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85B1 - MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA BATERIOLOGIA GERAL BACTÉRIAS Na classificação de cinco reinos, as bactérias pertencem ao reino Monera (do grego moneres, "solitário") que engloba os seres procariontes. As células dos procariontes não possuem organelas membranosas, como cloroplastos, núcleo e mitocôndrias. A despeito da sua relativa simplicidade estrutural, cada célula bacteriana realiza todas as funções vitais como nutrição, obtenção de energia, reprodução, etc. As bactérias constituem um grupo de seres vivos muito antigo. Foram encontrados fósseis de cerca de 3,5 bilhões de anos. Existem evidências de que os organismos procariontes primitivos foram os ancestrais de todas as formas que encontramos hoje na Terra, incluindo os procariontes atuais e os eucariontes, seres que têm células complexas e com organelas membranosas no citoplasma. A investigação sobre a natureza e funcionamento molecular dos ácidos nucléicos das bactérias nos permite dividi-las em dois grandes grupos: as arqueobactérias e as eubactérias. Estas denominações derivam dos elementos gregos arqueo, "antigo", e eu, "verdadeiro". Estudos mostram que há três bilhões de anos houve a formação de duas linhagens de bactérias, a partir de um grupo comum: surgiu uma linhagem que originou as eubactérias e uma outra linhagem que originou as arqueobactérias. AS ARQUEOBACTÉRIAS As características deste grupo são o resultado das poucas modificações que sofreram os procariontes primitivos que originaram este tipo de bactérias. Atualmente, há poucas espécies de arqueobactérias. Estas são heterotróficas anaeróbicas e vivem em locais restritos, onde as condições ambientais são inadequadas para outros seres vivos. Há as arqueobactérias halófilas (do grego halos, "sal" e philos "amigo") que vivem em ambientes muito salinos como o Mar Morto, as termoacidófilas, que habitam fontes termais ácidas onde a temperatura varia de 60o a 80o C. Como exemplo de termoacidófilas temos as sulfobactérias que obtêm energia oxidando o enxofre. Existem ainda as arqueobactérias metanogênicas que vivem em regiões alagadas (pântanos) e no interior do tubo digestivo de insetos como cupins, e também no trato digestivo de animais herbívoros. Estas bactérias produzem o gás metano por redução do CO 2 a CH4. As bactérias metanogênicas são estritamente anaeróbicas, o oxigênio é venenoso para elas. AS EUBACTÉRIAS Este grupo de procariontes tem uma grande diversidade metabólica. Ocorrem diferentes formas de células e tipos de colônias celulares. Nestas colônias não há divisão de trabalho entre as células. Habitam o solo, a superfície das águas e os tecidos de outros organismos vivos ou em decomposição. As eubactérias mais comuns e melhor estudadas são as da espécie Escherichia coli (pronúncia: "esqueríquia cóli"). As eubactérias são encontradas em quase toda a natureza: solo, superfície, altas camadas atmosféricas, rios, lagos, profundezas oceânicas e montanhas elevadas. São mais abundantes quando encontram matéria orgânica, umidade e temperatura favoráveis para sua multiplicação. As condições que favorecem a sobrevivência e o crescimento de muitos microrganismos são as que, normalmente, envolvem o homem, pelo que, é inevitável vivermos entre uma multidão deles; encontra-se no ar que respiramos, no alimento que ingerimos, na superfície do nosso corpo, na boca, nariz e outras cavidades do corpo, no aparelho digestivo. No geral, entretanto a maior parte deles é a inócua ao homem, ao passo que ele dispõe de meios para resistir à invasão dos que podem ser prejudicial. MORFOLOGIA BACTERIANA A célula bacteriana é envolvida por até três camadas (dependendo da espécie), que são a cápsula, a parede celular e a membrana celular. No interior do citoplasma encontram-se ribossomos dispersos e o material genético formado por um único e longo cromossomo disperso pelo citoplasma, podendo ainda haver um cromossomo circular secundário denominado plasmídeo. A célula bacteriana possui ainda invaginações da membrana plasmática, os mesossomos, e outras estruturas ligadas à movimentação (flagelo), à aderência (pili ou fímbria) e reprodução sexuada (pili sexual). Cápsula A cápsula bacteriana é um invólucro celular formado por uma rede densa de polissacarídeos ou de ácido hialurõnico, que muitas vezes pode parecer estar solto da parede celular, o que não é verdade. Nem todas as bactérias possuem uma cápsula envolvendo a célula. Esta estrutura aparece numa grande diversidade de espécies, e sua função está associada à virulência (poder de infecção) e resistência bacteriana contra fármacos, além de dificultar a fagocitose por parte das células do sistema imunológico do hospedeiro. A presença ou ausência desta cápsula é determinada geneticamente, e a quantidade de material excretado depende de condições ambientais. Parede celular Debaixo das substâncias extracelulares, como a cápsula, e na periferia de uma membrana delicada que está em contato direto com o citoplasma, se encontra a parede celular, uma estrutura rígida que dá forma à célula. A rigidez da parede celular é facilmente demonstrada, quando se submetem as bactérias a condições físicas rigorosas, tais como pressões osmóticas quer muito baixas quer elevadas, ou temperaturas inferiores à de congelamento, seguido de descongelamento rápido, apesar disto conservando a sua forma original .As paredes celulares podem ser destruídas, no entanto em condições especiais. A espessura da parede celular tem sido calculada como sendo de 10 a 25/um, ou seja, 100 a 250. Parece que a resistência da parede celular é essencial para o desenvolvimento e divisão da bactéria. Alguns constituintes importantes das paredes celulares são os aminoácidos açúcares e lipídios. As proteínas, carboidratos e lipídios formam um polímero complexo que constitui a parede celular. Nas paredes celulares das bactérias, foram encontradas substâncias antes desconhecidas. Pode-se supor que a função da parede celular seja a de uma armação rígida que retenha e proteja os protoplasmáticos das perturbações osmóticas. Membrana plasmática A membrana plasmática (m. citoplasmática) é formada por fosfolipídeos e proteínas, assim como ocorre nas células eucariontes, porém as células bacterianas não sintetizam esteroides. É esta membrana que controla o fluxo das partículas que deverão entrar ou sair da célula, a isto é dado o nome de permeabilidade seletiva, e pode ocorrer de forma passiva por difusão ou de forma ativa, por meio de bombas que agem contra o gradiente de concentração do meio externo. A membrana ainda é responsável por transporte de elétrons e pela fosforilação oxidativa, associados à respiração celular e aquisição de energia, bem como ocorre nas mitocôndrias das células eucarióticas. Este fato é um dos argumentos que levam os cientistas a acreditarem que as mitocôndrias surgiram dentro das células a partir de transformações ocorridas em certas espécies de bactérias. Para permitir o crescimento celular bacteriano, a membrana plasmática está 50% em estado semilíquido. Mesossomos Este termo se refere a invaginações da membrana celular, que tanto podem ser simples dobras como estruturas tubulares ou vesiculares. Diversas funções têm sido atribuídas aos mesossomos, na divisão celular e na respiração. E também é ao mesossomo que se fixa o cromossomo bacteriano para que não fique “nadando” pelo citoplasma da célula. Citoplasma Material celular contido no interior da membrana citoplasmática pode ser dividido da seguinte maneira: região citoplasmática, de aparência granular, a qual é rica em DNA; a parte líquida que contém os elementos nutritivos dissolvidos. O RNA, combinando-se com proteínas, formam partículas ou corpúsculos macromoleculares de uns 200A de diâmetro, que formam uma massa densa e compacta em todo citoplasma. As partículas de RNA- proteínasão denominadas ribossomos. A fração ribossômica das células bacterianas contém numerosas enzimas, principalmente aqueles envolvidos na síntese das proteínas. Em muitas bactérias se encontram grânulos metacromáticos. Muitas bactérias contêm também gotas de lipídios, que aparecem como glóbulos muito refringentes. Também podem ser encontrados grânulos de polissacarídeos como o amido e glicogênio. Ribossomos Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma aparência granular ao citoplasma. São constituídos por duas subunidades, 30S e 50S, que ao iniciar a síntese protéica reúnem-se formando a partícula ribossômica completa de 70S. Apesar do mecanismo geral da síntese protéica das células procariontes e eucariontes seja o mesmo, existem algumas diferenças em relação a biossíntese e a estrutura dos ribossomos. Grânulos de reserva As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular substâncias de reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. São comuns polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido beta-hidroxibutírico e fosfato. Estes grânulos podem ser evidenciados pela microscopia óptica, utilizando colorações específicas. Material genético A bactéria apresenta um cromossomo circular constituído por uma única molécula de DNA, tendo sido também chamado de corpo cromatínico. é possível às vezes, evidenciar mais de um cromossomo numa bactéria em fase de crescimento uma vez que a sua divisão precede a divisão celular. O cromossomo bacteriano contém todas as informações necessárias à sobrevivência da célula e é capaz de auto-replicação. Plasmídeo Existe ainda no citoplasma de muitas bactérias, moléculas menores de DNA, também circulares, cujos genes não codificam características essenciais, porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria que as possui. Estes elementos extracromossômicos, denominados plasmídeos são autônomos, isto