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Transformações do Nitrogênio Parte I: Mineralização e imobilização Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Microbiologia MBI 150 – Microbiologia do Solo Fonte: brasilescola.uol.com.br Transformações do Nitrogênio ❑ Nutriente essencial para todas as formas de vida. ❑ Em geral, é o nutriente mais limitante para o crescimento das plantas nos ecossistemas terrestres. Aminoácidos, proteínas, acúcares aminados, bases nitrogenadas, vitaminas, clorofila, hormônios, etc. Fonte: nue.okstate.edu/ Fonte: blog-crop-news.extension.umn.edu/ Conteúdo de N Faixa de Produtividade N extraído pela planta N removido pela colheita Cultura Planta inteira Removido pela colheita Kg t-1 t ha-1 Kg ha-1 Arroz 22 12 2-8 44-176 24-96 Milho 28 17 3-12 84-336 50-200 Trigo 29 20 2-6 58-174 40-120 Girassol 37 19 1,5-3,0 56-110 29-57 Amendoim 87 38 1,5-3,0 130-260 57-114 Feijão 86 35 1,0-4,0 86-344 35-140 Soja 90 60 2,0-4,0 160-360 120-240 Cana 1,4 0,9 80-200 112-280 72-180 Café - 34 1-4 - 34-136 Banana - 2,1 20-60 - 42-126 Laranja - 2,4 20-60 - 48-144 Maçã - 0,7 15-30 - 10-21 Fonte: Raij et al. (1997); IFA (1992) Ciclo do Nitrogênio no solo - Resumo Fonte: Cantarella et al. (2007) Entradas de N Saídas de N Fixação Fertilização Deposição atmosférica Transporte de solo (erosão) Desnitrificação Volatilização Lixiviação/runoff Perdas por erosão Processos que contribuem para o balanço de N no solo 2. Formas de Nitrogênio ❑ 98% do N-total encontram-se em formas não disponíveis: a. Rochas ígneas b. Rochas sedimentares c. Materiais fósseis ❑ Do N-disponível aos seres vivos, a maior parte encontra-se na atmosfera (N2 = 78% do ar; 3,9 x 10 15 t) ❑ O N presente no solo equivale a 0,0027% desse total; 2. Formas de Nitrogênio ❑ Do N presente no solo, 95-99% encontram-se na forma orgânica; ❑ Quanto maior for o reservatório de N, menos reativo ele será: → Ciclagem mais lenta ❑ Os menores reservatórios são os mais dinâmicos: Reservatório Tempo médio de residência N2 Milhares a milhões de anos N-orgânico Décadas N-biomassa de plantas Anualmente N-inorgânico Mais de uma vez por dia Reservatório Magnitude típica (faixa) (g m-2) N2 (Dinitrogênio) 1.150 (230-27.500) N orgânico 725 (100-3.000) N plantas 25 (1-240) NH4 + (Amônio) 1 (0.1-10) NO3 - (Nitrato) 5 (0.1-30) Tabela 1. Magnitude dos reservatórios de nitrogênio do solo.1/ 1/ Considerando-se até a profundidade de 1 m. Fonte: Sylvia et al. (2005) 2.1 Nitrogênio orgânico do solo ❑ Grande quantidade de compostos; muitos ainda não-identificados; ❑ Proteínas e aminoácidos; polímeros da parede celular microbiana e açúcares aminados; ácidos nucleicos, vitaminas, antibióticos e intermediários metabólicos; ❑ Caracterização do N-orgânico do solo: fracionamento por hidrólise ácida. Forma de nitrogênio Definição e método Faixa típica (% de N do solo) N insolúvel em ácido Em grande parte aromático. Corresponde ao nitrogênio que permanece no solo após a hidrólise ácida (HCl a 6 M). 10-20 N amoniacal NH4 + trocável mais N na forma de amida. A amônia é recuperada do hidrolisado por destilação, na presença de MgO. 20-35 N em aminoácidos N contido em proteínas, peptídeos e aminoácidos livres. Determinado no hidrolisado pela reação da ninidrina. 