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Prévia do material em texto

Marcelle Pereira Raul Zibechi 
Pedro Pereira Leite 
 
 
 
 
 
 
Museologia insurgente 
e movimentos sociais 
 
 
Informal Museology Studies nº 20 
spring 2018 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 2 
 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Técnica: 
Informal Museology Studies 
Papers on Qualitative Research 
Issue 1 spring /2018 
Directory 
Pedro Pereira Leite 
ISSN – 2182-8962 
Editor: Pedro Pereira Leite 
Publisher: Marca d’ Água: Publicações e Projetos 
Redaction: Casa Muss-amb-ike 
Ilha de Moçambique, 
 3098 Moçambique 
Lisbon: Passeio dos Fenícios, Lt. 4.33.01.B 5º Esq. 
1990-302 Lisbon –Portugal 
 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 4 
 
 
 
 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 5 
Indice 
Museologia Insurgente e Movimentos Sociais ............................................... 7 
1. Relação entre Dignidade Humana e Meio Ambiente ..... Erro! Marcador não 
definido. 
1.2. A situação dos direitos humanos e outras ligações de reconhecimento 
às questões ambientais como questão do Desenvolvimento Sustentável . Erro! 
Marcador não definido. 
2. Normas de Direitos Humanos na Salvaguarda e Proteção Ambiental .... Erro! 
Marcador não definido. 
2.1. As obrigações processuais relacionadas com o ambiente ......... Erro! 
Marcador não definido. 
2.2. Obrigações substantivas sobre o ambiente ...... Erro! Marcador não 
definido. 
3. Implementação da Teoria dos Direitos Humanos à Proteção Ambiental Erro! 
Marcador não definido. 
3.1. Questões Constitucionais relacionadas com o Direito ao ambiente 
saudável ................................................. Erro! Marcador não definido. 
3.2. Boas práticas nos procedimentos do direito ambiental substantivo
 Erro! Marcador não definido. 
3.3. Boas Práticas para proteger grupos vulneráveis em situações 
ambientais .............................................. Erro! Marcador não definido. 
4. Teoria Decolonial por Marcelle Pereira ........ Erro! Marcador não definido. 
5. As Lutas dos Movimentos Sociais na Iberoamérica segundo Raul Zibechi
 Erro! Marcador não definido. 
6. Estudos de Museologia Insurgente ........................................................ 8 
Desafios para os museus em 2018 ........................................................ 8 
Museu: De instituições a casas da poesia ............................................. 12 
A Lei-Quadro dos Museus Portugueses Limites e Potencialidades ............ 14 
Políticas Culturais Públicas para Comunidades Urbanas Sustentáveis ....... 19 
Sobre Políticas Culturais Públicas ........................................................ 24 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 6 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 7 
 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 8 
Museologia Insurgente e Movimentos Sociais 
 
