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Contratação Direta na Nova Lei de Licitações

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Logística e Compras Públicas
Contratação Direta na Nova 
Lei de Licitações
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
Conteudista/s 
Monica Antinarelli (Conteudista, 2023).
Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Sumário
Módulo 1 – Contratação direta – Introdução
Unidade 1 – Considerações preliminares .............................................................. 7
1.1 Conceito e características .......................................................................................... 9
1.2 Modalidades .............................................................................................................. 10
Unidade 2 – Instrução processual ........................................................................ 12
2.1 Documento de formalização da demanda ............................................................ 13
2.3 Mapa de riscos .......................................................................................................... 20
2.4 Termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo .......... 21
2.5 Demais providências ................................................................................................ 25
Unidade 3 – Contratação direta indevida ........................................................... 35
3.1 Tipos de condutas .................................................................................................... 35
3.2 Consequências .......................................................................................................... 37
Módulo 2 – Inexigibilidade de licitação
Unidade 1 – Considerações gerais ........................................................................ 39
1.2 Definição ................................................................................................................... 39
1.2 Informações essenciais ............................................................................................ 40
1.3 O que muda em relação à Lei nº 8.666/1993 ........................................................ 41
Unidade 2 – Hipóteses legais ................................................................................ 44
2.2 Setor artístico ............................................................................................................ 46
2.3 Serviço técnico especializado .................................................................................. 48
2.4 Credenciamento ....................................................................................................... 51
2.5 Aquisição ou locação de imóvel .............................................................................. 52
Módulo 3 – Dispensa de licitação
Unidade 1 – Informações essenciais .................................................................... 54
1.1 Definição .................................................................................................................... 54
1.2 Informações essenciais ............................................................................................ 55
1.3 O que muda em relação à Lei nº 8.666/1993 ........................................................ 56
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 – Hipóteses legais ................................................................................ 58
2.1 Pequeno valor ........................................................................................................... 58
2.2 Licitação deserta, frustrada ou propostas com preços antieconômicos .......... 65
2.3 Emergência ou calamidade pública ....................................................................... 67
2.4 Demais circunstâncias ............................................................................................. 70
Módulo 4 – Alienação de bens públicos
Unidade 1 – Considerações gerais ........................................................................ 83
1.1 Nomenclatura ........................................................................................................... 83
1.2 Licitação “dispensada” ou “dispensável”? .............................................................. 84
Unidade 2 – Hipóteses legais ................................................................................ 88
2.1 Alienação de imóveis................................................................................................ 88
2.2 Alienação de móveis ............................................................................................... 94
Referências ............................................................................................................. 97
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Olá!
Desejamos boas-vindas ao curso Contratação Direta na Nova Lei de Licitações.
O curso Contratação Direta na Nova Lei de Licitações foi desenvolvido pela Escola 
Nacional de Administração Pública (Enap) em 2023. Nele, trataremos de um recorte 
da Nova Lei de Licitações (NLLC), apresentando o conteúdo das contratações diretas 
e partindo de considerações preliminares sobre o assunto, de modo a evidenciar 
as mudanças em relação à Lei nº 8.666/1993. Seguiremos com o planejamento das 
contratações diretas, modalidades de pesquisa de preços, justificativa e demais 
providências para a instrução processual. Em seguida, abordaremos os tipos de 
contratações diretas estabelecidos na Nova Lei de Licitações, a saber: inexigibilidade 
de licitação; dispensa de licitação; e licitação dispensada. As hipóteses legais para 
cada um dos três formatos serão mais bem detalhadas.
O conteúdo foi estruturado em quatro módulos, nomeadamente:
• Módulo 1: Contratação direta – Introdução;
• Módulo 2: Inexigibilidade de licitação;
• Módulo 3: Dispensa de licitação;
• Módulo 4: Licitação dispensada.
O objetivo deste curso é apresentar ao público-alvo a Nova Lei de Licitações sob a 
ótica das contratações diretas. 
Ao final deste curso, espera-se que você seja capaz de:
• Conhecer o que é contratação direta, seu fundamento e os casos em 
que é possível, além de identificar as providências necessárias, durante 
a fase de planejamento, para a instrução de um processo de contratação 
direta, bem como conhecer as hipóteses de contratação direta por 
inexigibilidade de licitação; 
• Conhecer as hipóteses de contratação direta por inexigibilidade de 
licitação;
• Conhecer as hipóteses de contratação direta por dispensa de licitação;
• Conhecer as hipóteses em que a licitação é dispensada na NLLC.
Desejamos um excelente estudo!
Vídeo – Apresentação do Curso
https://youtu.be/Io_fQbHKeec
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
 Módulo
Contratação direta – Introdução 1
Mídia 01: Contratação direta
Unidade 1 – Considerações preliminares
Ao final desta unidade, você será capaz de conhecer o que é 
contratação direta, seu fundamento e os casos em que é possível.
Vídeo 1 – Contratação direta na NLLC
A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios efetiva contratações para aquisição de 
bens ou sua alienação e para execução de serviços e obras.
Tais contratações, em razão da supremacia do interesse público que fundamenta 
o exercício da função administrativa do Estado, serão precedidas, como regra, por 
processo de licitação pública. 
https://youtu.be/FbXmHUxYfhg
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Mídia 03: Licitação
O dever de licitar decorre do art. 37, XXI, da Constituição Federal, que prevê que:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, 
ao seguinte:
[...] 
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública 
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas 
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação 
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.1
Assim como acontece com toda regra, o dever de licitar admite exceções, desde que 
estejam previstas expressamente na legislação, conforme pontua o inciso XXI acima 
transcrito. Cabe ao legislador ordinário, por meio da ponderação dos princípios 
e valores envolvidos na contenda, eleger situações que possam estar isentas da 
licitação. Dessa forma, mediante permissivo legal, a administração pública poderá 
contratar sem seu uso prévio.
1 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, [2023]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 15 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Mídia 04: Organograma das contratações públicas
Isso se justifica porque o ato de submeter todas as contratações emergenciais à 
prévia licitação poderia implicar, por exemplo, a supressão de direitos fundamentais; 
da mesma forma, a exigência do processo de licitação em uma situação em que 
há uma empresa, criada e mantida pelo Estado, cuja razão de existir é justamente 
a de executar a ação ou objeto almejado, poderia constituir-se em uma ação 
antieconômica.
Agora, aprenderemos um pouco mais sobre as contratações públicas sem licitação.
1.1 Conceito e características
São costumeiramente chamadas de “contratações diretas” aquelas contratações 
efetivadas sem o dever de prévia licitação. Nesses casos, obtém-se autorização legal 
para que seja adotado um procedimento diferente do licitatório, em que algumas 
formalidades são suprimidas ou substituídas por outras.
Embora a lei flexibilize o uso da licitação, ela elenca as hipóteses em que o 
procedimento se tornará maleável, afastando, assim, o uso da discricionariedade 
na sua escolha. Marçal Justen Filho esclarece que: 
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A contratação direta não significa que são inaplicáveis 
os princípios básicos que orientam a atuação 
administrativa. Nem se caracteriza uma livre atuação 
administrativa. O administrador está obrigado a 
seguir um procedimento administrativo determinado, 
destinado a assegurar (ainda nesses casos) a 
prevalência dos princípios jurídicos fundamentais. 
Permanece o dever de realizar a melhor contratação 
possível, dando tratamento igualitário a todos os 
possíveis contratantes.2
Isso significa dizer que, mesmo ao contratar sem licitação prévia, a administração 
pública continua obrigada a conduzir um procedimento administrativo e vinculada 
a realizar suas funções.
