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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS II

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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Unidade II
3 RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS PARA DIAGNÓSTICO E 
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
A partir de agora serão apresentados vários equipamentos de grande utilidade na prática clínica 
da estética. A maioria dos equipamentos são utilizados para realizar um procedimento estético. Porém, 
alguns são utilizados para a realização de diagnóstico. Esses recursos são importantes para traçar o 
melhor procedimento de acordo com as características individuais de cada um e também são muito 
utilizados para mostrar os resultados do procedimento estético nas camadas mais inferiores da pele.
3.1 Lâmpada de Wood
A lâmpada de Wood é um recurso tecnológico que tem por finalidade realizar um diagnóstico 
preciso da concentração de melanina depositada na face. Esse equipamento emite uma luz que permeia 
a pele sem se desfocar em coloração diferente. As cores mais escuras indicam pigmentos de melanina 
superficiais, enquanto as mais claras apontam pigmentos mais profundos. Através da visualização, 
conseguimos identificar se o melasma é dérmico ou epidérmico.
A luz de Wood é uma luz ultravioleta de longo comprimento de onda, emitida do filtro de Wood, 
o qual é opaco a todas as radiações, com exceção daquelas com comprimento de onda entre 320 nm 
a aproximadamente 365 nm, no espectro ultravioleta, com pico em 365 nm. A lâmpada de Wood é o 
método empregado na classificação do melasma (PEREIRA, 2014).
A luz ultravioleta emitida pela lâmpada de Wood penetra no estrato córneo e epiderme, no qual a 
melanina está distribuída. A profundidade do pigmento determinará a fluorescência. As regiões cutâneas 
que apresentam maior concentração da melanina epidérmica ficarão com a coloração mais escura e as 
áreas com concentração diminuída se apresentarão mais claras e brilhantes.
Pode-se, através do diagnóstico com a lâmpada, determinar se uma alteração hipercrômica 
encontra-se em nível epidérmico ou dérmico. A hiperpigmentação de nível epidérmico, ao exame da 
luz de Wood, apresenta-se mais escura, enegrecida; as manchas de nível dérmico são mais azuladas, 
permanecendo sem alteração ao exame com a luz de Wood.
42
Unidade II
Figura 21 – Imagem diagnóstica sobre a lâmpada de Wood
Para uma análise adequada, é necessário que a pele esteja limpa e isenta de qualquer substância, 
por exemplo, protetor solar, pois, do contrário, a visibilidade da imagem projetada pode ser prejudicada.
Além disso, para melhor visualização, a lâmpada de Wood deve ter uma distância aproximada de 20 cm a 
25 cm do local. É necessário estar em um ambiente completamente escuro e, depois que a lâmpada acender, 
esperar de três a quatro minutos para que ela atinja a temperatura ideal para a utilização (PEREIRA, 2014).
Devido à necessidade de um ambiente escuro, alguns equipamentos se apresentam com um revestimento 
ao redor da lâmpada, o que garante a florescência das cores mesmo se o ambiente estiver mais claro.
O diagnóstico das lesões em luz branca é indispensável, bem como a utilização de lupa e ficha de 
anamnese do cliente.
É muito importante que os olhos do cliente estejam cobertos para a realização da análise diagnóstica.
Figura 22 – Imagem diagnóstica sobre a lâmpada de wood
Por ser um equipamento que não interfere diretamente no tratamento do melasma, e sim no 
diagnóstico, muitos profissionais não reconhecem a relevância desse recurso, entretanto, é muito 
importante saber identificar o tipo de melasma para elaborar o protocolo específico.
43
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Existem vários tipos de melasma, os superficiais, por exemplo, apresentam melhores resultados com 
peelings, enquanto os mais profundos respondem melhor a procedimentos de laser.
Também é importante ressaltar a importância de conhecer a unidade de medida nanômetro para 
trabalhar com a lâmpada de Wood e com laser. Ao dividirmos um milímetro em mil, obtemos a medida 
de um micrômetro, que, por sua vez, dividido por mil, chega à unidade de um nanômetro – o qual, como 
se pode ver, é uma unidade muito diminuta.
 Saiba mais
Para maiores informações sobre o manuseio do equipamento, leia o artigo:
TAMLER, et al. Classificação do melasma pela dermatoscopia: estudo 
comparativo com lâmpada de Wood. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 
1, n. 3. 2009. Disponível em: http://www.surgicalcosmetic.org.br/exportar-
pdf/1/1_n3_30_pt/Classificacao-do-melasma-pela-dermatoscopia--
estudo-comparativo-com-lampada-de-Wood. Acesso em: 8 maio 2020.
3.2 Endermoterapia
Ventosaterapia é uma técnica muito antiga que consiste em utilizar técnicas que promovem um sucção 
do tecido em pontos específicos para melhorar a circulação sanguínea. Esse efeito de vácuo suga a pele e 
resulta em aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos. Como resultado dessa técnica, ocorre uma maior 
oxigenação e nutrição endógena dos tecidos e, devido a esses efeitos fisiológicos, atualmente ela é muito 
utilizada na estética para o desenvolvimento de protocolos para lipodistrofia localizada e FEG.
Hoje em dia existem diversas marcas e formatos de equipamentos que geram essa sucção e promovem 
os efeitos mencionados. Porém, não foi sempre assim, antigamente era utilizado um chifre de gado para 
a realização da sucção da pele. Para gerar a pressão negativa, é necessário obter um vácuo que promova 
sucção e, para fazê-lo, acendia-se fogo dentro do chifre – o que retira o ar – que era então colocado 
diretamente no local onde se desejava realizar o tratamento (PEREIRA, 2014).
A ventosaterapia é utilizada na China há centenas de anos em vários tipos de tratamentos diferentes, 
como a remoção de secreção purulenta de feridas e a diminuição de espasmos musculares ocasionados 
pela contratura dos músculos esqueléticos.
Mais tarde, a prática foi sendo aprimorada e muitos métodos e equipamentos foram surgindo. 
A introdução de bombas de sucção eletrônica, elétrica ou mecânica promoveu maior facilidade de 
aplicação e novas nomenclaturas foram sendo desenvolvidas (PEREIRA, 2014).
Atualmente, existem várias técnicas que se utilizam da pressão negativa, por exemplo, o vácuo, a 
vacuoterapia, a ventosaterapia, a endermoterapia, a endermologia, a dermotonia e a terapia subdérmica 
44
Unidade II
não invasiva. Entretanto, o termo endermoterapia é um dos mais utilizados pelos autores e por esse 
motivo será o utilizado neste livro-texto.
A dermotonia é uma técnica que usa a pressão negativa induzida por equipamento de vidro e é 
utilizada manualmente. Endermoterapia é um equipamento eletrônico a vácuo no qual os cabeçotes, 
em vez de serem de vidro, são de plástico e possuem “rolos” em seu interior. Esses rolos auxiliam o 
deslizamento do cabeçote sobre a pele.
Figura 23 – Equipamento de endermoterapia utilizado em procedimentos estéticos
A técnica se baseia na utilização de um aparelho que produz vácuo, ou seja, pressão negativa nos 
tecidos cutâneos. A pressão negativa promove uma prega parecida com aquela que é desenvolvida através 
da manobra de rolamento na massagem clássica e modeladora. Os efeitos fisiológicos são praticamente 
os mesmos. Porém, quando utilizamos o equipamento de sucção, esses efeitos podem ser potencializados.
Figura 24 – Ponteira de rolo maior (mais adequada a protocolos corporais)
45
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Para a execução da técnica, é necessário utilizar artefatos em forma de ventosas (conforme mostram 
a figura anterior e a seguinte), que podem ser de vidro ou de plástico, dependendo da escolha do 
profissional e do objetivo da técnica a ser realizada. A pressão negativa executada pelo aparelho pode 
ser contínua ou pulsátil.
Figura 25 – Tamanho da ponteira de rolo maior, ideal para procedimentos na região abdominal
As ponteiras menores têm a mesma indicação e efeitos fisiológicos da ponteira maior (figura 
seguinte). Contudo, são indicadas para regiões menores, uma vez que se adequam melhor às curvaturas 
de pequenas regiões corporais.
Figura 26 – Ponteira maior e menor para procedimentos estéticoscorporais com endermoterapia
A técnica contínua é indicada para:
• protocolos estéticos de modelagem corporal;
46
Unidade II
• relaxamento em casos de contratura muscular;
• protocolos de FEG;
• protocolos de tratamento para estrias vermelhas e nacaradas.
Cada protocolo deverá ser associado com técnicas manuais e cosméticos específicos para cada 
objetivo. A técnica no modo pulsado é indicada para a realização de drenagem linfática e protocolos 
descongestionantes. Em casos de drenagem linfática, o valor da sucção deverá ser diminuído, pois é 
necessário respeitar a velocidade, a direção e a pressão realizada pelo sistema linfático. A técnica realizada 
nas direções de captação linfática com valor adequado de sucção poderá auxiliar no tratamento de 
edemas, redução de medidas e FEG.
3.2.1 Efeitos fisiológicos da endermoterapia
A endermoterapia pode prevenir a fibrose e acelerar o processo de cicatrização, ativando a 
microcirculação, diminuindo os edemas, e favorecendo o retorno ao estado tecidual normal.
O uso das ventosas pode fortalecer os vasos sanguíneos, pois os capilares reagem à pressão negativa, 
expandindo-se durante a aplicação da massagem – como uma espécie de ginástica circulatória. Durante 
a massagem com ventosas, ocorre ativação das trocas metabólicas e facilitação da eliminação de fluidos 
dos espaços intersticiais, o que promove desintoxicação. Além disso, como as glândulas sudoríparas e 
sebáceas são ativadas, é normal ocorrer maior sudorese e produção de sebo.
Figura 27 – Pressão negativa exercida pela endermoterapia
47
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
A mobilização do sangue dentro dos capilares cutâneos melhora o trofismo e favorece a nutrição 
(BORGES, 2006).
Já a desintoxicação resultante do procedimento tem como reflexo a diminuição de medidas, pois 
as toxinas ocupam um lugar significativo nos interstícios. Assim, quando são liberadas, ocorre notável 
diminuição de medidas corporais.