é, são capazes de autoduplicação independente da replicação do cromossomo e podem existir em número variável no citoplasma bacteriano. Pili (Fímbria) Muitas bactérias possuem apêndices filamentos diferentes dos flagelos. Estes apêndices, denominados fímbrias, são menores, mais curtos e mais numerosos que os flagelos. As fímbrias só podem ser vistas com o auxílio do microscópio eletrônico. Estas são encontradas tanto em bactérias como também naquelas que não possuem movimento, portanto não tem função motora, e sim servem como órgãos de aderência. Tem-se observado que algumas espécies bacterianas possuem fímbrias com propriedades adesivas para células animais e vegetais, como também para superfície inertes, como o vidro ou a celulose. Esta capacidade de aderência das fímbrias pode ser importante para a ecologia bacteriana em seu meio natural, porque permite a fixação da bactéria ao tecidos de que extraem elementos nutritivos. Pili sexual (Fímbria sexual) Esta organela está presente em algumas espécies de bactérias que têm em seu ciclo de vida a reprodução sexuada. O material genético de uma bactéria de linhagem dita masculina (F+ - fator de fertilização) passa para outra de linhagem F- por meio da pili sexual, num processo dito conjugação bacteriana. A pili sexual é um pouco maior que a convencional, porém com a mesma flexibilidade. Pode ser encontrada em algumas espécies de Escherichia coli. Flagelo O flagelo, um filamento formado por um único tipo de proteína chamada flagelina, apresenta-se ancorado a membrana plasmática e a parede celular por uma estrutura denominada corpo basal, composta por dois anéis (S e M), em bactérias gram-positivas e por quatro (S, M, L e P) nas gram-negativas, de onde saem uma peça intermediária em forma de gancho que se continua com o filamento. As bactérias que apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias com inúmeros flagelos são denominadas peritríquias. Via de regra, a maioria das espécies de bacilos (p.ex.: Bacillus anthracis) e espirilos (p. ex.: Leptospira sp.) podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria, mas apesar disso consome menos de 1% da energia produzida pela célula. Isto é possível, pois o movimento flagelar é acionado por uma bomba de prótons, que capta estes prótons do meio externo, fazendo com que eles passem por um motor que gira em sentido aleatório o filamento externo do flagelo. Veja como é feita esta passagem nos esquemas a seguir: Esporos O endosporo é uma célula, formada no interior da célula vegetativa, altamente resistente ao calor, dessecação e outros agentes físicos e químicos, capaz de permanecer em estado latente por longos períodos e de germinar dando início à nova célula vegetativa. A esporulação tem início quando os nutrientes bacterianos se tornam escassos, geralmente pela falta de fontes de carbono e nitrogênio. Na figura a seguir podemos ver as etapas de formação de um endósporo, no interior de uma célula vegetativa de uma bactéria. CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS Não existe uma classificação universalmente aceita para as bactérias. Estes microrganismos são agrupados filogeneticamente, ou seja, conforme a origem genética (ancestrais) – bactérias com características genéticas iguais são agrupadas no mesmo gênero; os gêneros comuns em uma mesma família e assim por diante. Existe nos Estados Unidos o Manual de Bergey de Bacteriologia Sistemática (Williams & Wikins, 1984) que já está em sua 9ª edição com mudanças radicais em relação à edição original, de 1923. Porém, para efeito prático, as bactérias podem ser classificadas por várias outras características como, por exemplo: características da parede celular, forma, respiração e nutrição. A seguir algumas das formas de classificação das bactérias. Classificação quanto às características da parede celular: As bactérias podem ser associadas conforme à estrutura de sua parede celular quando coradas por determinadas metodologias. Isto se deve ao fato de algumas espécies ter sua parede celular formada por uma única e espessa camada formada principalmente por peptídeoglicanos que se entrelaçam formando uma única e enorme molécula. O outro grupo de espécies possui duas camadas mais delgadas na parede celular, uma formada por lipopolissacarídeos e outra por peptídeoglicanos. De acordo com a carcterística da parede celular as bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos. As Gram + e as Gram - METABOLISMO E NUTRIÇÃO DA CÉLULA BACTERIANA Como todos os seres unicelulares, as bactérias reproduzem-se muito rapidamente, dando origem a um número muito grande de descendentes em apenas algumas horas. A reprodução ocorre por divisão binária (ou cissiparidade), na qual a bactéria divide-se em duas, exatamente iguais à primeira. No entanto, para ocorrer esse processo é necessário que haja uma fonte de energia e a matéria-prima necessária para a formação de proteínas e estruturas que compõe a célula bacteriana. É fundamental para o desenvolvimento da bactéria a existência de carbono,água, nitrogênio, íons e energia. Embora o oxigênio seja primordial para o crescimento de diversas bactérias, para algumas espécies ele pode ser tóxico. As bactérias em relação a atmosfera podem ser classificadas como: • aeróbias: necessitam de oxigênio para viver; • anaeróbias: não necessitam de oxigênio; • anaeróbias facultativas: podem viver em ambientes com ou sem oxigênio; • micro aeróbias: necessitam de oxigênio, não supotando alta concentração do mesmo; • capnofilicas: não suportam oxigênio e necessitam de gás carbônico. Fatores que interferem na multiplicação microbiana Em condições favoráveis, os microrganismos iniciam seu processo de multiplicação e crescimento, passando por diversas fases. Esse processo vai desde a fase de adaptação do microrganismo até a fasede morte ou declínio. A primeira fase, denominada de fase de latência ou Lag, é a fase na qual o microrganismo está adaptando-se ao novo meio. Nesse período não ocorre multiplicação das células microbianas, podendo ocorrer, em alguns casos, a diminuição do número de microrganismos. A duração dessa fase tem influência de diversos fatores, como, por exemplo, pH, oxigênio, temperatura, tipo de microrga-nismo, tempo de geração e quantidade de inóculo. A segunda fase, denominada de fase logarítmica ou Log, é a fase na qual ocorre a intensa e constante multiplicação dos microrganismos. Essa fase se finaliza por diversos motivos, entre os quais estão a utilização de todos os nutrientes e a produção de metabólitos tóxicos pelo próprio microrganismo. A terceira fase, denominada de fase estacionária, é a fase na qual a produção de células microbianas permanece constante, devido à falta de nutrientes que ocorre na fase logarítmica. Por fim, na quarta fase, denominada de fase da morte, o número de células decresce constantemente, devido às condições adversas do meio. MICOLOGIA GERAL IMPORTÂNCIA E CARACTERÍSTICA GERAIS DOS FUNGOS Os fungos normalmente são conhecidos por serem causadores de um número bastante significativo de doenças tanto em pacientes imuncompetentes quanto em pacientes imunocomprometidos, o que muitos esquecem, no entanto é que os fungos também são organismos extremamente importantes para o meio ambiente e para a indústria de uma maneira geral. Sobre as características patogênicas dos fungos trataremos mais adiante, no momento tratemos de suas características gerais e do seu papel benéfico para a população. Os fungos são organismos eucariontes, portanto apresentam uma organização típica destes organismos, compreendida essencialmente pela sua organização celular, presença de núcleo e de membrana nuclear envolvendo-o. Fungos foram durante muito tempo classificados como sendo integrantes do reino Plantae, no entanto hoje estão classificados separadamente no chamado Reino Fungi. Os fatores que fizeram com que os fungos fossem agrupados no Reino Fungi, são basicamente aqueles que os diferenciam das plantas, inicialmente pode-se citar a incapacidade dos mesmos em produzir pigmento fotossintético como a clorofila, não apresentarem celulose como constituinte de sua parede celular e não armazenarem amido ao contrário a maior parte apresenta a propriedade de armazenar glicogênio o que os coloca muito mais próximos neste sentido das células animais que de células vegetais. São organismos heterotróficos, ou seja, não são capazes de produzir seu próprio alimento e se alimentam da matéria orgânica. Matéria orgânica normalmente que serve para nutrir esses microrganismos pode ser em sua maioria a matéria orgânica em decomposição, normalmente de cadáveres e restos de animais e plantas, por isso é comum nos referirmos aos fungos como seres saprófitas e em conjunto com bactérias são responsáveis pela reciclagem de nutrientes na natureza e de acúmulo de resíduo orgânico Os fungos podem ser encontrados colonizando seres vivos de qualquer espécie, humana vegetal e animal, são encontrados em grande proporção no solo colaborando nos ciclos dos elementos e sendo facilmente dispersos pelo ambiente através do ar, poeira, insetos, água, homem, animais e vetores de toda espécie. Os fungos podem se constituir de uma única célula constituída, portanto por um único núcleo, desta forma caracterizando o que chamamos de levedura ou a partir de uma formação multicelular, multinuclear como base para a formação de hifas e micélios que constituem os fungos filamentosos ou também conhecidos como bolores. Dentre os constituintes celulares mais importantes destacam-se: a) Parede Celular, b) Membrana Citoplasmática; c) Citoplasma ; d) Núcleo; e) Ribossomos; f) Mitocôndrias; g) Reticulo Endoplasmático; h) Aparelho de Golgi (complexo de golgi) A parede celular é notoriamente reconhecida por sua característica rígida, formada