1.2 Modalidades
A Lei n° 14.133, de 1º de abril de 2021, prevê duas formas de contratação direta: a 
decorrente da inviabilidade de se realizar uma competição para a contratação em 
questão (inexigibilidade de licitação) e a que decorre de uma escolha pautada no 
permissivo legal já citado (dispensa de licitação).
No primeiro caso, da “inexigibilidade”, a lei declara que ela pode ser empregada 
em situação meramente derivada da natureza das coisas: se for inviável o uso da 
licitação para a contratação desejada, ela é inexigível. Destarte, o afastamento da 
licitação prévia não ocorre efetivamente em razão de uma concessão legal, mas pela 
constatação de uma impossibilidade fática. Quando a disputa for inviável, a licitação 
será inexigível. Se a disputa for possível, é obrigatória a realização de licitação, salvo 
nos casos de dispensa legal.
Já a denominada “dispensa”, por sua vez, é produto da vontade do legislador, que 
permite o afastamento da obrigatoriedade de licitação por entender que há valores 
mais importantes em jogo do que os protegidos pelo procedimento competitivo. Por 
definição, a licitação seria plenamente possível, mas é tornada opcional por opção do 
legislador. Contudo, a permissão legislativa não é vinculante para o administrador; 
isto é, ele pode, no âmbito da conveniência e oportunidade, e caso entenda ser 
mais vantajoso, proceder à contratação mediante licitação para o atendimento da 
demanda apresentada.
2 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos: Lei 
8.666/93. 18. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. p. 476.
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Portanto, em linhas gerais, a excepcionalidade que fundamenta uma contratação 
direta apenas torna o procedimento licitatório prévio desinteressante (no caso de 
dispensa) ou incompatível com a situação apresentada (no caso de inexigibilidade).
Agora que você já sabe que existem exceções à regra constitucional da licitação 
pública, que tal responder algumas questões sobre o que acabou de aprender?
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 – Instrução processual
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as 
providências necessárias durante a fase de planejamento para a 
instrução de um processo de contratação direta
 
Mídia 05: Passo a passo da instrução processual
Como visto, apesar de exceptuada a licitação prévia, a lei exige que se cumpra certa 
formalidade por meio da elaboração de procedimento administrativo. 
Os atos necessários para fins de instrução processual são levantados de forma 
expressa nos termos da Lei nº 14.133, de 2021, diferentemente da Lei nº 8.666, de 
1993, em que se apresentam predominantemente na regulamentação infralegal.
Em termos de planejamento, a Lei nº 14.133/2021 estabeleceu uma ordem de atos a 
serem praticados pelo administrador em busca da realização de contratações diretas: 
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os casos de 
inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser instruído com os seguintes 
documentos:
I – documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico 
preliminar, análise de riscos, termo de referência, projeto básico ou projeto 
executivo;
II – estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabelecida no 
art. 23 desta Lei;
III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem o 
atendimento dos requisitos exigidos;
IV – demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários 
com o compromisso a ser assumido;
V – comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilitação e 
qualificação mínima necessária;
VI – razão da escolha do contratado;
VII – justificativa de preço;
VIII – autorização da autoridade competente.3
Como se pode verificar, a fase preparatória, em especial o planejamento da 
contratação, segue exigível, visto que mesmo em hipóteses de contratação direta 
princípios como os da indisponibilidade do interesse público e da eficiência ainda 
incidem.
Nos parágrafos seguintes serão tematizados, de forma individualizada, os atos que 
integram a fase do planejamento contratual.
2.1 Documento de formalização da demanda
O documento de formalização da demanda (DFD) é aquele que formaliza a demanda 
da unidade requerente. Segundo o art. 12, VII, da Lei nº 14.133/2021 o DFD servirá 
como subsídio para a elaboração do Plano de Contratações Anuais (PCA) e não do 
procedimento singular de contratação em si. A exceção ocorrerá quando não houver 
elaboração do PCA ou se este ainda não tiver previsão da contratação pretendida;nesse caso, o DFD deve ser elaborado e anexado ao processo como registro inicial da 
3 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
fase de planejamento contratual. Caso contrário, a anexação só será providenciada 
no processo de cópia do DFD já produzido e aprovado para fins de elaboração do 
PCA.
Trata-se de um documento relativamente simples, elaborado e assinado pelo setor 
requisitante e contendo o objeto a ser contratado com quantidade, justificativa 
para a contratação e previsão de data para início do fornecimento do bem ou da 
execução da obra ou serviço.
2.2 Estudos técnicos preliminares 
Os estudos técnicos preliminares (ETP) correspondem, efetivamente, ao documento 
primordial da fase de planejamento da contratação. Seu conceito consta do art. 6º, 
XX, da Lei nº 14.133/2021:
Midia 06: ETP
[...] documento constitutivo da primeira etapa do 
planejamento de uma contratação que caracteriza o 
interesse público envolvido e a sua melhor solução 
e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou 
ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua 
pela viabilidade da contratação.4
4  BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Os objetivos do ETP encontram-se definidos no sitio do “compras governamentais”:
A elaboração dos ETP busca aprofundar o conhecimento 
sobre o problema a ser resolvido para que então seja 
definida a solução mais adequada às necessidades 
da administração, considerando o interesse público, 
os objetivos estratégicos da instituição, as opções do 
mercado, que pode ser a contratação de um serviço, 
a aquisição de um bem, a realização de uma obra, 
ou, até mesmo, a execução direta do objeto pelo 
próprio órgão/entidade. Enfim, os ETP buscam avaliar 
a viabilidade técnica, socioeconômica e ambiental de 
se realizar uma contratação.5
Seu uso é obrigatório, nos termos do art. 18, I, da Lei nº 14.133/2021, sendo que 
seus elementos foram traçados no § 1º do mesmo dispositivo legal: 
Art. 18.
[...]
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput deste artigo 
deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução, de modo 
a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação, e 
conterá os seguintes elementos:
I – descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a ser 
resolvido sob a perspectiva do interesse público;
II – demonstração da previsão da contratação no plano de contratações anual, 
sempre que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o planejamento 
da Administração;
III – requisitos da contratação;
IV – estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das 
memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem 
interdependências com outras contratações, de modo a possibilitar economia de 
escala;
5  BRASIL. ETP Digital. Portal de Compras do Governo Federal, Brasília, DF, 20 ago. 2020. 
Disponível em: https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/
etp-digital. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/etp-digital
https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/etp-digital
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
V – levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas possíveis, 
e justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a contratar;
VI – estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários 
referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que 
poderão constar de anexo classificado, se a Administração optar por preservar o 
seu sigilo até a conclusão da licitação;
VII – descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à 
manutenção e à assistência técnica, quando for o caso;
VIII – justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
IX – demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade 
e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros 
disponíveis;
X – providências a serem adotadas pela Administração previamente à celebração 
do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados 
para fiscalização e gestão contratual;
XI – contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII – descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas 
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros 
recursos, bem como logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens e 
refugos, quando aplicável;
XIII – posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o 
atendimento da necessidade a que se destina.6
Todavia, o § 2º aponta como obrigatórios apenas os seguintes itens:
a) A descrição da necessidade;
b) Estimativas das quantidades;
c) Estimativa do valor da contratação;
d) Justificativas para o parcelamento; e
e) Posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação.
