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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

Manual de Curso de Licenciatura Gestão 
Ambiental – 2o Ano 
ESTUDO DE IMPACTO 
AMBIENTAL 
 
 
GA207 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino a Distância 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância 
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no 
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de 
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a 
processos judiciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Católica de Moçambique 
Centro de Ensino à Distância - CED 
Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa 
 
Moçambique - Beira 
Telefone: 23 32 64 05 
Cel: 82 50 18 44 0 
Fax:23 32 64 06 
E-mail: ced@ucm.ac.mz 
Website: www.ucm.ac.mz 
 
 
 
Agradecimentos 
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o 
autor do presente manual, Msc. Sérgio Niquisse gostaria de agradecer a 
colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração. 
Dr. Joaquim Constantino, pela valiosa contribuição 
 
 
Elaborado por: Mestre Sérgio Niquisse 
Mestre `Geomatica e Avaliação dos Recursos Naturais 
 Licenciado em Geografia pela Universidade Eduardo Mandlane 
Cel: 825893892 
 
 
 
 
Coordenação, Maquetizacao e Revisão Final: Msc. Queran Prabudás N. 
Esmael. 
Coordenadora do curso de Gestão Ambiental - CED 
 
 
 
: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EIA 207 i 
 
Índice 
 
 
Visão geral 1 
Bem vindo a Avaliação de Estudos Ambientais ............................................................. 1 
Objectivos do curso ....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este Módulo ................................................................................ 2 
Como está estruturado este Módulo ............................................................................... 3 
Ícones de actividade ...................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo .................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 4 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 5 
Avaliação ...................................................................................................................... 5 
Unidade I ...................................................................................................................... 7 
Introdução a Avaliação do Impacto Ambiental ..................................................... 7 
Introdução ............................................................................................................ 7 
Sumário .............................................................................................................. 11 
Exercícios .......................................................................................................... 11 
Unidade II ................................................................................................................... 12 
História da Legislação Ambiental em Moçambique- Introdução .................................. 12 
Sumário .............................................................................................................. 15 
Exercícios .......................................................................................................... 15 
Unidade III .................................................................................................................. 16 
Conceitos Básicos Sobre Avaliação Do Impacto Ambiental ............................... 16 
Introdução .......................................................................................................... 16 
Sumário .............................................................................................................. 21 
Exercícios .......................................................................................................... 21 
Unidade IV .................................................................................................................. 22 
Avaliação de Impacto Ambiental como Instrumento da Política do Meio 
Ambiente............................................................................................................ 22 
Introdução .......................................................................................................... 22 
Sumário .............................................................................................................. 25 
Exercícios .......................................................................................................... 25 
Unidade V ................................................................................................................... 26 
Avaliação de Impacto Ambiental - Instrumentos e Diretrizes 26 
Introdução .......................................................................................................... 26 
Sumário .............................................................................................................. 30 
Exercícios .......................................................................................................... 30 
Unidade VI .................................................................................................................. 31 
Participação Social no Processo de AIA e Agentes Sociais Envolvidos .............. 31 
Introdução .......................................................................................................... 31 
Sumário .............................................................................................................. 35 
 EIA 207 ii 
 
Exercícios .......................................................................................................... 35 
Unidade VII ................................................................................................................ 36 
Principais Leis Ambientais em Moçambique ...................................................... 36 
Introdução .......................................................................................................... 36 
Sumário .............................................................................................................. 40 
Exercícios .......................................................................................................... 40 
Unidade VIII ............................................................................................................... 41 
Licenciamento Ambiental ................................................................................... 41 
Introdução .......................................................................................................... 41 
Sumário .............................................................................................................. 47 
Exercícios .......................................................................................................... 47 
Unidade IX .................................................................................................................. 48 
Principais Leis Ambientais em Moçambique ...................................................... 48 
Introdução .......................................................................................................... 48 
Sumário .............................................................................................................. 53 
Exercícios ..........................................................................................................53 
Unidade X ................................................................................................................... 54 
Procedimentos do Licenciamento Ambiental ...................................................... 54 
Introdução .......................................................................................................... 54 
Sumário .............................................................................................................. 57 
Exercícios .......................................................................................................... 57 
Unidade XI .................................................................................................................. 58 
A Emissão de Licença Ambiental ....................................................................... 58 
Introdução .......................................................................................................... 58 
Sumário .............................................................................................................. 60 
Exercícios .......................................................................................................... 60 
Unidade XII ................................................................................................................ 61 
Etapas da Avaliação de Impacto Ambiental ........................................................ 61 
Introdução .......................................................................................................... 61 
Sumário .............................................................................................................. 70 
Exercícios .......................................................................................................... 71 
Unidade XIII ............................................................................................................... 72 
Termo de Referência no Estudo de Impacto Ambiental ...................................... 72 
Introdução .......................................................................................................... 72 
Sumário .............................................................................................................. 79 
Exercícios .......................................................................................................... 79 
Referência Bibliografica ..................................................................................... 80 
 
 EIA 207 1 
 
Visão geral 
Bem vindo a Avaliação de 
Estudos Ambientais 
Avaliação de Impactos Ambientais (ou AIA), é um 
instrumento preventivo usado nas políticas de ambiente e 
gestão ambiental com o intuito de assegurar que um 
determinado projecto possível de causar de danos 
ambientais seja analisado de acordo com os prováveis 
impactos no meio ambiente e que esse mesmos impactos 
sejam analisados e tomados em consideração no seu 
processo de aprovação. A elaboração de um AIA é apoiada 
em estudos ambientais elaborados por equipes 
multidisciplinares, os quais apresentam diagnósticos, 
descrições, analises e avaliações sobre os impactos 
ambientais efetivos e potenciais do projecto. Neste 
contexto, a cadeira de Avaliação de Impactos Ambientais, 
no presente Módulo, pretende contribuir para a promoção 
do conhecimento sobre o processo da Avaliação de 
Impactos Ambientais, no sentido de proporcionando aos 
estudantes uma visão integrada do processo e das fases da 
Avaliação de Impactos Ambientais, e poder definir e 
encontar mecanismo para a mitigação dos problemas 
ambientais. 
Objectivos do curso 
Quando terminar de estudar Avaliação de Impactos Ambientais 
referente ao Módulo , será capaz de: 
 EIA 207 2 
 
 
Objectivos 
 Compreender os conceitos da Avaliação de Impactos 
Ambientais. 
 Conhcer as noções de indicadores ambientais. 
 Conhcer a avaliação de impacto estratégico. 
 Conhcer a avaliação de risco ambiental. 
 Conhcer a valiação de impacto e gestão ambiental. 
 Fazer análise de relatórios de impacto ambiental - Estudos de 
caso envolvendo unidades industriais, obras hidráulicas, 
projectos urbanísticos, atividade minerária, resíduos sólidos 
 Propiciar uma abordagem aprofundada das avaliações de 
impacto ambientais e suas aplicações práticas: Estudo de 
Impacto Ambiental, Avaliação de Risco e Avaliação Ambiental 
Estratégica. 
 Avançar no entendimento das etapas de planeiamento e 
execução de estudos ambientais. Em particular, busca-se (i) 
explorar a etapa de análise dos impactos e suas ferramentas, (ii) 
discutir a relação entre mitigação de impactos adversos e análise 
de impactos e (iii) mostrar a importância das etapas pós-
aprovação de AIA e do acompanhamento ambiental. 
 
Quem deveria estudar este 
Módulo 
Este Módulo foi concebido para os estudantes que estão a frequentar o 
curso de Licenciatura em Gestão Ambiental, no Centro de Ensino a 
Distância na UCM. Estende - se a todos que queiram saber mais e 
consolidar os seus conhecimentos sobre os Avaliação de Impactos 
Ambientais 
 EIA 207 3 
 
Como está estruturado este 
Módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de 
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados 
da seguinte maneira: 
Páginas Introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de 
começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo 
actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e uma ou mais 
actividades para auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do módulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários 
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das 
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo 
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma 
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
 EIA 207 4 
 
Acerca dos ícones 
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por 
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África 
Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia. 
Habilidades de estudo 
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores 
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os 
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é 
importante saber como estudar. Apresenta-se algumas sugestões para que 
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos: 
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente 
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em 
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de 
tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com 
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo 
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem 
interrupção? 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudarcada ponto da 
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já 
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria 
do que saber pouco sobre muitas partes. 
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque, 
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a 
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda 
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua 
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar 
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o 
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e 
a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma 
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A 
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de 
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode 
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode 
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados 
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a 
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
desconhece. 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o 
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, 
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de 
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, 
 EIA 207 5 
 
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, 
contacteo pessoalmente. 
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o 
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, 
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima. 
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de 
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase 
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza 
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440. 
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de 
expediente. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem 
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode 
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras. 
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque 
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem - se mutuamente, 
reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de forma 
independente o seu próprio saber e desenvolva suas competências. 
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do 
período presencial. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. 
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser 
dirigidos ao tutor\docentes. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os 
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do 
autor. 
O plagiarismo deve ser evitado e é desencorajado pelo CED, a transcrição 
fiel de mais de 8 (oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado 
plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos 
autoriais devem marcar a realização dos trabalhos. 
Avaliação 
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o 
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com 
base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual, 
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
 EIA 207 6 
 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões 
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de 
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a 
cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 2 (dois) trabalhos, 1 (um) teste e 
1 (exame). 
Algumas actividades praticam, relatórios e reflexões serão utilizados como 
ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, 
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das 
referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. 
Consulte - os. 
 
