Buscar

Planejamento - aula 09-08

Prévia do material em texto

Planejamento
A construção civil é um setor impactante na vida da sociedade, tanto do ponto de vista econômico quanto da magnitude das suas obras e benefícios gerados para o coletivo. Esse ramo envolve muitas e diferentes variáveis, logo, ter conhecimento sobre controle de obras é essencial para gerenciar de forma adequada todas as atividades que estão ocorrendo em sequência e/ou simultaneamente no canteiro. Portanto, o controle de obras pode ser entendido como um conjunto de princípios, estratégias, ferramentas e métodos que, quando aplicadas corretamente, melhoram a eficiência do processo envolvido, permitindo um gerenciamento efetivo da obra.
O planejamento é uma das principais bases do gerenciamento, segundo Formoso et al (1999), planejar é “um processo de gestão, que relaciona os objetivos definidos e a determinação de procedimentos vitais para atingi-los, sendo eficaz quando realizado em conjunto com o controle”.
Para entender melhor o processo de planejamento, Laufer e Tucker (1987) propuseram um modelo no qual o planejamento é subdividido em cinco etapas principais:
1. Preparação do processo de planejamento – Nessa etapa, são definidos quais os procedimentos que serão adotados na execução do processo de planejamento. É importante, também, avaliar as circunstâncias que influenciam as atividades do próprio processo, como exemplo:
• os principais envolvidos, assim como suas responsabilidades;
• os níveis hierárquicos a serem adotados;
• o nível de detalhe em cada fase do planejamento e dos critérios para desmembramento do plano em itens;
• as técnicas e ferramentas de planejamento.
1. Coleta de informações – Essa etapa é primordial, pois o sucesso do planejamento e do controle dependem do quão disponíveis estão as informações e da sua qualidade, visto que elas servem como base para as tomadas de decisão. É essencial definir o formato e a periodicidade em que as mesmas serão produzidas, conforme a necessidade da obra e dos personagens envolvidos, tais como: clientes, projetistas, subempreiteiros, poder público, consultores e etc.
1. Elaboração dos planos - É nesse momento, com base nas etapas anteriores, em que é elaborado o produto do processo de planejamento – o plano de obra.
1. Difusão das informações – Essa fase é essencial do ponto de vista de controle e execução do plano de obra, pois, para que as atividades ocorram da forma planejada, é necessário que as informações geradas pelo plano de obra cheguem até os colaboradores envolvidos especificamente naquela tarefa ou ainda, até aqueles que precisem ter conhecimento sobre o andamento da mesma. O fluxo correto, claro e objetivo das informações é uma etapa fundamental do planejamento.
1. Avaliação do processo de planejamento – Considerando o quanto uma obra é dinâmica e mutável, o processo de planejamento necessita ser avaliado com frequência e realimentado com novas informações geradas pela obra, de modo a manter-se atualizado e adequado à realidade.
Figura 1 – Ciclo de Planejamento
Conforme Mattos (2019), o primeiro passo do roteiro do planejamento consiste na identificação das atividades a serem executadas, entretanto, essa fase não é tão simples e é necessário que haja a contribuição e a participação de todas áreas envolvidas no projeto. A ausência de uma ou mais atividades pode gerar um problema de proporção considerável no futuro. Para dividir um projeto em atividades, é preciso leitura, atenção aos desenhos e plantas, compreensão dos métodos construtivos e capacidade de representar essas tarefas sob a forma de pacotes de trabalho menores e abrangentes.
Portanto, para se planejar uma obra é preciso desmembrá-la em partes menores.  Esse processo é chamado decomposição e é por meio dele que o todo é, progressivamente, desmembrado em partes menores e mais simples. Os blocos maiores são detalhados sucessivamente e divididos na forma de pacotes de trabalho ainda menores, até que se chegue a um nível de detalhe que simplifique o planejamento ao ponto de ser possível estimar a duração das atividades, dos recursos necessários e as respectivas responsabilidades.
Ao decompor um projeto de forma hierarquizada, obtém-se uma Estrutura Analítica do Projeto (EAP). A EAP começa a se ramificar em componentes menores, seus níveis seguintes se desdobram em componentes ainda menores, e assim sucessivamente. Cada nível representa um aperfeiçoamento de detalhes do nível imediatamente superior, à medida que a EAP se desenvolve, os conjuntos de trabalho se tornam menores e melhor definidos. Assim, torna-se mais fácil identificar uma tarefa de campo e atribuir uma duração para gerenciar o andamento. Não há regra definida para a construção de uma estrutura analítica de projeto, o importante é que todos os trabalhos constituintes do projeto devem estar identificados ao final, independente da lógica ou critério de decomposição adotado pelo planejador.
Uma vez entendida e realizada a EAP, é possível enxergar com maior clareza as etapas e atividades do projeto, tornando possível a elaboração do roteiro do planejamento, no qual é preparado de forma progressiva e lógica.
O roteiro do planejamento possui os seguintes passos:
a. Identificação das atividades – É a identificação das atividades que farão parte do planejamento, ou seja, atividades que irão constar no cronograma da obra.
b. Definição das durações - A duração é a quantidade de tempo, em horas, dias, semanas ou meses, em que a atividade leva para ser executada.
c. Definição da precedência - A precedência é a dependência entre as atividades, ou seja, quais atividades devem ser executadas primeiro em relação às outras, ou ainda, quais atividades dependem que outras sejam executadas primeiro para sua realização.
d. Montagem do diagrama de rede – Uma vez criada a sequência das atividades, o passo seguinte é a representação gráfica dessas atividades e suas dependências lógicas por meio de um diagrama de rede. O diagrama é uma representação da rede em uma forma gráfica que possibilita o entendimento do projeto como um fluxo de atividades.
e. Identificação do caminho crítico – Depois da elaboração do diagrama, é realizado os cálculos para estimar a duração total do projeto. A sequência de atividades que produz o tempo mais longo é aquela que define o prazo total do projeto. Essas atividades são conhecidas como atividades críticas e seu caminho, como caminho crítico. Identificar o caminho crítico e monitorar suas atividades é uma das principais tarefas do planejador e do gestor.
f. Geração do cronograma e cálculo das folgas - O resultado do planejamento, em termo de produto, é o cronograma. Ele é representado através do gráfico de Gantt e constitui uma ferramenta importante de gestão porque apresenta de maneira simples e visual a posição de cada atividade ao longo do tempo.
 
