulados de interesse clínico podemos 
citar Listeria monocytogenes, Erysipelothrix rhusiopathiae e Corynebacte-rium diphtheriae. 
Listeria monocytogenes: É o agente causador da Listeriose. Infecção causada por alimentos 
contaminados. Costuma ter seus picos de incidência principalmente no verão, de forma 
mais grave pode causar aborto. 
Erysipelothrix rhusiopathiae: Causa comum de Erisipela, que se manifesta através de lesões 
na pele. Também pode causar doenças septicêmicas, tipicamente associadas a 
endocardites. 
Corynebacterium diphtheriae: Agente causador da Difteria. Doença que acomete 
principalmente a região da faringe. Responsável por um grande surto ocorrido no final do 
século XX, provocando um número elevado de óbitos. Nos dias atuais existe imunização 
através da vacina o que diminuiu significativamente sua incidência. Além da forma 
respiratória, também pode se manifestar na forma cutânea. 
Bacilos Gram Negativos Fermentadores - Enterobactérias 
É a maior e mais heterogênea família de bactérias Gram negativas de importância clínica. 
São considerados atualmente, 27 gêneros e centenas de espécies compõem essa família. A 
maioria das enterobactérias é encontrada no trato gastrointestinal de humanos, no reino 
animal, na água, solo e vegetais. 
Alguns também são considerados patogênicos por causarem infecções gastrointes-tinais 
como a Salmonela spp.,Shigella spp., Yersinia enterocolitica e vários sorotipos de Escherichia 
coli. 
As enterobactérias representam cerca de 80% dos Gram negativos de importância clínica. 
São responsáveis em média por 70% das infecções urinárias e 50% das septicemias. 
Principais gêneros das enterobactérias (cerca de 99% dos isolamentos de enterobactérias de 
importância clínica): Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobac-ter spp., Proteus spp., 
Providencia spp., Morganella spp., Citrobacter spp., Salmonella spp., Shigella spp. e 
Serratia spp. 
As enterobactérias menos isoladas são: Edwarsiella spp.,Hafnia spp., Yersinia spp. 
Bacilos Gram Negativos Não Fermentadores 
Os bacilos Gram negativos considerados como não fermentadores (BNFs) são aeróbios, não 
esporulados, incapazes de usar carboidratos como fonte de energia através de fermentação, 
usando a via oxidativa para degradá-los. 
A definição deste grupo de bactérias é de grande valia nos casos de infecção hospitalar. 
Mesmo com baixa incidência em hospitais, normalmente eles apresentam alta resistência a 
vários antimicrobianos diferentes podendo causar infecções graves. Estas bactérias 
colonizam e causam infecções, em especial, em pacientes graves internados em Centro de 
Tratamento Intensivo e submetidos a procedimentos invasivos. O número de bactérias não 
fermentadoras conhecidas é muito grande. 
Os principais BNFs considerados de maior importância clínica são: 
• Acinetobacter spp. 
• Alcaligenes spp. 
• Achromobacter spp. 
• Burkholderia cepacia 
• Chryseobacterium (Flavobacterium) spp. 
• Moraxellaspp. 
• Pseudomonas aeruginosa 
• Pseudomanas pseudomallei 
• Stenotrophomonas spp. 
Micobactérias 
 
As micobactérias apresentam significativo número de morbi-mortalidade. O gênero é 
formado por mais de 130 espécies,.Devido seu formato e caráter tintorial, também são 
conhecidas como Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR) 
Mycobacterium tuberculosis: Agente causador da Tuberculose, doença com alto índice de 
mortalidade, a qual a Organização Mundial da Saúde estima que ocorra em média 2 milhões 
de mortes no mundo. Embora possa infectar qualquer órgão, acomete principalmente os 
pulmões. 