 
 EIA 207 7 
 
Unidade I 
Introdução a Avaliação do Impacto Ambiental 
Introdução 
Desde os anos sessenta e com o desenvolvimento industrial, 
tornou-se necessária a tomada de consciência sobre aspectos 
ambientais. Nos países desenvolvidos, mormente, o público exigiu 
que factores ambientais fossem prestados à atenção na tomada de 
decisão. Situação idêntica é observada hoje nos países em vias de 
desenvolvimento, onde a aprovação de actividades de 
desenvolvimento é efectuada pelos órgãos governamentais, 
acautelando-se sempre aspectos perniciosos ao ambiente. 
É importante dizer que anteriormente, as tentativas iniciativas de 
avaliação de projectos centravam-se apenas a estudos de 
viabilidade técnica e análises de custo-benefício. A avaliação era 
centralmente de carácter pecuniar, olvidando-se aspectos físicos, 
bióticos e sócio-económicos. 
A Avaliação do Impacto Ambiental – AIA, é hoje um instrumento 
fundamental para a gestão ambiental, pois encerra dentro de si, 
considerações tanto físicos, bióticos e sócio-económicos. 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 Familiarizar o Estudante com os conhecimentos básicos do 
ambiente. 
 Familiarizar-se com a Introdução da Avaliação do Impacto 
Ambiental 
 Connecer o conceito do Impacto Ambiental e Desenvolvimento 
Sustentável. 
 Conhecer a Historia da Avaliação de Impactos Ambientais 
 
 
 EIA 207 8 
 
1.1 Impacto Ambiental e Desenvolvimento Sustentável 
Impacto ambiental é alteração no meio ambiente ou em algum de 
seus componentes por determinada acção ou actividade humana ou 
natural. Estas alterações, precisavam ser quantificadas, pois podem 
apresentarem variações relativas, que pode ser positivas ou 
negativas, grandes ou pequenas. O objectivo de se estudar os 
impactos ambientais é, principalmente, o de avaliar as 
conseqüências de algumas acções, para que possa haver a 
prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá sofrer 
a execução de certos projectos ou ações, ou logo após a 
implementação dos mesmos 
Desenvolvimento sustentável refere-se a um modo de 
desenvolvimento capaz de responder às necessidades do presente 
sem comprometer a capacidade de crescimento das gerações 
futuras. (http://pelanatureza.pt/natureza/ecoinfo/desenvolvimento-
sustentavel-o-que-e). 
Visa melhorar as condições de vida dos indivíduos, preservando 
simultaneamente o meio envolvente a curto, médio e, sobretudo, 
longo prazo. O desenvolvimento sustentável comporta um triplo 
objectivo: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade 
económica, e a sustentabilidade sócio-política. 
 
Figura 1. Triplo do desenvolvimento sustentável 
 EIA 207 9 
 
A Sustentabilidade Ambiental é a noção de que existe a 
necessidade da manutenção das funções e componentes do 
ecossistema – uma maneira de que o homem continue produzindo e 
tirando da natureza o que precisa, mas sem destruir o ecossistema 
no processo.A Sustentabilidade Económica é, na verdade, a tentativa de 
incorporação de medidas pró meio ambiente na política social e 
económica regulamentada por cada país, em um esforço para 
integrar os princípios de igualdade social, preservação ambiental e 
crescimento controlado e sustentável polícia e economicamente, 
medindo o lucro não apenas em razões financeiras, mas também 
em desenvolvimento humano. 
A Sustentabilidade Sócio-Económica visa humanizar a economia, e 
formar pessoas mais cientes das necessidades ambientais de seu 
planeta, ao mesmo tempo em que potencializa a busca por recursos 
reutilizáveis, que fortaleçam a economia em todas as suas 
vertentes, não apenas a financeira, mas a humana. 
A integração das questões ambientais na definição e na aplicação 
das outras políticas constitui um elemento essencial para alcançar o 
objectivo de desenvolvimento sustentável. Este princípio foi 
reiterado no Tratado de Maastricht e a Cimeira de Cardiff, em 
1998, estabeleceu as bases para uma acção coordenada no plano 
comunitário em matéria de integração das questões ambientais. 
Para promover um desenvolvimento sustentável, as autoridades 
públicas devem adoptar medidas adequadas que procurem limitar 
os efeitos nefastos dos transportes e dos riscos sanitários, melhorar 
a gestão dos recursos naturais e nomeadamente o seu consumo, e 
combater a exclusão social e a pobreza no mundo. Devem 
igualmente combater as alterações climáticas e limitar as suas 
consequências. 
 EIA 207 10 
 
1.2 História da Avaliação de Impacto Ambiental 
A origem do processo começou nos Estados Unidos da América no 
ano de 1970 do “National Environmental Protection Act”. Esta lei 
catapultou a abordagem integrada na avaliação do impacto 
ambiental de actividades modificadoras do ambiente. Foram 
concebidos vários métodos de AIA para atender às exigências 
legais, mas insuficientes quanto à sua fundamentação científica. 
A partir de 1980 iniciou-se com uma abordagem científica 
avançada, pois foi possível a solução de problemas específicos a 
cada estudo de impacto ambiental. 
Em Moçambique a origem do ambiente obedeceu o seguinte: 
1982- CRIAÇÃO DA UNIDADE DE GESTÃO AMBIENTAL 
(NO EX-INPF) 
Função: propor um aparelho institucional para integrar os 
princípios ambientais no processo de desenvolvimento do País. 
1985- CRIAÇÃO DO CONSELHO DO AMBIENTE 
Função: Com os mesmos propósitos da Unidade de Gestão 
Ambiental, mas já era dotado de recursos humanos e financeiros. 
Era de nível ministerial. Em 1987 foi designado o Ministro dos 
Recursos Minerais para dirigir o processo de institucionalização da 
gestão ambiental. 
1991- Criação da Divisão do Ambiente 
Foi resultado do memorandum de entendimento entre o Governo de 
Moçambique e o PNUMA que consistia em apoio aos esforços de 
desenvolvimento de uma caopacidade de gestão ambiental em 
Moçambique. 
1992- CRIAÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE POR UM DECRETO PRESIDENCIAL, com o 
objectivo de institucionalização de gestão ambiental. 
 EIA 207 11 
 
1994- CRIAÇÃO DO MICOA, NO ÂMBITO DO PRIMEIRO 
GOVERNO SAÍDO DAS PRIMEIRAS ELEIÇÕES 
MULTIPARTIDÁRIAS. 
Função: Órgão regulador do ambiente no País. 
Sumário 
A Avaliação do Impacto Ambiental, inicia nos anos sessenta e com 
o desenvolvimento industrial, a pedido do público que exigiu que 
factores ambientais fossem prestados à atenção na tomada de 
decisão. 
Impacto ambiental é alteração no meio ambiente ou em algum de 
seus componentes por determinada acção humana ou natural. 
Desenvolvimento sustentável refere-se a um modo de 
desenvolvimento capaz de responder às necessidades do presente 
sem comprometer a capacidade de crescimento das gerações 
futuras. E comporta um triplo objectivo: a sustentabilidade 
ambiental, a sustentabilidade económica, e a sustentabilidade 
sócio-política. 
Historia da Avaliação de Impacto Ambiental, teve origem nos 
Estados Unidos da América no ano de 1970. Em Moçambique, e 
história, inicia com a criação da Unidade de Gestão Ambiental em 
1982 e vai até 1994, onde cria-se o Ministério Para a Coordenação 
da Acção Ambiental-MICOA, Órgão regulador do ambiente no 
País. 
 