30-45 N em aminoaçúcares Parede celular microbiana. Amônia recuperado do hidrolisado por destilação, usando-se tampão fosfato-borato com pH 11,2, menos o nitrogênio amoniacal. 5-10 N hidrolisável não-identificado Em grande parte desconhecido, mas contém aminoácidos derivados da arginina, triptofano, lisina e prolina (grupamento amina em outras posições diferentes da ). N hidrolisável exceto o amoniacal + o contido em aminoácidos + o de aminoacúcares. 10-20 Fonte: Sylvia et al. (2005) Nitrogênio orgânico do solo Fonte: Sylvia et al. (2005) Nitrogênio orgânico do solo Fonte: Sylvia et al. (2005) 2.2 Nitrogênio inorgânico do solo ❑ São substratos, intermediários metabólicos, aceptores de elétrons alternativos ou produtos de muitas transformações biológicas; Composto Fórmula Estado de oxidação Forma no solo Amônio NH4 + -3 Fixado em argilas, dissolvido, como amônia gasosa (NH3) Hidroxilamina NH2OH -1 Não detectado. Dinitrogênio N2 0 Gás Oxido nitroso N2O +1 Gás, dissolvido Óxido nítrico NO +2 Gás Nitrito NO2 - +3 Dissolvido Nitrato NO3 - +5 Dissolvido Compostos inorgânicos nitrogenados presentes no solo Fonte: Adaptado de Stevenson (1982) 3. Amonificação ou mineralização N-orgânico → NH4 + ❑ Enzimas produzidas pela biomassa microbiana e por animais do solo. ❑ A produção final de amônio ocorre dentro da célula microbiana. MINERALIZAÇÃO DIRETA X MINERALIZAÇÃO INDIRETA 3. Amonificação ou mineralização Substâncias complexas Enzimas extracelulares Compostos nitrogenados simples (CNS) Enzimas intracelulares NH4 + NH4 +N-assimilado H2O, ATP Mineral. líquida CNS Composto de carbono Mineralização bruta 70 % Biomassa 30 %CO2 Imobilização 3. Amonificação ou mineralização “A amonificação, resultado da degradação microbiana de aminoácidos, açúcares aminados e ácidos nucleicos, é dirigida pelas necessidades de carbono e energia dos microrganimos heterotróficos do solo. Dessa forma, a amônia liberada como resultado da amonificação pode ser considerada um subproduto do catabolismo.” Importante: Cálculo da relação C:N crítica que determina a mineralização ou a imobilização do N ❑ Fungos constituem 2/3 da biomassa microbiana total do solo ❑ Fungos convertem cerca de 44 % do carbono de materiais prontamente decomponíveis em biomassa celular; assim, o coeficiente de rendimento é 0,44 ❑ Bactérias convertem cerca de 32 % do carbono de materiais prontamente decomponíveis em biomassa celular; assim, o coeficiente de rendimento é 0,32 ❑ Relação C:N da biomassa fúngica = 10 ❑ Relação C:N da biomassa bacteriana = 4 Cálculo da relação C:N crítica que determina a mineralização ou a imobilização do N ❑ Cálculo dos coeficientes de rendimento e da relação C:N médios da biomassa total: Y = (2/3) 0,44 + (1/3) 0,32 = 0,4 C:N = (2/3) 10 + (1/3) 4 = 8 ❑ Quanto de biomassa é produzido 100 g de carbono → 60 g de CO2 + 40 g de carbono da biomassa ❑ Quanto de N estará contido na biomassa microbiana? 