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Estratégias de marketing digital Apresentação Com o advento da Internet, o marketing sofreu grandes transformações. A era digital vem permitindo uma interação com a audiência de uma forma que, no passado, não era possível ou imaginável. Com as tecnologias atuais, pode-se rastrear detalhadamente a experiência do usuário com a mídia, a marca e o conteúdo. Por um longo período de tempo, a Internet foi encarada apenas como um novo meio de comunicação, sem uma clara aplicação para negócios. Se esta vocação para negócios não tivesse sido percebida e aceita pelo mercado e pelos usuários, a Internet não teria conseguido um crescimento tão veloz. A Internet não decretou o fim da propaganda convencional; apenas criou mais formas e meios para o marketing poder exercer sua função. Os consumidores, cada vez mais, usam a mídia digital não só para pesquisar produtos e serviços, mas para se envolver com as empresas que compram e com outros consumidores que podem ter informações valiosas. Por isso, para ser bem-sucedido no mundo digital, as empresas precisam conhecer e ter estratégias claras para atingir seus objetivos por meio do marketing digital. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender o que é estratégia no mundo digital, conhecer as principais estratégias e ações de marketing digital adotadas pelas empresas e ter uma versão adaptada do mix de marketing para a era digital. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir estratégia no mundo digital.• Identificar as estratégias do marketing digital.• Desenvolver estratégias de marketing digital.• Infográfico O marketing digital busca utilizar as mídias digitais no mix de marketing para construir percepção de marca, melhorar o ranqueamento nas ferramentas de busca, melhorar o suporte e o atendimento ao cliente, aumentar as vendas, etc. Para isso, são usadas diferentes estratégias e ações. No Infográfico a seguir, veja, de forma simplificada, as principais estratégias de marketing digital e as redes sociais mais utilizadas no mundo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9de61285-2649-4504-b553-52c94ff2ab29/5fd45a61-1a7d-4854-bccc-a10ae139e84d.png Conteúdo do livro Em um contexto marcado pela globalização, o marketing digital torna-se uma estratégia de competitividade para as empresas. Desde o avanço da tecnologia da informação, o comércio tradicional começou a se modificar, e as mudanças são constantes. Independentemente do marketing digital fazer parte ou não da estratégia da empresa, a Internet pode afetar qualquer empreendimento. Assim, o marketing digital é aquele que planeja e determina quais plataformas ou tecnologias serão usadas pelas empresas para divulgar produtos e serviços, preços, promoções e locais de distribuição aos clientes on-line e off-line. No capítulo Estratégias de marketing digital, da obra Marketing digital e sustentável, aprenda sobre o que é estratégia no mundo digital, as principais estratégias e ações de marketing digital adotadas pelas empresas e uma versão adaptada do mix de marketing conhecido como os 8Ps do marketing digital. Boa leitura. MARKETING DIGITAL E SUSTENTÁVEL Janaina Mortari Schiavini Estratégias de marketing digital Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir estratégia no mundo digital. � Identificar as estratégias do marketing digital. � Desenvolver estratégias de marketing digital. Introdução Os avanços das tecnologias da informação e da comunicação e o intenso crescimento do uso da Internet têm conectado ainda mais as pessoas, afetando o seu cotidiano e proporcionado novas formas de relação, comunicação e organização das relações humanas. Tudo isso tornou possível a quebra dos limites geográficos e temporais para a comunicação, permitindo a criação de comunidades globais. Diante dessa imensa gama de oportunidades no mundo digital, é im- portante que as organizações tenham estratégias claras para atingir seus objetivos por meio do marketing digital. Todas as técnicas de marketing digital, como o SEO, SEM, inbound marketing, mobile marketing, Facebook Ads, etc., são importantes, mas são somente ações. Por isso, as estratégias do marketing digital devem preceder as ações e ser orientadas a partir dos seus objetivos organizacionais e de marketing. Neste capítulo, você vai estudar o que é estratégia no mundo digital. Verá quais são as principais estratégias e ações de marketing digital adotadas pelas empresas, além de ler sobre uma metodolo- gia, conhecida com 8 Ps, para o desenvolvimento de estratégias no marketing digital. Estratégia no mundo digital A estratégia funciona para a organização como uma força mediadora que atua entre a organização e o seu ambiente interno e externo, tornando-se um padrão no processo de tomada de decisões organizacionais (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010). Nesse sentido, estratégia é a determinação dos objetivos de longo prazo e das políticas e ações adequadas para atingi-los. Em um contexto marcado pela globalização, o marketing digital torna-se uma estratégia de competitividade para as empresas. Com o avanço da tecnologia da informação, o comércio tradicional começou a se modificar, e hoje as mudanças são constantes. Turchi (2012) aponta que as inovações se voltam para o marketing digital com a finalidade de facilitar ao cliente o uso das mídias sociais. Em se tratando do mundo digital, o marketing conquista um novo posicio- namento, a fim de facilitar o relacionamento entre empresas e consumidores. Surge então o marketing digital, que, na visão de Gabriel (2010), é definido como o marketing que utiliza estratégias com algum componente digital no mix produto, preço, praça ou promoção. Dentro dessa concepção, o marketing digital é aquele que planeja e determina quais plataformas ou tecnologias serão usadas pelas empresas, para divulgar os produtos e serviços, preços, promoções e locais de distribuição aos clientes online. Tanto as pequenas quanto as grandes empresas podem utilizá-lo para con- quistar novos clientes eletronicamente e desenvolver um relacionamento digital, por meio do uso de tecnologias de informação e comunicação (TURCHI, 2012). Seja qual for o ramo de atividade de uma empresa, o uso do marketing digital facilita a divulgação de seus produtos (serviços), preços, promoções e praças, além de contribuir para uma maior vantagem sobre os concorrentes. O uso intensivo da tecnologia da informação representa uma estratégia fundamental para o crescimento organizacional (KNIGHT, 2014). Independentemente de o marketing digital fazer parte da estratégia da empresa, a Internet afeta qualquer empreendimento (TORRES, 2018). Ao contrário da mídia tradicional, mesmo que a empresa não participe da Internet, ela se torna o controle do consumidor. Deixar de investir em marketing digital se torna um prejuízo organizacional, pois, querendo ou não, o cliente usará a tecnologia da informação para realizar trocas de opiniões, comparar preços e buscar formas de relacionar marcas. Estratégias de marketing digital2 Para Kingsnorth (2019), a estratégia de marketing digital precisa passar por alguns passos para se tornar algo em que a empresa possa articular claramente e oferecer uma visão de futuro. Isso precisa ser realizado com uma reflexão sobre estes principais aspectos: � entender o que é possível; � entender o negócio e o contexto de mercado; � entender o cliente; � entender os possíveis desafios que a empresa enfrenta; � planejar a estratégia para oferecer uma entrega ideal; � entender as possibilidades dentro dos canais digitais relevantes e pontos de contato; � medir e evoluir a estratégia; � ganhar adesão. Para obter uma boa visão do lado estratégico do marketing digital, Kin- gsnorth (2019) analisouos 4 Ps do marketing sob a perspectiva do mundo digital. Vejamos. Os 4 Ps do marketing no mundo digital Os 4 Ps do marketing (também chamados de mix de marketing ou composto de marketing) representam os quatro pilares básicos de qualquer estratégia de marketing: produto, preço, praça e promoção. De acordo com esse conceito, o equilíbrio desses elementos é o que possibilita o sucesso de uma marca. No contexto do mundo digital, é necessário ressignificar esses conceitos de acordo com a sua aplicabilidade. Para Kingsnorth (2019), o significado dos 4 Ps do marketing no mundo digital é o que veremos a seguir. Produto O produto é a oferta de valor da organização, que pode ser algo físico ou um serviço. A empresa desenvolve algo que as pessoas necessitem e queiram comprar, conforme a demanda do mercado. Na perspectiva digital, as principais questões são: este produto/serviço pode ser vendido online? Quais canais estão abertos para venda do produto? Existem oportunidades para torná-lo flexível, para ser mais apropriado ao público online ou móvel? Esse produto fornece real valor para o consumidor e é diferenciado das ofertas de seus concorrentes? 3Estratégias de marketing digital Existem recursos que podem ser adicionados ou devem ser excluídos para o cliente digital, e é justo fazer isso? Um exemplo para essas questões pode ser o de um álbum de música. Três pessoas compram um álbum de música. João compra um CD, Maria baixa o álbum para o celular e Robin o transmite. Todos são diferentes comportamentos do consumidor, e cada pessoa usará sua música de uma maneira diferente. João pode orgulhosamente exibir o álbum em uma prateleira, pois ele é um fã leal. Maria pode excluir outras músicas do telefone para liberar espaço para o novo álbum. Robin pode colocar as faixas em listas de reprodução separadas para cultivar sua coleção de acordo com o gênero ou humor. Compreender as diferentes motivações e hábitos de uso desses produtos é vital para estratégias de marketing na era digital. Preço O preço pode ser mais uma ciência do que uma arte. Compreender a elasticidade dos preços e o posicionamento competitivo são ângulos a serem considerados, mas o fator-chave é este: a empresa está cobrando um preço que as pessoas estão dispostas a pagar? O elemento “disposto a pagar” é influenciado por diversas variáveis, como o valor da marca, a qualidade do produto, etc., mas também existem inúmeras táticas que podem ser empregadas aqui. Certamente, descontos e ofertas não são novidade para o marketing digital, mas o conceito de comparação rápida de preços, introdução de reembolso (cashback) e vouchers certamente mudaram o comportamento do consumidor. As empresas podem levar vantagem disso por meio de programas de marketing de afiliados. O marketing de afiliados é a situação em que você promove seus produtos por meio de sites de terceiros em troca por pagar uma comissão ou taxa ao site quando uma venda for efetuada. As comissões são frequentemente pagas em vendas, mas podem ser pagas em cliques ou outras ações. Estratégias de marketing digital4 Para saber mais sobre marketing de afiliados, leia o artigo “Marketing de afiliados: como esse mercado pode ser uma boa estratégia para um negócio?” no site da revista Exame, disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/3YVF7 Praça Em inglês, este P significa placement, que pode ser entendido como localização no mercado. Ele é responsável, especificamente, pela forma como o cliente chega até a empresa, aos produtos e aos serviços, e está relacionado aos canais de distribuição da empresa. No contexto digital, as principais questões deste P são: quando alguém chega na sua loja online, é fácil navegar e encontrar as informações dos produtos que deseja? Você tem os itens em estoque e o site está funcionando corretamente para envios? Se as pessoas não conseguem encontrar o que estão procurando, então pode-se esperar que elas vão procurar em outro lugar. No ambiente online, isso ocorre com muito mais rapidez do que em uma loja física. Promoção Promoção é o que a maioria das pessoas pensa quando ouve a palavra mar- keting. São os canais de comunicação da empresa com os seus clientes, é a campanha de TV, a publicidade na imprensa, os banners gráficos. Geralmente, esses são os primeiros pontos de contato que o cliente tem na primeira vez que se relaciona com alguma marca. Essas primeiras impressões são muito importantes, e por isso é preciso planejar bem a promoção. Um dos desafios da promoção no contexto digital é o curto espaço ou tempo para comunicar a promoção do produto. Enquanto um anúncio de TV ou anúncio de imprensa pode ter 30 segundos de tempo para comunicação, no mundo digital, geralmente, tem-se 100 caracteres ou menos de um segundo. Isso cria uma necessidade de criar mensagens de impacto e, mais importante ainda, uma filosofia de testar e aprender. Não importa o quanto a empresa saiba (ou pense que saiba) sobre seus consumidores, é difícil prever todos 5Estratégias de marketing digital os resultados possíveis. Por isso, estar em um ciclo de teste constante e em evolução é vital para uma cultura de melhoria contínua — algo que é um valor fundamental do marketing digital eficaz. Estratégias e ações do marketing digital O marketing digital difere do marketing tradicional devido utilização de algum componente digital no mix de marketing – produto, preço, praça ou promoção (GABRIEL, 2010). Essa complementação das mídias digitais no marketing contribui para uma estratégia mais abrangente de relacionamento com os consumidores. No Quadro 1, é possível visualizar a relação entre as estratégias de marketing tradicional e as estratégias de marketing digital, bem como suas aplicações operacionais. Estratégia de marketing Estratégia de marketing digital Ações táticas e operacionais Tecnologias e plataformas empregadas Comunicação corporativa Relações públicas Marketing de conteúdo Geração de conteúdo Marketing de busca Blogs SEO/SEM Marketing de relacionamento Marketing nas redes sociais Ações em redes sociais Ações com influenciadores digitais Instagram, Twitter, Facebook, Youtube, LinkedIn, etc. Marketing direto Email marketing Newsletters Promoções Lançamentos E-mail SMS Publicidade e propaganda Branding Publicidade online Banners Podcasts, videocasts Widgets Jogos online Sites Blogs Mídias sociais Google AdWords Quadro 1. O marketing e a Internet (Continua) Estratégias de marketing digital6 Fonte: Adaptado de Torres (2018). Estratégia de marketing Estratégia de marketing digital Ações táticas e operacionais Tecnologias e plataformas empregadas Publicidade e propaganda Marketing viral Postagem de vídeos, animações e músicas Publicação de widgets Redes sociais YouTube Widgets Pesquisa de mercado Branding Pesquisa online Buscas, clipping Monitoramento de marca Monitoramento de mídias Google Redes sociais Clipping Quadro 1. O marketing e a Internet (Continuação) Para melhor compreensão das estratégias e ações de marketing digital, veremos em mais detalhes cada uma das estratégias sugeridas por Torres (2018). Marketing de conteúdo Marketing de conteúdo é uma estratégia de marketing digital que tem como objetivo a produção de conteúdo interessante e relevante para engajar e atrair o público-alvo, gerando valor para as pessoas para criar uma percepção positiva da marca. Assim, o consumidor precisa perceber um valor no conteúdo ofertado. Se a mensagem tem apenas a intenção de vender, não haverá engajamento. E, sem engajamento, não haverá vendas. Outro aspecto importante do marketing de conteúdo é possibilidade de educar o consumidor. Se a empresa é nova no mercado ou traz uma solução inovadora, o trabalho ainda é desconhecido do público em geral. Por isso, trazer conteúdo de qualidade é a uma ótima alternativa para “educar” sobre o serviço e as soluções que a empresa está trazendo para o mercado. Esse conteúdo podeser disponibilizado em vídeos, blogs, redes sociais, ebooks, etc. — dependendo dos veículos de comunicação que o público-alvo da empresa mais acessa. 7Estratégias de marketing digital Além da geração de conteúdo, o marketing de busca é um fator indispen- sável para melhorar a localização, ou “encontrabilidade”, da empresa na Web. Por meio de estratégias dirigidas de marketing de busca é possível melhorar o posicionamento de um site, proporcionar uma audiência mais qualificada e, principalmente, aumentar o potencial de conversão de visitantes em clientes (TORRES, 2018). Para a otimização dos mecanismos de busca, as empresas podem se beneficiar de estratégias de SEO (search engine optimization) e SEM (search engine marketing). SEO é a otimização de sites para mecanismos de busca. Trata-se do uso de técnicas para melhorar a colocação de determinado site nos resultados de buscadores como o Google, geralmente associando o conteúdo a marcadores (tags específicas relevantes). As ações do SEO se referem à URLs claras, utilização dos padrões web, títulos de página racionais e a correta utilização das tags HTML, que é linguagem utilizada para construir páginas web. SEM significa marketing de otimização de buscadores e diz respeito ao processo de utilização de sites de busca na Web para promover determinado website, aumentando seu tráfego e fidelidade. É um conjunto de estratégias de marketing digital que age por meio das ferramentas de busca e tem como objetivo a promoção de um site nas páginas de resultados de um buscador. As estratégias de SEM podem ser divididas em duas categorias: a busca natural, ou resultados orgânicos, que é onde age o SEO, e a busca paga, que são os links patrocinados. Para se conseguir um bom posicionamento nos resultados orgânicos, o SEO é a melhor ferramenta. Já os links patrocinados, como o Google AdWords, são interessantes por oferecerem o modelo chamado PPC (pay per click), no qual a empresa paga de acordo com a quantidade de cliques que recebe em um anúncio. Se interessou pelo assunto o marketing de busca e as ferramentas de SEO e SEM? O artigo “Estratégias de marketing digital na era da busca”, publicado na Revista Brasileira de Marketing, É uma leitura bastante interessante. Acesse. https://qrgo.page.link/o4dkS Estratégias de marketing digital8 Marketing nas redes sociais As redes sociais na Internet, ou mídias sociais, são sites onde os usuários se cadastram, registram seus dados pessoais nos chamados perfis, e podem se relacionar com outras pessoas, publicando fotos, enviando mensagens e criando listas de amigos (TORRES, 2018). Elas permitem a criação e o compartilha- mento de informações e conteúdos pelas pessoas e para as pessoas, nas quais o consumidor é, ao mesmo tempo, produtor e consumidor da informação. Ou seja, essas redes são livres e abertas à colaboração e interação de todos. O autor defende que as redes sociais, por possibilitarem a troca de informa- ção pelas pessoas e para as pessoas, têm o poder de formar opiniões. Isso é um dos fatores que deu grande força a essas mídias, alterando o comportamento do consumidor, que antes apenas assistia a propaganda sem interagir, e que agora vai até a Internet e emite opiniões sobre suas experiências com produtos e serviços. Dessa forma, essas mídias podem contribuir para a construção de uma marca ou até mesmo prejudicar sua reputação. Há vários tipos de redes sociais, cada um com um objetivo diferente e públicos específicos. A grande diferença entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser: � estabelecer contatos pessoais, podendo ser relações de amizade e namoro; � realizar networking, compartilhar e buscar conhecimentos profissionais e procurar emprego ou preencher vagas; � compartilhar e buscar imagens e vídeos; � compartilhar e buscar informações sobre temas variados; � divulgar produtos e serviços para compra e venda. De acordo com a pesquisa Global Digital 2019, que traz insights e tendências sobre o uso das redes sociais no Brasil e no mundo, as redes sociais mais usadas no Brasil são o YouTube (95%), seguido pelo Facebook (90%) e WhatsApp (89%). Já a liderança no cenário global é ocupada pelo Facebook, com 2,27 bilhões de usuários ativos. Em segundo e terceiro lugar estão, respectivamente, o YouTube (1,9 bilhões) e o WhatsApp (1,5 bilhões). Ainda de acordo com essa pesquisa, o Brasil tem 140 milhões de usuários ativos nas redes, o que corresponde a 66% da população. Além disso, 61% dos internautas do país acessam redes sociais via dispositivo móvel (celular ou tablet). 9Estratégias de marketing digital Neste link você pode visualizar os resultados completos da pesquisa Global Digital 2019, o mais recente relatório da Hootsuite sobre os usuários na Internet. https://qrgo.page.link/EACDN Email marketing Para Torres (2018), o email marketing é uma adaptação digital para a velha mala-direta. O email foi uma das primeiras formas de comunicação na Inter- net e seu uso é popular ainda nos dias de hoje. As empresas utilizam o email marketing como ferramenta de marketing direto. Ogden e Crescitelli (2007) apontam os fatores favoráveis e também a des- vantagem quanto a essa prática. Devido ao seu formato digital, a informação é administrada na tela, eliminando a necessidade de cópias impressas. Além disso, a entrega é instantânea, relativamente barata e confiável. No entanto, ela permite ao usuário desconsiderar ou excluir a mensagem. Os autores destacam ainda que o uso dessa ferramenta deve ser feito de forma responsável. Existem muitas empresas que vendem ou alugam listas de email, e muitas outras empresas de software para gerenciamento das cor- respondências. Deve-se levar em consideração os devidos cuidados como o consentimento de seu público, para não desqualificar o trabalho da marca como spam. Publicidade online O início da publicidade na Internet se deu com os banners, que eram uma reprodução do material publicitário utilizado em mídias offline (TORRES, 2018). De acordo com o autor, o uso exagerado de banners comprometia até a leitura do conteúdo, mas, atualmente, a maioria dos sites consegue administrar o espaço adequado para esse tipo de mídia. Atualmente, os banners ainda são uma das formas mais utilizadas de anúncios online. Muitas marcas utilizam essa ferramenta dentro de blogs com conteúdo de interesse de seu público-alvo ou por sua popularidade. Eles podem variar em tamanhos e formas, abrangendo formatos estáticos, animados ou interativos. Estratégias de marketing digital10 Além dos banners, existem diversos formatos que permitem interação com o público para serem explorados na promoção de marcas e venda de produtos e serviços: � Sidekick: e uma aba no lado direito do site que se expande ao se passar o mouse. É um formato expansível que oferece aos anunciantes flexi- bilidade e também ajuda a manter a integridade do conteúdo da página em que o formato está sendo exibido. � Pushdown: também se expande quando acionado, mas fica na parte superior da página. � Pop-ups: são janelas independentes, menores que o browser, que se abrem automaticamente quando determinadas páginas são acessadas. � Floater: trata-se de uma imagem flutuante na homepage do provedor, que aparece quando a página é carregada e move-se por alguns segundos antes de fechar. � Homepage takeover: a publicidade ocupa todo o espaço da página inicial de um site. � Links patrocinados: são pequenos anúncios, geralmente em texto, que aparecem nos resultados da busca de usuários, por meio de palavras- -chave digitadas � Publieditorial: é um anúncio em forma de post. Marketing viral Semelhante ao efeito boca a boca, para Torres (2018), o marketing viral se baseia no conceito de troca de peças virais entre internautas, como informações, textos, imagens ou vídeos, que acabam se espalhando rápida e espontaneamente pela rede, como um vírus. O autor comenta sobre seis princípios básicos para uma campanha de marketingviral de sucesso com base em um dos maiores especialistas em marketing viral da atualidade, o americano Ralph Wilson: � distribui gratuitamente produtos e serviços com algum valor; � oferece um meio sem esforço de envio para outros; � é facilmente escalável do pequeno para o muito grande; � explora motivações e comportamentos comuns; � utiliza redes de comunicação já existentes; � tira proveito de recursos de terceiros. 11Estratégias de marketing digital Assim, o objetivo da comunicação viral é transformar um consumidor em um divulgador. Para isso, é importante entender o que o consumidor quer para que ele goste e repasse determinada campanha viral. Pesquisa online A pesquisa online é uma estratégia para conhecer o público-alvo e pensar em maneiras de melhorar a produção de conteúdo e o relacionamento com o internauta (TORRES, 2018). Ela também ajuda a determinar a relevância de conteúdo no ciberespaço. Utilizando as ferramentas de busca, é possível obter resultados da colocação do site na pesquisa do Google, quantas citações em outros sites e quais palavras-chave estão relacionadas ao site da empresa e marca. No contexto das mídias online, a pesquisa consiste em buscar na Internet as mídias que se adaptam ao público-alvo da empresa e classificá-las de acordo com sua importância, permitindo o uso da informação na tomada de decisão da veiculação de propagandas. Monitoramento O monitoramento das ações e mídias digitais é a ação central que regula uma atividade de marketing digital integrada (TORRES, 2018). Ele também permite obter diversas informações referentes ao público-alvo, possibilitando o rastreamento e documentação desses dados. Compreendendo as etapas técnicas de navegação, é possível entender as estatísticas de monitoramento e relacioná-las a cada momento em que o usuário passou em determinado site. A Figura 1 sintetiza todas as estratégias de marketing digital e seus obje- tivos, conforme sugeridas por Torres (2018). Estratégias de marketing digital12 Figura 1. Estratégias de Marketing Digital. Fonte: Adaptada de Torres (2018). Desenvolvimento de estratégias no marketing digital O marketing digital é fundamental para as empresas, pois, independentemente do negócio, uma porcentagem significativa de clientes/consumidores está inserida na Internet e acessa o meio digital mais do que qualquer outro meio de comunicação. Dessa forma, é fundamental incluir a Internet no planejamento de marketing, construindo estratégias integradas que possibilitem o melhor uso dos recursos digitais disponíveis (TORRES, 2018). Nesse contexto, Adolpho (2011) define as estratégias do marketing conven- cional no mundo digital, introduzindo a metodologia dos 8 Ps. É um processo a ser realizado passo a passo com o objetivo de conhecer o perfil do consumidor e de planejar ações de marketing para construir estratégias eficientes para atrair novos clientes no mundo digital. Esse processo é constituído por oito etapas: pesquisa, planejamento, produção, publicação, promoção, propagação, personalização e precisão. 13Estratégias de marketing digital A metodologia apresenta uma sequência formal e contínua de etapas que levam a empresa a um processo de gerar conhecimento sobre o cliente e sobre o próprio negócio na Internet; estabelecer a melhor maneira de divulgar a marca; apoiar-se na atividade do consumidor para estimular a circulação de informa- ção e gerar a comunicação viral da marca; mensurar resultados; e reavaliar o perfil do público-alvo para direcionar as novas ações (ADOLPHO, 2011). Vejamos detalhadamente os 8 Ps. Pesquisa A pesquisa consiste em reunir inúmeros dados e informações a respeito do público-alvo conectado à Internet, da marca, dos serviços prestados e do segmento a ser atendido pela empresa, com o objetivo de compreender cada vez mais o comportamento do consumidor (ADOLPHO, 2011). Nessa etapa, a estratégia será de “encontrabilidade”, sendo pesquisadas as palavras-chaves mais adequadas ao negócio da empresa no Google, ou seja, palavras que o público-alvo está buscando nesse site. Esse é um dos pilares para iniciar o marketing digital com o objetivo de deixar a empresa em primeiro lugar na busca do Google. O primeiro P cons- tituirá a base do marketing digital, pois, a partir da coleta de informações, esse P terá a função de conhecer o comportamento do consumidor e assim servirá como base para o segundo P (planejamento). Planejamento Após a etapa de pesquisa, a empresa terá informações a respeito de seu con- sumidor; no entanto, é necessário saber o que fazer com elas. Esse é o objetivo do segundo P. O planejamento de marketing digital é o documento que contém todas as diretrizes, ou seja, a explicação detalhada do que será feito nos outros Ps. Essa etapa consiste na estratégia inicial para direcionar a empresa a alcançar seus objetivos no mercado virtual. Adolpho (2011) destaca que é necessário planejar muito bem até que se tenha certeza do que será realizado. Com base no planejamento para direcionamento das estratégias, o próximo passo será agir. Estratégias de marketing digital14 Produção No terceiro P, os programadores irão realizar as atividades que foram previstas no segundo P, buscando otimizar a programação de hotsite, minissite, ou landing page, trazendo os “acessórios” que o site deverá conter em termos de elementos de mensuração para aumentar o tempo de navegação do consumidor, diminuir a taxa de rejeição, captar emails dos visitantes e diversos outros fatores que farão do site um instrumento de lucratividade para a empresa — o vendedor 24h (ADOLPHO, 2011). Em síntese, a produção é a execução propriamente dita; ela mostrará o que um site deve conter, desde sua estrutura até suas funcionalidades. Com a concretização dos três primeiros Ps, é necessário realizar a criação do conteúdo, que será utilizado em divulgação. Publicação O quarto P, de publicação, está relacionado com o conteúdo disponibilizado no ambiente virtual com o objetivo de viralizar uma marca/produto. A marca deverá fazer a produção e publicação de conteúdo continuamente, seja no site, seja nas mídias sociais, para ganhar fãs e seguidores. Eles poderão ser os verdadeiros advogados da marca, defendendo-a com depoimentos positivos para todo o mercado virtual por meio do compartilhamento em redes sociais ou por email, para seus amigos. Assim, a marca ganha credibilidade perante seus consumidores. A cada dia, buscadores e internautas dão mais valor a sites que tragam informação relevante ao público — sites que tratem de determinado assunto de seu segmento com propriedade e responsabilidade, não procurando somente vender o produto, mas ajudando o consumidor a comprá-lo (ADOLPHO, 2011). Promoção Promoção é o quinto P do marketing digital, e nela a comunicação deve ser feita com o objetivo de ser relevante ao consumidor, de modo que gere uma propagação orgânica de consumidor para consumidor. Adolpho (2011) completa dizendo que a promoção do quinto P não é qualquer promoção, mas é algo voltado para a propagação, ou seja, ela é feita com o objetivo de gerar poder viral, para que, consequentemente, ocasione a propagação. 15Estratégias de marketing digital Propagação Neste P, que se refere à propagação, ocorrerá o desenvolvimento da interação com a rede. É importante utilizar técnicas para que sites, blogs, fóruns e portais falem (bem) da empresa, fazendo com que a marca fale bem por si só, sendo propagada de consumidor a consumidor. Aqui, a marca alcançará reputação, momento em que o conteúdo já foi amplamente compartilhado, e cada vez mais consumidores falarão bem da empresa e/ou produto. Para que o conteúdo possa ser propagado, a empresa deve provocar os consumidores no ambiente virtual a compartilhar o conteúdo para o maior número de pessoas possíveis inseridas em suas redes sociais, visando a criar um “boca a boca” no ambiente da Web. A propagação é elemento fundamental do marketing viral e dalucratividade da empresa no ambiente virtual. Personalização A personalização é o penúltimo P. Além de ser importante nos pontos de contato do consumidor com a marca, a personalização também é importante na comunicação da empresa com cada consumidor. Para que a personaliza- ção seja cumprida, a empresa deve segmentar seu mercado virtual e, após, personalizar seus serviços e produtos de acordo com a demanda de cada consumidor, focando em seu comportamento, valores, opiniões e estilos de vida, tratando-o como único (ADOLPHO, 2011). A personalização gera relacionamento com o consumidor. A propaganda não gera relacionamento, pois, geralmente, é de massa; ela não leva em conta as peculiaridades de cada mercado. Nesse sentido, quanto mais relevante e personalizada a comunicação, mas atingirá a atenção de quem está do outro lado da tela, gerando um relacionamento atrativo com o consumidor. Estratégias de marketing digital16 Precisão O oitavo P se refere à precisão, ou seja, à mensuração dos resultados das campanhas de marketing realizadas pela empresa com o objetivo de identifi- car quais funcionaram e quais não obtiveram sucesso. Nessa fase, a empresa precisa definir quais os indicadores de resultados serão utilizados para avaliar o retorno do investimento. Medir resultados é fundamental para analisar se a comunicação foi eficaz, ou seja, se houve resposta adequada do consumidor diante da marca, corrigindo os aspectos que forem necessários. A partir de então, inicia-se, novamente, todo o processo da metodologia dos 8 Ps do marketing digital. A Figura 2 sintetiza os 8 Ps do marketing digital, conforme Adolpho (2011). Figura 2. 8 Ps do marketing digital. Fonte: Adaptada de Adolpho (2011). 17Estratégias de marketing digital ADOLPHO, C. Os 8 Ps do marketing digital: o seu guia estratégico de marketing digital. São Paulo: Novatec, 2011. GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novarte, 2010. KINGSNORTH, S. Digital marketing strategy: an integrated approach to online marketing. [S. l.]: Kogan Page Limited, 2019. KNIGHT, P. T. A internet no Brasil: origens, estratégia, desenvolvimento e governança. Bloomington: AuthorHouse, 2014. