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E n s in o F u n d a m e n t a l D A E S C O L A P A R A O M U N D O 4 NO Ensino Fundamental Anos Iniciais 4ANO Manual do Professor P ro je to s In te g ra d o re s Projetos Integradores Língua Portuguesa, Arte, Ciências, Geografia, História, Matemática Editora responsável: Heloisa Pimentel Obra didática de natureza coletiva produzida e organizada pela Editora Scipione. E d ito ra re sp o n sáve l: CAPA_DEPOM_FUND_I_OBJ1_SCIPIONE_PNLD_2023_PI_4ano.indd 6CAPA_DEPOM_FUND_I_OBJ1_SCIPIONE_PNLD_2023_PI_4ano.indd 6 8/16/21 3:29 PM8/16/21 3:29 PM CAPA_DEPOM_FUND_I_OBJ1_SCIPIONE_PNLD_2023_PI_4ano.indd 4 8/16/21 3:28 PM Ensino Fundamental Anos Iniciais 4ANO Projetos Integradores Manual do Professor 1a edição, São Paulo, 2021 Língua Portuguesa, Arte, Ciências, Geografia, História, Matemática Editora responsável: Heloisa Pimentel Bacharela em Comunicação Social – Editoração pela Universidade de São Paulo (USP) Bacharela e licenciada em Letras pela USP Editora de livros didáticos Obra didática de natureza coletiva produzida e organizada pela Editora Scipione. FRONTIS_DEPOM_FUND_I_OBJ1_SCIPIONE_PNLD_2023_PI_MP.indd 1FRONTIS_DEPOM_FUND_I_OBJ1_SCIPIONE_PNLD_2023_PI_MP.indd 1 8/16/21 3:22 PM8/16/21 3:22 PM 2 Colaboração Roberta Hernandes Bacharela e licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) Mestra e doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP) Professora e coordenadora de Língua Portuguesa na rede particular de ensino Ricardo Gonçalves Barreto Bacharel e licenciado em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) Mestre e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) Autor de livros didáticos e consultor em Educação Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel Edição: Daniele Brait e Mirna Imperatore Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Alexandra Costa da Fonseca, Ana Maria Herrera, Ana Paula C. Malfa, Carlos Eduardo Sigrist, Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Sandra Fernandez, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.), Elen Camioto e Carlos Magno (edição de arte), Estúdio Diagrami (diagramação) Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.), campos de iconografia (pesquisa iconográfica), Emerson de Lima (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Ilustrações: Diogo Ladeira e Estúdio Dito e Feito Cartografia: Mouses Sagiorato Design: Estúdio Noctua Art (proj. gráfico), Luis Vassallo (capa e Manual do Professor) Foto de capa: Lopolo/Shutterstock Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2021 Código da obra CL 720292 CAE 775484 (AL) / 775390 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Impressão e acabamento 4_DEPOM_Integradores_002_INICIAIS_MPG.indd 24_DEPOM_Integradores_002_INICIAIS_MPG.indd 2 17/08/21 19:1417/08/21 19:14 Caro professor, Este Manual tem como propósito apoiar suas ações para o trabalho em sala de aula. Entendemos que essas ações são guiadas por uma rede de saberes e pro- pósitos que se estendem por diversas áreas do conhecimento, se relacionando e formando um conjunto complexo de objetivos e metas a serem alcançados. O trabalho também envolve compreender a educação e conhecer aquilo que a fundamenta. As políticas públicas, as teorias sobre aprendizagem, sobre ensino, sobre a sociedade e todos os conhecimentos que circulam entre estu- dantes e professores são objetos de estudo. Os conhecimentos não se esgotam, mas são acumulados, descartados, renovados, reformulados e ampliados. É preciso estar sempre disposto a aprender, a enfrentar desafios e a se encantar com a construção permanente de saberes. Com este Manual oferecemos um material acessível, claro, completo, ali- nhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Política Nacional de Alfabetização (PNA) e que lhe dará subsídios, esclarecendo suas dúvidas, orientando e ampliando suas possibilidades de oferecer oportunidades aos estudantes de uma educação comprometida com a qualidade e com a for- mação de cidadãos preparados para viver em uma sociedade complexa, diversa e plural. O Manual está organizado por temas que se relacionam, mas que podem ser consultados separadamente e na ordem em que você desejar ou julgar mais pertinente. Sua leitura não precisa ser, necessariamente, linear, mas é complementar ao desenvolvimento das aulas. Bom trabalho! A p re se n ta ç ã o 3 4_DEPOM_Integradores_003a004_MPG.indd 34_DEPOM_Integradores_003a004_MPG.indd 3 17/08/21 19:3017/08/21 19:30 Sumário Introdução geral O desafio da leitura e da escrita: alfabetização, literacia e numeracia ...... 5 A obra no contexto atual ......................... 8 O trabalho com projetos ......................... 8 O papel do professor no desenvolvimento de um projeto ........... 9 Ações do professor em relação ao tema ........... 9 Em relação às justificativas ............................... 10 Em relação à interdisciplinaridade e à contextualização ................................................. 10 Em relação aos objetivos ................................... 10 Em relação às estratégias .................................. 10 Em relação às habilidades ................................. 10 Em relação às competências ............................. 11 Avaliação .................................................. 11 Avaliação diagnóstica ........................................ 11 Avaliação formativa ............................................ 12 Avaliação de resultado ....................................... 12 O desenvolvimento de trabalhos em grupo .................................................. 13 O produto final de um projeto ............. 13 Áreas do conhecimento e componentes curriculares .................... 14 Área de Linguagens ............................................ 14 Área de Matemática ............................................ 16 Área de Ciências da Natureza ........................... 17 Área de Ciências Humanas ................................ 18 Como está organizado este livro ......... 21 Livro do Estudante .............................................. 21 Manual do Professor ........................................... 23 Leitura ................................................................... 25 Comunicação oral ............................................... 25 Os ícones usados no volume ............................. 25 Componentes curriculares nos projetos do 4o ano .................................. 26 Cronograma de trabalho ....................... 26 Quadro de conteúdos e sugestão de cronograma ........................................ 27 Referências bibliográficas ..................... 31 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzidocom orientações específicas ................................................. 33 E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra 4 4_DEPOM_Integradores_003a004_MPG.indd 44_DEPOM_Integradores_003a004_MPG.indd 4 17/08/21 19:3017/08/21 19:30 O desafio da leitura e da escrita: alfabetização, literacia e numeracia O primeiro, segundo e, por vezes, terceiro ano do Ensino Fun- damental tradicionalmente têm enfoque curricular nos processos da alfabetização, entendida de modo mais amplo como a apren- dizagem das habilidades de leitura e de escrita em um sistema alfabético. Ocorre, porém, que o desenvolvimento das diversas habilidades que constituem o domínio do sistema alfabético não pode ser resumido aos saberes relativos à decodificação e codi- ficação de palavras. Ainda que o primeiro passo seja a compreen- são sistemática de um princípio alfabético, ou seja, o saber sobre regras próprias da língua portuguesa na correspondência entre grafema e fonema, o processo de aprimoramento de competên- cias derivadas da alfabetização se prolonga nos anos subsequen- tes do Ensino Fundamental. O trabalho com projetos integradores se insere em um cená- rio que contempla, além do desenvolvimento de habilidades e competências envolvendo duas ou mais disciplinas, situações que podem propiciar aos estudantes condições reais de desen- volver o domínio da leitura e da escrita, bem como da numera- cia. Assim, o trabalho com os projetos integradores deve se somar ao da formação básica dos estudantes, com os professores dan- do continuidade ao trabalho de literacia, que diz respeito ao ensino e à aprendizagem das habilidades de leitura e de escrita, de modo cada vez mais complexo e autônomo em três dimen- sões: da oralidade, da produção de leitura e da produção escrita. Por essa razão, é importante que, ao longo da formação bá- sica, os professores deem continuidade ao trabalho de literacia, que diz respeito ao ensino e à aprendizagem das habilidades de leitura e de escrita, de modo cada vez mais complexo e autôno- mo em três dimensões: da oralidade, da produção de leitura e da produção escrita. Como se definem, segundo a perspectiva da literacia, a com- plexidade e a autonomia? Ser capaz de conhecer o código alfabé- tico e suas correspondências grafofonêmicas a ponto de conseguir ler e escrever textos cada vez mais elaborados, sem a intervenção de um mediador, caracteriza os avanços que se podem estabele- cer entre, por um lado, o desconhecimento ou uso apenas funcio- nal da língua escrita e, por outro, a habilidade de inferir significados inclusive para palavras inicialmente desconhecidas. Ser capaz de ler e escrever, segundo os padrões da norma culta, qualquer pa- lavra da sua língua, até mesmo uma palavra nunca antes lida ou ouvida que atenda às regras do código ortográfico, define a auto- nomia do estudante frente à complexidade da língua. Segundo as referências teóricas e metodológicas previstas na Política Nacional de Alfabetização (PNA), documento elaborado pelo Ministério da Educação como uma contribuição com o intuito de promover um avanço e elevar a qualidade da alfabetização e combater o analfabetismo em todo o território brasileiro, o contato com as palavras pode ser organizado cur- ricularmente por meio de atividades didático-pedagógicas que considerem fases progressivas de desenvolvimento da leitura e da escrita, quais sejam: fase pré-alfabética; fase alfabética parcial; fase alfabética completa e fase alfabética consolidada. A literacia pode ser dividida em três momentos, organizados sequencialmente. O primeiro deles, denominado literacia bá- sica, compreende o período de formação de habilidades lei- toras e escritoras, que se inicia na pré-escola e segue até o final do 1o ano do Ensino Fundamental. Diz respeito às habilidades consideradas fundamentais para a alfabetização (literacia emer- gente), que tratam do domínio dos estudantes quanto a ações de decodificação (leitura) e codificação (escrita) de palavras consideradas de alta frequência, isto é, aquelas que virtualmen- te fundamentam quaisquer tipos de leitura. Essas habilidades básicas devem ser consolidadas para que a criança possa aces- sar conhecimentos mais complexos. Esse nível de alfabetização inclui, de modo destacado, a literacia familiar (ouvir, falar, ler e escrever com os pais ou adultos responsáveis). A literacia intermediária, partindo da mesma definição ge- ral de literacia como o desenvolvimento de capacidades e habi- lidades leitoras e escritoras, abrange o período do 2o ao 5o ano, completando uma etapa mais ampla do Ensino Fundamental. Ela envolve diversas tarefas relativas a estratégias genéricas de compreensão de textos, o entendimento de palavras comuns a vários campos do conhecimento, o domínio ortográfico e a fluên- cia na leitura oral. Por fim, a literacia disciplinar envolve um pacote de habili- dades mais complexas, que inclui saberes e vocabulário de dife- rentes disciplinas, estando, portanto, mais relacionada à formação de estudantes do 6o ano ao Ensino Médio. : . (PNA, 2019, p. 21) Introdução geral 5 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 54_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 5 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Em relação ao modo como as crianças aprendem a ler, há quatro maneiras de ler palavras: por predição, por analogia, por decodificação e por reconhecimento automático. Leia, a seguir, o quadro da PNA que define e explica essas quatro maneiras de ler palavras. Maneiras de ler palavras e números Predição: é a maneira mais simples de ler pala- vras. Tenta-se “adivinhar” a palavra escrita por meio do contexto (por exemplo, cores, formas, imagens) ou pela presença de alguns elementos conhecidos, como as letras iniciais. É utilizando essa estratégia que crianças muito pequenas são capazes de “ler” nomes de produtos, marcas ou empresas em rótulos, out- doors e placas. Leitores proficientes também podem usar a predição para descobrir uma palavra incom- pleta: por exemplo, na frase “no hospital há muitos médicos e en...”, o contexto pode levar à suposição de que se trata de “enfermeiros” ou de “enfermos”. Analogia: é uma maneira um pouco mais pre- cisa de ler palavras. Envolve o reconhecimento de palavras por meio da associação com partes (rimas, por exemplo) de outras palavras familiares. A crian- ça que aprende a ler “gato” pode, por analogia, ler as palavras “rato”, “mato” e “pato”. Decodificação: é a maneira mais precisa de ler palavras e leva à automatização. É também a me- lhor estratégia para ler palavras novas e permite a leitura autônoma de palavras desconhecidas. En- volve o conhecimento das relações grafema-fonema para identificar o fonema correspondente a cada grafema, aglutinando-os em pronúncias que for- mam palavras reconhecíveis. Contudo, quando a correspondência entre grafemas e fonemas em uma palavra não é biunívoca, o leitor iniciante poderá ter dificuldade para extrair a pronúncia correta. Reconhecimento automático: depois que uma palavra é lida várias vezes, armazena-se na memó- ria e passa a ser reconhecida imediatamente, sem a necessidade de estratégias intermediárias como a predição, a analogia e a decodificação. É a maneira mais eficiente e menos custosa para a memória, permitindo que o leitor leia com rapidez e prosódia, faça inferências e compreenda frases e textos. (PNA, 2019, p. 27) Assim, como sugere a PNA, pode-se pensar em fases no de- senvolvimento da escrita quanto à mobilização e uso do código alfabético (relações entre sons e letras) como aprendizagens que ocorrem na esfera da vivência escolar. O docente do Ensino Fun- damental deve considerar, também, que muitas das experiências relativas à alfabetização ocorrem em espaços sociais, especial- mente na família, além da passagem dos estudantes pela Edu- cação Infantil. A aquisição de certas habilidades e competências relacionadas à leiturae à escrita se dá de modo amplo do ponto de vista sociointerativo. É no Ensino Fundamental, porém, que se inicia formalmente a alfabetização. Dada a diversidade da realidade nacional, o desenvolvimento das habilidades e com- petências de leitura e escrita pode mostrar-se muito distinto para cada criança, gerando diferenças que, sem a devida ação dos educadores, criam uma “desvantagem” que acaba por acom- panhar o indivíduo ao longo de sua vida. Para que se possa objetivamente refletir sobre os mecanis- mos que geram a desvantagem de alguns estudantes em relação a outros, a PNA aponta para definições que, ainda que gerais, servem como medida para a observação, por parte dos docentes, do desempenho de seus estudantes. Uma des- sas definições diz respeito ao que se pode entender como um bom leitor. Um bom leitor é aquele que identifica palavras com precisão, fluência e velocidade, dentro e fora de textos (EHRI, 2013). O objetivo da leitura é a compreensão. Nós lemos para compreender, mas ler não é compreender. Para compreender textos, é ne- cessário desenvolver diferentes habilidades e capa- cidades relacionadas à compreensão da linguagem e ao código alfabético (MORAIS, 2013). O modelo de cordas de Hollis Scarborough (2001) ilustra bem o processo do qual depende a com- preensão de textos. Para ler um texto com compreensão, é preciso adquirir várias habilidades. Algumas delas não ne- cessitam de instrução explícita e sistemática, como conhecimento de mundo, conhecimento morfossin- tático, raciocínio verbal e familiaridade com livros e outros materiais impressos. Outras exigem ensi- no explícito, como a consciência fonêmica e a de- codificação de palavras – da qual resulta o reconhecimento automático de palavras. Essas habilidades vão-se unindo gradualmente como fios numa corda, e assim a leitura se torna cada vez mais proficiente. Com a automatização das habilidades de reconhecimento de palavras é liberado espaço na memória para os processos de compreensão. (PNA, 2019, p. 28) Entre as principais habilidades de todo o processo de esco- larização, traduzidas nas habilidades relativas à leitura e à escri- ta em língua portuguesa, a PNA acrescenta a capacidade de realizar operações matemáticas básicas. Os conteúdos da ma- temática básica estão no horizonte de trabalho do docente do Ensino Fundamental em seus primeiros cinco anos. Neste uni- verso de conhecimento, encontram-se o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e a apresentação de conteúdos que promovem as noções básicas de número e medida, bem como de geometria, espaço e estatística. 6 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 64_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 6 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Para além daquilo que se poderia chamar de “alfabetização matemática”, o conceito de numeracia, ou literacia matemática, amplia as atividades didático-pedagógicas ao abordar problemas da esfera cotidiana e de construção e fluxo de informações em uma sociedade digital. A preocupação com as habilidades de compreensão e uso de saberes matemáticos é um dos aspectos que estão na base dos conteúdos científicos que farão parte do currículo ao longo da Educação Básica, assim como vão fornecer um bom amparo para as diversas situações da vida social fora da escola. A numeracia não se limita à habilidade de usar números para contar, mas se refere antes à habi- lidade de usar a compreensão e as habilidades matemáticas para solucionar problemas e encon- trar respostas para as demandas da vida cotidia- na. Desde os primeiros anos de vida, a criança pode aprender a pensar e a comunicar-se usando quantidades, tornando-se capaz de compreender padrões e sequências, conferindo sentido aos da- dos e aplicando raciocínio matemático para resol- ver problemas (NATIONAL MATHEMATICS PANEL, 2008). A PNA recomenda que as práticas de numera- cia e o ensino de habilidades de matemática bási- ca tenham por fundamento as ciências cognitivas. [...] O cérebro é capacitado com representações ele- mentares de espaço, tempo e números, que são o fundamento para a intuição matemática. Todos os seres humanos nascem com um senso numérico, um sistema primário que envolve uma compreen- são implícita de numerosidade, ordinalidade, início da contagem e aritmética simples (CORSO; DOR- NELES, 2010; DEHAENE, 1997; DEHAENE; COHEN, 1995). De origem biológica, esse sistema se desenvolve gradualmente durante os anos pré- -escolares, juntamente com a linguagem. Por ou- tro lado, há também um sistema de habilidades secundárias, determinadas culturalmente pelo sistema de ensino, que envolvem o conceito de número e a contagem, a aritmética, o cálculo e a resolução de problemas escritos (DEHAENE, 1997). (PNA, 2019, p. 24) Noções primárias de matemática já fazem parte do repertó- rio das crianças desde anos anteriores de sua experiência es- colar. A compreensão de quantidades, por exemplo, assim como a capacidade de organizar sequências, faz parte de brin- cadeiras infantis, algo que pode ser observado em cantigas de roda e na manipulação de brinquedos. Em diversas fases do desenvolvimento infantil, a aprendizagem que remete ao do- mínio espacial também compõe muitos dos modos através dos quais as crianças entram em contato com o mundo à sua volta. O aproveitamento dessas experiências e sua sistematização podem ser um dos pilares da educação escolar, servindo de sustentação para aprendizagens mais complexas e abstratas no decorrer do desenvolvimento psicopedagógico. A compreensão do desenvolvimento do racio- cínio lógico-matemático pela criança, desde o sen- so numérico (sistema primário) até a aprendizagem da matemática formal (sistema secundário), é mui- to importante para professores da educação infan- til e para professores alfabetizadores, os quais podem contribuir para o desenvolvimento da nu- meracia dos estudantes por meio do ensino de matemática básica na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental (CORSO; DORNE- LES, 2010). A cognição matemática tem demonstrado que, ao contrário do que se pensava, as crianças pe- quenas já possuem e desenvolvem habilidades matemáticas desde muito cedo. O senso numérico é a capacidade que o indivíduo tem de compreen- der rapidamente, aproximar e manipular quanti- dades numéricas. É uma capacidade básica elementar e inata de reconhecer, representar, com- parar, estimar, julgar magnitudes não verbais, somar e subtrair números sem a utilização de re- cursos de contagem, e está presente em todo ser humano, perceptível já no primeiro ano de vida. [...] (PNA, 2019, p. 25) O papel de um bom projeto curricular é proporcionar aos estudantes um conjunto sistematizado e coerente de vivências pedagógicas por meio das quais venham a desenvolver habili- dades e competências – inclusive no campo da matemática muitas delas consideradas essenciais para os indivíduos do sé- culo XXI. Para tanto, a proficiência em conteúdos da linguagem matemática deve ser cuidadosamente planejada pelo docente. A perspectiva da numeracia, como um conjunto de aprendiza- gens que não se limita ao conhecimento da matemática isolado de problemas aos quais pode se relacionar, pode revigorar tanto o ensino quanto a aprendizagem da matemática, dando sentido para atividades e projetos executados em sala de aula de modo, muitas vezes, mecânico e pouco reflexivo. Es tú dio D ito e Fe ito / Ar qu ivo d a e dit or a 7 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 74_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 7 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 A obra no contexto atual Esta obra tem como propósito oferecer a professores e estu- dantes a possibilidade de desenvolver alguns projetos ao longo do ano letivo, ampliando e articulando os conhecimentos de diferentes áreas e disciplinas curriculares, favorecendo, ainda, de maneira diferenciada, o desenvolvimento de temas contempo- râneos que estabelecem uma relação com a vida cotidiana, na qual osestudantes e as pessoas em geral lidam com o conheci- mento, seja em escala local ou regional, seja em escala global. Dessa forma, os projetos aqui presentes buscam responder à demanda da própria sociedade. Além do que já foi considerado no item anterior sobre a PNA, a Base Nacional Comum Curricular é uma das estratégias es- tabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) para melho- rar a educação brasileira, definindo conteúdos e saberes necessários a todos os estudantes da Educação Básica. O docu- mento nos apresenta os pressupostos que nortearão muitas das decisões e escolhas que serão adotadas pelas diversas institui- ções de ensino do país. A BNCC defende a impossibilidade de se admitir um currí- culo único em escala nacional, pois leva em consideração a ampla diversidade cultural e as profundas desigualdades so- ciais do Brasil. Esclarece, então, que serão necessários currícu- los diferenciados e adequados a cada realidade, sistema, rede e instituição escolar, e que caberá a essas instituições organi- zá-los e colocá-los em ação de forma que prezem pela equi- dade na educação, respeitando as diversidades e os direitos dos estudantes. As temáticas contemporâneas apresentadas na BNCC a serem incorporadas às propostas pedagógicas e aos cur- rículos são variadas e perpassam todos os componentes curriculares, devendo ser tratadas de forma contextualizada: direitos da criança e do adolescente; educação para o trân- sito; preservação do meio ambiente; educação alimentar e nutricional; processo de envelhecimento; respeito e valori- zação do idoso; educação em direitos humanos, saúde, se- xualidade, vida familiar e social, educação para o consumo, educação financeira e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural. Outro ponto importante da BNCC a ser considerado é que os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências. A noção de competência envolve a mobi- lização e a aplicação dos conhecimentos construídos para a resolução de problemas. Assim, ser competente é ter capaci- dade de ativar e utilizar diferentes conhecimentos (relacionados a distintas áreas do conhecimento humano) ao se deparar com um problema, e implica, necessariamente, ter recursos e saber fazer uso deles. É preciso saber comunicar-se, ser criativo, ana- lítico-crítico, participativo, produtivo, responsável, agir com justiça e respeito, ter autonomia para tomar decisões, ser proa- tivo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções para os problemas que se apresentam. As culturas digitais nos colocam diante de competências mais específicas, como saber lidar com as informações vasta- mente disponíveis e atuar com responsabilidade e discernimen- to. Além disso, demandam uma forma particular de lidar com o conhecimento. As novas tecnologias da informação, os hi- pertextos e hipermídias exigem novas formas de ensinar e de aprender, resultando, também, em novas práticas e habilidades e impondo aos professores a necessidade de propostas de ensino e aprendizagem que correspondam às demandas e que dialoguem com os estudantes, nativos digitais. Esta obra de projetos integradores é composta por dois vo- lumes, dirigidos ao 4o e 5o anos. Cada um propõe quatro pro- jetos. No 4o ano, o tema são as culturas africanas; no 5o ano, a reciclagem do lixo. Essas temáticas são abordadas de forma instigadora e atraente, propondo aos estudantes a resolução de situações-problema, pautadas em contextos cotidianos – tanto sociais como culturais –, considerando seus saberes, suas diversidades, seus interesses, suas histórias pessoais e coletivas e suas possibilidades de aprender e se tornarem cidadãos ple- nos, capazes de interagir de maneira crítica e consciente e de contribuir para uma sociedade sempre melhor. O trabalho com projetos O trabalho com projetos constitui uma forma possível de organização do currículo que enseja contribuir para o desen- volvimento das aprendizagens essenciais, do conhecimento e das competências a serem alcançadas por todos os estu- dantes ao longo do Ensino Fundamental. Propõe uma dife- rente maneira de aprender e de ensinar. Estudantes e professores assumem a busca e a construção de conhecimen- tos, a partir de uma situação-problema real, em um exercício de trocas, reflexão, olhar crítico, diálogo, respeito aos conhe- cimentos diversos, observação e autonomia. As atividades propostas e desenvolvidas visam a uma prática pedagógica em que as aprendizagens sejam significativas, que correspon- dam aos objetivos definidos e que potencializem os conhe- cimentos gerados e construídos. O professor poderá notar nos projetos propostos que há uma correspondência direta entre o que podemos chamar de 8 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 84_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 8 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 roteiros de aula (sequências de atividades selecionadas pelo professor a fim de atingir determinados objetivos parciais ou gerais pressupostos no projeto como um todo) e o próprio documento do planejamento das aulas num projeto integra- dor, que também se refere a uma escolha de atividades e seu encadeamento. Por essa razão, quando tratamos do desen- volvimento de projetos integradores, os próprios momentos que dizem respeito a cada conjunto de aprendizagens pre- vistas nas atividades constituem-se como etapas a serem cumpridas. Dessa forma, a estrutura de cada um dos quatro projetos previstos em cada volume indica um roteiro de aulas estruturado, com etapas, atividades e produtos a serem ela- borados, além de orientações para a atuação do professor como mediador dos projetos, e formas de promover uma avaliação formativa. Em qualquer tema escolhido ou problemática abordada, al- guns princípios e ideias merecem ser observados e perseguidos no desenvolvimento dos projetos. Assim, é essencial que, por meio desta proposta, seja possível: • Favorecer aprendizagens significativas possibilitando aos estudantes a conexão entre o que sabem sobre o tema abor- dado, suas ideias e hipóteses, e os conhecimentos que se apresentarão sob as mais variadas formas, como pesquisas, entrevistas, leituras, estudos do meio, entre outras; • Estimular o interesse pelo assunto e atitudes favoráveis à bus- ca de conhecimento; • Evidenciar a funcionalidade do que se deve aprender, estabe- lecendo-se clara relação com os procedimentos selecionados e apresentados; • Valorizar informações e conhecimentos já adquiridos, usan- do-os como base para as próximas aprendizagens; • Favorecer e valorizar a troca de informações e a construção de conhecimento apoiadas em situações coletivas de trabalho ou em pequenos grupos e duplas; • Avaliar e analisar todo o processo realizado e as inter-relações criadas na aprendizagem, tornando possível, também, inferir e tomar decisões durante o processo. O papel do professor no desenvolvimento de um projeto No desenvolvimento dos projetos, o professor trabalha de forma interdisciplinar, empenhado em oferecer aos estudantes uma proposta em que saberes de diferentes disciplinas são necessários para a resolução de um problema. Envolvido nesse processo, o professor aciona seus diferentes conhecimentos para o desenvolvimento do trabalho. Com um projeto já organizado e planejado, é importante compreender muito bem a proposta, tornando-a o mais signifi- cativa possível. Refletir sobre todos os passos do projeto e cada atividade sugerida faz com que o professor força e pertencimen- to e isso impacta também os estudantes. Antes de propor qualquer atividade aos estudantes, é im- portante realizar uma leitura atenta do material, identificar pos- síveis dificuldades e dúvidas, acrescentar ideias, pensar nas adequações necessárias para ajustá-la à sua realidade e à dos estudantes, etc. Ações do professor em relação ao tema 1. Identificar e compreender o tema proposto. Em um trabalho por projetos, o tema é um elementoimpor- tante, pois será a partir dele e em torno de seus possíveis des- dobramentos que os conhecimentos serão trabalhados e as aprendizagens construídas. Para o professor, uma importante ação é a de refletir sobre tudo aquilo que sabe a respeito do tema, aquilo que desperta sua curiosidade e também aquilo que deve mobilizar sua pesquisa inicial, registrando essas re- flexões. Também é conveniente que reflita sobre a relevância e pertinência do tema para a sua comunidade específica. Todos os temas abordados estão de acordo com as orientações da BNCC, mas é necessário que o professor pense nas particulari- dades de sua comunidade e estabeleça as relações e a ampli- tude que o tema possa suscitar. 2. Inferir e registrar os conhecimentos que se supõe que os estudantes tenham e os possíveis questionamentos sobre o tema. Ao pensar sobre os conhecimentos que os estudantes possam ter do assunto e as possíveis questões que surgirão no grupo, o professor pode encontrar elementos que contri- buam para as futuras discussões com a turma. Pode, por exemplo, estabelecer relações entre um tema estudado na série anterior e o tema proposto. É possível inferir sobre os interesses dos estudantes e antecipar informações que os motivem para o projeto. 3. Fazer um levantamento de recursos e materiais pertinentes. Ao fazer esse levantamento, o professor entra em contato com os conteúdos a serem trabalhados e inicia uma pesquisa que 9 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 94_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 9 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 pode expandir seus conhecimentos, tanto acerca do conteúdo como dos recursos disponíveis. Assim, vídeos, imagens, notícias e sites especializados podem conferir a esse primeiro momento do projeto uma contribuição adicional. Em relação às justificativas A justificativa de um projeto oferece uma breve introdução informando quais foram as motivações para desenvolvê-lo, de onde surgiu a ideia e qual a razão para a escolha do tema. Pode haver também dados que influenciaram essa escolha, entre ou- tras informações. Também é interessante que aborde a relevân- cia do trabalho para a comunidade, seja ela local, seja regional ou global. Cabe ao professor compreender tais justificativas e, na medida do possível, compartilhá-las com os estudantes, pois elas oferecem elementos importantes para o desenvolvimento do projeto. Ao compreender as motivações na escolha do tema, os estudantes podem ter atitudes favoráveis às aprendizagens subsequentes. Em relação à interdisciplinaridade e à contextualização 1. Compreender o conceito de interdisciplinaridade e de contextualização. O professor, atento aos propósitos do seu trabalho, faz um levantamento daquilo que entende por interdisciplinaridade e contextualização. É possível que existam diferentes interpreta- ções sobre a forma de articular as disciplinas e de como se expressam e são inseridas no trabalho. Portanto, é fundamen- tal que o professor se certifique de que suas ideias estão em consonância com as ideias expressas nesta proposta. 2. Identificar e compreender os objetos de conheci- mento (conteúdos, conceitos e processos) a serem trabalhados. Os objetos de conhecimento propostos para os projetos contemplam diferentes disciplinas. É importante saber o que se pretende que os estudantes aprendam, ter clareza sobre cada um dos conteúdos, conceitos ou processos e estabelecer os níveis de complexidade que se espera da aprendizagem. Escolher e modular as atividades de aprendizagem é essencial para o trabalho do professor; isso implica um bom conheci- mento da didática das disciplinas. Além disso, é preciso conhe- cer bem a proposta, refletir em função dos estudantes e projetar a progressão das aprendizagens. 3. Relacionar os conteúdos: como se integram? Além de identificar e conhecer os conteúdos a serem traba- lhados, o professor deve compreender como eles estão articu- lados entre si e como aparecem no contexto do projeto. Nesta proposta, todo conhecimento desenvolvido ao longo do proje- to deve estar relacionado ao contexto proposto. Toda a busca por conhecimentos e as aprendizagens ganham sentido na me- dida em que se aplicam a um contexto significativo. A compreen- são da relação entre o conteúdo, a aprendizagem e o contexto é imprescindível para o bom desenvolvimento do projeto. Em relação aos objetivos Ao entrar em contato com os objetivos definidos para o projeto, o professor deve se perguntar se eles de fato fazem sentido para o grupo de estudantes e se será necessário fazer ajustes. Não se trata de minimizar os objetivos ou seus alcances, mas de conferir sua pertinência. Por exemplo, o professor pode constatar que, para seu grupo atingir um determinado objetivo, terá de apoiá-lo previamente trabalhando de forma mais con- sistente algum conhecimento, e não minimizar a aprendizagem. Assim, a análise dos objetivos deve ser feita para se planejar e oferecer aos estudantes as condições necessárias para o alcan- ce dos mesmos. Outra possibilidade resultante da análise é a constatação de que se faz necessário estabelecer um outro objetivo, que corresponde a uma questão particular ou bas- tante específica de um determinado grupo. Em relação às estratégias Ao entrar em contato com os projetos, os professores devem atentar para as estratégias de engajamento dos estudantes na situação-problema, e para que continuem interessados e par- ticipativos ao longo do desenvolvimento do trabalho. As estratégias são um meio importante de que os profes- sores dispõem para apresentar e tornar os conteúdos ou os objetos de conhecimento significativos, atraentes e desafia- dores. Uma mesma atividade pode ser apresentada e condu- zida de diferentes formas, o que pode influir na participação dos estudantes. As estratégias podem favorecer que o estudante utilize seu conhecimento, que realize inferências para interpretar um tex- to (verbal ou não verbal), que identifique aquilo que não en- tende, que busque informações para esclarecer algo; enfim, podem colaborar para que a aprendizagem seja, de fato, sig- nificativa. É importante que o professor se aproprie das diferentes es- tratégias apresentadas e as relacione aos objetivos a serem al- cançados. Além disso, ter em mente os objetivos determina a orientação das ações dos professores, que, ao se depararem com alguma situação imprevista, por exemplo, terão condições de fazer escolhas adequadas para o caminho já assumido. Em relação às habilidades Os temas contemporâneos (propostos na BNCC) que afe- tam a vida humana em escala local, regional e global são contemplados em habilidades referentes aos diferentes com- ponentes curriculares. Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona a um núme- 10 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 104_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 10 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 ro variável de habilidades, que são propostas de forma con- textualizada nos projetos e merecem também a atenção do professor. Como outros conteúdos curriculares, as habilidades exigem dos estudantes o esforço da aprendizagem e dos professores a intenção e a proposição de seu ensino. Assim, a habilidade de expressar-se com autoconfiança, em situações de intercâmbio oral, para explorar e apresentar informações, esclarecer dúvidas, trocar ideias, propor, criar ou engajar-se em jogo ou brincadeira, por exemplo, deve ser entendida como algo que o estudante aprende na escola com a partici- pação do professor. Em relação às competências Em nossa proposta existe uma ênfase no desenvolvimento das competências gerais estabelecidas para todos os estudantes da Educação Básica. Entendemos que, ao longo do Ensino Funda- mental, devemos oferecer diversas oportunidades para que os estudantes possam construir suas competências. Acreditamos, portanto, que os temas selecionados e a forma de organizaçãodo trabalho por projetos favorecem o desenvolvimento das com- petências e que o professor deve estar atento a elas durante todo o processo. Ao final de cada projeto, os estudantes produzirão algo relacionado à situação-problema na qual estiveram envol- vidos, mobilizando e aplicando os conhecimentos construídos ao longo do trabalho. Por isso, o professor deve identificar e com- preender as competências selecionadas, relacionando-as às ati- vidades propostas. Vale lembrar que um dos pontos fundamentais no contexto educacional e social contemporâneo diz respeito à aprendiza- gem de saberes relativos ao pensamento computacional, que se dá por meio da proposição de atividades, grande parte das vezes, básicas e já previstas no cotidiano de sala de aula. Um bom exemplo ocorre quando o professor propõe aos estudantes que sequenciem um conjunto de tarefas, partindo de uma lógica de causas e efeitos. Essa maneira de pensar faz com que o estudan- te consiga, ao longo do tempo, compreender que é importante que determinados processos científicos, matemáticos e artísticos ocorram de um modo articulado. Essa forma de organização, estruturante no trabalho com projetos, reproduz a própria es- sência do pensamento computacional, segundo a qual a deter- minação de algoritmos faz com que se possa chegar a um determinado resultado em uma tarefa mais complexa por meio da subdivisão em tarefas mais simples. Desse modo, toda se- quência articulada que se proponha à resolução de um proble- ma contribui para a construção da lógica do pensamento computacional. Avaliação A avaliação da aprendizagem tem sido bastante discutida entre os professores de todos os níveis de escolaridade, o que tem gerado muitas dúvidas e divergências em relação à atuação e às decisões necessárias. Sabe-se que as diferentes concepções de ensino e de aprendizagem favorecem também diferentes propostas de avaliação. Entendendo que os projetos compõem, com outras atividades e propostas, o programa curricular das instituições de ensino, faz-se necessário explicitar as ideias e as concepções que os orientam. Aprendizagens, perspectivas de avaliação e modos de encaminhar atividades se articulam de modo diferenciado no trabalho com projetos integradores. Dessa maneira, faz-se necessário explicitar as ideias e as con- cepções que os orientam. Avaliação diagnóstica Para iniciar o trabalho com os projetos integradores o pro- fessor deve propor a realização da avaliação diagnóstica que está prevista no início de cada volume. O objetivo dessa ava- liação é aferir o estágio dos estudantes em relação ao conhe- cimento sobre o tema a ser desenvolvido nos projetos, bem como o grau de autonomia que apresentam em algumas das principais habilidades que lhes serão necessárias na realização das diversas atividades propostas. Cabe ao professor, portan- to, determinar, em relação aos conhecimentos, capacidades e habilidades que serão trabalhados em cada projeto, o lugar em que, individualmente e coletivamente os estudantes se situam, a fim de não incorrer em erros comuns que são os de pressupor que todos os estudantes partem sempre de um estágio idêntico quando entram em contato com um deter- minado conhecimento. A avaliação diagnóstica torna clara a concepção a partir da qual entendemos que o conhecimento que circula no espaço escolar circula igualmente em outros espaços sociais e que o ponto de contato entre os estudantes e os saberes que serão fundamentais em sua formação escolar possui relevância para fora da própria escola. Nesse sentido, a avaliação diagnóstica serve como um ponto de partida para mensurar aquilo que os estudantes já sabem sobre o que vão estudar, e também como uma forma de valorizar a busca de conhecimentos de maneira autônoma por parte dos estudantes. Da perspectiva do ensino, a avaliação diagnóstica pode ser entendida como uma ferramenta que o professor utiliza para tornar suas aulas mais autorais e customizadas em re- lação ao grupo de estudantes que possui. De um ano para outro, é comum que se perceba características distintas nas turmas, tanto em relação aos interesses de aprendizagem, como aos conhecimentos prévios que os estudantes mobi- 11 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 114_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 11 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 lizam no aprender. O professor, portanto, deve ter consciên- cia das diferenças para potencializar o processo de ensino e aprendizagem. A avaliação diagnóstica, portanto, possibilita um planeja- mento mais articulado com a realidade dos estudantes, pois parte de um mapeamento efetivo que servirá, no decorrer das etapas de um projeto, para dimensionar o ritmo das aprendi- zagens. Da mesma forma, um processo avaliativo (composto de algumas estratégias articuladas que podem envolver levan- tamento de conhecimentos, respostas a perguntas e autoava- liação), realizado ao término de cada projeto, ajuda o professor a verificar não somente que novos patamares de conhecimen- to seus estudantes atingiram, mas também que novos desafios podem ser oferecidos ao grupo, inclusive sob a forma de pro- jetos cujo nível de complexidade seja maior. Avaliação formativa A proposta da avaliação formativa se diferencia por voltar sua regulação para cada estudante, requerendo do professor ações individualizadas, estabelecendo uma relação direta entre o estudante e o conhecimento. O primeiro passo é compreender a avaliação formativa, co- nhecer suas possibilidades, discuti-la com a equipe pedagógi- ca da escola; o segundo passo é planejar ações e praticá-las. Sabemos que a aprendizagem e o desenvolvimento do estudante dependem de vários fatores que se entrelaçam e se complementam. A intervenção que se propõe não se restringe à tarefa, às instruções, ao apoio dispensado ao estudante. Pode-se fazer uma boa intervenção nos materiais, nas condições do trabalho, nas instruções, no tempo confe- rido à atividade, na organização da situação didática, nos agrupamentos, no ritmo do trabalho, etc. Para ajudar um estudante a progredir, a avançar, faz-se uso de diferentes e variadas intervenções, mas cabe ao professor saber adequá- -las, decidir qual a melhor intervenção a fazer em um mo- mento específico, diante de uma situação específica. Não há regras ou correspondência direta entre uma observação e uma intervenção, mas esta deve estar pautada pela reflexão e avaliação do professor e, principalmente, pela clareza dos domínios a serem alcançados. Assim, poderia haver, por exemplo, uma intervenção em relação à forma como a ati- vidade é proposta, ajustando sua explicação, oferecendo mais detalhes ou, mesmo, simplificando a explicação. Porém, nem toda intervenção do professor tem por objetivo prin- cipal contribuir diretamente para a progressão das aprendi- zagens. Algumas intervenções podem contribuir somente para manter propícias as condições para o trabalho. As intervenções voltadas à avaliação formativa são aque- las que atuam nos mecanismos intelectuais do estudante centrado nas tarefas e que propiciam uma regulação direta dos processos de aprendizagem. A avaliação formativa im- plica a regulação das aprendizagens; segundo Allal (1988a), há três tipos de regulação definidos: • as regulações retroativas, que acontecem ao final de uma sequência de aprendizagem e após uma avaliação pontual; • as regulações interativas, que ocorrem ao longo de um processo de aprendizagem; • as regulações proativas, que acontecem no momento em que o estudante vai se envolver em uma atividade. Defende-se que as três modalidades sejam combinadas. Acredita-se também que podemos pensar que as regulações interativas são prioritárias, pois possibilitam que as dificul- dades sejam tratadas no momento em que surgem. A avaliação formativa propõe de maneira bastante coe- rente que o estudante seja observado, acompanhado, orien- tado eassistido em todo o seu processo de aprendizagem, cabendo ao professor uma verdadeira parceria com eles. Por meio da avaliação formativa, o professor pode observar mais detalhadamente os estudantes, compreender seus mecanismos intelectuais e ajustar de maneira mais sistemá- tica e individualizada as situações didáticas e as interven- ções pedagógicas. Avaliação de resultado Finalizados os quatro projetos propostos em cada volu- me desta coleção, é importante avaliar qual o alcance dos estudantes nos objetivos inicialmente traçados e, poste- riormente alterados a partir das avaliações formativas, ava- liar também o quanto desenvolveram competências e habilidades por meio das atividades propostas nas várias etapas que compõem cada um dos projetos. De certa for- ma, a avaliação de resultados está conectada tanto com a avaliação diagnóstica, que tornou possível traçar objetivos mais concretos em relação ao conjunto de estudantes, co- mo às avaliações formativas, responsáveis por indicar avan- ços e expectativas em relação ao que se pretendia ao realizar os projetos integradores. Vale a pena destacar que a avaliação de resultado não sig- nifica a chegada a um mesmo termo de cada um dos estu- dantes envolvidos na realização dos projetos. O modo como o conhecimento vai se constituir em cada estudante, partindo de seus conhecimentos prévios e passando pelas experiências vivas de cada uma das atividades, apresenta graus de distinção que devem ser observados pelo professor. Portanto, a avalia- ção de resultado não pode ser entendida como a ultrapassa- gem de uma fita na reta final de um campeonato, em que os estudantes são classificados por desempenhos individuais de primeiro a último colocado. Alguns estudantes necessitarão de um tempo complementar em relação à aplicação da ava- liação de resultados para que o professor possa ter certeza do desempenho de aprendizagem e, mais importante do que isso, qual a capacidade de resolução de problemas que ele passará a apresentar depois de ter participado da elaboração de alguns projetos integradores. 