Neste número dos Informal Museology Studies publicamos um conjunto 
de textos sobre a relação da Museologia Social com os movimentos sociais na 
busca do que podermos considerar uma “Museologia Insurgente”. Já num 
número anterior (nº 5, 2014) havíamos trabalhado questão dos movimentos 
socias na contemporaneidade. Agora regressamos procurando trabalhar a partir 
de prespetiva inovadoras. Num primeiro texto com um curso bres sobre a 
relação entre o ambiente na prespetiva da dignidade humana e dos movimentos 
sociais. De seguida apresentamos um texto seminal para a constituição duma 
reflexão sobre a Museologia Insurgente. Trata-se do capítulo da tese de 
doutoramento de Marcelle Pereira sobre “Museologia Decolonial”. De seguida 
apresentamos um texto sobre as lutas dos movimentos sociais na américa do 
sul por Raul Zibechi. É indubitável que as américas estão a produzir 
conhecimentos e movimentos sociais inovadores. Nos primeiros anos do milénio 
em vários países do continente sul americanos, concretizaram-se várias 
experiencias inovadoras. Temos vindo a procurar seguir esses movimentos a 
partir da sua conexão com os processos museológicos. Analisar os processos 
museológicos na sua adequação ao mundo contemporâneo. 
Finalmente regressamos a uma produção mais reflexiva sobre a 
realidade portuguesas. O texto “Estudos de Museologia Insurgente” procura 
trabalhar questões de atualidade portuguesa. 
Corrymeela, janeiro 2018 
Pedro Pereira Leite. 
 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 9 
Estudos de Museologia Insurgente 
Pedro Pereira Leite 
Conjunto de Textos trabalhados no blog Heranças Globais entre abril e março 
de 2018. É constituído por 4 textos 
 Desafios para os museus em 2018 
 Museu: De instituições a casas da poesia 
 A Lei-Quadro dos Museus Portugueses Limites e Potencialidades 
 Políticas Culturais Públicas para Comunidades Urbanas Sustentáveis 
___________________________________________ 
Desafios para os museus em 2018 
Quando nos últimos dias do ano escrevi nesta lista uma interrogação 
sobre o balanço para os museus portugueses em 2017, nada escrevi. 
Nada melhor que o vazio para, metaforicamente, escrever sobre o que se 
passa na vida dos museus. Foi um risco assumido. É suposto o arquivo 
passar rapidamente e olhar para o ano que se segue. 
Agora, no primeiro dia do ano. Que prespetiva? Que agenda? 
No ano anterior nada de relevante, não significa, que nada tenha 
acontecido. Assim de repente lembro-me de várias polémicas. A questão 
do vandalismo de Foz Côa e das pedras danificadas em Tomar. Várias 
audiências no parlamento. Várias iniciativas no parlamento, para debater 
a cultura e o orçamento para a cultura. (foi arduamente negociado, 
agendas acertadas). Nada de relevante parece vir a ser anunciado. Já 
não se fala em reversões, porque o tempo para isso já passou. A 
desconcentração administrativa ainda não está esquecida. Ficou em 
banho-maria. Irá certamente ser retomada neste ano que entra, 
As organizações da cultura e dos museus também não construíram uma 
agenda comum, o que significa que os seus interesses particulares, 
certamente legítimos, são superiores a um hipotético interesse comum. A 
diplomacia sabe bem gerir os interesses contrários, e não tem sido 
difícil, através de pequenas concessões a pequenos grupos ir 
consolidando realidades. Talvez o Pedro Cardoso Pereira tenha mesmo 
razão, quando conclui que estas instituições já não têm uma 
correspondência com a realidade do património. Tendo a dar-lhe razão. 
Estas instituições já não nos servem. 
No entanto elas existem. Consomem recursos. Serve grupos de 
interesses. Temos portanto o imperativo ético de questionar. 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 10 
Vejamos algumas questões: 
1. A Rede Portuguesa de Museus. A menina dos olhos a museologia lusa. 
Vamos ver o que faz: dizem-nos: a Credenciação, a formação e a 
comunicação. 
Credenciação: Já por várias vezes aqui escrevemos sobre o absurdo da 
ideia da "credenciação" duma "rede" no panorama museológico 
português. Em primeiro lugar ou é uma rede ou um sistema. A diferença 
é saber que dirige. Nesta rede ninguém tem dúvida que é da Ajuda que 
se procura dirigir. Resultado entre quer controlar e mandar, tanta 
"autoridade" leva a que o mais importante se escape por entre os dedos. 
Os seja o panorama museológico português é hoje diferente do que essa 
rede define. Ela não inclui realidades que ela própria defende. Ninguém 
parece muito preocupado por se desconhecer o que é um museu. O 
observatório das atividades culturais poderia suprir essa deficiência, mas 
é melhor que não se fale dele, paramelhor proteger os pequenos lugares 
de poder. 
Vejamos um exemplo: O núcleo museológico da Baixa da Banheira, na 
Moita, margem esquerda do Tejo, áreas metropolitana de Lisboa. Não 
consta que seja reconhecido na RPM (na página da DGPC nem existe 
uma referencia quais são os museus). Trata-se duma organização da 
comunidade, com um acervo etnológico, relacionada com a comunidade 
local e suas migrações. Organiza atividades na comunidade. algo que se 
poderá enquadrar no Inventários do Património Imaterial. Abre quando é 
necessário a acontecem coisas quando é necessário. Podemos que tem 
uma gestão sustentável. Os senhores da Ajuda estão-se certamente nas 
tintas paras estas realidades que estão á porta das pessoas. Não conta 
que a Baixa da banheira seja um destino turístico emergente. tudo leva a 
crer que assim permanecerá, a menos que a Diversidade Cultural do Vale 
da Amoreira venha a ganhar destaque. Desprezível não é? Mas saberão 
os meus caros amigos que os músicos mais ouvidos do nosso país são 
daí. São mais ouvidos que o Tony Carreira na Antena 1. Pois se 
continuamos a seguir os discos mais pedidos na radio do estado, nunca 
conheceremos esse "outro" real que a mudança do paradigma 
tecnológico transporta. (Aqui está uma boa oportunidade para os nossos 
bons amigos do ISCTE que agora apresentam um novo doutoramento 
em Antropologia: Políticas e Imagens da Cultura e Museologia, enviaram 
estudantes para se dedicarem recolha etnográfica do património 
imaterial). 
Em relação à comunicação? 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 11 
O boletim ficou-se por 2011. Sete longos anos sem comunicação na 
Rede. Ainda haverá comunicação na rede? Pelas notícias que vamos 
tendo é lenta. Este ano, por despacho do ministro foram irradiados da 
rede o Museu do Brinquedo em Sinta e o Museu da Cortiça de Silves. 
Vários anos depois de deixarem de existir. Estamos conversados. Será 
que há gente a comunicar na rede? 
E em relação à formação? 
Continuou a fazer-se neste últimos anos, dando continuidade a uma das 
"linhas estratégicas" da rede, "que tem por objetivo contribuir para a 
qualificação do tecido museológico nacional", apresentaram em 
2017"mais um programa de formação dirigido a profissionais de museus, 
dando prioridade a técnicos de museus que integrem a RPM". Pode-se 
ver que foi um programa que não sofreu interrupções. Ma vejamos, o 
programa feito por uma instituição pública, que tem como objetivo 
contribuir para a qualificação de "todos" , acaba por ser 
fundamentalmente dirigida para quem é da rede. Ora aqui há uma 
contradição entre os fins públicos a que se obriga com as práticas 
provadas que aplica. E ainda por cima, trata-se duma formação que é 
paga pelos formandos. algume sabe como é pensada a oferta. Porque 
razão ela está muito distante das funções museológica e apenas aborda 
funções particulares. Num serviço público qualquer atividade desta 
natureza deveria ser alvo dum prcedimento concursal. Se não não é 
publico. E não sendo público é privado. Dos membros da rede. Não é que 
estas coisas sejam feitas fora da lei. Mas já vai sendo tempo de serem 
transparentes. 
2. O problema da transparência dos atos administrativos da cultura será 
um outro problema. 
As políticas culturais atuais já não podem ser feitas pelos iluminados nos 
gabinetes palacianos. O atual paradigma da boa governação exige 
implicação dos "governados" ou dos interessados, na concepção e 
execução e avaliação das políticas. Os atuais mecanismos de 
participação, elitistas, de geração novecentista, mortram-se claramente 
desadequados aos tempos que vivemos, embora permenencam 
adequados aos interesses que representam. 
O desafio é sabermos se eles se irão manter, ou as organizações 
culturais e associações do património se conseguem reinventar. 
3. O problema do Observatório das Atividades Culturais. 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 12 
Trata-se duma questão que acabou por saír da agenda. Mas o 
observatório em sí não é um objetivo (ou pelo menos um lugar do poder, 
como ele foi quando os sociólogos tomaram conta dele). O objetivo é 
encontrar mecanismos de reconhecer a realidade. O que está a 
acontecer, aonde e com que protagonistas. Para quê? Para desenhar 
propostas políticas para os problemas. E questões de relevância 
identificados. Não se trata de olhar para um sistema ordenado, mas 
saber ler um processo em transformação. É fácil de perceber que 
continuará fora da agenda. Ninguém quer que essa realidade seja 
escortinada. É o modo de asseguar que não se levantam problemas. 
Trata-se duma variante da política da avestruz, de contornar os 
problemas em vez de os enfrentar. 
4. As questões dos direitos ao património e à cultura. 
É quanto a mim a questão emergente nos próximos tempos. Se como o 
meu bom amigo Pedro Cardoso Pereira afirma, e se tiver com isso razão, 
o que é hoje património (ou melhor o que é categorizado como 
património nas instituições), o que sucede ao corpo de direitos de 
deveres que ele transporta. ? 
Tentarei ir refletindo isto nos próximos tempos, se o engenho e o tempo 
assim me permitirem. 
Para já podemos ir-nos insurgindo com as nomeações. É tempo de 
democratizar a administração pública para que as políticas públicas para 
acultura possam ser efetivamente públicas, escrutináveis e avaliadas 
pela comunidade da cultura. 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 13 
Museu: De instituições a casas da poesia 
 
