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1 Museologia: O que é?
Museologia
A palavra Museologia é formada por duas expressões gregas: museion, que significa lugar das musas, e logos, que significa estudo ou reflexão baseado na sensibilidade e na razão.
Nesse contexto, a palavra musa assume o significado da "coisa" eleita como sendo a melhor representante da sua espécie, seja por sua beleza, riqueza, técnica, raridade ou outra qualidade a ela atribuída que a faz ser melhor que as outras. 
Do mesmo modo é a origem da palavra museu: o "lugar das musas", ou seja, é onde os objetos eleitos como sendo os melhores representantes da sua espécie ficam guardados para serem apresentados para as pessoas apreciarem as suas qualidades e refletir sobre o seu significado.
2 Objetivo maior da Museologia
o estudo do "fato museológico", isso é, o estudo das relações sensíveis que se estabelecem entre as pessoas e os objetos (acervos) apresentados em um cenário expositivo.
Entretanto, a Museologia foi considerada, durante muito tempo, apenas como "a ciência dos museus". Como a disciplina que estudava exclusivamente as práticas desenvolvidas no interior dessas instituições – conservação, pesquisa, exposição – e pouco articuladas com os problemas que a sociedade precisava e queria debater.
Mas a partir da década de 1970, com a ampliação do conceito de museu e de patrimônio, esse modelo passou a ser questionado, passando a defini-la como uma ciência social que estuda os objetos de museu como fontes de conhecimento.
3 Ampliação do conceito de Museologia
O conceito de Museologia foi novamente ampliado, redefinindo-a como uma ciência social que "percebe" o objeto museológico como fonte de conhecimento e também de questionamento.
Essa percepção do objeto como fonte de saber e de reflexão produz uma importante diferença no momento de selecioná-lo para integrar um acervo de museu, pois existem vários tipos de conhecimento conforme o valor que lhes é atribuído, e também por "quem" lhes atribui esse valor.
Atualmente, quando a ciência museológica seleciona objetos para integrar um acervo, o faz pelo seu valor enquanto fontes de conhecimento e questionamento, isso é, "percebendo" a sua capacidade de fazer as pessoas refletirem sobre as suas realidades anteriores e atuais quando elas se deparam com eles.                 
Assim, a Museologia é, essencialmente, uma ciência da informação, na medida em que seleciona, conserva, ordena e investiga as informações contidas nos objetos e acervos museológicos. E também é uma ciência social aplicada, porque realiza pesquisas sobre essas informações e as divulga para o público na forma de conhecimento através de exposições, eventos e programas educativos em museus, centros culturais, centros de memória e centros de referência.
4 Museu, patrimônio e identidade
Os museus só passam a existir quando o homem adquire a consciência de seus patrimônios natural e cultural, isto é, quando se apropria das práticas que caracterizam o grupo social do qual ele faz parte e o faz ser diferente de outros grupos.
Por exemplo: pelo idioma, pelo sotaque, pelas festas típicas, pela alimentação, pela religião, entre outras práticas que lhes dão uma identidade própria.
Assim que a consciência dessas práticas tem início, começa a se definir a identidade dos grupos humanos em todos os tempos e lugares. É a partir daí que a humanidade passa a construir esses espaços chamados de museus e os utiliza para preservar esse patrimônio, isto é, para preservar o seu legado histórico, ecológico, artístico e cultural.
É daí que decorre a função primordial dos museus:
selecionar, guardar, conservar, pesquisar e divulgar tudo aquilo que seja eleito como patrimônio – como "musa" – para um determinado grupo social, isto é, pelas qualidades que dão àquele grupo uma identidade.
5 Patrimônios
O patrimônio natural se constitui no espaço físico onde um grupo humano se instala e vive.
O patrimônio cultural nos objetos materiais (tangíveis) que produz para viver e também nas suas criações imateriais (intangíveis).
Desse modo, você pode deduzir que o patrimônio integral é o conjunto constituído pelo lugar onde um grupo vive, pelos objetos materiais que esse grupo constrói para viver e pelas práticas imateriais que ele cria para que seus membros se reconheçam como pertencentes a esse grupo.
Clique no link para ver mais sobre patrimônios: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon457/docs/a01_07.pdf
A natureza onde nascem as águas – os mares e os rios – e as florestas e os campos onde se renova o ar e se produzem os alimentos são espaços importantes para a vida das pessoas. Sem eles, não se pode viver.
É um patrimônio natural que deve ser preservado por toda a humanidade. Quando adquirimos a consciência da importância desse patrimônio que é de todos nós, fazemos de tudo para preservá-lo para nós mesmos e para as novas gerações.
Do mesmo modo são as cidades, os bairros, as praças, as casas e os prédios construídos para as pessoas viverem e se utilizarem deles.
E essas construções estão inseridas em espaços originalmente naturais, que aos poucos se transformam em espaço urbanos.
São criações materiais, do mesmo modo que os móveis, os utensílios, os meios de transporte e as demais coisas que as pessoas criam para facilitar as suas vidas.
6 Campo de estudo
O campo de estudo da Museologia é a investigação da instituição "museu", dos acervos nela contidos e das interações desses acervos com as realidades dos vários grupos humanos.
Desse modo, o estudo museológico aborda as relações entre os seres humanos e as suas diversas formas de compreender, valorizar, expressar e reproduzir a sua cultura no seu dia a dia.
No amplo universo das manifestações culturais estudados pela Museologia podemos destacar: a pintura, a escultura, a arquitetura, a numismática (moedas), os meios de transporte, a armaria, a indumentária (vestuário e joalheria), a heráldica (brasões), o mobiliário, as condecorações, a tapeçaria, os utensílios domésticos (cerâmicas, porcelanas), prataria e ourivesaria, os acervos religiosos, as danças, a literatura, o teatro, o folclore, a culinária típica e várias outras formas de expressão que os grupos humanos criam para identificar-se e organizar-se em sociedade.
Todos esses conhecimentos são investigados em uma perspectiva sócio-histórica e aplicados pela ciência museológica através da museografia, da expografia, das técnicas de conservação e restauro, dos estudos de público e da pedagogia museal.  
Como você pode perceber, esses conhecimentos têm uma relação muito próxima com a História e também com outros campos do saber. Portanto, a disciplina Museologia estuda tudo o que se relaciona com esse lugar chamado museu e seus acervos, e prepara profissionais para administrá-lo e fazê-lo cumprir sua função social. E a ciência museológica – o seu campo de investigação aplicada – seleciona e pesquisa os objetos e os acervos, produz conhecimentos a partir deles e divulga esses saberes através de exposições, eventos e programas educativos.
7 Relações da Museologia com outros campos do saber
Existem vários tipos de museus, conforme os acervos que possuem, a sua especialidade e as áreas do conhecimento em que desenvolvem as suas pesquisas. Para isso, a Museologia interage com várias outras disciplinas e campos do saber.
Está intimamente ligada com as disciplinas históricas – da arte, da cultura e da civilização – e, constantemente, relacionada com as ciências humanas e naturais, com a Filosofia e com as ciências exatas.
A pesquisa museológica abrange o amplo universo das expressões artísticas, desde as artes plásticas e visuais – pintura, escultura – além de outras linguagens como a música, o cinema, a fotografia, o teatro, a dança, o folclore, a cenografia e a Literatura.
Também se relaciona intimamente com o campo das ciências humanas, como a Antropologia, a Arqueologia, a Ciência Política, a Educação, a Filosofia, a Geografia, a História, a Psicologia, a Teologia e a Sociologia.
Na área das ciências sociais aplicadas, articula-se com a Ciência da Informação, com a Comunicação,a Economia, a Administração, e muito com a Arquitetura e com o Turismo.  A Museologia é, ela própria, uma ciência social aplicada.  
Há ainda uma relação próxima com as ciências exatas – a Física e a Matemática – e com as ciências biológicas e da terra, como a Medicina, a Astronomia e a Química.
Como você pode ver, a Museologia coloca em ação várias áreas do conhecimento e as torna um campo aberto para criar relações e interpretações que os museus fazem nas suas mostras. Englobando vários campos do saber, a Museologia cria elos para produzir conhecimento a partir de uma diversidade de informações contidas nos seus acervos.
Quando examinamos detalhadamente uma pintura, podemos perceber os vários conhecimentos que nela estão contidos. O próprio tema já indica que o artista realizou um trabalho de observação e percepção para representá-lo. Depois, os estudos de perspectiva, de luz e sombra, dos elementos químicos usados nas misturas para formar as cores nos seus diversos tons e texturas.
Se for uma pintura de cena em que haja a presença de pessoas ou animais, os conhecimentos de anatomia, de movimento, das expressões, da fauna, flora e da estética. Há ainda os detalhes do vestuário, do cenário e do próprio estilo narrativo do artista, que é a sua marca pessoal. Como você pode notar, são conhecimentos que envolvem diversas áreas do saber.
8 Museologia e sociedade
Como você já sabe, a ciência museológica está em permanente evolução. Atualmente, as reflexões nessa área lançam seu olhar sobre a realidade circundante, ou seja, sobre a sociedade. E daí tem surgido uma nova corrente museológica, criando outros tipos de museus e renovando as suas ações.