Exercícios 
1. Fale da história da Avaliação do Impacto Ambiental no 
Mundo e em Moçambique. 
2. Esquematize o tiplo objectivo do Desenvolvimento 
Sustentável e Comente. 
3. Das definições de Impacto ambiental e Desenvolvimento 
Sustentável? 
 EIA 207 12 
 
Unidade II 
História da Legislação Ambiental em 
Moçambique- Introdução 
Legislação Ambiental é um conjunto de Leis, normas, regras e 
padrões que foram criadas para proteger o Meio Ambiente. Desta 
forma, é possivel planeiar e controlar o impacto ambiental que 
causaria a acção do homem, por exemplo a destruição de uma área 
floresta. 
Legislação Ambiental pode ser vista também, como um conjunto 
de normas jurídicas que se destinam a disciplinar a actividade 
humana, para torná-la compatível com a protecção do meio 
ambiente. Em Moçambiquel, as leis voltadas para a conservação 
ambiental começaram a ser votadas há algumas decáda, com o 
disper da consciência ambiental. Posteriormente, novas leis foram 
promulgadas, vindo a formar um sistema bastante completo de 
proteção ambiental. A legislação ambiental Moçambicana, para 
atingir seus objetivos de preservação, criou direitos e deveres para 
o cidadão que estão plasmados na Constituição da República, 
instrumentos de conservação do meio ambiente, normas de uso dos 
diversos ecossistemas, normas para disciplinar actividades 
relacionadas à ecologia e ainda diversos tipos de unidades de 
conservação. As leis proíbem a caça de animais silvestres, com 
algumas exceções, a pesca fora de temporada, a comercialização de 
animais silvestres, a manutenção em cativeiro desses animais por 
particulares (com algumas exceções), regulam a extração de 
madeiras nobres, o corte de árvores nativas, a exploração de minas 
que possam afectar o meio, a conservação de uma parte da 
vegetação nativa nas propriedades particulares e a criação de 
animais em cativeiro.Conservação, uso sustentável dos recursos 
naturais como o solo, a água, as plantas, os animais e os minerais. 
 
 EIA 207 13 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Saber quando e como aparecem a legislação ambiental em 
Moçambique. 
 A importância da legislação ambiental. 
 Conhecer objecto de estudos ambientais e sua evolução. 
 Estabelecer a relação da legislação ambiental e factors que 
concorrem para a destruição do ambiente. 
 
2.1 Quando e como aparecem a Legislação Ambiental em 
Moçambique 
A legislação ambiental, no domínio do ambiente de Moçambique 
Independente não iniciou com a Lei do Ambiente, como algumas pessoas 
poderiam ser levadas a pensar. Foi no domínio da protecção da flora e 
fauna que surgiram os primeiros diplomas legais. Referimo-nos ao 
Decreto n.º 7/78, de 18 de Abril (que regulamenta as modalidades de caça 
a serem praticadas na República Popular de Moçambique), à Portaria n.º 
117/78, de 16 de Maio (que regulamenta o Decreto n.° 7/78, de 18 de 
Abril) e ao Decreto n.º 12/81, de 25 de Julho (que determinou que fossem 
classificadas como madeiras preciosas todas as que, pelas suas 
qualidades, raridade, utilização e valor que possuam no mercado 
internacional, devessem ser protegidas de forma especial). 
Mais tarde, foi aprovada a Lei n.° 10/88, de 22 de Dezembro, que 
determinou a protecção legal dos bens materiais e imateriais do 
património cultural moçambicano. Este instrumento legal fixou as bases 
do regime de protecção do património cultural, incluindo também bens 
naturais. É assim que, em relação aos bens culturais imóveis, o 
Legislador prevê, para além dos monumentos, os conjuntos e os locais ou 
sítios, os chamados elementos naturais, que são “as formações geológicas 
e fisiográficas e áreas que constituam o habitat de espéciesameaçadas de 
animais ou plantas de grande valor do ponto de vista da ciência ou da 
conservação da natureza” e “as áreas delimitadas de reconhecido valor 
sob o ponto de vista da ciência ou da conservação da natureza, 
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nomeadamente os parques e reservas”1. Contudo, esta Lei tem vindo a ter 
muito pouca implementação prática, por razões que desconhecemos. 
No início dos anos noventa, destacamos a aprovação da Lei n.° 3/90, de 
26 de Março (Lei das Pescas), que fixou o regime básico de protecção, 
conservação e exploração sustentável dos recursos pesqueiros. No ano 
seguinte, foi aprovada a Lei n.° 16/91, de 3 de Agosto (adiante designada 
por Lei de Águas), que definiu as bases do regime de uso e 
aproveitamento dos recursos hídricos. Um pouco mais tarde, em 1996, foi 
a vez da aprovação da Lei n.° 4/96, de 4 de Janeiro (denominada Lei do 
Mar), que redefiniu os direitos de jurisdição sobre a faixa do mar ao 
longo da costa moçambicana, dispondo ainda sobre as bases normativas 
para a regulamentação da administração e das actividades marítimas no 
País. O ano de 1997 foi caracterizado por dois importantes marcos 
legislativos: a Lei n.° 19/97, de 1 de Outubro (Lei da Terra) e a Lei n.° 
20/97, de 1 de Outubro (que é a nossa Lei do Ambiente, passando adiante 
a ser designada como tal). A primeira previu as chamadas zonas de 
protecção total e parcial, criadas, em muitos casos, com o intuito de 
protecção e conservação ambiental. A segunda fixou as bases do regime 
de protecção jurídico-legal do ambiente. Em 1999, seguiu-se a Lei n.° 
10/99, de 22 de Dezembro (Lei de Florestas e Fauna Bravia). Ainda com 
importantes disposições de protecção ambiental, podemos referir a Lei n.° 
21/97, de 1 de Outubro (que regula a actividade de produção, transporte, 
distribuição e comercialização de energia eléctrica), a Lei n.° 3/2001, de 
21 de Fevereiro (Lei dos Petróleos) e a Lei n.° 14/2002, de 26 de Junho 
(Lei de Minas). Por seu turno, a par da Assembleia da República, o 
Conselho de Ministros tem vindo a desempenhar um papel legislativo 
importante no domínio ambiental. Vejam-se, a título de exemplo, os 
seguintes diplomas: Decreto n.° 76/98, de 29 de Dezembro (que aprovou 
o Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental); 
Decreto n.° 12/2002, de 6 de Junho (que aprovou o Regulamento da Lei 
de Florestas e Fauna Bravia); Decreto n.° 8/2003, de 18 de Fevereiro (que 
aprovou o Regulamento sobre a Gestão dos Lixos Bio-Médicos), o 
Decreto n.° 32/2003, de 12 de Agosto (que aprovou o Regulamento 
relativo ao Processo de Auditoria Ambiental). 
 
1 Cfr. Artigo 3.°/4 d), da Lei n.° 10/88, de 22 de Dezembro. 
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Sumário 
Como foi refereciado na introdução deste capitulo que a Legislação 
Ambiental é um conjunto de Leis, normas, regras e padrões que 
foram criadas para proteger o Meio Ambiente. A legislação 
ambiental cuida da proteção da biodiversidade, da sadia qualidade 
de vida e do controlo da poluição, em suas diversas formas, tanto 
no meio ambiente externo como no ambiente confinado (por 
exemplo, o meio ambiente industrial). 
Em Moçambique a legislação ambiental, não iniciou com a Lei do 
Ambiente, como algumas pessoas poderiam ser levadas a pensar, mas 
remota aos anos 70, como o Decreto n.º 7/78, de 18 de Abril (que 
regulamenta as modalidades de caça a serem praticadas na República 
Popular de Moçambique), isto é, protecção da flora e fauna. 
Exercícios 
1. Reflita sobre a história da Legislação Ambiental em 
Moçambique. 
2. Conceitualiza o Legislação Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade III 
Conceitos Básicos Sobre Avaliação Do Impacto Ambiental 
 
Introdução 
Neste capitulo falaremos dos conceitos básicos da Avaliação de 
Impacto Ambiental, onde iremos abordar com mais profundidade 
nos capitulos subsequentes. 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Teras conhecimentos sob Avaliação de Impacto Ambiental,re 
alguns aspectos e definições básicas, sobre mesmo processo. 
3.1 Conceitos Básicos Sobre Avaliação do Impacto Ambiental 
(AIA) 
 