Em outubro de 2017, nas jornadas de outono do ICOM Portugal, realizada em 
Évora discutiu-se a atualidade da Lei Portuguesa de Museus. Dele se deu uma 
notícia no site do ICOM Portugal. (http://icom-
portugal.org/2017/11/24/jornadas-de-outono-2017-resumo/). 
Em síntese, como já noutros postais referi, a opinião da “comunidade” 
museológica do ICOM, é de que a aprovação da lei foi um fator positivo, 
embora as dinâmicas atuais tenham vindo a levantar alguns problemas. 
A questão, para os profissionais dos museus parece estável. O museu continua 
a ser a tal "instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade 
e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, 
investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu 
entorno, para educação e deleite da sociedade". Trata-se duma definição que 
está vertida no texto da Lei e que coincide com a definição que é adotada pelo 
próprio ICOM 
Ora esta definição, como todas as definições sobre as instituições são narrativas 
socialmente construídas. São usadas pelas sociedade enquanto são úteis. O 
conceito de museu, ou a definição sobre o que é um museu varia no tempo e no 
espaço. Assim, por exemplo o Instituto Brasileiro de Museus definio, em 2010, 
na altura me que foi criado que: “Os museus são casas que guardam e 
apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuições que ganham corpo 
através de imagens, cores, sons e formas. Os museus são pontes, portas e 
janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes. 
Os museus são conceitos e práticas em metamorfose." 
Notícia em arquivo no IBRAM: 
(http://www.brasil.gov.br/cultura/2010/01/instituto-brasileiro-de-museus-
apoia-trabalho-das-instituicoes) 
“Os museus são casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, 
pensamentos e intuições que ganham corpo através de imagens, cores, sons e 
formas. Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, 
tempos, culturas e pessoas diferentes. Os museus são conceitos e práticas em 
metamorfose." 
(http://www.brasil.gov.br/cultura/2010/01/instituto-brasileiro-de-museus-
apoia-trabalho-das-instituicoes) 
Atualmente o mesmo IBRAM suavizou a radicalidade poética com um texto que 
não deixa de procurar capturar a uma situação que presente na comunidade 
ibero americana: 
http://icom-portugal.org/2017/11/24/jornadas-de-outono-2017-resumo/http://icom-portugal.org/2017/11/24/jornadas-de-outono-2017-resumo/
http://www.brasil.gov.br/cultura/2010/01/instituto-brasileiro-de-museus-apoia-trabalho-das-instituicoes
http://www.brasil.gov.br/cultura/2010/01/instituto-brasileiro-de-museus-apoia-trabalho-das-instituicoes
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 14 
“No universo da cultura, o museu assume funções as mais diversas e 
envolventes. Uma vontade de memória seduz as pessoas e as conduz à procura 
de registros antigos e novos, levando-as ao campo dos museus, no qual as 
portas se abrem sempre mais. A museologia é hoje compartilhada como uma 
prática a serviço da vida. O museu é o lugar em que sensações, ideias e 
imagens de pronto irradiadas por objetos e referenciais ali reunidos iluminam 
valores essenciais para o ser humano. Espaço fascinante onde se descobre e se 
aprende, nele se amplia o conhecimento e se aprofunda a consciência da 
identidade, da solidariedade e da partilha. Por meio dos museus, a vida social 
recupera a dimensão humana que se esvai na pressa da hora. As cidades 
encontram o espelho que lhes revele a face apagada no turbilhão do cotidiano. 
E cada pessoa acolhida por um museu acaba por saber mais de si mesma” 
(http://www.museus.gov.br/os-museus/) 
Trata-se duma definição poética, argumentarão os mais cépticos. Mas nela está 
contida o princípio de transformação. As instituições, tal como as pessoas e os 
pensamentos são processuais. E as leis, como todos sabemos, resultam de 
compromissos possíveis num dado tempo. 
Ora se a questão parece continuar estável em Portugal, o mesmo não se passa 
no “mundo dos museus”, onde o que é um museus está a ser discutido. Veja-se 
por exemplo o que está a ser discutido no ICOFOM, onde até foi publicada um 
pequena resenha do debate, que foi apresentado em Paris, em junho do ano 
passado. 
(http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/icofom/images/
LIVRE_FINAL_DEFINITION_Icofom_Definition_couv_cahier.pdf), que foi 
apresentado em Paris, en junho do ano passado. 
Em outubro foram feitas discussões em Beijing e Buenos Aires, em Novembro 
no Rio de Janeiro e finalmente na Escócia, no âmbito do encontro do EULAC. 
Tratam-se de cinco reuniões que podemos acompanhar. 
(http://network.icom.museum/icofom/meetings/previous-conferences/defining-
the-museum/) 
Estamos portanto num momento de discussão e continuar a considerar a ideia 
de museu é estável é perdermos uma importante oportunidade de debate e 
com isso de correr o risco de aumentar a distância em relação ao que a 
sociedade necessita para representar as suas memórias e sua diversidade 
cultural. Deixar a cabeça enterrada não vai resolver a questão, e também já 
verificamos que o ICOM Portugal não irá mais longe do que já foi. 
 Será a comunidade museológica capaz de se mobilizar? 
 O desafio para debater esta questão está feito! 
 Querem os museus portugueses ser instituições ou casas de poesia? 
http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/icofom/images/LIVRE_FINAL_DEFINITION_Icofom_Definition_couv_cahier.pdf
http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/icofom/images/LIVRE_FINAL_DEFINITION_Icofom_Definition_couv_cahier.pdf
http://network.icom.museum/icofom/meetings/previous-conferences/defining-the-museum/
http://network.icom.museum/icofom/meetings/previous-conferences/defining-the-museum/
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 15 
A Lei-Quadro dos Museus Portugueses Limites e Potencialidades1 
A Lei nº 47/2003 de 27 de outubro, conhecida como “Lei dos Museus” é 
defendida por um conjunto de vários profissionais ligados aos museus 
nacionais. Podemos dizer que é o resultado do esforço duma geração, aprovado 
por unanimidade na Assembleia da Republica. Esforço duma geração que chega 
ao mundo dos museus com a democracia e com a criação dum forte movimento 
de vitalização dos museus locais. A unanimidade da suas aprovação significa 
que em torno dela se gerou um grande consenso. Tratou-se duma lei discutida 
e consensualizada. 
Todavia, a questão que se coloca é se ela serve os museus portugueses. 
Devemos, ao fim de 15 anos fazer um exercício de avaliação da aplicação da lei 
e entender se em que medida e útil, se está operativa e se é significativa para 
os vários atores. 
Temos vindo a defender que apasar dessas virtudes, os seus defeitos são hoje 
muito evidentes. Ela não é aplicável á maioria dos museus portugueses, que em 
2017 totalizava, segundo dados do INE o nº de 430, sendo que deles 18 são 
nacionais. 
 Nº de Museus em Portugal (2017) 
Museus de arte 91 
Museus de arqueologia 45 
Museus de ciências naturais e de história natural 9 
Museus de ciências e de técnica 33 
Museus de etnografia e de antropologia 61 
Museus especializados 55 
Museus de história 51 
Museus mistos e pluridisciplinares 62 
Museus de território 16 
Outros museus 7 
Total 430 
Quadro 1 – nº de Museus em 2017, dados das estatísticas da cultura em 2017 
A desadequação das suas normas e das suas disposições é notória. Como tal a 
política museológica portuguesa carece de uma linha de orientação que 
efetivamente concretize a função social dos museus e permite seguir as 
recomendações da UNESCO aprovadas em 2015. Ante disso façamos uma 
análise apoiado no trabalho de Manuel Bairrão Oleiro2 
Contexto da Lei 
No início do milénio, há um contexto positivo para a aprovação duma Lei de 
base para os museus portugueses. 
 