40 g de carbono da biomassa : C:N de 8 = 5 g de nitrogênio ❑ Relação C:N crítica que o substrato deverá apresentar: 100 g de C : 5 g de N = 20 Evolução da relação C:N ao longo da mineralização % N C:N > 30 Imobilização C:N = 20-30 Equilíbrio C:N < 20 Mineralização C:N = 10-12 Estabilização Transformações do Nitrogênio Parte I: Mineralização e imobilização Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Microbiologia MBI 150 – Microbiologia do Solo Fonte: brasilescola.uol.com.br 3. Amonificação ou mineralização 3. 1 Decomposição de proteínas Proteína → Peptídeos → n-aminoácidos Proteases Peptidases ❑ O grupo amino (NH2-) dos aminoácidos é liberado pela ação de aminoácido- desidrogenases e de aminoácido-oxidases: Reação de desaminação ❑ Desaminação → remoção de aminogrupos (NH2-); Descarboxilação → remoção de grupos carboxila 3. Amonificação ou mineralização 3. 2 Decomposição de ácidos nucléicos RNA, DNA → Nucleotídeos → Nucleosídeos → Base nitrogenada Base + açúcar + P Base + açúcar Purina ou pirimidina Substratos Enzimas Produtos Proteínas Proteases Peptídeos, aminoácidos Peptídeos Peptidases Aminoácidos Quitina Quitinase Quitobiose Quitobiose Quitobiase N-acetilglicosamina Peptideoglicana Lisozima N-acetilglicosamina e N-acetilmurâmico DNA e RNA Endonucleases e exonucleases Nucleotídeos Uréia Urease NH3 e CO2 Enzimas extracelulares envolvidas na mineralização do nitrogênio Fonte: Adaptado de Ladd e Jackson (1982) 3. Amonificação ou mineralização 3. 3 Decomposição da uréia ❑ Origem da uréia: excreção animal e fertilizantes; ❑Mineralização requer a atividade da urease; CO(NH2)2 + 2H2O → (NH4)2CO3 + H2O → 2NH4+ + OH- + CO2 Urease Carbonato de amônio 3. Amonificação ou mineralização 3. 3 Decomposição da uréia ❑ Origem da uréia: excreção animal e fertilizantes; ❑ Mineralização requer a atividade da urease; CO(NH2)2 + 2H2O → (NH4)2CO3 + H2O → 2NH4+ + OH- + CO2 Urease Carbonato de amônio 3. Amonificação ou mineralização 3. 3 Decomposição da uréia ❑ Uréia: altamente solúvel; fertilizante nitrogenado mais barato. ❑ Mineralização consome H+, causando elevação do pH. pH < 6,3 : CO(NH2)2 + 2H + + 2H2O→ 2NH4 + + H2CO3 pH ≥ 6,3 : CO(NH2)2 + H + + 2H2O→ 2NH4 + + HCO3 - ❑ pH no entorno das partículas pode atingir valores próximos a 9,0. ❑ Perdas variam de 15 até 80%, a depender da cultura e das condições de aplicação; Fontes de N Dose de N NH3 volatilizada 1995/96 1996/97 1998/99 Kg ha-1 % do N aplicado Uréia 20 26 17 19 100 31 16 25 260 44 17 33 Nitrato de amônio 260 2 2 4 Perdas anuais de nitrogênio por volatilização de amônia em pomar de laranja adubado com ureia ou nitrato de amônio, aplicados na superfície do solo Fonte: Cantarella et al. (2003) 3. Amonificação ou mineralização 3. 3 Decomposição da uréia ❑ Volatilização do amônio: NH4 + + OH- → NH3 + H2O ❑ Fatores que levam à perda de amônio por volatilização: a. Temperatura b. Umidade c. pH do solo d. Localização do adubo Temperatura ❑ Hidrólise aumenta até a temperatura de 40 °C ❑ Volatilização é reduzida com a diminuição da temperatura Ex.: redução na volatilização de 71 e 56 % quando a temperatura foi reduzida de 32 °C para 8 e 16 °C, respectivamente (Ernst & Massey, 1960). ❑ Volatilização é menor no inverno em função das menores temperaturas Umidade ❑ Hidrólise da uréia depende da umidade do solo; ❑ Em solo seco, a uréia permanece