1. Avaliação do Impacto Ambiental (AIA): é um instrumento de 
gestão ambiental preventiva e consiste na identificação e 
análise prévia, qualitativa e quantitativa, dos efeitos ambientais 
benéficos e perniciosos de uma actividade proposta. 
2. Auditoria Ambiental: é um instrumento de gestão e de 
avaliação sistemática, documentada e objectiva do 
funcionamento e organização de sistema de gestão e dos 
processos de controlo e protecção do ambiente. 
3. Inspecção Ambiental: constitui um instrumento de gestão 
ambiental cuja finalidade é desenvolver acções de vigilância, de 
direcção e de fiscalização, relativas ao cumprimento de normas 
de protecção do ambiente a nível nacional 
4. Desenvolvimento sustentável: é o desenvolvimento baseado 
numa gestão ambiental que satisfaz as necessidades da geração 
 EIA 207 17 
 
presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente e a 
possibilidade de as gerações futuras satisfazerem também suas 
necessidades. 
5. Actividade: é qualquer acção, de iniciativa pública ou privada, 
relacionada com a utilização ou a exploração de componentes 
ambientais, a aplicação de tecnologias ou processos produtivos, 
planos, programas, actos legislativos ou regulamentares, que 
afecta ou pode afectar o ambiente. 
6. Proponente: qualquer pessoa, entidade pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, que se proponha a realizar ou 
implementar uma actividade ou introduzir qualquer tipo de 
alterações numa actividade em curso. 
7. Impacto Ambiental: é qualquer mudança do ambiente para 
melhor ou para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra, 
na água e na saúde das pessoas, resultante de actividades 
humanas. 
8. Impactos Ambientais Cumulativos: são os efeitos derivados 
da soma ou interacção de impactos, gerados por um ou mais de 
um empreendimento, ao longo de determinado período, numa 
mesma área de influência de uma actividade. 
 
9. Área de Influência: é a área e o espaço geográfico directa ou 
indirectamente afectados pelos impactos ambientais de uma 
actividade. 
10. Impactos Ambientais Indirectos: são os efeitos que não são o 
resultado directo da actividade em implementação. 
11. Pré-avaliação: é o processo de análise ambiental preliminar 
que tem como principal objectivo a categorização da actividade 
e a determinação do tipo de avaliação ambiental a efectuar. 
12. Ficha de Informação Ambiental Preliminar (FIAP): é a 
ficha técnica constituída por um breve questionário com vista a 
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obter informações preliminares relativas à actividade a 
desenvolver e ao ambiente do local de inserção geográfica da 
mesma para auxiliar o processo de pré-avaliação. 
13. Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do 
Âmbito (EPDA): processo obrigatório para as actividades 
classificadas como sendo de categoria A que visa identificar, 
avaliar os principais impactos, analisar as alternativas de 
mitigação, bem como, definir o âmbito do EIA, através da 
selecção das componentes ambientais que podem ser afectadas 
pela actividade em análise e sobre as quais o EIA deve incidir. 
14. Questões Fatais: São os potenciais impactos negativos e 
irreversíveis que poderão resultar da implementação de uma 
actividade. 
15. Termos de Referência (TdR): é o documento que contém os 
parâmetros e informações específicas que deverão presidir à 
elaboração do EIA ou EAS de uma actividade. Deve ser 
apresentado pelo proponente para a aprovação do Ministério 
para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA), antes de 
iniciar o EIA e EAS. 
16. Directivas: são as orientações e parâmetros globais a que 
deverá submeter-se a realização da avaliação de impacto 
ambiental nas diferentes áreas de actividade económica e social 
e que são objectode despachos ministeriais do Ministério Para 
a Coordenação da Acção Ambiental. 
17. Estudo de Impacto Ambiental (EIA): é a componente do 
processo de avaliação do impacto ambiental que analisa técnica 
e cientificamente as consequências da implantação de 
actividades de desenvolvimento sobre o ambiente. 
18. Estudo Ambiental Simplificado (EAS): é a componente do 
processo de avaliação do impacto ambiental que analisa técnica 
e cientificamente as consequências da implantação de 
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actividades de desenvolvimento sobre o ambiente, para 
actividades classificadas como sendo de categoria B. 
19. Situação Ambiental de Referência: é o estudo da qualidade 
das componentes ambientais e de suas interacções conforme se 
apresentam na área de influência de uma actividade, antes da 
sua implantação. 
20. Plano de Gestão Ambiental (PGA): são as acções a 
desenvolver pelo proponente, visando gerir os impactos 
negativos e potenciar os positivos resultantes da 
implementação, da actividade por ele proposta, elaboradas no 
âmbito da AIA 
21. Gestão ambiental: é o maneio e utilização racional e 
sustentável das componentes ambientais, incluindo o seu reuso, 
reciclagem, protecção e conservação. 
22. Medidas de Mitigação: conjunto de medidas visando 
minimizar ou evitar os efeitos negativos e potenciar os efeitos 
positivos de uma actividade sobre o ambiente biofísico e sócio-
económico. 
23. Monitorização: é a medição regular e periódica das variáveis 
ambientais representativas da evolução dos impactos 
ambientais da actividade após o início da implantação do 
mesmo para documentar as alterações que foram causadas, com 
o objectivo de verificar a ocorrência dos impactos previstos e a 
eficácia das respectivas medidas mitigadoras. 
24. Variáveis ambientais ou parâmetros de monitorização: é o 
conjunto de valores químicos, físicos e biológicos medidos 
durante o processo de monitorização 
25. Programa de consciencialização e educação ambiental: é 
conjunto de procedimentos com vista a criar uma consciência 
ambiental e capacidade para a gestão ambiental adequada do 
empreendimento e das consequências a advirem da implantação 
de uma actividade. 
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26. Programa de controlo de situação de risco e emergência: 
conjunto de procedimentos que visam gerir de forma adequada 
os riscos de carácter ambiental do empreendimento a 
inconformidades identificadas durante a implementação do 
programa de monitorização 
27. Viabilidade Ambiental: é a aptidão que uma actividade tem de 
ser implementada sem causar impactos negativos significativos 
sobre o ambiente do local de implementação ou que seus 
impactos negativos sejam passíveis de mitigação. 
28. Revisão: é o processo de análise técnica e científica do 
conteúdo dos documentos elaborados no âmbito do processo de 
AIA, para verificar a sua qualidade técnica, e informações neles 
contidas, de acordo com as directivas emitidas para o efeito. 
29. Declaração de insenção: é o documento confirmativo da 
desobrigação de realização de um EIA ou EAS de uma 
actividade proposta, emitido pelo Ministério para a 
Coordenação da Acção Ambiental através dos órgãos 
competentes. 
30. Declaração final: proposta de decisão produzida pela 
Comissão Técnica de Avaliação do processo de AIA, em 
relação a determinada actividade proposta. 
31. Comissão Técnica de Avaliação: é o comité inter-sectorial de 
análise dos documentos técnicos elaborados no âmbito da AIA. 
32. Licença Ambiental: é o certificado confirmativo da 
viabilidade ambiental de uma actividade proposta, emitido pelo 
Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, através 
dos órgãos competentes para o efeito. 
 
33. Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental: é o 
Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, através da 
Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental 
(DNAIA); 
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34. DPCA: Direcção Provincial para a Coordenação da Acção 
Ambiental; 
35. Participação Pública (PP): é o processo de informação e de 
auscultação das partes interessadas e afectadas, directa ou 
indirectamente pela actividade e que é realizado durante o 
processo de AIA. 
36. Comunidade: agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo 
numa circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, 
que visa a salvaguarda de interesses comuns através da 
protecção de áreas habitacionais, áreas agricolas, sejam 
cultivadas ou em pousios, florestas, sítios de importância 
cultural, pastagens, fontes de água e áreas de expansão. 
37. Partes Interessadas e Afectadas (PI&A’s): pessoas 
individuais, pessoas colectivas públicas ou privadas a quem a 
actividade proposta interesse ou afecte directa ou 
indirectamente. 
38. Consulta pública: é o processo de auscultação do parecer dos 
diversos sectores da sociedade civil, incluindo pessoas 
colectivas ou singulares, directa ou indirectamente interessadas 
e/ou potencialmente afectadas pela actividade proposta. 
Sumário 
Neste capitulos aboradmos sobre conceitos básicos da Avaliação de 
Impacto Ambiental, definimos os mesmos conceitos. Acreditamos 
que nos capitulos não terás deficuldade de definir certos conceitos 
da AIA 
 
Exercícios 
1. Reflita sobre a conceitos básicos da Avaliação de Impacto 
Ambiental 
 
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Unidade IV 
Avaliação de Impacto Ambiental como Instrumento da Política do Meio 
Ambiente 
Introdução 
 
A finalidade da “Avaliação de Impacto Ambiental - AIA” é a 
identificação dos impactos ambientais significativos do meio 
ambiente, conceito esse subjetivo, uma vez que a condição 
“significativo” está sujeita a percepção do avaliador. 
Os instrumentos da Avaliação de Impacto Ambiental, revelam que 
“Aquele que explorar recursos naturais fica obrigado a recuperar o 
ambiente degradado de acordo com a solução técnica exigida pelo 
órgão público competente, apresentada antes do início da 
actividade, na forma da lei”o que demonstra a importância 
fundamental de se realizar a Avaliação de Impacto Ambiental , um 
instrumento de caráter técnico – científico com o objetivo de 
identificar, prever e avaliar as conseqüências das actividades 
humanas, ao meio ambiente. 
 