1 Estudo exploratório publicado no blog Global Heritage em abril de 2018 
2 Notas do Encontro de Outono do ICOM, 2017 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 16 
Em vários debates promovidos nos anos 90, face ao crescimento da visibilidade 
dos museus locais, vários profissionais da área da museologia defenderam uma 
proposta sobre a necessidade de regular as atividades dos museus públicos 
através duma lei-quadro para os museus. É relevante para estes debates as 
propostas da Associação Portuguesa de Museologia que tinha desenvolvido 
várias iniciativas, de discussão sobre o setor, bem como as atividades do 
MINOM Portugal, que no final dos anos oitenta e durante a década de noventa, 
desenvolvem vários trabalhos em museus locais. 
Várias iniciativas3 de debate deram nota da necessidade duma lei para os 
museus portugueses. Apesar da aprovação da Lei do património Cultural em 
1985 (Lei 85/1985) e da sua Lei de Bases em 2001 (Lei 107/2001 que 
“Estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do 
património cultural”) os museus não tinham uma Lei-quadro. 
A lei de 2001 refere a necessidade de regulamentaram as redes os museus, em 
conjunto com as bibliotecas e arquivos, bem como a necessidade de 
regulamentar algumas atividades de conservação nos museus.4 
A criação do Instituo Português dos Museus, em 2001, onde pela primeira vez 
se verifica a separação entre as questões dos museus e do património. O IPM 
dá corpo a uma reivindicação de valorização dos museus portugueses, que nos 
anos 80 e 90 haviam aumentando como cogumelos, muitos deles por iniciativas 
das autarquias locais. Havia no início do milénio a consciência da necessidade 
de valorizar os museus nacionais e museus locais. 
A partir dos inícios dos anos 90, as universidades passam a oferecer uma 
formação qualificada na área da museologia. A extinção dos cursos de 
conservadores de museus, tinha deixado este setor profissional sem formação, 
que por tradição em Portugal é uma formação Pós-graduada. 
A criação do observatório das atividades culturais, em 1999 tinha promovido o 
1º Inquérito aos Museus Portugueses, o que deu um primeiro olhar de conjunto 
sobre o que eram e em que situações se encontravam os museus portugueses. 
No ano 2000 é criada uma Estrutura de Missão, para o projeto da Rede 
Portuguesa de Museus. No sei se foi esta estrutura deprojeto que começou na 
prepara-se a Lei-quadro. Mas nela forma definidos os objetivos para integrar a 
Lei: 
 Regime jurídico comum aos museus portugueses 
 Normas de rigor e técnicas 
 Direitos e deveras das entidades proprietárias dos museuus 
 Prever a inclusão no quadro da lei, da figura das coleções publica e 
privadas de objetos patrimoniais visitáveis 
 