A força da aspiração das ventosas também é eficiente na diminuição dos nódulos apresentados na 
hipoderme. Além disso, amplia a irrigação sanguínea dos músculos e tecidos, o que resulta em aumento 
de nutrição e oxigenação endógena.
Devido ao aumento do aporte de oxigênio e nutrientes, as células passam a disponibilizar mais 
recursos para a execução das funções específicas. Portanto, é correto afirmar que as células passam 
a executar as funções específicas com maior eficácia, inclusive os fibroblastos, que constituem a 
camada dérmica.
É errado, entretanto, falar que protocolos realizados corretamente podem gerar flacidez tissular ou 
muscular, pois, quando a técnica é executada de maneira adequada, os efeitos fisiológicos descritos 
melhoram a irrigação celular e, consequentemente, aumentam a atividade dos fibroblastos, que têm a 
função de produzir o colágeno.
 Observação
O colágeno é a substância mais importante na constituição da 
sustentação dos tecidos.
Quando executada de maneira correta, a endermoterapia atua diretamente na reestruturação do 
tecido conjuntivo. Ela melhora a troficidade, atuando na restruturação do tecido conjuntivo, graças ao 
aporte de enzimas e nutrientes e à eliminação de toxinas.
Porém, vale a pena ressaltar que, quando a técnica é utilizada de maneira inadequada, pode 
gerar hematomas, devidos ao rompimento de vasos sanguíneos. Nesse caso, em vez de ajudar no 
fortalecimento do capilar, o procedimento poderá fragilizar o vaso – portanto, se usado de maneira 
errada, pode prejudicar a circulação, por isso é necessário estar bastante atento.
A endermoterapia também pode ser utilizada para prevenir a fibrose e acelerar o processo de cicatrização.
Em casos de protocolo utilizando a técnica pulsátil, a endermoterapia pode estimular as principais 
cadeias de captação linfática durante as técnicas de drenagem linfática. Nesse caso, as áreas de linfonodos 
podem ser ativadas no início da sessão e durante a finalização das manobras de deslizamento.
48
Unidade II
3.2.2 Técnicas de execução
Para a realização do procedimento estético com o equipamento de endermoterapia, o profissional 
deverá considerar alguns fatores, por exemplo: a tonicidade da pele, a presença de fragilidade tissular, 
a sensibilidade à dor e ainda, claro, a verificação de possíveis contraindicações através de uma ficha de 
anamnese cuidadosa e detalhada.
É importante não iniciar o tratamento com valores de sucção muito altos. A pressão inicial pode variar 
entre 150 mmHg e 200 mmHg, podendo ser aumentada gradativamente de acordo com a sensibilidade 
e com o local de tratamento.
Os movimentos deverão ser longitudinais, sempre obedecendo a direção das fibras musculares, no 
sentido da circulação de retorno. Podem ser realizados movimentos circulares (com cabeçote específico) 
com o amaciamento das zonas de fibrose e descongestionamento do tecido mais profundo.
Para a realização da drenagem linfática com equipamento de endermoterapia, é necessário utilizar a 
pressão inicial de 30 mmHg e tomar cuidado para não ultrapassar nunca 60 mmHg. A direção percorrida 
deverá ser a realizada pelo sistema linfático. As áreas de linfonodos deverão ser estimuladas no início e 
decorrer do procedimento.
A drenagem com endermoterapia auxilia na remoção das partículas tóxicas existentes no sistema 
linfático. A velocidade deverá ser vagarosa, bem como a velocidade de drenagem linfática manual. Os 
efeitos fisiológicos são os mesmos, mudando apenas o recurso para a execução.
Para a realização de massagem modeladora utilizando o equipamento de endermoterapia, é 
importante que o profissional siga as seguintes orientações:
• A pele deverá estar com óleo ou creme de massagem para auxiliar no deslizamento.
• As manobras deverão ser realizadas de maneira rápida e precisa e para isso é importante que você 
treine bastante para adquirir a destreza necessária e não machucar nenhum cliente. Nas coxas, 
por exemplo, o ideal é dividir a região em três e seguir na direção linfática, trabalhando uma parte por 
vez. Deslizamento muito longo poderá acarretar possíveis hematomas.
Figura 28 – Direção percorrida para tratamento com endermoterapia na região de coxa
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
• A região da parte interna de coxa é delicada e requer maior cuidado pelo profissional durante a 
aplicação. Deslizamentos muito longos implicam sugar uma maior quantidade de pele e poderão 
deixar hematomas – o que não é um efeito desejado.
• Sempre ao final do deslizamento é importante que o profissional “remova” o vácuo do cabeçote. 
Os cabeçotes de vidro possuem um furinho, os quais, sempre que estiverem tampados, ocasionarão o 
vácuo que promove uma sucção. Na hora de retirar o cabeçote da pele, o profissional deverá retirar 
o dedo desse furinho para que o ar entre no vidro e se desprenda da pele sem causar nenhum tipo de 
dano ao tecido. Em casos de cabeçote de plástico com rolos, o profissional poderá mover levemente 
o cabeçote para a lateral, o que permitirá a entrada de ar e o desprendimento da sucção, manobra 
que garante que o tecido não sofrerá nenhum tipo de lesão decorrente da sucção.
• É importante prestar atenção na hiperemia causada na região que está sendo trabalhada. A 
vermelhidão é normal e ocorre devido aos incrementos ocorridos na circulação sanguínea e à 
liberação de histamina no local. Porém, caso a hiperemia seja muito intensa, é melhor reduzir 
a pressão de sucção e executar menos deslizamentos com o cabeçote. Devemos sempre ter 
consciência de que é com a integridade do cliente que devemos nos preocupar em primeiro lugar.
Outro detalhe muito importante é que todos somos diferentes uns dos ouros, portanto, as pessoas 
poderão responder de maneiras diversas aos mesmos estímulos. Desse modo, não existe uma receita 
infalível para todos, cada um possui suas características particulares. Alguns são mais sensíveis à 
dor, outros, menos, alguns têm maior fragilidade vascular, outros, maior sensibilidade cutânea. Cabe, 
portanto, ao profissional que trabalhacom o equipamento estar sempre atento às reações ocorridas na 
aplicação do procedimento.
 Observação
Muitos clientes reclamam de dor e hematomas com a utilização do 
equipamento de endermoterapia. Contudo, a dor só ocorrerá se o valor 
de sucção estiver alto para a cliente e o hematoma só surgirá se a técnica de 
aplicação estiver inadequada.
É importante ressaltar que, caso o cliente seja muito sensível, talvez 
seja melhor optar por uma técnica manual que promova efeitos fisiológicos 
parecidos, pois valores de sucção muito baixos podem não ser satisfatórios.
A seguir examinaremos exemplos de protocolos corporais.
3.2.3 Protocolo para tratamento de lipodistrofia localizada
Passo 1: primeiro devemos fazer a higienização da área a ser tratada, conforme se pode ver na 
figura a seguir:
50
Unidade II
Figura 29 – Higienização da área com loção líquida bactericida
Passo 2: depois da higienização, a próxima etapa é fazer a esfoliação para a remoção das células mortas.
Figura 30 – Quantidade de esfoliante necessária para a região abdominal
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
É importante não colocar quantidades excessivas de esfoliante, pois isso dificultaria o processo de 
remoção do produto. O movimento de vaivém das mãos deve ser rápido e pode causar leve hiperemia.
Figura 31 – Aplicação do esfoliante na região abdominal
A remoção do esfoliante poderá ser realizada com pequenas esponjas de algodão e gaze ou, 
dependendo do produto, apenas gaze. É importante utilizar um recurso descartável.
Figura 32 – Remoção do esfoliante
52
Unidade II
Passo 3: aplicação de óleo de massagem ou creme de massagem corporal para melhor deslizamento 
do cabeçote. A massagem deverá ser realizada no sentido das fibras musculares.
Figura 33 – Quantidade de creme de massagem para protocolo em região abdominal
O creme deverá ser espalhado em toda a região para auxiliar o deslizamento do cabeçote. Porém, é 
importante ressaltar que o equipamento deve conter um protetor do local de encaixe das ponteiras. Esse 
protetor tem a função de impedir a passagem do produto para o interior do equipamento, o que pode 
resultar em danos e prejuízos.
Figura 34 – Aplicação do creme de massagem antes da aplicação
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Se o protocolo estiver sendo realizado na região abdominal, as manobras deverão ser feitas na 
direção linfática.
Figura 35 – Direção da massagem ativa com cabeçote de rolo
Para tratamento de “gordura localizada”, as manobras devem ser rápidas, com os mesmos princípios 
da massagem modeladora. Caso o protocolo seja realizado na região das coxas, as manobras deverão 
seguir o sentido das fibras musculares e devem ser rápidas e rítmicas.
Figura 36 – Cabeçote utilizado para endermoterapia na região abdominal
Outra dica importante para a prática é realizar deslizamentos curtos, pois os deslizamentos mais 
longos podem machucar o cliente por causa da sucção.
54
Unidade II
O cabeçote composto por pequenas bolinhas em sua circunferência também pode ser utilizado na 
região abdominal para estimular a circulação sanguínea do local. Nesse caso, os movimentos são circulares.
Figura 37 – Cabeçote composto de roletes na circunferência
Esse tipo de aplicação pode ser utilizado para complementar a massagem anteriormente realizada 
com o cabeçote de rolo.
Figura 38 – Movimentos circulares com endermoterapia na região abdominal
55
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Passo 4: aplicação de argila associada a soro fisiológico. Vale a pena ressaltar que existem argilas de 
várias cores e com diversas indicações terapêuticas e o profissional da área de estética deve aprofundar 
os conhecimentos sobre esse tema, pois ele é aplicável a vários tipos de procedimentos corporais, faciais 
e até mesmo capilares.
Figura 39 – Aplicação de argila verde no abdome
Passo 5: envolvimento de filme osmótico para maior aquecimento. Além do filme, a região do corpo 
pode ser coberta com toalha e manta térmica por 20 minutos para potencializar os efeitos.