 
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Conhecer a importância da Avaliação de Impacto Ambiental 
como instrumento da PoliticaNacional do Meio Ambiente. 
 
 
 
4.1 Legislação Ambiental 
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A legislação ambiental é um importante factor a ser observado no 
gerenciamento ambiental, tendo em vista a diversidade de temas a 
serem abrangidos. 
O referencial legal mais significativo com relação a Legislação 
Ambiental é a Constituição da República, mais precisamente nos 
artigos. 45.º, al. f), 90.º e 117.º da Constituição da República de 
Moçambique, segundo o qual abordam: 
Artigos. 45.º 
 al. f) “ Todo o cidadão tem o dever de: defender e conservar o 
ambiente; 
Artigo 90o. 
 “1. Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente 
equilibrado e o dever de o defender. 2. O Estado e as autarquias 
locais, com a colaboração das associações de defesa do ambiente, 
adoptam políticas de defesa do ambiente e velam pela utilização 
racional de todos os recursos naturais”; 
Artigo 117.º 
1. O Estado promove iniciativas para garantir o equilíbrio 
ecológico e a conservação e preservação do ambiente visando a 
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. 
2. Com o fim de garantir o direito ao ambiente no quadro de um 
desenvolvimento sustentável, o Estado adopta políticas visando: 
a) prevenir e controlar a poluição e a erosão; 
b) integrar os objectivos ambientais nas políticas sectoriais ; 
c) promover a integração dos valores do ambiente nas políticas e 
programas educacionais; 
d) garantir o aproveitamento racional dos recursos naturais com 
salvaguarda da sua capacidade de renovação, da estabilidade 
ecológica e dos direitos das gerações vindouras; 
e) promover oordenamento do território com vista a uma correcta 
localização das actividades e a um desenvolvimento sócio- 
económico equilibrado. 
 
 EIA 207 24 
 
A Constituição da República em vigor, ao fixar princípios criar direitos e 
obrigações para a defesa e protecção do ambiente, a título exemplificativo 
indica alguns componentes ambientais, faz referência aos Órgãos 
estaduais e infa-estaduais, responsáveis por executar a Politica do 
Ambiente à educação ambiental, etc. 
É indicado supra, somente os dispositivos que se referem directamente ao 
ambiente, no entanto, é importante não perder de vista que o ambiente é 
uma matéria transversal na CRM de 2004, abarcando indirectamente 
outros dispositivos que aludem a saúde, bem-estar, etc. 
Cabe ressaltar que dentre os mecanismos jurídicos da protecção do 
meio ambiente em Moçambique, o de maior importância 
hierárquica é a Constituição da República. A nossa Constituição 
sustenta a Avaliação de Impacto Ambiental e serve como 
instrumento da Politica Nacional do Meio Ambiente, a desbruçar 
que “todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos 
direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente 
da cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, grau de 
instrução, posição social, estado civil dos pais ou profissão”. 
A constituição revela que, em termos de matéria ambiental, não há 
cidadãos de primeira ou de segunda, isto é, todos têm igualmente o 
direito fundamental ao ambiente e o correspectivo dever de o 
defender. Assim, a oportunidade de se ter acesso a um ambiente 
salubre e equilibrado deve ser acessível não somente aos cidadãos 
que pertencem às classes sociais média e elevada, normalmente 
residentes em alguns bairros “elite” dotados de todos os 
equipamentos colectivos essenciais para que haja qualidade de 
vida, como também às populações mais desfavorecidas, que 
residem nos bairros mais pobres e degradados das urbes ou nos 
seus subúrbios, nos quais reina a desordem e a carência das 
condições mais elementares de vida. 
 
 EIA 207 25 
 
Sumário 
A avaliação de impacto ambiental é um instrumento da Política l do 
MeioAmbiente formado por um conjunto de procedimentos para 
identificar, prever e avaliar as consequências de acções 
antrópologicas ao meio físico, biológico e sócio-econômico, 
pautado em dispositivos técnicos e legais. 
Constituição da República de Moçambique, revela-se com um 
instrumento da Politica Nacional do Meio Ambiente e serve de 
base fundamental para a Avaliação de Impacto Ambiental . 
 Exercícios 
1. Como a Constituição da República de Moçambique, revela-
se com um instrumento da Politica Nacional do Meio 
Ambiente e serve de base fundamental para a Avaliação de 
Impacto Ambiental ? 
 
2. Aponta e descreve os artigos da Constituição da República 
de Moçambique, que reflentem a protecção do meio 
ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade V 
Avaliação de Impacto Ambiental - Instrumentos e 
Diretrizes 
Introdução 
 
 A Avaliação de Impacto Ambiental - AIA é um instrumento da 
Política do Meio Ambiente, de grande importância para a gestão 
institucional de planos, programas e projectos. 
A Política do Meio Ambiente, tem por objectivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, 
visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-
económico, aos interesses da segurança nacional e à protecção da 
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
Acção governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um património público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso 
coletivo; Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do 
ar; Planeiamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
Protecção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas. Neste capitulos falaremos da Avaliação de Impacto 
Ambiental – Instrumentos e Diretrizes. 
 
5.1 Instrumentos da Avaliação de Impacto Ambiental 
Os Instrumentos legais de implementação da AIA são: Estudo de 
Impacto Ambiental e Relatório de Estudo de Impacto Ambiental - 
EIA/REIA, e/ou outros documentos técnicos necessários como é o 
caso de Termos de Referências – TdR. 
O Estudo de Impacto Ambiental-EIA e seu respectivo Relatório de 
Estudo de Impacto Ambiental-REIA, foi introduzido no sistema 
normativo Moçambicano, para o licenciamento de diversas 
actividades modificadoras do meio ambiente e diretrizes e 
 EIA 207 27 
 
actividades técnicas para sua execução. De acordo com o Decreto 
45/2004, da Regulamento Sobre o Processo de Avaliação de 
Impacto Ambiental, o EIA/REMA, deve ser realizado por equipe 
multidisciplinar habilitada, não dependente directa ou 
indiretamente do proponente do projecto e que será responsável 
tecnicamente pelos resultados apresentados. 
 
5.2 Diretrizes da Avaliação de Impacto Ambiental 
5.2.1 Informações Gerais 
 Nome, razão social, endereço, etc. 
 Histórico do empreendimento 
 Nacionalidade de origem e das tecnologias 
 Porte e tipos de atividades desenvolvidas 
 Objetivos e justificativas no contexto económico-social do 
país, região, e município. 
 Localização geográfica, vias de acesso 
 Etapas de implantação 
 Empreendimentos associados e/ou similares 
 
5.2.2 Caracterização do Empreendimento 
Para cada uma das fases (planeiamento, implantação, operação e 
desactivação): 
– Objectivos e justificativas do projecto, sua relação e 
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas 
governamentais; 
– A descrição do projecto e suas alternativas tecnológicas e 
locacionais, especificando: área de influência, matérias primas, 
mão-de-obra, fontes de energia, processos e técnica operacionais, 
prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, geração de 
empregos. 
 
5.2.3. Área de Influência 
Limitação geográfica das áreas: • directamente afectada e 
indirectamente afectada. Sempre considerar uma bacia 
hidrográfica, onde se localiza o empreendimento, apresentado 
 EIA 207 28 
 
justificativas para a determinação das AIA e ilustrar através de 
mapeamento. 
 