por substâncias diversas como mananas, glucanas e quitina, está especialmente reconhecida por fazer parte do exoesqueleto de invertebrados, na estrutura dos fungos encontra-se em maior quantidade constituindo bolores e em menor nas leveduras. A membrana citoplasmática é estrutura responsável por atuar como uma barreira semipermeável além de atuar no transporte de substâncias quer seja de forma ativa ou passiva para o ambiente intra e extracelular. Formada basicamente por lipídeos e proteínas os lipídeos se revelam sua verdadeira fonte estrutural e as proteínas conferem ao fungo inúmeras enzimas responsáveis por suas atividades metabólicas. O núcleo abriga o material genético fúngico, encerrado dentro do nucléolo constituído por DNA de fita dupla, RNA e proteínas. Os ribossomos são responsáveis pela síntese de proteínas e é nas mitocôndrias, presente no citoplasma celular que ocorre os processos de fosforilação oxidativa, importantes para a síntese de ATP. O retículo endoplasmático encontra-se distribuído por toda célula ligados sobretudo a membrana plasmática, abrigam grandes quantidades de ribossomos responsáveis pela síntese de proteínas. O aparelho ou complexo de golgi assim descrito é uma organela responsável pelo armazenamento de substâncias que serão secretadas pela célula bem como pelo transporte de substâncias até a membrana. As leveduras são reconhecidas por serem microscópicas, ovaladas e podem ser visualizadas sob microscopia óptica comum, podendo ser vistas isoladas, formando blastoconídeos ou pseudohifas. Coram-se por técnica de Gram como Gram positivas, suas colônias normalmente têm aspecto mucóide, de consistência cremosa e ou pastosas. Sua reprodução ocorre basicamente de forma assexuada por divisão binária e ou brotamento- fissão. Na divisão binária a célula mãe se divide ao meio formando duas leveduras idênticas uma a outra, na reprodução por brotamento-fissão a partir de uma célula mãe forma-se brotos os quais podem se separar por processo de fissão ou permanecer integrados a célula mãe, neste caso dando origem a formação do que se considera uma pseudo-hifa, cujo conjunto forma o que pode ser denominado de pseudomicélio. VIROLOGIA GERAL CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS Desconhece-se a origem dos vírus, no entanto, foram aventadas duas hipóteses ou teorias prováveis a primeira afirma que os vírus podem derivar de componentes de células hospedeiras que se tornaram autônomos, para comprovar tal teoria alguns pesquisadores afirmam que algumas sequências virais estão relacionadas a porções de genes celulares que codificam domínios funcionais proteicos. A segunda que os vírus evoluíram a partir de bactérias ou de outras células de vida livre como exemplo pode-se citar os poxvírus, os quais por serem grandes e complexos e podem representar evolução de algum ancestral celular. Os vírus são os menores agentes infecciosos existentes, sendo formados basicamente por proteínas e ácidos nucléicos (DNA ou RNA). São considerados inertes fora das células hospedeiras; replicando-se apenas em células vivas, sendo parasitas ao nível genético. A gama de hospedeiros para determinado vírus pode ser grande ou extremamente limitada, desde microrganismos unicelulares como bactérias e algas, bem como plantas e animais superiores. Estruturalmente vírus são bastante simples quando comparados a microrganismos ditos superiores como bactérias, fungos e parasitas. Os vírus são constituídos basicamente por Capsídio o qual se trata do envoltório proteico ou camada que envolve o ácido nucléico. Os capsômeros são as unidades estruturais do capsídio formados por aglomerados de polipeptídio. Alguns vírus podem ser formados por um invólucro, também chamado de envoltório ou envelope, formado por uma membrana contendo lipídios, proteínas e glicoproteínas que circundam algumas partículas virais. Ao conjunto do capsídeocom o ácido nucléico denominados de Nucleocapsídio. O material genético do vírus pode ser constituído de DNA ou RNA, podendo ser formado por um único segmento ou como são chamados fita simples ou dois segmentos, fita dupla. Além disso inúmeros vírus apresentam um arsenal próprio de enzimas responsáveis por facilitar os processos de infecção e replicação viral, o exemplo mais conhecido é o da transcriptase reversa, enzima está presente no vírus da imunodeficiência humana (HIV) e responsável pela conversão do RNA viral em DNA, o que facilita o processo de replicação em células pelas quais o vírus apresenta tropismo. Os vírus podem classificados segundo alguns critérios tais como (em ordem de importância): 1) Tipo de ácido nucléico: os vírus podem ser constituído como já fora dito de RNA ou DNA, contendo um único filamento ou duplo. 2)Tamanho, Morfologia e Simetria: além do número de capsômeros, presença ou ausência de invólucro. Quanto a simetria vale ressaltar que vírus podem apresentar duas formas ou simetrias bastante características tendo como base a forma do capsídeo viral. Estas podem ser (a) Helicoidal, quando o capsídeo não apresenta uma forma geométrica definida, lembrando uma mola ou uma grande espiral (exemplo Vírus do Mosaico do Tabaco) ou (b) Icosaédrico quando apresenta a forma geométrica de um icosaedro, ou seja, 20 lados iguais. Neste caso se contabilizarmos a quantidade de capsômeros existentes em uma das faces seria razoavelmente fácil aventar a quantidade de capsômeros multiplicando-se o resultado por 20 (exemplo Adenovírus) 3) Susceptibilidade a agentes físicos e Químicos: quando nos referimos a susceptibilidade a agentes físicos e químicos nos referimos a fatores como pH do qual em geral os vírus são estáveis entre valores variando de 5,0 a 9,0. Radiação na qual se comprova que a luz ultravioleta os raios X e partículas irradiadas são capazes de impedir a replicação viral, Susceptibilidade a substâncias como éter o qual permite distinguir os vírus que possuem invólucro dos que não e susceptibilidade a detergentes não-iônicos, como por exemplo Nonidet P40 e triton X-100 os quais solubilizam o conteúdo lipídico dos invólucros e DOC (dodecil sulfato de sódio) que apresenta a capacidade de romper os capsídeos virais. Portanto podem-se classificar os vírus em razão da maior ou menor susceptibilidade dos vírus a estes agentes e ou substâncias 4) Presença de enzimas específicas: a) DNA ou RNA polimerases, responsáveis pela polimerização, ou seja formação de novas fitas de DNA e RNA respectivamente, b) Transcriptases, como por exemplo a transcriptase reversa que consegue produzir uma fita de DNA á partir de uma matriz de RNA, c) Neuraminidades, que por exemplo conferem maior virulência para alguns vírus e são, normalmente estas enzimas o alvo no tratamento contra algumas infecções e d) Hemaglutininas hemaglutininas são glicoproteínas responsáveis pela ancoragem dos vírus na membrana das células hospedeiras. 5) Propriedades Imunológicas: na qual são avaliadas a capacidade de gerar diferentes estímulos à resposta imune, tais como resposta humoral, celular, ativação de citocinas e de sistema complemento. 6) Métodos de transmissão: os vírus podem ser transmitidos de diferentes formas através de secreções e materiais biológicos de uma maneira geral como provenientes de vias respiratórias, secreções genitais como sêmen, esperma, além de amostras de sangue, fezes, urina, LCR, leite materno, colostro. Podem ser transmitidos de forma direta por contato, íntimo ou não. Podem ainda ser transmitidos através do aleitamento materno, atividade sexual, uso de material perfuro cortante, beijo ou através de vetores como insetos e mosquitos dentre outras formas 7) Tropismo: o qual pode ser entendido com a afinidade de um vírus a uma célula ou conjunto de células. Este tropismo não é definido ao acaso, mas sim por uma afinidade intima entre proteínas e glicoproteínas virais e receptores presentes na membrana de células. Este tropismo é capaz de determinar o quanto uma célula será ou não permissível a infecção viral. Estudos de produção de vacinas, por exemplo, baseiam-se no bloqueio de determinados receptores para impedir a ancoragem do vírus a célula, impedindo, por conseguinte sua replicação, em outros casos reconhece-se a capacidade de inúmero vírus de modificarem suas proteínas e glicoproteínas a fim de conseguirem se ligar a diferentes receptores presentes nas membranas de nossas células. 8) Patologia: As infecções virais podem ocasionar inúmeros processos de doenças distintos desde formas assintomáticos e simples resfriados situações mais graves que podem atingir o SNC, tecido cardíaco rins e outros tecidos nobres determinando um prognóstico mais grave e as vezes fatal. 