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. 2. ed. Porto alegre: Bookman, 2010. OGDEN, J. R.; CRESCITELLI, E. Comunicação integrada de marketing: conceitos, técnicas e práticas. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. TORRES, C. A Bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec, 2018. TURCHI, S. R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Atlas, 2012. Leitura recomendada ERCILIA, M.; GRAEFF, A. A Internet. São Paulo: Publifolha, 2008. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Estratégias de marketing digital18 Dica do professor Nos estudos sobre marketing digital, é comum confundir os conceitos de inbound marketing e marketing de conteúdo. Algumas pessoas tratam estes conceitos como sinônimos; portanto, você deve conhecer melhor cada um deles e como eles se relacionam. Nesta Dica do Professor, compreenda mais claramente a diferença entre inbound marketing e marketing de conteúdo e a forma como eles se complementam. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a1aa14d7abcd47d6423b3d5a9ef33040 Na prática Como gerar experiências cada vez mais satisfatórias para os clientes por meio do marketing digital? Afinal, hoje, o consumidor passou a ter acesso a muitas informações de forma simultânea, principalmente no meio digital. Portanto, é essencial estar informado das novas formas de comunicação que a Internet oferece. Assim, as estratégias de marketing digital podem ser aplicadas para gerar experiências cada vez mais satisfatórias com os clientes. Este é o caso de uma marca de roupas que investiu na produção de conteúdo interessante e relevante para engajar e atrair o público-alvo por meio das redes sociais. Neste Na Prática, conheça o caso a FARM, uma marca de moda brasileira do Rio de Janeiro que tem mais de 20 anos de história e como ela usou o marketing de conteúdo como estratégia de branding. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Métricas de marketing digital e sua aplicação na gestão das ações de marketing das organizações: estudo de casos múltiplos Nesta dissertação de mestrado, conheça um levantamento das métricas de marketing digital disponíveis na literatura, que possibilitam uma avaliação em tempo real de cada uma das ações realizadas nas múltiplas mídias digitais disponíveis. Assim, entende-se amplamente o comportamento de cada usuário, seja nas redes sociais ou em outros tipos de plataformas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Marketing Digital em 2020: saiba quais são as 7 maiores tendências Neste artigo, conheça as sete principais tendências de marketing digital para 2020. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Kevin Allocca: por que vídeos se tornam virais Kevin Allocca é o gerente de tendências do YouTube e faz considerações sobre vídeos na rede. Nesta TED Talk, ele apresenta quatro razões que tornam um vídeo viral. https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/101499/000932558.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://meuredator.com.br/marketing-digital-em-2020/ Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/BpxVIwCbBK0 Marketing digital Apresentação Com a difusão cada vez mais veloz do acesso e das formas de conexão na Internet, as estratégias tradicionais e tangíveis de comercializar produtos e serviços foram e continuam sendo alteradas constantemente. Nesse sentido, o marketing digital passou a ser uma realidade para as organizações contemporâneas, e essencial para que elas sobrevivam em um cenário globalizado e conectado. Grosso modo, o marketing digital é o uso da Internet, de dispositivos móveis, das mídias sociais, de mecanismos de pesquisa e outros canais para alcançar os consumidores. Em comparação aos modelos tradicionais, o marketing digital oferece novos desafios que, por sua vez, requerem novas maneiras de abordar os clientes e de entender como eles se comportam. O marketing digital tende a ser interativo e ter como alvo um segmento específico da base de clientes. Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá melhor esse fenômeno contemporâneo e a sua importância. Primeiro, você conhecerá as possíveis definições para o marketing digital; depois disso, verá quais são as diferenças entre o marketing tradicional e o digital. Por fim, vai aprender como desenvolver cenários para o marketing digital. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir marketing digital.• Identificar as diferenças entre o marketing tradicional e o digital.• Desenvolver análise de cenários para o marketing digital.• Infográfico Qual estratégia de marketing fornece o melhor alcance e oferece o melhor custo-benefício? Essa é uma pergunta central que os profissionais de marketing lidam diariamente. O debate entre marketing tradicional versus marketing digital ainda está presente nas discussõesem muitas empresas quando estas planejam fazer um determinado método de publicidade. Logo, é importante esclarecer as diferenças entre essas modalidades. Confira, no Infográfico, os elementos que podem ajudar você a diferenciar a forma tradicional e a digital de fazer marketing. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/cee5b307-4ba7-4461-8139-8ebd7fa29efb/51e099b2-2f81-4fe5-95db-56dde477852a.png Conteúdo do livro A rápida popularização da Internet e das tecnologias digitais inaugurou uma nova era nas formas de envolvimento humano em todos os aspectos da vida. Essas transformações repercutem nos mais variados âmbitos da realidade desde as relações de sociabilidade familiar até as trocas comerciais. Sendo assim, para as indústrias centradas nos negócios, o efeito combinado das tecnologias digitais na promoção e marketing provou ser de alto valor para o comércio e a distribuição de seus produtos e serviços. Como o mundo está testemunhando a viabilidade da era digital, as estratégias de marketing que envolvem o uso de mídia eletrônica precisam ser priorizadas nas abordagens atuais. Além disso, contribuindo para esse fenômeno está o vasto consumo diário de conteúdo eletrônico compartilhado pela rede mundial de computadores. Portanto, é possível afirmar que o marketing digital é uma realidade para as mais diversas organizações na contemporaneidade. No capítulo marketing digital, da obra Marketing Digital, você aprenderá a definição deste assunto. Além disso, perceberá como diferenciá-lo do marketing tradicional. Por fim, verá os elementos necessários para desenvolver cenários para o marketing digital. Boa leitura. MARKETING DIGITAL Bruno de Souza Lessa Marketing digital Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir marketing digital. Identificar as diferenças entre o marketing tradicional e o marketing digital. Desenvolver análise de cenários para marketing digital. Introdução Nas últimas décadas, o paradigma digital substituiu o analógico, centrado em tecnologias tradicionais. A internet passou a ter uma importância cen- tral, e a conectividade passou a ser a tendência que unifica os mais diversos eixos de sociabilidade. Com a difusão e a popularidade da internet, um número crescente de pessoas está consumindo e socializando on-line. Isso torna o marketing digital a melhor maneira de uma organização alcançar os seus clientes-alvo. A relevância do marketing digital está na sua funcionalidade. Na con- temporaneidade, o marketing digital se tornou parte integrante do que uma empresa representa para seus clientes. No entanto, ambas as formas de marketing, tradicional e digital, são muito importantes no mercado. Cada empresa deve avaliar a sua base de clientes atual e potencial antes de iniciar ações de marketing. A ideia é basear as ações em análises cri- teriosas dos cenários de negócios. Neste capítulo, você vai verificar a importância do marketing digital e conhecer as suas peculiaridades. Primeiro, você vai ver a definição de marketing digital. Depois, vai ver como essa modalidade se diferencia do marketing tradicional. Por fim, vai verificar como desenvolver análises de cenário voltadas para o marketing digital. O que é marketing digital? O marketing digital envolve a integração de plataformas e experiências dos clientes por meio de canais digitais de comunicação. Dessa forma, ele oferece a possibilidade de as empresas melhorarem as interações e a relação tanto com os clientes atuais quanto com clientes em potencial. Esse movimento pode ocorrer, por exemplo, por meio de redes sociais, sistemas de mensagens instantâneas automatizadas e aplicativos. Além disso, assim como sua versão tradicional, o marketing digital envolve a compreensão das necessidades dos consumidores e o desenvolvimento de produtos e serviços que sejam atraentes para eles, incluindo aí atividades como a promoção e a venda de produtos e serviços, pesquisa de mercado e publicidade (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). Ao longo dos anos, a forma mais usada pelas empresas para alcançar os clientes foi o marketing feito por meio de mídias físicas. No entanto, a evolução e a popularidade da tecnologia da informação aumentaram substantivamente a importância das atividades digitais. O marketing digital emprega estratégias que dependem principalmente do uso de tecnologias como as redes sociais, enquanto o marketing tradicional depende da capacidade dos clientes de tocar ou interagir com os produtos e serviços para experimentá-los efetivamente (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). Outra característica do marketing digital é o incentivo que ele promove ao uso de novos canais de comunicação, os quais, por sua vez, podem estabelecer um ciclo virtuoso entre o consumidor e determinada marca. Nessa perspectiva, os comentários e opiniões dos usuários criam uma relação de confiança e transparência entre o consumidor e a empresa. Os comentários dos consumi- dores têm valor pois oferecem um atestado da qualidade e da confiabilidade da empresa. Portanto, essa interação positiva tem muito potencial para agregar valor (KINGSNORTH, 2019). Existem diferentes tipos de plataformas disponíveis para o marketing digital. Entre as plataformas básicas que a maioria dos profissionais de marketing pode usar está, por exemplo, o Google AdWords. O AdWords é uma ferramenta oferecida para ajudar as empresas a comercializar seus produtos ou serviços no mecanismo de pesquisa do Google e nos seus sites associados. Ao identificar palavras-chave relevantes, o Google consegue mostrar com que frequência os usuários as pesquisam. Em outros termos, essa ferramenta ajuda a identificar palavras úteis que podem ser integradas ao conteúdo de sites e perfis que, por conseguinte, aumentam a visualização de uma organização nas páginas de resultados do mecanismo de pesquisa, afetando a posição em que a empresa aparece nas buscas (KINGSNORTH, 2019). Marketing digital2 Nesse sentido, o marketing digital oferece a possibilidade de resposta em tempo real às demandas dos clientes e consumidores. A avaliação por meio das plataformas de marketing digital é importante, pois esse processo tende a consumir tempo e recursos que poderiam ser investidos em outras atividades igualmente relevantes. Além disso, a disponibilidade de diferentes tipos de plataformas gera formatos adequados a vários dispositivos e canais, todos com potencial para auxiliar uma empresa a aproveitar as melhores oportunidades. Na contemporaneidade, há uma ampla oferta de soluções para a entrega de anúncios, estando as redes sociais entre as mais populares. Ambientes de sociabilidade como Facebook, Twitter, Instagram e LinkedIn se tornaram os alvos preferenciais para as empresas que desejam ampliar sua abrangência (CHARLESWORTH, 2018). Ainda nessa perspectiva, o marketing digital se refere à comercialização de bens ou serviços por meio de canais digitais, o que na maioria dos casos significa que a comunicação ocorre por meio da internet. Entretanto, o marketing digital pode ir além da internet, incluindo canais como o envio de SMSs, estratégia que entra em crescente desuso em especial em países desenvolvidos. O marketing digital significa ainda a análise do mercado e a determinação do que os consumidores desejam, incluindo a descoberta de que uma organização pode produzir e entregar aquilo que os consumidores procuram, obtendo com isso os lucros necessários para a sua sobrevivência (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). Com o advento, na contemporaneidade, do imperativo das preferências dos clientes, passam a predominar as necessidades relativas à interação entre consu- midores e empresas. Logo, os desafios para o marketing digital se configuram como esforços mais complexos, multidisciplinares e multidepartamentais. As empresas precisamse envolver com seus clientes de maneira integrada por meio das mídias digitais. Além disso, devem reunir essas interações em torno de uma única visão abrangente e holística sobre a clientela e suas necessidades (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). As táticas de marketing digital podem ser do tipo outbound (de saída). Por exemplo, as empresas podem colocar anúncios, fazer chamadas ou enviar e- -mails com o objetivo de alcançar clientes em potencial. As empresas também podem usar propagandas anexas em suas linhas editoriais para distribuir suas mensagens, isto é, criar uma situação na qual a publicidade é incorporada diretamente ao conteúdo editorial (CHARLESWORTH, 2018). Por outro lado, existem técnicas de marketing digital inbound (de entrada). Nesses casos, as empresas utilizam conteúdos digitais em e-books, webinars ou boletins eletrônicos para incentivar que seus consumidores cliquem em links e aprendam mais sobre elas e seus serviços. Embora o marketing outbound possa potencialmente atingir um público mais amplo, também corre o risco de afastar 3Marketing digital os consumidores mais desinteressados. O marketing inbound é projetado, por seu turno, para alcançar clientes em potencial por meio da segmentação do público-alvo, mas, por sua natureza, pode atingir um segmento muito mais restrito (CHARLESWORTH, 2018). Além disso, o marketing inbound também pode ser uma ferramenta im- portante na retenção contínua de clientes já existentes, criando comunicações mais regulares com eles. Isso permite que as empresas se envolvam com esses consumidores e ofereçam conteúdo educacional e informativo, além de promo- ções de produtos. Dessa forma, por exemplo, as seguradoras podem educar os compradores sobre a experiência de possuir casas e concomitantemente tentar vender várias modalidades de seguros (KINGSNORTH, 2019). Em suma, o marketing digital tornou-se mais complexo não apenas por conta dos novos canais de comunicação que surgiram, mas também devido à análise necessária para entender os clientes e as suas preferências. Na contem- poraneidade, as empresas usam uma variedade de ferramentas para entender comportamentos e preferências. As organizações se veem diante do imperativo de utilizar cada vez mais recursos para entender seus clientes. O marketing digital traz consigo elementos que, em alguma medida, já se apresentavam no marketing tradicional. É o caso do posicionamento de uma marca por meio do branding, da elaboração de conteúdos mais específicos (content marke- ting) ou mesmo da necessidade de fazer determinadas propagandas (advertising). Entretanto, o que diferencia o marketing digital do tradicional é a integração de seus elementos com plataformas tecnológicas atreladas à internet, que são integradas por meio dela. Por exemplo, emergem os websites, a otimização dos mecanismos de busca on-line (Search Engine Optimization — SEO), o gerenciamento e a criação de conteúdos para mídias sociais, assim como a necessidade de tornar um conteúdo viral quando for possível. Por fim, é imperativo não negligenciar a entrega com qualidade dos produtos ou serviços. Na próxima seção, você vai conhecer melhor as diferenças entre o marketing tradicional e o digital. De acordo com Ryan (2014), o conteúdo, a experiência do cliente e as plataformas são elementos essenciais do marketing digital. O conteúdo é aquilo que é consumido, que costuma envolver informações sobre um produto ou serviço, podendo incluir dados sobre produto, preço ou mesmo taxas de serviço e acessórios pertinentes. A experiência do cliente consiste, por sua vez, no modo como o conteúdo é apresentado aos consumidores. Marketing digital4 O que diferencia o marketing tradicional do marketing digital? O marketing tradicional faz referências às técnicas utilizadas para promover produtos e serviços, tornando os consumidores cientes deles. Nessa modalidade, o público-alvo é atingido por meio de publicidade off -line e métodos promo- cionais. Os métodos tradicionais de publicidade incluem: jornais e revistas, televisão e rádio, mala direta (catálogos e cartões-postais), telefone (telemarketing, marketing via SMS, etc.) e outdoors, por exemplo (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). O marketing digital se refere à utilização das tecnologias digitais, nas quais é possível segmentar os públicos por meio de diferentes ferramentas. Por exemplo: SEO, otimização de mídias sociais, publicidade pay-per-click, blogs, marketing por e-mail, marketing em mídias sociais e marketing em mecanismos de pesquisa (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2016). Existem diferenças centrais que permitem distinguir as modalidades tradicionais e digitais de marketing. Saiba mais sobre essas diferenças no vídeo disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/ii8K5 A principal questão que emerge para as empresas é em que área investir: no marketing tradicional ou no marketing digital? Dado o avanço da tecnologia, o marketing digital pode ajudar uma empresa a gerar retornos mais efetivos sobre seus investimentos. Além disso, o marketing digital, como você vai ver, Nesse sentido, essas experiências podem incluir contribuições para a comunidade e para o cliente, além de recomendações sobre serviços a partir de uma interface amigável. Por fim, a plataforma define como e onde o conteúdo é entregue. Isso inclui os processos de negócios implementados para a entrega do conteúdo, a tecnologia usada para a coleta de dados do cliente e a rede utilizada para disponibilizar o conteúdo. A ideia é pensar sempre na melhor experiência que o consumidor pode ter com o produto ou serviço. 5Marketing digital também oferece riscos razoavelmente menores em comparação ao marketing tradicional. Confira a seguir algumas diferenças práticas entre essas duas modalidades (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019). Custo: jornais, televisão e outros anúncios de mídia física tendem a demandar maior investimento. Comparativamente, a publicidade pela internet costuma requerer um investimento menor. Taxa de conversão: o marketing digital tem potencial para produzir resultados rápidos. Com o marketing on-line, é possível visualizar o número de visitantes de uma página ou campanha, assim como suas taxas de aprovação e rejeição. Reconhecimento da marca: por oferecer a possibilidade de maior projeção com um investimento menor, o marketing digital permite que determinada marca amplie sua projeção e expanda seu reconhecimento entre seus consumidores. Maior exposição: as formas tradicionais de marketing, como a pu- blicidade na televisão ou jornais, têm necessariamente uma cobertura geográfica e demográfica limitada. Por outro lado, a publicidade on-line tem potencial para atingir populações e áreas maiores. Velocidade de promoção: devido à geração de resultados em tempo real, no marketing digital, é possível obter projeções mais rapidamente, assim como saber quais anúncios estão funcionando. Análise: as análises e mensurações no marketing digital tendem a ser mais precisas e consistentes. Isso ocorre porque é possível observar imediatamente qual estratégia está funcionando ou não por meio de ferramentas de gerenciamento como o Google Analytics. Adaptabilidade: o marketing digital também permite que micro e pequenas empresas ampliem a presença de sua marca e gerenciem sua publicidade de forma mais efetiva do que na modalidade tradicional. Um questionamento central para as organizações na hora de definir qual modalidade de marketing adotar deve ser: qual é a mais eficaz? Por um lado, o marketing digital oferece grande capacidade de rastreamento de dados, mas isso não quer dizer que o marketing tradicional seja completamente ineficaz, pois ambos têm seu nicho (TODOR, 2016). Entretanto, é preciso lembrar que o impacto da tecnologia nos consumidores na contemporaneidade não está mostrando sinais de desaceleração. Esse elemento externo deve ser considerado em uma análise detalhada de cenários, como você vai vermais adiante neste capítulo. Marketing digital6 Além disso, a segmentação de público é também um componente essencial no mundo do marketing. Por conta disso, um dos objetivos do profissional de marketing é alcançar e comunicar uma mensagem a um público-alvo específico. Isso certamente é possível para o marketing tradicional, pois, por um lado, é possível selecionar em quais revistas os anúncios são colocados e decidir onde os outdoors são expostos; por outro lado, o mesmo pode ser dito em relação ao marketing digital. Ou seja, é possível escolher onde colocar banners na Web e medir as estatísticas de postagens nas redes sociais (TODOR, 2016). A efetividade do marketing digital pode ser aferida de acordo com formas mais exatas de mensuração. Por exemplo, considere que você estava em um site procurando sapatos e decidiu comprá-los. Você acaba acessando o Facebook e vê um anúncio dos sapatos que estava pensando em comprar ao lado de sua linha do tempo. Com a introdução desse tipo de campanha, os consumidores são constantemente expostos a anúncios de produtos que já pesquisaram e visualizaram on-line, o que torna a interação com o produto mais provável e, potencialmente, leva à sua aquisição. Os anúncios tradicionais não conseguem rastrear ou medir os hábitos de visualização com a mesma precisão por não contarem com a conexão direta entre empresa, plataforma de exposição, consumidores e ferramentas de mensuração e análise (DAS; LALL, 2016). Ademais, no que diz respeito à mensuração e à análise dos resultados, a precisão e a rapidez do marketing digital permitem que os profissionais dessa área mapeiem com maior exatidão o desempenho de seus esforços e, assim, aprimorem processos de tomada de decisão. Lembre-se de que a chave para o marketing eficaz é saber como analisar dados e implementar alterações com base no que eles informam (DAS; LALL, 2016). No marketing tradicional, por exemplo, é possível dizer com exatidão quantas pessoas viram determinado outdoor? Essa maior subjetividade abre, por conseguinte, maior espaço para equívocos. No marketing digital, a mensuração de dados é diferente porque os dados são apresentados por meio de estatísticas que podem variar de uma impressão simples (visualizações de uma campanha em particular) a algo mais complexo. Por exemplo, os dados podem ser refinados para demonstrar quanto tempo al- guém passou em uma página da Web e em que espaços essa pessoa clicou, o que pode revelar, com um pouco mais de estudo, os porquês de cliques específicos. A capacidade de segmentar corretamente um perfil demográfico especí- fico é crucial para o sucesso de uma campanha. Para o marketing digital, a demografia pode variar de um público local a um global, muito mais difícil de se alcançar com as estratégias tradicionais de marketing (KANNAN; LI, 2017). Isso acontece pois um outdoor fica fixo em um só lugar e uma revista cobre apenas uma área, porém a internet possui uma área global de 7Marketing digital abrangência. Se houver uma barreira de idioma, a maioria dos navegadores da internet atualmente pode traduzir textos e até mesmo figuras, o que reduz sensivelmente os limites presentes para as mídias digitais contemporâneas. A maior presença nos meios digitais também proporciona às empresas maiores oportunidades de interação responsiva. Por exemplo, os gestores das mídias sociais de uma empresa podem responder a comentários ou perguntas em tempo real, aproveitando a oportunidade de estabelecer uma conexão pessoal com seu público. À medida que se avança para um mundo digital, faz sentido adotar um método de marketing que melhor atinja o público on- -line. Ao adicionar o mapeamento digital à complexa equação que compõe a estratégia de marketing de uma empresa, uma abordagem eficaz também se torna uma maneira econômica de investir. Ryan (2014) afirma que o marketing digital incentiva o uso de canais de comunicação que motivam uma maior interatividade entre os consumidores e as marcas. Por exem- plo, os comentários e as classificações dos usuários criam uma relação de confiança transparente entre eles e a empresa. Por meio dos comentários dos consumidores, estes oferecem um atestado da qualidade e da força de uma marca, algo fundamental na construção de uma boa imagem. A importância do marketing digital para as em- presas também está na opção de selecionar um método de acordo com determinado orçamento e, mesmo que ele não seja tão alto, atingir um público mais amplo. A análise de cenários no marketing digital Em meio à dinamicidade do mundo globalizado e interconectado, a análise de cenários é uma ferramenta importante no desenvolvimento de novas estratégias, algo que também vale para o marketing digital. Esse tipo de análise explora os vários caminhos que uma organização pode seguir e implementa aquele que melhor corresponde aos objetivos dela. Nesse sentido, a organização é pensada como a soma de suas escolhas ao longo do tempo, tomando como base alternativas previamente identifi cadas, avaliadas, selecionadas, implementadas, controladas e ajustadas (HAMILL, 2019). Por esse motivo, a análise de cenários é um instrumento crucial na gestão do marketing digital, pois cria previsões e situações futuras, analisando os ambientes interno e externo e preparando a organização para determinados Marketing digital8 resultados. Os cenários são sequências postuladas de eventos. Nesse sentido, criar cenários ajuda a considerar uma variedade de possíveis resultados e fatores de mudança. Consequentemente, eles são uma ferramenta poderosa para entender possíveis situações e, em seguida, desenvolver estratégias apropriadas para cada uma delas (HAMILL, 2019). Em outras palavras, os cenários ajudam a antecipar resultados. Eles au- xiliam os gestores a fazer questionamentos específicos e a se prepararem para resultados inesperados. Além disso, a análise de cenários aumenta a capacidade responsiva de uma organização e de seus gestores a problemas que podem emergir em diferentes situações. Assim, a criação de cenários é útil na medida em que torna o marketing digital mais ágil; mas, para isso, requer informações e tempo. Portanto, é necessário responder às perguntas a seguir (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019). Quais informações acerca dos clientes, do mercado e da concorrência podem mudar? E quanto elas podem se alterar? Que dados são preditivos sobre o comportamento dos consumidores da empresa? Quais informações são essenciais para o engajamento eficaz com clientes já existentes e com consumidores em potencial? Quais dados são necessários para oferecer uma experiência positiva ao cliente nos vários canais de comunicação digital que uma organização oferta? Para usar cenários de maneira eficaz e incorporar seus resultados a plane- jamentos, as empresas precisam cobrir uma gama de possibilidades. Para isso, existem determinados princípios gerais que podem ser seguidos (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019): delimitar eventos que certamente ocorrem ou acontecerão; criar cenários que abranjam um amplo conjunto de resultados; identificar pelo menos de três a cinco incertezas críticas para a organização; desenvolver pelo menos quatro cenários para abordar cada uma dessas incertezas; criar uma métrica de mensuração para avaliar a probabilidade e o risco de cada cenário; usar o cenário com maior probabilidade de sucesso e maior alinhamento com o perfil da empresa como principal. 9Marketing digital Antes de criar cenários e analisá-los, é imperativo definir o escopo e o prazo em que eles podem ocorrer. Nesse sentido, a elaboração e a análise devem levar em consideração elementos que seriam de maior relevância para a organização em determinado período. Uma análise centrada no marketing digital deve atentar ao esclarecimento dos problemas essenciais e, em seguida, identificar tendências setoriais, políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e jurídicas que podem afetar esses problemas.Depois disso, o próximo passo é identificar as principais incertezas, isto é, eventos cujos resultados são incertos e que afetarão significativamente os problemas delimitados na etapa anterior. Dessa forma, é importante observar as relações entre essas incertezas e manter em mente as tendências do setor no qual a empresa está inserida (KINGSNORTH, 2019). Após, é possível construir os cenários mais prováveis e alinhados com a organização. No desenvolvimento desse processo, um método exequível é organizar os resultados possíveis a partir de uma escala crescente de proba- bilidades e do grau de preparação que a organização tem para cada um dos cenários. No decorrer dessa etapa, é necessário que o gestor de marketing digital (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019): avalie cada resultado em termos de probabilidade dentro dos prazos previamente estabelecidos; remova os resultados inexequíveis, isto é, elimine os cenários que sejam implausíveis, inconsistentes ou irrelevantes; identifique os elementos mais relevantes estrategicamente dentro de cada cenário; organize os possíveis resultados e tendências em torno desses elementos; realize pesquisas para refinar os detalhes e aumentar a compreensão acerca dos cenários restantes; avalie cada cenário novamente. Nesse momento, é importante que o gestor de marketing digital evite selecionar um ou dois cenários, ou descartar cenários extremos. Além disso, é preciso ter em mente que ignorar cenários aumenta a exposição ao risco, o que pode resultar também na implementação apenas de melhorias incrementais. É preciso lembrar que, em certas ocasiões, os cenários mais lucrativos podem ser aqueles que a princípio pareciam os mais improváveis (KINGSNORTH, 2019). O próximo passo é a escolha dos cenários cujos resultados parecem mais prováveis. Por conseguinte, deve ser criado um plano com base em cada cenário. Devem ser incluídas aí contingências claras para o caso de outro cenário — ou mesmo um que não foi imaginado — eventualmente emergir. Marketing digital10 Assim, é necessário que o gestor de marketing digital se certifique de que cada cenário compreenda elementos que podem interagir também sob condições muito específicas (KINGSNORTH, 2019). Os cenários escolhidos devem auxiliar no desenvolvimento de um portfólio de estratégias, estimular a discussão interna e ajudar a detectar sinais de risco. Dessa forma, os cenários ajudam a entender a magnitude de uma tendência e a incerteza dos ambientes internos e externos em que uma organização está inserida. Eles fornecem um veículo para o desenvolvimento de um conjunto de estratégias que otimizam as chances de sucesso sob quase todos os resultados possíveis (CHARLESWORTH, 2018). A dinamicidade e a velocidade das mudanças contemporâneas demandam que as empresas tenham um portfólio de estratégias, ou seja, estratégias diferentes prontas com base em um conjunto de cenários possíveis e realistas. Ao incorporar a construção e a análise de cenários de marketing digital aos seus planejamentos, as empresas podem explorar o impacto combinado de diferentes variáveis. Con- sequentemente, essa ferramenta permite que a organização altere tais variáveis simultaneamente e identifique padrões entre os vários resultados possíveis. Por fim, os cenários devem ser aplicados quando um gestor entende o pro- blema que está tentando resolver e o resultado que está tentando produzir. Para isso, ele cria cenários depois de identificar as tendências, fortalezas e incertezas e faz isso antes de desenvolver as suas estratégias. Dessa forma, a aplicação de cenários ao processo de planejamento melhora a capacidade de a empresa prever mudanças e de se adaptar a elas mais rapidamente (CHARLESWORTH, 2018). Charlesworth (2018) sugere uma abordagem compreensiva para a elaboração de uma análise de cenários de marketing digital. O autor recomenda atentar a sete elementos que podem potencialmente influenciar os resultados de determinada campanha. Nesse sentido, eles não precisam obedecer a uma ordem hierárquica específica, porém é necessário que sejam tratados cuidadosamente, tendo como foco o sucesso dos objetivos estabelecidos. Além disso, esses elementos precisam estar alinhados com os objetivos da organização e com a análise de cenários realizada no início do processo. Veja os elementos a seguir. Pesquisa: é importante que todas as campanhas sejam fundamentadas em pes- quisas aprofundadas sobre a empresa e o seu negócio. Além disso, deve-se levar em consideração a concorrência e o setor no qual a empresa está situada. Otimização: durante a fase de otimização, é preciso que a campanha seja flexível. A ideia é que possam ser realizadas diferentes alterações, sejam grandes ou pequenas. A capacidade de resposta da campanha deve ser eficiente e eficaz. 