Quando o ETP não contemplar os demais elementos previstos no § 1º transcrito, 
as devidas justificativas devem ser apresentadas no bojo do processo, seja de 
licitação, seja de contratação direta. No quadro abaixo você pode visualizar todos 
os elementos que compõem o ETP e a ordem em que devem ser informados no 
documento.
6  BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Midia 07: Elementos do ETP
No âmbito federal e em observância ao art. 12, VI, da Lei nº 14.133/2021, foi instituída 
a Instrução Normativa (IN) Seges/ME nº 58, de 8 de agosto de 2022, dispondo a 
respeito da elaboração do ETP e do ETP Digital. Este último constitui 
[...] ferramenta informatizada integrante da plataforma 
do  Sistema Integrado de Administração de Serviços 
Gerais – Siasg, disponibilizada pela Secretaria de Gestão 
da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão 
e Governo Digital do Ministério da Economia,  para 
elaboração dos ETP.7
7 BRASIL. Instrução Normativa Seges nº 58, de 8 de agosto de 2022. Dispõe sobre a 
elaboração dos Estudos Técnicos Preliminares – ETP, para a aquisição de bens e a contratação 
de serviços e obras, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e 
fundacional, e sobre o Sistema ETP digital. Brasília, DF: Portal de Compras do Governo 
Federal, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/
legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-
de-2022. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022
https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-2022
https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-no-58-de-8-de-agosto-de-202218Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O ETP deve ser desenvolvido pela administração pública federal, segundo o art. 3º, 
II, da IN.
Embora o uso do ETP seja obrigatório nos termos da Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos, a utilização do ETP Digital, segundo o art. 14 da IN Seges/ME nº 
58/2022, é facultada nas hipóteses dos incisos I, II, IV e VIII do art. 75, § 7º e do art. 90 
da Lei nº 14.133/2021. Ademais, seu emprego é dispensado na hipótese do inciso III 
do art. 75 da Lei nº 14.133/2021 e nos casos de prorrogação dos contratos de serviços 
e fornecimentos contínuos. Veja-se, desse modo, que o normativo excepciona o uso 
do ETP Digital em maior número, para situações em que o legislador dispensa a 
realização de licitação prévia:
Art. 75.
[...]
I – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção 
de veículos automotores; [valor atualizado para R$ 114.416,65 pelo Decreto nº 
11.317, de 29 de dezembro de 2022]
II – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil 
reais), no caso de outros serviços e compras; [valor atualizado para R$ 57.208,33 
pelo Decreto nº 11.317, de 29 de dezembro de 2022]
[...]
IV – para contratação que tenha por objeto:
a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira necessários à 
manutenção de equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor original desses 
equipamentos durante o período de garantia técnica, quando essa condição de 
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo internacional 
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas 
forem manifestamente vantajosas para a Administração;
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no caso 
de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil 
reais); (Vide Decreto nº 10.922, de 2021) (Vigência)
d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de uso ou de exploração 
de criação protegida, nas contratações realizadas por instituição científica, 
tecnológica e de inovação (ICT) pública ou por agência de fomento, desde que 
demonstrada vantagem para a Administração;
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no período necessário 
para a realização dos processos licitatórios correspondentes, hipótese em que a 
contratação será realizada diretamente com base no preço do dia;
f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional;
19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso 
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização 
requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, 
mediante autorização por ato do comandante da força militar;
h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças 
singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, hipótese 
em que a contratação deverá ser justificada quanto ao preço e à escolha do 
fornecedor ou executante e ratificada pelo comandante da força militar;
i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em estada eventual de curta 
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por 
motivo de movimentação operacional ou de adestramento;
j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis 
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, realizados por 
associações ou cooperativas formadas exclusivamente de pessoas físicas de baixa 
renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, 
com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e 
de saúde pública;
k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que inerente às finalidades do órgão ou com elas compatível;
l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipamentos destinados 
ao rastreamento e à obtenção de provas previstas nos incisos II e V do caput do 
art. 3º da Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, quando houver necessidade 
justificada de manutenção de sigilo sobre a investigação;
m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de 
doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde;
[...]
VIII – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada 
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou 
comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas, 
obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente 
para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou 
calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no 
prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da 
calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação 
de empresa já contratada com base no disposto neste inciso;
[...]
III – para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de 
licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela 
licitação:
a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas propostas 
válidas;
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
b) as propostas apresentadas consignaram preços manifestamente superiores 
aos praticados no mercado ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais 
competentes.8
2.3 Mapa de riscos
Midia 08: Mapa de riscos
Já ouviu falar sobre o gerenciamento de riscos nas licitações e no documento que as 
configura? É o mapa de riscos! 
O mapa de riscos encontra-se definido no Anexo I, XII, da IN Seges/ME nº 5, de 2017, 
que dispõe sobre a contratação de serviços pelo regime de execução indireta no 
âmbito da administração federal. Sua aplicação foi estendida também aos contratos 
regidos pela Lei nº 14.133/2021, por força da IN Seges/ME nº 94, de 26 de dezembro 
de 2022: “[...] documento elaborado para identificação dos principais riscos que 
permeiam o procedimento de contratação e das ações para controle, prevenção e 
mitigação dos impactos”.
Ainda segundo a IN Seges/ME nº 5/2017 (art. 26), o gerenciamento de riscos, 
materializado no mapa de riscos, deverá ser atualizado e anexado ao processo 
administrativo de contratação pelo menos: 
8 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
a) ao final da elaboração dos estudos preliminares;
b) ao final da elaboração do termo de referência ou projeto básico;
c) após a fase de seleção do fornecedor; e
d) após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos servidores 
responsáveis pela fiscalização.
Quanto à obrigatoriedade da elaboração do mapa de riscos, entende-se que todo o 
raciocínio utilizado em face do ETP, inclusive nos casos previstos na IN Seges/ME nº 
58, de 2022, abrange também a análise de riscos, por analogia. Assim, não obstante 
a regra geral para procedimentos licitatórios estabeleça que o ETP é obrigado a 
elaborar o mapa de riscos (art. 18, X),9 pode-se cogitar que as mesmas justificativas 
para o afastamento dos estudos técnicos preliminares também se aplicariam à 
análise de riscos, de modo que a ela se estende a mesma conclusão.
2.4 Termo de referência, anteprojeto, projeto 
básico ou projeto executivo
Pela combinação dos incisos I e II do art. 18 daLei nº 14.13/2021, tem-se que termo 
de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo serão confeccionados 
a partir do conteúdo desenvolvido no ETP.  É o que definiu também o art. 6º da 
IN Seges/ME nº 81, de 25 de novembro de 2022, que dispõe sobre a elaboração 
do termo de referência (TR), no âmbito da Lei nº 14.133/2021, pela administração 
pública federal. Nos termos dessa IN, TR é um documento obrigatório para qualquer 
tipo de contratação pública, inclusive sem licitação prévia. Sua formalização só pode 
ser dispensada, no caso das contratações diretas, na hipótese constante do inciso III 
do art. 75 da Lei nº 14.133/2021:
Art. 75.
[...]
III – para contratação que mantenha todas as condições definidas em edital de 
licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que naquela 
licitação:
9 “Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve 
compatibilizar-se com o plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 
desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as 
considerações técnicas, mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação, 
compreendidos: [...] X – a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e 
a boa execução contratual” (BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e 
Contratos Administrativos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023).