9) Sintomatologia; A grande maioria das infecções virais são subclínicas e, portanto, assintomáticas, no entanto a investigação de sintomas alguns deles considerados patognomônicos (característicos) de determinada infecção são fundamentais na elucidação do processo infeccioso e de sua etiologia. REPLICAÇÃO E INFECÇÃO VIRAL Porque dizemos que vírus se replicam e não se multiplicam, a resposta é simples, diferente de outros microrganismos que apresentam formas variadas de reprodução, como divisão binária, esporogonia, fusão de gametas, etc... vírus fazem cópias de seu material genético utilizando para tal a maquinaria por assim dizer da célula hospedeira. O processo de replicação pode resumidamente ser dividido em cinco etapas distintas sendo elas 1) Adsorção viral; 2) Penetração; 3) Síntese dos componentes virais; 4) maturação da partícula viral; 5) liberação. A adsorção refere-se a etapa onde ocorre o contato da partícula viral com a célula hospedeira. De início entende-se que este contato possa ser revertido, no entanto evolui rapidamente para um contato cada vez mais íntimo chegando ao ponto de se tornar irreversível. A adsorção é a condição fundamental para que possa haver a penetração do material genético do vírus sem o qual a replicação viral não ocorre. Para que a adsorção ocorra é muito importante o papel de receptores presentes nas membranas das células hospedeiras as quais poderão fornecer ou não uma situação ideal para a ancoragem do vírus com subsequente penetração do material genético. Após a ligação se tornar irreversível é introduzida parte ou em sua totalidade o capsídeo viral contendo internamente o material genético viral. Para que o material genético seja introduzido, Penetração, no interior da célula hospedeira são reconhecidos ao menos 4 mecanismos. O primeiro ocorre pela injeção do ácido nucléico diretamente no citoplasma da célula hospedeira sem a penetração do capsídeo viral, este mecanismo é utilizado por vírus como os bacteriófagos capazes de infectar bactérias. Outra forma de penetração do material genético é por endocitose mediada por receptores. Neste processo após a adsorção do vírus a membrana da célula os mesmos acabam sendo englobados pela membrana plasmática. A fusão do envelope viral é o terceiro mecanismo e que ocorre unicamente para vírus envelopado. Por este mecanismo proteínas de fusão presentes no envelope do vírus são ativadas quando da ligação com receptores celulares específicos. A partir deste momento a penetração pode ocorrer então por mecanismo de endocitose. O último mecanismo é o de translocação onde a partícula viral inteira é transportada para dentro da célula através da membrana citoplasmática, mecanismo este raro e ainda incerto, sendo tema de inúmeras pesquisas. Após a penetração do material genético inicia-se a síntese dos componentes virais que levará a produção de centenas de milhares de cópias da partícula viral original. Este processo é marcado basicamente por dois processos distintos, mas ao mesmo tempo complementares a replicação do ácido nucléico viral e a produçãodo capsídeo necessário para abrigar e, portanto, envolver o material genético produzido. E por fim após terem sido sintetizados todos os novos componentes que constituem uma partícula viral, proteínas e ácidos nucléicos devem ser reunidos a fim de estabelecerem de fato uma partícula viral madura, também chamada de partícula viral completa, processo esse denominado de maturação viral. A última e derradeira etapa do processo de replicação viral é a liberação das partículas virais, normalmente este processo ocorre a partir do momento em que o número de partículas virais de certa forma excede o limite que pode ser acumulado por uma célula hospedeira. A liberação dos vírus pode ocorrer basicamente por dois processos seja ele o de lise celular, processo este característico de vírus de replicação rápida e não envelopados ou por brotamento através da membrana celular característico de vírus normalmente de replicação lenta, e envelopados. A replicação viral é constituída, portanto de mecanismos que possibilitem a formação de novas cópias virais as quais tem como objetivo se estabelecer e disseminar pelo organismo do hospedeiro. Dentro deste contexto faz-se importante entender as etapas do mecanismo de infecção viral que acabam por determinar o aparecimento ou não das doenças de etiologia viral. Podemos dividir o processo de infecção viral em 5 etapas, sendo o primeiro deles a penetração e replicação primária na qual os vírus devem fixar-se inicialmente às células de uma das superfícies corporais, pele, trato respiratório, gastrintestinal, urogenital, conjuntiva e então iniciar o processo de penetração, é neste local de entrada que ocorre a replicação primária. Na sequência ocorre a etapa de propagação viral e tropismos Celulares neste momento vírus propagam-se no hospedeiro através da corrente sanguínea (viremia) ou via linfática, a órgãos e células específicas determinado pelo tropismo com os receptores celulares característicos. A destruição das células infectadas por vírus nos tecidos alvos e as alterações produzidas pela destruição tecidual no hospedeiro são em parte as responsáveis pelo surgimento da doença e marcam a terceira fase do processo conhecida como de Lesão celular e Doença. A partir deste momento espera-se que o indivíduo evolua de forma satisfatória, o que determinaria a sua capacidade de Recuperação a qual é dependente de mecanismos de resposta imunidade humoral e celular, interferons e linfocinas entre outros. O último estágio consiste na disseminação do vírus infeccioso no ambiente. RESISTÊNCIA MICROBIANA, ANTIMICROBIANOS E TERAPÊUTICA ANTIMICROBIANA O uso de antimicrobianos segue rigorosas recomendações, abaixo algumas destas: ANTIMICROBIANOS QUE PROMOVEM RUPTURA DA PAREDE CELULAR Penicilinas: Naturais (Penicilia G e Penicilina V) - Eficaz contra maioria dos Streptococcus. Resistentes a penicilinases: Meticilina, Oxacilina e outros. Semelhante as penicilinas Naturais, entre-tanto com maior eficiência contra Staphylococcus. Cefalosporinas e Cefamicinas: Cefalosporinas de espectro ampliado: Cefaclor, Cefuroxima - Atividade correspondente à oxacilina contra bactérias Gram positivas. Alta atividade contra Gram negativas Cefamicinas de espectro ampliado: Cefotetan, Cefoxitina - Atividade correspondente às Cefalosporinas de espectro ampliado. menos sensível às β-Lactamases Espectro ampliado: Cefotaxima, ceftriaxona e outras - Atividade correspondente à oxacilina contra bactérias Gram positivas. Intensa atividade contra Gram negativas ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTÉICA Aminoglicosídeos: Estreptomicina, Amicacina, Gentamicina e outros - Utilizados preferencialmente contra bacilos Gram negativos. Aminociclitol: Espectomicina - Eficaz contra Neisseria gonorrhoeae. Tetraciclinas: Tetraciclina, Doxiciclina, Minociclina - Eficaz contra Gram positivas e Gram negativas Oxazolidinona: Linezolida - Ativa contra Staphylococcus, Enterococcus, Streptococcus, bacilos Gram positivo. Macrolídeos: Eritromicina, Azitromicina, Claritromicina - Amplo espectro contra bactérias Gram positi-vas e algumas Gram negativas Cetolídeos: Telitromicina - Atividade similar aos Macrolídeos; ativo contra alguns Staphylococcus, Streptococcus resis-tentes à Macrolídeos. Lincosamida: Clindamicina - Ampla atividade contra cocos Gram positivos ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE DE ÁCIDO NUCLÉICO Quinolonas: Espectro reduzido: ácido nalidíxico - Eficaz contra alguns Gram negativos; inefi-caz contra Gram positivos. Amplo espectro: Ciprofloxacina e outros - Eficaz contra Gram positivos e Gram nega-tivos Espectro ampliado: Gatifloxacina e outros - Eficaz contra Gram positivas, principalmen-te Streptococcus e Enterococcus. TESTE DE SENSIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS Indicação do Exame O teste de sensibilidade é sugerido em casos de infecções bacterianas que necessitem de tratamento com antimicrobianos. Também é de grande valia, quando não se sabe a quantidade exata de antibiótico necessária para inibir aquele determinado microrganismo. Muito utilizado na identificação de espécies que adquiriram resistência aos antibióticos normalmente adotados nos tratamentos. Significado clínico O antibiograma possibilita escolher a melhor opção terapêutica considerando custos e orientações consensuais para drogas de 1ª escolha e alternativas. Mesmo que tratamento de origem empírica já tenha iniciado, o antibiograma pode apontar que necessite de ajuste no tratamento, quer da dose, quer do antimicrobiano. Os testes também podem ser proveitosos em controles de infecção hospitalar, controles epidemiológicos e adesão de novos antimicrobianos. Se tratando de microrganis-mos que fazem parte da microbiota normal, os testes não devem ser realizados. SELEÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS A seleção de antimicrobianos deve seguir recomendações principalmente do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) para drogas de primeira escolha e drogas alternativas, avaliação de eficácia clínica e resistência. Em hospitais, são consideradas as sugestões da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) e os agentes antimicrobianos disponíveis na instituição. Teste de Disco-Difusão em Ágar: Disco-Difusão (DD): Baseado no processo primário descrito por Kirby e Bauer, após diluição, a bactéria é inoculada em ágar e discos impregnados com antimicrobianos específicos são colocados sobre o ágar. A partir daí, ocorre a difusão do antimicrobiano no meio de cultura. Após o tempo de incubação, avalia-se o aparecimento de uma zona radial de inibição, caso haja ação da droga frente à bactéria. Esta técnica possibilita a definição dos fenótipos com divisão em categorias como sensível, intermediário e resistente. MEIOS DE CULTURA E SOLUÇÕES EM MICROBIOLOGIA MEIOS DE CULTURA Meio de cultura é o material nutritivo preparado para o desenvolvimento de microrganismos. Algumas bactérias podem crescer normalmente em qualquer tipo de meio, outras bactérias exigem meio de cultura específico. Existem também aquelas que não se desenvolvem em nenhum tipo de meio de cultura já desenvolvido. O tipo de meio utilizado para os microrganismos se desenvolverem depende de vários fatores, como a origem do material a ser analisado, a espécie que deseja obter na amostra, e as necessidades nutricionais dos organismos. A especificidade dos meios de cultura é muito importante, para isolamento e identificação de certos microrganismos, como, por exemplo, isolamento de microrganismos do solo ou na análise microbiológica de água, alimentos, entre outros. Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos, quando contém ágar na concentração de 1 a 2,0 %, semi-sólidos, quando a quantidade de ágar e ou gelatina é de até 0,5%, e líquidos, sem agentes solidificantes, apresentando-secomo um caldo. A consistência do meio de cultura acontece devido a presença do ágar, uma substância de natureza polissacarídica complexa obtida a partir de algas marinhas, que vem sendo bastante utilizado na microbiologia. Os meios de cultura ainda podem ser classificados quanto a sua complexidade em quimicamente definidos, básicos e complexos e em relação a sua aplicabilidade como meios diferenciais, seletivos para pré e enriquecimento de amostras. Tipos de meio de cultura Meios líquidos: os nutrientes estão dissolvidos em uma solução aquosa estando naturalmente mais biodisponíveis. São meios utilizados quando se objetiva prover o enriquecimento de amostras. Exemplo: Caldo BHI (infusão de coração e cérebro) Meios semi-sólidos: além de possuir nutrientes em sua composição, apresentam ágar em pequena quantidade os quais são utilizados habitualmente nas provas de motilidade bacteriana. Meios sólidos: possuem em sua composição nutriente e Agar sendo basicamente utilizados para o isolamento e cultivo de microrganismos, para a realização de provas e testes de identificação de espécies dentre outros. Exemplo: Agar Mueller-Hunton. Meios quimicamente definidos: sua composição química exata é conhecida. São bastante utilizados no estudo do comportamento nutricional de diferentes espécies bacterianas; Meios de cultura básicos: permitem o crescimento bacteriano, sem satisfazer nenhuma exigência em especial; Meios de cultura complexos: são compostos de nutrientes, como, por exemplo, extratos de levedura, carne, plantas ou produtos proteicos de outras fontes. Tais extratos fornecem as vitaminas e os outros fatores de crescimento orgânico, como por exemplo, os extratos de levedura, que são extremamente ricos em vitaminas B em concentrações muitas vezes difíceis de se estabelecer, tornando os meios ricos em nutrientes porém por muitas vezes pouco seletivos. Exemplo; Agar sangue de carneiro Meios seletivos: elaborados com o objetivo de favorecer o crescimento de outras bactérias. O ágar sulfeto de bismuto, por exemplo, é um dos meios de cultura utilizado para isolamento de bactéria causadora do tifo, a bactéria Gram negativa Salmonella typhi, a partir das fezes. Exemplo de meio seletivo: Meio Agar Sabouraud, é um meio que contém nutrientes que favorece o crescimento de diversos fungos; Meio diferencial: Permite por sua composição a diferenciação de algumas bactérias em termos de gênero e espécie como, por exemplo, os diferentes tipos de Chromo Agar e o próprio Agar sangue de carneiro que permite a diferenciação de bactérias hemolíticas pelo padrão de hemólise de hemácias por elas apresentado. Desta forma bactérias como do grupo dos Streptococcus spp e dos Stapylococcus spp podem ser diferenciadas pelo padrão de hemólise que apresentam; O padrão de hemólise pode ser dos tipos alfa, beta ou gama. A alfa-hemólise ocorre quando da lise parcial das hemácias. É possível visualizar uma área de coloração esverdeada ao redor das colônias bacterianas provocada pela produção de um pigmento denominado de biliverdina. A Beta hemólise ocorre com lise total das hemácias percebe-se áreas claras em torno das colônias bacterianas. E por fim a gama hemólise que apesar do nome é caracterizada pela ausência de lise das hemácias. Meios de pré-enriquecimento: utilizado para recuperar os microrganismos danificados por algum tipo de tratamento (térmico ou químico) Ex: água peptonadae caldo lactosado; O meio de enriquecimento: utilizado para separar bactérias presentes em pequenas quantidades e de outras presentes em grandes quantidades. Geralmente esse meio é utilizado em amostras de fezes e solos. Exemplo: Caldo Tetrationato e Selenito-Cistina, para cultivo de Salmonelas. Meios de cultura utilizados na rotina laboratorial e suas aplicações/características: A diversidade dos meios de cultura é essencial para processo de identificação dos microrganismos. E compreender o potencial de crescimento de cada meio de cultura e adaptar ao perfil bacteriano, contribui muito no processo de diagnóstico microbiológico. Ágar Chocolate: Isolamento de Haemophilusspp, Neisseriaspp, Branhamella catarrhalis e Moraxella spp. em amostras clínicas Ágar MacConkey: É um meio seletivo (pela presença de sais biliares, cristal de violeta e NaCl) para isolamento de bacilos Gram negativo, enterobactérias e não fermentadores Ágar Mueller Hinton: Utilizado para realização do teste de avaliação da resistência aos antimicrobianos pelo método de difusão em disco (Kirby-Bauer) para bactérias de crescimento rápido. Ágar Sangue: Meio utilizado para a maioria dos materiais clínicos, permite o crescimento de grande parte dos patógenos não fastidiosos ou que requerem incubação especial. Verificação de hemólise dos Streptococcus spp. e Staphylococcus spp Tioglicolato: Meio líquido enriquecedor ÁgarCystine Lactose Electrolyte Deficient (CLED): Usado para isolamento, identificação de microrganismos presentes em amostra de urina. A deficiência de eletrólitos inibe o véu de cepas de Proteus. Ágar Salmonella-Shigella (SS): Meio para isolamento de Salmonella e Shiguella sp. Permite diferenciar bactérias lactose positivas e negativas, além de detectar a produção de H2S. Ágar Dnase: Verificar se bactéria possui a enzima desoxiribonuclease, a qual degrada DNA. Ágar Citrato de Simmnons: Verificar a capacidade do microrganismo em utilizar o citrato de sódio como única fonte de carbono. Auxilia na identificação das Enterobactérias Ágar Chromoagar: Identificar e isolamento da maioria das espécies de Candida spp. Ágar Saboraud (AS): Verificar o crescimento de espécies de Candida e fungos filamentosos. BIOSSEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS EM MICROBIOLOGIA MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E PROCEDIMENTOS DA ROTINA MICROBIOLÓGICA O papel fundamental do Laboratório de Microbiologia Clínica é de cultivar e pesquisar nas amostras coletadas, qual é ou em alguns casos quais são os microrganismos envolvidos no processo patológico. Através do isolamento de culturas microbiológicas com subsequente execução de provas bioquímicas, podemos reconhecer qual o microrganismo é o causador da infecção. Após a identificação da espécie são realizados testes de sensibilidade a algumas famílias de antibióticos, possibilitando indicar a antibioticoterapia ideal para o tratamento do paciente, frente o microrganismo isolado. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS USADOS EM MICROBIOLOGIA O laboratório é um espaço físico com parâmetros ambientais controlados, equipado com diversos instrumentos de medição que permitem a correta medida ou análise das grandezas físicas. Nele se realizam os procedimentos experimentais, cálculos, medições, análises químicas, físicas ou biológicas e demais funções que exijam controle e precisão alcançáveis apenas em ambiente planejado para tal. Equipamentos: Autoclave: esterilização feita por calor úmido, que através do vapor desnatura as proteínas dos microrganismos. O equipamento consiste em uma câmara de vapor, com a temperatura de ebulição em torno de 121°C. A autoclave é um equipamento indispensável ao laboratório de microbiologia, na esterilização de meios de cultura, água, suspensões, entre outros. O tempo de autoclavagem deve ser respeitado de acordo com o material a ser esterilizado. O equipamento deve ser aberto com cautela, quando a pressão chegar à zero, pois o vapor liberado é de alta temperatura. Recomenda-se a utilização de luvas de amianto para abrir a autoclave. Estufas de esterilização (fornos de Pasteur): esse equipamento é utilizado para esterilização a seco, a temperatura de 170-200°C por 1-2 horas, recomendado o uso para as vidrarias. Refrigerador: após o preparo de meio de culturas, para garantir a conservação dos microrganismos, recomenda-se deixá-los sob baixa temperatura. Estufa bacteriológica: auxilia no crescimento dos microrganismos devido a incubaçãoser em temperatura ideal. Mesa agitadora (rumbeira): auxilia no crescimento de microrganismos aeróbios, pois a mesa agitadora, através dos movimentos rotatórios dissolve o oxigênio do meio de cultura. Capela de fluxo laminar: câmara asséptica, dotada de exaustor e lâmpada fluorescente, utilizada na repicagem de microrganismos. Fermentador: equipamento no qual ocorrem as fermentações, podendo ser dotado de sistemas de agitação, aeração e refrigeração. PROCEDIMENTOS DE DESINFECÇÃO PREPARO E CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS PARA USO Lavagem e Secagem de Materiais Para a lavagem de vidrarias em geral deve-se recolhê-las e deixa-las de molho em solução contendo hipoclorito de sódio (1:5), o período de limpeza pode variar de 2 a 24 horas. Imediatamente após o molho deve-se enxaguar em água corrente, utilizando quando necessário escova de lavagem ou esponja facilitando a limpeza. Em seguida enxagua-se em água deionizada (tipo II ou III) e seca em estufa de secagem. Todo material proveniente do setor de microbiologia deve ser acondicionado em sacos plásticos apropriados para que suportem a ação da autoclave. O material é submetido a esterilização antes de ser devidamente descartado ou encaminhado para um processo de lavagem. A lavagem deve ser realizada de acordo com o tipo de material. Desinfecção da bancada Antes de qualquer procedimento no laboratório, a bancada deve ser limpa com uma solução detergente seguida de uma solução com álcool a 70%. Desinfecção da vidraria Para a descontaminação de vidraria contaminada, primeiro ela tem que passar pela autoclave e em seguida ser lavada com solução de detergente ou sabão neutro. A Vidraria sem contaminação deve ser lavada com uma solução de detergente ou sabão neutro. Acondicionamento Placas de Petri devem ser embrulhadas com papel, geralmente formando conjunto de três unidades. Para o acondicionamento de