Figura 40 – Aplicação do filme osmótico com argila verde na região abdominal
56
Unidade II
 Observação
Apesar de não haver comprovação científica sobre o aumento da 
permeação de princípios ativos através da utilização da manta térmica, ela 
é indicada ao final do protocolo por causa do aquecimento promovido. 
A teoria que baseia essa prática é a da termorregulação humana e os efeitos 
fisiológicos decorrentes do aumento de calor sobre a pele, por exemplo, 
a vasodilatação.
3.2.4 Casos clínicos
M. C. é uma mulher de 40 anos que procurou os tratamentos estéticos para a redução de medidas 
na região abdominal. Ela já teve uma gestação e por isso, além da gordura localizada, também possui 
flacidez tissular na região. Qual protocolo estético seria indicado?
Parecer profissional
A cliente descrita pode realizar sessões do protocolo para tratamento de lipodistrofia localizada, pois 
ele utiliza a técnica de endermoterapia, que é indicada para a diminuição de medidas devido à ativação 
metabólica. Além disso, pode ser utilizada a aplicação da argila verde, pois ela auxilia o processo de 
remineralização da pele, uma vez que aumenta a permeação de minerais.
O protocolo pode ser realizado em dias alternados por aproximadamente dois meses, somando em 
média dez sessões de tratamento. Após esse período, é necessária reavaliação para dar continuidade 
ao tratamento estético. Em muitos casos, a massagem modeladora ou a drenagem linfática associada 
a uma rotina de exercícios e reeducação alimentar pode ajudar a manter os resultados obtidos no 
programa de estética.
3.2.5 Protocolo para execução da drenagem linfática corporal com equipamento 
de endermoterapia
Passo 1: higienização da axila, da virilha e dos pés com loção bactericida. Nas axilas e na virilha, a 
limpeza pode ser realizada com algodão umedecido com loção e, nos pés, com loção bactericida e toalha 
de papel.
Passo 2: desobstrução das principais cadeias ganglionares, como: região axilar, região da virilha e 
região poplítea. Para desobstrução dessas áreas, o cabeçote deverá estar posicionado parado nas regiões 
descritas por aproximadamente dez segundos em cada área.
57
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Figura 41 – Desobstrução ganglionar da região inguinal
A ação do vácuo promove um bombeamento local, efeito reflexo, estimulando, assim, os linfonodos 
da região. Exclusivamente para essas manobras de captação das regiões ganglionares, se utiliza uma 
pressão em torno de 600 mmHg a 700 mmHg.
Figura 42 – Desobstrução da região axilar com cabeçote de rolo
58
Unidade II
Passo 3: aplicação de creme com princípios ativos drenantes. O creme potencializa a ação do 
protocolo e auxilia o deslizamento do cabeçote da endermoterapia.
Passo 4: realização de deslizamentos vagarosos e rítmicos nas direções da drenagem linfática manual. 
Nesse momento do procedimento, é indicado utilizar a depressomassagem sobre todos os trajetos 
linfáticos. As direções são as mesmas seguidas na drenagem linfática manual. É muito importante que 
nessa etapa a pressão não ultrapasse 60 mmHg e que seja realizada a depressomassagem pulsátil nas 
zonas de linfonodos para a realização dos bombeamentos e esvaziamento deles (BORGES, 2006).
Figura 43 – Deslizamento do cabeçote na parte interna da coxa
É importante lembrar que o procedimento não deve ser desconfortável para o cliente, portanto, se 
este apresentar queixa, você, como profissional, deverá buscar uma alternativa para dar continuidade 
ao tratamento.
A) B)
Figura 44 – A) Deslizamento na região medial da coxa; B) deslizamento na região proximal da coxa
3.2.6 Caso clínico
M. F. é uma mulher de 30 anos que, mesmo tendo uma rotina de dieta balanceada, tem os membros 
inferiores edemaciados. Isso ocorre porque ela tem fragilidade vascular e biotipo ginoide, no qual a 
maior parte de gordura corporal se localiza na região de glúteos e coxa. Que tipo de protocolo estético 
pode ser indicado para a cliente citada?59
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Parecer profissional
Nesse caso, são indicados os procedimentos estéticos que têm como finalidade ativar o sistema 
linfático para auxiliar a remoção dos líquidos intersticiais. Assim, é indicada a drenagem linfática manual, 
a qual, nesse caso, pode ser praticada com o recurso tecnológico de endermoterapia, que também 
promove resultados satisfatórios.
Quanto à periodização, o ideal é que a cliente mantenha o tratamento constantemente. 
Você, como profissional, pode propor um valor mensal e até mesmo variar as sessões executando 
também a drenagem linfática manual. O importante é utilizar uma técnica que tenha como principal 
objetivo a desintoxicação corporal.
3.2.7 Protocolo de endermoterapia para as estrias nacaradas
Passo 1: inicialmente deverá ser realizada uma higienização no local a ser tratado. Essa higienização 
pode ser feita com loção bactericida.
Passo 2: depressomassagem pulsátil ao redor da região com estrias para aumentar a irrigação 
sanguínea no local. Essa etapa pode ser realizada com a ventosa de vidro de tamanho maior.
Figura 45 – Estrias brancas (nacaradas) em glúteo feminino
60
Unidade II
Passo 3: depressomassagem contínua sobre a estria até obter hipervascularização. A ponteira 
utilizada nessa etapa é a de vidro com bico fino, pois dessa forma fica mais fácil trabalhar em cima da 
estria (BORGES, 2006).
Figura 46 – Equipamento de endermoterapia e ponteiras faciais. 
As indicadas pela seta são as recomendadas para esse protocolo
Ao escolher as ponteiras de bico fino, faça movimentos de vai e vem ao longo da estria até que a 
região apresente uma hiperemia. O protocolo é feito em nível epidérmico.
Figura 47 – Protocolo para estrias com ponteira de bico fino de endermoterapia
61
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Esse protocolo poderá ser associado a outros procedimentos, por exemplo, aplicação de produtos 
ortomoleculares ou associação com eletrolifting. O objetivo do tratamento nas estrias é obter melhora 
da troficidade da cicatriz e estimulação dos fibroblastos, originando reconstrução do colágeno e fibras 
elásticas (BORGES, 2006).
3.2.8 Endermoterapia no pré e pós-operatório de cirurgias plásticas estéticas
No pré-operatório, a aplicação da técnica de endermoterapia tem o objetivo de fortalecer os vasos 
sanguíneos e linfáticos da região que posteriormente sofrerá os traumas da cirurgia.
É indicado utilizar a técnica de depressomassagem contínua e pulsátil. A técnica contínua auxilia o 
descongestionamento dos tecidos e a pulsátil estimula as zonas de captação linfática dos linfonodos, 
devendo, para isso, ser realizada sobre as áreas de linfonodos. A depressomassagem linfática pode 
estimular o sistema linfático, auxiliando a eliminação de toxinas, o que irá contribuir com o processo de 
cicatrização e redução de edemas no pós-operatório.
Devem ser realizadas no mínimo cinco sessões antes do procedimento cirúrgico (BORGES, 2006). 
Já no pós-operatório, a técnica de depressomassagem linfática irá auxiliar o tratamento dos edemas 
instalados, promovendo cicatrização mais rápida e de melhor qualidade.
O tratamento poderá ser realizado de duas a três vezes por semana. Inicialmente, é necessário 
fazer a desobstrução ganglionar sobre as regiões de linfonodos e, em seguida, é indicado realizar a 
depressomassagem linfática, drenando os exsudatos metabólicos. Depois disso, pode ser aplicada 
novamente a técnica de depressomassagem pulsátil nas regiões de linfonodos para auxiliar o 
esvaziamento das toxinas localizadas especialmente nessas áreas.
Os efeitos pretendidos são: o alívio do desconforto típico do pós-operatório, como dores e edemas. 
Diante dos efeitos fisiológicos proporcionados pela técnica, podemos afirmar que ocorre melhora na 
qualidade da cicatrização e tonificação do tecido (BORGES, 2006).
3.2.9 Contraindicações das técnicas corporais
Entre as contraindicações das técnicas corporais mencionadas até este ponto no livro-texto, estão:
• tumores cutâneos;
• dermatoses;
• fragilidade capilar;
• doenças infecciosas evolutivas;
• reumatismos inflamatórios.
62
Unidade II
 Observação
Apesar de o protocolo de endermoterapia não causar flacidez tissular 
e de esta não ser uma contraindicação para o procedimento, vale ressaltar 
que em casos de flacidez grave, a sucção poderá machucar a pele, pois 
esta será sugada para dentro do cabeçote. Portanto, é melhor verificar as 
condições de cada cliente antes de executar o protocolo, principalmente 
mulheres pós-gestação (mas não necessariamente no puerpério).
3.2.10 Aplicabilidade da endermoterapia nos procedimentos faciais
A endermoterapia pode ser utilizada em diversos tipos de procedimentos faciais, por exemplo: 
extração de lesões acneiformes na limpeza de pele, realização de drenagem linfática, massagem lifting 
para rejuvenescimento facial e estimulação da circulação a fim de obter aumento do trofismo.
Para a realização da limpeza de pele com método de sucção na extração, é importante realizar 
todas as etapas que constituem uma limpeza de pele. São elas: higienização, esfoliação, tonificação, 
aplicação de aquecimento para promoção da emoliência, extração (que nesse caso será realizada com as 
ventosas de vidro e bico fino), aplicação do equipamento de alta frequência, máscara (normalmente 
calmante) e finalização com protetor solar se for dia ou hidratante especifico, se for noite.
A extração manual dos comedões tem maior capacidade de remoção do sebo contido no interior do 
folículo, porém é uma técnica dolorida. Já a técnica de sucção para extração de comedões, apesar de ser 
indolor, não é tão eficiente na remoção do sebo contido nas regiões mais profundas do folículo. Sendo 
assim, cada técnica possui suas vantagens e desvantagens e cabe ao profissional investigar o que deseja 
o seu cliente.
3.2.11 Protocolo para realização da limpeza de pele com método de sucção
Passo 1: higienização da pele com emulsão de limpeza facial. Realizar movimentos circulares por 
aproximadamente três minutos e depois remover a emulsão de limpeza com esponjas descartáveis 
umedecidas com água.