Mycobacterium leprae: É o causador da Lepra, uma das doenças mais antigas que se têm 
relato, também conhecida como Doença de Hansen. Seu período de incubação é 
prolongado, e os sintomas podem se desenvolver em até 20 anos após a infecção. Pode se 
apresentar na forma de Lepra Tuberculoide e Lepra Lepramato-sa. 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS DE ETIOLOGIA VIRAL 
Para se compreender melhor algumas doenças de etiologia viral é importante entender que 
muitas infecções virais são subclínicas, ou seja, não apresentam sintomas, são o que 
chamamos assintomáticas e, portanto difíceis de serem percebidas e ou diagnosticadas. A 
mesma doença pode ser produzida por uma grande variedade de vírus, o mesmo vírus pode 
provocar uma grande variedade de doenças o que significa que muitos vírus diferentes são 
capazes de causar o mesmo quadro clínico, e o mesmo quadro clinico pode ser causado por 
vírus diferentes, dificultando o diagnóstico clínico e influenciando a implementação de 
técnicas e procedimentos laboratoriais que visem uma melhor elucidação dos casos. A 
doença produzida não tem relação com a morfologia viral e a evolução de qualquer caso é 
determinada pela constituição genética do vírus e do hospedeiro. 
As doenças de etiologia viral para serem melhor compreendidas podem ser divididas em 
Generalizadas nas quais os vírus se propagam pelo organismoatravés da corrente 
sanguínea, com comprometimento sistêmico, ex: sarampo, rubéola, varicela, febre amarela, 
dengue e enterovírus ou Doenças Órgãos Específicas como as que acometem o SNC tais 
como a Poliomielite, meningite ( poliovírus, coxsackie e echovirus), raiva, encefalite ( 
rabdovírus, sarampo, caxumba, herpes ...) o Trato Respiratório como as Pneumonias, 
bronquites, bronquiolites, gripes e resfriados ( Influenza, Parainfluenza, Vírus Sincicial 
Respiratório - VRS), Pele e Mucosas como nas infecções por Herpes simples tipo 1 – ( oral ) 
, Herpes simples tipo –2 ( genital ) , Herpes zoster, sarampo e varicela, Hepáticas por vírus 
da Hepatite tipo A ( infecciosa), Hepatite B (sérica), Tipo C e E; febre amarela as que 
acometem as Glândulas salivares como na Caxumba e infecção por citomegaloví-rus o Trato 
Gastrintestinal típicas da infecção por Rotavírus e adenovírus entérico e por fim as 
Sexualmente transmissíveis como as causadas pelos vírus Herpes simples , Hepatite B, 
papilomavírus, Retrovírus. 
A seguir apresenta-se uma breve explanação a cerca de alguns vírus de importância 
epidemiológica, no Brasil e o Mundo. 
Poliomielite – Poliovírus 
Os poliovírus multiplicam-se inicialmente nas mucosas, especificamente nas placas de Peyer 
e nas tonsilas, onde a replicação pode ser detectada em até três dias. Os vírus multiplicam 
nos linfonodos acarretando em uma pequena viremia, invadindo o sistema retículo-
endotelial é neste momento que o sistema nervoso central pode ser invadido A maioria dos 
indivíduos infectados com poliovírus controla a infecção antes da viremia secundária, o que 
resulta em infecção assintomática. Alguns estudos sugerem que a disseminação para o 
sistema nervoso central pode ocorrer pelos nervos periféricos ou craniais, por fluxo axonal 
retrógrado. A infecção pelo Poliovírus no SNC pode acarretar em paralisia flácida 
permanente dos membros inferiores e, portanto reintera-se a necessidade de se manter 
altos níveis de vacinação em razão do vírus ainda não ter sido considerado erradicado em 
termos mundiais.. 
Gripes e Resfriados 
Embora se faça confusão entre a gripe (ou influenza) e o resfriado comum, essas doenças 
são causadas por tipos diferentes de vírus. Os vírus da gripe quase sempre provocam febre, 
prostração, cefaléia, dores musculares, tosse seca, espirros e obstrução nasal. O resfriado 
comum é uma doença mais branda, causada por diversos vírus que atacam apenas as partes 
altas do aparelho respiratório (nariz e faringe). A mucosa nasal inflamada elimina grande 
quantidade de líquido claro e aquoso (coriza). Geralmente, ocorrem também espirros, 
cefaléia, secura na garganta e, mais raramente, um ligeiro aumento da temperatura do 
corpo. 
Ambas as doenças são transmitidas por gotículas de secreção das vias respiratórias lançadas 
no ambiente por meio da tosse ou do espirro. A disseminação é facilitada pelas 
aglomerações humanas, pela poeira, pelo frio (que irritam a mucosa das vias aéreas) e pelas 
más condições de higiene e alimentação; e é autolimitante, durando de três a sete dias. A 
imunidade natural ou por vacinação não é duradoura, pois novas formas de vírus 
(mutantes), contra os quais o organismo humano ainda não produziu anticorpos, aparecem 
rapidamente. 