Nós já vimos que houve uma época em que a Museologia era considerada a “ciência dos museus", e suas ações pouco discutiam os problemas com a sociedade.
Vimos também que os objetos incorporados aos acervos – objetos musealizados – deixaram de ser selecionados apenas como raridades – ou como fontes de informação isolada – e passaram a ser percebidos como fontes de conhecimento.
E, depois, como provocadores de questionamentos.
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Figura 2 - Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra iniciou um grande projeto de difusão de cultura científica com a abertura da 1ª fase no Laboratorio Chimico, restaurado e recuperado para a nova função museológica.
Fonte: http://alternativa-acdsh.blogspot.com.br/2010/05/o-museu-da-ciencia-da-universidade-de.html
Então, já podemos concluir que essa nova vertente da ciência museológica rompeu com uma tradição que tratava o objeto em si mesmo, guardado em um edifício chamado de museu para ser apreciado por um público restrito através de uma pedagogia formal.  
E também podemos concluir que os acervos só podem provocar reflexões se forem percebidos em um contexto sócio-histórico.
E mais ainda: que as ações realizadas pelos museus – seus eventos, seus programas educativos e exposições – sejam desenvolvidas com a participação da comunidade.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· Um pouco da história da Museologia no mundo e no Brasil;
· Na década de 1980 foram criados outros tipos de instituições que renovaram o fazer museológico;
· Novos museus" se instalaram em lugares históricos das cidades, que marcaram os diversos tempos sociais: tempo do acontecimento, tempo político, tempo dos ciclos econômicos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Reconheceu o que é a disciplina Museologia e o seu campo de estudo;
· Identificou as áreas do saber que se relacionam com a Museologia;
· Analisou a função social dos museus.
MUSEOLOGIA
HISTÓRICO DA MUSEOLOGIA NO MUNDO E NO BRASIL
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OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Reconhecer o histórico da Museologia no mundo e no Brasil.
 
Nesta aula, você vai conhecer a evolução da Museologia, no mundo e no Brasil, através das primeiras coleções. Vai ver que a ideia de museu originalmente esteve ligada à Filosofia, às artes e às ciências, e que com o tempo assumiu diversos significados até se consolidar como instituição educativa. Esta aula vai mostrar como os museus foram se transformando ao longo do tempo, e a cada momento serviram aos propósitos afirmativos de poder e nacionalidade, de acordo com os períodos históricos. Vai mostrar também que o Brasil esteve entre os primeiros países que constituíram acervos científicos, e o importante papel dos museus nacionais nas pesquisas da História Natural e da Antropologia. E, finalmente, vai conhecer as instituições museológicas contemporâneas – os centros culturais – e o novo formato do fazer museológico desenvolvido nesses espaços. O uso das tecnologias de informação e comunicação e os estudos de recepção de público deram uma nova feição aos museus, repercutindo diretamente na qualidade de suas ações educativas. Para quem gosta de História, um belo passeio.
1 A museologia no mundo
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Você viu que a palavra museu teve origem na antiga Grécia. Museion era o nome dado aos templos das musas, que representavam os ramos das artes e das ciências.
Mas esses templos não tinham a finalidade de reunir coleções.
Eram locais reservados para debates filosóficos e estudos artísticos, científicos e literários.
E essa noção de museu continuou associada às artes, às ciências e à memória, da mesma maneira que era na antiguidade.
Mas, com o passar do tempo, a ideia de museu foi adquirindo novos significados, até que, no século XV, colecionar objetos virou uma mania em toda a Europa.
Nesse período, vivia-se o espírito científico e humanista do Renascimento, e as coleções – cada vez maiores e variadas – eram armazenadas em locais chamados de "gabinetes de curiosidades".
As pessoas importantes gostavam de ter esses “gabinetes” em suas casas, para exibir objetos raros e exóticos como prova de sua riqueza e seu poder.  
Com a expansão das navegações para o oriente e para o novo mundo, essas coleções passaram a ser enriquecidas com obras de arte, artefatos científicos e outros objetos provenientes das Américas e da Ásia, adquiridos pela nobreza e pela burguesia ascendente.
Também eram colecionados trabalhos de artistas locais.
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Figura 1 - Gabinete de Curiosidades, Domenico Remps, 1690
Símbolos do poder político e econômico, essas coleções proliferavam por toda a Europa.  Além de objetos e obras de arte, essas coleções também passaram a abrigar espécimes da natureza (Animais, plantas e minerais raros e exóticos.), formando as primeiras coleções científicas criadas por estudiosos que buscavam reproduzir o ambiente natural de espécies vindas de terras distantes.
Entretanto, os gabinetes de curiosidades reuniam objetos que atraíam mais por sua beleza, raridade, técnica ou pelo seu valor simbólico. Eram adquiridos mais pelo prazer de colecionar para mostrar riqueza e poder do que para servir como elementos de pesquisa. Não havia um critério científico na formação dessas coleções, e os objetos no seu conjunto não constituíam um conhecimento organizado.
2 A museologia no mundo – continuação
Foi entre os séculos XV e XVI que surgiram as primeiras coleções organizadas para formar acervos de instituições parecidas com as que hoje conhecemos como museus.
Mas foi somente no final do século XIX que surgiu, na Inglaterra, uma instituição criada para essa finalidade: o Museu de História Natural de Londres.
Os objetos então passaram a ser coletados formando um conjunto lógico.
E o primeiro a organizar esses objetos por classes foi o botânico, zoólogo e médico suíço
Carlos Lineu, criador do método de classificação científica.
A partir de então, as coleções passaram a ser usadas também para a pesquisa, e os antigos gabinetes transformaram-se em museus, tal como hoje são conhecidos. Contudo, essas instituições ainda não eram abertas ao público.
Apenas os estudiosos e os membros de sociedades científicas tinham acesso a esses locais.
3 Museus e suas funcionalidades
Em 1753, surgiu o MuseuBritânico em Londres (Inglaterra). Entre 1750 e 1773 o Museu do Louvre, em Paris (França) e, em 1783, o Museu Belvedere em Viena (Áustria).
Mas somente no final do século XVIII, na França, foi permitido ao público ter acesso a essas instituições, marcando o surgimento dos primeiros museus nacionais.
Em seguida, outros museus foram criados na Europa:
· em 1808, em Amsterdã (Holanda), surgia o Museu Real dos Países Baixos;
· em 1810, o Altes Museum em Berlim (Alemanha);
· em 1819, o Museu do Prado em Madri (Espanha), e
· em 1852, o Museu Hermitage em São Petersburgo (Rússia).
  Criados dentro do espírito nacionalista da época, esses museus tinham como função formar cidadãos através do conhecimento do seu passado, e participaram de maneira decisiva na construção dos Estados nacionais emergentes e das nacionalidades. Também assumiam a função de exaltar o poder desses países através de coleções trazidas das suas colônias.
Durante todo o século XIX, várias expedições percorriam os territórios colonizados recolhendo espécimes da flora e da fauna, com o objetivo de conhecer os recursos naturais e os costumes locais.
Assim foram se formando as coleções de Mineralogia, Botânica, Zoologia, Etnografia e Arqueologia que passaram a integrar os acervos dos principais museus da Europa.
Desde então, naturalistas e artistas europeus realizavam viagens exploratórias ao chamado "Novo Mundo", descrevendo e retratando minuciosamente as características do meio físico e os costumes dos habitantes.
No Brasil, Debret, Rugendas, Saint-Hilaire, Spix e Martius, entre outros, publicaram um vasto material etnográfico sobre o nosso país.
Ainda em 1870, surge o Museu Metropolitano de Nova Iorque (Estados Unidos). Com um perfil mais pedagógico, serviu de modelo para outros museus norte-americanos e mais tarde influenciou a ação de museus latino-americanos, como o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e o Museu de Antropologia da Cidade do México.
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Figura 2 - Alguns dos materiais etnográficos:
4 A museologia no Brasil
A primeira instituição museológica brasileira surgiu no início do século XIX.
O Museu Real, criado por D. João VI, no Rio de Janeiro, em 1818, veio a ser o atual Museu Nacional.  
Inicialmente, seu acervo era composto por uma coleção de história natural doada pelo próprio príncipe.
Pouco depois passou a ser aberto ao público, e seu acervo foi enriquecido por uma importante coleção de Egiptologia adquirida por D. Pedro I.  
Contudo, o Museu Real manteve um perfil puramente colecionista e, somente no final do século XIX, adquiriu um caráter científico.
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Figura 3 - Museu Nacional, antigo Museu Real
Em 1864, foi criado o Museu do Exército e, em 1868, o Museu da Marinha. Em seguida, foram criados o Museu Paranaense, em 1876, e o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia em 1894. Ainda nesse cenário, surgiram dois importantes museus etnográficos: o Paraense Emílio Goeldi, em 1866 e o Museu Paulista – atualmente Museu do Ipiranga –, em 1894.
Junto com o Museu Nacional, o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Museu Paulista assumiram o perfil de museus etnográficos, seguindo o modelo que se difundiu em todo o mundo entre os anos de 1870 e 1930. Suas coleções eram formadas por elementos de História Natural, Etnografia, Paleontologia e Arqueologia, e eram organizadas e apresentadas de uma forma enciclopédica, isto é, seguindo uma cronologia.