11Marketing digital Conteúdo: o conteúdo criado para determinada campanha deve ter profundidade e qualidade, permitindo que o público-alvo se conecte a ele e, assim, reaja aos estí- mulos que tal conteúdo pretende gerar acerca de determinados produtos e serviços. Palavras-chave: em campanhas focadas nos mecanismos de busca, as palavras- -chave são cruciais, pois elas dão a base do que terá impacto nas buscas dos con- sumidores. Assim, é imperativo um estudo rigoroso do setor e a implementação de estratégias de segmentação para direcionar o tráfego para o site da empresa. Mídias e links patrocinados: caso existam recursos para isso, é importante investir na promoção e no patrocínio de conteúdo. Assim, a campanha pode trabalhar com conteúdo alavancado por meio de uma rede de blogueiros e influenciadores digitais, por exemplo. Testes: é imperativo testar os recursos que vão compor sites e outras estratégias estabelecidas na análise de cenário. Os testes permitem correções prévias, que podem, por sua vez, garantir melhores resultados. CHAFFEY, D.; ELLIS-CHADWICK, F. Digital marketing. London: Pearson UK, 2019. CHARLESWORTH, A. Digital marketing: a practical approach. New York: Routledge, 2018. DAS, S. K.; LALL, G. S. Traditional marketing vs digital marketing: an analysis. International Journal of Commerce and Management Research, v. 2, n. 8, 2016. Disponível em: http:// www.managejournal.com/archives/2016/vol2/issue8/2-7-24. Acesso em: 19 out. 2019. HAMILL, Jim. The end of marketing as usual: be social: be digital. In: BAKER, M.; HART, S. The marketing book. London: Taylor & Francis, 2016. KANNAN, P. K.; LI, H. A. Digital marketing: a framework, review and research agenda. In- ternational Journal of Research in Marketing, v. 34, n. 1, 2017. Disponível em: https://papers. ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3000712. Acesso em: 19 out. 2019. KINGSNORTH, S. Digital marketing strategy: an integrated approach to online marketing. London: Kogan Page Publishers, 2019. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: from products to customers to the human spirit. New Jersey: John Wiley & Sons, 2010. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: moving from traditional to digital. New Jersey: John Wiley & Sons, 2016. RYAN, D. Understanding digital marketing: marketing strategies for engaging the digital generation. London: Kogan Page, 2014. TODOR, R. D. Blending traditional and digital marketing. Bulletin of the Transilvania University of Braşov, v. 9, n. 1, 2016. Disponível em: http://webbut.unitbv.ro/Bulletin/ Series%20V/2016/BULETIN%20I%20PDF/06_Todor%20R.pdf. Acesso em: 19 out. 2019. Marketing digital12 Dica do professor A tecnologia está efetivamente integrada à vida da maioria das pessoas na contemporaneidade. As pessoas possuem smartphones, tablets, smartwatches. Além disso, tanto os carros quanto os utensílios domésticos já saem de fábrica equipados com diferentes formas de se conectarem uns aos outros e à Internet. Com tantas pessoas on-line, é essencial que as empresas também estejam on-line. À medida que a presença virtual dos consumidores continua a crescer, amaneira como fazem compras continuará a evoluir. Assim, o marketing digital é fundamental, pois um número crescente de consumidores está on-line e ele se mostra a maneira mais rápida de alcançá-los. Para que você descubra o que é o marketing digital, bem como algumas características e ferramentas mais relevantes, confira a Dica do Professor. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/cc05ceb518696a531aa6343d2c0256d9 Na prática Marketing digital é um termo amplo que se refere a várias e diferentes técnicas promocionais implementadas para alcançar os consumidores por meio de tecnologias digitais. O marketing digital é incorporado a um extenso conjunto de táticas de marketing de serviços, produtos e marcas que usam principalmente a Internet como um meio promocional básico, além da TV, do rádio e de outros meios tradicionais. Além disso, outra característica dessa forma de marketing é que os seus processos efetivos diferem dos meios tradicionais na medida em que ele é mais direcionado, mensurável e interativo. É fundamental para o sucesso de uma empresa na contemporaneidade que ela consiga utilizar de forma dinâmica o marketing digital e as oportunidades que a Internet oferece. Existem diferentes maneiras de aproveitar tais chances. Na Prática, você verá um caso de uma empresa real que adotou uma estratégia bem-sucedida de marketing digital. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b34d2043-cc99-4740-9c90-f4c1e91a178d/b4d39fbb-244a-4078-9a2a-745f5a0393c6.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Marketing digital Os desafios para as organizações e os profissionais postos pelo advento do marketing digital são inúmeros, porém não são intransponíveis. Nesse sentido, a matéria a seguir apresenta questões relativas ao marketing digital e como empresas e profissionais conseguiram se atualizar tirando proveito das ferramentas que essa nova forma de vender produtos e serviços pode oferecer. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Análise de cenários Antes de uma organização se engajar em uma estratégia específica de marketing, é preciso que ela analise se aquela estratégia é a mais adequada para os objetivos que a organização almeja alcançar. Dessa forma, a análise de cenários é um passo fundamental para que uma organização seja bem- sucedida ao adotar uma determinada estratégia de marketing digital. O vídeo a seguir mostra uma explicação concisa e simples sobre essa ferramenta. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/V2LxMS-2HRA https://www.youtube.com/embed/uIo9v3zmW_0 O marketing e a internet Apresentação A Internet tem transformado profundamente a maneira como produtores e consumidores procuram e conseguem aquilo que almejam, sejam produtos ou serviços. Além disso, a rede mundial de computadores mudou a maneira como as pessoas pesquisam e onde compram os bens e serviços. Consequentemente, as empresas, com o objetivo de se manterem competitivas e lucrativas, estão mudando os seus métodos de marketing para responder a essa transformação nos hábitos dos seus clientes. Formas tradicionais de marketing, como a publicidade em jornais e canais de televisão, mala direta e chamadas telefônicas, têm se mostrado mais ineficientes na contemporaneidade, pois não se integram bem aos ambientes da Internet, assim, tornando-se cada vez menos eficazes. Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a descrever como a Internet surgiu e também identificar como a Internet mudou a sociedade, e, por fim, explicar o conceito de interatividade. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o surgimento da Internet.• Identificar como a Internet mudou a sociedade.• Explicar o conceito de interatividade.• Infográfico O advento da Internet proporcionou uma série de alterações radicais nos mais diversos âmbitos da vida em sociedade. Nesse sentido, está no meio de uma transformação significativa na maneira como os bens são produzidos, graças à introdução e à ampliação do uso da Internet nos processos de fabricação. Essa transição está sendo chamada de Indústria 4.0, representando a quarta revolução industrial que ocorre na manufatura. A Indústria 4.0 simboliza a união dos computadores e da mecanização com o uso da Internet, da inteligência artificial e do emprego de sistemas autônomos alimentados por dados em redes globalmente conectadas. Levando em consideração as transformações engendradas pela Internet nesse âmbito da produção, você conhecerá no Infográfico a seguir algumas características da Indústria 4.0. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/1aa1f11c-b9e1-4a54-b4a4-43d577e17615/d7b155da-7734-482d-ac79-05f6388a3b67.png Conteúdo do livro A Internet é a forma abreviada de "Rede Internacional". Nesse sentido, vale mencionar que a Internet realmente existe desde a década de 1960, mas ganhou centralidade com a invenção e a posterior implementação da World Wide Web. Além disso, foi o seu reconhecimento global que marcou o início da chamada Era da Informação. Ao longo dos anos, a Internet se tornou uma plataforma poderosa para o fluxo mais rápido e dinâmico de informações. Essa potência tecnológica deu uma nova dimensão ao compartilhamento de conhecimentos e possibilitou o acesso instantâneo a informações sobre os mais diversos assuntos. Atualmente, pode-se encontrar dados sobre praticamente qualquer assunto por meio da Internet. As transformações causadas por ela se estendem às mais diferentes esferas da vida em sociedade. No capítulo O marketing e a Internet, da obra Marketing Digital, você entenderá como essa rede surgiu e como tem alterado o mundo, mudando a forma que a interação ocorre na contemporaneidade. Primeiro, você verá como essa importante inovação surgiu. Depois disso, aprenderá a identificar as transformações engendradas por ela no mundo. Por fim, verá também o que é interatividade e como definir esse conceito. Boa leitura. Marketing Digital Bruno de Souza Lessa O marketing e a internet Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o surgimento da internet. Identificar como a internet mudou a sociedade. Explicar o conceito de interatividade. Introdução A internet renovou os negócios e o comércio, conferindo velocidade e dinamismo às mais diversas transações. Os negócios on-line são uma realidade contemporânea e se ampliam por meio da rede mundial de computadores. Nesse sentido, o mundo corporativo tem conseguido, por exemplo, alcançar uma base mais ampla de clientes por meio de seus sites e redes sociais. Além de velocidade, confiabilidade e amplo alcance, o comércio on- -line oferece aos compradores e vendedores maior variedade de produtos e serviços, eliminando concomitantemente as limitações geográficas do comércio e da troca. Por conseguinte, a publicidade e o marketing também passaram por transformações consideráveis. Por exemplo, um novo produto pode ser apresentado a um público maior em questão de segundos por conta da abrangência atual de dispositivos móveis como smartphones e tablets. Neste capítulo, você vai estudar a internet. Você vai verificar a impor- tância dessa ferramenta contemporânea e o seu papel na sociedade. Pri- meiro, você vai conhecer as origens da internet. Depois, vai ver como ela tem alterado a sociedade das mais diversas formas. Por fim, vai conhecer o conceito de interatividade e assuas possíveis definições. Como surgiu a internet? A história da internet é complexa, mas pode ser rastreada facilmente até a atualidade. Para fi ns didáticos, o recorte que você vai ver aqui se estende do marco inicial, na década de 1960, até o surgimento do primeiro navegador de sucesso e abrangência mundial, o Internet Explorer, na década de 1990. Em síntese, a internet foi o resultado do pensamento visionário de cientistas que, no início dos anos 1960, viram grande potencial em permitir que computadores compartilhassem informações sobre pesquisa e desenvolvimento em diferentes campos acadêmicos e militares. Joseph Carl Robnett Licklider, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), foi quem propôs pela primeira vez uma rede global de computadores, em 1962. Ele foi do MIT para a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa (Darpa) no final de 1962 para liderar o desenvolvimento dessa rede. Leonard Kleinrock, também do MIT, desenvolveu a teoria da comutação de pacotes de informação, que formaria as bases das conexões que tornariam a internet possível. Além deles, Lawrence Roberts, também do MIT, foi o primeiro a conectar um computador de Massachusetts a outro da Califórnia, em 1965, por meio de linhas telefônicas discadas, usando a tecnologia de comutação de pacotes (HAFNER; LYON, 1996). Essa rede rudimentar, então conhecida como Arpanet, foi disponibilizada on-line em 1969, sob um contrato assinado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (Arpa), que inicialmente conectava quatro grandes computadores em universidades do sudoeste dos Estados Unidos. O contrato foi realizado pela BBN sob o comando de Robert Kahn e entrou em operação em dezembro de 1969. A internet foi projetada para fornecer uma rede de comunicações que funcionaria mesmo se alguns dos principais locais de armazenamento de dados estivessem inoperantes. Se a rota mais direta não estivesse disponível, por exemplo, os roteadores direcionariam o tráfego por rotas alternativas (HAFNER; LYON, 1996). Assim, essa “internet primitiva” era usada essencialmente por especia- listas em computação, engenheiros, cientistas e bibliotecários. Não havia ainda uma interface amigável aos usuários. Naquele momento, também não havia ainda computadores pessoais em domicílios ou escritórios. Qualquer pessoa que usasse a rede, mesmo que fosse um profissional de informática, um engenheiro, um cientista ou um bibliotecário, precisaria aprender a operar um sistema muito complexo. Dessa forma, o e-mail foi adaptado para a Arpanet por Ray Tomlinson, da BBN, em 1972. Foi ele quem escolheu o símbolo @ dentre outros disponíveis O marketing e a internet2 no teclado para vincular o nome de um usuário a determinado endereço. O protocolo Telnet, que permitiu o login em computadores remotos, foi publicado pela primeira vez em 1972. Esse protocolo foi o primeiro meio empregado para compartilhar o trabalho em desenvolvimento com toda a comunidade científica que compunha o grupo. Depois disso, foi inventado o File Transfer Protocol (FTP), que possibilitou a transferência de arquivos mais complexos entre diferentes locais da rede. A internet amadureceu de fato a partir dos anos 1970, como resultado da arquitetura TCP/IP, que era mais arrojada e simples de usar do que as anteriores. Ela foi resultante do trabalho conjunto de Robert Kahn na Arpa, Vint Cerf em Stanford e de suas equipes, realizado ao longo dos anos 1970 (LEINER et al., 2009). Em 1986, a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos (National Science Foundation — NSF) financiou a NSFNet como uma tentativa de gerar velocidade de conexão de 56 Kbps para a internet, pois uma das principais limitações da rede naquele momento era a lentidão da transferência de dados e a sua instabilidade. Eles mantiveram seu patrocínio por quase uma década e foram os responsáveis por estabelecer regras para como a internet funcionaria para fins não comerciais e de pesquisa. Com essas regras, os comandos para e-mail e FTPs foram padronizados. Dessa forma, os comandos necessários ficaram muito mais acessíveis para pessoas sem o conhecimento técnico e científico específico. Entretanto, em comparação com os padrões atuais, o uso ainda não era fácil. Ainda assim, a internet ficou mais acessível para mais pessoas nas universidades. Além dos departamentos de biblioteconomia, informática, física e engenharia, outros departamentos encontraram maneiras de utilizar as redes, por exemplo, para se comunicar com colegas de todo o mundo e compartilhar arquivos e recursos (LEINER et al., 2009). Uma vez que o número de sites na internet ainda era bem pequeno, era fácil acompanhar os recursos disponíveis. No entanto, à medida que mais universida- des e organizações — e suas bibliotecas — se conectavam, a internet se tornava cada vez mais difícil de rastrear. Havia, assim, cada vez mais necessidade de ferramentas para agregar e compartimentar os recursos disponíveis. A inovação necessária para isso ocorreu em 1989, quando Tim Berners-Lee e sua equipe no Laboratório Europeu de Física de Partículas, conhecido popularmente como CERN, propuseram um novo protocolo para distribuição de informações. Esse protocolo era o que você conhece hoje como a World Wide Web (WWW) e foi lançado em 1991. A WWW é baseada em hipertexto, isto é, um sistema de incorporação de links em textos que podem ser vinculados a outros textos. Contudo, foi apenas com o surgimento dos primeiros navegadores que a internet se tornou realmente popular (LEINER et al., 2009). 3O marketing e a internet Foi com o desenvolvimento do navegador gráfico Mosaic, em 1993, por Marc Andreessen e sua equipe, no Centro Nacional de Aplicações de Super- computação (NCSA), que os software de navegação com interfaces amigáveis começaram a ter o formato que você conhece. Mais tarde, Andreessen tornou-se o idealizador da Netscape Corp., que produziu o primeiro navegador gráfico amigável aos usuários. O navegador da Netscape teve um sucesso considerável e dominou o incipiente mercado da internet até a entrada da Microsoft, com o desenvolvimento do Internet Explorer (RYAN, 2010). Com a gradual derrocada do Netscape, o Internet Explorer passou a ser o navegador hegemônico para o uso da internet até aproximadamente 2005. Isso ocorreu por conta da popularidade do Windows (sistema operacional da Microsoft). Esse sucesso deriva do fato de que o navegador já vinha embu- tido na plataforma do sistema operacional e era, em alguns casos, acionado automaticamente quando o Windows se iniciava (RYAN, 2010). Além das transformações no próprio mercado que envolve a internet, a popularização dela alterou diversas outras esferas da sociedade e áreas do conhecimento. Essas transformações serão exploradas na seção a seguir. Na Figura 1, você pode ver uma síntese da história inicial da internet. A sua concepção se dá na década de 1960. A Guerra Fria, o receio de um conflito nuclear e a corrida tecnológica tiveram um papel crucial na concepção de uma rede descentralizada de comunicações. Essa rede deveria resistir mesmo sob o contexto de uma guerra mundial. Para isso, o governo, o exército, cientistas e universidades nos Estados Unidos empreenderam esforços durante décadas a fim de criar e refinar uma rede de troca de informações. Foi essa rede, rudimentar no seu início, que se tornou a internet contemporânea, com toda a sua complexidade. Tim Berners-Lee, um cientista britânico, inventou a WWW em 1989. A Web foi origi- nalmente concebida e desenvolvida para atender à demanda por compartilhamento automatizado de informações entre cientistas de universidades e institutos em todo o mundo. O primeiro site dedicado ao projeto foi hospedado no computador NeXT de Berners-Lee. Em 30 de abril de 1993, o software que permitiu o acesso à concepção da Web foi colocado em domínio público. Posteriormente, foi disponibilizada também uma versão com uma licença aberta, fornecendo, assim, uma maneira mais segura dese maximizar essa divulgação (HAFNER; LYON, 1996). O marketing e a internet4 Fi gu ra 1 . L in ha d o te m po d a in te rn et . Fo nt e: A da pt ad a de B er na rd es (2 01 9) . Pe sq ui sa s m ili ta re s na gu er ra fr ia , Es ta do s U ni do s e U ni ão S ov ié tic a co m pr ee nd ia m a ne ce ss id ad e de tr oc a de in fo rm aç õe s (c om un ic aç ão ) se gu ra e rá pi da 19 60 19 62 19 69 19 70 19 76 19 88 Já s e fa la va e m um a re de d e co m pu ta do re s in te rli ga do s O co rr e a pr im ei ra tr an sm is sã o de e -m ai l d a hi st ór ia D im in ui a te ns ão en tr e as d ua s po tê nc ia s U ni ão So vi ét ic a e Es ta do s U ni do s. N is so , o go ve rn o am er ic an o pe rm ite o s es tu do s da in te rn et e m un iv er si da de s e a co nt in ui da de d as pe sq ui sa s 12 c om pu ta do re s e 75 d is po si tiv os te rm in ai s fo ra m ju nt ad os e fo rm ar am um a re de N o Br as il, s ur ge m as p rim ei ra s un iv er si da de s lig an do o P aí s ao s Es ta do s U ni do s 5O marketing e a internet A internet, as suas transformações e a sociedade Como em seu início a internet foi fi nanciada pelo governo dos Estados Unidos, ela se limitou originalmente à pesquisa, à educação e aos usos do próprio governo. Os usos comerciais eram proibidos, a menos que atendessem di- retamente a objetivos relacionados à pesquisa e à educação. Essa política continuou até aproximadamente o início dos anos 1990, quando as redes comerciais independentes começaram a crescer (HAFNER; LYON, 1996). Foi a partir desse período que se tornou possível rotear o tráfego em todo o país de um site comercial para outro sem passar pela estrutura da internet fi nanciada pelo governo. A empresa Delphi foi a primeira oferecer um serviço nacional on-line de acesso à internet para assinantes por determinado preço. Ela abriu os primeiros serviços de conexão por e-mail em julho de 1992, e seu serviço completo de acesso à internet foi iniciado efetivamente em novembro de 1992. Todas as restrições para o uso comercial foram abolidas, por sua vez, em maio de 1995, e todo o tráfego passou a depender das redes comerciais. Nesse momento, sur- giram também outras empresas que passaram a oferecer serviços relacionados à internet, como a AOL, a Prodigy e a CompuServe (RYAN, 2010). Nesse sentido, a entrada da Microsoft no mercado de navegadores, ser- vidores e provedores de serviços de internet foi preponderante para conferir uma escala mundial à mudança para o modelo de internet que você conhece hoje. Em junho de 1998, o lançamento do Windows 98 — com o navegador Internet Explorer, também pertencente à Microsoft, integrado à área de traba- lho — permitiu que a empresa capitalizasse e contribuísse para o crescimento exponencial da internet a partir daquele ano (ASPRAY; CERUZZI, 2008). Durante esse período de desenvolvimento, as empresas que ingressaram no mercado tiveram de inovar para encontrar modelos de negócios que fun- cionassem. Os serviços gratuitos financiados pelas formas de publicidade afastaram temporariamente alguns dos custos diretos do consumidor; por exemplo, os serviços ofertados pela Delphi incluíam páginas da Web gratuitas, salas de bate-papo e quadros de mensagens para a construção de fóruns. No entanto, esse modelo de financiamento se mostrou inviável no médio e no longo prazos, e muitas empresas que o adotaram acabaram falindo (ASPRAY; CERUZZI, 2008). A difusão da internet a partir desse período também possibilitou o surgi- mento do comércio on-line. O e-commerce transformou profundamente o modo como as organizações comercializavam seus produtos e serviços. As vendas O marketing e a internet6 desse tipo cresceram rapidamente para produtos como livros, CDs de música e computadores. Contudo, as margens de lucro eram inicialmente reduzidas, pois as comparações de preços ainda não eram tão fáceis e a confiança do público na segurança on-line ainda era um problema. Os modelos de negócios que funcionaram melhor nesse período foram os sites em formato de portais, que passaram a ofertar troca e comércio de produtos entre usuários, além de leilões ao vivo (ASPRAY; CERUZZI, 2008). Uma das tendências atuais, com grandes implicações para o futuro (até mesmo o futuro geopolítico mundial), é a evolução exponencial das conexões de altíssima velocidade, com maior estabilidade e capacidade de transmissão de dados. Os modems de 56 K e os provedores que os apoiaram se difundiram rapidamente, porém essa tecnologia se tornou obsoleta e entrou em desuso depois de um período razoavelmente curto. O 56 K não era rápido o suficiente para transportar multimídia, como som e vídeo, mesmo em qualidades reduzi- das, por exemplo. Contudo, as novas tecnologias mais rápidas, como as linhas digitais (DSL), se tornaram predominantes e são parte da base das conexões mais velozes que ainda podem ser empregadas atualmente (COELHO, 2016). Além disso, as redes sem fio se desenvolveram e evoluíram nos últimos anos. As pessoas puderam, por exemplo, por meio das conexões wi-fi, se conectar enquanto estavam fora de casa ou dos escritórios. Atualmente, isso pode parecer corriqueiro, porém representou uma profunda transformação não apenas na estrutura de uso da própria internet, mas também na forma como as pessoas passaram a se relacionar por meio dela. Nessa perspectiva, uma das principais áreas de crescimento dos mercados relacionados direta e indiretamente à internet é o acesso sem fio universal. Nas economias desenvolvidas, o foco é a criação de estruturas que possibilitem que praticamente todos os lugares possuam algum acesso à rede. Dessa forma, passou a crescer também o acesso wi-fi patrocinado por governos municipais, por exemplo. As tecnologias de maior velocidade oferecem também faixas mais amplas do que o wi-fi comum, como os modelos EV-DO, 4G, 5G (ainda em desenvolvimento) e o LTE. A competição tecnológica, econômica e política tem inclusive criado tensões diplomáticas e comerciais entre os países que disputam essa hegemonia. Outra tendência que está afetando rapidamente as sociedades é a difusão de dispositivos dos mais variados tipos que se integram e se conectam por meio da internet. Tablets, smartphones, e-books, videogames, relógios de pulso, dispositivos GPS, termostatos e até lâmpadas agora são capazes de acessar a Web (COELHO, 2016). A integração e a troca de dados entre esses diferentes dispositivos geraram o fenômeno chamado de “internet das coisas”. Nela, por 7O marketing e a internet meio das conexões mais rápidas e estáveis possíveis atualmente, os dispositivos trocam informações em tempo real. Agora, a maioria das televisões modernas está conectada às redes, e os dispositivos de streaming já saem integrados à estrutura das TVs, por exemplo. Essa mesma realidade vale para geladeiras, automóveis, portas de garagem, aparelhos de exercício, fornos, câmeras, etc. (COELHO, 2016). Por fim, na contemporaneidade, à medida que a internet se tornou prati- camente onipresente, mais rápida e cada vez mais acessível, as redes sociais e os serviços colaborativos e de compartilhamento cresceram rapidamente. Isso permite que as pessoas se comuniquem e compartilhem interesses das mais diferentes maneiras. Estruturas como Facebook, Twitter, LinkedIn, YouTube, Flickr, Instagram e wikis têm alterado profundamente a forma como as pessoas e organizações se relacionam, modificando cada vez mais rápido a dinâmica socioeconômica do mundo. Hafner e Lyon (1996) argumentam que não há um consenso entre os pesquisadores sobre o ano exato do surgimento das redes sociais. No entanto, é possível afirmar que essas ferramentas sociais, com as características atuais, começaram a aparecer nos anos 1990. No entanto, os primeiros sinais deredes sociais remontam a anos anteriores. A primeira semente do que poderia ser considerado uma rede social foi plantada há várias décadas: em 1971, o primeiro envio de um e-mail foi feito por meio de dois computadores que estavam lado a lado. A interatividade e a sua importância Quando se consideram as origens do termo “interatividade”, duas áreas de conhecimento são fundamentais: a sociologia e as ciências da computação. A sociologia começou a se preocupar com as questões relativas à intera- tividade ainda no século XIX. Já as ciências da comunicação passaram a lidar com o termo no fi nal dos anos 1980, quando as novas tecnologias computacionais se tornaram relevantes na distribuição e na concepção dos conteúdos de mídia de massa. O marketing e a internet8 A origem do termo “interatividade” está intimamente relacionada ao termo “interação”, que desempenha um papel central no contexto da teoria da ação sociológica. A palavra “interação” diz respeito a ações humanas ligadas entre si e dotadas de significado para quem participa delas. Isto é, o aspecto central da interação é a orientação e a percepção mútuas daqueles que participam dela. Segundo o interacionismo simbólico, por exemplo, que lida explicitamente com a comunicação interpessoal, as pessoas se comunicam com base em símbolos e significados que emergem no processo de comunicação e estão sujeitos a mudanças sociais e históricas (QUIRING; SCHWEIGER, 2008). No vídeo disponível no link a seguir, veja como a interatividade é entendida no âmbito do senso comum. https://qrgo.page.link/zWMVy Originalmente, a noção de interação se aplicava à comunicação face a face, que pode ser de natureza verbal ou não verbal. Assim, a interação ocorre nas chamadas “sequências de reação”: sequências em que as ações de uma pessoa resultam em reações de outra pessoa. Como essas interações podem acontecer por meios tecnológicos (telefones ou computadores conectados por uma rede, por exemplo), a presença física deixou de ser critério essencial (QUIRING; SCHWEIGER, 2008). As ciências da computação adotaram o termo com um sentido relacionado ao entendimento exposto. Nesse caso, ele passou a se referir ao uso de sistemas de computadores por seres humanos. No âmbito da computação, a Interação Humano-Computador (ICH) examina a estrutura das interfaces orientadas aos usuários tendo como intuito melhorar e facilitar o diálogo entre homem e máquina. O principal objetivo da ICH é aprimorar as possibilidades de uso de hardware e software (QUIRING; SCHWEIGER, 2008). O ponto inicial da ICH foi, na verdade, uma conquista técnica. Até a década de 1980, os computadores mainframe conectados às estações de trabalho dominavam o setor. Os usuários alimentavam esses computadores de grande 9O marketing e a internet porte com cálculos extensos, implementados por meio do processamento em lotes e com resultados que eram encaminhados para estações de trabalho específicas. O processamento nessas instâncias não era fácil de usar, pois apenas os profissionais da informática eram efetivamente capazes de dominá-lo. Mais tarde, quando foram introduzidos computadores pessoais mais baratos e poderosos, os usuários comuns conseguiram acessar esse tipo de interação. Quando os computadores pessoais finalmente se tornaram uma realidade nas residências, a melhoria e a facilidade do diálogo homem-máquina se tornaram centrais, porque os usuários possuíam e possuem, na sua maioria, habilidades técnicas limitadas (QUIRING, 2016). Como você pode notar, a sociologia e as ciências da computação usam o termo “interação” em circunstâncias diferentes. Em um sentido sociológico, a interação se refere à comunicação interpessoal, não importa se realizada pessoalmente ou por meios técnicos. Por outro lado, as ciências da computação usam o termo no contexto da comunicação com máquinas. A comunicação interpessoal via computador pode ser considerada uma junção entre essas duas áreas do conhecimento (QUIRING, 2016). Além disso, as ciências da comunicação, com foco nos meios de comu- nicação de massa, vinculam ambas as perspectivas. Inicialmente, o uso das mídias e a pesquisa sobre seus efeitos se concentraram no contato das pessoas com as mídias de massa, pensando nos destinatários como um “público ativo”. No entanto, como o suprimento e o conteúdo de mídia são sempre produzidos por comunicadores humanos que têm outros humanos como público, a perspectiva comunicacional considera implicitamente a comunicação entre indivíduos mais do que entre seres humanos e máquinas (QUIRING, 2016). Por outro lado, a mídia interativa atual considera que a interação pode ocor- rer por meio de qualquer sistema eletrônico que permita ao usuário controlar, combinar e manipular diferentes tipos de mídia, como textos, sons, vídeos, computação gráfica e animações. A mídia interativa integra computador, armazenamento, dados digitais, telefones, televisões e outras tecnologias da informação. A mídia interativa mudou profundamente o papel do usuário, que passou de observador a participante. Esse formato de mídia pode ser consi- derado o atual paradigma que as organizações devem levar em consideração ao pensar suas estratégias de marketing e de comunicação com seu público (QUIRING, 2016). O marketing e a internet10 Um exemplo de como a internet e as novas formas de interatividade mudaram o mundo é o surgimento do que se chama hoje de “Indústria 4.0”. Ela se baseia na conexão ampla, total e praticamente irrestrita entre as diferentes tecnologias, com trocas e análises de grandes volumes de dados em tempo real. Coelho (2016) ressalta que o impacto da Indústria 4.0 transcende a mera digitalização, pois passa por uma forma muito mais complexa de inovação baseada na combinação de múltiplas tecnologias com a transmissão rápida de informações. Essa combinação mais complexa, por sua vez, exige que as organizações reflitam sobre a forma como gerenciam os seus negócios e processos, sobre a maneira como se posicionam na cadeia de valor e sobre o modo como articulam o desenvolvimento de novos produtos e os introduzem no mercado. Portanto, o ajuste das ações de marketing e de distribuição se torna imperativo. É preciso perceber também que as transformações passam a ocorrer para todos os integrantes das cadeias de valor, tanto a nível das exigências dos clientes como dos parceiros de negócio. Nesse sentido, Coelho (2016) também sinaliza para quatro alterações principais que são esperadas na Indústria 4.0 em geral: mudanças nas expectativas dos clientes; produtos mais inteligentes e com melhor desempenho; novas formas de colaboração e parcerias; transformação do modelo operacional por meio da conversão em modelos digitais. Por fim, há quatro diferenças básicas entre as interações tradicionais e aquelas que ocorrem por meio de mídias interativas on-line. Primeiro, ao usar os recursos de feedback das mídias on-line, os usuários não precisam mudar o dispositivo que estão utilizando. O feedback sobre aplicativos, por exemplo, costuma ser feito em tempo real. Em segundo lugar, os serviços dependentes de computadores e de dispositivos móveis, como e-mails, redes sociais ou fóruns de discussão, permitem que o público entre em contato com os geradores de conteúdo de maneira rápida, fácil e frequentemente gratuita (ZIEGELE et al., 2018). Em terceiro lugar, os geradores de conteúdo também são capazes de respon- der ao feedback rapidamente e, quando acreditam ser pertinente, incorporar as opiniões dos usuários a seus produtos e serviços. Além disso, os dados relacio- nados ao uso dessas mídias, como visitas por dia ou visualizações de vídeos, podem ser coletados de forma rápida e gratuita. Por último, mesmo no setor das mídias de massa, os limites entre comunicadores e destinatários são cada 11O marketing e a internet vez menores. Afinal, na atualidade, os usuários podem agir simultaneamente como geradores de informação e conteúdo. Por exemplo,a enciclopédia on- -line Wikipedia é um dos casos mais significativos na atualidade de conteúdos gerados pelos próprios usuários (ZIEGELE et al., 2018). O surgimento da Web foi fundamental para a popularização da internet. Saiba mais sobre essa história no vídeo disponível no link a seguir. https://qrgo.page.link/9MDhg ASPRAY, W.; CERUZZI, P. The internet and American business. Cambridge: MIT Press, 2008. BERNARDES, L. História da Internet. [2019]. Disponível em: https://www.todoestudo. com.br/historia/historia-da-internet. Acesso em: 14 out. 2019. COELHO, P. M. N. Rumo à indústria 4.0. 