 
 
Atividade Extra
Conheça mais a importância do planejamento:
 
· Artigo “Planejamento e controle de obras civis: estudo de caso múltiplo em construtoras no Rio de Janeiro”:
MAGALHÃES, Rachel Madeira; MELLO, Luiz Carlos Brasil de Brito; BANDEIRA, Renata Albergaria de Mello. Planejamento e controle de obras civis: estudo de caso múltiplo em construtoras no Rio de Janeiro. Gestão & Produção, Rio de Janeiro, 25(1), 44–55., 2017. doi:10.1590/0104-530x2079-15.
· Filme: Veja a importância de se utilizar o planejamento como forma de driblar destinos não desejados. O filme “Perdidos em Marte”, de Ridley Scott (2015), aborda as estratégias e dificuldades do planejamento.
“Perdidos em Marte”, de Ridley Scott (2015) - O astronauta Mark Watney é enviado a uma missão para Marte. Após uma tempestade ser dado como morto, estabelece um plano para retornar à Terra. Quando o planejamento se torna uma questão de sobrevivência, habilidades como resiliência e inteligência emocional são fundamentais
· Resenha de Livro: Conheça mais sobre planejamento e estratégias. O livro “A Arte da Guerra” traz um manual de estratégias escrito há mais de 2.500 anos que pode mudar a forma de você lidar com as situações e o seu olhar para o planejamento.
Link de acesso para o vídeo“A ARTE DA GUERRA | Sun Tzu | Resumo Animado”: https://www.youtube.com/watch?v=p1pYC7HJlGU
 
 
 
 
Referência Bibliográfica
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini, 2010.
FERRAZ, N. N. Guia da Construção Civil: do canteiro ao controle de qualidade. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
FORMOSO, C. A Knowledge Based Framework for Planning House Building Projects. Salford: University of Salford – Department of Quantity and Building Surveying, 1991.

Continue navegando