12 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 124_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 12 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Portanto, toda avaliação de resultado pode ser conside- rada como uma nova avaliação diagnóstica, fornecendo elementos para que, em momentos subsequentes, se possa pensar na proposição de novos desafios para os estudantes, considerando aquilo que eles passaram a dominar. É claro que todo trabalho por projetos pressupõe momentos de fechamento em que seja possível avaliar os resultados al- cançados pela turma, no geral, e pelos estudantes individual- mente. O importante é lembrar que essa avaliação não deve ser considerada de modo absoluto, isto é, como um conheci- mento estático que o estudante alcançou ou não alcançou. Toda aprendizagem pode sempre ser revista, redimensionada e ressignificada no conjunto dos saberes desenvolvidos na for- mação coletiva e individual dos estudantes. O desenvolvimento de trabalhos em grupo O trabalho com agrupamentos considera os diferentes sabe- res dos estudantes e pressupõe que saberes serão compartilha- dos, discutidos, confrontados e modificados. Ele possibilita que os estudantes tenham mais espaço para trocas, para levantar e testar suas hipóteses, para fazer correlações, refazer raciocínios, discutir e argumentar. Também é possível, por meio dos projetos, que os estudantes conquistem aprendizagem relacionada a va- lores, como respeito, compreensão, solidariedade; e a atitudes, como saber ouvir e argumentar, cooperar, relacionar-se, acolher, conviver, reconhecer diferentes pontos de vista e considerá-los com respeito, sejam aceitos ou não. No caso dos projetos, os temas e as situações-problema sugeridas requerem, necessariamente, a participação em gru- po. Para que isso possa ocorrer, o professor deve ajustar temas que circulam no universo escolar, tais como infância, meio ambiente, diversidade cultural, família, entre outros, valendo- -se de estratégias didático-pedagógicas bastante simples que envolvam conversas, pesquisas rápidas sobre temas de inte- resse, auxiliando os estudantes a construir seus pontos de vista, preferencialmente associados a suas experiências pes- soais. Esse é um dos aspectos que melhor traduz a proposta didática no trabalho com projetos para essa faixa etária: os projetos não podem ser alheios aos interesses de seus estu- dantes, cabe ao professor construir uma ponte entre a reali- dade e a possibilidade de construção de conhecimentos que permita ao estudante, individualmente e coletivamente, con- ferir importância a tudo aquilo que estuda. Tendo sido dado o primeiro passo, que é a definição clara dos objetivos a serem atingidos durante a realização de um projeto, cabe ao profes- sor avaliar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os temas e os problemas que serão estudados. O segundo passo é planejar a interação e os agrupamentos: Que contribuição cada estudante pode dar ao grupo? Como favorecer as trocas entre os estudantes de maneira que todos possam avançar? Sempre haverá muitas formas de agrupar os estudantes, e a escolha do professor dependerá de suas in- tenções. Deve-se priorizar um bom ambiente de trabalho e a máxima circulação de conhecimentos e de informação. Ao planejar a atividade e refletir sobre as interações possíveis, o professor deve tentar garantir condições para que todos par- ticipem e se relacionem da melhor forma. Aprender a se co- locar, a respeitar as diferenças, ouvir os outros, colaborar para o bom andamento de uma proposta também podem ser objetivos do trabalho em grupo. Vejamos a seguir algumas possibilidades: • formar agrupamentos de acordo com o que os estudantes sabem; • formar agrupamentos por afinidades entre os estudantes; • formar agrupamentos pelo tema de interesse; • formar agrupamentos pelo contraste entre pontos de vista moderadamente divergentes. Quando pensamos em trabalho em grupo, também é pre- ciso considerar a questão do número de integrantes. É possí- vel organizar os estudantes em duplas, trios ou em grupos de quatro ou mais integrantes. Essa variação também deve ser planejada pelo professor, pois interfere na produtividade do trabalho. A definição da quantidade de integrantes por grupo deverá resultar do conhecimento que o professor tem de sua turma e também dos objetivos que pretende alcançar. Assim, o professor poderá optar por um número de estu- dantes considerando as possibilidades de troca e de realização da tarefa proposta. Por exemplo, para escrever um texto, po- derá supor que seja melhor trabalharem em duplas, pois essa configuração aumenta a probabilidade de trocas e evita que alguns estudantes tenham sua participação comprometida. O produto final de um projeto O produto final de um projeto deve dar visibilidade aos proces- sos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos. No caso desta coleção, esses produtos são apresentados à comunidade escolar e tem um caráter coletivo. Em nossa concepção de projetos integra- dores, o produto final visa ter relevância para a comunidade local, sendo compartilhado com a família e alcançando um público real e externo à escola. Desse modo, a adequação do produto final deve ser pensada em relação ao conteúdo do projeto; aos meios e os recursos a serem utilizados; à comunidade que terá acesso; ao local que estará disponível; e, claro, às possibilidades dos estudantes. 13 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 134_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 13 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Áreas do conhecimento e componentes curriculares Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em quatro áreas do conhecimento que se complementam e contribuem para a formação integral do aluno. Duas delas abrigam dois ou mais componentes curriculares e favorecem a comunicação en- tre eles. Esta é a configuração para os anos iniciais do EnsinoFundamental (1o ao 5o ano): Área do conhecimento Componente curricular Linguagens • Língua Portuguesa • Arte • Educação Física Matemática • Matemática Ciências da Natureza • Ciências Ciências Humanas • Geografia • História Área de Linguagens No Ensino Fundamental, a área de Linguagens, com seus três componentes curriculares, favorece aprendizagens que visam à expansão das possibilidades das práticas de lingua- gem. Entende-se que cada prática propicia aos alunos uma dimensão de conhecimentos. É na interação com as diversas linguagens, manifestações artísticas e práticas corporais que o aluno constrói um conhecimento específico, tendo, então, a possibilidade de perceber as singularidades do mundo e de si próprio. Espera-se que os alunos desenvolvam e ampliem as suas capacidades de expressão e compreendam como se estruturam as manifestações artísticas, corporais e linguísticas. É importante que reconheçam as especificidades de cada linguagem e se apropriem delas, também observando e com- preendendo que tais particularidades possuem sentidos e finalidades. Entender que as linguagens estão em constante processo de mudança e que todos participam delas, direta ou indiretamente, também é um propósito da área. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, as aprendiza- gens vinculadas aos diferentes componentes curriculares devem considerar tanto as culturas tradicionais infantis como as contemporâneas. Nessa fase, os alunos desenvolvem a capacidade de representação, o que possibilita a compreen- são dos sistemas de escrita (sistema alfabético), assim como os signos matemáticos e outros registros, como os científicos, cartográficos e artísticos. Também se ampliam as possibili- dades de sistematizar os conhecimentos já vivenciados, res- significando-os. Práticas de escrita, leitura, conversação (falar e ouvir) e expressão corporal e artística passam a fazer parte de espaços mais formais de interação, ampliando-se assim o repertório dos estudantes, tanto o linguístico como o artístico e o corporal. Língua Portuguesa No Ensino Fundamental, o componente Língua Portugue- sa, está estruturado em quatro eixos organizadores, corres- pondentes às práticas de linguagem: Oralidade, Leitura, Produção de textos e Análise linguística/Semiótica. Cada eixo organizador está disposto em unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades. Embora apresentados ano a ano, tanto os eixos organizadores como as habilidades, as unidades temáticas e os objetos de conhecimento devem ser conside- rados a partir de uma perspectiva de continuidade e de inte- gração das aprendizagens. Articulados ao trabalho com os eixos, os projetos integradores contribuem para a construção da literacia junto aos estudantes, a partir de atividades que mobilizam componentes essenciais para a alfabetização, co- mo o desenvolvimento da fluência na leitura oral, a ampliação do vocabulário, o aprimoramento da compreensão de textos e da produção escrita. Para a BNCC, a Língua Portuguesa tem como objetivo norteador garantir a todos os estudantes o acesso aos saberes linguísticos necessários à participação so- cial e ao exercício da cidadania. É por meio da língua que pensamos, nos comunicamos, temos acesso às informações, expressamos opiniões e ideias, argumentamos e produzimos conhecimento. O trabalho de Língua Portuguesa visa contri- buir para o uso adequado da língua oral e da língua escrita. Ao longo do Ensino Fundamental, espera-se que os estudan- tes aprendam a ler, escrever, escutar e, falar, construindo sen- tidos coerentes e produzindo tanto textos orais como escritos adequados às diversas situações comunicativas que vivenciam em sociedade. Na BNCC, o texto é o centro das práticas de linguagem e deve ser explorado não apenas em sua modalidade verbal, na qual se faz uso da palavra escrita ou oralizada, mas em todas as suas modalidades e suportes. Na sociedade em que vivemos, existe uma variedade de textos que articulam o verbal, o visual, o gestual e o sonoro, em diferentes combi- nações. Podemos encontrar esses textos em meios físicos (livros, revistas, jornais, etc.) e em meios digitais/virtuais (computador, TV, internet, etc.), havendo ainda publicações que circulam em ambos os meios, como é o caso de revistas e jornais on-line, entre muitos outros. Os textos usados em publicidade são bons exemplos de multimodalidade de lin- guagens e, para serem entendidos, dependem da compreen- são de outros elementos, como imagens, boxes, uso 14 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 144_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 14 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 intencional de traçados, cores, hiperlinks, vídeos, sons, entre outros recursos que se articulam na tarefa de comunicar. No Ensino Fundamental, o componente Língua Portu- guesa está estruturado em quatro eixos organizadores, cor- respondentes às práticas de linguagem: Oralidade, Leitura, Produção de textos e Análise linguística/Semiótica. Cada eixo organizador está disposto em unidades temáticas, ob- jetos de conhecimento e habilidades. Embora apresentados ano a ano, tanto os eixos organizadores como as habilidades, as unidades temáticas e os objetos de conhecimento devem ser considerados a partir de uma perspectiva de continui- dade e de integração das aprendizagens. Vejamos a seguir o que os diferentes eixos possibilitam para o trabalho nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A oralidade faz parte da vida dos alunos antes mesmo de entrarem na escola. Nas interações familiares e sociais, esta prática se desenvolve desde muito cedo, porém na escola ela passa a ser objeto de conhecimento e de desenvolvimen- to de habilidades. Nessa etapa da escolaridade, o eixo da oralidade inclui conhecimentos sobre suas características, suas diferenças em relação à língua escrita, seu uso em dife- rentes situações sociais, inclusive em situações comunicativas que requerem a fala pública. Também aborda conhecimentos referentes às diferenças regionais e sociais em nosso país, evitando, assim, a discriminação e o preconceito contra cer- tas variedades linguísticas. É importante salientar que a fala pública (mais ou menos formal, dependendo da situação comunicativa) é um instrumento poderoso para a comuni- cação em todas as áreas do conhecimento, assim como a leitura e a escrita. A leitura, reconhecida como objeto de aprendizagem escolar, além de ser instrumento de ensino e aprendizagem para todos os outros componentes curriculares, é também objeto de conhecimento em Língua Portuguesa. Este eixo compreende diversas aprendizagens: decodificação de pa- lavras e textos, compreensão e interpretação de textos ver- bais e multimodais, identificação de gêneros textuais, fluência, enriquecimento do vocabulário e, principalmente, a formação do leitor e sua interação com práticas de leitura típicas da sociedade multiletrada em que vivemos. A Produção de textos reúne diferentes aprendizagens: o domínio do sistema alfabético de escrita, o desenvolvi- mento de habilidades para a produção de textos coerentes, coesos e adequados às situações comunicativas e ao nível de informatividade (fazendo uso de informações que trarão conhecimento novo para o interlocutor). Também a apren- dizagem da escrita envolve habilidades referentes ao uso adequado das variedades linguísticas, como usar um regis- tro apropriado a cada situação, observando a formalidade ou a informalidade da interação e os interlocutores. Assim, em dada situação comunicativa, o professor e os estudantes devem definir os possíveis interlocutores, o gênero do dis- curso em que o texto será organizado, o conteúdo temático, o portador e o meio em que o texto circulará. A Análise linguística/Semiótica compreende o proces- so de alfabetização e se estende às práticas de análise lin- guística e gramatical. Essas práticas estão relacionadas ao desenvolvimento da oralidade, da leitura e da escrita e visam à ampliação da capacidade de produzir e interpretar textos. Portanto,neste eixo se inserem o ensino e a aprendizagem de normas ortográficas e de pontuação, a reflexão sobre as estruturas linguísticas, as regras de concordância e regência e a apropriação de recursos semânticos, sintáticos e morfo- lógicos. Muitas são as situações de aprendizagem presentes nos projetos desta coleção que abordam a reflexão sobre o sistema de escrita alfabética no ciclo de alfabetização. Outras situações também se dão por meio da leitura compartilhada e da apreciação de textos bem escritos nos quais os alunos se apropriam gradativamente dos elementos constitutivos de pontuação nos textos. Arte A Arte, outro componente curricular da área de Linguagens, tem como unidades temáticas: Artes visuais, Dança, Música e Teatro. Além dessas quatro unidades temáticas, há uma cha- mada Artes integradas, que explora as relações entre as dife- rentes linguagens e suas práticas, inclusive as ligadas às tecnologias de informação e comunicação. O componente Arte explora manifestações culturais de espaços e tempos diversos e deve levar em conta o diálogo entre suas linguagens. Essas linguagens articulam os saberes dos fenômenos e dos produtos artísticos e envolvem práticas de leitura, produção, reflexão, construção, exteriorização. A aprendizagem de Arte deve abranger a experiência e a vivên- cia artística para que o aluno possa produzir e participar de manifestações artísticas, expandindo seu repertório e am- pliando a sua autonomia nas práticas artísticas. As Artes visuais têm como elemento de comunicação a expressão visual. São processos e produtos artísticos e cultu- rais resultantes de explorações diversas e diversificadas de materiais, recursos tecnológicos e apropriações da cultura. São exemplos de artes visuais o cinema, a pintura, a escultura, o desenho, a fotografia, e a arte urbana, entre outros. A Dança está inserida na BNCC “como uma prática artística pelo pensamento e sentimento do corpo, mediante a articulação dos processos cognitivos e das experiências sensíveis implicados no mo- vimento dançado”. Ao trazer a dança para o contexto do aluno, cria-se a oportunidade de problematizar e transformar percep- ções acerca do corpo e da dança. A produção artística e os pro- cessos investigativos que a dança possibilita estão centrados naquilo que ocorre no corpo, portanto a dança oferece uma oportunidade singular de aprendizagem que o aluno desenvol- ve por meio de vivências, sentimentos e processos cognitivos. A Música é a arte de se exprimir por meio dos sons; sua prática ganha novos sentidos nas interações sociais , afetando a sensibilidade dos envolvidos. Para ampliar e aprimorar seus conhecimentos musicais, os alunos vivenciam processos que implicam percepção musical, experimentação, manipulação, 15 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 154_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 15 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 reprodução e criação de materiais sonoros. É importante o con- tato com diversos materiais sonoros: os já conhecidos pelos estudantes, por fazerem parte de sua cultura, e também aque- les que ainda desconhecem. Essa diversidade amplia os saberes e possibilita a participação crítica do aluno na sociedade. O Teatro traz experiências que possibilitam o envolvimen- to dos sujeitos em uma relação de atuação. O corpo é espaço de criação e se expressa por meio de ação física, comunicação verbal ou não verbal. As criações podem ser coletivas ou in- dividuais, de improviso, de encenação ou desenvolvidas por meio de jogos. Os atuantes estabelecem interações entre si, mas também há interação com os espectadores. O fazer tea- tral favorece a troca entre os estudantes, o aprimoramento da percepção estética, a imaginação, a consciência corporal, a emoção, a memória e a reflexão. Área de Matem‡tica Os conhecimentos matemáticos são necessários para uma interação cidadã, possibilitada a partir do desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico por parte dos estudantes. No Ensino Fundamental, a área de Matemática deve desenvolver as competências e habilidades de raciocinar, representar, co- municar e argumentar matematicamente. Esse conjunto de competências e habilidades é chamado de letramento mate- mático. O desenvolvimento do letramento matemático en- volve formulação e resolução de problemas, utilização de conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas. Por meio do letramento matemático, o aluno pode perceber e reconhecer que os conhecimentos matemáticos são funda- mentais para sua atuação na sociedade, além de favorecer o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico e estimular a investigação. A BNCC apresenta um conjunto de ideias fundamentais, advindas dos campos que compõem a Matemática, que de- vem ser convertidas em objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental. São elas: equivalência, ordem, pro- porcionalidade, interdependência, representação, variação e aproximação. Esses objetos de conhecimento devem estar presentes nas unidades temáticas e também em outras áreas do conhecimento. São cinco as unidades temáticas que orientam as habilida- des a serem desenvolvidas: Números, Álgebra, Geometria, Grandezas e medidas e Probabilidade e estatística. A unidade temática Números tem como finalidade desen- volver o pensamento numérico que implica o conhecimento de quantidade. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio de situações significativas e sucessivas ampliações do campo numérico, desenvolve-se a construção e o aprofunda- mento da noção de número. A expectativa é que os alunos resolvam problemas com números naturais e com números racionais, que argumentem e justifiquem os procedimentos utilizados na resolução do problema, e que avaliem os resul- tados, considerando-os razoáveis, aceitáveis ou não. Espera-se também que os alunos possam desenvolver diferentes estra- tégias de cálculo para a resolução de problemas do campo aditivo e multiplicativo. Dessa forma, o cálculo estimativo, o cálculo aproximado e o mental tornam-se essenciais para a compreensão do cálculo escrito (algoritmo convencional). Os projetos que compõem esta coleção trazem em seu escopo situações de aprendizagem em que as crianças possam ex- perenciar e refletir sobre a escrita numérica em diferentes contextos de uso e, por meio de situações-problema, tenham a oportunidade de aprofundar os seus conhecimentos rela- cionados a cálculos. A proficiência em leitura, escrita e ordenação dos números naturais e racionais também também é esperada nessa etapa da escolaridade e se desenvolve por meio da identificação, reflexão e compreensão do sistema de numeração decimal. A unidade temática Álgebra tem como finalidade o de- senvolvimento do pensamento algébrico, que é essencial para utilizar modelos matemáticos na compreensão, repre- sentação e análise de relações quantitativas de grandeza. Por meio de equações e inequações, desenvolve-se uma lingua- gem, estabelece-se generalizações, faz-se análise de interde- pendência de grandezas e resolução de problemas. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, é importante que se desenvolvam as ideias de regularidade, generalização de padrões e propriedades da igualdade. As unidades de Álgebra e de Números mantêm relação evidente, por exemplo, no trabalho com sequências, em que se deve completá-las com elementos ausentes, ou em atividades com relação de equi- valência, como em 2 3 5 4 1. A unidade temática Geometria desenvolve o pensamento geométrico, necessário para investigar propriedades, fazer conjecturas e produzir argumentos geométricos. Nessa uni- dade, estudam-se posições e deslocamentos no espaço, for- mas e relações entre elementos das figuras planas e espaciais. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, em relação ao es- paço, espera-se que os estudantes reconheçam e utilizem pon- tos de referência para localização e deslocamento de objetos, construam representações de espaços conhecidos, estimem distâncias e utilizem mapas, croquis e outrasrepresentações como suporte. Espera-se que os alunos indiquem as características das formas geométricas bidimensionais e tridimensionais, asso- ciem figuras espaciais às suas planificações e vice-versa, no- meiem e comparem polígonos, utilizando-se das suas propriedades, como lados, vértices e ângulos. A unidade temática Grandezas e medidas pretende trabalhar a ideia de que a medida quantifica as grandezas do mundo físi- co. Para isso, são exploradas as relações métricas, com o estudo das medidas e das relações que se estabelecem entre elas. Essa unidade possibilita a integração da Matemática com outras áreas do conhecimento. Tomemos como exemplo a leitura de mapas e guias, em Geografia. Para compreender as representações fei- tas, é preciso também compreender as grandezas e medidas nelas implicadas. Assim, a unidade temática Grandezas e medidas tem importância fundamental para a compreensão da realidade 16 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 164_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 16 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 e também para a construção da noção de número, das noções de geometria e do pensamento algébrico. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, propõe-se que seja iniciado o trabalho com Grandezas e medidas de forma contextualizada e significativa, sendo de grande importância que a regionalização e os aspectos peculiares da comunidade sejam considerados, privilegiando-se, assim, medidas usadas na comunidade. A expectativa é que os alunos resolvam pro- blemas do cotidiano que envolvam grandezas como tempo, massa, comprimento, temperatura, área, capacidade e volume. Inicialmente, prefere-se que seja sem o uso de fórmulas e usando unidades não convencionais de medida e compara- ções, garantindo-se o sentido da ação para os estudantes. Nesta coleção, o trabalho com Grandezas e medidas está representado em vários projetos, em que os alunos terão como desafio utilizar seus conhecimentos a respeito das medidas usuais padronizadas para a resolução de situações-problema variadas. Na unidade temática Probabilidade e estatística, são estudados a incerteza e o tratamento dos dados, com a fina- lidade de promover a compreensão de que nem todos os fenômenos da vida cotidiana, das ciências e da tecnologia são determinísticos, ou seja, pode haver fenômenos sujeitos ao acaso e à indeterminação. O desenvolvimento dessa com- preensão implica habilidades como saber coletar, organizar e analisar dados; saber representar e interpretar dados em va- riados contextos; fazer julgamentos e tomar decisões funda- mentadas e adequadas. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a probabilidade está relacionada à noção de aleatoriedade. É importante com- preender que há eventos certos, eventos impossíveis e even- tos prováveis. Propõe-se que os alunos reflitam sobre os resultados de eventos e que verbalizem sobre a possibilidade de haver outros resultados. Para a compreensão do papel da estatística no cotidiano dos alunos, é sugerido que desenvolvam uma pesquisa de interesse próprio e que fique evidente a necessidade de um planejamento que envolva a coleta e a organização de dados. Este trabalho favorece o conhecimento e a utilização de ta- belas e gráficos, envolvendo tanto a leitura como a construção deles. Também a interpretação dos dados pode ser trabalha- da na produção de um texto escrito que deve justificar e sin- tetizar as conclusões. Portanto, os objetos de conhecimento e as habilidades apresentadas na BNCC devem ser interpretados segundo o papel que representam no conjunto das aprendizagens su- geridas nos temas e nas propostas desta coleção. Nos projetos desta coleção, o trabalho com a probabilidade e a estatística aparece de maneira abundante por meio de diver- sas situações em que os alunos precisam fazer a leitura de dife- rentes tipos de gráfico e de tabelas. Para isso, propõem-se a pesquisa dos dados necessários para essa construção, bem como o conhecimento e a exploração da estrutura de tabelas (simples ou de dupla entrada) ou de gráficos (de barras, colunas e setores). Área de Ciências da Natureza O desenvolvimento científico e tecnológico que a socie- dade contemporânea testemunha é também a base de sua organização. Ao longo da História, a ciência e a tecnologia se desenvolveram integradas aos modos de vida das diversas sociedades, porém não podemos dizer que o desenvolvimen- to traga apenas benefícios. O desenvolvimento científico e tecnológico pode resultar em novos e melhores produtos e serviços, oferecendo facilidades e novas possibilidades para uma sociedade, mas também pode ocasionar desequilíbrios na natureza, prejuízo ao meio ambiente e, consequentemen- te, perdas ou danos à sociedade. Cabe aos cidadãos debater, refletir e tomar decisões sobre os mais variados temas que os afetam no presente e que podem comprometer o futuro pró- ximo ou distante. Para isso, a área de Ciências da Natureza, no Ensino Fundamental, tem compromisso com o desenvolvi- mento da capacidade de compreender e interpretar o mundo, possibilitando ao aluno uma atuação social comprometida e consciente, pautada em princípios de sustentabilidade e bem comum, em um exercício pleno da cidadania. É necessário assegurar aos alunos o acesso à diversidade de conhecimen- tos científicos e aproximá-los, gradativamente, de processos, práticas e procedimentos da investigação científica. O processo investigativo é considerado um elemento central na formação dos alunos do Ensino Fundamental. Questões desafiadoras devem orientar as situações de aprendizagem e estimular o interesse e a curiosidade, possibilitando a investi- gação e incentivando o compartilhamento dos resultados ob- tidos. Ao realizar atividades investigativas, os estudantes devem identificar e definir problemas, levantar, analisar e representar os resultados, propor intervenções e comunicar conclusões. As aprendizagens de Ciências possibilitam aos estudantes compreender e explicar o mundo em que vivem e intervir nele. Eles aprendem sobre si mesmos, sobre a diversidade, sobre os processos de evolução e manutenção da vida, sobre o mundo material, sobre o planeta Terra, o Sistema Solar, o Universo e sobre a aplicação dos conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana. No Ensino Fundamental, o componente curricular Ciências está organizado em três unidades temáticas: Matéria e energia, Vida e evolução e Terra e Universo. A unidade temática Matéria e energia propicia o estudo dos materiais e suas transformações, além das fontes e dos tipos de energia utilizados na vida em geral, na perspectiva de cons- truir conhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes usos da energia. Estão contemplados nessa unidade também os estudos referentes à produção e ao uso consciente dos ma- teriais e à ocorrência, à utilização e ao processamento de recur- sos naturais e energéticos. Em atividades cotidianas fazemos uso de vários tipos de matéria e energia. Para nossa sobrevi- vência, precisamos de alimentos e fontes de energia para nos- sas funções vitais. Para o mais leve movimento que realizamos, como o piscar de olhos, precisamos de energia. Precisamos de 17 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 174_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 17 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 materiais e energia para produzir e fazer funcionar todos os objetos, utensílios e ferramentas que utilizamos. Partindo de vivências diárias e da relação com o entorno que os alunos estabelecem, nos anos iniciais, possibilita-se a construção de noções sobre os materiais, seus usos e suas propriedades. É explorada também a interação desses mate- riais com a luz, o som, o calor, a eletricidade e a umidade. Valorizam-se a construção de hábitos saudáveis e sustentáveis, a preservação da saúde, a construção coletiva de propostas de reciclagem e a reutilização de materiais. A unidade temática Vida e evolução aponta para as ques- tões relacionadas aos seres vivos, suas características e suasnecessidades, a vida como fenômeno natural e social e os elementos essenciais para a manutenção e compreensão dos processos evolutivos que geram a diversidade. Estudam-se também as características dos ecossistemas, as interações dos seres vivos com o ambiente e com outros seres vivos, além da preservação da biodiversidade e como ela é distribuída nos principais ecossistemas brasileiros. Nessa unidade, o corpo humano é estudado como um todo dinâmico e articulado, cujos diferentes sistemas são res- ponsáveis pelo funcionamento e pela manutenção desse conjunto. Pretende-se que os alunos ampliem seus conheci- mentos e identifiquem os cuidados necessários à saúde e à integridade do organismo. O apreço pelo próprio corpo e o respeito às diferenças também são foco da unidade. Na unidade temática Terra e Universo, pretende-se alcan- çar a compreensão das características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes. As dimensões, a composição, as localizações e os movimentos desses corpos e as forças que atuam neles também são conhecimentos abordados. Parte-se da curiosidade e do interesse que, em geral, os alunos expres- sam para aprofundar e ampliar os conhecimentos relativos à temática. Ampliam-se as experiências de observação do céu, dos fenômenos celestes e do planeta Terra. A questão da construção do conhecimento, ao longo da História, relativo à Terra e ao Universo também é abordada, valorizando-se as diferentes formas de conceber o mundo que as variadas cul- turas construíram. Outros assuntos são apresentados de forma a se relacionar e a ampliar a compreensão de variados fenômenos e aconte- cimentos. Assim, a camada de ozônio, o efeito estufa, os tsu- namis, os vulcões, os terremotos, as mudanças climáticas e os movimentos da Terra são temas que contribuem para a am- pliação dos conhecimentos relativos à evolução e à manuten- ção da vida e do planeta. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, pretende-se agu- çar ainda mais a curiosidade dos alunos. Por meio de expe- riências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos naturais, desenvolve-se o pensamento espacial. Nesse sentido, é preciso oferecer aos estudantes oportunidades de vivenciar situações de investigação que possibilitem a observação, o raciocínio e a criação. Além disso, é esperado o desenvolvi- mento de posturas colaborativas e que os alunos possam elaborar suas primeiras explicações acerca dos diferentes as- suntos abordados, tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios de Ciências. É importante que os alunos compreendam que a possibi- lidade de identificar fenômenos e estudá-los e os conheci- mentos adquiridos por meio da observação sistemática são fundamentais para a vida humana, oferecendo maior autono- mia para diferentes atividades. É fundamental que as temáticas da área de Ciências sejam consideradas sob a perspectiva da continuidade das aprendi- zagens e da integração dos objetos de conhecimento. Ao se tratar de saúde e ambiente, por exemplo, a integração dos objetos de conhecimentos das diferentes temáticas possibilita maior compreensão e aprofundamento das aprendizagens. Ao se pensar na saúde, deve-se levar em conta, além das questões relacionadas ao próprio corpo, as questões de saneamento básico, geração de energia, produção de medicamentos, ques- tões ambientais específicas de uma região, entre outras. Os projetos propostos nesta coleção são de natureza in- vestigativa e, assim, contribuem para a alfabetização científi- ca. Os temas abordados têm relevância social e possibilitam que os alunos se posicionem criticamente, reflitam sobre as mudanças de postura necessárias e compreendam melhor sua relação com a natureza e a vida em sociedade. Área de Ciências Humanas A área de Ciências Humanas aborda as relações espaciais e desenvolve o raciocínio espaço-temporal. Esse raciocínio traduz a ideia de que o ser humano produz o espaço em que vive, apropriando-se dele em determinada circunstância histórica. Para que o ser humano compreenda, interprete e avalie os significados de ações realizadas, tanto no passado como no presente, é necessário que seja capaz de reconhecer a situação, o momento em que está inserido e também tudo aquilo que o compõe e o torna particular. Ao mesmo tempo em que pro- duz o espaço e se apropria da circunstância histórica, ele se torna responsável pelo saber produzido naquele momento e também pelo controle dos fenômenos naturais e históricos. As Ciências Humanas também valorizam a crítica sistemá- tica à ação humana, às relações sociais, às relações de poder e à produção de conhecimentos e saberes oriundos de cir- cunstâncias históricas e espaços geográficos. O ensino de Geografia e História contribui para que os alu- nos ampliem a compreensão do mundo em que vivem e, assim, possam nele interagir de forma responsável, o que também implica estimular a formação ética. Assim, ao cons- truir o sentido de responsabilidade, os alunos desenvolvem atitudes de valorização aos direitos humanos, de respeito ao ambiente e à própria coletividade. A solidariedade, a partici- pação do cidadão na sociedade visando ao bem comum e a preocupação com as desigualdades sociais também são ques- tões das Ciências Humanas, que levam ao desenvolvimento de um trabalho orientado à formação da cidadania. 18 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 184_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 18 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Ao longo do Ensino Fundamental, por meio de procedi- mentos de investigação, as Ciências Humanas devem contri- buir para que os alunos percebam as dinâmicas sociais e, assim, observem diferentes indivíduos, situações e objetos, possibilitando ainda o reconhecimento do “eu” e o sentimen- to de pertencimento à família e à comunidade. Geografia Este componente curricular favorece ao aluno o conheci- mento do mundo em que vive, possibilitando que se perceba como participante do espaço e compreenda que os fenôme- nos que ali ocorrem são, também, resultados da atividade dos seres humanos, inseridos num processo de desenvolvimento. Ao mesmo tempo que aborda as ações humanas em diferen- tes sociedades, das diversas regiões do planeta, também co- labora para a formação do conceito de identidade. O conceito de identidade se afasta da ideia de consolidação de um eu estável. A identidade se amplia e se expressa de dife- rentes formas: na compreensão da paisagem como uma repre- sentação de vivência do indivíduo e de uma coletividade; na consideração e no estabelecimento de relações com os lugares vividos; nos costumes que traduzem a memória social; na iden- tidade cultural e na consciência de que todos são sujeitos da História, cada qual com sua identidade e suas diferenças. O estudo da Geografia deve estimular o pensamento es- pacial, modo pelo qual nos orientamos e manipulamos o espaço que nos rodeia, e desenvolver o raciocínio geográfico para que o aluno possa representar e interpretar o mundo em permanente transformação, relacionar componentes da so- ciedade e da natureza. Espera-se também que o estudante possa usar o raciocínio geográfico para pensar e resolver pro- blemas da vida cotidiana, enfrentados na família, na comuni- dade, na escola e nas instituições das quais participa, posicionando-se de forma consciente sobre as responsabili- dades, os direitos e os deveres sociais. Alguns conceitos são de fundamental importância para a aprendizagem de Geografia contemporânea e estão apresen- tados na BNCC por níveis de complexidade: espaço, território, lugar, região, natureza e paisagem. O conceito de espaço é o mais amplo e complexo e está associado ao conceito de tem- po social e tempo cronológico, entendido tanto em História como em Geografia como uma construção social que se une à memória e às identidades sociais dos sujeitos e, para a Geo- grafia, aos tempos da natureza que marcam a memória da Terra e as transformações naturais. Como veremosa seguir, no Ensino Fundamental o compo- nente curricular Geografia está organizado em cinco unidades temáticas: O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e esca- las; Mundo do trabalho; Formas de representação e pensa- mento espacial; e Natureza, ambientes e qualidade de vida. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a unidade temática O sujeito e seu lugar no mundo favorece as noções de per- tencimento e identidade, ao propor a ampliação do conheci- mento de si e de sua comunidade. Por meio de situações da vida cotidiana, os alunos podem perceber e compreender as relações estabelecidas entre eles e a comunidade, identificando-se e res- peitando os diferentes contextos socioculturais. A noção de es- paço deve estimular o desenvolvimento das relações espaciais (topológicas, projetivas e euclidianas) e o raciocínio geográfico. A unidade temática Conexões e escalas apresenta ao aluno a possibilidade de compreender as interações entre fatos locais e globais, considerando as relações multiescalares existentes en- tre as diferentes esferas da vida: familiar, em grupos, em espaços de convivência e esferas mais distantes, como a vida em deter- minada parte do país. Por meio do princípio da conexão, os alunos são estimulados a compreender também as relações entre os componentes da sociedade e do meio físico natural; entende-se portanto que um fenômeno geográfico acontece sempre em interação com outros fenômenos próximos ou distantes. Na unidade Mundo do trabalho, nos anos iniciais do En- sino Fundamental, são apresentados os processos e técnicas usadas na produção de materiais, assim como seus usos nas sociedades em diferentes tempos. São também abordadas as inúmeras atividades realizadas em distintas cadeias produtivas e suas funções socioeconômicas. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a unidade temáti- ca Formas de representação e pensamento espacial está voltada às aprendizagens que envolvem o raciocínio geográ- fico. Propõe-se a ampliação da concepção de representações gráficas, incluindo o domínio da leitura e a elaboração de ma- pas e gráficos. São exploradas diferentes linguagens, com o intuito de ampliar o repertório do aluno e oferecer sentidos na leitura de mundo. Assim, representações de uso frequente co- mo fotografias, mapas, gráficos, esquemas, imagens de satélites, audiovisuais e desenhos e favorecem o desenvolvimento do pensamento espacial e do raciocínio geográfico. Por fim, a unidade temática Natureza, ambientes e quali- dade de vida integra a geografia física e a geografia humana. Nos anos iniciais, é abordada a relação que diferentes comuni- dades estabelecem com a natureza e também sua transforma- ção a partir das inúmeras possibilidades de uso dos seus recursos. A unidade temática favorece ainda que sejam reco- nhecidos e estudados os impactos socioambientais provenien- tes da ação humana. Vale lembrar que todas as unidades temáticas desenvolvem aspectos relacionados ao exercício da cidadania e favorecem o desenvolvimento de conhecimentos da Geografia que se relacionam com situações-problema da vida cotidiana, possi- bilitando ao aluno construir e mobilizar diferentes habilidades que se integram, assim como os conhecimentos proporciona- dos pelas diferentes temáticas. Além dos lugares de vivência que favorecem as noções de pertencimento, localização, orientação e organização, deve-se ampliar o aprendizado, articulando outros conceitos, como paisagem, região e território, e, assim, possibilitar aos alunos a compreensão das características culturais e naturais de diferen- tes sociedades e lugares, incluindo as culturas indígenas e afro- descendentes. 19 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 194_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 19 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 História Ao componente curricular História interessa perceber a forma como os indivíduos construíram suas narrativas sobre o mundo em que viveram e vivem, suas instituições e suas organizações sociais. No ensino de História, é importante que se utilizem dife- rentes tipos de documento e fontes históricas, facilitando assim a compreensão da relação entre tempo e espaço e das relações sociais estabelecidas. Por documentos históricos, entende-se tudo aquilo a que um narrador (entendido como o sujeito que conta a história por meio do objeto) confere sentido e torna capaz de expressar os processos existentes na vida das sociedades. O documento pode ser qualquer objeto produzido em um determinado período que possa auxiliar o estudante historiador em sua análise, podendo ser escrito, iconográfico, oral, audiovisual ou material. Na escola, a produção de conhecimento histórico pode ser estimulada por meio do uso de objetos materiais e através do questionamento sobre o significado das coisas do mundo. Para isso, deve-se desenvolver processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise dos objetos. O processo de identificação de um objeto, na escola, con- siste em oferecer recursos para que os alunos utilizem dife- rentes formas de percepção e interação com ele. Perguntas sobre o material usado na produção do objeto, a forma como foi produzido, a utilidade no passado e na atualidade, quem o usa ou consome, entre outras auxiliam o processo de iden- tificação e favorecem a compreensão da História, das mudan- ças ocorridas no tempo, no espaço e nas relações sociais. A comparação oferece elementos que ampliam a com- preensão e tornam mais visíveis as semelhanças ou diferenças. Para comparar, é preciso estabelecer um contraponto entre o objeto ou o evento e algo que possa ampliar o entendimen- to. Assim, é possível comparar linguagens, variadas culturas e maneiras de produção e utilização de materiais e formas de comunicação. Por exemplo, pode-se comparar os utensílios usados na atualidade para a alimentação com os utensílios usados em sociedades do passado ou de diferentes regiões do planeta. Sempre se usou talheres para pegar a comida? Eles são produzidos da mesma forma? A contextualização é fundamental para o conhecimento histórico e essencial aos alunos, que devem saber atribuir sentidos e significados a uma determinada época, grupo so- cial ou território. Para contextualizar um documento histórico, por exemplo, o estudante deve buscar o conjunto de circuns- tâncias em que foi ou ainda é produzido e utilizado. É preciso estabelecer relações entre o documento histórico e a situação em que ele está inserido, favorecendo e ampliando a com- preensão histórica de fatos, eventos e objetos. A interpretação de um texto, um objeto, uma obra literária ou artística exige observação e conhecimento da sua estru- tura e de suas relações com modelos e formas semelhantes ou diferentes. As interpretações e as buscas por entendimen- to podem ser variadas; e oferecem mais clareza sobre o obje- to em questão e estimulam as hipóteses levantadas e os argumentos selecionados com o intuito de comprovar algo. Ao analisar fontes históricas, não podemos desconsiderar o contexto social e histórico em que foram produzidas. A análise é uma habilidade complexa que implica, segundo a BNCC, problematizar a própria escrita da História e considerar que, apesar de toda a organização e busca de sentido, algo sempre escapa. Ao analisar algo, o aluno se compromete a examinar, comentar, criticar, explicar e também realizar uma atividade que não oferece conclusões ou resultados finais. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o ensino de His- tória abrange, inicialmente, a construção do sujeito. Nas vi- vências cotidianas, o aluno passa a identificar o seu lugar na escola e na família, iniciando o desenvolvimento da percepção de si e do outro. Esse processo de constituição do sujeito é complexo e se estende do 1o ao 5o ano, tendo como objetivo o reconhecimento do “eu”, do “outro” e do “nós”. Parte-se do conhecimento de si e das vivências pessoais para a noção de comunidade e davida em sociedade. Com a ampliação de escala e de percepção, passa-se a contemplar também a no- ção de lugar em que se vive e de cidade. Diferencia-se a vida privada da vida pública, a vida urbana da vida rural. Em uma crescente ampliação na escala temporal, analisa-se também a circulação dos primeiros grupos humanos, a diversidade de povos e culturas e suas formas de organização. O ensino de História também abrange a noção de cidadania e prepara os indivíduos para enfrentar os desafios contemporâneos. Deve estimular a autonomia de pensamento e a capacidade de reconhecer que as ações dos indivíduos estão relacionadas à sua época e ao lugar em que vivem. Deve também ampliar os conhecimentos acerca da diversidade cultural, as questões de gênero e as abordagens em relação aos povos indígenas e africanos, estimulando assim o pensamento crítico, a auto- nomia e a formação para a cidadania. Para contemplar os desafios propostos para o ensino de Ciências, Geografia e História, os projetos da coleção abordam diferentes conteúdos, destacando-se as habilidades relacio- nadas à organização social, ao respeito à diversidade, à forma como nos apropriamos, ocupamos e devemos cuidar do pla- neta Terra, às memórias pessoais, da família e dos grupos sociais, às mudanças e permanências sociais e históricas pre- sentes em nossa sociedade, entre outras. 20 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 204_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 20 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Momento 4 É hora de você e os colegas produzirem uma capulana para guardar as melhores lem- branças da vida de cada integrante do grupo. Escolha um pedaço de tecido e pense em uma maneira de representar algo que conte um pouco da sua história. Você pode fazer um desenho figurativo ou abstrato, isto é, ele pode ter imagens que representem coisas existentes ou pode ter linhas, traços e formas que não se pareçam com seres e coisas. Você poderá desenhar, pintar ou bordar (com a ajuda do professor). No final do projeto, todos os pedaços farão parte de uma única capulana: a capulana das melhores memórias de seu grupo! b) Liste no caderno os materiais que você gostaria de usar. c) Concluam os tecidos com as memórias do grupo e depois pensem em uma maneira de uni- -los à capulana da turma! Resposta pessoal. Atividade 1 Para começar, que tal fazer o planejamento do que você deseja representar? a) Use o espaço e lance suas ideias! Pense nas cores que vai utilizar, nos desenhos que deseja fazer, nos traços, nos tons... Lembre-se das capulanas vistas nos outros Momentos e planeje uma maneira criativa de falar de sua vida por meio de imagens em tecido. Atividade de conclusão do projeto 3131Projeto 1 3232 Projeto 1 Atividade 2 Todos juntos, listem ideias de como poderão compartilhar o que aprenderam sobre a África na Exposição de Memórias, que acontecerá no projeto 4. Vocês vão decidir com o professor. a) Onde a capulana será exposta? Como as informações sobre o percurso deste trabalho serão expostas? Respostas de acordo com as sugestões do grupo. b) Além de falar sobre as capulanas, que outras informações vistas até agora vocês consideram importantes para compartilhar com a comunidade escolar? Como isso pode ser feito? c) Tire uma foto da capulana que todos fizeram e cole-a aqui como uma recordação deste momento. Se quiser, escreva uma frase resumindo o que você sentiu ao fazer este trabalho. O que apren di sobre... Tecendo novos o lhares! Projeto fi nal – atividades de conclusão do projeto. Como está organizado este livro Neste livro, voltado ao quarto ano do Ensino Fundamental, são desenvolvidos quatro projetos que se relacionam entre si por meio de um assunto abrangente e instigante e que promove a interdisciplinaridade. Livro do Estudante Os quatro projetos têm uma estrutura fixa, que ajuda professores e estudantes a se organizar. O livro começa com uma Roda de conversa, na qual se estabelece um diálogo com os estudantes sobre o trabalho com projetos. Cada projeto contém: uma Abertura, em que se estimula o estudante para o desafio, uma Introdução, em que se apresentam as informações necessárias para desenvolver o projeto e se anuncia qual será o produto final, e vários Momentos, que são etapas com atividades variadas que conduzem para a elaboração e a apresentação do produto final. PROJETO 1 Tecendo novos olhares! Tecidos coloridos vendidos no mercado de Maputo, capital de Moçambique, na África. • O que um objeto pode contar sobre um povo? • Como conhecer um continente tão grande como a África? • Existe algum objeto que seja importante para você e sua família? th o ro n /S h u tt e rs to c k 1313Projeto 1 As crianças das fotos são africanas, mas as fotos não são do mesmo país: foto 1 - São Tomé e Príncipe, 2020. Foto 2 - Ruanda, 2019. Foto 3 - Moçambique, 2019. fi v e p o in ts ix /S h u tt e rs to ck O x y M /S h u tt e rs to ck X in o v a p /S h u tt e rs to ck 1 3 2 Descoberta, diversidade! PROJETO 4 7373Projeto 4 • O que mais podemos aprender sobre o continente africano? • O que fazer para desenvolver novos olhares para as várias faces da África? • Como comunicar os novos olhares que os projetos anteriores provocaram? • O que seu rosto diz? • Os seus olhos contam histórias? • O que a sua pele expressa? Somos iguais, somos plurais! PROJETO 3 Composta de 54 países e muitas culturas, a África é um continente repleto de diversidade. Madagascar, 2019. Quênia, 2019. Gana, 2020. Angola, 2019. Marrocos, 2020. Zambia, 2019. M ic h a e l C a n d e lo ri /N u rP h o to /G e tt y I m a g e s W e s te n d 6 1 /A la m y /F o to a re n a M a ri a n n a B a y k o v a /S h u tt e rs to ck M ic h a l B a la d a /S h u tt e rs to ck D a n ie l M e n s a h B o a fo /S h u tt e rs to ck R U B E N M R A M O S /S h u tt e rs to ck 5252 Projeto 3 Meu corpo, minha hist—ria PROJETO 2 Artistas de rua dançando. Durban, África do Sul, 2018. • Você gosta de dançar? Em sua família, há situações em que as pessoas dançam? Quais? • Como fica o corpo quando dançamos? • Que tipo de relação existe entre as danças e o local em que vivemos? F ra n k K a h ts E th n ic /A la m y /F o to a re n a 3333Projeto 2 No início de cada projeto, os estudantes são estimulados a refletir sobre as questões apresentadas e, assim, a se engajar na busca dos conhecimentos necessários para a elaboração de um produto final. 21 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 214_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 21 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Atividade de conclusão do projeto 2 – apresentação corporal Atividade 3 Agora que você ampliou suas referências, reveja as ideias que anotou na atividade 1 do Momento 4. Você pode acrescentar ideias novas ou modificá-las – tudo o que considerar necessário para que elas fiquem mais adequadas ao que você deseja transmitir. ¥ Exponha suas ideias ao grupo, ouça as propostas dos colegas e verifique o que é mais adequado em relação ao que o grupo definiu para a apresentação. Atividade 4 Anote as decisões do grupo. a) Para quem será a apresentação? b) Como vocês vão dividir o trabalho? c) Quais materiais serão necessários? Resposta pessoal. Respostas pessoais. 5050 Projeto 2 O que apre ndi sobre.. . Meu corp o, minha his t—ria Atividade 5 Chegou a hora de organizar os ensaios e de fazer os ajustes finais. a) Apresentem ao público definido o que vocês escolheram e prepararam. b) Por fim, avaliem todo o processo desse projeto. Atividade 6 Cole aqui uma foto para se recordar desse dia. Atividade de conclusão do projeto 5151Projeto 2 O que eu j‡ sei? Antes de iniciarmos as atividades com os projetos integradores deste livro, vamos fazer uma avaliação para saber como está sua leitura e interpretação de textos e o que você já sabe sobre as culturas africanas e afro-brasileira. Siga as orientaçõesdo professor para realizar a prova e bom trabalho. 1. A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura po- pular e música. Leia a letra da canção a seguir, entoada em rodas de capoeira, e faça o que se pede. Maculelê: Dança guerreira de origem africana, com ritmo marcado por tambores, em que os participantes simulam luta usando bastões. Candomblé: Religião africana introduzida no Brasil no início do século XIX pelos nagôs, bantos e outros povos escravizados, que demonstra uma forte ligação com os ancestrais e as forças da natureza. Ginga: Movimento feito pelo capoeirista, no ataque ou na defesa, a fim de enganar o oponente. M a u ro A k ii n N a s s o r/ F o to a re n a Às vezes me chamam de negro Às vezes me chamam de negro Pensando que vão me humilhar Mas o que eles não sabem É que só me fazem lembrar Que venho daquela raça Que lutou pra se libertar Que criou o maculelê E acredita no candomblé Que tem sorriso no rosto A ginga no corpo e o samba no pé Que fez surgir de uma dança Luta que pode matar Capoeira arma poderosa Luta de libertação Brancos e negros na roda Se abraçam como irmãos. Às vezes me chamam de negro. Capoeira. Letras. Disponível em: https://www.letras.com.br/capoeira/ as-vezes-me-chamam-de-negro#top=capoeira. Acesso em: 21 jul. 2021. 66 O que eu j‡ sei? Entendemos que, ao oferecer quatro projetos diferentes, em um mesmo ano, e que possuem relações entre si, podemos contribuir para que o estudante tenha maior oportunidade de aprofundar seus conhecimentos e de perceber as diferentes implicações e re- levâncias que um assunto pode ter na sua vida, na vida de uma comunidade, de uma região e até mesmo em todo o mundo. Os projetos apresentados foram planejados de forma que possibilitem a adequada progressão das aprendizagens e a partici- pação efetiva dos estudantes, que são convidados a expor e trocar ideias, sugerir ações, realizar propostas envolvendo a comu- nidade, mobilizar e relacionar conhecimentos anteriores, refletir sobre problemáticas e apontar possíveis soluções, produzir registros em diferentes linguagens, etc. Destacamos as atividades finais dos projetos como “Atividade de conclusão do projeto”, para que você possa identificar a planejar suas ações. Pretende-se que o produto final de cada projeto represente as conquistas do grupo e que possa contribuir para divulgação e mobilização de conhecimentos e para melhorias na qualidade de vida de todos os envolvidos. Na atividade final – conclusão do projeto 4 – é proposta uma exposição para toda a comunidade. As atividades desenvolvidas durante cada projeto estão relacionadas com os objetos de conhecimento, os objetivos do projeto e o produto final, portanto os estudantes podem compreender seus propósitos e sentido, tornando a aprendizagem mais significa- tiva. Eles vão explorar diferentes percursos para alcançar seus objetivos e vão poder conhecer variadas formas de expressar suas conquistas, todas elas apoiadas em usos sociais pertinentes. Entrevistas, cartazes, exposições, apresentações, por exemplo, se- rão práticas ou recursos potencia- lizados para comunicar algo necessário ou de interesse da sociedade ou da comunidade escolar. A avaliação dos estudantes se dará ao longo das atividades propostas para os projetos, de forma contínua. Também sugeri- mos dois momentos pontuais para a avaliação diagnóstica e para a avaliação de resultado. Para iniciar o trabalho, propomos uma avaliação diagnóstica na seção “O que eu já sei?”, que visa aferir o conhecimento prévio dos estudantes acerca do tema que será estudado nos projetos. Para finalizar a proposta dos projetos integradores, propomos uma avaliação de resultado na seção “O que eu aprendi?”, que visa certificar o aprendizado dos estudantes 22 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 224_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 22 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 Manual do Professor Para que os estudantes tenham acesso a todas as oportunidades de aprendizagem, o volume apresenta informações e orientações ao professor expressas de forma clara e objetiva e que contribuem para que ele possa desenvolver o trabalho apoiado em conhe- cimentos pertinentes e bem organizados. Este Manual do Professor contém informações que contribuirão para o melhor entendimento e desenvolvimento dos projetos propostos. A Introdução geral do manual apresenta como se desenvolvem a leitura e a escrita nos anos iniciais do Ensino Funda- mental, como o livro se encaixa no contexto atual, como o professor pode trabalhar com os projetos apresentados, como avalia o desenvolvimento dos estudantes ao longo do ano letivo, além de apresentar as áreas do conhecimento e os componentes curricu- lares. Já nesta parte que trata da organização do volume, é apresentada a estrutura da obra e uma sugestão de cronograma para você adaptar à realidade de sua escola. Em seguida, começa a reprodução das páginas reduzidas do Livro do Estudante com orien- tações específicas para cada atividade proposta e também informações relevantes sobre cada projeto. Sumário Introdução geral O desafio da leitura e da escrita: alfabetização, literacia e numeracia ...... 5 A obra no contexto atual ......................... 8 O trabalho com projetos ......................... 8 O papel do professor no desenvolvimento de um projeto ........... 9 Ações do professor em relação ao tema ........... 9 Em relação às justificativas ............................... 10 Em relação à interdisciplinaridade e à contextualização ................................................. 10 Em relação aos objetivos ................................... 10 Em relação às estratégias .................................. 10 Em relação às habilidades ................................. 10 Em relação às competências ............................. 11 Avaliação .................................................. 11 Avaliação diagnóstica ........................................ 11 Avaliação formativa ............................................ 12 Avaliação de resultado ....................................... 12 O desenvolvimento de trabalhos em grupo .................................................. 13 O produto final de um projeto ............. 13 Áreas do conhecimento e componentes curriculares .................... 14 Área de Linguagens ............................................ 14 Área de Matemática ............................................ 16 Área de Ciências da Natureza ........................... 17 Área de Ciências Humanas ................................ 18 Como está organizado este livro ......... 21 Livro do Estudante .............................................. 21 Manual do Professor ........................................... 23 Leitura ................................................................... 25 Comunicação oral ............................................... 25 Os ícones usados no volume ............................. 25 Componentes curriculares nos projetos do 4o ano .................................. 26 Cronograma de trabalho ....................... 26 Quadro de conteúdos e sugestão de cronograma ........................................ 27 Referências bibliográficas ..................... 31 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido com orientações específicas ................................................. 33 E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra 4 ................................................. 33 E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra PROJETO 1 Tecendo novos olhares! Tecidos coloridos vendidos no mercado de Maputo, capital de Moçambique, na África. • O que um objeto pode contar sobre um povo? • Como conhecer um continente tão grande como a África? • Existe algum objeto que seja importante para você e sua família? th o ro n /S h u tt e rs to c k 13Projeto 1 IntroduçãoAs perguntas iniciais do projeto Tecendo novos olhares! visam son- dar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a África e mobilizá- -los para uma reflexão sobre a história do país em que vivem. O intuito é levá-los a compreender que um ob- jeto também pode “contar histórias”. Estratégias • Explore a imagem dos tecidos apresentados nesta página e per- gunte aos estudantes os significa- dos e os usos das cores, das formas e do tecido como um todo. • Leve para a sala de aula objetos antigos a que os estudantes pos- sam atribuir diferentes sentidos. • Mostre imagens de museus e co- mente que essas instituições pre- servam informações da história de um lugar, de um povo ou de uma época. • Registre as ideias iniciais dos es- tudantes para que, ao final dos estudos, eles possam avaliar a própria aprendizagem. Objetivo • Trabalhar com textos, imagens e práticas que apresentem elemen- tos da cultura, das artes, da história e da sociedade moçambicana. Justificativa O estudo da cultura moçambicana pretende levar os estudantes a se conscientizarem das semelhanças e das diferenças que existem entre a matriz africana e seu próprio contex- to. Ao entender a influência dessa cultura no Brasil, eles poderão valori- zar mais os elementos da cultura afri- cana observados no país. Arte (EF15AR24) (EF15AR01) (EF15AR03) (EF15AR04) (EF15AR07) (EF15AR25) Geografia (EF05GE10) História (EF04HI01) (EF04HI11) Habilidades 45 Sumário deste Manual Reprodução do Livro do Estudante 23 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 234_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 23 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Introdução ao projeto 3 Neste projeto, você vai conhecer um pouco mais sobre a diversidade étnica e cultural dos grupos humanos que vivem na África para entender melhor a herança africana no Brasil. E, por meio da leitura de textos e da apreciação de imagens, terá a possibilidade de refletir sobre di- ferenças e semelhanças do mosaico étnico e cultural que é o continente africano. Terá também a oportunidade de descobrir, por meio de pesquisa, mais sobre arte-protesto, compor sua própria obra de representação da diversidade da África e do Brasil e compartilhar o que aprendeu na Exposição de Memórias do Estudo. Ao final do projeto, você vai entender por que a África é um lugar de muitas faces. Bom trabalho! Benin, 2018. Etiópia, 2020. Nigéria, 2018. Egito, 2020. projeto inic iado em: projeto enc errado em: Introdução ao projeto 3 J a c o K la m e r/ A la m y /F o to a re n a L o b n a T a re k /d p a /A la m y /F o to a re n a J a k e L y e ll /A la m y /F o to a re n a U w e M u e lle r/ S h u tt e rs to ck 53Projeto 3 Orientações didáticas Objetivo • Levar os estudantes a refletir sobre a diversidade étnica que existe na África e no mundo, a fim de am- pliar a compreensão do outro, va- lorizando e respeitando a história e a cultura de outros povos. Justificativa Durante todo o projeto, os estu- dantes são mobilizados a refletir so- bre a relevância do estudo das várias faces do continente africano como meio de alargar o entendimento so- bre o mundo em que vivem. Componentes curriculares Este projeto relaciona-se às unida- des temáticas de História, Geografia e Arte, relativas às transformações sociais e culturais e à diversidade étnico-cultural do continente africa- no por meio da identificação de ma- trizes estéticas, abordando também o estudo do território. Integram-se ainda leitura, interpretação textual e prática de oralidade, trabalhando a literacia, referentes ao componente curricular Língua Portuguesa. Avaliação • Você deve estar atento às habilida- des desenvolvidas e às competên- cias adquiridas pelo estudante com os trabalhos realizados. • A avaliação da aprendizagem dos estudantes deve ter caráter forma- tivo, ou seja, ocorrer durante todo o percurso e servir para informar tan- to os estudantes sobre as próprias aprendizagens como o professor, para que organize intervenções. 85 marco mayer/Shutterstock Atividade 1 Leia o texto para conhecer algumas das maravilhas do Marrocos. Marrocos em 7 palavras e 5 sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato 1. Areia (Visão – cor) [...] A areia é sem dúvida parte da identidade do país que tem o maior deserto (de areia) do mundo. [...] Da vasta imensidão de areia onde parece não haver vida surgem as caravanas de camelos dos tuaregues que aqui vivem desde sempre, num lugar onde para um turista parece difícil poder existir algo mais para além de areia. 2. Chá (Paladar – sabor) O chá é a bebida nacional de Marrocos. Qualquer lugar e qualquer hora são bons para se beber chá. O hábito de beber chá está enraizado na cultura marroquina e é muito mais do que uma bebida. O chá tem todo um significado e ritual aos quais os visitantes não podem ficar indiferentes. Oferecer um chá faz parte do saber receber do povo marroquino, conhecido pela sua hospitalidade. [...] 3. Cuscuz (Paladar – sabor) Quando se pensa em comida marroquina, pensa- -se logo em cuscuz. O cuscuz é sêmola de cereais, o mais usado é de trigo, em granulado miúdo. É base de grande parte dos pratos típicos marroquinos e pode ser feito com legumes, carne, peixe, frutos secos, etc. [...] Prato de cuscuz marroquino. Deserto do Saara, Marrocos. Sêmola: Farinha de trigo ou outros grãos usada no preparo de massas e sopas. A n to n P e tr u s /S h u tt e rs to ck 55Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. Atividade 1 Para trabalhar as semelhanças e diferenças entre dois países africanos, Moçambique e Marrocos, peça aos estudantes que retomem o Projeto 1 e folheiem as atividades realizadas, reavivando sua memória. Apresente, então, algumas perguntas, como: “O que vocês lembram sobre Moçambi- que?”; “Vocês acham que a forma como as pessoas se vestem em Mo- çambique é igual à das pessoas no Marrocos?”; “Por que isso acontece?”; entre outras. Permita que a turma se manifeste livremente e, se julgar ade- quado, anote na lousa as hipóteses apresentadas. 87 que os antepassados de grande parte da população brasileira vieram, séculos atrás, de diferentes regiões desse continente. Em sua maioria, foram trazidos à força, separados de seus familiares e amigos. Com eles vieram hábitos, conhecimentos, crenças, técnicas e até plantas. Diferentes culturas e povos africanos contribuíram para a formação do que hoje chamamos de cultura brasileira . Por exemplo: você sabia que mais de 1 500 palavras do português falado no Brasil têm origem em línguas africanas? A África também é fascinante por suas riquezas naturais. Lá existem desertos, florestas, praias, savanas (onde predomina uma vegetação rasteira ) e uma infinidade de espécies de ani- mais. Vários escritores, músicos, políticos, dançarinos e atletas que se destacaram mundialmente também são desse continente. As etapas de um projeto Aprender por projetos tem muitas vantagens, como você logo vai perceber. Sabe por quê? • É possível planejar e estabelecer datas para a realização de cada etapa. • Todos os resultados obtidos em cada um dos momentos do projeto podem ser reu- nidos para uma discussão e uma conclusão coletivas. • Você e os colegas podem se preparar para a apre- sentação de um produto final que vai envolver todos os estudantes e também será divulgado às pessoas da comunidade escolar. • Vocês farão um registro final coletivo para que to- dos reúnam as conclusões finais do projeto. Boasdescobertas! Antepassados: Que viveram no passado. Cultura brasileira: Resultado da mistura de diversos grupos humanos que participaram da formação da população do Brasil. Vegetação rasteira: O mesmo que vegetação pouco desenvolvida, que não cresceu quase nada. E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra 11Roda de conversa Competências gerais trabalhadas neste livro 1. Valorizar e utilizar os conhecimen- tos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultu- ral e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 3. Valorizar e fruir as diversas mani- festações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também par- ticipar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, co- mo Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem co- mo conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar infor- mações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes con- textos e produzir sentidos que le- vem ao entendimento mútuo. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promo- vam os direitos humanos, a consci- ência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regio- nal e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coope- ração, fazendo-se respeitar e pro- movendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimen- to e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconcei- tos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, fle- xibilidade, resiliência e determina- ção, tomando decisões com base em princípios éticos, democráti- cos, inclusivos, sustentáveis e so- lidários. Nota: A numeração das compe- tências gerais indicadas corresponde à numeração utilizada na versão final homologada da Base Nacional Co- mum Curricular (BNCC). Sugestão de livros • HOLANDA, Arlene. Todas as cores do negro. Brasília: Conhecimento, 2008. • LIMA, Heloísa Pires; LEMOS, Mário. Capulana: um pano estampado de histórias. São Paulo: Scipione, 2014. • NEVES, André. Obax. São Paulo: Brinque-Book, 2010. 43 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. • O que seu rosto diz? • Os seus olhos contam histórias? • O que a sua pele expressa? Somos iguais, somos plurais! PROJETO 3 Composta de 54 países e muitas culturas, a África é um continente repleto de diversidade. Madagascar, 2019. Quênia, 2019. Gana, 2020. Angola, 2019. Marrocos, 2020. Zambia, 2019. M ic h a e l C a n d e lo ri /N u rP h o to /G e tt y I m a g e s W e s te n d 6 1 /A la m y /F o to a re n a M a ri a n n a B a y k o v a /S h u tt e rs to ck M ic h a l B a la d a /S h u tt e rs to ck D a n ie l M e n s a h B o a fo /S h u tt e rs to ck R U B E N M R A M O S /S h u tt e rs to ck 52 Projeto 3 Introdução O projeto Somos iguais, somos plurais! traz à tona a necessidade de estudar a história e a formação das etnias africanas e refletir sobre elas, a fim de ampliar, nos contextos esco- lares, a compreensão sobre a impor- tância do respeito e da valorização de todas as nações, independente- mente de seus costumes, crenças e cultura. Este projeto apresenta questões significativas que integram o percur- so que os estudantes deverão trilhar para, juntos, construir importantes aprendizagens sobre as muitas faces da África. Estratégias • Proponha uma roda de conversa para que todos os estudantes pos- sam se ver e se escutar enquanto falam. • Peça que observem as caracterís- ticas físicas de cada criança que faz parte da turma. • Retome com os estudantes o pro- pósito da Exposição do Espaço de Memórias do Estudo que farão ao final do projeto. Arte (EF15AR01) (EF15AR02) (EF15AR07) (EF15AR25) Geografia (EF04GE10) História (EF04HI11) Língua Portuguesa (EF04LP21) (EF15LP03) (EF35LP04) (EF35LP05) (EF35LP17) (EF15LP06) (EF05LP26) (EF04LP15) (EF03LP19) (EF15LP02) (EF35LP01) (EF35LP03) (EF35LP05) Habilidades 84 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 1 OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Estreito de Gibraltar 0°0° TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR TRÓPICO DE CÂNCER M E R ID IA N O D E G R E E N W IC H 0° Mar Mediterrâneo M a r V e rm e lh o ÁSIA ÁFR I CA EUROPA MARROCOS ESCALA Quilômetros 0 540 1080 A África, assim como a América do Sul, reúne povos de diferentes culturas e etnias. Você vai conhecer um pouco dessa diversidade, lendo histórias e informações sobre um país africano chamado Marrocos, que fica localizado na parte Norte da África, banhado pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo. Observe o mapa abaixo. IBGE. Atlas geográfi co escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 45. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra África: Divis‹o pol’tica 54 Projeto 3 Orientações didáticas O que vamos produzir? Produção de telas para a Exposição do Espaço de Memórias do Estudo. Interdisciplinaridade As atividades propostas neste mo- mento trabalham componentes de Língua Portuguesa e Geografia, com o objetivo de enriquecer o re- pertório dos estudantes sobre a cul- tura do Marrocos e as diferentes etnias que formam os povos africa- nos. Essas propostas também vão servir de referência para ampliação da competência leitora dos estudantes, pois, nesses contextos de estudo, eles serão instigados a ler textos mais de- safiadores e analisar imagens para buscar informações sobre mais um país da África. Estratégias • Inicie a conversa promovendo o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o Marrocos. • Esclareça eventuais dúvidas dos estudantes sobre os textos a serem lidos no Momento 1. • Explore o mapa da África e mostre onde se localiza o Marrocos. • Chame a atenção dos estudantes para os fatos interessantes a respei- to de alguns aspectos culturais desse país. • Retome conceitos que os estudan- tes construíram e verifique o que já produziram para o dia da Expo- sição do Espaço de Memórias do Estudo. 86 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Roda de conversa Quais são os projetos deste livro? Você conhece algum jogo que, para chegar ao final, você precisa vencer muitos desafios e passar de fase? Então, este livro é parecido com esses jogos. São quatro projetos que correspondem a quatro fases cheias de atividades interessantes. Cada uma das fases termina com um pro- duto final feito por todos os estudantes. Em todos esses projetos, a ideia é compartilhar o que foi aprendido com muito mais gente do que somente os colegas da turma. O desafio, durante o ano, é: • No projeto 1, que vocês conheçam a capulana e descubram que objetos não servem apenas pela utilidade: eles podem contar histórias! • No projeto 2, que vocês possam saber mais a respeito do corpo humano de uma maneira divertida: lendo sobre danças e dançarinos de origem africana. • No projeto 3, que você e os colegas vejam como são diversos os costumes, as histórias e a aparência das pessoas. Com base nisso, vamos discutir por que essas diferenças devem ser respeitadas. • No projeto 4, que vocês criem juntos um Espaço de Memórias da África para com- partilhar com mais gente informações sobre esse continente e seus povos. É hora de mostrar aos colegas da escola e à comunidadequanta coisa há para descobrir sobre a África! Qual é o tema principal destes projetos? O grande tema destes projetos é a África, o que permitirá que vocês entrem em contato com a diversidade étnica e cultural dos grupos humanos que vivem nesse continente. A África é formada por 54 países e, em todos eles, há uma enorme variedade de povos, costumes e línguas. Neste livro, vamos conhecer melhor três de- les: Moçambique, Marrocos e África do Sul. Em cada projeto, você vai conhecer as diferentes maneiras de os povos e os indivíduos africanos e seus descendentes se manifestarem: por meio das danças, das histórias, da arte, dos textos informativos, entre outras formas de expressão. Por que estudar este tema? Você pode estar se perguntando: por que estudar a África, um continente que fica tão longe do Brasil, do outro lado do oceano Atlântico? Então, veja a resposta: é muito importante saber Descendente: Aquele que descende de determinada família, raça ou nação. 10 Roda de conversa Roda de conversa Quais são os projetos deste livro? Roda de conversaRoda de conversa Sobre o tema A Base Nacional Comum Curricu- lar define que os estudantes do 1o ao 5o ano devem “conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e ima- terial, de culturas diversas, em espe- cial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e euro- peias, de diferentes épocas, favore- cendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas”. (p. 161). Este Livro busca apresentar informações além das savanas, da pobreza, dos conflitos: os estudantes verão, aqui, um continente africano cheio de inovação, tecnologia e arte que, co- mo qualquer outro, enfrenta proble- mas sociais, econômicos e políticos. Estratégias Os projetos aqui sugeridos fazem parte de um trabalho coletivo. Por isso, as tarefas serão divididas entre todos. Com a turma: • planeje e estabeleça datas para a realização de cada etapa; • reúna todos os resultados obtidos em cada momento do projeto pa- ra discussão e conclusão coletivas; • prepare-os para a apresentação de um produto final que seja di- vulgado às pessoas da comunida- de escolar; • prepare um registro final coletivo a fim de que todos reúnam as con- clusões do projeto. Sobre os projetos Cada projeto deste livro possui um subtema relacionado à temática geral e um produto final decorrente do trabalho. Estão organizados da seguinte maneira: Subtemas Produto final Projeto 1 Tecendo novos olhares! Criação de uma capulana Projeto 2 Meu corpo, minha história Apresentação de dança Projeto 3 Somos iguais, somos plurais! Produção de obra de arte Projeto 4 Descoberta, diversidade! Exposição do Espaço de Memórias do Estudo 42 Na apresentação de cada momento, o professor também terá acesso a orientações didáticas: sobre o produto final a ser pro- duzido, a interdisciplinaridade proposta, os materiais necessários, as estratégias, e as habilidades; contará ainda com sugestões de livros, sites ou outras fontes de informação para a ampliação dos recursos em sala de aula. Tais orientações também aparecem ao longo do projeto e vinculadas às atividades diversas. Assim, todas as atividades estão acompanhadas de orientações que ajudam o professor a entender as propostas e a organizar o espaço, o grupo e os materiais. No início do volume, na Roda de conversa, o professor encontrará orientações gerais sobre os projetos, o tema principal e as competências gerais mobilizadas a partir desse tema. Já na abertura e introdução de cada projeto, as orientações específicas são ampliadas com as estratégias, os objetivos, a justificativa, os com- ponentes curriculares e indicações pontuais pa- ra o desenvolvimento de estratégias de literacia e numeracia. Nessas orientações são elencadas também as habilidades que serão trabalhadas nas atividades. Posteriormente, essas habilidades são retomadas nas orientações específicas das atividades. Nesse primeiro contato do professor com o livro, o objetivo é oferecer um panorama de tudo que será trabalhado e também dar sub- sídios para que ele possa avaliar se os objetivos propostos serão alcançados. 24 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 244_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 24 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Atividade 4 Leiam o relato a seguir e, depois, conversem sobre as ideias apresentadas nele. Capulana, o retalho de pano que é patrimônio cultural de Moçambique Como as moçambicanas usam a capulana? As mulheres suspendem a capulana até a cintura, vão en- volvendo o tecido ao corpo e dão um nó. O pano quase alcança os pés. Também é usado para cobrir a cabeça, como uma es- pécie de turbante, além de servir para amarrar o bebê às costas e carregá-lo em segurança. [...] Mulheres com capulanas dançando. Moçambique, 2020. a) Depois de ler o texto, o que você pode dizer sobre a origem das capulanas? b) Agora, pense nos objetos de seu dia a dia. Você conhece algum que tenha sido trazido de outro país para o Brasil? Qual? c) Será que há peças de roupa ou objetos que antes eram usados só por homens, ou só por mulheres, no Brasil, e hoje podem ser usados por todo mundo? Pergunte isso a parentes mais velhos e compartilhe com os colegas o que descobrir. Resposta pessoal. Resposta pessoal. A capulana como moeda de troca e a forte influência na cultura local Segundo registros históricos, a origem da capulana pode estar nas trocas de tecidos de algodão na costa da África Oriental. A proximidade com o continente asiático acabou facilitando a importação de tecidos, principalmente os indianos, comercializados em Moçambique desde a época colonial. Ao longo dos anos, a capulana ganhou muita importância na sociedade moçambicana. Rosa Saveca percebeu isso ainda pequena. Conta que os bisavós não aceitavam comer nenhuma refeição preparada por uma mulher que não estivesse vestida de capulana. [...] Capulana, o retalho de pano que é patrimônio cultural em Moçambique, de Fábia Belém. RFI Brasil. Disponível em: http://br.rfi.fr/africa/20160306-capulana-o-tecido-que-e -patrimonio-cultural-em-mocambique. Acesso em: 4 jun. 2021. Segundo o texto, é bem provável que o tecido que deu origem às capulanas tenha sido levado da Ásia, sobretudo da Índia, para Moçambique por comerciantes que realizavam trocas na costa da África oriental. iv an fo lio /S hu tt er st oc k 2525Projeto 1 Atividade 3 Com um colega, leia o relato a seguir sobre a tradicional arte do povo maconde, que vive em Moçambique. Estilo maconde Esculturas que atravessaram o tempo [...] “Sou John Daniel, sou Maconde” [...]“Aprendi a fazer esculturas com meus pais, que herdaram dos meus avós. A tradição, eu escolhi para não deixar morrer minha cultura” [...] [...] Tradicionalmente, as esculturas eram consideradas uma forma de diver- são, sendo confeccionadas para fins de magias e rituais ou para usos ornamen- tais domésticos. De modo geral, representavam os espíritos dos antepassados e eram enfeitadas com peças com fibras vegetais, tecido e cabelo, sendo a madeira utilizada a sumaumeira-brava . O uso de pau-preto, modelo que ficou reconhecido internacionalmente, veio mais tarde. Estilo macombe, de Flora Pereira da Silva. Afreaka. Disponível em: www.afreaka.com.br/ estilo-maconde. Acesso em: 4 jun. 2021. a) O que vocês acharam da arte maconde apresentada no texto? b) O artista comenta que fazer esculturas é uma tradição. O que ele quis dizer com isso? Que essa atividade é passada de geração para geração. Resposta pessoal. Artista maconde esculpindo peça em madeira. Maputo, Moçambique, 2016. Ornamental: Que serve para enfeitar. Antepassados: Que viveram no passado. Sumaumeira-brava: Tipo de árvore grande e densa da África. D os fo to s/ A ge F ot os to ck /E as yp ix 2828 Projeto 1 Entendemos que a leitura e a comu- nicação oral estão relacionadas às com- petências fundamentaise estruturantes para a aprendizagem dos estudantes, sobretudo nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Então, apresentamos pro- postas específicas para esses tipos de atividade ao longo dos projetos. Leitura A leitura está presente em todos os projetos desenvolvidos na coleção. É importante que o professor esteja atento às diversas oportunidades de que dispõe para explorá-la. Pode-se encontrar orientações diversas para esta atividade e também diferentes propostas como leitura individual, leitura feita pelo professor, leitura compartilhada, etc. Ressaltamos a importância que a leitura tem para a compreensão dos objetos de conhecimento das diferentes disciplinas e que é imprescindível que os alunos sejam envolvidos em situações que lhes ofereçam meios para aprender a interpretar e compreender textos escritos. A leitura de enunciados de ativi- dades é uma excelente oportunidade para essa prática. O professor deve incentivar os estudantes a ler os enunciados das atividades e a comentar o que compreenderam. É importante considerar que a competência leitora favorece também o desenvolvimento de mais autonomia em relação às atividades. Comunicação oral A comunicação oral está presente em todos os projetos desta coleção e também é objeto de estudo dos estudantes. Vale desta- car que o repertório adquirido por meio dos conteúdos temáticos desenvolvidos nos diferentes projetos também favorece o desen- volvimento da comunicação oral, pois oferece elementos para que os estudantes possam discutir e argumentar sobre os assuntos abordados. Entendemos que, apesar de os estudantes, em geral, já fazerem uso da oralidade, é preciso que o professor esteja aten- to às características dessa prática e à qualidade do que é expresso por eles. Incentivar e oferecer oportunidades de comunicação oral envolve também a observação cuidadosa do professor. Na oralidade está também implicada a escuta e, em grupos de crianças, aprender a respeitar o turno de fala do colega e ouvir atentamente o que diz é uma tarefa bastante complexa. Portanto, caberá ao professor tornar esses momentos prazerosos e também proveitosos, orientando os estudantes a aprender a ouvir, a expressar-se com clareza, com objetividade, fazer-se compreender de maneira adequada às diversas situações de uso da oralidade. Os ’cones usados no volume TRABALHO INDIVIDUAL TRABALHO EM DUPLA TRABALHO EM GRUPOPARA CONVERSAR REGISTRO COLETIVO PARA PENSAR FAÇA NO CADERNO RODA DE LEITURA AVISOS ÍCONES São figuras que aparecem ao lado das atividades indicando o que é preciso fazer. Quando tiver dúvida, confira aqui. 25 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 254_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 25 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Componentes curriculares nos projetos do 4o ano A Língua Portuguesa está presente em todos os projetos, uma vez que é intenção da obra estimular principalmente a leitura e a comunicação oral. Considerando a temática escolhida para o 4o ano, os componentes Arte e História se destacam, trazendo quando necessário os componentes Ciências, Geografia e Matemática. Projeto 1 Tecendo novos olhares! Arte, Língua Portuguesa e Ciências Projeto 2 Meu corpo, minha história Arte, Língua Portuguesa e História Projeto 3 Somos iguais, somos plurais! Arte, Língua Portuguesa, Geografia e História Projeto 4 Descoberta, diversidade! Matemática, Língua Portuguesa e Ciências Cronograma de trabalho A planilha a seguir mostra a proposta de 26 semanas letivas de cronograma para o trabalho com projetos integradores. Essa sugestão parte de um ano letivo de 40 semanas e, propo- sitalmente, não preenche todas as semanas com aulas destina- das aos projetos integradores. Desse modo, os professores que forem realizar os projetos podem se organizar escolhendo conjuntos de aulas para o desenvolvimento de determinado projeto e outros momentos de pausa entre um projeto e outro e, até mesmo, o acréscimo do tempo destinado a um projeto, a partir de demandas próprias do trabalho. Assim, o professor consegue maior autonomia em relação às propostas e pode planejar as aulas combinando tempo do curso regular e tempo destinado aos projetos integradores. No trabalho com projetos é necessário delimitar data de início e término do desenvolvi- mento e também é importante considerar eventualidades, sendo possível rever cronogramas e reorganizá-los. Algumas atividades propostas, por exemplo, preveem apresentações para a comunidade e até mesmo uso de espaços externos. Esse tipo de organização pode levar a uma revisão de prazos sem que represente, de forma alguma, prejuízo ao estudo de- senvolvido. Um dos fatores que determina uma boa implementação dos projetos integradores está relacionado à gestão do tempo: tan- to na condução de atividades junto aos estudantes na sala de aula como no planejamento pedagógico que fica a cargo do professor. Projetos que possuem particularidades como cons- trução de experimentos ou ensaios de apresentações, por exemplo, requerem flexibilidade, e cabe ao professor coordenar e gerir. O cronograma aqui proposto permite destinar uma ou duas semanas a mais para um determinado projeto, conside- rando a turma e as condições de trabalho, tornando-o viável na mesma medida que não impacta o andamento das demais atividades escolares planejadas para o ano letivo. É sempre importante lembrar que os projetos integradores são comple- mento e aprofundamento de questões abrangentes e de rele- vância social, que partem da mobilização dos estudantes para resolver problemas e investigar temas, se somando às propos- tas dos cursos regulares. E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra 26 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 264_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 26 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Quadro de conteúdos e sugestão de cronograma Projeto Conteúdos (páginas do LE) Cronograma Sugestões de acompanhamento Projeto 1 Tecendo novos olhares! O que eu já sei? (p. 6, 7, 8 e 9) 1 aula Antes de iniciar os projetos, é importante realizar a Atividade Diagnóstica. O objetivo dessa avaliação é fornecer ao professor um panorama do grau de autonomia dos estudantes, bem como uma aferição de seus conhecimentos prévios sobre a temática a ser trabalhada. Habilidades de leitura e escrita também poderão ser mensuradas por meio dessa atividade auxiliando o professor no planejamento e na mediação dos projetos integradores junto aos estudantes. Roda de conversa (p. 10 e 11) 1 aula Antes de iniciar o projeto, é desejável aproximar os estudantes do tema a ser discutido. Por meio da Roda de Conversa, é possível apresentar cada um dos 4 projetos que compõem o livro, ouvir os estudantes e, ao mesmo tempo, despertar o interesse deles pelo tema principal dos projetos e sua relevância. Também é interessante aproveitar esse momento para, ainda que de modo genérico, apresentar ao grupo o que aprenderão e produzirão em cada um dos projetos. Mapa ilustrado – Uma África, muitas faces (p. 12) Abertura e Introdução do projeto 1 (p. 13 e 14) Momento 1 (p. 15 a 21) Análise de imagens – Atividade 1 (p. 15 e 16) Atividade sobre busca de palavra em dicionário (p. 16) Leitura e interpretação de texto sobre capulanas – Atividade 3 (p. 17 e 18) Leitura de mapas e bandeiras (p. 19, 20 e 21) Pesquisa sobre a bandeira brasileira (Atividade 5b, p. 21) 2 semana (3 a 4 aulas) É importante, no desenvolvimento de qualquer projeto, garantir o envolvimento e a participação dos estudantes. Reserve um tempo para a roda de conversa, garantindo que todos possam se expressar. As atividades 4 e 5 são boas oportunidades de avaliar os estudantes em diferentes habilidades: leitura de mapas, compreensão de textos e realização autônoma de pesquisa. Identifique eventuais dificuldades dos estudantes e, se necessário, utilize mais tempo em aula para resolvê-las antes de dar seguimento ao projeto. Momento 2 (p. 22 a 25) Leitura e intepretação de texto sobre aorigem das capulanas (p. 22, 23 e 24) Leitura e interpretação de texto sobre patrimônio cultural e cultura (p. 25) 2 semana (3 a 4 aulas) Nesta etapa, os estudantes vão ler textos e refletir sobre a cultura moçambicana e o respeito às diferenças. Este pode ser um bom momento para avaliar a compreensão deles em relação aos temas trabalhados, dirimir dúvidas e desconstruir preconceitos. Momento 3 (p. 26 a 30) Leitura e análise de obras de arte visuais e literárias (p. 26 e 27) Leitura e interpretação de texto sobre o estilo maconde (p. 28 e 29) Leitura de biografia e poema (p. 30) 2 semanas (3 a 4 aulas) As atividades deste momento abordam a arte moçambicana, ampliando o repertório dos estudantes. Observe a postura deles quanto à valorização do fazer artístico. Se julgar apropriado, proponha visitas a sites para que conheçam mais a obra de artistas como Malangatana e Rui Knopfli, abordados nas Atividades 1 e 5. Momento 4 (p. 31 e 32) Planejamento e criação de uma capulana individual que fará parte da capulana coletiva da turma (p. 31 e 32) 1 semana (1 ou 2 aulas) Este momento prevê a criação de uma capulana, seja no tecido, seja no papel. Independente do suporte escolhido, é possível avaliar a compreensão dos estudantes quanto à importância das capulanas na cultura moçambicana e também o engajamento deles no projeto. Se for preciso, retome combinados e converse com a turma garantindo a participação ativa de todos nas atividades propostas. Abertura do volume Abertura do volume 27 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 274_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 27 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Projeto Conteúdos (páginas do LE) Cronograma Sugestões de acompanhamento Projeto 2 Meu corpo, minha história Abertura e Introdução do projeto 2 (p. 33 e 34) Momento 1 (p. 35 a 38) Vivência musical – Reflexão sobre as articulações do corpo usadas na produção de movimentos (p. 35) Observação e análise de fotos que expressam diferentes movimentos (p. 36 e 37) Criação em duplas de posições de dança (p. 37) Criação coletiva de uma coreografia da turma (p. 37 e 38) 2 semanas (3 ou 4 aulas) Como esta etapa prevê atividades que envolvem o corpo e a expressão corporal, é importante garantir tempo para que os estudantes vivenciem essas experiências e possam compartilhá-las com os colegas, conforme previsto na Atividade 5. Avalie o engajamento deles e valorize sua expressividade. Momento 2 (p. 39 a 43) Discussão sobre danças africanas e manifestações brasileiras de origem africana (p. 39, 40, 41 e 42) Atividade sobre danças e manifestações brasileiras de origem africana (p. 42) Reflexão sobre o papel da dança em sua vida e escrita de um relato sobre o tema (p. 43) 2 semanas (3 ou 4 aulas) Diferentes danças africanas e afro-brasileiras serão discutidas e vivenciadas nesta etapa do projeto. Reserve tempo para a realização da pesquisa (Atividade 3) e para o compartilhamento dela entre a turma, observando o engajamento dos estudantes e sua compreensão da importância dessas manifestações culturais. Momento 3 (p. 44 a 46) Reflexão sobre as possibilidades de expressão por meio do corpo (p. 44) Leitura e interpretação de texto sobre uma dançarina afro-americana (p. 45 e 46) Registro sobre autopercepção corporal (p. 46) 1 semana (1 ou 2 aulas) A autopercepção corporal será o foco deste momento do projeto. Esta pode ser uma oportunidade para discutir questões relacionadas à diversidade e valorizar as diferenças. Garanta que todos os estudantes possam se manifestar sobre suas questões e tenha atenção para aqueles que demonstrarem incômodo com a proposta ou mesmo uma visão depreciativa de si. Aponte a importância da diversidade e desconstrua a ideia de padrões únicos de beleza. Momento 4 (p. 47 a 51) Listagem de ideias para apresentação (p. 47) Leitura de textos sobre grupos de dança da África (p. 48 e p. 49) Organização de uma apresentação de dança (p. 50 ) Ensaio e apresentação da dança para a comunidade (p. 51) 2 semanas (3 a 4 aulas) Este momento finaliza o Projeto 2 e propõe a criação coletiva de uma apresentação de dança. Esta é uma oportunidade para avaliar o andamento do trabalho e o engajamento da turma. Observe o quanto os estudantes colaboram na criação da coreografia, negociando ideias entre si, o quanto se dedicam aos ensaios e contribuem positivamente para o trabalho coletivo. Converse com aqueles que se mostrarem mais alheios, propondo a eles tarefas pontuais, como ficarem responsáveis pela gravação dos ensaios ou pela organização do espaço de ensaio, para que se sintam pertencentes ao projeto e possam, gradativamente, participar mais dele. 28 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 284_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 28 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Projeto Conteúdos (páginas do LE) Cronograma Sugestões de acompanhamento Projeto 3 Somos iguais, somos plurais! Abertura e Introdução do projeto 3 (p. 52 e 53) Momento 1 (p. 54 a 59) Apresentação do mapa do continente africano (p. 54) Leitura de texto e de mapa sobre o Marrocos e sua cultura (p. 55, 56 e 57) Análise de imagens (p. 58) Pesquisa em grupo de temas de interesse sobre o Marrocos, com produção de resumo para compartilhar com a turma (p. 59) 2 semanas (3 a 4 aulas) Nesta primeira etapa são discutidos os costumes e a cultura marroquina. A proposta de pesquisa em grupo, apresentada na Atividade 4, pode ser usada para avaliar a autonomia dos estudantes nesse tipo de tarefa e a habilidade deles em transpor os resultados da pesquisa em texto que possa ser compartilhado com os colegas. Observe eventuais dificuldades apresentadas pelos grupos e intervenha retomando procedimentos e combinados, caso seja necessário. Momento 2 (p. 60 e 61) Análise de fotos de crianças de diversos países africanos (p. 60) Discussão sobre diferenças étnicas entre povos (p. 60 e p. 61) Levantamento de ideias para compartilhar com a comunidade as várias faces da África e do Brasil (p. 61) 1 semana (1 ou 2 aulas) Diferenças étnicas e culturais estão em foco nesta etapa do projeto. Uma avaliação de como os estudantes encaram essas diferenças e lidam com elas pode contribuir para as discussões propostas. Momento 3 (p. 62 a 65) Leitura de texto de combate ao racismo (p. 62 e 63) Reflexão sobre campanha de combate ao racismo (p. 64 e 65) Discussões e reflexões sobre racismo e propostas de combate ao preconceito, por meio de atividades escritas (p. 65) 1 semana (1 ou 2 aulas) As atividades desta etapa estão relacionadas à leitura e à compreensão de texto e à reflexão de situações de discriminação e racismo. Incentive os estudantes a colocarem suas ideias acerca do tema e avalie o quanto eles conseguem argumentar e se posicionar sobre o tema respeitando os direitos humanos. Momento 4 (p. 66 a 72) Leitura sobre brasileiros afrodescendentes de destaque (p. 66, p. 67 e p. 68) Reflexão sobre as obras de Kerry Marshall (p. 69) Leitura e interpretação de texto sobre Kerry Marshall (p. 70 e 71) Criação de obra de arte (p. 72) 2 semanas (3 a 4 aulas) Na finalização deste projeto, os estudantes vão estudar três importantes brasileiros afrodescendentes: Teodoro Sampaio, Carolina de Jesus e Machado de Assis, além de entrarem em contato com a obra do artista norte-americano Kerry Marshall. A atividade 4, que prevê a produção de uma pintura coletiva valorizando a diversidade, é uma boa oportunidade de mensurar o quanto eles apreenderam dos estudos propostos. A autoavaliação prevista no encerramento do projeto também propicia a reflexão sobre o engajamento na proposta e o direcionamento dos próximos passos do projeto. A depender do interesse da turma, proponha uma pesquisa sobre outros afrodescendentes ligados à cultura e à história do Brasil, ampliando a discussão. 29 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 294_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 29 17/08/21 19:1617/08/21 19:16Projeto Conteúdos (páginas do LE) Cronograma Sugestões de acompanhamento Projeto 4 Descoberta, diversidade! Abertura e Introdução do projeto 4 (p. 73 e 74) Momento 1 (p. 75 a 80) Apresentação de dados sobre o continente africano (p. 75 e p. 76) Análise de números (p. 77 e 78) Leitura e interpretação de texto – estereótipos (p. 79 e 80) 2 semanas (3 a 4 aulas) Esta etapa propõe a leitura de textos e a localização de informações que contêm números. Atividades como a 2 e a 3 são bons momentos para avaliar o quanto os estudantes estão conseguindo lidar com números e verificar se há necessidade de retomar conteúdos relacionados à numeracia antes de dar seguimento ao projeto. O texto da atividade 4 permite uma importante discussão sobre desmistificação de estereótipos ligados ao continente africano. Momento 2 (p. 81 a 85) Estudo sobre calendários e diferentes formas de os seres humanos lidarem com a passagem do tempo (p. 81 e p. 82) Pesquisa sobre os movimentos da Lua e da Terra em relação ao Sol (p. 83) Atividade de identificação das fases da Lua por meio da observação de foto (p. 84) Pesquisa em grupo a partir de temas de interesse (p. 84) Apresentação das descobertas da pesquisa para a turma e escrita de texto coletivo sobre o movimento da Terra e da Lua em relação ao Sol (p. 85) 1 semana (1 ou 2 aulas) A investigação sobre diferentes calendários é realizada por meio de leitura de texto, interpretação de imagem e pesquisa. O texto coletivo proposto na Atividade 7 constitui oportunidade para verificar as contribuições individuais dos estudantes, sua interação com a turma e propiciar, no caso de dúvidas persistentes, a resolução delas. Momento 3 (p. 86 a 89) Leitura de poema e discussão sobre o significado de “guardar” (p. 86) Seleção de ideias e vivências dos projetos realizados que farão parte do Espaço de Memórias (p. 87) Planejamento coletivo do Espaço de Memórias (p. 88) Produção de convites para a comunidade visitar o Espaço de Memórias (p. 89) 2 semanas (3 a 4 aulas) Esta etapa do projeto é dedicada à preparação do produto final, o Espaço de Memórias de Estudo. Na realização da Atividade 2, avalie o quanto os estudantes mostram ter apreendido dos projetos desenvolvidos e seu grau de autonomia na proposição da montagem que organizarão coletivamente. O texto de apresentação da mostra, proposto na Atividade 6, pode auxiliar na avaliação das habilidades de produção textual. Momento 4 (p. 90 e 91) Realização da exposição Espaço de Memórias com participação da comunidade (p. 90) Reflexão individual e coletiva sobre a exposição, o resultado dela e o percurso trilhado nos projetos desenvolvidos ao longo do ano (p. 91) 1 semana (1 ou 2 aulas) Após o compartilhamento do Espaço de Memórias do Estudo com a comunidade, esta etapa de finalização do projeto é voltada para uma avaliação do evento e para uma autoavaliação. Converse com os estudantes sobre a importância desse tipo de balanço depois da realização de um projeto, para que a experiência vivida possa ser aproveitada em novos projetos, ajudando a superar eventuais dificuldades. O que eu aprendi? (p. 92 a 95) 1 aula Após a realização dos projetos, é importante verificar de que modo as aprendizagens desenvolvidas impactaram os estudantes e mensurar também os conhecimentos adquiridos e o desenvolvimento de habilidades e competências. Esse é um instrumento importante para indicar os avanços dos alunos em relação à avaliação diagnóstica aplicada antes do início do trabalho com os projetos integradores. Fechamento do volume 30 4_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 304_DEPOM_Integradores_005a030_MPG.indd 30 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Referências bibliográficas ALLAL, l. Pour une formation transdisciplinaire à l’évaluation formative. In: THURLER, M. G.; PERRENOUD, P. (dir.). Savoir évaluer pour mieux enseigner. Quelle formation des maîtres? Genève: Service de la Researche Sociologique, Cahier n. 26, p. 39-56, 1988. O contexto da avaliação formativa nem sempre é tão explícito. Mas, na maioria das vezes, fica implícito que apenas alguns pro- fessores, em determinadas turmas ou escolas, façam uma avaliação formativa digna de uma pedagogia mais individualizada e orientada por objetivos de domínio. BENDER, William. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. Demonstra como ocorre a aprendizagem baseada em projetos (ABP), acentuando seu valor como uma estratégia diferenciada para o trabalho em sala de aula. Aborda aspectos práticos dessa estratégia, o que favorece seu uso e reflexão pelo professor. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Política Nacional de Alfabetização. Brasília, DF: MEC: SEALF, 2019. Documento oficial com diretrizes para elevar a qualidade da alfabetização e combater o analfabetismo no Brasil, formuladas com base em evidências científicas que propõem melhorar não apenas a leitura e a escrita dos estudantes, mas também seus conhe- cimentos matemáticos. CORSO, L. V.; DORNELES, B. V. Senso numérico e dificuldades de aprendizagem na Matemática. Revista de Psicopedagogia, São Paulo, v. 27, ed. 83, 2010. Artigo de revisão. O artigo aborda o senso numérico, conceito-chave para a compreensão das dificuldades de aprendizagem em Matemática. DEHAENE, S. La bosse des maths. Paris: Odile Jacob, 1997. O livro de Stanislas Dehaene combina qualidade científica e uma riqueza de referências históricas. Uma leitura fascinante com uma ilustração muito interessante da ciência cognitiva. EHRI, L. C. Aquisição da habilidade de leitura de palavras e sua influência na pronúncia e na aprendizagem do vocabulário. MALUF, M. R.; MARTINS, C. C. (comp.) Alfabetização no século XXI: como se aprende a ler e a escrever. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 49-81. Bom texto para quem pretende conhecer um pouco mais como funciona a aquisição da habilidade de leitura a partir da desco- berta do princípio alfabético, da aquisição progressiva do código da língua, do domínio do procedimento de decodificação e da construção de um léxico que permita aos estudantes a autonomia no ato de leitura e escrita. GABRIEL, R. Letramento, alfabetização e literacia: um olhar a partir da ciência da leitura. Revista Prâksis, Novo Hamburgo, a. 14, v. 2, p. 76-88, jul./dez. 2017. Artigo que propõe uma reflexão sobre três conceitos – letramento, alfabetização e literacia – que estão intimamente ligados, mas que não podem ser tomados como sinônimos, uma vez que cada um guarda especificidades. GOMBERT, J. E. Atividades metalinguísticas e aprendizagem da leitura. In: MALUF, M. R. (org.). Metalinguagem e aquisição da escrita: contribuições da pesquisa para a prática da alfabetização. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 19-63. Esse estudo apresenta resultados do levantamento de pesquisas realizado com falantes do português brasileiro no que se refere à consciência fonológica e habilidades de metalinguagem no campo das práticas de alfabetização. HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A observação do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. Porto Alegre: Penso, 2017. Discute várias implicações referentes ao trabalho em sala de aula a partir de projetos, incluindo o acompanhamento das aprendi- zagens dos estudantes em uma perspectiva de avaliação formativa, entendida como o desenvolvimento de etapas articuladas e progressivas na construção de conhecimentos que extrapolam os saberes disciplinares, articulando-os. Mostra algumas possibi- lidades de trabalho com projetos por meio de exemplos práticos que podem servir de ponto de partida para os professores. LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. O livro é um convite aos educadores para a compreensão do que precisa ser ensinado quando se quer formar leitores e escritores de fato.A autora também explicita a importância de o professor criar condições para que os estudantes participem ativamente da cultura escrita desde a alfabetização inicial, uma vez que constroem simultaneamente conhecimentos sobre o sistema de escrita e a linguagem que usamos para escrever. 31 4_DEPOM_Integradores_031a032_MPG_Bibliog.indd 314_DEPOM_Integradores_031a032_MPG_Bibliog.indd 31 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2005. De acordo com o autor, o papel da avaliação escolar é diagnosticar a situação em que se consolida uma aprendizagem a fim de que se possa subsidiar uma tomada de decisão para a melhoria da qualidade do desempenho dos estudantes. Por essa razão, a avaliação deve ser planejada de modo processual e dinâmico, sempre mobilizando os meios para que os estudantes possam aprender o que seja necessário para seu próprio desenvolvimento. O processo de avaliação deve ser sobretudo inclu- sivo, estabelecendo-se como um ato democrático. O ato de avaliar, uma vez que está a serviço da obtenção do melhor resul- tado possível, implica a disposição de acolher a realidade como ela é, sem que seja satisfatória ou insatisfatória, agradável ou desagradável, pois é a partir de uma real situação dos saberes que os estudantes possuem que se pode dar prosseguimento a suas formações. MORAIS, J. Criar leitores: para professores e educadores. São Paulo: Manole, 2013. Nesse livro, o autor discute o que acontece no cérebro das crianças quando aprendem ler e escrever, considerando as bases neurais e os processos cognitivos que possibilitam essa aprendizagem, bem como os efeitos de diferentes práticas de ensino. PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regularização das aprendizagens entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1998. A avaliação formativa em qualquer prática de ensino, independentemente de qualquer referência a vocabulário especializado e modelos prescritivos, deve ter o cuidado de não esquecer que precisamos de um aprendiz para aprender e de um professor para avaliar, intervir e organizar as situações didáticas. SCARBOROUGH, H. S. Conectando a linguagem e a alfabetização inicial às (deficiências) de leitura posterior: evidências, teoria e prática. In: NEUMAN, S.; DICKINSON, D. (ed.). Handbook for research in early literacy. New York: Guilford Press, 2001. p. 97-110. A doutora Scarborough, em suas palestras para pais, sobre as complexidades envolvidas em aprender a ler, faz uma analogia da leitura habilidosa como semelhante aos “fios” de uma corda, usando limpadores de cachimbo para ilustrar a interconexão e inter- dependência de todos os componentes. U.S. DEPARTMENT OF EDUCATION. The Final Report of the National Mathematics Advisory Panel. Washington, DC, 2008. Disponível em: https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED500486.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021. O Painel Consultivo Nacional de Matemática gerou um relatório final apresentando os fundamentos para o sucesso da aprendi- zagem da Matemática na solução de problemas. VALLS, Enric. Os procedimentos educacionais: aprendizagem, ensino e avaliação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. O enfoque central dessa obra se volta para a discussão, a partir de exemplos diversos de novas configurações curriculares, de como se pode avaliar fundamentalmente o ensino de procedimentos com os estudantes. Por essa razão, é um material im- portante para quem se vale da estratégia de projetos integradores em que, além dos conceitos e noções, as atividades de levantamento, comparação e organização de informações, por exemplo, são requisitadas. Esse livro apresenta um quadro relativo a partir do qual se pode enfocar, analisar, fundamentar e interpretar a prática escolar com relação à aprendizagem e ao ensino de conteúdos curriculares, algo útil para o professor que utiliza projetos integradores no dia a dia de suas atividades didático-pedagógicas. ZABALA, Antoni. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Penso, 2009. O autor discute como aprender e ensinar competências a partir de capacidades cognitivas. Segundo essa maneira de ensinar, as situações reais tornam-se parte integrante da construção de conhecimento pelos estudantes, o que faz o processo de ensino e aprendizagem muito mais significativo tanto para quem aprende quanto para quem ensina. 32 4_DEPOM_Integradores_031a032_MPG_Bibliog.indd 324_DEPOM_Integradores_031a032_MPG_Bibliog.indd 32 17/08/21 19:1517/08/21 19:15 1a edição, São Paulo, 2021 Ensino Fundamental Anos Iniciais 4ANO Projetos Integradores Editora responsável: Heloisa Pimentel Bacharela em Comunicação Social – Editoração pela Universidade de São Paulo (USP) Bacharela e licenciada em Letras pela USP Editora de livros didáticos Obra didática de natureza coletiva produzida e organizada pela Editora Scipione. Língua Portuguesa, Arte, Ciências, Geografia, História, Matemática 33 4_DEPOM_Integradores_033_Fronts_MP.indd 334_DEPOM_Integradores_033_Fronts_MP.indd 33 17/08/21 19:1617/08/21 19:16 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. 22 Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel Edição: Daniele Brait e Mirna Imperatore Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Alexandra Costa da Fonseca, Ana Maria Herrera, Ana Paula C. Malfa, Carlos Eduardo Sigrist, Flavia S. Vênezio, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Sandra Fernandez, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.), Elen Camioto e Carlos Magno (edição de arte), Estúdio Diagrami (diagramação) Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.), campos de iconografia (pesquisa iconográfica), Emerson de Lima (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Ilustrações: Diogo Ladeira e Estúdio Dito e Feito Cartografia: Mouses Sagiorato Design: Estúdio Noctua Art (proj. gráfico), Luis Vassallo (capa e Manual do Professor) Foto de capa: Lopolo/Shutterstock Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2021 Código da obra CL 720292 CAE 775484 (AL) / 775390 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Impressão e acabamento Colaboração Roberta Hernandes Bacharela e licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) Mestra e doutora em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP) Professora e coordenadora de Língua Portuguesa na rede particular de ensino Ricardo Gonçalves Barreto Bacharel e licenciado em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) Mestre e doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) Autor de livros didáticos e consultor em Educação 34 4_DEPOM_Integradores_034_CREDITOS.indd 344_DEPOM_Integradores_034_CREDITOS.indd 34 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Fabian Plock/Shutterstock Apresentaç‹o Il u s tr a ç õ e s d e ste l iv ro : E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra Este é um livro diferente. É um livro de projetos. Foi feito para você e os colegas fazerem descobertas, investigarem e participarem do início ao final dele, acompanhando os desafios que lhes serão apresentados. Há momentos para pensar, entender, interpretar, planejar e reunir novos conhecimentos! Também há momentos para trocar ideias, ouvir opiniões diferentes e criar soluções que sirvam para você e para a comunidade. O resultado será uma construção coletiva, para ser partilhada, divulgada e colocada em prática. Vamos começar? 3 35 4_DEPOM_Integradores_035a037_INICIAIS_MP.indd 354_DEPOM_Integradores_035a037_INICIAIS_MP.indd 35 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Este livro reúne quatro projetos sobre o tema África. Ele começa assim: SUMÁRIO Aqui você encontra o projeto que procura e a página em que ele está. Vamos usá-lo? O QUE EU JÁ SEI? Atividades com o objetivo de resgatar o que você já sabe sobre o tema que será abordado nos projetos. RODA DE CONVERSA Explica os quatro projetos e por que é legal todos participarem. O QUE EU APRENDI? Atividades com o objetivo de retomar os conhecimentos adquiridos por você ao longo dos projetos. Você vai ver quanto aprendeu neste ano! ABERTURA DO PROJETO Traz o título do projeto, alguns desafios e uma ou mais imagens para ajudar você a pensar. INTRODUÇÃO AO PROJETO Aqui você descobre o produto que a turma vai criar. Lembre-se de preencher a ficha, pois ela será seu controle de tempo para a realização das tarefas. MOMENTOS Cada projeto possui quatro etapas (momentos) com atividades que vão ajudá-lo a elaborar o produto final no momento 4. PRODUTO FINAL É aqui que você fará o registro da sua produção final. Legal, não é mesmo? Momento 1 Capulana é o nome dado em Moçambique a um tecido típico de muitos povos africanos. Esse tecido costuma ser leve, grande e colorido. Observe, nas imagens a seguir, algumas das muitas maneiras de se usar uma capulana. As capulanas são usadas para carregar o bebê junto ao corpo da mãe. Sofala, Moçambique, 2021. São usadas para confeccionar roupas como camisas e vestidos. Maputo, Moçambique, 2020. Tradicionalmente, as capulanas são usadas para cobrir o corpo, enroladas e amarradas. Ilha do Ibo, Moçambique, 2018. W e s te n d 6 1 G m b H /A la m y /F o to a re n a S tu a rt M a n k te lo w /A la m y /F o to a re n a E p id a u ro M a n ja te /U N F P A M o za m b iq u e 15Projeto 1 O que apre ndi sobre.. . Meu corp o, minha his t—ria Atividade 5 Chegou a hora de organizar os ensaios e de fazer os ajustes finais. a) Apresentem ao público definido o que vocês escolheram e prepararam. b) Por fim, avaliem todo o processo desse projeto. Atividade 6 Cole aqui uma foto para se recordar desse dia. Atividade de conclusão do projeto 51Projeto 2 PROJETO 1 Tecendo novos olhares! Tecidos coloridos vendidos no mercado de Maputo, capital de Moçambique, na África. • O que um objeto pode contar sobre um povo? • Como conhecer um continente tão grande como a África? • Existe algum objeto que seja importante para você e sua família? th o ro n /S h u tt e rs to c k 13Projeto 1 O que eu j‡ sei? Antes de iniciarmos as atividades com os projetos integradores deste livro, vamos fazer uma avaliação para saber como está sua leitura e interpretação de textos e o que você já sabe sobre as culturas africanas e afro-brasileira. Siga as orientações do professor para realizar a prova e bom trabalho. 1. A capoeira é uma expressão cultural afro-brasi- leira que mistura luta, dança, cultura popular e música. Leia a letra da canção a seguir, entoada em rodas de capoeira, e faça o que se pede. Às vezes me chamam de negro Às vezes me chamam de negro Pensando que vão me humilhar Mas o que eles não sabem É que só me fazem lembrar Que venho daquela raça Que lutou pra se libertar Que criou o maculelê E acredita no candomblé Que tem sorriso no rosto A ginga no corpo e o samba no pé Que fez surgir de uma dança Luta que pode matar Capoeira arma poderosa Luta de libertação Brancos e negros na roda Se abraçam como irmãos. Às vezes me chamam de negro. Capoeira. Letras. Disponível em: https://www.letras.com.br/capoeira/as-vezes-me-chamam-de-negro#top=capoeira. Acesso em: 21 jul. 2021. a) A letra da canção afirma que há muitos motivos para o povo negro se orgulhar de si mesmo. Mencione ao menos três deles. b) Assinale a alternativa que explica corretamente o significado dos versos finais da letra da canção: “Brancos e negros na roda / Se abraçam como irmãos”. A capoeira é uma luta de origem branca e negra. Na capoeira, brancos lutam contra negros. As rodas de capoeira aproximam brancos e negros. O preconceito está presente nas rodas de capoeira. c) Assim como a capoeira, o samba e o maculelê, o Brasil possui outras manifestações de ori- gem afro-brasileira. No quadro a seguir, contorne as palavras que, para você, se relacionam à cultura afro-brasileira. Dica: Você vai encontrar três ritmos musicais, três instrumentos mu- sicais e três pratos da culinária que têm raízes africanas. 2. Leia a lenda africana a seguir. Lenda do sapo e da cobra Certo dia, um sapo estava caminhando e avistou um animal fino, comprido e bri- lhante. O sapo perguntou: — Oi! O que você faz estirada pela estrada? A cobra respondeu: — Estou tomando um solzinho. Sou uma cobra e você? — Eu sou um sapo. Você gostaria de brincar? A cobra aceitou e eles brincaram a tarde toda. A cobra ensinou o sapo a rastejar e subir nas árvores e o sapo ensinou a cobra a pular. Eles se divertiram muito e ao final do dia cada um foi pra sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte. Quando o sapo encontrou sua mãe, contou o que tinha acontecido, que conheceu uma cobrinha e ficaram amigos. Sua mãe não gostou e falou: — Você devia saber que a família da cobra não é legal. Eles são venenosos! Não quero mais que brinque com cobras e nem rasteje por aí! A cobra quando chegou em casa mostrou à sua mãe que sabia pular e disse que foi o sapo que a ensinou. Sua mãe também não gostou e disse: — Nós, cobras, não temos amizade com sapos, eles servem apenas como comida. Não quero que brinque com o sapo. E pare de pular! Quando se encontraram, a cobra pensou em devorar o sapo, mas depois se lembrou daquela tarde de brincadeiras e correu para o mato. A partir de então eles não brincaram mais, mas sempre ficam estirados no sol pensando no dia em que foram amigos. Lendas africanas. Laura Aiddar. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lendas-africanas/. Acesso em: 21 jul. 2021. Avistou: Viu. Estirada: Deitada, esticada. Devorar: Comer com rapidez. Maculelê: Dança guerreira de origem africana, com ritmo marcado por tambores, em que os participantes simulam luta usando bastões. Candomblé: Religião africana introduzida no Brasil no início do século XIX pelos nagôs, bantos e outros povos escravizados, que demonstra uma forte ligação com os ancestrais e as forças da natureza. Ginga: Movimento feito pelo capoeirista, no ataque ou na defesa, a fim de enganar o oponente. M a u ro A k ii n N a s s o r/ F o to a re n a 6 7O que eu já sei? O que eu já sei? Roda de conversa Quais são os projetos deste livro? Você conhece algum jogo que, para chegar ao final, você precisa vencer muitos desafios e passar de fase? Então, este livro é parecido com esses jogos. São quatro projetos que correspondem a quatro fases cheias de atividades interessantes. Cada uma das fases termina com um pro- duto final feito por todos os estudantes. Em todos esses projetos, a ideia é compartilhar o que foi aprendido com muito mais gente do que somente os colegas da turma. O desafio, durante o ano, é: • No projeto 1, quevocês conheçam a capulana e descubram que objetos não servem apenas pela utilidade: eles podem contar histórias! • No projeto 2, que vocês possam saber mais a respeito do corpo humano de uma maneira divertida: lendo sobre danças e dançarinos de origem africana. • No projeto 3, que você e os colegas vejam como são diversos os costumes, as histórias e a aparência das pessoas. Com base nisso, vamos discutir por que essas diferenças devem ser respeitadas. • No projeto 4, que vocês criem juntos um Espaço de Memórias da África para com- partilhar com mais gente informações sobre esse continente e seus povos. É hora de mostrar aos colegas da escola e à comunidade quanta coisa há para descobrir sobre a África! Qual é o tema principal destes projetos? O grande tema destes projetos é a África, o que permitirá que vocês entrem em contato com a diversidade étnica e cultural dos grupos humanos que vivem nesse continente. A África é formada por 54 países e, em todos eles, há uma enorme variedade de povos, costumes e línguas. Neste livro, vamos conhecer melhor três de- les: Moçambique, Marrocos e África do Sul. Em cada projeto, você vai conhecer as diferentes maneiras de os povos e os indivíduos africanos e seus descendentes se manifestarem: por meio das danças, das histórias, da arte, dos textos informativos, entre outras formas de expressão. Por que estudar este tema? Você pode estar se perguntando: por que estudar a África, um continente que fica tão longe do Brasil, do outro lado do oceano Atlântico? Então, veja a resposta: é muito importante saber Descendente: Aquele que descende de determinada família, raça ou nação. que os antepassados de grande parte da população brasileira vieram, séculos atrás, de diferentes regiões desse continente. Em sua maioria, foram trazidos à força, separados de seus familiares e amigos. Com eles vieram hábitos, conhecimentos, crenças, técnicas e até plantas. Diferentes culturas e povos africanos contribuíram para a formação do que hoje chamamos de cultura brasileira . Por exemplo: você sabia que mais de 1 500 palavras do português falado no Brasil têm origem em línguas africanas? A África também é fascinante por suas riquezas naturais. Lá existem desertos, florestas, praias, savanas (onde predomina uma vegetação rasteira ) e uma infinidade de espécies de ani- mais. Vários escritores, músicos, políticos, dançarinos e atletas que se destacaram mundialmente também são desse continente. As etapas de um projeto Aprender por projetos tem muitas vantagens, como você logo vai perceber. Sabe por quê? • É possível planejar e estabelecer datas para a realização de cada etapa. • Todos os resultados obtidos em cada um dos momentos do projeto podem ser reu- nidos para uma discussão e uma conclusão coletivas. • Você e os colegas podem se preparar para a apre- sentação de um produto final que vai envolver todos os estudantes e também será divulgado às pessoas da comunidade escolar. • Vocês farão um registro final coletivo para que to- dos reúnam as conclusões finais do projeto. Boas descobertas! Antepassados: Que viveram no passado. Cultura brasileira: Resultado da mistura de diversos grupos humanos que participaram da formação da população do Brasil. Vegetação rasteira: O mesmo que vegetação pouco desenvolvida, que não cresceu quase nada. E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra 10 11Roda de conversa Roda de conversa Roda de conversa Quais são os projetos deste livro? Roda de conversaRoda de conversa O que eu aprendi? Ao longo deste ano, você aprendeu bastante sobre a África, a cultura de alguns países africanos e a sua influência na cultura brasileira. Você conheceu a capulana de Moçambique, informou-se sobre práticas corporais que envolvem danças de origem africana e entrou em contato com costumes e etnias diversas para construir um Espaço de Memórias do Estudo. Depois de realizar esses projetos, é hora de avaliarmos sua aprendizagem. Vamos lá? 1. Leia a notícia a seguir sobre a exposição do artista afro-brasileiro Robinho Santana. Exposição de Robinho Santana resgata a ancestralidade afro-brasileira. Depois de passar pelo Centro Cultural Ação Educativa, o artista expõe obras inéditas na Oficina Alfredo Volpi Mais de 20 obras em tinta a óleo, acrílica, pintura digital, serigrafia e vídeos compõem a mostra (Re)conhecimento – A Arte de Robinho Santana, instalada a partir de 13 de janeiro na Oficina Cultural Alfredo Volpi, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo gerenciada pela Poiesis. Na exposição, o artista reconstrói sua trajetória a partir de referências familiares e influência da arte afro-brasileira. A abertura será a partir das 15h00, e o público poderá participar de um bate-papo com Robinho, seguido da discote- cagem de Mari Boaventura. Em suas obras, o artista explora as referências de religiões de matrizes africanas, sím- bolos Adinkras – símbolos dos povos Akan que representam provérbios sobre as crenças e as histórias desses povos –, plantas e os elementos da natureza (água, fogo, terra e ar). Enxerga na luta e resistência das mulheres e homens negros brasileiros a principal ins- piração para suas obras. “Como no meu trabalho eu falo sobre o meu cotidiano, natural- mente falaria sobre as pessoas negras, que podem ser meus familiares, amigos, vizinhos ou a maioria da população brasileira”, conta o artista em vídeo do site O Beijo. Ilustrações de Robinho ganharam destaque na Ocupação Abdias Nascimento, pro- movida pelo Itaú Cultural. “Recordo de ter visitado uma exposição de arte pela primei- ra vez somente na minha fase adulta. Como artista nascido e criado no Jardim Ruyce, bairro periférico da cidade periférica de Diadema, reconheço a importância de ter essa exposição descentralizada, facilitando o acesso aos moradores das periferias que inclu- sive retrato em meus trabalhos”, conta o artista. Exposição de Robinho Santana resgata a ancestralidade afro-brasileira. Cultura e Economia Criativa. Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: https://www.cultura.sp.gov.br/exposicao-de-robinho -santana-resgata-a-ancestralidade-afro-brasileira/. Acesso em: 22. jul. 2021. a) A obra do artista reforça sua vinculação à cultura dos povos afrodescendentes? Por quê? b) No Projeto 1, você aprendeu sobre as esculturas maconde de Moçambique. Observe as mulhe- res retratadas por Robinho Santana. Que elementos em comum essas imagens apresentam quando comparadas à arte tradicional africana? c) Releia este trecho da fala do artista Robinho Santana: “Como artista nascido e criado no Jardim Ruyce, bairro periférico da cidade periférica de Diadema, reconheço a importância de ter essa exposição descentralizada, facilitando o acesso aos moradores das periferias que inclusive re- trato em meus trabalhos.” Segundo o artista, por que é importante que ocorram exposições em bairros periféricos? P in te re s t/ b r. p in te re s t. c o m P in te re s t/ b r. p in te re s t. c o m F ib ra G a le ri a /w w w .fi b ra g a le ri a .c o m 92 93O que eu aprendi? O que eu aprendi? Neste projeto, vamos conhecer um pouco da diversidade do continente africano por meio da história da capulana, tecido tradicional de um país chamado Moçambique. Além disso, du- rante o projeto, você terá a oportunidade de refletir sobre sua própria história. Juntos, veremos que sempre existem semelhanças e diferenças entre pessoas e povos. Você já pensou em como lidamos com as diferenças para conseguir conviver uns com os outros? A capulana é um tecido muito importante não só para o povo de Moçambique, mas também para o de vários outros países da África. Ao final do projeto, você e os colegas terão aprendido muito, depois de conversar sobre imagens e textos relacionados a esse tecido colorido e cheio de histórias importantes. Também terão refletido bastante sobre a históriae os costumes da região em que vivem e do Brasil. Para se aproximar ainda mais da cultura de Moçambique, que tal produzir uma grande capulana, inspirando-se em tudo o que você e os colegas vão ver no projeto? Com tecido de algodão, retalhos, canetas e tinta para tecido, linhas coloridas e agulhas, vocês vão pôr a cria- tividade em prática. Bom trabalho! Bolsas e sacolas feitas com capulanas. Feira de arte em Maputo, Moçambique, 2019. projeto inic iado em: projeto enc errado em: S o p o tn ic k i/ S h u tt e rs to ck 14 Projeto 1 projeto enc errado em: Introdução ao projeto 1 Projeto 1 Tecendo novos olhares! Projeto 3 Somos iguais, somos plurais! Projeto 2 Meu corpo, minha história Bibliografia ................................................................................................................................... 96 Abertura do projeto 1 ..................................................................................................................13 Introdução ao projeto 1 .............................................................................................................. 14 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 15 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 22 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 26 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 31 Abertura do projeto 2 ..................................................................................................................33 Introdução ao projeto 2 .............................................................................................................. 34 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 35 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 39 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 44 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 47 Abertura do projeto 3 ..................................................................................................................52 Introdução ao projeto 3 .............................................................................................................. 53 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 54 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 60 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 62 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 66 Abertura do projeto 4 ..................................................................................................................73 Introdução ao projeto 4 .............................................................................................................. 74 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 75 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 81 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 86 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 90 Roda de conversa ........................................................................................................ 10 O que eu já sei? ..................................................................................................................... 6 O que eu aprendi? ...................................................................................................... 92 Projeto 4 Descoberta, diversidade! Sumário 5 Conheça seu livro TRABALHO INDIVIDUAL TRABALHO EM DUPLA TRABALHO EM GRUPOPARA CONVERSAR REGISTRO COLETIVO PARA PENSAR FAÇA NO CADERNO RODA DE LEITURA AVISOS ÍCONES São figuras que aparecem ao lado das atividades indicando o que é preciso fazer. Quando tiver dúvida, confira aqui. 4 36 4_DEPOM_Integradores_035a037_INICIAIS_MP.indd 364_DEPOM_Integradores_035a037_INICIAIS_MP.indd 36 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Projeto 1 Tecendo novos olhares! Projeto 3 Somos iguais, somos plurais! Projeto 2 Meu corpo, minha história Bibliografia ................................................................................................................................... 96 Abertura do projeto 1 ..................................................................................................................13 Introdução ao projeto 1 .............................................................................................................. 14 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 15 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 22 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 26 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 31 Abertura do projeto 2 ..................................................................................................................33 Introdução ao projeto 2 .............................................................................................................. 34 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 35 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 39 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 44 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 47 Abertura do projeto 3 ..................................................................................................................52 Introdução ao projeto 3 .............................................................................................................. 53 Momento 1 .......................................................................................................................................................54 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 60 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 62 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 66 Abertura do projeto 4 ..................................................................................................................73 Introdução ao projeto 4 .............................................................................................................. 74 Momento 1 ....................................................................................................................................................... 75 Momento 2 ....................................................................................................................................................... 81 Momento 3 ....................................................................................................................................................... 86 Momento 4 ....................................................................................................................................................... 90 Roda de conversa ........................................................................................................ 10 O que eu já sei? ..................................................................................................................... 6 O que eu aprendi? ...................................................................................................... 92 Projeto 4 Descoberta, diversidade! Sumário 5 37 4_DEPOM_Integradores_035a037_INICIAIS_MP.indd 374_DEPOM_Integradores_035a037_INICIAIS_MP.indd 37 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 NÃO VEIO PARA EMENDAR Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. O que eu já sei? Antes de iniciarmos as atividades com os projetos integradores deste livro, vamos fazer uma avaliação para saber como está sua leitura e interpretação de textos e o que você já sabe sobre as culturas africanas e afro-brasileira. Siga as orientações do professor para realizar a prova e bom trabalho. 1. A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura po- pular e música. Leia a letra da canção a seguir, entoada em rodas de capoeira, e faça o que se pede. Maculelê: Dança guerreira de origem africana, com ritmo marcado por tambores, em que os participantes simulam luta usando bastões. Candomblé: Religião africana introduzida no Brasil no início do século XIX pelos nagôs, bantos e outros povos escravizados, que demonstra uma forte ligação com os ancestrais e as forças da natureza. Ginga: Movimento feito pelo capoeirista, no ataque ou na defesa, a fim de enganar o oponente. M a u ro A k ii n N a s s o r/ F o to a re n a Às vezes me chamam de negro Às vezes me chamam de negro Pensando que vão me humilhar Mas o que eles não sabem É que só me fazem lembrar Que venho daquela raça Que lutou pra se libertar Que criou o maculelê E acredita no candomblé Que tem sorriso no rosto A ginga no corpo e o samba no pé Que fez surgir de uma dança Luta que pode matar Capoeira arma poderosa Luta de libertação Brancos e negros na roda Se abraçam como irmãos. Às vezes me chamam de negro. Capoeira. Letras. Disponível em: https://www.letras.com.br/capoeira/ as-vezes-me-chamam-de-negro#top=capoeira. Acesso em: 21 jul. 2021. 