Os antibióticos não exercem nenhum efeito e devem ser restringidos, a não ser nos casos de 
infecções bacterianas secundárias. Recomenda-se apenas repouso, hidratação e tratamento 
sintomático com analgésicos, antitérmicos e descongestio-nantes nasais. 
Influenza pandêmica A / Vírus H1N1 
Muitas epidemias foram originadas pelo vírus da influenza A. A linhagem H1N1 circulou 
entre humanos em 1918 e foi o agente etiológico da pandemia conhecida como gripe 
espanhola. Esse vírus resultou na morte de 20 a 50 milhões de indivíduos em todo o mundo. 
O novo subtipo do vírus influenza A/H1N1 é resultante de uma recombinação genética do 
vírus suíno, humano e aviário. Em 2009 foi detectado no México, colocando em alerta a 
saúde pública mundial, pois esta nova cepa rapidamente se disseminou causando uma 
pandemia. No Brasil, até o final do ano de 2009, foram detectados aproximadamente 40 mil 
casos graves e 1705 óbitos registrados. 
Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva 
que são expelidas pelo indivíduo infectado ao falar, tossir e espirrar. O contágio pode 
ocorrer ainda de maneira indireta, por meio de contato com secreções do indivíduo doente. 
Nesse caso, as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais 
diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular. 
Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre alta (perdura por três 
dias), em geral acima de 38 °C, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, cefaléia e 
tosse seca. É comum a queixa de garganta seca, rouquidão e queimação retroesternal ao 
tossir, bem como pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. Há hiperemia 
das mucosas, com aumento de secreção nasal hialina. O quadro clínico em adultos sadios 
pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, 
sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais. Quadros de bronquite ou bronquiolite, 
além de sintomas gastrointestinais, também podem fazer parte da apresentação clínica em 
crianças. Os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes sem outros sintomas, mas, 
em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. 
Varicela ( Catapora ) - Vírus da varicela-zoster (HHV-3) 
O agente etiológico da varicela (catapora) e do herpes-zoster é o vírus da espécie Human 
herpesvirus 3. Na catapora, as células da pele tornam-se os principais sítios para a 
replicação viral. Surgem as lesões de característica maculo-papular as quais evoluem para 
vesículas, e depois para ulcerações e necrose da derme. Os sintomas de febre, mal-estar, 
cefaleia, e dor abdominal frequentemente ocorrem por 24 a 48 horas antes do 
aparecimento do exantema. Sintomas como a febre, irritabilidade, letargia e perda de 
apetite são comuns e tendem a desaparecer nas primeiras 72 horas após aparecimento do 
exantema. O exantema se inicia na face ou tronco. As e geram um prurido intenso. Após 24 
a 48 horas, o fluído vesicular torna- -se turvo e as crostas aparecem. Lesões da orofaringe, 
conjuntiva e vagina são comuns. Lesões novas aparecem por até 6 dias e a varicela 
subclínica é muito rara. 
A reativação apresenta-se tipicamente como herpes-zoster, um exantema vesicular em 
geral confinado à distribuição de um ou mais nervos sensoriais. Em indivíduos 
imunocomprometidos, o exantema é em geral mais extenso, e a replicação cutânea é 
acompanhada por viremia. Novas lesões aparecem por até sete dias. 
Doença Exantemática ( Rubéola )- Vírus da Rubéola 
O vírus é transmitido principalmente por partículas geradas por pessoas infectadas podendo 
ser detectado em secreções nasofaríngeas de sete a quatorze dias após o aparecimento do 
exantema. 
O início da infecção dá-se em células epiteliais do trato respiratório superior, 
posteriormente alcançando o tecido linfóide da nasofaringe, de onde há disseminação 
sistêmica envolvendo vários órgãos. O período de incubação varia em média de 8 a 14 dias o 
exantema surge em média 16 a 18 dias depois do início da infecção, é de característica 
bastante benigna, aparecendo inicialmente na face e rapidamente se disseminando para o 
tronco e extremidades distais. As complicações mais comuns incluem artrite, artralgia, 
encefalopatia e trobocitopenia. Em gestantes é temido por sua capacidade de causar má- 
formações sendo preconizado durante o período pré natal exames sorológicos para 
avaliação do status sorológico e monitoração das pacientes susceptíveis. Em RN é 
reconhecidamente a maior causa de surdez não genética. 