5.2.4. Diagnóstico da Ambiental da Avaliação de Impacto 
Ambiental 
Caracterização actual do ambiente natural, ou seja, antes da 
implantação do projeto, considerando: as variáveis suscetíveis de 
sofrer direta ou indiretamente efeitos em todas as fases do projeto; 
os fatores ambientais físicos, biológicos e antrópicos de acordo 
com o tipo e porte do empreendimento; informações cartográficas 
com as Avaliação de Impacto em escalas compatíveis com o nível 
de detalhamento dos fatores ambientais considerados. 
Meio fisico: subsolo, as águas, o ar e o clima – condições 
meteorológicas e o clima – qualidade do ar; níveis de ruído; 
caracterização geológica e geomorfológica; usos e aptidões dos 
solos; recursos hídricos: hidrologia superficial; hidrogeologia; 
oceanografia física; qualidade das águas; usos das águas. 
Meio biológico e os ecossistemas naturais: fauna e flora; 
Ecossistemas terrestres, descrição da cobertura vegetal, descrição 
geral das inter-relações fauna-fauna efauna-flora; Ecossistemas 
aquáticos: mapeamento da populações aquáticas, identificação de 
espécies indicadoras biológicas; Ecossistemas de 
transição,banhados, mangais e pântanos, etc. 
Meio Antrópologico ou socioeconomico: Dinâmica populacional; 
Uso e ocupação do solo; Nível de vida; Estrutura produtiva e de 
services; Organização social. 
 
5.2.5.Análise dos Impactos Ambientais 
Identificação, valoração e interpretação dos prováveis impactos em 
todas as fases do projeto e para cada um dos fatores ambientais 
pertinentes. De acordo com a AI e com os fatores ambientais 
considerados, o impacto ambiental pode ser: direto e indireto; 
benéfico e adverso; temporários, permanentes e cíclicos; imediatos, 
a médio e a longo prazo; reversíveis e irreversíveise locais e 
regionais. 
 EIA 207 29 
 
 Avaliação da inter-relação e da magnitude; • Metodologias 
utilizadas: Análise custo-benefício; Listas de checagem (“Check 
Lists”); Matrizes de interação (Matriz de Leopold); Análise de 
Rede (“NetWorks”); Mapeamento por superposição (“over-lays”). 
Síntese conclusive; relevância de cada fase: planejamento, 
implantação, operação e desactivação, identificação, previsão da 
magnitude e interpretação, no caso da possibilidade de acidentes 
• Descrição detalhada para cada factor ambiental; impactos sobre o 
meio físico; impactos sobre o meio biologic; impactos sobre o meio 
antrópico. 
Para cada análise: mencionar métodos e técnicas de previsão 
aplicados. 
 
5.2.6. Medidas Mitigadoras 
Apresentadas e classificadas quanto a: sua natureza: preventivas ou 
corretivas; fase do empreendimento em que deverão ser 
implementadas; o factor ambiental a que se destina; • o prazo de 
permanência de sua aplicação; e a responsabilidade por sua 
implementação. 
 
5.2.7. Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos 
Impactos 
Indicar e justificar: os parâmetros selecionados para avaliação; a 
rede de amostragem proposta; os métodos de coleta e análise das 
amostragens; periodicidade das amostragens para cada parâmetro, 
de acordo com os fatores ambientais; os métodos a serem 
empregados para o armazenamento e tratamento dos dados. 
 
5.2.8. Relatório da Avaliação de Impacto Ambiental 
Objetivos e justificativas do projeto; Descrição do projeto e suas 
alternativas tecnológicas e locacionais; Síntese dos resultados dos 
estudos de diagnóstico; Descrição dos impactos ambientais; 
Caracterização da qualidade ambiental futura da AI; Descrição dos 
efeitos esperados das medidas mitigadoras; Programa de 
acompanhamento e monitoramento; Recomendação quanto à 
alternativa mais favorável. 
 EIA 207 30 
 
Sumário 
Neste capitulos falarmos dos Instrumentos e Diretrizes da 
Avaliação de Impacto Ambiental. 
Dissemos que os Instrumentos legais de implementação da AIA 
são: Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Estudo de 
Impacto Ambiental - EIA/REIA, e/ou outros documentos técnicos 
necessários como é o caso de Termos de Referências – TdR. 
Mencionamos que os Diretrizes da Avaliação de Impacto 
Ambiental:1 Informações Gerais; Caracterização do 
Empreendimento; Área de Influência; Diagnóstico da Ambiental da 
Avaliação de Impacto Ambiental; Análise dos Impactos 
Ambientais; Medidas Mitigadoras; Programa de Acompanhamento 
e Monitoramento dos Impactos e Relatório da Avaliação de 
Impacto Ambiental 
 
Exercícios 
1. Reflita sobre os Instrumentos legais de implementação da 
AIA. 
2. Quais são os Diretrizes da Avaliação de Impacto Ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade VI 
Participação Social no Processo de AIA e Agentes Sociais Envolvidos 
 
Introdução 
Em algumas etapas do processo da AIA estão previstas a 
participação da sociedade, para que a mesma tome conhecimento 
prévio das propostas e suas alternativas, bem como dos prováveis 
impactos sociais, económicos e ambientais que poderão ocorrer em 
um determinado território (área ou região). Em tais etapas os 
indivíduos são informados dos processos e mecanismos, e podem 
expressar seus posicionamentos. 
A participação da sociedade em etapas do processo do AIA têm 
multíplas finalidades, como se pode verificar a seguir. Para Bishop 
(1975) aparticipação da sociedade no processo de AIA tem como 
objetivos: (i) coordenar, difundir e educar; (ii)identificar os 
recursos ambientais mais importantes para a comunidade; (iii) 
identificar os problemas e necessidades ambientais; (iv) conceber 
idéias e solucionar os problemas; (v) sondar opiniões do público; 
(vi) valorizar as alternativas apresentadas pelas comunidades 
afectadas; e (vii) resolver conflitos por consenso. 
 
6.1A consulta Pública como Mecanismo da Participação Social 
do Processo de AIA 
A consulta pública no âmbito do processo de avaliação do impacto 
ambiental encontra-se regulada no artigo 7.°, do Regulamento de 
Avaliação do Impacto Ambiental. Constitui corolário do princípio 
da participação, que, como vimos, traduz-se num dos princípios 
ambientais de carácter fundamental. A política de desenvolvimento 
sustentável pressupõe a participação de todos os cidadãos no 
 EIA 207 32 
 
processo da tomada de decisões políticas susceptíveis de produzir 
consequências no meio ambiente. 
Neste domínio, João de Melo disse que: “Tradicionalmente, as 
decisões sobre grandes empreendimentos eram tomadas apenas 
com base em critérios políticos ou económicos, ou mesmo sem 
quaisquer critérios formais (...). As pessoas afectadas não eram 
informadas nem ouvidas, e muitas vezes os próprios decisores não 
tinham a consciência das consequências dos seus actos. Ao tornar o 
processo decisório transparente, a avaliação de impactes ambientais 
proporciona a participação dos cidadãos nas decisões que os 
afectam (...). Como tal, a AIA é um meio importante de estimular a 
democracia participativa e a proximidade entre os cidadãos e o 
Estado”2. 
Porém, para que haja participação dos cidadãos, deve-se promover 
uma informação ampla, atempada e objectiva do processo de 
consulta pública. Isto é, sublinhe-se, sem informação não pode 
haver participação dos cidadãos, ou ainda, por outras palavras, o 
direito de participação dos cidadãos nas questões respeitantes à 
protecção ambiental implica o direito à informação. 
Compete ao MICOA, desde logo, a obrigação de adoptar os 
métodos que, tendo em conta as circunstâncias de cada caso 
concreto, se revelem mais adequados para a prossecução dos 
objectivos pretendidos3. Como tal, consagrou-se um dever a cargo 
deste órgão de garantir o acesso a toda a informação que esteja 
eventualmente na sua posse. 
No decurso do processo de avaliação do impacto ambiental, cabe, 
ainda, à entidade promotora do projecto a responsabilidade de 
promover, em termos amplos, a informação dos cidadãos, 
nomeadamente no que toca ao período e procedimentos da consulta 
 
2 MELO, João Joanaz, Metodologia de Avaliação de Impactes Ambientais, 
Textos – Ambiente e Consumo, Vol. II, CEJ, 1996, pp. 301 e 302. 
3 Cfr. Artigo 7.°/1, do Regulamento da AIA. 
 EIA 207 33 
 
pública, sendo que, neste domínio, agirá segundo orientação directa 
do MICOA4. 
Trata-se de um verdadeiro dever de informar a cargo do proponente 
do projecto ou actividade, sem o qual não haveria participação do 
público no processo de tomada da decisão por parte do MICOA. 
Constitui um momento crucial para o cumprimento dos objectivos 
delineados para a fase da consulta pública, pelo que requer 
particular atenção. 
A consulta pública deve ser publicitada nos principais órgãos de 
comunicação, mas não basta, há que atender à realidade sócio-
económica do país. Tendo presente que a uma parte substancial da 
população moçambicana não tem acesso às fontes de informação, 
torna-se imperioso que se equacione seriamente a forma como tal 
informação deverá ser prestada, sob risco de se desvirtuar 
totalmente o mérito do processo de avaliação de impacto ambiental. 
Quantas pessoas têm acesso aos jornais? Quantas pessoas têm rádio 
ou até pilhas para o poder utilizar? Quantas pessoas sabem falar a 
língua oficial? Estas e outras questões, em função do caso concreto, 
deverão ser sempre colocadas, mais a mais, visando-se instalar o 
empreendimento numa zona rural. 
O MICOA deverá orientar o proponente do projecto ou actividade 
em relação às técnicas de informação e de participação mais 
adequadas em função do caso concreto. 
São várias as técnicas de informação conhecidas: “briefings”, 
reportagens, envio de estudos ambientais pelo correio, conferências 
de imprensa, boletins informativos, artigos periódicos em jornais, 
comunicados de imprensa, anúncios pagos, apresentação a gruposcivis e técnicos, dossiers de informação e informação gratuita na 
comunicação social5. 
 