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas propostas 
válidas;
b) as propostas apresentadas consignaram preços manifestamente superiores 
aos praticados no mercado ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais 
competentes.10
A IN Seges/ME nº 81/2022 trata ainda da elaboração do TR digital, cujo intuito, assim 
como é o do ETP Digital e de demais documentos virtualizados, é permitir a sua 
divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), conforme exigência 
do art. 54 da Lei nº 14.133/2021.
Midia 9: Termo de referência digital
A Lei nº 14.133/2021 utiliza a terminologia “projeto básico” apenas para contratações 
de obras ou serviços de engenharia, de acordo com seu art. 46, enquanto “termo de 
referência” é a nomenclatura adotada para contratações em geral.
O art. 6º, XXIII, dessa lei descreveu de forma detalhada o conceito e o conteúdo do 
termo de referência: 
Art. 6º.
[...]
XXIII – termo de referência: documento necessário para a contratação de bens e 
serviços, que deve conter os seguintes parâmetros e elementos descritivos:
10  BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do 
contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorrogação;
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estudos 
técnicos preliminares correspondentes ou, quando não for possível divulgar 
esses estudos, no extrato das partes que não contiverem informações sigilosas;
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
d) requisitos da contratação;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o 
contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o seu 
encerramento;
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto será 
acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade;
g) critérios de medição e de pagamento;
h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários 
referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, 
com os parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os respectivos 
cálculos, que devem constar de documento separado e classificado;
j) adequação orçamentária.11
Já o projeto básico encontra-se definido no art. 6º, XXV, do mesmo dispositivo legal:
Art. 6º.
[...]
XXV – projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível 
de precisão adequado para definir e obra ou serviço, ou complexo de obras 
ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos 
técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento 
do impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação do custo 
da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.12
11 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023. Grifo nosso.
12 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023. Grifo nosso.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Seu conteúdo consta também da redação do inciso XXV, conforme segue:
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios 
geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socioambientais e 
demais dados e levantamentos necessários para execução da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de 
forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto executivo e da realização 
das obras e montagem, a necessidade de reformulações ou variantes quanto à 
qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e 
equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas especificações, de 
modo a assegurar os melhores resultados para o empreendimento e a segurança 
executiva na utilização do objeto, para os fins a que se destina, considerados os 
riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua 
execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de métodos 
construtivos, de instalações provisórias e de condições organizacionais 
para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, 
compreendidos a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de 
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório 
exclusivamente para os regimes de execução previstos nos incisos I, II, III, IV e VII 
do caput do art. 46 desta Lei.13
O projeto básico pode ser desenvolvido pela administração pública ou por 
terceiros. Há previsão, na Lei nº 14.133/2021, de contratação de particulares para 
desenvolvimento do projeto básico, inclusive como hipótese de inexigibilidade de 
licitação (art. 74, III). 
Ao se tratar da contratação de obras e de serviços de engenharia a serem 
executados sob o regime de contratação integrada, a lei de licitaçõesprevê a 
necessidade de elaboração, pelo administrador, de um documento denominado 
“anteprojeto”, destinado a nortear a elaboração do projeto básico e do projeto 
executivo pelo licitante vencedor. Quanto a este último, se for o caso de uma 
13 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023. Grifo nosso.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
contratação semi-integrada ou integrada, a contratada deverá elaborar o projeto; 
já nos demais casos, a administração deverá assumir tal incumbência. 
Além dos documentos nomeados acima, existem ainda outras providências 
essenciais na instrução do processo de contratação direta. Vejamos quais são elas.
2.5 Demais providências
2.5.1 Estimativa de preços
Com o propósito de aferir a vantajosidade na contratação a ser efetivada, ajustes 
realizados sem prévia licitação deverão ser instruídos ainda com estimativa de 
preços feita a partir de pesquisa elaborada na forma do art. 23 da Lei nº 14.133/2021. 
Segundo esse artigo, a estimativa da contratação deve ser compatível com os valores 
praticados no mercado, considerando os preços constantes de bancos de dados 
públicos e as quantidades a serem contratadas, observando-se ainda a potencial 
economia de escala e as peculiaridades do local de execução do objeto. Dessa 
forma, se na pesquisa de preços for identificada uma potencial economia de escala 
por meio de maior aquisição de determinado bem ou da unificação de serviços em 
um único contrato, isso deve ser considerado no momento da quantificação do 
objeto e do cálculo do valor estimado. No mesmo sentido, se as peculiaridades do 
local da prestação indicarem a ausência de fornecedores interessados, caso não 
seja atendida a definição de um quantitativo mínimo que viabilize a contratação, 
também deve ser considerada tal circunstância para obtenção do preço estimado.
Para a contratação de bens e serviços em geral, a Lei nº 14.133/2021, em seu art. 
23, § 1º, estabelece alguns parâmetros a serem observados:
Midia 10: Bens e serviços em geral
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
a) composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do bem ou a serviço 
correspondente no Painel de Consultas do PNCP;
Midia 11: Painel de consultas do PNCP
b) contratações similares feitas pela administração em execução ou concluídas até 
um ano depois da data da pesquisa (inclusive para o Sistema de Registro de Preços); 
Midia 12: Contratações similares
c) pesquisa publicada em mídia especializada, tabela aprovada pelo Executivo 
Federal, sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo com data e hora de 
acesso;
Mídia 13: Data e hora de acesso
d) pesquisa feita diretamente com fornecedores junto ao mercado, em número 
mínimo de três orçamentos, mediante cotação realizada até seis meses antes do 
edital e com justificativa para a escolha dos fornecedores consultados;
Midia 14: Mínimo de três orçamentos
27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
e) pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas.
Mídia 15: Nota fiscal eletrônica
Quando se fala na contratação de obras e serviços de engenharia, 
Midia 16: Obras e serviços de engenharia
os parâmetros não variam muito. A principal diferença reside no fato de que a 
composição de custos unitários será a mesma aferida em valor igual ou inferior 
à mediana do bem informada no Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), 
para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou no Sistema Nacional de 
Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi), para as demais obras e 
serviços de engenharia. Além disso, a lei não prevê o critério da pesquisa junto ao 
mercado fornecedor.
Mídia 17: Sinapi
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Mídia 18: Sicro
Porém, nem sempre é possível que a administração se utilize de tais parâmetros 
para a efetivação de uma contração direta, razão pela qual o art. 23, § 4º, da Lei 
nº 14.133/2021 admite que a vantajosidade da contratação seja confirmada pelo 
contratado, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas para outros 
contratantes (organizações públicas ou privadas), no período de até um ano 
anterior à data da contratação pela administração – preferencialmente em número 
mínimo de três –, ou por outro meio idôneo que comprove que o valor do contrato 
é compatível com os preços praticados em contratações semelhantes de objetos da 
mesma natureza.
Na forma da regulamentação federal (IN Seges/ME nº 65, de 7 de julho de 2021), 
admite-se como meio idôneo a justificativa de preço com objetos semelhantes de 
mesma natureza quando for a primeira vez que o objeto é comercializado pelo 
contratado, desde que sejam apresentadas especificações técnicas que demonstrem 
similaridade com o objeto pretendido.
Para as contratações de pequeno valor – incisos I e II do art. 75 da 
Lei nº 14.133/2021 –, a estimativa de preços poderá ser realizada 
concomitantemente à seleção da proposta economicamente 
mais vantajosa, por meio de solicitação formal de cotações a 
fornecedores.