As pesquisas desenvolvidas por esse museus apoiavam-se na Teoria Evolucionista de Charles Darwin, naturalista inglês, a partir da qual eram interpretadas as origens e a evolução das espécies e da sociedade, que mais tarde foi a base da Antropologia.  
Portanto, podemos dizer que tanto no Brasil como no resto do mundo os museus se constituíram sobre dois modelos: um, baseado na história e na cultura do seu país, e orientado para celebrar sua nacionalidade, e outro, voltado para o estudo da Pré-História, da Arqueologia e da Etnologia, como resultado dos movimentos científicos da época.
5 A museologia no Brasil – continuação
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Figura 4 - Museu Histórico Nacional
No Brasil, assim como nos demais países, os museus de modelo enciclopédico predominaram até 1930, quando entraram em declínio junto com as também superadas teorias evolucionistas. Entretanto, os museus brasileiros mantiveram suas ações a serviço do nacionalismo, celebrando, em suas exposições, a exuberância da nossa natureza e a cultura do nosso povo.
Essa temática nacionalista ganhou mais relevância a partir da criação do Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro, em 1922, junto com o Movimento Modernista. Daí por diante, a Museologia rompeu com a tradição enciclopédica e inaugurou a fase consagrada à história brasileira, produzindo exposições que apresentavam a nossa cultura material e simbólica como representativa da nossa nacionalidade.
O objetivo das ações realizadas pelo MHN era educar o nosso povo através dos valores nacionais. As exposições apresentavam fatos e personagens da nossa história, incentivando o culto à tradição e à formação cívica como fatores de união e progresso.  
Os acervos documentavam a evolução da nação brasileira, com destaque especial para os períodos do Império e da República.
Seguindo o modelo implantado pelo Museu Histórico Nacional, vários museus surgidos entre as décadas de 1930 e 1940 trouxeram as marcas de uma Museologia comprometida com a ideia de uma memória nacional, como fator de integração social e reflexão crítica.
A partir de então, o Museu Histórico Nacional se tornou referência para outros museus brasileiros, e contribuiu para a criação do curso de graduação em Museologia, em 1932, que funcionou no próprio museu até 1979, formando e aperfeiçoando profissionais de várias áreas do conhecimento que desejassem trabalhar em museus de todo o país.
6 As novas instituições museológicas
A partir do final da década de 1980, outros tipos de instituições passaram a ser criadas principalmente nas capitais e grandes cidades do Brasil e do mundo, realizando ações educativas de excelente qualidade: os centros culturais.
Com uma estrutura receptiva mais flexível, esses espaços foram inicialmente concebidos para funcionarem como instrumentos de visibilidade institucional de empresas.
Além de reunirem acervos de diversos tipos – próprios e de outras instituições – para realizarem suas exposições, alguns centros culturais se especializaram em adquirir e conservar acervos específicos, tornando-se referência no tratamento desses acervos.  
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· Mais sobre os centros culturais e os centros de memória e de referência;
· Os principais tipos de museus e diferenciar suas ações.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Reconheceu como se formaram as primeiras coleções museológicas;
· Reconheceu os primórdios da Museologia no Brasil e no mundo;
· Identificou as novas instituições museológicas.
MUSEOLOGIA
MUSEUS, CENTROS CULTURAIS E CENTROS DE MEMÓRIA
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OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Caracterizar o que são museus, centros culturais e centros de memória;
2 - Identificar os principais tipos de museus.
 
Nesta aula, vamos entender que existem vários tipos de museus e que podemos reconhecê-los de acordo com seus acervos, objetivos e direção investigativa. Vamos também distinguir esses tipos e aprender sua importância para o patrimônio cultural de um determinado local. Bons estudos!
1 Conceito
Os museus são instituições sócio-históricas de pesquisa.
Existem diversos tipos de museus: históricos, de ciências, comunitários, de artes, universitários ou específicos de uma expressão cultural considerada importante para um determinado grupo social, que deseja preservá-la para que seja conhecida pelas futuras gerações.
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Em geral, os museus se diferenciam pelos tipos acervo que possuem, pelo estudo que fazem desses acervos e pelas atividades que realizam com base nessesacervos.  
As exposições, os eventos, os programas educativos e outras atrações que acontecem nos museus também podem diferenciá-los.
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2 Tipos de museus
Os museus podem ser públicos ou privados, isto é, podem ser mantidos pelo município, pelo estado ou pelo governo federal.
Também podem ser mantidos por uma comunidade, uma escola, um clube, por uma associação de bairro, uma empresa ou por qualquer grupo de pessoas que têm interesse em um determinado assunto e decidem instituir um espaço para reunir e organizar um acervo específico para pesquisa e exposição.
Os museus também podem possuir diversos tipos de acervos, desde objetos materiais até práticas imateriais ou simbólicas que caracterizam uma comunidade, tais como: danças, músicas, festas religiosas, entre outras que fazem com que seus membros se reconheçam como pertencentes àquele determinado grupo social.
Os ecomuseus – ou museus comunitários – englobam todo o patrimônio cultural e natural de uma comunidade.
Eles se constituem a partir da delimitação de um território e de seus habitantes, e nascem do desejo de preservarem suas histórias e tradições.
Esses espaços geralmente são geridos pela própria comunidade, pois eles são os verdadeiros herdeiros do seu patrimônio e têm interesse em reproduzir essas tradições no tempo presente.
Contudo, esse tipo de museu não precisa necessariamente possuir uma coleção de objetos materiais.
Suas tradições podem ser preservadas através de comemorações de datas importantes ou reverenciadas em personagens da própria comunidade.
Podem ainda ser manifestadas nas festas religiosas, na gastronomia, nas artes que eles mesmos produzem, e também como forma de reivindicarem direitos e atendimento às suas necessidades.
3 Centros culturais
Além de coletar, guardar e conservar diversos tipos de acervos, realizar pesquisas, exposições e atividades educativas, muitos museus também possuem bibliotecas e espaços interativos com cinemas, teatros, restaurantes, salas multimídia e áreas de lazer.
Nesses espaços acontecem, ao mesmo tempo, diferentes eventos e programações desenvolvidas para vários tipos de público.
Atualmente, muitos desses espaços deixaram de ser apenas museus na sua forma tradicional e tornaram-se referências de lazer e cultura em suas cidades, passando a ser chamados de centros culturais, ainda que muitos mantenham o nome de museu.
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Figura 1 - Centro Cultural Banco do Brasil
Em diversas cidades do Brasil e do mundo, existem e continuam a ser criados museus no formato de centros culturais, muitas vezes próximos uns dos outros, formando o que se chama de "corredores culturais".
Para alguns pesquisadores da museologia, os centros culturais são a evolução do museu tradicional.
Mantendo os princípios e objetivos que orientam a prática museológica, os centros culturais geralmente são criados por empresas, para utilizá-los como instrumentos de visibilidade institucional.
Com recursos próprios e infraestrutura mais flexível, os centros culturais produzem exposições, eventos e programas educativos diferenciados daqueles que normalmente são oferecidos pelos museus tradicionais.
Atualmente, os museus têm deixado sua forma tradicional de apresentar seus acervos ao público para produzir mostras, eventos e programas educativos interativos, com formatos semelhantes aos adotados pelos centros culturais.
Através deles, é possível envolver-se com estímulos variados e simultâneos a partir de acervos múltiplos, onde cada espaço assume um sentido próprio, e onde tudo é informação. Livros, vídeos, sons, pinturas, esculturas e objetos dispostos em variados suportes formam, junto com o seu prédio e o seu entorno, um complexo inter-relacionado, que propicia ao visitante múltiplas experiências e movimentam a imaginação.
Este é um modelo diferente de extrair a informação dos acervos, sem as limitações geralmente comuns dos museus tradicionais.
Nos centros culturais, não há passividade em atender a demanda dos visitantes.  Também não existe a simples oferta dos produtos da inteligência humana identificados como cultura. Ali há liberdade de acesso à informação e convites abertos às experiências. O visitante pega, folheia, vê, ouve, compara, experimenta, decide, comenta, compartilha, tudo isso com o mínimo de obstáculos.
A informação não está disposta de maneira convencional, mas de modo que o visitante não tenha dificuldades para encontrá-la. É ela que encontra o público, pois está em seu caminho, no ângulo do seu olhar e à altura das suas mãos.
4 Centros de memória
Outra evolução dos museus tradicionais são os chamados "centros de memória".
Mantendo ainda os critérios da prática museológica, essas instituições também coletam, conservam, pesquisam e divulgam acervos que podem se referir a determinados períodos históricos, ou a expressões culturais de uma comunidade, ou ainda às lembranças de personagens importantes para um grupo social ou um povo.
Em geral, esses espaços realizam exposições permanentes sobre um tema específico com diversos formatos, sempre articulados com outros temas relacionados ao tema principal.
Também produzem periodicamente eventos para comemorar datas e acontecimentos importantes, e manter vivas essas lembranças na memória das suas comunidades ou de um país.