piptas obturam-se as boquilhas com mecha de algodão para filtrar o ar soprado e proteger o operador durante a manipulação. Em seguida, são enroladas uma a uma com papel, anotando a capacidade de cada uma. Os tubos de ensaio, balões de fundo chato, erlenmeyers, fernbachs são preparados introduzindo-se um tampão de algodão cardado na boca do recipiente. Utilizar uma quantidade de algodão suficiente para facilitar o manuseio, isto é, não deve ser nem muito apertado, nem muito frouxo. As lâminas devem ser imersas em solução alcoólica, desta forma ficando aptas a serem utilizadas a qualquer momento, evitando que as mesmas sejam danificadas. Toda vidraria utilizada no laboratório de microbiologia, antes de ser preparada para esterilização, deverá estar limpa e seca. INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA CLÍNICA PRINCIPAIS GRUPOS BACTERIANOS DE INTERESSE CLÍNICO Cocos gram positivos Entre as bactérias em formato de cocos destacam-se algumas espécies de Gram positivos, os quais tem papel relevante no aspecto clínico. Entre estas podemos citar os Estafilococos spp, Estreptococos spp e Enterococos spp. Staphylococcus spp A espécie estafilocócica mais importante é o Staphylococcus aureus, assim denominado pela pigmentação amarelada das colônias (aureus = dourado). São colônias anaeróbias facultativas, porém crescem melhor na presença de oxigênio. Esse microrganismo provoca infecções de pele, muitas vezes até supurativas, como furúnculos e abscessos. Em casos mais graves, causam sepse, que corresponde a uma infecção generalizada. Penetram na pele por meio de soluções de continuidade (lesões), que são “portas de entrada” para essas bactérias, bem como a introdução de cateteres no organismo (como no caso da sonda vesical ou do escalpe e agulhas). Os Estafilococos são bactérias não esporuladas tolerantes ao meio ambiente. Podendo se manter vivas por meses em amostras ressecadas, e podem ser resistentes a concentrações altas de sal e variações de temperatura. Mesmo após a descoberta dos antimicrobianos e grande evolução das condições de saneamento básico, esse microrganismo ainda é um importante patógeno causador de infecções, principalmente no âmbito hospitalar. Boa parte da população apresenta como parte de sua microbiota, principalmente da região da nasofaringe ou de outras regiões do corpo, como pele e vagina. A partir destes sítios, o S. aureus pode contaminar, objetos inanimados ou ser transmitidos a outros pacientes por contato direto e indireto, podendo levar a um processo infeccioso ate mesmo fatais, dependendo do estado geral do paciente, devido a fatores de virulência ou pela resistência aos antimicrobianos. Entre as principais patologias causadas pelo Staphylococcus aureus estão: Impetigo, Foliculite, Furúnculo, Carbúnculo, Bacteremia e endocardite, pneumonia, Osteomielite, Artrite séptica e Choque tóxico. A mesma capacidade do Staphylococcus aureus em desenvolver resistência aos antibióticos, também pode surgir nos Staphylococcus coagulase negativos. Com base nisso, há a necessidade de uma identificação rápida e eficiente de todos os casos em que estes microrganismos se apresentam. Entre os Staphylococcus coagulase negativa mais frequentes, podemos citar: Staphylococcus epidermidis: causador de infecções de cateteres e próteses sendo o microrganismo mais encontrado em hemoculturas, associado como contaminante ou agente etiológico de sepse. Staphylococcus saprophyticus: causador de infecção urinária especialmente em mulheres jovens. Staphylococcus haemolyticus: importante devido à resistência aumentada aos antimicrobianos, e por ser frequentemente confundido com o S. aureus, por gerar hemólise na placa de ágar sangue. Streptococcus spp Os estreptococos podem ser classificados de acordo com seu aspecto na placa de ágar sangue, produzindo: hemólise total (beta), parcial (alfa, pela formação de pigmentos biliverdian de cor esverdeada) ou sem produzir hemólise (gama). A identificação de espécie de estreptococos beta hemolíticos é feita também através de aglutinação com soros específicos contra os antígenos de Lancefield (A, B, C, D, F e G). Antes da descoberta dos antibióticos, os estreptococos foram considerados os principais agentes causadores de infecção hospitalar, gerando surtos de infecção e morte de puérperas. São causadores de doenças graves e muitas vezes letais, sobretudo em pacientes imunocompetentes, sendo indispensável a realização rápida do diagnóstico e o tratmento direcionado de manneira precisa. Entre os principais Estreptococos estão: Streptococcus pyogenes: Pode causar infecções supurativas como Faringite, Escarlatina, Pioderma, Erisipela, Celulite, Fasciite necrosante e Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico, e infecções não supurativas como Febre Reumática e Glomerulonefrite Aguda. Streptococcus agalactiae: Pode ocasionar Doença neonatal de inicio precoce ou tardio, infecções na mulher grávida como endometrite pós-parto e infecção do trato urinário. Além de causar bacteremias em indivíduos de ambos os sexos. Streptococcus do grupo viridans: É capaz de causar Septcemias, Endocardite, Cárie dentária, Neoplasia do trato gastrointestinal e meningite. Streptococcus pneumoniae: Causa Pneumonias, Meningite e Bacteremias. Enterococcus spp Os Enterococos cada vez mais ocupam um papel de destaque no contexto hospitalar, devido ao crescente número de casos de infecção hospitalar, e pelo surgimento de resistência aos antibióticos habitualmente administrados no combate destas infecções. Os isolados de Enterococos mais encontrados são: Enterococcus faecalis (90% dos casos) e Enterococcus faecium, com grande predisposição par a colonização de pacientes e de equipamentos hospitalares. Apresentam sensibilidade ou resistência variável aos antibióticos como a vancomicina. Atualmente, já são descritas cepas naturalmente resistentes à vancomicina e que podem ser isoladas de pacientes internos. Os principais processos patológicos a que estão envolvidosos Enterococos são as Infecção do Trato Urinário, Peritonite e Endocardite (ITU’s). Cocos Gram Negativos Os principais cocos gram negativos de interesse clínico são as do gênero Neisseria spp e as espécies que acometem exclusivamente os seres humanos são as Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis. Neisseria gonorrhoeae: bactéria patogênica causadora da Gonorréia, é transmitida através de relação sexual ou pelo parto. No homem é causa comum de uretrite, epididimite, prostatite e estenose uretral. Na mulher causa corrimento vaginal, endocervicite, uretrite, abscesso vestibular, salpingonegooforite e doença inflamatória pélvica, em récem-nascidos pode causar uma conjuntivite denominada Oftalmia neonatorum. A doença sistêmica pode ocorrer em 1 a 3% dos pacientes infectados, e as lesões cutâneas são do tipo máculo- pustulares ou hemorrágicas, com centro de necrose. Neisseria meningitidis: Pode causar meningite, infecção sistêmica grave com coagulação intravascular disseminada (CIVD), podendo causar em associação outras infecções (conjuntivite, artrite, sinusite e pneumonia). A transmissão ocorre através das vias aéreas. Bacilos Gram Positivos Esporulados Entre as diversas espécies de bacilos Gram positivos esporulados (formadores de esporos), os gêneros Bacillus spp e Clostridium spp são os que apresentam maior importância clínica, as espécies mais importantes são o Bacillus anthacis, Bacillus cereus, Clostridium perfringens, Clostridium tetani e Clostridium botulinum. Bacillus anthracis: Bactéria que infecta primariamente herbívoros, sendo o homem um hospedeiro acidental. Devido sua resistência no meio ambiente e por ser altamente letal, principalmente quando inalado, esse microrganismo pode ser usado como arma de Bioterrorismo. A infecção pode ocorrer como Antraz cutâneo, Antraz gastrointestinal e Antraz inalado. Bacillus cereus: Causa mais comum de infecção ocorrendo através da ingestão de alimentos contaminados ocasionando gastroenterite. Infecções oculares e doença pulmonar grave também podem ser associados a esse patógeno. Clostridium perfringens: Causador infecções de tecido mole, celulite, miosite supurativa e mionecrose. Também pode causar gastroenterites a partir de intoxicações alimentares e até enterite necrosante. Clostridium tetan: Um microrganismo de difícil cultivo. Tem formato bem característi -co, semelhante a uma raquete. A doença é caracterizada por espasmos musculares, podendo ser generalizado ou localizado acometendo adultos, crianças e ate lactantes. Clostridium botulinum: Pode contaminar o indivíduo através dos alimentos, causando o botulismo alimentar. Ele produz uma neurotoxina que se liga a neurotransmissores por tempo prolongado. Tem altos índices de mortalidade em casos que não recebem suporte adequado. Também associado ao botulismo infantil e botulismo de feridas. Bacilos Gram positivos não esporulados Entre os principais bacilos Gram positivos não esporulados de interesse clínico podemos citar Listeria monocytogenes, Erysipelothrix rhusiopathiae e Corynebacte-rium diphtheriae. Listeria monocytogenes: É o agente causador da Listeriose. Infecção causada por alimentos contaminados. Costuma ter seus picos de incidência principalmente no verão, de forma mais grave pode causar aborto. Erysipelothrix rhusiopathiae: Causa comum de Erisipela, que se manifesta através de lesões na pele. Também pode causar doenças septicêmicas, tipicamente associadas a endocardites. Corynebacterium diphtheriae: Agente causador da Difteria. Doença que acomete principalmente a região da faringe. Responsável por um grande surto ocorrido no final do século XX, provocando um número elevado de óbitos. Nos dias atuais existe imunização através da vacina o que diminuiu significativamente sua incidência. Além da