Passo 2: esfoliação.
Passo 3: tonificação.
Passo 4: aquecimento com o equipamento de vapor de ozônio.
63
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Figura 48 – Vapor de ozônio
Passo 5: extração com o cabeçote de vidro e bico fino.
Figura 49 – Ponteiras faciais de vidro. As ponteiras numeradas seis e sete são as indicadas para a extração dos comedões
Nessa etapa, não é recomendado deslizar o cabeçote, e sim adaptá-lo em cima de comedões e 
acionar a sucção.
64
Unidade II
Figura 50 – Extração de comedões utilizando a ponteira de bico fino
Passo 6: aplicação do equipamento de alta frequência para obter ação bactericida, fungicida, 
bacteriostática e oxigenante.
Figura 51 – Aplicação de alta frequência
65
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Passo 7: aplicação de máscara facial específica para o tipo de pele em questão. Normalmente, após 
o procedimento de extração, é utilizada uma máscara calmante, pois a pele se encontra congestionada.
Figura 52 – Aplicação de máscara cosmética após eletroterapia
Passo 8: para potencializar a ação descongestionante do equipamento de alta frequência, o 
profissional poderá utilizar a depressomassagem pulsátil nas áreas de captação linfática. Depois, 
é indicado empregar a depressodrenagem linfática para drenar os exsudatos metabólicos (esse tipo 
de procedimento pode prevenir as cicatrizes ocasionadas pela acne) e, por fim, realizar novamente a 
depressomassagem ganglionar para esvaziamento dos linfonodos (BORGES, 2006).
Figura 53 – Depressomassagem modo pulsado com endermoterapia
66
Unidade II
Passo 9: aplicação do protetor solar, se for dia, e nutritivo, se for noite.
3.2.12 Endermoterapia para tratamento das linhas de expressão facial
O envelhecimento é algo que ocorre com todos nós a partir do momento do nascimento. Para alguns, é 
mais fácil aceitar as marcas do tempo, já para outros essasmarcas podem prejudicar a autoestima. Assim, o 
envelhecimento é um tema muito relevante na estética e com certeza é uma área que nos traz muitos clientes.
Nosso papel, como profissionais da beleza, é sempre tentar fazer com que nossos clientes tenham melhor 
qualidade de vida e aumento da autoestima. Nem sempre conseguimos eliminar completamente as marcas 
do envelhecimento, mas conseguimos atenuar e melhorar o aspecto da pele. Porém, o mais importante é 
que a pessoa se aceite, aceite suas marcas e entenda que os cuidados estéticos são capazes de ajudar na 
prevenção e na melhora da qualidade de vida, embora nem sempre possam mudar tudo que desejamos.
O envelhecimento cutâneo é resultante de quatro causas diferentes (BORGES, 2006):
• Desidratação da camada córnea da epiderme: é comum as pessoas sentirem a pele mais ressecada 
na maturidade, inclusive por isso normalmente os produtos destinados a essa faixa etária têm 
teor mais alto de hidratação.
• Redução da atividade dos fibroblastos: a qualidade e quantidade da produção de fibras de colágeno e 
elastina diminuem, ou seja, com o passar da idade, a nossa capacidade de produzir colágeno se limita.
• Atrofia progressiva de pequenos músculos mímicos.
• Alteração tissular ligada à restrição vascular da microcirculação cutânea.
Diante dessa breve explicação sobre o envelhecimento, é importante ressaltar que uma pele na 
maturidade precisa de procedimentos estéticos que aumentem o teor de hidratação, além de tratamento 
estético tissular e muscular.
Os músculos mímicos estão inseridos na pele, portanto, quando ocorre o envelhecimento, a pele 
também reflete as marcas das mudanças que eles sofrem. Desse modo, se faz necessária a elaboração 
de protocolos estéticos que trabalhem músculo, estimulação da produção de colágeno e, por fim, 
o clareamento da superfície cutânea, pois as alterações hormonais ao longo da vida, juntamente com o 
acúmulo da radiação solar, podem ocasionar algumas manchas, denominadas melasmas.
3.2.13 Protocolo de tratamento com endermoterapia para aumentar a irrigação 
sanguínea da pele
Esse protocolo proporcionará maior quantidade de nutrição e oxigenação celular. Ele poderá ser 
realizado em todo o rosto com as ponteiras faciais de maior calibre e nas linhas de expressão com as 
ponteiras de bico mais fino para a obtenção de um resultado melhor nos locais com linhas de expressão 
mais aparentes.
67
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Passo 1: higienização da pele.
Figura 54 – Quantidade de produto higienizante necessário para limpeza facial
A higienização deve ser realizada com movimentos circulares por aproximadamente três minutos. A 
retirada deve ser feita com algodão umedecido com água.
Figura 55 – Aplicação do higienizante facial
68
Unidade II
Essa etapa de higienização é comum para todos os protocolos faciais, pois é muito importante 
remover as impurezas da superfície da pele antes de qualquer tipo de procedimento estético.
Figura 56 – Remoção do produto de limpeza facial
Passo 2: esfoliação suave para remoção das células mortas.
Figura 57 – Esfoliação realizada com movimentos circulares.
69
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Passo 3: aplicação de creme hidratante para auxiliar no deslizamento da ponteira do equipamento 
de endermoterapia. Realização da depressomassagem contínua que deve ocorrer na direção das fibras 
musculares, sempre em sentido ascendente na face. Essa primeira parte é realizada com a ponteira de 
bico mais largo.
Figura 58 – Deslizamento da ponteira redonda no sentido das fibras musculares
Essa etapa da massagem também pode ser realizada com a ponteira de bico de pato e é feita no 
sentido das fibras musculares.
Figura 59 – Massagem com a ponteira facial de bico de pato
70
Unidade II
A região dos olhos também pode ser estimulada para ativação da microcirculação. Porém, deverá ser 
realizada sempre no modo pulsado e com valores baixos de sucção.
Figura 60 – Sucção na área dos olhos com método pulsado e valor baixo de sucção
A segunda parte da massagem será realizada com a ponteira de bico fino com movimentos de 
vaivém nas linhas de expressão facial até a obtenção de leve hiperemia local.
Figura 61 – Deslizamento da ponteira de bico fino sob a linha de expressão facial
Passo 4: pinçamentos de Jacquet para restaurar a microcirculação local, estimular a atividade dos 
fibroblastos e melhorar a flexibilidade da pele.
71
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Figura 62 – Pinçamentos de Jacquet para estimulação
Passo 5: depressomassagem pulsátil e depressodrenagem linfática.
Figura 63 – Sucção gerada pelo equipamento na região facial
72
Unidade II
Passo 6: aplicação de máscara com princípios ativos cosméticos específicos ao tipo de protocolo. 
Deixe agir por aproximadamente 20 minutos ou conforme orientação do fabricante.
Passo 7: aplicação de protetor solar, se for dia, ou hidratante facial, se for noite.
4 CORRENTE GALVÂNICA
O galvanismo é a forma mais antiga de eletroterapia. Como já mencionamos, Luigi Galvani 
observou pela primeira vez a contração dos músculos da pata de uma rã sobre uma placa metálica. As 
experiências realizadas por ele foram de grande valia para a eletroterapia, pois deram início aos estudos 
de eletrofisiologia, a partir dos quais vários estudos foram sendo reconhecidos.
Em 1870, Van Bruns investigou e comprovou a ocorrência de traços de iodeto na urina, após o 
tratamento com corrente galvânica. Entre 1900 e 1912, Stéphane Leduc, de quem falaremos mais 
posteriormente em nosso livro-texto, demonstrou em experiência que poderia introduzir íons 
medicamentosos no organismo animal (os experimentos foram realizados em coelhos), provocando 
efeitos fisiológicos gerais (LEITÃO apud BORGES, 2006).
A corrente galvânica se caracteriza por uma corrente contínua e unidirecional (conforme demonstra 
a figura seguinte). Ela apresenta efeitos polares (possui dois polos, o positivo e o negativo) e sua 
representação gráfica é do tipo monofásica.
Figura 64 – Característica de pulso da corrente galvânica interrompida
4.1 Efeitos fisiológicos produzidos pela galvanização
Um dos efeitos gerados pela galvanização é o aumento da temperatura local e produção de calor. 
O tráfego da corrente através dos íons contidos nos líquidos orgânicos produz calor por efeito joule. 
Sua intensidade tem relação direta com a resistência do meio no qual a corrente estiver sendo aplicada.
O calor produzido pela corrente é mínimo e muitas vezes nem é percebido. Porém, esse calor é capaz 
de produzir efeitos fisiológicos específicos nas microestruturas corporais. É importante ressaltar que 
o uso inadequado da corrente elétrica nos tecidos biológicos, por exemplo, o excesso de tempo ou de 
intensidade, pode gerar queimadura química.
As moléculas de um meio iônico se dividem em diferentes componentes químicos (dissociação). 
Cada molécula pode apresentar uma carga elétrica diferente. Quando a corrente contínua é aplicada 
73
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
sobre a superfície do corpo, os íons positivos (cátions) e negativos (ânions) que estão dissolvidos nos 
fluidos corporais são movimentados, segundo sua polaridade, em direção à região subcutânea próxima 
à colocação dos eletrodos na superfície da pele.
Isso é chamado de dissociação eletrolítica ou eletrólise. As partículas negativas seguem em direção 
ao polo positivo e as positivas, em direção ao polo negativo. Essa movimentação recebe o nome de 
eletroforese, que é o princípio da iontoforese.
EpidermeEpiderme
EpidermeEpiderme
EletrodoEletrodoEletrodoEletrodo
EletrodoEletrodo
DermeDerme
DermeDerme
HipodermeHipoderme
HipodermeHipoderme
Figura 65 – Esquema de eletroforese
Além do calor, outros efeitos fisiológicos da galvanização são:
• vasodilatação, decorrente do aumento da hiperemia e do calor. A hiperemia também atinge 
estruturas mais profundas, por ação reflexa. Consequentemente, ocorre um aumento da irrigação 
sanguínea em todo o local que está recebendo a correnteelétrica.