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· As ferramentas que os museus usam para se comunicar com seus públicos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Aprendeu que existem vários tipos de museus e a reconhecê-los de acordo com seus acervos, objetivos e direção investigativa;
· Entendeu que os centros culturais têm sido considerados uma renovação dos museus tradicionais e do fazer museológico;
· Aprendeu também que as ações museológicas se expandiram para as comunidades até então deixadas à margem das expressões culturais tradicionais;
· Entendeu que os ecomuseus, os centros de memória e de referência são uma nova feição desses museus comunitários.
OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Conhecer a maneira como os museus se comunicam com os seus públicos;
2 - Entender as estratégias de concepção e montagem de exposições;
3 - Conhecer as estratégias de estudo e avaliação de público.
 
Nesta aula, vamos entender que os museus utilizam diversas ferramentas e estratégias de comunicação para provocar reflexões e transmitir conhecimentos. Vamos conhecer ainda sobre as equipes multidisciplinares de especialistas que concebem as exposições museológicas. Então, vamos à aula. Bons estudos!
1 Exposições
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A principal ferramenta de comunicação museológica é a exposição. Esta é a parte que visualmente se manifesta para o público e que possibilita a experiência de adquirir conhecimento por meio do contato direto com o patrimônio cultural.
A apresentação de um acervo articulado com o tema de uma exposição é também o modo que os museus têm de se mostrarem para a sociedade e afirmarem a sua missão.
Comunicação museológica é a denominação genérica dada às diversas formas que os museus usam para transmitir conhecimentos. Essas formas são várias: exposições, artigos científicos, estudos de acervos, catálogos de coleções, filmes, apresentações teatrais, palestras, oficinas, eventos, programas educativos, material didático e de divulgação.
Entretanto, o modo mais direto que o museu utiliza para comunicar-se com o seu público é a exposição.
É no cenário expositivo que se potencializa a relação entre o homem e o objeto, e é nessa relação que o público tem acesso à poesia das coisas, das pessoas, dos fatos históricos e dos lugares de memória.
Aos profissionais de museus, cabe a tarefa de construir esse encontro, pesquisando
os acervos, abordando temas socialmente relevantes, elaborando mostras e estudando as formas como os diversos tipos de público se relacionam com os objetosorganizados em um cenário expositivo.
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É nesse feixe de informação, conhecimento e aprendizagem que a comunicação museológica atinge o seu objetivo maior: produzir emoções e reflexões que possam transformar a atitude das pessoas quando elas são confrontadas com suas realidades.
2 Concepção e montagem de exposições
Nos primórdios da Museologia, as exposições tinham um caráter puramente contemplativo, e eram concebidas por uma só pessoa ou por um pequeno grupo de pessoas.
Eram organizadas de modo enciclopédico, a partir das estruturas classificatórias das coleções, e somente pesquisadores eram capazes de perceber e entender essas estruturas e seus significados.
Para o visitante comum, eram apreciadas passivamente, apenas para satisfazer curiosidades.
Com o tempo, as exposições passaram a ser concebidas por equipes de especialistas, para serem compreendidas e provocarem uma atitude ativa e crítica no público.
Essas equipes de especialistas eram orientadas para responder às seguintes questões:
· Como as pessoas aprendem?
· O que estamos ensinando?
· Como estamos ensinando?
· Que tipo de assunto interessa às pessoas?
· Quais são as melhores estratégicas expográficas que podemos usar para comunicar às pessoas o que queremos que elas entendam e aprendam?
Assim surgiram as equipes interdisciplinares formadas por pesquisadores, educadores, historiadores, designers, museólogos e outros especialistas da área da expografia.
3 Concepção e montagem de exposições
A reflexão sobre como as pessoas aprendem através de uma exposição e como os museus podem ensinar fez com que os profissionais que atuam nessa área preparassem as exposições a partir do olhar do público.
Atualmente se oferece ao público a oportunidade de aprender através de um comportamento ativo-cognitivo (intelectual, emotivo e crítico), interagindo com a exposição.
É na interação ativa e crítica entre a mensagem apresentada e o visitante que a exposição permite que as pessoas vivenciem uma experiência de apropriação do conhecimento.
No entanto, é preciso saber como construir essa experiência e verificar o seu efeito.
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A pesquisa de recepção de público estuda os modos e consequências do encontro entre a mensagem que se quer transmitir e o seu destinatário. É o resultado da interpretação que o público faz dos vários objetos que estão sendo exibidos em conjunto com o cenário expositivo e o tema em questão.
O público, de fato, recria criticamente a mensagem – cada pessoa do seu jeito –, a partir do seu próprio universo referencial, fazendo uma síntese subjetiva do conteúdo.
A equipe que cria uma exposição deve pensar a mensagem através de quem eles mesmos são, pessoal e culturalmente. E os espectadores devem receber essa mensagem e responderem a ela também através de quem eles são, pessoal e culturalmente.
É nessa relação profunda entre objeto-sentido, tema-sentido e exposição-sentido que ocorre a reflexão, a aquisição do conhecimento e a mudança de atitude.
Portanto, é na mente do visitante que a mensagem se instala e provoca a reflexão, de acordo com os objetivos previstos na concepção e na montagem da exposição.
4 Estudos de transmissão de mensagens
Os estudos de transmissão de mensagens através de exposições estão intimamente relacionados com a área da Comunicação Social.
De acordo com esses estudos, a mensagem transmitida por uma exposição não é a única via – existem outras, às vezes até mesmo concorrentes –, nem a mais importante para determinar o tipo de experiência vivenciada pelo público que, como você viu, faz a sua própria síntese.
Entretanto, pensar que existe um predomínio do emissor sobre o receptor sugere uma relação de poder, como se houvesse uma relação sempre direta, linear, de um polo (emissor) sobre o outro polo (receptor).
Por isso, o processo comunicacional museológico não está na mensagem, e sim na interação. É no espaço de encontro entre o emissor (museu-exposição) e o receptor (público) que se estabelece a relação do homem com a sua realidade.
5 Museu é diálogo
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Não é correto dizer que a exposição é uma simples transmissão de uma mensagem para um determinado público por meio de objetos em um cenário.
Isso pode passar a ideia de que a instituição (museu) já tem estruturado todo o significado da mensagem, e que o público-alvo é somente aquele que está apto a recebê-la, passivamente. É um equívoco considerar que a interação ocorre desta forma.
Pelo contrário, a avaliação (Ao trazer as informações sobre como o público a compreendeu e reagiu) dos resultados de uma exposição  realimenta todos os procedimentos de concepção e montagem, e aí são feitas as correções e as adequações.
Museu é diálogo. É espaço de discussão, e não um monólogo. Por isso, a avaliação de uma exposição se dá sobre os efeitos da interação com o público, e não sobre um processo linear entre emissor e receptor.
6 Estudos de público e avaliação
A exposição é o local de encontro entre o que o museu quer apresentar – e o modo como ele apresenta –, buscando provocar um comportamento ativo e crítico do público e à sua síntese subjetiva.
Entendendo a exposição como espaço de aquisição de conhecimento e reconstrução de valores, elas são concebidas para oferecer uma experiência de qualidade aos visitantes.
Contudo, conceber e montar uma exposição a partir das realidades das pessoas significa:
Primeiro, escolher um tema de relevância social e também científica. Depois, é preciso organizá-la material e visualmente em um espaço físico apropriado, para estabelecer uma relação de diálogo – uma experiência – entre o conhecimento que o público já tem sobre o tema e o novo conhecimento que está sendo apresentado.
7 Fatores que determinam a qualidade de uma experiência
Quais são os fatores que determinam a qualidade de uma experiência, para que ela seja bem-sucedida?
Bem, uma experiência de qualidade é aquela que permanece por um longo tempo na mente da pessoa que a vivenciou.
Por exemplo: uma viagem, ou um encontro com alguém que se gosta.
A experiência bem-sucedida é aquela que é completa. Nela, todos os elementos que a constituem estão presentes e interagem bem entre si.
8 Interação com a exposição
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Uma exposição interativa é aquela que permite ao visitante caminhar livremente pelo seu espaço, observar os objetos, relacioná-los ao tema abordado, aprender o seu conteúdo temático, apreciar os seus efeitos expográficos e sensoriais de sons, cores, luzes, movimentos.
Nela é possível observar, comentar, analisar, julgar, criticar, comparar, relacionar, lembrar, rejeitar, concordar, discordar, emocionar-se.
É nessa interação que o público recria o discurso expositivo e dá a ele um novo sentido (Uma nova leitura, a partir das suas experiências anteriores).
E é na relação entre todos os elementos que a constituem e formam um grande conjunto de informações, significados e conhecimentos importantes que fazem com que a visita a exposições seja uma experiência única e de qualidade.
Entretanto, pode-se ir a um museu ou a um centro cultural pelo simples prazer de estar num lugar onde sempre tem alguma coisa interessante acontecendo.
9 Museus: territórios existenciais, bens patrimoniais e lugares de encontros e de saberes
Mesmo que não se busque um evento específico da programação, ir a esses lugares é sempre um bom programa e uma oportunidade de vivenciar uma experiência marcante.
Às vezes acontecem ao mesmo tempo eventos sobre assuntos totalmente diferentes:
uma exposição sobre um tema, uma mostra de cinema, um lançamento de um livro, um concerto acontecendo nos jardins, um espetáculo teatral, uma oficina e daí por diante.
Essa também é uma estratégia de formação de público: criar um circuito interativo de diversidades nas variedades das ações e dos temas abordados.