3 Referenciar atividade no museus até 2000 
4 Ver a questão do direito da cultura 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 17 
 Definição do papel da Rede Portuguesa de Museus 
A discussão sobre a Lei quadro envolveu, na altura um processo de participação 
das associações de profissionais, da associação de municípios, das 
universidades com especialidade em museologia. 
Foi então criado um Conselho Consultivo +ara os museus, que foi entretanto 
substituído pela secção dos museus no Conselho Nacional de Cultura. 
O projeto foi acarinhado pelo governo da época, que apoio o ante-projeto, 
aprovou em CM e é reenviado para a Assembleia da Republica, onde é aprovado 
por larga maioria e consenso. Houve algum cuidado na proeparação da Lei-
Quadro e uma preocupação da sua adequação às políticas da UNESCO e do 
ICOM. 
A nova Lei para os museus vem substituir a lei de datava dos anos 60, e que se 
encontrava desadequada. 
Estrutura da Lei-Quadro 
A nova Lei-quadro está estabelecida no quadro dos valores do primado da 
pessoa, da cidadania responsável, dos direitos humanos, na prespetiva do 
serviço público e participação da comunidade. Para além disso prevês a 
coordenação das políticas culturais com as várias áreas de governação conexas, 
como seja a educação a ciência. Tem uma preocupação de definir boas práticas 
profissionais, de assegurar o acesso à informação e identificação das fontes, 
apoia a cooperação internacional e defende a descentralização e o acesso aos 
bens culturais. 
A Lei-quadro define as boas práticas para os museus ao definir o que deve ser 
feito e como deve ser feito no museu. Define as tarefas que são feita pelos 
museus e que tipo de recursos humanos, materiais, financeiros, de instalações. 
A Lei-quadro estabelece direitos e habilitações para os profissionais de museus. 
Define as condições da visita e as condições e questões do acesso a bens que 
estejam em reservas técnicas. A Lei estabelece também a regulação da 
propriedade dos bens em museus e os direitos e deveres dos seus proprietários. 
A Lei apresenta nesta questão uma inovação, porque responsabiliza o 
proprietário pela gestão dos bens patrimoniais. Também estabelece o princípio 
da fusão de museus e incorporação de coleções. 
A criação de novos museus é livre, dentro dos princípios da Lei. Não estabelece 
contudo a necessidade de que um novo museus tenha que ter um programa 
museológico. A realidade dos museus tem vindo a alterar-se. Por exemplo a 
ideia que um projeto de arquitetura para um museu deveria ter por base um 
programa museológico, deveria estar contemplado na Lei. 
A questão da Rede Portuguesa de Museus 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 18 
A rede desenvolve um papel relevante: A credenciação dos museus por parte 
da administração central. Mas a rede não se tem vindo a ajustar às novas 
dinâmicas nos museus. Há museus nacionais que passaram por processos de 
regionalização que não estão avaliados. 
Há algumas normas que estão previstas na Lei que nunca foram aplicadas. Por 
exemplo os núcleos de museus, a legislação sobre o enquadramento de 
coleções, as políticas de descarte de coleções. Há sobretudo, do ponto de vista 
legislativo falte de regulamentação. A lei não defina as questões financeiras, o 
que faz com que os museus vivam sem orçamentos próprios, não define uma 
política de recursos humanos e de crescimento. Não estão previstos indicadores 
de qualidade para o trabalho nos museus. Não há uma política para os públicos 
e para as questões educativas, sempre vistas como menores dentro dos 
museus. 
Os atuais problemas com a aplicação da lei-quadro deriva da escassez de 
recursos humanos qualificados, da ausência de renovação dos quadros e da 
ausência de olhares diferenciados. 
Para o desenvolvimento da política museológica nacional seria necessário 
pensar que a extinção do OAC não foi substituída por outro organismo de 
disgnóstico da realidade museológica. Não há estudos de evolução sobre os 
públicos nas suas diferentes áreas. Na atualidade, a fusão de duas áreas, a do 
património e a dos museus, na Direção Geral do Património Cultural, levou a 
uma predominância das questões do património, e as estruturas dos museus 
foram desarticuladas. A descentralização poderá levar a novas vias. 
Finalmente a lie prevê, de forma diminuta, a participação das estruturas das 
associações de amigos dos museus. Poderá ser um novo caminho a a 
desenvolver na medida em que a Direção Geral do Património Cultural não 
consegue reunir recursos humanos qualificados para os museus. Finalmente o 
fim do programa de requalificação de museus “o Pró-museus” deixou de existir 
e não há um programa para valorizar os museus. Os museus estão sem runo e 
torna-se necessário valorizar os museus no âmbito do Ministério da Cultura. 
Museologia Pública para a cidadania e a Função Social dos Museus 
Os museus devem ter um compromisso com a sociedade. A sua função social 
visa disponibilizar o conhecimento museológico para a sociedade, por via da 
apresentação de narrativas e a inclusão das comunidades que serve. Devem 
produzir conhecimento com a sociedade e a partir da sociedade. Fazer 
museologia social implica desenvolver planos de participação das comunidades. 
Para criar uma política cultural publica, aberta é necessário pensar em 
diferentes conceitos: 
• Redes abertas de cultura e ciência 
• Acesso e participação cidadã 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 19 
• Investigação e inovação criada a partir dos problemas da 
sociedade 
• Integração das dinâmicas da sociedade nas pesquisas 
Para criação duma política museológica participada é necessário ter uma visão 
alicerçada na cidadania, na capacidade de trabalhar em conjunto e na 
possibilidade de apropriação dos processo pelas comunidades. A produção de 
valor pelos processos museológicos implica a partilha do seus conhecimento e 
dessiminação pela sociedade. Nesse sentido a Lei quadro deveria apresenter e 
trabalhar conceitos que dela estão ausentes. Apenas alguns exemplos: o 
Envolvimento das comunidades, a questão da função social e da 
responsabilidade social dos processos museológicos. Os níveis de participação 
cidadão (passiva, de interpretação, consulta, colaboração, co-gestão). As 
associações de defesa do património e amigos dos museus são parceiros da 
criação de estratégias. 
Para desenvolver uma política museológica participada, com base na função 
social dos museus e na cidadania, é necessário que a estratégia museológica 
nacional, e a sua lei, que em vez de Lei quadro, se deveria chamar Lei de Bases 
da política museológica deveria partir dum mapeamento dos processos, da 
visibilização das boas práticas e pela disseminação do conhecimentos 
alcançado, em colaboração com as universidades. 
É necessário criar uma agenda conduzida pela sociedade. Uma agenda 
emancipatória e deixar de vez as agendas conduzidas pelos especialistas, 
pensadas centralmente. É necessário valorizar os processos e conhecimentos 
produzidos localemente e validar a relevância da sus extensão A função social 
concretiza-se quando os processos museológicos se tornam processos criativos 
produtores de inovação social. 
 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 20 
Políticas Culturais Públicas para Comunidades Urbanas Sustentáveis 
Pedro Pereira Leite5 
A questão urbana é um dos maiores desafios societais do século XXI. O 
crescimentourbano tem sido constante prevê-se que se intensifique. Pela 
primeira vez, na história da humanidade, mais de metade da população 
humana viva em cidades e até meados deste século esse número deverá situar-
se em cerca de 70% da humanidade a viver em cidades. Portugal e em 
particular a sua Região Metropolitana de Lisboa e Porto estão envolvidas nesta 
dinâmica. 
Entre os vários desafio que as áreas urbanas vão enfrentar neste segundo 
quarto de milénio, há duas que pela sua complexidade se destacam. A questão 
energética e a questão das alterações climáticas, serão problemáticas que vão 
influenciar profundamente a vida urbana. As cidades vão necessitar de mais 
energia e de criar infraestruturas resilientes. O relevante crescimento urbano 
nos próximos anos e a necessidade de enfrentar a transição energética e 
preparar as infra-estururas urbanas para os impactos previstos com as 
alterações climáticas, significa que esse desafio será sobretudo um desafio 
urbano. Em Portugal, face ao seu padrão de distribuição demográfico e 
económico, esta problemática de complexidade será enfrentado sobretudo 
neste eixo atlântico entre Lisboa e Porto (porventura integrando as regiões 
galegas a norte). 
A resolução destes problemas serão fundamentalmente oportunidades que 
implicam, na sua resolução, a criação de comunidades sustentáveis. Ter como 
desígnio a criação de comunidades sustentáveis implica o desenvolvimento do 
paradigma da participação das comunidades e a sua auto-organização na 
identificação, promoção, concretização e avaliação das ações que são 
necessárias para a resolução dos seus problemas e induzir as mudanças. 
As comunidades destas áreas urbanas serão comunidades em mudança. É 
necessário não só uma nova forma de planeamento, pensada para a mudança, 
como sobretudo são necessários processos de planeamento urbano que incluam 
a compreensão da mudança da natureza das relações da comunidade no seu 
contexto, da sua história, da contínua recomposição do tecido social por via da 
transformação da sua vida económica, social e ambiental. A criação de 
comunidades sustentáveis constitui a ferramenta fundamental para aumentar a 
qualidade de vida das comunidades. 
Cidadãos capazes de refletir de forma mais profunda sobre as transformações 
sobre os seus próprios valores e formas de pensamento ficam mais aptos a 
responder de forma mais eficaz às mudanças em curso nas suas comunidades, 
a responder com resiliência a eventos e a desenvolverem processos de 
 