• aumento da ação de defesa corporal, resultante da vasodilatação e maior irrigação sanguínea; 
ocorre então estimulação da fagocitose e aumento de anticorpos que estão no sangue na área 
eletroestimulada.
• analgesia: com base no fenômeno de aneletrotônus, através do polo positivo, a corrente 
galvânica é capaz de promover analgesia em certos casos de dor. Devido a esse efeito fisiológico, 
alguns profissionais utilizam a corrente galvânica antes de procedimentos dolorosos, como a 
74
Unidade II
carboxiterapia. É recomendada a utilização de correntes polares antes da aplicação do CO2, que 
costuma ser dolorosa, principalmente nas regiões de membros inferiores.
 Lembrete
Devemos sempre considerar que o limiar de dor é algo individual e particular.
• estimulação nervosa: esse efeito pode ocorrer através da corrente galvânica interrompida, que é 
uma corrente constituída de pulsos retangulares com longa duração de pulso (BORGES, 2006).
Figura 66 – Característica de pulso da corrente galvânica interrompida
• anti-inflamatório: o efeito anti-inflamatório é decorrente do aumento das defesas corporais, 
devido a incrementos ocorridos na microcirculação local.
4.1.1 Tipos de eletrodos
A eletroterapia possui particularidades que exigem a utilização de eletrodos específicos para cada 
tipo de procedimento. Eles são responsáveis por transferir a corrente elétrica para os tecidos biológicos e 
devem sempre ser utilizados com um meio de acoplamento de condução elétrica. Para isso, é necessário 
que o produto empregado seja ionizável. Sua base será água, podendo o produto se apresentar em forma 
líquida, sérum ou gel. Em alguns casos, dependendo do modelo do eletrodo, também são utilizadas 
esponjas ou algodões embebidos em soluções ionizáveis.
Os principais eletrodos são:
• Placas metálicas confeccionadas de latão ou alumínio: são os melhores condutores de eletricidade, 
mas não são muito utilizadas atualmente, pois apresentam o inconveniente de se corroerem se 
não forem muito bem higienizadas e secas após o uso e de terem pouca maleabilidade para 
se adequarem às curvaturas do corpo. Quando o profissional optar por esse tipo de eletrodo, deve 
tomar o cuidado de não deixar a placa metálica em contato direto com o corpo, pois isso poderia 
ocasionar uma queimadura física. Para evitar esse risco, o ideal é embeber esponjas em soluções 
aquosas ionizáveis e colocar entre o eletrodo e a pele.
• Placas de borracha ou silicone: esse tipo de eletrodo é o mais utilizado na atualidade. Possui 
maior facilidade de higienização, pois pode ser lavado, seca mais rápido e não oferece o risco de 
corrosão. Além disso, tem a vantagem de se adequar facilmente às curvaturas corporais.
75
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Figura 67 – Eletrodos de borracha utilizados em protocolos corporais
• Caneta eletroestimuladora: é um eletrodo utilizado na corrente galvânica interrompida para a 
eletroestimulação neuromuscular facial.
• Rolo metálico: esse eletrodo é muito empregado nos procedimentos estéticos faciais em geral. Ao 
utilizar esse eletrodo, o cliente deverá ter contato com o eletrodo dispersivo, que introduzirá no 
corpo o outro polo da corrente elétrica. Esse eletrodo dispersivo pode se apresentar em forma de 
bastão ou placas, que podem ser adesivas ou não, dependendo do modelo do equipamento.
Figura 68 – Eletrodos utilizados para condução de corrente galvânica
• Máscara: o eletrodo em forma de máscara é utilizado para conduzir a corrente galvânica em 
procedimentos faciais. A vantagem desse tipo de eletrodo é que ele abrange toda a área facial 
durante todo o tempo da aplicação.
76
Unidade II
Figura 69 – Equipamento de ionização facial em forma de máscara
• Autoadesivo: em virtude de aderir uniformemente à pele, minimiza os problemas de concentração 
de corrente em apenas alguns pontos da pele. Entretanto, é pouco utilizado nos procedimentos 
estéticos por dois motivos: primeiro por apresentar impossibilidade de uso para a iontoforese e 
segundo pelo alto custo, pois o correto é descartar o eletrodo depois de cada cliente, por questões 
de biossegurança.
Normalmente os equipamentos de tratamento estético corporal são conjugados, ou seja, apresentam 
mais de uma função em um único equipamento.
Figura 70 – Equipamento conjugado de estética corporal
77
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
4.1.2 Iontoforese
A Iontoforese é uma técnica empregada para aumentar a permeação de determinadas substâncias 
específicas no organismo através da pele utilizando a corrente contínua. Nessa técnica, a corrente 
galvânica atua como veículo para o transporte de princípios ativos cosméticos.
Figura 71 – Eletrodos utilizados para ionização facial
A iontoforese está baseada na capacidade que a corrente contínua possui de repelir íons da mesma 
polaridade do eletrodo (íons iguais se repelem e diferentes se atraem). Existem diversos trabalhos 
publicados que comprovam a permeação de partículas (íons) através da corrente contínua (iontoforese), 
por exemplo, a experiência de Leduc em coelhos e de Chatzky utilizando iodeto de potássio em batatas 
(PEREIRA, 2014).
Stéphane Leduc (1853-1939) foi um pioneiro no estudo da iontoforese. Em algumas literaturas, ele 
é apontado como criador devido à popularidade que deu à técnica no início do século XX, com uma 
experiência que demonstrou a permeação de íons através da pele de coelhos.
Umas das experiências de Chatzky tinha o objetivo de demonstrar a migração iônica e os fenômenos 
de eletrólise por ação de corrente galvânica. Foi utilizada uma batata em cuja superfície foi feito um 
sulco, dentro do qual foi colocado iodeto de potássio, depois, foram acoplados eletrodos de corrente 
galvânica nas suas extremidades, de maneira que a corrente passasse através do sulco no qual estava a 
solução de iodeto de potássio.
Ao final de um determinado tempo, quando retirou os eletrodos, Chatzky constatou que a superfície 
da batata no polo positivo estava azulada, mas sem alteração no polo negativo. Esse resultado provou 
que houve a eletrólise, na qual o iodo foi separado do potássio, e que ocorreu uma migração iônica, pois 
a coloração azul sob o polo positivo deveu-se à reação do amido da batata com o iodo que, depois de 
separado, migrou para o ânodo (BORGES, 2006).
78
Unidade II
4.1.3 Princípios básicos para a aplicação
Antes de aplicar qualquer tipo de corrente elétrica na pele, é necessário realizar uma higienização facial 
para a remoção da sujidade e da oleosidade. O óleo natural da pele pode dificultar a permeação da corrente.
A corrente contínua produz uma ação ácida no ânodo e alcalina no cátodo e, como consequência 
disso, o pH é alterado após a aplicação.
A pele possui características ácidas (pH em torno de 4,5 a 5,5) e o transporte da solução ionizável 
também pode sofrer alterações em virtude da influência no pH cutâneo sobre o eletrodo no qual a 
solução será aplicada. Entretanto, não há relatos sobre o quanto essas alterações no pH podem interferir 
na iontoforese (BORGES, 2006).
É muito importante saber escolher o produto adequado para a realização da técnica. Em primeiro 
lugar, você deve se certificar de que o produto é ionizável, ou seja, que foi desenvolvido para ser 
dissociado da corrente elétrica.
Após constatar que o produto é ionizável, é necessário identificar a polaridade dele. Encontramos, 
no mercado de cosméticos, substâncias de ambas as polaridades, cuja ionização deverá ser realizada 
conforme o fabricante. Existem produtos que deverão ser ionizados na polaridade positiva, na polaridade 
negativa e em ambas as polaridades, sendo que durante metade do tempo recomendado deverá ser 
realizada ionização em uma polaridade e na outra metade do tempo, na polaridade oposta. No caso dos 
produtos que deverão sofrer ionização em ambas as polaridades, normalmente a intensidade de corrente 
e o tempo de aplicação recomendados são os mesmos para a introdução das duas partes da solução ionizável 
(BORGES, 2006).
É muitoimportante realizar um treinamento com o fabricante do equipamento, pois cada aparelho se 
apresenta de uma forma diferente, apesar de conduzirem, todos, a mesma corrente. Em alguns modelos, essa 
identificação das polaridades será realizada em uma chave seletora da polaridade e, em outros, o profissional 
deverá introduzir os eletrodos ativo e dispersivo em canais que possuem uma polaridade já atribuída.
Para que aconteça a ionização do princípio ativo através da pele, deverá ser atribuída a polaridade 
oposta à polaridade do produto no equipamento.
É considerado eletrodo ativo aquele utilizado para repelir substâncias iônicas, o que ocorre devido às 
cargas serem iguais. Considera-se eletrodo passivo aquele que fecha o circuito; e ele é oposto ao ativo. 
Sendo assim, quando a substância é positiva, o eletrodo ativo é o positivo e o passivo é o negativo, e 
vice-versa (PEREIRA, 2014).
Outro detalhe importante da utilização dessa técnica é que esse protocolo poderá servir para os 
mais diversos tipos de procedimentos estéticos faciais: rejuvenescimento, clareamento, hidratação, 
revitalização, entre outros.
É necessário fazer uma avaliação prévia para identificar as necessidades da pele e possíveis 
contraindicações. Após essa análise detalhada, você deverá escolher produtos específicos para o 
tratamento. A sequência será sempre a mesma, o que mudará são os produtos utilizados.
79
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
A ionização serve para aumentar a permeação dos princípios ativos através da pele, portanto, 
se o protocolo for de rejuvenescimento, o produto utilizado nessa etapa deverá ser um que estimule 
a produção de colágeno, se o protocolo for de clareamento, o princípio ativo presente no produto 
ionizável deverá ser clareador, e assim por diante. As máscaras também deverão ser escolhidas conforme 
o protocolo, podendo ser hidratantes, clareadoras, tensoras, entre outras.