Hepatite Infecciosa do Tipo A – Vírus da Hepatite A (HVA) 
Sabe-se que o HVA se instala primariamente nofígado utilizando o aparelho digestivo como 
via de entrada, sem causar lesão local. A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral, e os 
alimentos e as águas contaminados são os principais veículos de transmissão durante os 
períodos de epidemias. Nos ambientes familiar e institucional, o contato pessoal íntimo 
pode facilitar o contágio, sobretudo pelo compartilhamento de copos e talheres.. A 
transmissão por via parenteral, sob a forma de transfusão ou uso de drogas, ainda que 
teoricamente possível, não tem sido verificada. 
Os pacientes infectados são transmissores da doença por um período que varia de duas a 
três semanas antes do aparecimento da icterícia, amarelamento típico da pele e das 
mucosas caracteristico de infecções hepáticas até, duas semanas após a regressão desse 
sintoma. A fase ictérica é acompanhada pelo aparecimento de urina escura e fezes 
descoloradas manifestações claras de excesso de bilirrubina não conjugada na circulação 
sanguínea (bilirrubinemia). Essa fase inicia-se após até dez dias depois do aparecimento dos 
sintomas iniciais. A doença é mais leve em crianças do que em adultos, e a recuperação em 
geral é completa, não se observando casos de infecção crônica 
Hepatite Infecciosa do Tipo B – Vírus da Hepatite B (HBV) 
A infecção pelo vírus da hepatite B pode resultar em diversas patologias, mais De 65% a 
80% das infecções ocorrem de forma subclínica; 20% a 35% ocorrem na forma de doença 
com icterícia. Dos indivíduos infectados, 90% a 98% têm recuperação completa e 2% a 10% 
evoluem para doença crônica. Quanto menor for a idade do paciente infectado, maior a 
probabilidade de desenvolvimento de infecção crônica. 
O vírus da hepatite B pode ser transmitido de três formas: a) através de contato percutâneo 
com sangue ou produtos de sangue infectados, b) através de contato sexual ou c) por 
transmissão perinatal da mãe infectada para a criança. 
Os pacientes infectados de forma crônica apresentam maior chance de desenvolver 
situações mais graves como o carcinoma hepatocelular a taxa de sobrevivência varia em 
torno de 25 a 60% dependendo do tamanho do tumor e da possibilidade de remoção do 
mesmo. 
Hepatite Infecciosa do Tipo C – Vírus da Hepatite C(HCV) 
O vírus da hepatite C (HCV) é transmitido quase que exclusivamente pela exposição 
parenteral a sangue, produtos de sangue e objetos contaminados com sangue. A triagem de 
doadores de sangue quase eliminou a transmissão por essa via, embora o risco mais 
importante atualmente seja a contaminação de seringas compartilhadas por usuários de 
drogas injetáveis. 
A transmissão sexual e a perinatal já foram encontradas, mas não parecem ser vias de 
transmissão comuns, no entanto importante ressaltar que a prevenção com uso de 
preservativos e os exames pré natais podem constituir um grande obstáculo a manutençao 
deste vírus por estas formas de transmissão e por isso precisam ser constantemente 
divulgadas e reforçadas 
O período ou fase de incubação da hepatite C ocorre em média de sete semanas. As 
infecções podem variar desde subclínicas até fulminantes. Os sintomas clínicos são 
semelhantes aos das demais hepatites virais, mas raraente ocorrem em mais de um terço 
dos pacientes. 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)- (HIV) 
A AIDS é causada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana) e é transmitida por meio de 
relações sexuais, sangue contaminado (pelo uso de agulhas e seringas contaminadas e 
transfusão sanguínea) e transmissão vertical da mãe para o feto. Há comprometimento da 
resposta imunológica do organismo infectado, deixando-o desprotegido e suscetível ao 
desenvolvimento de múltiplas infecções. 
Diversas características favorecem a propagação do vírus da AIDS, como, por exemplo, o 
fato de o indivíduo infectado não ficar doente logo no início da contaminação, ou seja, há 
um período de latência muito grande, variando em média de dois a sete anos. A pessoa, por 
algum tempo, pode ter o vírus sem produzir anticorpos detectáveis pelo exame (janela 
imunológica). 