estável, mas a taxa de hidrólise aumenta conforme o teor de umidade se eleva até 20%; ❑ Acima de 20 % de umidade, a taxa de hidrólise é pouco afetada pelo teor de água (Bremner & Mulvaney, 1978); ❑ A aplicação de uréia em solo seco é preferível à sua adição em solo úmido. pH do solo ❑ Volatilização dependente do pH do solo; pH < 5,2 → perdas de 0,01% pH = 7,2 → perdas de 1% pH = 9,2 → perdas de 50% ❑ No entanto, pH no entorno das partículas pode atingir valores entre 6,5 e 8,8, facilitando a perda pro volatilização mesmo em solos ácidos; ❑ O efeito do pH é intensificado quando o adubo é aplicado em superfície; ❑ A incorporação do adubo é o ideal e representa custo adicional ao da fertilização. pH do solo Efeito da temperatura e do pH na volatilização da amônia. TAN = Nitrogênio amoniacal total Arogo et al. (2006) 4. Imobilização 4. 1 Alta concentração de amônio no solo NH4 + → N-orgânico ❑ [NH4+] > 0,1 mM ou ~ 0,5 mg Kg -1 solo → Glutamato desidrogenase: -cetoglutarato L-Glutamato Glutamato desidrogenase Fonte: Sylvia et al. (2005) 4. Imobilização 4. 2 Baixa concentração de amônio no solo ❑ Glutamina sintetase-glutamato sintase (GOGAT): Glutamina + -cetoglutarato 2 Glutamato Glutamato + NH3 + + ATP Glutamina + ADP + Pi Glutamina sintetase Glutamato sintase Reações de transaminaçãoFormação de outros aminoácidos Fonte: Sylvia et al. (2005) 5. Redução assimilatória do NO3 - NO3 - → NH4+ ATP ❑ Processo que demanda energia; ❑ É regulado pela disponibilidade de energia e pela concentração de amônio e compostos nitrogenados orgânicos; ❑ A redução assimilatória do nitrato por microrganismos é muito pequena; ❑ As plantas variam quanto à capacidade e à preferência em absorver amônio ou nitrato. 6. Mineralização X Imobilização ❑ Relação C/N do material orgânico incorporado ao solo; ❑Qualidade do substrato, tipo de microrganismo e condições ambientais; ❑Condições ambientais estressantes à microbiota do solo levam à redução da eficiência de utilização de carbono; mais energia é necessária para a manutenção da célula e para o crescimento. 7. Destino do amônio no solo ❑ Adsorção ao complexo de troca catiônica do solo (CTC do solo); ❑ Fixação entre as lâminas de minerais de argila, tais como a ilita e a vermiculita (fixação de amônio); ❑Reações químicas com compostos orgânicos, a exemplo das quinonas; ❑ Volatilização como gás amônia (NH3) em meio com pH elevado. I. Independente da atividade biológica 7. Destino do amônio no solo ❑ Absorção e assimilação pelas plantas; ❑ Assimilação pela microbiota do solo; ❑Oxidação a NO3 -, efetuada pela microbiota nitrificante do solo. II. Dependente da atividade biológica Transformações do nitrogênio Parte II: Nitrificação e desnitrificação Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Microbiologia MBI 650 – Microbiologia do Solo Prof. Maurício Dutra Costa 8. Nitrificação ❑ Equação geral: NH3 + 1,5O2 → NO3- + H+ + H2O ❑ Ocorre a transferência de 6e-, rendendo 271 KJ mol-1 (65 Kcal mol-1) de NH3 ❑ Oxidação do amônio (NH4 +) a nitrato (NO3 -) 8. Nitrificação ❑ Oxidação do amônio: Gêneros: Nitrosomonas (mais bem estudado) Nitrosolobus (predominante na maioria dos solos) Nitrosospira (comum em