A intensidade varia de acordo com o tamanho da área, podendo ser µA (miliampere) ou 
microampere µA (miliampere). Geralmente o fabricante indica a intensidade máxima que pode ser usada 
em cada peça. A intensidade também pode variar de acordo com o local e a sensibilidade do cliente. 
Recomenda-se não ultrapassar os 0,05 µA /cm2 (PEREIRA, 2014).
O tempo depende do tamanho da peça utilizada para fazer a iontoforese. Se a peça for móvel, 
o importante é que esse movimento seja mais lento e uniforme; se for fixa, recomendam-se de 20 a 
30 minutos (ZARAGOZA apud PEREIRA, 2014).
4.1.4 Protocolo para realização da iontoforese facial
Passo 1: higienização da face com emulsão de limpeza facial.
Passo 2: esfoliação. É importante ressaltar que a esfoliação deve ser sutil. Essa etapa é importante para 
remover a camada de células mortas que formam uma barreira à permeação dos princípios ativos, contudo, a 
pele não pode ficar sensibilizada. Por isso, aplique o esfoliante e realize movimentos circulares suaves, sem fazer 
pressão com os dedos. Após a esfoliação, remova o produto com esponjas descartáveis de algodão e gaze.
Passo 3: aplicação da corrente galvânica com eletrodo de rolo facial.
Figura 72 – Aplicação da corrente galvânica com eletrodo de rolo metálico
80
Unidade II
 Observação
O cliente deverá segurar o eletrodo de bastão (eletrodo dispersivo), pois 
a polaridade oposta também deverá estar em contato com a pele para que 
ocorra o processo de ionização das partículas. Não se esqueça de que, nessa 
fase, você deverá identificar a polaridade do produto que será ionizado e 
atribuir a polaridade oposta no seu equipamento.
Figura 73 – Eletrodo dispersivo
Passo 4: após a ionização dos princípios ativos, pode ser realizada uma massagem ativa (em peles 
alípicas e envelhecidas) ou pinçamentos de Jacquet (em peles lipídicas).
Passo 5: pode ser aplicada uma máscara com princípios ativos cosméticos específicos ao tipo de tratamento.
Passo 6: finalização com protetor solar, se for dia, ou hidratante específico aos tipos de pele, se for noite.
4.1.5 Protocolo de ionização corporal
A ionização corporal pode ser realizada com o eletrodo de borracha ou com o de rolo que, nesse caso, 
tem tamanho maior do que o facial. A diferença dos eletrodos é que se o profissional optar pelo eletrodo 
de placas de borracha, a ionização ocorrerá em uma área maior. Normalmente, ele é indicado para:
• a ionização de princípios ativos em grandes áreas, como parte anterior e posterior de coxa 
e glúteos;
• quando o profissional tem a intenção de ionizar vários segmentos corporais ao mesmo tempo.
81
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
O eletrodo de rolo, mesmo sendo de um tamanho maior do que o eletrodo facial, abrange uma 
área menor e deverá ser utilizado quando o protocolo for localizado e acometer uma região menor, por 
exemplo, um tratamento localizado na região central do abdome.
Figura 74 – Ionização corporal com eletrodos de borracha
Passo 1: higienização da área com loção bactericida.
Passo 2: esfoliação suave.
Passo 3: aplicação do produto ionizável.
Figura 75 – Aplicação de gel ionizável no eletrodo de borracha
Se o profissional optou por utilizar eletrodos de borracha em várias áreas corporais, deverá 
escolher um produto ionizável em gel, pois soluções aquosas, nesses casos, podem secar, o que 
implicaria várias complicações, como sensibilização da pele. Caso o eletrodo escolhido seja de rolo, 
82
Unidade II
o profissional poderá optar por soluções ionizáveis em gel ou loções líquidas – lembrando que, no 
caso de soluções líquidas, é muito importante que a pele esteja úmida com o produto durante todo 
o tempo da condução elétrica.
Figura 76 – Adaptação dos eletrodos de borracha para ionização corporal
Passo 4: realização de uma massagem ativa, escolhida de acordo com o objetivo do protocolo 
estético. Essa massagem poderá ser realizada com creme de massagem contendo princípios ativos 
drenantes e lipolíticos que contribuirão para os resultados do tratamento.
 Observação
A esfoliação é uma etapa que não precisa ser realizada em todas as 
sessões. O profissional deverá analisar o tipo de pele, a abrasão do produto 
e a periodização do tratamento, pois excessos de esfoliação podem deixar 
a pele sensibilizada.
É importante que o profissional realize uma periodização correta do tratamento estético. As sessões 
deverão ser divididas ao logo da semana. Em casos de protocolos específicos para redução de medidas ou 
tratamento do FEG é interessante iniciar o tratamento com três sessões semanais, as quais, para melhor 
distribuição, idealmente devem ser realizadas em dias intercalados. Para a manutenção dos resultados, o 
número de sessões semanais poderá ser reduzido para duas ou até mesmo uma vez por semana.
É importante também levar em consideração sempre que os resultados de um protocolo estético 
também dependem muito do estilo de vida do cliente. Alimentação adequada, boa ingestão de 
líquidos e atividade física auxiliam a manutenção dos resultados e contribuem para uma melhor 
qualidade de vida.
83
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
 Saiba mais
Para maior entendimento da aplicabilidade e dos efeitos da corrente 
contínua no tratamento de adiposidades, leia o artigo:
MACEDO, A. C. B. et al. Efeitos da aplicação da corrente polarizada e da 
iontoforese na gordura localizada em mulheres. Fisioterapia em Movimento, 
Curitiba, v. 26, n. 3, jul./set. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502013000300020&lang=pt. 
Acesso em: 12 maio 2020.
4.2 Desincruste
O desincruste é um recurso tecnológico de ação eletroquímica que tem como objetivo remover os 
excessos de sebo contidos no folículo piloso de peles oleosas e seborreicas. Esse recurso é realizado 
com um aparelho constituído para gerar uma corrente contínua. Portanto, possui como característica o 
princípio galvânico, isto é, tensão contínua, constante unidirecional com polaridade determinada (polo 
positivo e polo negativo). Ele atua no processo de eletrólise para produzir a substânciadesincrustante 
ativa (VIGLIOGLIA apud BORGES, 2006).
O procedimento é indicado para peles oleosas e seborreicas, mas é contraindicado para peles alípicas, 
pois o biótipo apresenta pouca oleosidade e poderia, portanto, sofrer desidratação e fissuras.
Existe, contudo, uma divergência de autores com relação a essa indicação. Miedes (apud BORGES, 2006) 
afirma que esse é um procedimento que deverá ser executado exclusivamente em peles seborreicas, enquanto 
que Silva (apud BORGES, 2006) afirma que ele também pode ser aplicado em peles lipídicas esporadicamente 
para a remoção de sujidades como resíduos de maquiagem e poluição, que podem produzir uma obstrução 
na passagem osmótica de cosmético. Portanto, há opiniões diferentes e nós, profissionais, devemos ter muita 
cautela e coerência na hora de elaborar os protocolos, pois cada caso é único e específico.
Além disso, mesmo pertencendo ao mesmo biótipo, peles de diferentes pessoas podem se apresentar 
de maneiras diversas. Peles lipídicas não são todas iguais, assim como as peles alípicas também não. 
A pele de cada cliente possui características próprias, por exemplo, uma sensibilização ao produto, 
irritabilidade, entre outros.
É comum observarmos, na eletroterapia, autores que discordam em vários aspectos, como intensidade, 
tempo de aplicação e periodização. Há artigos que relataram métodos diferentes de aplicação, mas com 
resultados igualmente satisfatórios. Por exemplo, Winter (apud BORGES, 2006) relatou que a intensidade 
ideal para trabalhar com desincruste deve estar entre 0,2 mA e 1 mA, desde que promova formigamento leve, 
e o tempo de aplicação na face deve ficar entre 15 e 20 minutos. Entretanto, Miedes (apud BORGES, 2006), 
referindo-se ao mesmo equipamento, mencionou que a intensidade deve ser de 1 mA a 5 mA, com duração 
de 3 a 4 minutos por sessão. Ambas as técnicas apresentam resultados satisfatórios.
84
Unidade II
Assim, não se espante se encontrar divergências na literatura sobre esse tema. O profissional deve 
ter o conhecimento de várias técnicas de aplicação para verificar qual aquela que mais se adequa ao 
seu cliente – lembrando que as pessoas possuem características, objetivos e disponibilidades diferentes.
Nas peles lipídicas, além da reeducação do trabalho das glândulas sebáceas, busca-se a eliminação 
das secreções sebáceas sem sua retirada total, para que seja evitado o efeito feedback. Nesse caso, a 
pele poderia acionar mecanismos de defesa e aumentar a produção de sebo. Esse efeito é conhecido 
popularmente como “efeito rebote”.
As soluções à base de sódio (utilizadas no procedimento) apresentam um pH em torno de 12, o que 
quer dizer que são altamente alcalinas. O pH da pele normalmente fica em torno de 4,5 a 5,5, ou seja, é 
levemente ácido. É importante usar uma loção equilibrante de pH após a aplicação do desincruste, pois 
uma boa parte do manto hidrolipídico é removida com o procedimento.
Os princípios ativos utilizados para a execução da técnica geralmente são alcalinos, como cloreto de 
sódio 10% e bicarbonato de sódio 10% (PEREIRA, 2014).
Quando usamos essas substâncias, o polo ativo é o negativo e o passivo é o positivo. Nesse caso, 
o polo ativo (negativo) atrai íons positivos, formando hidróxido de sódio, que, ao reagir com os ácidos 
oleosos produzidos pela glândula sebácea, se transforma em sabão, favorecendo, assim, a eliminação 
do excesso de oleosidade, já que é solúvel em água. O polo passivo (positivo) deve ficar conectado ao 
cliente, fechando um campo elétrico (PEREIRA, 2014).
4.2.1 Técnicas de aplicação
Para a realização do protocolo de desincrustação da pele é necessário realizar uma higienização para 
remoção de oleosidade e outros tipos de sujidades que possam impedir a passagem da corrente elétrica 
na pele. Os eletrodos utilizados são o de gancho e o de bastão (que fechará o ciclo da corrente).