É importante ressaltar que não há evidências de transmissão da AIDS por meio de fluidos 
corporais como saliva, lágrimas e suor; objetos ou ambientes como piscina, sanitários, 
sabonetes, pratos, talheres e copos; contato pessoal como aperto de mão, abraços e beijos; 
picadas de insetos como mosquitos e pernilongos. 
A infecção aguda pode ser tão discreta a ponto de se confundir com um simples processo 
gripal ou adquirir dimensões mais graves, como alterações neurológicas. Após os sintomas 
iniciais, o portador do HIV costuma permanecer assintomático durante vários anos. Porém, 
em cinco anos, em média, começam a surgir os primeiros sinais e sintomas. Observa-se, 
então, o aumento generalizado dos linfonodos, episódios de febre, sudorese, 
emagrecimento e diarreia, que podem durar de semanas a meses. O aparecimento das 
conhecidas infecções oportunistas ou de neoplasias costuma ocorrer em estágios mais 
avançados da doença. No entanto, as infecções oportunistas podem ser as primeiras 
manifestações clínicas da doença. 
O diagnóstico baseia-se na história clínica e na sorologia específica anti-HIV (ELISA e 
Western Blot). Até o momento, não foi descoberto nenhum medicamento que proporcione 
cura da doença; o tratamento preconizado por meio do uso de várias drogas apenas 
prolonga a vida do doente. 
 
BIOLOGIA DOS FUNGOS PATOGÊNICOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS MICOSES 
Os Fungos como ditos anteriormente são organismos saprófitos, heterotróficos 
estabelecendo relações simbiontes ou parasitarias com seus hospedeiros. São halofílicos 
tolerando elevadas concentrações de sal, e se adaptam a pequenas variações temperatura 
podendo ser classificados como psicrófilos quando se adaptam melhor em temperatura 
abaixo de 20°C, fungos mesófilos, preferem temperatura entre 20e 40°C e os termófilos 
acima de 40°C. 
São aeróbios estritos e alguns podem crescer em anaerobiose (anaeróbios facultativos) O 
crescimento em meio de cultura é considerado lento, sobretudo na forma de fungo 
filamentoso (bolor), requerem em linhas gerais para melhor isolamento meios sólidos os 
quais iram possibilitar a formação de micélio vegetativo. 
Embora fundamental para a vida, a ação dos fungos freqüentemente pode causar 
transtornos, já que podem atacar qualquer material orgânico disponível. No ser humano, 
alguns fungos causam doenças tipicamente conhecidas como micoses. 
As micoses podem ser classificadas classicamente pelo sítio de infecção e gravidade dos 
sinais e sintomas associados, sendo assim as micoses podem ser classificadas em a) 
Superficiais, b) Cutâneas, c) Subcutâneas, d) Sistêmicas e ou Profundas. 
As micoses ditas superficiais são aquelas cuja principal característica é acometer as camadas 
mais superficiais da pele e ou dos pêlos, normalmente não causam leões ou feridas sensíveis 
e ou dolorosas, são um problema sob aspectos estéticos e sociais. Tais micoses estão 
associadas a presença de manchas sobre em razão de seus agentes em sua maioria 
interferirem com a melanogênese, pela produção de ácido azaléico, muitos deles são 
lipofílicos demandando alto teor de gordura, água e umidade para poderem se adaptar, e 
multiplicar, razão pela qual em situações de cultura não é raro adicionarmos ao preparo do 
meio de cultura substâncias como azeite de oliva. Dentre os principais agentes fúgicos 
causadores de micoses superficiais destacam- se Malassezia furfur, Piedraia hortae, 
Phaeoannelomyces weneckii, Trichosporon ovóides, Trichosporon inkinn, T.mucóides, 
dentre outros. 
As micoses cutâneas também conhecidas como dermatomicoses, são aquelas tipicamente 
localizadas em maior extensão sobre a pele, pelos e unhas, podendo atingir o couro 
cabeludo e o pavilhão interno do ouvido. As dematomicoses podem apresentar 
características antropofílicas quando de transmissão homem a homem, zoofílicas, animal -
homem e geofílicas pela manipulação direta do

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