5 Contributo para a Estratégia Territorial 2030 de RLVLT, (março 2018) 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 21 
comunicação que permitem criar aumentar a coesão das comunidades. Para 
isso é necessário que os programas e projetos urbanos incluam nas suas ações 
medidas de mobilização da comunidade dos profissionais da educação 
patrimonial para mobilizar para promover uma transformação profunda nos 
modos de apropriação dos patrimónios, natural e cultural, pelas comunidades, 
para aumentar os seus níveis de participação no desenvolvimento de 
comunidades sustentáveis e resilientes. Nessa dimensão cultural, a vida urbana 
constituirá uma oportunidade para o desenvolvimento da inovação e a 
criatividades social 
O desafio urbano para criar comunidades sustentáveis poderá ser 
enfrentado se as cidades se conseguirem tornar laboratórios de 
conhecimentos. 
As Cidades como laboratórios de conhecimentos 
A necessidade de constituir comunidades sustentáveis relaciona-se com a 
necessidade de que o espaço urbano metropolitano de lisboa se envolva numa 
transição para áreas urbanas amigáveis, verdes, acessíveis, que promovam a 
inovação e a criatividade e o conhecimento. 
As ações culturais nas cidades promovem uma relação com os outros e a 
criatividade. As ações culturais mostram-se como ferramentas adequadas a 
desenhar cidades do futuro. As universidades terão um papel fundamental a 
desempenhar nestas ações. São lugares de aprendizagem, de trocas e de 
produção de conhecimento e grande criatividade. As cidades sustentáveis são 
cidades que terão universidades criativas. 
Algumas das questões que aqui colocamos destinam-se ao futuro da ação em 
cada comunidade. Como poderemos contribuir para as cidades sustentáveis a 
partir das universidades como centros produtores de conhecimentos e centros 
de partilha de responsabilidades urbanas implica responder a um conjunto de 
questões de relevância: 
 Como poderão as cidades desenvolver o uso misto dos espaços urbanos, 
incluindo áreas residenciais, de serviços, de lazer e ambientais? 
 Como poderão as comunidades e as universidades ajudar a desenvolver 
os centros de aprendizagem e de inovação? 
 Como é que o conhecimento relevante gerado nas universidades pode ser 
usado nas comunidades para criar cidades sustentáveis? 
 Como é que a ligação entre centros de inovação podem incrementar 
soluções entre lugares distantes, quer do ponto de vista social, quer do 
ponto de vista físico? 
 Como é que a colaboração entre centros de inovação e aprendizagem 
pode contribuir para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável, 
de inclusão social, prosperidade económica e conservação ambiental? 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 22 
Como criar inovação nas cidades 
A criação de centros de inovação na cidade implica pensar lugares para criar as 
soluções que o desenvolvimento sustentável necessita. Mas, mais do que isso, 
importa sobretudo ligar os centros de inovação em rede dentro do espaço 
urbano alargado. Pensar os centros de inovação com espaços de difusão e 
disseminação de boas práticas urbanas. 
As cidades do século XX foram cidades de desigualdade. Ainda hoje é possível 
identificar, na área metropolitana de Lisboa e na sua região de influência as 
áreas ricas e as áreas pobres e deprimidas. Neste espaço permanecem 
múltiplas fronteiras entre ricos e pobres. Há áreas urbanas nessa região que 
beneficiaram da modernidade e que se envolveram na globalização, ao mesmo 
tempo outros espaços e comunidade que ficaram submergidos nesta vaga da 
globalização. 
Um dos desafios do desenvolvimento sustentável nas cidades é acabar com as 
bolsas de pobreza. Acabar, não significa arrasar os espaços, mas trabalhar com 
as comunidades, para as valorizar e com elas reconstruir as ligações no espaço 
urbano, melhorado a condição urbana através de desenho amigáveis. 
Os espaços urbanos metropolitanos não podem ficar reféns dos tradicionais 
desenhos de regeneração ou requalificação, caros e de implementação muito 
lenta. É necessário trabalhar a partir das realidades atuais para desenvolver 
outros modelos. Um passo primordial é juntar a comunidade e definir que 
modelo se querem orientar o seu desenvolvimento para os próximos 20-30 
anos. Depois definir os passos que são necessários para lá chegar e identificar 
quais os recursos necessários para os alcançar. Identificar quem são as 
pessoas, empresa e aliados que podem contribuir para esse desejo. Entender 
que forças podem bloquear os desejos. 
Por exemplo, a questão do transporte é hoje fundamental. É necessário garantir 
que as pessoas podem ir e chegar a qualquer lado. É necessário pensar que nas 
novas economias, solidárias e de trocas, os espaços públicos devem ser 
partilhados e usados por todos. É necessário ter relações de vizinhança. As 
habitações não devem ser pensadas em termos de luxo, mas em termos de 
sustentabilidade. As unidades de vizinhança de pequena dimensão estimular as 
trocas. O rendimento social deve ser orientado para a economia e não para 
legitimar as riquezas de cada unidade familiar. As cidades do futuro devem 
evitar segregar e promover a inclusão social, o que constitui um objetivo de 
desenvolvimento sustentável. 
Há várias cidades onde esta requalificação do espaço público já está a 
acontecer. Os mercados ecológicos e de agricultura biológicacomeçam a invadir 
as cidades. Hortas urbanas, individuais e cooperativas ocupam espaços 
devolutos e mesmo jardins, reutilizando espaços na cidade. Hoje é possível ter 
produtos frescos, produzidos localmente em muitas cidades. Isso é um precioso 
instrumento de autonomia e soberania alimentar nas nossas cidades. 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 23 
Os centros das cidades estão a tornar-se laboratórios de cultura, são 
simultaneamente espaços residências, lugares de produção de arte, de encontro 
e sociabilidade. São espaços que usam as novas tecnologias de forma intensiva, 
lugares onde surgem novas iniciativas culturais, novas empresas e empregos 
criativos. Tudo isso é essencial aos espaços urbanos para ganhar densidade, 
revitalizar áreas urbanas e dinamizar a economia, com base em padrões de 
sustentabilidade. 
Lugares onde as pessoas não se deslocam de automóvel, onde superam as suas 
necessidades localmente, são lugares que estimulam a saúde pública global e 
promovem relações autêntica e trocas de experiencias com base na economia 
solidária. 
Em suma o desígnio de criar comunidades sustentáveis em cidades criativas 
serão espaços o modelo da vida com base no automóvel tem que ser 
ultrapassada para cidades com base no modelo do relacionamento humano. Par 
isso é necessário um espaço urbano de trocas de pequena e média escala, com 
serviços de proximidade ao invés de modelos de grande escala dependentes de 
sistemas de complexidade pouco flexíveis às mudanças. 
Para que esses modelo se possam efetivar é necessário um modelo de 
planeamento com base na partilha de recursos, onde os poderes públicos 
colocam à disposição da comunidade um conjunto de serviços, que que devem 
ser usados de por todos de acordo com as necessidades. As cidades criativas de 
inovação são cidades onde os poderes públicos desenvolvem uma economia que 
privilegia a gestão do bem-comum, que inverta as economias de posse e de 
propriedade que caracterizou o século XX. É necessário criar alternativas 
sociais, com base nas em relações pacíficas, com respeito pela dignidade 
humana, e ações de promoção da solidariedade e da equidade, e do ponto de 
vista ambiental, duma alternativa urbana que passa por um outro modo de 
relação com a natureza, com base na compreensão dos seus limites e na sua 
biodiversidade. 
A nossa casa e a nossa vida têm que mudar para que possamos sobreviver aos 
desafios do século XXI. As nossas cidades têm que estar preparadas para essa 
mudança. A economia partilhada com lugar para as pessoas. Cidade com 
bairros diversificados e inclusivos. A construção da justiça social e cognitiva 
implica mudança. Hoje temos que enfrentar essa mudança, constante e 
inevitável. Por via das novas tecnologias de informação e comunicação, a nossa 
sociedade vai enfrentar novos desafios. Sistemas inteligentes implicam 
sociedades mais inteligentes. Os modos de organização social terão que se 
ajustar. Sobretudo, o poder político terá que acompanhar a evolução da 
sociedade permitindo a emergência das novas centralidades que serão os 
lugares de inovação. Para a emergência duma economia criativa e de novas 
centralidades de inovação é necessário novos modelos de pensar a cidade e de 
desenhar a cidade. 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 24 
Os espaços urbanos do futuro serão comparados pela inovação que conseguem 
produzir. Cidades de inovação estão a surgir sobretudo nos lugares das velhas 
economias desenvolvidas. As velhas cidades industriais e de serviços, dos 
Estados Unidos, da Europa Ocidental, da Ásia Oriental são os lugares onde a 
inovação está a surgir. A região de Lisboa, com a sua industrialização tardia e 
imperfeita deverá assumir uma dinâmica que lhe seja própria. Aí terão lugares 
as novas universidades que estarão próximas de novos negócios criativos onde 
estudam novos estudantes que procura um acesso a um ensino criativo e 
produzir contributos para a sociedade, combinando a inclusão social, a 
produtividade económica e a sustentabilidade ambiental. 
Mas é necessário ter em atenção que as novas cidades criativas terão que ser 
cidades inclusivas. Cidades que incorporam novas tecnologias para todos. Os 
poderes públicos terão que garantir que os benefícios criados pela ciência 
cheguem a todos. As universidades são lugares onde toda esta incubação pode 
surgir. Será daí que irradiará para as comunidades, para as comunidades 
rurais. Será com as universidades e com as empresas que a elas se associem, 
que criem redes de conhecimento e pareceria para trabalhar sobre os 
problemas concretos dos diferentes territórios, do mar e da atmosfera, da 
comunidade local e da comunidade urbana, de grande e pequenos negócios. 
A cidade sustentável é uma cidade que contribui de forma ativa para a riqueza 
económica, para o bem-estar e prosperidade social, para a inclusão social num 
ambiente sustentável, com instituições democráticas e pacíficas. As cidades são 
o centro deste movimento de transição. 
A educação patrimonial em espaços urbanos tem vindo a desenvolver algumas 
ferramentas teóricas para as comunidades sustentáveis e produção de 
inovação social em espaços criativos. Tem vindo a procurar produzir 
Aprendizagens Transformadoras com base na Educação global e em 
Aprendizagens Sociais. Isso permite que as comunidades de aprendizagens 
desenvolvem uma reflexão crítica sobre as aprendizagens e sobre os 
processos de transformação cognitiva. Tem vindo a utilizar métodos de 
trabalho que +odem facilmente ser usada para ações de intervenção 
urbana, como seja o Co-desenho dos planos dos projetos de atividades e 
dos seus resultados pelos membros das comunidades com facilitação pelo 
museólogo, a implementação dos projetos com recurso à participação das 
comunidades e a trabalhos de disseminação pela comunidade, através da 
promoção de exposições e outras formas de comunicação participada que 
deverão ser mobilizadas nos contextos dos novos modelos de planeamento 
territorial. 
*** 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 25 
Sobre Políticas Culturais Públicas 6 
A análise das políticas culturais no tempo da globalização colocam vários 
desafios que importa clarificar antes de aprofundar a sua análise e partir 
para a formulação de questões orientadoras. 
Em relação á origem da história das políticas públicas da cultura é vulgar 
encontrar na análise várias abordagens. Salientamos três: a questão do 
“esclarecimento” ou iluminismo, a questão das “identidades nacionais”, e a 
questão do “mercado” 
Em relação ao primeiro, marcado pela dualidade elite/popular, que tem 
raízes no século XVIII, onde os senhores cultivavam a mente com o mesmo 
esforço com que os camponeses cultivavam o agro. Delimita o saber como 
ação das elites e o fazer como ação do povo. Tem como tensão essencial a 
questão da possibilidade da extensão do domínio do saber ao povo, por via 
da “educação” e do “acesso à cultura”. ´É uma problemática que surge no 
século XVIII, se mantém durante os dois séculos seguintes, quase sempre 
como um movimento que é conduzido pelas elites. Ao longo do século XX é 
questionado por via da educação popular, pela museologia social e pelos 
processos de participação das autonomias nómadas. 
O segundo modelo, da formulação das identidades nacionais, a tensão é 
marcada pela tensão da delimitação dos espaços de fronteira, pela inclusão 
versus exclusão do outro. Ganha relevância no século XIX e prolonga-se em 
grande medida pelo século XX, encontrando nas políticas públicas francesas, 
no ministério de André Malraux o seu exemplo paradigmático. É marcado 
pela formação identitária das modernas nações europeias, visível pela 
hegemonia das línguas nacionais, que se consolidam através dos processos 
de literacia, dando continuidade a áreas de influência religiosa ou de outras 
heranças e legitimidades territoriais. Opatrimónio é um dos campos de 
excelência da afirmação das identidades nacionais, com a preocupação da 
definição de identidades nacionais, estilos ou escolas nacionais, onde 
progressivamente se vão integrando os regionalismos e as particularidades 
locais. É um modelo que é fortemente questionado pela tradição anglo-
saxónica, que favorece as autonomias das comunidades locais. 
O terceiro modelo da dualidade público/privado que marca praticamente 
toda a segunda metade do século XX, com a UNESCO a constituir-se como 
centro de debate entre os modelos de implementação das políticas culturais 
públicas. O pós-guerra constitui-se como a época de ouro dos modelos das 
políticas culturais públicas, mercê da forte influência do modelo de 
planeamento central, implantado pela tradição francesa, acompanhado pelos 
 