6 O que eu j‡ sei? Orientações didáticas As atividades propostas têm como objetivo geral mensurar o desempe- nho dos estudantes em algumas das habilidades que serão mais utilizadas ao longo dos projetos do volume, es- pecialmente aquelas relacionadas à leitura e compreensão de textos. Tam- bém é importante, neste momento inicial, estimular o interesse dos estu- dantes por conhecimentos que não necessariamente eles já possuam. Mais importante do que conhecerem de modo amplo as influências africanas na cultura brasileira é demonstrarem interesse por novas culturas e reco- nhecerem as contribuições da cultura africana para a constituição de nossa identidade. Nesta atividade diagnóstica, pro- cure observar como os estudantes se comportam em relação a esse tema, valorize conhecimentos prévios que possuam e busque engajá-los nas discussões que serão desenvolvidas ao longo dos projetos propostos, co- mo conhecer melhor alguns países africanos, seus costumes e cultura. Desse modo, a avaliação poderá co- laborar para que se estabeleçam pa- râmetros iniciais, a partir dos quais os projetos propostos possam ser me- lhor planejados, e despertar a curio- sidade dos estudantes quanto aos temas que serão discutidos. Orientações para a aplicação da avaliação Esta atividade tem a duração aproximada de uma aula de 50 mi- nutos. Ao aplicar a atividade, você pode ler cada uma das questões com a turma a fim de garantir que os enunciados sejam compreendi- dos. Se julgar necessário, comple- mente oralmente as orientações para a realização das atividades. Durante a avaliação, observe não apenas o que os estudantes respon- dem, mas também como respon- dem às questões propostas – com maior ou menor autonomia, em mais ou menos tempo, com cuidado ou com pressa, etc. Essa análise pode ajudá-lo na preparação das aulas dos projetos e na sua condução. 38 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 384_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 38 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 a) A letra da canção afirma que há muitos motivos para o povo negro se orgulhar de si mesmo. Mencione ao menos três deles. A luta pela liberdade, a invenção do maculelê, do samba e da capoeira, a crença no candomblé. b) Assinale a alternativa que explica corretamente o significado dos versos finais da letra da canção: “Brancos e negros na roda / Se abraçam como irmãos”. A capoeira é uma luta de origem branca e negra. Na capoeira, brancos lutam contra negros. X As rodas de capoeira aproximam brancos e negros. O preconceito está presente nas rodas de capoeira. 2. Leia a lenda africana a seguir. Lenda do sapo e da cobra Certo dia, um sapo estava caminhando e avistou um animal fino, comprido e brilhante. O sapo perguntou: — Oi! O que você faz estirada pela estrada? A cobra respondeu: — Estou tomando um solzinho. Sou uma cobra e você? — Eu sou um sapo. Você gostaria de brincar? A cobra aceitou e eles brincaram a tarde toda. A cobra ensinou o sapo a rastejar e subir nas árvores e o sapo ensinou a cobra a pular. Eles se divertiram muito e ao final do dia cada um foi pra sua casa, prometendo se encontrar no dia seguinte. Quando o sapo encontrou sua mãe, contou o que tinha acontecido, que conheceu uma cobrinha e ficaram amigos. Sua mãe não gostou e falou: — Você devia saber que a família da cobra não é legal. Eles são venenosos! Não quero mais que brinque com cobras e nem rasteje por aí! A cobra quando chegou em casa mostrou à sua mãe que sabia pular e disse que foi o sapo que a ensinou. Sua mãe também não gostou e disse: — Nós, cobras, não temos amizade com sapos, eles servem apenas como comida. Não quero que brinque com o sapo. E pare de pular! Quando se encontraram, a cobra pensou em devorar o sapo, mas depois se lembrou daquela tarde de brincadeiras e correu para o mato. A partir de então eles não brincaram mais, mas sempre ficam estirados no sol pen- sando no dia em que foram amigos. Lendas africanas. Laura Aiddar. Toda MatŽria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lendas-africanas/. Acesso em: 21 jul. 2021. Avistou: Viu. Estirada: Deitada, esticada. Devorar: Comer com rapidez. 7O que eu já sei? Orientaçõesdidáticas Objetivos da atividade 1: As questões propostas buscam mapear a habilidade dos estudantes em lo- calizar informações explícitas em textos (item a) e sua habilidade em identificar a ideia central do texto (item b). O importante aqui é infor- mar-se sobre o que eles já sabem para, ao longo dos projetos previs- tos, complementar e aprofundar esses saberes. Habilidades avaliadas nesta ques- tão: (EF15LP03); (EF35LP03); (EF15AR25). Interdisciplinaridade: As ques- tões propostas centram-se na arti- culação entre habilidades leitoras fundamentais nesta faixa etária e conteúdos culturais que podem ser reconhecidos pelos estudantes nos diversos meios de difusão e em suas experiências culturais. Articulam-se, portanto, saberes dos componentes Língua Portuguesa e Arte, tanto nas questões propostas quanto na pró- pria leitura e interpretação de uma letra de canção utilizada em rodas de capoeira. 39 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 394_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 39 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. a) Que relação se estabelece entre a cobra e o sapo ao se conhecerem? Uma relação de amizade: o sapo ensina a cobra a pular, e a cobra ensina o sapo a rastejar e subir nas árvores. b) Como as mães da cobra e do sapo convencem os animais a não se tornarem amigos? A mãe do sapo diz a ele que deve se afastar de cobras porque elas são venenosas; já a mãe da cobra diz a ela que os sapos só servem de alimento, não para serem amigos. c) O que acontece quando o sapo e a cobra se reencontram? Em um primeiro momento, a cobra pensa em comer o sapo, mas se lembra dos bons momentos juntos e corre para o mato. d) A lenda explica por que o sapo e a cobra têm um comportamento semelhante. Qual é ele? Ficarem estirados ao sol. Segundo a lenda, a cobra e o sapo ficariam relembrando os momentos de amizade que tiveram juntos. 3. Leia o texto a seguir, que fala de jogos e brincadeiras de origem africana. A África nos jogos e nas brincadeiras Você já sabe que, assim como os europeus e indí- genas, os africanos contribuíram muito para a formação cultural brasileira nos mais diversos aspectos. Com os jogos e brincadeiras, isso não é diferente. Brincadeiras populares africanas apresentam como características o predomínio de atividades em grupos e desafiadoras [...]. Outra característica é a criatividade dos jogadores e o aproveitamento de recursos simples, do meio ambiente ou descartáveis, para a confecção de seus instrumentos de jogo, como bolas, tacos e aros. Aspecto: Área, campo (por exemplo, os jogos e as brincadeiras são aspectos em que os africanos contribuíram para a formação cultural brasileira). Predomínio: Domínio ou dominância em quantidade; predominância. Desafiador: Que constitui um desafio por ser difícilde realizar. 8 O que eu já sei? Orientações didáticas Objetivos da atividade 2: Os itens da questão buscam mapear as habilidades de localização de infor- mações explícitas em textos (itens b e c) e a habilidade de inferir informa- ções implícitas no texto lido (itens a e d). Essas capacidades leitoras são importantes para a compreensão dos textos de gêneros variados com que os estudantes depararão ao rea- lizar as atividades propostas nos pro- jetos da coleção. A depender do resultado alcança- do pela turma, é possível planejar retomadas de atividades de leitura e interpretação de texto para que os estudantes, progressivamente, se tornem mais autônomos em relação às habilidades propostas. Por essa razão, no acompanhamento de al- guns deles, talvez seja necessário realizar uma maior mediação para a leitura e o entendimento do texto. Ao longo do desenvolvimento dos projetos, é esperado que os estudan- tes demonstrem mais segurança e uma progressiva autonomia, poden- do até mesmo vir a descobrir outros significados no texto. Habilidades avaliadas nesta questão: (EF15LP03); (EF35LP03); (EF35LP04). 40 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 404_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 40 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Neéz deguíaan, adaptação de uma brincadeira de Marrocos Desenha-se no chão um grande círculo, ao redor do qual ficam os jogadores. Quan- do o líder gritar: “Dentro!”, os jogadores devem pular para dentro do círculo. Quando gritar: “Fora!”, todos devem pular para fora do círculo. Se já estiverem na parte correta do círculo, devem dar um pulo no próprio lugar. Quem errar é eliminado e se afasta do círculo. O último a permanecer no jogo vence. [...] A África nos jogos e nas brincadeiras. Clickideia. Disponível em: http://www.clickideia.com.br/portal/conteudos/c/25/25078. Acesso em: 21 jul. 2021. a) Por que, segundo o texto, os africanos contribuíram muito para a formação cultural brasileira? Porque povos africanos, assim como europeus e indígenas, contribuíram para a formação cultural do Brasil. b) Com qual brincadeira brasileira o NeŽz degu’aan se parece? Escreva com suas palavras as regras dessa brincadeira brasileira. A brincadeira marroquina Neéz deguíaan se parece com a brincadeira Morto-Vivo, também conhecida como Sol-Chuva ou Terra-Mar. O chefe comanda os participantes, que devem formar uma fila. Quando ele diz “Vivo!”, todos devem ficar em pé; quando ele diz ”Morto!”, todos devem se abaixar. O chefe pode alterar a velocidade de seus comandos para dificultar a brincadeira. Quem erra sai do jogo, e vence o último a permanecer. c) Releia com o professor as palavras em destaque no texto e seus significados. Em seguida, preencha cada lacuna com a palavra adequada, de acordo com o sentido da frase. No verão há predomínio de sol e de calor. As questões ambientais são desafiadoras , mas é preciso encontrar soluções para elas. A língua, a dança e a música são aspectos importantes da cultura de um povo. 9O que eu já sei? Orientações didáticas Objetivos da atividade 3: O es- perado é que os estudantes de- monstrem a habilidade de identificar informações explícitas no texto (item a), no caso, um texto do gê- nero informativo. Outra habilidade importante mensurada pela ques- tão é a de inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas com base no contexto da frase ou do texto (item c). No item b, é ava- liada a capacidade dos estudantes de explicitar as regras do jogo Mor- to-Vivo com suas próprias palavras. Esse tipo de proposta, em que os estudantes precisam deixar claras suas ideias por meio de pequenos textos, será recorrente nas atividades deste volume. Tendo isso em vista, deve-se dar atenção especial aos estudantes que demonstrarem difi- culdade na escrita desses textos e promover retomadas ou atividades complementares para diminuir as defasagens deles nesse início de tra- balho. Ao longo das etapas dos pro- jetos, a expectativa é que haja melhora gradativa na produção de textos e também mais autonomia e segurança por parte dos estudantes. Habilidades avaliadas nesta questão: (EF15LP03); (EF35LP05). 41 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 414_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 41 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Roda de conversa Quais são os projetos deste livro? Você conhece algum jogo que, para chegar ao final, você precisa vencer muitos desafios e passar de fase? Então, este livro é parecido com esses jogos. São quatro projetos que correspondem a quatro fases cheias de atividades interessantes. Cada uma das fases termina com um pro- duto final feito por todos os estudantes. Em todos esses projetos, a ideia é compartilhar o que foi aprendido com muito mais gente do que somente os colegas da turma. O desafio, durante o ano, é: • No projeto 1, que vocês conheçam a capulana e descubram que objetos não servem apenas pela utilidade: eles podem contar histórias!• No projeto 2, que vocês possam saber mais a respeito do corpo humano de uma maneira divertida: lendo sobre danças e dançarinos de origem africana. • No projeto 3, que você e os colegas vejam como são diversos os costumes, as histórias e a aparência das pessoas. Com base nisso, vamos discutir por que essas diferenças devem ser respeitadas. • No projeto 4, que vocês criem juntos um Espaço de Memórias da África para com- partilhar com mais gente informações sobre esse continente e seus povos. É hora de mostrar aos colegas da escola e à comunidade quanta coisa há para descobrir sobre a África! Qual é o tema principal destes projetos? O grande tema destes projetos é a África, o que permitirá que vocês entrem em contato com a diversidade étnica e cultural dos grupos humanos que vivem nesse continente. A África é formada por 54 países e, em todos eles, há uma enorme variedade de povos, costumes e línguas. Neste livro, vamos conhecer melhor três de- les: Moçambique, Marrocos e África do Sul. Em cada projeto, você vai conhecer as diferentes maneiras de os povos e os indivíduos africanos e seus descendentes se manifestarem: por meio das danças, das histórias, da arte, dos textos informativos, entre outras formas de expressão. Por que estudar este tema? Você pode estar se perguntando: por que estudar a África, um continente que fica tão longe do Brasil, do outro lado do oceano Atlântico? Então, veja a resposta: é muito importante saber Descendente: Aquele que descende de determinada família, raça ou nação. 10 Roda de conversa Roda de conversa Quais são os projetos deste livro? Roda de conversaRoda de conversa Sobre o tema A Base Nacional Comum Curricu- lar define que os estudantes do 1o ao 5o ano devem “conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e ima- terial, de culturas diversas, em espe- cial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e euro- peias, de diferentes épocas, favore- cendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas”. (p. 161). Este Livro busca apresentar informações além das savanas, da pobreza, dos conflitos: os estudantes verão, aqui, um continente africano cheio de inovação, tecnologia e arte que, co- mo qualquer outro, enfrenta proble- mas sociais, econômicos e políticos. Estratégias Os projetos aqui sugeridos fazem parte de um trabalho coletivo. Por isso, as tarefas serão divididas entre todos. Com a turma: • planeje e estabeleça datas para a realização de cada etapa; • reúna todos os resultados obtidos em cada momento do projeto pa- ra discussão e conclusão coletivas; • prepare-os para a apresentação de um produto final que seja di- vulgado às pessoas da comunida- de escolar; • prepare um registro final coletivo a fim de que todos reúnam as con- clusões do projeto. Sobre os projetos Cada projeto deste livro possui um subtema relacionado à temática geral e um produto final decorrente do trabalho. Estão organizados da seguinte maneira: Subtemas Produto final Projeto 1 Tecendo novos olhares! Criação de uma capulana Projeto 2 Meu corpo, minha história Apresentação de dança Projeto 3 Somos iguais, somos plurais! Produção de obra de arte Projeto 4 Descoberta, diversidade! Exposição do Espaço de Memórias do Estudo 42 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 424_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 42 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 que os antepassados de grande parte da população brasileira vieram, séculos atrás, de diferentes regiões desse continente. Em sua maioria, foram trazidos à força, separados de seus familiares e amigos. Com eles vieram hábitos, conhecimentos, crenças, técnicas e até plantas. Diferentes culturas e povos africanos contribuíram para a formação do que hoje chamamos de cultura brasileira . Por exemplo: você sabia que mais de 1 500 palavras do português falado no Brasil têm origem em línguas africanas? A África também é fascinante por suas riquezas naturais. Lá existem desertos, florestas, praias, savanas (onde predomina uma vegetação rasteira ) e uma infinidade de espécies de ani- mais. Vários escritores, músicos, políticos, dançarinos e atletas que se destacaram mundialmente também são desse continente. As etapas de um projeto Aprender por projetos tem muitas vantagens, como você logo vai perceber. Sabe por quê? • É possível planejar e estabelecer datas para a realização de cada etapa. • Todos os resultados obtidos em cada um dos momentos do projeto podem ser reu- nidos para uma discussão e uma conclusão coletivas. • Você e os colegas podem se preparar para a apre- sentação de um produto final que vai envolver todos os estudantes e também será divulgado às pessoas da comunidade escolar. • Vocês farão um registro final coletivo para que to- dos reúnam as conclusões finais do projeto. Boas descobertas! Antepassados: Que viveram no passado. Cultura brasileira: Resultado da mistura de diversos grupos humanos que participaram da formação da população do Brasil. Vegetação rasteira: O mesmo que vegetação pouco desenvolvida, que não cresceu quase nada. E s tú d io D it o e F e it o /A rq u iv o d a e d it o ra 11Roda de conversa Competências gerais trabalhadas neste livro 1. Valorizar e utilizar os conhecimen- tos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultu- ral e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 3. Valorizar e fruir as diversas mani- festações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também par- ticipar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, co- mo Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem co- mo conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar infor- mações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes con- textos e produzir sentidos que le- vem ao entendimento mútuo. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promo- vam os direitos humanos, a consci- ência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regio- nal e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coope- ração, fazendo-se respeitar e pro- movendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimen- to e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconcei- tos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, fle- xibilidade, resiliência e determina- ção, tomando decisões com base em princípios éticos, democráti- cos, inclusivos, sustentáveis e so- lidários. Nota: A numeração das compe- tências gerais indicadas corresponde à numeração utilizada na versão final homologada da Base Nacional Co- mum Curricular (BNCC). Sugestão de livros • HOLANDA, Arlene. Todas as cores do negro. Brasília: Conhecimento, 2008. • LIMA, Heloísa Pires; LEMOS, Mário. Capulana: um pano estampado de histórias. São Paulo: Scipione, 2014. • NEVES, André. Obax. São Paulo: Brinque-Book, 2010. 43 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 434_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 43 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. 12 Veja na representação do continente africano os países que vão fazer parte dos projetos. Há muito para conhecer sobre a África! Uma çfrica muitas faces OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO D io g o L a d e ir a /A rq u iv o d a e d it o ra 44 4_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd444_DEPOM_Integradores_038a044_AD_MP.indd 44 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 PROJETO 1 Tecendo novos olhares! Tecidos coloridos vendidos no mercado de Maputo, capital de Moçambique, na África. • O que um objeto pode contar sobre um povo? • Como conhecer um continente tão grande como a África? • Existe algum objeto que seja importante para você e sua família? th o ro n /S h u tt e rs to c k 13Projeto 1 Introdução As perguntas iniciais do projeto Tecendo novos olhares! visam son- dar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a África e mobilizá- -los para uma reflexão sobre a história do país em que vivem. O intuito é levá-los a compreender que um ob- jeto também pode “contar histórias”. Estratégias • Explore a imagem dos tecidos apresentados nesta página e per- gunte aos estudantes os significa- dos e os usos das cores, das formas e do tecido como um todo. • Leve para a sala de aula objetos antigos a que os estudantes pos- sam atribuir diferentes sentidos. • Mostre imagens de museus e co- mente que essas instituições pre- servam informações da história de um lugar, de um povo ou de uma época. • Registre as ideias iniciais dos es- tudantes para que, ao final dos estudos, eles possam avaliar a própria aprendizagem. Objetivo • Trabalhar com textos, imagens e práticas que apresentem elemen- tos da cultura, das artes, da história e da sociedade moçambicana. Justificativa O estudo da cultura moçambicana pretende levar os estudantes a se conscientizarem das semelhanças e das diferenças que existem entre a matriz africana e seu próprio contex- to. Ao entender a influência dessa cultura no Brasil, eles poderão valori- zar mais os elementos da cultura afri- cana observados no país. Arte (EF15AR24) (EF15AR01) (EF15AR03) (EF15AR04) (EF15AR07) (EF15AR25) Geografia (EF05GE10) História (EF04HI01) (EF04HI11) Habilidades 45 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 454_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 45 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Neste projeto, vamos conhecer um pouco da diversidade do continente africano por meio da história da capulana, tecido tradicional de um país chamado Moçambique. Além disso, du- rante o projeto, você terá a oportunidade de refletir sobre sua própria história. Juntos, veremos que sempre existem semelhanças e diferenças entre pessoas e povos. Você já pensou em como lidamos com as diferenças para conseguir conviver uns com os outros? A capulana é um tecido muito importante não só para o povo de Moçambique, mas também para o de vários outros países da África. Ao final do projeto, você e os colegas terão aprendido muito, depois de conversar sobre imagens e textos relacionados a esse tecido colorido e cheio de histórias importantes. Também terão refletido bastante sobre a história e os costumes da região em que vivem e do Brasil. Para se aproximar ainda mais da cultura de Moçambique, que tal produzir uma grande capulana, inspirando-se em tudo o que você e os colegas vão ver no projeto? Com tecido de algodão, retalhos, canetas e tinta para tecido, linhas coloridas e agulhas, vocês vão pôr a cria- tividade em prática. Bom trabalho! Bolsas e sacolas feitas com capulanas. Feira de arte em Maputo, Moçambique, 2019. projeto inic iado em: projeto enc errado em: S o p o tn ic k i/ S h u tt e rs to ck 14 Projeto 1 projeto enc errado em: Introdução ao projeto 1 Orientações didáticas Componentes curriculares Este projeto relaciona-se com as unidades temáticas de História rela- tivas às migrações e Arte integradas, trabalhando competências das duas áreas. Além disso, integram-se leitura e interpretação de materiais de dife- rentes gêneros textuais e imagens que tratam dos lugares de vivência cultural, combinando a literacia nas habilidades de Língua Portuguesa e Geografia. Avaliação • O professor deve estar atento às ha- bilidades desenvolvidas e às compe- tências adquiridas pelo estudante com os trabalhos realizados. • Observar o envolvimento do estu- dante em todos os passos do pro- jeto, bem como seu interesse pelo assunto em estudo. • Observar a participação individual nos passos que vão culminar com o Espaço de Memórias do Estudo. Língua Portuguesa (EF04LP08) (EF04LP09) (EF04LP10) (EF04LP12) (EF04LP13) (EF15LP11) Habilidades 46 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 464_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 46 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Momento Capulana é o nome dado em Moçambique a um tecido típico de muitos povos africanos. Esse tecido costuma ser leve, grande e colorido. Observe, nas imagens a seguir, algumas das muitas maneiras de se usar uma capulana. As capulanas são usadas para carregar o bebê junto ao corpo da mãe. Sofala, Moçambique, 2021. São usadas para confeccionar roupas como camisas e vestidos. Maputo, Moçambique, 2020. Tradicionalmente, as capulanas são usadas para cobrir o corpo, enroladas e amarradas. Ilha do Ibo, Moçambique, 2018. W e s te n d 6 1 G m b H /A la m y /F o to a re n a S tu a rt M a n k te lo w /A la m y /F o to a re n a E p id a u ro M a n ja te /U N F P A M o za m b iq u e 15Projeto 1 Orientações didáticas O que vamos produzir? Confecção de uma capulana, um tecido que conta histórias. Interdisciplinaridade No Momento 1, são propostas si- tuações de leitura de textos verbais e verbo-visuais, bem como a observa- ção de um mapa-múndi com a iden- tificação da África e, especificamente, de Moçambique, integrando os com- ponentes curriculares de Língua Por- tuguesa, História e Geografia. Estratégia • Incentive os estudantes a observar as imagens e identificar o padrão das estampas e os diferentes usos da capulana por pessoas de dife- rentes gêneros e idades. • Antes de ouvir a turma, proponha aos estudantes que, em duplas, troquem impressões entre si sobre o que observaram e escolham um ou dois pontos para socializar com a turma no fechamento coletivo. 47 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 474_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 47 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 1 Converse com os colegas sobre as capulanas vistas na página anterior. Comece com as seguintes questões: a) O que vocês acham das cores e das estampas das capulanas? b) Observando as imagens, qual é a opinião de vocês sobre o uso dado às capulanas? Vocês conseguem pensar em outras possibilidades de uso? c) O que acham que podemos aprender sobre Moçambique e outras regiões da África ao co- nhecer as capulanas? d) Onde vocês moram há pessoas que usam tecidos de modo parecido com o das pessoas nas imagens? Descrevam as semelhanças e as diferenças que vocês observaram. Atividade 2 Você sabe o significado da palavra tecido? a) Converse com os colegas sobre isso. Registre abaixo as ideias do grupo. Resposta pessoal. b) Consulte a palavra tecido no dicionário e registre as informações encontradas. A resposta dependerá do dicionário adotado. Respostas pessoais. 16 Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP11) Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala, selecio- nando e utilizando, durante a conversa- ção, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação e a posição do interlocutor. (EF04LP03) Localizar palavras no di- cionário para esclarecer significados, reconhecendo o significado mais plausível para o contexto que deu origem à consulta. Atividade 1 Oriente o debate de modo que os estudantes percebam que, por meio do estudo dos usos da capulana, é possível saber mais sobre o modo de vida de alguns moçambicanos. É importante que os estudantes reflitam sobre a aparência e osusos dos tecidos habituais na região em que vivem, buscando aproximações e diferenças com a capulana. A chita é um exemplo de tecido comum no Brasil. Atividade 2 Oriente a busca do significado da palavra “tecido” no dicionário e peça a alguns estudantes que leiam em voz alta os significados encontrados. En- fatize a ideia de que tecido é algo que foi combinado, composto, em forma de trama. Se possível, leve amostras de dife- rentes tecidos para a sala de aula, até mesmo algum que seja típico da re- gião em que se situa a escola, para que os estudantes os manipulem e conversem sobre os diferentes usos que eles podem ter. 48 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 484_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 48 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Atividade 3 O texto informativo a seguir explica um pouco mais sobre esse tecido estampado tão comum em Moçambique. Leia-o e depois responda às questões. Panos que contam hist—rias As ruas de Moçambique são coloridas pelos tons vibrantes da vestimenta tradicional das mulheres de lá: a capulana. Muito parecida com a canga de praia que usamos por aqui, porém muito mais importante, a capulana é um pano de algodão com estampas geométricas, formas abstratas e uma infinidade de detalhes. Essa peça retangular de tecido pode ser usada para colorir o corpo, como uma saia ou um vestido, para cobrir a cabeça, como um turbante, para enfeitar a casa, para embrulhar e carregar objetos, e para os bebês, isto é, carregá-los bem grudadinhos ao corpo. Capulanas expostas na feira de arte em Maputo, Moçambique, 2019. As estampas das capulanas contam histórias. Elas podem “falar” de feitos heroicos, acontecimentos históricos e fatos do dia a dia. São usadas para pre- sentear as mulheres em ocasiões especiais, como casamento e nascimento dos filhos. Há alguns tipos de capulanas que são usados em cerimônias específicas e ainda as que apenas curandeiros adivinhos podem vestir. Os homens também usam capu- lanas, mas são as mulheres que não deixam essa tradição tão bonita desaparecer. Forma abstrata: Figura que não lembra a forma de nenhum ser vivo ou objeto. Curandeiro: Pessoa que trata de doenças por meio de rezas. S o p o tn ic k i/ S h u tt e rs to ck 17Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações ex- plícitas em textos. (EF35LP04) Inferir informações implíci- tas em textos lidos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. Sugestão de livro Capulana – um pano estampado de histórias Dandara, uma menina que mora em São Paulo, recebe um presente de seu amigo Tulany, de Moçambique. É uma capu- lana! Na terra do garoto, o uso desse tecido é tradição. Ele ser- ve para muitas coisas: cobrir o corpo ou a cabeça, enfeitar, carregar bebê nas costas, pre- sentear alguém em ocasiões especiais... A amizade entre as duas crianças resgata uma bela tradição africana, ainda viva entre os povos de Moçambique. CAPULANA: um pano estampado de histórias, de Heloisa Pires Lima e Mário Lemos. São Paulo: Scipione, 2014. Atividade 3 Chame a atenção dos estudantes para a diversidade de estampas pre- sentes nas capulanas e em como elas se relacionam com as histórias e os costumes moçambicanos. Pergunte a eles se há, entre sua família e comu- nidade, o costume de presentear as pessoas, em datas especiais, com ob- jetos que tenham sido produzidos em homenagem a elas. 49 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 494_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 49 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Os tesouros dos velhos baús Para as mulheres moçambicanas, a capulana é uma das suas maiores rique- zas, que as acompanha em todas as fases da vida. Como um tesouro, algumas capulanas são guardadas em baús e usadas apenas em ocasiões muito especiais. As mulheres mais velhas costumam reunir as filhas e netas para lhes mostrar os segredos que guardam em seus baús. Há aquela capulana que lhe foi oferecida pelo homem que desejava se casar com ela, as que ganhou quando cada um dos filhos nasceu, a que recebeu do filho que voltou de uma longa viagem, a que ganhou do jovem que desejava casar com sua filha. Essas narrativas encantam as mulheres mais novas e é assim que a cultura moçambicana se mantém viva através das gerações. Capulana: um pano estampado de histórias, de Heloisa Pires Lima e Mário Lemos. São Paulo: Scipione, 2014. p. 46. a) De acordo com o texto, as capulanas são panos que contam histórias. Por quê? Porque há capulanas para os mais importantes momentos da vida de uma pessoa, principalmente no caso das mulheres moçambicanas (um pedido de namoro ou de casamento, o nascimento de um filho, a volta de um filho que estava longe...), o que torna esses tecidos peças fundamentais na história de vida de seus donos. b) O texto relata que, para muitas mulheres moçambicanas, as capulanas são tesouros guardados em baús. O que isso quer dizer? As capulanas estão presentes nos momentos mais importantes da vida de muitas mulheres moçambicanas. Algumas peças são consideradas verdadeiros tesouros e, por isso, são guardadas em baús para serem utilizadas em ocasiões muito especiais. G ra zy n a B o n a ti /A la m y /F o to a re n a 18 Projeto 1 Orientações didáticas Atividade 3 Para o trabalho com a literacia é importante orientar os estudantes na localização de informações no texto. Trata-se de uma capacidade de lei- tura que será fundamental ao longo da vida escolar e da vida em socie- dade. Circule entre eles enquanto realizam a atividade, verificando aqueles que necessitam de um pou- co mais de ajuda. Recomende que, primeiro, leiam o texto todo e so- mente depois disso respondam às questões. Essa leitura global auxilia na compreensão de textos e facilita a localização de informações. Após a leitura do texto informa- tivo, crie um espaço para que os estudantes explicitem o que enten- deram. Explore o título e o subtítu- lo e esclareça eventuais dúvidas que surgirem sobre o vocabulário. Nesse momento, é importante que a tur- ma perceba que a capulana não é apenas um tecido utilizado para a vestimenta; trata-se de um item tra- dicional que carrega diferentes his- tórias de uma região e dos indivíduos que nela vivem. Sugestões de sites • Capulana: um tecido carregado de História. Conexão Lusófona. Disponível em: www.conexaolusofona.org/capulana-um-tecido-carregado -de-historia/. Acesso em: 25 jun. 2021. Informações sobre a capulana, histórico e importância cultural. • Capulana, o retalho de pano que é patrimônio cultural em Moçambique. RFI. Disponível em: http://br.rfi.fr/africa/20160306-capulana-o-teci do-que-e-patrimonio-cultural-em-mocambique. Acesso em: 25 jun. 2021. Mais sobre a capulana, usada como identidade de Moçambique. • Cultura moçambicana no Brasil: projeto transforma capulanas em sapatos. Por dentro da África. Disponível em: http://www.pordentrodaafrica. com/negocios/cultura-mocambicana-no-brasil-marca-tembo-transforma-capulanas-em-sapatos>. Acesso em: 25 jun. 2021. Empreendedora brasileira transforma capulanas em sapatos, fundindo cultura e moda. 50 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 504_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 50 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 4DMP_Intg19Sa_m008: reproduzir um planisfério com fronteiras dos pa- íses, mas sem cores nem nomes. Não compor nomes dos oceanos – faz parte da atividade. Compor rosa dos ventos, Equador, trópicos e meridia- no de Greenwich. Usar projeção equivalente elipsoidal (p. ex., Hölzel) ou projeção de Peters – como o foco do volume é a África, não seria desejá- vel trabalhar com a de Mercator> <indicar no mapa,em quinto filme, os nomes do Oceano Atlântico e do Oceano Índico; circular o continente africano; preencher Moçambique> Mapa adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO 0º 0º M E R ID IA N O D E G R E E N W IC H EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER ESCALA Quilômetros 0 2250 4500 AméricaMarrom ÁsiaVerde OceaniaRoxo EuropaRosa ÁfricaLaranja AntártidaBranco B an co d e im ag en s/ A rq ui vo d a ed ito ra Atividade 4 Em dupla, observem o mapa e respondam às questões: a) No planisfério, criem uma legenda nomeando cada continente. ¥ De que cor está pintado o continente africano? Laranja. 19Projeto 1 Planisfério Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. (EF04GE10) Comparar tipos variados de mapas, identificando suas caracte- rísticas, elaboradores, finalidades, di- ferenças e semelhanças. (EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mu- danças associadas à migração (interna e internacional). Atividade 4 Esta é uma ótima oportunidade de utilizar diferentes recursos e fazer os estudantes compreenderem me- lhor a localização do lugar onde vi- vem, comparando-o com outros lugares do mundo. Se na escola hou- ver material disponível, faça uso do globo terrestre e/ou do mapa-mún- di e retome com os estudantes os conhecimentos deles sobre os con- tinentes. Lembre-os de que o Brasil está situado na América do Sul e solicite que destaquem o país no mapa da sala colando sobre ele uma nota adesiva, por exemplo. Em se- guida, peça que explorem o mapa/ globo para encontrar a África e, por fim, Moçambique. Deixe o mapa/ globo na sala em local de fácil aces- so e, à medida que forem entrando em contato com a cultura de outros países do continente africano, incen- tive-os a destacá-los também. 51 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 514_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 51 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. B an co d e im ag en s/ A rq ui vo d a ed ito ra OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Estreito de Gibraltar 0°0° TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR TRÓPICO DE CÂNCER M E R ID IA N O D E G R E E N W IC H 0° Mar Mediterrâneo M a r V e rm e lh o ÁSIA EUROPA ETIÓPIA SUDÃO EGITO LÍBIA TUNÍSIA ARGÉLIA MARROCOS Saara Ocidental (ESP e MAR) CHADE CAMARÕES REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO ANGOLA NAMÍBIA ESWATINI MOÇAMBIQUE MADAGASCAR ZIMBÁBUE ZÂMBIA BOTSUANA TANZÂNIA MALAUÍ UGANDA RUANDA BURUNDI QUÊNIA SOMÁLIA ERITREIA DJIBUTI SUDÃO DO SUL NÍGER CONGO GABÃO GUINÉ EQUATORIAL Cabinda (ANG) NIGÉRIA BENIN TOGOGANA COSTA DO MARFIMLIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉGUINÉ-BISSAU SENEGAL GÂMBIA MAURITÂNIA MALI BURKINA FASO REP. CENTRO- -AFRICANA LESOTOÁFRICA DO SUL SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE CABO VERDE COMORES SEYCHELLES MAURÍCIO I. Reunião (FRA) ESCALA Quilômetros 0 585 1170 África: divisão política b) No mapa político da África, circulem Moçambique com um lápis preto. c) Agora, listem tudo o que conseguirem deduzir de Moçambique apenas com base no mapa. Em seguida, compartilhem suas conclusões com a turma. Resposta pessoal. Algumas possibilidades: É um país nem muito grande, nem muito pequeno; é cortado pelo trópico de Capricórnio; é banhado pelo oceano Índico; faz fronteira com vários países (seis); fica no sudeste da África. Mapa adaptado de: IBGE. Atlas geográfi co escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. 20 Projeto 1 Orientações didáticas Nas atividades b e c oriente os estudantes para fazer a correspon- dência da localização da África e de Moçambique no planisfério. Deixe que façam as deduções a respeito do país observando o mapa. Se necessário, auxilie os estudan- tes a localizarem Moçambique por meio de dicas, como: fica ao sul, faz fronteira com a Zâmbia, por exem- plo. Aproveite também para verificar o grau de autonomia dos estudantes tanto na leitura dos mapas como na dedução de características de Mo- çambique a partir de sua localização geográfica. 52 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 524_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 52 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Atividade 5 Bandeiras também são tecidos que contam histórias. E o que será que a bandeira de Moçambique e do Brasil nos contam? Leia o texto informativo, que trata dos elemen- tos presentes na bandeira de Moçambique. Tem cinco cores: vermelho, verde, preto, amarelo dourado e branco. As cores representam: vermelha – resistência secular ao colonialismo, a luta armada de libertação nacional; verde – as riquezas do solo; preta – o continente africano; amarela dourada – as riquezas do subsolo; branca – a justeza da luta do povo moçambicano e a paz. De cima para baixo estão dispostas horizontalmente a verde, a preta e a amarela dourada alternadas por faixas brancas. Do lado esquerdo a vermelha ocupa o triângulo no centro do qual se encontra uma estrela, tendo sobre ela um livro ao qual se sobrepõem uma arma e uma enxada cruzadas. A estrela simboliza o espírito de solidariedade internacional do povo moçam- bicano. O livro, a enxada e a arma simbolizam o estudo, a produção e a defesa. A BANDEIRA nacional. Portal do governo de Mo•ambique. Disponível em: https://www. portaldogoverno.gov.mz/por/Imprensa/Simbolos-Oficiais/A-Bandeira-Nacional. Acesso em: 4 jun. 2021. a) A bandeira do Brasil também conta algo sobre nosso país. Quais são os elementos presentes na bandeira do nosso Brasil? b) Em casa, pesquise em sites, livros ou revistas o significado de cada elemento da bandeira brasileira. Organize as informações encontradas e registre-as a seguir . a) Um retângulo verde, um losango amarelo e um círculo azul coberto por estrelas e cortado por uma faixa branca com os dizeres “ordem e progresso”. Resposta de acordo com os dados obtidos na pesquisa. Por haver mais de uma explicação para o significado das cores da bandeira brasileira, veja sugestão de sites nesta mesma página, no Manual do Professor. Secular: Muito antigo. Você sabia que... Assim como o Brasil, Moçambique foi por muitos anos colô- nia de Portugal. Tornou-se um país independente em 1975. O português é ainda hoje a língua oficial de Moçambique. P a u l S tr in g e r/ S h u tt e rs to ck R e p ro d u ç ã o /I B G E 21Projeto 1 Orientações didáticas Atividade 5 Sugestões de sites • Significado da bandeira do Brasil. Significados. Disponível em: www.significados.com.br/ bandeira-do-brasil/. Acesso em: 25 jun. 2021. Traz os significados da bandeira do Brasil e o histó- rico do símbolo. • Os significados originais das cores da bandeira do Brasil. Mundo Estranho, 30 nov. 2020. Disponível em: mundoestranho.abril.com.br/cotidiano/os-significados-originais-das-cores-da -bandeira-do-brasil/. Acesso em: 25 jun. 2021. Além da bandeira do Brasil, o site traz o significado da bandeira de mais 32 países. • MINEC. Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique. Símbolos nacionais. Disponível em: www.minec.gov.mz/index.php/mocambique/simbolos-nacionais. Acesso em: 25 jun. 2021. Apresenta o significado dos símbolos nacionais de Moçambique. Tanto a localização de informa- çõesexplícitas no texto como a in- ferência de informações implícitas são importantes capacidades de leitura que devem ser desenvolvidas para contribuir com a compreensão de textos, um dos componentes essenciais para a alfabetização, de acordo com a Política Nacional de Alfabetização (PNA). PNA Verifique se os estudantes apre- sentam dúvidas sobre o vocabulário do texto. Para saná-las, incentive-os a prestar atenção no contexto, con- versar com os colegas, consultar os termos no dicionário e retornar ao texto para verificar o sentido mais adequado. Na atividade sobre a ban- deira nacional brasileira, oriente a turma a indicar as fontes pesquisa- das. Alternativamente, também se pode pedir a eles que perguntem a parentes e conhecidos o que signi- ficam os elementos da bandeira bra- sileira. O confronto entre essas respostas e o resultado da pesquisa bibliográfica pode ser interessante para que entendam mais sobre co- mo as histórias circulam e se modi- ficam na tradição oral. 53 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 534_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 53 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento Como você viu, algumas famílias moçambicanas têm o cos- tume de presentear as pessoas com capulanas, principalmente as mulheres, em ocasiões especiais da vida delas. Você e os colegas vão ouvir a leitura do professor de trechos de um conto que narra a história de uma mulher que ganhou uma capulana muito especial no dia de seu casamento. Capa do livro Capulana: um pano estampado de histórias, de Heloisa Pires Lima e Mário Lemos. Foi num baile que a minha mãe conheceu o meu pai. Foi amor à primeira vista. Ao som da marrabenta, dança contagiante típica do meu país, cada um pôde ter a certeza de que era com o outro que queria passar a vida toda. E fizeram grandes planos: uma casa por debaixo de um pé de canhoeiro (a árvore que dá esses frutos redondos e ama- relados para fazer a tradicional bebida uchanho, essencial nas cerimônias para pedir e agradecer aos antepassados), com varanda aberta e com vista para a imensidão da flo- resta, onde os animais poderiam vir visitar e brincar com os muitos filhos que pretendiam ter. Empenhado , o jovem reuniu toda a sua família e todas as riquezas de que dispunha e foi pedir o tradicional lobolo, o casamento com sua amada. Em conselho familiar foram recebidos. Todos os avós, os tios e as tias da noiva estavam presentes para o prestigiante momento. A família do noivo ofereceu trinta cabeças de boi, garrafões de vinho tinto e branco, roupas para os avós e para os pais da noiva, anel e brincos de ouro e capulanas para a noiva e outros tantos bens que demonstrassem o maior apreço pela noiva. O homem mais velho da família da noiva, que liderava a cerimônia, sere- namente falou: — Com muito agrado recebemos a admiração que a família do noivo tem pela nossa filha. Porém, para que estas riquezas sejam aceitas e para o casa- mento acontecer, já que o noivo se atrasou devido à lentidão dos bois que ele trazia para oferecer no lobolo, uma última prova caberá a ele: que presenteie um pano estampado de histórias, de Heloisa Pires Lima e Mário Lemos. Contagiante: Que se espalha pela intensidade, pela influência. Empenhado: Interessado. Conselho familiar: Reunião familiar. Prestigiante: Grande, importante. Apreço: Consideração. R e p ro d u ç ã o /E d it o ra S c ip io n e 22 Projeto 1 Orientações didáticas Interdisciplinaridade No Momento 2, em Língua Por- tuguesa, os estudantes terão a opor- tunidade de ampliar o repertório de leitura e os conhecimentos sobre Moçambique. Além disso, em inter- disciplinaridade com História, desco- brirão diferenças entre os hábitos do passado e os do presente. Ainda, com base na comparação com os hábitos e os valores de outra cultura, serão incentivados a refletir sobre os desa- fios da convivência em grupo e a pensar em ações voltadas para o res- peito à diversidade e ao convívio com as diferenças. Estratégias • Antes de solicitar a leitura do con- to que integra o Momento 2, apre- sente a biografia dos autores e a arte da ilustradora. • Esclareça que uma biografia con- siste na narração (oral, escrita ou visual) dos acontecimentos de vá- rias fases da vida de uma pessoa. • A ampliação progressiva do voca- bulário dos estudantes é algo de- sejado para essa faixa etária e preconizado pela PNA. São muitas as estratégias possíveis para alcan- çar esse objetivo. • Identifique previamente termos que possam causar estranhamen- to e que não façam parte do glos- sário. Em algumas situações, a dúvida pode ser resolvida com uma leitura atenta e, em outras, é importante consultar o dicionário e ter acesso a informações adicio- nais que facilitem o entendimento. 