29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.5.2 Demonstração da compatibilidade da previsão de recursos 
orçamentários com o compromisso a ser assumido
Mídia 19: Compatibilização orçamentária
A compatibilização orçamentária ocorrida previamente ao ato de contratação 
é algo exigido para todo tipo de contratação, não só a direta. Ela deve ser observada, 
pela leitura do art. 105 da Lei nº 14.133/2021, a cada exercício financeiro, de forma 
que, para contratos de duração superior a um exercício financeiro, o ordenador 
de despesas deve declarar a disponibilidade de créditos orçamentários para os 
exercícios seguintes, bem como garantir que os recursos orçamentários sejam 
previstos também no plano plurianual.
2.5.3 Comprovação de que o contratado preenche os requisitos de 
habilitação e qualificação mínima necessária
Mídia 20: Requisitos de habilitação e qualificação
Os requisitos de habilitação são os listados nos arts. 62 a 70 da Lei nº 14.133/2021, 
aferidos em fase de mesmo nome, cuja finalidade principal é verificar a aptidão 
do contratado para executar o objeto em questão. Já as condições de contratação 
ou participação consistem em verificar se existe qualquer impeditivo à celebração 
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
de contratos com a empresa em questão, bem como em checar eventuais débitos 
existentes, caso tal medida seja prevista como obrigatória; em outras palavras, se 
há algum impedimento à efetivação do contrato com o fornecedor escolhido por 
existência de alguma sanção impeditiva da contratação (impedimento de contratar 
ou declaração de inidoneidade), seja na Lei nº 14.133/2021, seja na Lei de Improbidade 
Administrativa (Lei nº 8.429, de 1992), ou mesmo em razão de inidoneidade aplicada 
pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 
2.5.4 Elaboração de parecer jurídico ou parecer técnico
Mídia 21: Parecer técnico e jurídico
Você sabia que o parecer jurídico é sempre necessário, ainda que de forma 
referencial? É nesse sentido a Orientação Normativa AGU nº 55, de 2014:
I – Os processos que sejam objeto de manifestação jurídica referencial, isto é, 
aquela que analisa todas as questões jurídicas que envolvam matérias idênticas 
e recorrentes, estão dispensados de análise individualizada pelos órgãos 
consultivos, desde que a área técnica ateste, de forma expressa, que o caso 
concreto se amolda aos termos da citada manifestação.14
Apenas em casos muito específicos é que se pode “dispensar” a análise jurídica 
obrigatória. As situações para dispensa da manifestação jurídica e aprovação dasminutas são: dispensa de pequeno valor ou inexigibilidade nos mesmos montantes 
14 BRASIL. Orientação Normativa AGU nº 55, de 23 de maio de 2014. Manifestação Jurídica 
Referencial Referência: Parecer nº 004/ASMG/CGU/AGU/2014. Brasília, DF: Advocacia-Geral da 
União, 2014.
31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
máximos; ausência de dúvida jurídica; e utilização de uma minuta contratual 
padronizada.
Para conhecer os modelos padronizados da AGU para contratação 
direta, acesse o link: https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/
cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/modelos-da-lei-no-14-
133-21-para-contratacao-direta
A elaboração de parecer técnico, por sua vez, pode ou não ser requerida, a depender 
do tipo de contratação: nos casos de notória especialização, por exemplo, sua 
presença é recomendável.
Razão da escolha do contratado
Mídia 22: Razão da escolha do contratado
A contratação direta se diferencia da precedida por procedimento de licitação no 
tocante à escolha do contratado, haja vista que no primeiro caso essa escolha 
é realizada subjetivamente pela administração, e não objetivamente por um 
processo. O fator determinante para a escolha dependerá da hipótese que legitima 
a contratação direta: 
a) quando há exclusividade na execução do objeto contratual, a justificativa não é 
para a escolha do contratado em si, já que nenhuma escolha é possível, mas para a 
solução de fornecimento exclusivo;
b) na contratação precedida por credenciamento, quando houver possibilidade de 
escolha, esta pode decorrer de procedimentos objetivos (sorteio, por exemplo); 
caso contrário, isto é, quando todos os interessados credenciados são contratados, 
tal justificativa perde a razão de ser, bastando que seja atestado o cumprimento do 
procedimento previsto;
https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-contratacao-direta
https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-contratacao-direta
https://www.gov.br/agu/pt-br/composicao/cgu/cgu/modelos/licitacoesecontratos/modelos-da-lei-no-14-133-21-para-contratacao-direta
32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
c) no caso do serviço técnico especializado, a administração deve demonstrar que o 
contratado escolhido possui notório conhecimento específico e que tal especialização 
é perfeitamente adequada para a demanda. Ademais, não somente deve haver a 
demonstração da notória especialização, mas esta deve ser o diferencial da escolha;
d) nas contratações por dispensa de licitação, considerando que a competição é 
possível, mas discricionariamente afastada, a justificativa da escolha normalmente 
recai sobre o melhor preço após a realização da pesquisa viável ou sobre o 
contratado que apresentar melhor técnica e preço, quando essa opção for a mais 
recomendada. Deve-se apenas atentar para que os termos da justificativa não 
desnaturem nem a dispensa como tal (por exemplo, justificar argumentando tratar-
se do único fornecedor possível pode gerar enquadramento como inexigibilidade) 
nem a hipótese específica de dispensa.
2.5.6 Justificativa do preço
Mídia 23: Justificativa do preço
A justificativa de preço tem maior razão de ser nas contratações por dispensa 
de licitação quando há, verdadeiramente, disponibilidade da oferta do objeto no 
mercado por mais de um fornecedor. Nesse caso, o administrador precisa justificar 
o preço praticado pelo contratado, o que não exige a escolha do fornecedor com 
preço inferior ao de mercado ou à média obtida, apesar de a vantajosidade poder 
estar implicada em outros argumentos. 
No caso de inexigibilidade de licitação, todavia, sequer é possível falar em “preço de 
mercado”. Uma vez que a competição é inviável, o preço adotado é o valor regular 
do próprio contratado, e a pesquisa de preços é empregada apenas para comprovar 
a inexistência de locupletamento do fornecedor em relação à administração pública 
quando comparado com os contratos efetivados com a iniciativa privada, por 
exemplo. Contudo, mesmo havendo divergências entre o preço obtido em pesquisa 
e o da contratação que se pretende formalizar, é possível é possível justificativar a 
escolha em face das circunstâncias em que é efetivada a contratação, como, por 
exemplo, inflação, variação cambial, modificação de especificações, etc.
33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.5.7 Autorização da autoridade competente 
Mídia 24: Autorização da autoridade competente
Trata-se de ato análogo ao reconhecimento e à ratificação que existiam na Lei nº 
8.666/1993, com algumas diferenças: 
a) não há mais necessidade da prática de dois atos, bastando uma única autorização;
b) à luz da Lei nº 9.784, de 1999, que dispõe sobre o processo administrativo federal, 
a competência para a prática do ato pertence à autoridade competente para firmar 
o próprio contrato, com ressalvas nos casos de atribuição específica nos regimentos 
internos do órgão ou entidade administrativa que realizará contratação direta;
c) o ato deve ser publicado no PNCP, por exigência do legislador.
É oportuno registrar que a permissão da autoridade competente deve 
consubstanciar-se no último ato do procedimento. Depois de decorrido todo o 
processo, a autoridade competente decidirá, ao final e embasada nos pareceres 
jurídico e técnico, se existe irregularidade a demandar saneamento ou anulação 
ou se há motivo para revogação por conveniência e oportunidade. Caso contrário, 
procederá com a autorização da contratação.