2016. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2016. HAFNER, K.; LYON, M. Where wizards stay up late: the origins of the internet. New York: Touchstone, 1996. LEINER, B. M. et al. A brief history of the Internet. Computer Communication Review, [s. l.], v. 39, n. 5, p. 22–31, 2009. QUIRING, O. Interactivity. In: THE INTERNATIONAL encyclopedia of communication theory and philosophy. Philadelphia: John Wiley & Sons, 2016. 4 v. QUIRING, O.; SCHWEIGER, W. Interactivity: a review of the concept and a framework for analysis. Communications, [s. l.], v. 33, n. 2, p. 147–167, 2008. RYAN, J. A history of the Internet and the digital future. London: Reaktion Books, 2010. ZIEGELE, M. et al. Linking news value theory with online deliberation: how news factors and illustration factors in news articles affect the deliberative quality of user discussions in SNS’ comment sections. Communication Research, [s. l.], 2018 O marketing e a internet12 Dica do professor A Internet alterou drasticamente o mundo dos computadores e das comunicações. Isso ocorreu, pois a rede mundial de computadores engloba simultaneamente uma capacidade mundial de transmissão de dados, um mecanismo de disseminação de informações e um meio de colaboração e interação entre os indivíduos e os seus computadores, sem considerar as suas localizações geográficas. A Internet representa um dos exemplos mais bem-sucedidos dos benefícios do investimento contínuo e do compromisso com a pesquisa e o desenvolvimento de infraestruturas para informações. Começando com pesquisas militares há mais de meio século, o governo, a indústria e o meio acadêmico foram e continuam sendo parceiros na evolução dessa tecnologia em constante transformação. Nesta Dica do Professor, você verá como essa invenção revolucionária surgiu. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/240363391fea94a2bc2e8a2503a8a1f7 Na prática A interação com os consumidores é uma ferramenta essencial para o sucesso das organizações na contemporaneidade. Ela pode ocorrer por meio de práticas que se concentram nas ações individuais de clientes já consolidados ou de clientes em potencial. Essa interação pode envolver iniciativas que são conectadas aos comportamentos e às preferências dos clientes. Por esse motivo, representam uma mudança em relação aos esforços tradicionais de marketing baseados em campanhas, por exemplo. Por adotar estratégias centradas nos clientes, a interação normalmente envolve reagir às ações do cliente e se esforçar para atender às suas expectativas e demandas especificamente. Veja, Na Prática, o exemplo de uma empresa de transmissão de vídeos on-line que tem sido um caso de sucesso na forma como promove a interação com a sua plataforma. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ea8c6bb7-0cc5-49e9-b65d-5954604b9ba2/7cbd5a15-9f62-4efc-9333-0d4a42477e07.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A importância da presença de sua empresa na Internet O surgimento e a difusão da Internet foram preponderantes para transformar sensivelmente as relações comerciais na contemporaneidade. Sendo assim, é importante que as empresas dos mais diferentes setores e tamanhos estejam atentas não apenas para a importância da rede mundial de computadores, mas também para as estratégias possíveis e o potencial que podem ser alcançados por meio dessa inovação que vem alterando a forma das relações sociais desde a segunda metade do século XX. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Os 30 anos da Internet - uma ferramenta que mudou o mundo A difusão da Internet é um fenômeno consideravelmente recente na história da humanidade. Apesar disso, a velocidade com que o seu acesso tem se ampliado permitiu que várias características das sociedades fossem profundamente alteradas. Na matéria jornalística a seguir, é possível ver com maiores detalhes como essa inovação transformou diferentes aspectos do mundo social. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Interatividade em debate O conceito de interatividade é utilizado em diferentes áreas do conhecimento, porém a sua definição clara nem sempre é possível, pois ele está condicionado ao campo ou mesmo ao grupo social pelo qual é empregado. Em uma tentativa de esclarecer as dúvidas nesse sentido, o debate a https://www.youtube.com/embed/K8kZL3zLeSU https://www.dw.com/pt-br/os-30-anos-da-internet-uma-ferramenta-que-mudou-o-mundo/a-47880224 seguir situa melhor as possíveis definições sobre esse conceito e o que ele pode significar na contemporaneidade. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/Tlw9u12xwbE Plano de marketing digital Apresentação Todos nós, em algum momento da vida, precisamos recorrer a um mapa para escolher o caminho mais adequado para determinado trajeto. Se você está com pressa, escolhe o caminho que tende a ser mais curto, mas também pode ter mais pedágios e ser o mais caro; se você tem tempo, pode escolher o mais bonito. Usamos o mapa como um guia, um suporte para chegar de um ponto A até um destino B. O marketing digital também tem um mapa, que se chama plano de marketing digital. Trata-se do documento que reúne o processo de planejamento das ações digitais de marketing de uma marca ou organização. O planejamento é feito a fim de alcançar determinados objetivos, podendo ser voltado para a marca, o produto ou o serviço oferecido pela organização. Esse plano será responsável por guiar a estratégia do negócio. O plano de marketing digital pode ser considerado uma ferramenta de gestão para a empresa se manter competitiva no mercado em que está inserida, dentro do contexto e do ambiente digital. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender os conceitos, os modelos e as etapas que configuram um plano de marketing digital. Você vai ver também a importância do desenvolvimento da persona para uma compreensão mais completa a respeito do consumidor, assim como os principais fatores externos e internos que devem ser analisados para a definição da situação atual da empresa. Finalmente, você vai aprender sobre cada etapa do processo de elaboração do plano de marketing digital, assim como exemplos práticos de sua aplicação. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever um plano de marketing digital.• Relacionar os principais elementos de um plano de marketing digital.• Aplicar um plano de marketing digital.• Infográfico Em todas as metodologias de planejamento de marketing digital uma das etapas mais importantes é a definição do perfil do consumidor. Nesse sentido, a definição do público-alvo, no marketing tradicional, se transformou em definição da persona, no marketing digital. No momento da criação de campanhas e ações de marketing digital, é preciso ter em mente que há um público que se deseja atingir. Apartir dessa premissa, foi criado o conceito de persona, que pode ser traduzido como “cliente ideal”. Definir a persona da empresa é essencial para direcionar as estratégias de marketing digital, pois, ao elaborar o perfil de um cliente ideal, facilita-se a tarefa de desenvolver conteúdos voltados para alguém que personifica o público pretendido pela empresa. Neste Infográfico, veja o conceito de persona, os benefícios de criar uma persona, as diferenças entre público-alvo e persona, as questões que ajudam a definir o perfil da persona, as características que compõem uma persona, assim como alguns exemplos práticos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9635b9c6-a439-4453-992f-7aef7c2bc750/49b3da54-f0f2-46ca-842e-1ef5ec200264.png Conteúdo do livro O planejamento de marketing digital é essencial na gestão de qualquer negócio. Mostrar para o consumidor que a empresa existe é o objetivo fundamental. Além disso, com as estratégias certas, a empresa precisa demonstrar que é autoridade no setor onde atua e que o seu produto ou serviço é a melhor solução para o consumidor. Também é importante desenvolver táticas e ações que proporcionem a interação da empresa com seus públicos, ouvindo suas sugestões e reclamações e conquistando sua confiança. Finalmente, deve mensurar os resultados de cada ação, para avaliar certos e erros e promover ajustes no plano, se necessário. No Capítulo Plano de marketing digital, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os dois principais modelos de planejamento digital: a metodologia dos 8Ps, proposta por Vaz (2011), e a metodologia SOSTAC, proposta por Chaffey e Smith (2013). Embora adaptados ao contexto digital, ambos são inspirados nas etapas propostas pelo planejamento de marketing tradicional, como análise do ambiente externo e interno, definição de objetivos e estratégias e mensuração dos resultados. Boa leitura. MARKETING DIGITAL Plano de marketing digital Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever um plano de marketing digital. Relacionar os principais elementos de um plano de marketing digital. Aplicar um plano de marketing digital. Introdução O plano de marketing é um documento derivado do processo de plane- jamento. Já o plano de marketing digital detalha as ações necessárias para uma empresa atingir os objetivos de marketing considerando o ambiente e os canais de comunicação digitais. Neste capítulo, você vai observar os diferentes modelos de planeja- mento de marketing digital. Dois dos mais conhecidos são a metodologia dos 8 Ps e o modelo SOSTAC, que você vai conhecer em detalhes no texto. Além disso, você vai ver um exemplo de aplicação de um plano de marketing na área da construção civil. Principais conceitos O plano de marketing é o principal instrumento para a coordenação das ativi- dades de marketing de uma organização. Segundo Kotler e Armstrong (2013), o plano de marketing consiste em um documento composto pela análise da situação atual de marketing, pela análise de oportunidades e ameaças, pela defi nição de objetivos, estratégias e programas de ação de marketing e pela projeção fi nanceira da empresa. Em suma, portanto, o plano de marketing é um documento escrito que detalha as ações necessárias para uma empresa atingir um ou mais objetivos de marketing. Ele pode ser um plano para a marca como um todo ou para um produto ou serviço específico. Esse plano é resultado de um processo de planejamento. Por sua vez, o “Planejamento de marketing é uma sequência Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 de etapas e uma série de atividades que levam à determinação de objetivos de marketing e à formulação de planos para alcançá-los” (MCDONALD, 2008, p. 18). Para você entender a importância do plano de marketing, precisa com- preender o que é o marketing e qual é o seu papel na organização. Para Lamb, Hair e McDaniel (2004, p. 6), “O marketing tem duas perspectivas: primeiro é uma filosofia, uma atitude ou uma orientação de gerenciamento que busca a satisfação do cliente. Segundo, marketing é um composto de atividades utilizadas para implantar essa filosofia na empresa”. Isso signi- fica que uma empresa alinhada à filosofia de marketing tem como tarefa principal descobrir as necessidades e desejos de determinado mercado e trabalhar para promover a satisfação do consumidor de forma mais eficaz do que seus concorrentes. Segundo Kotler e Armstrong (2013, p. 3), “[...] marketing é administrar relacionamentos lucrativos com o cliente. Os dois objetivos principais do marketing são: atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, e manter e cultivar os clientes atuais, proporcionando-lhes satisfação”. O que o marketing deve fazer para atingir esses objetivos? Para os autores, é necessário estabelecer um processo que crie valor para os clientes, assim como construir um relacionamento lucrativo com eles. É o que você pode ver na Figura 1, a seguir. Figura 1. Modelo simplificado do processo de marketing. Fonte: Adaptada de Kotler e Armostrong (2013, p. 4). Agora você vai ver o que significa cada etapa desse processo. Em primeiro lugar, é necessário entender o mercado e as necessidades e desejos dos clientes. Segundo Urdan e Urdan (2009, p. 8), “[...] necessidades humanas são carências Plano de marketing digital2 Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 que geram sentimentos de desconforto ou tensão, como fome, sede, frio, solidão, medo”. As necessidades fazem parte da condição humana e não podem ser “criadas” ou “inventadas” pelos profissionais de marketing. Já os desejos são “[...] as preferências por algo específico, produtos ou serviços, utilizados para satisfazer determinadas necessidades” (URDAN; URDAN, 2009, p. 9). Por exemplo, uma pessoa com fome tem necessidade de comida. Porém, o desejo de comer um churrasco ou um prato de sushi depende muito das influências culturais e preferências individuais de cada consumidor. Se existe poder de compra, os desejos se tornam demandas. Ou seja, com base em seus desejos e recursos individuais, os consumidores demandam produtos e serviços que ofereçam a melhor solução, o que significa o melhor conjunto de valor e satisfação (KOTLER; ARMSTRONG, 2013). Isso quer dizer que as necessidades e os desejos dos consumidores são satisfeitos por uma combinação de produtos, serviços, informações e experiências oferecidos em determinado mercado. Normalmente, existem diversos produtos ou serviços que podem ser adqui- ridos para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os consumidores têm uma grande quantidade de opções à sua disposição. A escolha é feita com base nas expectativas em relação ao valor e à satisfação que cada produto ou serviço tem o potencial de proporcionar. Uma compra que traz satisfação tende a se repetir, enquanto um produto que traz insatisfação tende a ser abandonado (KOTLER; ARMSTRONG, 2013). As expectativas dos consumidores são construídas a partir dos argumentos utilizados pelas empresas para venderem seus produtos e serviços. Esses argumentos são a base para que o consumidor perceba os benefícios que terá ao adquirir o produto ou serviço. Por outro lado, cada compra engloba também custos para o consumidor, sejam eles monetários (dinheiro gasto) ou não monetários (tempo, esforço, riscos). Esse balanço que o consumidor faz entre os benefícios e os custos é o que se chama de valor percebido. Quanto maiores os benefícios e menores os custos, maior o valor percebido pelo consumidor para determinado produto ou serviço (KOTLER; ARMS- TRONG, 2013). O setor de marketing precisa compreender de que forma os consumidores percebem o valor das diversas ofertas de produtos e serviços disponíveis no mercado. A ideia é, a partir desse entendimento, desenvolver uma estratégia e um planode marketing capazes de, por um lado, atrair novos clientes e, por outro lado, construir relacionamentos e engajar os clientes atuais. 3Plano de marketing digital Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 A estrutura do plano de marketing segue a mesma lógica da estrutura de um plano de negócios, porém utilizando informações e formulando estraté- gias e soluções específicas para a área de marketing. Para Ferrel e Hartline (2006), um bom plano de marketing deve ser: abrangente, ou seja, conter todas as informações pertinentes para a situação analisada; flexível, ou seja, adequar-se às necessidades de cada contexto; consistente em relação ao planejamento estratégico do negócio; e coerente com os planos das outras áreas da empresa. O plano de marketing digital é um instrumento que estabelece uma sequência de ações em canais on-line, como sites, blogs e redes sociais, a fim de tornar uma marca ou empresa reconhecida e escolhida por seus clientes em detrimento da concorrência. Esse documento estabelece os passos necessários para a realização dos objetivos de marketing. A diferença do plano digital em relação ao plano de marketing tradicional é que ele ocorre no ambiente digital, o que exige considerar essa particularidade na sua elaboração. As ações são adaptadas aos meios digitais com o objetivo de potencializar os efeitos do marketing tradicional, pois a internet é uma plataforma conveniente, acessível e que oferece oportunidades competitivas para empresas de todos os tamanhos. Modelos de planejamento de marketing digital O marketing digital é um conjunto de ações de divulgação e comunicação que uma empresa utiliza por meio da internet e das ferramentas digitais. Para Turchi (2012, p. 68), “[...] o marketing digital não é um substituto do marketing convencional, mas se difere deste pela utilização de várias ações e métodos nos canais on-line, que permitem a análise de resultados em tempo real”. Plano de marketing digital4 Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 A integração do digital com o tradicional no marketing de uma empresa, tanto em nível estratégico como em nível operacional, é recomendada pela maioria dos autores dessa área. Trata-se de aplicar as novas regras do digital sem abdicar dos princípios básicos do negócio. Explorando as vantagens únicas oferecidas pelo digital, como a interatividade, a maior conveniência e a quantidade de informação disponível, as empresas podem ganhar uma importante vantagem competitiva (CHAFFEY; SMITH, 2013). Ao ser colocado como parte inclusiva do plano estratégico de marketing, o mundo on-line oferta uma relação infindável de ferramentas. Não é uma opção ficar de fora deste universo, ainda que ocorram erros de estratégia no início da trajetória nos meios de comunicação ligados à internet. Segundo Turchi (2012), o desafio maior é planejar as ações de marketing digital incluindo diversidade de meios e tecnologias existentes. A seguir, você vai conhecer cada um dos elementos da metodologia dos 8 Ps, proposta por Vaz (2011), e da metodologia SOSTAC, proposta por Chaffey e Smith (2013). Elementos do plano de marketing digital Uma das metodologias de planejamento de marketing digital é conhecida como 8 Ps. Essa metodologia foi criada por Vaz (2011) e propõe um processo que auxilie as empresas a coletar dados, planejar uma estratégia de divulgação e tornar a sua marca relevante na internet. A metodologia proposta apresenta uma sequência formal e contínua de passos que levam a empresa a um processo cíclico de geração de conheci- mento a respeito do consumidor e do seu próprio negócio na internet (que tem uma proposta de valor ligeiramente diferente do negócio off-line), de qual a melhor maneira de divulgar sua marca, qual a melhor maneira de se apoiar na atividade do consumidor para estimular a circulação de informação e gerar a comunicação viral da sua marca, como mensurar resultados e como reavaliar o perfil do público-alvo para direcionar as novas ações (VAZ, 2011, p. 298). 5Plano de marketing digital Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 Na Figura 2, você pode ver cada um dos 8 Ps. A seguir, confira o detalha- mento desses elementos. Figura 2. Os 8 Ps do marketing digital. Fonte: [Esquema 8Ps] ([2017], documento on-line). Pesquisa: consiste em recolher todos os indícios que o consumidor deixa ao navegar pela internet. A ideia é analisar determinados sites e mídias sociais a fim de interpretá-los a partir de critérios sobre o comportamento do consumidor. Entende-se que o comportamento do consumidor on-line está diretamente relacionado com o seu comporta- mento off-line. Isso significa que o modo como ele age on-line também define as estratégias off-line da empresa. Por exemplo, se a empresa já possui uma lista de e-mails de clientes, pode enviar uma pesquisa com perguntas sobre o perfil e os hábitos desses clientes. Planejamento: de posse das informações obtidas na pesquisa, elabora- -se um documento que será a diretriz do projeto de marketing digital, ou seja, que conterá a explicação detalhada do que será feito em cada um dos outros Ps. O planejamento deve demonstrar como o ambiente digital se transformará numa plataforma de negócios. Ele necessita de três elementos fundamentais: conteúdo a ser desenvolvido, formato que será disponibilizado para download e público para o qual será dirigido. Produção: aqui entram as ferramentas que o site deve ter, tanto em termos de elementos de mensuração quanto para aumentar o tempo de navegação do consumidor, para diminuir a taxa de rejeição, para captar e-mails dos visitantes e diversos outros fatores para tornar o site um instrumento de lucratividade para o negócio. A produção é a Plano de marketing digital6 Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 execução propriamente dita (programação), a estrutura do site e as suas funcionalidades. Por exemplo, se a empresa organiza casamentos, os conteúdos abordados no site e nas redes sociais devem girar em torno desse tema, evitando termos técnicos e linguagem rebuscada. Publicação: não adianta ter um site se ele não tem tráfego suficiente para gerar a receita que o justifique. O tráfego pode acontecer por meio de anúncios on-line ou off-line, utilizando técnicas de otimização para mecanismos de busca (Search Engine Optimization — SEO) ou técnicas a serem utilizadas nas redes sociais. Para ter uma taxa de conversão alta, o site deve ser relevante para o público-alvo, e a relevância se constrói com conteúdo. Os consumidores querem ver algo que diga respeito a eles, não à empresa. Por isso, as publicações devem tratar de conteúdos que interessem o cliente. O ideal é que o consumidor interaja com a empresa e a recomende. A atualização constante também é fundamental: se alguma notícia, evento importante ou conteúdo viral ligado ao seu negócio surgir na mídia, substitua o conteúdo planejado e não deixe de participar da discussão em pauta. Promoção: promoção e propagação devem andar juntas. A interação entre elas é a essência do marketing viral. A comunicação deve ser rele- vante para os consumidores, de modo que gere uma propagação natural de consumidor (alfa — primeiro a tomar contato com a campanha) a consumidor (multiplicador). Outro aspecto importante é a escolha das palavras-chave relacionadas ao negócio, que devem estar presentes em todos os conteúdos e anúncios publicados, buscando maior visibilidade e melhor colocação nos mecanismos de busca (como o Google). Propagação: envolve técnicas para estimular os clientes alfa (1% do mercado) a espalhar o conteúdo pela rede para os multiplicadores (9% do mercado), para que estes o espalhem para o restante do mercado (os outros 90%). A ideia é estimular o boca a boca no ambiente Web para que o negócio ganhe credibilidade e alcance maior margem. A escolha das redes sociais mais adequadas para o negócio também é um aspecto importante. Para empresasque comercializam produtos de moda e beleza, trabalhar com o YouTube é mais adequado. Já para portais de notícias, o Twitter é fundamental. Personalização: a marca deve se relacionar com cada cliente de acordo com seu perfil. A segmentação deve estar no site (pessoa física ou jurídica; pequena, média ou grande empresa), na navegação (produtos e serviços ou áreas do site específicas para cada perfil de consumidor, como aluno, professor, funcionário, visitante) e na comunicação (redes 7Plano de marketing digital Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 sociais). Outra maneira de personalizar a comunicação é por meio do e-mail marketing. É possível criar listas segmentadas de acordo com as informações retiradas das interações de cada cliente ou grupo de clien- tes, enviando materiais e conteúdos customizados para cada um deles. Precisão: envolve a escolha das ferramentas de mensuração dos resul- tados. É necessário considerar quais palavras-chave no Google estão gerando a maior quantidade de contatos ou vendas, quais blogs ou sites estão trazendo mais visitantes/clientes, de quais cidades ou regiões estão vindo mais compradores, etc. Existem muitas métricas e indicadores de desempenho que devem ser acompanhados; para cada um deles, há ferramentas (gratuitas ou pagas) que auxiliam na tarefa. Chaffey e Smith (2013) afirmam que o plano de marketing digital deve se basear nas disciplinas do marketing tradicional e em técnicas de planejamento adaptadas à comunicação digital a partir de seis etapas: análise da situação, objetivos, estratégias, táticas, ações e controle (Situation analysis, Objectives, Strategy, Tactics, Actions e Control, que formam o acrônimo SOSTAC). Veja uma síntese na Figura 3, a seguir. Figura 3. Modelo SOSTAC de planejamento de marketing digital. Fonte: [SOSTAC] ([2017], documento on-line). Plano de marketing digital8 Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 A seguir, veja como deve se desenrolar cada uma das etapas do plano de marketing digital proposto por Chaffey e Smith (2013). Análise da situação: é a etapa em que a empresa se pergunta “onde estamos no momento?”. É o ponto de partida para ela definir aonde pretende chegar. A análise é do tipo SWOT (Strengths, Weaknesses, Op- portunities, Threats, isto é, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) e é realizada nos níveis interno e externo da organização. Por exemplo, as forças ou fraquezas podem ser medidas em relação ao desempenho do site ou à comunicação nas mídias sociais. A análise externa inclui a análise dos concorrentes e das tendências que podem se configurar em oportunidades ou ameaças, bem como a análise de fatores demográficos, econômicos, sociais, tecnológicos e político-legais. Objetivos: nesse ponto, a organização estabelece aonde pretende chegar com a adoção das estratégias. Os objetivos podem variar entre aumentar as vendas, agregar valor ao consumidor, engajá-lo, diminuir custos e riscos percebidos, adicionar valor superior por meio de experiências on-line, etc. Contudo, os objetivos devem ser sempre específicos, men- suráveis, alcançáveis, relevantes e ter prazo definido. Estratégia: é o caminho a seguir para a concretização dos objetivos. A estratégia serve como guia na definição das táticas, sendo delineada de acordo com os objetivos e os recursos disponíveis. Ela também deve ser capaz de integrar as ações digitais (on-line) e tradicionais (off-line). Essa etapa deve definir qual é o público-alvo, o posicionamento da empresa e a sua proposta de valor. Táticas: essa etapa foca nas ferramentas e plataformas que permitirão executar a estratégia delineada. As táticas correspondem ao composto de marketing, envolvendo definições a respeito dos produtos e serviços, preços, canais de distribuição, comunicações e promoções, pessoas (atendimento), processos e evidências físicas (loja, consultório). Ações: são o detalhamento das táticas, correspondendo à etapa de implantação do plano. As ações também preveem erros e problemas que podem ocorrer. Para isso, é necessário definir aspectos que podem não funcionar, determinar qual será o seu impacto, criar um plano de contingência e controlar continuamente a execução desse plano. 9Plano de marketing digital Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 Controle: a partir do controle, a organização monitoriza se o plano está dando certo, ou seja, verifica se os resultados obtidos são positivos e identifica qual é a ferramenta que funciona melhor e qual é o verdadeiro custo de cada ação. O controle é um conjunto de mecanismos que medem e avaliam de forma sistemática e contínua o desempenho da empresa. As ferramentas de medição utilizadas são chamadas de indicadores- -chave de performance (Key Performance Indicators — KPIs). Elas são selecionadas de acordo com os objetivos definidos anteriormente. Aplicação de um plano de marketing digital Segundo Souza et al. (2018), o consumidor que navega no ambiente digital tem demandado boa parte da atenção diária do mercado imobiliário. A internet tem sido amplamente utilizada nas decisões de busca por imóvel. Afi nal, com os recursos oferecidos em ambiente virtual, como galeria de fotos, vídeos e detalhes do empreendimento, é possível encontrar o imóvel dos sonhos com mais conveniência. O setor imobiliário se tornou mais técnico e efi ciente, prestando consultoria e serviços, investindo no atendimento e agregando valor aos seus clientes com o uso do marketing digital. Agora, você vai ver uma simulação da aplicação de um plano de marke- ting digital para uma empresa fictícia do setor de construção civil, a Alfa Engenharia. Tal aplicação se baseia no trabalho de Souza et al. (2018) e nos conceitos vistos ao longo deste capítulo, em especial na metodologia dos 8 Ps. Pesquisa: atualmente, as mídias on-line utilizadas pela Alfa Enge- nharia são o site da construtora, no qual estão disponibilizados todos os empreendimentos já realizados pela empresa e os comercializados atualmente, e fanpages no Facebook (cada empreendimento tem a sua). Ao idealizar um empreendimento, a empresa realiza a pesquisa de mercado para definir seu público-alvo e direcionar suas mídias de marketing tradicional e digital. Planejamento: deve ser realizado com foco nas vendas on-line. Assim, todas as mídias digitais devem ser direcionadas e projetadas para isso. O público-alvo da Alfa são os jovens que vão adquirir o primeiro imóvel, um público conectado e que costuma buscar produtos e ser- viços na internet. Portanto, todas as plataformas digitais (site, redes Plano de marketing digital10 Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 sociais) devem ser estruturadas de maneira que os clientes obtenham as informações necessárias para a aquisição de um imóvel de forma clara e rápida. Produção: o site da empresa deve ter ótima qualidade visual e uma estrutura que facilite a busca pelo tipo de imóvel desejado. Atualmente, a estrutura do site evidencia os empreendimentos comercializados, classificados em lançamentos ou em fase de construção. Ao destacar as vendas como foco do site, a empresa poderia agregar informações a respeito de valores, unidades disponíveis e condições de pagamento, assim como criar um chat on-line para que o cliente tire dúvidas em tempo real com um corretor. Publicação: a empresa utiliza o Facebook, porém as postagens não são frequentes e não exibem um conteúdo persuasivo. A maioria trata do andamento das obras. Para engajar o consumidor, contudo, é preciso um conteúdo que desperte o desejo e, ao mesmo tempo, chame a atenção pela facilidade das condições de aquisição do imóvel. Promoção: as promoções são feitas por meio de impulsionamento de posts no Facebook a fim de aumentar a visitação de empreendimentos que estão em época de lançamento. Propagação: a empresa não faz um esforço planejado de propagação. Ela poderia realizar uma ação em que osclientes disponibilizassem declarações espontâneas sobre o imóvel que adquiriram. Personalização: é importante que o banco de dados, obtidos por meio do site e pelos corretores, tenha informações relevantes sobre o perfil de cada cliente para que possa ser realizada a personalização. Por exem- plo, utilizando campanhas de e-mail marketing, é possível lembrar o consumidor da sua necessidade de moradia ou de investimento. Precisão: todos os resultados das ações de marketing digital são men- surados com o objetivo de descobrir os erros e acertos. Com o aumento do acesso às tecnologias, os consumidores se tornam cada vez mais exigentes, e as empresas precisam se adaptar a esse novo pa- radigma. É necessário ter um bom planejamento de marketing digital para manter-se competitivo no cenário virtual. O número de consumidores virtuais aumenta cada vez mais, e no mercado imobiliário não é diferente. Ou seja, as construtoras e imobiliárias precisam ter credibilidade para efetuar vendas totalmente on-line. 11Plano de marketing digital Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 CHAFFEY, D.; SMITH, P. R. Emarketing excellence: planning and optmizing your digital marketing. New York: Routledge, 2013. [ESQUEMA 8PS]. [S. l.: s. n., 2017]. Disponível em: https://www.vivapixel.com.br/wp- -content/uploads/2017/12/esquema8Ps.jpg. Acesso em: 18 nov. 2019. FERREL, O. C.; HARTLINE, M. D. Estratégia de marketing. São Paulo: Thomson Learning, 2006. LAMB, C. W.; HAIR, J. F.; MCDANIEL, C. D. Princípios de marketing. São Paulo: Cengage, 2004. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. MCDONALD, M. Planos de marketing, planejamento e gestão estratégica: como criar e implementar planos eficazes. Rio de Janeiro: Campus, 2008. [SOSTAC]. [S. l.: s. n., 2017]. Disponível em: https://i2.wp.com/mundodigitalbox.com/ wp-content/uploads/2017/08/sostac.png?ssl=1. Acesso em: 18 nov. 2019. SOUZA; G. M. et al. Aplicação da metodologia dos 8 p’s do marketing digital em uma empresa catarinense de construção civil. Capivari de Baixo: FUCAP, 2018. TURCHI, S. Estratégias de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Atlas, 2012. URDAN, F. T.; URDAN, A. T. Gestão do composto de marketing. São Paulo: Atlas, 2009. VAZ, C. A. Os 8ps do marketing digital: o guia estratégico de marketing digital. São Paulo: Novatec, 2011. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Plano de marketing digital12 Identificação interna do documento SWTUR8VFJF-NIQLGJ1 Conteúdo: [illJ__ � SOLUÇÕES EDUCACIONAIS INTEGRADAS Dica do professor Quanto mais calçado em dados consistentes, melhor será o plano de marketing, em seu viés tradicional e também no meio digital. No entanto, os profissionais incorrem num erro fatal: começar sua estratégia e planejamento na ferramenta a ser utilizada, ignorando todos os dados que, quando bem analisados, transformam-se em informações valiosas que determinam o sucesso (ou fracasso) do plano de marketing. Nesta Dica do Professor, você vai aprender mais sobre a pesquisa, que é a primeira etapa para a elaboração de qualquer plano de marketing digital, entendendo mais sobre as variáveis que você pode trabalhar em suas futuras análises de ambientes de marketing. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/63679349985c158a06c027fdbf9f8cbe Na prática Plano de marketing digital é um documento que auxilia as empresas a atingirem seus objetivos de marketing. É a partir do plano de marketing digital que será possível reconhecer os pontos fortes e fracos da empresa, além de coletar dados do mercado e da concorrência. Ele também ajuda a identificar as oportunidades e perceber as ameaças ao negócio. A partir dele, é possível refletir sobre quais as melhores estratégias e táticas para elaborar ações que – separadamente ou em conjunto – vão ajudar na obtenção e manutenção do sucesso. As principais vantagens do planejamento digital são: escolha dos melhores canais (redes sociais, e- mail marketing, site e blog) para cada ação; escolha de parâmetros e métricas para análise de resultados (serão fundamentais para saber quais os acertos, erros e caminhos a seguir); e compreensão do espaço da empresa no mercado digital. Isso facilita a definição de objetivos e táticas possíveis de serem realizadas, além de estabelecer prazos para atingir cada um deles. Neste Na Prática, acompanhe um plano de marketing que inclui um blog como estratégia. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/05894328-10d4-4722-b267-4db486d91e38/dbeac124-48d3-444c-992d-34e7f9f03907.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Plano de marketing digital: guia completo para criar o seu e ter mais resultados A Mlabs é uma plataforma de agendamento de posts para redes sociais, que é muito utilizada pelas agências de marketing digital para programarem posts e fazerem a gestão das mídias sociais digitais. Neste link do blog da plataforma, resumem os cuidados que o empreendedor precisa ter, bem como o caminho a ser trilhado, para ter mais resultados com o marketing digital. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. CANVAS - PLANO DE MKT DIGITAL Usando o método ponte e o modelo de negócio Canvas, é possível fazer um plano de marketing digital. Com esse modelo elabora-se o planejamento de forma mais ágil. Este vídeo ensina a aplicar o pensamento a essa ferramenta. Vale conferir! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. 7 cases de sucesso de marketing para sua empresa se inspirar As campanhas, em geral, são a última etapa do plano de marketing digital. Elas vão para “o ar” quando já fizemos a pesquisa, determinamos a persona, as estratégias, criamos as campanhas, estratégias de monitoramento, negociamos as mídias e tudo mais. Mas, elas sempre nos inspiram pelas grandes sacadas, pelo humor e pela possibilidade de conexão que criam com seus prospects e consumidores. Neste link da Rock Content você confere 7 casos de sucesso de marketing digital. Quem sabe o seu caso não é o próximo a estar aqui? https://www.mlabs.com.br/blog/plano-de-marketing-digital https://www.youtube.com/embed/Jsyyc9S5oh8 Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://rockcontent.com/br/blog/cases-de-sucesso-de-marketing/ Publicidade on-line: conceitos e definições Apresentação Falar de publicidade on-line é falar de algo que, há algumas décadas, nem se poderia imaginar que seria tão comum na rotina das pessoas. Quem imaginaria estar em contato com publicidade em qualquer lugar e a qualquer momento? Não apenas vendo uma mídia externa, ouvindo rádio, vendo TV ou lendo um jornal ou uma revista, mas também ao fazer uma compra, sem sair de casa, sem tocar, testar ou experimentar o produto, isso faz parte da rotina hoje em dia. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá alguns conceitos, definições e características de uma forma de mídia que tomou uma proporção e assumiu uma importância gigantesca no dia a dia das empresas de todos os portes. Verá exemplos, cases, entenderá suas vantagens e como essa nova forma de anunciar, vender, consumir e, acima de tudo, de se relacionar mudou a vida de todos. Bons estudos. Ao final desta Unidade deAprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir a publicidade on-line.• Diferenciar publicidade on-line e marketing digital.• Identificar pontos fortes da publicidade on-line, do ponto de vista da gestão de marketing.• Infográfico Para falar de publicidade on-line, é preciso, primeiramente, ter muito clara a diferença entre as definições de publicidade e propaganda. Embora muitos tratem as duas como sinônimos, o termo publicidade deriva de público (do latim publicus) e designa a qualidade do que é público. Significa o ato de vulgarizar, de tornar público um fato, uma ideia, enquanto a propaganda é definida como a propagação de princípios e teorias. Neste Infográfico, você verá as diferenças nas classificações tipológicas de cada um desses conceitos, o que ajudará a esclarecer a diferença entre um e outro. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/87db1d86-7aff-494d-8f10-72250f652742/ee4fca22-3e40-4db9-bc14-6c33eea5ca28.jpg Conteúdo do livro A publicidade on-line é uma realidade e uma forma de comunicar que mudou o dia a dia das agências de publicidade e das empresas de comunicação e marketing. Isso porque se trata de um mundo que se abre e se mostra cheio de possibilidades para quem se dedica a obter mais conhecimento e usar a criatividade. No capítulo Publicidade on-line: conceitos e definições, do livro Publicidade on-line, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você será apresentado a alguns desses aspectos teóricos e verá casos práticos e exemplos de publicidade on-line muito comuns na rotina digital. Além disso, conhecerá as vantagens que essa mídia trouxe tanto para os anunciantes, quanto para os usuários, e o quanto ganharam força e poder nas redes sociais digitais. Boa leitura. PUBLICIDADE ON-LINE Fernanda Lery Pereira Constante Publicidade on-line: conceitos e definições Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir a publicidade on-line. Diferenciar publicidade on-line e marketing digital. Identificar pontos fortes da publicidade on-line do ponto de vista da gestão de marketing. Introdução Neste capítulo, você será apresentado a conceitos e definições rela- cionados à publicidade on-line e compreenderá como nossa forma de entender o consumo e vivenciá-lo mudou de algumas décadas para cá e como a tecnologia faz parte dessa nova realidade. Você verá também, de forma bastante prática, qual a diferença entre publicidade on-line e marketing digital e conhecerá alguns exemplos bastante utilizados de publicidade nas redes. Por fim, apresentaremos as diversas vantagens desse atual modo de se comunicar e como ele está completamente presente em nossas vidas. 1 O que é publicidade on-line? Há apenas algumas décadas, a forma como vendíamos nossos produtos e serviços e como nos relacionávamos com o consumo era bastante diferente da realidade que vivemos nos dias de hoje. Os negócios das empresas eram divulgados no que chamamos de mídias tradicionais e off -line, como panfl etos, outdoors, rádio, TV e jornal. Tais mídias eram caracterizadas pela falta de interatividade, pela impossibilidade de uma segmentação mais aprofundada e pela comunicação unidirecional, ou seja, a empresa falava “o que desejava” e o consumidor recebia a mensagem de forma passiva. Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, tivemos uma profunda mudança nos hábitos de consumo. A internet, hoje, apresenta-se como uma das principais formas de interação e promoção e como um forte canal para que as organizações não apenas anunciem seus produtos e serviços, mas, mais do que isso, interajam com seus consumidores e criem o tão almejado engajamento. Engajamento é um conceito que se refere à proximidade e ao relacionamento de forma natural entre uma empresa e seus consumidores. Quanto maior o engajamento, teoricamente, mais próximas as empresas estão dos seus consumidores e maior a chance de fortalecimento da sua marca para com eles. Foi a partir desse novo cenário e dessa revolução causada pela internet que surgiu a publicidade on-line. Para definirmos a publicidade on-line, primei- ramente vamos relembrar o conceito tradicional de publicidade. Sant’Anna, Rocha Júnior e Garcia (2016, p. 67) afirmam que: […] publicidade deriva de público (do latim publicus) e designa a qualidade do que é público. Significa o ato de vulgarizar, de tornar público um fato, uma ideia. […] Comercialmente falando, anunciar visa promover vendas e, para vender é necessário, na maior parte dos casos, convencer, promover uma ideia sobre um determinado produto. Quando trazemos essa definição para o mundo digital, podemos afirmar que a publicidade on-line nada mais é do que toda e qualquer forma de promover uma marca, um produto ou um serviço pela internet por meio de dispositivos e canais digitais. Nas palavras de Gonzales e Seridório (2015, p. 143), a publicidade on-line “[…] é uma ferramenta do marketing digital, focada na promoção/comuni- cação de produtos, serviços e ideias”. Sprandel (2009, p. 16) afirma que a publicidade on-line: […] permitiu que muitas empresas intensifiquem sua comunicação e seus relacionamentos, bem como as transações com seus consumidores. Esse novo aspecto da comunicação e do marketing com base na web altera a forma de Publicidade on-line: conceitos e definições2 como a comunicação começa ser feita, através de transmissão de conteúdos e de informações, no caso a comunicação de muitos-para-muitos que ocorre em um ambiente mediador, que no caso oferece a interatividade. Assim, os consu- midores passam a deter um maior controle sobre o processo de comunicação. Hoje em dia, nossa realidade nos permite uma total interação com as empresas e a publicidade on-line. Temos, ao nosso dispor, a comunicação multidirecional, colaborativa, fragmentada, participativa e com um conteúdo completamente descentralizado. Cada um de nós tem o poder de contar nossa experiência pessoal, recomendar uma marca, um produto ou serviço ou mesmo o contrário disso: avaliar negativamente. É possível, por exemplo, espalhar, de forma inimaginável, uma opinião negativa e simplesmente acabar com a credibilidade de uma empresa com apenas um clique. A internet tornou-se, dessa forma, um ambiente que afeta o marketing da empresa de diversas formas, seja na comunicação corporativa, seja na pu- blicidade, e continuará afetando o marketing mesmo que a organização não invista um centavo nela. Ao contrário da mídia tradicional, em que o controle é dos grupos empresariais, na internet o controle é do consumidor. Assim, mesmo que a organização não participe dela, os consumidores estarão lá, falando sobre os produtos e serviços, comprando a empresa com as dos con- correntes, e, finalmente, buscando formas de se relacionar com sua marca (TORRES, 2009, p. 61). Gonzales e Seridório (2015, p. 140) lembram que: “[…] na era das redes sociais, a publicidade online utiliza-se de estratégias de marketing digital como o marketing de conteúdo, mídias sociais — blogs, Facebook, Twitter, Youtube, Instagram —, interagindo em graus diferentes com seus consumidores para a gestão das marcas”. A publicidade on-line exige um planejamento próprio e uma linguagem própria. Apesar de muitas empresas não darem a atenção merecida para isso, o conteúdo tem uma relevância muito grande. Nos dias de hoje, o usuário, por intermédio de sites de busca, vai atrás de conteúdo, seja para escolher o que vai jantar naquele dia, seja para buscar informações a respeito de uma doença, de uma cidade que deseja conhecer, de uma nova escola para o seu filho, de um presente que quer dar para alguém, etc. São inúmeras as possibilidades de busca. Torres (2009, p. 84) afirma que “[…] o consumidor passou a buscar informação útil e relevante, ou seja, conteúdo, antes de qualquer outra coisa. O conteúdopode vir no formato de texto, comparação entre produtos, comentários sobre produtos, vídeo, áudio etc. Não importa o formato: tudo acaba sendo informação para o consumidor”. O autor ainda afirma que: 3Publicidade on-line: conceitos e definições […] hoje as alternativas de publicidade on-line são inúmeras, e as tecnolo- gias que podem ser empregadas também. O mais importante é entender que se trata de um modelo diferente do modelo de veiculação publicitária na televisão, no rádio, na mídia impressa ou na mídia exterior, e copiar peças dessas mídias para a publicidade on-line pode não ser a melhor alternativa (TORRES, 2009, p. 78). É preciso que se tenha bastante claro que o desenvolvimento de estratégias de marketing e de publicidade on-line exige que se realize um estudo profundo sobre o comportamento do consumidor, as suas intenções e necessidades e os seus desejos. É importante entender e dominar informações a respeito do público-alvo, sem esquecer que este, na internet, está em busca, basicamente, de quatro coisas: relacionamentos, informação, comunicação e diversão. Algumas informações bastante importantes sobre o comportamento do usuário de internet divulgadas na pesquisa Digital 2019: o uso global da internet acelera, publicada pela We Are Social, são: a internet conta com mais de 1 milhão de novos usuários todos os dias; o número de usuários de internet no mundo chegou a 4,39 bilhões em 2019; os usuários de mídias sociais chegaram a 3,48 bilhões; os internautas do mundo gastaram, em média, 6 h e 42 min on-line todos os dias, o que, ao longo do ano, significa um total de 100 dias inteiros dedicados ao uso da internet; o Brasil ficou com o segundo lugar em relação aos países que passam mais tempo conectados: 9 h e 29 min todos os dias, isso quer dizer que, dos 365 dias do ano, em 145 deles nós ficamos conectados à internet; mais de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo consumiram conteúdos de vídeo on-line. Fonte: Kemp (2019) e Silva (2019). Os números em relação ao mercado digital brasileiro e mundial são exor- bitantes. Você consegue ter a dimensão do que esses números representam? A oportunidade que os profissionais de publicidade, propaganda e marketing têm nas mãos é gigantesca, por isso não se deve tratar com descaso essas informações. A publicidade on-line tem, portanto, um grande poder em mãos. Publicidade on-line: conceitos e definições4 2 Publicidade on-line e marketing digital A maioria dos usuários, e até mesmo dos profi ssionais da área, trata a publi- cidade on-line e o marketing digital como sinônimos, mas existe, sim, uma diferença entre eles, que é bastante simples e que iremos explicar aqui para você. Com o desenvolvimento da tecnologia da informação e da comunicação, as estratégias tradicionais não foram abandonadas. As ferramentas e as pos- sibilidades geradas pela internet passaram a ser consideradas e incluídas nos planos de marketing e publicidade, o que colaborou para o surgimento do marketing digital. Vamos começar esclarecendo, então, que o marketing digital consiste no conjunto de atividades que uma empresa pode executar, de forma on-line, para conquistar o tão esperado e planejado desenvolvimento e reconhecimento de sua marca. Esta é a expectativa e o objetivo tanto das pequenas, quanto das médias e das grandes empresas, não é mesmo? Para Limeira (2003, apud CACHUTÉ, 2013, p. 29), o marketing digital é um “[...] conceito que expressa o conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos, como internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida”. Bolina e Muniz ([2017?], p. 6) afirmam que, por intermédio do marketing digital, é possível: - Criar, aprimorar e otimizar as relações com os clientes; - Atrair cada vez mais negócios; - Aumentar sua visibilidade; - Construir um diferencial de marca; - Conhecer melhor a sua audiência, o seu mercado e até mesmo os seus concorrentes; - Gerar vendas; - Trabalhar um pós-venda mais efetivo e que conquista clientes fidelizados. Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), na obra Marketing 4.0, o ma- rketing digital, também chamado de marketing 4.0, é uma atualização do marketing tradicional. Este compreende a realidade do consumidor atual totalmente conectado que leva muito em consideração, na sua decisão de compra, as informações disponíveis na internet sobre empresas e produtos do seu interesse (Figura 1). 5Publicidade on-line: conceitos e definições Figura 1. O empoderamento do consumidor conectado gerou novas atitude e realidade para o marketing de produtos/serviços. Fonte: Adaptada de Pires (2018). Empoderamento do consumidor conectado Marketing de conteúdo Integração o�-line ao on-line Presença em muitos canais Interação empresa- -clientes Advocacia da marca Marketing 4.0 O marketing tradicional e off-line é fundamentado em alguns pilares que são os nossos conhecidos 4 Ps: produto, preço, promoção e praça. No marketing digital, já temos mais alguns pilares, os quais são chamados de 8 Ps: pesquisa, planejamento, produção, publicação, promoção, propagação, personalização e precisão. Essas ações são voltadas e pensadas no ambiente on-line. Casarotto (2018, documento on-line) esclarece essa relação entre publicidade on-line e marketing digital da seguinte forma: […] a publicidade, então, é uma ferramenta do marketing porque está dentro de um desses P’s: o de promoção. Essa é uma das formas com que a empresa promove a marca e os produtos junto ao público ― e a publicidade digital é a ferramenta que faz isso nas mídias online. Já dá para entender, então, que a publicidade digital é uma ferramenta do marketing digital. De acordo com Cachuté (2013, p. 36): “A internet é uma mídia singular, um meio onde os usuários podem receber publicidade pautada no seu perfil, pedir e receber dados dos produtos ou serviços que pretende comprar ou adquirir e realizar a compra rapidamente”. Publicidade on-line: conceitos e definições6 A publicidade on-line está cada vez mais acessível a todos os tipos e ta- manhos de empresas e sua adesão tem aumentado com o passar do tempo, pois ela permite que o anunciante chegue ao seu púbico de uma forma rápida, assertiva, simples, acessível e eficaz. São muitas as opções e possiblidades de estar presente na internet com a publicidade on-line. Os banners são a forma mais antiga e, provavelmente, a mais conhecida de publicidade on-line. Eles têm diferentes formatos e apresentam muitas possibilidades de design para que um produto ou serviço seja visto dentro de um site. Os banners, quando clicados, levam o usuário a uma página pré- -determinada pelo anunciante. O chamado SEM (search engine marketing), ou “marketing de motores de busca”, principalmente representado pelo Google AdWords, é uma das técnicas mais simples e eficazes em publicidade on-line. Por intermédio desse serviço, anúncios são exibidos em forma de links patrocinados quando alguém realiza uma busca, seja por meio de computadores ou smartphones, melhorando, dessa forma, o posicionamento do seu site por meio de publicidade paga. Normalmente esse tipo de publicidade on-line é cobrado pela quantidade de cliques no anúncio em questão, tornando-se um formato bastante acessível, já que o investimento é personalizável, ou seja, é possível escolher o valor máximo que se está disposto a pagar. Outra forma de publicidade on-line muito difundida é aquela realizada pelas redes sociais digitais. Os anúncios patrocinados atingem, normalmente, um grande número de pessoas e, consequentemente, trazem um ótimo retorno ao anunciante. Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin e Youtube são alguns exemplos dos meios mais utilizados. Os anúncios nas redes sociais digitais permitem que o anunciante determine e segmente exatamente o público que deseja atingir, podendo trabalhar de forma diferente para pessoas diferentes. A publicidade por meio de digital influencers está muito em voga nosdias de hoje. Você sabe quem são eles? Os digital influencers são pessoas com uma grande quantidade de seguidores. Eles expõem, nas suas diversas redes sociais digitais, as suas experiências e o seu dia a dia e são pagos para falarem, de forma muito coloquial, sobre produtos ou serviços. Artistas da TV e da música e pessoas famosas de todas as áreas fazem muito esse tipo de publicidade. Algumas vezes, o pagamento pode ser feito não apenas em dinheiro, mas também oferecendo algum serviço da empresa anunciante em troca (chamada de permuta). As pes- soas hoje são bastante influenciadas pelos seus ídolos, portanto, saber do que eles gostam e fazer uso de um mesmo produto que seu grande ídolo tem grande valia para muitos. Ciente disso, as marcas se aproveitam dessa característica e fazem muito bom uso dessa forma de divulgação. 7Publicidade on-line: conceitos e definições Com a grande tendência de consumirmos cada vez mais conteúdo por meio de vídeos, a chamada video advertising também é uma opção de publicidade on-line bastante em alta. Ela consiste em passar vídeos publicitários em canais específicos que são reproduzidos obrigatoriamente pelo usuário antes que se inicie o vídeo que ele próprio buscou. E sobre remarketing você já ouviu falar? Este é um recurso que permite ao anunciante criar anúncios personalizados para aqueles usuários que visi- taram seu site, mas não realizaram nenhuma compra. Trata-se de uma técnica que, quando é bem trabalhada, pode trazer grande rentabilidade por ser uma repetição de marketing para o mesmo usuário. Com criatividade, pode-se tirar muito bom proveito da publicidade on- -line. Como sabemos, as pessoas estão cada vez dedicando mais o seu tempo ao mundo virtual, tempo esse que se divide entre sua vida pessoal, sua vida profissional e seus momentos de compras, lazer e diversão. Tudo isso está cada vez mais inserido nesse mundo que revolucionou nossa forma de ser e viver. 3 Vantagens da publicidade on-line De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 34): A conectividade nos fez questionar muitas teorias dominantes e grandes pressu- postos que havíamos aprendido sobre consumidor, produto e gestão da marca. Ela diminui de forma significativa os custos de interação entre empresas, funcio- nários, parceiros de canal, clientes e outras partes envolvidas. Isso, por sua vez, reduz as barreiras de entrada em novos mercados, permite o desenvolvimento simultâneo de produtos e abrevia o tempo necessário para a construção da marca. Que esse novo mundo digital mudou nossa forma de ser, viver e pensar sobre consumo, relacionamentos, aprendizado, trabalho, lazer e diversão nós já sabemos, mas quais são as vantagens disso tudo? E se pensarmos, especi- ficamente, em publicidade on-line? O que se ganhou com o surgimento das novas formas de fazer e consumir mídia? Quais são as vantagens dessa nova forma de se comunicar, de vender e de atingir o público-alvo? Sobre isso, Sprandel (2009, p. 17) afirma que: […] a interatividade possibilita que se aprofunde as relações empresa/consumidor em diversas etapas do plano de marketing, como na criação e no desenvolvimento de produtos/serviços, em pesquisas sobre comportamentos, desejos e expectativas dos consumidores, na avaliação da satisfação, entre outras atividades de marketing. Publicidade on-line: conceitos e definições8 Para Sant’Anna, Rocha Júnior e Garcia (2016), a partir do momento em que o consumidor passou a ser, ao mesmo tempo, fornecedor e consumidor de conteúdo, a utilização dessa estrutura ofereceu muitas vantagens do ponto de vista da pesquisa de marketing. Para os autores: 1 – São os consumidores que dizem, com os cliques, qual é o conteúdo pu- blicitário que gostam de acessar. Por isso fica mais fácil medir o tamanho da audiência de uma campanha específica. […] 2 – Os consumidores podem acessar diferentes organizações de mídia (sites de busca, portais, sites de empresa), e são os próprios consumidores que acessam a propaganda, solicitando-a diretamente do anunciante. Por isso é mais fácil saber qual é a verdadeira frequência daquele anúncio. 3 – A agência e os anunciantes apenas oferecem o conteúdo publicitário no momento em que o consumidor está pronto para acessá-lo – afinal é ele quem pede para ver a propaganda. Isso significa que não é preciso con- fiar nas características da organização de mídia até sair o resultado com as pesquisas de audiência para saber se a escolha daqueles portais e daquelas palavras patrocinadas estava adequada com a campanha. Os resultados são instantâneos. Se não está adequado, é mais fácil fazer ajustes no decorrer da campanha. Por isso a internet fornece mais oportunidades para quem quer adequar a mensagem publicitária para um tipo muito específico de consumidor (SANT’ANNA; ROCHA JÚNIOR; GARCIA, 2016, p. 293). Para Quintela e Sergio (2019, p. 593): […] a publicidade on-line possui duas características únicas: a flexibilidade e o feedback em tempo real, em que os anunciantes experimentam diferentes recursos e formatos de anúncios, permitindo melhoria contínua de qualidade e de alcance. Esse serviço possibilita, ainda, que as empresas percebam imediatamente quais anúncios são mais eficazes para conquistar clientes, de acordo com a quantidade de acessos de cada um deles. Essa possibilidade de segmentação também é uma das grandes vantagens da publicidade on-line. Diferentemente de quando escolhíamos um canal de TV, uma estação de rádio ou uma revista, a publicidade on-line permite que você escolha até mesmo uma pessoa especifica a ser atingida pelo seu anúncio. Com isso, é possível afirmar que o rendimento do investimento em campanhas publicitárias segmentadas costuma ser maior, pois, como uma grande parte das pessoas não costuma gostar de publicidade, uma campanha que irá atingir diretamente o público-alvo certamente incomodará menos e será mais assertiva. O acesso e a popularização da internet também trazem mais uma vanta- gem em se tratando de publicidade on-line: o menor investimento, quando comparado às mídias tradicionais, e a possibilidade de cobrança mediante 9Publicidade on-line: conceitos e definições resultados. Há algumas décadas era preciso uma verba bastante alta para que as empresas atingissem uma grande quantidade de pessoas pertencentes ao seu público-alvo pelo rádio, pela TV ou pelo jornal. Hoje, essas mídias não são descartadas, mas, obviamente, não são mais a única forma de se chegar ao cliente final. Além de se poder determinar a verba de investimento, também é possível pagar apenas por clique realizado, o que diminui o investimento sem garantia de retorno. Inclusive, sobre essa questão da composição das mídias, Lapolli et al. (2009, p. 22) afirmam que: […] o atual cenário determina que seja estabelecido um relacionamento com o público e que seus interesses sejam despertados. Para isto, a comunicação entre os ambientes on-line e off-line devem ser complementares, visando construir marcas sólidas. A associação entre peças interativas e peças com o formato tradicional, combinando diversas formas de contato com o consumidor, cria uma conexão mais forte com o público e aumenta a eficácia da ação. Segundo Caneca (2018, p. 316): “Observam-se muitas pessoas saindo da TV e indo para as telas de computador. Existem também muitas pessoas conectadas 24h, mas, mesmo assim, deixando a TV ligada por costume ou só para ter certo tipo de companhia”. Associar mídias digitais às mídias tradicionais amplia consideravelmente as possibilidades de se contar histórias e de produzir engajamento com os públicos. Os pontos de contato com as marcas se multiplicam de forma espe- tacular, ampliando, com isso, as chances de sucesso. Você conhece as formas possíveis de cobrança mediante resultados nos anúncios de publicidade on-line? Basicamente existem três formas de cobrança: 1. custo por clique (CPC): o anunciante paga conforme o número de cliques que o anúncio obteve. 2. custo por mil impressões(CPM): o anunciante paga um determinado valor para cada mil vezes que seu anúncio for exibido em determinada página. O pagamento, nesse caso, independe do clique do usuário. 3. custo por aquisição: o anunciante é cobrado somente quando uma conversão é efetuada em seu site. Em vez de pagar pelo CPC ou pelo CPM, o anunciante paga somente pelo resultado obtido. Publicidade on-line: conceitos e definições10 A ampliação do alcance também é uma grande vantagem que o mundo virtual proporcionou à publicidade. Se há algo que o impeça de vender um produto para outra cidade, outro estado ou outro país, certamente será apenas uma questão de logística, pois a publicidade on-line pode fazer o seu anúncio chegar aos quatro cantos do mundo com um simples clique. Na era do relacionamento com os consumidores, a interatividade na internet abriu possibilidades infinitas de as marcas informarem, se comunicarem e divertir seu público-alvo, estreitando relações com o consumidor para agregar valor às marcas (GONZALES; SERIDÓRIO, 2015, p. 146). Como podemos ver, a internet proporcionou grandes vantagens à publicidade on-line, pois trouxe possibilidades e, certamente, criou uma nova e irreversível realidade, tanto para as empresas como para os seus usuários. Essa realidade chegou para ficar e empoderou aquele que antigamente era apenas um receptor de mensagens, pois possibilitou que este se tornasse um usuário ativo e criador de conteúdo. Com o poder de compartilhar de forma positiva, ou negativa (e atingir um número muito grande de pessoas), o usuário hoje pode transmitir a sua opinião pessoal em relação a qualquer tipo de produto ou serviço, tornando-se, dessa forma, o embaixador de uma determinada marca ou, inclusive, seu mais terrível inimigo. BOLINA, L.; MUNIZ, L. Marketing digital: o guia completo da Rock Content. Belo Horizonte: Rock Content, [2017?]. E-book. Disponível em: https://cdn2.hubspot.net/hubfs/355484/ Ebooks%20MKTC/Marketing%20Digital%20-%20o%20guia%20completo%20da%20Rock%20 Content%20(1).pdf?utm_medium=email&_hsmi=28363149&_hsenc=p2ANqtz-9ySjlHces5i- zIlhQyD8x_GZtu20IQ3fwUPEGWwiXwEioV4FLXwX8_xiu93fhDLER-N63vx1y47Vzc3KrGQfA9 fK5PvBQ&utm_content=28363149&utm_source=hs_automation. Acesso em: 27 jul. 2020. CACHUTÉ, L. C. 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No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. CASAROTTO, C. Saiba o que é publicidade digital e por que ela é diferente do marketing digital, 2018. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/o-que-e-publicidade-digital/. Acesso em: 27 jul. 2020. GONZALES, L. S.; SERIDÓRIO, D. F. Publicidade on-line: comunicação interativa. Extraprensa, ano 9, n. 17, p. 139–148, jul./dez. 2015. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/extraprensa/ article/view/85290/110565. Acesso em: 27 jul. 2020. KEMP, S. Digital 2019: global internet use accelerates, 2019. Disponível em: https://wearesocial. com/blog/2019/01/digital-2019-global-internet-use-accelerates. Acesso em: 27 jul. 2020. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. 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Hoje, se pensa e se fala em planejamento de conteúdo, que não é mais uma tendência, mas, sim, uma realidade. A presença e a importância da Internet fizeram com que se tornasse uma nova forma de comunicação. Nesta Dica do Professor, você saberá mais sobre planejamento de conteúdo e a melhor forma de se comunicar de forma on-line com os usuários. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e72be98c6c00d85bcfa03b02e5975f55 Na prática A publicidade on-line está cada vez mais exigindo criatividade dos profissionais. Seu sucesso também está diretamente ligado à interação com o usuário. Mais do que vender qualquer produto ou serviço, é preciso gerar conteúdo e promover o engajamento com o público-alvo. Confira, em Na Prática, um case de transmídia que foi pioneiro e inovador, unindo a mídia TV com outros formatos, além da publicidade on-line. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0a472bcd-bd15-4ac1-873e-e3b7fa489d13/6f015e1e-228e-4ae0-9b1d-0c790f15f38c.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: O guia definitivo de redes sociais Neste manual, de forma bem simples e rápida, você passará por conceitos básicos como o de redes sociais, com detalhes sobre o assunto. Verá também o que faz um social media, saberá como fazer marketing digital e terá acesso a um glossário dos principais termos utilizados nas redes sociais digitais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Socializando – Práticas de mídias sociais Esta revista digital concentra artigos dos mais diversos assuntos relacionados ao tema, desde dicas de como escrevernas mídias sociais, até artigos específicos a respeito de determinadas redes sociais digitais como Snapchat, Linkedin, Skoob e Pinterest. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Meu segredo para ser criativo Neste vídeo, um profissional conta como desenvolveu seu lado criativo, com ações do seu dia a dia, quais fatores podem favorecer ou não a criatividade e como cada pessoa pode despertar o seu potencial criativo. https://s3.amazonaws.com/rd-marketing-objects/ebook_pagina-epica-redes-sociais/guia-definitivo-redes-sociais.pdf http://www.cpscetec.com.br/cpscetec/publicacoes/revista_socializando.pdf Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/D4FRbjIv-UI Tendências em marketing digital Apresentação Com o advento das tecnologias de informação e comunicação, a área de marketing tem aperfeiçoado cada vez mais seus processos. O que antes era menos acessível, hoje é encontrado em abundância: a informação. A cada ano, surgem novas descobertas que, aliadas às anteriores, vão oportunizando para as organizações acesso a transformações mais sofisticadas de dados não estruturados. Apesar de nem todos terem acesso a essas tecnologias, elas impactam consideravelmente na forma como as organizações praticam o marketing digital. Assim, é importante estar a par das tendências em marketing digital para adaptar as estratégias com base em novas tecnologias. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre as principais tendências em marketing digital, as vantagens que elas podem agregar às organizações e as ações que podem ser implementadas a partir das novas tendências. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as principais tendências em marketing digital.• Descrever as vantagens das novas tendências.• Desenvolver ações de marketing digital a partir das novas tendências.• Infográfico São diversas as tendências em marketing digital para os próximos anos, mas 5 se destacam com base em artigos e relatórios sobre o tema: machine learning, chatbots, realidade virtual e aumentada, análise de sentimentos e Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais. No Infográfico, a seguir, você vai compreender de forma simplificada as principais tendências em marketing digital e suas vantagens. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a3170200-ab67-483f-a1f0-c5962d10d164/f117f97f-2131-41c0-bef6-1cfc6870cb47.png Conteúdo do livro O mundo está cada dia mais integrado às novas tecnologias, que se consolidam junto às empresas como uma oportunidade de otimizar diversos processos da organização. Por meio de ações de marketing digital, as empresas podem estabelecer uma forte presença no mundo virtual, alcançar novos mercados e fortalecer o relacionamento com clientes a custos acessíveis e reduzidos – se comparado a outras práticas tradicionais de marketing. Além das tecnologias, uma grande tendência tem emergido dessa nova revolução pós-industrial: uma maior integração e valorização do ser humano. Assim, mais importante do que usar, de forma desenfreada, as novas tecnologias, é preciso pensar nas pessoas, no mundo em que se vive e nas necessidades sociais e ambientais. De forma geral, essa é a grande inovação para o futuro. No capítulo Tendências em Marketing Digital, da obra Marketing Digital e Sustentável, você vai você vai aprender sobre as principais tendências em marketing digital, as vantagens que elas podem agregar às organizações e as ações que podem ser implementadas a partir das novas tendências. Boa leitura. MARKETING DIGITAL E SUSTENTÁVEL Janaina Mortari Schiavini Tendências em marketing digital Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as principais tendências em marketing digital. � Descrever as vantagens das novas tendências. � Desenvolver ações de marketing digital a partir das novas tendências. Introdução O marketing digital vem sendo cada vez mais explorado pelas organi- zações, que, independentemente de estarem fortemente presentes no ambiente da internet, são influenciadas pelas mudanças no comporta- mento do consumidor atual. Com o advento do marketing de conteúdo, as empresas e indivíduos têm valorizado cada vez mais o acesso a informa- ções relevantes e que agreguem valor ao processo decisório de consumo. Com o passar dos anos, o marketing digital vem se aperfeiçoando e tendo acesso a novas tecnologias, as quais facilitam e otimizam a compreensão do grande volume de dados gerados pelos usuários, que fazem diversas transações pela internet. Por isso, é importante que as organizações estejam a par das tendências em marketing digital para adaptar suas estratégias com base nas novas tecnologias. Neste capítulo, você vai estudar as principais tendências em marketing digital, as vantagens que elas podem agregar às organizações e as ações que podem ser implementadas a partir das novas tendências. 1 Tendências do marketing digital Sabe-se que o mundo está cada dia mais integrado às novas tecnologias, que se consolidam junto às empresas como uma oportunidade de otimizar diversos processos da organização. Por meio de ações de marketing digital, as empresas podem estabelecer uma forte presença no mundo virtual, alcançar novos mercados e fortalecer o relacionamento com clientes a custos acessíveis e reduzidos, se comparado a práticas tradicionais de marketing. Nesse contexto, é importante ressaltar que toda a revolução industrial foi catalisada por uma grande evolução tecnológica. Hoje, com 90% dos dados do mundo sendo produzidos majoritariamente nos últimos dois anos e mais de 26 bilhões de dispositivos inteligentes em circulação, vive-se uma era de inovação tecnológica sem precedentes, que estimulou a então chamada Quarta Revolução Industrial (DELLOITE, 2020). Entretanto essa revolução atual tem algo de diferente das demais, que é uma integração e valorização maior do ser humano. Independentemente da época ou das tecnologias que fazem parte delas, o ser humano permanece constante ao longo desse revezamento de revoluções. Assim, mais importante do que usar as novas tecnologias de forma desenfreada é pensar nas pessoas, no mundo em que vivemos e nas necessidades sociais e ambientais. De forma geral, essa é a grande inovação para o futuro (DELLOITE, 2020). Isso se reflete no comportamento do consumidor atual, que não aceita mais que a indústria determine o que é belo e os produtos que devem ser adquiridos para alcançar certo padrão. O que ele deseja é que as marcas apresentem uma variedade de produtos e serviços que atendam à definição pessoal e individual de cada um a respeito do que é se sentir bem. O desejo e a busca por expressar um estilo individual e pessoal define bem quem é o consumidor dessa era (ABIHPEC; SEBRAE, 2020). Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma grande aliada para personali- zarmos ainda mais as ofertas e para compreendermos mais profundamente quais são os anseios, sentimentos e desejos dos consumidores. Por isso, estar a par das tendências de marketing digital pode ajudar as organizações no desenvolvimento de suas estratégias nesse ambiente em rápida mudança. Essas tendências variam de acordo com diferentes autores, relatórios e instituições, e neste capítulo veremos as principais entre as identificadas. Essas tendências representam as principais ideias em que as empresas poderão se concentrar nos próximos anos para ajudar a construir uma empresa que alie a tecnologia com o consumidor mais consciente. Tendências em marketing digital2 As principais tendências identificadas foram as seguintes: � machine learning; � chatbots; � realidade virtual e aumentada; � análise de sentimentos; � Lei Geralda Proteção de Dados. A seguir, cada uma delas será aprofundada e detalhada. Machine learning No contexto da Evolução 4.0 e da ampliação das ferramentas de inteligência de mercado, surge uma das faces da inteligência artificial, o machine learning (ou aprendizado de máquina). Essa tecnologia parte do princípio de que as máquinas podem aprender sozinhas quando têm acesso a grandes volumes de dados, contribuindo para o planejamento de estratégias de marketing e obtenção de resultados mensuráveis e eficazes (CONSTANTINO; GARCIA, 2018). Com o surgimento do machine learning e suas aplicações, surgiram várias hipóteses sobre como isso mudaria o cenário do marketing digital atual. Para Johnsen (2017), é imperativo entender essas invenções e suas ramificações no marketing digital, já que todas as complexidades do comportamento do consumidor seriam descobertas e simplificadas com essa ferramenta. O machine learning é uma tecnologia que pode ser aplicada em negócios que visem a soluções para o atendimento ao cliente, a análise de comporta- mento do consumidor, os padrões de consumo, entre outros. Segundo Faceli et al. (2011), os computadores são programados para aprender com algo que já aconteceu. Algoritmos de machine learning aprendem a induzir uma hipótese capaz de resolver um problema a partir de um conjunto de dados. Por meio do machine learning, uma organização que deseja saber como está sua imagem perante os clientes e a sociedade para tomar decisões mais precisas sobre seu direcionamento pode identificar o que estão falando sobre ela, se é de maneira positiva ou não e com que frequência (CONSTANTINO; GARCIA, 2018). 3Tendências em marketing digital Chatbots Os chatbots são programas de computador especiais destinados a conversar com as pessoas. Seu funcionamento é baseado em inteligência artificial (IA), e são mais frequentemente usados para apresentar as ofertas aos clientes e responder às perguntas mais frequentes. Na era da internet, os chatbots ficam à disposição dos seus usuários 24 horas por dia, permitindo um serviço completo independentemente da hora do dia. Assim, quatro gerações de chatbots podem ser distinguidas (DEJNAKA, 2017): 1. Chatbots de comunicação: servem, principalmente, para enviar in- formações sobre produtos, serviços e o funcionamento da empresa. 2. Chatbots de segunda geração: definidos como algorítmicos, que apa- recem no formato de avatar. Eles podem manter conversas com os usuários. Além da funcionalidade dos chatbots de primeira geração, eles podem dar conselhos durante o processo de compra, apresentar opções alternativas e também monitorar todo o processo de realização de pedidos. 3. Chatbots interativos: são os chatbots de terceira geração, que podem reconhecer o discurso dos humanos. Espera-se que, no futuro, eles possam atender os consumidores completamente, resolvendo todos os seus problemas. Na Polônia, os chatbots são usados principalmente por grandes empresas, bancos e instituições públicas. 4. Chatbots holográficos: são utilizados para atender clientes em lojas e locais de serviço público (por exemplo, aeroportos). O nome chatbot é, atualmente, o nome do consultor virtual mais popular na internet. Outras variantes de bot também podem ser encontradas na internet, como knowbot (bot para reunir, gerenciar e dar acesso ao conhecimento); lingubot (bot destinado a manter conversas com o cliente, iniciar diálogos e interações); mindbot (bot para ajudar na solução de problemas com base em dados introduzidos); e shopbot (bot para ajudar na venda em uma loja na internet) (DEJNAKA, 2017). Tendências em marketing digital4 Realidade virtual e aumentada Realidade virtual e realidade aumentada são duas temáticas que estão se expandindo no meio tecnológico. Além das várias aplicações em áreas como o entretenimento, turismo e medicina, a realidade virtual e a realidade au- mentada também estão revolucionando o mundo do consumo e das estratégias de marketing. Para acompanhar as transformações digitais e atuar onde os consumidores se posicionam, as marcas buscam desenvolver conteúdos virtuais e aumentados, de modo a oferecer-lhes novos modos de acessar seus produtos, criando ofertas de valor. A presença da realidade virtual tem gerado reconfigurações em diversos setores da economia, representando um novo mecanismo para a comuni- cação e a promoção de experiências. Após décadas de desenvolvimento, a realidade virtual está mais próxima dos consumidores e espera-se que a venda de dispositivos apoiados nessa tecnologia cresça 84,5% até 2020 (ABI RESEARCH, 2016). De acordo com Burdea e Coiffet (2003), realidade virtual é uma inter- face homem–máquina de qualidade que envolve simulação e interação em tempo real por meio de múltiplos canais sensoriais. Para os autores, esse mundo sintético e virtual não é estático, pois responde aos comandos dados pelo usuário em tempo real, modificando o ambiente virtual imediatamente. As características principais da realidade virtual envolvem interação, imersão e imaginação, o que estimula a capacidade da mente de perceber coisas que não existem (BURDEA; COIFFET, 2003). Vince (2004) sugere que a realidade virtual é o resultado de combinações tecnológicas que criam um ambiente virtual onde é possível visualizar e interagir por meio de canais tridimensionais ou 3D. 5Tendências em marketing digital No contexto dessa tecnologia, aborda-se ainda o conceito de augmented reality (AR) ou realidade aumentada — existe uma discussão sobre a equi- valência entre os termos. Nesse caso, Haller, Billinghurst e Thomas (2007) argumentam que, enquanto a realidade virtual imerge completamente o usuário dentro de um ambiente sintético, a realidade aumentada permite ao usuário ver objetos virtuais tridimensionais sobrepostos ao mundo real. Em outras palavras, a realidade aumentada atua com a inserção de objetos virtuais no ambiente real. A interface do usuário é o ambiente real, porém, ele é adaptado para que objetos virtuais sejam visualizados e facilmente manipulados no espaço. Um exemplo de realidade aumentada é a do aplicativo Yelp, que oferece dicas e avaliações de estabelecimentos, restaurantes e outros pontos de inte- resse no mapa ao redor do usuário. O aplicativo permite ao usuário acessar dicas de locais também com a função “Localizador”, utilizando a câmera do smartphone para sobrepor as imagens e mostrando os locais e avaliações dos usuários do lugar onde ele está naquele momento, algo semelhante ao mostrado na Figura 1. Figura 1. Exemplo de realidade aumentada. Fonte: Zapp2Photo/Shutterstock.com Tendências em marketing digital6 Análise de sentimentos A análise de sentimentos tem como objetivo encontrar e definir técnicas ca- pazes de extrair as opiniões, sentimentos, emoções e informações expressos em textos (NARAYANAN; LIU; CHOUDHARY, 2009). A identificação de sentimentos em textos vem sendo uma das áreas de pesquisa mais destacadas em processamento de linguagem natural (PLN) — interações entre computa- dores e línguas (naturais) humanas (LIU, 2010). A análise de sentimentos é o estudo computacional de como opiniões, atitudes e emoções são expressas na linguagem natural. É uma disciplina de estudo que engloba áreas como psicologia, marketing e computação. A principal função da análise de sentimentos é descobrir, com o auxílio da tecnologia, o que as pessoas pensam e quais são suas opiniões sobre determinado tema, reduzindo drasticamente a necessidade de se ler grandes quantidades de documentos para extrair opiniões (YU; DUAN; CAO, 2013). Pessoas e empresas estão cada vez mais interessadas em análise de sen- timentos, querendo acompanhar e observar o que os grupos de pessoas vêm dizendo sobre um tema de interesse. É comum as empresas buscarem informa- ções sobre a aceitação de um novo produto ou procurarem receber feedbacks para melhoria. No que tange o marketing digital, a análise de sentimentos pode ser extre- mamente benéfica como indicadorde desempenho na avaliação da reputação das marcas. Além disso, permite que a empresa detecte situações negativas com antecedência, tendo mais tempo hábil para gerenciar possíveis crises de imagem. Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais Com o avanço tecnológico e seu respectivo impacto social, surgem novas questões éticas, motivando a criação ou atualização de legislações no contexto pertinente (MOOR, 2005). Em 2015, uma empresa de consultoria britânica chamada Cambridge Analytica acessou dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook para analisar e influenciar o comportamento de eleitores nos Estados Unidos. No Brasil, em 2014, a empresa de telecomunicação Velox foi acusada de vender ilegalmente dados pessoais de seus clientes a terceiros, culminando em multa de R$3,5 milhões (ZANATTA, 2015). 7Tendências em marketing digital A Constituição Federal reconhece o direito fundamental à vida privada e intimidade e à liberdade de expressão, isto é, a garantia da privacidade dos dados da pessoa natural e seu direito de instrumentalizá-los. No caso do Facebook ou da Velox, o cidadão não teve controle sobre seus próprios dados pessoais. Os dados podem ser utilizados para fins que seu titular não tenha noção, como entrada para algoritmos de tomada de decisão que incidem sobre o seu próprio futuro, venda de dados, análises comportamentais, entre outros (CARVALHO et al., [2018?]). Observando a proporção da influência e O valor dos dados pessoais na sociedade e suas implicações éticas, foi criada a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, a Lei Geral de Proteção dos Dados Pessoais (LGPDP). Essa lei foi sancionada em 2018 e entrará em vigor no Brasil em agosto de 2020. A LGPDP regulamenta o uso e o tratamento de dados pessoais por parte de empresas públicas e privadas no país. Seu principal objetivo é garantir a segurança e a privacidade dos dados e informações pessoais de qualquer pessoa física. Nesse contexto, muitas organizações, em especial as data driven (orientadas por dados) terão que adaptar suas práticas para estarem em conformidade com a nova lei. Diversos aplicativos que hoje são criados com O objetivo de coletar e comercializar dados dos usuários também sofrerão mudanças con- sideráveis. De forma geral, essa lei impactará grande parte das organizações que tenham presença na internet e redes sociais, mas, ao mesmo tempo, trará maior credibilidade e confiança àquelas que já respeitavam a privacidade dos dados dos seus usuários. 2 Vantagens das novas tendências A informação é hoje um poderoso recurso das organizações, permitindo maior alinhamento estratégico, mediante constantes fluxos bidirecionais entre a empresa e os consumidores, e criando condições para que se viabilizem seus objetivos de marketing. Vários autores têm abordado a passagem da era indus- trial para a era da informação, situação na qual as atividades informacionais, que têm no conhecimento sua maior riqueza, ultrapassaram as industriais. Nesse sentido, o uso de diferentes tecnologias tem ajudado as empresas a proporcionarem experiências únicas e personalizadas aos seus consumidores. Isso graças ao acesso a uma grande quantidade de dados sobre a trajetória de consumo, que auxilia as organizações a conhecerem melhor seus clientes e atendê-los de forma mais eficaz no suprimento de suas necessidades. Tendências em marketing digital8 De forma geral, as novas tecnologias geram diversas vantagens para as organizações, como: � Aumento das vendas: empresas varejistas tradicionais agora podem disponibilizar seus produtos pela internet (e-commerce) e redes sociais (social commerce), ampliando as possibilidades de distribuição de seus produtos ou serviços. � Aumento da produtividade: o acesso a dados e a maior integração entre eles auxiliam na otimização do trabalho e na tomada de decisão mais assertiva, evitando desperdício de tempo e recursos em estratégias de marketing baseadas em processos mais intuitivos. � Aumento da competitividade: conhecer os consumidores melhor do que os concorrentes traz grandes vantagens competitivas para a organi- zação, que será mais eficiente na atração dos consumidores para a sua marca. Além disso, investir em tecnologias de forma pioneira faz com que a organização seja percebida como inovadora no seu ecossistema, podendo aumentar o valor percebido da marca. Fazendo uma relação mais específica entre as tecnologias que são tendên- cias em marketing digital e as vantagens que elas podem originar, é possível elencar as vantagens que veremos a seguir. Machine learning Relacionando o machine learning com o contexto do marketing, a principal vantagem dessa tecnologia é a capacidade de aprendizagem da empresa (HO- OLEY; PIERCY; NICOLAUD, 2011). A capacidade dinâmica de aprender e adaptar-se é essencial para o desenvolvimento de uma vantagem competitiva sustentável. Conforme Ferreira Junior e Azevedo (2015), a sociedade conectada produz um volume elevado de informações diariamente. É um desafio para as empresas aproveitar esses fluxos de informação como ferramenta para a tomada de decisão. Ao permitir realizar previsões com os dados e informações dispo- níveis, o machine learning pode ajudar as empresas a vencerem esse desafio. No que tange o relacionamento com clientes, o machine learning também traz diversas vantagens. Muitos consumidores, quando precisam de algum tipo de assistência da empresa, procuram os seus canais de comunicação. Geralmente, tem-se um longo período de espera, devido à alta demanda. Assim, as tecnologias de machine learning podem solucionar esse problema, 9Tendências em marketing digital pois elas tornam os canais virtuais mais eficientes, reduzindo a necessidade de procurar atendimento pelo telefone, por exemplo. Além disso, o machine learning pode gerar uma personalização maior do atendimento ao cliente, pois tem acesso, instantaneamente, a todos os conjuntos de dados das interações prévias com esse cliente. Isso facilita a resolução de possíveis problemas do consumidor, dando à empresa a oportunidade de agir mais assertivamente na resposta aos problemas do seu cliente. Chatbots O chatbot pode ser uma excelente ferramenta de estratégia de marketing digital, pois otimiza a coleta de dados sobre o consumidor, armazenando os dados oriundos das conversas e interações entre o consumidor e o chatbot. Isso promove um atendimento mais personalizado, contribuindo para que o usuário se sinta mais engajado na interação com o chatbot, já que seus questionamentos são baseados em informações mais personalizadas. Dessa forma, a empresa pode adaptar a linguagem utilizada no chatbot com a sua persona, além de estar disponível 24 horas por dia para interagir com o público. Atualmente, o chatbot está disponível em diversos canais, como Facebook, Twitter e WhatsApp, mas também há a possibilidade de vinculá-lo à plataforma do site da empresa. Para as empresas de e-commerce isso é muito vantajoso, pois o cliente pode interagir com a empresa enquanto faz uma compra. Uma vez que o chatbot automatiza o processo de atendimento, principal- mente tirando dúvidas frequentes e encaminhando os usuários para setores ou serviços específicos, essa tecnologia proporciona uma otimização da produti- vidade da empresa, podendo aproveitar melhor seus colaboradores em funções mais estratégicas. Além disso, o chatbot pode dinamizar as vendas on-line com sua capacidade de sugerir itens da loja virtual relacionados ao perfil do usuário com base na identificação do perfil do consumidor na jornada de compra. Um exemplo de aplicação do chatbot é da plataforma Uber, que possibilita que os usuários solicitem corridas diretamente do Facebook Messenger, sem precisar acessar o aplicativo. Outro exemplo é a Magazine Luiza, que ganhou o prêmio Bots Brasil Awards 2017 com o software chamado de Lu. Tendências em marketing digital10 Realidade virtual e aumentada Na perspectiva do marketing, a realidade virtual eaumentada tem o potencial de revolucionar as atividades de promoção e venda, podendo proporcionar uma amostra do tipo de experiência que pode ser vivida pelo consumidor, auxiliando-o na tomada de decisão. Para se tornar um cliente, o consumidor em potencial depende da qualidade da informação fornecida a respeito do produto ou serviço, e quanto mais completa essa informação for, mais aumentam as chances de ser adquirido (OLIVEIRA; CORREA, 2017). Por isso, a realidade virtual e aumentada permite que o cliente interaja mais com o produto antes de comprá-lo, percebendo melhor suas propriedades e detalhes de funcionamento. Assim, a empresa pode diminuir os custos com estratégias de amostras grátis do produto, por exemplo, além de dar ao cliente novas perspectivas. O ambiente virtual é aumentado por várias simulações sensoriais, como a visão, o som e até o toque com suas respectivas respostas. Assim ele se torna uma excelente forma de acessar, avaliar e manipular as informações de uma oferta. No ramo de turismo, por exemplo, a realidade virtual e aumentada pode simular imagens e ambientes turísticos, além de oferecer uma experiência total- mente imersiva e interativa, proporcionando uma diversidade de experiências relativas ao setor. Contudo, trata-se ainda de uma tecnologia com um custo elevado para a maioria das empresas arcar (OLIVEIRA; CORREA, 2017). Análise de sentimentos A opinião dos usuários a respeito de um produto ou serviço na escolha do consumidor é relevante para que a satisfação dos usuários com a oferta seja compreendida. No âmbito da internet e das redes sociais, há uma infinidade de comentários e avaliações disponíveis para serem avaliadas, e a análise de sentimentos ajuda a descobrir o que as pessoas pensam e quais são suas opiniões sobre determinado tema. O uso da tecnologia reduz drasticamente a necessidade de se ler grandes quantidades de documentos para extrair opiniões (YU; DUAN; CAO, 2013). Pessoas e empresas estão cada vez mais interessadas em análise de senti- mentos, querendo acompanhar e observar o que os grupos de pessoas estão dizendo a respeito delas. Com o crescimento das mídias sociais (fóruns de discussões, blogs, Twitter, vídeos, reviews, comentários e postagens em rede social), consumidores e organizações estão recorrendo a esse recurso para buscar opiniões sobre os temas de interesse para sua tomada de decisão. 11Tendências em marketing digital Hoje, se uma pessoa está interessada em comprar um produto ou adquirir um serviço, ela não está limitada apenas ao seu círculo social. A opinião de outras pessoas que já usufruíram do serviço ou adquiriram o produto através da internet também pode ser obtida. A análise de sentimentos possibilita inúmeras aplicações, como as listadas a seguir (SANTOS, G.; SANTOS, M., 2018): � Produtos: a análise de sentimentos pode ser utilizada para determinar a aceitação de um produto que acabou de ser lançado ao mercado e assim é possível determinar estratégias de marketing. É também pos- sível avaliar um produto ou parte dele, como, por exemplo, um celular que tem uma câmera muito boa, porém, sua bateria tem curta duração (FANG; ZHAN, 2015). � Mercado financeiro: uma das principais características do mercado financeiro é a avaliação dos investidores e profissionais sobre uma companhia. As opiniões podem afetar o mercado de ações e influenciar, para mais ou para menos, o preço de compra e venda. Através da análise de sentimentos é possível detectar opiniões positivas e negativas, o que ajuda os investidores na tomada de decisão (ALVES, 2015). � Comentários avaliativos: sites de comércio eletrônico, filmes, séries, músicas, hotéis permitem que usuários avaliem por meio de notas e comentários avaliativos. Compreender a natureza desses comentários, que podem ser negativos, positivos ou neutros, ajuda as marcas a avaliar a experiencia do consumidor com determinado produto ou serviço. � Política: por meio da análise de sentimentos também é possível obter informações de candidatos políticos, sua aceitação após um debate ou após assumir um cargo político. Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais A regulamentação sobre o uso e a privacidade dos dados gerados pela popula- ção pode ter um impacto bastante relevante nas organizações, principalmente aquelas que estavam fazendo mau uso dos dados dos seus clientes. Entretanto, com a maior responsabilização das empresas, os consumidores se sentirão mais seguros e isso gerará diversos benefícios para as organizações que se prepararem adequadamente para a nova lei. Assim, as principais vantagens da Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais (LGPDP) no marketing digital podem ser as seguintes: Tendências em marketing digital12 � Melhora no relacionamento com o cliente: a necessidade de consenti- mento do consumidor para a captação e o tratamento de dados pessoais, além da transparência da empresa sobre a finalidade da coleta de dados, poderá dar mais confiabilidade à privacidade do consumidor, que saberá sobre o uso de suas informações de forma transparente. Isso pode tornar a experiência do cliente mais prazerosa, já que implica na redução de publicidade e anúncios indesejáveis, aumentando a proximidade dos clientes com as organizações que sejam do seu real interesse. � Aumento da segurança jurídica: a LGPD determina regras para o tratamento de dados pessoais, garantindo a privacidade dessas infor- mações em qualquer país. Assim, a legislação estará alinhada entre diversos outros países, proporcionando um ambiente mais seguro para o tratamento e uso de dados pessoais. Isso significa que, estando em conformidade com a LGPD, as empresas brasileiras poderão tratar dados coletados em outros países. � Valorização do marketing: ao analisar as informações pessoais re- almente relevantes para o negócio, as empresas poderão ter acesso a informações mais qualificadas para a tomada de decisão mais asser- tiva, tendo acesso a bancos de dados alimentados com informações de clientes reais. Isso possibilitará uma comunicação mais coerente com os consumidores, de acordo com suas necessidades e desejos. Assim, os investimentos em marketing poderão ser otimizados, resultando em maior retorno e credibilidade das campanhas. Os negócios que se adequarem previamente ao início oficial da LGPD terão a oportunidade de ajustar seus processos e obter muitas vantagens da regulamentação, visando a sua reputação no longo prazo. Ao estabelecer uma nova cultura de proteção e privacidade de dados pessoais, as empresas poderão trabalhar com informações mais limpas, adequadas e apoiadas em bases legais. 3 Ações de marketing digital nas novas tendências A aplicação das diferentes tecnologias apresentadas como tendências variam de acordo com as estratégias de marketing digital. Cada uma contribui para as diferentes etapas do funil de vendas, mas de forma geral, essas tecnologias utilizam os dados gerados pelos consumidores e transformam em inteligência 13Tendências em marketing digital de marketing. Isso se reverte em melhor atendimento, melhor conversão de leads em clientes, melhor compreensão das necessidades e desejos dos con- sumidores e insights para novas ofertas de produtos e serviços. Assim, para conhecer como as tendências em marketing digital se rever- tem em práticas e ferramentas, veremos exemplos de aplicações do machine learning, chatbots, realidade virtual e aumentada, análise de sentimentos e Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais nas organizações. Machine learning Organizações em diversas indústrias já começaram a experimentar o machine learning, incorporando o aprendizado de máquina em ferramentas usadas para um propósito específico. Algumas possibilidades de sua aplicação podes ser estas: � Detecção de fraudes: alguns bancos e operadoras de cartões de crédito utilizam o machine learning com o objetivo de identificar transações que possam ser fraudulentas. Para isso, elas utilizam o machine learningpara telefonar ao consumidor para validar compras específicas que tenham gerado suspeita de fraude. � Sistemas de recomendação: os mecanismos de recomendação on-line usados por empresas como Amazon e Netflix estão entre os exemplos mais interessantes de machine learning. Usando os dados coletados de seus usuários, os sistemas de aprendizado de máquina são capazes de prever ofertas que o cliente possa vir a gostar, de acordo com suas preferências anteriores ou hábitos de visualização. � Mecanismos de busca: Google, Microsoft Bing e outros mecanismos de busca usam o machine learning para melhorar suas recomendações de busca. Eles analisam dados sobre quais links os usuários acessam em resposta a consultas para melhorar seus resultados. Eles também usam o machine learning para melhorar o processamento de linguagem natural e fornecer respostas específicas para algumas questões. � Análise de streaming de dados: com a quantidade e variedade de dados gerado atualmente, como em feeds de redes sociais e transações de vendas on-line, as organizações usam o machine learning para encontrar insights ou identificar problemas potenciais em tempo real. Tendências em marketing digital14 Realidade virtual e aumentada É possível encontrar inúmeros exemplos do uso da realidade virtual e au- mentada no marketing. Agências de turismo utilizam a realidade aumentada como uma aplicação que dê aos seus clientes algumas prévias de como é uma cidade, por exemplo. É possível que o cliente viaje por meio dessa tecnologia, vendo pontos turísticos, entrando em locais históricos, tendo uma prévia do que se pode ver pessoalmente. A Nike foi uma das marcas que trouxe ainda mais à tona o uso da realidade aumentada no marketing de produto. A marca utilizou hologramas para anunciar um novo modelo de tênis, voltado para a prática de corrida. A empresa colocou um espaço de vidro transparente no centro de Amsterdã, Holanda, onde era projetado o holograma 3D com imagens do produto. Além de chamar a atenção das pessoas com a tecnologia de realidade aumentada, o tênis podia ser visualizado pelas pessoas que passavam pelo local, independentemente da posição delas em relação ao espaço de vidro. Com a proposta de trazer o mundo virtual para o mundo real, outro exemplo bastante conhecido de aplicação da realidade aumentada é o Pokemon Go, um jogo eletrônico de realidade aumentada voltado para smartphones. Com o uso do GPS e a câmera de dispositivos compatíveis, o jogo permitia aos jogadores capturar, batalhar e treinar criaturas virtuais que apareciam nas telas de dispositivos como se fossem no mundo real. Análise de sentimentos A tecnologia de análise de sentimentos pode ser uma grande aposta para orga- nizações especialmente sensíveis ao uso do marketing digital como estratégia predominante. Uma vez que as relações se dão no mundo virtual, compreender como um mero texto ou comentário reflete os sentimentos de um consumidor é extremamente vantajoso. 