54 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 544_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 54 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 a noiva com uma capulana diferente, que tenha a cor do dia, a cor da noite, a cor da terra, a cor do mar, a cor dos animais, a cor das plantas, todas as cores separadas e todas as cores juntas ao mesmo tempo. [...] O corajoso noivo aceitou a tarefa. Ele apanhou uma das capulanas que trouxera e saiu a correr em direção à floresta. Lá, ele falou com o camaleão que [...] lhe explicou o que deveria fazer para ter uma capulana diferente. O jovem noivo subiu nas árvores e recolheu um pouco da cor verde das folhas. Em seguida, mergulhou no mar e escolheu muitos tons de azul. Num mergulho no rio, ele apanhou escamas dos peixes e do crocodilo. Depois correu as montanhas para colher o castanho das pedras. Olhando a Lua, decidiu buscar alguma luz. Enfim, ele misturou cuidadosamente uma por uma das colheitas até conseguir uma capulana preto-mar-azulada-esbranquiçada-e-amarelo- -sol-esverdeada. No tempo previsto, o noivo apresentou a ca- pulana ao conselho da família. E o homem mais velho falou: — Meu bravo jovem, quero que percebas o significado desta capulana. Uma família tem mo- mentos alegres e momentos tristes, mas todos eles fazem parte da vida, como estas diferentes cores da capulana que inventastes. O desafio é a harmonia entre elas conquistada com muita paciência. Que soem os batuques . Porque temos casamento. [...] Capulana: um pano estampado de histórias, de Heloisa Pires Lima e Mário Lemos. São Paulo: Scipione, 2014. p. 46. 4DMP_Intg19Sa_F014: Reproduzir ilustração de Vanina Starkoff (ou detalhe dela) que en- cerra o livro Capulana: um pano estampado de histórias, de Mario Lemos e Heloisa Pires Lima (ed. Scipione). Ver referência.> Contracapa do livro Capulana: um pano estampado de histórias. Camaleão: Tipo de lagarto que pode mudar de cor. Castanho: A cor da casca da castanha. Bravo: Corajoso. Soar os batuques: No texto, o mesmo que “tocar os tambores”. Biografias Heloisa Pires Lima nasceu em Porto Alegre, mas foi criada em São Paulo. Ela pesquisa as culturas africanas e escreveu livros premiados, como Histórias da Preta. Mário Lemos nasceu em Maputo, capital de Moçambique. Estuda Sociologia e viaja pelo país onde nasceu promovendo ações de proteção às crianças. Com Heloisa, ele escreveu mais um livro: A semente que veio da África. Vanina Starkoff nasceu em Buenos Aires, na Argentina. Ela se inspirou nas cores e nos padrões das capulanas de Moçambique para ilustrar o livro de Heloisa e Mário (Capulana: um pano estampado de histórias). V a n in a S ta rk o ff /A c e rv o d a a rt is ta 23Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressõesdesconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Sugestões de livros • LIMA, Heloisa Pires. Histórias da preta. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998. O livro infantil conta histórias de homens, mulheres e crianças escravizadas trazidas da África. • LIMA, Heloisa Pires. A semente que veio da África. São Paulo: Salamandra, 2005. Partindo da imagem da árvore adansônia, a autora conta histórias e jogos inventados com suas sementes. • STARKOFF, Vanina. A bola vermelha. São Paulo: Pulo do Gato, 2015. O texto desafia a construção de hipóteses por parte das crianças, a partir de uma bola vermelha encontrada por um menino. • STARKOFF, Vanina. A voz da vida. Rio de Janeiro: Rovelle, 2015. História de uma menina que busca salvação para uma aldeia sem água e comida. Este é um momento de ampliação do conhecimento sobre as capulanas, agora por meio de um texto ficcional. Além das informações presentes no texto, este é um momento de fruição literária. A depender do interesse da turma, pesquise na internet e leia pa- ra eles outros textos que tematizem as capulanas. 55 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 554_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 55 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 1 O que você achou da história lida? Compartilhe suas impressões com os colegas e o professor. Depois, responda às questões. a) Para o homem mais velho, qual é o significado da capulana pedida ao noivo? b) Para você, o que significa a palavra harmonia? Atividade 2 As cores, mesmo as mais diferentes, podem conviver em uma só capulana. E as pessoas? a) Que ações ou acontecimentos do texto parecem estranhos ou diferentes daqueles a que você está acostumado? Por quê? b) O final do texto deixa clara a ideia de que nem todos os momentos são de felicidade. Do mesmo modo, podemos dizer que nem todas as pessoas têm a mesma opinião. Isso não significa que seja necessário entrar em conflito com elas. Como você se sente quando precisa conviver com alguém que pensa de um jeito muito diferente do seu? Por quê? Atividade 3 Você acredita que é possível conviver respeitando as diferenças? Pense na escola: Que diferenças as pessoas podem ter umas em relação às outras? a) Nenhuma pessoa é igual a outra. Pensando nisso, o que você pode fazer para conviver bem com os colegas? b) Converse com alguns colegas sobre isso e, depois, listem algumas dicas de bom convívio. Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal. Resposta pessoal. A capulana significa a harmonia que se pode criar, com paciência, entre tudo o que faz parte da vida: os momentos alegres e os tristes. Resposta de acordo com a escolha do grupo. Resposta pessoal. Resposta pessoal. 24 Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações im- plícitas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Atividade 1 Nesta atividade, deve-se garantir a todos espaço para falar sobre a histó- ria e apresentar sua interpretação do final dela. Se a turma for numerosa, forme pequenos grupos para que todos dialoguem. Nesse caso, circule entre eles para acompanhar o que está sendo discutido. Ao final, propo- nha que cada grupo escolha um re- presentante para compartilhar as principais ideias discutidas. Preste atenção nos significados dados à palavra “harmonia” (ausência de conflitos, paz, equilíbrio entre ele- mentos). Anote-os no quadro e incen- tive os estudantes a dar exemplos. Atividade 2 No item a, os estudantes são con- frontados com uma realidade bastan- te diferente daquela em que estão inseridos. Faça intervenções para que, ao final, eles entendam que a diferen- ça faz parte da vida e que investir na capacidade de escutar e compreen- der o outro é fundamental para um convívio harmonioso. Atividade 3 A proposta de elaboração de nor- mas de convivência em sala tem o objetivo de fazer os estudantes pen- sarem em como agir diante dos de- safios impostos pelas diferenças. Sugestões de livros • ARAÚJO, Ulisses F. Assembleia escolar: um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo: Moderna, 2004. O texto busca apontar como as assembleias escolares podem auxiliar na resolução de conflitos. • PUIG, Josep. Democracia e participação escolar: propostas de atividades. São Paulo: Moderna, 2000. Traz temas que envolvem propostas de trabalho, como planejamento de atividades. 56 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 564_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 56 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Atividade 4 Leiam o relato a seguir e, depois, conversem sobre as ideias apresentadas nele. Capulana, o retalho de pano que é patrimônio cultural de Moçambique Como as moçambicanas usam a capulana? As mulheres suspendem a capulana até a cintura, vão en- volvendo o tecido ao corpo e dão um nó. O pano quase alcança os pés. Também é usado para cobrir a cabeça, como uma es- pécie de turbante, além de servir para amarrar o bebê às costas e carregá-lo em segurança. [...] Mulheres com capulanas dançando. Moçambique, 2020. a) Depois de ler o texto, o que você pode dizer sobre a origem das capulanas? b) Agora, pense nos objetos de seu dia a dia. Você conhece algum que tenha sido trazido de outro país para o Brasil? Qual? c) Será que há peças de roupa ou objetos que antes eram usados só por homens, ou só por mulheres, no Brasil, e hoje podem ser usados por todo mundo? Pergunte isso a parentes mais velhos e compartilhe com os colegas o que descobrir. Resposta pessoal. Resposta pessoal. A capulana como moeda de troca e a forte influência na cultura local Segundo registros históricos, a origem da capulana pode estar nas trocas de tecidos de algodão na costa da África Oriental. A proximidade com o continente asiático acabou facilitando a importação de tecidos, principalmente os indianos, comercializados em Moçambique desde a época colonial. Ao longo dos anos, a capulana ganhou muita importância na sociedade moçambicana. Rosa Saveca percebeu isso ainda pequena. Conta que os bisavós não aceitavam comer nenhuma refeição preparada por uma mulher que não estivesse vestida de capulana. [...] Capulana, o retalho de pano que é patrimônio cultural em Moçambique, de Fábia Belém. RFI Brasil. Disponível em: http://br.rfi.fr/africa/20160306-capulana-o-tecido-que-e -patrimonio-cultural-em-mocambique. Acesso em: 4 jun. 2021. Segundo o texto, é bem provável que o tecido que deu origem às capulanas tenha sido levado da Ásia, sobretudo da Índia, para Moçambique por comerciantes que realizavam trocas na costa da África oriental. iv an fo lio /S hu tt er st oc k 25Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF04HI01) Reconhecer a história co- mo resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e perma- nências ao longo do tempo. (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interessesobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Atividade 4 Uma possibilidade é organizar os estudantes em duplas ou trios para a leitura do texto, que pode ser fei- ta de forma alternada entre os es- tudantes dentro das duplas ou dos trios, tornando possível avaliar a fluência de leitura, conforme pre- coniza a PNA. PNA Ao debater o item a, peça aos estu- dantes que retomem o mapa da pági- na 19 e ajude-os a localizar a Ásia e a Índia. Pergunte como eles acreditam que os tecidos eram transportados e, após a exposição das hipóteses, co- mente que eram levados até Moçam- bique por embarcações que cruzavam o oceano Índico, há muitos séculos. Durante a discussão do item b, deve ficar claro que as trocas comerciais in- fluenciam os costumes e as ideias dos povos envolvidos. O item c tem o propósito de de- senvolver a noção de mudanças e permanências e discutir hábitos e expectativas ligados aos gêneros na sociedade. Como muitos outros hábitos, os modos de vestir são transmitidos entre as pessoas por meio do convívio e podem variar de uma sociedade para outra, assim como de uma época para outra. 57 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 574_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 57 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 26 Projeto 1 Você aprendeu que a capulana é um pano muito importante para o povo de Moçambique e que ela pode ser usada de várias maneiras e em momentos diferentes. Mas já notou que, assim como as capulanas, as obras de arte também podem “falar”, ou seja, podem contar histórias e opiniões sem usar palavras? Agora, você vai apreciar obras de arte sem e com palavras e pensar sobre os diversos jeitos de sentir e entender o que elas podem comunicar. Vamos começar com pinturas. Observe as imagens a seguir. Detalhe do mural do artista plástico moçambicano Malangatana no Museu de História Natural em Maputo, Moçambique, criado entre 1977-1979. Pintura mural, dimensões desconhecidas. Detalhe do mural do artista plástico moçambicano Malangatana no edifício Paulo Guerra, no Recife (PE), criado em 1998. Tinta industrial sobre parede, 2,40 m × 4,80 m. S e v e ri n o R ib e ir o /A c e rv o F u n d a ç ã o J o a q u im N a b u c o D e A g o s ti n i P ic tu re L ib ra ry /S . V a n n in i/ B ri d g e m a n I m a g e s /F o to a re n a / M u s e u d e H is tó ri a N a tu ra l, M a p u to , M o ç a m b iq u e . Orientações didáticas Interdisciplinaridade No Momento 3, em uma proposta interdisciplinar de Língua Portugue- sa e Arte, os estudantes terão conta- to com obras de arte visual e literária originárias de Moçambique. As ima- gens e os textos apresentados possi- bilitam a ampliação do repertório a respeito desse país e a apreciação e avaliação de obras. Espera-se que a turma reflita sobre o modo que essas obras se relacio- nam com os contextos sociais e cul- turais em que foram produzidas. Além disso, a discussão sobre as téc- nicas, os materiais e os resultados da produção artística dos macondes propicia a oportunidade de constatar que a arte considerada tradicional também passa por mudanças. Estratégias • Apresente obras do artista plástico moçambicano Malangatana. • Explore as técnicas empregadas por esse artista e o que suas obras revelam sobre Moçambique. • Apresente as obras do povo ma- conde e as mudanças pelas quais sua arte passou. • Apresente a biografia do escritor moçambicano Rui Knopfli. [...] O componente curricular [Arte] contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mun- do, além de favorecer o res- peito às diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plu- rilíngue, importantes para o exercício da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças en- tre elas. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Terceira versão. Brasília, DF: MEC, 2017. p. 151. 58 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 584_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 58 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Atividade 1 a) O que você achou das imagens da página anterior? Resposta pessoal. b) Você acha que essas imagens podem “contar histórias”? Em caso afirmativo, que tipo de história? Converse sobre isso com um colega e registre as conclusões de vocês abaixo. Resposta de acordo com as conclusões da dupla. c) Em relação à técnica utilizada pelo artista plástico: • Como são as cores usadas nessas obras? • E as formas das imagens representadas? Atividade 2 a) O que a pintura de Malangatana nos revela sobre Moçambique? Ela nos mostra cenas do cotidiano moçambicano. b) O que você pode dizer sobre as obras desse artista africano depois de ler a biografia ao lado? Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes, depois de apreciarem as obras do artista e lerem sua biografia, percebam que Malangatana reflete em suas obras uma postura social e política crítica à guerra e uma representação do cotidiano de seu povoado e de seu país. Leve o estudante a perceber que o artista plástico utilizou formas figurativas, ou seja, formas reconhecíveis na natureza, mas também formas abstratas. Carol Q uintanilh a/F o lh a p re s s Malangatana Valente Ngwenya (1936-2011) foi um pintor, escultor, músico, poeta e político moçambicano. Ele ficou conhecido no mundo inteiro por pintar grandes obras que representam cenas do cotidiano de Matalane, povoado onde nasceu, e também da guerra ocorrida em seu país décadas atrás. Um dos criadores do Museu Nacional de Arte de Moçambique, Malangatana foi nomeado Artista da Paz pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1997. Malangatana Valente Ngwenya Caso seja necessário, leve o estudante a perceber que o artista plástico usou cores fortes, vibrantes (com a predominância do vermelho e, em menor proporção, do preto na primeira obra, por exemplo). 27Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR01) Identificar e apreciar for- mas distintas das artes visuais tradi- cionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capaci- dade de simbolizar e o repertório imagético. (EF15AR03) Reconhecer e analisar a influência de distintas matrizes estéti- cas e culturais das artes visuais nas manifestações artísticas das culturas locais, regionais e nacionais. (EF15AR07) Reconhecer algumas categorias do sistema das artes visuais (museus, galerias, instituições, artistas, artesãos, curadores etc.). (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate- rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. Atividade 1 Organize os estudantes em sala de modo que todos consigam manifestar suas opiniões a respeito da obra do artista moçambicano Malangatana. Na discussão sobre a técnica em- pregada pelo artista, guie a explora- ção coletiva das obras com perguntas do tipo: “Como as pessoas foram re- tratadas nas imagens?”; “Elas parecem estar todas no mesmo plano ou há diferenças quanto a isso?”; “Que cores foram mais utilizadas nas pinturas?”; entre outras. Atividade 2 Verifique se as hipóteses levanta- das pelos estudantes na atividade 1 se confirmam após a leitura do texto. Complementarmente, pesquise ima- gens de outras obras do artista e apresente-as em sala, para que a tur- ma componha um quadromais am- plo da produção de Malangatana. 59 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 594_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 59 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 3 Com um colega, leia o relato a seguir sobre a tradicional arte do povo maconde, que vive em Moçambique. Estilo maconde Esculturas que atravessaram o tempo [...] “Sou John Daniel, sou Maconde” [...]“Aprendi a fazer esculturas com meus pais, que herdaram dos meus avós. A tradição, eu escolhi para não deixar morrer minha cultura” [...] [...] Tradicionalmente, as esculturas eram consideradas uma forma de diver- são, sendo confeccionadas para fins de magias e rituais ou para usos ornamen- tais domésticos. De modo geral, representavam os espíritos dos antepassados e eram enfeitadas com peças com fibras vegetais, tecido e cabelo, sendo a madeira utilizada a sumaumeira-brava . O uso de pau-preto, modelo que ficou reconhecido internacionalmente, veio mais tarde. Estilo macombe, de Flora Pereira da Silva. Afreaka. Disponível em: www.afreaka.com.br/ estilo-maconde. Acesso em: 4 jun. 2021. a) O que vocês acharam da arte maconde apresentada no texto? b) O artista comenta que fazer esculturas é uma tradição. O que ele quis dizer com isso? Que essa atividade é passada de geração para geração. Resposta pessoal. Artista maconde esculpindo peça em madeira. Maputo, Moçambique, 2016. Ornamental: Que serve para enfeitar. Antepassados: Que viveram no passado. Sumaumeira-brava: Tipo de árvore grande e densa da África. D o s fo to s /A g e F o to s to ck /E a s y p ix 28 Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR07) Reconhecer algumas categorias do sistema das artes visuais (museus, galerias, instituições, artistas, artesãos, curadores etc.). (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate- rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF15LP11) Reconhecer caracterís- ticas da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e utilizando, du- rante a conversação, formas de trata- mento adequadas, de acordo com a situação e a posição do interlocutor. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Atividade 3 Antes da leitura sobre a arte tradi- cional maconde, é possível explicar aos estudantes que essa arte é multi- forme, ou seja, possui muitos modos de se expressar, mas é por meio das esculturas de madeira que ficou inter- nacionalmente conhecida. Além das esculturas, essa arte conta também com música, dança e objetos entrela- çados de palha, como esteiras e cestos. 60 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 604_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 60 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Barco de Natal, escultura maconde em madeira, exposto no Museu de Rothenburg, na Alemanha. Foto de 2014. Artista maconde esculpindo em madeira. Maputo, Moçambique, 2016. Atividade 4 Leiam a continuação do relato, que trata agora das esculturas macondes. John Daniel, que raramente levanta o rosto para falar, para não dar pausa ao trabalho, não se lembra da arte antes do pau-preto, que busca na mata se- manalmente, mas confirma, no entanto, que a profissionalização como artista é algo novo, dos últimos 50 anos. Seus avós, por exemplo, eram agricultores que esculpiam e talhavam durante as horas vagas. [...] Quando os artistas começam a se profissionalizar, a arte ganha um caráter mais realista. [...] Os escultores se adaptaram ao material e acrescentaram às obras um traço mais fino e acabamento ainda mais delicado. É apenas após a independência que tem início a terceira fase artística. [...] Nesse período, as obras ganham um caráter mais abstrato, tendência crescente até os dias atuais. Além disso, passam a representar símbolos delicados dos valores sociais macondes. Estilo macombe, de Flora Pereira da Silva. Afreaka. Disponível em: www.afreaka.com.br/ estilo-maconde. Acesso em: 4 jun. 2021. • Converse com os colegas sobre o que mudou, segundo o texto, nessa arte dos macon- des. Pensem nestes aspectos: material utilizado; forma de representação das imagens; quem as produz. Quem as produz: antes quem as produzia eram os agricultores em suas horas vagas; agora os artesãos são profissionais e recebem encomendas para produzir as esculturas. Imagens não estão em proporção. Independência: No texto, refere-se à à emancipação do povo de Moçambique depois do período de guerra civil pelo qual passou. Material utilizado: antes era utilizada a sumaumeira-brava (madeira menos resistente); agora é o pau-preto (mais resistente). Forma de representação das ima- gens: antes as esculturas eram enfeitadas com fibras vegetais, tecidos e cabelos; agora são peças com traços mais finos e delicados. E g o n B ö m s ch /i m a g e B R O K E R /E a s y p ix © D o s fo to s /E a s y p ix 29Projeto 1 Orientações didáticas Atividades 3 e 4 Segundo o texto, as esculturas dos macondes, no passado, eram feitas por pessoas que não se dedi- cavam a isso como uma forma de trabalho. Com a profissionalização, os artesãos passaram a se dedicar a essa forma de arte como trabalho e a comercializar sua produção. Explo- re as imagens verificando se a turma compreende que as obras são escul- pidas em peças únicas, às vezes da altura de uma pessoa, sendo enta- lhadas, desbastadas e polidas. 61 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 614_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 61 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 5 Agora que vocês já aprenderam um pouco sobre algumas formas de arte visual de Moçambique, vão conhecer um escritor desse país. Rui Knopfli Rui Knopfli nasceu em Inhambane, Moçambique, em 1932. Foi poeta e jornalista. Sua estreia literária aconteceu com o livro O País dos Outros, publicado em 1959. Lançou, com João Pedro Grabato Dias, os cadernos de poesia Caliban (1971-72), trabalhou como adido de imprensa, na delegação portuguesa à Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque (1974) onde participou dos trabalhos da Comissão de Descolonização. Publicou Memória Consentida em 1982 e em 1984 recebeu o prêmio de poesia do PEN Clube. Faleceu em 1997. ¥ O escritor Rui Knopfli e o artista plástico Malangatana viveram na mesma época. Grifem no texto os trechos que confirmam essa informação. Atividade 6 Leia o poema de Rui Knopfli e compartilhe suas impressões com os colegas. Mangas verdes com sal sabor longínquo, sabor acre da infância a canivete repartida ao largo semicírculo da amizade. Sabor lento, alegria reconstituída no instante desprevenido, na maré-baixa, no minuto da suprema humilhação. Sabor insinuante que retorna devagar ao palato amargo, à boca ardida, à crista do tempo, ao meio da vida. Poesia africana de l’ngua portuguesa: (antologia). Maria Alexandre Dáskalos, Livia Apa, Arlindo Basbeitos. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 2003. p. 211. 30 Projeto 1 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate-rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Atividade 5 Ressalte que o texto desta ativida- de é uma biografia, ou seja, foi escrito por alguém que estudou a vida de Rui Knopfli, e apresenta dados, como data e local de nascimento e morte, além de alguns fatos importantes que marcaram a vida do biografado. Atividade 6 Inicie o trabalho com o poema a partir da pergunta: “Por que as mangas verdes com sal são valorizadas pelo eu lírico?” e deixe que os estudantes se manifestem. Verifique se durante o debate eles percebem a ideia construí- da pelo texto, de que o sabor das man- gas verdes com sal, que eram comidas na infância, fazem parte da memória afetiva do eu poético e recordam mo- mentos felizes de sua vida, agora que ele é um adulto. Pergunte de que mo- mentos eles acreditam que vão se lembrar com saudades quando forem mais velhos. 62 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 624_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 62 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Momento É hora de você e os colegas produzirem uma capulana para guardar as melhores lem- branças da vida de cada integrante do grupo. Escolha um pedaço de tecido e pense em uma maneira de representar algo que conte um pouco da sua história. Você pode fazer um desenho figurativo ou abstrato, isto é, ele pode ter imagens que representem coisas existentes ou pode ter linhas, traços e formas que não se pareçam com seres e coisas. Você poderá desenhar, pintar ou bordar (com a ajuda do professor). No final do projeto, todos os pedaços farão parte de uma única capulana: a capulana das melhores memórias de seu grupo! b) Liste no caderno os materiais que você gostaria de usar. c) Concluam os tecidos com as memórias do grupo e depois pensem em uma maneira de uni- -los à capulana da turma! Resposta pessoal. Atividade 1 Para começar, que tal fazer o planejamento do que você deseja representar? a) Use o espaço e lance suas ideias! Pense nas cores que vai utilizar, nos desenhos que deseja fazer, nos traços, nos tons... Lembre-se das capulanas vistas nos outros Momentos e planeje uma maneira criativa de falar de sua vida por meio de imagens em tecido. Atividade de conclusão do projeto 31Projeto 1 Orientações didáticas Interdisciplinaridade Neste momento, integram-se os componentes curriculares Arte e Língua Portuguesa. Inspirados nos textos e nas imagens apresentados ao longo do projeto, os estudantes são incentivados a contar uma histó- ria por meio da capulana que vão produzir. Estratégias • Oriente o planejamento da con- fecção de uma capulana, com o detalhamento dos passos neces- sários para sua produção. • Destaque a importância do traba- lho em grupo. Avaliação • Promova a autoavaliação dos estu- dantes como um meio de permitir seu aprimoramento em situações futuras de trabalho coletivo. • É importante que os estudantes se autoavaliem, mas façam também uma avaliação da produção da capulana em si, do que pode ser melhorado e do que poderá ser aplicado nos projetos futuros pro- postos neste livro. Atividade 1 Oriente os estudantes no planeja- mento da capulana. Incentive-os a pensar a história que pretendem con- tar com sua produção e, com base nisso, selecionar os traços e as cores que vão empregar. Podem então fa- zer um planejamento por escrito das ideias e um esboço do padrão que será criado. O importante é que os estudantes vivenciem a criação da capulana. Pa- ra isso, podem ser utilizados retalhos de tecidos diversos ou mesmo o rea- proveitamento de tecidos já utiliza- dos com outra finalidade. Também é possível fazer uso, por exemplo, de camisetas usadas para a criação das capulanas. Se essas possibilidades não se mostrarem viáveis, considere elaborar o projeto das capulanas uti- lizando papel e fazendo um mosaico que possa ser exposto no Espaço de Memórias do Estudo a ser construído no Projeto 4. 63 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 634_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 63 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. 32 Projeto 1 Atividade 2 Todos juntos, listem ideias de como poderão compartilhar o que aprenderam sobre a África na Exposição de Memórias, que acontecerá no projeto 4. Vocês vão decidir com o professor. a) Onde a capulana será exposta? Como as informações sobre o percurso deste trabalho serão expostas? Respostas de acordo com as sugestões do grupo. b) Além de falar sobre as capulanas, que outras informações vistas até agora vocês consideram importantes para compartilhar com a comunidade escolar? Como isso pode ser feito? c) Tire uma foto da capulana que todos fizeram e cole-a aqui como uma recordação deste momento. Se quiser, escreva uma frase resumindo o que você sentiu ao fazer este trabalho. O que apren di sobre... Tecendo novos o lhares! Orientações didáticas Habilidades (EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (dese- nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fa- zendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas con- vencionais e não convencionais. (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e ima- terial, de culturas diversas, em espe- cial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e euro- peias, de diferentes épocas, favore- cendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas. Atividade 2 Nesse momento, pode-se come- çar a pensar no planejamento do Espaço de Memórias do Estudo e como a capulana o integrará. Verifi- que as ideias dadas pelos estudantes e registre-as na lousa. Conclusão Para acompanhar o desenvolvimen- to dos estudantes durante a execução dos trabalhos, tenha preparada uma relação em tópicos com as principais ações a serem avaliadas. Para selecio- nar esses tópicos, você pode se basear nas atividades de cada Momento, ele- gendo aquelas que forem mais rele- vantes. Exemplo: Compreendeu a África como um continente formado por vários países? Inclua também ações relacionadas às atitudes, como: Escu- tou as explicações com atenção? Foi colaborativo nos trabalhos em grupo? Você pode compor esses tópicos como uma tabela e preencher confor- me as atividades forem desenvolvidas, criando um critério de classificação como “Satisfatório” ou ”Insatisfatório”, ou uma escala de “Nunca/Raramente/ Frequentemente/Sempre”, ou outra forma que julgar conveniente. Lembre- -se de que essa avaliação deverá ser individual, para cada estudante, e ela só adquire sentido pedagógico quan- do você a usa para fazer intervenções que ajudem o estudante a progredir em seu processo de aprendizagem. O projeto 1 apresentou aos estu- dantes a capulana, peça da cultura africana, aqui relacionada com a cul- tura de Moçambique. Espera-se que Durante o desenvolvimento do projeto 1... • Eu me interessei pelo projeto? • Eu contribuí nos momentos de trabalho em dupla? • Qual foi minha atitude nos momentos de trabalho coletivo? • Como foi minha participação no planejamento e na confecção da capulana? eles tenham feito relações entre as culturasafricanas e brasileira, comparando costumes apresen- tados por imagens e textos. No início do projeto foi feito o registro das ideias dos estudantes, agora é proposta a autoavaliação. Peça aos estudantes que respondam individualmente às perguntas do quadro, refletindo sobre sua pos- tura em relação ao Projeto 1. 64 4_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 644_DEPOM_Integradores_045a064_Projeto1_MP.indd 64 17/08/21 19:1717/08/21 19:17 Meu corpo, minha história PROJETO 2 Artistas de rua dançando. Durban, África do Sul, 2018. • Você gosta de dançar? Em sua família, há situações em que as pessoas dançam? Quais? • Como fica o corpo quando dançamos? • Que tipo de relação existe entre as danças e o local em que vivemos? F ra n k K a h ts E th n ic /A la m y /F o to a re n a 33Projeto 2 Introdução As perguntas iniciais do projeto Meu corpo, minha história tradu- zem a importância de considerar os contextos e as experiências das di- ferentes regiões, escolas, professo- res, estudantes e comunidade. O objetivo é abordar a cultura corpo- ral em sua complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas dimen- sões da vida humana, tratada tanto pelas Ciências Humanas e Sociais como pela Arte, favorecendo a am- pliação dos horizontes de conheci- mentos, do sentido de identidade e de cidadania. Na introdução deste projeto, pre- tende-se levar os estudantes a ela- borar uma primeira reflexão sobre o seu corpo no mundo. É no corpo que se funda a nossa história, e é por meio dele que conhecemos o mundo, nos tornamos conhecidos, encontramos nossa identidade. O propósito deste projeto consiste em discutir questões identitárias e questionar as formas de se relacio- nar em nossa sociedade. Estratégias • Explore as perguntas da página, que dão início ao projeto e são im- portantes para tornar conhecidas as ideias prévias dos estudantes. • Anote ou grave a conversa inicial. Assim, será possível analisar o que os estudantes disseram e poste- riormente tomar decisões sobre o encaminhamento das próximas etapas. • Explore as imagens da página. Pe- ça aos estudantes que façam co- mentários sobre elas. • Informe aos estudantes que eles farão registros parecidos com um diário, que só serão compartilhados coletivamente se eles desejarem. Arte (EF15AR08) (EF15AR09) (EF15AR10) (EF15AR11) (EF15AR12) (EF15AR24) (EF15AR25) Geografia (EF04GE01) História (EF04HI01) (EF04HI11) Língua Portuguesa (EF15LP11) (EF35LP01) (EF35LP03) (EF05LP19) (EF04LP21) (EF35LP15) (EF15LP03) (EF35LP17) Habilidades 65 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 654_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 65 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. 34 Introdução ao projeto 2 Projeto 2 No projeto Meu corpo, minha hist—ria, vamos investigar a relação entre as danças, o local em que vivemos e a cultura da qual fazemos parte. Neste projeto, o foco serão as danças de origem africana. Vamos compreender como a dança pode expressar diferentes sentimentos e formas de viver no mundo. Neste percurso, você vai aprender muitas informações sobre a África e sua relação com a cultura brasileira por meio das danças e outras manifestações artísticas que existem no Brasil. A proposta do projeto é que você e os colegas construam uma apresentação artística corporal ligada a tudo o que aprenderem. Para realizar as atividades propostas neste projeto, além de material de desenho, você vai usar seu corpo — em movimento e preparado para novas experiências. Está pronto para o primeiro desafio? Apresentação de dança na Escola Estadual Quilombola Professora Tereza Conceição de Arruda. Nossa Senhora do Livramento (MT), 2020. Apresentação de dança em festival. Zanzibar, Tanzânia, 2020. projeto inic iado em: projeto enc errado em: R o b in B a ti s ta /S h u tt e rs to ck C e s a r D in iz /P u ls a r Im a g e n s Apresentação de dança em festival. Zanzibar, Orientações didáticas Objetivo • Levar os estudantes a ter contato com a produção cultural da dança de diferentes países da África e dialogar com o que se produz no Brasil, promovendo o autoconhe- cimento ao despertar a criativida- de e a desenvoltura corporal deles. Justificativa A dança em geral é tratada como componente folclórico nas escolas. Muitas vezes é considerada atividade extraescolar. É preciso que esses uni- versos se inter-relacionem para que os estudantes convivam com as dife- renças e estabeleçam relações corpo- rais ricas em experimentações. Componentes curriculares Este projeto privilegia conteúdos de História e Arte. Relaciona-se com as unidades temáticas de questões histó- ricas relativas a migrações e artes inte- gradas, trabalhando competências gerais das duas áreas e conteúdos es- pecíficos de ambas. O projeto também tem potencial para a abordagem de competências específicas de Língua Portuguesa. Avaliação • Cada momento deste projeto pre- vê registros pessoais, os quais po- dem integrar a avaliação das aprendizagens dos estudantes com as competências trabalhadas. • Sugere-se manter um registro de sua observação e das falas dos es- tudantes ao longo das propostas. Essas anotações serão valiosas pa- ra a avaliação final. 66 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 664_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 66 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Momento 1 Vamos começar investigando o que o corpo pode fazer em uma vivência musical. Atividade 1 Responda às questões: a) Quais são as partes do corpo que permitem que a gente se mexa? b) Na imagem algumas das articulações do nosso corpo estão destacadas em vermelho. Reúna-se com um colega e testem os movimentos que podem ser realizados por cada uma delas. Resposta pessoal. c) Apresente, com o colega de dupla, os resultados das suas descobertas. Atividade 2 Pensando ainda nas descobertas sobre as articulações, responda: a) Quais articulações você acredita que usa mais? Resposta pessoal. b) Você descobriu algum movimento que nunca imaginou que poderia fazer? Resposta pessoal. c) Faça um registro sobre esse primeiro experimento corporal. Pode ser um desenho ou uma lista do que você achou mais interessante na investigação que realizou. H u b is /S h u tt e rs to ck Ilustração esquemática das articulações. Cores fantasia. Articulação do ombro Articulação do cotovelo Articulação do joelho Articulação do tornozelo Articulação do punho Articulação da mandíbula Articulação da coluna vertebral Articulação do quadril As articulações, juntamente com os músculos e os ossos. Os ombros e o quadril são as partes do corpo em que as articulações pos- sibilitam mais movimentos diferentes. Vivência: Aquilo que se experimentou vivendo. Articulação: Local de união entre dois ou mais ossos, permitindo a movimentação do esqueleto e o crescimento ósseo. 35Projeto 2 Orientações didáticas O que vamos produzir? Realização de uma apresentação artística corporal. Interdisciplinaridade No Momento 1, os estudantes serão incentivados a olhar para as potenciali- dades de movimento do próprio corpo e relacioná-las com as possibilidades de movimento de algumas danças africa- nas. Assim, valoriza-se a prática da cria- tividade e da produção coreográfica, transformando-a em um importante espaço para a prática social e o desen- volvimento do trabalho coletivo. Por meio do movimento, desenvolve-se a ampliação da consciência corporal e se produz conhecimento com base na experiência dos rudimentos da dança. Estratégias • Explore as possibilidades do corpo em uma vivência musical. • Explore a importância das articula- ções para promover o conheci- mento do próprio corpo. Atividade 1 Leia os enunciados das atividades 1 e 2 com os estudantes e permita que se manifestem sobreas possibi- lidades de movimento do corpo. Con- vide-os a analisar a imagem e localizar algumas das articulações (que estão destacadas em vermelho) na imagem no próprio corpo. Deixe que reprodu- zam alguns movimentos de dança, mostrando aos colegas as articulações que estão envolvidas neles. Atividade 2 Depois de realizada a atividade, organize a turma em duplas e sugira uma articulação para cada uma delas investigar. Você pode repetir algumas articulações para mais de uma dupla ou até formar quartetos. Esclareça que o objetivo consiste em descobrir todos os movimentos que determi- nada articulação pode fazer. 67 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 674_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 67 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 3 Observe as imagens e converse com os colegas sobre esses movimentos de dança. Aburi, Gana, 2018. Sagalla, Quênia, 2020. Parque Nacional dos Vulcões, Ruanda, 2019. Masai Mara, Quênia, 2019. M a R a p /S h u tt e rs to ck S te v e T a y lo r A R P S /A la m y /F o to a re n a E d w in R e m s b e rg /V W P ic s /U n iv e rs a l Im a g e s G ro u p /G e tt y I m a g e s Y a a y i/ S h u tt e rs to ck 36 Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP11) Reconhecer característi- cas da conversação espontânea pre- sencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situa- ção e a posição do interlocutor. (EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes con- textos, cultivando a percepção, o ima- ginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal. (EF15AR12) Discutir, com respeito e sem preconceito, as experiências pes- soais e coletivas em dança vivencia- das na escola, como fonte para a construção de vocabulários e reper- tórios próprios. Atividade 3 Esta atividade começa com uma apreciação de imagens de pessoas dançando. Ajude os estudantes a re- lembrar o que vivenciaram na ativi- dade 1, retome as pesquisas sobre as articulações e encaminhe uma con- versa coletiva para que observem e comentem como estão as articula- ções dos dançarinos retratados nas fotografias. Esse é um bom momento para estabelecer diálogos entre as culturas africanas e a cultura brasilei- ra. Pergunte aos estudantes se algu- ma(s) da(s) imagem(ns) lembra(m) danças brasileiras. Comente com eles os vínculos existentes entre o conti- nente africano e o nosso país, indican- do a importância da África para a constituição do Brasil e de sua cultu- ra, incluindo a música e a dança. 68 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 684_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 68 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 a) Qual das imagens chamou mais a sua atenção? Por quê? Resposta pessoal. b) Como estão as articulações dos dançarinos em cada imagem? Atividade 4 Com o colega de dupla da atividade 1, pense em duas posições de dança. Em um desenho ou fotografia, registrem o que vocês criaram. Tentem pensar em posições pouco usuais em que se utilize mais de uma articulação do corpo. Atividade 5 Vamos conhecer as posições criadas por todas as duplas? A proposta é organizar co- letivamente uma “dança” em que sejam utilizadas as posições criadas por todos. Para isso, pensem: Como elas devem ser ordenadas? Podemos repetir algumas? É possível imitar todas as poses? a) Agora que vocês já organizaram a dança, é hora de vivenciá-la. O professor vai afixar as fotos ou os desenhos na sala de aula para que vocês se lembrem das decisões que tomaram sobre a “dança” e possam imitar as poses em momentos combinados. Respostas possíveis: Resposta pessoal. Respostas pessoais. Imagem 1 — mandíbula: semiaberta; ombros: para cima; mãos: abertas; cotove- los: flexionados, para frente; quadril: em movimento; coluna vertebral: em movi- mento; joelho: semiflexionado. Imagem 2 — ombros: para cima; punhos: esticados; cotovelos: flexionados; qua- dril: em movimento; coluna vertebral: em movimento. Imagem 3 — mandíbulas: abertas; ombros: posicionadas para cima; punhos: fecha- dos; cotovelos: um semiflexionado, outro esticado; quadris: em movimento, suspen- sos no ar; colunas vertebrais: em movimento, suspensas no ar; joelhos e tornoze- los: ambos bem flexionados. Imagem 4 — mandíbulas: fechadas; ombros: para cima; quadris: em movimento, suspensos no ar; colunas vertebrais: em movimento, suspensas no ar; joelhos e tornozelos: esticados, suspensos no ar. 37Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR09) Estabelecer relações en- tre as partes do corpo e destas com o todo corporal na construção do mo- vimento dançado. (EF15AR10) Experimentar diferentes formas de orientação no espaço (des- locamentos, planos, direções, cami- nhos etc.) e ritmos de movimento (lento, moderado e rápido) na cons- trução do movimento dançado. (EF15AR11) Criar e improvisar movi- mentos dançados de modo individual, coletivo e colaborativo, considerando os aspectos estruturais, dinâmicos e expressivos dos elementos constituti- vos do movimento, com base nos có- digos de dança. Atividade 4 Organize novamente os estudan- tes nas mesmas duplas da atividade 1 para que criem posições usando as articulações em poses pouco con- vencionais. Se a escola dispuser de máquina fotográfica, registre as po- ses criadas. Caso isso não seja possí- vel, conceda um pouco mais de tempo para que possam desenhar as poses. Atividade 5 De posse de todos os desenhos ou fotos, proponha a criação de mais uma dança que utilize as poses ela- boradas por todos. Sugira que orga- nizem os desenhos na ordem em que serão os passos da dança. Pode-se propor a dança com ou sem música. Sugestões de músicas As músicas podem ser encontradas em uma busca na internet, pelo nome e pelo artista. • Música: Afrika. Artista: Dobet Gnahoré. Álbum: Afrika, 2016. • Música: Laidu. Artista: Rokia Traoré. Álbum: Mouneïssa, 1998. 69 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 694_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 69 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. b) Faça um registro em desenho ou texto para guardar na memória o estudo dessa vivência de dança. 38 Projeto 2 Orientações didáticas O item b sugere mais um registro. Ele poderá fazer parte da memória do projeto. Defina diferentes supor- tes para que os estudantes possam variar o registro ao longo do projeto, como papéis de diferentes tipos e cores, cortados em formatos varia- dos. Sugira que usem tintas, giz, lápis e caneta hidrográfica para enrique- cer a produção. Mais importante que o desenho em si é a possibilidade que ele tem de conter a memória e as impressões da atividade realizada. 70 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 704_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 70 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Momento 2 Agora vamos conhecer algumas danças de origem africana. Além de experimentar com o corpo, você vai entrar em contato com muitas informações e pensar sobre a história de algumas dessas danças. Então, pense e dance! Atividade 1 O que você já sabe sobre a África? Qual é a primeira imagem que vem à sua cabeça quando pensa nesse continente? Resposta pessoal. ¥ Pensando no que já foi apresentado até aqui, o que você sabe sobre danças africanas? Resposta pessoal. 39Projeto 2 Orientações didáticas Interdisciplinaridade No Momento 2, trabalham-se in- tegradamente os componentes curiculares Arte, História e Língua Portuguesa, explorando a literacia por meio da leitura de textos que apresentam diferentes danças típi- cas africanas, características de al- guns países desse continente. Estratégias • Se possível, assista a algunsvídeos com danças africanas e com dan- ças brasileiras de matriz africana antes de iniciar a atividade 1. • Explore as ideias dos estudantes sobre o continente africano e suas danças. • Chame a atenção dos estudantes para a existência de diferentes dan- ças típicas africanas, cada uma delas com movimentos característicos. • Mobilize os estudantes a fim de que constatem que a dança pode ser indicativa do modo de vida de um povo. Atividade 1 O objetivo desta atividade é ajudar os estudantes a se familiarizarem com o contexto das danças africanas. As questões iniciais os convidam a aces- sar os conhecimentos prévios que têm sobre o tema e estabelecer rela- ção com o que foi vivenciado no pri- meiro momento do projeto. Sugestões de vídeos • Gumboot Dance. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/4626106/. Acesso em: 12 ago. 2021. Apresentação de dança gumboot em programa de televisão. • Crianças dançarinas em Uganda. Disponível em: https://observatorio3setor.org.br/noticias/crian cas-dancarinas-de-uganda-comovem-com-coreografias-inspiradoras/. Acesso em: 12 ago. 2021. • Neste episódio do Programa Quintal da Cultura, Filomena e Teobaldo ensinam uma dança de Gana para Ludovico. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eGl3WaMFGkY. Acesso em: 12 ago. 2021. Atenção, professor, esse é um link comercial, pode haver propagandas. 