6Texto- proposta para discussão sobre a construção duma agenda de pesquisa para 
Políticas Culturais Públicas para comunidades Urbanas Sustentáveis 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 26 
modelos de planeamento do leste e que se difundem para os novos países 
independentes em África. 
O processo de globalização e o colapso das políticas culturais do leste 
europeu levaram a dois interessantes fenómenos, aparentemente 
contraditórios, que marcam este nosso tempo: 
Na Europa e no mundo dito “desenvolvido” assistiu-se a uma clara 
diminuição da intervenção do estado na formulação de políticas culturais, 
tornando evidente a contradição entre políticas culturais e gestão da cultura. 
No primeiro o desígnio de intervenção sob o imperativo constitucional tende 
a ser substituído, nas práticas das organizações do estado, pela ideia de 
gestão de equipamentos e pelo fascínio do “empreendorismo cultural”. O 
papel do estado é exíguo nestas políticas culturais, remetendo-se a 
concessionar equipamentos e a distribuir apoios financeiros, demitindo-se 
de intervir no acesso universal através de políticas ativas de democratização 
da cultura. 
Por seu turno, na América do Sul e em alguns Estados Africanos assistiu-se 
a uma emergência de alternativas de práticas culturais emancipatórias, 
fortemente influenciada pela diversidade cultural, marcadas pelos processos 
de globalização, pela intensa comunicação e pelas ideias de redes que 
criaram políticas culturais públicas transversais. Modelo rebeldes que tem 
permitido olhar para modelos alternativos de políticas culturais públicas, 
como foi, por exemplo a política cultural brasileira dos “pontos de cultura” 
desenvolvidos por Celso Turino no Ministério de Gilberto Gil. 
Estes modelos servem-nos sobretudo para delimitar os problemas. Eles não 
existem individualmente, numa forma pura, mas vão-se sobrepondo em 
função dos jogos internos dos atores culturais. Serve-nos de base para 
procurar formular as bases o que se poderá constituir como uma agenda 
para as políticas culturais no século XXI, na europa e no sul global: 
Se as políticas culturais foram no passado importantes instrumentos de 
afirmação das identidades nacionais a sua atual menorização nas narrativas 
económicas, que derivam da impossibilidade de mensurabilidade do valor 
económico dos valores e da ética, tenderão a ganhar visibilidade como 
ferramentas de gestão do social, porque serão elas a dar sustentabilidade 
aos novos valores e ética que os desafios da sustentabilidade transportam. 
A questão da política cultural, embora ausente nas grandes narrativas sobre 
a europa e sobre o futuro das nações, tendem a ganhar espaço no campo da 
política internacional, pois é através delas que estão a ser feitas as leituras 
sobre a diversidade cultural, os direitos humanos, a dignidade humana, os 
princípios da educação, saúde, igualdade de género, inclusão social. A 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 27 
cultura e a política cultural tenderá a ser o instrumento operativo de 
políticas públicas inclusivas e participadas. 
A questão das políticas culturais estará sempre presente na análise dos 
processos e avaliações dos programas de desenvolvimento sustentável, 
tanto a norte como a sul. Será através dos grupos de cidadania, dos seus 
processos de organização, de decisão, de formação de redes colaborativas 
ou hierárquica que as ações poderão se implementadas com eficiência e 
durabilidade. O modelo cultural terá que se confrontar com o modelo do 
mercado para atuar como moderador de ações de competitividade. Os 
resultados dependerão dos modos como serão implementadas as ações e 
isso depende das condições em que cada agente atua. 
Finalmente, as políticas culturais estão presentes da formação dos novos 
média. Estes novos instrumentos de comunicação, interativos mobilizam 
redes e disseminam ideias. A captura dos normativos e princípios éticos está 
a ser influenciada pela forma como cada cultura atribui relevância a cada 
tópico disseminado nas redes. 
Por uma agenda de pesquisa em Heranças e Património Cultural 
 Valores e Património Cultural - por exemplo: o que conta como 
Património cultural, como ele é escolhido, como ele muda em sociedades 
cada vez mais diversas / plurais, como molda identidades, como e 
quando diferentes tipos de Património são reconhecidos, experimentados, 
abraçados, representados ou ignorado? 
 Conectando Pessoas com Património - por exemplo: como, por que e 
com que resultados as pessoas se envolvem com seu Património cultural 
e por que isso é importante para eles? Quais novas formas e 
oportunidades de envolvimento com o património estão emergindo (por 
exemplo, herança sensorial, jogos sobre o património)? 
 Património Cultural Sustentável - por exemplo: os paradigmas de 
proteção do Património que nos serviram bem no passado são 
igualmente aptos a responder aos desafios do futuro? Que novos 
paradigmas estão emergindo para gerenciar / governar / tomar decisões 
sobre / engajar / salvaguardar / adaptar nosso Património cultural em 
um mundo em rápida mudança? 
 Heranças futuras, novos usos / reutilização de Patrimónios e 
exploração do potencial de tecnologias digitais e outras - por exemplo: 
como podemos usar como recurso para o bem-estar cultural, social e 
econômico para além do turismo e da conservação? Como podemos 
apoiar o uso inovador do Património tangível e intangível, habilidades 
patrimoniais (por exemplo, artesanato) e pesquisa do Património? 
 Heranças intangíveis, emergentes, ocultas e contestadas - por 
exemplo: como as formas emergentes de herança futura podem ser 
identificadas de forma mais eficaz? Como as heranças intangíveis podem 
 