Figura 77 – Eletrodo de gancho utilizado para a realização do desincruste
Algumas empresas fabricam eletrodos adesivos ou em placas para serem o eletrodo dispersivo (o 
modelo de eletrodo não fará diferença). O essencial é que você saiba manusear o seu equipamento de 
acordo com as especificidades dele, por isso é importante realizar um treinamento com o fabricante.
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A solução desincrustante deve ser utilizada para embeber o algodão que será fixado ao eletrodo 
ativo (gancho).
Figura 78 – Algodão sendo umedecido com loção desincrustante
Esse algodão umedecido com loção desincrustante deverá ser fixado no eletrodo de gancho para a 
realização da aplicação.
A) B) C)
Figura 79 – A) colocação do algodão no eletrodo de gancho parte inicial; 
B) envolvimento do eletrodo em algodão; C) algodão acoplado ao eletrodo
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Unidade II
Segundo Pereira (2014), o tempo de aplicação de uma sessão deve ser de três a quatro minutos, 
com intensidade de 1 µA a 5 µA, sendo que esse tempo deverá ser dividido entre todas as áreas faciais. 
Já Winter (apud BORGES, 2006) afirma que os resultados são mais satisfatórios quando o tempo de 
aplicação é de 10 a 15 minutos, com intensidades de 0,2 µA a 1 µA.
Como mencionado anteriormente, a literatura é divergente e ambos os autores obtiveram resultados 
satisfatórios em experimentos. Portanto, cabe ao profissional realizar uma análise cuidadosa do cliente 
a fim de saber suas reais necessidades para só então realizar a técnica mais adequada.
Entretanto, vale a pena ressaltar que um grande indicativo para aumentar ou diminuir a 
intensidade de um aparelho é o limiar de dor e sensação de um cliente. Não é interessante que ele 
sinta desconforto. Pode ser que você tenha um cliente que se adapte melhor a pouca intensidade e 
mais tempo de exposição, outro poderá preferir uma intensidade maior em um intervalo de tempo mais 
curto, por isso que devemos ter o conhecimento de várias técnicas e aprender a fazer o mesmo 
protocolo de várias formas.
A técnica desincrustante pode ser realizada de duas formas. A primeira utiliza como eletrodo ativo o 
polo negativo. Nesse caso, o sódio eletrolisado no algodão do eletrodo ativo entra em contato com o sebo 
contido na pele a partir do momento em que a corrente elétrica é acionada e o algodão desliza sobre a 
pele. Os íons sódio têm polaridade positiva e, por isso, são atraídos para o polo negativo no eletrodo ativo, 
fixando-se ao algodão que envolve esse eletrodo.
A segunda forma de técnica desincrustante é realizada por alguns profissionais que preferem iniciar 
a sessão utilizando o polo positivo como eletrodo ativo. Nesse caso, a eletrólise isola o sódio que entra 
em contato com o sebo, produzindo uma espécie de “sabão”, em seguida, a polaridade da corrente pode 
ser invertida e o eletrodo ativo passa a ter a polaridade negativa, então começa a atrair o sódio (que tem 
polaridade positiva) agregado ao sebo da pele (BORGES, 2006).
É comum o algodão ganhar uma coloração cinzenta após a aplicação. Isso ocorre devido ao excesso 
de sujidade que se encontrava no interior do folículo piloso. É importante, contudo, ressaltar que isso 
não ocorre por falta de higiene pessoal. Nossa higiene é superficial, não existe uma maneira de “lavar” o 
interior dos folículos pilosos durante o nosso banho. Justamente por isso é recomendado realizar técnicas 
de limpeza profunda esporadicamente, tais como a limpeza da pele com extração de comedões e sessões 
com desincruste. O período de intervalo entre as sessões depende de cada caso, mas normalmente são 
realizadas sessões mensais.
Durante a aplicação da corrente elétrica, é importante que o algodão contido no eletrodo ativo 
esteja sempre úmido e, para isso, deve-se deixar um recipiente com solução desincrustante à mão. 
Sempre que o algodão secar, o profissional deve umedecê-lo na loção. Para fazê-lo, pode ser utilizado 
um conta-gotas ou uma pipeta – o profissional pode verificar qual a melhor maneira.
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Figura 80 – Umidificação do algodão durante o procedimento
O desincruste nãopode ser realizado toda semana, pois o excesso desse procedimento pode ativar 
uma reação de defesa na qual o corpo estimula a produção de sebo. A esse efeito damos o nome popular 
de “efeito rebote”.
Para Miedes (apud BORGES, 2006) o ideal é que o intervalo entre as sessões seja de 30 dias, ou seja, 
o autor indica sessões mensais do procedimento. Já Soriano et al. (apud BORGES, 2006), relata que o 
intervalo entre as sessões deve ser de 15 a 20 dias.
 Lembrete
Esse é mais um caso em que a literatura é divergente, é importante, 
então, sempre que isso ocorrer, verificar qual técnica será a mais adequada 
a cada tipo de cliente, avaliando individualmente o caso.
Para verificar qual a melhor indicação de periodização para o cliente, o ideal é que o profissional 
execute uma vasta ficha de anamnese e que ouça o relato dele, pois o feedback muitas vezes é o fator 
determinante para uma escolha profissional acertada.
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Unidade II
4.2.2 Protocolo da técnica de aplicação do desincruste
Passo 1: higienização da pele com emulsão de limpeza.
Passo 2: esfoliação para retirada da cama de células mortas e queratina, que formam uma barreira.
Figura 81 – Execução de esfoliação fácil
Passo 3: aplicação da técnica de desincruste. Utilizar o eletrodo de gancho popularmente conhecido 
como eletrodo de jacaré (por causa do formato, que se assemelha à boca de um jacaré) com algodão 
embebido em loção desincrustante.
Figura 82 – Aplicação do desincruste com eletrodo de gancho
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Passo 4: remoção do sebo fluidificado com algodão umedecido com água.
Passo 5: aplicação de loção equilibrante para equilíbrio do pH da pele.
Figura 83 – Aplicação de tônico para equilíbrio da pele
Passo 6: aplicação de máscara descongestionante ou argila verde (etapa não obrigatória) para 
complementar o tratamento.
Passo 7: aplicação do protetor solar, se for dia, ou hidratante, se for noite.
 Observação
Os produtos para a finalização e os produtos que serão indicados para 
uso home care deverão ser anticomedogênicos, ou seja, seborreguladores, 
que não estimulam o aumento da produção sebácea.
4.2.3 Contraindicações da técnica
Entre as contraindicações da técnica de aplicação do desincruste, estão:
• alergias ao produto desincrustante;
• hipersensibilidade à corrente elétrica;
• próteses metálicas ou qualquer tipo de implante metálico;
• cardiopatia descompensada;
• hipertensão descompensada.
90
Unidade II
4.2.4 Caso clínico
J. C. é do sexo masculino, tem 30 anos e procurou o tratamento estético para tentar controlar a 
oleosidade excessiva da pele. J. C. não possui contraindicações. Qual seria a conduta profissional?
Parecer profissional
J. C. tem biótipo cutâneo lipídico, ou seja, possui pele oleosa. Pessoas que apresentam esse biótipo 
normalmente se queixam do aspecto oleoso que piora com o decorrer do dia. Nesse caso, o profissional 
de estética poderá recomendar uma limpeza de pele e sessões do protocolo de desincrustação com 
corrente galvânica para remoção do excesso de sebo contido no folículo piloso – lembrando que esse 
procedimento não pode ser realizado semanalmente, para não ocasionar efeito rebote na pele.
 Lembrete
A remoção excessiva de sebo em peles oleosas poderá gerar uma reação 
de defesa corporal, na qual o corpo aumenta a produção de sebo, o que 
aumenta a oleosidade, em vez de diminuí-la.
A prescrição de produtos cosméticos específicos para uso diário também é fundamental para o 
controle da oleosidade.
 Observação
Lembre-se sempre de que a pele oleosa também precisa de hidratação. 
Porém, nesse caso, o produto deverá ser oil free (livre de óleo).
4.3 Microcorrentes
A microcorrente, também conhecida como Mens (micro electro neuro stimulation), é um tipo de 
estimulação elétrica que utiliza corrente elétrica com intensidades medidas em µA (microampere) e com 
baixa intensidade. Podem se apresentar de forma contínua ou alternada.
Segundo Robson e Snyder-Mckler (apud BORGES, 2006), o modo como a corrente é trabalhada 
ocorre em níveis incapazes de ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas e, devido a isso, o 
cliente não sente a aplicação. É interessante, então, explicar para ele por que não está sentindo a 
corrente, caso contrário, ele poderá até mesmo achar que o equipamento se encontra quebrado ou 
necessita de manutenção.
A maior vantagem da microcorrente é que não gera nenhum tipo de desconforto ao paciente. Ela 
é promovida por uma corrente medida em microampere (µA), capaz de atuar sobre a epiderme, derme, 
hipoderme e músculos. Possui vários efeitos benéficos, como: ativação do metabolismo celular, aumento 
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da produção de ATP (adenosina trifosfato), aumento do número de fibroblastos, aumento da síntese 
proteica, melhora do tônus tecidual e muscular, melhora da cicatrização dos tecidos e maior absorção 
de cálcio.
Atualmente é normal encontrar diversos tipos e modelos de aparelhos com uma grande diversidade 
com relação às suas características físicas, pois não existe um padrão para a construção do aparelho. As 
correntes emitidas podem se apresentar de várias formas físicas, por exemplo:
• ondas individuais com característica de pulso monofásico retangular com inversão automática de 
polaridade: esse tipo de corrente é muito eficiente, pois trabalha as duas polaridades no mesmo 
ciclo de tratamento;
• ondas individuais com característica de pulso monofásico com rampas de subida e descida: essa 
corrente apresenta graus de elevação e declínio;
• ondas individuais com característica de pulso monofásico triangular: essa é a maneira mais 
comum de encontrarmos pulso monofásico;
• ondas individuais com característica de pulso monofásico sem subidas e descidas;
• ondas individuais com característica de pulso monofásico trapezoidal, que é caracterizado como 
uma corrente contínua;
• ondas individuais com característica de pulso bifásico retangular.