71 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 714_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 71 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 2 Agora você vai conhecer a história de algumas danças de diferentes lugares da África. Depois da leitura, converse com os colegas sobre as principais ideias apresentadas nos textos. Gumboot Dance – dança com galochas O Gumboot surgiu em meados do século XIX no sul da África. Naquele pe- ríodo, ocorreram as descobertas das minas de ouro e diamante em diversas regiões do país sob a batuta dos colonizadores holandeses e britânicos. [...] muitos dos povos negros segregados em tribos eram enviados às minas como mão de obra local. Por conta dessa profusão de identidades e das diversas línguas faladas por eles (a África do Sul tem cerca de onze línguas oficiais), os trabalhadores en- contraram um formato de se comunicar sem precisar recorrer ao idioma falado. Descobriram que o batuque das botas, canto e gritos eram a solução para que pudessem se comunicar. [...] ORIGEM do Gumboot Dance. Gumboot Dance Brasil. Disponível em: http://gumbootdancebrasil. blogspot.com.br/p/origem-do-gumboot-dance.html. Acesso em: 5 jun. 2021. Apresentação de Gumboot dance. Alemanha, 2018. C h ri s ti a n L a d e m a n n /l a m a p re s s /A la m y /F o to a re n a 40 Projeto 2 Atividade 2 A diversidade de danças apresen- tadas nos textos que compõem a atividade tem o propósito de fugir de generalizações e do entendimento da dança africana como algo único. Ge- neralizações acentuam preconceitos; por isso, nos encaminhamentos ao longo da leitura do texto, é preciso atentar para esse aspecto. Antes da leitura, informe aos estudantes que eles conhecerão a história de duas danças africanas típicas de países di- ferentes. Peça que procurem, em ca- da texto, indícios da relação entre a dança e a sociedade na qual ela foi criada. Se possível, organize na lousa um quadro com as características destacadas pela turma. Habilidades (EF35LP01) Ler e compreender, silen- ciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos curtos com nível de textualidade ade- quado. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. No Ensino Fundamental, o componente curricular Arte está centrado nas seguintes lingua- gens: as Artes visuais, a Dança, a Música e o Teatro. Essas lin- guagens articulam saberes refe- rentes a produtos e fenômenos artísticos e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre for- mas artísticas. A sensibilidade, a intuição, o pensamento, as emoções e as subjetividades se manifestam como formas de ex- pressão no processo de aprendi- zagem em Arte. BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 193. Sugestões de vídeos • Crianças brasileiras dançam o maracatu, manifestação artística surgida em Pernambuco e que combina dança, música e religiões de matriz africana com elementos das culturas indígena e por- tuguesa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bWV5_SQVF0Q. Acesso em: 12 ago. 2021. Atenção, esse é um link comercial, pode ter propagandas. • Outra dança brasileira que tem matriz africana é o samba de roda do Recôncavo Baiano, conside- rado o precursor do samba contemporâneo. Apresentação de Samba de Roda do Grupo Sucena. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XDDN72SkeRs&t=97s. Acesso em: 19 jul. 2021. Atenção, esse é um link comercial, pode ter propagandas. 72 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 724_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 72 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Marrabenta A história do ritmo que virou referência da identidade moçambicana é cheia de possíveis leituras. [...] [...] Nas noites de festas, sobretudo dos bairros de Mafalala e Chamanculo, as culturas, dialogando entre si, começaram a mesclar compassos e miscigenar batuques. [...] As mãos pendulavam de lado em lado, ora tocando os ombros, os joelhos ou a cabeça. Movimentos acentuados da cintura, pés criando um círculo ima- ginário no solo, jogo sensual de pernas e um requebrado pélvico terminavam de dar cara à dança, acompanhada pelo som dos materiais improvisados da festa. Madeira, latas e fios de pescas se transformavam em instrumentos. A guitarra arranjada de quatro cordas era quem guiava a música, que cantava temas da vida cotidiana, contos de casamento, momentos históricos mo- çambicanos e, de quando em quando, críticas sociais ao sistema colonial [...]. [...] o nome marrabenta veio da junção da prefixação “ma” com “rebentar”, palavra do vernáculo local para o movimento requebrado da dança, que des- montava o corpo em vários. [...] A cada conversa, uma nova versão, uma nova história surge sobre o estilo, que segue em contínua e constante evolução rítmica. Versões não se consagram uma sobre as outras, mas se completam. [...] Arrebenta Marrabenta, de Flora Pereira da Silva. Afreaka. Disponível em: www.afreaka.com.br/ arrebenta-marrabenta/. Acesso em: 5 jun. 2021. Grupo dançando marrabenta em Maputo, Moçambique, 2017. Pendular: Oscilar, imitar movimento do pêndulo. Pélvico: Cavidade óssea da bacia. E d d ie G e ra ld /A la m y /F o to a re n a 41Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes. [...] A prática investigativa cons- titui o modo de produção e or- ganização dos conhecimentos em Arte. É no percurso do fazer artístico que os alunos criam, experimentam, desenvolvem e percebem uma poética pessoal. Os conhecimentos, processos e técnicas produzidos e acumula- dos ao longo do tempo em Artes visuais, Dança, Música e Teatro contribuem para a contextuali- zação dos saberes e das práti- cas artísticas. Eles possibilitam compreender as relações entre tempos e contextos sociais dos sujeitos na sua interação com a arte e a cultura. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 193. Atividade 2Como se trata de ritmos musicais, é interessante que, após a leitura dos textos, seja possível realizar uma bus- ca na internet e visualizar alguns mi- nutos dessas danças, verificando, inclusive, se a descrição presente no texto deu conta da riqueza de movi- mentos própria desses ritmos. 73 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 734_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 73 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. a) Você gostou do modo como essas danças surgiram? De que história você gostou mais? Por quê? Respostas pessoais. b) Podemos dizer que a dança ajuda a entender a história de um povo? De que maneira conhecer um pouco da história da África do Sul e de Moçambique nos ajuda a entender o Gumboot Dance e a Marrabenta? c) Você ou sua família vieram de outro país ou de outra região do Brasil ou conhecem alguém que tenha vindo? Converse com os colegas e compartilhe com eles essa experiência. Resposta pessoal. Atividade 3 Existem várias danças e diferentes manifestações culturais brasileiras que são de ori- gem africana. Que tal fazer uma pesquisa sobre algumas delas? Em grupos, a turma vai pesquisar os seguintes tópicos: Jongo Samba de roda Lundu Roda de capoeira Maracatu • Cada grupo vai pesquisar a história de uma manifestação cultural e os principais movi- mentos corporais de cada dança. • Organizem-se para apresentar oralmente o resultado da pesquisa do grupo. Vocês podem dividir as falas, preparar cartazes ou uma apresentação no computador. Atividade 4 A sua família costuma dançar em momentos especiais? Que momentos são esses? Você participa dessas danças? Gostaria de mostrar aos colegas como elas são? Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que cada povo tem uma história e o surgimento de uma dança, por exemplo, faz parte da história desse povo. No caso da dança sul-africana, o Gumboot Dance está diretamente relaciona- do com as condições de trabalho dos mineradores, enquanto a dança moçambicana Marrabenta está relacionada com a diversidade de culturas dos bairros Mafalala e Chamanculo. Respostas pessoais. 42 Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR24) Caracterizar e experimen- tar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferen- tes matrizes estéticas e culturais. (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate- rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mu- danças associadas à migração (interna e internacional). (EF04LP21) Planejar e produzir textos sobre temas de interesse, com base em resultados de observações e pes- quisas em fontes de informações im- pressas ou eletrônicas, incluindo, quando pertinente, imagens e gráfi- cos ou tabelas simples, considerando a situação comunicativa e o tema/ assunto do texto. Atividade 3 Organize a turma em grupos e ca- da um deles será responsável por investigar uma das manifestações culturais brasileiras. Oriente a pesqui- sa e ajude-os a compreender como selecionar informações relevantes em sites, livros, etc. Em colaboração com a turma, os grupos devem pensar em palavras-chave que possam facilitar a busca, no melhor modo de fazer as anotações, a fim de recuperar o que pesquisaram e, ainda, em como resu- mir as informações lidas para apresen- tar aos colegas o que descobriram. Atividade 4 Esta atividade se constitui em um momento de “olhar para trás” e veri- ficar o que foi assimilado, direcionan- do o olhar dos estudantes para as próprias vivências familiares. Liste as danças que já conhecem, construam um mural com essa lista e convide-os a prepararem-se para ensinar os mo- vimentos aos colegas em um mo- mento informal e descontraído. 74 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 744_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 74 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Atividade 5 Vocês perceberam que o universo das danças africanas é muito amplo e tem movi- mentos diversificados. a) Retomem as imagens das poses que vocês criaram na atividade 4 do Momento 1 e que fo- ram registradas em fotos ou desenhos. Vocês gostariam de fazer alguma modificação nesses movimentos? b) É possível propor uma nova pose ou mudar algo nas poses já propostas a fim de incorporar poses das manifestações culturais que vocês conheceram no Momento 2? Atividade 6 Você viu que as danças de diferentes países contêm uma história e dialogam com a cultura da região. Já parou para pensar na sua relação com a dança? Pense nestas perguntas: a) Que danças são comuns na sua família? E na sua comunidade? Por que você dança? b) O que você sente quando dança? ¥ Organize um relato pessoal para registrar as respostas a essas questões. Você pode com- plementar seu texto usando desenhos ou recortes de revistas. Também pode incluir trechos de canções e letras de poemas, enfim, tudo o que puder contribuir para o seu relato sobre o que foi mais marcante para você neste momento do projeto Meu corpo, minha história. Não se esqueça de indicar as fontes! Faça o rascunho aqui. 43Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR24) Caracterizar e experimen- tar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferen- tes matrizes estéticas e culturais. (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate- rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF04LP21) Planejar e produzir textos sobre temas de interesse, com base em resultados de observações e pes- quisas em fontes de informações im- pressas ou eletrônicas, incluindo, quando pertinente, imagens e gráfi- cos ou tabelas simples, considerando a situação comunicativa e o tema/ assunto do texto. Atividade 5 Propõe-se nesta atividade a reto- mada da produção inicial dos estu- dantes, já com o olhar mais apurado. Disponibilize novamente as fotogra- fias ou os desenhos elaborados para que possam analisá-los. Se desejarem, eles poderão fazer novos desenhos, tirar mais fotos ou fazer observações, acrescentando o resultado na mesma folha em que iniciaram a produção. Atividade 6 Propicie um momento de conver- sa sobre as questões propostas na atividade. Trata-se de um relato pes- soal, e esse registro já aponta para algo que será discutido mais adiante no projeto – como a dança pode ex- pressar sentimentos. Esta atividade, que propõe a escri- ta espontânea dos estudantes com base em suas vivências e interesses, pode ser usada para avaliar a produ- ção escrita deles em, um dos seis componentes essenciais para a alfa- betização, de acordo com a Política Nacional de Alfabetização (PNA). PNA 75 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 754_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 75 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 3 44 Dançarinos sul-africanos. Coreia do Sul, 2018. Até aqui, você conheceu as possibilidades de movimento do seu corpo, algumas posições de dança e algumas manifestações culturais africanas e afro-brasileiras. Começamos agora a pensar no corpo como possibilidade de expressão de sentimentos e pensamentos. Vamos, juntos, participar dessa experiência? Atividade 1 Converse com os colegas sobre a pergunta a seguir e compartilhe suas propostas de movimento. a) Como expresso, por meio do meu corpo, sentimentosde tristeza, alegria, euforia, raiva, calma, tranquilidade? b) Pense nas propostas de movimentos feitas pelos colegas para expressar os sentimentos. Você consegue imitá-las? Atividade 2 Observe as imagens de pessoas dançando. Que tipo de sentimento elas despertam em você? Grupo de Jongo. Campo dos Goytacazes (RJ), 2019. C h ic o F e rr e ir a /P u ls a r Im a g e n s Y a a c o v D a g a n /A la m y /F o to a re n a Projeto 2 Orientações didáticas Interdisciplinaridade O Momento 3 propicia o trabalho interdisciplinar de Arte e Língua Por- tuguesa por meio da leitura de texto relacionado à temática das possibilida- des que o corpo oferece como expres- são de sentimentos e pensamentos. Estratégias • Levante hipóteses, com a colabo- ração dos estudantes, sobre ma- neiras de expressar sentimentos e emoções por meio do corpo. • Explore a leitura do texto sobre uma artista que trabalha com o corpo e teve de conviver com a dor. • Trabalhe com as possibilidades que o corpo oferece para expressar ao mundo a imagem que se pretende transmitir. Atividade 1 O objetivo desta atividade é pro- porcionar uma reflexão que relacione os movimentos corporais das danças com as possibilidades de expressão. Os estudantes são convidados a criar movimentos que indiquem alguns sentimentos. Organize-os em roda e peça que pensem primeiro no movi- mento e depois o testem. Convide alguns estudantes, um de cada vez, para ir ao centro da roda e exibir o movimento criado. Atividade 2 Estimule a turma a apreciar as ima- gens apresentadas na atividade em busca de indícios dos sentimentos que estão por trás delas. Pergunte: “O que as expressões dos rostos dos dan- çarinos mostram?”; “Todas as pessoas retratadas na fotografia estão com expressão parecida?”; “Se você fosse escrever uma legenda para uma das fotos, qual seria?”. Sugestões de sites • Dança, corpo e movimento: formas de expressão na educação infantil. Disponível em: http://educere. bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20802_10931.pdf. Acesso em: 25 jun. 2021. A pesquisa aborda a dança como uma das primeiras manifestações culturais do ser humano. • O corpo, o movimento e a aprendizagem. Revista Nova Escola. Disponível em: https://novaescola. org.br/conteudo/1030/o-corpo-o-movimento-e-a-aprendizagem. Acesso em: 25 jun. 2021. O texto aborda a dança como facilitadora de construção da imagem corporal positiva. 76 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 764_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 76 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Atividade 3 Leia o texto a seguir. Depois, em dupla, converse com o colega e juntos respondam às questões propostas. Era uma linda noite quando Misty entrou no palco diante de um público silencioso para dançar como protagonista de um balé chamado O pássaro de fogo. Misty era a única afro-americana em uma das mais famosas companhias de dança do mundo, e aquela era a primeira vez que ela seria primeira-bailarina. As cortinas se abriram e os braços dela se moveram com graça, como as asas de um pássaro. Ela deu piruetas e lindos e longos saltos por todo o palco. A plateia ficou paralisada. Quando a cortina se fechou, ela revelou algo que ninguém jamais imaginaria: ela tinha machucado a perna e sentira muita dor durante toda a apresentação. Foram seis fraturas na canela esquerda, que exigiram cirurgia. Parecia uma crueldade inacreditável que, na mesma noite em que havia conquistado seu sonho, ela tivesse de ouvir que poderia nunca mais voltar a dançar. Para Misty, isso era inacreditável, pois ela amava dançar. A dança a encon- trara quando ela tinha treze anos e morava em um hotel barato com a mãe e cinco irmãos. A dança a encontrara quando ela pensou que nunca poderia viver de algo que amasse fazer. Ela enfrentou a cirurgia e a terapia e batalhou mais do que nunca para estar bem o bastante para voltar à companhia American Ballet Theatre. Misty dançou em O lago dos cisnes como um verdadeiro cisne negro, mais forte e mais elegante do que nunca. Histórias de ninar para garotas rebeldes: 100 fábulas sobre mulheres extraordinárias, de Elena Favilli e Francesca Cavallo. São Paulo: V & R, 2017. p. 150-151. a) Como Misty Copeland lidou com a lesão na perna que poderia acabar com seu sonho de ser bailarina? Ela enfrentou com determinação a cirurgia e a terapia a que teve de se submeter para continuar a dançar. Misty Copeland no espetáculo “Let’s Go Crazy”. Los Angeles, Califórnia, 2020. E m m a M cI nt yr e/ G et ty Im ag es fo r Th e R ecor ding Ac ademy 45Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes con- textos, cultivando a percepção, o ima- ginário, a capacidade de simbolizar e o repertório corporal. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. Atividade 3 A atividade apresenta um texto que relata a história da bailarina negra Misty Copeland. Nele, destaca-se sua superação das dores corporais em favor de um sonho. Peça aos estudan- tes que investiguem no texto a rela- ção dessa bailarina com o próprio corpo e destaquem, ao longo da lei- tura, os trechos que a evidenciam. Sugestões de filme • Um conto de bailarina. Direção: Nelson George. EUA: Urban Romances, 85 min. Documentário sobre Misty Copeland, uma das raras bailarinas negras com destaque internacional, que narra sua traje- tória, relembra grandes momentos de sua carreira e discute temas como racismo e imagem cor- poral na elite mundial do balé. 77 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 774_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 77 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. b) Em sua opinião, o que a dança siginificava para Misty Copeland? Por que o corpo era tão importante para ela? Misty amava dançar e se dedicou muito para conseguir realizar seu sonho. Para ser bailarina, precisava de seu corpo, por isso a lesão em sua perna foi tão assustadora para ela. Atividade 4 No que diz respeito ao próprio corpo, as pessoas se veem de jeitos diferentes. Na sua opinião, por que algumas pessoas não gostam do próprio corpo? O que poderia ser feito para que cada um se aceitasse como é e valorizasse as diferenças que existem entre nós? Registre suas ideias no espaço abaixo. Resposta pessoal. Enfatize a importância da saúde e do bem- estar, para além da aparência; afinal, todos somos diferentes. Auxilie os estudantes a organizar suas ideias e a escrever seus textos de modo claro e fazendo uso de argumentos. ¥ Em uma folha à parte, organize um registro para contar como você vê o seu corpo. O que quer dizer ao mundo por meio dele? Você pode escolher o tipo de registro que gostaria de fazer: desenhar, usar imagens recortadas de revistas, copiar trechos de poemas ou frases de que gosta, escrever um texto ou misturar essas possibilidades. Assim, mostre o que foi mais importante para você do Momento 3 do projeto Meu corpo, minha hist—ria. 46 Projeto 2 Orientações didáticas Habilidade (EF35LP15) Opinar e defender ponto de vista sobre tema polêmico relacio- nado a situações vivenciadas na esco- la e/ou na comunidade, utilizando registro formal e estrutura adequada à argumentação, considerando a si- tuação comunicativa e o tema/assun- to do texto. Atividade 4 Retome o que foi discutido após a leitura do texto da atividade 3. Ques- tione os estudantes sobre as emo- ções que sentiram ao ler a história de vida de Misty Copeland. Trata-se de uma questão que en- volve autoestima e autopercepção. Conduza a discussão com cuidado e valorize a diversidade de corpos,et- nias, entre outras, da turma. Amplie a conversa, relacionando o gostar ou não do próprio corpo com a postura e a atitude das pessoas no mundo. Se necessário, dê exemplos de como uma pessoa pode não gos- tar de algo no seu corpo, como o cabelo, o nariz, o peso, etc. Encaminhe a proposta desta ativi- dade com delicadeza, pois pode ha- ver no grupo estudantes que não se veem de maneira positiva ou que já viveram histórias difíceis com o pró- prio corpo. O objetivo maior das ati- vidades propostas é levá-los a conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reco- nhecendo suas emoções e as dos outros com autocrítica e desenvol- vendo a capacidade de lidar com elas e de conviver em grupo. Sugestão de livros • FAVILLI, Elena; CAVALLO, Francesca. Histórias de ninar para garotas rebeldes: 100 fábulas sobre mu- lheres extraordinárias. São Paulo: Vergara & Riba, 2017. Cem histórias sobre cem mulheres de todos os tempos. • BOGÉA, Inês. O livro da dança. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002. A autora conta a história da dança e de sua paixão pelo balé. • OSSONA, Paulina. A educação pela dança. São Paulo: Summus, 1988. A autora apresenta diferenças entre dança clássica e moderna e analisa a importância da dança com enfoque metodológico. 78 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 784_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 78 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Momento 4 Estamos chegando ao final do projeto Meu corpo, minha história. Até agora, você participou de diferentes vivências corporais, conheceu danças africanas e danças brasileiras de origem africana e pôde perceber como o universo da dança é amplo, diverso e belo. Você também foi convidado a pensar sobre a relação do corpo com a dança e a identificar como as pessoas podem enxergar o próprio corpo. Chegou a hora de, com a colaboração dos colegas, elaborar uma apresentação de dança! Atividade 1 Agora que você conheceu muitas formas de expressão artística e experimentou al- guns movimentos corporais diferentes, vamos fazer uma lista das ideias que podem contribuir para uma apresentação corporal ser bem-sucedida. ¥ Anote aqui as suas ideias. Registre também as etapas mais marcantes do estudo e que devem ser consideradas na organização da apresentação. Respostas pessoais. Se necessário, promova uma roda de conversa para que mais ideias possam surgir e ser discutidas pela turma. Relembre o grupo de que o produto final do projeto 4, que encerra a discussão sobre África, é a construção de um Espaço de Memórias, e seria interessante pensar no que gostariam que fosse visto pelos visitantes: um passo de dança, histórias de danças africanas, a relação do corpo e da dança com determinada cultura, etc. 47Projeto 2 Orientações didáticas Interdisciplinaridade No Momento 4 trabalham-se as disciplinas Arte e Língua Portugue- sa, com predomínio da primeira, na elaboração e organização de uma apresentação artística corporal. Estratégias • Oriente a elaboração da lista das ideias sobre a apresentação artísti- ca corporal. • Explore os textos sobre dois grupos africanos de dança contemporânea. • Oriente os ensaios, os ajustes finais e a realização da apresentação. Avaliação • Promova a autoavaliação dos estu- dantes como um meio de permitir o aprimoramento deles em situa- ções futuras de trabalho coletivo. • Sugere-se fotografar momentos da apresentação para que os es- tudantes possam avaliar se os ob- jetivos a que se propuseram foram atingidos. Atividade 1 Incentive os estudantes a anotar as ideias sobre a apresentação final. Su- gira que retomem os registros feitos durante o projeto e folheiem o livro para relembrar momentos e discus- sões importantes que queiram incor- porar à apresentação. 79 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 794_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 79 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 2 Os textos a seguir apresentam dois grupos de dança da África. São grupos contemporâneos com produções artísticas bastante originais. Leia os textos e grife as informações que mais chama- rem a sua atenção. Destaque, depois, a principal diferença entre os dois grupos. Texto 1 As bailarinas de Ntogwa Botswana também tem seu samba Antes de morrer, Ntogwa não se esqueceu de ensinar à neta como mexer os pés, as pernas e o quadril em perfei- ta sincronia com o som do chocalho feito de sementes de mopane amarradas ao tornozelo. [...] Assim, em 2007, [Allah, neta de Ntogwa] criou o próprio grupo de dança cujo nome homenageava o mentor: Bana Bana BaNtogwa. [...] Os treinos são constantes e Allah não é do tipo que pega leve. Durante os ensaios, corrige e dirige meticulosamente os passos do grupo. Passos que, se não fossem outros mil detalhes, lembrariam o samba brasileiro. A dificuldade de articulação das pernas parece ser a mesma – do tipo que só vem com muita prática. [...] A formação é em linha e enquanto uma se destaca para movimentos espe- ciais sempre com o sorriso estampado na cara – e nada de sorriso tímido, é de praxe aquele com a boca generosamente aberta mostrando bem todos os dentes – os quadris das outras nove esperam ao fundo em sincronia ritmada com o barulho dos chocalhos amarrados aos tornozelos. E assim se segue o compasso. [...] As bailarinas de Ntogwa, de Flora Pereira da Silva. Afreaka. Disponível em: www.afreaka.com.br/ as-bailarinas-de-ntogwa/. Acesso em: 5 jun. 2021. Texto 2 África em movimento Irène Tassembédo: um símbolo da dança contemporânea O público africano, sensível e receptivo à cena artística, tem dedicado cada vez mais atenção a uma forma de arte: a dança contemporânea. [...] Juntando moderno e tradicional, ali nasceram estilos originais, que estão transformando o gênero e trazendo um novo significado à dança contemporânea, cada vez mais célebre no cenário internacional. [...] Contemporâneo: Que é do tempo atual. Mopane: Árvore encontrada no continente africano; suas folhas servem de alimento para os elefantes. 48 Projeto 2 Orientações didáticas Atividade 2 A atividade de leitura dos textos amplia o repertório dos estudantes sobre as danças de origem africana e pode inspirá-los na criação de uma apresentação. Antes de iniciá-la, infor- me que os dois grupos de dança des- tacados nos textos são muito distintos entre si. Comente que o sentido de palavras desconhecidas pode ser en- tendido pelo contexto. Convide os estudantes a grifar os trechos que considerarem interessantes e que evi- denciem as características de cada grupo. Ao final, promova uma con- versa para que o grupo determine as ideias para a apresentação final. O importante é que os estudan- tes percebam que a dança, nos gru- pos presentes no texto, não é apenas uma expressão artística e possibilidade de entretenimento, mas tem uma função sociocultural. Aproveite para perguntar a eles se conhecem danças que fazem parte da cultura brasileira que tenham essa mesma função. Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. 80 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 804_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 80 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 A diretora de Burkina Faso é uma das grandes figuras da coreografia moderna africana. [...] Em 1988, Irène fundou sua primeira companhia Ebony Company, mais tarde rebatizada como CompanhiaIrène Tassembédo [...]. [...] No seu mais recente espetáculo Le Manteau (O Casaco), [...] [ouve-se a seguinte] narração dos dados: “A esperança de vida no continente é de 54 anos de vida, na República Democrática do Congo as despesas com saúde não passam de 4 euros por ha- bitante por ano, existem 35 milhões de pessoas com HIV no mundo, e 25 milhões estão na África, 200 milhões de africanos sofrem de fome crônica e 33 bilhões de dólares foram gastos em armamento em dez países africanos. Enquanto, no mesmo continente, foram produzidas, em um ano, 700 tone- ladas de ouro, 110 milhões de quilates de diamante e 2,3 milhões de toneladas de cacau. Ainda 64 mil médicos formados na África trabalham na Europa e na América do Norte, 12 milhões de barris de petróleo são produzidos por dia, 45% da superfície da terra são utilizáveis para produção agrícola e 50% da população têm menos de 18 anos. O teu casaco, Mãe África, está cada vez mais vermelho sangue, vermelho de raiva e vermelho de cólera”. [...] A igualdade no tratamento é percebida no último espetáculo, que conta com a participação de Solo Béton. Apenas 15 minutos depois de sua presença no palco é que o espectador começa a desconfiar que seus movimentos possuem um quê diferente. Béton é deficiente físico, mas é a sua marcante habilidade e acentuado talento que se destacam na apresentação. [...] África em movimento, de Flora Pereira da Silva. Afreaka. Disponível em: www.afreaka.com.br/ africa-em-movimento/. Acesso em: 5 jun. 2021. a) O que os grupos sobre os quais você leu expressam com a dança e os movimentos que fazem? Os grupos expressam a história, a cultura e a realidade de diferentes países africanos. b) O que nós podemos dizer sobre nós mesmos? O que queremos transmitir com a nossa apresentação? Resposta pessoal. Crônico: Que dura muito tempo. 49Projeto 2 Sugestão de vídeo As bailarinas de Ntogwa. Disponível em: http://www.afreaka.com.br/as-bailarinas-de-ntogwa/. Acesso em: 25 jun. 2021. Apresentação do grupo que combina seis tipos de dança e trajes tradicionais. Conclusão Para acompanhar o desenvolvi- mento dos estudantes durante a exe- cução dos trabalhos, tenha preparada uma relação em tópicos com as prin- cipais ações a serem avaliadas. Para selecionar esses tópicos, você pode se basear nas atividades de cada Momen- to, elegendo aquelas que forem mais relevantes. Exemplos: Compreendeu a África como um continente formado por vários países? Compreendeu a in- fluência das culturas africanas na cul- tura brasileira? Considere atividades que envolvam leitura, escrita, com- preensão e produção de texto, organiza- ção, solução de problemas, pesquisa, investigação, apresentação oral, etc. Inclua também ações relacionadas às atitudes, como: Escutou as explica- ções com atenção? Demonstrou inte- resse pelo tema? Foi colaborativo nos trabalhos em grupo? Você pode compor esses tópicos como uma tabela e preencher confor- me as atividades forem desenvolvidas, criando um critério de classificação como “Satisfatório” ou ”Insatisfatório”, ou uma escala de “Nunca/Raramente/ Frequentemente/Sempre”, ou outra forma que julgar conveniente. Lem- bre-se que essa avaliação deverá ser individual, para cada estudante, e ela só adquire sentido pedagógico quan- do você a usa para fazer intervenções que ajudem o estudante a progredir em seu processo de aprendizagem. Neste projeto os estudantes aprenderam sobre danças típicas da cultura africana e também foram chamados a refletir sobre o seu cor- po, sua identidade e como ele se relaciona em sociedade. Para conclu- são do projeto é proposta uma apre- sentação corporal, que pretende incorporar as ações tratadas durante o projeto, com a oportunidade de interação com a comunidade. Após a atividade de conclusão poderá ser realizada a autoavaliação. 81 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 814_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 81 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 3 Agora que você ampliou suas referências, reveja as ideias que anotou na atividade 1 do Momento 4. Você pode acrescentar ideias novas ou modificá-las – tudo o que considerar necessário para que elas fiquem mais adequadas ao que você deseja transmitir. ¥ Exponha suas ideias ao grupo, ouça as propostas dos colegas e verifique o que é mais adequado em relação ao que o grupo definiu para a apresentação. Atividade 4 Anote as decisões do grupo. a) Para quem será a apresentação? b) Como vocês vão dividir o trabalho? c) Quais materiais serão necessários? Resposta pessoal. Respostas pessoais. 50 Projeto 2 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR08) Experimentar e apreciar formas distintas de manifestações da dança presentes em diferentes con- textos, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbo- lizar e o repertório corporal. (EF15AR10) Experimentar diferentes formas de orientação no espaço (deslo- camentos, planos, direções, caminhos etc.) e ritmos de movimento (lento, mo- derado e rápido) na construção do mo- vimento dançado. (EF15AR11) Criar e improvisar movi- mentos dançados de modo indivi- dual, coletivo e colaborativo, considerando os aspectos estruturais, dinâmicos e expressivos dos elemen- tos constitutivos do movimento, com base nos códigos de dança. (EF15AR12) Discutir, com respeito e sem preconceito, as experiências pes- soais e coletivas em dança vivencia- das na escola, como fonte para a construção de vocabulários e reper- tórios próprios. (EF15LP11) Reconhecer característi- cas da conversação espontânea pre- sencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e utilizando, durante a conversação, formas de tratamento adequadas, de acordo com a situação e a posição do interlocutor. (EF05LP19) Argumentar oralmente sobre acontecimentos de interesse social, com base em conhecimentos sobre fatos divulgados em TV, rádio, mídia impressa e digital, respeitando pontos de vista diferentes. Atividade 3 O objetivo desta atividade é ve- rificar as propostas possíveis para a organização da apresentação que os estudantes vão fazer. Para que a turma chegue a um consenso, pro- mova uma conversa para que pos- sam repensar as ideias previamente anotadas e avaliar as possibilidades oferecidas por elas. Atividade 4 Nesta atividade definem-se os principais pontos sobre a organização da apresentação, ou seja, público, di- visão da apresentação e material ne- cessário para a montagem final. Ajude os estudantes nas decisões levantadas nessas questões. 82 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 824_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 82 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 O que apre ndi sobre.. . Meu corp o, minha his t—ria Atividade 5 Chegou a hora de organizar os ensaios e de fazer os ajustes finais. a) Apresentem ao público definido o que vocês escolheram e prepararam. b) Por fim, avaliem todo o processo desse projeto. Atividade 6 Cole aqui uma foto para se recordar desse dia. Atividade de conclusão do projeto 51Projeto 2 Orientações didáticas Atividade 5 Determine um tempo de ensaio para a turma. Verifique se os estudan- tes se sentem confortáveis com a apresentação ao público escolhido. Atividade 6 Convide os estudantes a refletir sobre este projeto e a colar a fotogra- fia que mais apreciaram. Como proposta de autoavaliação, sugerem-se, no quadro abaixo, as per- guntas para que os estudantes refli- tam, individualmente, sobre sua postura em relação às atividades do projeto 2. Durante o desenvolvimento do projeto 2... • Eu me interessei pelo projeto? • Eu contribuí nos momentos de trabalho em dupla? • Qual foi minha atitude nos momentos de trabalho coletivo? • Como foi minha participação na apresentação artística corporal? 83 4_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd834_DEPOM_Integradores_065a083_Projeto2_MP.indd 83 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. • O que seu rosto diz? • Os seus olhos contam histórias? • O que a sua pele expressa? Somos iguais, somos plurais! PROJETO 3 Composta de 54 países e muitas culturas, a África é um continente repleto de diversidade. Madagascar, 2019. Quênia, 2019. Gana, 2020. Angola, 2019. Marrocos, 2020. Zambia, 2019. M ic h a e l C a n d e lo ri /N u rP h o to /G e tt y I m a g e s W e s te n d 6 1 /A la m y /F o to a re n a M a ri a n n a B a y k o v a /S h u tt e rs to ck M ic h a l B a la d a /S h u tt e rs to ck D a n ie l M e n s a h B o a fo /S h u tt e rs to ck R U B E N M R A M O S /S h u tt e rs to ck 52 Projeto 3 Introdução O projeto Somos iguais, somos plurais! traz à tona a necessidade de estudar a história e a formação das etnias africanas e refletir sobre elas, a fim de ampliar, nos contextos esco- lares, a compreensão sobre a impor- tância do respeito e da valorização de todas as nações, independente- mente de seus costumes, crenças e cultura. Este projeto apresenta questões significativas que integram o percur- so que os estudantes deverão trilhar para, juntos, construir importantes aprendizagens sobre as muitas faces da África. Estratégias • Proponha uma roda de conversa para que todos os estudantes pos- sam se ver e se escutar enquanto falam. • Peça que observem as caracterís- ticas físicas de cada criança que faz parte da turma. • Retome com os estudantes o pro- pósito da Exposição do Espaço de Memórias do Estudo que farão ao final do projeto. Arte (EF15AR01) (EF15AR02) (EF15AR07) (EF15AR25) Geografia (EF04GE10) História (EF04HI11) Língua Portuguesa (EF04LP21) (EF15LP03) (EF35LP04) (EF35LP05) (EF35LP17) (EF15LP06) (EF05LP26) (EF04LP15) (EF03LP19) (EF15LP02) (EF35LP01) (EF35LP03) (EF35LP05) Habilidades 84 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 844_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 84 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Introdução ao projeto 3 Neste projeto, você vai conhecer um pouco mais sobre a diversidade étnica e cultural dos grupos humanos que vivem na África para entender melhor a herança africana no Brasil. E, por meio da leitura de textos e da apreciação de imagens, terá a possibilidade de refletir sobre di- ferenças e semelhanças do mosaico étnico e cultural que é o continente africano. Terá também a oportunidade de descobrir, por meio de pesquisa, mais sobre arte-protesto, compor sua própria obra de representação da diversidade da África e do Brasil e compartilhar o que aprendeu na Exposição de Memórias do Estudo. Ao final do projeto, você vai entender por que a África é um lugar de muitas faces. Bom trabalho! Benin, 2018. Etiópia, 2020. Nigéria, 2018. Egito, 2020. projeto inic iado em: projeto enc errado em: Introdução ao projeto 3 J a c o K la m e r/ A la m y /F o to a re n a L o b n a T a re k /d p a /A la m y /F o to a re n a J a k e L y e ll /A la m y /F o to a re n a U w e M u e lle r/ S h u tt e rs to ck 53Projeto 3 Orientações didáticas Objetivo • Levar os estudantes a refletir sobre a diversidade étnica que existe na África e no mundo, a fim de am- pliar a compreensão do outro, va- lorizando e respeitando a história e a cultura de outros povos. Justificativa Durante todo o projeto, os estu- dantes são mobilizados a refletir so- bre a relevância do estudo das várias faces do continente africano como meio de alargar o entendimento so- bre o mundo em que vivem. Componentes curriculares Este projeto relaciona-se às unida- des temáticas de História, Geografia e Arte, relativas às transformações sociais e culturais e à diversidade étnico-cultural do continente africa- no por meio da identificação de ma- trizes estéticas, abordando também o estudo do território. Integram-se ainda leitura, interpretação textual e prática de oralidade, trabalhando a literacia, referentes ao componente curricular Língua Portuguesa. Avaliação • Você deve estar atento às habilida- des desenvolvidas e às competên- cias adquiridas pelo estudante com os trabalhos realizados. • A avaliação da aprendizagem dos estudantes deve ter caráter forma- tivo, ou seja, ocorrer durante todo o percurso e servir para informar tan- to os estudantes sobre as próprias aprendizagens como o professor, para que organize intervenções. 85 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 854_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 85 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 1 OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Estreito de Gibraltar 0°0° TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO EQUADOR TRÓPICO DE CÂNCER M E R ID IA N O D E G R E E N W IC H 0° Mar Mediterrâneo M a r V e rm e lh o ÁSIA ÁFR I CA EUROPA MARROCOS ESCALA Quilômetros 0 540 1080 A África, assim como a América do Sul, reúne povos de diferentes culturas e etnias. Você vai conhecer um pouco dessa diversidade, lendo histórias e informações sobre um país africano chamado Marrocos, que fica localizado na parte Norte da África, banhado pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo. Observe o mapa abaixo. IBGE. Atlas geográfi co escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 45. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra África: Divis‹o pol’tica 54 Projeto 3 Orientações didáticas O que vamos produzir? Produção de telas para a Exposição do Espaço de Memórias do Estudo. Interdisciplinaridade As atividades propostas neste mo- mento trabalham componentes de Língua Portuguesa e Geografia, com o objetivo de enriquecer o re- pertório dos estudantes sobre a cul- tura do Marrocos e as diferentes etnias que formam os povos africa- nos. Essas propostas também vão servir de referência para ampliação da competência leitora dos estudantes, pois, nesses contextos de estudo, eles serão instigados a ler textos mais de- safiadores e analisar imagens para buscar informações sobre mais um país da África. Estratégias • Inicie a conversa promovendo o levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre o Marrocos. • Esclareça eventuais dúvidas dos estudantes sobre os textos a serem lidos no Momento 1. • Explore o mapa da África e mostre onde se localiza o Marrocos. • Chame a atenção dos estudantes para os fatos interessantes a respei- to de alguns aspectos culturais desse país. • Retome conceitos que os estudan- tes construíram e verifique o que já produziram para o dia da Expo- sição do Espaço de Memórias do Estudo. 86 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 864_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 86 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 marco mayer/Shutterstock Atividade 1 Leia o texto para conhecer algumas das maravilhas do Marrocos. Marrocos em 7 palavras e 5 sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato 1. Areia (Visão – cor) [...] A areia é sem dúvida parte da identidade do país que tem o maior deserto (de areia) do mundo. [...] Da vasta imensidão de areia onde parece não haver vida surgem as caravanas de camelos dos tuaregues que aqui vivem desde sempre, num lugar onde para um turista parece difícil poder existir algo mais para além de areia. 2. Chá (Paladar – sabor) O chá é a bebida nacional de Marrocos. Qualquer lugar e qualquer hora são bons para se beber chá. O hábito de beber chá está enraizado na cultura marroquina e é muito mais do que uma bebida. O chá tem todo um significado e ritual aos quais os visitantes não podem ficar indiferentes. Oferecer um chá faz parte do saber receber do povo marroquino, conhecido pela sua hospitalidade. [...] 3. Cuscuz (Paladar – sabor) Quando se pensa em comida marroquina,pensa- -se logo em cuscuz. O cuscuz é sêmola de cereais, o mais usado é de trigo, em granulado miúdo. É base de grande parte dos pratos típicos marroquinos e pode ser feito com legumes, carne, peixe, frutos secos, etc. [...] Prato de cuscuz marroquino. Deserto do Saara, Marrocos. Sêmola: Farinha de trigo ou outros grãos usada no preparo de massas e sopas. A n to n P e tr u s /S h u tt e rs to ck 55Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. Atividade 1 Para trabalhar as semelhanças e diferenças entre dois países africanos, Moçambique e Marrocos, peça aos estudantes que retomem o Projeto 1 e folheiem as atividades realizadas, reavivando sua memória. Apresente, então, algumas perguntas, como: “O que vocês lembram sobre Moçambi- que?”; “Vocês acham que a forma como as pessoas se vestem em Mo- çambique é igual à das pessoas no Marrocos?”; “Por que isso acontece?”; entre outras. Permita que a turma se manifeste livremente e, se julgar ade- quado, anote na lousa as hipóteses apresentadas. 87 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 874_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 87 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. 4. Hammam (Tato – bem-estar) [...] O ritual do Hammam consiste no banho de vapor que favorece a desobstrução dos poros, seguido de uma massagem intensa e vigorosa no corpo inteiro, normalmente usando uma luva de crina de cavalo. [...] 5. Medina (Audição – sons da medina) [...] Medina não é mais do que a palavra árabe que significa “cidade”. No seu significado mais lato, traduz-se por cidade antiga e refere-se normalmente à típica cidade que fica dentro de uma muralha. A medina é uma amálgama de cores, cheiros e ruídos que se misturam. [...] 6. Oásis (Visão – miragem) Nos filmes e nas histórias os oásis são muitas das vezes paraísos irreais, simples miragens no deserto. Mas em Marrocos eles são reais. [...] Em terrenos pobres, um oásis é um bem precioso demais para se desperdiçar. Os contrastes: oásis versus deserto são o cartão de visita do país. 7. Especiarias (Olfato – cheiros intensos) Quem nunca viu uma imagem das coloridas bancas de especiarias nos souks? São autênticos cenários de cores muitas vezes retratados como imagem de um país. Mas, para além do que se consegue captar numa imagem, estão os cheiros únicos desses lugares. MARROCOS em 7 palavras. Guia Marro- cos. Disponível em: www.guiamarrocos. com/marrocos-7-palavras/. Acesso em: 7 jun. 2021. (Adaptado.) Mercado de especiarias no Marrocos. Mercado em Marrakech, Marrocos, 2019. Desobstrução: Ação de livrar-se de um obstáculo; desimpedir. Lato: Amplo, extenso. Amálgama: Mistura. Souks: Típico mercado árabe. C e s a re P a lm a /S h u tt e rs to ck F o to s tu d io d e O u d e S ch o o l/ M o m e n t/ G e tt y I m a g e s 56 Projeto 3 Após a leitura, destine alguns mi- nutos para ouvir os estudantes: dúvi- das, algo que tenha chamado a atenção deles no texto, algo que des- conheciam e aprenderam ao ler o texto e mesmo o que mais os sur- preendeu na cultura marroquina ex- pressa no texto. 