forma respiratória, também pode se manifestar na forma cutânea. Bacilos Gram Negativos Fermentadores - Enterobactérias É a maior e mais heterogênea família de bactérias Gram negativas de importância clínica. São considerados atualmente, 27 gêneros e centenas de espécies compõem essa família. A maioria das enterobactérias é encontrada no trato gastrointestinal de humanos, no reino animal, na água, solo e vegetais. Alguns também são considerados patogênicos por causarem infecções gastrointes-tinais como a Salmonela spp.,Shigella spp., Yersinia enterocolitica e vários sorotipos de Escherichia coli. As enterobactérias representam cerca de 80% dos Gram negativos de importância clínica. São responsáveis em média por 70% das infecções urinárias e 50% das septicemias. Principais gêneros das enterobactérias (cerca de 99% dos isolamentos de enterobactérias de importância clínica): Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobac-ter spp., Proteus spp., Providencia spp., Morganella spp., Citrobacter spp., Salmonella spp., Shigella spp. e Serratia spp. As enterobactérias menos isoladas são: Edwarsiella spp.,Hafnia spp., Yersinia spp. Bacilos Gram Negativos Não Fermentadores Os bacilos Gram negativos considerados como não fermentadores (BNFs) são aeróbios, não esporulados, incapazes de usar carboidratos como fonte de energia através de fermentação, usando a via oxidativa para degradá-los. A definição deste grupo de bactérias é de grande valia nos casos de infecção hospitalar. Mesmo com baixa incidência em hospitais, normalmente eles apresentam alta resistência a vários antimicrobianos diferentes podendo causar infecções graves. Estas bactérias colonizam e causam infecções, em especial, em pacientes graves internados em Centro de Tratamento Intensivo e submetidos a procedimentos invasivos. O número de bactérias não fermentadoras conhecidas é muito grande. Os principais BNFs considerados de maior importância clínica são: • Acinetobacter spp. • Alcaligenes spp. • Achromobacter spp. • Burkholderia cepacia • Chryseobacterium (Flavobacterium) spp. • Moraxellaspp. • Pseudomonas aeruginosa • Pseudomanas pseudomallei • Stenotrophomonas spp. Micobactérias As micobactérias apresentam significativo número de morbi-mortalidade. O gênero é formado por mais de 130 espécies,.Devido seu formato e caráter tintorial, também são conhecidas como Bacilos Álcool-Ácido Resistentes (BAAR) Mycobacterium tuberculosis: Agente causador da Tuberculose, doença com alto índice de mortalidade, a qual a Organização Mundial da Saúde estima que ocorra em média 2 milhões de mortes no mundo. Embora possa infectar qualquer órgão, acomete principalmente os pulmões. Mycobacterium leprae: É o causador da Lepra, uma das doenças mais antigas que se têm relato, também conhecida como Doença de Hansen. Seu período de incubação é prolongado, e os sintomas podem se desenvolver em até 20 anos após a infecção. Pode se apresentar na forma de Lepra Tuberculoide e Lepra Lepramato-sa. PRINCIPAIS DOENÇAS DE ETIOLOGIA VIRAL Para se compreender melhor algumas doenças de etiologia viral é importante entender que muitas infecções virais são subclínicas, ou seja, não apresentam sintomas, são o que chamamos assintomáticas e, portanto difíceis de serem percebidas e ou diagnosticadas. A mesma doença pode ser produzida por uma grande variedade de vírus, o mesmo vírus pode provocar uma grande variedade de doenças o que significa que muitos vírus diferentes são capazes de causar o mesmo quadro clínico, e o mesmo quadro clinico pode ser causado por vírus diferentes, dificultando o diagnóstico clínico e influenciando a implementação de técnicas e procedimentos laboratoriais que visem uma melhor elucidação dos casos. A doença produzida não tem relação com a morfologia viral e a evolução de qualquer caso é determinada pela constituição genética do vírus e do hospedeiro. As doenças de etiologia viral para serem melhor compreendidas podem ser divididas em Generalizadas nas quais os vírus se propagam pelo organismoatravés da corrente sanguínea, com comprometimento sistêmico, ex: sarampo, rubéola, varicela, febre amarela, dengue e enterovírus ou Doenças Órgãos Específicas como as que acometem o SNC tais como a Poliomielite, meningite ( poliovírus, coxsackie e echovirus), raiva, encefalite ( rabdovírus, sarampo, caxumba, herpes ...) o Trato Respiratório como as Pneumonias, bronquites, bronquiolites, gripes e resfriados ( Influenza, Parainfluenza, Vírus Sincicial Respiratório - VRS), Pele e Mucosas como nas infecções por Herpes simples tipo 1 – ( oral ) , Herpes simples tipo –2 ( genital ) , Herpes zoster, sarampo e varicela, Hepáticas por vírus da Hepatite tipo A ( infecciosa), Hepatite B (sérica), Tipo C e E; febre amarela as que acometem as Glândulas salivares como na Caxumba e infecção por citomegaloví-rus o Trato Gastrintestinal típicas da infecção por Rotavírus e adenovírus entérico e por fim as Sexualmente transmissíveis como as causadas pelos vírus Herpes simples , Hepatite B, papilomavírus, Retrovírus. A seguir apresenta-se uma breve explanação a cerca de alguns vírus de importância epidemiológica, no Brasil e o Mundo. Poliomielite – Poliovírus Os poliovírus multiplicam-se inicialmente nas mucosas, especificamente nas placas de Peyer e nas tonsilas, onde a replicação pode ser detectada em até três dias. Os vírus multiplicam nos linfonodos acarretando em uma pequena viremia, invadindo o sistema retículo- endotelial é neste momento que o sistema nervoso central pode ser invadido A maioria dos indivíduos infectados com poliovírus controla a infecção antes da viremia secundária, o que resulta em infecção assintomática. Alguns estudos sugerem que a disseminação para o sistema nervoso central pode ocorrer pelos nervos periféricos ou craniais, por fluxo axonal retrógrado. A infecção pelo Poliovírus no SNC pode acarretar em paralisia flácida permanente dos membros inferiores e, portanto reintera-se a necessidade de se manter altos níveis de vacinação em razão do vírus ainda não ter sido considerado erradicado em termos mundiais.. Gripes e Resfriados Embora se faça confusão entre a gripe (ou influenza) e o resfriado comum, essas doenças são causadas por tipos diferentes de vírus. Os vírus da gripe quase sempre provocam febre, prostração, cefaléia, dores musculares, tosse seca, espirros e obstrução nasal. O resfriado comum é uma doença mais branda, causada por diversos vírus que atacam apenas as partes altas do aparelho respiratório (nariz e faringe). A mucosa nasal inflamada elimina grande quantidade de líquido claro e aquoso (coriza). Geralmente, ocorrem também espirros, cefaléia, secura na garganta e, mais raramente, um ligeiro aumento da temperatura do corpo. Ambas as doenças são transmitidas por gotículas de secreção das vias respiratórias lançadas no ambiente por meio da tosse ou do espirro. A disseminação é facilitada pelas aglomerações humanas, pela poeira, pelo frio (que irritam a mucosa das vias aéreas) e pelas más condições de higiene e alimentação; e é autolimitante, durando de três a sete dias. A imunidade natural ou por vacinação não é duradoura, pois novas formas de vírus (mutantes), contra os quais o organismo humano ainda não produziu anticorpos, aparecem rapidamente. Os antibióticos não exercem nenhum efeito e devem ser restringidos, a não ser nos casos de infecções bacterianas secundárias. Recomenda-se apenas repouso, hidratação e tratamento sintomático com analgésicos, antitérmicos e descongestio-nantes nasais. Influenza pandêmica A / Vírus H1N1 Muitas epidemias foram originadas pelo vírus da influenza A. A linhagem H1N1 circulou entre humanos em 1918 e foi o agente etiológico da pandemia conhecida como gripe espanhola. Esse vírus resultou na morte de 20 a 50 milhões de indivíduos em todo o mundo. O novo subtipo do vírus influenza A/H1N1 é resultante de uma recombinação genética do vírus suíno, humano e aviário. Em 2009 foi detectado no México, colocando em alerta a saúde pública mundial, pois esta nova cepa rapidamente se disseminou causando uma pandemia. No Brasil, até o final do ano de 2009, foram detectados aproximadamente 40 mil casos graves e 1705 óbitos registrados. Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva que são expelidas pelo indivíduo infectado ao falar, tossir e espirrar. O contágio pode ocorrer ainda de maneira indireta, por meio de contato com secreções do indivíduo doente. Nesse caso, as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular. Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre alta (perdura por três dias), em geral acima de 38 °C, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, cefaléia e tosse seca. É comum a queixa de garganta seca, rouquidão e queimação retroesternal ao tossir, bem como pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. Há hiperemia das mucosas, com aumento de secreção nasal hialina. O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais. Quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais, também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças. Os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes sem outros sintomas, mas, em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. Varicela ( Catapora ) - Vírus da varicela-zoster (HHV-3) O agente etiológico da varicela (catapora) e do herpes-zoster é o vírus da espécie Human herpesvirus 3. Na catapora, as células da pele tornam-se os principais sítios para a replicação viral. Surgem as lesões de característica maculo-papular as quais evoluem para vesículas, e depois para ulcerações e necrose da derme. Os sintomas de febre, mal-estar, cefaleia, e dor abdominal frequentemente ocorrem por 24 a 48 horas antes do aparecimento do exantema. Sintomas como a febre, irritabilidade, letargia e perda de apetite são comuns e tendem a desaparecer nas primeiras 72 horas após aparecimento do exantema. O exantema se inicia na face ou tronco. As e geram um prurido intenso. Após 24 a 48 horas, o fluído vesicular torna- -se turvo e as crostas aparecem. Lesões da orofaringe, conjuntiva e vagina são comuns. Lesões novas aparecem por até 6 dias e a varicela subclínica é muito rara. A reativação apresenta-se tipicamente como herpes-zoster, um exantema vesicular em geral confinado à distribuição de um ou mais nervos sensoriais. Em indivíduos imunocomprometidos, o exantema é em geral mais extenso, e a replicação cutânea é acompanhada por viremia. Novas lesões aparecem por até sete dias. Doença Exantemática ( Rubéola )- Vírus da Rubéola O vírus é transmitido principalmente por partículas geradas por pessoas infectadas podendo ser detectado em secreções nasofaríngeas de sete a quatorze dias após o aparecimento do exantema. O início da infecção dá-se em células epiteliais do trato respiratório superior, posteriormente alcançando o tecido linfóide da nasofaringe, de onde há disseminação sistêmica envolvendo vários órgãos. O período de incubação varia em média de 8 a 14 dias o exantema surge em média 16 a 18 dias depois do início da infecção, é de característica bastante benigna, aparecendo inicialmente na face e rapidamente se disseminando para o tronco e extremidades distais. As complicações mais comuns incluem artrite, artralgia, encefalopatia e trobocitopenia. Em gestantes é temido por sua capacidade de causar má- formações sendo preconizado durante o período pré natal exames sorológicos para avaliação do status sorológico e monitoração das pacientes susceptíveis. Em RN é reconhecidamente a maior causa de surdez não genética. Hepatite Infecciosa do Tipo A – Vírus da Hepatite A (HVA) Sabe-se que o HVA se instala primariamente nofígado utilizando o aparelho digestivo como via de entrada, sem causar lesão local. A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral, e os alimentos e as águas contaminados são os principais veículos de transmissão durante os períodos de epidemias. Nos ambientes familiar e institucional, o contato pessoal íntimo pode facilitar o contágio, sobretudo pelo compartilhamento de copos e talheres.. A transmissão por via parenteral, sob a forma de transfusão ou uso de drogas, ainda que teoricamente possível, não tem sido verificada. Os pacientes infectados são transmissores da doença por um período que varia de duas a três semanas antes do aparecimento da icterícia, amarelamento típico da pele e das mucosas caracteristico de infecções hepáticas até, duas semanas após a regressão desse sintoma. A fase ictérica é acompanhada pelo aparecimento de urina escura e fezes descoloradas manifestações claras de excesso de bilirrubina não conjugada na circulação sanguínea (bilirrubinemia). Essa fase inicia-se após até dez dias depois do aparecimento dos sintomas iniciais. A doença é mais leve em crianças do que em adultos, e a recuperação em geral é completa, não se observando casos de infecção crônica Hepatite Infecciosa do Tipo B – Vírus da Hepatite B (HBV) A infecção pelo vírus da hepatite B pode resultar em diversas patologias, mais De 65% a 80% das infecções ocorrem de forma subclínica; 20% a 35% ocorrem na forma de doença com icterícia. Dos indivíduos infectados, 90% a 98% têm recuperação completa e 2% a 10% evoluem para doença crônica. Quanto menor for a idade do paciente infectado, maior a probabilidade de desenvolvimento de infecção crônica. O vírus da hepatite B pode ser transmitido de três formas: a) através de contato percutâneo com sangue ou produtos de sangue infectados, b) através de contato sexual ou c) por transmissão perinatal da mãe infectada para a criança. Os pacientes infectados de forma crônica apresentam maior chance de desenvolver situações mais graves como o carcinoma hepatocelular a taxa de sobrevivência varia em torno de 25 a 60% dependendo do tamanho do tumor e da possibilidade de remoção do mesmo. Hepatite Infecciosa do Tipo C – Vírus da Hepatite C(HCV) O vírus da hepatite C (HCV) é transmitido quase que exclusivamente pela exposição parenteral a sangue, produtos de sangue e objetos contaminados com sangue. A triagem de doadores de sangue quase eliminou a transmissão por essa via, embora o risco mais importante atualmente seja a contaminação de seringas compartilhadas por usuários de drogas injetáveis. A transmissão sexual e a perinatal já foram encontradas, mas não parecem ser vias de transmissão comuns, no entanto importante ressaltar que a prevenção com uso de preservativos e os exames pré natais podem constituir um grande obstáculo a manutençao deste vírus por estas formas de transmissão e por isso precisam ser constantemente divulgadas e reforçadas O período ou fase de incubação da hepatite C ocorre em média de sete semanas. As infecções podem variar desde subclínicas até fulminantes. Os sintomas clínicos são semelhantes aos das demais hepatites virais, mas raraente ocorrem em mais de um terço dos pacientes. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)- (HIV) A AIDS é causada pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana) e é transmitida por meio de relações sexuais, sangue contaminado (pelo uso de agulhas e seringas contaminadas e transfusão sanguínea) e transmissão vertical da mãe para o feto. Há comprometimento da resposta imunológica do organismo infectado, deixando-o desprotegido e suscetível ao desenvolvimento de múltiplas infecções. Diversas características favorecem a propagação do vírus da AIDS, como, por exemplo, o fato de o indivíduo infectado não ficar doente logo no início da contaminação, ou seja, há um período de latência muito grande, variando em média de dois a sete anos. A pessoa, por algum tempo, pode ter o vírus sem produzir anticorpos detectáveis pelo exame (janela imunológica). É importante ressaltar que não há evidências de transmissão da AIDS por meio de fluidos corporais como saliva, lágrimas e suor; objetos ou ambientes como piscina, sanitários, sabonetes, pratos, talheres e copos; contato pessoal como aperto de mão, abraços e beijos; picadas de insetos como mosquitos e pernilongos. A infecção aguda pode ser tão discreta a ponto de se confundir com um simples processo gripal ou adquirir dimensões mais graves, como alterações neurológicas. Após os sintomas iniciais, o portador do HIV costuma permanecer assintomático durante vários anos. Porém, em cinco anos, em média, começam a surgir os primeiros sinais e sintomas. Observa-se, então, o aumento generalizado dos linfonodos, episódios de febre, sudorese, emagrecimento e diarreia, que podem durar de semanas a meses. O aparecimento das conhecidas infecções oportunistas ou de neoplasias costuma ocorrer em estágios mais avançados da doença. No entanto, as infecções oportunistas podem ser as primeiras manifestações clínicas da doença. O diagnóstico baseia-se na história clínica e na sorologia específica anti-HIV (ELISA e Western Blot). Até o momento, não foi descoberto nenhum medicamento que proporcione cura da doença; o tratamento preconizado por meio do uso de várias drogas apenas prolonga a vida do doente. BIOLOGIA DOS FUNGOS PATOGÊNICOS E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS MICOSES Os Fungos como ditos anteriormente são organismos saprófitos, heterotróficos estabelecendo relações simbiontes ou parasitarias com seus hospedeiros. São halofílicos tolerando elevadas concentrações de sal, e se adaptam a pequenas variações temperatura podendo ser classificados como psicrófilos quando se adaptam melhor em temperatura abaixo de 20°C, fungos mesófilos, preferem temperatura entre 20e 40°C e os termófilos acima de 40°C. São aeróbios estritos e alguns podem crescer em anaerobiose (anaeróbios facultativos) O crescimento em meio de cultura é considerado lento, sobretudo na forma de fungo filamentoso (bolor), requerem em linhas gerais para melhor isolamento meios sólidos os quais iram possibilitar a formação de micélio vegetativo. Embora fundamental para a vida, a ação dos fungos freqüentemente pode causar transtornos, já que podem atacar qualquer material orgânico disponível. No ser humano, alguns fungos causam doenças tipicamente conhecidas como micoses. As micoses podem ser classificadas classicamente pelo sítio de infecção e gravidade dos sinais e sintomas associados, sendo assim as micoses podem ser classificadas em a) Superficiais, b) Cutâneas, c) Subcutâneas, d) Sistêmicas e ou Profundas. As micoses ditas superficiais são aquelas cuja principal característica é acometer as camadas mais superficiais da pele e ou dos pêlos, normalmente não causam leões ou feridas sensíveis e ou dolorosas, são um problema sob aspectos estéticos e sociais. Tais micoses estão associadas a presença de manchas sobre em razão de seus agentes em sua maioria interferirem com a melanogênese, pela produção de ácido azaléico, muitos deles são lipofílicos demandando alto teor de gordura, água e umidade para poderem se adaptar, e multiplicar, razão pela qual em situações de cultura não é raro adicionarmos ao preparo do meio de cultura substâncias como azeite de oliva. Dentre os principais agentes fúgicos causadores de micoses superficiais destacam- se Malassezia furfur, Piedraia hortae, Phaeoannelomyces weneckii, Trichosporon ovóides, Trichosporon inkinn, T.mucóides, dentre outros. As micoses cutâneas também conhecidas como dermatomicoses, são aquelas tipicamente localizadas em maior extensão sobre a pele, pelos e unhas, podendo atingir o couro cabeludo e o pavilhão interno do ouvido. As dematomicoses podem apresentar características antropofílicas quando de transmissão homem a homem, zoofílicas, animal - homem e geofílicas pela manipulação direta do
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