15Tendências em marketing digital Para realizar a análise de sentimentos, existem várias ferramentas que podem ser utilizadas. Esses métodos se diferenciam por suas técnicas de prog- nósticos de sentimentos, como o uso de abordagem de máquina, dicionários léxicos e processamento de linguagem natural. Algumas das ferramentas mais conhecidas na literatura são SentiWordNet, SenticNet e PANAS-t (BENEVE- NUTO; RIBEIRO; ARAÚJO, [2015?]). Veja mais sobre elas: � SentiWordNet: ferramenta de mineração de opinião baseada no di- cionário léxico WordNet. Esse dicionário agrupa verbos, adjetivos e outras classes gramaticais em conjuntos, chamados de synset. Com base nos termos encontrados no WordNet, o SentiWordNet classi- fica uma polaridade para o texto em relação aos sentimentos, que podem ser positivos, negativos ou neutros. A pontuação é obtida por um método de machine learning (ESULI; SEBASTIANI, 2006). SenticNet: método para mineração de opinião e análise de sentimentos que explora técnicas de IA e web semântica. O SenticNet tem como objetivo alcançar a polaridade de textos em nível semântico, utilizando técnicas de PNL para criar significados semânticos ou polaridade para mais de 14.000 conceitos. As polaridades de sentimentos variam de −1 até 1 (CAMBRIA et al., 2010). � PANAS-t: ferramenta que é uma versão adaptada do PANAS, método utilizado em psicologia. O PANAS-t consiste na identificação de senti- mentos positivos e negativos, associados aos sentimentos de segurança, serenidade, surpresa, medo, tristeza, culpa, hostilidade, timidez, atenção e alegria (SANTOS, G.; SANTOS, M., 2018). Uma aplicação interessante da análise de sentimentos está na economia compartilhada, um novo modelo de negócio no qual pessoas utilizam, de maneira colaborativa, seus bens pessoais e podem ou não receber um valor monetário em troca. Um exemplo dessa economia são as plataformas Uber, Airbnb, Couchsurfing, etc. No caso específico dessas plataformas, os comen- tários e avaliações são responsáveis por gerar confiança entre os membros, sendo esse um dos princípios fundamentais para o funcionamento dessas plataformas. Tendências em marketing digital16 Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais Com relação ao impacto da LGPDP nas estratégias de marketing digital, vale ressaltar sua influência no envio de e-mail marketing pelas organizações. Esta talvez seja a estratégia que sofrerá maiores mudanças após a implementação da lei. O primeiro passo que as empresas precisarão dar é reavaliar toda a sua base atual de dados de clientes e assegurar que todos tenham autorizado o envio de e-mails. Os usuários que não tenham consentido explicitamente esse envio deverão ser contatados novamente para aprovarem o recebimento dos e-mails marketing. Outra estratégia de marketing digital que sofrerá maiores impactos após a lei é a publicidade on-line. Isso porque a segmentação em anúncios do Google ou Facebook são realizadas usando informações de cookies coletados no site. Segundo a LGPD, será responsabilidade da empresa informar sobre a instalação de cookies para coleta de dados, inclusive se eles forem utilizados para campanhas no Facebook ou outras redes sociais. A LGPD não inviabiliza as práticas de marketing digital, mas exige mais profissionalismo e estratégia na coleta e tratamento dos dados pessoais dos usuários, o que pode beneficiar empresas mais estruturadas e atentas à ade- quação às novas regras. ABI RESEARCH. ABI Research anticipates more than 50 million mobile VR devices to ship by 2020 as virtual reality takes step forward at the 2016 GSMA Mobile World Congress. New York, 2016. Disponível em: https://www.abiresearch.com/press/abi-research-anticipates- -more-50-million-mobile-vr/. Acesso em: 4 fev. 2020. ABIHPEC; SEBRAE. Caderno de tendências 2019-2020. Brasil, 2020. Disponível em: https://m. sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/CADERNO%20DE%20TENDENCIAS%20 2019-2020%20Sebrae%20Abihpec%20vs%20final.pdf. Acesso em: 4 fev. 2020. ALVES, D. S. Uso de técnicas de computação social para tomada de decisão de compra e venda de ações no mercado brasileiro de bolsa de valores. 2015. Tese (Doutorado em Engenharia de Sistemas Eletrônicos e Automação) - Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2015. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/19345/1/2015_De- borahSilvaAlves.pdf. Acesso em: 4 fev. 2020. 17Tendências em marketing digital BENEVENUTO, F.; RIBEIRO, F.; ARAÚJO, M. Métodos para análise de sentimentos em mí- dias sociais. [Belo Horizonte, 2015?]. Disponível em: https://homepages.dcc.ufmg. br/~fabricio/download/webmedia-short-course.pdf. Acesso em: 4 fev. 2020. BURDEA, G. C.; COIFFET, P. Virtual reality technology. New Jersey: John Wiley & Sons, 2003. CAMBRIA, E. et al. Senticnet: a publicly available semantic resource for opinion mining. [S. l.], 2010. Disponível em: https://www.aaai.org/ocs/index.php/FSS/FSS10/paper/ viewPDFInterstitial/2216/2617. Acesso em: 4 fev. 2020. CARVALHO, L. et al. Desafiosde transparência pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. [S. l., 2018?]. 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São Paulo: Quartier Latin, 2015. p. 447–470. 19Tendências em marketing digital Dica do professor As tendências em marketing, apesar de muito centradas na tecnologia, podem ir além das novas técnicas e ferramentas tecnológicas. As tecnologias servem para auxiliar o ser humano na otimização do seu trabalho, mas elas jamais substituirão a essência e a experiência de ser humano. Nesta Dica do Professor, você irá conhecer as tendências de marketing na esfera global, ou seja, tendências que vão além do mundo digital. São tendências que emergiram de uma pesquisa com mais de 80 especialistas em marketing do mundo, sendo que todas elas se encontram em um ponto comum: a integração e valorização humana. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5cbaca4a09decb7e12f8bfb83ca42527 Na prática No contexto da evolução 4.0 e da ampliação das ferramentas de inteligência artificial, muitas empresas têm se beneficiado de machine learning (aprendizado de máquina). Essa tecnologia parte do princípio de que as máquinas podem aprender sozinhas quando têm acesso a grandes volumes de dados, contribuindo para o planejamento de estratégias de marketing. Na Prática, você vai conhecer como a Netflix, provedora global de filmes e séries de televisão via streaming, utiliza machine learning para otimizar seu sistema de recomendação a seus clientes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: 25 Tendências de Marketing Digital e Redes Sociais para 2020 que NINGUÉM TE CONTOU! Veja, neste vídeo, 25 tendências de marketing digital de forma mais prática, ajudando organizações a aproveitarem as tendências da melhor forma possível. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/gyXcitypZIg Canais de marketing digital Apresentação O comércio eletrônico está cada vez mais presente na vida das pessoas e tem impulsionado o aumento do número de canais de marketing digital. Um dos principais elementos para esse crescimento é o retorno que os negócios on-line proporcionam às empresa. Por isso, compreender melhor como se configuram os canais de marketing digital é necessário para quem atua ou pretende atuar com marketing. Identificar como os canais podem interagir com os consumidores é importante para compreender as motivações e as formas como ocorrem as compras em ambiente digital, o que torna necessário conhecer as principais classificações dos canais de marketing digital. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o conceito de canais de marketing digital, conhecer a aplicação prática do conceito em ambiente de mercado e, ainda, as características e ferramentas disponíveis e que são necessárias para atingir bons resultados. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir canais de marketing digital.• Identificar como os canais podem interagir com os consumidores.• Classificar os principais canais de marketing digital.• Infográfico As ferramentas estratégicas de marketing digital colaboram para que as marcas melhorem a performance das campanhas on-line e para o aumento da taxa de conversão. Confira, no Infográfico, os fatores a serem considerados na hora de definir os canais de marketing. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/fdfce7fa-edc7-4964-a49a-c77143579de6/fc0d971e-5b07-4e97-bd20-e637441c7358.png Conteúdo do livro Compreender como ocorrem negócios em ambiente digital é cada vez mais necessário para empresas que buscam êxito em sua área de atuação. O comércio eletrônico é um dos meios mais utilizados para esse fim.No capítulo Canais de marketing digital, da obra Marketing digital, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, entenda quais os tipos de empresas que atuam no setor, os fatores de sucesso dessas empresas e como aprofundar a compreensão acerca do perfil do consumidor on-line, além das características e da classificação dos principais canais de marketing digital. Boa leitura. MARKETING DIGITAL Rogério Gomes Neto Canais de marketing digital Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir canais de marketing. Identificar como os canais de marketing podem interagir com os consumidores. Classificar os principais canais de marketing digital. Introdução Conhecer os fatores que levam ao sucesso das empresas que atuam no comércio eletrônico é cada vez mais importante e necessário para os profissionais de marketing. Para entender como as organizações lidam com esse formato de distribuição, você precisa se familiarizar com os canais de marketing digital, as suas características, os seus modelos e as suas funcionalidades. Por isso, neste capítulo, você vai estudar os mecanismos estratégicos dos canais de marketing digital. O que são canais de marketing digital? Com a rápida transformação do comércio em função da popularização da internet, os canais de marketing, ou seja, tudo o que se refere à distribuição de bens e serviços para os consumidores, passaram por profundas mudanças e por uma ampliação. Os canais de marketing, conforme Telles e Strehlau (2006, p. 26), envolvem “[...] a gestão da distribuição [...], estrutura e administração de bens e ser- viços com a finalidade de torná-los disponíveis para as trocas [...]”. Essa atividade de gerenciamento dos agentes presentes nos canais envolve as operações de atacado e varejo, distribuição física, planejamento logístico (armazenamento e transporte), entre outras variáveis que conectam quem produz e quem consome. Já segundo Kotler e Keller (2018), os canais de marketing são formados por organizações interdependentes, isto é, há diferentes membros na cadeia que cumprem papéis diversos e funcionam de forma conjunta. Esses canais são responsáveis por um processo cujo objetivo é disponibilizar, basicamente, itens de consumo para o usuário final. A estrutura dos canais de marketing envolve dois elementos fundamentais: os membros (os principais são os fabricantes, intermediários e usuários finais) e a administração dos canais. Esses fatores permitem estabelecer foco nos segmentos em que se deseja gerar negócios, como canais digitais, os quais têm apresentado cada vez mais possibilidades lucrativas. Os canais de marketing desempenham um papel econômico de grande importância, o que favorece o escoamento de itens e a conexão entre produção e consumo. Desempenham, ainda, operações e atividades que colaboram para o processo produtivo e a comercialização. Além disso, facilitam a busca de produtos pelo consumidor, ao mesmo tempo em que fazem o ajuste para equilibrar a oferta e a procura de produtos. Dessa forma, os intermediários criam utilidade para o usuário, pois permitem encontrar um item desejado de forma mais fácil e rápida. Em relação aos participantes do canal de marketing, destacam-se três elementos: produtores e fabricantes, intermediários e usuários finais. Os produtores e fabricantes são as empresas envolvidas na produção de um produto, o qual necessita estar disponível no mercado, sendo esta a função dos canais de marketing: realizar a distribuição dos produtos, atividade que implica questões relativas a custo, tempo, transporte, armazenamento, etc. Já os intermediários são empresas independentes que dão suporte aos produtores e aos consumidores finais. Elas desempenham negociações e atividades de distribuição e operam no atacado e no varejo. Por fim, há os usuários finais, que são os consumidores ou as empresas. Como visto, os canais de marketing podem ser definidos, de forma geral, como os meios utilizados pelas empresas a fim de atingir possíveis consumido- res. Já um canal de marketing eletrônico ou digital, segundo Telles e Strehlau (2006, p. 115), pode ser entendido como “[...] a plataforma digital que suporta a oferta e acesso a produtos e compra lógica pelo mercado-alvo, através de mediação eletrônica [...]”. Essa mediação viabiliza um suporte à oferta, o que garante a disponibilidade dos produtos, bem como informações corretas sobre cada item vendido. A compra lógica é o ato de realizar pedidos on-line sem que o comprador tenha acesso imediato ao produto, sendo que isso ocorre também para quem vende, pois este não tem acesso aos recursos do consumidor. Canais de marketing digital2 A atuação das empresas em ambiente digital provocou mudanças signifi- cativas nos canais de marketing, principalmente no que se refere à logística. A diversificação dos canais exigiu das marcas mudanças na forma de se relacionar com os clientes. O motivo é que, atualmente, gerar conexões dura- douras com o consumidor é fundamental para alcançar resultados positivos. Isso ocorre porque os consumidores estão mais ativos e participativos por conta das múltiplas possibilidades de expressão disponíveis na internet, a exemplo das redes sociais, o que exige mais empenho das marcas, sobretudo em ambiente digital. É por isso que conhecer as potencialidades dos diferentes canais permite aos profissionais de marketing refletir acerca das possibilidades de cada um e, em especial, dos canais digitais, que têm se mostrado cada vez mais eficazes para atrair e converter novos consumidores. Não é incomum, portanto, que os novos formatos de compras superem as expectativas dos consumidores em comparação ao comércio tradicional. Diante desse cenário, os profissio- nais de marketing devem estar atentos às necessidades dos consumidores no ambiente on-line e também investir em ações necessárias a fim de garantir uma experiência positiva ao cliente, o que se dá, por exemplo, por meio da eficiência e da rapidez nos processos logísticos, a fim de tornar a distribuição eficaz e satisfatória. Há vários tipos de empresas que atuam no comércio eletrônico, mas as mais comuns são, como observa Kotler e Keller (2018, p. 566), as “[...] inteiramente virtuais, que começaram com um site [...], e empresas virtuais e físicas (brick- -and-click), [...] que acrescentaram um site de informações e/ou e-commerce a suas operações [...]”. A internet viabilizou negócios antes inexistentes. Dessa forma, surgiram inúmeras empresas inteiramente virtuais, como o Google e redes sociais como Facebook e Twitter. Além disso, surgiram empresas em muitos outros segmentos da economia. No setor financeiro, destacam-se as fintechs, que são bancos digitais, como Original e Nubank. Muitas empresas que hoje atuam em ambiente físico e ambiente digi- tal tinham, inicialmente, dúvidas quanto a aderir ao comércio eletrônico, uma vez que poderia haver conflitos entre os dois canais e desconforto e insatisfação de varejistas, representantes comerciais, lojas próprias e fran- queadas. Com a transformação do comportamento de consumo, boa parte dos grandes varejistas aderiu ao comércio eletrônico, que se fortaleceu como mais uma opção de canal de distribuição. Hoje, o desafio dos profissionais de administração e de marketing é propiciar integração entre os ambientes físicos e on-line. 3Canais de marketing digital Algumas estratégias citadas por Kotler e Keller (2018) podem ser adotadas para diminuir esses conflitos. Por exemplo: oferecer marcas e produtos dife- rentes pela internet, ou seja, itens não oferecidos nos demais canais; elevar as comissões dos parceiros convencionais, receber pedidos on-line; e delegar entrega e cobrança aos canais de distribuição físicos. Se inicialmente havia dúvidas de que os canais digitais substituiriam os canais tradicionais, percebe-se agora que a tendência é o marketing digital se tornar um aliado que, em conjunto com outros canaisde marketing, entrega agilidade e soluções para os consumidores. Por isso, a coexistência dos co- mércios físico e virtual é uma das tendências no que se refere à estrutura dos canais de marketing das empresas. Um bom exemplo de como harmonizar os diferentes canais de marketing das empresas é a maneira encontrada pela empresa O Boticário. A marca brasileira do segmento de cosméticos e perfumaria tinha receio de atuar em diversos canais. A principal preocupação era evitar que os franqueados, tão essenciais para a empresa, ficassem insatisfeitos com a introdução do e-commerce e do sistema de venda direta, realizada por revendedores autônomos, pois esses canais poderiam provocar redução nas vendas das lojas franqueadas. A solução encontrada pela marca foi optar por um modelo de venda direta e de e-commerce no qual as lojas franqueadas se tornam polos centralizadores. Dessa forma, os franqueados comandam coordenadores de vendas e estes gerenciam os reven- dedores que atuam no sistema de venda direta (porta a porta). Além disso, compras efetuadas no e-commerce da empresa podem ser retiradas nas lojas físicas, estratégia conhecida como omnichannel, que permite unir esforços dos canais tradicionais e digitais. O omnichannel acaba sendo um bom negócio para as franqueadas, que podem oferecer outros itens ao consumidor no ato da retirada. A incorporação do e-commerce do O Boticário possibilitou à marca desenvolver previsões de vendas, gerenciar de forma mais assertiva estoques e intercambiar in- formações com os fornecedores e outros intermediários. Assim, a transformação da rotina de pessoas tem impactado os canais de marketing, os quais também exigiram mudanças das empresas, principalmente no que se refere à agilidade para atender às demandas na era da tecnologia. Canais de marketing digital4 Conexões com consumidores por meio dos canais de marketing Para gerar conexões positivas com os consumidores, a escolha assertiva dos distribuidores é fundamental. Isso possibilita, por exemplo, que o objetivo dos canais de marketing seja alcançado de forma efi ciente e efi caz. É importante, assim, conhecer os três sistemas de distribuição possíveis: exclusivo, seletivo e intensivo. Veja a seguir. Distribuição exclusiva: é aquela em que a empresa escolhe um canal que deve trabalhar apenas com o seu produto. Ou seja, ela garante exclusividade para o seu produto e impede a atuação de concorrentes. Um exemplo são as franquias. Distribuição seletiva: a empresa utiliza alguns canais focados em seu público-alvo para evitar a inclusão de seu produto em qualquer ponto de venda. As grifes de moda são um bom exemplo de distribuição seletiva, pois costumam vender seus produtos apenas em determinadas lojas. Distribuição intensiva: é aquela em que uma empresa coloca os seus produtos no maior número possível de pontos de vendas, a exemplo dos itens de grande rotatividade, tais como cremes dentais, refrigerantes e commodities alimentícios. O desenho do canal de marketing, que se refere basicamente às decisões quanto à incorporação de novos canais ou à modificação dos já existentes, é uma decisão importante para as empresas desenvolverem um contato mais próximo com os consumidores. Trata-se de um aspecto estratégico, uma vez que é um fator crucial para ajudar a empresa a ter um diferencial relevante. Assim, os canais podem ser: convencionais, quando um produtor negocia de forma independente com um intermediário; horizontais, resultantes da união de esforços de duas empresas, nor- malmente de segmentos diferentes, que exploram uma oportunidade de distribuição de forma integrada; verticais, que visam a maiores eficiência e competitividade dos canais devido à centralização de sua gestão. 5Canais de marketing digital Para que o desenho de um canal de marketing seja eficaz, as empresas devem atentar à escolha dos intermediários, pois isso é fundamental às decisões de negócio, a exemplo da ampliação de cobertura e do aumento de acesso aos pontos de venda. Alterações do volume de consumo, diferentes capacidades de armazenagem ou a saída de um intermediário do canal podem comprometer um desenho prévio. Por isso, a seleção de membros do canal deve seguir a ordem: identificação de intermediários potenciais; avaliação comparativa dos intermediários; efetivação dos membros do canal. As necessidades dos consumidores almejados pelas empresas devem moldar os canais de marketing das organizações e das marcas. A estratégia do canal de marketing, portanto, deve ser orientada para o mercado a fim de atender às mais diferentes demandas. Para fazer isso de forma eficiente e eficaz, os canais de marketing devem considerar as várias dimensões dos mercados à medida que se relacionam com diferentes intermediários e consumidores. Um bom exemplo de canal de marketing que tem se tornado cada vez mais eficiente para atender às demandas dos consumidores é o digital. A internet é um meio que se caracteriza por estabelecer conexões diretas entre consumidores e marcas. Essa característica possibilita que os canais eletrônicos eliminem alguns intermediários, a exemplo de varejistas e atacadistas. Essa diminuição do número de intermediários é denominada por Ro- senbloom (2002) de processo de desintermediação. Para compreender o conceito, imagine uma marca que fabrica celulares e que os vende unicamente por meio de seu canal digital, diretamente ao consumidor. Nesse modelo, a marca não depende de intermediários, ou seja, os varejistas, o que pode, em tese, aumentar o seu faturamento. Embora a estratégia de desintermediação seja adotada por alguns setores, o que tem sido mais comum é a reintermediação, que se refere ao conjunto de canais de marketing que atuam de forma integrada no processo de distribuição. Esse modelo está por trás de estratégias surgidas por conta da internet, como as livrarias virtuais, que, embora sejam canais tipicamente de marketing digital, com frequência utilizam atacadistas em vez de negociar exclusivamente com as editoras. Como você pode observar, o comércio eletrônico muitas vezes é depen- dente da distribuição física e das etapas dos processos logísticos comuns, tais como armazenar, estocar, empacotar, processar pedidos e expedi-los. Cabe às empresas analisar e definir qual forma é mais eficaz e econômica para o processo, se o sistema de desintermediação ou o de reintermedia- ção. Para isso, é preciso considerar os aspectos estratégicos da marca e as necessidades dos clientes. Canais de marketing digital6 Outro desafio que os canais eletrônicos enfrentam a fim de estabelecer conexões com seus consumidores é agilizar o fluxo de informação. Isso é necessário no momento em que o comprador on-line aguarda para ter acesso ao produto. O fluxo físico, ou seja, todo processo físico que ocorre para que o item chegue ao comprador, não pode ser digitalizado, o que, em comparação com a rapidez da compra on-line, é classificado como moroso. Para agilizar essa etapa, o canal digital necessita de bons intermediários para executar as funções logísticas, ou seja, de bons métodos para disponibilizar produtos vendidos em um local e adquiridos em outro. O sistema logístico é um mecanismo que permite eficiência aos elementos que compõem o processo logístico, ao mesmo tempo em que estabelece relações entre eles. Esse sistema é composto por transporte, manuseio de materiais, processamento de pedidos, controle de estoque, armazenamento e embalagem. Desse sistema, são fundamentais para os canais de marketing digital o armazenamento, que se refere à manutenção e à preservação de estoques, e a distribuição, que é a movimentação de bens do produtor ao consumidor. A administração ineficiente desses processos acaba sendo um fator limitante aos canais eletrônicos. Por isso, não seria equivocado considerar os canais de marketing digital como incompletos, uma vez que costumam depender de outros canais logísticos para a sua atividade. Investirem mecanismos que facilitem o fluxo físico de itens negociados em ambiente digital é fundamental para as empresas que executam vendas on-line. Um bom exemplo é o market place Mercado Livre, que percebeu a necessidade de melhorar seus processos logísticos e criou centros de distribui- ção, cujo objetivo é reduzir os prazos de entrega de encomendas e enfrentar as investidas da concorrência de forma mais eficaz. Ainda que apresentem limitações, os canais eletrônicos contam com muitas vantagens competitivas. A principal é o alcance. Interessados em adquirir de- terminado produto podem realizar pesquisas e comparações virtualmente entre marcas, de forma rápida e simples. Essa característica também é válida para quem produz, ou seja, é possível vender de qualquer localidade. Os canais eletrônicos favorecem a conveniência para quem compra, uma vez que tendem a ser mais simples e rápidos, permitindo economizar tempo e custos com deslocamento. Outra característica que pode ser apresentada como uma vantagem dos canais de marketing digital é a facilidade na conexão entre consumidores, os quais promovem intercâmbio de informações sobre produtos, serviços e marcas. Isso colabora, por exemplo, para a segmentação de mercados e, ainda, para a identificação de consumidores pela marca, de modo a estabelecer ações mais eficazes. 7Canais de marketing digital É comum que os canais eletrônicos proporcionem redução de custos em relação à distribuição. Isso se dá pelo fato de esse tipo de comércio eliminar uma parte da força de vendas e dos custos com instalações físicas. No en- tanto, os canais digitais apresentam condições limitantes para a conquista de clientes. Uma das principais é a experiência, ou seja, o contato físico, muitas vezes necessário para alguns produtos. É o caso, por exemplo, do segmento de moda. Nesse setor, as vendas on-line apresentam como principal ponto fraco a devolução de itens por conta de a numeração apresentada no site não condizer com a usual do consumidor. A ausência de experimentação pode inviabilizar a compra em canais ele- trônicos, mas algumas ferramentas podem colaborar para minimizar isso. As marcas do setor de moda têm investido em estratégias e ferramentas para aumentar a confiança do consumidor e reduzir as devoluções e trocas. Para muitas, têm sido cada vez mais usual criar tabelas de medidas com tamanhos mais abrangentes. Afinal, se os consumidores têm de deduzir o tamanho real de uma peça, é comum a não aquisição ou a aquisição, por exemplo, de duas numerações distintas, no intuito de devolver a que não se adequa ao corpo, o que aumenta os gastos com logística reversa. Atualmente, as empresas que atuam no comércio on-line têm inves- tido mais em segurança, mas isso ainda é uma desvantagem para o setor. Os crescentes casos de crimes em ambiente digital afetam a confiança de quem faz compras na internet. Entregar a compra de forma ágil é uma forma de garantir a segurança de quem compra e de criar um elo de confiança entre as partes. Em relação às transações de pagamento e à privacidade de informações e dados, as empresas que efetuam vendas on-line devem investir constantemente em segurança para obter a confiança dos seus consumidores. Investir em agi- lidade de navegação e simplificar as etapas de transação on-line também são ações que colaboram para estabelecer conexões positivas para quem compra no ambiente virtual. O cliente espera que a sua experiência ao realizar uma compra seja agradá- vel. Por isso, facilitar as etapas do processo de compra é fundamental. Oferecer bons recursos de atendimento, como chat on-line, pode ser importante para impedir o abandono do carrinho. Além disso, para uma comunicação eficaz, é necessário estabelecer proximidade com os consumidores. Para isso, a empresa precisa compreender o que eles buscam e como se comunicam. Investir em conteúdo relevante, com informações realmente úteis e importantes, tende a atrair a atenção e envolver o consumidor. Canais de marketing digital8 Estrutura dos canais de marketing digital Os canais de venda de uma empresa no ambiente digital são denominados “canais de marketing digital”, a exemplo do e-commerce. Cada canal de marketing apresenta características próprias, e as diferenças dizem respeito a questões como: o melhor método para abordar o consumidor, o tipo de cliente a se conquistar, o modo de defi nir o orçamento necessário, os objetivos e metas a alcançar, etc. Por isso, a expertise dos profi ssionais de marketing é imprescindível ao se optar por um ou mais canais de marketing, ainda que o fator determinante na atualidade seja o retorno objetivado pela empresa. Dessa forma, é necessário conhecer melhor os canais de marketing digital a fim de avaliar as especificidades de cada um, compreender as métricas possíveis e, ainda, observar as possibilidades de retorno que eles oferecem. É isso que você vai ver a seguir. Um dos principais canais de marketing é o e-commerce, termo em inglês que significa “comércio eletrônico”. Segundo Kotler e Ketler (2018, p. 566), “[...] os sites comerciais vendem toda espécie de bens e serviços, principalmente livros, discos, brinquedos, seguros, ações, roupas e serviços financeiros [...] e usam várias estratégias para competir [...]”. A forma mais comum de os con- sumidores chegarem ao e-commerce de uma empresa é por meio de anúncios publicitários, principalmente os veiculados na própria internet, meio no qual é possível segmentar o público com mais precisão. As redes sociais também podem ser classificadas como canais de marketing digital, pois permitem que as empresas alcancem consumidores potenciais e corriqueiros de forma mais ágil e interativa. Nelas, é possível apresentar con- teúdos relevantes e autorais, veicular anúncios publicitários e executar vendas. O call center é outro canal de marketing muito usado, de forma estratégica, no marketing digital. A ferramenta permite identificar se os investimentos de marketing e, principalmente, de comunicação trazem o retorno almejado. Além disso, ela colabora para a empresa identificar quais estratégias geram mais respostas dos consumidores. Um canal de marketing bastante utilizado é o e-mail, que tem se posicionado como uma das principais ferramentas de comunicação digital. Muitas empresas estabelecem conexões com possíveis compradores e clientes habituais por meio de e-mail marketing ao produzir newsletters com conteúdo atrativo e interessante. Outro canal de marketing muito importante para as empresas é a busca orgâ- nica, que envolve ferramentas de busca como o Google e o Bing. As empresas devem dar atenção especial a esse canal, pois quando um usuário efetua uma pesquisa 9Canais de marketing digital para obter alguma informação sobre um produto, serviço ou marca, ele tem grande interesse na compra. Dessa forma, é fundamental fazer com que o consumidor se depare com as informações de uma empresa que ofereça o que ele busca. Para analisar cada canal de marketing digital, é importante conhecer as ferramentas que facilitam a classificação do tráfego de diferentes origens. Uma forma é compreender o uso das tags UTM (Urchin Traffic Monitor ou “monitor de tráfego de Urchim”, sendo que Urchim é o nome de uma empresa adquirida pelo Google). As UTMs são as principais formas de classificação dos canais. Por isso, são muito utilizadas pelos profissionais de marketing digital. A ferramenta permite rastrear os canais digitais, o que colabora, por exemplo, para identificar quais resultados são orgânicos e quais são oriundos de anúncios pagos. A ferramenta é relativamente simples. Para mensurar cada ação de comu- nicação, é necessário inserir o termo utm no link dessa ação, por exemplo: utm_source. Dessa forma, quando o internauta acessar o site por meio do link criado com utm, é possível identificar a origem da visita. Assim, os profissionais de marketing podem aumentar o investimento em origens que geram mais tráfego ou retorno e atéeliminar ou alterar anúncios de origens pouco rentáveis. Por fim, vale destacar que outro canal de marketing digital importante é o comércio eletrônico B2B (business-to-business), ou seja, a transação que ocorre de empresa para empresa. Esse setor sofreu grandes transformações com o advento do e-commerce. No comércio eletrônico B2B, a coleta de in- formações do mercado se torna mais rápida, fácil de acessar e eficaz. Há mais informações disponíveis sobre produtos e novas opções e formas de negociar, a exemplo dos leilões on-line e dos novos intermediários que interligam as empresas compradoras às que vendem. O principal atributo positivo do B2B no meio digital é o aumento da transparência da política de preços e da competitividade entre empresas fornecedoras, pois os mecanismos digitais permitem, por exemplo, a comparação de preços. Os principais objetivos do marketing digital são: propiciar aumento do volume de vendas, gerar diferenciação, construir posicionamento de marca, compreender melhor o mercado e suas tendências. Esses são pontos que devem ser considerados na tomada de decisão dos canais eletrônicos. Canais de marketing digital10 A adoção de cada canal gera impacto nas estratégias de marketing. Assim, a gestão de canais deve ser feita com critérios claros, uma vez que a distribuição desempenha um papel importante nos objetivos e nas estratégias das empresas. É necessário avaliar a relação do produto com o mercado, bem como a estrutura dos canais eletrônicos, a fim de propiciar um ambiente mais competitivo e que, ao mesmo tempo, crie vantagens competitivas. A seleção dos canais de marketing digital deve reconhecer as necessidades da empresa. Só assim é possível escolher a melhor estrutura, o que colabora com o processo de distribuição. Desse modo, a análise das possibilidades de desintermediação ou reintermediação ganha relevância. Para garantir a eficiência do processo de distribuição, é preciso adicionar funções aos canais eletrônicos, incorporando-os aos canais tradicionais. Dessa forma, a integração dos canais proporciona às empresas mais êxito e mais resultados positivos, ao mesmo tempo em que possibilita aumentar a chance de contatos e de experiências do consumidor com a marca. Imagine a seguinte situação: em uma loja física, um cliente entra, escolhe alguns itens, experimenta, resolve comprar alguns, efetua o pagamento, mas sai sem levar nenhum produto. Por mais estranho que possa parecer, é esse o conceito de guide shop. A experiência incomum tem atraído algumas marcas que atuam em território brasileiro, principalmente as ligadas à moda, como a Amaro, uma das pioneiras. O modelo de negócios guide shop da Amaro não conta com caixas de pagamento. As lojas físicas da marca apresentam peças vendidas exclusivamente no e-commerce. Com a ajuda de vendedores, as compras são feitas no próprio site da marca por meio de tablets e computadores espalhados na loja física. O local funciona como uma espécie de vitrine dos produtos da página da marca e, por isso, a ideia é ter pouco estoque. O cliente pode experimentar os artigos na loja (há apenas uma peça de cada tamanho) e, quando tiver interesse, efetua o pagamento. Depois, o item é enviado à sua residência, normalmente no mesmo dia. Há inúmeras vantagens nesse conceito de loja. O fator economia é um dos que merece destaque, pois as lojas ocupam menos espaço físico, uma vez que há menos itens a serem estocados. Outra vantagem é garantir segurança ao consumidor que tem receio de errar escolhas de roupas e acessórios em compras on-line por conta de tamanho, caimento e cores. Para receber o item em domicílio, o cliente precisa informar seus dados, os quais alimentam a base cadastral da marca e permitem conhecer melhor os gostos e desejos dos consumidores, o que colabora para vendas futuras e para estabelecer conexões de longo prazo. Em síntese, o modelo de guide shop é um exemplo de como os canais de marketing digital podem cooperar com os canais físicos. 