Nessa perspectiva, os museus se transformam em territórios existenciais, em bens patrimoniais e lugares de encontros e de saberes.
Sãoas chamadas “estruturas de acolhimento” – dimensões abertas ao sensível e ao indeterminado –, onde pode acontecer algo surpreendente. Isto também faz parte de uma experiência de qualidade.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· Conhecimentos sobre os objetos e os acervos museológicos;
· Estudos realizados sobre esses objetos e os profissionais de museus.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Aprendeu que as exposições são a principal ferramenta de comunicação museológica;
· Entendeu a importância de um bom trabalho de equipe;
· Identificou as estratégias dos museus para atingir diversos tipos de públicos.
MUSEOLOGIA
ACERVOS MUSEOLÓGICOS
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OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Entender o que são objetos e acervos museológicos;
2 - Identificar os diversos tipos de acervos museológicos.
 
Nesta aula, você vai conhecer as singularidades dos objetos e acervos museológicos através dos significados a eles atribuídos – seus sentidos e expressões culturais. Também vai aprender a diferenciar os vários tipos de acervos museológicos por suas categorias e classificações. Bons estudos!
1 O que são acervos museológicos
Como vimos nas aulas anteriores, a construção de uma exposição que produza uma experiência de qualidade leva em consideração diversos recursos.
A seleção dos objetos é um critério fundamental, porque tem a ver diretamente com a proposta do museu de confrontar o homem com a sua realidade. Essa seleção dos objetos é baseada em um princípio fundamental: seu significado, ou seja, o sentido que ele possui para um grupo de pessoas ou para a sociedade como um todo.
Isto é, colocar o público diante do seu patrimônio cultural para questionar seu papel na sociedade.
Veja bem:
Imagine uma caneta simples, como tantas outras canetas. Agora pense na caneta que a Princesa Isabel usou para assinar a Lei Áurea, que formalizou o fim da escravidão no Brasil.
Essa não é uma caneta qualquer, certo? É um objeto ligado a um fato histórico, e é isso que a torna diferente de todos os outros objetos, isto é, de todas as outras canetas.
Isso porque esse objeto possui um significado, um sentido. Quando você o vê em uma exposição, imediatamente pensa naquele episódio da História brasileira e no processo histórico que envolveu o fim da escravidão.
Geralmente esses objetos não são apresentados isoladamente.
São contextualizados em um tema e apresentados junto com outros objetos também significativos, para potencializar as reflexões sobre o tema que o museu quer abordar. Por isso é importante conservá-los.
Portanto, o elemento estruturador de uma exposição é o objeto museológico, e o cenário expositivo deve ser pensado para dar destaque a esse objeto e ao seu significado.
2 Objeto institucionalizado
O objeto é a "musa" da exposição, seu elemento-chave. E o acervo museológico é o conjunto desses objetos institucionalizados em um museu.
Portanto, um objeto institucionalizado é aquele que passa a fazer parte do acervo de um museu. Significa que o objeto é registrado, catalogado e daí passa a fazer parte do acervo daquela instituição.
Passa a ser um objeto musealizado, ou seja: primeiramente, ele é selecionado pelo seu valor intrínseco para integrar um acervo e depois é formalmente integrado a esse acervo pela institucionalização, isso é, pelo seu registro e catalogação como parte daquele acervo.
3 Patrimônios culturais
Não apenas os objetos podem ser musealizados. Pode-se também musealizar monumentos, praças, prédios, cidades ou outras expressões da cultura consideradas significativas para um grupo social.
Nesses casos, a institucionalização vai além dos museus e atingem outras instâncias institucionais, como, por exemplo, um município, um país ou até mesmo toda a humanidade.
É assim que são constituídos os patrimônios culturais da humanidade.
Você também já deve ter ouvido a expressão "tombamento".
Um bem "tombado" – um prédio, uma praça ou um monumento – é um bem patrimonial institucionalizado.
Isso significa que ele foi "registrado" por uma instância governamental pela sua importância e, portanto, é protegido. Tombamento significa registro.
O objeto musealizado é aquele que é selecionado para ser conservado em um museu, e o objeto tombado é aquele que não pode ser guardado em um museu, e por isso é tombado (registrado) como patrimônio cultural e conservado no seu próprio local.
Assim também são os bens culturais imateriais ou naturais. Não é possível guardá-los em um museu, mas eles devem ser conservados, e por isso são registrados como patrimônio cultural, isto é, tombados. Mas o conceito de musealização, além de outros, serão tratados mais adiante.
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Figura 1 - Basílica de Santo Antônio tombada
4 Valor intrínseco de um objeto
Como você já sabe, os objetos musealizados são as unidades que, no seu conjunto, formam um acervo. E os acervos são formados de acordo com os seus tipos.
Móveis, armas, roupas, assessórios, carruagens etc. formam respectivamente os acervos de mobiliário, armaria, indumentária, joalheria, meios de transporte e outros conforme a sua categoria.
E o conjunto desses acervos forma um acervo maior, que é o acervo geral do museu.
Mas os objetos por si sós, não possuem valor intrínseco, isto é, não estão ligados a alguma coisa, como no exemplo da caneta.
O valor intrínseco de um objeto conservado em um museu, ou de um acervo museológico, só existe quando lhe é atribuído um sentido, isto é, quando ele possui um significado sócio-histórico. Ou ainda quando ele é considerado uma expressão da cultura, ou quando ele próprio é a expressão de um patrimônio cultural.
Para que isso aconteça, é preciso que sejam – tanto os objetos como os acervos – usados para transmitir o conteúdo desse significado ou dessa cultura. Ou seja, os sentidos e os conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores que são considerados importantes e devem permanecer na memória das futuras gerações.
Assim, o museu se torna o repositório desses sentidos e conhecimentos contidos nos objetos e acervos, e as exposições são os meios usados para transmitir esses saberes e significados.
5 Recursos expográficos
Os recursos expográficos usados para contextualizar os objetos e acervos em um cenário expositivo podem ser diversos e simultâneos.
Ambientes, trajetos, textos, legendas, desenhos, fotografias, móveis, sons, aromas, temperaturas, luzes, máquinas etc. formam um grande conjunto de efeitos especiais usados para explicar um conteúdo e enriquecer a experiência dos visitantes.
Esses recursos também organizam e potencializam o discurso museológico, que é estruturado na combinação deles com todo o espaço expositivo, formando uma narrativa lógica e interativa.
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Figura 2 - Museu de Arte de São Paulo
É na interação do público com os objetos, acervos e com os recursos expográficos que os museus dialogam com as pessoas a respeito do tema em questão.
Dois outros elementos são também fundamentais para a construção de uma experiência expositiva de qualidade: o espaço físico e o desenho da exposição – sua visualidade –, associados aos recursos sensoriais.
A maneira como são dispostos os objetos no espaço também é fundamental na interação.
Na próxima aula, vamos ver que todos os museus, independentemente de suas tipologias, são construções socioculturais e históricas.
Portanto, são espaços propícios à pesquisa histórica.
Essa característica ressalta a importância dos historiadores nessas instituições, pois esses profissionais estão mais aptos a associar os objetos aos fatos históricos e contextualizá-los por suas importâncias e significados no processo sócio-histórico.
Do mesmo modo, as pesquisas que se realizam sobre os objetos musealizados obedecem a critérios semelhantes à pesquisa histórica acadêmica.
E o conhecimento produzido é o resultado da análise histórica de fontes documentais, onde o objeto é o próprio documento.
6 Tipos de acervos
Apesar de seguirem métodos acadêmicos próximos, a investigação de um conjunto de objetos –um acervo – é uma particularidade da pesquisa museológica.
Em um museu, os objetos são documentos, fontes de informação. Por isso, requerem condições especiais para serem selecionados, guardados, pesquisados e seus conteúdos apresentados em um contexto temático para serem questionados pelo público.
Como já vimos, existem vários tipos de acervos, e a cada um é dado um tratamento conforme a sua origem e o material com que são constituídos.
Madeira, couro, metal e outros materiais têm tratamentos diferentes para que durem mais tempo e preservem suas características físicas.
Os acervos também podem ser vivos. Por exemplo: em um jardim botânico ou zoológico, as plantas e animais são conservados vivos, e assim são expostos. Mas neste caso, também podem ser conservados e expostos já não estando vivos, pela taxidermia (empalhamento).
Acervos de origem animal, vegetal ou mineral – couro, plantas, pedras – são conservados conforme as suas naturezas, e recebem um tratamento especial para aumentar sua durabilidade.
Assim, as condições de temperatura, higiene, luz e outras variáveis climáticas são permanentemente controladas, além da própria segurança física dos objetos, principalmente quando estão sendo apresentados em uma exposição.
Conforme os acervos que têm sob sua guarda, os museus, em sua maioria, possuem laboratórios de conservação e restauração. Ali os objetos recebem tratamento adequado e são restaurados, caso sofram danos.
Seja no transporte, no acondicionamento ou na própria exposição, os objetos estão sempre sujeitos à ação do homem e do tempo.
Portanto, é através dos objetos e acervos que o público tem acesso ao conhecimento guardado e produzido pelos museus.