88 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 884_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 88 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Atividade 2 Agora que você leu informações sobre o Marrocos, responda às questões. a) Qual dos 5 sentidos ou das 7 palavras sobre o Marrocos chamou mais a sua atenção? Grife no texto. b) No texto que você leu, o que foi que mais despertou seu interesse? Na sua opinião, qual é a maior curiosidade do Marrocos? Grife no texto e converse com um colega. Atividade 3 Leia o texto, observe o mapa e as imagens e conheça um pouco mais a região em que se localiza o Marrocos. Marrocos é um país geograficamente muito diverso. Num só dia de viagem podemos ir desde as praias em Essaouira até ao Deserto do Saara, passando pelas Montanhas do Atlas cheias de neve. [...] Marrocos é caracterizado por um clima muito diferente em diferentes regiões, pois nas zonas costeiras o clima é temperado, enquanto ao sul o clima é desértico e quente. MAPA de Marrocos. Guia Marrocos. Disponível em: www.guiamarrocos.com/mapa-marrocos/. Acesso em: 7 jun. 2021. (Adaptado.) Respostas pessoais. Saara, Marrocos, 2018. Essaquira, Marrocos, 2020. Disponível em: www.guiamarrocos.com/mapa-marrocos/. Acesso em: 7 jun. 2021. Marrakech Safi Casablanca Rabat Tanger Ceuta (ESP) Is. Canárias (ESP) Is. Madeira (POR) Mar de Alborão 30º N 10º O ARGÉLIA MAURITÂNIA MARROCOS Saara Ocidental (ESP e MAR) Estreito de Gibraltar OCEANO ATLÂNTICO ÁFRICA EUROPA ESCALA Quilômetros 0 260 520 10º O Estreito de Gibraltar Marrocos S a b e n a J a n e B la ck b ir d /A la m y /F o to a re n a O ’S H I/ S h u tt e rs to ck B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 57Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF04GE10) Comparar tipos variados de mapas, identificando suas caracte- rísticas, elaboradores, finalidades, di- ferenças e semelhanças. (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Atividades de produção textual como esta, em que pequenos textos de interesse são produzidos pelos estudantes de forma autônoma, são estratégias que podem ser empre- gadas no processo de consolidação da alfabetização, em consonância com a PNA. PNA Atividade 2 Retome as curiosidades a respeito do Marrocos, elencando cada uma delas por meio de uma palavra na lousa. Depois de os estudantes con- versarem em duplas, com base nas palavras-chave registradas na lousa, solicite que escrevam no caderno um parágrafo sobre o sentido ou a curiosidade sobre o Marrocos que escolheram. Atividade 3 Para esta atividade, sugere-se uma leitura colaborativa das imagens que acompanham o mapa. Elas represen- tam as diferenças que caracterizam a paisagem marroquina: o litoral e o deserto. Recomende aos estudantes que se informem, por meio da leitura do texto, da existência de outra pai- sagem típica que demonstra o con- traste desse território: a neve das montanhas da cordilheira do Atlas. 89 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 894_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 89 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 4 Observem as imagens a seguir e os costumes da vida do povo marroquino: vestimen- tas, músicas, festas e hábitos diários. a) Com base nas imagens e nos textos lidos até agora, como vocês acham que as pessoas vivem no Marrocos? Todas se vestem da mesma maneira? O que costumam fazer para se divertir? Quais são as principais características da cultura delas? Respostas pessoais. É possível que os estudantes manifestem dúvidas ou curiosidades sobre o que são berberes ou nômades. Informe a eles que, na pesquisa, poderão escolher esses e outros temas de interesse para estudar. Mercadoem Marrakech, Marrocos, 2020. Bérberes no Saara, Marrocos, 2018. Grupo musical, Marrocos, 2019. Sala de aula no Marrocos, 2019. Construção em Casablanca, Marrocos, 2019. Mercadores na rua, Marrocos, 2018. B oa z R ot te m /A la m y/ Fo to ar en a D an ie l K or ze ni ew sk i/A la m y/ Fo to ar en a Jo se y y o E st ud io /S hu tt er st oc k Fr éd ér ic S ol ta n/ C or bi s/ G et ty Im ag es A bd A l K ad er A za r/ S hu tt er st oc k O m ri E liy ah u/ S hu tt er st oc k 58 Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP06) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para cor- rigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação. (EF04LP21) Planejar e produzir tex- tos sobre temas de interesse, com base em resultados de observações e pesquisas em fontes de informa- ções impressas ou eletrônicas, incluin- do, quando pertinente, imagens e gráficos ou tabelas simples, conside- rando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto. (EF05LP26) Utilizar, ao produzir o texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: regras sintáticas de concordância nominal e verbal, con- venções de escrita de citações, pon- tuação (ponto final, dois-pontos, vírgulas em enumerações) e regras ortográficas. Atividade 4 Faça uma leitura das imagens com os estudantes, ajudando-os a perce- ber a diversidade presente no Marro- cos. Há, por exemplo, imagens mais urbanas e imagens mais rurais e os mercados se assemelham a muitas feiras livres brasileiras. Ouça os estu- dantes sobre a escola representada na imagem, perguntando a eles em que essa escola se assemelha à deles e em que se diferencia. 90 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 904_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 90 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 b) Agora, façam uma pesquisa em grupo para saber como as pessoas vivem no Marrocos. Quais são as características físicas da população? E os principais hábitos e costumes? Anotem as principais ideias. Depois da pesquisa, preparem um resumo, com textos e imagens, para contar suas descobertas aos demais colegas da turma. 59Projeto 3 Orientações didáticas Atividade 4 Esta atividade é formada por per- guntas que buscam conhecer as hi- póteses dos estudantes sobre o Marrocos e por uma atividade de pesquisa que vai confirmar ou refutar essas suposições. Antes de solicitar a eles que deem início à pesquisa, re- tome com a turma os procedimentos necessários para realizá-la. Faça algu- mas perguntas que poderão orientar os estudantes, como: “Onde pode- mos encontrar as informações que desejamos?”; “Quando encontramos informações diferentes sobre um mesmo assunto, que estratégias po- demos usar para organizar tais da- dos?”. O propósito da atividade é compor um panorama da população marroquina sobre o modo de vida dela, e sua cultura. Durante esta ativi- dade, incentive-os a selecionar ima- gens para o dia da exposição e a começar a organizar os próximos passos do evento. Sugestões de sites • Os povos berberes. Históriazine, jul. 2010. Disponível em: https://www.historiazine.com/2016/05/os-povos-berberes.html. Acesso em: 25 jun. 2021. Informações sobre formação, localização, cultura e costumes dos povos berberes, além de curiosidades. • Seis elementos incríveis da cultura marroquina. Catraca livre, 23 nov. 2015. Disponível em: https://catracalivre.com.br/viagem-livre/6-elementos -incriveis-da-cultura-marroquina/. Acesso em: 25 jun. 2021. Os elementos apresentados fizeram parte da mostra “Marrocos, o despertar dos sentidos”, que aconteceu no Conjunto Nacional, na cidade de São Paulo. • Marrocos. Escola Britannica. Disponível em: https://escola.britannica.com.br/artigo/Marrocos/481961. Acesso em: 25 jun. 2021. Traz informa- ções do Marrocos sobre população, geografia, história e outras, de forma resumida e acessível. 91 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 914_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 91 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 2 Atividade 1 Ao analisar as imagens, quais semelhanças e diferenças você observou na expressão das crianças de países africanos distintos? ¥ Leia esta afirmação: As crianças dos diferentes países africanos têm hábitos e costumes parecidos. Considerando o que aprendeu até agora, você concorda com essa afirmação? Por quê? Resposta pessoal. Sala de aula em Zanzibar, 2018. Crianças no Benin, 2018. Sala de aula no Egito, 2020. Aula ao ar livre no Malawi, 2018. Você já aprendeu um pouco mais a respeito das faces do Marrocos. Agora, por meio de imagens, vai observar os diferentes traços dos rostos, formatos dos olhos, as diferentes cores de pele, a riqueza e a beleza do povo africano. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes percebam que há diferenças signifi cativas entre as crianças de países africanos distintos, seja no modo de se vestir, seja na língua que falam, ou na religião, etc. G o n za lo B e ll/ A la m y /F o to a re n a J a c o K la m e r/ A la m y /F o to a re n a A m r A b d a lla h D a ls h /R e u te rs /F o to a re n a V e n tu ra /S h u tt e rs to ck 60 Projeto 3 Orientações didáticas Interdisciplinaridade As atividades propostas no Mo- mento 2 integram os componentes curriculares História e Arte ao mobi- lizar os estudantes para que reflitam sobre a diversidade étnica que existe no continente africano e no Brasil. Convide-os a realizar uma análise dos padrões de beleza predominantes na sociedade e do modo como são construídos e reforçados ao longo da História. Estratégias • Resgate os saberes dos estudantes sobre a cultura dos povos africanos e faça um registro coletivo sobre esse assunto. • Chame a atenção para as semelhan- ças e diferenças na expressão das crianças africanas retratadas nas imagens que abrem este Momento. • Oriente a pesquisa de imagens de pessoas de diferentes etnias, tan- to africanas como brasileiras, que vão integrar a exposição no final do ano. Atividade 1 Durante a análise das imagens, fa- ça perguntas para que os estudantes observem os detalhes no rosto das crianças retratadas: o sorriso, o forma- to do rosto, a cor de cabelo e de pele. Também é importante chamar a aten- ção para o ambiente em que as foto- grafias foram produzidas: cenários, situações, etc. O propósito desta ati- vidade é levar a turma a perceber as diferenças significativas que fazem parte das características de cada po- vo e como elas definem as singulari- dades no contexto de um continente tão vasto como a África. 92 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 924_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 92 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Atividade 2 Agora, observem com atenção as imagens de pessoas de diferentes locais. ¥ Você já deve ter percebido que cada povo tem traços característicos e, ao mesmo tempo, singulares. Com os colegas, utilizem materiais diversos para traduzir as ideias que constru- íram a respeito da diversidade étnica e cultural africana e brasileira. Para isso, fotografem ou pesquisem, em fontes variadas, imagens de pessoas de diferentes países da África e de regiões do Brasil. Essa seleção de imagens diversas vai ser parte da Exposição de Memórias do Estudo. Atividade 3 Listem ideias de como organizar as imagens para apresentar as diferentes faces da África e do Brasil ao público. E lembrem-se: é interessante criar legendas das imagens pesquisadas para orientar quem as aprecia. Resposta pessoal. Belém (PA), Brasil. Joanesburgo, África do Sul.Salvador (BA), Brasil. Kibale, Uganda. D a n ie l M E rn s t/ S h u tt e rs to ck F ili p e F ra za o /S h u tt e rs to ck S u s a n S ch m it z/ S h u tt e rs to ck E mily M a ri e W ils o n /S h u tt e rs to ck 61Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate- rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF04HI11) Analisar, na sociedade em que vive, a existência ou não de mu- danças associadas à migração (interna e internacional). Atividade 2 Oriente a turma na pesquisa de imagens de africanos e brasileiros, reiterando que elas vão integrar a Ex- posição de Memórias do Estudo. Em seguida, incentive os estudantes a analisar as imagens pesquisadas, con- siderando todos os detalhes que as compõem, como fundo, cores, cená- rios e situações. O objetivo desta ati- vidade é ativar a percepção da turma sobre a riqueza étnica da África e do Brasil. Atividade 3 Oriente os estudantes na elabora- ção da lista de possibilidades para apresentar as imagens pesquisadas na atividade anterior. Reitere a impor- tância das legendas das imagens tan- to para reforçar uma informação como para complementá-la. Permita que os estudantes se manifestem li- vremente sobre as ideias que dizem respeito à organização das imagens. 93 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 934_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 93 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 3 62 Projeto 3 Você já aprendeu que a imagem pode comunicar muitas informações, ideias e que os objetos – e até o corpo – são carregados de história. Neste momento, você vai ler um texto para continuar refletindo sobre as imagens das pessoas no mundo em que vivemos. Depois da leitura, planeje, com a ajuda dos colegas e do professor, uma campanha e outras propostas para compartilhar o que aprendeu na Exposição de Memórias do Estudo. Atividade 1 Leia o texto a seguir: 10 maneiras de contribuir para Uma Infância sem Racismo 1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brin- quedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento. 2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer – contextualize e sensibilize! Estigmatizante: Julgamento que provoca censura. w a v e b re a k m e d ia /S h u tt e rs to c k Orientações didáticas Interdisciplinaridade Neste Momento 3, no trabalho com Língua Portuguesa, a leitura de uma campanha torna-se um instru- mento muito importante para am- pliar o repertório dos estudantes sobre o tema em estudo e contribuir para a construção de atitudes cons- cientes quando o assunto em ques- tão é o preconceito racial. Estratégias • Faça perguntas para verificar se os estudantes sabem o que é uma campanha e se já viram alguma. Do que ela tratava? • Destaque o formato de distribui- ção do texto, a linguagem utilizada e todas as características de um texto de campanha. • Leve a turma a refletir sobre os mo- tivos de ainda haver preconceito racial no Brasil. 94 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 944_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 94 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime. 4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada. 5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos. 6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar. 7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial. 8. Muitas empresas estão revendo sua política de se- leção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você tra- balha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores. 9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido. 10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crian- ças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura. Participe desta campanha e contribua para Uma Infância sem Racismo. Acompanhe o tema da redução do impacto do racismo na infância e na adolescência por meio do www.unicef.org.br ou siga o UNICEF no Twitter: @unicefbrasil. Divulgue para os seus amigos! Valorizar as diferenças na infância é cultivar igualdades! O IMPACTO do racismo na infância. Unicef. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/media/1731/file/O_impacto_do_racismo_na_infancia.pdf. Acesso em: 7 jun. 2021. <4DPM_Intg19Sa_F082A (pauta complementar) Foto de criança negra. Retirado do texto original>. Multiculturalidade: Conjunto das várias culturas que existem em um mesmo território. w a v e b re a k m e d ia /S h u tt e rs to c k 63Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. Atividade 1 O texto desta atividade foi retirado de uma campanha iniciada pelo Fun- do das Nações Unidas para a Infância (Unicef), chamada “Uma Infância sem Racismo”. Inicie a atividade lendo o título do texto e pergunte: “Por que parte do título é escrita com a letra inicial maiúscula?”. Após ouvir as opiniões, ressalte que se trata do nome da cam- panha. Esclareça que o Unicef é um órgão que defende e promove os direitos da criança e do adolescente por meio de campanhas e ações. Para a leitura do texto, selecione um estudante para cada tópico enumera- do e peça a ele que leia em voz alta. Se surgirem questionamentos sobre o vocabulário, peça que destaquem as palavras ou expressões no texto para conversarem sobre elas. Após a leitura, sugira que ditem a você o que desta- caram no texto. Inicialmente, eles de- vem inferir o significado das palavras ou expressões e, se as hipóteses esti- verem no caminho certo, ajude-os a chegar ao significado correto por as- sociação ou dedução. Incentive os estudantes a procurar posteriormente pelas palavras no dicionário ou na in- ternet, se julgar necessário. Esse momento de leitura com- partilhada pode ser usado para ava- liar a fluência dos estudantes na leitura oral, segundo a PNA. Uma possibilidade é permitir que a turma faça uma leitura inicial do texto si- lenciosamente e, depois, a leitura em voz alta, alternando os estudan- tes a cada tópico ou parágrafo. PNA 95 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 954_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 95 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 2 De acordo com o cartaz a seguir e com otexto que você leu, responda: a) Observe o cartaz de propaganda. De que modo a imagem da criança representada chama a atenção para o tema da campanha? A criança da foto está com rosto sério, chamando atenção para os problemas do racismo. b) Por que a letra O da palavra racismo foi substituída pelo símbolo de proibido? Esse é recurso comum em campanhas? Foi substituída a letra pelo símbolo de proibido para chamar atenção ao que não pode acontecer. Esse recurso é comum em campanhas e cartazes. R e p ro d u ç ã o /P re fe it u ra d e T ri u n fo , P E . 64 Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. (EF04LP15) Distinguir fatos de opi- niões/sugestões em textos (informa- tivos, jornalísticos, publicitários etc.). (EF03LP19) Identificar e discutir o propósito do uso de recursos de per- suasão (cores, imagens, escolha de palavras, jogo de palavras, tamanho de letras) em textos publicitários e de propaganda, como elementos de convencimento. Atividade 2 Ajude os estudantes a ler o cartaz e identificar de que modo o racismo é condenado por meio dele. Chame a atenção para o símbolo de proibido utilizado como a letra O, para a ex- pressão da criança, que parece triste e séria, em uma alusão aos malefícios do racismo, e também para a simbo- logia da cor preta, predominante no cartaz, que ajuda a reafirmar a impor- tância dos negros e, por consequên- cia, da necessidade de combater o racismo. Após a leitura do texto e do cartaz, peça aos estudantes que res- pondam individualmente às pergun- tas e depois compartilhem algumas respostas para conhecer os diferentes pensamentos e opiniões. Lembre-os da importância de respeitar a opinião do outro. 96 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 964_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 96 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 c) Identifique, no canto inferior do cartaz, quem é responsável por essa campanha. O responsável é a Prefeitura de Triunfo (PE). d) Você acha que situações de discriminação e preconceito ainda acontecem com frequência no Brasil? Por quê? Respostas pessoais. Chame a atenção dos estudantes para a gravidade do racismo que existe no Brasil, colocando em pauta, por exemplo, que pessoas pretas e pardas são maioria entre as que recebem salários mais baixos, estão em situação de maior vulnerabilidade e têm uma evidente sub-representação na liderança de empresas, direitos e política. e) Você já presenciou alguma situação de racismo? Se sim, o que sentiu? Respostas pessoais. Mostre aos estudantes a importância de falar sobre racismo para que ele deixe de ser uma questão estrutural e possa, com a criação de consciência, ser combatido e excluído de nossa sociedade. f) Além do que você viu no texto, quais estratégias são importantes para promover mudanças que ajudem a eliminar atitudes discriminatórias? Respostas pessoais. Caso julgue conveniente, relembre o caso do assassinato de George Floyd, em 2020, por um policial branco, que gerou uma série de debates e protestos no mundo todo. Atividade 3 Converse com um colega sobre o texto das páginas 62 e 63. O que vocês entenderam sobre a campanha? Que ideias o texto oferece para fazer uma campanha? Quais são as explicações que justificam a campanha, a forma de divulgar e a frase final de alerta para os leitores? 65Projeto 3 Sugestão de site • O impacto do racismo na infância. Unicef Brasil. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/ media/1731/file/O_impacto_do_racismo_na_infancia.pdf. Acesso em: 25 jun. 2021. O texto ex- plicita os impactos de uma infância marcada por racismo e por que é tão importante tratar do problema. Sugestão de livro • LEITÃO, Miriam. Flávia e o bolo de cho- colate. São Paulo: Rocco, 2015. Livro infantil que aborda o tema adoção inter-racial. Orientações didáticas Atividade 3 Explique aos estudantes as princi- pais características de uma campanha (linguagem, formato do texto, objeti- vo e estrutura) e analisem juntos o texto, destacando todas essas carac- terísticas. Se possível, acesse o site sugerido na parte inferior desta pági- na do Manual, no qual é possível en- contrar todas as informações, peças e vídeos dessa campanha. 97 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 974_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 97 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Momento 4 Nos momentos anteriores, você conheceu as muitas faces da cultura da África por meio de informações de alguns países. Também teve oportunidade de pensar sobre as histórias que o nosso corpo pode contar. Além disso, refletiu sobre as maneiras de ver e enxergar o outro. Agora, vai conhecer um pouco da vida de pessoas que contribuíram, de modo espe- cial, para a produção de conhecimento cultural e científico no Brasil. Na sequência, você vai apreciar as pinturas do artista norte-americano Kerry James Mar- shall e conhecer o trabalho dele. Depois disso, que tal produzir telas para a Exposição de Memórias do Estudo contando um pouco do que você aprendeu? Atividade 1 Você já ouviu falar em nomes como Teodoro Sampaio, Carolina de Jesus e Machado de Assis? Sabe o que eles têm em comum? Conhece a história deles? Converse com os colegas e observem as fotos dessas pessoas. Que tipo de destaque vocês imagi- nam que eles tiveram em nossa sociedade? Leia os textos a seguir para conferir se as hipóteses de vocês se comprovaram. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937) foi engenheiro, escritor e um dos maiores pensadores de seu tempo [...] Um dos maiores engenheiros do país, além de geó- grafo e historiador, Teodoro foi o primeiro a mapear a região da Chapada Diamantina. [...] Foi também um dos homens públicos de maior importância nos debates e projetos urba- nísticos do país, no final do século XIX e início do XX. Hoje, municípios em São Paulo e na Bahia carregam seu nome, além de escolas, túnel, ruas e travessas de cinco bairros da cidade de Salvador e ruas de cidades como Feira de Santana, Curitiba, Londrina, Rio de Janeiro e Santos, entre outras. [...] Em 1886, Teodoro também integrou a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, como 1º Engenheiro e Chefe de Topografia. No governo de Prudente de Morais (1890), assumiu a chefia dos Serviços de Água e Esgoto da cidade de São Paulo. [...] SAMBIO. Associação de Amigos do Museu de Biologia Mello Leitão. Disponível em: http://sambio. org.br/teodoro-sampaio/#.YOxmU5hKhdg. Acesso em: 12 jul. 2021. A ut or ia de sc on hec ida/Arquivo da editora 66 Projeto 3 Orientações didáticas Interdisciplinaridade O Momento 4 propicia aos estu- dantes a oportunidade de conhecer intelectuais que foram muito impor- tantes para o desenvolvimento da cultura brasileira e um pintor estadu- nidense que, por meio de sua arte, retrata, nas palavras do próprio artista, “a complexidade da negritude”. Traba- lha-se sobretudo o componente Arte em associação com Língua Portu- guesa. Estratégias • Pergunte aos estudantes se já ou- viram falar das personalidades bra- sileiras apresentadas. • Apresente as obras de Kerry James Marshall e o texto sobre ele e incen- tive-os a se manifestarem a respeito. • Destaque a necessidade de orga- nizar o espaço para a Exposição do Espaço de Memórias do Estudo. Avaliação • Promova a autoavaliação dos estu- dantes como um meio de permitir o aprimoramento de seus conhe- cimentos em situações futuras de trabalho coletivo. • Sugere-se fotografar alguns mo- mentos da produção dos estudan- tes para que possam avaliar o desempenho deles e se os objeti- vos a que se propuseram foram atingidos. Atividade 1 Antes de iniciar a leitura do texto,incentive os estudantes nessa conver- sa inicial a falar sobre as expectativas deles em relação ao texto: quem ima- ginam que foram Teodoro Sampaio, Carolina de Jesus e Machado de Assis. Chame a atenção para a contribuição desses brasileiros afrodescendentes que representam parte da produção intelectual do país. Acompanhe a leitura dos textos e esclareça eventuais dúvidas. 98 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 984_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 98 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 A obra de Carolina de Jesus tornou-se referência na literatura brasileira Carolina Maria de Jesus nasceu a 14 de março de 1914, em Sacramento – MG, cidade onde viveu sua infância e adolescência. [...] Mudou-se para São Paulo, em 1947, e foi morar na extinta favela do Canin- dé, na zona norte da cidade. Trabalhou como catadora de materiais recicláveis. Guardava revistas e cadernos que achava no lixo. [...] Mesmo diante de todas as mazelas , perdas e discriminações que sofreu ao longo da vida, Carolina revelou através de sua escrita a importância do teste- munho, como meio de denúncia da desigualdade social e do preconceito racial. Sua obra mais conhecida, Quarto de despejo – Diário de uma favelada, organizada pelo jornalista Audálio Dantas e lançada em 1960, teve inicialmente uma tiragem de dez mil exemplares, os quais se esgotaram na primeira semana. Passados mais de 55 anos desde então, o livro já foi traduzido em 13 idiomas e vendido em mais de 40 países. Essa obra é uma crônica da vida na favela do Canindé, no início da “modernização” da capital paulista e do surgimento constante das periferias. Realidade cruel e perversa até então pouco conhecida. Essa literatura documentária, pela narrativa feminina, em contestação , tal como foi conhecida e nomeada pelo jornalismo de denúncia dos anos 50-60, é considerada uma obra atual, pois a temática dá conta de problemas existentes até hoje nas grandes cidades. [...] A obra de Carolina Maria de Jesus é um referencial impor- tante para os estudos culturais e literários, tanto no Brasil como no exterior e representa a nossa literatura periférica/ marginal e afro-brasileira. Um exemplo de resistência, in- teligência e capacidade que fica pra sempre na história da nossa cultura. [...] A vida e obra de Carolina de Jesus, um manifesto para a literatura periférica e afro-brasileira. Palmares - Fundação cultural. Disponível em: http://www. palmares.gov.br/?p=53353. Acesso em: 7 jun. 2021. (Adaptado.) Mazela: Desgraça, infelicidade. Contestação: Ato de não aceitar aquilo com que não se concorda. N o rb e rt o /A c e rv o U lt im a H o ra /F o lh a p re s s 67Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pres- suposições antecipadoras dos senti- dos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conheci- mentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temá- tico, bem como sobre saliências tex- tuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefá- cio, etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a ade- quação das hipóteses realizadas. Além dos nomes apresentados na atividade, vale lembrar que muitos outros podem ser citados, como João Cachoeira, Cruz e Sousa, Luís Gama, Lima Barreto, Torres Homem, José do Patrocínio, Mário de Andrade, Grande Otelo. Lance a ideia de pesquisar a vida das personalidades citadas e apresentar informações sobre elas na Exposição de Memórias do Estudo. 99 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 994_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 99 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Reprodução/Fundação B iblio te ca N a c io n a l, R io d e J a n e iro , R J . Machado de Assis foi um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa Em 1839, nasce no Rio de Janeiro, em 21 de junho, Joaquim Maria Machado de Assis, filho do brasileiro Francisco José de Assis e da açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis. Publica seu primeiro poema, “Ela” [em 1855], após tornar-se colaborador do jornal Marmota Fluminen- se, de Francisco de Paula Brito. No ano seguinte, como aprendiz de tipógrafo, entra para a Tipografia Nacional. A partir de 1859, colabora na revista O Espelho (que foi publicada até janeiro de 1860), como crítico teatral. Em 1864, é publicado seu primeiro livro de versos, Crisálidas. A partir de 1872 seus romances são publicados. Em 1897, participa da inauguração e é eleito o primeiro presidente da recém- -fundada Academia Brasileira de Letras – ABL. Sua presidência na Academia dura mais de 10 anos. Seu nono e último romance, Memorial de Aires, é publicado em 1908. Entra, em 1º de junho desse mesmo ano, em licença para tratamento de saúde. Falece no dia 29 de setembro, aos 69 anos de idade, no Rio de Janeiro. É enterrado, conforme sua determinação, na sepultura da esposa no Cemitério de São João Batista [no Rio de Janeiro]. Machado de Assis - Vida e obra. Ministério da Educação. Disponível em: http://machado.mec.gov.br/. Acesso em: 7 jun. 2021. (Adaptado.) Atividade 2 Você conhecia algum desses nomes? Se conhecia, conte a um colega. Se não conhecia, qual das três histórias chamou mais a sua atenção? Respostas pessoais. ¥ O que esses três brasileiros tinham em comum? E quais são as diferenças entre eles? Todos esses brasileiros eram afrodescendentes. Todos apresentam histórias de vida diferentes, mas se destacaram de alguma maneira na história brasileira. 68 Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP04) Inferir informações implí- citas nos textos lidos. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. (EF35LP17) Buscar e selecionar, com o apoio do professor, informações de interesse sobre fenômenos sociais e naturais, em textos que circulam em meios impressos ou digitais. Atividade 2 Peça aos estudantes que se reúnam em duplas ou trios e expliquem oral- mente qual personalidade, entre as mencionadas na atividade, despertou mais interesse e por quê. Em seguida, solicite que formalizem a resposta por escrito. Converse com a turma sobre o fato de algumas dessas personalida- des serem muito importantes para o panorama intelectual do país e, ainda assim, serem desconhecidas dos bra- sileiros. Sugira a possibilidade de fazer uma breve pesquisa e criar um espaço na exposição para mostrar as contri- buições artísticas e políticas dessas personalidades. 100 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 1004_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 100 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Atividade 3 Você vai conhecer agora duas obras de um grande pintor, chamado Kerry James Mar- shall. Observe cada detalhe com atenção e, depois, compartilhe suas impressões com um colega. Sem título (Pintura). Tinta acrílica sobre PVC, de Kerry James Marshall, 2009. 113,3 cm 3 109,5 cm. Tempos passados. Tinta acrílica e colagem sobre tela não esticada, de Kerry James Marshall, 2011. 289,6 cm 3 396,2 cm. H u ff P o s t B ra s il/ G a le ri a d e A rt e d a U n iv e rs id a d e d e Y a le , N e w H a v e n , E U A . R e p ro d u ç ã o /M e tr o p o lit a n P ie r a n d E x h ib it io n A u th o ri ty , M c C o rm ic k P la c e Art C o lle c ti o n , C h ic a g o , E U A . 69Projeto 3 Orientações didáticas Habilidades (EF15AR01) Identificar e apreciar for- mas distintas das artes visuais tradi- cionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capaci- dade de simbolizar e o repertório imagético. (EF15AR02) Explorar e reconhecer elementos constitutivos das artes vi- suais (ponto, linha, forma, cor, espaço, movimento etc.). (EF15AR07) Reconhecer algumas categorias do sistema das artes visuais (museus, galerias, instituições, artistas, artesãos, curadores etc.). (EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imate- rial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertó- rio relativos às diferentes linguagens artísticas. (EF35LP01) Ler e compreender, si- lenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, tex- tos curtos com nível de textualidade adequado. (EF35LP03) Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreen- são global. (EF35LP05) Inferir o sentido de pala- vras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto. Atividade 3 Durante a apreciação das imagens que integram a atividade, oriente os estudantes a observar os detalhes de cada obra. Em seguida, promova uma conversa para o compartilhamento das ideias e dos sentimentos dos es- tudantes sobre elas. 101 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 1014_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 101 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. Atividade 4 Kerry James Marshall é um artista afro-americano nascido em 1955 e conhecido por suas pinturas com enfoque nas figuras negras. Leia a seguir um trecho de uma maté- ria jornalística sobre esse pintor. Kerry James Marshall é o pintor que traduz a força da cultura negra em telas Em sua extensa retrospectiva de 35 anos de trabalho, as pinturas de Kerry James Marshall [...] convergem para um único elemento: a negritude não diluída da pele de seus personagens. O mundo pintado de Marshall não apenas ignora os per- sonagens brancos; a pele deles não tem sequer um respingo de tinta branca. A fórmula do artista para a pele apresenta três tons de preto: preto-carbono; preto-marfim e preto-ferrugem. O artista ocasionalmente incorpora sombras amarelas e azuis para completar a cor, mas nenhuma figura nas pinturas é mais escura ou mais clara do que a outra. [...] “A negritude não é negociável nessas pinturas”, Marshall explicou em uma entrevista [...]. “É também inequívoco – eles são negros –; é isso que quero que as pessoas identifiquem imediatamente. São negros para demonstrar que a negritude pode ter complexidade. Profundidade. Riqueza.”. Kerry James Marshall é o pintor que traduz a força da cultura negra em telas, de Priscilla Frank. CEERT. Disponível em: https://ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/15278/kerry-james-marshall -e-o-pintor-que-traduz-a-forca-da-cultura-negra-em-telas. Acesso em: 7 jun. 2021. (Adaptado). a) O que você achou das pinturas de Kerry James Marshall? Você já tinha visto algum trabalho parecido? Respostas pessoais. Convergir: Dirigir-se a um ponto comum. Diluído: Menos concentrado. 70 Projeto 3 Orientações didáticas Atividade 4 Esta atividade é complementar à anterior. Após a leitura do texto sobre o artista Kerry James Marshall, verifi- que se os estudantes têm algo a acrescentar sobre os quadros repro- duzidos, pois, nesse texto, são expos- tas as diretrizes e ideais que estão por trás das obras de Marshall. Motive-os a pensar em modos de retratar a di- versidade em uma grande tela, inspi- rados nos textos lidos e nos quadros apreciados. 102 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 1024_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 102 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 b) Você já ouvir falar de arte-protesto? Reúna-se com um colega e façam uma pesquisa sobre esse tipo de manifestação artística e sobre a obra de Kerry James Marshal. Registre o que mais chamou a atenção de vocês. Respostas pessoais. O esperado é que os estudantes falem sobre a possibilidade de protestar contra vários temas, como preconceito e racismo, por meio da arte. A obra de Kerry James Marshal é um exemplo desse tipo de iniciativa. c) Converse com os colegas e o professor e listem ideias do que pode ser produzido para a ex- posição usando como referência a pesquisa. Como vocês poderiam fazer uma grande pintura para representar a diversidade da África? E a diversidade do Brasil? Listem ideias e também os materiais de que vão precisar. Respostas pessoais. 71Projeto 3 Orientações didáticas Atividade 4 Item c: Uma possibilidade de complemento ao estudo da obra de Kerry Marshal é propor aos estudan- tes a criação de uma instalação ar- tística a partir do tema Diversidade, utilizando processos maker. Para isso, os estudantes seriam convida- dos a trazer sucata (latas de alumí- nio, garrafas plásticas, caixas de papelão, etc.) e, reutilizando esses materiais com criatividade, criar ma- pas dos países africanos estudados nos projetos, construir esculturas de sucata, criar bonecos que homena- geiem personalidades afrodescen- dentes e que possam ser usados em uma contação de histórias, etc. A produção pode fazer parte da ex- posição Espaço de Memória a ser organizada no Projeto 4. 103 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 1034_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 103 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. O que apre ndi sobre.. . Somos ig uais, somos plu rais! Atividade 5 Use a criatividade para mostrar a beleza da diversidade africana e brasileira por meio da pintura que você planejou. Atividade de conclusão do projeto 72 Projeto 3 Durante o desenvolvimento do projeto 3... • Eu me interessei pelo projeto? • Eu contribuí nos momentos de trabalho em dupla? • Qual foi minha atitude nos momentos de trabalho coletivo? • Como foi minha participação na criação de telas destinadas a retratar a diversidade da África e do Brasil? Atividade 5 Incentive os estudantes a diversifi- car seus registros por meio de dese- nhos, símbolos, cores. O importante aqui é a valorização da cultura afro- -brasileira em sua diversidade, ou seja, mais de um aspecto dessa cul- tura deve estar presente nesse regis- tro, que poderá ser retomado e utilizado no Espaço de Memórias a ser construído no Projeto 4. Conclusão Para acompanhar o desenvolvi- mento dos estudantes durante a execução dos trabalhos, prepare uma relação em tópicos com as prin- cipais ações a serem avaliadas. Para selecionar esses tópicos, você pode se basear nas atividades de cada Mo- mento, elegendo aquelas que forem mais relevantes. Exemplos: Com- preendeu a África como um conti- nente formado por vários países? Compreendeu a influência das cultu- ras africanas na cultura brasileira? Considere atividades que envolvam leitura, escrita, compreensão e produ- ção de texto, organização, solução de problemas, pesquisa, investigação, apresentação oral, etc. Inclua tam- bém ações relacionadas às atitudes, como: Escutou as explicações com atenção? Demonstrou interesse pelo tema? Foi colaborativo nos trabalhos em grupo? Você pode compor esses tópicos como uma tabela e preencher confor- me as atividades forem desenvolvidas, criando um critério de classificação, como “Satisfatório” ou ”Insatisfatório”, ou uma escala de “Nunca/Raramente/ Frequentemente/Sempre”, ou outra forma que julgar conveniente. Lembre- -se de que essa avaliação deverá ser individual, para cada estudante, e ela só adquire sentido pedagógico quando você a usapara fazer intervenções que ajudem o estudante a progredir em seu processo de aprendizagem. A proposta do projeto 3 foi traba- lhar com a valorização das culturas africanas, a diversidade étnica e a his- tória do continente por meio de obras de arte. Para concluir essa proposta, os estudantes vão produzir a própria obra, refletindo os assuntos tratados. Como proposta de autoavaliação, sugerem-se as perguntas do quadro a seguir para que os estudantes reflitam sobre suas posturas individuais em relação às atividades do projeto 3. 104 4_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 1044_DEPOM_Integradores_084a104_Projeto3_MP.indd 104 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 As crianças das fotos são africanas, mas as fotos não são do mesmo país: foto 1 - São Tomé e Príncipe, 2020. Foto 2 - Ruanda, 2019. Foto 3 - Moçambique, 2019. fi v e p o in ts ix /S h u tt e rs to ck O x y M /S h u tt e rs to ck X in o v a p /S h u tt e rs to ck 1 3 2 Descoberta, diversidade! PROJETO 4 73Projeto 4 • O que mais podemos aprender sobre o continente africano? • O que fazer para desenvolver novos olhares para as várias faces da África? • Como comunicar os novos olhares que os projetos anteriores provocaram? Introdução No projeto Descoberta, diversi- dade!, os estudantes finalizam o cami- nho percorrido até aqui em busca da conscientização de que esse continen- te é muito mais do que as ideias pre- concebidas permitem ver. Nesse percurso, eles entraram em contato com as várias faces da África e sua cul- tura, constituída por diferentes povos e modos de viver. A abordagem desse tema tem o propósito de garantir um olhar que descortine estereótipos. Nesse contexto, o projeto 4 pretende contribuir para a ampliação desse olhar. Estratégias • Converse com os estudantes fa- zendo perguntas mobilizadoras. • Apresente o foco do projeto, ou seja, a montagem do Espaço de Memórias do Estudo. • Explore as imagens da página e abra espaço para que a turma con- verse sobre o que observa. • Estabeleça relação entre o conteú- do da página de abertura do pro- jeto com todos os aspectos estudados nos projetos anteriores. • Avalie a possibilidade de, antes de iniciar este quarto projeto, retomar e pôr no papel o que foi feito até aqui, criando, por exemplo, um mural com palavras-chave. Isso pode ajudar na preparação do pro- duto final. Arte (EF15AR07) Ciências (EF04CI11) Habilidades Língua Portuguesa EF15LP11), (EF35LP03), (EF35LP04), (EF35LP05), (EF35LP17), (EF35LP19), (EF04LP15), (EF04LP21), (EF05LP19), (EF05LP26) Matemática (EF05MA01) (EF05MA24) 105 4_DEPOM_Integradores_105a123_Projeto4_MP.indd 1054_DEPOM_Integradores_105a123_Projeto4_MP.indd 105 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido. O projeto Descoberta, diversidade! encerrará um ciclo de intenso trabalho. Ao lado dos colegas, você pôde conhecer melhor o continente africano, estudado de diferentes perspectivas. Os contos, as danças, a arte, as histórias, as crianças e as escolas, as etnias, as heranças culturais – todos esses aspectos nos ajudaram a construir conhecimentos sobre esse continente tão rico, tão diverso e tão importante para a história do Brasil e do mundo. Neste projeto, vamos organizar tudo o que você aprendeu em um Espaço de Memórias do Estudo, que poderá ser visitado por toda a comunidade escolar e também por familiares e conhecidos. O objetivo desse espaço será expor o percurso de aprendizagem e guardar a memória de um estudo rico e cheio de significados. Para organizar o espaço de memória, vocês terão de olhar para tudo o que fizeram até aqui, nos projetos anteriores, e pensar em como apresentar o que aprenderam. Além disso, será preciso comunicar o resultado da pesquisa da turma sobre as seguintes questões: O que fazer para desenvolver novos olhares para as várias faces do continente africano? Como comunicar os novos olhares que os projetos provocaram? Novos pontos de vista sobre a África serão apresentados neste projeto. E todos eles vão se somar e trazer perspectivas diferentes para esse estudo. Afinal, a África nos diz: sou plural! Crianças em sala de aula em Uganda, 2019. projeto inic iado em: projeto enc errado em: M e h m e tO /S h u tt e rs to c k 74 Introdução ao projeto 4 Projeto 4 projeto enc errado em: Orientações didáticas Objetivos • Promover a busca das identidades individuais e coletivas em um es- paço de expressão e reconheci- mento da diversidade brasileira. • Compartilhar oralmente informa- ções, estabelecendo relações com os diferentes conhecimentos sobre a pluralidade e a diversidade exis- tentes no continente africano, com o apoio do material elaborado nos diferentes projetos. Justificativa Propor um olhar por meio da análi- se de números e dos conhecimentos tradicionais dos povos africanos pode ajudar a desconstruir as ideias precon- cebidas sobre o continente e conhecer sua diversidade. O compartilhamento dessas experiências de estudo propi- cia a integração entre o narrador e a própria memória, comunicando os resultados do que foi aprendido. Componentes curriculares Este projeto integra componentes das disciplinas Matemática e Língua Portuguesa, trabalhando a numeracia e a literacia em escrita e leitura de nú- meros e de textos, além da prática da oralidade. Já em Ciências são desen- volvidas habilidades que propiciam a identificação da passagem do tempo e do movimento do Sol e da Lua. Avaliação • Fique atento às habilidades desen- volvidas e às competências adqui- ridas pelos estudantes com os trabalhos realizados. • A avaliação ocorrerá ao longo do projeto por meio da observação do interesse e do envolvimento, das contribuições dadas e da am- pliação do conhecimento dos es- tudantes em relação ao tema. 106 4_DEPOM_Integradores_105a123_Projeto4_MP.indd 1064_DEPOM_Integradores_105a123_Projeto4_MP.indd 106 17/08/21 19:1817/08/21 19:18 Com mais de 1 bilhão de pessoas, é o segundo conti nente mais populoso . A língua portuguesa é a ofi cial em seis países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial. A universidade mais antiga do mundo é a Karueein, no Marrocos, fundada em 859. Em todo o território africano, são faladas em torno de mil línguas. Im a g e n s : B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o raCobre 20% das terras do planeta. O primeiro Estado africano foi o Egito, formado há mais de 5 000 anos. É o terceiro ma ior continente do mundo. Momento Agora, você vai conhecer a África em números! O Momento 1 será dedicado à análise de dados sobre o continente africano por meio da leitura de textos. Você já sabe que há uma visão muito negativa e pouco aprofundada sobre esse continen- te. Com a leitura dos textos propostos, você vai ampliar seu conhecimento sobre algumas ideias a respeito do modo de vida na África. Para isso, em alguns casos, será necessária a leitura de números grandes! Você sabe como ler números grandes? O que podemos aprender sobre a África por meio dos números? Contando: 1, 2, 3, e vamos lá! Atividade 1 Antes de iniciar a leitura das informações, converse com os colegas: Que tipo de da- dos vocês imaginam que vão encontrar sobre a África? O que vocês imaginam que os números podem nos contar sobre esse continente? O que você gostaria de ler sobre a África nesses textos? Agora, leia as informações a seguir e descubra alguns números relativos ao continente africano e se suas hipóteses iniciais se confirmaram. Dados interessantes sobre a África 75Projeto 4 Orientações didáticas O que vamos produzir? Exposição do Espaço de Memórias do Estudo. Interdisciplinaridade No Momento 1, são trabalhados, interdisciplinarmente, conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática, na leitura de textos com várias