solos ácidos) 8. Nitrificação ❑ 1o passo: NH3 + O2 + 2H + + 2e- → NH2OH + H2O ❑ Amônia-monoxigenase gera hidroxilamina ❑ Reação endergônica ❑ Monoxigenases são pouco específicas ❑ Inibidores da oxidação do amônio (ex.: acetileno) ligam-se irreversivelmente à enzima. Nome químico Nome comum Inibição em 14 dias % 2-cloro-6-(triclorometil) piridina Nitrapirina 82 Fosfato de 3,4-dimetilpirazole DMPP - Dicianodiamida DCD 53 4-amino-1,2,4,-6 triazol.HCl ATC 78 2,4-diamino-6-triclorometiltriazina CL-1580 65 Tiuréia TU 41 1-mercapto-1,2,4-triazole MT 32 5-etoxi-3-triclorometil-1,2,4-triadiazole Terrazole - 3-metilpirazole 3MP - Tiossulfato de amônio TSA - Fonte: Adaptado de Trenkel (1997) e Frye (2005) Inibidores de nitrificação patenteados 8. Nitrificação ❑ 2o passo: NH2OH + H2O → NO2- + 5H+ + 4e- ❑ Várias etapas não definidas ❑ Reação exergônica ❑ Outros produtos da oxidação do amônio ✓ Óxidos de nitrogênio (NO, N2O) (atividade da redutase do nitrito): ►Redução do NO2 - a NO e N2O ►Em aerobiose, menos de 1% do amônio oxidado. ►↑ anaerobiose, ↑ produção de NO e N2O ►NO2 - funciona como aceptor de elétrons ►Em alguns sítios, a nitrificação é a principal responsável pela produção de óxidos de nitrogênio ✓ Acidez: 1 mol de H+ por mol de NH3 oxidado ►Redução do pH do solo (paradoxo: ↑ acidez ↓ atividade) 8. Nitrificação ❑ Oxidação do nitrito (NO2 -) a nitrato (NO3 -) Gêneros: Nitrobacter (mais comum) Nitrospira (comum em solos ácidos) NO2 - + H2O → NO3- + 2H+ + 2e- ❑ Ocorre a transferência de 2e-, rendendo 77 KJ mol-1 (18 Kcal mol-1), ou seja 1/3 da energia liberada na oxidação da amônia ❑ Oxirredutase do nitrito (ligada à membrana) ❑ Produção de 1 ATP via fosforilação oxidativa ✓ Os oxidantes de nitrito são capazes de crescimento heterotrófico ►Anaerobiose ►Oxirredutase do nitrito reduz NO3 - a NO2 - ► O crescimento heterotrófico é muito lento Nitrificantes presentes? Condições aeróbicas? NH4 + disponível? Temperatura, pH, nutrientes e inibidores estão em níveis adequados? NITRIFICAÇÃO PROVÁVEL NITRIFICAÇÃO IMPROVÁVEL Não Não Não Baixo Sim Sim Sim Sim Hierarquia de fatores que regulam a nitrificação no solo. As linhas pontilhadas sugerem que esses fatores podem limitar a atividade das populações de microrganismos nitrificantes. Fonte: Silvya et al (2005) Fatores que afetam a nitrificação 1) População de nitrificantes ►Estão presentes na maioria dos solos ►Fertilização pode aumentar a população de nitrificantes em cerca de 100 a 1000 vezes ►Solos de florestas próximas ao equilíbrio: ↓nitrato, ↓população de nitrificantes ►Distúrbios em solos florestais ↑NH4 + no solo ↑taxa de nitrificação, ↑populaçãode nitrificantes Fatores que afetam a nitrificação 2) Aeração do solo ►Nitrificantes são quase que exclusivamente aeróbios ►Nitrificação ótima: umidade em torno de 60% da CC ►Nitrificação em solos alagados está restrita a uma estreita zona aeróbia 3) Disponibidade de substrato ►Fator regulador mais importante depois da aeração ►O amônio e o nitrito são geralmente limitantes Fatores que afetam a nitrificação 4) pH do solo ►Nitrificantes são neutrofílicos (pH ~7,0) ►pH < 4,5 resulta em taxas de nitrificação muito baixas ►pH