11Canais de marketing digital KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson, 2018. ROSENBLOOM, B. Canais de marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2002. TELLES, R.; STREHLAU, V. l. Canais de marketing & distribuição: conceitos, estratégias, gestão, modelos de decisão. São Paulo: Saraiva, 2006. Leitura recomendada ALVES JR., D. São Paulo do futuro: o que as lojas estão adotando. Veja, São Paulo, 24 jan. 2019. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/sao-paulo-do-futuro- -consumo/. Acesso em: 26 nov. 2019. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Canais de marketing digital12 Dica do professor Os canais de marketing estão cada vez mais integrados. Inicialmente, esse processo se deu por meio da técnica de omnichannel, que unia os esforços dos canais físicos e on-line. Recentemente, uma nova maneira de integrar os canais de marketing tem ganho adeptos e já é considerada a evolução do omnichannel. Trata-se do conceito de Customer Engagement Hub (CEH). Confira, na Dica do Professor, quais as funções do CEH e como utilizá-las. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/521b1625bb9172b4fc3074a1f7c266af Na prática As empresas têm investido em mecanismos estratégicos para aumentar a eficiência e os resultados das marcas. Em ambiente digital, é cada vez mais comum a complementação de esforços do e- commerce em conjunto com as lojas físicas. Uma dessas técnicas é denominada omnichannel. A varejista Magazine Luiza é um exemplo de empresa que construiu uma estratégia de omnichannel eficaz e colaborou para a integração e a simplificação da gestão dos canais de marketing. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5ee9bb6f-a185-42f5-be18-639a5f66b12e/fdcdfe5e-3a90-4f6c-9acc-6d58677f32ee.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Loja virtual cresce como canal de vendas da Fini Nesta matéria, é possível ver um exemplo prático de empresa atuante no mercado e que aumentou o número de canais de marketing ao aderir ao e-commerce. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Transportadoras para e-commerce: por que existem poucas? Esta matéria apresenta uma reflexão acerca do reduzido número de transportadoras, parceiras imprescindíveis para o e-commerce no Brasil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. O dilema do e-commerce para Natura, Avon e O Boticário Esta matéria apresenta as principais dificuldades das empresas Natura, Avon e O Boticário e estratégias para superá-las. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.consumidormoderno.com.br/2015/08/10/loja-virtual-cresce-como-canal-de-vendas-da-fini/ https://www.profissionaldeecommerce.com.br/por-que-existem-poucas-transportadoras-para-e-commerce/ https://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2013/08/o-dilema-do-e-commerce-para-natura-avon-e-o-boticario.html Desafios do marketing no novo e conectado milênio Apresentação Nos últimos anos o mercado transformou-se através do desenvolvimento da Internet, ocasionando uma revolução na qual os consumidores adquiriram mais poder de decisão, o que constituiu uma mudança no jeito de atuação das organizações.Por meio desse novo e conectado milênio, as pessoas ganharam a possibilidade de acesso, em qualquer momento ou lugar, às informações, onde poderão escolher apenas realizar uma pesquisa de itens ou até mesmo adquiri-los, sem precisar de um deslocamento até o estabelecimento. Com isso, tornou-se indispensável para as instituições fazerem o uso do Marketing digital, pois trata-se de uma enorme oportunidade, não apenas para vender mais produtos ou serviços, mas também para que fortaleçam sua marca e multipliquem seus interesses de negócio. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá analisar o marketing digital como artifício necessário para as empresas, a Internet como ferramenta de marketing, além de explorar o papel das redes sociais como facilitadoras e mediadoras neste conectado milênio. Bons estudos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o marketing digital como estratégia indispensável para as organizações.• Analisar a Internet como ferramenta de marketing.• Reconhecer o papel das redes sociais como facilitadoras e mediadoras neste conectado milênio. • Infográfico Ainda que o Marketing tradicional continue sendo utilizado fortemente por diversas organizações, o Marketing digital vem desenvolvendo-se demasiadamente. O principal motivo disso ocorrer é porque os indivíduos estão a cada dia mais conectados. O Marketing digital vem para colaborar com a vida dos indivíduos. Em um curto espaço de tempo é possível realizar a divulgação e estabelecer contatos com um gasto inferior, todavia necessita apenas ter acesso à Internet e entender de divulgação de um produto e/ou serviço. Com isso, as instituições estão passando a utilizar as práticas do Marketing digital para atrair novos negócios, estabelecer relacionamentos, além de desenvolver a identidade de sua marca. Analise, aqui, algumas vantagens presentes na utilização do Marketing digital. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/23b38516-f5bf-4b0c-9c70-3a438a387961/ad06662d-844f-4403-93a2-a7db5de5bc92.png Conteúdo do livro Você sabia que a Internet revolucionou as relações de consumo? A Internet possibilitou que as práticas de marketing ficassem cada vez mais prazerosas para ambos os lados, tanto para os indivíduos como para as organizações. O Marketing digital tornou-se uma estratégia eficaz para que as instituições consigam comunicar-se com os consumidores de maneira direta, personalizada e no momento certo. A tendência de aproximação das pessoas e a criação de laços de relacionamento no marketing digital moderno descobriu nas mídias sociais o canal perfeito para constituir pontos de contato. Veja alguns trechos do capítulo Desafios do marketing no novo e conectado milênio, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Inicie sua leitura no item Marketing Digital. Boa leitura. MARKETING PÚBLICO Arianne Guazzelli Desafios do marketing no novo e conectado milênio Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car o marketing digital como estratégia indispensável para as organizações. Analisar a internet como ferramenta de marketing. Reconhecer o papel das redes sociais como facilitadoras e mediadoras neste conectado milênio. Introdução Nos últimos anos, o mercado se transformou por meio do desenvolvi- mento da internet. Houve uma revolução na maneira de vender e comprar produtos e serviços — os consumidores adquiriram maior poder de deci- são e as organizações, por consequência, mudaram o seu jeito de atuar. Nesse novo e conectado milênio, as pessoas ganharam a possibilidade de acessar as informações em qualquer momento e lugar. Podem escolher apenas realizar uma pesquisa de itens ou até mesmo adquiri-los, sem que precisem se deslocar até o estabelecimento. Assim, tornou-se indispensável para as instituições fazerem uso do marketing digital, que consolida uma enorme oportunidade de fortale- cerem as suas marcas, vendendo mais os seus produtos ou serviços e multiplicando os interesses do seu negócio. Neste capítulo, você vai analisar o marketing digital como artificio necessário para as empresas, a internet como ferramenta de marketing, além de explorar o papel das redes sociais como facilitadoras e media- doras nesse conectado milênio. Cap_6_Marketing_Publico.indd 1 18/01/2018 08:33:25 Marketing digital Você já percebeu a transformação que a internet ocasionou no mundo dos negó- cios? Embora seja uma ferramenta relativamente nova, tem um poder absoluto sobre o processo de compra atual. Os indivíduos usufruem da web para procurar melhor preços, identifi car novos itens, procurar informações da reputação das organizações, reclamações, etc. Com isso, a competitividade entre as empresas está cada vez maior, e elas têm buscado entregar ao público-alvo mais do que produtos ou serviços que este deseja, mas também que o encantem. Assim, o marketing como um instrumento utilizado nas relações de troca e satisfação de necessidades e desejos obrigou-se a ajustar-se à internet. As organizações estão em um período de planejamento de estratégias com o intuito de utilizar bem os recursos da internet, visando a um maior lucro. Muitas modalidades do marketing acabam sendo praticadas apenas por grandes instituições, mas o marketing digital se tornou disponível para todas as organizações, independentemente de segmento ou porte, já que não demanda um orçamento muito alto para ser instituído. O marketing digital é um meio eficaz de a organização se comunicar com o seu público de maneira direta, personalizada e no momento certo. É um composto de práticas que uma empresa executa online com o intuito de atrair novos negócios, estabelecer relacionamentos, bem como de desenvolver a identidade da sua marca. Peçanha (2017) salienta que o marketing digital está em grande expansão, visto que cada vez mais pessoas estão conectadas à internet, além de apresentar vantagens como as descritas nas subseções a seguir. Comunicação O marketing digital viabiliza a comunicação entre as organizações e os clientes, de maneira fácil, 24 horas por dia e diversas vezes até mesmo em tempo real. Essa foi uma grande evolução, mas o marketing tradicional, como televisão, rádio, outdoors, não possibilita que os indivíduos se comuniquem de maneira rápida e fácil com as instituições sobre o que acabaram de ver. Desafios do marketing no novo e conectado milênio2 Cap_6_Marketing_Publico.indd 2 18/01/2018 08:33:26 Alcance global Na esfera virtual, é possível que as organizações tenham um alcance global, mas não existem distâncias a serem trilhadas nem limites geográfi cos. Com isso, as instituições conseguem atingir consumidores espalhados pelo mundo inteiro, o que não era possível com os canais de comunicação tradicionais. Caso, a instituição realizasse a colocação de um outdoor em São Paulo, por exemplo, apenas aqueles indivíduos que passassem por aquele local seriam atingidos por tal comunicação. Interatividade O marketing digital permitiu a criação de práticas mais interativas, deixando de ser apenas uma via de mão única. Com isso, existe a possibilidade de as em- presas criarem interações ricas com o seu público-alvo. Por exemplo, você pode apresentar uma matéria com um assunto relevante na sua página do Facebook e receber comentários sobre ela dos seus consumidores. É possível responder a todos em tempo real, criando mais assuntos e discussões sobre o tema. O mesmo pode ser feito em outras redes sociais, como o Instagram, por exemplo. Algumas padarias em São Paulo utilizam o Twitter para informar aos seus clientes que pão quentinho está saindo. Assim, os consumidores só se deslocam até o local no momento certo para realizar a compra. Dados Toda vez que um indivíduo interage com uma prática de marketing, é possível quea organização consiga informações sobre ele. Essas informações podem auxiliar a instituição a identifi car qual é o perfi l do consumidor que adquire os seus produtos ou serviços, possibilitando que ela planeje ações cada vez mais efi cientes para os agradar. É possível analisar dados como idade, localização, comportamento, etc. A principal vantagem de utilizar dados é a economia de dinheiro e tempo. As campanhas de marketing não podem ser criadas com base em suposições. 3Desafios do marketing no novo e conectado milênio Cap_6_Marketing_Publico.indd 3 18/01/2018 08:33:26 Assim, a coleta e análise de dados pode assegurar que a mensagem transmitida está em consonância com o seu potencial consumidor e que os canais escolhidos são acessados pelo público. Você já ouviu falar do Big Data? Ele apresenta um conjunto de informações presentes em um banco de dados de servidores e empresas, com ligação entre si, que pode ser acessado para auxiliar nas determinações das estratégias a serem seguidas. O Youtube é um exemplo; ele disponibiliza vários vídeos presentes em um banco de dados disponível para os indivíduos acessarem. O Big Data é qualquer dado que possa ser coletado por uma organização ou um assunto. Uma coleção de conhecimentos de procedência tradicional e digital interna e externa à instituição, a qual simboliza uma fonte de descoberta e análises contínuas. Ele auxilia as organizações a descobrirem oportunidades por meio de correlações e cruzamento de dados complexos, na divisão de dados estruturados, não estruturados e multiestruturados. Segmentação O marketing digital permite que as instituições tenham uma vasta quantidade de dados, o que permitirá investimentos de marketing totalmente direcionados para os seus potenciais consumidores. Assim, torna-se possível que a efi ciência das campanhas de marketing se eleve e que o valor empreendido nessas ações não seja desperdiçado. Tempo real A base do marketing digital é a internet, então tudo pode ser acompanhado em tempo real. Com isso, caso exista necessidade de adaptação de uma campanha, as instituições conseguem fazer rapidamente, não gastando dinheiro naquilo que não está operando da forma correta. Com tantos benefícios que o marketing digital proporciona, não deveriam existir motivos para as empresas não o praticarem. Mas, afinal, qual é o maior desafio do marketing digital para as empresas? A velocidade. Apesar de não estarmos em uma corrida de carros, a velocidade da internet é inacreditável. O que hoje é considerado inovador na web, em questão de anos, meses ou até Desafios do marketing no novo e conectado milênio4 Cap_6_Marketing_Publico.indd 4 18/01/2018 08:33:26 mesmo horas, pode passar a ser obsoleto. Portanto, a maior dificuldade para as instituições é descobrir como entrar nesse mundo digital e ainda obter lucro com isso. Somente por meio do consumidor será possível encontrar as repostas para todas os obstáculos, pois o poder de decisão atual está totalmente nas mãos dos indivíduos. Vamos analisar os fatos a partir de vendas pela internet. Por acaso você já ouviu falar da empresa Amazon? Segundo Bonavita e Duro (2013), a Amazon nada mais é do que uma livraria virtual: Amazon.com. É um conceito estabelecido por um americano que decidiu comercializar livros pela internet. Resultado? Puro sucesso! Muitos indivíduos do mundo aces- sam diariamente o site da Amazon na procura de um livro que adorariam adquirir. A empresa disponibiliza uma diversidade gigantesca de títulos, e com o passar dos anos passou a comercializar também CDs, eletrônicos e diversos outros itens. A única exigência é que você tenha um cartão de crédito para pagamento. Admirável, não? A instituição é estimada em bilhões de dólares. Mas, acredite, ela também tem prejuízo. A operação da Amazon, ou seja, o modo de receber um pedido por meio da internet, de providenciar o item, a embalagem, o endereçamento e, enfim, a entrega, a qual poderá ocorrer em Londres ou no Brasil, não é coberta pelo valor de cada um dos bens vendidos. Pense em uma livraria próxima à sua casa. Ela pode disponibilizar para os seus consumidores o mesmo item comercializado na Amazon, mas com certeza não vai despachar esse produto para o outro lado do mundo. Por que então essa empresa é avaliada tão bem no mercado? A resposta está na facilidade que ela oferece ao seu público-alvo, permi- tindo a escolha de qualquer item que deseje adquirir e o envio para qualquer lugar. Além disso, não é necessário contar com um estoque, apesar da imensa diversidade de itens disponibilizados no seu site. Apenas apresenta a foto e a descrição dos itens. O crescimento veloz da internet também é um ponto que torna a Amazon ainda mais bem-sucedida, já que a maior parte da sociedade tem a possibilidade de conectar-se à web. Essas diversas vantagens fazem com que as ferramentas do marketing tenham que se ajustar a esse novo caminho do mercado. Entretanto, para que uma instituição tenha resultados positivos com a inserção do marketing digital nas suas práticas, é necessária uma série de ações, além de um planejamento avançado. Portanto, é indispensável as organizações estarem sempre atentas às novidades dessas ferramentas e estudando o mercado. 5Desafios do marketing no novo e conectado milênio Cap_6_Marketing_Publico.indd 5 18/01/2018 08:33:26 Existe muito espaço para expansão do marketing digital. Aos poucos, o valor empregado nas ações de marketing das empresas está saindo do off-line e indo para a era digital. Este é o momento de as organizações que não investem em marketing digital começarem a disponibilizar recursos. Os resultados obtidos podem ser surpreendentes. Internet como ferramenta de marketing Você sabia que a internet pode possibilitar muito mais do que vendas à organização? Cobra (2015) diz que a internet pode ajudar as empresas a atingirem objetivos de marketing como a elevação do conhecimento da instituição e da marca de um artigo. Ao investigar o processo de venda, percebemos claramente que a internet pode proporcionar muitas outras coisas do que uma simples venda. Diversos consumidores podem ser con- duzidos até a efetivação da venda por meio das diversas fases do processo de venda: do estímulo ao interesse até o desejo e a ação. É possível atingir resultados positivos para a organização por meio dos objetivos de venda e de marketing empregados. Pelo processo de marketing, é possível realizar o envio de mensagens diretas, sem a necessidade de serem filtradas de e para indivíduos, organi- zações, consultores, imprensa, etc., o que permite realizar uma troca muitas vezes em tempo real, sem que seja preciso se preocupar com a elaboração das mensagens, que muitas vezes não são entendidas pelo público. Além disso, possibilita aperfeiçoar a imagem da instituição e a marca no mercado. O processo de venda poderá requerer muito trabalho e ocupar bastante tempo dos representantes, além de manifestar um elevado custo admi- nistrativo, quando não efetuada por intermédio da internet, por causa de envelopes, selos e outros materiais. A distribuição de cópias de produtos ou serviços e notas publicadas pela imprensa também fazem parte dos objetivos do processo de venda. No processo de assistência, diminuem os custos de atendimento ao con- sumidor, especialmente os relativos à comunicação e ao pessoal. Além disso, Desafios do marketing no novo e conectado milênio6 Cap_6_Marketing_Publico.indd 6 18/01/2018 08:33:26 a melhora de níveis de assistência, como o atendimento 24 horas, sete dias por semana, também se enquadra nos propósitos do processo de assistência. São diversas as vantagens que a internet poderá proporcionar ao marketing. Muitas podem ser percebidas pela análise dos 4 Ps (produto, preço, praça, promoção), alicerce do marketing que possibilita uma reflexão em relação ao marketing versus internet (COBRA, 2015): Preço — entre as mudanças de preços que surgiram a partir da evoluçãoda internet, veio a oportunidade de comparar simultaneamente diversos valores, fazendo com que o lucro de muitas instituições diminuísse. Promoção — a internet trouxe novas peculiaridades para a promoção, mas acabou se tor- nando mais racional do que emocional, necessitando, então, de um processo de persuasão por parte das organizações, não somente de informação, como anteriormente. Lembre-se de que ainda pode diversifi car-se conforme a ca- racterística do produto ou serviço. Produto — o grande diferencial que a internet proporcionou aos produtos foi a possibilidade de customização. Por exemplo, o consumidor tem a possibi- lidade de acessar o site de uma marca de veículos e montar o automóvel que vai adquirir conforme as suas necessidades e desejos. Pode escolher modelo, cor, etc., conseguindo visualizar de que forma o produto fi nal fi cará e, assim, adquiri-lo. Não existe mais a necessidade de os indivíduos se deslocarem das suas casas, pois conseguem fazer a seleção e a adaptação de produtos e serviços sem saírem de casa. Praça — a internet propiciou a diminuição de distâncias, fazendo com que os indivíduos estejam mais próximos à organização, independentemente do local físico onde se encontrem. Assim, o acesso aos produtos e/ou serviços tornou-se mais simples e fácil, além de gerar menos custos. Todavia, não existe necessidade de o consumidor se deslocar até o estabelecimento, tendo como consequência o aumento do consumo. Esses são apenas pequenos exemplos de como as instituições e os con- sumidores foram diretamente influenciados pelo poder da internet. Você pode perceber que essa forte onda, que chegou para ficar, está tornando as práticas de marketing cada vez mais prazerosas para ambos os lados, consumidor e empreendedor. 7Desafios do marketing no novo e conectado milênio Cap_6_Marketing_Publico.indd 7 18/01/2018 08:33:26 Segundo Cobra (2015), além do indispensável conhecimento sobre o composto de marketing relacionado à era digital, ou seja, à internet, existem outras preocupações que devem estar presentes no ambiente empresarial, como a proteção, a privacidade, os direitos e a tributação. Segurança na internet A internet é um ambiente aberto ao qual a maioria dos indivíduos tem acesso, mas ainda é uma ferramenta relativamente nova. A maioria das pessoas des- conhece uma série de pontos relativos à segurança, seja ela referente a dados pessoais, a aquisições, à autenticidade das informações recebidas, etc. Portanto, as organizações devem informar os seus clientes sobre os devidos cuidados a serem tomados. Muitas instituições acabam investindo um alto valor contra esse tipo de problema, desenvolvendo softwares cada vez mais eficazes, que orientam os seus consumidores para que tomem cuidado com as informações e senhas que disponibilizarão na internet. Privacidade Para que as instituições protejam os clientes que acessam o seu site, garantindo segurança e privacidade, acabam estabelecendo políticas de privacidade e segurança, as quais são informadas nas suas páginas. Direitos As empresas estão disponibilizando, nas suas páginas, algumas orientações que devem ser respeitadas pelos usuários, embora as informações existentes no site sejam de responsabilidade e propriedade dos autores. Devido a isso, a uti- lização desse conteúdo deverá respeitar o estabelecido nos itens apresentados. Tributação A tributação estadual ou mesmo de importação será de total responsabili- dade da receita federal e dos órgãos competentes que realizam a alfândega Desafios do marketing no novo e conectado milênio8 Cap_6_Marketing_Publico.indd 8 18/01/2018 08:33:27 de cada país. Entretanto, não existe entendimento e uniformidade sobre as regras que empregam. Muitos produtos são novos no nosso País, então é necessário que os órgãos analisem qual será a tributação correta para eles, qual valor terá no País, etc. Itens que não se encontram em nível nacional levam mais tempo para serem liberados. Todavia, estudos são necessários. Segurança em internet banking O grande aumento de indivíduos que navegam na internet impulsionou as instituições na procura por práticas mais sofi sticadas de segurança para pre- servar uma relação confi ável e segura. Não deve haver economias quando se trata de oferecer uma boa manutenção da segurança da internet. Enfim, a internet se tornou uma ferramenta indispensável do nosso marketing atual. Todas as vantagens apresentadas em relação à internet demonstram que essa ferramenta possibilitou uma maior aproximação entre o consumidor e as organizações, oportunizando uma melhor satisfação para esses clientes e um maior lucro para as organizações. Apenas se lembre de que existem aspectos indispensáveis para que a internet seja realmente um fator positivo para todos. Para saber mais sobre os a evolução dos negócios na era digital, leia o artigo “A internet como ferramenta de Marketing” (MACEDO, 2006): https://goo.gl/Mmys3k 9Desafios do marketing no novo e conectado milênio Cap_6_Marketing_Publico.indd 9 18/01/2018 08:33:27 O papel das redes sociais Segundo Cobra (2015), as redes sociais são sites na internet em que os indiví- duos podem realizar a criação de perfi s e relacioná-los com os de outras pessoas. Portanto, é indispensável que os usuários publiquem fotos e informações que concebam individualidade e empatia. Atualmente, o marketing nas redes sociais é um dos segmentos em maior expansão em todo o mundo. Essa tendência de marketing online só tende a crescer cada vez mais, então as organizações precisam se adaptar o mais rápido possível a esse novo e conectado milênio. A tendência de aproximação dos indivíduos e a criação de laços de relacionamento no marketing digital moderno descobriu nas mídias sociais o canal perfeito para constituir pontos de contato. Portanto, cada vez cresce mais o número de instituições que buscam as redes sociais para a divulgação dos seus bens e serviços. Com o marketing nas redes sociais, novos desafios emergem, pois ele é totalmente diferente das outras práticas de marketing online que as orga- nizações costumam empregar. A divulgação em redes sociais cumpre uma mecânica própria, mais tênue e elaborada do que a vista, por exemplo, em links patrocinados. Com isso, é indispensável que as instituições entendam essa diferença e adaptem-se à nova realidade. Você sabe como atua o marketing nas mídias sociais? Segundo Valle ([2015]), o marketing nas redes sociais é o artificio utilizado pelas instituições, as quais utilizam as principais redes sociais para realizar ações de promoção de uma marca, divulgação de bens ou serviços. Além disso, esse canal poderá ser utilizado para diversas outras práticas, como para a concepção de um canal de atendimento para o consumidor. Entretanto, quando se trata de social media marketing, o propósito principal é a promoção de produtos e serviços. Em campanhas de marketing nas mídias sociais, as instituições utilizam ferramentas disponibilizadas pelas redes como Facebook, Instagram, Twitter, Linkedin, Google+, entre outras, conforme o caso e o segmento de atuação da organização. Desafios do marketing no novo e conectado milênio10 Cap_6_Marketing_Publico.indd 10 18/01/2018 08:33:27 Ao contrário da espera de acessos na home page da instituição, a organiza- ção envia links para acessos nas suas redes sociais com conteúdo interativos e significativos, educacionais, buscando sempre abordar o que os seus potenciais consumidores gostariam de ler e ver. As opiniões expostas pelos clientes nas mídias sociais devem ser consideradas pelas organizações, pois, ao escutá-los, conseguem redirecionar as suas campanhas de marketing, podendo fazer o uso das mesmas ferramentas, mas sob novas perspectivas. Assim, toda criação de conteúdo e produção de leads será otimizada. Enfim, como nenhuma estratégia é infalível e dura para sempre, é relevante que as empresas estejam de olho nas transformações de comportamentodos seus clientes e nas tendências do mercado, utilizando as mídias sociais como benefí- cios para conquistar cada vez mais indivíduos nesse novo e conectado milênio. Entenda um pouco mais sobre a importância das redes sociais em estratégias de marketing digital (ROCHA, [2015]): https://goo.gl/Bg2SR9 Para você ver mais um exemplo da presença do marketing nas redes sociais, acesse o artigo “Marketing nas redes sociais: porque usar cada uma de forma diferente” (FARIAS, 2015): https://goo.gl/hn1gGQ 11Desafios do marketing no novo e conectado milênio Cap_6_Marketing_Publico.indd 11 18/01/2018 08:33:28 BONAVITA, J. R.; DURO, J. Marketing para não marqueteiros: introdução ao marketing em mercados competitivos. 3. ed. Rio de Janeiro: Senac, 2013. COBRA, M. Marketing no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. PEÇANHA, V. O que é marketing digital: tudo que você sempre quis saber sobre o as- sunto está aqui. 2017. Disponível em: <https://marketingdeconteudo.com/marketing- -digital/>. Acesso em: 16 nov. 2017. VALLE, A. Marketing nas redes sociais e a divulgação em mídias sociais. [2015]. Disponível em: <https://www.academiadomarketing.com.br/marketing-nas-redes-sociais/>. Acesso em: 16 nov. 2017. Leituras recomendadas FARIAS, F. Marketing nas redes sociais: por que usar cada uma de forma diferente (e como a RD faz). 2015. Disponível em: <https://resultadosdigitais.com.br/blog/ marketing-redes-sociais/>. Acesso em: 16 nov. 2017. KERIN, R. A. et al. Marketing. 8. ed. São Paulo: McGrawHill, 2007. MACEDO, P. A internet como ferramenta de marketing. 2006. Disponível em: <http:// www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-internet-como-ferramenta-de- -marketing/12813/>. Acesso em: 16 nov. 2017. REDATOR ROCK CONTENT. Big Data: por que toda estratégia de marketing precisa desse aliado. 2017. Disponível em: <https://marketingdeconteudo.com/big-data/>. Acesso em: 16 nov. 2017. ROCHA, M. Importância das redes sociais em estratégias de marketing digital. [2015]. Disponível em: <https://www.academiadomarketing.com.br/importancia-das-redes- -sociais-em-estrategias-de-marketing-digital/>. Acesso em: 16 nov. 2017 13Desafios do marketing no novo e conectado milênio Cap_6_Marketing_Publico.indd 13 18/01/2018 08:33:29 Dica do professor Você sabe as oportunidades que este novo e conectado milênio pode gerar para as organizações? O vídeo a seguir foi elaborado para mostrar a você um pouco mais sobre os benefícios do Marketing digital, além da importância de estar presente nas redes sociais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e0d4033866c70117e16d4be32525abee Na prática Você já percebeu como as redes sociais mudaram a maneira como as pessoas se relacionam com o mundo? As informações tornaram-se muito mais rápidas, assim como a comunicação ágil e veloz. Os indivíduos estão cada vez mais conectados a alguma mídia social, seja Facebook, Twitter, Google +, Linkedin, Instagram, entre diversas outras. As organizações também já perceberam a força das redes sociais, e estão cada vez mais investindo nesse meio de propagação, seja com um site, página na rede, por exemplo. Assim, a aproximação entre os indivíduos e as organizações está estabelecendo-se de forma mais veloz e o feedback também, além de dúvidas, elogios, reclamações estando ao alcance de todos. Conheça aqui algumas estratégias para divulgar a empresa nas redes sociais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Leia o artigo de Flaubi Farias e entenda os 6 pontos que mostram a importância do Marketing Digital para empresas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Neste vídeo, você vai aprender 12 Estratégias de Marketing Digital que são capazes de levar qualquer negócio a faturar mais. Veja as considerações de Alex Vargas, que vão te ajudar a entender o poder do Marketing Digital e aprender como aplicá- lo! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Conheça aqui o que as empresas devem fazer e o que não fazer nas redes sociais, com o vídeo O que FAZER e o que NÃO FAZER, de Rafael Albertoni. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://resultadosdigitais.com.br/blog/importancia-do-marketing-digital/ https://www.youtube.com/embed/OjP1qjKHnsE?rel=0 https://www.youtube.com/embed/USZQnbhhZIs?rel=0