7 Pesquisa museológica
É através das pesquisas, das exposições, dos eventos culturais, dos programas educativos, das publicações e das informações disponibilizadas em bancos de dados que o público tem acesso ao conhecimento que os museus transmitem.
Mas não somente ao conhecimento puro e simples. Também das fontes usadas na produção desse conhecimento – isto é, pela pesquisa sobre os próprios objetos e acervos – que fazem com que os museus desempenhem o seu papel educativo, cultural e científico.
É esse o objetivo da pesquisa museológica: promover o uso social dos seus acervos, aproximando a sociedade dos significados que eles exprimem e os conhecimentos que neles existem.
E como os museus fazem isso? Pesquisando-os e apresentando-os principalmente nas exposições, pois é ali que essas fontes de informação – esses documentos –
são mostradas em um contexto temático para provocar reflexões, tomadas de consciência e mudanças de atitude.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· De que forma os museus e centros culturais podem apoiar os seus estudos históricos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Entendeu o significado dos objetos e acervos museológicos e a importância de preservá-los;
· Aprendeu que os objetos são musealizados por que possuem sentidos, isso é, estão ligados a um fato histórico ou a uma expressão cultural, e podem transmitir conhecimentos.
MUSEOLOGIA
COMO OS MUSEUS, CENTROS CULTURAIS E DE MEMÓRIA PODEM APOIAR A PESQUISA HISTÓRICA
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Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Reconhecer os museus como espaços de cultura e lazer para o ensino lúdico da História e outras disciplinas;
2 - Identificar como os museus podem apoiar a pesquisa histórica.
 
Nesta aula, você vai entender os museus como espaços de lazer e cultura apropriados à pesquisa e ao aprendizado de forma lúdica da História e outras disciplinas. Vai entender também que novos tipos de museus foram e continuam sendo criados como agências informais de educação, e que eles usam as novas tecnologias de comunicação e informação mais atuais para dialogar com os seus públicos. Bons estudos!
1 Os museus como espaços de cultura
No final da década de 1980, iniciou-se em várias cidades brasileiras e de outros países a criação de centros culturais que, como você já viu, deram uma nova feição aos museus tradicionais.
Junto com os centros culturais, também foram criados novos tipos de museus: os comunitários, os centros de memória, os ecomuseus e os centros de referência.  
https://www.museus.gov.br/tag/museu-comunitario/
Você também já sabe que todos esses espaços podem se relacionar intimamente com o estudo da História e de outras disciplinas.
Você também já sabe que os conhecimentos se relacionam entre si, formando um grande complexo de saberes, e os museus estão inseridos nesse contexto.
Por exemplo:
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Figura 1 - Museu da Língua Portuguesa (SP)
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Figura 2 - Museu de Astronomia e Ciências Afins (RJ)
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Figura 3 - Museu Emilio Goeldi (PA)
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Figura 4 - Instituo Butantã (SP)
Essas são instituições museológicas tradicionais que se especializaram no tratamento e pesquisa de acervos e temas específicos. São centros científicos de referência em suas especialidades.
Assim, ao longo do tempo, esses novos tipos de museus – os centros culturais, além dos próprios museus tradicionais, ajustaram suas programações a partir das demandas recebidas dos diversos públicos, adaptando-as aos seus acervos, recursos e aproveitando suas características físicas, espaciais e simbólicas.
Por exemplo: estar localizado junto a uma natureza exuberante ou em uma área histórica da cidade, possuir uma bela arquitetura, estar instalado em um prédio histórico, especializar-se na pesquisa de acervos importantes, ter uma programação contínua e variada, entre outros aspectos.
2 Agências informais de educação
Mantendo-se fiéis aos propósitos de promover o encontro do ser humano com a sua realidade, esses espaços passaram também a assumir um perfil de agências informais de educação.
Além das linguagens artísticas tradicionais, introduzem também outras, mais próximas do público, mais articuladas com as disciplinas estudadas nas escolas, com a tecnologia e com o pensamento histórico contemporâneo.
Alguns museus e centros culturais se especializaram no tratamento de acervos históricos específicos, tornando-se responsáveis pela manutenção desse patrimônio e também por sua transmissão através de programas educativos diretamente orientados para o ensino dessa disciplina.
Nesses programas, períodos e fatos históricos são revistos e analisados por vários ângulos da pesquisa histórica contemporânea, tornando-os atraentes para os diversos tipos de público.
Para inserir e contextualizar a temática histórica nas suas programações, usam todo tipo de recursos: em festivais de cinema, de teatro, exposições e também colônias de férias com jogos e brincadeiras envolvendo fatos e personagens.
O objetivo é promover o encontro entre o público e a sua realidade através da releitura e reinterpretação da História.
3 Como centros de pesquisa
Além de espaços expositivos e de lazer, muitos museus e centros culturais possuem ricas bibliotecas e núcleos de pesquisa histórica e de outras disciplinas.
Essas pesquisas são geralmente recentes e atualizadas a cada evento para serem divulgadas em sites, livros, revistas e outros veículos publicados pela própria instituição, e muitas vezes em parceria com universidades e empresas.
Como você já sabe, a maioria dos museus e centros culturais possui núcleos que criam programas educativos orientados ao estudo da História, e que acontecem junto com a sua programação, formando grandes eventos.
Assim, apresentações musicais, de poesia, de contadores de estórias, visitas guiadas e outras atividades são direcionadas para um tema histórico escolhido e apresentadas em diferentes linguagens. Aproveite isso nos seus estudos!
Por exemplo: quando se comemora a Independência do Brasil, ou outra data importante da nossa História, geralmente a programação é orientada para explorar esse assunto de diversas maneiras, sempre fazendo ligações com as questões da atualidade.
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Figura 5 - Foto do Museu imperial de Petrópolis
Geralmente a instituição também disponibiliza as suas bibliotecas sobre o assunto – tanto presenciais como virtuais –, contrata professores para ministrar aulas sobre o tema, publica catálogos, CDs, livros e sites com resumos de todos os eventos e também de como as pesquisas foram feitas para realizá-los.
Existem também museus diretamente ligados a instituições de pesquisa. Muitas universidades possuem coleções nos seus centros acadêmicos para usá-las nas aulas práticas. Por exemplo: as faculdades de Medicina, Biologia, Odontologia, Geologia e outras áreas ligadas às ciências da terra possuem acervos que vão desde esqueletos humanos até espécimes de animais, plantas e minerais.
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Figura 6 - Pormenor de um modelo anatômico de cera do século XIX, proveniente do acervo da Escola Médico Cirúrgica de Lisboa
O Museu da Energia Nuclear, em Recife, é mantido pela Universidade Federal de Pernambuco. A Estação Ciência é ligada à Universidade de São Paulo. Geralmente as grandes universidades e faculdades brasileiras e também estrangeiras possuem museus e mantêm neles acervos importantes para suas pesquisas.
Também existem os centros de referência, que são instituições especializadas na pesquisa de assuntos ou áreas específicas do conhecimento que, do mesmo modo, mantêm coleções importantes, como já falamos.
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Figura 7 - Museu da vida
Por exemplo: o Museu da Vida é ligado ao Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que é um centro de referência na pesquisa biomédica.
Existem ainda os centros culturais privados que se especializaram em reunir, conservar e disponibilizar coleções específicas, geralmente ligadas às artes plásticas e outras expressões da cultura.
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Figura 8 - Instituto Moreira Salles
Por exemplo: o Instituto Moreira Salles (RJ, MG e SP) especializou-se em conservar e pesquisar acervos ligados à fotografia e à música popular brasileira.
Todas essas instituições possuem sites, bibliotecas e laboratórios que podem ser visitados e usados para pesquisa, além dos próprios eventos que realiza.
Também possuem departamentos especializados em desenvolver programas educativos formatados para escolas e estudantes que querem pesquisar um assunto ligado aos seus acervos e às suas programações.
Desse modo, as visitas aos museus são de grande proveito tanto para quem ensina como para quem aprende a História, pois permitem unir o conteúdo teórico ao contato direto com o ambiente onde os fatos se deram.
Muitos museus são localizados nos próprios prédios e lugares onde os acontecimentos ocorreram. Por isso, oferecem um ambiente espacial e simbólico de excelente qualidade para a construção de conhecimento através da combinação de atividades culturais e de lazer.
Portanto, os museus, centros culturais e institutos de pesquisa são espaços que podem – e devem – ser constantemente visitados, principalmente por professores e alunos de História. Você sabe o motivo?
É que os temas apresentados são sempre articulados com questões da atualidade, abordadas em uma perspectiva histórica. E o público visitante é geralmente de pessoas que buscam cultura e lazer, conhecimento histórico e divertimento, com qualidade.
4 Como espaços ecoculturais
As cidades históricas – às vezes chamadas de museus a céu aberto – e os ambientes naturais também são uma boa forma de se ter contato com o espaço real e com as realidades. Vamos então exemplificar com uma cidade histórica famosa e que se ainda não conhece uma visita vale muito a pena.
Visitar esses espaços ecoculturais e suas comunidades permite trocar experiências e adquirir conhecimentos para a formação de pessoas capazes de interferir no presente.
Além de promover a interação social, ampliam a observação, a percepção e a crítica, enriquecendo todo o processo de aprendizado.