elevado leva ao acúmulo de NO2 - ►Adição de uréia leva a aumentos no pH, estimulando a nitrificação ►Nitrificação pode ocorrer em altas taxas em solos ácidos (pH < 4,5): 1. Nitrificantes acidófilos 2. Nitrificantes heterotróficos 3. Microssítios alcalinos Fatores que afetam a nitrificação 4) Outros fatores ambientais ►Temperatura ►Salinidade ►Disponibilidade de nutrientes ►Metais pesados ►Outras variáveis que possam influenciar a atividade microbiana Destinos do nitrato no solo 1) Lixiviação ►NO3 - é um ânion: facilmente lixiviado no perfil do solo ►Perda de nitrogênio disponível para as plantas ►Lixiviação conjugada com cátions (K+, Ca2+, Mg2+) ►Menor saturação de bases e maior acidez trocável ►Contaminação do lençol freático e águas superficiais ►Conseqüências: eutrofização, metemoglobinemia e formação de nitrosaminas (nitrito reage com aminas secundárias) Destinos do nitrato no solo 2) Redução assimilatória do nitrato ►Imobilização do nitrato por plantas e, ou microrganismos ►Redução do nitrato a amônia visando à assimilação ►Envolve gastos de energia 3) Redução dissimilatória do nitrato (desnitrificação) 9. Desnitrificação NO3 - → NO2 - → NO → N2O → N2 ❑ Compreende a redução do nitrato a gases de nitrogênio (principalmente N2 e óxidos de nitrogênio, NO, N2O); ❑ É um tipo de respiração anaeróbica e e está acoplada à produção de energia → fosforilação oxidativa ❑ Aceptor de e- é diferente do O2; 2NO3 - + 5H2 + 2H + → N2 + 6H2O ❑ Equação geral: 9. Desnitrificação 2NO3 - + 5H2 + 2H + → N2 + 6H2O ❑ Equação geral: ❑ População de bactérias desnitrificantes correspondem de 0,1 a 5% do total de bactérias presentes no solo ❑ Predomínio dos gêneros Pseudomonas, Alcaligenes, Flavobacterium e Bacillus Metabolismo Gênero Organotróficos Alcaligenes, Agrobacterium, Aquaspirillum, Azospirillum, Bacillus, Blastobacter, Bradyrhizobium, Branhamella, Chromobacterium, Cytophaga, Flavobacterium, Flexibacter, Halobacterium, Hyphomicrobium, Kingella, Neisseria, Paracoccus, Propionibacterium, Pseudomonas, Rhizobium, Wolinella Fototróficos Rhodopseudomonas Litotróficos Alcaligenes, Bradyrhizobium, Nitrosomonas, Paracoccus, Pseudomonas, Thiobacillus, Thiosmicrospira Gêneros de bactérias desnitrificantes Fonte: Adaptado de Firestone (1982) e Tiedje (1988,1994) 1) Redutase do nitrato (Nar) ❑ Reduz nitrato a nitrito Enzimas da desnitrificação NO3 - → NO2- ❑ Geração de ATP ❑ Ligada à membrana ❑ Síntese e atividade inibida pelo oxigênio 2) Redutase do nitrito (Nir) ❑ Passo que define a desnitrificação Enzimas da desnitrificação NO2 - → NO ❑ Nir parece localizar-se do lado periplasmático da membrana celular ❑ Induzida pela presença de nitrato ❑ Síntese e atividade inibida pelo oxigênio 3) Redutase do óxido nítrico (Nor) ❑ Enzima ligada à membrana citoplasmática Enzimas da desnitrificação NO → N2O ❑ Transporte de elétrons possivelmente ligado à síntese de ATP ❑ A síntese de Nor é reprimida pelo oxigênio e induzida pela presença de óxidos de nitrogênio 4) Redutase do óxido nitroso (Nos) ❑ Enzima periplasmática Enzimas da desnitrificação N2O → N2 ❑ Microrganismos desnitrificantes podem crescer utilizando N2O como único aceptor de elétrons → processo