No quadro abaixo, pode-se verificar as situações em que a lei dispensa a anexação 
de alguns documentos na instrução dos processos de contratação direta.
34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Instrução processual Dispensado
DFD ou DOD Quando previsto no PCA.
ETP Dispensa de licitação em razão do baixo valor da 
contratação; por licitação anterior deserta ou fracassada 
em razão do objeto a ser contratado; em situação de 
emergência ou calamidade pública e para contratação 
de remanescente; e nos casos de prorrogações dos 
contratos de serviços e fornecimentos contínuos.
Termo de referência Dispensa de licitação por licitação anterior deserta ou 
fracassada.
Estimativa de preços -
Compatibilização 
orçamentária
Sistema de Registro de Preços
Requisitos de 
habilitação e 
qualificação
-
Razão da escolha 
do contratado
-
Justificativa do preço -
Parecer técnico Depende do tipo de contratação.
Parecer jurídico Dispensa de licitação em contratações de pequeno 
valor ou inexigibilidade nos mesmos montantes 
máximos; quando não houver dúvida jurídica; e quando 
for usada uma minuta contratual padronizada.
Autorização -
Publicação 
extrato PNCP
-
Mídia 25: Quadro Instrução processual – exceções exigências documentais
35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 3 – Contratação direta indevida
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer as situações 
em que a contratação direta poderá acontecer de forma indevida
Observados todos os requisitos legais e devidamente instruído o processo de 
contratação direta, o mesmo desenvolver-se-á de forma regular, desencadeando-se 
na autorização da contratação pela autoridade competente e, posteriormente, na 
formalização do contrato com o fornecedor ou executor do objeto.
Existem situações, porém, em que a contratação direta pode vir a ser efetivada de 
forma indevida, levando à responsabilização dos envolvidos por eventuais danos 
que venham a ser causados ao erário. Trata-se da hipótese discriminada no art. 73 
da Lei nº 14.133/2021:
Art. 73. Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com dolo, fraude 
ou erro grosseiro, o contratado e o agente público responsável responderão 
solidariamente pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras sanções 
legais cabíveis.15
3.1 Tipos de condutas
Segundo a Lei nº 14.133/2021, pode ocorrer contratação direta irregular quando 
houvera presença de dolo, fraude ou erro grosseiro.
Mídia 26: dolo, fraude e culpa
15 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O dolo, para Hugo Sales, “[...] corresponde à intenção de praticar o ato (dolo direto) 
ou a assunção dos riscos associados à conduta em questão (dolo indireto)”. A fraude, 
por sua vez, é “[...] uma forma específica de dolo, a intenção direcionada a fim já 
indicado pela lei, mas ainda assim, intenção, de modo que merecendo o mesmo 
tratamento”. Por fim, “[...] a culpa consiste em agir com negligência, impudência ou 
imperícia”.16 
Todavia, como pode-se observar a partir do conteúdo normativo, 
a simples culpa não basta; é necessário que se trate de “culpa 
grave”, configurando-se um erro grosseiro, conforme define 
o TCU: “[...] erro grosseiro é o que decorreu de uma grave 
inobservância de um dever de cuidado, isto é, que foi praticado 
com culpa grave”.17 A culpa grave ou o erro grosseiro estaria, 
portanto, relacionado com o grau de reprovabilidade da conduta. 
Erro grosseiro, nesse sentido, “[...] é a  falsa representação dos 
fatos ou do direito aplicável, que fundamenta ação ou omissão 
lesiva, evitável, antijurídica, grave e indesculpável”.18
Pode-se observar algumas características similares entre o conceito de erro 
grosseiro e as demais condutas que podem implicar uma contratação indevida. A 
primeira delas é o fato de se tratar de conduta lesiva, isto é, que é capaz de gerar 
um dano efetivo ao erário. A segunda se refere à antijuridicidade ou ilicitude da 
conduta, ou seja, quando esta é contrária ao ordenamento jurídico. Aqui já podemos 
identificar três dos elementos essenciais para a imputação da responsabilidade dos 
envolvidos: a) conduta imputável a uma das partes envolvidas; b) conduta contrária 
ao ordenamento jurídico (dolo, fraude ou erro grosseiro); e c) dano ao erário. 
A definição do agente, nos termos legais, envolve tanto o público como o privado. 
Assim, a conduta antijurídica poderá ser praticada tanto pelo agente público quanto 
pelo contratado.
Contudo, um último elemento essencial é o nexo de causalidade entre a conduta 
antijurídica e o dano ao erário. 
 
16 SALES, Hugo Teixeira Montezuma. Comentários ao art. 73. In: SARAI, Leandro. Tratado da 
Nova Lei de Licitações de Contratos Administrativos: Lei 14.133/21. Comentada por 
Advogados Públicos. São Paulo: Juspodium, 2021. p. 878.
17 BRASIL. Tribunal de Contas da União. Acórdão nº 2.860/2018. Relator. Min. Benjamin Zymler, 7 
jan. 2019.
18 MODESTO, Paulo. O erro grosseiro administrativo em tempos de incerteza. Consultor Jurídico, 
São Paulo, 30 jul. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jul-30/interesse-publico-
erro-grosseiro-administrativo-tempos-incerteza. Acesso em: 10 jan. 2023.
https://www.conjur.com.br/2020-jul-30/interesse-publico-erro-grosseiro-administrativo-tempos-incerteza
https://www.conjur.com.br/2020-jul-30/interesse-publico-erro-grosseiro-administrativo-tempos-incerteza
37Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O nexo causal é o vínculo lógico entre determinada conduta e o dano suportado. É 
fundamental identificar a existência do nexo de causalidade para se concluir quem 
foi o causador do dano, a fim de que este seja responsabilizado.
Mídia 27: Nexo causal
Quanto ao nexo causal, é importante ressaltar que ele não estará presente nos casos 
de fato de terceiro, fato da vítima, caso fortuito ou força maior. Tais ocorrências 
excluem o nexo de causalidade e, consequentemente, a responsabilidade do agente. 
Vamos conhecer cada uma dessas excludentes do nexo de causalidade?
O fato de terceiro ocorre quando não é a conduta do agente que causa a produção 
dos danos, de modo que é o comportamento do terceiro que influencia na causa 
exclusiva do resultado. O fato da vítima  é aquele atribuído exclusivamente a 
comportamento do próprio lesado. Caso fortuito é o evento totalmente imprevisível 
que decorre de ato humano ou de evento natural. Já a força maior constitui um 
evento previsível, mas inevitável ou irresistível, decorrente de uma ou outra causa.
3.2 Consequências
Considerando a ocorrência de todos os elementos – conduta antijurídica, nexo 
causal e dano efetivo ao erário – estará caracterizada a responsabilidade do agente. 
Tal responsabilidade está relacionada à recomposição da parte lesada, que no caso 
do art. 73 da Lei nº 14.133/2021 corresponde ao erário público. Trata-se, assim, de 
responsabilidade civil, não obstante o normativo não afaste as outras sanções legais 
cabíveis. Ademais, essa responsabilidade será solidária, conforme previsto no art. 
264 do Código Civil: 
38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um 
credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.19
 
Nesse sentido, havendo mais de um devedor responsável por uma mesma dívida, 
qualquer uma das partes pode ser cobrada pelo credor para pagar a integralidade 
do valor devido, incumbindo a quem pagar cobrar as respectivas quotas-partes dos 
demais.