Consequentemente, as aulas ministradas em espaços que possuem acervos históricos possíveis de serem articulados com os conteúdos programáticos permitem ao professor criar conflitos cognitivos de diversos tipos para que novos conhecimentos sejam produzidos.
E aos alunos, a oportunidade de aprofundar suas reflexões sobre os momentos econômicos, políticos e sociais da nossa História e estabelecer relações com o momento atual e com as suas próprias realidades.
Portanto, visitar cidades históricas (Conhecer suas tradições, seu patrimônio social, suas belezas naturais, sentir o comportamento de seus habitantes e, sobretudo, utilizar seus espaços para realizar ações educativas) é uma forma de estabelecer contato direto com os ambientes onde os fatos ocorreram, favorecendo a observação, a percepção, a reflexão e a crítica.
É uma forma de ensino e aprendizado que traz para o presente os sentidos acumulados nos espaços físicos e simbólicos dos objetos e dos acervos.
Eles têm a capacidade de conduzir esses significados através do tempo para que sejam revistos, criticados e produzam novos conhecimentos, onde todos – alunos e professores – podem compartilhar esses saberes.
Visite os sites dos museus históricos brasileiros e estrangeiros. Procure conhecer a história das comunidades – seus costumes, suas tradições – e perceba como esse patrimônio é apresentado e celebrado na atualidade.
Visite uma cidade histórica ou um local onde ocorreram fatos importantes para a sua comunidade. Pode ser um centro de memória ou um espaço natural.
Pesquise sobre esses fatos históricos e traga-os para debate no nosso Fórum.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· A equipe técnica dos museus.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Aprendeu que os museus são espaços de lazer e cultura apropriados à pesquisa e ao aprendizado da História de forma lúdica, além de outras disciplinas;
· Entendeu que novos tipos de museus foram e continuam sendo criados como agências informais de educação, e que eles usam as novas tecnologias de comunicação e informação mais atuais para dialogar com os seus públicos;
· Identificou as estratégias que você pode aplicar para fixar os conhecimentos adquiridos nas suas visitas aos museus, aos centros culturais, às cidades históricas e aos espaços naturais, e como associá-las aos seus estudos
MUSEOLOGIA
EQUIPE TÉCNICA DE MUSEUS
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Ao final desta aula, você será capaz de:
Conhecer a equipe técnica de um museu e suas principais funções.
 
Nesta aula, vamos falar da equipe de profissionais que trabalham em museus e as funções que desempenham dentro de um projeto. Você vai conhecer as fases de um projeto museológico e os critérios obedecidos para realizá-las. Ainda vai reconhecer o papel desempenhado pelo profissional de História dentro de um museu e as suas formas de participação dentro de um projeto. Bons estudos!
1 Os profissionais de museus
Museologia
Você se lembra?
Como você viu nas aulas anteriores, a Museologia interage com diversas áreas do saber, desde as ciências humanas, sociais e naturais até as exatas, além de novos campos do conhecimento que são constantemente desvendados.
Por suas características, a ciência museológica – tanto teórica como aplicada – atua sobre os métodos de seleção, conservação e pesquisa de objetos que possuam significados considerados importantes para os grupos sociais, além da própria gestão administrativa e institucional dos museus.
As informações contidas no conjunto desses objetos – os acervos museológicos – são investigadas, organizadas e transmitidas através de diversas ações que os museus realizam para divulgar e manter vivo o nosso patrimônio ecocultural.
Portanto, pode-se dizer que a museologia é um campo para profissionais que desejam trabalhar com a comunicação através dos objetos e acervos.
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Figura 1 - Museu Egípcio do Cairo
Isso significa trabalhar na seleção, restauração e conservação de objetos, pesquisa de acervos, elaboração de publicações – catálogos, livros, sites – concepção, organização e montagem de exposições,eventos e programas educativos baseados no patrimônio ecocultural.
O profissional de museu – seja ele de qualquer área de formação, mas que atue no campo museológico – é legalmente regulamentado desde 1984.
Seus direitos são preservados por intermédio dos Conselhos Regionais (COREM) e do Conselho Federal de Museologia (COFEM).
http://www.museologo.org.br/?file=kop1.php
http://cofem.org.br
Atualmente, as equipes que trabalham em museus são constituídas por profissionais de diversas formações, que atuam em áreas e funções distintas.
Além dos profissionais ligados às áreas da administração e documentação, trabalham os historiadores, museólogos, educadores, arqueólogos, antropólogos, restauradores, designers, comunicadores e arquitetos.
Também há profissionais de outras áreas, conforme o tipo de projeto a ser realizado, formando uma equipe multidisciplinar que atua em conjunto.
2 Antes do evento
Inicialmente, para se conceber uma exposição ou um evento e decidir sobre o seu tema e como abordá-lo, a direção do museu se reúne com um grupo de especialistas "da casa" para analisar a sua viabilidade. Nessa fase, são verificadas as pré-condições que possibilitam a realização do projeto, tais como:
· Os recursos disponíveis – financeiros, materiais, humanos, de acervo;
· A oportunidade e a importância de debater o tema naquele momento;
· A melhor maneira de abordá-lo em relação aos públicos que se quer atingir;
· Se aquela ação está de acordo com a ética;
· Os objetivos da instituição e os resultados que se quer alcançar.
Também são avaliados os riscos e as condições de segurança, os parceiros – financiadores, apoiadores, fornecedores, especialistas externos – e outras instituições interessadas em participar do projeto.
Após essa etapa, é feito um planejamento dos trabalhos a serem realizados por cada área envolvida e pelos profissionais que atuam nelas.
Aí são definidas as responsabilidades, os prazos e os recursos a serem aplicados. Em seguida, vêm as pesquisas.
Produzir um evento – ou uma exposição como parte de um evento maior – exige o envolvimento de toda a equipe do museu e, conforme o projeto, também de profissionais externos.
As pesquisas iniciais normalmente são realizadas por museólogos, arqueólogos, etnólogos, biólogos, geógrafos, historiadores.
Participam também profissionais especializados em determinados segmentos como, por exemplo, na leitura e interpretação de textos em linguagens antigas ou que possuam conhecimento profundo sobre um determinado acervo, ou sobre o tema, ou o uso de técnicas e equipamentos específicos.
Em seguida, vêm os educadores, museólogos, conservadores, programadores visuais, comunicadores, arquitetos, designers, cenógrafos, cenotécnicos, aderecistas, artistas e outros, dependendo do tema a ser abordado e da sua forma de abordagem, do tipo de acervo a ser usado e do próprio projeto.
Durante a mostra ou o evento, ainda atuam os seguranças, os monitores e assessores de imprensa. No final, é feita uma avaliação da atuação de cada uma das áreas envolvidas, além dos resultados produzidos sobre o público.
Como você pode ver, é um trabalho de equipe que exige a participação de profissionais de diversas áreas atuando em conjunto de forma distinta e coordenada.
No entanto, o nosso foco agora se dirige para o trabalho do museólogo comunicador.
3 O comunicador
Diferentemente dos outros profissionais, as atenções do museólogo estão voltadas para a comunicação museológica.
Por isso, ele se torna uma figura central como coordenador dessa grande equipe, equilibrando os trabalhos de criação, produção e comunicação, isto é, os interesses de todos esses profissionais em relação às expectativas do público e da própria instituição e seus parceiros. 
Desse modo, o museólogo atua simultaneamente como coordenador e comunicador.
Utilizando várias linguagens expositivas, ele coordena o processo de transmissão de uma ideia para um determinado público, tendo como meio de comunicação os objetos inseridos em um cenário museográfico.
É ele quem seleciona os objetos do acervo do museu – e de outras instituições, se for o caso – conforme as suas relações com o tema e traça as estratégias para questionar os seus significados junto com o público. Atua em equipe, coordenando o trabalho de todos os demais profissionais.
É dessa forma que a preservação do patrimônio ecocultural adquire o seu sentido maior: focada em uma ação (a exposição ou o evento), onde a sociedade é convidada a questionar a sua realidade atual e os modos como ela se insere nesse debate.
A relação que o público estabelece com os objetos, com os acervos e com a forma como eles são apresentados estimula a reflexão sobre o seu papel na sociedade e pode determinar suas formas de agir em sociedade, exercitando sua cidadania e seu poder político.
O museu torna-se, assim, um canal de comunicação e espaço de debate de temas importantes, selecionados por diversos profissionais a partir de pesquisas realizadas sobre as demandas da sociedade e suas articulações com os objetos e as coleções.
4 O museógrafo
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A museografia de uma exposição – a expografia – lida com o espaço físico e a forma como os objetos são distribuídos, para melhor permitir a transmissão de um conteúdo.
Nessas funções, o designer, o arquiteto e o próprio museólogo são os profissionais que dão destaque aos objetos e os inserem na cena expositiva, associando-os ao enunciado central até o seu desenvolvimento conceitual.
São eles que dão valor cenográfico aos objetos, e fazem com que a mostra se torne uma experiência sensorial, interativa e criativa.
Esses profissionais devem saber explorar criativamente o lado sensorial do visitante. Isto é, a "percepção do público" para o qual a exposição está se dirigindo.