gera energia ❑ Síntese e atividade fortemente reprimida pelo oxigênio, especialmente a valores de pH baixos; induzida na presença de óxidos de nitrogênio Enzimas da desnitrificação Fonte: lecturer.ukdw.ac.id/dhira/Metabolism/RespAnaer.html Fatores que afetam a desnitrificação ❑ Aeração do solo ✓ A desnitrificação é um processo predominantemente anaeróbico ✓ A síntese das enzimas envolvidas na desnitrificação é ativada sequencialmente à medida que a concentração de O2 no meio é reduzida. 10 Nar e Nir 20 Nor 30 Nos Maior repressão pelo O2 ✓ A aeração do solo é função do conteúdo de água, da textura, da tortuosidade e da atividade respiratória heterotrófica Nitrificação e desnitrificação como fontes de gases de nitrogênio Nitrificação Desnitrificação Espaço poroso preenchido com água (%) P ro d u ç ã o l íq u id a d e g á s NO N2O N2 Nitrificação Desnitrificação Espaço poroso preenchido com água (%) P ro d u ç ã o l íq u id a d e g á s NO N2O N2 Relação entre o espaço poroso do solo preenchido com água e os fluxos relativos de gases de nitrogênio produzidos durante a nitrificação e a desnitrificação (hachurado). Fatores que afetam a desnitrificação ❑ Disponibilidade de nitrato e carbono ❑ Outros fatores ✓ pH ✓ Temperatura ✓ etc Problemas ambientais relacionados aos gases de nitrogênio ❑ “Efeito estufa” (NO, N2O) ❑ Depleção na camada de ozônio (estratosfera, N2O) ❑ Produção de ozônio troposférico NO e N2O reagem com CH4 e hidrocarbonetos Arogo, J., Westerman, P. W., Heber, A. J., Robarge, W. P., & Classen, J. J. (2006). Ammonia emissions from animal feeding operations. Cantarella, H. Nitrogênio. In: Novais, R. F.; Alvarez V, V. H.; Barros, N. F.; Fontes, R. L. F.; Canturritti, R. B.; Neves, J. C. L. (Org.). Fertilidade dosolo. Viçosa: SBCS, 2007. p. 375-470. Duarte, F. M., Pocojeski, E., Silva, L. S. D., Graupe, F. A., & Britzke, D. (2007). Perdas de nitrogênio por volatilização de amônia com aplicação de uréia em solo de várzea com diferentes níveis de umidade. Ciência Rural, 37(3), 705-711. Santos, S. M. C., Antonangelo, J. A., Deus, A. C. F., & Fernandes, D. M. (2016). PERDAS DE AMÔNIA POR VOLATILIZAÇÃO EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO NITROGENADA DO FEIJOEIRO. JOURNAL OF NEOTROPICAL AGRICULTURE, 3(1), 16-20. Thamdrup, B. (2012). New pathways and processes in the global nitrogen cycle. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, 43, 407- 428. Moreira e Siqueira, Microbiologia e Bioquímica do solo. 2006 Disponível em: <http://nue.okstate.edu/Spatial_N_Variability.htm> Acesso em 05 de novembro 2020. Disponível em: <https://www2.chemistry.msu.edu/faculty/reusch/VirtTxtJml/proteins.htm> Acesso em 05 de novembro 2020. Disponível em: <https://chem.libretexts.org/Courses/Saint_Marys_College_Notre_Dame_IN/CHEM_342%3A_Bio- inorganic_Chemistry/Readings/Chapter_5%3A_Biological_Molecules/Structures_of_Biological_Molecules/D._Nucleic_Acids%3A_DNA_and_RNA> Acesso em 05 de novembro 2020. Disponível em: <https://blog-crop-news.extension.umn.edu/2019/09/late-season-nitrogen-deficiency-in-corn.html> Acesso em 05 de novembro 2020. REFERÊNCIAS
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