O intuito é que o erário não fique no prejuízo, tendo a opção de cobrar de qualquer 
um dos responsáveis a reparação do dano causado. Se um deles se mostrar 
insolvente, poderá buscar junto aos demais o ressarcimento.
Finalizamos a primeira parte do nosso curso, na qual você pôde ter uma visão geral 
sobre o processo de contratação direta pela administração pública. Vamos ver 
quanto dessas informações você conseguiu apreender até agora? Faça os exercícios 
a seguir e veja o resultado.
19 BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2002. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406compilada.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
39Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Midia 28: Inexigibilidade de licitação
Unidade 1 – Considerações gerais
Ao final desta unidade, você será capaz de conhecer as hipóteses 
de contratação direta por inexigibilidade de licitação
Vídeo 2 – Inexigibilidade de licitação
1.2 Definição 
Como pudemos observar, uma das modalidades de contratação sem licitação 
prévia é a inexigibilidade. Aqui se excepciona a regra geral da licitação, haja vista a 
inviabilidade da competição. Dessa forma, sempre que a realização de competição 
por intermédio de licitação se mostrar inviável, será o caso de contratação por 
inexigibilidade.
 Módulo
Inexigibilidade de licitação2
https://youtu.be/yDb2Ir582AI
40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1.2 Informações essenciais
Diante disso, o rol de situações discriminadas na Lei nº 14.133/2021 
em que é possível a inexigibilidade de licitação é meramente 
exemplificativo e subordinado ao caput do art. 74: “É inexigível a 
licitação quando inviável a competição”.20
Nesse contexto, em situações que não se enquadrem totalmente em um dos incisos 
do art. 74, ou que estejam em mais de um deles, poderão ser realizadas contratações 
por inexigibilidade de licitação. Um exemplo da possibilidade de enquadramento 
múltiplo foi ilustrada na Orientação Normativa (ON) AGU nº 18, de 2009, redigida em 
face da Lei nº 8.666/1993, mas que guarda pertinência também com as hipóteses da 
Lei nº 14.133/2021:
Contrata-se por inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, caput 
ou inciso II, da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, pessoas naturais e jurídicas 
para ministrar cursosfechados para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal 
ou a inscrição em cursos abertos.
O art. 25, caput, como fundamento, impõe a constatação da inviabilidade de 
competição por ausência de critério objetivo de seleção ou por exclusividade do 
objeto perseguido pela administração, mediante robusta instrução dos autos do 
processo administrativo, sem prejuízo da fiscalização e controle ainda maiores 
por parte dos órgãos competentes.
A motivação legal com base no art. 25, inciso II, da Lei n° 8.666, de 1993, exige 
a identificação dos requisitos da notória especialização e da singularidade do 
curso.21
Na hipótese levantada na ON acima, tanto a ausência de critério objetivo de seleção 
(art. 74, III) como a exclusividade do objeto perseguido pela Administração (art. 74, I) 
são fundamentos para a inviabilidade de competição (art. 74, caput).
20 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
21 BRASIL. Orientação Normativa AGU nº 18, de 1º de abril de 2019. Contrata-se por 
inexigibilidade de licitação com fundamento no art. 25, inc. II, da Lei nº 8.666, de 1993, 
conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal, ou a 
inscrição em cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade do objeto e verificado 
tratar-se de notório especialista. Brasília, DF: Advocacia-Geral da União, 2019.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
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41Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O professor Marçal Justen Filho22 classifica as causas de inviabilidade de competição 
em dois grandes grupos, tendo por critério a sua natureza. No primeiro, enquadram-
se os casos de inviabilidade por ausência de pluralidade de sujeitos em condição 
de contratação. O segundo grupo abrange os casos de inviabilidade relacionada à 
natureza do objeto a ser contratado, cujas características funcionam como causas 
impeditivas da concorrência. 
Das categorias elencadas pelo renomado estudioso podemos extrair as hipóteses 
previstas legalmente, seja na Lei nº 8.666/1993, seja na Lei nº 14.133/2021.
Convém salientar, ademais, que a inviabilidade da competição 
será determinada pela natureza da demanda da administração 
– que deverá estar devidamente caracterizada no processo de 
contratação direta – e não pela vontade dos seus agentes. A 
peculiaridade que induz à inviabilidade da competição estaria 
no “interesse público a ser satisfeito”, em detrimento do objeto 
ofertado. A singularidade do objeto contratado seria reflexo da 
especialidade do interesse público.
Logo, tal circunstância, fruto de regular planejamento da contratação, precisa estar 
muito bem demonstrada nos autos.
1.3 O que muda em relação à Lei nº 8.666/1993
Inicialmente, é importante consignar a evolução legislativa ocorrida em relação 
ao art. 25, I, da Lei nº 8.666/1993, uma vez que a redação do art. 74, I, da Lei nº 
14.133/2021 inclui de forma expressa a contratação de serviços no rol dos objetos 
com fornecimento exclusivo.
Além disso, o § 1º do art. 74 representa um grande avanço em relação à disciplina 
da Lei nº 8.666/1993, que exigia atestado emitido por uma instituição específica para 
comprovação da exclusividade. Tal previsão não garantia o fornecimento de atestados 
idôneos para comprovar a exclusividade do serviço, já que causava em grande parte 
a emissão de atestados pro forma, com o mero intuito de cumprir o que era solicitado 
na lei. A redação da Lei nº 14.133/2021, ao exigir a apresentação de “[...] documento 
idôneo capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor, 
empresa ou representante comercial exclusiva”23 (art. 74, § 1º), acaba invertendo a 
lógica, uma vez que não importa qual seja a documentação utilizada para comprovar 
a exclusividade do fornecimento, desde que tal exclusividade seja demonstrada.
22 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos: Lei 
8.666/93. 18. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. p. 595.
23 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
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42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Na hipótese do art. 74, II, da Lei nº 14.133/2021, não se observa uma grande distinção 
entre a contratação de serviços artísticos no regime antigo e no regime novo, a não 
ser pela restrição legal contida no § 2º do art. 74:
§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se 
empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que possua contrato, declaração, 
carta ou outro documento que ateste a exclusividade permanente e contínua de 
representação, no País ou em Estado específico, do profissional do setor artístico, 
afastada a possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de 
empresário com representação restrita a evento ou local específico.24
A respeito do agenciamento, o parágrafo transcrito tem duas funções: estabelecer 
a forma de comprovação da exclusividade do fornecedor (empresário) e limitar a 
inexigibilidade de licitação no caso de exclusividade para local ou evento específico.
É possível perceber que a Lei nº 8.666/1993 não traz essas restrições expressamente. 
Todavia, tais limitações na lei antiga eram observadas por conta de entendimentos 
jurisprudenciais do TCU sobre o tema que foram se formando ao longo dos anos. 
Com efeito, segundo o TCU, deve haver a comprovação da exclusividade de 
representação por intermédio de contrato ou outro meio que demonstre uma 
relação contínua, não sendo admitido atestado de exclusividade restrito ao dia 
e à localidade do evento, em conformidade, por exemplo, com os acórdãos nº 
8.493/2021 (Segunda Câmara) e 2.235/2014 (Plenário). Além disso, há acórdãos 
exigindo o registro do contrato em questão em cartório (acórdãos nº 12.148/2018 
[Segunda Câmara] e 1.435/2017 [Plenário]).