Informal Museology Studies, 20, spring - 2018 28 
ser conservadas e exploradas de forma mais sustentável no futuro? 
Como a pesquisa de artes e humanidades pode contribuir para processos 
que descobrem heranças "escondidas", redescobrir heranças "perdidas"? 
 Alterando as economias do Património - por exemplo: como a 
pesquisa pode enriquecer ainda mais experiências e encontros 
patrimoniais e reforçar a contribuição do Património para o crescimento 
da economia da experiência? Como podemos perceber melhor o potencial 
de pesquisa de Património interdisciplinar e colaborativo para inspirar 
criatividade e inovação que contribuam para a economia criativa? 
Heranças globais, desenvolvimento internacional e desafios globais - 
por exemplo: como as economias internacionais podem contribuir para o 
desenvolvimento internacional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
da ONU e / ou para o desenvolvimento de estratégias humanitárias ou 
humanitárias ou "diplomacia cultural"? Como a pesquisa pode orientar 
abordagens para enfrentar os desafios do Património criado pelo 
desenvolvimento internacional, globalização, urbanização rápida, mudanças 
climáticas e alta mobilidade? Qual o papel que a herança desempenha no bem-
estar das comunidades diaspóricas e deslocadas? 
 
 
InformalMuseology Studies, 20, spring - 2018 29

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