É comum encontrar no mercado equipamentos que possuem vários tipos de ondas em um único 
tratamento com o objetivo de promover efeitos diferenciados de acordo com determinadas formas de 
onda (BORGES, 2006).
Figura 84 – Eletrodos para aplicação de microcorrentes facial
92
Unidade II
4.3.1 Efeitos fisiológicos da microcorrente
Um dos importantes efeitos fisiológicos da microcorrente é o aumento da síntese de ATP: a maior 
parte do ATP utilizado como fonte de energia pelas células é formada durante o metabolismo da glicose. 
A molécula de ATP armazena energia de consumo imediato para a célula, que pode ser utilizada em 
vários processos químicos que requerem energia, como a contração muscular, a condução de estímulo 
nervoso e o transporte ativo através das membranas.
O processo de formação de ATP está intimamente ligado a um processo elétrico fisiológico, o qual é 
acelerado com a ação da microcorrente, que aumenta a capacidade fisiológica de produzir essa molécula 
de energia celular.
O ATP é sem dúvida a principal fonte de energia celular e é requerido para controlar as funções 
celulares, ou seja, as células desenvolverão com maior êxito suas funções se receberem uma carga extra 
de energia.
Tecidos lesionados são pobres em ATP, por isso esse tipo de estimulação elétrica é muito recomendado 
em procedimentos estéticos pós-cirúrgicos. Além disso, protocolos estéticos com microcorrentes são 
indicados para rejuvenescimento, pois aumentam a capacidade celular e estimulam uma maior produção 
de colágeno através dos fibroblastos (BORGES, 2006).
Outro importante efeito fisiológico da microcorrente é o aumento do transporte de membranas, 
o qual é decorrente da ampliação da produção de ATP, pois, devido a esse incremento, ocorre uma 
intensificação do transporte através da membrana plasmática celular.
A produção de ATP aumentada consegue oferecer a energia que os tecidos exigem para aumentar a 
síntese de proteína – esse processo é considerado fundamental para o desenvolvimento de tecidos saudáveis.
O transporte ativode aminoácidos também está entre os efeitos fisiológicos da microcorrente. Os 
aminoácidos são componentes essenciais para a formação de proteína no corpo.
Quando ingerimos proteínas, o organismo realiza uma quebra e o aminoácido absorvido aumenta a 
nossa capacidade intrínseca de gerar outras proteínas. Porém, o único mecanismo de transporte desses 
aminoácidos para a célula é o transporte ativo celular, que é ampliado pelo aumento de ATP.
Com o aumento da produção de ATP decorrente da microcorrente, haverá um aumento significativo 
na absorção de aminoácidos, o que contribuirá para uma maior produção de proteína. Diante desse 
efeito fisiológico, é justificada a indicação da corrente para aumentar a tonicidade muscular também 
nos procedimentos de rejuvenescimento, principalmente em protocolos faciais.
Segundo Borges (2006), a síntese de proteína é aumentada em torno de 30% a 40% com o emprego 
da microcorrente. A ampliação da produção de ATP consegue oferecer a energia que os tecidos exigem 
para aumentar a síntese de proteína, processo considerado fundamental para o desenvolvimento de 
tecidos saudáveis.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Ação no sistema linfático: uma importante função do sistema linfático é devolver as proteínas 
plasmáticas intersticiais, decorrentes do metabolismo celular, à circulação sanguínea. Excessos de resíduos 
nos espaços intercelulares resultam em edemas. Entre as maiores causas dessa congestão circulatória 
estão o excesso de toxinas e a compressão vascular, que normalmente ocorrem pelo aumento das 
células adiposas. O edema acumulado gera desconforto, em alguns casos, dor e alterações estéticas, por 
exemplo, aumento do grau de FEG.
A microcorrente amplia a mobilização dessas toxinas para os capilares linfáticos. A pressão osmótica 
dos canais linfáticos é elevada e o líquido intersticial é absorvido através dos capilares linfáticos. Dessa 
forma, podemos afirmar que a utilização da microcorrente aumenta a capacidade de absorção das 
toxinas provenientes de resíduos celulares localizadas nos espaços entre as células. Os resultados desse 
efeito fisiológico são a diminuição de edemas, a melhora das condições do tecido, maior capacidade de 
regeneração tecidual e, em casos de protocolos corporais, a diminuição de medidas, pois esses excessos 
de líquidos “ocupam um espaço significativo” no organismo.
 Observação
Muitas pessoas acreditam que as medidas aumentam somente 
por causa do ganho de peso (gordura corporal). Porém, indivíduos que 
possuem dificuldade de eliminação de líquidos intersticiais tendem a ficar 
edemaciados, ou seja, inchados, sentindo, devido a isso, crescimento nas 
medidas corporais. Assim, muitos conseguem perder medidas quando 
associam dieta a procedimentos estéticos que aumentam a velocidade do 
sistema linfático – ou seja, perdem gordura e líquidos retidos.
Fora isso, a microcorrente tem os seguintes efeitos fisiológicos:
• Promoção da analgesia: um dos benefícios das microcorrentes é a diminuição da dor e promoção 
da analgesia. A Mens consegue criar ou modificar o fluxo da corrente direta constante dos tecidos 
neurais que podem, de algum modo, influenciar a transmissão de impulsos nervosos dolorosos. 
Vale ressaltar que, além de contribuir para a diminuição da dor, os benefícios dessa corrente 
elétrica ajudam o processo de cicatrização e regeneração dos tecidos, que também é essencial 
para a diminuição das dores (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
• Efeito anti-inflamatório, que está associado ao aumento das capacidades de cicatrização tecidual 
e diminuição das toxinas. A aceleração das funções do sistema linfático fortalece a imunidade 
corporal. O aumento da circulação local também é um fator determinante para a diminuição dos 
processos inflamatórios. Porém, vale a pena ressaltar que, apesar de ter resultados satisfatórios na 
redução de processos inflamatórios, tais como artrites e bursites, o equipamento de microcorrente 
só poderá ser utilizado pelo profissional de estética para realizar procedimentos que visem a 
resultados estéticos. No caso de clientes com qualquer tipo de inflamação ou infecção, o 
procedimento estético utilizando a Mens será contraindicado.
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Unidade II
• Efeito bactericida: a cicatrização de feridas pode ser impedida por infecção. Em alguns 
estudos (BORGES, 2006) a estimulação elétrica foi considerada em cultura in vivo como sendo 
bacteriostática, ou seja, controlou a proliferação de micro-organismos, além de ter ação bactericida. 
Feridas úmidas que são submetidas à Mens se recuperam mais rápido.
• Relaxamento muscular: os incrementos na circulação, inclusive em nível muscular, promovem 
maior aporte de sangue nos músculos, o que aumenta a temperatura e diminui os espasmos.
As microcorrentes poderão ser aplicadas em procedimentos corporais ou faciais. O eletrodo poderá 
ser o de borracha, de adesivo ou de bastão. Os eletrodos de borracha estão disponíveis em diferentes 
tamanhos. Eletrodos menores e eletrodos de bastão são indicados para tratamentos faciais, enquanto 
eletrodos maiores são indicados para procedimentos corporais.
As indicações da técnica são:
• revitalização cutânea;
• acne (auxilia o processo de cicatrização das lesões inflamatórias);
• desintoxicação tecidual;
• auxílio no tratamento de flacidez;
• auxílio na eliminação de toxinas intersticiais;
• rejuvenescimento;
• olheiras.
 Lembrete
A flacidez tissular é ocasionada principalmente pela diminuição da 
produção de colágeno e das estruturas que sustentam a pele. Portanto a 
aplicação correta do equipamento de endermoterapia não irá ocasionar 
flacidez tecidual, mas é essencial que a aplicação seja feita com cuidado a 
fim de não causar hematomas.
4.3.2 Técnicas de aplicação corporal
Para a realização de protocolos corporais, o ideal é utilizar os eletrodos de borracha ou adesivos. Eles 
deverão ser adaptados na área a ser tratada após a higienização do local, a qual poderá ser realizada 
com uma loção bactericida.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Figura 85 – Equipamento corporal conjugado. Os eletrodos de borracha 
são utilizados para a aplicação de microcorrentes corporais
4.3.3 Técnicas de aplicação facial
Para a utilização da corrente em protocolos faciais, o mais indicado são os eletrodos de bastão ou 
porta cotonetes (esse modelo está um pouco defasado).
A sessão será dividida em três etapas: a primeira tem o objetivo de ativar o metabolismo cutâneo, a 
segunda atinge as papilas dérmicas, promovendo uma melhoria da irrigação sanguínea, por fim, a terceira 
causa o aumento da vascularização, a intensificação circulatória e a bioestimulação (crescimento da 
produção de ATP), além de ocasionar maior absorção de princípios ativos. Essa última etapa intensifica 
os resultados das etapas anteriores.
É importante ressaltar que, assim como em outras terapias com eletroestimulação, existem vários 
modelos de protocolos de utilização. O protocolo descrito a seguir promove incremento circulatório e 
tem indicação para procedimentos estéticos faciais, principalmente rejuvenescimento.
4.3.4 Protocolo facial
Para a realização desse protocolo, serão utilizadas as ponteiras de bastão com esferas.
Passo 1: higienização da face com emulsão de limpeza facial. Após a limpeza, é necessário aplicar 
o gel de contato em toda a face.
Passo 2: ajustar o equipamento em frequência de 100 Hz, com intensidade de 500 µA, por dez 
minutos, sendo cinco minutos gastos em cada hemiface. Realizar microalongamentos com movimentos 
lentos em toda a hemiface de três a cinco vezes para cada movimento. Esses movimentos podem ser 
realizados bem próximos da área dos olhos. Não se deve encostar uma caneta na outra.
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Unidade II
A) B) C)
Figura 86 – A) ponteiras deslizando sobre a face na região frontal; B) ponteiras deslizando sobre a face 
na região temporal; C) ponteiras deslizando sobre a face na região do zigomático
Passo 3: ajustar o equipamento em frequência de 100 Hz, intensidade 100 µA, por dez minutos,

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