Para isso, usam diversos recursos: cores, sons, luzes, temperaturas, aromas etc., construindo um ambiente ao mesmo tempo agradável e harmonioso entre a forma e o conteúdo. Devem respeitar o "outro cultural", para que a exposição instigue o público e o convide a dialogar com ela.
5 O educador
O papel do educador é também fundamental. É ele quem define os objetivos educacionais de uma mostra e as estratégias didático-pedagógicas a serem aplicadas.
Para isso, deve pesquisar as reações dos visitantes diante de determinadas situações expográficas.
Por trabalhar com estudantes, o educador entende o espaço expositivo como uma grande sala de aulas interativa, e trabalha justamente para potencializar a interação do grupo com a mostra.
Atualmente, os programas educativos de museus, centros culturais e de memória são desenvolvidos por empresas especializadas, contratadas periodicamente através de editais.
6 Definindo o público
Geralmente a instituição define quais tipos de público quer atingir. Pode ser uma comunidade carente, um grupo de especialistas, um público infantil ou de terceira idade, estudantes, turistas, deficientes ou visitantes de todos os tipos. É um trabalho de inclusão social que requer uma pesquisa prévia de público.
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Assim, os temas e as condições expográficas são pensadas para acolher, ao mesmo tempo, diversos tipos de público.
Por exemplo: uma mostra que quer receber deficientes visuais, crianças ou pessoas da terceira idade que necessitam de recursos especiais. Assim, esses públicos terão condições de assimilar seus conteúdos e os aproveitarão da melhor forma possível.
Desse modo, os objetos devem ser escolhidos e dispostos de maneira conveniente, e o tema explicado de modo a favorecer os sentidos que faltam nesses públicos, para que a experiência seja a mais interativa possível.
No caso de deficientes visuais, devem explorar o tato, a textura, os aromas e os sons. Os textos devem estar em braile, ou devem ser narrados por um monitor ou através de uma gravação.
O trânsito pelo espaço expositivo também deve estar de acordo, seja na textura do piso ou no uso de corrimões para indicar o trajeto a ser percorrido.
Para receber deficientes auditivos, o museu deve ter monitoresque se comuniquem em libras.
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Para as crianças, um tema deve ser escolhido para ser apresentado de maneira lúdica, através de jogos e brincadeiras.
Para o público de terceira idade, os textos devem ter letras maiores, mais visíveis. Os temas devem ser atraentes e devem explorar as suas memórias, contrastando-as com o tempo atual.
7 Centros culturais
O cenário expositivo deve formar um ambiente propício para colocá-los em contato com os acontecimentos dos tempos por eles vividos.
O ideal é que a exposição possua os recursos para acolher o maior número de pessoas de todos os tipos e necessidades.
Os recursos expográficos devem compensar e complementar as possíveis diferenças e favorecer o acesso à experiência.
A qualidade de uma mostra também é medida pela sua capacidade de acolhimento. Por isso, é importante uma criteriosa pesquisa prévia de recepção de público.
O educador, o designer e o museólogo são profissionais fundamentais na construção da experiência criativa do público, seja ele um grupo organizado de estudantes ou de visitantes espontâneos.
É a estratégia definida em conjunto por esses profissionais com os de outras áreas que pode garantir a qualidade técnica e pedagógica de um evento cultural.  
Portanto, os profissionais que atuam em museus devem possuir conhecimento multidisciplinar.
8 O conservador-restaurador
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Ao conservador cabe a tarefa de verificar as características do meio físico e as condições em que os objetos ficarão expostos, e realizar as ações de controle ambiental.
Seu objetivo é expor os objetos nas condições mais ideais possíveis, garantindo que perdurem. Geralmente, o conservador é também restaurador, e dele depende a integridade física dos objetos.
A segurança é um aspecto fundamental para os museus e os acervos, seja pela responsabilidade de guardar e conservar objetos valiosos e frágeis, seja pelo risco de manipular, transportar e expor esses objetos em locais para públicos diferenciados.
Esse item requer equipe especializada e uso de tecnologias de monitoramento em tempo integral.
Estejam guardados, em trânsito ou expostos, os objetos exigem condições especiais de controle climático, de luz, de ruídos, de higiene, de embalagem e de segurança física contra quedas e até vandalismos.
Geralmente, para transportar e expor objetos raros e de valor é exigido um seguro contra danos de diversas naturezas, desde incêndio e furto até catástrofes naturais. Os valores desses seguros são expressivos.
Clique no link e saiba mais sobre o trabalho pra conservador: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon457/docs/a07_t11.pdf
9 O historiador
Nas aulas anteriores  você já aprendeu que os museus são instituições sócio-históricas, e por isso mesmo o historiador é um profissional-chave e que atua em diversas situações.
Pelas características da sua formação acadêmica, esse profissional atua desde a concepção até as pesquisas de vários tipos que são necessárias para se realizar uma ação museológica.
Mas lembre-se: ele não atua sozinho. Como os demais, ele faz parte de uma equipe. Vamos entender?
Imagine uma exposição ou um evento maior em que estarão em ação várias expressões culturais: cinema, teatro, música, visitas guiadas, programas educativos, oficinas de criação, rodas de leitura, etc., em que se decidiu trabalhar sobre um tema – geralmente histórico, em se tratando de museus –, abordado das formas mais diferentes e criativas usando as tecnologias de informação e comunicação.  Em todas essas expressões haverá uma pesquisa histórica.
Agora imagine os públicos e suas diversidades. Imagine os ambientes. Os lugares da cidade, os prédios e seus espaços, os monumentos e a própria história que serão revisitados e questionados nessa grande ação educativa.
Em todos esses segmentos – todos! – o historiador estará presente desde o início.  E ainda ao final irá documentar todas as fases do projeto e comentar os seus resultados na perspectiva sócio-histórica daquele momento, ou seja, vai criticar a importância daquela ação sobre a sociedade na atualidade e as transformações que produziu momento histórico presente.  Quer saber mais?
Provavelmente o historiador ainda irá transmitir para a comunidade científica os resultados das pesquisas que realizou através dos catálogos, sites, livros, revistas especializadas, palestras e aulas. Para o historiador, o museu é um mundo.
Leia o plano museológico do Museu da Abolição (Recife – PE), disponível aqui . Acesso em 12 fev. 2014. https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2011/07/planmuseoabolicao.pdf
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· Os principais conceitos usados na museologia contemporânea.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
· Aprendeu que num museu trabalham profissionais de diversas áreas de formação acadêmica, constituindo uma grande equipe multidisciplinar;
· Viu que nessa equipe cada um desempenha funções distintas em cada fase de um projeto museológico, e que essas funções estão interligadas;
· Aprendeu o tipo de trabalho que cada profissional realiza num projeto, e também que o historiador possui um papel fundamental nesse processo.
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MUSEOLOGIA
PRINCIPAIS CONCEITOS USADOS NA MUSEOLOGIA
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OLÁ!
Ao final desta aula, você será capaz de:
Relacionar e comentar os principais conceitos usados na Museologia.
 
Nesta aula, você vai conhecer os principais conceitos usados na Museologia e como eles se articulam entre si. Vai também conhecer os significados conceituais de fato museológico, musealização e patrimônio, e ainda dois conceitos atuais que estão sendo debatidos pela ciência museológica. Bons estudos!
1 O objeto museológico
Objeto museológico é o objeto institucionalizado, isto é, musealizado. É aquele que é selecionado para integrar o acervo de um museu. A partir daí, passa a ser atenção de um contínuo processo técnico, científico e administrativo que garanta a sua conservação, documentalidade e comunicação.
Esses objetos são selecionados por sua musealidade, ou seja, são valorizados como documentos. A eles é atribuído um significado. Portanto, esses objetos não são neutros. Possuem um sentido simbólico, afetivo e informacional.
Essa definição de objeto museológico remete ao conceito de musealização, ou seja, a atribuição de valores a objetos que, por suas qualidades documentais, afetivas e representativas, são selecionados para provocar o confronto do homem com a sua realidade. Realidade construída pelo próprio homem.
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Figura 1 - Monalisa
E esse confronto é "fabricado" no cenário museológico para ser pensado, discutido e entendido pelas pessoas. Assim, o museu permite que o público questione a sua própria realidade da forma como ela está sendo apresentada.
Para isso acontecer, é preciso que os museus não sejam usados como instrumentos de dominação ou de manipulação da informação, pois o exercício da cidadania e do livre pensamento crítico é a finalidade almejada pela disciplina museológica.
Os profissionais de museus trabalham na ótica da preservação do patrimônio cultural para construir e reconstruir a memória e a identidade – que não estão prontas em algum lugar do passado, esperando para serem resgatadas.
Elas devem ser preservadas e usadas pela sociedade como referências para refletir e agir sobre a realidade.
Portanto, a (re)construção da identidade cultural de um povo é baseada nas reflexões que esse povo faz sobre as suas realidades – passada e presente –, a partir do contato com o seu patrimônio cultural.
A musealização é o processo de escolha dos objetos, das práticas, dos símbolos e dos locais que representam esse patrimônio.
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Figura 2 - Obra de Pablo Picasso
2 O fato museológico
Entende-se por fato museológico – ou fato museal – a relação estabelecida entre o homem e o objeto em um cenário expositivo ou natural.
A exposição, como forma particular de comunicação museológica,

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