4 Cfr. Artigo 7.°/2, do Regulamento da AIA. 
5 MELO, João Joanaz, Metodologia (...), pp. 314 a 318. 
 EIA 207 34 
 
 
Com vista a integrar o público no processo da tomada da decisão 
política sobre a viabilidade de um determinado projecto 
económico, devemos ter em conta diversas técnicas de 
participação, designadamente: as comissões de acompanhamento, 
os grupos representativos, a utilização de uma linha telefónica 
dedicada, entrevistas, palestras, conferências, workshops, 
plebiscitos e inquéritos. 
No caso particular do nosso país, é altamente aconselhável o 
envolvimento das autoridades tradicionais na fase da consulta 
pública, de modo a permitir um cabal cumprimento do dever de 
informar, por um lado, e a participação efectiva das populações que 
possam vir a sofrer o impacto ambiental do empreendimento6. 
Para as actividades de maior envergadura, ou quando tal seja 
solicitado por entidade pública ou privada interessada na actividade 
ou associação de defesa do meio ambiente, deverá o MICOA 
convocar uma audiência pública, onde terão direito de participar os 
membros da sociedade civil, os órgãos locais do poder, as 
associações económicas, e os centros de ensino e investigação, 
desde que tais entidades tenham algum interesse directo ou 
indirecto na actividade proposta. 
Além do mais, os estudos de impacto ambiental deverão estar 
disponíveis para apreciação durante um período de tempo 
suficiente. Todas as posições oralmente apresentadas no decurso da 
audiência pública, ou, tendo sido elaboradas por escrito, sejam 
apresentadas aos órgãos locais ou ao MICOA, num prazo até dez 
dias antes do encerramento do período de revisão do EIA, deverão 
ser consideradas no momento da decisão sobre o licenciamento 
ambiental da actividade, desde que se relacionem com o respectivo 
impacto ambiental. 
 
6 Veja-se o Decreto n.° 15/2000, de 20 de Junho (que define as formas de 
articulação dos órgãos locais do Estado com as autoridades comunitárias) e o 
Diploma Ministerial n.° 107 – A/2000, de 25 de Agosto (seu Regulamento). 
 EIA 207 35 
 
6.2. Vantagens e Desvantagens da Participação Social no 
Processo De AIA 
Canter, André, Delisle et Revéret, Meadowcroft, entre outros 
destacam as inúmeras vantagens de se abrir espaço para a 
participação da comunidade em etapas do processo de AIA. Na 
visão desses autores, a participação possibilita:(i) o repasse de 
informações para as comunidades afectadas pelo 
projecto/actividade; (ii) redução de conflitos; (iii) abertura de 
espaços para que as comunidades dêem sugestões ou exponham 
seus pontos de vista com relação à proposta; (iv) incremento da 
legitimidade das decisões individuais e do sistema político em 
geral, tornando o processo justo e inclusivo; e, (v) melhores 
decisões e com maior consistência. 
No que diz respeito às desvantagens de a sociedade participar do 
processo de AIA, Canter, conseguiu elencar quatro. São elas: (i) a 
possibilidade de ocorrer confusões com a inserção de outras 
demandas; (ii) recebimento de informações errôneas; (iii) incerteza 
dos resultados do processo; e (iv) possíveis atrasos e aumentos de 
custos do projecto ou actividade. 
Sumário 
Neste capitulo, analisamos a participação da sociedade no Processo 
de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), procurando verificar 
em que medida tal participação tem contribuído para que o 
licenciamento ambiental alcance sua efectividade, enquanto 
instrumento de controlo da política ambiental em Moçambique. 
Exercícios 
1. Em que artigo do Regulamento de Avaliação do Impacto 
Ambienta, encontra-se regulado a A consulta pública? 
2. Fale da importância da Consulta Pública. 
3. Quais são as Vantagens e Desvantagens da Participação Social no 
Processo de AIA? 
4. Reflita esta passagem “O MICOA deverá orientar o proponente 
do projecto ou actividade em relação às técnicas de informação e 
de participação mais adequadas em função do caso concreto”. 
 EIA 207 36 
 
Unidade VII 
 
Principais Leis Ambientais em Moçambique 
 
Introdução 
 algumas etapas do processo da AIA estão previstas a participação 
da sociedade, para que a mesma tome conhecimento prévio das 
propostas e suas alternativas, bem como dos prováveis impactos 
sociais, económicos e ambientais que poderão ocorrer em um 
determinado território (área ou região). Em tais etapas os 
indivíduos são informados dos processos e mecanismos, e podem 
expressar seus posicionamentos. 
A participação da sociedade em etapas do processo do AIA têm 
multíplas finalidades, como se pode verificar a seguir. Para Bishop 
(1975) aparticipação da sociedade no processo de AIA tem como 
objetivos: (i) coordenar, difundir e educar; (ii)identificar os 
recursos ambientais mais importantes para a comunidade; (iii) 
identificar os problemas e necessidades ambientais; (iv) conceber 
idéias e solucionar os problemas; (v) sondar opiniões do público; 
(vi) valorizar as alternativas apresentadas pelas comunidades 
afectadas; e (vii) resolver conflitos por consenso. 
 
.1A consulta Pública como Mecanismo da Participação Social 
do Processo de AIA 
A consulta pública no âmbito do processo de avaliação do impacto 
ambiental encontra-se regulada no artigo 7.°, do Regulamento de 
Avaliação do Impacto Ambiental. Constitui corolário do princípio 
da participação, que, como vimos, traduz-se num dos princípios 
ambientais de carácter fundamental. A política de desenvolvimento 
 EIA 207 37 
 
sustentável pressupõe a participação de todos os cidadãos no 
processo da tomada de decisões políticas susceptíveis de produzir 
consequências no meio ambiente. 
Neste domínio, João de Melo disse que: “Tradicionalmente, as 
decisões sobre grandes empreendimentos eram tomadas apenas 
com base em critérios políticos ou económicos, ou mesmo sem 
quaisquer critérios formais (...). As pessoas afectadas não eram 
informadas nem ouvidas, e muitas vezes os próprios decisores não 
tinham a consciência das consequências dos seus actos. Ao tornar o 
processo decisório transparente, a avaliação de impactes ambientais 
proporciona a participação dos cidadãos nas decisões que os 
afectam (...). Como tal, a AIA é um meio importante de estimular a 
democracia participativa e a proximidade entre os cidadãos e o 
Estado”7. 
Porém, para que haja participação dos cidadãos, deve-se promover 
uma informação ampla, atempada e objectiva do processo de 
consulta pública. Isto é, sublinhe-se, sem informação não pode 
haver participação dos cidadãos, ou ainda, por outras palavras, o 
direito de participação dos cidadãos nas questões respeitantes à 
protecção ambiental implica o direito à informação. 
Compete ao MICOA, desde logo, a obrigação de adoptar os 
métodos que, tendo em conta as circunstâncias de cada caso 
concreto, se revelem mais adequados para a prossecução dos 
objectivos pretendidos8. Como tal, consagrou-se um dever a cargo 
deste órgão de garantir o acesso a toda a informação que esteja 
eventualmente na sua posse. 
No decurso do processo de avaliação do impacto ambiental, cabe, 
ainda, à entidade promotora do projecto a responsabilidade de 
promover, em termos amplos, a informação dos cidadãos, 
 