Em relação ao art. 74, III, da Lei nº 14.133/2021, do ponto de vista estritamente literal, 
a diferença de tratamento em relação à Lei nº 8.666/1993 está na menção a serviço 
“predominantemente intelectual”, além de haver mais uma hipótese de serviço 
técnico: controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e 
laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras 
e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no disposto 
nesse inciso (art. 74, III, h), enquanto que o art. 25, II, da Lei nº 8.666/1993 trata de 
“natureza singular”. De qualquer maneira, entende-se que, em ambos os regimes 
jurídicos, exige-se que o serviço prestado seja de natureza singular, especial, única 
24 BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14133.htm
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43Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
e extraordinária para que se possa fundamentar uma escolha direta, sem licitação. 
Com efeito, se a administração precisa contratar alguém com notória especialização, 
é porque esta é determinante para sua necessidade, tornando o serviço especial, 
único e singular (não necessariamente exclusivo), e é esse serviço especial que se 
necessita para atender a uma demanda igualmenteúnica.
O último ponto que requer um exame comparativo é a aquisição ou locação de 
imóvel pela administração pública. Identifica-se uma variação de tratamento 
importante nas leis nº 8.666/1993 e 14.133/2021. 
O art. 24, X, da Lei nº 8.666/993 prevê a possibilidade de dispensa da licitação para 
aquisição ou locação de imóvel “[...] cujas necessidades de instalação e localização 
condicionem a sua escolha”.25 O plenário do TCU (Acórdão nº 1.273/2018) apontou, 
em relação à aquisição ou locação de imóvel sob a égide da Lei nº 8.666/1993, algumas 
hipóteses que poderiam ser extraídas da redação do art. 24, X: a) inexigibilidade de 
licitação: quando houver apenas um imóvel capaz de cumprir os requisitos para a 
contratação, uma vez que é inviável à competição quando o mercado apresentar 
apenas uma opção apta a atender a demanda da administração; ou b) dispensa de 
licitação: existem dois ou mais imóveis disponíveis no mercado que cumprem os 
requisitos para a contratação, mas razões relacionadas à instalação ou localização 
do bem condicionam a escolha da administração por um ou outro imóvel. Neste 
último caso, a competição é viável e ambas as opções atendem à demanda da 
administração, mas a lei dá ao administrador o poder discricionário de escolher 
diretamente a contratada, desde que por razões de instalação ou localização.
O art. 74, V, da Lei nº 14.133/2021, por sua vez, limita a contratação direta para aquisição 
ou locação de imóvel pela administração pública apenas à hipótese de inexigibilidade, 
isto é, quando as características de instalação e localização do bem tornem necessária 
sua escolha pela administração. Isso significa que apenas o imóvel escolhido atende à 
demanda da administração, afastando assim a viabilidade de competição. 
Não há, na Lei nº 14.133/2021, diferentemente da Lei nº 8.666/1993, 
espaço para a decisão discricionária de “preferência” que seja 
condicionada por razões de instalação e localização (dispensa). 
Na versade, assume-se que tais características tornariam o 
imóvel único aos anseios da administração, inviabilizando formal 
e materialmente a concorrência (inexigibilidade). 
Depois de conhecer sobre a modalidade de inexigibilidade de licitação, é hora de 
testar seus conhecimentos.
25  BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e 
dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 18 fev. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm
44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2 – Hipóteses legais
Ao final desta unidade, você será capaz de conhecer as hipóteses 
de contratação direta por inexigibilidade de licitação
2.1 Fornecimento exclusivo
Mídia 30: Fornecimento exclusivo
O art. 74, I, da Lei nº 14.133/2021 enumera a primeira hipótese de inexigibilidade 
de licitação: quando for inviável a competição para aquisição de materiais, 
equipamentos ou gêneros ou para contratação de serviços que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos. 
A exclusividade do fornecedor é identificada pela administração no momento 
de planejar a contratação e demonstra-se por meio de documento idôneo que 
comprove a exclusividade.
Não basta, contudo, que determinada empresa seja fornecedora ou representante 
exclusiva de um bem ou serviço; é imprescindível que o objeto a ser contratado seja 
o único a satisfazer as necessidades da administração, bem como que não haja no 
mercado nenhum outro com características similares.
Assim, a contratação direta por inexigibilidade, in casu, depende da justificativa 
quanto à necessidade de aquisição do bem ou contratação dos serviços com 
fornecimento exclusivo, como também da comprovação da exclusividade.
Aqui, a lei amplia as formas de prova da exclusividade, que não está limitada ao 
atestado de exclusividade exigido pelo art. 25, I, da Lei nº 8.666/1993. Permite-se 
45Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
que a comprovação seja realizada tanto por atestado de exclusividade, contrato 
de exclusividade ou declaração do fabricante quanto por qualquer outro 
documento idôneo.
Por outro lado, o § 1º do art. 74 veda a “preferência” de marca, não havendo reprovação 
legal ao uso de marca específica quando seja necessário para a perfeita identificação 
do objeto, o que deve ser justificado do ponto de vista técnico-científico – para sua 
padronização ou compatibilização com plataformas ou padrões já existentes, por 
exemplo. O que a lei proíbe é a indicação de marca por simples preferência, sendo 
obrigatória a sua necessidade, de modo que sem a marca determinada a demanda 
não será atendida, ou, se o for, será em condições consideravelmente piores.
Mídia 31: Vedada a preferência por marca 
Mídia 32: Requisitos
46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.2 Setor artístico
Mídia 33: Setor artístico. 
Mídia 34: Requisitos
Outra circunstância de inexigibilidade de licitação nos termos da Lei nº 14.133/2021 
acontece quando a demanda administrativa envolve a contratação de profissionais 
do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde que 
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Trata-se de situação prevista no art. 74, II, na qual a necessidade estatal se relaciona 
com o desempenho artístico propriamente dito. Portanto, a escolha estatal 
deve estar justificada nas características pessoais do artista, cuja virtuosidade é 
reconhecida pela crítica especializada ou pela opinião pública. De forma prática, 
seriam indicativos da consagração do artista premiações recebidas, exposições 
realizadas, avaliações da crítica, sucessos, etc.
47Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Quando não for possível a contratação direta do artista, a lei autoriza o uso da 
inexigibilidade para sua contratação por meio de intermediário, desde que se trate 
de empresário exclusivo, isto é, quando inexistir possibilidade de competição entre 
produtoras aptas a representar o artista consagrado. Nos termos do § 2º do art. 74, 
empresário exclusivo é a pessoa física ou jurídica com contrato, declaração ou outro 
documento que ateste a exclusividade permanente e contínua de representação 
do profissional no país ou em um estado específico, não sendo possível, assim, 
a contratação por dispensa de empresário cuja representação esteja restrita a 
determinado local ou evento.
Mídia 35: Requisitos
48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.3 Serviço técnico especializado
Midia 36: Serviço técnico especializado
A contratação de serviço técnico especializado de natureza predominantemente 
intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização é mais uma 
das hipóteses legais de uso da inexigibilidade de licitação.
A lei configura três requisitos para que seja possível a contratação por inexigibilidade: 
a) que a demanda da administração corresponda à prestação de serviço técnico 
especializado, de natureza predominantemente intelectual; b) a demonstração de 
notória especialização da contratada; e c) a singularidade do objeto.
O rol dos serviços técnicos especializados consta do inciso III do art. 74 de forma 
taxativa:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou 
tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras e serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; e
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo 
e laboratoriais,

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