7 MELO, João Joanaz, Metodologia de Avaliação de Impactes Ambientais, 
Textos – Ambiente e Consumo, Vol. II, CEJ, 1996, pp. 301 e 302. 
8 Cfr. Artigo 7.°/1, do Regulamento da AIA. 
 EIA 207 38 
 
nomeadamente no que toca ao período e procedimentos da consulta 
pública, sendo que, neste domínio, agirá segundo orientação directa 
do MICOA9. 
Trata-se de um verdadeiro dever de informar a cargo do proponente 
do projecto ou actividade, sem o qual não haveria participação do 
público no processo de tomada dadecisão por parte do MICOA. 
Constitui um momento crucial para o cumprimento dos objectivos 
delineados para a fase da consulta pública, pelo que requer 
particular atenção. 
A consulta pública deve ser publicitada nos principais órgãos de 
comunicação, mas não basta, há que atender à realidade sócio-
económica do país. Tendo presente que a uma parte substancial da 
população moçambicana não tem acesso às fontes de informação, 
torna-se imperioso que se equacione seriamente a forma como tal 
informação deverá ser prestada, sob risco de se desvirtuar 
totalmente o mérito do processo de avaliação de impacto ambiental. 
Quantas pessoas têm acesso aos jornais? Quantas pessoas têm rádio 
ou até pilhas para o poder utilizar? Quantas pessoas sabem falar a 
língua oficial? Estas e outras questões, em função do caso concreto, 
deverão ser sempre colocadas, mais a mais, visando-se instalar o 
empreendimento numa zona rural. 
O MICOA deverá orientar o proponente do projecto ou actividade 
em relação às técnicas de informação e de participação mais 
adequadas em função do caso concreto. 
São várias as técnicas de informação conhecidas: “briefings”, 
reportagens, envio de estudos ambientais pelo correio, conferências 
de imprensa, boletins informativos, artigos periódicos em jornais, 
comunicados de imprensa, anúncios pagos, apresentação a grupos 
civis e técnicos, dossiers de informação e informação gratuita na 
comunicação social10. 
 
9 Cfr. Artigo 7.°/2, do Regulamento da AIA. 
10 MELO, João Joanaz, Metodologia (...), pp. 314 a 318. 
 EIA 207 39 
 
 
Com vista a integrar o público no processo da tomada da decisão 
política sobre a viabilidade de um determinado projecto 
económico, devemos ter em conta diversas técnicas de 
participação, designadamente: as comissões de acompanhamento, 
os grupos representativos, a utilização de uma linha telefónica 
dedicada, entrevistas, palestras, conferências, workshops, 
plebiscitos e inquéritos. 
No caso particular do nosso país, é altamente aconselhável o 
envolvimento das autoridades tradicionais na fase da consulta 
pública, de modo a permitir um cabal cumprimento do dever de 
informar, por um lado, e a participação efectiva das populações que 
possam vir a sofrer o impacto ambiental do empreendimento11. 
Para as actividades de maior envergadura, ou quando tal seja 
solicitado por entidade pública ou privada interessada na actividade 
ou associação de defesa do meio ambiente, deverá o MICOA 
convocar uma audiência pública, onde terão direito de participar os 
membros da sociedade civil, os órgãos locais do poder, as 
associações económicas, e os centros de ensino e investigação, 
desde que tais entidades tenham algum interesse directo ou 
indirecto na actividade proposta. 
Além do mais, os estudos de impacto ambiental deverão estar 
disponíveis para apreciação durante um período de tempo 
suficiente. Todas as posições oralmente apresentadas no decurso da 
audiência pública, ou, tendo sido elaboradas por escrito, sejam 
apresentadas aos órgãos locais ou ao MICOA, num prazo até dez 
dias antes do encerramento do período de revisão do EIA, deverão 
ser consideradas no momento da decisão sobre o licenciamento 
ambiental da actividade, desde que se relacionem com o respectivo 
impacto ambiental. 
 
11 Veja-se o Decreto n.° 15/2000, de 20 de Junho (que define as formas de 
articulação dos órgãos locais do Estado com as autoridades comunitárias) e o 
Diploma Ministerial n.° 107 – A/2000, de 25 de Agosto (seu Regulamento). 
 EIA 207 40 
 
7.2.Vantagens e Desvantagens da Participação Social no 
Processo De AIA 
Canter, André, Delisle et Revéret, Meadowcroft, entre outros 
destacam as inúmeras vantagens de se abrir espaço para a 
participação da comunidade em etapas do processo de AIA. Na 
visão desses autores, a participação possibilita:(i) o repasse de 
informações para as comunidades afectadas pelo 
projecto/actividade; (ii) redução de conflitos; (iii) abertura de 
espaços para que as comunidades dêem sugestões ou exponham 
seus pontos de vista com relação à proposta; (iv) incremento da 
legitimidade das decisões individuais e do sistema político em 
geral, tornando o processo justo e inclusivo; e, (v) melhores 
decisões e com maior consistência. 
No que diz respeito às desvantagens de a sociedade participar do 
processo de AIA, Canter, conseguiu elencar quatro. São elas: (i) a 
possibilidade de ocorrer confusões com a inserção de outras 
demandas; (ii) recebimento de informações errôneas; (iii) incerteza 
dos resultados do processo; e (iv) possíveis atrasos e aumentos de 
custos do projecto ou actividade. 
Sumário 
Neste capitulo, analisamos a participação da sociedade no Processo 
de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), procurando verificar 
em que medida tal participação tem contribuído para que o 
licenciamento ambiental alcance sua efectividade, enquanto 
instrumento de controlo da política ambiental em Moçambique. 
Exercícios 
1. Em que artigo do Regulamento de Avaliação do Impacto 
Ambienta, encontra-se regulado a A consulta pública? 
2. Fale da importância da Consulta Pública. 
3. Quais são as Vantagens e Desvantagens da Participação Social no 
Processo de AIA? 
4. Reflita esta passagem “O MICOA deverá orientar o proponente 
do projecto ou actividade em relação às técnicas de informação e 
de participação mais adequadas em função do caso concreto”. 
 EIA 207 41 
 
Unidade VIII 
Licenciamento Ambiental 
Introdução 
Como foi refereciano capítulo 3, que a Legislação Ambiental é um 
conjunto de Leis, normas, regras e padrões que foram criadas para 
proteger o Meio Ambiente. Neste capitulo, iremos falar das 
definições de Licenciamento Ambiental e Licença Ambiental, do 
surgimento, essência e princípios, do sistema de licenciamento 
duplo e do.órgão competente para a emissão da Licença Ambiental. 
 
8.1. Definições de Licenciamento Ambiental e Licença 
Ambiental 
O licenciamento ambiental encontra-se previsto no artigo 15.°/1, da 
Lei do Ambiente, segundo o qual “o licenciamento e o registo das 
actividades que, pela sua natureza, localização ou dimensão, sejam 
susceptíveis de provocar impactos significativos sobre o ambiente, 
são feitos de acordo com o regime a estabelecer pelo governo, por 
regulamento específico”. 
O processo de licenciamento ambiental tem em vista a obtenção de 
uma licença com um conteúdo específico e característico, para 
além de licenças ou autorizações que há muito tempo eram 
obrigatórias à luz da legislação vigente. 
Mas o que é afinal uma licença ambiental? O Regulamento do 
processo de Avaliação de Impacto Ambiental, aprovado pelo 
Decreto n.° 76/98, de 29 de Dezembro, pode dar-nos uma ajuda 
valiosa na resposta a esta questão, definindo licença ambiental 
como “o certificado confirmativo da viabilidade ambiental de uma 
actividade proposta, emitido pelo Ministério para a Coordenação da 
 EIA 207 42 
 
Acção Ambiental”.12 Mais ainda, entendemos que a licença possui 
a natureza jurídica de um acto administrativo, enquanto “decisão 
com força obrigatória e dotada de exequibilidade sobre um 
determinado assunto, tomada por um órgão de uma pessoa 
colectiva de direito público”, nos termos da alínea a) do artigo 1.° 
artigo do Decreto n.° 30/2001, de 15 de Outubro. 
Tal foi aliás o entendimento de Vasco Pereira da Silva ao afirmar, 
em relação ao sistema jurídico-legal português de licenciamento 
ambiental, que apresenta bastantes semelhanças ao nosso, que a 
licença ambiental possui natureza de acto administrativo, enquanto 
“decisão de realização do interesse público produtora de efeitos 
jurídicos numa situação individual e concreta”13. 
Assim, podemos concluir que estamos perante uma modalidade de 
licenciamento completamente nova quanto à finalidade, conteúdo e 
procedimento para a respectiva

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